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16 DE JUNHO DE 2011

065ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidentes: JOOJI HATO, CELSO GIGLIO e LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

 

Secretário: OLÍMPIO GOMES

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - JOOJI HATO

Assume a Presidência e abre a sessão. Registra a visita dos alunos da Obra Social São Benedito, de Jaçanã, São Paulo, acompanhados pela professora Magali Nascimento Silva.

 

002 - ED THOMAS

Saúda os alunos presentes na sessão. Discorre sobre a inclusão da região de Presidente Prudente no projeto "Roda São Paulo". Manifesta sua aprovação ao acordo comercial firmado pela empresa do segmento de grãos Centro Sul com a América Latina Logística (ALL). Faz defesa à implantação do trem turístico que ligará São Paulo à Campos do Jordão.

 

003 - CELSO GIGLIO

Assume a Presidência.

 

004 - JOOJI HATO

Discursa sobre a sanção do projeto que visa à organização da Região Metropolitana. Enaltece o Estado de São Paulo. Destaca seus pontos problemáticos. Fala sobre as enchentes ocorridas na cidade. Defende projeto "Piso Drenante", de sua autoria. Alega que o piscinão, que deverá ser construído em Mauá, não evitará as enchentes.

 

005 - JOOJI HATO

Assume a Presidência.

 

006 - CELSO GIGLIO

Informa que presenciou o sancionamento do projeto de organização da Região Metropolitana, no Palácio dos Bandeirantes. Manifesta sua satisfação pela aprovação da Lei. Repudia a medida provisória que impede a publicação dos gastos com obras, efetuados e previstos, com a Copa do Mundo. Alega que isso impossibilita a fiscalização, por parte da população. Considera inconstitucional a decisão.

 

007 - DONISETE BRAGA

Discorre sobre o lançamento da cartilha contra o racismo. Lê assuntos importantes, abordados no material. Registra o comparecimento da Unicef no evento. Agradece aos responsáveis pela iniciativa.

 

008 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Faz pronunciamento acerca da paralisação, de 48 horas, dos servidores da Saúde. Dá conhecimento das reivindicações do setor. Informa que o reajuste proposto pelo Governo é muito inferior ao requerido. Comunica o lançamento da Frente Parlamentar do Empreendedorismo e da Frente Parlamentar em Defesa da Moradia Popular de São Paulo. Aborda pautas que deverão ser debatidas. Menciona a inauguração do programa Minha Casa Minha Vida 2.

 

009 - FERNANDO CAPEZ

Para comunicação, registra a visita do Promotor de Justiça Nadir de Campos Junior, assessor do Procurador Geral de Justiça do Ministério Público do Estado de São Paulo.

 

010 - EDSON FERRARINI

Lamenta a decisão do STF em liberar as marchas da maconha. Lê e comenta matéria condizente ao fato. Tece críticas à resolução. Faz menção aos males que as drogas podem causar à saúde. Fundamenta sua posição com relatos de fatos presenciados em razão da sua convivência diária com dependentes químicos. Questiona a inexistência de um programa nacional de prevenção às drogas. Censura a legislação brasileira por não prever punibilidade ao usuário de drogas.

 

011 - OLÍMPIO GOMES

Concorda com a fala do Deputado Edson Ferrarini, e endossa pronunciamento em repúdio à decisão do STF. Faz abordagem referente à matéria publicada na "Folha de S. Paulo" que dispõe sobre a inclusão da PEC 300, nas discussões da Câmara. Defende a aprovação do projeto. Menciona a deliberação que declarou a constitucionalidade do piso salarial do Magistério. Informa que dia 5 de junho deverá ocorrer em Brasília uma manifestação em defesa da aprovação da PEC 300.

 

012 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Assume a Presidência.

 

013 - EDSON FERRARINI

Para comunicação, apoia o pronunciamento do Deputado Olímpio Gomes a respeito da PEC federal nº 300. Critica a política salarial do Governo do Rio de Janeiro em relação ao Corpo de Bombeiros. Lamenta a decisão do Supremo Tribunal Federal em permitir a realização da chamada "Marcha da Maconha". Caracteriza a questão como problema de saúde pública.

 

014 - JOSÉ BITTENCOURT

Para comunicação, informa a realização de sessão solene em comemoração ao 100º aniversário da Igreja Assembleia de Deus no País. Convida a todos para o evento. Agradece ao Deputado Barros Munhoz pela aceitação do requerimento sobre o tema.

 

GRANDE EXPEDIENTE

015 - JOOJI HATO

Condena a decisão do Supremo Tribunal Federal, favorável à realização da chamada "Marcha da Maconha". Informa que, nas próximas semanas, deverão ocorrer movimentos pela liberação do uso da substância em 40 cidades de todo o País. Considera que o ato não reflete a liberdade de expressão e requer mais rigidez na proibição do uso das drogas. Reflete acerca do tema. Cita a Rússia como exemplo de políticas de bem-estar social.

 

016 - JOSÉ BITTENCOURT

Defende a apreciação do PL 179/10, de autoria do Tribunal de Justiça, que cria cargos de assistentes para a Magistratura de 1º grau. Considera que a matéria deverá proporcionar celeridade no âmbito da Justiça Estadual. Destaca a importância da questão. Lamenta que não tenha sido aprovado requerimento de urgência à matéria. Pede a reposição salarial e o cumprimento da data-base dos servidores do Tribunal de Justiça (aparteado pelo Deputado Fernando Capez).

 

017 - JOOJI HATO

Assume a Presidência.

 

018 - FERNANDO CAPEZ

Informa a presença, nesta Casa, dos Vereadores Ary e Eduardo, da cidade de Piraju. Defende o movimento de diversas Assembleias Legislativas do País, em prol da ampliação da competência destas instituições. Faz projetar a lei nº 12.403/05, aprovada pelo Congresso Nacional, que dispõe sobre o Código de Processo Penal. Critica a aplicação desta lei em Território nacional, e destaca as especificidades de São Paulo quanto à matéria. Cita medidas que deverão ser implementadas pela matéria e explica seus dispositivos (aparteado pelo Deputado Estevam Galvão).

 

019 - Presidente JOOJI HATO

Anuncia a presença do Sr. André Donizete da Silva, presidente do Instituto de Previdência do Município de Jacareí, acompanhado pelo Deputado Marco Aurélio.

 

020 - ESTEVAM GALVÃO

Cumprimenta o Deputado Fernando Capez pelo seu pronunciamento. Defende a aprovação de projeto de lei, de sua autoria, que institui o "Programa da Visão", visando a aplicação de testes de acuidade visual em crianças e idosos. Informa que a matéria é conhecida como "Visão do Futuro". Cita o PL 591/11, que trata da assistência oftalmológica a pessoas em situação de vulnerabilidade social, entre outras medidas. Informa que apresentará emenda a fim de aprimorar a matéria.

 

021 - DONISETE BRAGA

Destaca a presença de alunos do Colégio Renovação, do bairro da Saúde. Manifesta-se contrariamente à decisão do Supremo Tribunal Federal que aprovou a realização da chamada "Marcha da Maconha". Defende o fortalecimento dos Estados no que se refere à aprovação de políticas de inclusão social. Esclarece que defende a liberdade de expressão e as manifestações públicas, especialmente em prol das conquistas trabalhistas.

 

022 - Presidente JOOJI HATO

Parabeniza o Deputado Donisete Braga pelo pronunciamento. Lamenta decisão do STF que permite a realização da chamada "Marcha da Maconha".

 

023 - ISAC REIS

Pelo art. 82, defende políticas de inclusão social implantadas pelo PT. Comenta ampliação do projeto "Minha Casa, Minha Vida 2", pela Presidente Dilma Rousseff. Considera baixo o número de habitações construídas durante os 16 anos de Governo do PSDB no Estado. Sugere que parte da verba obtida com o pré-sal seja dirigida à construção de moradias.

 

024 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Pelo art. 82, fala de projetos do Executivo Federal que visam facilitar o acesso da população carente na obtenção de moradias. Destaca o início do programa "Minha Casa, Minha Vida 2". Afirma que, neste novo projeto, mulheres solteiras poderão ser proprietárias. Solicita ao Governo Estadual maiores investimentos em habitação. Sugere aos municípios e ao Executivo paulista a adoção de convênios com o Governo Federal para a habitação popular.

 

025 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Solicita o levantamento da sessão, com anuência das lideranças.

 

026 - Presidente JOOJI HATO

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 17/06, à hora regimental, sem ordem do dia. Lembra-os da realização de sessão solene, dia 17/06, às 10 horas, pelo "Aniversário do Secovi". Levanta a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIII Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Olímpio Gomes para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - OLÍMPIO GOMES - PDT - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - A Presidência tem a grata satisfação de anunciar a presença dos alunos da Obra Social São Benedito, do Jaçanã, em São Paulo, acompanhados da professora Magali Nascimento Silva. A todos as homenagens do Poder Legislativo. (Palmas.)

Srs. Deputados, Sras. Deputadas, tem a palavra o primeiro orador inscrito, nobre Deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Telma de Souza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rafael Silva. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Tobias. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vitor Sapienza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Orlando Bolçone. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Reinaldo Alguz. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Caramez. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Dilmo dos Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marco Aurélio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlão Pignatari. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Ary Fossen. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Cândido. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Neves. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Geraldo Vinholi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado André Soares. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Morais. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alex Manente. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Regina Gonçalves. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Antonio. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Welson Gasparini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Engler. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Gerson Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adriano Diogo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Fernando Capez. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Ed Thomas.

 

O SR. ED THOMAS - PSB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, funcionários desta Casa, quero saudar com muito carinho os alunos que se fazem presentes na tarde de hoje. Os alunos podem ver que se encontra em plenário o nobre Deputado Olímpio Gomes. Há deputados participando de reuniões nas comissões, outros estão nos seus afazeres pertinentes ao mandato parlamentar, há deputados nas Secretarias de Estado. Estamos neste momento no Pequeno Expediente, quando os deputados têm cinco minutos para dar transparência a seu mandato, falar sobre seus projetos. Depois, teremos o Grande Expediente, que começa às 15 horas e 30 minutos. No Grande Expediente, o Deputado tem o tempo de dez minutos para se manifestar. Logo depois, temos a Ordem do Dia, quando começamos a discutir os projetos de lei do Estado de São Paulo. Sejam bem-vindos. É uma alegria receber a todos. É necessário que cada um de vocês se interesse pela política. Precisamos ter gente do bem procurando fazer política. A política é um instrumento tanto para melhorar a vida das pessoas, quanto para piorar. Não queremos isso. Então, há a necessidade do interesse em participar da política, que move a vida de todos nós. Do nascer, viver ao morrer, existe a política, que ela seja boa, limpa e clara. Os senhores recebem notícias não só das melhores, muitas vezes indignas, mas a maioria é do bem. Mas é que as notícias ruins, as notícias sobre corrupção se disseminam mais rapidamente. Mas o bem sempre vence.

Gostaria de falar sobre um projeto da décima região administrativa de São Paulo, a região de Presidente Prudente, região também do nobre Deputado Olímpio Gomes, de Presidente Venceslau, e do Deputado Jooji Hato, da Cidade de Pacaembu. A partir de novembro, teremos a instalação do Projeto Roda São Paulo, da Secretaria de Turismo. É um projeto de apoio ao turismo, fonte geradora de emprego e de renda. O Projeto Roda São Paulo estará na região do Oeste Paulista. Num primeiro momento, serão cinco cidades: Panorama, Rancharia, Martinópolis, Teodoro Sampaio e Presidente Prudente.

O Roda São Paulo são ônibus que irão percorrer os locais turísticos, com informação turística gratuitamente. O projeto-piloto será inaugurado no dia 15 de julho em São Bernardo do Campo. Depois, será levado ao interior, para que as pessoas tenham oportunidade de conhecer a riqueza do interior do Estado.

Quero fazer uma manifestação a respeito de um digno procurador-geral da República, o Dr. Luiz Roberto Gomes. O Ministério Público entrou com um processo a respeito da América Latina Logística, que deveria cuidar dos trilhos paulistas, infelizmente em grande parte sucateados. Mas o avanço desse processo foi muito importante para que houvesse um TAC - Termo de Ajustamento de Conduta -, um acordo com a América Latina Logística. Foram revertidos cinco milhões para a construção do Hospital do Câncer de Presidente Prudente, que vai atender a população do Estado de São Paulo e também do Mato Grossodo Sul - Presidente Prudente fica a 80 quilômetros de Mato Grosso do Sul - e Paraná - distante 60 quilômetros.

Participei de muitas reuniões com os procuradores para que fosse reativado o transporte de carga pelas ferrovias. Muitos países tiveram seu desenvolvimento por meio dos trilhos. No Brasil, ficamos na contramão da história. O TAC estabelece a reforma dos trilhos entre Presidente Prudente e Presidente Epitácio, passando por Álvares Machado, Presidente Bernardes, Santo Anastácio, Caiuá, Presidente Venceslau e Presidente Epitácio. Então, vamos de trem.

Apresentei um projeto de lei, estamos buscamos um acordo com a Secretaria de Transporte, com o Governador, com a América Latina Logística, com as prefeituras da região para o trem turístico às sextas-feiras, sábados e domingos. Muitos dos jovens que estão aqui nunca viajaram de trem. Esse projeto já existe? Já. Foi implantado no governo passado. O Governador José Serra já criou um circuito gastronômico de São Paulo a Jundiaí e também Campos do Jordão. O turismo é um grande gerador de emprego e renda no nosso País.

Faço uma saudação, em especial, ao Secretário Márcio França e o agradeço pelo atendimento. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Celso Giglio.

 

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O SR. PRESIDENTE - CELSO GIGLIO - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Edinho Silva. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, hoje pela manhã estivemos, juntamente com vários deputados, prefeitos, vereadores e secretários, no Palácio dos Bandeirantes para a sanção de um dos projetos mais importantes desta Casa, o projeto da Região Metropolitana de São Paulo.

Os cidadãos dessa região convivem com vários problemas, com má qualidade de vida em termos de saúde, educação, segurança, meio ambiente, mobilidade. É uma região densamente ocupada, convivendo, por exemplo, com as enchentes. Com esse projeto, poderemos ajudar muito no desenvolvimento das 39 cidades. A Região Metropolitana de São Paulo é a quarta maior metrópole do mundo. Só perdemos para Tóquio, México e Nova Iorque. A Grande São Paulo convive com muitos problemas, como a violência. Parece que agora poderão fazer até a marcha em prol da maconha. Daqui a pouco, teremos marcha em prol de outras coisas: do oxi, da cocaína, do ecstasy, de tudo. É um absurdo, mas decisão judicial tem que ser obedecida.

Voltando ao assunto das enchentes em São Paulo, que é outro problema grave, fizemos uma lei na Cidade de São Paulo, de minha autoria, para a colocação de pisos drenantes em todas as áreas públicas, em ruas pouco movimentadas, em passeios, em calçadas, em estacionamentos públicos, para que haja absorção da água de chuva.

Quando Deus fez a Terra, fez direitinho, fez para que a água de chuva caia, fortaleça os vegetais, a agricultura. Mas vai lá o homem, ocupa e impermeabiliza. Se o solo é impermeabilizado, para onde essa água vai? Para a guia, para a sarjeta, para o bueiro, para o córrego, para os rios Tietê e Pinheiros, que inundam! Não tem segredo. Não é nem questão de inteligência; é uma questão natural.

É por isso que é importante termos grama, termos pisos drenantes nos nossos quintais. Na minha casa, tenho grama no quintal inteiro. Lá, brincam os meus cachorros, a grama refresca a casa e ajuda a cidade - e eu não sou responsável pelas enchentes em São Paulo. Essa água que inunda vai para a casa de quem? Principalmente para a casa dos mais pobres.

Apresentei nas várias audiências públicas que tivemos, nas várias cidades - Embu das Artes, Mogi das Cruzes, Cotia, Franciso Morato e também em São Paulo -, que é importante colocarmos os pisos drenantes para combatermos as enchentes. É claro que os piscinões são importantes. Agora, em Mauá, será feito um piscinão, mas não vai acabar com as enchentes. Enquanto se faz um piscinão, milhares de pessoas impermeabilizam seus quintais, o próprio governo vai asfaltando, vai concretando os passeios, o que faz com que a água de chuva não seja absorvida. Os menos favorecidos pela sorte é que moram nas baixadas, nos pântanos. Lá, tem menos drenagem e essas pessoas acabam pagando um alto preço, perdendo seus móveis, eletrodomésticos e até a vida, porque as enchentes trazem leptospirose e outras doenças graves.

Portanto, encerro dizendo que tenho esperança ao ver um projeto de lei como esse, sancionado hoje pelo Governador. Peço a Deus que o Secretário Edson Aparecido tenha muita sorte e muito trabalho. Nós todos, deputados desta Casa, iremos ajudar muito na solução desses graves problemas que afligem essa grande região metropolitana. Muito obrigado.

 

O Sr. Presidente - CELSO GIGLIO - PSDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, tem a palavra a nobre Deputada Heroilma Soares. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luis Carlos Gondim. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Bigardi. (Pausa.)

 

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- Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato.

 

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O Sr. Presidente - Jooji Hato - PMDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, tem a palavra o nobre Deputado Celso Giglio, grande municipalista, que também esteve presente no Palácio dos Bandeirantes na sanção desse projeto da região metropolitana.

 

O SR. CELSO GIGLIO - PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, Sr. Presidente Jooji Hato, que tem conduzido muitas vezes os trabalhos nesta Casa com a sua eficiência e experiência, amigos da TV Assembleia, estudantes que se encontram nas galerias, boa tarde.

Hoje, estivemos no Palácio dos Bandeirantes assistindo à assinatura do projeto tão bem apreciado nesta Casa, que reorganiza a Região Metropolitana de São Paulo. Estava lá também o Deputado Donisete Braga prestigiando o ato, pois o projeto dá muitas esperanças a nós, que vivemos na Grande São Paulo, de resolver problemas comuns às nossas cidades.

Havia a presença maciça de prefeitos, todos muito entusiasmados com a sanção dessa lei, que nos dá, como já disse, muitas esperanças. Essa lei foi muito debatida nesta Casa, na Comissão de Assuntos Metropolitanos e Municipais, que presido. Conseguimos agregar algumas emendas propostas pelos Srs. Deputados, como, por exemplo, a participação de pessoas indicadas pelos deputados, pela Assembleia, no Conselho Administrativo. Conseguimos também deixar bem clara a preocupação no tocante à contribuição de recursos no fundo que também foi criado, para que os municípios mais carentes e com menor renda contribuam com uma parte proporcional ao que arrecadam.

Li, de certa forma estupefato, a notícia da medida provisória que impede que sejam mostrados os gastos das obras para a Copa do Mundo. Não sou advogado, mas entendo que essa medida provisória deve ter algum caráter de inconstitucionalidade. Por que ocultar os verdadeiros valores do que está sendo gasto nas obras da Copa? Por que ocultar os verdadeiros valores gastos com os estádios que estão sendo feitos, com todo esse trabalho que está sendo feito para que a Copa seja realizada no País?

A medida provisória impede que sejam revelados os custos. Somente órgãos como Tribunal de Contas e outros tribunais é que terão direito, num determinado momento, a requerer esses valores, impedidos também de publicar quanto isso vai custar. Vejam bem, vivemos um momento em que a população pede transparência, e não sei de que forma isso vai acontecer. A justificativa é que se esses valores forem publicados poderá haver fraudes. Imaginem os senhores se não forem publicados! Não consigo entender essa justificativa.

Neste momento importante pelo qual passa o País, neste momento de tantas denúncias, encontramos na primeira página dos jornais essa medida provisória que nos deixa envergonhados e tristes, porque a população precisa saber no que se gasta, onde se gasta, como e em que tempo. Nós não vamos saber quanto será gasto nos estádios ou na ampliação dos aeroportos, o volume de gastos em obras para a Copa do Mundo. Não consigo entender esse retrocesso. O Brasil precisaria mostrar muita boa vontade e transparência para a população.

Deixo então registrada a minha indignação com essa medida provisória. Penso que a nossa voz não pode se calar num momento como esse e diante de um fato que nos deixa realmente envergonhados. Era isso, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Isac Reis. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alencar Santana. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Bezerra Junior. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Vanessa Damo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Geraldo Cruz. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Massafera. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Milton Leite Filho. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Afonso Lobato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Grana. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Célia Leão. (Pausa.)

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, esgotada a lista de oradores inscritos para falar no Pequeno Expediente, vamos passar à Lista Suplementar.

Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga.

 

O SR. DONISETE BRAGA - PT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários, telespectadores da TV Assembleia, hoje pela manhã realizamos o lançamento da Cartilha intitulada “Por uma infância sem racismo”.

Tivemos a presença, neste lançamento, de representante da Unicef. Essa cartilha, além de refletir em relação ao racismo que ainda existe no mundo, no Brasil e em São Paulo, traz a Declaração Universal dos Direitos Humanos, e informações, por exemplo, de que no Brasil vivem 31 milhões de meninos e meninas negros, 140 mil crianças indígenas. São 26 milhões de crianças e adolescentes que vivem em famílias pobres.

Esse evento foi realizado em parceria com a Unicef e tivemos a presença da Defensoria Pública de São Paulo, de professores e alunos. Temos nesta Casa o SOS Racismo que representa muito bem o nosso Parlamento. Iniciativa como essa pode contribuir para uma reflexão desse debate e estamos reafirmando um tema que a própria Organização das Nações Unidas, a ONU, proclamou em 2011 como o Ano Internacional dos Povos Afrodescendentes.

Agradecemos as presenças do Sr. Antonio Carlos Arruda da Silva, que coordena as políticas para a população negra e indígena da Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania de São Paulo; da Sra. Tatiana Bellons, da Defensoria Pública do Estado de São Paulo; do Sr. Silvio Kaloustian, coordenador de programas do escritório do Unicef para os Estados de São Paulo, Minas Gerais e Sul do Brasil; da Sra. Adriana Alvarenga, especialista em Comunicação da Unicef; da Sra. Rosana Aparecida da Silva, secretária de Combate ao Racismo da CUT/SP; do Sr. Francelino Neto, coordenador do SOS Racismo da Assembleia Legislativa de São Paulo; do Sr. Rubens Salles Pereira, que representou a Delegacia de Crimes Raciais e de Intolerância, Decradi.

O Sr. Antonio Carlos Arruda da Silva, que falou em nome da secretária da Justiça e da Defesa da Cidadania de São Paulo, assumiu o compromisso de garantir o que diz a Lei 10.639 em relação ao racismo no Estado de São Paulo. Já enviei essa cartilha a todos os gabinetes dos 94 Deputados e Deputadas. Contém nela informações úteis como o endereço da Defensoria Pública, o número do Disque Denúncia e muito mais. Tentarei depois democratizar isso a todos os funcionários da Assembleia Legislativa devido à importância do tema.

Passo então a ler a Cartilha intitulada “Por uma infância sem racismo”:

Por uma infância sem racismo.

Declaração Universal dos Direitos Humanos.

“Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade.”

Todos em busca do mesmo ideal.

O governo brasileiro tem promovido muitas ações em prol das crianças e dos adolescentes. Reduzimos os índices de mortalidade infantil, de famílias pobres, universalizamos o ensino, mas ainda há um longo caminho a percorrer para que todos sejam livres e iguais em dignidade e direitos, conforme preconiza a Declaração dos Direitos Humanos.

É nesse sentido que nos unimos ao Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e ao governo da presidenta Dilma Rousseff na campanha nacional Por uma Infância sem Racismo.

O Brasil tem 57 milhões de crianças e adolescentes, sendo 31 milhões de crianças negras e cerca de 100 mil crianças indígenas. E 65% das crianças pobres são negras.

Os dados oficiais e o cotidiano apontam que é preciso enfrentar os desafios.

Entre nessa luta com a gente. Seja mais um multiplicador desta campanha.

“Juntos, podemos contribuir na mobilização da sociedade no combate ao racismo na infância, valorizando as diferenças, promovendo a igualdade de tratamento para cada criança brasileira e estimulando políticas públicas para as populações mais vulneráveis.”

 

É importante saber.

No Brasil vivem 31 milhões de meninas e meninos negros e 140 mil crianças indígenas.

Elas representam 54,5% de todas as crianças e adolescentes.

26 milhões de crianças e adolescentes vivem em famílias pobres.

Representam 45,6% do total de crianças e adolescentes do país.

17 milhões são negros. Entre as crianças brancas, a pobreza atinge 32,9%; entre as crianças negras, 56 %.

A iniquidade racial na pobreza entre crianças continua mantendo-se nos mesmos patamares: uma criança negra tem 70% mais risco de ser pobre do que uma criança branca.

Das 530 mil crianças de 7 a 14 anos fora da escola, 330 mil são negras, 190 mil são brancas.

No tema da exploração sexual, as vítimas desse tipo de crime, em sua grande maioria, são adolescentes.

Fonte: Unicef

Dez maneiras de contribuir para uma infância sem racismo:

 

1)                      Eduque as crianças para o respeito à diferença. Ela está nos tipos de brinquedos, nas línguas faladas, nos vários costumes entre os amigos e pessoas de diferentes culturase etnias. As diferenças enriquecem nosso conhecimento.

2)                      Textos, histórias, olhares, piadas e expressões podem ser estigmatizantes com outras crianças, culturase tradições. Indigne-se e esteja alerta se isso acontecer - contextualize e sensibilize nesse sentido.

3)                      Não classifique o outro pela cor da pele; o essencial você ainda não viu. Lembre-se: racismo é crime.

4)                      Se seu filho ou filha foi discriminado, abrace-o, apoie-o. Mostre-lhe que a diferença entre as pessoas é legal e que cada um pode usufruir de seus direitos igualmente. Toda criança tem o direito de crescer sem ser discriminada.

5)                      Não deixe de denunciar. Em todos os casos de discriminação, você deve buscar defesa no conselho tutelar, nas ouvidorias dos serviços públicos, na OAB e nas delegacias de proteção à infância e adolescência. A discriminação é uma violação de direitos.

6)                      Proporcione e estimule a convivência de crianças de diferentes raças e etnias nas brincadeiras, nas salas de aula, em casa ou em qualquer lugar.

7)                      Valorize e incentive o comportamento respeitoso e sem preconceito em relação à diversidade étnico-social.

8)                      Muitas empresas estão revendo sua política de seleção e de pessoal com base na multiculturalidade e na igualdade racial. Procure saber se o local onde você trabalha participa também dessa agenda. Se não, fale disso com seus colegas e supervisores.

9)                      Órgãos públicos de saúde e de assistência social estão trabalhando com rotinas de atendimento sem discriminação para famílias indígenas e negras. Você pode cobrar essa postura dos serviços de saúde e sociais da sua cidade. Valorize as iniciativas nesse sentido.

10)                  As escolas são grandes espaços de aprendizagem, Em muitas, as crianças e adolescentes estão aprendendo sobre a história e a cultura dos povos indígenas e da população negra; e como enfrentar o racismo. Ajude a escola de seus filhos a também adotar essa postura.

Um aliado nessa luta: Estatuto da Igualdade Racial

O Estatuto da Igualdade Racial, Lei federal nº 12.288/2010 garante à população negra a efetivação da igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos e o combate à discriminação e demais formas de intolerância étnica.

Acesse www.planalto.gov.br/legislacao e conheça essa lei.

A Assembleia Legislativa de São Paulo também está na luta para que possamos viver numa sociedade igualitária, onde ninguém seja discriminado por causa da cor, gênero, origem, credo, orientação sexual ou deficiência.

Como agir em caso de discriminação:

1)                      Anote o endereço e telefone das pessoas que testemunharam o fato;

2)                      Vá até a delegacia e registre um Boletim de Ocorrência;

3)                      Procure o SOS Racismo da Assembleia Legislativa.

SOS Racismo - Disque Denúncia 0800 773 38 86

Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo

Av. Pedro Álvares Cabral, 201 - subsolo - sala 03 - Ibirapuera

Atendimento de segunda a sexta-feira das 09:00 às 19:00 horas.

E-mail: sosracismo@al.sp.gov.br

Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, da Cidadania, da Participação Popular e das Questões Sociais da Assembleias de São Paulo.

Tel.: (11) 3886-6014.

Conhecer melhor faz a diferença.

É obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira nas escolas de ensino fundamental e médio, públicas e privadas, de todo o País.

É o que garante a Lei nº 10.639/2003, que alterou a Lei nº 9.394/1996, que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional.

Compromisso de todos

Promover a equidade racial é de extrema importância para o desenvolvimento econômico e social do nosso Brasil.

Precisamos unir forças para acabar com o racismo contra milhões de meninas e meninos em todo o mundo.

Esse é o papel de cada um de nós.

Depende de nós!

Vamos participar dessa luta.

Enfrente o racismo. Promova a diversidade.

Sites interessantes

www.acordacultura.org.br

www.aprofe.org.br

www.afropress.com

www.educafro.org.br

www.generoracaetnia.org.br

www.histafricanafrobrasindigena.blogspot.com

www.ongantiracismo.blogspot.com

www.palmares.gov.br

http://portaldaigualdade.gov.br/

www.quilombhoje.com.br

www.unecombateaoracismo.blogspot.com

www.unicef.org/brazil/pt/

www2.zumbidospalmares.edu.br

Quem denuncia, salva!

Não deixe de denunciar casos de maus-tratos, negligência, abusos, exploração sexual, trabalho infantil, preconceito, racismo, discriminação etc. Quem denuncia, salva. Aqui estão os principais telefones de denúncia e de emergência:

Disque 100 - Denúncias de violação de direitos de crianças ou adolescentes, especialmente em casos de abusos ou exploração sexual. Para todo o Brasil.

Disque 181 - Dique Denúncia (para todo o Estado de SP). Caso esteja em outro Estado e a denúncia se refira à São Paulo, ligue (11) 3188-4130

190 - Polícia Militar

191 - Polícia Rodoviária Federal

192 - Ambulância

193 - Corpo de Bombeiros

194 - Polícia Federal

197 - Polícia Civil

198 - Polícia Rodoviária Estadual

199 - Defesa Civil

180 - Delegacias Especializadas no Atendimento à Mulher

0800 773 38 86 - Disque Denúncia SOS Racismo da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo - Alesp.

0800 970 11 70 - Serviço Telefônico de encaminhamento para casos de violência contra crianças, adolescentes e pessoas com deficiência e de orientação para famílias interessadas ou envolvidas em processos legais de adoção.

Defensoria Pública do Estado de São Paulo

www.defensoria.sp.gov.br

A Defensoria Pública oferece serviços jurídicos gratuitos para os que não têm recursos para contratar advogado.

São Paulo - Av. Liberdade, 32 - 7º andar, sala 06 - Centro - CEP 01502-000 - Tel.: (11) 3105-5799

Outras regiões:

Araçatuba - R. XV de novembro, 365

CEP 16030-010 - Tel.: (18) 3621-2802/ 3621-2803

Araraquara - R. São Bento, 1725 - Centro

CEP 14801-300 - Tel.: (16) 3322-2300

Bauru - R. Raposo Tavares, 7-8

CEP 170013-031 - Tel.: (14) 3227-2726

Campinas - Av. Francisco Xavier de Arruda Camargo, 300 - Cid. Judiciária

CEP 13088-901 - Tel.: (19)3256-1821/ 3256-5441

Diadema - Av. Sete de Setembro, 399 - 1º andar

CEP 09910-120 - Tel.: (11) 4057-4440

Guarulhos - R. José Maurício, 103 - Centro

CEP 07011-060 - Tel.: (11) 6440-0745

Jaú - R. das Palmeiras, 4

CEP 17210-120 - Tel.: (14) 3624-6797

Jundiaí - R. Marechal Deodoro da Fonseca, 646 - Centro

CEP 13201-002 - Tel.: (11) 4521-1230/ 4586-3475

Marília - R. Sampaio Vidal, 132

CEP 17500-020- Tel.: (14) 3413-7606/ 3454-9764

Mogi das Cruzes - R. Francisco Martins, 30 - Jd. Armênia

CEP 08780-250 - Tel.: (11) 4725-5029/ 4799-5089

Osasco - Av. dos Autonomistas, 3094 - Centro

CEP 06090-015 - Tel.: (11) 3698-5544

Presidente Prudente - R. Com. João Peretti, 26

CEP 19015-610 - Tel.: (16)3965-4151/ 3965-3882

Santos - Av. São Francisco, 261

CEP 11013-203 - Tel.: (13) 3221-3591

São Bernardo do Campo - R. 23 de maio, 107 - sala 16

CEP 09731-520 - Tel.: 4122-4045/ 4122-4026

São Carlos - R. Conde do Pinhal, 2061 - Centro

CEP 13560-648 - Tel.: (16) 3374-1255

São José do Rio Preto - R. Marechal Deodoro, 3131

CEP 15010-070 - Tel.: (17) 3211-9813

São José dos Campos - R. Alfredo Vieira de Moura, 41 - Vila Adiana

CEP 12243-770 - Tel.: (12) 3942-3223/ 3942-2540

São Vicente - R. Major Loretti, 11 - Pq. Bitaru

CEP 11310-380 - Tel.: (13) 3467-2013/ 3466-8561

Sorocaba - R. 28 de outubro, 691 - Infância e Juventude - sala 23

CEP 18087-080 - Tel.: (15) 3233-0173

Taubaté - Pça. Cel. Vitoriano, 113

CEP 12020-020 - Tel.: (12) 3624-1171/ 3623-2676

Em outras localidades, procure a sede local da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) que também oferece serviços jurídicos gratuitos.

Núcleo Especializado de Combate à Discriminação, Racismo e Preconceito da Defensoria Pública em São Paulo

Tel.: (11) 3101-0155 ramal 137

Rua Boa Vista, 103, 7º andar, Centro - SP/SP

E-mail: núcleo.discriminacao@defensoria.sp.gov.br

Denunciar é um ato de cidadania.

Ministério Público Federal - SP

Rua Peixoto Gomide, 768

CEP 01409-904

Tel.: (11) 3269-5000

www.prsp.mpf.gov.br

Ministério Público Estadual

Rua Riachuelo, 115

Centro, São Paulo

Tel.: (11) 3119 - 9548

E-mail: infancia@mp.sp.gov.br

Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi)

Rua Brigadeiro Tobias,597 - 3º andar, Luz

São Paulo - SP - CEP 01032-902 - Tel.: (11) 3311-3456 ou 3315-0151/ R. 248

E-mail: delitosintolerancia@ig.com.br

E-mail: dhpp@policiacivil.sp.gov.br

Defensoria Publicada União em São Paulo

Rua Fernando de Albuquerque, 155

Consolação - São Paulo - CEP 01309-030 - Tel.: (11)3627-3400

Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados - CDHM

Brasília - DF - Tels.: (61) 3216-6570/ 3216-6574

E-mail: cdh@camara.gov.br

http://www2.camara.gov.br/comissoes.cdhm

Ouvidoria da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR)

Brasília - DF - Tel.: (61) 3226-5625

Fax: (61) 3223-5625

E-mail: seppir.ouvidoria@planalto.gov.br

www.presidencia.gov.br/estrutura_presidencia/seppir/fale

Ouvidoria-Geral da Cidadania (Secretaria Especial dos Direitos Humanos)

Brasília - DF - Tels.: (61) 2025-3116/ 9825/ 3908

Polícia Federal - SP

Rua Hugo D’Antola, 95 -Lapa de Baixo - CEP 05038-090

Tel.: (11) 3538-5000 / 5930 / 6187

E-mail: nutel.srsp@dpf.gov.br

Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania Governo do Estado de São Paulo

Pátio do Colégio, 148 / 184 - Centro

CEP 01016-040 São Paulo - SP Tel.: (11) 3291-2600

www.comunidadenegra.sp.gov.br E-mail: cpdcn@conselhos.sp.gov.br

Centro de Referência em Direitos Humanos de Prevenção e Combate ao Racismo

Pátio do Colégio, 5 Centro Tel.: (11) 3397-1446

www.prefeitura.sp.gov.br

Ordem dos Advogados do Brasil - OAB - São Paulo

Comissão da Igualdade Racial

Rua Anchieta, 35 - is andar CEP 01016-900

Tel.: (11) 3244-2013 / 2014 / 2015 Fax: (11) 3244-2011

E-mail: igualdade.racial@oabsp.org.br

Vamos valorizar a igualdade num mundo de diferenças

Conselho Tutelar

O Conselho Tutelar é encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente. Conselheiros têm autonomia, liberdade e independência para trabalhar.

O Conselho escuta - orienta - aconselha - encaminha e acompanha os casos. Além de requisitar serviços, recebe denúncias de maus-tratos que incluem violência física, psicológica ou sexual, abandono ou ausência de cuidados, entre outras violações.

Denuncie que o Conselho Tutelar entrará em ação.

Nestes endereços você encontra informações sobre os Conselhos Tutelares de todo o Brasil:

Conanda

Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente

Esplanada dos Ministérios - Bloco T- Ed. Anexo do Ministério da Justiça

Sala 421 - CEP 70.064-901 - Brasília - DF Tel.: (61) 2025-3525 www.presidencia.gov.br/estrutura_presidencia/sedh/conanda

Condeca

Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente

Rua Antônio de Godoi, 122 - 7º andar - CEP 01034-000 - São Paulo - SP www.condeca.sp.gov.br E-mail: atendimentocondeca@condeca.sp.gov.br

Tels.: (11) 3222-4441 / 3223-9346 / 3361-3433 / 3361-8451

Brasil sem racismo

21 de março

Dia Internacional Contra a Discriminação Racial

01 de abril

Dia da Abolição da Escravidão dos índios (1680)

19 de abril

Dia do índio

13 de maio

Dia Nacional contra o Racismo

13 de maio

Dia da Abolição da Escravatura no Brasil (Lei Áurea)

18 de maio

Dia das Raças Indígenas da América

09 de junho

Fundação da Sociedade Brasileira Contra a Escravidão, por Joaquim Nabuco (1880)

21 de junho

Dia de Luta por uma Educação sem Discriminação

24 de junho

Dia do Caboclo

03 de julho

Dia Nacional de Combate à Discriminação Racial, Lei Afonso Arinos

13 de julho

Promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente (1990)

25 de julho

Dia Internacional da Mulher Afro-Latina Americana e Caribenha

31 de julho

Dia da Libertação dos Indígenas do Brasil (1609)

09 de agosto

Dia Internacional dos Povos Indígenas do Mundo (ONU)

23 de agosto

Dia Internacional para relembrar o Tráfico de Escravos e sua Abolição

17 de Setembro

Fundação da Frente Negra Brasileira

20 de novembro

Dia Nacional da Consciência Negra

10 de dezembro

Declaração Universal dos Direitos Humanos

10 de dezembro

Dia Internacional dos Povos Indígenas

Esta cartilha é uma publicação do mandato do Deputado Estadual Donisete Braga.

Coordenação: Jo Ramires

Produção: Caio Carvalho

Ilustrações e diagramação: www.glaucogoes.com.br

Criação: www.gerarte.com.br

2011

Gabinete Assembleia - Av. Pedro Álvares Cabral, 201

Ibirapuera - Sala 2115 - São Paulo - SP

CEP 04097-900 E-mail: dpbraga@al.sp.gov.br

Tel.: (11) 3886 6784 / 3886 6785 / 3889 8500

Capital - Rua Ignácio Alves de Matos, 201 - Itaquera

São Paulo - SP CEP 08210-210 Tel.: (11) 2072 5051

Mauá - Rua Sorocaba, 65 - Bairro da Matriz - Mauá - SP

CEP 09370-150 Tel.: (11) 2759 9077 / 2759 9078

Alta Paulista - Tel.: (18) 9754 0505

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Sras. Deputadas, Srs. Deputados, não é à toa, então, que a questão das cotas é um tema fundamental no nosso país. Entendo que São Paulo precisará continuar debatendo esse tema. Voltarei para falar sobre outro tema, pois foi hoje sancionada a lei que reorganiza a Região Metropolitana do Estado de São Paulo. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários da Assembleia Legislativa, na semana passada já tínhamos anunciado que os trabalhadores da Saúde iniciavam um processo de mobilização em virtude da falta de negociação do Governo do Estado de São Paulo, em relação às condições de trabalho do funcionalismo público da Saúde do nosso Estado.

Ontem e hoje os trabalhadores estão realizando 48 horas de paralisação para cobrar do Governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, para que resolva de uma vez por todas o problema que já vem agravando não só as condições de trabalho dos trabalhadores da área da Saúde, mas também as condições salariais. E a proposta apresentada pelo Governador do Estado de São Paulo é de um reajuste que varia no incentivo a prêmio entre 18 a 30 reais.

Estivemos nessa semana com o Secretário da Fazenda na Assembleia Legislativa conversando com a Comissão de Finanças e Orçamento, e o argumento que o Estado coloca é que o trabalhador da Saúde, da Educação, os servidores públicos estaduais, têm que ter um reajuste a partir de bonificações, ou seja, a partir do trabalho executado e ser pago prêmio aos trabalhadores. E foi apresentado aos trabalhadores da saúde um prêmio que varia de 18 a 30 reais.

Que prêmio é esse para que o trabalhador da saúde possa te atender com qualidade, possa atender as pessoas que se utilizam do Hospital Público, que tem que ter um atendimento de qualidade? Mas o reajuste que está sendo proposto aos trabalhadores varia apenas entre 18 e 30 reais.

Tivemos há pouco tempo a greve dos trabalhadores da CPTM, e agora estamos tendo a paralisação de 48 horas dos trabalhadores da Saúde. Amanhã, dia 17, às 10 horas, os trabalhadores fazem uma manifestação em frente à Secretaria Estadual de Saúde, para cobrar do Governador do Estado de São Paulo, cobrar do Secretário, providências em relação ao reajuste do funcionalismo.

É importante que um Governador que queira ter um estado forte, precisa tratar primeiramente bem os servidores, principalmente os servidores da Saúde, que hoje são obrigados a solicitar remédios de outras unidades para conseguir atender bem a população.

Então, a briga não é só pela questão salarial. É a questão salarial, mas também está sendo colocado o debate das condições de trabalho que, sequer hoje tem remédio nos hospitais. O Servidor tem que solicitar a outras unidades para conseguir atender bem a população do Estado de São Paulo.

Sr. Presidente, nós lançaremos na semana que vem na Assembleia Legislativa, duas frentes parlamentares.Estou acompanhando e lançando a frente parlamentar do empreendedorismo, junto com o Deputado Itamar Borges, no dia 21, às 10 horas, com o objetivo de fortalecer o pequeno empreendedor do Estado de São Paulo, o micro e pequeno empresário, o micro e pequeno agricultor, trabalhando principalmente o crédito, porque é um problema sério. Então, além do debate de fortalecer a micro e pequena empresa no Estado de São Paulo, estaremos debatendo para criar as condições de fortalecer o crédito também para esse segmento, que gera muitos empregos.

Sr. Presidente, vamos lançar no dia 22, às 10 horas, a frente parlamentar em defesa da moradia popular no Estado de São Paulo, junto com o Deputado Simão Pedro, Isac Reis e este Deputado. E para isso, nós convidamos a Secretária Inês Magalhães, que acompanha o programa Minha Casa Minha Vida. Inclusive hoje, a Presidente Dilma apresenta ao povo brasileiro a segunda etapa do Minha Casa Minha Vida, que vai no ano de 2011 a 2014, investir 126 milhões de reais em moradias. E no dia 22, a Secretária Inês Magalhães estará

Aqui na Assembleia Legislativa no lançamento da frente parlamentar em defesa da moradia popular, que será coordenada por este Deputado, Luiz Claudio Marcolino, o Deputado Simão Pedro e o Deputado Isac Reis. Estamos convidando toda a população, todo o movimento de moradia a partir agora do lançamento da segunda etapa do Minha Casa, Minha Vida, tendo a presença importante da Inês Magalhães, que é uma das grandes colaboradoras do programa Minha Casa, Minha Vida 1. Muito obrigado.

 

O SR. FERNANDO CAPEZ - PSDB - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, Srs. Deputados, gostaria de comunicar a esta Casa que nesta data recebemos a honrosa visita do Promotor de Justiça, Dr. Nadir de Campos Júnior, assessor do Procurador Geral do Ministério Público de São Paulo, Fernando Grela Vieira, que muito nos honram com a sua visita. Portanto, é motivo de grande júbilo para esta Assembleia Legislativa. Sejam bem-vindos. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Sejam bem-vindos. Tem a palavra o nobre Deputado Carlão Pignatari. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini.

 

O SR. EDSON FERRARINI - PTB - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, público presente nas galerias do plenário, funcionários, gostaria de lamentar profundamente a decisão do Supremo Tribunal Federal, ontem, liberando a marcha da maconha, por uma razão: o que aconteceu? Como é que eles decidiram? Decidiram dizendo o seguinte: “Por decisão dos oito Ministros presentes à sessão de ontem, as marchas da maconha podem ser organizadas livremente em todo o país. Proibir as manifestações públicas em favor da descriminalização da droga configura, no entendimento dos Ministros, violação à liberdade de reunião e de expressão.”

Meu amigo! Maconha é um problema de saúde pública, não é um problema de expressão individual. Isso não é censura prévia, como algumas pessoas estão dizendo.

Cada vez que essa marcha anda pela rua, muitos jovens acham que a maconha não faz mal. Imaginam que aquilo é a favor da liberação. Se fosse a favor do cigarro, já seria uma coisa altamente danosa. Todos sabem que o cigarro causa câncer, enfisema, infarto, derrame e todas as doenças que o cigarro provoca. A maconha provoca as mesmas doenças que o cigarro e mais alucinações do tetrahidrocanabinol.

E essas pessoas estão preocupadas com a expressão. Tudo bem. Mas, eu não posso fazer apologia de uma coisa que é crime. Eu não posso fazer apologia de uma coisa que nenhum país do mundo liberou a maconha.

Então, meu amigo, que lamentável a decisão ontem do Supremo Tribunal Federal. E eles dizem que é para um debate mais consciente sobre políticas públicas de combate às drogas em vigor e principalmente afasta o que alguns operadores do direito chamam de a censura prévia. Não, meu amigo. É saúde pública. É a nossa juventude. São os nossos filhos que precisam ser alertados para os males que as drogas fazem.

Eu lido com pessoas drogadas há 40 anos. Eu sou atualizado. Eu leio três, quatro jornais por dia. Eu sou psicólogo, advogado, não sou fechado para qualquer evolução.

Mas, entendam os senhores, para os jovens isso é um rastilho. Não vou nem falar do Presidente Fernando Henrique o mal que ele faz para os nossos jovens. E o Supremo, essa marcha, está dizendo que não pode fumar durante a marcha. Quer dizer, eles só vêem viciados por fotografia e na televisão. Eu vejo ao vivo e a cores, às terças-feiras, pessoas desesperadas, dizendo para mim: “Como eu saio dessa?” Eu tenho certeza que a maconha é o início da caminhada porque estamos liberando uma coisa. Nós estamos entusiasmando os jovens a usarem uma coisa que não tem cura no mundo. Um cidadão fuma um cigarro de maconha aos 12 anos de idade, registra na sua memória química e não tem como apagar isso.

O laboratório do mundo que descobrir o remédio que cure a droga vai ficar biliardário. O mundo quer esse remédio. Nós não temos nenhum trabalho de prevenção a nível nacional. Isso, sim, o Supremo poderia ter dito.

Presidente da República, por que o senhor não tem nenhum trabalho de prevenção às drogas a nível Brasil, cobrar dos governadores, dos 5.500 municípios? Por que o senhor não tem nenhum trabalho de prevenção? Agora, não. Quer colocar os nossos jovens cara a cara com a droga, com a maconha.

No Brasil não tem um único viciado preso. No Art. 28 da nossa lei sobre drogas, que não é contra as drogas, mas sobre drogas, apenas permite que seja feita aos jovens uma advertência se a quantidade que ele tiver for para o uso próprio. O juiz pode determinar que ele freqüente, no máximo, por cinco meses uma entidade que cuide de drogados. É só isso. Não. Eles querem maconha vendendo na charutaria. Eles querem ver liberado, querem isso fácil e sem nenhum esclarecimento.

A ONU concluiu que de cada cem quilos de drogas fabricados no mundo, as melhores polícias do mundo como do Japão, França, Itália, Canadá, Estados Unidos só apreende, no máximo, 20 por cento. Oitenta por cento no mundo chegam aos consumidores e aqui os senhores estão facilitando mais ainda.

O Presidente Fernando Henrique eu não voto nele nem para o síndico do meu prédio. Mas, se ele quiser ser síndico do meu prédio, faço campanha contra. Imagine para qualquer outro cargo. Nesse eu já nem falo mais. Será que ele gostaria que um neto seu usasse maconha? Eu não sei. Eu não vou entrar em caso pessoal.

Mas o Supremo liberar a marcha da maconha? Depois, vêm outras pessoas dando palpites equivocados. Veja o que a Associação dos Juízes para a Democracia diz: “As marchas da maconha não trazem nenhum prejuízo ou risco para a sociedade”. Na cabeça deles a sua proibição, sim, é um desastre para a democracia. Meus amigos, isso é problema de saúde pública. Pergunto a esses juízes que assinaram: se o seu filho usar a maconha o senhor está satisfeito?

Lamento profundamente a decisão do Supremo Tribunal Federal. A decisão desses oitos ministros é lamentável, na opinião de quem lida com os drogados todos os dias, que mantém no Centro, na Av. Jabaquara 2669, grátis, há 40 anos, 150 viciados. Vão lá fazer uma pesquisa se essas mães que choram, os viciados do crack são a favor da maconha. Ministros, é lamentável a decisão dos senhores. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO – PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Dilmo dos Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários da Casa, cidadãos que nos acompanham pela TV Assembleia, quero fazer coro à manifestação do Deputado Edson Ferrarini e, também, lamentar profundamente esse posicionamento de apologia e conivência com o crime manifestado ontem pelo Supremo tribunal Federal.

Eu assisti a manifestação e o voto de uma das ministras, dizendo que a repressão do regime militar não deveria ser manifesta com repressões a qualquer espécie de manifestação. Eu acho que é uma comparação absurda.

O Deputado Edson Ferrarini como Coronel da Polícia Militar, pessoa que luta para a defesa da vida contra as drogas, sente na carne que mais uma barreirinha foi tirada da frente do traficante. Parece-me que cada vez fica mais fácil para o tráfico, para o traficante e, como policiais, nós sofremos.

Nós não somos contra a liberdade de expressão de ninguém, desde que o objeto dessa liberdade seja lícito e não apologia ao tráfico de entorpecentes.

Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, venho a esta tribuna para mostrar uma matéria que está estampada hoje no jornal “Folha de S.Paulo”, que me deixa bastante esperançoso em relação à votação da PEC 300, que cria um piso nacional para os profissionais da Segurança Pública.

O título da matéria: “O PT se une para votar contra o Governo”. Está aqui o posicionamento mais do que sóbrio do Presidente da Câmara dos Deputados, Deputado petista Marco Maia.

Eu quero dizer que a PEC 300 tem que ser pautada, sim. Já foi votada na primeira votação, vamos colocá-la para votar na segunda votação. A Ministra Ideli Salvatti começou da pior forma possível, fazendo uma reunião com os governadores aliados pedindo aos deputados apoio para não pautar e não votar a PEC 300 e a Emenda 29, que trata dos recursos da Saúde. A Ministra recebeu como resposta do Governador de Pernambuco, do PSB, que disse: “Espera aí, Ministra, a senhora sentou na cadeira agora. Nós estamos dirigindo o Estado há muito mais tempo”.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Luiz Claudio Marcolino.

 

* * *

 

Eu cansei de ouvir o Tasso Genro defender o piso nacional para os policiais bombeiros civis e militares. Então, o que está acontecendo? E é justamente isso que quero dizer aos companheiros do PT. Tem uma frase que o Deputado Campos Machado usa muito: ser aliado, mas não ser alienado. Realmente, não é para se rebelar, não. É tomar um posicionamento que durante a campanha presidencial, também, hoje, o Vice-Presidente Michel Temer, Presidente Nacional, afastado do PMDB, comprometeu-se em pautar e votar a PEC 300. Ele está sentindo crescer o movimento agora com os partidos que são aliados, sendo Governo Federal, mas que, também, não entende como vamos deixar os policiais e bombeiros brasileiros na miséria para chegar num ponto como está no Rio de Janeiro. Nós não podemos e tudo que estamos querendo é que seja pautado o projeto, que seja votado e que seja estabelecida por uma lei complementar a faixa salarial desse piso nacional.

O Supremo Tribunal Federal acabou de reconhecer numa decisão que abre o caminho para a criação de novos pisos nacionais para profissionais ao reconhecer a constitucionalidade do piso nacional da Educação

Eu quero dizer da minha satisfação com o Presidente da Câmara dos Deputados Marco Maia, com as lideranças do PT, do PMDB, do PSB, do meu PDT, partidos que são aliados ao Governo Federal, mas que querem que realmente a Segurança Pública melhore no nosso País. Nós não vamos ter a Segurança Pública tratada como cidadão merece, enquanto os policiais e bombeiros tiverem esse salário aviltante.

Está marcada para o próximo dia 5 de julho uma grande manifestação em Brasília pró-aprovação da PEC 300. O Presidente da Câmara dos Deputados Marco Maia disse claramente que o seu desejo é de pautar e votar. Quero ver no plenário quem vai votar contra a PEC 300. Eu quero ela pautada para ser votada no segundo semestre. Não podemos deixar passar deste ano a aprovação de um piso nacional para os policiais civis e militares e os bombeiros militares brasileiros.

 

O SR. EDSON FERRARINI - PTB - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, quero me somar às palavras do Deputado Major Olímpio e dizer que também como integrante da Polícia Militar torço para que a PEC 300 - e temos feito tudo o que é possível para que seja aprovada. O que estamos vendo?

No Rio de Janeiro o Governador Sérgio Cabral aviltou os bombeiros, que chegaram à loucura de entrar em greve e invadir o quartel. Novecentos e quatro reais por mês é o que recebem. A população do Rio de Janeiro ficou indignada com o Governador, que ofendeu aqueles heróis.

Quando Governador do Ceará, Tasso Jereissati pagou um salário de fome para a sua Polícia Militar. Quando ela fez o movimento, ele reprimiu de forma violenta, achando que estava certo. Não se reelegeu para senador, não se reelegeu para mais nada. Esta foi a resposta da população.

A PEC 300 precisa ser aprovada. Paute-se para votação. Quero ver qual o partido que vai ter coragem de dizer ‘o policial não merece este aumento.’ Era o que o Governador Sérgio Cabral queria para o Rio de Janeiro.

Encerro lamentando, mais uma vez, a decisão que tomou o Supremo Tribunal Federal ontem. Esta decisão é contra os nossos filhos, é contra a nossa juventude porque o jovem vai achar que a maconha está praticamente liberada.

Maconha é problema de Saúde pública. O Supremo interpretou como liberdade de expressão. Não! É problema de Saúde, a saúde do nosso jovem. Quantos jovens não estão iniciando na maconha porque disseram ‘está vendo, maconha não faz mal.’

Eu falo em escolas todos os dias: “Saibam dizer não.”

Quem oferece a droga é o amigo, o colega e falam três mentiras na hora de oferecer: experimenta uma vez só, está na moda, isso não faz mal.

Nunca vi um traficante pegar o revólver, botar na cabeça da pessoa e dizer “Cheira se não você morre.’ Não! É o amigo. É a moda. E o jovem segue a moda. Aliás, está dando a impressão de que a marcha da maconha é moda. Quarenta cidades vão fazer a marcha já nos próximos dias, liberada pelos oito ministros do Supremo, endossada por pessoas que veem viciados por fotografia e na televisão. Eu não. Eu vejo ao vivo e em cores mães chorando e jovens arrebentados, estourados na cocaína e o primeiro degrau foi a maconha.

 

O SR. JOSÉ BITTENCOURT - PDT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente amanhã, às 20 horas, aqui neste Parlamento, estaremos conduzindo uma Sessão Solene em comemoração aos 100 anos da Assembleia de Deus aqui no Brasil. A Sessão Solene tem dois focos. O primeiro é em cumprimento a uma lei de nossa autoria que cria o Dia da Assembleia de Deus aqui o Estado de São Paulo. Mas como neste ano comemora-se os 100 anos da criação da Igreja evangélica Assembleia de Deus no Brasil, estaremos fazendo nossa homenagem simultaneamente aqui neste Parlamento a esta igreja pujante e histórica, que poderíamos dizer é a locomotiva do movimento pentecostal aqui no Brasil. Ela é pioneira. É, portanto, uma igreja pentecostal histórica e queremos deixar um convite a todos os deputados, embora já tenha sido feito através do convite oficial da Casa. Queremos também deixar de público uma palavra de agradecimento ao Deputado Barros Munhoz, Presidente efetivo desta Casa.

Portanto amanhã teremos uma grande celebração com diversas lideranças institucionais desta igreja aqui em São Paulo e no Brasil.

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Esgotado o tempo destinado ao Pequeno Expediente vamos passar ao Grande Expediente.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, telespectador da TV Assembleia, dizem que decisão da Justiça não se questiona, cumpre-se. Entretanto, tenho de manifestar meu desagrado com esta inconveniente liberação das passeatas em favor das drogas por parte do STF. Faço minhas as palavras do Deputado Major Olímpio Gomes, do Deputado Edson Ferrarini, enfim, dos parlamentares que lutam contra as drogas como o Deputado Donisete Braga.

Hoje, se pede a descriminalização da maconha e amanhã, o que será? Se pedir a liberação do uso não é apologia à droga, então o que mais será?

No sábado, a Marcha da Maconha já vai acontecer em 40 cidades. Os defensores da maconha já estão dizendo que com a decisão, a organização das marchas poderá partir para o debate da legalização da droga.

Dizem que isto é liberdade. Pois então, não é essa a liberdade que eu quero para mim, para a minha família e para as famílias de bem. Isto não tem nada a ver com liberdade. Isso não é livre expressão de pensamento. Isso é a expressão do que é prejudicial ao ser humano, do vício, da doença, da degradação humana. E agora falo como médico: quem duvidar disto, que vá comigo à cracolândia. Vá ver a que ponto chega a degradação do ser humano. Vamos perguntar àquelas pessoas qual foi seu primeiro contato com as drogas. Eu aposto que as drogas mais citadas serão: o cigarro, a bebida alcoólica e a maconha. E ainda liberam as marchas favoráveis à maconha!!

Eu quero dizer ao "Bloco da Maconha" - é assim que eles se autodenominam - que os senhores estão equivocados.

São tantas as causas nobres pelas quais devemos lutar. Devemos criar a marcha pela paz, pelo meio ambiente, pela vida, pela segurança, pela qualidade de vida, pela Saúde. Só me resta lamentar e alertar dizendo que o caminha não é este.

Quando eu queria aprovar a lei dos bares, a lei que controla a bebida alcoólica, dizia aos meus detratores: O tempo é o Senhor da Verdade e vou repetir esta frase aos senhores: O tempo é o senhor da verdade!

Excelentíssimos senhores juizes, todos nós somos passíveis de erros e lamentavelmente, os senhores erraram. As drogas atrapalham o nosso presgnte e comprometem o nosso futuro. Qualquer decisão que diga respeito às drogas deve ter a participação da sociedade como um todo. São as famílias, os pais. as mães que devem decidir sobre que tipo de tratamento às drogas devem ter dentro da nossa sociedade.

Não é um grupo de juizes, por mais capazes e seletos que sejam, não é uma minoria favorável à legalização das drogas, que devem tomar para si a prerrogativa de tal decisão. Para continuar a minha luta, eu tenho que acreditar que os bons são a maioria. Que a maioria diz não às drogas.

Mudaram a lei, o usuário deixou de ser considerado um criminoso. Muito bem. Concordo. Mas então, o que é o usuário? É um viciado. Uma pessoa doente. Precisa, então, se ele precisa de tratamento, ele deve obrigatoriamente receber este tratamento! Por quê? Porque ele não é um doente comum. Ele é um disseminador da doença. Desta doença que é a droga.

Nenhum traficante obriga a pessoa a se viciar. Ela recebe as drogas e é convencida de usá-la através de um conhecido, geralmente um amigo. E quem é este amigo? É um usuário. O usuário é um propagador do tráfico. Ele é um dos pilares que sustentam o tráfico de drogas. O papel do usuário é preponderante! E aí eu me pergunto: Quem é que participa das marchas pelas drogas? São os traficantes? São os bandidos? Quem será que está lá? São as pessoas que não usam? São os pais e as mães que querem manter seus filhos longe das drogas? São os professores que tanto lutam contra as drogas nas escolas? São os policiais que arriscam a vida no combate às drogas? Quem serão os participantes destas marchas? Será que é o Fernando Henrique, ex-Presidente da república?

Senhor usuário, o senhor sabe qual é o seu papel no tráfico de drogas? O senhor sabe que a sua maconha, o seu baseadinho também furta, rouba, ameaça, extorque, sequestra, mata? O seu Baseadinho infelicita famílias, mata crianças inocentes, destrói os jovens. O senhor e o seu "inocente" baseadinho são terrivelmente nocivos à sociedade e um dia esta violência toda vai se voltar contra o senhor.

Como eu digo sempre: o tempo é o senhor da verdade.

Estive na União Soviética, na época do movimento pacifista. Quando cheguei no aeroporto, vi uma frase: “Paz mundial é dever de todos”. Mas lá também deveria ter outra frase: “A qualidade de vida é dever de todos, inclusive dos senhores juízes”. Lá em Moscou, falavam que os moscovitas e os russos comiam as criancinhas, vi as crianças em creches, nas escolas, não nas ruas e cruzamentos como vemos aqui em São Paulo e em outras cidades de país. Essas crianças que têm pai e mãe de rua, que vão comprar as drogas para essas crianças com o dinheiro que ali conseguem ganhar. Essa criança vai para a Fundação Casa, ou vai para o presídio se a polícia não matar antes. Essas crianças que saíram dos cruzamentos estão na cracolândia.

Na Rússia falavam que o regime socialista era muito ruim, mas vi lá as crianças nas creches e nas escolas. Internavam os moscovitas até por um resfriado ou gripe. Aqui as pessoas com broncopneumonia, ardendo em febre, não conseguem vagas nos hospitais. Lá em Moscou vi lugares reservados para fumar. Lá não se bebe como aqui na Vila Madalena, em Moema e no Itaim, na frente dos adolescentes que são encaminhados para a bebida alcoólica, para o tabagismo, para a maconha, para as drogas. Todos eles vão parar na cracolândia. Nós da Comissão anticrack vamos visitar a cracolândia por esses dias, mas já sabemos o que vamos encontrar lá.

Caro presidente, quero dizer que essa luta é muito difícil. Não é fácil. Todos nós, homens e mulheres de bem, procuramos lutar contra as drogas que matam, que destroem as famílias. Imaginem a família que tem um drogado em casa, a preocupação da mãe, do pai, e de todos os familiares. Aí vêm os seletos juízes do STF e liberam a marcha da maconha. Daqui a pouco teremos uma marcha para dar alguma coisa. É muito complicado.

Temos esperança de que esse país encontrará o caminho correto, que certamente não é aquele de fazer uma marcha da maconha, do crack, do oxi. Oxi é a mistura da cocaína com cal virgem, que pode causar até cegueira, misturada com gasolina e querosene, que causa vertigens, enjoos, ânsia e vômitos. É essa droga que nossos adolescentes estão consumindo. Não é esse o nosso caminho.

Termino minha fala dizendo que acredito em Deus e nesta Casa, que pode ser um dos maiores fóruns na discussão da luta antidrogas para que possamos deixar para os nossos futuros herdeiros um país melhor, uma cidade melhor, uma sociedade com qualidade de vida.

Agradeço a tolerância e quero dizer que haveremos de conquistar o direito à vida e à qualidade de vida, não fazendo a marcha para as drogas.

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Por permuta de tempo com o nobre deputado Reinaldo Alguz, tem a palavra o nobre deputado José Bittencourt, pelo tempo regimental de 10 minutos.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. JOSÉ BITTENCOURT - PDT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, senhoras e senhores parlamentares, telespectadores da TV Assembleia, imprensa, todos que estão presentes e nos assistem nesse instante, consta do trâmite normal da Casa o Projeto de lei nº 179, de 2010, do Tribunal de Justiça, que cria no sub-quadro de cargos públicos do quadro do Tribunal de Justiça 2.199 cargos de assistentes, que terão a incumbência de assistir o juiz, assistir o magistrado, de ajudar, de auxiliar, de estar presente, próximo ao magistrado, e o magistrado do juízo originário, ou seja, da primeira instância, do momento em que o processo chega ao Judiciário.

Então é fundamental que deliberemos esse projeto, porque ele vai trazer ao juízo de primeiro grau um corpo técnico mais qualificado, vai dar mais condição de celeridade ao processo judicial, aos feitos judiciais que estão abarrotando os juízos de primeiro grau, as instâncias iniciais aqui no Estado de São Paulo. Temos cerca de dois mil e poucos juízes aqui no Estado, e esses assistentes terão essa função de ajudar os magistrados a terem um pouco mais de condição de prestar à Justiça, de prestar à jurisdição, àquele que se socorre do Poder Judiciário, um pouco mais de celeridade.

Sr. Presidente, esse projeto chegou aqui no ano passado. Foi encaminhado pelo Governador José Serra, como manda a Constituição, tendo o Tribunal de Justiça feito a sua parte na elaboração do próprio projeto, justificativa do então Presidente Viana Santos, em memória, e o próprio projeto traz aqui algumas elucidações importantes. A primeira, que o valor desse recurso para fazer frente a essa demanda na folha de pessoal, o próprio Art. 4º do projeto diz: “As despesas resultantes da aplicação desta lei correrão à conta de dotações orçamentárias consignadas no Orçamento, programa vigente do próprio Tribunal.” E é claro, a condicional vem aqui, “e em havendo necessidade suplementarmente, será solicitado ao Executivo”. Mas o que entendemos é que o próprio Tribunal de Justiça se enquadra, absorve o impacto na folha de pagamento da nomeação desses 2.199 cargos de assistentes para a Magistratura de primeiro grau.

Outra coisa que é importante frisar, é que não são cargos comissionados. Não se observa aqui nenhuma criação de cargo de livre provimento. Para esses cargos, será observado o princípio do ingresso no serviço público pelo concurso público de provas e títulos, que é o mais legítimo, o mais autêntico.

O que me espanta é que esse projeto está aqui desde o ano passado. É fundamental para a estrutura judicial no Estado de São Paulo. O Presidente da Apamagis, Associação Paulista dos Magistrados, Dr. Paulo Dimas, ilustre desembargador, e outros que poderíamos aqui citar, apoia esse projeto. Entre os deputados a conversa é uma só, que pautemos e deliberemos esse projeto, que é fundamental para a Justiça em São Paulo.

O Presidente Bedran tem feito também sinalização nesse sentido de termos esse projeto deliberado na Casa. A própria OAB, aqui em São Paulo, almeja ver o Judiciário repleto de funcionários capacitados. E esse assistente judiciário é fundamental para que o juiz se detenha em causas complexas. Aliás, hoje, até o escrevente tem capacidade de fazer despachos ordenatórios e coisas dessa natureza. Quanto mais o assistente de um juiz que no seu ingresso ao serviço público será aferida a sua qualificação e, portanto, com um preparo adequado estará ajudando a Magistratura de primeiro grau aqui em São Paulo, dando mais celeridade à prestação jurisdicional àqueles que se socorrem do Judiciário.

Em outubro de 2010, capitaneamos aqui a coleta de assinaturas para o requerimento de urgência, porque esse projeto está em regime ordinário de tramitação legislativa. Deputado Fernando Capez, V. Exa. assinou; o Deputado Campos Machado assinou; outros deputados assinaram, de todas as bancadas. Mas ainda não foi deliberado por esta Casa. Portanto, no Colégio de Líderes, na próxima terça-feira, estaremos solicitando ao Presidente efetivo desta Casa, Deputado Barros Munhoz, para que coloque em pauta pelo menos para ser votada a urgência em sua tramitação, porque aí teríamos um pouco mais de oportunidade para maturar o projeto. E na hora em que houver um entendimento entre os poderes já definirmos a deliberação, muito embora eu entenda que estando aqui na Casa temos o dever de deliberar de modo bastante rápido.

Ele foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça. Vossa Excelência, Deputado Fernando Capez, à época era o Presidente. Hoje está com o Deputado Roberto Engler na Comissão de Finanças e Orçamento e Planejamento, aguardando parecer. Por isso é que nós, na terça-feira, iremos levantar essa bandeira para deliberarmos a urgência desse projeto e encaminharmos um entendimento para a sua aprovação.

 

O SR. FERNANDO CAPEZ - PSDB - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Nobre Deputado José Bittencourt, gostaria de parabenizá-lo por essa fala, por sua atuação e dizer que me somo a V. Exa. nesses esforços, que seja pedida, demandada, postulada a aprovação do regime de urgência. Estou aqui junto a V. Exa.: o que for necessário para atuarmos no sentido de levar à rápida aprovação dessa urgência seria do interesse de toda a sociedade, não apenas do Poder Judiciário. A Constituição diz que todo cidadão tem direito à solução do processo num prazo razoável. Se não dermos estrutura ao Judiciário, não há como fazer exigências com base no texto da lei.

Parabéns, Deputado José Bittencourt.

 

O SR. JOSÉ BITTENCOURT - PDT - Obrigado, Deputado Fernando Capez. Adiciono a sua manifestação ao nosso discurso.

O juiz federal tem seu assistente, tem uma estrutura muito maior do que a Justiça estadual. Temos que tomar, no âmbito de nossas atribuições, as medidas necessárias.

Fica aqui o nosso apelo ao Deputado Samuel Moreira, líder do Governo, para que na terça-feira também se some ao coro dessa manifestação, e assim estaremos deliberando uma coisa que é muito importante para a Justiça de São Paulo.

Defendemos reposição salarial para os servidores, cumprimento da data-base dos servidores pelo Tribunal de Justiça, melhores salários para os servidores, melhores condições de trabalho, mas também defendemos uma Magistratura altiva, capaz, competente, autônoma, dinâmica, e que tenha assessoria necessária para que realmente atenda a expectativa do jurisdicionado.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra, por permuta de tempo com o nobre Deputado Roberto Massafera, o nobre Deputado Fernando Capez.

 

O SR. FERNANDO CAPEZ - PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, gostaria de registrar aqui a honrosa presença de dois dignos representantes do Legislativo do Município de Piraju, nosso querido Vereador Ari e Vereador Eduardo, que honram esta Casa Legislativa com o seu comparecimento.

Srs. telespectadores da TV Assembleia, há pouco houve um movimento do qual participaram todas as Assembleias Legislativas do Brasil, no sentido de ampliar o âmbito da competência dos poderes legislativos dos Estados. Como é do conhecimento do telespectador, os Estados não podem legislar sobre Direito Civil, não podem legislar sobre Direito Penal, sobre Processo Penal nem Processo civil, sobre Direito Previdenciário.

Aos Estados ficou o resto, o resíduo, aquilo que depois de a União ter enumerado exaustivamente, e depois daquilo que ficou para os municípios, no que diz respeito ao seu peculiar interesse, fica aos Estados uma competência residual.

Nós aqui, Deputados estaduais, nos esforçamos para apresentar projetos na área de Defesa do Consumidor, Meio Ambiente, Saúde, Segurança Pública; a Comissão de Constituição e Justiça da Casa elaborou um código de procedimentos.

Falava há pouco o Deputado José Bittencourt sobre a necessidade de se aprovar um projeto dotando de cargos e de estrutura o Poder Judiciário. E nós apresentamos aqui um código de procedimentos para agilizar a tramitação dos processos.

Vem agora o Congresso Nacional e aprova uma lei que vai entrar em vigor em 04 de julho, e esta lei vai mudar muita coisa em matéria processual. É uma lei que, por não existir competência dos Estados nesta matéria, fixa as mesmas regras para o Estado do Amapá, do Acre e para o Estado de São Paulo, que tem 40% da população carcerária do Brasil e 60% do movimento processual.

Vamos ver algumas das inovações que foram criadas. A primeira mudança que vai entrar em vigor com a Lei 12.403, de 04 de maio de 2005, vamos verificar no Parágrafo 4º do Art. 282: no caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas, o juiz poderá substituir a medida e impor outra em cumulação, ou em último caso decretar a prisão preventiva.

De que medida se está tratando? Vamos até o Art. 319. Esta lei, que vai entrar em vigor no dia 04 de julho deste ano, praticamente acabou com a prisão provisória. Praticamente acabou com o acusado responder preso a um processo. O juiz, então, sempre que sentir a necessidade de garantir o comparecimento do réu ao processo, de garantir os fins do processo, ele não mais decreta a prisão. No lugar da prisão, agora são impostas as seguintes medidas: comparecimento mensal ao fórum, proibição de frequentar determinados lugares, obrigação de manter distância de uma residência ou de determinadas pessoas, proibição de sair da cidade sem avisar o juiz, ficar recolhido em casa à noite e nos dias de folga quando o sujeito está numa função pública praticando crime, ou numa atividade financeira ele fica suspenso dessa atividade durante o processo; no caso de inimputável, por exemplo, um louco violento que está respondendo a processo, ele pode ser internado provisoriamente; e a fiança.

Essas são as medidas que foram colocadas pela lei.

Além delas, vem a grande novidade. Temos uma lei estadual, aprovada aqui, projeto do Deputado Baleia Rossi. Mas agora a nova lei que entra em vigor no dia 04 de julho estabelece a monitoração eletrônica cautelar. O que significa isso? A partir de 04 de julho, toda vez que o juiz necessitar impor uma determinada medida, para garantir o processo, a prisão, que nesse caso é chamada de prisão preventiva, é a última hipótese.

Em primeiro lugar, o juiz, para garantir que o processo siga normalmente, sem que o acusado atrapalhe as provas, ou sem que ele fuja, ao invés de decretar a prisão, ele vai impor uma dessas medidas: tem que ir ao fórum todo mês e justificar o que está fazendo, ou então não pode sair da cidade sem avisar o juiz, vai ter que manter distância de uma casa, de uma família, de um grupo de pessoas, vai ter que se submeter à suspensão de uma função pública, e vai ter agora a novidade da monitoração eletrônica cautelar.

Durante o processo ele ficará com uma pulseira ou tornozeleira eletrônica, sendo monitorado em todos os locais. Essas são as medidas impostas. Somente quando impostas essas medidas - o sujeito está com a tornozeleira e vai para onde quer, ficou obrigado a comparecer ao fórum mensalmente e não foi, ficou proibido de sair da comarca e saiu - somente quando frustradas todas essas medidas é que o juiz poderá decretar a prisão preventiva.

A prisão preventiva, portanto, passou a ser o último dos últimos recursos. Se o acusado estiver ameaçando fugir, se ele ameaçar a ordem pública, podendo praticar crimes, embora respondendo a processo, se ele colocar em risco a produção das provas, o juiz não decreta a prisão. Em primeiro lugar ele vai optar por uma dessas alternativas.

A questão que coloco é: todas essas regras conseguem se adaptar do mesmo modo ao Estado do Sergipe, do Amapá, do Acre e ao Estado de São Paulo? Não teria a Assembleia Legislativa estadual o porquê de regular essas questões, atendendo às peculiaridades do Estado?

Cedo um aparte ao nobre Deputado Estevam Galvão.

 

O SR. ESTEVAM GALVÃO - DEM - Deputado Capez, tenho um grande respeito por V. Exa. e pelo seu saber jurídico. Talvez V. Exa. não saiba, mas eu acompanho bastante o seu trabalho, e até com louvor. Tomei conhecimento - isso foi até falado hoje na Comissão de Trabalho - que a Comissão de Constituição e Justiça está trabalhando para que não se aprovem mais nesta Casa as leis autorizativas, que acabam sendo uma indicação ou um requerimento.

Quando V. Exa. vem para falar sobre essa lei federal, que praticamente acabou com a decretação de prisão preventiva, tenho que render as minhas homenagens pela sua preocupação, porque isso acaba dificultando sobremaneira o trabalho da prevenção do Judiciário e da Polícia, de todos nós. Isso acaba dificultando que se mantenha a paz e a tranquilidade de todo cidadão.

Em alguns casos o acusado fica obrigado a comparecer ao fórum, etc, e no caso de uma decretação, porque o acusado pode prejudicar na investigação do crime, diante dessa lei, como fica?

 

O SR. FERNANDO CAPEZ - PSDB - O juiz agora, diante das seguintes situações: garantia da ordem pública, ou seja, está demonstrado que se o acusado ficar solto, poderá continuar a praticar crimes. Ou por necessidade de proteger as provas convenientes da instrução criminal, está demonstrado que ele solto vai ameaçar testemunhas, vai fraudar provas, etc. Ou para assegurar a aplicação da Lei Penal, está demonstrado que está vendendo todos os bens e se preparando para fugir do país.

Numa dessas hipóteses, cabe a decretação da prisão preventiva. O juiz decreta a prisão para que ele fique impossibilitado de fugir, de praticar novos crimes ou de atrapalhar as provas. É isso que a lei diz. A lei que vai entrar em vigor em quatro de julho coloca essa hipótese como a última. Se isso estiver acontecendo, qualquer dessas hipóteses, o juiz vai tentar, antes de decretar a prisão, aplicar uma das medidas previstas pelo Art. 319.

O que cabe às Assembleias Legislativas? Será que o Poder Legislativo do Estado de São Paulo não vai poder olhar essa lei e adaptá-la às necessidades da nossa população? Será que temos de continuar com o Código de Processo Penal que valha igualmente para todo o País, quando vivemos numa Federação, com autonomia de cada Estado? Que autonomia fajuta é essa? Que Federação é essa que concebemos no pacto da Constituição Federal de cinco de outubro de 1988? Uma falsa Federação. É um Estado centralizador, unitário, que concentra autoritariamente nas mãos da União todo o poder de legislar. Nós, deputados, que estamos em contato com as populações no Estado de São Paulo, não fomos sequer ouvidos para podermos opinar de acordo com a realidade do nosso Estado.

Vou voltar a esta tribuna para trazer mais algumas novidades dessa lei, que será realidade no dia quatro de julho, que aprovou a monitoração eletrônica, sendo que agora precisamos adaptá-la à realidade do Estado de São Paulo. Por essa razão, presidentes de Assembleias Legislativa, vamos pressionar o Congresso Nacional para que não fique essa questão de aumentar a competência uma questão meramente para inglês ver, mas que seja efetivada essa postura e esse aumento da competência constitucional de cada Assembleia Legislativa. Acredito nisso e por isso fiz questão, com muito orgulho, de retornar a esta Casa Legislativa e não postular uma vaga no Congresso Nacional.

 

O SR. ESTEVAM GALVÃO - DEM - Parabéns, Deputado Fernando Capez, pelo pronunciamento.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - A Presidência tem a grata satisfação de anunciar a presença do Sr. André Donizete da Silva, Presidente do Instituto de Previdência do Município de Jacareí, a convite do nobre Deputado Marco Aurélio. (Palmas.)

Tem a palavra o nobre Deputado Vinicius Camarinha. (Pausa.)

 

O SR. ESTEVAM GALVÃO - DEM - Sr. Presidente, solicito usar a palavra no tempo destinado ao nobre Deputado Edmir Chedid.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - É regimental. Tem a palavra o nobre Deputado Estevam Galvão, no tempo destinado ao nobre Deputado Edmir Chedid.

 

O SR. ESTEVAM GALVÃO - DEM - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, quero cumprimentar o nobre Deputado Fernando Capez pelo seu pronunciamento e, muito mais do que isso, pela sua preocupação quanto às nossas prerrogativas, as prerrogativas dos deputados estaduais, que são poucas. Muitas vezes, até para apresentarmos um trabalho perante a população, que é o nosso dever, nossa obrigação, acabamos apresentando uma quantidade de leis autorizativas, que na verdade não têm nenhuma eficácia. Fernando Capez está tendo a coragem, juntamente com a Presidente da Comissão de Constituição e Justiça, nobre Deputada Maria Lúcia Amary, e outros deputados, de transformar isso em indicação, em requerimento. O nobre Deputado Fernando Capez se preocupa com as prerrogativas da Casa. Isso valoriza sobremaneira o nosso trabalho.

Em 2007, apresentei um projeto de lei criando o Programa da Visão. Esse programa consiste, de acordo com o projeto apresentado, em testes de acuidade visual em todas as crianças, de todas as idades, desde a creche, o ensino fundamental, e também pessoas idosas. O projeto está tramitando nesta Casa, mas todos sabemos das dificuldades para que os projetos sejam apreciados e votados. Em 2007, apresentei o mesmo projeto em forma de emenda ao Orçamento, criando o Programa da Visão, fixando verba etc. Essa emenda foi aprovada, então foi transformada em lei. O Governo criou esse programa com o nome Visão do Futuro. O programa vem sendo trabalhado no Estado. O Estado já atendeu a cerca de 200 mil crianças, mas vamos continuar lutando, pois entendo que para o Estado de São Paulo 200 mil crianças é muito pouco.

O Programa da Visão consiste em testes de acuidade visual e, no caso de necessidade, de exames oftalmológicos até tratamento e doação dos óculos. Hoje, vejo com muita alegria, até sensibilizado, que o governo encaminhou para esta Casa o Projeto de lei nº 591, de 2011, que autoriza o Poder Executivo a instituir programas assistenciais destinados a atender pessoas em situação de vulnerabilidade social, e dá providências correlatas.

O Art. 1º do projeto diz:

“Fica o Poder Executivo autorizado a instituir, por intermédio do Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo - Fussesp, programas sociais destinados a atender pessoas em situação de vulnerabilidade social.” O projeto enumera ações como “ampliar as oportunidades educacionais e profissionais de crianças e adolescentes” e “incentivar a prática, pelos idosos, de atividades esportivas, artísticas e culturais”.

O item III desse artigo diz: “prevenir e recuperar a saúde ocular de crianças, adolescentes e idosos”.

Isso vem exatamente ao encontro daquela minha proposta que, no início, foi um projeto de lei e, depois, uma emenda parlamentar. Mas percebo que esse trabalho da Casa sensibilizou o Governo, tanto é que ele está preocupado em trabalhar na prevenção e recuperação da saúde ocular.

Todavia, entendo ainda que esse item esteja muito pobre. Pretendo apresentar uma emenda a esse projeto na Comissão de Finanças e Orçamento, deixando claro que para que esse programa seja eficiente e produza os efeitos necessários, principalmente junto às crianças, a prevenção deve ser acompanhada de teste de acuidade visual.

Não existe forma outra de o Governo fazer exames oftalmológicos em todas as crianças, em todos os idosos. Já o teste de acuidade visual pode ser feito por uma pessoa orientada, por uma professora, por uma enfermeira ou qualquer outra pessoa da área da Saúde, pois o teste não é difícil de ser feito. Detectando-se a necessidade, essa pessoa será submetida ao exame oftalmológico. Acho que é só dessa maneira que esse programa será exatamente o que desejamos, representando o anseio da população da Cidade e do Estado de São Paulo.

Sendo assim, quero render as minhas homenagens ao Governador do Estado, à Primeira-Dama, ao Fundo Social de Solidariedade, pela apresentação desse projeto, que, tenho certeza, será importantíssimo para todos nós. Parabéns ao Governo e parabéns a esta Casa, que sempre tem trabalhado. Já que não temos muitas prerrogativas para apresentar projetos, temos a oportunidade de aperfeiçoar os projetos encaminhados pelo Poder Executivo. Obrigado.

 

O Sr. Presidente - Jooji Hato - PMDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, por permuta de tempo com o nobre Deputado André Soares, tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga, pelo tempo remanescente do Grande Expediente.

 

O SR. Donisete Braga - PT - Agradeço ao nobre Deputado André Soares, que me concedeu o tempo. Nas galerias, temos alguns jovens do Colégio Renovação, que estão conhecendo o Parlamento e acompanhando os trabalhos do Poder Legislativo. Entendemos que é fundamental que a juventude do nosso Estado participe ativamente da vida política do País, para que seja estabelecido o senso crítico, num processo em que o cidadão, enquanto brasileiro, possa cobrar dos seus representantes.

Ouvi atentamente o Deputado Edson Ferrarini quando se manifestava em relação à decisão proferida ontem, pelo Supremo Tribunal Federal, acerca da liberação da Marcha da Maconha. Trata-se de um tema bastante complexo, polêmico. Se fizermos uma ampla análise em relação às drogas ou fazer uma pergunta a uma mãe ou a um pai em relação a essa decisão, talvez a primeira reação seja a de não aceitá-la.

Meu partido sempre defendeu de forma pioneira a manifestação do cidadão. Inclusive, a nossa Constituição Federal defende o direito de manifestação, o direito de ir e de vir.

Hoje, li uma matéria do jornal “Folha de S.Paulo”, que diz que é possível estampar na camiseta a frase “Participo da marcha da maconha”. Já a frase “A maconha prejudica a saúde”, não é possível. Ou seja, de forma muito explicita, já existe uma conotação de que é uma coisa proibida, que prejudica a saúde. Por mais que tenhamos que respeitar a Corte do Supremo, já que lá estão os juízes, que defendem as suas teses, sou radicalmente contra. Inclusive, manifesto uma posição que nem debati no meu partido. Haverá um encontro estadual no final de semana, e eu nem discuti esse assunto com a minha bancada, com o meu líder.

Sr. Presidente, Deputado Jooji Hato, V. Exa. tem sido um grande parceiro nessa questão que temos desencadeado: o combate ao crack e a outras drogas no nosso Estado e no País. Estou muito envolvido, até sentimentalmente. Talvez cometa o equívoco de manifestar uma posição que o meu partido ainda nem discutiu, mas quero fazê-lo enquanto pessoa, enquanto pai, enquanto pensamento. Jamais vou aceitar um debate como esse.

Acompanhei atentamente o discurso que V. Exa. fez sobre o que é ouvir o Maradona e o que é ouvir o Pelé. Inclusive, nesse dia, eu presidia a sessão. Esse debate surgiu com muita ênfase, até em função da manifestação do ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso.

Enquanto política pública, quero que o meu Estado e o meu País garantam os direitos da criança e do adolescente. Quero que o meu Estado e o meu País garantam essa lei extremamente democrática que discutimos, e que ainda precisa ser aperfeiçoada, o Estatuto da Criança e do Adolescente. Quero discutir políticas públicas e cobrar, inclusive da Presidente Dilma, que é do meu partido. Votei nela e, para mim, é motivo de muito orgulho tê-la apoiado. Quero que ela promova políticas públicas que fortaleçam os estados e os municípios brasileiros; que garantam investimentos para as áreas de Esporte, Cultura, Lazer; que garantam uma educação de qualidade; que garantam uma educação de inclusão; que garantam um país livre, sem preconceitos. Que um dia não tenhamos que ficar discutindo quem é a favor ou contra as cotas nas universidades porque queremos que todo cidadão possa frequentar uma universidade.

Acho que esse é um debate crucial, fundamental para o nosso País, para os nossos pais, para as nossas mães. Queremos um Brasil no qual valorizemos a formação, a capacitação; no qual haja a garantia da dignidade por meio do emprego, da moradia; no qual haja direito ao saneamento básico e ao meio ambiente sustentável.

Essas são as políticas públicas que queremos garantir para o nosso país e para o nosso Estado.

Ontem acompanhei votos de alguns ministros quando defendiam o voto do Relator Celso Mello. Estou então radicalizando a minha posição para que o público não veja na minha intervenção qualquer ato de coibir as manifestações. Queremos sim que os professores tenham o direito de se manifestarem para cobrar do Governo do Estado políticas salariais. Queremos que os servidores federais façam movimento de greve para cobrar qualquer reivindicação salarial ou qualidade de trabalho. Espelhando-me na figura do Deputado Luiz Claudio Marcolino, que presidiu o Sindicato dos Bancários, esperamos que os bancários, da mesma forma, se manifestem, sejam do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal, ou do Bradesco, do Itaú. Queremos que os direitos trabalhistas sejam garantidos, pois foram conquistas desde que o nosso então Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Luiz Inácio Lula da Silva, foi preso. Tudo isso foi muito questionado e mal compreendido pela imprensa e pessoas. Não quero entrar no mérito daquela época de 70 e de 80, mas hoje, felizmente, muitos segmentos sociais têm direito de greve.

A greve é vista como instrumento de luta para garantir os interesses do povo brasileiro, como, por exemplo, o salário-desemprego, ou o direito das mães ao darem luz a seus filhos. Foram então conquistas que demoraram a acontecer. E hoje a greve se tornou um tema comum. Se recordarmos os registros deste Parlamento, de 20 anos atrás, veremos que a greve foi muito criticada, vendo-a como um movimento de anarquismo ou revolucionário. A democracia brasileira é hoje espelhada para a América Latina, ou para a Europa.

Usei todos esses argumentos para dizer que nós não temos nenhum ponto de vista que proíba as manifestações pelos direitos sociais, direitos à vida e à inclusão social no nosso país e no Estado de São Paulo. Registro a minha manifestação de forma fraterna e democrática. Queremos sim dialogar com todos os segmentos. Sei o quanto deve ser a dor no coração de um pai, ou de uma mãe, que tem um filho viciado na maconha, ou no oxi, ou no crack. Esse é o grande debate que temos de fazer. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Esta Presidência se congratula com as palavras de V. Exa., Deputado Donisete Braga. Não poderia ser diferente a postura do coordenador, ou do presidente da Frente Parlamentar na Luta Contra o Crack. Estamos solidários com as suas palavras. Se Deus quiser, engrandeceremos cada vez mais essa luta, que é difícil e árdua, mas com esse contratempo que estamos tendo com o STF, quero dizer ao nobre Deputado Donisete Braga que conte conosco. Quem sabe, passando a turma da maconha, venha a turma da cracolândia. Parabéns.

 

O SR. ISAC REIS - PT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público presente, assessoria, telespectadores da TV Assembleia, é muito importante para nós, que participamos da vida pública ocupando espaço neste Parlamento, poder vir a público e dizer “Nós estávamos certos naquilo que, ao longo dos anos, defendemos como modelo de inclusão social para esse país.”

Quero cumprimentar a nossa liderança que já produziu o documento. Hoje a nossa Presidente Dilma Rousseff lançou em Brasília o Programa Minha Casa Minha Vida II, com perspectiva de 2,6 milhões de moradias no Brasil. E temos credibilidade para falar nesses números. Quando Lula lançou o primeiro Minha Casa Minha Vida, o objetivo era um milhão de moradias. Passamos em 8%: 1,08 milhão de moradias, principalmente às pessoas mais carentes e humildes que ganham até três salários mínimos. E hoje, dando sequencia nesse Governo que deu certo, nessa linha de investir no social, entendendo que o sonho do cidadão é ter a sua casa, a Presidente Dilma lança o projeto para 2,6 milhões de moradias, podendo aumentar dependendo do volume que tiver.

Gostaríamos, de coração - e não é para fazer oposição -, que o PSDB tivesse essa visão, de que a moradia é um problema social de enorme relevância neste país. A matemática é uma ciência exata e os números ninguém pode contestar. Desde que o PSDB está no Governo, nobre Deputado Jooji Hato, foram feitos 335 mil apartamentos em 16 anos. Percebe-se então que não há aquele interesse, aquela vontade para dar resposta para o projeto habitacional.

Nesta Casa apresentamos uma frente parlamentar para a construção de moradia para o pessoal de baixa renda, e de qualidade. O Deputado Marcolino, eu e o Deputado Simão Pedro fazemos parte e estaremos no dia 22, na semana que vem, lançando essa frente. Teremos a presença da Inês Magalhães, responsável nacional pela Habitação, e do secretário de Habitação do Estado, para unir forças e provar que é possível dar moradia a essas pessoas. Não podemos ficar na contramão da história, correndo atrás do prejuízo. Estava hoje numa reunião no DAEE, num projeto deles que envolve 750 famílias. Mas no corpo do documento diz que a CDHU dará resposta. Mas que resposta é essa? Por que não coloca concretamente no papel que essas famílias terão suas casas, as chaves, para poderem dizer “Esta casa é minha”? Amanhã coloca essas famílias num aluguel social. “Mas disse que ia dar resposta!” Mas resposta de aluguel?

Foi isso que questionei. Por que não coloca que vai fazer moradia para essas famílias? Estamos na iminência de daqui a dois, dois anos e meio, o nosso país vai arrecadar três trilhões pelo Pré-Sal. Chegou a hora de discutirmos: qual é a parte que pode ser destinado para a moradia? Porque a Saúde já tem uma discussão nesse sentido, a Educação também, sobre o quinhão que lhes pertence.

Temos então de ter pessoas comprometidas na frente dos Poderes para dar essa resposta. E o déficit habitacional só não é maior no Estado de São Paulo porque eles acham que aquelas pessoas que moram numa área de risco, abaixo da linha de miséria, eles acham que já estão sendo contemplados, porque já têm a sua casa. Senão, esse déficit seria muito maior de pessoas que precisam de uma moradia.

Por isso temos que envidar esforços para acompanhar o que está acontecendo em nível nacional. Se em nível nacional pode, em São Paulo, que é a locomotiva desse país, que corresponde ao PIB do país, com uma parcela significativa, que tem recursos, também pode. Basta que tenhamos a compreensão, basta que tenha os municípios como parceiros, e não olhar para o prefeito de uma cidade pela sigla partidária que ele representa. Mas olhar que aquele prefeito está representando um sonho de milhares de pessoas. E fazer essas parcerias. Assim, podem ter certeza que nós vamos - não sei se resolver o problema -, mas vamos minimizar e muito o sofrimento dessas pessoas. Sabemos como é duro. E na contramão da história, nós aprovarmos nesta Casa um salário de 600 reais por mês, e falar que esse cidadão tem que pagar 300 de aluguel, nós vamos estar naquela situação: não, nós não matamos. Apenas emprestamos o revólver. É isso o que estamos fazendo.

Gostaria que esse Governo que está instalado olhasse com mais carinho a questão habitacional, da mesma maneira que está sendo feito em nível nacional. Muito obrigado.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, público presente nas galerias do plenário, funcionários, falta de fato o Estado de São Paulo uma política habitacional condizente com a realidade e com o tamanho do nosso Estado.

No mandato passado, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva havia prometido ao país um milhão de novas moradias, inclusive excedeu em 8% do que estava previsto inicialmente pelo Governo Federal. Temos visitado muito os municípios e temos percebido que muitos prefeitos aproveitaram essa oportunidade que o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu ao país e fizeram parcerias com o Governo Federal, construindo várias residências em todo o Estado.

Estivemos recentemente na cidade de Pindamonhangaba, no sentido de Moreira, para a entrega agora milhares de casas aos moradores da região. Temos visto em Carapicuíba, no Vale do Ribeira, em Registro, os prefeitos que aproveitaram a oportunidade e conseguiram construir uma política habitacional voltada para a sua população. E essa proposta apresentada pelo programa Minha Casa, Minha Vida 2, pela Presidente Dilma Rousseff, que duplica o volume de casas que foram feitas no Governo passado, pode chegar a dois milhões e seiscentas mil famílias que podem vir a ser atendidas com esse novo programa. É uma proposta que tem por meta atingir um milhão e duzentas mil pessoas que estão na faixa mensal de um mil e 600 reais, na zona urbana, e 15 mil reais para a zona rural, que corresponde a 60% do total de dois milhões das casas que serão entregues. Para a faixa de renda de até três mil e cem reais, ou para quem está no campo, na zona rural, até 30 mil reais por ano, e serão 600 mil novas habitações, sendo 30% do total do que está sendo proposto. E para as famílias com renda de até cinco mil reais por mês, na zona urbana e até 60 mil reais por ano na zona rural, serão 200 mil novas moradias.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, também estaremos na frente parlamentar de moradia, que será lançada no próximo dia 22, que prevê que mulheres separadas possam adquirir o imóvel mesmo sem a outorga do cônjuge, no Minha Casa, Minha Vida 2, que antes não podiam participar do Minha Casa, Minha Vida 1. Esta modalidade está limitada a famílias com renda de um mil e 600 reais.

O programa também permite a aquisição de imóveis nas áreas de processo de desapropriação, em operações de urbanização de favelas e assentamentos precários, uma grande vitória para milhares de famílias que vivem nessa situação.

Em São Paulo, nós temos algumas regiões, como o debate do Rodoanel que estamos acompanhando, a Nova Luz, Águas Espraiadas, agora as desapropriações que vão acontecer em virtude das obras para a Copa de 2014.

Então, faço um apelo ao Prefeito de São Paulo, que até agora não seguiu a mesma diretriz de muitos prefeitos do nosso Estado, no sentido de construir uma política habitacional. E esse apelo vale também para o Governador do Estado de São Paulo, que deveria aproveitar essa oportunidade para construir uma política habitacional para o nosso Estado porque, pela previsão do Governador Geraldo Alckmin, são apenas 150 mil famílias que serão atendidas pela CDHU até 2014, e o Governo Federal está colocando a proposta de atingir dois milhões e seiscentas mil famílias.

Não podemos perder essa oportunidade. Não podemos deixar passar como a Prefeitura de São Paulo, o Governo do Estado de São Paulo, o Governador Geraldo Alckmin, deixou passar na gestão anterior do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com a possibilidade de criar outro modelo de habitação para o nosso Estado.

Vamos ter várias intervenções no nosso município, várias intervenções no nosso Estado. Temos agora uma política do Governo Federal para a habitação no nosso Estado, e o Governo do Estado de São Paulo não pode perder essa oportunidade, porque nós não queremos só a casa. Além da casa é necessário que tenhamos escolas, creches, infraestrutura, estrutura comercial. Queremos também trazer dignidade para a população que vai ser beneficiada pela Minha Casa, Minha Vida 2, e que o Governo do Estado e os municípios façam um convênio com o Governo Federal, para criar condições de atender melhor a nossa população, que tanto carece de uma moradia digna.

Nós teremos no dia 22 a presença da Secretária Inês Magalhães na Assembleia Legislativa. E esperamos que com esse programa que foi lançado hoje pela Presidente Dilma Rousseff, que os municípios, os prefeitos e o Governo do Estado não percam essa oportunidade de criar condições de garantir uma residência de qualidade para a população do nosso Estado de São Paulo que tanto precisa. Muito obrigado.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, solicito o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, esta Presidência vai levantar a sessão. Antes, porém, convoca V. Exas. para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental, sem Ordem do Dia, lembrando-os ainda da Sessão Solene, a realizar-se amanhã, às 10 horas, com a finalidade de homenagear o aniversário do Secovi, Sindicato da Habitação de São Paulo, solicitada pela Deputada Maria Lúcia Amary.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 16 horas e 48 minutos.

 

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