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20 DE JUNHO DE 2011

067ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidente: JOOJI HATO

 

Secretário: CARLOS GIANNAZI

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - JOOJI HATO

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

002 - CARLOS GIANNAZI

Faz discurso sobre as fraudes ocorridas no sistema público de Saúde. Pede pela apuração e pela punição do crime. Defende as reivindicações dos servidores relativas ao reajuste salarial. Repudia a privatização de alguns setores da rede pública de Saúde do Estado de São Paulo.

 

003 - Presidente JOOJI HATO

Presta esclarecimentos quanto à tramitação do PLC 37/11.

 

004 - OLÍMPIO GOMES

Fala sobre a votação do reajuste salarial da Educação. Alega que esse aumento é insuficiente. Sugere aos membros da Apampesp e aos servidores do setor que fiscalizem essa iniciativa do Executivo. Afirma que deverá investigar o motivo pelo o qual o Hospital São José, localizado na Zona Norte de São Paulo, permanece inoperante.

 

005 - Presidente JOOJI HATO

Saúda os professores da Apampesp presentes na sessão.

 

006 - EDSON FERRARINI

Discorre sobre sua participação no programa "Manhã Maior" da Rede TV. Informa que discutiu sobre a Marcha da Maconha. Menciona a decisão proferida pelo Ministro Celso de Mello acerca do assunto. Manifesta sua posição contrária ao parecer que permitiu a realização do movimento. Relata fatos presenciados com usuários de drogas a fim de fundamentar sua posição e combater a deliberação do STF. Critica a postura favorável à Marcha da Maconha do ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso.

 

007 - FERNANDO CAPEZ

Informa que dia 04 de julho entrará em vigor as novas regras do Código Processual Penal. Explica o funcionamento das novas medidas. Repudia a alteração da lei do sistema de prisão provisória. Concorda com o pronunciamento do Deputado Edson Ferrari condizente ao combate às drogas. Aprova a decisão do STF por garantir o direito de expressão.

 

008 - VITOR SAPIENZA

Manifesta sua satisfação pela atuação dos Deputados nas Frentes Parlamentares. Dá conhecimento das quais ele participa. Tece críticas à Federação Paulista de Futebol por impor número mínimo de assentos em estádios que não corresponde com a sua real ocupação. Alega que muitos estádios do interior paulista dispõem da capacidade para 15 mil torcedores, mas a sua média de ocupação é de 400 a 500 pessoas. Diz que essa exigência faz com que os recursos das Prefeituras que deveriam ser destinados as necessidades dos municípios sejam desperdiçados com algo desnecessário.

 

009 - ALEX MANENTE

Dá conhecimento da visita do Governador Geraldo Alckmin à região do Grande ABC. Informa que nesse evento ele aprovou a instalação do metrô na região. Cita trajeto que a linha deverá percorrer. Salienta a sua importância para a população local. Elogia a sanção da Lei de Organização da Região Metropolitana.

 

010 - EDSON FERRARINI

Reitera discurso em combate a Marcha da Maconha. Diz que, após a sua participação no programa "Manhã Maior", recebeu inúmeras mensagens em apoio ao seu pronunciamento. Lê e-mails recebidos e endossa a críticas abordadas nos textos. Diz que a Legislação brasileira é impune ao uso de drogas. Faz menção a sua experiência com atendimento a dependentes químicos.

 

011 - OLÍMPIO GOMES

Concorda com a fala do Deputado Edson Ferrarini. Tece críticas ao livre comércio de drogas da "Cracolândia". Comunica que a liminar decorrente do mandado de segurança impetrado por duas associações representativas de policiais militares impede a utilização da fórmula de cálculo que reduz o salário desses servidores. Informa que a medida tem efeito vinculante, e por esse motivo não é necessário a instalação de ação semelhante. Chama a atenção para o pouco que resta, antes do recesso, para a votação da LDO.

 

GRANDE EXPEDIENTE

012 - CARLOS GIANNAZI

Informa que apresentou emendas ao PLC 37/11. Reivindica que o reajuste aos servidores públicos ocorra em parcela única. Defende que benefício concedido ao Magistério seja retroativo a março. Fala de reunião ocorrida com servidores do sistema prisional. Mostra holerite de funcionário do setor. Repudia a transferência de multas de trânsito aplicadas no transporte de presos sejam repassadas aos motoristas do setor. Critica o atraso no reembolso de despesas realizadas durante a transferência de presidiários.

 

013 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Para comunicação, registra o encaminhamento de 11 emendas ao PLC 37/11, pela bancada petista. Defende melhores condições trabalhistas aos professores, bem como a garantia de galgar carreira.

 

014 - ENIO TATTO

Pelo artigo 82, cumprimenta representantes da Apampesp. Informa que o grupo deve ser recebido em reunião do Colégio de Líderes, de 21/06. Ressalta o posicionamento do PT, no sentido de melhorar o projeto proposto pelo Executivo. Fala de audiência pública para debater a criação do aglomerado urbano de Jundiaí, composto por sete municípios. Defende a participação popular na tomada de decisões.

 

015 - SEBASTIÃO SANTOS

Pelo artigo 82, indigna-se com a falta de posição aos problemas vivenciados pelos pescadores. Acrescenta que o Decreto 56031/10 prejudica os que pescam em rios. Destaca reivindicações recebidas da categoria. Explica que o decreto paralisa o comércio pesqueiro. Considera que há descaso do poder público com as famílias que vivem da pesca. Pede melhores condições para o exercício da profissão.

 

016 - ENIO TATTO

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

 

017 - Presidente JOOJI HATO

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 21/06, à hora regimental, com ordem do dia. Lembra-os da realização de sessão solene hoje, às 20 horas, pelo "100º Aniversário do Colégio Dante Alighieri". Levanta a sessão.

 

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIII Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Carlos Giannazi para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, tem a palavra o primeiro orador inscrito, nobre Deputado Hamilton Pereira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, gostaria de dizer que estamos perplexos e estarrecidos em relação ao verdadeiro escândalo anunciado pela imprensa a partir de uma investigação profunda do Ministério Público Estadual sobre fraudes no sistema de saúde do Estado de São Paulo. São denúncias gravíssimas envolvendo o alto escalão do Governo Alckmin no Estado de São Paulo, envolvendo altos funcionários da Secretaria Estadual de Saúde, nomeados pelo próprio Secretário, e pelo Secretário de Estado de Esporte, Lazer e Juventude, Jorge Pagura, que pediu exoneração do cargo.

Essa denúncia é muito grave porque mostra que há uma verdadeira quadrilha organizada no aparato da Saúde Estadual. É o aparelho da Secretaria do Estado desviando recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) de São Paulo. O Ministério Público está fazendo uma investigação profunda. Agora, as denúncias vieram à tona e a população inteira está acompanhando o desenrolar dessa história.

De uma forma até contraditória, ao mesmo tempo em que existem essas máfias desviando dinheiro público do Orçamento do Estado, o Governo Estadual massacra os servidores que trabalham na ponta, os funcionários, os enfermeiros e os médicos que atendem a população.

Na semana passada, em várias regiões do Estado, houve manifestações de servidores da Saúde denunciando os baixíssimos salários, as péssimas condições de trabalho e a política salarial, que só tem arrochado os salários dos servidores da Saúde. E o Governo, de uma forma intransigente, não negocia com os servidores e nem ao menos reajusta os salários para repor as perdas inflacionárias do período.

O Governo é duro e autoritário com os servidores que realmente trabalham e, ao mesmo tempo, é complacente com essas quadrilhas que se organizam dentro do próprio Governo. Estamos nos referindo a pessoas ligadas ao alto escalão do tucanato em São Paulo: um Secretário de Estado e um coordenador de todos os hospitais do Estado, um cargo de confiança.

O dinheiro da Saúde está sendo desviado por esses grupos corruptos, organizados no aparelho da Secretaria da Saúde do Estado, e, numa outra ponta, o Governo massacra os funcionários que trabalham. Os servidores estão com as suas reivindicações salariais, fazendo manifestações e têm todo o nosso apoio porque queremos que os profissionais da Saúde tenham bons salários para que possam atender com dignidade a população usuária dos serviços públicos.

Gostaria de tocar nesse ponto da grande contradição: o Governador trata com repressão, autoritarismo e falta de diálogo os servidores que trabalham; a esses grupos corruptos que estão dentro do Governo, complacência total. Algumas pessoas nem foram exoneradas, entregaram o cargo porque o escândalo veio à tona. Mas o Governo nada fez, não investigou os fatos.

Além de tudo isso, temos um Governo extremamente complacente com as empresas, terceirizando e privatizando todo o Sistema de Saúde do Estado, com a anuência da Assembleia Legislativa, que votou projetos que precarizam ainda mais o atendimento na Rede Pública de Saúde do Estado.

Votamos contra a última aprovação nesta Casa. Este Deputado votou contra, o Deputado Olímpio Gomes, a Bancada do PT e do PCdoB, mas o projeto foi aprovado pela base do Governo, entregando 25% dos leitos e das consultas dos hospitais públicos para os convênios médicos. Agora, uma pessoa que depende do Serviço Público de Saúde terá que concorrer com uma pessoa que paga convênio. É um absurdo!

Como se não bastasse a privatização, a terceirização, a precarização e, mais ainda, o arrocho salarial que é imposto aos servidores da Saúde, assistimos perplexos a essa grave denúncia de funcionários e de pessoas ligadas ao alto escalão do Governador Geraldo Alckmin, do tucanato do PSDB, desviando dinheiro público do Orçamento da Saúde no Estado de São Paulo.

Exigimos que os culpados sejam punidos com todo rigor da lei, e que a Comissão de Saúde desta Casa convoque novamente o Secretário da Saúde e os envolvidos para fazer uma investigação profunda. A função do Parlamento e de cada deputado é de fiscalizar o Poder Executivo: a Assembleia Legislativa tem de cumprir o seu papel e o Ministério Público cumpre o seu investigando. Onde estão a Assembleia Legislativa e os deputados desta Casa, que não estão investigando esse caso? O mínimo que temos de fazer é convocar o Secretário estadual de Saúde para explicar todas essas irregularidades e punição exemplar para todos os culpados. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Esta Presidência comunica que devido à falha na publicação, o Projeto de lei Complementar nº 37, de 2011, de autoria do Governador, publicado no Diário da Assembleia em 16 de junho, constou na pauta de hoje como estando na 2ª sessão, quando deverá ser lido como constante na 3ª sessão. Apenas para fins de esclarecimento e conforme as publicações anteriores, a pauta da 1ª sessão ocorreu no último dia 16, e a pauta da 2ª sessão ocorreu no último dia 17, sendo hoje, portanto, a pauta da 3ª sessão.

Tem a palavra o nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Regina Gonçalves. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários desta Casa, cidadãos que nos acompanham pela TV Assembleia, representantes da Apampesp presentes nas galerias, vigilantes e esperando atitudes da Assembleia Legislativa, muito embora, numa segunda-feira, com apenas 27 deputados de 94 deputados que passaram de manhã para assinar o ponto até essa hora na Assembleia Legislativa. O nosso Presidente acabou de falar sobre a pauta do PLC 37, que tanto interessa à Educação, e já numa antevisão do rolo compressor que normalmente impõe a esta Casa - o pior é que esta Casa aceita -: colocar um relator especial e derrubar todas as emendas para entrar o projeto do Governo na sua íntegra. E junto com a LDO na semana que vem, vota, não vota, para podermos entrar no recesso e fazer exatamente o que o Governo quer.

Está sendo passado para a opinião pública como um grande avanço o fato de, finalmente, o Governo reconhecer o trabalho dos profissionais da Educação e valorizá-los adequadamente. Quando vamos esmiuçar o conteúdo do projeto, verificamos que estamos muito distantes de um reconhecimento real. E que, se divulgar à opinião pública um reajuste de 42%, ao longo de quatro anos, está simplesmente se mascarando algo que na verdade não irá corrigir nem a inflação que irá deverá acontecer no período, desconsiderando completamente todas as perdas salariais.

Quando pegamos o salário em 1º de janeiro de 95 a 1º de janeiro de 2011 de qualquer categoria profissional do servidor público do Estado e transformamos em Ufesp, que são as unidades fiscais do Estado de São Paulo, o indexador do Governo, observamos que o piso salarial caiu 50% entre 1º de janeiro de 95 a 1º de janeiro de 2011. Então é vergonhoso a gente assistir o Estado, com o superávit de arrecadação que tem e com um orçamento de 142 bilhões de reais, tratar dessa forma os servidores públicos do Estado. Mas digo a todas as companheiras da Apampesp e a todos os setores ligados à Educação para que permaneçam vigilantes. Mais de uma vez eu disse que de forma muito especial a Apampesp acaba provocando constrangimento pela história de luta, pelo trabalho, pelo esforço, pelo bem da Educação e pelas mentiras que muitas vezes ouvem de todas as áreas políticas: do Executivo e especialmente aqui do Legislativo. Duvido que as senhoras percorrendo os gabinetes tenham qualquer contrariedade na fala de qualquer um dos deputados ou assessores de deputados. Todo mundo é apaixonado pela Educação, todo mundo tem uma tia que é professora ou uma cunhada ou uma sogra ou a mãe ou o pai, mas aqui, por interesses e para se curvar diante do Palácio dos Bandeirantes, se mata de fome a mãe, o pai, a cunhada, a sogra. (Palmas.) E a gente fica entristecido com este posicionamento da Assembleia Legislativa.

O Deputado Carlos Giannazi falava sobre essa vergonha que está acontecendo em relação a servidores fantasmas, de alto escalão, na Secretaria da Saúde.

Na sexta-feira participei de uma mobilização de servidores da Saúde em frente à Secretaria da Saúde. Funcionários desesperados também esperando um reconhecimento salarial.

Ali eu lembrei, Deputado Carlos Giannazi, que a forma de tirar dinheiro, de roubar o que é do cidadão se faz de várias formas: através de funcionários fantasmas, através de contratos ilegais.

Disse desta tribuna, como disse na frente da Secretaria da Saúde, que me chegou ao conhecimento denúncia dando conta de que o Hospital São José, na zona norte de São Paulo, foi reformado, está pronto há dois anos, mas está sem funcionar. Fiz um Requerimento de Informação e a Secretaria me respondeu ‘Realmente, Deputado, o senhor tem razão. Faz 20 meses que estamos pagando 67 mil reais de aluguel e não estamos prestando atendimento porque a vigilância sanitária (que é nossa) não foi fazer a inspeção do hospital. ’ E é para bater palmas!

Ora, Deputado Vitor Sapienza, V. Exa. que é da zona norte sabe do desespero de não se ter hospitais públicos para atendimento da população e a Secretaria me responde de forma criminosa que estão pagando 67 mil reais/mês pela locação do imóvel fechado, sem utilização. E mais: sem previsão de utilização.

Estou indo atrás para saber quem são os proprietários desse imóvel, que era o antigo Hospital Albert Sabin, porque também já tenho denúncias de que tem muita gente poderosa e influente na área política que tinha interesse em que houvesse a locação.

Isso é uma vergonha! Pior que isso é a nossa Assembleia fazer parecer que tudo isso é normal, mas não é normal não e vamos continuar fiscalizando.

 

 O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Esta Presidência registra a presença dos professores e professoras aqui na Assembleia Legislativa, a quem dá as boas-vindas. (Palmas.)

Tem a palavra o nobre Deputado Dilmo dos Santos. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Vanessa Damo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adilson Rossi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato. Na Presidência. Tem a palavra o nobre Deputado Adriano Diogo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini.

 

O SR. EDSON FERRARINI - PTB - Sr. Presidente nobre Deputado Jooji Hato, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, amigos da TV Assembleia, professores, mestres que nos visitam e que estão reivindicando melhores salários, ontem participei do excelente programa na Rede TV, “Manhã Maior”, apresentado por duas pessoas muito jovens, a Daniela Albuquerque e Keila Lima. Fui para falar sobre a Marcha da Maconha. O programa é muito útil. Conversei com um dos rapazes organizadores da marcha, um rapaz de nível universitário.

Assisti, nesse final de semana, da meia noite às 6 horas da manhã, no Supremo Tribunal Federal, ao julgamento sobre se a Marcha da Maconha deveria ou não ser feita. Durante 3 horas ouvi o ministro relator Celso Melo lendo suas 60 páginas, uma peça jurídica maravilhosa e que certamente será modelo em vários lugares. Ele citou Rui Barbosa, o ministro Aliomar Baleiro, para dizer que o direito de reunião é justo. Mas eu diria: ministro, prestando atenção no que o senhor falava, eu via como o enfoque estava distorcido. O senhor enfocou o lado da liberdade dos seres humanos, dos brasileiros; o senhor falava como se estivéssemos na revolução, como se estivéssemos em um país em que ninguém tem direito a nada, em que numa reunião, vem a cavalaria; em que se coloca uma mordaça em quem vai falar.

Ministro, respeito a sua decisão, tudo que falou, data vênia, eu diria: “Bene curris, sed extran via” O que quer dizer isto? O senhor correu bem, mas, na minha opinião de psicólogo e de advogado o senhor correu na pista errada. Maconha não é um problema de liberdade, maconha é um problema de saúde pública. Quantas mães, estão nos ouvindo cuja maior preocupação é: será que meu filho adolescente vai usar droga? Será que ele vai oferecer maconha? Será que ele sabe dizer “não”?

Tenho respeito também aos outros ministros, mas eu lido com drogados há 40 anos. Aquele que está estourado na cocaína começou pela maconha, na sua grande maioria. Ministro, eu nunca tive um paciente que foi viciado por traficante que pegou o revólver, pôs na cabeça dele e disse cheira senão você morre; fuma o cigarro de maconha senão você morre. Nunca tive isso em 35 anos na Polícia Militar, tendo chegado ao posto máximo. A droga vem pela mão do melhor amigo em todos os casos, ministro. Cada viciado representa 5 a 10 novos viciados e a progressão é geométrica. E ainda esta semana, fiz uma palestra chamada Caminhos do Sucesso, em que mostro as coisas que levam ao sucesso e as coisas que dificultam, entre elas o álcool e as drogas.

Uma menina, ao final da palestra, me disse: “Aquele cara ali é um babaca, não serve para nada, a única vantagem dele é que ele fuma maconha”. Olha a distorção que está sendo colocada na cabaça do jovem. Ministro, parabéns. Lógico que tem de falar mal da Polícia Militar. A Polícia Militar não vai reprimir uma ação. Ela vai lá porque o Poder Judiciário proibiu uma marcha - foi da maconha, mas poderia ser de invasão de terras. A Polícia Militar lá vai. E como é uma ação de choque ela usou gás pimenta, bola de borracha, usou aquilo que é usado no mundo inteiro. Lembro-me da ministra Carmem Lúcia dizendo o seguinte: “Nos anos 70, 80, não podia me reunir na porta da minha faculdade, em Minas Gerais. E por que não vamos permitir que esses moços se reúnam?” Vejam a distorção: essa menina acha que usar maconha é status. E não é nada disso. Maconha não tem cura, droga não tem cura. Se o jovem fuma um cigarro de maconha aos 12 anos, registra na memória química e ele não vai para nunca mais. Tenho um amigo engenheiro que me disse: “Fumei maconha com a minha mulher até 70 anos. Ela morreu. Agora vou participar da marcha da maconha porque quero fazer uma homenagem para minha mulher”. Falei: Meu amigo, reze uma missa para sua mulher, acenda uma vela para ela, mas não faça esse mal para nossa juventude.

Presidente Fernando Henrique, o mal que o senhor está fazendo para as famílias e para a nossa juventude não tem preço. Votei no senhor para presidente, não voto mais no senhor nem para síndico do meu prédio. O mal que o senhor está fazendo para nossa juventude é muito grande. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Celso Giglio. (Pausa.)

Esgotada a lista de oradores inscritos vamos passar à Lista Suplementar. Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Cláudio Marcolino. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Milton Vieira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Paulo Rillo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alex Manente. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adriano Diogo. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Vanessa Damo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Fernando Capez, pelo tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. FERNANDO CAPEZ - PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, dia 04 de julho, daqui 15 dias, entram em vigor as novas regras do Código de Processo Penal.

Como de acordo com a Constituição Federal somente o Congresso Nacional pode editar regras gerais de processo, nós aqui da maior Assembleia legislativa, do maior e mais importante estado da federação, ficamos alijados de toda a discussão.

Temos, então, um processo penal uniforme para todo o país. As mesmas regras que valem para o sistema penitenciário do Estado de São Paulo, que abriga mais de 40% dos presos de todo o país, valem para o estado do Acre, do Amapá, com todo respeito a esses estados.

E agora teremos que nos defrontar com novos desafios, porque a lei recentemente aprovada mudou radical e integralmente o sistema de prisão provisória em nosso processo penal.

Vamos imaginar a seguinte cena: um adulto, um pedófilo pega uma criança, sequestra essa criança, leva essa criança até um galpão e pratica um ato libidinoso consigo próprio. Desculpem usar a expressão um pouco mais forte, mas uma expressão técnica, ele se masturba na presença da criança ou do adolescente. Sou obrigado a usar a expressão para enfocar com clareza a situação.

Muito bem: ele é preso em flagrante, um maníaco preso em flagrante. O que dizem as novas regras que vão entrar em vigor no dia 4 de julho? Em 24 horas tem que ser lavrado o auto de prisão em flagrante e enviado ao juiz. O juiz, ao receber o auto de prisão em flagrante desse pedófilo preso, não poderá decretar a prisão preventiva porque o Art. 313, inciso I, que vai passar a valer, com as novas regras, diz que só cabe prisão preventiva para crimes cuja pena máxima seja superior a quatro anos.

E agora, o juiz é obrigado a colocá-lo em liberdade? Por que não foram ouvidos aqueles que trabalham com isso no dia a dia? Será que o Congresso Nacional ouviu os promotores, procuradores, delegados de polícia, juízes criminais, advogados criminalistas, professores de Direito Penal? Será que ouviu os deputados estaduais que atuam nessa área tematicamente?

Estamos encaminhando um artigo - vamos torcer para que seja publicado - em que estamos sustentando que mesmo nesse caso, com base no poder geral de cautela, o juiz poderá decretar, sim, a prisão preventiva, mas é uma interpretação! As novas regras começam a entrar em vigor e já estão preocupando, já estão causando grande celeuma. E por essa razão eu indago: onde está o movimento nosso, das Assembleias Legislativas, para ampliar a competência nossa aqui, para disciplinar alguns temas de acordo com as peculiaridades do Estado de São Paulo?

Por outro lado, sem polemizar como meu querido coronel Edson Ferrarini, ilustre deputado que tem inteira razão na sua batalha contra as drogas, essa Marcha da Maconha não ajuda em nada, não esclarece nada. É uma marcha inoportuna, inadequada, quando estamos aí com as cracolândias, com as drogas destruindo a vida de pessoas, lares. Pedir para liberar a maconha? Nada mais inoportuno e contrário ao interesse público.

No entanto, devo defender a posição do Supremo Tribunal Federal quando diz que a Marcha da Maconha não caracteriza apologia a fato criminoso, porque apologia a fato criminoso se refere ao elogio, ao enaltecimento de um fato já praticado e específico. O Supremo apenas interpretou corretamente o dispositivo do Código Penal. Nada impede, no entanto, que durante a Marcha da Maconha aquele que vier a incitar publicamente o uso da droga seja imediatamente preso, porque o crime do Art. 286 subsiste: “incitar publicamente a prática de crime.” No mais, o que o Supremo Tribunal Federal quis dizer é o seguinte: manifestações pacíficas que defendam determinado ponto de vista, ainda que contrárias ao interesse público, podem ser realizadas. Você pode fazer uma manifestação defendendo a descriminalização do aborto. Eu, por exemplo, acho que o aborto é um crime gravíssimo, atenta contra a vida intrauterina e tem que continuar a ser crime. Mas não podemos fugir ao debate daqueles que querem expressar o seu posicionamento defendendo a descriminalização.

Há quem defenda descriminalização da maconha. Nunca ouvi nada tão estúpido como descriminalizar uma substância que faz tão mal à saúde, mas não podemos nos furtar ao debate, ouvir essa discussão. Ademais, o que esse pessoal da Marcha da Maconha quer, e necessita, é de publicidade. Se a Prefeitura autoriza a realização da passeata pacífica em que vai se defender um determinado ponto de vista, no caso a descriminalização da maconha, num local de São Paulo que não cause perturbação, que obviamente não pode ser a Avenida Paulista, onde há sete hospitais. Eles fazem essa manifestação em determinado ponto; não há repressão, ninguém chama a atenção, não dá palco para esse pessoal, e o que acontece? Cai no vazio, cai no esquecimento. Deixem falar. Nós não temos medo do debate. Não temos nenhum medo de demonstrar quão nocivo é o uso das drogas para essa juventude.

Mas o STF garantiu o direito à livre expressão do pensamento. Como dizia Voltaire, posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defendo até a morte o direito de dizê-las.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Vitor Sapienza.

 

O SR. VITOR SAPIENZA - PPS - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, a Assembleia Legislativa neste biênio inaugurou uma forma diferente de se fazer presente, com a criação das Frentes Parlamentares.

            Eu participo de algumas delas: valorização das Santas Casas, do Turismo, a despoluição dos rios, e uma com que tenho me ocupado, a Frente Parlamentar em defesa da revisão do número mínimo de lugares nos estádios de futebol.

            A maioria dos Srs. Deputados sabe que, além de ser conselheiro do Palmeiras, gosto muito de futebol. Existem alguns absurdos que não podemos entender. Parece que a Federação Paulista de Futebol está fora da realidade quando ela impõe que os clubes que participam da série A1 tenham no mínimo 15 mil lugares; na A2, 15 mil; na A3, 10 mil, e na Segunda Divisão, cinco mil lugares.

            Ocorre que essa exigência pode incentivar prefeitos a investir na construção, reforma ou adequação de estádios, utilizando recursos que poderiam ser aplicados em outros setores.

            Temos estádios no interior do Estado de São Paulo com capacidade para 15 mil torcedores, mas a sua média de ocupação é de 400 a 500 pessoas para assistirem a um jogo de futebol.

            Na sexta-feira passada estive em uma audiência pública em Rio Claro, onde ouvimos as pessoas das imediações. Estiveram presentes os Deputados Antonio Mentor e Roberto Morais, sob a Presidência do Deputado Aldo Demarchi. Depois de grandes debates tivemos a presença do Coronel Isidoro Suita, vice-Presidente do Departamento de Comunicação da Federação Paulista de Futebol- FPF que fez algumas colocações com as quais eu não concordo. Ele alega que é para ser feito porque existe uma norma, um regulamento. Não é assim! Temos que sentar, conversar, fazer com que as coisas sejam adequadas à realidade. De repente, nós do Brasil nos rebelamos contra as imposições da Fifa, que quer isso, quer aquilo, Morumbi não serve, Itaquerão vai servir, o estádio de Manaus... e de repente a FPF impõe limites aos clubes do interior, fazendo com que os prefeitos gastem os parcos recursos.

            Dentro desse quadro quero, primeiro, parabenizar meus colegas que, em sua maioria, ao criar as diversas frentes, têm feito com que elas funcionem. Espero que não haja uma proliferação tão grande que haja mais frentes do que trabalho a ser feito.

Quero dizer ao Sr. Del Nero, presidente da Federação Paulista de Futebol que essa determinação precisa ser repensada.Temos outras prioridades dentro do esporte, dentro da sociedade, nos municípios. Os recursos desses municípios precisam de outras destinações, bem diferentes das reformas e expansão dos estádios interioranos.

 

             O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Alex Manente.

 

O SR. ALEX MANENTE - PPS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, gostaria de comentar algumas ações que têm ocorrido na região do Grande ABC. A primeira é motivo de muita comemoração. Foi um tema debatido em demasia no ano passado no processo eleitoral: a chegada de um transporte de massa de qualidade, o Metrô. Esse é um tema que tem feito com que diversas lideranças tenham apoiado essa ação. O Governador Geraldo Alckmin esteve em Santo André na terça-feira passada tratando de vários temas.

Pudemos acompanhar, com felicidade, a assinatura do projeto executivo do Metrô para o Grande ABC. Teremos a Estação Tamanduateí, muito próxima a São Caetano do Sul. Num primeiro momento, temos a linha no Paço Municipal de São Bernardo do Campo, na região central da cidade. Isso dará condições de a população circular com maior facilidade. Esse projeto começa a ser desenvolvido neste momento, o edital está sendo lançado. Teremos a oportunidade de acompanhar, no ano que vem, o início das obras de execução para a chegada do Metrô na região do Grande ABC. Isso é motivo de alegria. Precisamos do desenvolvimento no transporte. O morador do Grande ABC sabe das dificuldades que encontramos para interligar as sete cidades e também para chegar à capital paulista. O Grande ABC precisa dessa conexão com um transporte público de qualidade. Essa foi uma grande batalha, que começa a sair do papel com o projeto executivo do Metrô para o Grande ABC.

O traçado sairá da Estação Tamanduateí, passará por São Caetano do Sul, passará na divisa de Santo André e São Bernardo do Campo, próximo à Avenida Lauro Gomes, e chegará à região central. Temos ali o corredor da EMTU, o trólebus, bem utilizado pela nossa população. Queremos a integração desse sistema de transporte coletivo para a nossa população.

Quero também ressaltar a importância da assinatura de diversas ordens de serviço para o empenho de recursos para a nossa região. Isso é um sinal positivo de que nos próximos anos teremos muitos investimentos do Governo do Estado para essa região tão importante, com um PIB tão significativo, que precisa desse aporte do Governo do Estado para melhorar a condição de vida da população.

Na semana passada, tivemos a oportunidade de participar da sanção da lei do projeto da reorganização da Região Metropolitana.

É importante termos um foro para debater temas convergentes, porque é impossível não pensar em investimentos conectados nas áreas de Habitação, Saneamento, Transporte, Segurança e Saúde. Uma Secretaria que reorganize a Região Metropolitana conseguirá canalizar de maneira adequada o dinheiro público, fazendo com que de fato a população tenha um serviço público de qualidade, o que é obrigação do Poder público. No entanto, muitas vezes, por falta dessa organização, os investimentos não são feitos de maneira correta e relacionada.

Por isso, acreditamos muito nessa reorganização da Região Metropolitana. Prova disso foram os investimentos produzidos na terça-feira passada para a região do Grande ABC, que foi privilegiada com diversos investimentos do Governo do Estado a partir de agora.

Volto a ressaltar o nosso empenho para vermos concretizado, o mais rápido possível, o projeto executivo do metrô, fazendo com que a população do Grande ABC tenha um transporte coletivo de qualidade, melhorando o nosso sistema viário e, consequentemente, a qualidade de vida da nossa população. Muito obrigado.

 

O Sr. Presidente - Jooji Hato - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini.

 

O SR. Edson Ferrarini - PTB - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, amigos da TV Assembleia, boa tarde. Cumprimento também os professores que aqui vieram exercendo o seu direito de cidadania e lutando por melhores condições.

Com relação à Marcha da Maconha, a sociedade não sabe o que fazer. O que fazer com um drogado? Uma mãe procurando onde colocar o filho... Não tem onde levar. A Marcha da Maconha não é apologia da droga. Os ministros do Supremo Tribunal preocuparam-se com o cerceamento da liberdade: “Isso é impedir que as pessoas se reúnam.” Não, não é isso. O jovem que vê essa passeata pensa: “A maconha não faz mal. Tem até o ex-Presidente da República, tem mais um outro do México, tem mais um outro da Colômbia...” Todos presidentes de fim de feira, que não se elegem mais para coisa alguma.

Hoje, na Rede TV!, participei do Programa “Manhã Maior”, com as apresentadoras Daniela Albuquerque e Keila Lima. Defendi minha posição. Quantos e-mails recebi de hoje cedo até agora! O meu amigo Paulo Pereira de Assis disse: “Muito bom dia ao senhor. Acompanhei sua entrevista no Programa ‘Manhã Maior’ desta segunda-feira. Sou totalmente a favor da sua ideia. Acho que temos que nos preocupar com coisas mais importantes no nosso dia a dia. Se deixarmos as coisas tomarem o rumo que estão, daqui a pouco virão as pessoas adeptas da cocaína e vão fazer a Marcha do Pó.”

Sabem o que o viciado em maconha quer? Ele quer que a maconha seja vendida em charutaria. Não tem um único viciado preso porque a nossa legislação é das mais brandas que existem. Ele só está sujeito a uma advertência sobre os efeitos da droga, pego para uso próprio; prestação de serviços à comunidade que não pode passar de cinco meses - o juiz que manda; medida educativa de comparecimento ao curso educativo. É só isso que se faz no Brasil, não pode ir preso. Eles querem maconha em charutaria. Daqui a pouco vamos fazer a marcha da cocaína na farmácia.

Vício do crack é também início da maconha. Sabe como é usado crack? Ele se chama mescladinho - eles misturam pedra de crack dentro do cigarro da maconha e o efeito são os dois juntos. É a maconha associada ao crack, que é devastador e mata. Veja outro e-mail, que ideia maravilhosa para a passeata da maconha: por que essa passeata não pode ser feita lá na cracolândia? Assim a realidade será mostrada. A Avenida Paulista é linda, cheia de carros bonitos e é incoerente com o futuro de um jovem dependente de maconha e outras drogas. Vá à cracolândia porque assim a passeata já aumenta. Lógico, estão lá agora 300 pessoas caídas no chão, é uma vergonha para o Brasil. E eles querem liberar a maconha. Na cracolândia não tem trânsito, é tudo parado e para a realização da passeata seria ótimo, engrossada imediatamente por aqueles adeptos.

Gostaria então de lamentar a decisão do Supremo porque ele se preocupou não com o problema da saúde pública, mas apenas com o direito de liberdade - de que é favorável à reunião e à liberdade de expressão. Sair por aí falando de maconha para um jovem é um rastilho de pólvora. Ele não interpreta, não entende e fala “Olha, tem um presidente falando a favor.” É o Fernando Henrique Cardoso, que eu penso que presta - falando com todo respeito - um grande desserviço para a família e para a nossa juventude.

Meus amigos, há 40 anos lido com drogados. Se você quiser, se nada deu certo, venha me visitar na Avenida Jabaquara, 2669. Toda terça-feira estou lá, são 150 viciados na minha frente, há 40 anos e sem cobrar um único centavo. Sou milionário do Deus lhe pague, porque a mãe me agradece e fala “Coronel, droga não tem cura no mundo. O que você faz?” Você pode estacionar. Mas as recaídas são muito constantes.

Eu lamento a decisão do Supremo, com todo respeito aos ministros. “Bene curristi, sed extra viam” - eles correram bem, mas na pista errada. Falando de liberdade, nota dez, mas falando de saúde pública a nota é bem baixa. Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários desta Casa, telespectadores da TV Assembleia, realmente a questão da droga é extremamente preocupante para todo o país. O Deputado Edson Ferrarini falava da cracolândia, que é um símbolo da vergonha dos poderes constituídos na Cidade de São Paulo e no nosso país. É vergonhoso saber que ali a polícia se omite, o município se omite e o Ministério Público aparece quando tem matéria televisiva. Não estou discutindo o caráter do tratamento que deva ser dado ao usuário de entorpecente, mas para a droga chegar ali existe a conivência dos poderes constituídos de toda forma, seja através do grande ou pequeno traficante, mas está ali. Hoje a Polícia Militar se omite, a Polícia Civil se omite, a Prefeitura de São Paulo através da subprefeitura se omite, a Secretaria da Saúde se omite. É vergonhoso. Aquilo é um símbolo do descaso, é um símbolo de que o crime compensa, infelizmente no nosso País.

Mas venho à tribuna dizer da concessão de uma liminar a um mandado de segurança impetrado por duas associações representativas de policiais militares, a Afam e a Associação dos Oficiais da Polícia Militar, haja vista que 11.354 policiais militares já teriam os seus salários diminuídos - oficiais, praças, ativos e inativos e pensionistas - que tiveram ganhos judiciais acrescidos aos seus vencimentos em cima da fórmula de cálculo do regime especial do trabalho policial.

O juiz Randolfo Ferraz de Campos na sexta-feira concedeu medida liminar impedindo que o comandante-geral da Polícia Militar já para a folha deste mês utilizasse a fórmula de cálculo prejudicando os policiais militares, até dizendo a todos que ainda estão preocupados - com toda razão - que não é necessário ingressarem mais com medida de caráter liminar haja vista que a decisão do juiz Randolfo Ferraz de Campos se estende a todos os policiais militares, associados ou não destas entidades - Afam e Associação dos Oficiais da Polícia Militar - pois os proventos deste mês serão baseados na fórmula de cálculo original uma vez que está mais do que provado que a fórmula de cálculo utilizada pela Polícia Militar é legal, está baseada em legislação complementar à Constituição e não há qualquer dúvida em relação à legitimidade da fórmula de cálculo principalmente daqueles que tiveram ganhos judiciais. Fica esta notícia a toda família policial tendo em vista a apreensão que existia em relação aos salários de 11.354 policiais militares.

Nestes minutos finais da minha fala quero lamentar que estejamos a dez dias do recesso e até agora nada foi encaminhado por parte do Governo do Estado em relação aos salários dos profissionais da Segurança Pública.

Se da Educação o projeto é demagógico e não contempla de fato os profissionais da Educação, da Segurança Pública a situação é pior ainda, pois nem projeto existe. E cria-se uma expectativa porque o comandante-geral da Polícia Militar faz reunião com os presidentes das associações policiais militares e diz ‘vocês vão ter aumento salarial em julho.’ Ele coloca em seu site que o comando fez proposta de reajuste salarial e que ainda é cedo para se falar em percentual, pois está em discussão.’ É cedo?! Ora, a data-base dos servidores no Estado de São Paulo é 1º de março.

Será que o comandante-geral da Polícia Militar está vivendo no mesmo mundo do seu soldado, que está morrendo de fome ou vive num mundo nababesco, com sua Captiva de luxo? É o reino da Etiópia. No QG da Polícia Militar, uma situação nababesca, tapete vermelho e os súditos morrendo de fome.

Governador de São Paulo, pelo amor de Deus, tome uma atitude e mande o projeto para esta Casa. Fale para o seu comandante parar com demagogia barata e dizer que os policiais terão reajuste em julho.

Daqui a cinco dias estaremos tão cansados que vamos precisar de um recesso, e, aí, nada vai se discutir até agosto.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs.Deputados, está esgotado o tempo destinado ao Pequeno Expediente. Vamos passar ao Grande Expediente.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, colegas servidoras aposentadas da rede estadual de ensino, colegas batalhadoras que estão sempre aqui trazendo à tona a discussão da valorização dos aposentados e pensionistas, segmento que tem sido abandonado pelos governos, gostaria de comunicar que apresentamos emenda ao Projeto de lei Complementar 37, de 2011, que concede o que chamamos de falso reajuste para os profissionais da educação, porque esse reajuste será parcelado em 4 anos, o que significa que será absorvido e ultrapassado até pela inflação em cada período. Apresentamos emendas para que esse reajuste seja concedido em uma única parcela e retroativo a 1º de março, data base salarial de todos os servidores do Estado de São Paulo.

Nesse sentido pedimos apoio de todas as bancadas para, no momento da votação, nossas emendas serem aprovadas, o projeto ser melhorado, ajustado e possa contemplar tanto os servidores da ativa como os aposentados e pensionistas.

Em relação ao projeto que também foi protocolado agora, o Projeto de lei Complementar 38 de 2011, dos funcionários do quadro de apoio, também apresentamos uma emenda para que ele seja aperfeiçoado e os servidores tenham o benefício agora e retroativo ao mês de março.

Gostaria de dizer ainda que nesse final de semana reunimo-nos nesta Assembleia Legislativa com vários servidores do Sistema Prisional do Estado de São Paulo, uma categoria totalmente marginalizada pelo governo estadual assim como outras categorias que também são marginalizadas, como a da Educação, da Saúde, da Segurança Pública e do Judiciário. É bom que a população saiba que os servidores do Sistema Prisional trabalham em condições extremamente precárias e são pressionados pelo governo, são vítimas de assédio moral, de perseguição política por parte dos diretores de presídio e pressionados pela população, pela mídia e, sobretudo, pelo crime organizado. Então esses servidores adoecem muito no trabalho devido ao grau de tensão que é muito elevado.

Reunimo-nos com o setor específico de agentes de escolta, que são aqueles que transportam os presos no estado, que levam os presos para as penitenciárias, para os fóruns, que fazem a transferência dos presos e são pessoas extremamente expostas, mas marginalizadas. Embora tenham prestado concurso para trabalhar na Secretaria de Administração Penitenciária sua carreira é vinculada à Secretaria de Gestão Pública, por isso são marginalizadas, não recebem as gratificações dos servidores do Sistema Prisional. Ou seja, os agentes de escolta, por não serem integrantes da Secretaria de Administração Penitenciária, mas da de Gestão Pública, não têm os mesmos direitos.

Apelamos ao governador que corrija esse grave erro e faça o reajuste para que esses servidores tenham os mesmos direitos dos outros servidores que trabalham no sistema prisional. Sem contar dos baixíssimos salários. Temos os holerites desses servidores, e queremos mostrá-los aos que estão aqui presentes. Um servidor do sistema penitenciário do Estado de São Paulo, um agente de escolta, motorista que transporta presos, tem um salário base de 450 reais. Esse é o salário base de todos os servidores do sistema prisional, mais especificamente dos agentes de escolta: 450 reais. Esses servidores arriscam as vidas. Isso é grave, Sr. Presidente. Sem contar outras denúncias gravíssimas sobre o transporte desses presos. Normalmente o transporte é acompanhado por viaturas da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Lógico que os carros da PM correm um pouco mais nas estradas, até para garantir a segurança e não ser vítimas de emboscada quando fazem o comboio desses presos.

Logicamente, o carro que transporta os presos, que é da Administração Penitenciária, tem que seguir a mesma velocidade, tem que acompanhar os carros da PM. Logicamente os carros da PM não são multados, mas esses carros o são, e quem tem que pagar a multa é o próprio servidor do sistema penitenciário, o motorista. Um absurdo. Já fizemos uma pesquisa na nossa audiência pública e 90% pagam multa, Sr. Presidente. Além de o servidor ganhar 450 reais de salário base, ele tem que pagar as multas, ou seja, ele tem que acompanhar as viaturas que estão dando escolta, proteção para o transporte dos presos, e paga as multas. O estado tem que ter mecanismos para fazer essa reparação. O salário base dele é 450 reais, inferior ao salário mínimo nacional e estadual, e ainda tem que passar esse constrangimento.

Um assalto a mão armada contra ele porque ele não tem que pagar a multa. Está na prerrogativa do seu trabalho. E outra denúncia é que quando esses servidores transportam presos para regiões distantes, para outras cidades, são obrigados a dormir em hotéis. O estado não paga no momento exato da viagem as despesas com hospedagem e alimentação. Ele será reembolsado depois de quatro a seis meses. O servidor que ganha 450 reais de salário base tem que pagar as próprias despesas durante o trabalho. Um absurdo. Então, exigimos que a Secretaria de Administração Penitenciária e a Secretaria de gestão Pública e o Sr. Governador façam uma intervenção e resolvam essa situação desumana e humilhante que tem prejudicado todos os servidores do sistema prisional, nesse caso específico os servidores que transportam os presos, os agentes de escolta. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, na semana passada o Executivo encaminhou a esta Casa o PLC 37, de 2011, que trata do reajuste dos professores e da modificação da carreira do segmento. Então, quero deixar registrado que a bancada do PT vem conversando com várias representações de professores do Estado de São Paulo, Apeoesp e outras entidades, e irá encaminhar 11 emendas a esse PLC, que melhoram as condições apresentadas pelo governador.

O governador já vem anunciando, há vários meses, que haveria um reajuste escalonado para os professores, já tínhamos colocado que tínhamos várias diferenças em relação ao projeto apresentado pelo Executivo. Achamos que deve haver uma política permanente de reajuste para os professores no Estado de São Paulo, não só da ativa, mas também para os aposentados. E nós, da Bancada do Partido dos Trabalhadores, estamos apresentando 11 emendas ao projeto do Executivo para melhorar não só a condição salarial dos nossos professores, mas também a carreira. O projeto que o Executivo encaminha para a Assembleia Legislativa na nossa avaliação é insuficiente, tem que ser melhorado. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, nobre Deputado Jooji Hato, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público que nos visita, queridas companheiras e companheiros, amigos da Apampesp, funcionários, acabei de falar agora com o Presidente da Casa e vocês, da Apampesp, serão recebidos amanhã, juntamente com o pessoal da Apeoesp, no Colégio de Líderes, para tratar desse projeto de lei, ao qual os Deputados Luiz Claudio Marcolino e Carlos Giannazi se referiram e que nós, da Bancada do PT, já apresentamos emendas tentando aperfeiçoá-lo, corrigir as distorções que se referem aos funcionários da Educação.

Sr. Presidente, assomo à tribuna para falar sobre esse Projeto de lei Complementar nº 13, de 2011. Vamos ter audiência pública, hoje, criando o Aglomerado Urbano de Jundiaí. Aprovamos aqui a Região Metropolitana de São Paulo, foi sancionada pelo Governador na semana passada, e depois de muitas audiências públicas - V. Exa. participou praticamente de todas - conseguimos melhorar bastante o projeto, aperfeiçoá-lo. E hoje temos essa audiência pública em Jundiaí - só teremos essa audiência -, porque lá está sendo criado o Aglomerado Urbano de Jundiaí, composto por sete municípios. Temos que discutir realmente com a população para aperfeiçoá-lo, entender o que ele significa.

É um novo sistema de gestão, de administração, que possibilita principalmente o planejamento dos investimentos e enfrentar os grandes problemas de forma conjunta. É sabido que município, individualmente, isoladamente, não consegue enfrentar os grandes problemas de meio ambiente, na área do transporte, na área do saneamento, na área da habitação. É por isso que a Bancada do Partido dos Trabalhadores é favorável ao projeto, mas quer discuti-lo, aperfeiçoá-lo, como fizemos com o projeto da Região Metropolitana de São Paulo, para que haja a participação da sociedade, tanto no sentido de sugerir, de discutir os principais problemas desse aglomerado e também de fiscalizar, que é um papel importante não só dos parlamentares, dos vereadores dos municípios, de nós, deputados, mas da sociedade organizada.

Estamos apresentando 13 emendas; outros deputados, individualmente, estão apresentando também, tudo no sentido de aperfeiçoar o trabalho. Umas da emendas que estamos apresentando no nosso substitutivo é de acrescentar algumas Secretarias que não estão contempladas no funcionamento desse aglomerado, por exemplo, a Secretaria de Recursos Hídricos, Educação e Cultura, muito importante, Esporte e Lazer, Saúde, Segurança Pública e Sistema Penitenciário e Direitos Humanos e Cidadania. Essas Secretarias também têm que fazer parte. Estas estão fora do projeto do Governo. Uma das emendas, portanto, vem nesse sentido.

Outras emendas que vão ao encontro de tudo o que é bandeira nossa, do PT, querem garantir a participação popular e dar funções deliberativas, para que realmente funcione, que a população tenha poder, a opção do debate; que aquilo que eles propuserem tenha peso no momento da tomada de decisões pelo Conselho de Desenvolvimento, que é composto pelo Governo do Estado e pelos prefeitos dos sete municípios.

É no sentido de contribuir, de melhorar e aperfeiçoar o projeto, assim como ajudamos a melhorar o projeto que cria a região metropolitana de São Paulo, e também garantir a participação da sociedade civil.

Colocamos aqui algumas propostas de representantes dos trabalhadores, do mundo acadêmico, além dos representantes de associações organizadas em todos esses municípios, tudo no sentido de aperfeiçoar, democratizar e dar transparência. Além do papel dos gestores, a sociedade pode contribuir muito nas deliberações, para enfrentar os grandes problemas.

Portanto, será hoje à noite, a partir das 19 horas, será no Paço Municipal. Tenho a certeza de que a região toda está mobilizada, com a presença dos prefeitos, vereadores, a sociedade civil. O Secretário Edson Aparecido parece que já confirmou a presença também, e muitos Deputados deverão participar desse importante projeto, que vem ao encontro das necessidades dessas regiões que começam a se unir para enfrentar os grandes problemas, como é o caso da região metropolitana de São Paulo.

 

O SR. SEBASTIÃO SANTOS - PRB - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários, telespectadores da TV Assembleia, assomo à tribuna novamente para deixar a nossa indignação por não existir, por parte das autoridades do nosso Estado, nenhuma posição em relação aos pescadores do Estado.

O decreto 56031 infelizmente está levando os pescadores do Estado, principalmente os que pescam em rios, a fazer parte dos miseráveis do nosso Estado e serem também incluídos na listagem do nosso País.

Na sexta-feira passada estive em Presidente Prudente, inaugurando mais um escritório nosso. Temos um em Rio Preto e um outro em Presidente Prudente, no centro da cidade, na Rua Dr. José Foz, 1021. Não importa se estou em Rio Preto, se estou em Presidente Prudente, em Araçatuba, o que importa é que onde há rio - Rio Grande, Rio Turvo, Rio Tietê - a reclamação é unânime: não sabemos o que vamos fazer.

Um dos pescadores disse: não tinha o que comer em casa, fui chamado para cortar cana. Peguei o facão e todos os aparatos e tentei cortar cana, mas infelizmente não suportei o trabalho, pois não estou acostumado a tal trabalho. Estou aqui necessitado de uma cesta básica para levar a minha família. Vejam que situação.

Esse decreto, além de proibir, também deixou todo o comércio de pesca paralisado. As casas de pesca estão lotadas de equipamentos, sem poder vender. Nesta semana, um pescador me ligou dizendo que liberaram o barco que estava preso havia cinco anos. É claro que liberaram, ele não pode pescar mais. Se pudesse colocar o barco no rio e buscar o alimento para sua família, não teriam liberado. Por que liberaram? Agora, alguém foi lá e leu um papelzinho dizendo que esse pescador estava de acordo com toda a regulamentação para ter seu equipamento no rio. Mas ele não pode pescar.

Na sexta-feira, juntamente com a TV Assembleia, irei ao Rio Grande, ao Rio Tietê para trazer informações a esta Casa de como estão vivendo os nossos companheiros, à mercê da miséria, sem ter o que fazer, a esposa desesperada. Gravarei imagens no rancho, na beira do rio, para que esta Casa possa ver como vive o pescador, desprezado. Trarei as imagens do congelador que hoje só tem bagre africano, não tem mais a piapara, a curimba, o dourado, o pacu. Só o bagre africano, pois não se pode pescar mais nada.

O Art. 6º do Decreto diz que cabe à Secretaria de Meio Ambiente atualizar, a cada quatro anos, os anexos deste decreto. Eles vão precisar atualizar porque não vai haver mais pescador, não vai poder pescar por cinco anos. Se tem de atualizar alguma coisa, é agora. Vamos dar um presente ao pescador, que terá seu dia comemorado em 29 de junho. Vamos dar a ele a condição de, no mínimo, fazer o que é correto: exercer sua profissão.

Na próxima sexta-feira irei ao Rio Grande, ao Rio Tietê. Convido os deputados desta Casa a estarem conosco e com a TV Assembleia para verem como estão vivendo essas pessoas. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, solicito o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, esta Presidência vai levantar a sessão. Antes, porém, convoca V. Exas. para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental, informando que a Ordem do Dia será a mesma da 65ª Sessão Ordinária, lembrando-os ainda a Sessão Solene a realizar-se hoje, às 20 horas, com a finalidade de comemorar o centenário do Colégio Dante Alighieri.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 15 horas e 54 minutos.

 

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