23 DE NOVEMBRO DE 2009

068ª SESSÃO SOLENE EM COMEMORAÇÃO AO “DIA DO MÚSICO”

 

Presidente: RODOLFO COSTA E SILVA

 

RESUMO

001 - Presidente RODOLFO COSTA E SILVA

Assume a Presidência e abre a sessão. Nomeia as autoridades presentes. Informa que esta sessão solene foi convocada pelo Presidente Barros Munhoz, por solicitação do Deputado Rodolfo Costa e Silva, na direção dos trabalhos, para homenagear o Dia do Músico. Convida o público a cantar, de pé, o Hino Nacional Brasileiro. Faz pronunciamento, enaltece o propósito de serem retomadas as aulas de música nas escolas públicas. Cita legislação federal sobre o assunto. Dá conhecimento de projeto piloto implantado em unidade escolar, e dos efeitos positivos aos estudantes, por promover mudanças sociais e valorizar a cidadania. Fala do Projeto Guri. Recorda os princípios matemáticos das partituras, que levam à organização do raciocínio. Elogia os profissionais músicos, pelo seu talento e competência, bem como a Ordem dos Músicos do Brasil. Lembra a passagem do "Dia do Músico", em homenagem à Santa Cecília, dia 22 de novembro. Anuncia apresentação musical feita pelo grupo "Violinos Show" e coral da Ordem dos Músicos do Brasil, regidos pelo maestro Ricardo Rosseto Mielli.

 

002 - JOSÉ AURÉLIO BORANGA

Conselheiro nacional da ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental - Informa que existem cerca de 60 mil músicos no Estado de São Paulo. Faz histórico sobre Santa Cecília, padroeira dos músicos. Louva a música pela sua linguagem universal, pelo efeito terapêutico e como elemento transformador da sociedade. Faz apelo às autoridades públicas no sentido de valorizar o ensino de música.

 

003 - Presidente RODOLFO COSTA E SILVA

Anuncia a Orquestra Sanfônica Brasileira, regida por Renata Sbrighi, que apresenta quatro canções. Saúda a presença da Sra. Mariângela Zan, filha do sanfoneiro Mário Zan.

 

004 - MÁRIO HENRIQUE OLIVEIRA

Presidente do Sindicato dos Músicos Profissionais e Intérpretes do Município de São Paulo - Sindimusp - Tece considerações sobre leis da década de 60 relativas ao trabalho e previdência dos músicos. Cita portaria sobre fiscalização da atividade dos músicos. Dá conhecimento de mudanças na Ordem dos Músicos do Brasil. Cita questões de direito autoral.  Ressalta que os benefícios para os músicos dependem da mobilização da própria categoria.

 

005 - Presidente RODOLFO COSTA E SILVA

Anuncia apresentações musicais, feitas pelo "Coral da Emily", pelo grupo "Violinos Show", solo da Sra. Emily, e pelo Coral da Ordem dos Músicos, que apresentou o "Hino ao Músico", este regido pelo maestro Ricardo Rossetto Mielli.

 

006 - ROBERTO BUENO

Presidente da Ordem dos Músicos do Brasil, Conselho Regional do Estado de São Paulo - Recorda que a música é combinação de seis notas que, sublimadas, alcançam a linguagem universal; é uma das artes mais antigas e reproduz sons da natureza. Lembra os desafios impostos aos compositores e músicos, que devem ter habilidade, competência e criatividade. Faz  abordagem poética sobre o significado da música, em expressar sentimentos. Elogia a atuação do Deputado Rodolfo Costa e Silva em prol dos músicos.

 

007 - ISABEL CRISTINA DIAS BERTIVELLI

Professora do Curso de Musicografia Braille da Ordem dos Músicos do Brasil - Presta esclarecimentos sobre as aulas direcionadas a músicos cegos, entre elas, a transcrição de partituras. Ressalta a necessidade de serem criadas oportunidades aos profissionais com limitação visual.

 

008 - MARCELA TREVISANI

Cantora, faz agradecimentos pela oportunidade de se apresentar. Informa que é preciso "abrir os olhos" da sociedade sobre a inclusão social. Apresenta duas canções, acompanhada dos músicos Júlio e Rodrigo.

 

009 - ROBERTO BUENO

Presidente da Ordem dos Músicos do Brasil, Conselho Regional do Estado de São Paulo - Presta homenagem a vários músicos, entre eles, os integrantes da Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo; e ao Sr. Robson César Correia de Mendonça, do Movimento dos Moradores de Rua - que fala em nome dos homenageados; bem como ao Deputado Rodolfo Costa e Silva.

 

010 - Presidente RODOLFO COSTA E SILVA

Agradece a honraria. Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Rodolfo Costa e Silva.

 

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O SR. PRESIDENTE – RODOLFO COSTA E SILVA - PSDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIII Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

 

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- É dada como lida a Ata da sessão anterior.

 

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O SR. PRESIDENTE - RODOLFO COSTA E SILVA - PSDB - Bom-dia a todos. Para quem não me conhece, sou o Deputado Rodolfo Costa e Silva. Solicitei esta Sessão Solene com o objetivo de homenagear o Dia do Músico. Sob a proteção de Deus e de Santa Cecília iniciamos os nossos trabalhos.

Quero cumprimentar as personalidades presentes: Mário Henrique Oliveira, presidente do Sindicato dos Músicos Profissionais e Intérpretes do Município de São Paulo - Sindimusp, o famoso Marinho, que está ao meu lado; Dr. José Aurélio Boranga, conselheiro nacional de uma associação da qual fui vice-presidente, a ABES – Associação Brasileira de Engenharia Sanitária ambiental, a quem convidei para coordenar toda a ação na Assembleia Legislativa na questão referente aos músicos e educação nas escolas com a música; professor Roberto Bueno, grande figura, meu amigo, presidente da Ordem dos Músicos do Brasil- Conselho Regional do Estado de São Paulo, que tem feito uma grande revolução, fazendo renascer e fortalecer a Ordem dos Músicos, o que é muito importante para os músicos do Estado de São Paulo e do país; professor Ricardo Rossetto Mielli, do Coral Mariano de Santana; capitão da PM Marcel Lacerda Soffner, da Seção de Comunicação Social da PM; Sargento Músico Robson Gari dos Santos, secretário da Banda Sinfônica do Exército; 1ª sargento Oneida, da Comunicação Social da PM; Sr. Álvaro A. de Souza, gerente de fiscalização da Ordem dos Músicos do Brasil; professor Ary de Jacomo Bisaglia, diretor da Jeunesses Musicales World Orchestra; capitão músico PM Ezequiel Alves, subcomandante do Corpo Musical; 1º tenente músico PM Antonio Menezes, oficial do Corpo Musical; capitão PM Renato Maximiniano da Silva; Sr. Robson César Correia de Mendonça, do Movimento Moradores de Rua; professora Isabel Cristina Dias Bertivelli, do curso de Musicografia Braille.

Senhoras Deputadas e senhores Deputados, minhas senhoras e meus senhores, esta  sessão solene foi convocada pelo Presidente desta Casa, Deputado Barros Munhoz, atendendo solicitação deste Deputado, com a finalidade de comemorar o Dia do Músico.

Convido todos os presentes para, de pé, ouvirmos e cantarmos o Hino Nacional Brasileiro, executado pela banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo, sob a regência do 2º Tenente músico PM Jassen Feliciano.

 

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- É executado o Hino Nacional Brasileiro.

 

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O SR. PRESIDENTE - RODOLFO COSTA E SILVA - PSDB - Esta Presidência agradece à Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo.

Meus amigos - músicos na maioria - acho que é o nosso segundo evento com os músicos aqui na Assembleia Legislativa neste ano - porque já fizemos outros, em outros anos. Gosto sempre de marcar que essa luta nossa na Assembleia Legislativa nasceu com a vontade política que temos de reintroduzir a música nas escolas pública do Estado de São Paulo.

Lembro-me quando ainda garotinho - já faz muito tempo - tínhamos música nas escolas públicas, tínhamos festivais, depois vieram os grandes festivais - mas eles começaram nas escolas - tínhamos canto orfeônico. Isso tudo, pelo papel que a música tem na formação da cidadania, do espírito público de cidadão, como cidadão livre, foi banido com o fim da democracia.

Temos aqui presente gente da minha idade, gente mais jovem e mais velha que eu, mas acho que todos aqui sabem da importância do ponto de vista da discussão, do ponto de vista do País que a música, neste País que é musical, sempre teve de comum importância; e queremos resgatar isso.

Esse ano nós tivemos vitórias, conseguimos avançar bastante no âmbito federal. Nós mesmos temos uma lei para introduzir as músicas nas escolas aqui no Estado de São Paulo, temos tentado trabalhar uma parceria com o Secretário da Educação para começarmos um trabalho piloto com a introdução da Música nas escolas, numa região aqui do Estado de São Paulo. Tenho discutido muito isso no interior do nosso Estado, tenho visto grandes iniciativas. Noutro dia estive no município de Taquarivaí, onde um professor de música está fazendo uma revolução impressionante naquela cidade em termos de trabalho com os jovens, com as crianças, seja na banda da cidade, seja nas escolas, enfim em todos os locais; o papel dessa turma é muito importante no “Projeto Guri”, fazendo voltar essa questão da formação do cidadão por intermédio da Música.

Eu, como engenheiro - tenho pouca cultura sobre Música -, aprendi uma coisa interessante: a música é matemática. Roberto, confesso que nunca tinha ouvido essa frase. A Música é Matemática; você dá um sinal, ela responde sempre com um tom. Se você dá o acorde, ela responde de forma organizada. Então ela também organiza o raciocínio, a formação. Portanto, além de criativa, a Música é também Matemática; e como é interessante isso na formação das crianças.

Nós começamos toda essa luta que sabemos será longa, mas temos avançado. Acho que temos conseguido conquistas importantes; temos que continuar nos mobilizando. A importância disso é que você fortalece um setor desta nação que é importante.

É muito importante o fortalecimento do setor musical no Brasil. E temos mão de obra, temos gente capacitada. Temos músicos, neste País, de todas as formas, para poder alavancar um projeto de formação musical mais aprofundada nas nossas escolas; nós temos os músicos, que são vocês. Temos a mão de obra, os técnicos, os especialistas, aqueles que podem exercer a carreira e têm a formação para exercê-la.

E aí essa luta acabou envolvendo a própria organização dos músicos, que é a Ordem dos Músicos. Toda carreira tem que ter sua organização. É preciso compreender que a aptidão musical é uma coisa como a do poeta, mas tem que ter uma formação técnica, ela tem que ser organizada e anda tem que ter direitos a serem preservados e protegidos.

Às vezes as pessoas em nome da liberdade de expressão querem desregulamentar todo um setor, mas é aquele músico, aquele que não é famoso, que vai ser o grande prejudicado.

Chegou uma época, no próprio futebol - que no Brasil todo mundo é um pouco entendido de futebol - em que os próprios jogadores falaram “não; nós precisamos de uma organização dos jogadores de futebol”. O futebol não é só o Ronaldo, não é só o Pelé. Futebol são todos aqueles que exercem essa profissão e que têm direitos. É em nome dessas pessoas que tecnicamente exercem a profissão, que não são famosas, e que não alavancam grandes empreendimentos, que temos que ter a organização musical, temos que ter a proteção do direito de preservar o seu mercado de trabalho e defender o seu interesse.

Portanto, nesta luta da Educação precisamos proteger nossos profissionais, aqueles que exercem o papel de músico no nosso País.

Foi uma grande parceria. O Roberto Bueno tem sido um grande parceiro nessa luta para que possamos avançar nessa questão aqui no Estado de São Paulo. Então, juntamos ao interesse de introduzir a música nas escolas como geração de mercado também para o músico, e geração de mercado para a grande indústria de equipamentos que temos no País, - por que não falar disso -, também importante para fomentar o fortalecimento da nossa indústria na área dos instrumentos musicais. Gerar trabalho e, principalmente, focar a escola como nova referência para a infância e a adolescência por meio da formação musical, fazendo a parceria dos nossos músicos com a nossa Secretaria da Educação.

Tenho certeza - e todos aqui nesse Estado e nesse País falam - de que não adianta combater a criminalidade, o tóxico só no efeito, só prendendo adolescente - a Febem está estourando. Cada vez mais temos adolescentes na Febem; e todos falam: “Assim nós não vamos resolver o problema. Precisamos trabalhar nas mudanças sociais por meio de uma revolução na Educação”. Pois bem, aqui está uma bela forma - um exemplo - de se atuar na Educação de forma a criar uma nova referência, uma referência saudável para que a juventude, que gosta muito de música, participe. Pode fazer qualquer evento musical, em qualquer escola do Estado, para ver se não é um acontecimento dos maiores da cidade; qualquer festival musical, envolvendo crianças, adolescentes e jovens, em qualquer cidade deste Estado, vai ser uma grande mobilização, porque a população gosta, porque a juventude gosta, porque a criança gosta.

Então, se assumimos trabalhar nas transformações sociais para poder reduzir a criminalidade, para poder dar uma melhor condição às nossas crianças, aos nossos adolescentes, por que não levantar a revolução através da música? Aliás não só da música, mas das artes, mas fundamentalmente a música como sendo o carro-chefe.

É isso que tenho insistido junto às autoridades estaduais, na Secretaria da Educação, para que seja feito um trabalho de fôlego, que não vai ser fácil, pois são muitas cidades, muitas escolas, mas temos que começar para fazer essa grande mudança; essa é a nossa grande vitória.

Esta sessão solene tem como objetivo homenagear o “Dia dos Músicos”, que é comemorado no dia 22 de novembro. Estava aqui conversando com o Marinho que ontem uma fã da dupla sertaneja Victor e Léo estava lá recebendo um abraço deles, no programa do Faustão, cumprimentou os músicos do Faustão, cumprimentou a dupla sertaneja, dizendo o seguinte: “Olha, quero cumprimentá-los porque hoje é o de Dia dos Músicos”. Não era nenhum evento, com tantos músicos lá, gente importante, para falar hoje é o Dia dos Músicos. Foi preciso uma fã da Música valorizar o “Dia dos Músicos”, no seu dia.

Mas esse trabalho - podem estar certos disso - é dos mais importantes, cativantes e poéticos da nossa sociedade brasileira; é a música. A Música é muito importante para esse País a Música é muito importante para São Paulo; a Música é muito importante para o Brasil novo que queremos construir. Portanto, fico feliz de fazer, junto com vocês, esta comemoração do Dia dos Músicos aqui na Assembleia Legislativa. Parabéns aos músicos desse País. Muito obrigado. (Palmas.)

Meus amigos e minhas amigas, agora ouviremos a apresentação do grupo musical “Violinos Show”, conduzido pelo maestro Ricardo Rossetto Mielli.

 

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 - É feita a apresentação musical.

 

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O SR. PRESIDENTE - RODOLFO COSTA E SILVA - PSDB - Esta Presidência concede a palavra ao Sr. Dr. José Aurélio Boranga, conselheiro nacional da ABES, agora meu assessor e que está coordenando essa parte musical.

 

O SR. JOSÉ AURÉLIO BORANGA - Bom-dia a todos. É um prazer enorme estar hoje aqui nesta manhã memorável. Deputado Rodolfo Costa e Silva, quero cumprimentá-lo por essa iniciativa fantástica de abrir as portas da Assembleia Legislativa para homenagear os músicos do nosso Estado.

Roberto, meu companheiro, grande amigo, estava me dizendo que temos 60 mil músicos no nosso Estado. Pesquisava sobre os músicos e sobre a padroeira dos músicos. Ontem foi Dia de Santa Cecília e diz a História que ela foi obrigada por seu pai a casar, mas queria se manter casta. E foi através da música que ela conseguiu convencer o seu esposo a acreditar no Cristianismo, e assim se manteve casta.

O que é o músico? Eu pensava no que falar para pessoas tão especiais. O músico fala uma linguagem universal. A música alegra, provoca as mais diversas sensações. A música cura. Através da música as pessoas podem elevar o seu espírito. Com a música as pessoas podem voar, mergulhar, saltar, crescer, ser o que quiser. Vocês sabem do que falo, vocês, músicos, que têm essa grande sensibilidade.

Tenho a convicção, como o Deputado Rodolfo Costa e Silva, de que a música pode transformar a nossa sociedade através da escola. Quero colocar aqui esse enorme desafio de fazer a articulação junto à Secretaria da Educação, e quero contar com a ajuda de todos os músicos e da Dra. Lúcia, que tem sido uma grande articuladora no gabinete do Deputado para que possamos fazer com que nossas autoridades compreendam a necessidade de transformação da nossa escola.

Talvez precisemos fazer uma greve de músicos por umas duas horas, uma greve de som para que as pessoas compreendam a falta que a música fará. Defendo a escola integral para também transformar a sociedade, mas eu defendo a escola integral com música. Vamos precisar, Roberto, de uma grande articulação. Se for preciso fazer greve de música, por duas ou três horas, para fazer as pessoas compreenderem, penso que poderíamos fazer isso. Não vai ser fácil fazer uma greve de som, ficar duas ou três horas sem que ninguém consiga ouvir nenhuma música, nenhuma porta bater, porque aqueles que têm ouvido musical sabem que uma porta bater também é música.

Quero me colocar aqui à disposição de todos, para fazer esse grande trabalho. É um trabalho imenso. Sou da área de saneamento, e fiz um trabalho imenso na área do saneamento, uma área que não aceita excluídos. Tenho a certeza de que vamos conseguir, juntos, transformar essa sociedade, que está precisando tanto de transformação no nosso Estado e no nosso País.

Um grande abraço a todos. É um prazer enorme estar aqui com vocês. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - RODOLFO COSTA E SILVA - PSDB - Obrigado, Boranga. Sabem que o Boranga canta direitinho? Fui ao karaokê, mas é importante separar as coisas: a pessoa cantar direitinho e a pessoa ser músico. Muitos acham que aquele que canta é músico. Não é. Não são todos que tocam violão que são músicos, assim como os que chutam bola - eu gosto de jogar bola, mas não sou jogador de futebol.

Por isso é importante a organização. Não confundir que é qualquer um que pode trabalhar profissionalmente nessa área. Isso é importante vocês defenderem. Não percam essa oportunidade. Aprendi - não sei se porque sou de uma área tecnológica - com os químicos. Trabalho na área de água há 26 anos. Se você quiser mexer numa área de estação de tratamento de água, você tem que ter um químico. Não adianta outro profissional. O sindicato e as entidades dos químicos estão sempre fiscalizando, para que sejam químicos de formação. Eu entendo, mas não posso fazer. Preciso ter um químico, para a garantia da população, sobre a qualidade da água. E por que a profissão executada pelo químico?

Assim é na Música. Temos que defender isso na Música. Por isso, temos que defender a organização da Música. Embora muitos defendam os grandes e os interesses de gente ligada ao comércio da música e não gostem dessa regulamentação, na verdade estão defendendo os poderosos, os donos de casas noturnas, mas é importante que o músico tenha os seus interesses preservados.

Já que estamos falando disso, gostaria de ouvir a apresentação da Orquestra Sanfônica, com a maestrina Renata Sbrighi.

 

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 - É feita a apresentação musical.

 

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A SRA. RENATA SBRIGHI - Obrigada, Sr. Presidente, pelo convite. A Orquestra Sanfônica está muito orgulhosa de estar neste recinto maravilhoso.

 

O SR. PRESIDENTE - RODOLFO COSTA E SILVA - PSDB - Muito obrigado, Renata. Parabéns a todos.

Esta Sessão Solene vai ser transmitida pela TV Assembleia.

Estamos assistindo a uma sessão maravilhosa, com apresentações lindas. É a força da música, dos músicos, essas pessoas que são 60 mil no Estado de São Paulo, não é um ou outro, com os instrumentos mais variados, os tipos de músicas mais variados. Aqui está uma pequena apresentação dos estilos que temos.

O Roberto pediu para fazermos uma homenagem. A Maria Ângela Zan, filha do Mário Zan, um dos maiores sanfoneiros do Brasil, está aqui presente. Parabéns, Maria Ângela. (Palmas.)

Passo a palavra ao Sr. Mário Henrique, o Marinho, presidente do Sindicato de Músicos do Município.

 

O SR. MÁRIO HENRIQUE OLIVEIRA - Bom-dia a todos, gostaria primeiro de agradecer o convite do Deputado Rodolfo Costa e Silva, um grande defensor dos músicos na Assembleia, não somente pelo projeto de música nas escolas, mas também por alguns outros fatos.

Temos a Lei no 3.857, de 1960, talvez bem poucos músicos a conheçam, ficou escondida por 50 anos. O Art. 66 diz: “Todo contratante tem de recolher previdência social e o imposto sindical.” Se, em 1960, ela tivesse começado a ser aplicada, teríamos pelo menos 300 mil músicos aposentados há 15 anos. Só que, infelizmente, hoje não temos nenhum músico aposentado por esse artigo. Os músicos que estão aposentados se aposentaram com carteira registrada ou com uma segunda profissão, jamais pelo Art. 66 da Lei 3857. Temos um problema sério. Discutem-se os artigos 16, 17, 18 e 19, que tratam da extinção da Ordem dos Músicos, da fiscalização, do poder policialesco dela, mas não se discute o Art. 66, que beneficiou muitas pessoas em detrimento do músico.

Ainda temos muito a percorrer e a analisar, principalmente o nosso Judiciário, o nosso Ministério do Trabalho e a nossa Previdência. A Receita Federal deveria começar a averiguar esses recolhimentos que não são feitos. As portarias 3346 e 3347, de 1986, dizem que o Ministério do Trabalho criará um órgão fiscalizador especial para o músico, o artista e o técnico em espetáculo. Essa fiscalização nunca existiu. Todos dizem que a Ordem dos Músicos nada fez. Por 42 anos tivemos a presidência de um cidadão que realmente nos escondeu. Mas também tivemos um problema maior, que foi o Ministério do Trabalho não ter cumprido com sua obrigação de fiscalização. Ao mesmo tempo, as portarias não foram cumpridas.

Enfim, tivemos três problemas sérios: o problema da presidência da Ordem dos Músicos anterior, o do Ministério do Trabalho e o da Previdência. Quer dizer, o músico ficou acéfalo de tudo que precisava e que deveria ter. Acredito que agora, com o envolvimento do Deputado Rodolfo Costa e Silva e de outras pessoas nesse processo de mudança da Ordem dos Músicos, conseguiremos reverter a história dos músicos, que realmente é ridícula. É uma economia que chegou a ser a quarta maior arrecadação do País. Dizem que temos problemas gravíssimos dentro do direito autoral, mas ninguém quer abrir essa “caixa preta”. Temos um problema sério em relação ao Ecad, ao direito autoral no Brasil, a Lei nº 9610 está sendo mudada, inclusive com um projeto novo do Ministério da Cultura. Será que vamos conseguir? Depende de nós, músicos, das pessoas que realmente estão interessadas na mudança.

Gostaria de agradecer muito ao deputado por essa grande homenagem que está sendo feita hoje. Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - RODOLFO COSTA E SILVA - PSDB - Muito obrigado. O Marinho é uma pessoa com uma garra realmente impressionante para defender os músicos, sempre vem a esta Casa para discutir os interesses dos músicos com os deputados. O Marinho vem fazendo um trabalho maravilhoso. Fico impressionado com seu espírito de luta em defesa do músico. Parabéns, Mário.

Vamos ouvir um pouco mais da nossa música. Agora, teremos a apresentação do Coral da Emily.

 

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- É feita a apresentação musical. (Palmas.)

 

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O Sr. Presidente - Rodolfo Costa e Silva - PSDB - Muito bem, Emily. Parabéns por esse trabalho maravilhoso. Parabéns ao Coral.

Ouviremos agora o Grupo Violinos Show, sob a regência do maestro Ricardo Rosseto Mielli.

 

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- É feita a apresentação musical. (Palmas.)

 

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A SRA. EMILY - Como é maravilhoso estar presente diante de tanta gente boa. Eu não vou perder essa oportunidade de fazer uma música e pedir a gentileza para que vocês nos acompanhem. Vozes maravilhosas, instrumentistas belíssimos e eu vou aproveitar. Acredito que esse é um momento em que estamos vivendo bem radiante.

 

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 - É feita a apresentação musical. (Palmas.)

 

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A SRA. EMILY - Gostaria apenas de falar uma coisa: “Muito obrigada.” Obrigada, profº Roberto, por nos dar essa oportunidade hoje. Quem pensaria, em plena segunda-feira, em estar aqui sentado na cadeira de deputado, e cantando. Que maravilha!

Muito obrigada, Sr. Presidente, e parabéns por essa iniciativa. Agradeço também a toda a sua equipe. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - RODOLFO COSTA E SILVA - PSDB - Teremos agora a apresentação do Coral.

 

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 - É feita a apresentação do Coral.

 

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O SR. PRESIDENTE - RODOLFO COSTA E SILVA - PSDB - Obrigado, Coral, obrigado maestro. Agora, vamos ouvir as palavras do presidente da Ordem dos Músicos, Roberto Bueno.

 

O SR. ROBERTO BUENO - Queridos amigos, se não fossem vocês, não haveria nesta segunda-feira esta festa calorosa. Como sempre digo, meus sinceros agradecimentos e minha gratidão eterna a todos vocês. O Marinho já disse da nossa luta com relação à profissão do músico. Hoje, como é uma festa, eu simplesmente me limito a dizer algumas palavras.

Música é a arte de combinar os sons que se tornem agradáveis ao nosso ouvido. Música são seis letras combinadas entre si que têm o poder de transmitir os mais variados tipos de emoções. Ouvi-la, senti-la, praticá-la, ao mesmo tempo, exige arte e técnica. A música sempre despertou o amor e a esperança. A música é verdadeiramente a mais sublime expressão universal. O músico é um instrumento humano tocando um instrumento acústico ou eletrônico, dedicando anos e anos de sua existência para a arte da música.

Eu sou a mais antiga das artes. Eu faço parte da natureza, eu estou no sopro do vento, no correr do rio, no passar das águas, por entre pedras. Eu estou nas ondas do mar. Eu sou companheira dos animais, eu estou no canto dos pássaros e nos sons variados produzidos por muitos deles. Eu vivo entre os homens desde o seu surgimento, com os meus sons graves ou agudos, ouvindo mil vozes. Eu estimulo a criação dos mais diversos instrumentos musicais. Eu tenho ritmos e harmonias que despertam emoções, exaltam sentimentos, relaxam o corpo e geram um bem-estar na alma. Sou um desafio constante para os músicos e os compositores, pois exijo habilidade, paciência, persistência e, acima de tudo, criatividade.

Eu  tenho melodias que comovem os patriotas, exaltam os vitoriosos, expressam a fé em Deus. Fazem nascer a esperança, animam os tristes, distraem os solitários, embalam os cantores e os dançarinos. Eu sou capaz de fazer crianças tanto brincarem quanto cantarem. Eu roubo a atenção dos matemáticos com minhas escalas e frações que estão nas notas musicais. Eu penetro no ouvido humano e ponho o cérebro a imaginar e levo a mente a sonhar. Eu sou a música que desperta os sentimentos e traduz as mais diversas expressões.

Quero agradecer, do fundo do coração, ao Deputado Rodolfo Costa e Silva, que tem sido para nós um segundo pai na área da Música. Ele tem feito por nós, dentro desta Casa, o que nunca foi feito durante os quarenta e poucos anos na gestão anterior. Tudo o que acontecia, infelizmente, era velado. Hoje em dia, não. Hoje, estamos com as portas da Ordem dos Músicos abertas a todos. Eu não trabalho sozinho. Tenho, por princípio, trabalhar com equipe. Então, não posso deixar de tecer os meus agradecimentos à Prof.ª Maria Cristina, que é a vice-presidente; à Prof.ª Vera, nossa 1ª secretária; à Prof.ª Eulália; à Rosa, incansável batalhadora. Hoje, estamos com as portas, junto com o César, na secretaria. Lá, somos uma família. A Ordem não é mais aquela pessoa que se dizia a dona da verdade. A Ordem são todos vocês que aqui estão e os que não estão.

Quero agradecer a presença de todos; à minha amiga querida Renata, que veio com a sua Orquestra Sanfônica; ao Coral da Emily; ao meu amigo Valentin; ao meu amigo Ricardo. São tantos nomes que seria difícil mencionar todos. Mas o Hino do Músico diz tudo. O músico brasileiro, sem dúvida nenhuma, é o melhor do mundo inteiro. Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - RODOLFO COSTA E SILVA - PSDB - Teremos agora a apresentação dos Músicos do Braille, da Ordem dos Músicos do Brasil, com a Prof.ª Isabel Cristina Dias Bertivelli.

 

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 - É feita a apresentação musical.

 

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A SRA. ISABEL CRISTINA DIAS BERTIVELLI - Bom dia a todos. Não posso deixar de falar algumas palavras para agradecer ao Professor Roberto Bueno pela oportunidade e dizer que estamos aqui falando do músico, do Dia da Música.

Não posso deixar de falar também da grande oportunidade que o Professor Roberto inseriu na Ordem dos Músicos para dar oportunidade aos deficientes visuais. Esta é uma iniciativa única do professor e de uma entidade que não é de deficiente e que quer que eles estejam lá dentro.

Então, se nós achamos que todos podem cantar, como falou também o Deputado que todos podem cantar, jogar bola, o cego também é um bom músico, mas não necessariamente. Não é porque ele é cego que tem ótimo ouvido e vai ser músico.

Na Ordem dos Músicos fazemos uma aula que é para transcrever a partitura musical. Então os cegos, além de tocar bem como os nossos alunos aqui ou de cantar, de vivenciar a música, leem a partitura musical, eles estão se profissionalizando. Os nossos alunos aqui estão começando a dar aulas, já são músicos profissionais.

Esta a mensagem que eu queria dar. Como todos nós aqui, eles têm as mesmas facilidades e dificuldades, mas nem todos nós temos as mesmas oportunidades. É isso que a Ordem dos Músicos, com a volta da música, querem que todos sejam incluídos através da música.

Quero agradecer ao deputado, ao professor, a todos aqui presentes e aos meus alunos que me acompanham há mais de 10 anos: Marcela Trevisani, Júlia Machado no violão, Rodrigo Torres no teclado e toca outros instrumentos também, e a participação do nosso colega Renan Silva. (Palmas.) Então, não somente cegos, mas também todas as pessoas. O que nos une é a música. Dessa forma a oportunidade é para todos. Obrigada.

Para encerrar a apresentação, a Marcela. (Palmas.)

 

A SRA. MARCELA TREVISANI - Bom dia. Nós, como alunos, gostaríamos de agradecer a oportunidade de poder divulgar o nosso trabalho e representar a instituição a qual pertencemos, que á a Ordem dos Músicos do Brasil.

É muito bom fazer parte desse grupo que finalmente abre os olhos de uma sociedade extremamente egocêntrica em certos pontos. É nesse momento que podemos falar em verdadeira inclusão que sai um pouquinho das leis e do papel, que é muito bonito de se ler, e vem para a prática do dia a dia, do corre-corre de uma universidade porque hoje em dia não basta ser cego e tocar de ouvido para participar de uma universidade. Então, parabéns a todos os músicos que realmente estão batalhando.

É um orgulho muito grande pertencer à Ordem dos Músicos como cidadãos que somos e pessoas que têm direitos e deveres iguais a qualquer outro cidadão. (Palmas.)

 

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 - É feita a apresentação musical.

 

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O SR.PRESIDENTE - RODOLFO COSTA E SILVA - PSDB - É maravilhoso. Isso é a inclusão, a oportunidade. Através da música você pode trazer muita felicidade para todo mundo, tornar as pessoas melhores. Isso é tão bonito. Vocês todos sentados na cadeira dos deputados, tenho certeza que estão decretando aqui, através da música, a lei da felicidade, da alegria no Estado de São Paulo.

Vamos passar a palavra ao Roberto Bueno, que quer fazer uma homenagem.

 

O SR. ROBERTO BUENO - Agora vai ser bem rapidinho. Depois, vai ter um buffet para a gente. Não vão embora. É quase meio-dia, está na hora de “manjare”.

Começo então chamando o meu amigo Capitão PM  Ezequiel Alves da Silva, que vai representar o Coronel PM Álvaro Batista Camillo; o Coronel PM Danilo Antão Fernandes; o digníssimo Subcomandante da PM de São Paulo e o Capitão PM Renato Maximiano da Silva.

Também temos aqui cento e poucos diplomas que foram confeccionados que eu gostaria de passar às mãos do Capitão Ezequiel, para que ele fizesse a entrega lá na Corporação a todos esses nossos irmãos músicos muito queridos. Muito obrigado. (Palmas.)

Rosa, por favor, passe então os diplomas da PM.

Ao pessoal da Banda, que tocou o Hino Nacional, gostaria de prestar a homenagem um a um:

- 1º Tenente PM Antonio Ferreira de Menezes.

 

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 - É feita a homenagem. (Palmas.)

 

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O SR. ROBERTO BUENO - 2º Tenente PM Jassen Feliciano.

 

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 - É feita a homenagem. (Palmas.)

 

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O SR. ROBERTO BUENO - Subtenente PM Maurício Ribeiro.

 

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 - É feita a homenagem. (Palmas.)

 

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O SR. ROBERTO BUENO - 1º Sargento PM Carlo Giovani de Oliveira Pereira.

 

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 - É feita a homenagem. (Palmas.)

 

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O SR. ROBERTO BUENO - 2º Sargento PM Jeferson Bernardo.

 

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 - É feita a homenagem. (Palmas.)

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O SR. ROBERTO BUENO - 2º Sargento PM Admilson Muniz da Silva.

 

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 - É feita a homenagem. (Palmas.)

 

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O SR. ROBERTO BUENO - 3º Sargento PM Ricardo de Paula Brambilla.

 

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 - É feita a homenagem. (Palmas.)

 

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O SR. ROBERTO BUENO - Cabo PM Paulo Roberto Almeida do Nascimento.

 

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 - É feita a homenagem. (Palmas.)

 

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O SR. ROBERTO BUENO - Soldado PM Sérgio Aparecido Gonçalves.

 

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 - É feita a homenagem. (Palmas.)

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O SR. ROBERTO BUENO - Soldado PM Rosivaldo da Silva Oliveira.

 

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 - É feita a homenagem. (Palmas.)

 

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O SR. ROBERTO BUENO - Soldado PM Elias da Silva.

 

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 - É feita a homenagem. (Palmas.)

 

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O SR. ROBERTO BUENO - Soldado PM Fábio Marques da Silva.

 

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 - É feita a homenagem. (Palmas.)

 

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O SR. ROBERTO BUENO - Soldado PM Eliseu Teotônio da Silva.

 

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 - É feita a homenagem. (Palmas.)

 

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O SR. ROBERTO BUENO - Soldado PM Rogério de Souza Ferreira.

 

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 - É feita a homenagem. (Palmas.)

 

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O SR. ROBERTO BUENO - Soldado PM Ederson Martinez Anardi.

 

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 - É feita a homenagem. (Palmas.)

 

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O SR. ROBERTO BUENO - Soldado PM Douglas de Souza.

 

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 - É feita a homenagem. (Palmas.)

 

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O SR. ROBERTO BUENO - Soldado PM Breno Marcondes.

 

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 - É feita a homenagem. (Palmas.)

 

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O SR. ROBERTO BUENO - Acredito que a sensibilidade desse pessoal do Corpo Musical da PM em relação aos colegas que não são músicos deve ser bem superior.

 

O SR. PRESIDENTE - RODOLFO COSTA E SILVA - PSDB - Quero fazer um agradecimento especial em nome da Assembleia Legislativa aos nossos PMs do Corpo Musical, sempre presentes nos eventos que realizamos nos apoiando. Temos um especial carinho por essa turma da Polícia Militar.

 

O SR. ROBERTO BUENO - Gostaria de entregar para a Corporação a imagem da nossa Padroeira Santa Cecília.

Quero chamar um amigo meu: Robson César Correia de Mendonça. Eu gostaria de dizer algumas palavras a respeito deste senhor.

O Robson é um ex-morador de rua. Ele não tem vergonha de dizer. Já fiz várias ações, mas têm certas coisas que marcam na vida da pessoa. Consegui, graças ao bom Deus, recuperar dois moradores de rua. Conheci o Robson e resolvemos criar na Ordem um curso de ressocialização desse pessoal. Estamos dando aula na Ordem dos Músicos para vários moradores de rua. Estamos tentando conseguir um lugar fixo para que esse pessoal tenha uma moradia descente e se Deus quiser vamos conseguir. Criamos até um documento para esses moradores de rua.

Eu entrego para você, Robson, a carteirinha de estudante de alguns desses nossos alunos. Quero que você mesmo entregue a eles. Entrego também este humilde diploma para você, pois você merece. Leve nossa imagem da Santa Cecília.

Quem de vocês souber de algum morador de rua que precisa de auxílio ou amparo, pode procurar a Ordem dos Músicos.

 

O SR. ROBSON CÉSAR CORREIA DE MENDONÇA - Em primeiro lugar quero agradecer o presidente da Ordem dos Músicos do Brasil porque não é com politicagem que se faz alguma coisa, mas com ações.

A Ordem dos Músicos do Brasil mostrou aos moradores de rua, como seres humanos que são, que a música resgata não só a alegria de viver, como a dignidade, o espírito e a alma de um ser humano. Por isso parabenizo a Ordem dos Músicos do Brasil pela brilhante iniciativa - uma das primeiras entidades em São Paulo - de acreditar no ser humano excluído da sociedade. Através da música, participando ativamente das aulas, puderam se alegrar e ter o prazer de dizer ‘Nós vivemos numa sociedade que nos quer.’ Embora não sejam todos, pelo menos a Ordem dos Músicos do Brasil abriu a porta para resgatar esse povo excluído. Digo isso porque como ex-morador de rua senti na pele - e sinto ainda - a discriminação em todos os lugares. O morador de rua é considerado a escória da sociedade e ver um ato como este em que o presidente da Ordem dos Músicos não só inclui o deficiente visual mas também aqueles que estão nas calçadas esquecidos pelo povo, que às vezes prefere enxergar um cachorro sarnento a enxergar alguém que está dormindo sobre um papelão, é motivo de muita alegria.

Parabéns à Ordem dos Músicos do Brasil. Muito obrigado em nome de todos que aqui estão. É assim que se faz a inclusão social. (Palmas.)

 

O SR. ROBERTO BUENO - Robson, são de pessoas como você, como o Deputado e tantos outros que este Brasil precisa. Obrigado por você existir. (Palmas.)

Gostaria de chamar a professora Isabel Cristina Dias Bertivelli para fazer a entrega para a Marcela, para o Rodrigo, para o Julio César, para a Jacira e para o Renato.

 

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- É feita a homenagem. (Palmas.)

 

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O SR. ROBERTO BUENO - Esta menina com certeza já tem o lugarzinho dela lá em cima. Isso que é importante. Porque daqui, como eu sempre digo, caixão não tem gaveta, a gente só leva o que a gente planta. Isso que é importante, Isabel.Você está plantando coisa boa. Muito obrigado. (Palmas.) Gostaria de entregar também uma imagem de Santa Cecília.

Chamo o maestro Ricardo Rossetto Mielli para representar o Coral da Ordem, que estamos formando. Ele é católico, apostólico, romano praticante e vai ganhar uma imagem de Santa Cecília. Foi ele quem regeu o Coral de 1200 vozes quando o Papa esteve no Brasil.

 

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- É feita a homenagem. (Palmas.)

 

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O SR. ROBERTO BUENO - Gostaria de chamar o sargento Robson Gari dos Santos. (Pausa.) Ele não está e receberá depois.

Para finalizar nosso encontro, quero entregar este diploma ao meu grande amigo, incentivador do músico, que nos deu uma força enorme para que aqui estivéssemos. Gostaria que você fosse candidato e aí teríamos de fazer uma campanha para votar em gente boa como você. Precisamos de gente boa nesta Casa, não é verdade? Em nome dos nossos músicos, pelo que você tem feito pela classe musical, lhe entrego este diploma. E não se esqueça, é só entrar para o PSDB, vá em frente.

 

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- É feita a homenagem. (Palmas.)

 

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O SR. ROBERTO BUENO - Vou entregar uma imagem de Santa Cecília para o meu amigo Rodolfo Costa e Silva, senão ele vai brigar comigo. É para você levar para sua casa ou colocar no seu gabinete, para lhe proteger.

 

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 - É feita a homenagem. (Palmas.)

 

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O SR. ROBERTO BUENO - Muito obrigado a todos vocês, mais uma vez. Como sempre digo, se formos solidários nunca seremos solitários. Vamos lutar juntos e procurar melhorar os direitos dos músicos que, infelizmente, estão relegados a segundo plano. Quando assumi a Ordem, no dia primeiro de outubro, que é o Dia Internacional da Música, do que também ninguém fala, eram sete horas da manhã. Eu estava no projeto IASI, que a Ordem também está encampando. O professor Josias está cuidando, na favela da Vila Medeiros, de uns 40 ou 50 alunos que estamos ressocializando e dando aula. No dia 1º, às sete horas da manhã, eu estava no meio da favela tocando para as crianças do Instituto IASI. O dia 1º de outubro, Dia Internacional da Música, é consagrado à Santa Terezinha do Menino Jesus e também é o dia que nasci. (Palmas.) Eu não acredito em coincidências, eu acredito em fatos e em situações. Agradeço a Deus. Estamos enfrentando muitas dificuldades, mas, com certeza unidos venceremos. Vamos chegar lá. Obrigado a todos. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - RODOLFO COSTA E SILVA - PSDB - Obrigado, Roberto Bueno. Parabéns, mais uma vez, aos músicos. Acho que aprendemos muito hoje, aqui. Vimos como podemos fazer coisas interessantes, ajudar a sociedade. Mobilizem-se. Precisamos trabalhar duramente para que o músico possa ter uma Ordem forte, possa ser bem representado. Precisamos fazer com que os nossos 60 mil músicos sejam respeitados, tenham uma aposentadoria digna. Esse é o grande objetivo. Sabemos dos expoentes, mas temos que cuidar de todos os músicos do nosso estado, do nosso país. Mais do que isso, através da Música, nós podemos revolucionar a educação e a sociedade brasileira. Vamos fazer São Paulo ser o Estado da Música. Um grande abraço e parabéns pelo Dia do Músico. (Palmas.)

Está encerrada a sessão.

 

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- Encerra-se a sessão às 12 horas e 28 minutos.

 

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