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22 DE JUNHO DE 2011

069ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidentes: JOOJI HATO, ULYSSES TASSINARI e BARROS MUNHOZ

 

Secretário: MARCO AURÉLIO

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - JOOJI HATO

Assume a Presidência e abre a sessão. Anuncia a presença do vereador Alex da Fanuel, de Jacareí, acompanhado do Deputado Marco Aurélio.

 

002 - MARCO AURÉLIO

Lamenta a ocorrência de acidentes na antiga rodovia Dom Pedro I, em Jacareí, devido à falta de sua conservação. Anuncia a realização de reunião com a Artesp a respeito da questão, a pedido do vereador Alex da Fanuel, do município. Informa que a conclusão da obra de sinalização deverá ocorrer até o final de julho. Defende a discussão, em Jacareí, a respeito da implementação da Região Metropolitana, no Vale do Paraíba. Divulga o programa "Arena Livre", da TV Assembleia, no qual entrevistou Mário Sérgio Cortella, autor do livro "Política para não ser idiota". Pede maior participação política da população.

 

003 - JOSÉ CÂNDIDO

Informa a aprovação de Convenção sobre o Trabalho Doméstico, pela 100ª Assembleia da Organização Internacional do Trabalho, em Genebra. Comunica as conquistas que este instrumento jurídico internacional deverá proporcionar aos trabalhadores domésticos. Relata os países que deverão ratificar o acordo.

 

004 - WELSON GASPARINI

Destaca a debilidade do sistema ferroviário do Estado de São Paulo. Lembra a realização de CPI sobre o tema, cujo relator foi o Deputado Mauro Bragato. Lamenta o alto número de trilhos abandonados, em Ribeirão Preto. Lê e comenta trecho de inquérito policial da 1ª Vara Criminal Federal da Subseção Judiciária de Piracicaba a respeito da questão. Critica as concessões da malha ferroviária a empresas particulares.

 

005 - Presidente JOOJI HATO

Endossa o pronunciamento do Deputado Welson Gasparini.

 

006 - OLÍMPIO GOMES

Relata a execução de policial militar na Baixada Santista. Lamenta o número crescente de assassinatos de policiais nesta região. Critica a Segurança Pública no Estado de São Paulo. Condena promoções ocorridas dentro da Polícia Militar de São Paulo sem a devida regulamentação administrativa.

 

007 - CARLOS GIANNAZI

Critica os projetos, de autoria do Governador, que versam sobre o reajuste salarial dos servidores da Educação. Defende plano de carreira pela valorização dos profissionais do Magistério e dos quadros de apoio. Pede por maiores investimentos na área. Considera que o reajuste não deverá repor as perdas inflacionárias destes funcionários. Apela aos demais Deputados pela aprovação das emendas apresentadas aos PLCs 37 e 38/11. Condena a política do PSDB em relação à Educação.

 

008 - JOSÉ BITTENCOURT

Lê e comenta matéria jornalística do "Diário do Grande ABC" sobre o Polo Petroquímico de Capuava. Pede por fiscalização efetiva da Cetesb. Considera os riscos à saúde da população que habita as proximidades do local. Informa que há comprovação científica dos males causados pela instalação. Anuncia que o Ministério Público pediu a instauração de inquérito civil público em relação ao tema. Solicita atuação da Comissão de Saúde desta Casa sobre a questão.

 

009 - ULYSSES TASSINARI

Assume a Presidência.

 

010 - JOSÉ BITTENCOURT

Para comunicação, defende isonomia em relação às férias dos trabalhadores e dos parlamentares e magistrados. Lê artigo de autoria do Deputado Campos Machado no DCI.

 

011 - LUIZ CARLOS GONDIM

Informa que, hoje, dia 22/06, o Governador Geraldo Alckmin esteve presente, em Mogi das Cruzes, na inauguração do Hospital Municipal do bairro de Brás Cubas. Defende a criação de hospital para pacientes crônicos na região. Agradece a realização de seminário, da Abrale, sobre leucemia, linfomas e doação de medula óssea, nesta Casa.

 

012 – JOOJI HATO

Assume a Presidência.

 

013 - MILTON VIEIRA

Comenta o lançamento de hospital no município de Mogi das Cruzes. Lamenta as denúncias de corrupção envolvendo médicos de Sorocaba. Critica as más condições da Santa Casa de Misericórdia de Suzano. Parabeniza a atuação dos Parlamentares do município de Mogi das Cruzes e do Governador Geraldo Alckmin.

 

GRANDE EXPEDIENTE

014 - MARCOS NEVES

Pelo art. 82, afirma que deve propor a criação de frente parlamentar com o intuito de fiscalizar a Eletropaulo. Menciona críticas recebidas pela empresa. Ressalta dificuldades enfrentadas pela população em decorrência de falhas no fornecimento de energia elétrica. Comenta visita à Secretaria da Justiça, para tratar da ampliação do fórum de Carapicuíba.

 

015 - FERNANDO CAPEZ

Apoia iniciativa do Deputado Marcos Neves, que deve criar frente parlamentar com o objetivo de fiscalizar a Eletropaulo. Exibe e comenta notícia, publicada no "Diário Oficial", sobre a visita de Deputados à "cracolândia". Sugere que a "Marcha pela Maconha" seja realizada no local. Parabeniza igreja, localizada na região, responsável pela recuperação de mais de 200 dependentes. Defende a aplicação de artigo da lei nº 10216/01, que determina a internação ou tratamento compulsório para dependentes químicos (aparteado pela Deputada Telma de Souza).

 

016 - Presidente JOOJI HATO

Convoca sessão solene, a pedido do Deputado Fernando Capez, dia 26/08, às 10 horas, com a finalidade de "Homenagear o Exército Brasileiro e ao seu Patrono, Marechal Luís Alves de Lima e Silva, Duque de Caxias".

 

017 - OLÍMPIO GOMES

Lê documento, encaminhado à Presidência desta Casa, no qual questiona punição sofrida pelo Coronel Athayde, membro do gabinete deste Deputado. Considera a punição recebida uma maneira de retaliação do Comandante-Geral da PM a este Parlamentar. Explica a ilegalidade da atitude. Cita leis, de autoria deste Deputado, que não são cumpridas pelo comandante Álvaro Batista Camilo.

 

018 - CÉLIA LEÃO

Comenta os papéis desempenhados pela situação e oposição nesta Casa. Menciona denúncias de corrupção envolvendo membros do PT, na cidade de Campinas. Exime o PSDB de culpa por possíveis perseguições políticas no município. Destaca o trabalho realizado pela Frente Parlamentar do Turismo, da qual participa e cita os integrantes do grupo. Ressalta a importância do turismo para a economia do Estado.

 

019 - Presidente JOOJI HATO

Cumprimenta o Deputado Milton Vieira pelo auxílio prestado na defesa da Santa Casa de Suzano.

 

020 - MARCOS MARTINS

Comenta visita, realizada por Parlamentares desta Casa, à Santa Casa de Suzano. Faz menção a fraudes em plantões médicos de hospitais da cidade de Sorocaba. Relata visita de Deputados ao Hospital das Clínicas. Elenca irregularidades encontradas no local. Cita medida que visa transformar o complexo hospitalar em autarquia. Demonstra preocupação com as consequências da proposta. Dá conhecimento de reunião, da Comissão de Saúde, com o Secretário de Atenção à Saúde, Helvécio Miranda Magalhães Júnior, a respeito dos tetos de financiamento do SUS.

 

021 - Presidente BARROS MUNHOZ

Assume a Presidência.

 

022 - ENIO TATTO

Pelo art. 82, elogia visita de membros da Frente Parlamentar de Enfrentamento ao Crack à "cracolândia". Enaltece vinda de representante do Ministério da Saúde a esta Casa para prestar esclarecimentos. Registra ato de lançamento da Frente Parlamentar em Defesa da Habitação e da Regulamentação Urbana. Discorre sobre a participação do Secretário da Fazenda, Andrea Calabi, na reunião do Colégio de Líderes.

 

023 - OLÍMPIO GOMES

Para comunicação, fala sobre o PDL 45, do Deputado Campos Machado, que trata da Corregedoria da Polícia Civil. Manifesta-se favorável à matéria e pede sua deliberação.

 

024 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Pelo art. 82, tece comentários sobre o lançamento da Frente Parlamentar em Defesa da Moradia. Cita autoridades que compareceram ao evento. Discorre sobre os problemas do setor. Manifesta preocupação com famílias que são desalojadas de suas casas para dar lugar a empreendimentos. Defende políticas públicas voltadas para a moradia integral, incluindo infraestrutura adequada. Parabeniza o Deputado Itamar Borges pela criação da Frente Parlamentar do Empreendedorismo.

 

ORDEM DO DIA

025 - Presidente BARROS MUNHOZ

Coloca em votação e declara sem debate aprovados requerimentos de Urgência aos PLs 427, 532 e 365/11. Coloca em votação e declara aprovado requerimento de comissão de representação, com a finalidade de participar de ato da Comissão da Verdade, da Comissão de Direitos Humanos, na Câmara dos Deputados, em Brasília, no dia 29/06.

 

026 - JOOJI HATO

Pede a suspensão dos trabalhos por 30 minutos, por acordo de lideranças.

 

027 - Presidente BARROS MUNHOZ

Registra o pedido. Convoca para hoje as seguintes Comissões para reuniões conjuntas: de Constituição, Justiça e Redação e de Educação e Cultura, às 16 horas e 55 minutos; de Constituição, Justiça e Redação, Segurança Pública e Assuntos Penitenciários e de Finanças, Orçamento e Planejamento, às 17 horas; e de Constituição, Justiça e Redação e Segurança Pública e Assuntos Penitenciários e Finanças, Orçamento e Planejamento, às 17 horas e 05 minutos. Suspende a sessão às 16h51min; reabrindo-a às 17h18min. Convoca sessão extraordinária, a realizar-se hoje, com início 10 minutos após o término desta sessão.

 

028 - JOOJI HATO

Requer o levantamento da sessão, com acordo de lideranças.

 

029 - Presidente BARROS MUNHOZ

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 27/06, à hora regimental, com ordem do dia. Lembra-os da realização da sessão extraordinária, hoje, às 19 horas. Levanta a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIII Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Marco Aurélio para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - MARCO AURÉLIO - PT - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, esta Presidência tem a grata satisfação de anunciar a presença do vereador Alex da Fanuel, da Cidade de Jacareí, acompanhado do nobre Deputado Marco Aurélio. A S. Exa. as homenagens do Poder Legislativo. (Palmas.)

Srs. Deputados, Sras. Deputadas, tem a palavra o primeiro orador inscrito, nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Bigardi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Engler. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlão Pignatari. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marco Aurélio.

 

O SR. MARCO AURÉLIO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, cumprimento de maneira especial nosso vereador de Jacareí, Alex da Fanuel, acompanhado de seu assessor Francisco.

O vereador Fanuel fez um requerimento à Artesp, solicitando uma reunião para tratar da rodovia que chamamos de antiga Dom Pedro I. A Rodovia Dom Pedro I, que liga Jacareí a Campinas, quando foi restaurada e duplicada, teve o seu traçado alterado, mas um pequeno traçado antigo acabou ficando dentro do município de Jacareí e não teve conservação.

Infelizmente, pela falta de conservação, tivemos dois acidentes graves nessa antiga Dom Pedro I, levando a óbito as pessoas vitimadas. Esse fato sensibilizou a comunidade da região, e temos várias comunidades carentes, e o nobre vereador Fanuel levantou a bandeira de defesa da vida, de defesa dos moradores da região, e conseguiu hoje uma reunião com a Artesp.

O vereador gentilmente me convidou para acompanhá-lo, e fomos lá atendidos pelo Mauriti, Izidro Alves de Oliveira Filho e pelo Theodoro de Almeida Pupo Júnior. Esteve presente também o engenheiro Carlos, que nos atendeu de forma muito receptiva. Fomos informados de que até o dia 1º de julho estará concluída toda a obra de sinalização da antiga Dom Pedro I, e a partir de 1º de setembro serão iniciadas as obras de reparo no pavimento.

Esperamos assim que haja uma melhoria muito grande naquela rodovia, que já tem características urbanas, mas pertence ao Estado, está sob concessão. A concessionária, a mando da Artesp, fará essas obras, que são necessárias à região.

Claro que outras obras são necessárias, como a questão da iluminação, que também nós pedimos, mas a Artesp não se comprometeu a fazer porque não consta no processo de concessão. Portanto, a iluminação não está garantida, mas nos foi garantida a finalização da pintura, da faixa, das placas e, a partir de 1º de setembro, a recuperação de toda a rodovia. Quero aqui parabenizar o vereador, sua equipe e assessoria. Sei que temos outros vereadores de Jacareí que também estão nessa luta, mas V. Exa. teve a felicidade de fazer essa agenda hoje com a Artesp, e assim pudemos colocar em pauta uma importante rodovia que passa na Cidade de Jacareí.

Quero aproveitar este momento para continuar colocando a discussão da região metropolitana do Vale do Paraíba. O vereador Alex inclusive esteve lá na nossa reunião, quando realizamos a audiência em Jacareí, abrangendo São José dos Campos e Taubaté. Realizaremos as próximas em Caçapava e depois no vale histórico, na região serrana e também no Litoral Norte. Com essas audiências queremos levar mais condições para as pessoas discutirem a fundo o que é região metropolitana do Vale do Paraíba.

Quero também registrar que ontem participei do programa Arena Livre, da TV Assembleia, e tive a alegria de entrevistar Mario Sergio Cortella. Ele lançou o livro chamado “Política: para não ser idiota”. O significado do vocábulo “idiota” é aquela pessoa que não participa - de comunidade, de associação - tem uma vida voltada só para si. Normalmente se diz que quem participa de política é que é idiota. É um livro fantástico. O programa vai ao ar na próxima segunda-feira, às nove da noite, na TV Assembleia. Partilhei a mesa de entrevistas com o nobre Deputado Carlos Giannazi. Convido os telespectadores da TV Assembleia a assistirem a esse programa, uma entrevista muito rica.

Com isso, buscamos divulgar que há a necessidade de que as pessoas participem da política, mesmo que não seja como candidatos, mas que acompanhem seus parlamentares, os movimentos. Hoje, há muitas denúncias de corrupção. Às vezes, as pessoas ficam um pouco desanimadas. Fico triste por haver corrupção, mas fico contente por isso estar aparecendo. Na verdade, a corrupção já existe desde que o Brasil foi invadido em 1500. Mas, antes, não aparecia. Agora, aparece. Agora, é apurado. Isso não é motivo para desanimar, pelo contrário, é para aplaudir aqueles que estão lutando para depurar a política, para termos uma política cada vez melhor no nosso Brasil. Muito obrigado, Sr. Presidente. Um abraço ao Vereador Alex da Fanuel, de Jacareí.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Cândido.

 

O SR. JOSÉ CÂNDIDO - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, assomo à tribuna na tarde de hoje para comentar algo que nos chama atenção em pleno século XXI.

Passo a ler documento para que conste nos Anais da Casa.

“OIT adota Convenção para proteção de trabalhadores domésticos.

Os 183 membros da Organização Internacional do Trabalho (OIT) aprovaram na semana passada em Genebra uma histórica Convenção sobre o trabalho doméstico, que pretende garantir condições de trabalho decentes a milhões de pessoas, em sua maioria mulheres negras.

O texto da Convenção, discutido desde o início da 100a Assembleia da OIT, foi adotado sob muitos aplausos por 396 votos a favor, 16 contra e 63 abstenções por parte dos representantes de governos, organizações patronais e sindicatos dos países que fazem parte da organização.

É um momento histórico para o mundo inteiro”, comemorou o secretário-geral da OIT, o chileno Juan Somavía, em declarações à imprensa.

Esta convenção estabelece que os empregados domésticos são trabalhadores” e que “ser um trabalhador significa ter direitos, uma voz, acesso a uma vida decente”, acrescentou.

Uruguai e Filipinas já anunciaram a intenção de ratificar o texto de maneira rápida. O Brasil votou a favor!

Para a OIT, a aprovação do texto é “histórica”, já que constitui o primeiro instrumento jurídico internacional vinculante em prol dos trabalhadores domésticos, que representam pelo menos 52,6 milhões de pessoas no mundo.

Segundo os dados do secretariado da OIT (BIT), os empregados domésticos - faxineiros, cozinheiros, jardineiros, babás - representam, no mínimo, de 52,6 milhões de pessoas no mundo, ou seja, de 4 a 10% dos trabalhadores nos países em desenvolvimento e até 2,5% nos países industrializados.

Mas os dados podem ser muito superiores e podem atingir 100 milhões de pessoas, com alguns países reduzindo suas estatísticas, indica o BIT.

Pelo fato de muitos deles receberem salários baixos (o trabalho doméstico faz parte das profissões com menores remunerações, de acordo com o BIT) e serem submetidos a cargas horárias extensas, a convenção deve garantir a essas pessoas um tratamento semelhante ao concedido a outras categorias de trabalhadores.

Ela prevê principalmente a garantia a esses trabalhadores, dos quais a grande maioria são mulheres, de um dia de descanso por semana e pretende impedir que os empregadores obriguem seus funcionários domésticos a permanecer no local de trabalho durante suas férias.

Pede também aos governos que verifiquem que os termos dos contratos desses trabalhadores sejam compreensíveis.

Enquanto a grande maioria aceitou, incluindo os países do Golfo, a índia, a Indonésia ou Bangladesh, que hesitavam a princípio, alguns países se abstiveram, como o Reino Unido.

A representante britânica explicou que Londres “não estará em condição de ratificar o texto”, já que, segundo ela, “já oferece uma ampla proteção aos empregados domésticos”.

A Convenção não será obrigatória para os Estados que não a ratificarem, o que pode limitar seu impacto, principalmente em alguns países reticentes onde há um grande número de trabalhadores domésticos.

Apesar disso, a diretora do programa sobre as condições de emprego da OIT, Manuela Tomei, manifestou o seu otimismo em relação à ratificação do texto que foi concebido, segundo ela, com muitas “flexibilidades” para poder ser mais facilmente adaptável às leis nacionais.

 

Vinte e sete de abril, dia da empregada doméstica: Negras somam 20,1% do total de trabalhadoras domésticas.

Comemorado” no dia 27 de abril, não há o que celebrar no dia da empregada doméstica. No Brasil, cerca de 7,2 milhões de trabalhadores exercem a profissão.

Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNDA) do IBGE, realizada em 2008, cerca de 20,1% desse total de trabalhadoras são negras. Dentre as brancas, amarelas e indígenas, o número de mulheres na ocupação não passa de 12% do total.

No que diz respeito a condições de trabalho, 26,8% do total de empregadas domésticas não têm carteira assinada. Desse total, 59,2% são negras. Já o salário da trabalhadora doméstica negra (cerca de R$280,00 entre as trabalhadoras sem carteira assinada) chega a ser quase 10% menor do que a trabalhadora branca (cerca de R$330,00).

A grande maioria é de cor negra e de baixa escolaridade, segundo a presidente da categoria, Creuza Maria de Oliveira.

Segundo Creuza, a atividade vem da época da escravidão, razão pela qual a empregada doméstica é geralmente negra:

O trabalho doméstico no Brasil é executado por mulheres negras, que não tiveram a oportunidade de ir para uma faculdade, por exemplo, e o trabalho que é valorizado é o acadêmico”, afirmou.

A assistente de programas da Organização das Nações Unidas para as mulheres, a ONU Mulheres, Danielle Valverde, afirmou que a maioria das trabalhadoras domésticas não chega a concluir o ensino básico.

É um trabalho que tem grande componente de gênero, porque é exercido por mulheres, e também étnicorracial. No caso do Brasil, é feito por mulheres negras. Na América Latina, é um emprego exercido em grande parte por mulheres indígenas”, afirmou.

Fonte de pesquisa: site Uol”

Todos sabemos que os empregados domésticos ainda não têm direito a fundo de garantia. Quando moram na casa dos patrões, muitas vezes são obrigados a trabalhar nas férias. Enfim, são muitas as irregularidades que acontecem com os empregados domésticos.

Boa parte dos países se absteve, pois ainda tem, lamentavelmente, o vício de continuar fazendo os empregados domésticos de escravos.

Como disse no começo do meu discurso, em pleno século XXI ainda existe trabalho escravo regulamentado em todo o mundo. Isso é de se assustar. Mas ainda há empregados domésticos que nem sequer têm registro em carteira profissional e, quando são mandados embora, ou quando ficam velhos, sem condições de trabalhar, ficam sem condições de sobreviver, pois não possuem nenhum documento.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vitor Sapienza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Geraldo Vinholi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Welson Gasparini.

 

O SR. WELSON GASPARINI - PSDB - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas: Hoje vou focalizar um assunto cujos desdobramentos me deixam muito contrariado: o desmantelamento do sistema ferroviário do Estado de São Paulo.Tive acesso a documentos levantados pelo deputado  Mauro Bragato como relator da CPI do Sistema Ferroviário do Estado de São Paulo na última legislatura; li-os com muito cuidado e fiquei estarrecido!

Na minha região, Ribeirão Preto, os trilhos ficaram completamente abandonados na quase totalidade dos trajetos da antiga Companhia Mogiana de Estradas de Ferro, posteriormente assumida por uma concessionária.

Tenho em minhas mãos um relatório circunstanciado de um inquérito policial feito pela Delegacia de Polícia Federal de Piracicaba. Vou ler apenas um trecho para dar aos  nobres Deputados uma idéia  da gravidade dessa situação. Trata-se de um inquérito policial tramitando na 1ª Vara Criminal Federal da Subseção Judiciária de Piracicaba:

“Os atos de investigação visam a apurar os crimes praticados em detrimento dos bens públicos da extinta Rede Ferroviária Federal S.A. Nesse sentido, estão sendo investigadas empresas concessionárias de serviços públicos, usinas siderúrgicas, empreiteiras, empresas de ferro velho, além de agentes públicos que, de qualquer forma, tenham concorrido com os danos, desvios e subtração ocorrendo há muitos anos.

Com o desencadeamento da operação policial denominada “Fora dos Trilhos” foi possível conhecer a dimensão e a complexidade dos fatos sob apuração. Somando a isso, temos as informações contidas nos relatórios de inspeção e constatação, subscritos pelos funcionários da inventariança da extinta Rede Ferroviária Federal S.A., Antônio Vitor Ferreira da Silva e Rondon Simão Jorge. Indicativos de ação delituosa ocorrida na malha paulista poderiam ter ligação com as empresas e pessoas investigadas neste caderno inquisitorial.”

É incrível o que consta neste relatório circunstanciado. As investigações não estão sujeitas às limitações territoriais, até porque o caso sob investigação é de relevante interesse público, haja vista a existência de graves danos praticados em detrimento do patrimônio público nacional e ao serviço público de transporte ferroviário de passageiros e de carga.

Fiquei revoltado porque, andando pelas rodovias do Estado de São Paulo, parece termos temos vagões transitando e atravancando o tráfego. São caminhões com duas, três carrocerias, com cargas que poderiam estar sendo transportadas pelos trilhos das ferrovias. Acabaram com a ferrovia no nosso Estado e, o mais grave, não só no Estado, mas em toda a extensão do território nacional.  Hoje, há um domínio de determinadas empresas.

Nesse relatório criminal da Polícia Federal, temos fotografias impressionantes: depósitos de locomotivas e pátios de manobras, todos abandonados. Ora: isso era um patrimônio do Governo de São Paulo: a antiga Ferrovia Mogiana e  depois, a Ferrovia Paulista, transformadas em concessões.  Sou a favor de concessões, mas, pelo amor de Deus, não dar de presente um patrimônio como o que tínhamos. E tudo isso, lamentavelmente,  abandonado!

Sabem de onde o dinheiro para o trecho que funciona?  Do BNDES!

Assim, é fácil ser um concessionário! Basta tomar empréstimos vultosos do BNDES e fazer as linhas, sem ver o interesse nacional, mas o interesse de uma ou duas empresas,  hoje as donas de todo o sistema. É triste falar, mas, ao final, o BNDES ainda facilita mais: a dívida fica por conta de ações e a empresa estatal passa a ser acionista do sistema. Ou seja:  não é preciso nem pagar os empréstimos.

Temos em mãos o relatório, feito na legislatura passada, da CPI do Sistema Ferroviário do Estado de São Paulo, tendo na presidência o Deputado Vinícius Camarinha; na vice-Presidência  o Deputado Edson Giriboni e na relatoria o  Deputado Mauro Bragato. Assinei para participar da Frente Parlamentar do Sistema Ferroviário do Estado de São Paulo e poder, assim, ajudar a passar a limpo esses documentos. Quero saber da Polícia Federal o que aconteceu com o delegado que estava fazendo esse levantamento impressionante. Será que ele não poderia dar seqüência a um trabalho tão bem iniciado?

Faço um apelo, principalmente ao Deputado Mauro Bragato, para que, logo no inicio de agosto, quando voltarmos ao trabalho, essa Frente Parlamentar possa ser ativada. Vamos convidar para vir aqui o Delegado da Polícia Federal responsável por esse trabalho maravilhoso. O relatório da CPI pediu muitas providências e, ao que saiba, nenhuma delas foi tomada. Aqui estaremos para cumprir nossa missão de, pelo menos, contar as verdades à população do Estado de São Paulo.”

 

O Sr. Presidente - Jooji Hato - PMDB - Esta Presidência quer parabenizar o nobre Deputado Welson Gasparini pelo seu pronunciamento, assim como o delegado que fez a relatório. Infelizmente, os vagões, os trilhos, a rede elétrica, tudo está sucateado e vai na contramão da história, acabando com a ferrovia, algo que é extremamente importante para um país continental como o Brasil.

Sras. Deputadas, Srs. Deputados, tem a palavra o nobre Deputado João Caramez. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alencar Santana. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Mentor. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Regina Gonçalves. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edinho Silva. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Isac Reis. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. Olímpio Gomes - PDT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Sras. Deputadas, funcionários desta Casa, cidadãos que nos acompanham pela TV Assembleia, lamentavelmente, dou conhecimento que mais um policial militar foi executado na Baixada Santista.

Ontem, o Sargento Lindemberg estava com seu automóvel Voyage e, junto com ele, o Sargento Mauro, ambos em trajes civis, na Praia Grande, quando os dois pararam numa lanchonete na Rua Dr. Ciro Carneiro, no bairro Guilhermina. O Sargento Mauro entrou no estabelecimento e o Sargento Lindemberg ousou ficar na calçada. Por que estou dizendo ousou? Porque foi o tempo suficiente para que indivíduos, numa motocicleta CB 300, chegassem e fizessem disparos contra o Sargento Lindemberg, que tomou tiros nas costelas e nas pernas. Ele foi socorrido, mas, à uma hora e 15 minutos da manhã, veio a falecer.

Às pessoas que começaram a acompanhar a minha fala agora ou ligaram a televisão, podem achar até que é uma gravação de situações anteriores, que já vim a esta tribuna para lamentar a morte, a execução de policial militar na Baixada Santista. Já sei o final da história: a autoria não será apurada e serão até colocadas interrogações para a própria mídia, de forma desrespeitosa, sobre a conduta do morto: “Será que ele não estava envolvido com alguma coisa errada?” Devo dizer que no último velório de policial que fui, na Praia Grande, falei da execução de 14 policiais em um ano e meio. E o comandante da região, depois disso, em outra entrevista, disse que era um exagero. Não é exagero, são números. Não dá para tapar o sol com a peneira. É vergonhoso.

Eu lastimo. Toda família policial sofre, todos os policiais da região ficam apavorados. Os familiares, já numa expectativa, “Qual será a próxima vítima, quando será executado o próximo PM na Baixada Santista?” Não se apura, não tomam providência e tenta-se mentir para a população que a Segurança Pública no Estado de São Paulo nunca esteve tão bem. Eu lastimo muito isso. Lastimo a perda de controle da Segurança Pública no Estado de São Paulo; lastimo situações de descontrole na administração da Polícia Militar que, depois de amanhã, dia 24, vai fazer um mês que 49 tenentes coronéis e 55 majores da Polícia Militar foram promovidos - 104 oficiais superiores.

Deputado Jooji Hato, o senhor sabia que até hoje não houve tempo para o Comando Geral da Polícia Militar classificar nas unidades esses 104 oficiais que estão ganhando sem trabalhar, com as unidades sem os comandantes, e oficiais de patente inferior substituindo a função deles? Porque nem fazer uma classificação de 104 oficiais em 28 dias foi possível. Isso demonstra a perda total de controle. Depois não sabemos por que está morrendo policial lá na rua.

Há uma frase do Presidente americano, Lincoln: “Quando o estrategista erra, o soldado morre.” Os estrategistas que aí estão são muito ruins: erram demais, se omitem de mais, se acovardam demais. E o resultado é a morte do soldado.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Morais. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adriano Diogo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Estevam Galvão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Dilmo dos Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alex Manente. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Celso Giglio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, gostaria de manifestar a nossa indignação com os projetos apresentados pelo Governador Geraldo Alckmin. São projetos que versam sobre o reajuste para os servidores da Educação, tanto para o Magistério, como para os funcionários do quadro de apoio. O atual secretário da Educação organizou mais de 15 encontros com os servidores da Educação, em vários pontos do Estado, ouvindo os servidores, sobretudo tendo uma radiografia real do que vem acontecendo na rede estadual, tanto na sua estrutura humana, como na estrutura física. E ele se comprometeu a fazer uma reforma do plano de carreira. O próprio secretário reconhece que hoje praticamente não temos um plano de carreira para o Magistério, pois o existente está totalmente descaracterizado. Ele não garante a evolução funcional e a valorização da carreira do Magistério, nem do quadro de apoio.

No entanto, os dois Projetos apresentados, os PLCs 37 e 38, não dão conta de resolver essas questões. Eles deixam de fora o principal. Refiro-me primeiramente à questão salarial, que hoje é a principal. O salário base de um professor da rede estadual é de 800 reais e o projeto. Para resolver isso, o Governo estadual tem de dar um choque de investimento para valer, mas não esse projeto que concede apenas 42% de reajuste. Essa porcentagem é parcelada em quatro anos e, com isso, não haverá reposição nem das perdas inflacionárias de cada período, muito menos reposição das perdas do passado. Hoje os professores e os servidores da Educação tiveram uma grande perda, de quase 50% de seus salários, de 1996 até agora.

Os dois projetos apresentados então passam ao largo, num distanciamento muito grande de resolver minimamente essa questão. Os projetos deixam de fora a questão do ALE, do bônus, a política de mérito. Enfim, os aposentados continuam sendo prejudicados, bem como os pensionistas. Ou seja, não há avanço nenhum nesses pontos. Por isso, apresentamos emendas para tentar melhorar e ajustar ambos os projetos. Se a Assembleia Legislativa não votar favoravelmente as nossas emendas, vai passar o projeto do Governo, que não vai trazer nenhum benefício concreto para o Magistério estadual. Pedimos então o apoio dos 94 deputados para que as emendas apresentadas por nós e por outros partidos, comprometidos de fato com a valorização do Magistério e da educação pública gratuita, laica, estatal e de qualidade para que essas emendas sejam aprovadas. Enquanto não houver de fato um choque de investimento na Educação estadual, não haverá solução para esse grande flagelo que tem permeado a rede estadual de ensino.

É inconcebível que um governo continue formulando uma política educacional contra os professores. Todas as políticas educacionais formuladas pelos Governos do PSDB, nos últimos anos no Estado de São Paulo, são contra o Magistério, para prejudicá-lo. As entidades representativas do Magistério hoje, Apeoesp, Apase, CPP, Afuse e Udemo, são contra, não referendam a política educacional do Governo. É então inconcebível que haja esse distanciamento, esse antagonismo entre o Magistério paulista, com seus 230 mil profissionais, e, de outro lado, um grupo de tecnocratas que formulam políticas nos gabinetes da Secretaria da Educação. São políticas que prejudicam o professorado paulista.

Nós vamos continuar porque os projetos apresentados não resolvem a questão da falsa avaliação de mérito, da falsa avaliação dos professores OFAs, ACTs, ALI, da bonificação. Nada disso foi resolvido até agora.

Esse governo tem discurso mais ameno dizendo que está abrindo diálogo. Ele abre o diálogo, ouve, mas não executa, não incorpora uma proposta apresentada pelos servidores do magistério. Há um distanciamento. Há um processo de esquizofrenia entre a Secretaria de Educação, entre a política educacional e o professorado.

Sr. Presidente, quero dizer que nenhuma política educacional vai dar certo, vai resolver a questão da Educação no nosso Estado se ela não tem o apoio, não tem a crença, não for incorporada de fato pelo magistério por livre e espontânea vontade.

Agora o Governo organiza, formula uma política sem consultar o magistério. O divórcio entre o magistério e a Secretaria da Educação não vai funcionar.

O nosso apelo, nesse momento inicial de discussão, é para que os 94 Deputados votem nas emendas que apresentamos ao PLC 37 e 38, valorizando, de fato, o magistério.

Nós temos duas emendas básicas para cada projeto que se refere, sobretudo, ao não parcelamento do reajuste. O reajuste de 42% já, retroativo ao dia 1º de março, que é a data-base salarial de todos os servidores do Estado de São Paulo. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Orlando Bolçone. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt.

 

O SR. JOSÉ BITTENCOURT - PDT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, imprensa, todos que nos assistem neste instante pela TV Assembleia, o “Diário do Grande ABC” tem trazido uma reflexão importante sobre a questão dos contaminados da poluição do Polo Petroquímico de Capuava.

Segundo a reportagem muito bem feita, diz que as administrações não só municipal, também os órgãos estaduais, em especial a Cetesb, se calam sobre o Polo, as consequências lá resultantes.

Saiu essa matéria, no dia 21, na página das “Sete Cidades”. No dia 22, há uma manchete: “A Cetesb não sabe a causa de doenças perto do Polo”. A Cetesb não sabe. O órgão controlador da poluição aqui no Estado de São Paulo é a Cetesb. Lá tem quatro grandes indústrias: o Polo Petroquímico de Capuava. Gera emprego? Gera. Gera renda? Gera. Gera crescimento? Gera. Mas coloca em risco - está comprovado cientificamente - a saúde de cerca de 65 mil pessoas que moram no entorno de Santo André, como Parque Capuava, Parque Novo Oratório, Parque das Nações; Bairro de Sônia Maria, em Mauá, também em uma parte da região do Bangu, que é o Bairro de Santo André, e em toda aquela parte adjacente causa dificuldade.

Nós tivemos aqui a presença, na legislatura passada, da Dra. Maria Ângela Zaccarelli Marino, da Faculdade de Medicina do ABC, endocrinologista, que, em 2002, Deputado Ulysses Tassinari, que é médico, Deputado Sebastião Santos, grande Parlamentar desta Casa, ela já tinha uma tese comprovando cientificamente a chamada tireoidite crônica, a disfunção da tireóide e outros males daí decorrentes.

É interessante notar que uma pesquisa patrocinada pelo patronato colocou em cheque a brilhante tese da Dra. Maria Ângela Zaccarelli. Aí, encontramos uma terceira pesquisa onde ficou claro que a Dra. Maria Ângela tinha razão.

Estamos falando de 2002 para cá. Diante desse quadro, o Ministério Público pediu a instauração do inquérito civil público. Esse inquérito instaurado tem por objetivo coletar todos esses trabalhos técnicos médico-pericial, antecipatórios, para aparelhar uma ação civil pública para enquadrar quem de direito e responder à Justiça porque já têm pessoas com esses males já comprovados.

O que é preciso? E aqui vem a palavra final deste deputado. Eu estou fazendo um requerimento de informação à Cetesb. Eu acho que a Comissão de Saúde precisaria ser, mais uma vez, acionada nesta Casa para receber essas autoridades médicas e não somente a Dra. Maria Ângela.

Vamos convidar aqui a Dra. Maria Ângela Zacarelli Marino, também o Dr. Luis Almudi, Diretor Executivo da Associação das Indústrias do Polo Petroquímico - e aqui têm as empresas que não vou citá-las - e, também, o Ministério Público a esta Casa, para discutirmos à exaustão e trazer uma resposta para as 65 mil pessoas que moram no entorno desse Pólo, em Santo André.

A população não pode ficar nesse chamado impasse. A Cetesb deve se pronunciar a respeito disso. Nós estaremos aqui vigilantes, tomando medidas regimentais necessárias para tal mister.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Ulysses Tassinari.

 

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O SR. JOSÉ BITTENCOURT - PDT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, quero fazer aqui um outro registro.

Nós estamos com um calendário de votação para os próximos dias antes do recesso parlamentar, muito embora um dia vamos ter que discutir essa questão do recesso parlamentar no mês de julho. Um dia, vamos discutir. É preciso enfrentar essa questão. O trabalhador do setor privado tem 30 dias de férias. Por que outros setores, incluindo magistratura, o parlamento, podem ter 60 dias de férias? Nós teremos que enfrentar essa questão um dia.

Eu sou favorável a se igualar porque é princípio da isonomia, da igualdade. Se um trabalhador do setor privado tem 30 dias, por que do setor público não pode ter também 30 dias? Eu digo o equiparado no caso parlamentar e no caso da magistratura. Aliás, a bandeira da OAB é no sentido também de acabar com isso em relação ao setor Judiciário. O Parlamento também tem que acabar com isso. Eu acho que isso não é correto, não faz parte da cidadania. Isso já está ultrapassado.

Sr. Presidente, peço para que seja registrado e publicado no “Diário Oficial”, desta Casa, a publicação do brilhante artigo do nobre Deputado Campos Machado no DCI, cujo título: “O pior cego é quem não quer ver”.

Tenho esperança de que o PDL de lavra do Deputado Campos Machado, que susta o decreto da Secretaria de Segurança Pública que tirou a corregedoria da delegacia geral e passou para o Gabinete do Secretário, será votado até o dia 30.

Que possamos fazer um debate profundo sobre a diferença entre decreto e lei. Tenho certeza de que vai prevalecer o que é legal, o que é jurídico, o que é de lei mesmo. Lei está acima de decreto e esta Casa precisa resgatar esta prerrogativa. O Deputado Campos Machado está correto.

Haveremos de resgatar esta prerrogativa desta Casa.

Eis a íntegra do artigo em questão:

“O pior cego é o que não quer ver.

É da omissão dos bons que se alimentam os que julgam acima do bem e do mal, em seus delírios de poder.

É consenso entre os que conhecem um mínimo da alma humana que o capim não cresce sob a porta dos poderosos, tantos são os que a cruzam para cobri-los de elogios, perfilados, em ininterrupta romaria. Da mesma forma, no âmbito das mais diversas atividades, especialmente da política, há os que justificam como estratégia o não-enfrentamento e o silêncio ante os desmandos de quem detém o poder, mesmo que seus atos sejam nitidamente danosos aos que nos cabe representar.

Felizmente, não me incluo entre estes, até porque, desde cedo, aprendi que é da omissão dos bons que se alimentam os que se julgam acima do bem e do mal, em seus delírios de poder. Estou me referindo à situação vivida pela Polícia Civil de São Paulo, por conta da atuação do secretário da Segurança Pública, Antônio Ferreira Pinto, que, talvez sem se dar conta, contribui para desmoralizar seus comandados e, como se um ditador fosse, impõe decisões absurdas, confiante de que sua ação nunca será julgada pela história.

De todos os equívocos que protagonizou, que não foram poucos, desde que foi empossado no cargo e se arvorou em dono da Segurança, o mais danoso de todos foi ter ferido, de morte, a Lei Orgânica da Polícia Civil, e apunhalado a história da corporação. E, tudo isso, através de um simples decreto, retirando do órgão o seu coração - a Corregedoria - e instalando-a em seu gabinete, em uma alteração inexplicável de sua subordinação, já que, historicamente, ela sempre esteve vinculada à Delegacia Geral de Polícia.

Decreto, esquece-se o senhor secretário, nunca pode se sobrepor a uma lei. Ao contrário, decreto apenas e tão-somente serve para regulamentar uma lei; não se pode modificá-la, mesmo que dela não se goste. O curioso é que o Secretário não agiu da mesma forma com a PM, de cuja corporação fez parte, o que, em última análise, só serve para acirrar mais os ânimos entre policiais civis e militares, fruto de uma rivalidade antiga que todos sabem existir. Mas o mais chocante é o seu argumento para justificar essa decisão.

Parecendo não se preocupar com a honra alheia, o secretário diz, aos quatro ventos, que com isso está "limpando a Polícia Civil e acabando de uma vez por todas com sua banda podre". A afirmação beira a leviandade - o que seria a tal banda podre?-, já que coloca sob suspeição todos os integrantes de um órgão público que tantos serviços presta à população paulista. Diz o Secretário, por exemplo, que há mais de 800 delegados envolvidos em processos por corrupção; aliás, diga-se, não concluídos, o que é uma contabilidade falaciosa (há vários casos em que o acusado é o mesmo). Todos sabem que nem cinco por cento do total de delegados estão sendo processados e que, dentre os 800 processos, há vários que tratam de infrações menores, como não usar gravata em um plantão ou por acidentes das viaturas policiais.

Qualquer ação no sentido de moralizar o serviço público é bem-vinda, mas um secretário estadual não pode incorrer no equívoco da generalização. Na Polícia Civil paulista, os processos administrativos e disciplinares sempre foram realizados pela Comissão Processante Permanente e seus delegados, que, especificamente designados para essas missões, dedicavam-se integralmente ao serviço. E mais: eram notórias suas qualidades intelectuais, pessoais, e sobretudo morais, sendo raros os casos de suspeição levantados contra seus integrantes.

Ao comprar essa briga e conclamar a Assembleia Legislativa a derrubar o referido decreto, o que é uma obrigação moral de todos nós, não foram poucas as vezes em que ouvi conselhos para não assumir um confronto desse porte. Mas o faço consciente de que esse é o meu papel, avalizado pelo voto que me conferiram quase 215 mil paulistas; mais do que isso, porque não nasci para ser vassalo de ninguém: pelo contrário, só aprendi a me curvar à minha consciência.

Gostaria, no entanto, de deixar bem claro que não caminho pela estrada da leviandade. Não tenho dúvida de que Ferreira Pinto, oficial da Polícia Militar de origem e atualmente integrante do Ministério Público Estadual, uma entidade que orgulha o nosso estado, é um homem de bem. Não me deixo levar pelo confronto pessoal. Apenas sigo empunhando a bandeira de que a nossa Polícia Civil é uma das melhores do mundo e que não pode, e não deve, ser desmoralizada e humilhada por quem quer que seja.

Se terei êxito nessa empreitada, não sei. O importante é estar em paz com a minha consciência, para o que prefiro agir como o beija-flor, que, diante de um grande incêndio que havia na floresta, começou um incansável vai-e-vem a um riacho, onde apanhava um pouco de água no bico e a jogava ao fogo. Ver aquilo incomodou um grande leão, que pergunta ao beija-flor: “O que está pretendendo, amigo? Quer apagar um incêndio que nenhuma tempestade consegue apagar?” O beija-flor simplesmente responde: “Eu sei que não vou apagar este incêndio, senhor leão. Estou apenas fazendo a minha parte.”

“Campos Machado é presidente do PTB-SP e secretário-geral da Executiva Nacional do Partido; é deputado estadual e líder petebista na Assembleia Legislativa paulista.”

 

O SR. PRESIDENTE - ULYSSES TASSINARI - PV - Tem a palavra o nobre Deputado Luis Carlos Gondim.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. LUIS CARLOS GONDIM - PPS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectador da TV Assembleia, o Governador Geraldo Alckmin esteve hoje no Município de Mogi das Cruzes, às 10 horas, para lançar a pedra fundamental do hospital no bairro de Brás Cubas.

O bairro de Brás Cubas, juntamente com o distrito de Jundiapeba, representa aproximadamente 180 mil habitantes. Todos são atendidos em Mogi das Cruzes, com exceção dos postos de Saúde. Há muito tempo que a população vem solicitando este hospital. Tínhamos em mente um Hospital Dia para se ter um custo menor, porém Governo Federal e Governo Estadual se juntaram à prefeitura para o lançamento de um hospital com sete andares e com capacidade para realizar até dois mil atendimentos semanais e quinhentas cirurgias por mês. Fechamos praticamente o nosso sistema de Saúde. Falta-nos agora um hospital para crônicos, para onde iriam todos os pacientes com recuperação lenta. Isso resolveria todo o problema da nossa região. Então temos o Hospital Luzia, este hospital municipal que tem a ajuda do Governo Federal e do Governo do Estado, faltando agora um hospital para crônicos. Fora isso, toda a rede básica de Saúde atende a população de Mogi.

Portanto para nós isto representa um ganho muito grande e nesse sentido queremos agradecer o Governo do Estado pela sua participação. Vinte e sete milhões será o gasto por conta da construção e aparelhagem a se comprar.

Aproveito ainda a oportunidade para agradecer a palestra, pela Abrale, da Dra. Yana Novis, coordenadora do centro de oncologia do Hospital Sírio-Libanês, que ontem esteve nesta Casa falando sobre leucemia linfoide aguda e crônica, leucemia mieloide e mieloide aguda e crônica. Falou-se muito sobre os doadores de medula óssea. O Brasil já ocupa o terceiro lugar no ranking mundial em número de doadores: aproximadamente dois milhões. Isso resolve alguns casos de leucemia, de pessoas que precisam do transplante da medula óssea. Não ficaremos somente no tratamento de alguns linfomas com a quimioterapia e a radioterapia. A Abrale vem fazendo um trabalho muito sério no Brasil, principalmente em São Paulo, e ontem enriqueceu este Parlamento com esta palestra, impulsionando-nos a ajudar todos aqueles que têm essa enfermidade. Inclusive vamos realizar alguns trabalhos para que gestantes possam fazer doações, com orientação para que este tema da doação de medula óssea seja feita através do cordão umbilical.

Portanto, teremos um ganho muito grande no Estado de São Paulo com a Abrale trabalhando para todos: ricos e pobres, todos que tenham essa enfermidade.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Milton Vieira, pelo tempo remanescente.

 

O SR. MILTON VIEIRA - DEM - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, o Deputado Luis Carlos Gondim falava da nossa visita hoje a Mogi das Cruzes no lançamento da pedra fundamental do novo hospital, que contou com a presença dos Deputados Gondim, André do Prado, Estevam Galvão, dos Deputados Federais Valdemar Costa Neto e Junji Abe, além de vários prefeitos da região do Alto Tietê.

Apesar do momento que aparentemente parece ser negativo, com denúncias, com queda de Secretário e médicos envolvidos em fraudes em relação a ponto, temos um lado positivo porque hoje pude perceber que com essa união de forças em torno da Cidade de Mogi das Cruzes tornou-se realidade uma luta de quase quatro décadas: o hospital do distrito de Brás Cubas. E achei interessante porque num momento em que a Saúde passa por esse problema de denuncismo, o nosso Estado dá mostras de que tem avançado na questão da Saúde. Temos o problema gravíssimo das Santas Casas, como a Santa Casa de Suzano que para mim é um hospital municipal, de vez que a municipalidade assumiu, mas achei muito positivo.

O governador está sempre forte, trabalhando, é um cara para o qual temos de tirar o chapéu porque ele é disposto, ele vai mesmo. Ele anunciou as próximas visitas que fará quando das inaugurações da AME, da AACD, em Mogi. Quero cumprimentar o prefeito Marco Bertaiolli, os deputados da cidade, pois o povo ganhou um presente. As pessoas estavam felizes, os idosos acompanham essa luta com promessas há 40 anos e hoje o sonho se torna realidade.

Coloco-me à disposição, nesta Casa, como um aliado, para a construção do hospital. Quero que Mogi das Cruzes conte conosco. Falei isso para o prefeito Marco Bertaiolli e para o governador. Meus parabéns. Não adianta só atirar pedra; temos que nos unir para construir um São Paulo melhor. Estamos falando do maior estado da federação e não podemos ficar apenas atacando, criticando. Em todos os segmentos há pessoas que não valem nada e nesse não poderia ser diferente. Sabemos que existem pessoas sérias. O secretário de Saúde, Dr. Giovani, é uma pessoa séria, está levando com seriedade, esteve na Comissão de Saúde, prestou-nos esclarecimentos e este ano falará novamente sobre a saúde do nosso estado. É muito positiva essa questão. Todavia, há muito que mudar. Vamos lutar, vamos ajudar para melhorar muito mais. Parabéns, Mogi das Cruzes, pelo presente, o hospital que vai salvar vidas, que vai cuidar do ser humano.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Terminado o tempo destinado ao Pequeno Expediente, vamos passar ao Grande Expediente.

 

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- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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O SR. MARCOS NEVES - PSC - Sr. Presidente, peço para falar pelo artigo 82.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra V.Exa., com anuência dos Srs. Deputados.

 

O SR MARCOS NEVES - PSC - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, TV Assembleia, imprensa presente, minha fala hoje é sobre um tema que está sendo bastante debatido, a Eletropaulo. Estou criando nesta Casa uma frente parlamentar sobre os assuntos da Eletropaulo, por quê? Peço, inclusive, o apoio dos deputados interessados nessa questão, nesse grande problema que é a Eletropaulo. Houve esse problema de apagão em algumas cidades, faltou energia e ela não deu sustentação à população. Ela disse que foi um caos que é difícil acontecer, mas até mesmo o governador veio a público e disse que quer rever o contrato. O secretário José Aníbal também disse que quer rever o contrato, que quer saber o que realmente está acontecendo, que os investimentos não foram feitos.

A frente parlamentar tem como objetivo por todo nosso mandato fiscalizar a Eletropaulo e que a população, o cidadão possa nos procurar trazendo os problemas que cada cidade enfrenta. Porque em todo lugar que vamos, principalmente à noite, vemos as luzes apagadas. Mesmo em grandes cidades. E vemos, durante o dia, luzes acesas. E qual é o problema que alegam? Ah, a prefeitura tem débito. Ah, a prefeitura que não concertou. E a Eletropaulo sempre se afastando.

Não sei se V.Exas. observaram, mas logo que estourou o escândalo, e que o governador ia para cima, digamos assim, do contrato da Eletropaulo, eles começaram a fazer propaganda nos grandes jornais explicando que estão à disposição, se colocando culpa internamente, e até fazendo propaganda nas grandes televisões. Vemos hoje as grandes televisões fazendo propaganda. Quer dizer, a hora que apertou o calo da Eletropaulo, começou a fazer propaganda, começou a dar atenção à população. Na cidade de Embu estão até visitando as pessoas, perguntando se estão precisando de alguma coisa, todos solícitos. Por que isso não foi feito antes? Por que essa prevenção não foi feita?

Vemos, então, que principalmente essa empresa que foi privatizada, só deu atenção à população quando o governador disse que ia rever o contrato. Enquanto isso não acontece, eles estão soltos, estão tranquilos, não estão investindo o dinheiro que deveria ser investido, não estão preocupados com a população que fica sem luz; milhares de pessoas doentes, que dependem de aparelhos, ficam sem luz, e pessoas que moram em lugares onde já há pouca luz ficam com menos ainda, as luzes das ruas apagadas e a Eletropaulo não está preocupada. Na rua onde moro há uma lâmpada apagada há mais de um mês. Fiz uma solicitação e até hoje não foram lá. Não tomam providência.

Peço apoio dos Srs. Parlamentares para, com essa frente parlamentar, fazermos uma fiscalização de verdade, um fiscalização da Eletropaulo durante todo o nosso mandato. A Eletropaulo não pode posar de boazinha e colocar propaganda nos grandes jornais, nas grandes televisões para dizer que é uma boa empresa. Temos que ir para cima.

Coloco-me à disposição dos prefeitos de outras cidades, de vereadores, da comunidade, de líderes de bairro para enfrentarmos a Eletropaulo como ela deve ser enfrentada. Não sei se o governador já está revendo o contrato, se o secretário também está, mas devem estar, para que possamos realmente ir para cima dessa empresa que tem causado tantos prejuízos à população. Infelizmente, a população não tem tempo, não vai atrás do prejuízo por um aparelho queimado, atrás de uma coisa que custa pouco.

Quero também elogiar o atendimento que tive hoje na Secretaria da Justiça, tanto pela secretária Heloisa, como pelo Sr. Luiz Daniel, secretário adjunto. Atendimento a mim e a minha região de Carapicuíba. Há lá o problema de ampliação do fórum, de uma futura construção, e eles se colocaram à disposição, estão empenhados para que isso aconteça. Parabéns aos dois pelo atendimento carinhoso. Era o que tinha a dizer.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Por permuta com o nobre Deputado Marcos Neves, tem a palavra o nobre Deputado Fernando Capez.

 

O SR. FERNANDO CAPEZ - PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, agradeço ao nobre Deputado Marcos Neves pela solidariedade e compreensão, pelo apoio, congratulá-lo pela iniciativa da frente parlamentar que apoio integralmente. É despropositado e vergonhoso o que está ocorrendo com a Eletropaulo. Se a empresa não tem competência para assumir a geração de energia para o Estado de São Paulo é melhor devolver o contrato de concessão. Apoiamos também instalação de CPI para investigar a Eletropaulo.

Mas, Sr. Presidente, desejamos hoje tratar de um assunto, para o qual há até algumas imagens do Diário Oficial. Alguns deputados componentes da Frente Parlamentar de Combate ao crack, presidida pelos nobres Deputados Enio Tatto e Donisete Braga. Alguns deputados dessa frente percorreram ontem a cracolândia, conforme o Diário Oficial de hoje nos mostra. O que vimos lembrou muito a descrição feita do inferno pelo escritor Dante Alighieri, no século XV, em sua obra Divina Comédia. Ao entrar por essas portas - na verdade na cracolândia não há portas, o que existem são escombros de construções que servem como abrigos para verdadeiros mortos-vivos, dependentes do crack - deixem suas esperanças do lado de fora.

Chegava a ser impressionante quando nosso querido colega, deputado Olímpio Gomes recolhia dezenas de cachimbos usados para fumar o crack, que é a cocaína no seu estado sólido e passível de ser aspirado. O crack só tem uma diferença das demais drogas: ele mata em pouco temo o seu usuário. Estivemos ali caminhando, percorrendo, olhando aquelas pessoas. Tinha uma criança de 12 anos, ali abandonada, que queria ser tratada, chamada Caio, e a intervenção do deputado padre Afonso Lobato fez que com que ela pudesse ser encaminhada a uma clínica de recuperação em Taubaté para posteriormente tentar ser readaptada socialmente.

Em seguida, fomos visitar um centro de referência, onde colhemos uma série de dados e informações. Pelo menos da minha parte, deputado Jooji Hato, achei interessante sua sugestão feita durante a caminhada: não tem que proibir a marcha da maconha. Ela precisa ser feita em volta da cracolândia. Aqueles que querem desfilar, incitar, ou simplesmente defender a bandeira da descriminalização, ao invés de andarem confortavelmente se exibindo pela avenida paulista e atrapalhando o trânsito de uma via que tem sete hospitais, poderiam sim caminhar ali com as bandeiras, ao redor da cracolândia, e lá defender a sua ideia. Isso é melhor que combater. Achei uma ideia interessante. Alias, precisamos propagá-la. Está aqui o deputado Donisete Braga, presidente da frente parlamentar, juntamente com o deputado Enio Tatto. Parabéns não só pela iniciativa da criação da frente, mas por ter organizado a ida àquele local.

Fiquei muito satisfeito quando conversando com V.Exa. dizia que essa é uma luta que não tem partido político, é uma luta que não tem camisa nem bandeira; não é uma política partidária, mas uma verdadeira política pública em que devem se unir todos os deputados desta Casa, inclusive não só aqueles que integram a frente parlamentar. Essa é uma frente que merece a integração dos 94 deputados da Casa. Parabéns, deputado Donisete Braga! Estamos trabalhando juntos. Já recolhemos uma iniciativa importante de uma igreja que atua na região e que já recuperou 200 dependentes do crack. Estamos trazendo-a para participar da audiência pública que será realizada na próxima terça-feira, nesta Assembleia.

Mas do que se discutiu ali, cheguei a uma conclusão. Essa conclusão pode inclusive não coincidir com a conclusão de alguns especialistas da área da Saúde, mas é calcada na experiência que tive ao longo de mais de duas décadas trabalhando como promotor de justiça: promotor criminal, promotor de defesa da cidadania, promotor do júri, promotor especializado no combate ao tráfico de entorpecentes. Ao longo de 23 de carreira podemos chegar a algumas conclusões que impliquem bom senso além do conhecimento jurídico. Como vamos perguntar para aquelas pessoas - algumas delas em estado de coma, dormência profunda provocada pelo uso abusivo do crack - se elas querem se tratar? Vamos acordar as pessoas, perguntar sua opinião? Ali existem gestantes portadoras de HIV; muitas foram encontradas. Outros que não têm mais nenhum tipo de esperança.

Ali sim atuam, como bem observou o deputado Olímpio Gomes, microtraficantes todos os dias. Se forem presos, esses sim, que exploram a miséria humana do dependente para ter lucro, para ganhar dinheiro com a venda do crack. Na verdade não sei se ele tem que responder por tráfico ou por tráfico em concurso com homicídio doloso. Concluímos que essas pessoas usuárias, em razão do uso abusivo da droga, perderam completamente a capacidade de discernimento e autodeterminação. A Lei de Drogas é explícita ao prever a inimputabilidade daquela pessoa que em razão da dependência na droga perdeu completamente a capacidade de discernimento. É o caso da quase totalidade daquelas pessoas que se encontravam ali, amontoadas no lixo e escombros de construções. Essas pessoas perderam completamente a capacidade de discernir, de autodeterminar e de escolher os seus destinos.

Por essa razão é imprescindível a aplicação imediata do Art. 7º, da Lei 10216, de 2001, que está em vigor há 10 anos. Cabe nesse caso a internação ou tratamento, conforme o caso, compulsório, obrigatório, determinado pelo juiz. É muita poesia imaginar que se pode dialogar ou conversar com alguém que está à beira da morte, consumida pelo crack. A internação ou tratamento compulsório, determinado por ordem judicial, mediante laudo e a pedido do Ministério Público, se impõe. Só que como conversava com o deputado Donisete Braga não adianta lutar pela internação ou pelo tratamento compulsório se não houver vagas em numero suficiente. E por essa razão o grande foco dessa frente parlamentar - concordávamos todos os deputados - é lutar, pressionar o governo em todas as instâncias - federal, estadual e municipal - a ampliar o numero de vagas seja no hospital geral seja em clinicas especializadas para tratamento.

Cedo um aparte à nobre Deputada Telma de Souza.

 

A SRA. TELMA DE SOUZA - PT - Nobre deputado Fernando Capez, em primeiro lugar, quero chamar atenção para uma foto publicada no jornal "Folha de S.Paulo", na semana passada, que estampava um senhor bastante bem vestido, aparentemente um executivo, cabelos grisalhos, fazendo a compra e usando o cachimbo do crack na cracolândia.

Penso que a questão da droga, seja ela qual for, tem de ter uma discussão extremamente delicada, refinada e com apoio nas questões cientificas.

Na semana retrasada, duelamos sobre a questão da maconha. Sou a favor e V.Exa., que é do PSDB, é contra a descriminalização da maconha. V.Exa. falava que deveria ter uma passeata em torno da cracolândia e fiquei imaginando o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do alto dos seus heráldicos 80 anos, liderando essa manifestação. E vou dizer por que. Venho de uma região portuária. Portanto, a entrega de drogas através da chegada de navios, não posso dizer que sejam exclusivamente os navios, mas, enfim, é uma porta de entrada bastante facilitadora. Não é à toa que em Santos um dia, à época em que eu era prefeita, tive que combater aquilo que nós nem sabíamos o que era, que foi a epidemia de Aids, e nós conseguimos, em nível mundial - não eu particularmente, mas toda uma equipe liderada pelo saudoso Dr. David Capistrano - nós conseguimos liderar toda uma situação, para poder diminuir esse tipo de consequência.

O que quero dizer com tudo isso é que particularmente na Comissão de Combate ao Crack temos que aprofundar essa questão. Eu insisto: há tipos diferenciados de droga, heroína é uma coisa, do ponto de vista científico. Não tenho experiência pessoal com nenhuma delas, sou absolutamente antitabagista, mas penso que temos que ter uma visão para a questão da maconha, outra para a questão do crack e do óxi, que ainda é pior que o crack, e também para a questão de todas as drogas, inclusive o álcool, que é legalmente permitido.

Quero fazer um convite a V. Exa., para que cada vez mais possamos fazer uma Frente Parlamentar forte. Não pude vir ontem nesta "visita", mas quero aprofundar com os Deputados e para mim mesma o conhecimento das questões científicas a respeito das drogas.

Até onde sei, não há nenhum método para retirar as pessoas das drogas, a não ser a religião, que é de alguma maneira trocar os ensinamentos bíblicos, na sua grande maioria, pela dependência de drogas, seja ela qual for.

Mas essa é uma discussão profunda que cabe aos cientistas, e a nós para fazermos as leis sobre o assunto. É claro que temos que combater, mas precisamos nos aprofundar para saber, porque confinar esse dependente não é solução. É algo de desespero, porque nós não estamos sabendo lidar com essa questão. E precisamos aprofundar com experts no assunto, do ponto de vista científico, para depois podermos legislar a favor. Muito obrigada.

 

O SR. FERNANDO CAPEZ - PSDB - Somente para deixar claro e concluir, Sr. Presidente, o foco da Frente Parlamentar é a Cracolândia e o combate ao crack.

O crack é uma droga cuja utilização demanda ações imediatas, pragmáticas, práticas. Se ficarmos só debatendo muito tempo é mais um dependente que vai morrer, porque a droga mata em pouco tempo. E esses dependentes que estão na Cracolândia não têm discernimento para optar pelo tratamento ou não. Portanto, o tratamento compulsório por ordem judicial e a abertura de vagas em hospitais públicos e clínicas especializadas, seja para internação, seja para o tratamento não internado, é uma prioridade, uma urgência, e temos que estar unidos para pressionar o poder público para abrir novas vagas no sistema de Saúde para abrigar.

Quanto à Marcha da Maconha, sou a favor do debate, mas radicalmente contra a descriminalização de qualquer droga.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Esta Presidência, atendendo solicitação do nobre Deputado Fernando Capez, convoca V. Exas., nos termos do Art. 18, Inciso I, letra "r" da XIII da Consolidação do Regimento Interno, para uma Sessão Solene a realizar-se no dia 26 de agosto de 2011, às 10 horas, com a finalidade de prestar homenagem ao Exército Brasileiro e ao seu Patrono, Marechal Luís Alves de Lima e Silva, Duque de Caxias.

Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários desta Casa, cidadãos que nos acompanham pela TV Assembleia, protocolizei um documento dirigido ao Sr. Presidente da Assembleia, solicitando o encaminhamento à Comissão de Prerrogativas.

A minha manifestação é que sinto que o Parlamento, a Assembleia Legislativa, foi frontalmente desconsiderada pelo Comandante Geral da Polícia Militar, e é com muita tristeza que faço esta manifestação, dirigida ao Sr. Presidente e logicamente a todos os Srs. Deputados.

Passo a ler o referido documento:

“Deputado Olímpio Gomes.

São Paulo, 22 de junho de 2011.

Ofício GDMOG n° 219/2011.

Anexo:

1) Cópia do Despacho n° CPAmb-031/11/11;

2) Cópia do Despacho n° CPAmb-032/11/11;

3)    Cópia do Despacho n° CPAmb-092/11/11;

4)    Cópia da Ordem de Serviço nº CORREGPM-3/360/11.

Senhor Presidente,

Levo ao conhecimento de Vossa Excelência que se acha lotado em meu Gabinete o senhor Sérgio Roberto da Costa Athayde, Tenente-Coronel da Reserva da Polícia Militar do Estado de São Paulo, RG n° 9.031.183-8, onde exerce as funções de Assessor Especial Parlamentar, consoante publicação inserta no Diário do Legislativo de 09-04-2010, sendo detentor da matrícula 21.109.

Referido servidor deste Poder Legislativo, quando se encontrava no serviço ativo da Polícia Militar, nos anos de 2007 e 2008, teve contra si instaurados três Procedimentos Disciplinares, cujas apurações e decisão final resultaram na aplicação de 5 (cinco) dias de permanência disciplinar, modalidade de sanção que consta do rol do art. 14 e tem sua definição no art. 17 do Regulamento Disciplinar (RDPM), instituído pela Lei Complementar n° 893, de 09-03-2001:

Art. 17 - Permanência disciplinar é a sanção em que o transgressor ficará na OPM, sem estar circunscrito a determinado compartimento.

Parágrafo único - O militar do Estado nesta situação comparecerá a todos os atos de instrução e serviço, internos e externos.”

Ocorre que superadas todas as fases da instrução processual disciplinar e não cabendo mais recursos, o Ten Cel PM Athayde foi instado pelo Comandante do Policiamento Ambiental, haja vista ter sido este o último Comando ao qual se subordinou, a ali comparecer com a finalidade de iniciar o cumprimento dos corretivos que lhe foram impostos.

No entanto, ante ao fato de que é lícito ao PM da ativa, durante o cumprimento de permanência disciplinar, comparecer aos atos de instrução e serviço, interno e externos, não sendo o Ten Cel PM Athayde, PM da ativa, ficar confinado ao âmbito do CPAmb, sem poder comparecer ao serviço, portanto impedido de exercer seu direito social ao trabalho (art. 6°, CF), de conseguinte sujeitando-se a descontos pecuniários e prejuízos pelos dias de ausência ao trabalho, em razão do cumprimento da pena disciplinar imposta, peticionou ao Cmt Pol Amb buscando obter permissão para cumprir o corretivo em seu local de trabalho, ou seja, no âmbito desta Assembleia Legislativa, no período diurno.

Bem assim, sustentando que na atualidade nem “criminosos” permanecem circunscritos a determinada edificação para cumprimento de pena que lhes são impostas, ex vi das disposições dos art. 696 a 709 do Código de Processo Penal e art. 606 a 617 do Código de Processo Penal Militar, nos quais se evidencia que tanto o cidadão militar, quanto o cidadão civil, que pratica crime e é condenado à pena de detenção ou reclusão, não superior a dois anos, pode ter suspensa a execução dessas penas restritivas de liberdade, também peticionou ao Comandante do Policiamento Ambiental para obter permissão para cumprir a sanção disciplinar em sua residência, no período noturno.

Importa esclarecer que tais solicitações foram formuladas com fundamento no citado art. 17, como também no art. 49 do RDPM, a saber:

Artigo 49 - A autoridade que tiver de aplicar sanção a subordinado que esteja a serviço ou à disposição de outra autoridade requisitará a apresentação do transgressor.

Parágrafo único - Quando o local determinado para o cumprimento da sanção não for a respectiva OPM, a autoridade indicará o local designado para a apresentação do policial.”

Neste ponto reside a razão deste Deputado Estadual se dirigir a Vossa Excelência, digno Presidente da Comissão de Prerrogativas desta Assembleia Legislativa, eis que fica evidente, pela disposição retro transcrita, cuja Lei Complementar n° 893/2001 foi amplamente debatida e aprovada nesta Casa de Leis, a necessidade de que, ao menos por cortesia, o senhor Comandante-Geral da PM requisitasse a apresentação do Ten Cel PM Athayde a este Parlamento, senão vejamos.

O Ten Cel PM Athayde, sem a menor sombra de dúvidas, foi oficialmente nomeado servidor público da Assembleia Legislativa, conforme decisão publicada na página 15, do Diário Oficial do Poder Legislativo, onde se lê:

Sérgio Roberto da Costa Athayde, RG n° 9031183-8, para exercer, em comissão, o cargo de Assessor Especial Parlamentar, do SQC-I do Quadro da Secretaria da Assembleia Legislativa (QSAL), com vencimento fixado no Anexo IX - Escala de Classes e Vencimento - de que trata o artigo 68 da Resolução n° 776/96, em vaga decorrente da exoneração de Anabela da Rocha Mendes Sequeira. (Decisão n° 661/2010)”

Destarte, o fato de o Comandante-Geral descumprir norma da lei complementar que institui o RDPM, ao qual o referido Comandante também está sujeito, permite-me classificar o episódio não apenas de simples ato de inconsideração a este Parlamentar, haja vista que é do conhecimento do Comandante que o Ten Cel PM Athayde integra meu Gabinete, mas sim atitude de total desrespeito aos representantes deste Parlamento, dentre os quais Vossa Excelência, que mui dignamente compõem a Mesa Diretora desta Casa, da qual partiu a decisão acima transcrita.

Observe Vossa Excelência que, conforme documentação anexa, a Ordem de Serviço firmada pelo Comandante-Geral deu interpretação falaciosa ao art. 49 do RDPM, estabelecendo, onde o legislador não estabeleceu, que o dispositivo somente se aplica a “autoridade militar” e “tem aplicação exclusiva para policiais militares da ativa” e, com isto, o digno comandante se furtou a cumprir a norma a que está sujeito.

Neste aspecto, considerando que tal atitude do ilustre Comandante-Geral bem demonstra a animosidade com que alguns Deputados, em face de suas convicções político-ideológicas, são tratados no âmbito do Poder Executivo do Estado de São Paulo o que, sem dúvida alguma, reclama providências enérgicas deste Parlamento, rogo a Vossa Excelência o encaminhamento desta documentação ao senhor Presidente da Comissão de Prerrogativas desta Assembleia Legislativa.

Ao ensejo, reitero a Vossa Excelência protestos de elevada estima e distinta consideração.

Olímpio Gomes

Deputado Estadual - PDT

Ao Excelentíssimo Senhor Deputado Barroz Munhoz

Presidente da Assembleia Legislativa

Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo - Av. Pedro Álvares Cabral, 201, sala T-108, CEP 04097-900 - São Paulo - SP, Fone (11) 3886-6508.”

Esclareço que o Coronel Athayde já está aposentado, na reserva, há mais de dois anos, e tudo isso é uma retaliação contra mim que, na minha condição de parlamentar, por enquanto não consegue me atingir, mas atinge-se quem está ligado a mim.

Não estou aqui questionando a punição aplicada. Estou questionando a desconsideração com a Assembleia Legislativa. A lei determina que o comandante deveria requisitar à Assembleia Legislativa a apresentação do tenente-coronel Athayde. Em várias situações, pelo fato de estarem ligados a mim, policiais militares outros têm sido prejudicados e até perseguidos.

Até mesmo leis sancionadas pelo Governador do Estado e aprovadas por esta Casa não vêm sendo cumpridas pelo próprio Comandante-Geral da Polícia Militar, Coronel Camilo. Digo algumas. O projeto de minha autoria que deu denominação de Sargento Paiva - morto a tiros de fuzil no pátio do 45º DP na zona norte de São Paulo, um herói da zona norte - ao 18º Batalhão. A Assembleia Legislativa votou o projeto de forma unânime, o Governador aprovou o projeto e o Coronel Camilo insiste em não cumprir a lei. Também o 43º Batalhão da Polícia Militar de Soldado Lamas, morto com tiro de fuzil no dia 9 de novembro de 2009 na zona norte, votado pela Assembleia Legislativa de forma unânime, sancionado pelo Governador e o Comandante-Geral da Polícia Militar não cumpre a lei. Denominação do 7º Batalhão da Polícia Militar de Tenente Calegari, da turma do comandante-geral, morreu baleado em Higienópolis, numa ocorrência em que eu era aspirante e estava de serviço no dia, votado de forma unânime pela Assembleia, sancionado pelo Governador, o Coronel Camilo não cumpre porque o projeto é do Major Olímpio.

Está equivocado, Comandante. Quando a Assembleia vota, deixa de ser um projeto do deputado, passa a ser uma manifestação do Legislativo, que representa o povo paulista. Quando o Governador sanciona, Sr. Comandante, não cabe mais seu juízo de valor como autoridade de terceiro escalão do Estado, discutir a sanção do Governador. Também o CPAM-3, da zona norte, primeiro comando com nome de mulher no Estado de São Paulo, projeto de minha autoria, mas que a Assembleia Legislativa votou de forma unânime, o Governador sancionou e o Comandante da Polícia Militar não cumpre.

Venho fazer essa manifestação com muita dor no coração. Depois de Deus e da minha família, o que mais prezo na minha vida é minha profissão na Polícia Militar, mas tenho que lamentar a conduta do comando e do comandante em promover esse tipo de posicionamento que não é próprio de uma organização legalista, que tem de cumprir as leis.

Solicito que a Assembleia Legislativa tome posicionamento e dê a devida cobrança à Secretaria de Segurança Pública e ao Governador do Estado, que são os comandantes diretos do Comandante-Geral da Polícia Militar, que insiste em não cumprir leis aprovadas por esta Casa.

Gostaria que meu pronunciamento fosse encaminhado regimentalmente ao Governador do Estado de São Paulo, ao Secretário de Segurança Pública e ao Comandante-Geral da Polícia Militar. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Esta Presidência encaminhará após o exame das disposições regimentais.

 

O SR. MILTON VIEIRA - DEM – PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, V. Exa. havia solicitado meu tempo no Grande Expediente, gostaria de cedê-lo a V. Exa. para que faça uso da palavra, pois, devido a um compromisso, vou ter de me ausentar.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Muito obrigado, nobre Deputado Milton Vieira.

Tem a palavra a nobre Deputada Célia Leão, por permuta de tempo com o nobre Deputado Simão Pedro.

 

A SRA. CÉLIA LEÃO - PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, a tarde de hoje antecede um feriado prolongado, esperamos que o registro de acidentes nas nossas estradas seja menor. É importante que as pessoas fiquem atentas a essa questão. Só no final de semana, na nossa região, tivemos vários acidentes com vítimas fatais, todos eles envolvendo jovens de 15 a 25 anos, como diz a pesquisa estadual, a pesquisa nacional, e deve ser também mundial.

Vou falar um pouco sobre a frente parlamentar de apoio ao turismo.

Mas, primeiramente, não há como assomar à tribuna sem fazer justiça, sem querer polemizar, até porque isso não é uma questão de polêmica, é uma questão de investigação. Como alguém que participa de uma sigla partidária e respeita essa sigla e todas as demais siglas partidárias deste País, gostaria de deixar bastante claro que entendo e defendo o papel da oposição e o papel da situação. Já fui nesta Casa líder da situação, já fui líder da oposição, portanto temos algum conhecimento. Gostaria de enfatizar que o papel de situação ou de oposição é de momento e cada um tem que, com seriedade, saber ocupar seu espaço. A nossa sigla partidária, o PSDB, que comungo há 23 anos, o tempo de formação do partido, sempre fizemos com muito respeito qualquer um dos movimentos, ou de apoio ou de não apoio.

A nossa Cidade de Campinas vem vivendo um momento bastante difícil, diria trágico. Mas quero registrar que o PSDB - de Campinas, estadual e nacional - não tem uma vírgula sequer de movimento pessoal, de grupo ou partidário para que as coisas que estão sendo levantadas em Campinas assim acontecessem.

A Bancada do PSDB sempre se posicionou como fiscalizadora, independentemente se o governo é de situação ou oposição. Além de fiscalizadores, os vereadores do nosso partido daquela cidade sempre fizeram críticas àquilo que entendiam deveriam ser feitas e, mais do que isso, cobranças de movimentos e ações que pareciam, em alguns momentos, não muito corretos. Isso é tudo o que aconteceu nos últimos seis para sete anos, que culminou com o ocorrido, não pelo movimento da bancada, mas por investigação do Gaeco, do Ministério Público, feita por promotores sérios e competentes.

Portanto, não cabe a nenhum daqueles que estão sendo investigados, a pessoas diretamente ligadas e particularmente ao Sr. Prefeito, Dr. Hélio de Oliveira Santos, querer imputar ao PSDB qualquer que seja a responsabilidade pelo que está acontecendo em Campinas. Não é uma perseguição político-partidária, jamais seria, até porque não é possível que magistrados, promotores, a Polícia Militar do Estado de São Paulo, a Polícia Civil do Estado de São Paulo, mais de 80 homens em toda essa operação que passou pela cidade e outros envolvidos sejam todos tucanos de carteirinha. Parece-me uma grande impossibilidade.

Isso vem por uma manifestação de uma das pessoas que fazia parte daquele grupo. Mais do que uma manifestação, uma delação premiada do que acontecia. Portanto, nós, do PSDB, só cumprimos a nossa tarefa: aguardar, respeitar o andamento do processo e participar diretamente para que as coisas não fiquem impunes. Esse é o papel do PSDB.

Uma vez isso posto, gostaria de fazer menção a esse trabalho que me parece muito importante para São Paulo. Nós, que na outra legislatura já tivemos uma frente parlamentar com algum trabalho oferecido a São Paulo e à Assembleia Legislativa, novamente apresentamos essa frente parlamentar.

Em 16 de junho, houve o lançamento da frente parlamentar, no Salão São Paulo de Turismo, da Amitur, da qual o Dr. Jarbas Favoretto é o grande líder. Ele conseguiu trazer para o Salão São Paulo, na sua 10ª versão, mais de 70 municípios participando diretamente e mais de 100 municípios participando indiretamente, crescendo cada vez mais e fazendo com que o turismo seja visto pelos pequenos, médios e grandes centros do nosso Estado de São Paulo.

Gostaria de particularmente agradecer aos deputados que fazem parte dessa frente parlamentar: Adilson Rossi, Ary Fossen, Cauê Macris, Celino Cardoso, Celso Giglio, Edmir Chedid, Edson Ferrarini, Gilson de Souza, Geraldo Cruz, Mauro Bragato, Maria Lúcia Amary, Orlando Bolçone, Pedro Bigardi, Pedro Tobias, Roberto Massafera, Roberto Morais, Rita Passos, Sebastião Santos, Vanessa Damo, Vitor Sapienza, João Caramez, Hamilton Pereira, Beto Trícoli, Itamar Borges, João Caramez, Roque Barbiere, Vinícius Camarinha e Ed Thomas. São 28 deputados desta Assembleia Legislativa, independentemente da questão político-partidária.

Quero agradecer a presença de todos os Srs. Deputados que estiveram conosco no Salão São Paulo, que puderam organizar a sua agenda para ajudar no lançamento da frente, e convidar os demais deputados da Casa para nos apoiarem no trabalho. Sabemos que o turismo é mais do que entretenimento, passeio, lazer. O turismo ajuda em muito o congraçamento da família, é um direito de todos depois de um período de trabalho. Por meio do turismo, faz-se um crescimento da alma. Turismo é só coisa boa; não existem coisas ruins ou negativas.

Hoje, passaram pela tribuna deputados que trouxeram problemas seriíssimos. Também temos essa preocupação e participamos diretamente da defesa das nossas crianças e jovens que estão vivendo no mundo das drogas. Lamentavelmente, isso não começou ontem e não terminará amanhã. Precisamos estar vigilantes. A vida é dinâmica, as pessoas têm as suas dificuldades.

Mas gostaria de reforçar que, quando se fala de turismo, cuja Secretaria de Estado é ocupada hoje por Márcio França, Deputado Federal que está em apoio ao Governador Geraldo Alckmin, são coisas boas. Na verdade, não temos nada a lamentar, a não ser que a sociedade e as políticas públicas ainda não tenham olhos para entender a grandeza e a modificação que o turismo pode fazer por São Paulo e pelo Brasil.

Hoje, através do turismo, sabe-se que há geração de emprego e renda numa forma nova, num modelo novo: as artes são cantadas em verso e prosa; as festas acabam tomando corpo; as pessoas, desde as mais simples, conseguem organizar um jardim para que seja visto, faz-se a limpeza de uma cidade. Enfim, o turismo pode trazer de desenvolvimento.

Gostaria de chamar a atenção desta Casa. Temos problemas - e muitos. Por isso existe a Assembleia para representar a sociedade de São Paulo, o maior Parlamento da América Latina. Existem as preocupações básicas e naturais de todos nós, quer seja nas áreas de Transporte, Saúde, Educação, Segurança Pública. Com todos esses sentimentos, o turismo sempre fica num segundo plano por parecer menos importante, tanto na conotação de desenvolvimento, quanto na de geração de emprego e renda. Isso é um grande engano, porque o turismo abre portas, gera divisas, faz o país crescer, faz a sociedade se movimentar, faz as crianças, os jovens e os idosos terem novas alternativas.

Com muita honra, venho agradecer à Mesa Diretora, que nos proporcionou um novo formato das frentes parlamentares da Assembleia Legislativa. Venho agradecer diretamente a todos os deputados que encamparam conosco a frente parlamentar. Ressalto que a frente não é da Deputada Célia Leão, por favor. Tenham em mente os nomes que citei e todos os outros deputados que estarão junto conosco para fazer São Paulo crescer, com uma história diferente, com uma fotografia diferente: como um Estado bonito, que tem muito a oferecer a todos os brasileiros - e aos estrangeiros, também. Ainda mais que a nossa cidade é a terceira ou quarta maior do mundo. E o Estado, com 42 milhões de habitantes, é muito maior do que muitos países, com todo o respeito ao Uruguai, que é lindo nas suas terras, na sua agricultura, na sua gente. Particularmente, hoje o Brasil tem que bem recebê-lo para ser o nosso adversário contra o time do Santos. Receberemos bem os uruguaios, mas o nosso coração é brasileiro. Isso também é turismo. Muito obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Esta Presidência se congratula com Vossa Excelência. Parabéns pelo seu trabalho e pela sua luta, nobre Deputada Célia Leão.

Quero também dizer ao nobre Deputado Marcos Martins que o Deputado Milton Vieira esteve conosco em Suzano, juntamente com outros deputados, na Santa Casa, para esclarecer a morte de 19 crianças, sendo nove apenas no mês de maio.

Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins.

 

O SR. MARCOS MARTINS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público presente nas galerias, telespectadores da TV Assembleia, a respeito da visita realizada na cidade de Suzano, já pedimos a dois deputados - Deputada Heroilma e Deputado Gerson Bittencourt - que fizessem um relatório. Quem sabe, na próxima reunião da nossa comissão, tenhamos já em mãos esse relatório. Na próxima terça-feira teremos a presença do Secretário de Saúde do Estado. Ele falará sobre essas inúmeras denúncias do Complexo Hospitalar de Sorocaba e outros. A imprensa divulgou que pode haver ramificações em outros hospitais. Ele já aceitou o convite e oficializamos a sua vinda após a reunião da nossa Comissão de Saúde. Será na próxima terça-feira, dia 28, às 13 horas e 30 minutos.

Teríamos hoje uma reunião na Comissão de Saúde, mas ela não foi realizada porque não houve quorum suficiente por problema de comunicação. Fomos informados de que essa reunião teria sido cancelada, havendo então uma contradição porque assinamos o convite para a sua realização. Ela foi acordada anteriormente pelo Colégio de Líderes e, depois, acabou não tendo quorum. Mas tivemos a representação de várias entidades do Hospital das Clínicas e realizamos, de maneira informal, um debate interessante. Contamos com a presença do Deputado Ulysses Tassinari, do Deputado Edinho, do Deputado Gerson Bittencourt e do Deputado Jooji Hato. O Hospital das Clínicas apresenta problemas dos mais variados: salários absurdos e incompatíveis, com pessoas trabalhando no mesmo local recebendo salários diferentes, tendo direitos diferentes. Isso cria uma série de conflitos. Um tema que estava sendo debatido é o Projeto 79, que transforma aquele Complexo Hospitalar em uma autarquia. Isso poderá ter desdobramentos e não sabemos exatamente como eles se desenrolarão.

Apresentamos algumas emendas, ouvimos e pedimos para que os representantes enviassem para a comissão o que acharem importantes, de informações e de denúncias, para que a comissão, reunida, possa deliberar sobre esses problemas. E que esse projeto não seria votado porque entraremos em recesso no mês de julho. Seria votado em agosto provavelmente, quando faremos uma nova reunião. A reunião é pública e convidaremos representantes e envolvidos, além dos deputados. O quadro mostrado foi bastante preocupante no dia de hoje.

A Comissão de Saúde se reuniu ontem para receber o representante do Ministério da Saúde, o Secretário de Atenção à Saúde, Dr. Helvécio Miranda Magalhães Junior, que veio falar com os deputados a respeito dos tetos de financiamento do SUS e outros assuntos correlatos, inclusive do funcionamento do SUS e da disposição para fazer investimentos, de forma pontual. Há uma gritante necessidade, em vários cantos, sejam os exames contra o câncer da mulher - colo de útero, de mama, etc. -, sejam problemas de dependência química - necessidade de ampliação -, melhorando o funcionamento da rede e valorizando as Unidades Básicas de Saúde, no âmbito das prefeituras, estados e União. Tudo isso de forma harmônica e complementar, com uma melhor distribuição dos recursos da Saúde, e a questão da Emenda 29, para que o Governo Federal, com o Ministério da Saúde, tenha disposição de ajudar nos investimentos.

Foi uma reunião bastante proveitosa com diversos deputados presentes. Pudemos observar que há possibilidade de melhorar o atendimento e a promoção da Saúde Pública neste País, em especial aqui no Estado de São Paulo. Esse debate foi realizado no Plenário Teotônio Vilela com a presença de vários deputados, além dos membros da Comissão de Saúde, inclusive do presidente do Conselho Estadual de Saúde, representando vários municípios presentes. Com isso, temos a esperança de que o problema do complexo hospitalar de Sorocaba seja esclarecido porque há várias denúncias lá.

Nós esperamos ter melhor aproveitamento dos equipamentos públicos na área da Saúde no Estado de São Paulo. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Barros Munhoz.

 

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O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Esgotado o tempo do Grande Expediente.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, quero apenas fazer o registro de que já discutimos muito a questão das prerrogativas dos deputados aqui na Assembleia Legislativa e tem até uma comissão para isso.

Sou da Bancada do PT e sou um crítico sobre o andamento da Casa. Mas tenho que reconhecer quando acontece algo que dignifica esta Casa e mostra que ela funciona.

Quero registrar duas ou três atividades que aconteceram nesta Casa, nessa semana. A Frente Parlamentar, ontem, sobre as drogas, principalmente o crack. Foi feita uma visita na Cracolândia e teve uma repercussão muito grande na mídia. Essa Frente Parlamentar realmente está a fim de trabalhar, de solucionar os problemas, principalmente no que se refere à legislação.

Parabéns a todos os Deputados da Frente Parlamentar que acompanharam, ontem, a visita na Cracolândia: o Deputado Donisete Braga, Deputado Edson Ferrarini, Deputado Olimpio Gomes, Deputado Fernando Capez e outros.

A outra atividade foi a que o Deputado Marcos Martins colocou agora da Comissão de Saúde, com a presença do representante do Ministério da Saúde que falou sobre assistência à saúde. Eu participei também, por alguns minutos, e percebi a importância desse debate.

Anteontem, também a Frente Parlamentar em Defesa do Empreendedorismo, Deputado Luiz Cláudio Marcolino, V. Exa. que é um dos idealizadores. Eu assisti a essa reunião no jornal do Parlamento. Foi uma grande atividade representativa e importante para o Estado de São Paulo.

Hoje, de manhã, a Frente Parlamentar em Defesa da Habitação e Regularização Urbana. Vários deputados estiveram nessa reunião. A iniciativa foi do Deputado Luiz Claudio Marcolino, do Deputado Isac Reis, do Deputado Simão Pedro e muitos Deputados assinaram para a realização dessa Frente Parlamentar. Foi um grande ato, com qualidade enorme, com quantidade enorme de pessoas presentes e praticamente todos os movimentos de moradia foram representados.

Quero falar, também, sobre a vinda do Secretário da Fazenda Andrea Calabi para se reunir com o Colégio de Líderes, que terminou há poucos instantes. O debate foi bom. Ele colocou de forma clara e objetiva sobre o empréstimo. Mas essa reunião coincidiu com a reunião da Comissão de Transportes que teve a presença aqui do Presidente do Metrô. Então, uma reunião do Colégio de Líderes para tratar do empréstimo de 2 bilhões e 700 milhões para o metrô, CPTM, estradas, EMTU e a Comissão de Transportes discutindo outros assuntos com o Presidente do Metrô.

Quem deveria estar lá são principalmente os Deputados da Comissão de Transportes. Havia três ou quatro Deputados na reunião, mas, mesmo assim, foi válida a vinda aqui do Secretário Calabi para tratar desse assunto. É um projeto que temos que discutir porque são 2 bilhões e 700 milhões de reais. De 2007, até esse projeto que chegou agora, dá um montante de 22 bilhões de reais que a Assembleia Legislativa aprovou para investimentos sempre para o Metrô, CPTM, DER, trecho Norte do Rodoanel e para compensações ambientais.

Uma das exigências que este Deputado e o Deputado Luiz Cláudio Marcolino, que é membro da Comissão de Finanças e Orçamento, exigimos é o detalhamento do andamento e da execução desses projetos.

O Secretário colocou dificuldade porque o projeto que aprovamos aqui a obra muitas vezes começa daqui a três, quatro anos. Mas temos que acompanhar, fiscalizar e exigir do Governo do Estado, das secretarias correspondentes, que informe a esta Assembleia Legislativa porque não dá para termos alguns esclarecimentos superficiais para aprovar e esquecer o que aprovamos. Eu até cobrei isso do Secretário.

Eu já participei do terceiro Plano Plurianual - PPA - das LDOs que vêm aqui na Assembleia Legislativa e que são peças de ficção. Vamos apreciar a PPA que está chegando. A LDO já veio este ano porque é início de gestão. Temos que levar a sério esses planos, as metas, as diretrizes que precisam ser elaboradas e aprovadas pela Assembleia Legislativa. O nosso papel é realmente de fiscalizar o Executivo. Então, nós, do Partido dos Trabalhadores, exigimos que o projeto aprovado, que é lei hoje, da Deputada Maria Lúcia Prandi seja colocado em prática e que, quando chegar esses projetos de empréstimos, realmente sejam detalhados, esclarecendo esta Casa para não aprovarmos no escuro esses valorosos empréstimos que muitas vezes não conseguimos acompanhar sua execução.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, estando no plenário o Deputado Campos Machado, quero fazer uma proposta para os Srs. Deputados, em especial ao Deputado Campos Machado. Ele apresentou um Projeto de Decreto Legislativo nº 45, que restabelece, com toda propriedade, a Corregedoria da Polícia Civil originalmente para o seio da instituição policial civil. Mas, ontem, até houve debates agudos em termos disso.

Então, a minha proposta, como eu já manifestei que votarei favoravelmente a esse PDL, Deputado campos Machado e todos os Líderes partidários, é que esse PDL fosse interpretado como um projeto parlamentar, que cada um dos parlamentares teve a condição de apresentar e que foi votado por acordo de todas as lideranças desta Casa. Estou dizendo isso até com a consciência muito tranquila porque eu era um deputado que não tinha nenhum projeto apreciado e V. Exa. e o Líder do Partido dos Trabalhadores Deputado Enio Tatto foram aqueles que reivindicaram no Colégio de Líderes que eu deveria também ter um projeto a ser apreciado. Nem a liderança do meu partido fez o que V. Exa. e o Deputado Enio Tatto fizeram para que eu fosse, entre aspas, prestigiado como parlamentar. E acompanhando o trabalho de V. Exa. e vendo o esforço que faz para valorizar o Parlamento, para que as prerrogativas do parlamentar e do Parlamento sejam respeitadas, para que a Assembleia tenha a grandeza de Poder harmônico com os demais Poderes mas independente na sua essência, a minha proposta é de que o PDL 45 pudesse ser apreciado num acordo de todos os parlamentares como o projeto do semestre ou do ano.

Que não nos desgastássemos até porque é simplesmente discutir a hierarquia das leis, entre lei e decreto, sem entrar no caso específico, sem paixões ou emoções que só vão desgastar a Casa e em nada vão contribuir para a preservação da centenária instituição policial civil. Fica ao juízo de valor de V. Exa. e aos demais líderes.

Eu entendo que pode ser uma solução salomônica e que vai prestigiar o Legislativo e V. Exa., porque no momento em que V. Exa. defendeu, como o Deputado Enio Tatto, que eu também devesse ter um projeto a ser votado, deixou claro que o seu projeto poderia ser o último a ser votado. Falou isso no Colégio de Líderes mais de uma vez. E estamos chegando ao final do semestre: seria a hora de prestigiarmos o trabalho de Vossa Excelência.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Esta Presidência levará em conta a sugestão e a submeterá à apreciação do Colégio de Líderes.

 

O SR. PEDRO BIGARDI - PCdoB - Sr. Presidente, quero indicar o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino para falar pelo Art. 82, pela Liderança da Minoria.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino, para falar pelo Art. 82.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectador da TV Assembleia, funcionários da Casa, no dia de hoje mais uma vez esta Casa realiza uma grande audiência pública. Desta vez para o lançamento da Frente Parlamentar em defesa da moradia no Estado de São Paulo, sob a coordenação dos Deputados Isac Reis, Simão Pedro e este parlamentar.

A frente parlamentar em defesa da moradia vai discutir também a regularização fundiária, um dos grandes problemas que temos ainda no Estado. Muitas pessoas ainda não têm direito ao título da sua terra, da sua casa. Mesmo tendo comprado seu terreno e pago as prestações em dia, ainda não têm a posse da sua terra, não tem a escritura da sua casa.

Esta frente parlamentar, além de discutir o problema da moradia, irá defender a necessidade de que para todas as grandes obras a serem realizadas no Estado - teremos grandes obras acontecendo no Estado de São Paulo e é importante que o Estado continue crescendo, é necessário que o Estado continue se fortalecendo cada vez mais - se pense na prevenção. Se famílias terão de ser retiradas, que elas tenham um local para onde ir.

Esta frente parlamentar contou com a presença, além de muitos deputados da Assembleia Legislativa, do Secretário de Estado da Habitação Silvio Torres. Foi muito importante a participação do Secretário de Estado no lançamento desta frente parlamentar. Também contou com a presença da Secretária Nacional Inês Magalhães, representando o Governo Federal, e do representante da Secretaria Municipal de São Paulo, portanto contamos com a participação das três esferas de governo.

Houve uma efetiva mobilização do movimento de moradia do Estado de São Paulo porque nós não queremos a casa apenas, não é necessária apenas a moradia.

Queremos que quando se pensar em conjunto habitacional, também se pense na creche, na escola, no posto de saúde, na infraestrutura viária, no comércio, ou seja, a moradia tem de ser pensada na sua integralidade.

O debate a ser feito na frente parlamentar, que vamos trabalhar durante todo o ano de 2012, será no sentido de construir junto com as prefeituras, Governo do Estado e Governo Federal uma política voltada para a moradia no Estado que seja integral.

Além dessa frente parlamentar lançada no dia de hoje com a participação tanto do Governo Federal, do Governo Estadual e de várias prefeituras, que contou também com a presença do setor empresarial que acompanha a política habitacional do Estado, no dia de ontem tivemos o lançamento da frente parlamentar que discutirá a micro e pequena empresa, o empreendedorismo, a necessidade de se ter crédito no Estado para que a cidade e o Estado possam se desenvolver, porque hoje o vilão não é o crédito, o vilão são os juros, porque não temos ainda uma linha de crédito direcionado para vários segmentos da estrutura social do Estado e quando se tem uma linha de crédito a taxa de juros é tão alta que acaba inviabilizando o desenvolvimento do Estado.

Portanto quero saudar o Deputado Itamar Borges, da frente parlamentar do empreendedorismo, sou coordenador com ele nessa frente e os Deputados Isac Reis e Simão Pedro pela frente parlamentar em defesa da moradia digna em nosso Estado, onde também sou coordenador.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Vamos passar à Ordem do Dia.

 

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- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

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O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Há sobre a mesa os seguintes requerimentos:

- Requeiro, nos termos regimentais, tramitação em regime de urgência para o PL 427/11.

Em discussão. Não havendo oradores inscritos está encerrada a discussão. Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo queiram permanecer como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

- Requeiro, nos termos regimentais, tramitação em regime de urgência para o PL 532/11.

Em discussão. Não havendo oradores inscritos está encerrada a discussão. Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo queiram permanecer como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

 

- Requeiro, nos termos regimentais, tramitação em regime de urgência para o PL 365/11.

Em discussão. Não havendo oradores inscritos está encerrada a discussão. Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo queiram permanecer como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

- comissão de representação para ato a ser realizado no dia 29 de junho na Câmara dos Deputados para a discussão sobre a ‘comissão da verdade’ a ser realizada na Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados.

Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo queiram permanecer como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças, solicito a suspensão da sessão por 30 minutos.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - O pedido de v. Exa. é regimental, antes, porém, a Presidência convoca reunião conjunta das Comissões de Constituição e Justiça, Redação e Educação e Cultura, para apreciação do Projeto de lei 365 de 2011, às 16 horas e 55 minutos; Congresso de Comissões com as Comissões de Constituição e Justiça, Redação, Segurança Pública, Assuntos Penitenciários, Finanças e Orçamento e Planejamento, para apreciar o Projeto de lei 532 de 2001, às 17 horas; Congresso de Comissões para apreciar o Projeto de lei 427 de 2011 pelas Comissões de Constituição e Justiça, Redação, Segurança Pública, Assuntos Penitenciários, Finanças e Orçamento e Planejamento, às 17 horas e 05 minutos, todas no salão nobre da Presidência.

Está suspensa a presente sessão.

 

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- Suspensa às 16 horas e 51 minutos, a sessão é reaberta às 17 horas e 18 minutos, sob a Presidência do Sr. Barros Munhoz.

 

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O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, nos termos do Art. 100, Inciso I, da XIII Consolidação do Regimento Interno, esta Presidência convoca V. Exas. para uma Sessão Extraordinária a realizar-se hoje às 19 horas, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia:

Item 1 - Projeto de lei 365/11 - autoriza o Poder Executivo a instituir o Programa Estadual de Fomento ao Teatro Amador, de autoria do Deputado João Antonio;

Item 2 - Projeto de lei 427/11, de autoria do nobre Deputado Orlando Bolçone;

Item 3 - Projeto de lei 532/11, de autoria do nobre Deputado Pedro Tobias.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, solicito o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Srs. Deputados, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, esta Presidência vai levantar a sessão. Antes, porém, convoca V. Exas. para a Sessão Ordinária de segunda-feira, à hora regimental, com Ordem do Dia, a mesma da Sessão Ordinária de hoje, lembrando-os ainda da Sessão Extraordinária a realizar-se hoje às 19 horas.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 17 horas e 19 minutos.

 

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