11 DE NOVEMBRO DE 2024
156ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: GUILHERME CORTEZ, CARLOS GIANNAZI e REIS
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - GUILHERME CORTEZ
Assume a Presidência e abre a sessão às 14h09min.
2 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
3 - CARLOS GIANNAZI
Assume a Presidência.
4 - GUILHERME CORTEZ
Por inscrição, faz pronunciamento.
5 - PRESIDENTE CARLOS GIANNAZI
Anuncia a presença, nas galerias, de alunos e professores da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
6 - GUILHERME CORTEZ
Assume a Presidência. Dá as boas-vindas aos estudantes e professores da Universidade Presbiteriana Mackenzie, presentes nas galerias.
7 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
8 - REIS
Por inscrição, faz pronunciamento.
9 - REIS
Assume a Presidência.
10 - GUILHERME CORTEZ
Por inscrição, faz pronunciamento.
11 - GUILHERME CORTEZ
Assume a Presidência.
12 - REIS
Por inscrição, faz pronunciamento.
13 - REIS
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
14 - PRESIDENTE GUILHERME CORTEZ
Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 12/11, à hora regimental, com Ordem do Dia e aditamento. Levanta a sessão às 14h55min.
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-
Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Guilherme Cortez.
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-
Passa-se ao
PEQUENO EXPEDIENTE
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O
SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Boa tarde a
todos os deputados e deputadas presentes, servidores desta Casa, público que
nos acompanha através da Rede Alesp.
Presente o número regimental de Sras.
Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus iniciamos os nossos
trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da ata da sessão anterior e
recebe o expediente.
Passando à lista de oradores inscritos
para o Pequeno Expediente. Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado
Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.) Deputada Delegada Graciela. (Pausa.)
Deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.)
Deputado Rômulo Fernandes. (Pausa.) Deputado Rafael Zimbaldi. (Pausa.)
Deputado Teonilio Barba. (Pausa.)
Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Reis. (Pausa.)
Deputada Leci Brandão. (Pausa.) Deputada Carla
Morando. (Pausa.) Deputado Dirceu Dalben. (Pausa.) Deputado Lucas Bove.
(Pausa.) Deputada Beth Sahão. (Pausa.) Deputado Danilo Campetti. (Pausa.)
Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado
Rafael Saraiva. (Pausa.) Deputado Rogério Santos. (Pausa.) Deputado Valdomiro
Lopes. (Pausa.) Deputada Solange Freitas. (Pausa.) Deputada Andréa Werner.
(Pausa.) Deputado Carlos Giannazi.
Vossa Excelência pode utilizar a
tribuna pelo tempo regimental: cinco minutos.
Boa tarde.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR -
Presidente, deputado Guilherme Cortez, telespectador da TV Assembleia. Sr.
Presidente, todos os dias, praticamente, a Secretaria da Educação, através do
seu secretário Renato Feder - o empresário Renato Feder, dono da Multi, - lança
uma maldade contra o Magistério estadual, contra os profissionais da Educação,
todos os dias, Sr. Presidente.
Não é possível,
me parece que esse secretário, essa secretaria acorda na verdade pensando “como
que eu vou prejudicar os profissionais da Educação no dia de hoje”, é isso que
está acontecendo. Foi publicado agora, recentemente, a Resolução nº 95, de
2024, está aqui, eu coloquei aqui no telão.
No dia 7 de
novembro “dispõe sobre o processo anual de atribuição de classes e aulas ao
pessoal docente do Quadro do Magistério, e dá providências correlatas”, aí uma
resolução que tem várias contradições, mas eu quero destacar uma delas agora,
neste momento, depois eu posso falar de outras.
Uma delas é o
Art. 5, na verdade é o § 15 do Art. 5, que é um verdadeiro absurdo, uma
crueldade jamais vista, contra o Magistério e contra também os alunos, Sr.
Presidente, que diz o seguinte: “A
interrupção de exercício será aplicada, ao docente contratado para atendimento
de ação judicial, quando o estudante se afastar por motivos de licença saúde, a
partir de 7 dias corridos, a contar do início do afastamento”.
O que ele está dizendo aqui, este parágrafo? Que o professor
que atende um aluno com necessidade especial, aluno com algum tipo de
deficiência, e ele está falando aqui em atendimento a ação judicial - que já é
grave - porque esse aluno conseguiu -
veja bem - na justiça que o estado o atendesse em uma escola pública, o que é
um direito garantido pela Constituição Federal, pela LDB, que é o direito à
Educação Especial para todas as pessoas que tenham algum tipo de deficiência.
Está na lei, isso é constitucional, mas aqui em São Paulo
não, a pessoa para conseguir ter acesso a esse direto, tem que entrar com uma
ação judicial, aqui já diz, na própria resolução.
Então esse aluno, essa família que ganhou a ação judicial,
que obriga o Estado a matricular e atender essa criança, se não ele não
atenderia - veja bem - ele negaria, nega esse direito. Então o que acontece,
esse professor que atende esse aluno, caso esse aluno tenha que tirar uma
licença acima de sete dias, esse professor será também afastado das suas aulas,
perde as aulas. Olha a crueldade.
E a crueldade não é só contra o professor. O professor é
injustiçado. Acontece que este aluno volta, em algum momento, ele tirou uma
licença por uma questão de saúde, como determina aqui, o próprio § 15 do Art.
5, mas ele pode voltar, e volta. E ele não terá mais aquele professor, porque
aquele professor foi afastado, também perdeu praticamente o seu contrato, aí
vem outro professor, quebra o vínculo pedagógico, o vínculo afetivo deste aluno
com este professor.
Então é de uma crueldade isso, uma perversidade sem
precedentes aqui no estado de São Paulo. Nós já tivemos vários governos que
atacaram o Magistério, os profissionais da Educação e a rede estadual, mas
nunca nós tivemos notícias de uma crueldade, de uma perversidade deste tamanho.
Ou seja, primeiro tem a contradição, porque o aluno para
conseguir o atendimento na rede estadual, nessa área de necessidade especial, como
diz a resolução, ele tem que entrar com uma ação na Justiça para obrigar o
Estado a garantir um direito que já está consagrado, escrito, repito, na Constituição federal, lá no
capítulo da Educação, que vai do Art. nº 205 ao nº 214, e também na LDB, na Lei
de Diretrizes e Base da Educação Nacional, que tem um capitulo só sobre
educação especial.
É uma garantia
que esse aluno tem, mas aqui em São Paulo esse aluno não tem garantia, aqui não
tem lei, só se ele conseguir na Justiça. E aí o professor, caso esse aluno
tenha que se ausentar em uma licença de sete dias, acima de sete dias, como
determina aqui o artigo, o professor perderá o seu emprego, o seu cargo.
Depois que o
aluno voltar, ele será atendido, provavelmente, até por um outro professor.
Então está aí a crueldade, a perversidade desse governo Tarcísio de Freitas,
mais um ataque.
Já estou
apresentando uma alteração nesta Resolução nº 95, nesse artigo, nesse inciso na
verdade, nesse parágrafo, desculpa, é o § nº 15, do Art. nº 5, e também estamos
mexendo em outros artigos, em outros incisos, em outras alíneas, em outros
parágrafos dessa perversa resolução.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Muito
obrigado, deputado Carlos Giannazi. Chamo agora para dar sequência à lista de
oradores do Pequeno Expediente o deputado Tomé Abduch. (Pausa.) Deputado Conte
Lopes. (Pausa.) Deputado Emídio de Souza. (Pausa.)
Deputada Professora Bebel. (Pausa.) Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Deputado
André Bueno. (Pausa.) Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.)
E convido o deputado Carlos Giannazi
para me substituir aqui na Presidência da sessão, para que eu possa fazer a
palavra.
*
* *
- Assume a Presidência o Sr. Carlos
Giannazi.
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* *
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Dando
sequência à lista de oradores inscritos no Pequeno Expediente, com a palavra,
agora, o deputado Guilherme Cortez, que fará uso regimental da tribuna.
O
SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito boa tarde, Sr. Presidente, servidores desta Casa,
público que acompanha na galeria ou através da Rede Alesp.
Presidente,
venho a esta tribuna hoje para falar de um tema que está tomando conta das
redes sociais, uma mobilização muito justa e importante contra a famigerada e
hedionda escala 6x1. Para quem não sabe, a escala de trabalho 6x1 é aquela no
qual o trabalhador trabalha durante seis dias consecutivos e folga em apenas
um.
Vários países
do mundo já aboliram escalas de trabalho desse tipo, justamente, porque ela é
desumana e faz um mal tremendo para a saúde, para a reprodução social, para a
vida desses trabalhadores, porque, com apenas um dia de folga, é humanamente
impossível você poder se dedicar à sua formação, ao estudo, ao lazer e à sua
família. Mas, lamentavelmente, aqui no Brasil essa escala ainda existe,
sobretudo nos postos de trabalho mais precários: nos comércios, nas fábricas,
no setor de serviços.
E hoje existe
uma grande mobilização popular para a gente extinguir a possibilidade dessa
escala de trabalho, que, é claro, tem todo o meu apoio e de toda a bancada de
parlamentares do PSOL, que até agora foi a única bancada no Congresso Nacional
que assinou integralmente.
Toda a nossa
bancada, deputado Giannazi, assinou a proposta de emenda à Constituição de
autoria da deputada Erika Hilton, também do PSOL, que propõem a extinção da
escala de trabalho 6x1.
Mas o que chama
atenção e revolta, presidente, é que, apesar da justeza dessa pauta, tantos
deputados, pelos motivos mais variados, insistem em não assinar sequer para que
esse projeto possa ser pautado no Congresso Nacional. E daí é curioso que
deputados que no Congresso Nacional trabalham sob o regime 3x4, trabalham três
dias e folgam os outros quatro, ou nesta Casa, que hoje só estamos eu e o
deputado Giannazi aqui, alguns deputados trabalham 2x5 e às vezes até menos,
uma vez, duas vezes no mês...
É curioso que
esses deputados se vejam no direito de ser contra uma proposta para que você
possa dar mais dignidade para o povo, para quem trabalha neste País - os mesmos
deputados, aliás, que se dizem os defensores da família para fazer o pânico
moral, para avançar com suas pautas e com um discurso fácil. Agora, quem é a
favor da família brasileira é a favor de que o trabalhador possa passar tempo
com a sua família, e tenha tempo para isso.
Agora, com
apenas um dia de folga, ninguém consegue dar atenção para os seus pais, para os
seus filhos, porque não tem vida, e a nossa vida é mais do que um trabalho.
Trabalho é uma
parte da nossa vida, importante, mas há de existir vida para além do trabalho,
para que esses trabalhadores possam viver, se realizar, se formar, estudar e
inclusive trabalhar melhor, porque um estágio de estafa como esse, de
sobrecarga como esse, com apenas um dia de descanso, afeta inclusive a
produtividade desses trabalhadores, que vão trabalhar cansados, que vão
trabalhar desmotivados, que vão trabalhar em condições piores para a sua saúde.
Os mesmos que
hoje se dizem contrários ao fim da escala 6x1, que dizem que isso pode
prejudicar a economia, seriam aqueles que, no século retrasado, teriam sido
contra o fim da escravidão, porque iam dizer que ia prejudicar a economia?
Ou seriam
aqueles que teriam sido contra todos os direitos trabalhistas que foram conquistados?
Quando foram propostos, essa turma também ia dizer a mesma coisa, que vai
prejudicar o patrão, que vai prejudicar a economia em detrimento do direito e
da dignidade do trabalhador?
Décimo
terceiro, seguro-desemprego, férias, descanso semanal remunerado, tudo isso foi
fruto de oposição, de quem acha que a vida das pessoas é só para trabalhar e
gerar riqueza, mas a vida é mais disso. Existe vida além do trabalho e,
portanto, essa mobilização, deputado Giannazi, é muito importante.
É uma movimentação
popular, uma movimentação espontânea que surge, principalmente, através das
redes sociais para pressionar os deputados para o avanço dessa pauta. Se
deputado federal eu fosse, com certeza, seria signatário dessa PEC.
Nosso papel
como deputados estaduais é cobrar dos partidos, das outras bancadas aqui, de
quem, nas eleições, se diz defender a família, o trabalhador, o povo. Que sejam
coerentes com as suas palavras, porque o fim da jornada de trabalho 6x1 é
necessário para você dar mais dignidade para as pessoas, para quem trabalha
poder viver com a sua família, poder se formar, poder descansar minimamente,
com o mínimo de dignidade que é direito dessas pessoas.
Então aproveito
esta oportunidade para registrar todo o nosso apoio a essa importante mobilização
pelo fim da jornada de trabalho 6x1, e que, daqui desta Casa, nós estaremos nos
somando, apoiando, dando visibilidade, cobrando dos outros deputados dos outros
partidos também, para que essa pauta tão importante avance, porque é uma
conquista para os direitos dos trabalhadores brasileiros e para a sua
dignidade.
Aliás,
presidente, os mesmos que também vão dizer que acabar com a jornada 6x1 é ir na
contramão do mundo, os países mais desenvolvidos do mundo estão discutindo a
redução da sua jornada de trabalho, e os países que insistem em ter jornadas
compulsórias, elevadas, estão registrando índices alarmantes de adoecimento, de
suicídio, de burnout, e não é por esse caminho que o Brasil deve ir.
Somos contra a
jornada de trabalho 6x1 e vamos lutar, junto com o povo, para que esse entulho,
esse retrocesso antipopular, antidemocrático, antitrabalhador,
seja revogado, de fato, no nosso país.
Muito obrigado,
deputado Giannazi.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Gostaria de
chamar V. Exa. para continuar presidindo a sessão. Quero anunciar a honrosa
presença aqui dos alunos e professores da Universidade Mackenzie, estão aqui
acompanhando os trabalhos. Sejam bem-vindos e bem-vindas à Assembleia
Legislativa de São Paulo.
Passo, então, a palavra, para continuar
presidindo a sessão, para o deputado Guilherme Cortez.
*
* *
-
Assume a Presidência o Sr. Guilherme Cortez.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Muito obrigado,
deputado Carlos Giannazi. Cumprimentar também os estudantes que estão
presentes, vocês são sempre muito bem-vindos. Eu acho que esta Casa fica sempre
muito melhor quando a gente recebe a juventude aqui para oxigenar um pouco os
debates desta Casa. Sejam muito bem-vindos.
Passo agora a chamar os oradores da
Lista Suplementar, começando pela deputada Marina Helou. (Pausa.) Deputado
Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.)
Deputado Lucas Bove. (Pausa.) Deputada Professora Bebel. (Pausa.) Deputado Luiz
Claudio Marcolino. (Pausa.)
Deputado Carlos Giannazi, que pode
retornar à tribuna para fazer uso da palavra.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Guilherme Cortez, alunos e
professores da Faculdade Mackenzie...
Aliás, V. Exa.
lembrou bem que, quando os estudantes estão aqui, as coisas mudam bastante,
deputado Guilherme Cortez. E é bom lembrar que os estudantes estão presentes
aqui num momento histórico da Assembleia Legislativa, quando o governo Tarcísio
tenta aprovar uma PEC para reduzir o orçamento da Educação.
Se não fosse a
presença dos estudantes mobilizados, fazendo manifestação pacífica, inclusive
aqui na galeria, o projeto talvez já tivesse sido aprovado. Mas a mobilização
desses estudantes forçou o governo a ceder uma audiência pública, que será
realizada na próxima quarta-feira. E nós vamos continuar obstruindo a aprovação
desse perverso projeto, dessa PEC, que vai reduzir o orçamento da Educação em
mais de 11 bilhões de reais.
Mas eu quero,
Sr. Presidente, deputado Guilherme Cortez, falar hoje sobre a Lei Orçamentária,
que será aprovada até o final do ano, até o dia 15 ou 16 de dezembro. A Lei
Orçamentária é a principal lei aprovada aqui na Assembleia Legislativa, porque
é ela que determina o Orçamento, os recursos para o investimento em todas as
áreas: na Educação, na Saúde, na Infraestrutura, na Cultura.
Então eu digo
que é a lei mais importante porque sem recursos financeiros não há a
efetivação, a consolidação das políticas públicas e das políticas sociais. E
nós estamos perplexos, mais uma vez, porque o Orçamento para 2025 é um
orçamento antissocial e antidemocrático, em várias áreas.
Eu quero
destacar hoje aqui uma área que eu acompanho bastante há muitos anos, que é o
Iamspe, que é o responsável pela assistência médica aos servidores públicos do
estado de São Paulo e aos seus familiares. O Iamspe, no ano passado, teve um
orçamento de 2 bilhões e 598 milhões de reais - isso em 2024.
O orçamento
previsto para o ano que vem, na Peça Orçamentária, que nós já estamos debatendo
e que nós já apresentamos emendas, inclusive, reduz esse orçamento em 20
milhões, então vai para aproximadamente 2 bilhões e 577 milhões. Então nós
estamos perdendo, para o Iamspe, 20 milhões, ou seja, o governo estadual está
dizendo que ele vai reduzir o orçamento do Iamspe em 20 milhões.
E, para quem
não sabe, o Iamspe precisa de mais recursos, teria que ter o dobro desse
recurso, porque o governo não dá sua contrapartida. O governo praticamente
lavou as mãos em relação ao financiamento do Iamspe, sobretudo do Hospital do
Servidor Público Estadual.
É muito difícil
um servidor conseguir uma consulta, um exame, uma cirurgia, até mesmo pegar os
remédios. Ele fica, às vezes, anos na fila para conseguir uma consulta com um
especialista; ele fica mais alguns anos para conseguir uma cirurgia no Iamspe.
Sem contar a
falta de atendimento nas outras regiões, no Interior Paulista, na Baixada
Santista, na Grande São Paulo, e mesmo aqui na Capital, nas regiões mais
distantes, porque o Hospital do Servidor Público Estadual não dá conta de
atender toda a demanda.
E nós temos
poucos convênios, pelo Estado, com clínicas, com laboratórios, com hospitais
regionais, com Santas Casas; são poucos os convênios, que não conseguem atender
a população dessas outras regiões que eu citei.
Ou seja, o
governo tem que investir mais recursos. Aqui, no entanto, ele não está
investindo. Tanto é que o orçamento reduziu, houve uma redução do orçamento do
Iamspe para 2025. Então o que é muito ruim vai ficar pior ainda, porque não
haverá recursos, porque o governo não investe no Iamspe.
E a nossa
grande luta é para que haja a contribuição da cota-parte. Se um servidor
contribui com 2%, ele contribui com a parte dele - ou com 3%, dependendo da
idade -, o governo tem que entrar também com 2% ou 3% por servidor ou
servidora. É isso que nós defendemos há muitos anos; já apresentamos projetos
de lei. É uma luta antiga que a gente trava aqui na Assembleia Legislativa.
E uma outra
luta também importante nessa área do Iamspe é que haja uma comissão
deliberativa, porque hoje ela é consultiva; a comissão mista é consultiva. Ela
tem que ser deliberativa, porque o governo não investe.
Quem financia,
quem sustenta o Iamspe é o próprio servidor com os seus recursos, então tem que
ter uma gestão democrática. Essa é uma defesa que a gente faz e nós não abrimos
mão dela: a cota parte do financiamento do governo e gestão democrática.
Mas nada disso
está acontecendo. Ao contrário, o governo está reduzindo o orçamento do Iamspe.
Então vai ficar mais difícil, se isso se consolidar, de marcar uma consulta, de
marcar uma cirurgia, um exame, para pegar remédios, mas nós...
Para concluir,
Sr. Presidente, eu apresentei emendas ao orçamento do Iamspe, aumentando esse
orçamento de tal forma que haja o mínimo de dignidade no atendimento a esses
servidores, e também que os servidores que estão lá dentro trabalhando tenham
reajuste salarial, tenham pagamento da bonificação, que eles sejam valorizados
do ponto de vista salarial, do ponto de vista funcional, e do ponto de vista da
melhoria das condições de trabalho.
E que haja o
fim das terceirizações que tomam conta hoje do hospital do servidor público
estadual. Então, eu queria fazer essa denúncia, Sr. Presidente, e pedir apoio
aos deputados e deputadas para que votem a favor das emendas que eu apresentei
para aumentar o orçamento do Iamspe.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Muito
obrigado, deputado Carlos Giannazi. Chamo agora o deputado Reis para utilizar a
tribuna pelo tempo regimental de cinco minutos.
O
SR. REIS - PT
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Cumprimentar o presidente, deputado Guilherme Cortez,
o público presente, os funcionários desta Casa, os integrantes da Polícia
Civil, da Polícia Militar, Polícia Penal, Técnico-Científica, e também todos
aqueles e aquelas que estão nos acompanhando pela Rede Alesp.
Sr. Presidente,
hoje, nesta semana, se comemora o Dia do Policial Militar Veterano. Quem são os
veteranos? Aqueles que se aposentaram, aqueles que foram reformados, passaram
para a inatividade. Os antigões, como são chamados no
dia a dia, os policiais mais antigos, geralmente as pessoas chamam de antigão:
“vem cá, antigão”.
São os
veteranos, e eles estão sofrendo muito com o governo que aí está, o governo
Tarcísio de Freitas, ou imperador. Porque eles foram muito, eles foram
bastante, eles foram super prejudicados quando se votou aqui a PEC 75/23, que
foi aquela proposta que estabeleceu os reajustes escalonados, reajuste que
variou de graduação por graduação, de posto por posto, de carreira por
carreira.
Então, não foi
um aumento, um percentual para todos, não se seguiu a lógica da igualdade.
Seguiu-se uma lógica de que, de acordo com o olhar do governador, de acordo com
o olhar do imperador, ele falou, olha, esse daqui merece treze por cento.
Era que nem
aquele programa do Silvio Santos, em memória, topa tudo por dinheiro, que ele
distribuía dinheiro. Quem quer dinheiro? Cinquenta reais para um, 100 para
outro, um lobo guará para outro.
Então o
governador fez essa loteria, ele fez esse leilão. Então teve alguns que foram
bastante, muito, super beneficiados, que é o caso, por exemplo, do capitão de
polícia, o major, o coronel, mas o cabo, o sargento, o terceiro sargento, o
segundo tenente, eles foram muito, bastante, super prejudicados. Porque foram
reajustes que variaram ali para eles 13%, 14%, 15%, enquanto, por exemplo, o
reajuste do capitão foi trinta e dois por cento.
Aí o governo
falou: “não, mas nós demos 32% para o soldado”. Claro, o soldado tinha um
padrão de R$ 1.500,00, quando eu jogo 30%, aumenta R$ 450,00, ele foi lá para
dois mil reais. Continua muito baixo, as diferenças chegaram a dois mil e
uns quebrados.
Então, esse Dia
dos Veteranos, eles, inclusive, estão se mobilizando para cobrar do
governador a sua valorização, porque são pessoas que deram a vida pela
polícia, que deram a vida inteira lutando pela sua família, lutando pela
sua integridade, porque não é fácil trabalhar na polícia, não com salários
baixos.
Veja o caso
desse empresário que foi assassinado lá no aeroporto de Cumbica, uma coisa que
eu nunca vi, só nos filmes das máfias. Imagina que tinha lá quatro
policiais fazendo bico para ele, bico de segurança.
Claro que,
quando um empresário contrata alguém para fazer segurança para ele, você
nem sempre vai lá puxar a ficha corrida dele para saber os rolos que ele está
metido.
Você, muitas
vezes, faz o bico, porque você precisa de dinheiro, porque o salário que o
Estado paga é insuficiente. O salário que o Estado paga não banca a farmácia,
não banca o aluguel, não banca a escola do seu filho.
E aí você acaba
fazendo aquele bico para ter essa complementação salarial. E nem sempre
aquele empresário, porque se apresenta como empresário, você vai saber o que
ele anda fazendo nos bastidores.
Então, olha os
riscos que os policiais correm quando tem que fazer bico
para poder sobreviver. Tem que fazer bico para
poder sobreviver. Por isso que eu sempre digo: tem que se pagar um salário
digno para não precisar fazer bico. Como o governo do
estado não está dando o tratamento que ele se comprometeu de valorização das
Forças de Segurança Pública, na campanha ele falou que ia fazer, mas não
está fazendo.
Tanto é que vem
aqui aquele discurso da sua base de apoio, que vem aqui, grita,
rosna, dizendo que é o maior aumento. E não é verdadeiro isso, que eu já
mostrei aqui na tela, que governos anteriores deram percentuais maiores do
que o atual governo. Inclusive ele está perdendo até para o João Agripino
Doria.
Então, é para
dizer que os veteranos estão sofrendo muito, eles estão em luta, eles estão
cobrando. Amanhã, terá um movimento deles, cobrando que o governo faça a
sua lição de casa.
O que é fazer a
lição de casa? É cumprir aquilo que foi prometido, só isso, não mais que
isso. É cumprir ano a ano a valorização das Forças de Segurança, aquilo
que se falou na campanha.
Não dar um
aumento escalonado, valorizando alguns em detrimento dos demais, e depois
ficar o segundo ano sem reajuste, o terceiro ano sem reajuste, e não sabe
se no último ano - porque provavelmente é um ano eleitoral, e as pessoas
estão atrás de votos no ano das eleições -, e aí eles fazem tudo.
Esperar até o
ano da eleição para poder dar um reajuste que não vai garantir essa
valorização, não vai recompor as perdas que os policiais têm tido por
conta do descaso dos governos anteriores, e inclusive do atual governo.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Muito
obrigado, deputado Reis. Queria convidar V. Exa. para me substituir aqui
na Presidência da sessão, para que eu também possa utilizar a
tribuna.
*
* *
- Assume a Presidência o Sr. Reis.
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* *
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Seguindo no Pequeno
Expediente, chamo para fazer uso da palavra o deputado Guilherme Cortez.
O
SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigado, deputado Reis. Na sequência do
que V. Exa. estava falando, eu estou muito preocupado com a situação da
Segurança Pública aqui do estado de São Paulo.
O primeiro
lugar, porque quem se diz da bancada da bala, da Bancada da Segurança Pública,
como o senhor muito bem disse, na verdade só quer fazer populismo, só quer
fazer demagogia em cima do caixão, em cima da vida, em cima da precariedade do
trabalho dos nossos servidores da Segurança, nossos policiais civis, militares,
agentes socioeducativos da Fundação Casa, policiais penais.
Na campanha
eleitoral, nós alertávamos de que o risco de você importar o Tarcísio do Rio de
Janeiro para cá era você trazer junto as milícias para o estado de São
Paulo.
Lamentavelmente a gente começa a assistir a isso, como no caso do aeroporto.
A gente teve um
empresário que estava negociando uma delação premiada que envolvia a maior
facção criminosa do País e do estado que foi assassinado em pleno aeroporto
internacional de Guarulhos - simplesmente o maior aeroporto do País inteiro -,
à luz do dia, com câmeras, com tudo.
Nem o Estado,
nem suas forças de Segurança, foram capazes de impedir uma execução sumária de
uma pessoa que já estava negociando uma delação. Na contramão disso, na semana
passada, nós vimos a Polícia Militar ser acionada para tumultuar o velório de
uma criança de 4 anos de idade, o jovem Ryan, que foi assassinado na Baixada
Santista, sob suspeita, inclusive, de ter sido morto pela ação da própria
polícia.
Então, a partir
do momento em que você vê que a polícia não consegue proteger, não consegue
impedir o assassinato de uma pessoa que está fazendo uma delação em pleno maior
aeroporto do País e que, por outro lado, a polícia está sendo utilizada para
tumultuar o direito ao luto, ao velório, as pessoas velarem os seus entes
queridos, ainda mais de uma criança, você vê que a gente está com um grande problema
de Segurança Pública no estado de São Paulo; que essa lógica da dita segurança
dura do governo, na verdade, não é mais segura para ninguém.
Ela só é mais
predatória. Ela só é mais parcial e também mais despreparada, e sequer leva em
consideração os próprios seres humanos que trabalham, os próprios policiais,
que também são constantemente precarizados, adoecem. Então é uma situação muito
preocupante a que a gente vê na Segurança Pública no nosso estado.
Quero falar
também, presidente, da situação do túnel da Sena Madureira, aqui bem perto da Assembleia Legislativa, nesta região
do Ibirapuera, em que, por uma obra da Prefeitura do Ricardo Nunes, se está
colocando abaixo um dos poucos corredores verdes que a gente ainda tem aqui na
cidade do concreto, na cidade de São Paulo.
Aliás, apesar
da recomendação do Ministério Público para que essa obra fosse interrompida,
tanto porque essa obra representa um crime ambiental, quanto porque há uma
série de indícios de irregularidades, fraudes, falar bem a verdade, corrupção
nos contratos da prefeitura com essa empresa.
Então, mais uma
vez, a cidade de São Paulo na contramão do mundo. Enquanto as maiores cidades
do mundo estão discutindo como ampliar a sua arborização, os corredores verdes,
porque são fundamentais num contexto de emergência climática, para você reduzir
a temperatura, para você absorver a força das chuvas. E não faz um mês que a
cidade de São Paulo estava no escuro por conta do apagão da Enel, quando choveu
um pouquinho mais forte.
Na contramão
disso, a prioridade da gestão da Prefeitura de São Paulo é passar por cima do
corredor verde da Sena Madureira para fazer uma obra, um túnel, que, a bem da
verdade, não vai resolver o problema de mobilidade daquela região.
É um projeto
que só tem como objetivo destruir, passar por cima do nosso patrimônio
ambiental ainda preservado e, de outra maneira, botar mais dinheiro público no
bolso das empreiteiras, das empresas, que estão patrocinando essa obra. É
lamentável.
Por isso que,
seguindo a recomendação do Ministério Público, o nosso mandato entrou hoje com
uma ação popular na Justiça, para que essa obra seja efetivamente embargada e
que, mais do que se recomendar, a Prefeitura de São Paulo seja proibida de dar
continuidade a essa obra que é um retrocesso ambiental, é um crime ambiental e
é um péssimo uso do dinheiro público da população do estado de São Paulo.
Para finalizar,
presidente, como ex-estudante da Unesp, e, aqui nesta Casa, coordenador da
Frente Parlamentar em Defesa da Universidade Estadual Paulista, eu quero saudar
o movimento estudantil da Unesp, que me formou politicamente, sem o qual eu não
seria deputado aqui hoje, que me possibilitou conhecer todo o estado de São
Paulo e que, nesse fim de semana, realizou o seu congresso estudantil. É muito
difícil você organizar, reunir, mobilizar os estudantes da Unesp, porque, para
quem não sabe, a Unesp está espalhada por 24 cidades do estado.
E o movimento
estudantil, nesse fim de semana, deu um passo importante para a sua
organização, para a retomada do Diretório Central dos Estudantes, que é um
mecanismo importante para que os estudantes possam organizar em torno das suas
pautas e reivindicações.
E, acima de
tudo, nesse momento em que a gente discute nessa Assembleia uma PEC para você
reduzir o investimento público na Educação, inclusive nas nossas universidades,
é mais necessário do que nunca a organização e a mobilização dos estudantes da
rede estadual de ensino, das nossas universidades públicas e da Unesp, em
particular.
Então, fazer
essa saudação e deixar os meus votos de que, desse processo, enfim, os
estudantes da Unesp possam retomar o seu DCE e que ele sirva como um
instrumento de luta, um instrumento de mobilização e defesa da Universidade.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
*
* *
- Assume a Presidência o Sr. Guilherme
Cortez.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE GUILHERME CORTEZ - PSOL - De volta aqui
à Presidência da sessão, chamo agora o nobre deputado Reis para fazer o uso da
tribuna, pelo tempo regimental de cinco minutos.
O
SR. DEPUTADO REIS - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Presidente, deputado Guilherme Cortez, eu retorno à
tribuna para dizer para V. Exa que a preocupação do imperador Dom Tarcísio de
Freitas I não é com a Saúde, não é com a Segurança Pública, não é com a
Educação.
Aqui tem uma
matéria que diz realmente o que ele está se preocupando. A que veio esse
governo, de onde apareceu esse governo, esse paraquedista, caiu aqui em São
Paulo de paraquedas.
Em aposta de
risco, está aqui no UOL, jornalista Raquel Landim. Em aposta de risco, Tarcísio
sobe meta de privatização e inclui a área social. Eu o chamei de “Thorcísio”
porque aquele evento que aconteceu na Bolsa de Valores é uma coisa assim,
inimaginável, ele com aquele martelo batendo ali, ele não se contentou com uma
única batida. Já pensou um juiz que julga, que tem que bater o martelo, ficar
ali batendo, batendo, batendo, batendo? É a demonstração do tipo de governo que
o povo escolheu.
A despeito de
protestos e confrontos de manifestantes com a Polícia Militar durante os
leilões, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, do partido
Republicanos, esse partido não foi muito bem em São Paulo na eleição de
vereador, só elegeu dois, perderam uma cadeira, elevou a meta de privatizações
e concessões até o final do seu mandato.
Segundo apurou
a coluna, Tarcísio informou à equipe da Secretaria de Parcerias e Investimentos
que deseja obter 500 bilhões em obras para o Estado até dezembro de 2026, com
25 leilões realizados e contratos assinados.
Até agora, o
valor mais alto, até agora já foram garantidos 340 bilhões e o alvo anterior
era quatrocentos. O valor mais alto que o esperado em alguns projetos, como a
Sabesp, possibilitou o reajuste da meta. Já a privatização da infraestrutura
das escolas, realizada por Tarcísio, enfrentou protestos de estudantes e
sindicalistas que foram contidos pela Polícia Militar.
O episódio deu
gás na oposição às críticas de que o governador seria truculento. Segundo o
governo paulista, as concessões dos projetos das escolas não incluem a parte
pedagógica, que continua a carga da Secretaria de Educação, mas apenas a
construção do prédio e a manutenção da infraestrutura.
Os próximos
leilões previstos são a Rodovia Nova Raposo, marcado para o dia 28 de novembro,
e o Alto Tietê Trens Urbanos, que deve ocorrer até no final de março de 2025.
A lista de
projetos já qualificados está dividida em quatro eixos: rodovias, mobilidade
urbana, água, energia e social. Vai de rodovias, trens, metrôs, piscinões, a
Sabesp, até os chamados projetos sociais, que provocam mais polêmicas. É o caso
das escolas.
Entre os
projetos sociais, foram leiloados recentemente a Loteria Estadual e a
infraestrutura de novas escolas, gerando protestos. Mas esse eixo, que está
mais próximo da vida da população, prevê uma lista longa, a exemplo de adequação
e manutenção não só de novas escolas, mas de 134 escolas já existentes, a
construção de moradias, retrofit de prédios no centro
histórico de São Paulo - incluindo Sé, Pátio do Colégio, 25 de Março, Largo São
Francisco -, a gestão das unidades da Fundação Casa..” Olha aí, V. Exa. falou
da Fundação Casa, ela também está no rol dele para poder privatizar.
Responsável por menores infratores.
“Concessão de
oito parques à iniciativa privada, entre eles o Parque da Juventude, na zona
norte, o Parque Ecológico do Guarapiranga, na zona sul, o Parque Ecológico
Tietê, na zona leste, a Estrada de Ferro de Campos do Jordão, o Polo Turístico,
o Ginásio do Ibirapuera e até serviços de remoção, guarda e leilão de veículos
autuados pelo Detran e pelo DER.”
Então, essa é a
pauta. Essa é a grande pauta do governo que aí está.
“A aposta do
governo desafia o senso comum de que o brasileiro é contra privatizações.
Pesquisa realizada pelo Datafolha em 2023 mostrava aumento do apoio na opinião
pública à venda de empresas estatais, mas ainda sem atingir a maioria da
população. Em 2017, 20% dos brasileiros se declarava a favor das privatizações.
Em 2023, eram 38 por cento. Já o percentual de pessoas contrárias caiu de 70
para 45 por cento.
A percepção
muda bastante conforme a orientação política. Entre os simpatizantes do PT, são
favoráveis 28%, abaixo da média nacional. Já entre os simpatizantes do PL, o
percentual sobe para 70 por cento. Essa pesquisa foi realizada, no entanto,
antes dos apagões da Enel na Capital Paulista, o que pode ter mudado a
percepção no estado sobre as privatizações.”
Então, deixo
registrado que o grande projeto do atual governador não é que tenhamos uma
segurança de qualidade, os policiais bem pagos, valorizados, as delegacias
funcionando 24 horas. Você vai às delegacias, elas continuam fechadas.
Praticamente
dois anos dessa gestão e as delegacias ainda continuam abrindo só em horário de
expediente. Não são todas as delegacias que abrem 24 horas. Você vai a várias
delegacias e elas fecham à noite, aos sábados, aos domingos, aos feriados.
Quer dizer, o
governador não conseguiu ainda dar resposta para essa questão. Ele não
conseguiu. Fala-se muito que “ah, nós chamamos quatro mil policiais, fizemos
mais um concurso de 3.500 policiais”, só que isso só vai estar finalizado no
último ano de sua gestão.
Então, uma
série de questões na Saúde... Nós recebemos em nossos gabinetes pedidos para
interceder junto à Saúde, porque a população vai buscar o serviço e não tem
disponível. Fica em uma fila e passa meses e meses, até anos, sem resposta.
Então, o
governador deveria estar preocupado em como resolver essas questões, como
resolver a questão da fila da Saúde, como garantir que haja Segurança Pública,
como garantir que as delegacias possam funcionar 24 horas, como ter realmente
nos territórios delegacias de defesa das mulheres. Ele está muito pouco
preocupado com isso.
A grande
preocupação do imperador “dom Tarcísio I” é como vender tudo aquilo que nós
passamos a vida inteira para construir. Tudo aquilo que o povo de São Paulo
passou a vida inteira para construir ele quer passar para os seus amigos, os
seus amigos da Faria Lima.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. REIS - PT - E havendo acordo de lideranças, eu
requeiro de V.Exa. que esta sessão seja levantada.
O
SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Muito obrigado,
nobre deputado Reis.
Portanto, havendo acordo de lideranças,
esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V.Exas.
para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia
da última quarta-feira, com aditamento posterior.
Está levantada a sessão.
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- Levanta-se a sessão às 14 horas e 55
minutos.
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