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30 DE MAIO DE 2012

070ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidentes: JOOJI HATO, OLÍMPIO GOMES e PEDRO BIGARDI

 

Secretário: SEBASTIÃO SANTOS

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - JOOJI HATO

Assume a Presidência e abre a sessão. Registra presença de alunos do Colégio Objetivo de Santo André, unidade Senador Fláquer, acompanhados pelos professores Adel Igor Pausini e Elisa Rubini Cini.

 

002 - SEBASTIÃO SANTOS

Parabeniza o Sr. Hélcio Honda, presidente da Associação Nacional de Ecologia e Pesca Esportiva, escolhido representante da Conape (Conselho Nacional de Aquicultura e Pesca). Comenta que com essa indicação, o setor passa a ter destaque nas discussões do Governo de São Paulo. Diferencia o pescador profissional do esportivo. Comunica que esteve presente em conferência, realizada em Presidente Epitácio, em que se discutiu a atividade pesqueira no Estado. Registra a presença de autoridades no evento. Considera que o Estado de São Paulo encontra-se atrasado quanto à legislação acerca do assunto. Destaca os treinamentos sobre a pesca esportiva, que deverão ser promovidos pelo Senai, aos pescadores profissionais.

 

003 - WELSON GASPARINI

Lamenta as estatísticas sobre o nível da Educação Nacional. Destaca que no exame da OAB, o índice de reprovação foi de 92,8%. Cita declaração do presidente da OAB do Estado de São Paulo quanto ao nível de conhecimento dos candidatos. Recorda que, em 2008, oito mil professores temporários do Estado não acertaram nenhuma questão em prova da categoria. Informa que, segundo a Unesco, o Brasil possui o maior índice de repetência no Ensino Fundamental em toda a América Latina. Considera a Educação como a principal forma de avaliação do progresso de um país. Defende melhores salários aos professores, bem como a instituição de promoção por mérito.

 

004 - MILTON VIEIRA

Comenta a discussão, em sessão extraordinária de ontem, sobre o projeto de decreto legislativo sobre a indicação do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado. Elogia o Deputado Federal Dimas Ramalho, indicado ao cargo para a próxima vaga de conselheiro do TCE. Mostra-se indignado com o desrespeito e a demora do Secretariado em atender as solicitações dos Deputados desta Casa.

 

005 - OLÍMPIO GOMES

Mostra-se preocupado com o estado de saúde do soldado Theobaldo, da Polícia Militar, submetido à cirurgia após acidente de motocicleta. Lamenta que esteja parada viatura em frente ao prédio da Defensoria Pública Estadual. Comenta que esteve presente em audiência pública, ocorrida ontem, em Taubaté, para tratar da Segurança Pública da região. Afirma ter ocorrido migração de marginais do Rio de Janeiro ao Vale do Paraíba, em número superior ao que apontam as estatísticas. Critica a mudança, realizada sem consulta aos Deputados, do local de reunião da comissão mista para o Palácio dos Bandeirantes. Questiona as justificativas do Governo por protelar o reconhecimento do nível universitário de escrivães e investigadores da Polícia Civil.

 

006 - ED THOMAS

Deseja, como suplente da Comissão de Segurança, solução para o reconhecimento do nível universitário de escrivães e investigadores da Polícia Civil. Mostra-se comprometido com a causa. Considera essas carreiras importantes à segurança do Estado. Informa que 92% dos casos de pedofilia ocorrem com familiares próximos da vítima. Discorre acerca do abuso doméstico. Recorda veto ao projeto, de sua autoria, que previa a qualificação profissional de mulheres da entidade Casa Abrigo.

 

007 - Presidente JOOJI HATO

Registra a presença de alunos da Escola Estadual Professor João Apocalipse, do município de Pedra Bela, acompanhados pelas professoras Giane Aparecida Leite e Marcela Simão e pelos monitores Roseli Amaral e Valentim Donizete Correa, a convite do Deputado Edmir Chedid.

 

008 - CARLOS GIANNAZI

Lamenta a demora para o reconhecimento do nível universitário de escrivães e investigadores da Polícia Civil. Deseja a valorização dos servidores do setor. Repudia medidas do Município de São Paulo em relação aos camelôs, apresentadas nos jornais "Folha de S. Paulo" e "Agora". Aponta falhas em processo de realocamento de ambulantes deficientes visuais para a atividade de orientadores de trânsito. Recorda caso de servidor da Prefeitura de São Paulo, Hussain Aref, acusado de enriquecimento ilícito.

 

009 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Faz coro ao discurso do Deputado Olímpio Gomes acerca da relação do Estado com os servidores públicos. Informa que, como membro da Comissão de Finanças e Orçamento, apurou que, em 2011, cinco bilhões de reais deixaram de ser investidos pelo Estado. Rebate a justificativa do Governo sobre a falta de recursos para oferecer melhorias ao funcionalismo.

 

010 - OLÍMPIO GOMES

Assume a Presidência.

 

011 - JOOJI HATO

Recorda o projeto, apresentado durante seu mandato como vereador da cidade de São Paulo, que proibia a venda de bebidas alcoólicas em lojas de conveniência de postos de combustíveis. Lembra que o projeto foi vetado duas vezes pelo prefeito da época. Faz menção ao projeto do vereador Baratão, que proibia a venda de água em galões nos postos combustíveis, sancionado pelo Executivo municipal. Lamenta a divergência dos critérios adotados pela Prefeitura de São Paulo para dois temas semelhantes. Considera como pilares da violência as bebidas alcoólicas, as drogas e as armas de fogo.

 

GRANDE EXPEDIENTE

012 - Presidente OLÍMPIO GOMES

Congratula a Deputada Regina Gonçalves por seu aniversário.

 

013 - CARLOS CEZAR

Pelo art. 82, endossa as palavras do Deputado Jooji Hato contra a descriminalização do uso da maconha. Critica o trabalho de comissão no Senado que propôs a legalização da união civil entre pessoas do mesmo sexo e a liberação do porte de pequenas quantidades de entorpecentes para consumo próprio. Defende que essa medida causará aumento do consumo de droga.

 

014 - JOOJI HATO

Assume a Presidência. Convoca, por solicitação do Deputado Olímpio Gomes, para Ato Solene a ser realizado nesta Casa, no Plenário Juscelino Kubitschek, no dia 09/06, às 12 horas, com a finalidade de comemorar o 80º Aniversário da Revolução de 32.

 

015 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Pelo art. 82, aborda o assunto da política de cotas raciais para ingresso em universidades públicas. Lembra diversos projetos em tramitação nesta Casa que tratam do assunto. Cita projeto de lei, de sua autoria, que abrange a questão de cotas raciais e também sociais, com inclusão de alunos oriundos de escolas públicas. Comenta que o projeto prevê a revisão da política em 10 anos para reavaliação. Lembra que o Supremo Tribunal Federal recentemente considerou o sistema de cotas constitucional.

 

016 - PEDRO BIGARDI

Assume a Presidência.

 

017 - JOOJI HATO

Pelo art. 82, combate o parecer de comissão no Senado que propôs a liberação do porte de pequenas quantidades de entorpecentes e cultivo da maconha para consumo próprio. Relata visitas a localidades, em diversas cidades no Brasil, onde há consumo de drogas em público. Comenta que a questão dos entorpecentes deve ser combatida com mais restrições e não com a liberação. Clama pela não aprovação desta proposta no plenário do Congresso Nacional.

 

018 - CARLOS GIANNAZI

Pelo art. 82, aborda a situação da Educação em âmbito estadual. Cita visitas a diversas escolas da rede estadual e relata a precariedade de muitas delas. Solicita exibição de imagens das escolas citadas a fim de comprovar suas afirmações. Cobra atitude do Executivo no sentido de reverter a situação.

 

019 - JOOJI HATO

Assume a Presidência.

 

020 - PEDRO BIGARDI

Para comunicação, informa a ocorrência de jogo amistoso entre as seleções femininas de basquete do Brasil e Chile a ser realizado em Jundiaí, no próximo domingo, dia 03/06.

 

021 - OLÍMPIO GOMES

Para comunicação, informa a morte, em serviço, de oficial da Polícia Militar, no município do Guarujá. Cita outros casos semelhantes na Região da Baixada Santista. Lamenta a falta de quorum para os trabalhos da Comissão de Segurança Pública desta Casa.

 

022 - Presidente JOOJI HATO

Endossa o discurso do Sr. Deputado Olímpio Gomes e lamenta o toque de recolher informal que ocorre na região leste da Capital.

 

023 - JOÃO ANTONIO

Aborda a questão do suposto encontro entre o ex-Presidente Lula e o Ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes. Reflete acerca da luta da sociedade brasileira pelo restabelecimento do regime democrático durante a ditadura militar. Faz considerações sobre os fundamentos necessários para o fortalecimento da democracia, como educação e liberdade de imprensa. Tece comentários sobre a formação dos quadros do Poder Judiciário. Afirma que a sociedade espera que um juiz tenha serenidade, conhecimento técnico e ponderação no exercício de suas atividades. Lamenta a postura do Ministro Gilmar Mendes acerca de sua versão sobre o encontro com o ex-Presidente. Pede que o Poder Judiciário se abstenha de participar de disputas políticas.

 

024 - JOÃO ANTONIO

Pelo art. 82, retoma o assunto do suposto encontro entre o ex-Presidente Lula e o Ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes. Critica a postura do Ministro do Supremo Tribunal Federal ao relatar publicamente sua versão do motivo do encontro. Afirma ter confiança na conduta republicana do STF enquanto defensor da Constituição e da Democracia.

 

025 - LUIZ CARLOS GONDIM

Pelo art. 82, apoia o discurso do Deputado João Antônio, que abordou a questão do suposto encontro entre o ex-Presidente Lula e o Ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes. Relata carta de cidadão acerca de denúncia sobre suposta diminuição do efetivo da Polícia Militar em Mogi das Cruzes. Comenta que a população da Região do Alto Tietê tem reclamado continuamente acerca da questão, junto a autoridades locais. Clama à Secretaria de Segurança Pública para que dê atenção ao problema.

 

026 - LUIZ CARLOS GONDIM

Pede o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

 

027 - Presidente JOOJI HATO

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 31/05, à hora regimental, com ordem do dia. Levanta a sessão.

 

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Sebastião Santos para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - SEBASTIÃO SANTOS - PRB - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - A Presidência tem a grata satisfação de anunciar a presença dos alunos do Colégio Objetivo de Santo André, Unidade Senador Fláquer, acompanhados do Professor Adel Igor Pausini e da Professora Elisa Rubini Cini. A todos as homenagens do Poder Legislativo. (Palmas.)

Tem a palavra o primeiro orador inscrito, nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Tobias. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Sebastião Santos.

 

O SR. SEBASTIÃO SANTOS - PRB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, alunos presentes, funcionários, telespectadores da TV Assembleia, assessores, mais uma vez utilizamos esta tribuna para falar um pouco da pesca no Estado de São Paulo, desta vez para parabenizarmos o Sr. Hélcio Honda, que foi escolhido, ele que é Presidente da Anepe, ligado à Fiesp, para ser um dos representantes na Conape. Com certeza a pesca esportiva passa, a partir de então, ter assento nas excursões do Estado de São Paulo.

Os pescadores esportivos, que hoje chegam a um número muito grande, trazem divisas para o nosso Estado e para o nosso País, até mesmo porque a pesca esportiva está inserida no contexto turismo. Com certeza com esse avanço, tendo uma pessoa para falar dessa área de pesca, vamos muito em breve ter uma decisão por legislação, o que é pesca esportiva, porque as pessoas dizem que o pescador amador é igual ao esportivo, e não é. O pescador esportivo não mata o peixe. Ele pesca, tira uma foto e o peixe que ele leva para casa está numa máquina fotográfica. Ele consome outras espécies de peixe no restaurante, na pousada, nos hotéis. Ele tem essa dedicação toda especial. Então quero parabenizar o Sr. Hélcio Honda por ter sido escolhido.

Participamos, na terça-feira, da Mesa oficial da Confapesca 2012, que foi realizada na Estância Turística de Presidente Epitácio. Lá foi realizada a conferência sobre a atividade pesqueira do Estado. Sabemos que nosso Estado está atrasado na questão da pesca. O Nordeste do nosso País, como o Ceará, é o maior produtor de tilápia em tanque escavado e o Estado de São Paulo hoje não tem nem legislação específica para a produção de peixes. Todo peixe que consumimos, que compramos nos mercados é irregular. Não há documentação e sabemos que muito em breve teremos uma resolução, estaremos debatendo uma nova legislação de pesca aqui no Estado de São Paulo sobre aquicultura, piscicultura para todas as pessoas do Estado de São Paulo. Esperamos que venha de forma que beneficie não apenas, como é previsto, mil metros cúbicos, mas todos os produtores do Estado: pequeno, médio, grande, trazendo emprego e divisas para o nosso Estado.

Nesse evento da Confapesca, tivemos a presença de autoridades como o representante do Ministério do Turismo, Sr. Wilquim Souto, que falou sobre a importância da pesca para a área do Turismo; a representante do Ministério da Pesca, Sra. Rosely Zerbinatti, que na ocasião estava representando o Ministro da Pesca e Aquicultura, Marcelo Crivella, inclusive ele pertence ao nosso partido, PRB, e tem feito pela pesca do nosso País uma inovação em apenas pouco mais de dois meses, mostra a capacidade de agrupar e intensificar o trabalho com novas ideias em relação a algumas ações como a que observamos um mês antes do início da pesca da tainha, os pescadores já tinham a oportunidade de pescá-la e isso trouxe benefícios.

O segundo ponto que queremos destacar é em relação ao Senai que aprimorará os conhecimentos para os piloteiros, pescadores profissionais, que queiram trabalhar com o turismo de pesca. O Senai juntamente com a Marinha levará conhecimento a essas pessoas. Esses são os avanços que estão acontecendo na pesca em todo o Brasil.

Parabenizo o Ministro Marcelo Crivella, a Sra. Rosely Zerbinatti que esteve em Presidente Epitácio e o Sr. Hélcio Honda. Coloco à disposição a Frente Parlamentar da Pesca desta Casa para que possamos participar e levar esse tema para todo o Estado. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados e Sras. Deputadas, tem a palavra o nobre Deputado Vitor Sapienza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlão Pignatari. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Bezerra Jr. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Reinaldo Alguz. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Massafera. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rafael Silva. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Caramez. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Samuel Moreira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Celso Giglio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Welson Gasparini.

 

O SR. WELSON GASPARINI - PSDB - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados:

Embora tenhamos algumas escolas boas e bons professores garantindo a transmissão de um bom ensino, tomei conhecimento e fiquei impressionado com algumas estatísticas sobre a questão educacional em nosso País; em termos gerais, a educação brasileira vive uma situação deplorável e quem diz isto não é este deputado mas, sim, os próprios acontecimentos divulgados pela imprensa, a exemplo do verificado em  concurso da Ordem dos Advogados do Brasil.

 Em recente concurso da OAB, foram reprovados 92,8% dos 20 mil candidatos bacharéis em Direito, Isto é, dos 20 mil candidatos, praticamente 19 mil não poderão exercer a profissão de advogado.

Segundo o presidente da OAB de São Paulo, Flávio Borges D’Urso, grande porcentagem desses bacharéis em Direito não sabem regras gramaticais básicas como conjugar verbos ou aplicar o plural nas palavras. São pessoas de nível universitário, aprovados como bacharéis em Direito nas nossas faculdades sem saber, sequer, colocar palavras no plural ou conjugar verbos; prova disto é o fato de muitos deles, apesar do diploma de bacharéis em Direito, migrarem para profissões diversas porque não estão preparados para exercer a advocacia. Infelizmente isso acontece nas faculdades de Direto de todo o país e não só nas faculdades de Direito do Estado de São Paulo, o mais rico desse País, portanto com a responsabilidade de ser o Estado mais desenvolvido.

Isso, infelizmente, não acontece apenas nas faculdades de Direito. Em 2009, o Governo do Estado de São Paulo fez uma prova de seleção para contratar professores para o ensino básico com a participação de 181 mil candidatos: 88 mil deles foram reprovados porque não alcançaram a nota mínima para lecionar.

Atentemos para os números: 88 mil candidatos a professores foram reprovados porque não conseguiram, sequer, alcançar a nota mínima!

O caso mais grave ocorreu em 2008 quando oito mil professores temporários do Estado de São Paulo foram submetidos a um teste e não acertaram uma única questão das 25 aplicadas.

 O que está acontecendo com as instituições de ensino responsáveis pela formação dessas pessoas?

Há pouco tempo ouvi a declaração de um médico, líder da classe no Estado de São Paulo, afirmando: se um exame, nos moldes da OAB, fosse aplicado ao formados em Medicina, muitos não poderiam exercer a profissão porque não estariam qualificados para tanto; mas, mesmo diante desse quadro, continuam abrindo faculdades   no nosso País.

Temos a falsa impressão de que o Brasil está progredindo na área educacional quando, na realidade, isso não acontece.

Além desse triste quadro, a Unesco traz uma estatística mostrando  o Brasil como o País com o maior índice de repetência no ensino fundamental de toda a América Latina.

Eu fico irritado quando ouço pronunciamentos de certos políticos apontando o Brasil como, atualmente, a 6ª maior economia mundial, mesmo diante desses dados referentes à Educação.  

A educação, afinal, representa o desenvolvimento e progresso de um país: uma Nação que não se firma através da educação, mesmo sendo privilegiado o seu desenvolvimento econômico, não tem futuro e está fadada ao fracasso.

Nesta oportunidade faço um apelo a todos os Parlamentares desta Casa para fazermos o possível para dotar a área da Educação de todos os recursos necessários, proporcionando bons salários aos professores e promovendo critérios de avaliação nos quais seja priorizado o mérito; só assim poderemos formar uma geração de jovens aptos a construir o novo Brasil por todos nós desejado!

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados e Sras. Deputadas, tem a palavra o nobre Deputado Geraldo Vinholi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Milton Vieira.

 

O SR. MILTON VIEIRA - PSD - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, visitantes, gostaria de complementar a minha fala de ontem.

Falávamos do PDL do Tribunal de Contas. Mais uma vez cumprimento esta Casa, os Líderes, nosso Presidente, Deputado Barros Munhoz, a Bancada do PT, que apoiou, e o próprio Deputado Jorge Caruso, que ontem retirou a sua disputa, merecida, pela vaga no Tribunal de Contas.

Quero dizer da satisfação que temos em ter o nome do Deputado Dimas Ramalho, que já foi Deputado nesta Casa e hoje é Deputado Federal, Promotor de Justiça, homem de uma personalidade ímpar. Tive a oportunidade, no mandato passado, de trabalhar com ele em Brasília, como Deputado Federal, em várias comissões, e pude conhecer melhor a pessoa do Deputado Dimas Ramalho.

Tenho a certeza de que o Tribunal de Contas vai receber uma pessoa íntegra, honesta, correta, digna, para ocupar esse cargo, isso sem desmerecer, claro, nosso companheiro Jorge Caruso, e esperamos que a próxima vaga seja dele. Cumprimento o Deputado Dimas Ramalho. Tenho a certeza de que na sabatina aqui nesta Casa ele será aprovado, por sua capacidade. É uma honra termos o Deputado Dimas Ramalho representando o Tribunal de Contas do Estado, indicado por esta Casa, pela maioria dos companheiros. Eu não poderia deixar de expressar aqui a minha alegria e a minha felicidade.

Por outro lado, quero complementar também o meu desabafo de ontem, quanto à falta de respeito que a maioria de Deputados desta Casa, eu principalmente, temos sentido, por parte de alguns Secretários de Estado, que demoram para marcar uma audiência conosco, e quando marcam eles acabam desmarcando.

Um total desrespeito! É como se nós dependêssemos de favores de qualquer um deles. Chegamos aqui pelo voto popular. A maioria dessas pessoas não sabe o quanto é difícil disputar uma eleição e ganhar até 200 mil votos, caso de alguns Deputados - eu tive 71.523 votos - e é muito difícil ganhar um voto. É muito difícil ir para as ruas e conquistar um voto, principalmente nos dias de hoje, quando a classe política está jogada na vala comum, como se todos fossem marginais, bandidos, corruptos, envolvidos com o Cachoeira, enfim, mas não é por aí.

Merecemos respeito e venho a esta tribuna falar porque sou uma pessoa honrada, e posso falar. Estou no meu quarto mandato, e sou uma pessoa honrada. Nunca tive o meu nome escrito em página de jornal, então, eu posso falar.

Alguns Secretários não sabem o quanto é difícil ir às suas bases conquistar um voto para poder chegar aqui, ocupar esta tribuna e poder fazer um trabalho para a população, porque estou aqui porque a população me colocou. É pelo voto popular. Não fui indicado para vir para cá.

Fui indicado por uma parcela da sociedade do nosso Estado, e quero representar essa parcela aqui com dignidade. E para isso precisamos do Governo. Para isso precisamos que o Secretário nos atenda, que os diretores de autarquia nos atendam. Quando eles precisam de nós, para votar projetos que beneficiem a sua Pasta, é aqui que aprovamos. É para cá que vêm os projetos para nós aprovarmos.

É necessário que haja respeito. E todos os dias vou cobrar esse respeito aqui. Todos os dias, exceto se eu estiver fora da Casa. Mas eu estando aqui, vou cobrar esse respeito, porque não é justo nós termos um compromisso com a sociedade e alguns julgarem que estamos aqui de brincadeira ou de passagem. Não estou aqui de passagem, não vim aqui por acaso, não estou aqui de brincadeira.

Estou aqui para fazer um trabalho sério, para atender o eleitor, independentemente se votou em mim ou não. Temos que dar uma satisfação para a sociedade, para que a imprensa não venha dizer que esta Casa não merece respeito, que não deveria existir Deputado, que este Parlamento não é necessário. Fica aqui mais um registro de indignação. Todos os dias vou cobrar esse respeito. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra a nobre Deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Mentor. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Orlando Bolçone. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Neves. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários desta Casa, cidadãos que nos acompanham pela TV Assembleia, quero manifestar a minha, e acredito que a nossa apreensão, a nossa torcida, e as nossas orações.

Hoje pela manhã, vindo para o trabalho, o soldado Teobaldo, da Assistência Militar, sofreu um grave acidente de motocicleta, e está ainda sendo submetido a uma cirurgia de reconstrução óssea e muscular da sua perna e, se Deus quiser, há de minimizar os efeitos desse acidente.

Também para o nosso azar, no dia de hoje o cabo Marcos, também da Assistência Militar daqui, sofreu também um acidente de motocicleta, mas, graças a Deus, seu estado é bom.

Quero lembrar, como farei todos os dias, que está parado para atendimento da calçada da Defensoria Pública, sem atendimento de ocorrência, a viatura 45204, do 45º Batalhão. A Defensoria quer afastar a Polícia Militar da Cracolândia, mas pede à Polícia Militar para guardar a sua calçada na frente do prédio da Defensoria. Insistirei nisso porque é uma questão de moralidade pública.

Sr. Presidente, estivemos anteontem em Taubaté, numa audiência pública para tratar de questões de Segurança Pública. Como Presidente da Frente Parlamentar de Segurança Pública, quero agradecer de público ao Deputado Afonso Lobato, que foi quem nos procurou, extremamente preocupado com o que está acontecendo na Segurança Pública, não só em Taubaté, mas em toda a região.

Tenha a certeza V.Exa. de que daremos os devidos encaminhamentos. Precisamos de soluções especiais para uma situação mais do que especial de crescimento da violência e da criminalidade, já que Taubaté está justamente na rota do Rio de Janeiro. Tivemos aí migração de marginais do Rio de Janeiro para o Vale do Paraíba, e de forma inequívoca, porque os dados são irrefutáveis.

Taubaté está sofrendo, e os municípios circunvizinhos, a consequência extremamente severa com o aumento do número de homicídios, roubos e outros crimes que estão apavorando a população. Parabéns, Padre Lobato, conte conosco aqui e, tenho a certeza, com a solidariedade de toda a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

Estive hoje pela manhã numa reunião da Comissão Mista de Parlamentares e representantes do Governo, que deveria ter sido realizada aqui nesta Casa, e foi mudado o local, para o Palácio dos Bandeirantes, por um golpe de mão, onde, principalmente eu e o Deputado Campos Machado, fomos completamente desconsiderados, porque não fomos consultados pela mudança, não sei por que, ou talvez imaginamos por quê.

Mas fomos ao Palácio para saber o posicionamento. Foi fixado o prazo de 15 dias para que os representantes do Governo apresentassem suas propostas, ou a proposta governamental, em relação ao que será realizado para dar cumprimento ao artigo 26 da Lei 1.151, que já se reporta a uma lei de 2008, reconhecendo o nível universitário aos escrivães e investigadores de polícia. A lei já diz que são carreiras de nível universitário; o artigo 26 diz que é simplesmente para propor e analisar como fazer para que isso se torne uma realidade financeira de reconhecimento material.

 Fomos ao Palácio do Governo onde se fez uma exposição técnica do efetivo que tem a Polícia Civil, a folha e o impacto na folha dos policiais civis. Foi-nos dito que investigadores e escrivães, ativos e inativos, representam 50% na folha da Polícia Civil do Estado de São Paulo que para dar cumprimento ao nível universitário, igualando os investigadores e escrivães ao padrão dos peritos, haveria um impacto na folha de 128% - 2 bilhões de reais/ano e que isso provocaria reflexo na hierarquia das carreiras da Polícia Civil, e ainda reivindicações de outras categorias. Quer dizer, nós fomos lá para nada.

Eu quero transmitir a toda família policial civil que eu pertenço a essa comissão, mas não vou fazer o joguinho do contente não. Ficou marcado para possivelmente daqui 14 dias o Governo apresentar uma proposta. Eu tenho isso como um empurramento com a barriga, pois sabemos que estamos a 31 dias do recesso nesta Casa. Sabemos muito bem que em agosto, setembro e outubro, não haverá o número mínimo de deputados para fazer uma sessão no Pequeno Expediente, pois estarão todos acompanhando as campanhas. Portanto, sabemos bem que foi uma forma de ganhar tempo.

Eu quero transmitir a toda família policial civil que estavam lá todos os deputados da comissão e não aceitamos essas protelações, esses empurramentos. Fez-se questão de dizer que “não é proposta do Governo, é simplesmente uma análise das propostas apresentadas pela entidades representativas do investigadores e escrivães.” Perdemos 15 dias, mas espero que da próxima vez a Assembleia Legislativa, através Deputado Adilson Rossi, que equivocadamente como presidente da comissão, se dobrou ao Palácio do Governo, não manteve a altivez que esta Casa tem que ter, tirou a reunião daqui sem nos consultar.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Adilson Rossi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Ed Thomas.

 

O SR. ED THOMAS - PSB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Deputado Jooji Hato, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, trabalhadores da Assembleia Legislativa, telespectador da TV Assembleia, quero cumprimentar o público presente nas galerias do plenário e dizer que sejam bem-vindos. Quero cumprimentar o Deputado Marcolino e meu companheiro Carlos Cezar, líder do PSB, neste Pequeno Expediente.

Sr. Presidente, grandes projetos são tratados, grandes reivindicações são realmente feitas e colocadas porque é realmente um espaço grandioso. Dentro das colocações do Deputado Major Olímpio, sou suplente da Comissão de Segurança e do digno Deputado Vinícius Camarinha e participamos da primeira a reunião. Pena que não prosperamos, mas continuamos otimistas e aguardamos uma solução para os nossos escrivães e investigadores, porque a lei já existe. É simplesmente para cumpri-la, Deputado Major Olímpio.

Muitas vezes o discurso não reverte em recurso, mas precisa ser feito porque é uma forma de cobrar, fiscalizar e reivindicar. A classe sabe, pois no último fim de semana eu recebi em Presidente Prudente trabalhadores da Polícia Civil, trabalhadores da polícia da cidade de Marília, e o meu comprometimento com a causa. Tenham a certeza disto e tenham a certeza que é o comprometimento de todos os deputados desta Casa, porque todo processo começa com o escrivão, com o investigador e é com eles que terminam. São pessoas importantes demais à segurança da nossa gente, no Estado de São Paulo.

Eu não poderia deixar de me solidarizar neste momento com essas reivindicações e com esse trabalho de valorização humana da nossa Polícia, mas quero utilizar a tribuna para falar sobre um assunto que vem repercutindo na imprensa, um tema muito especial de tragédia que acontece em todo o País, e também em São Paulo, que é a pedofilia. A revista Veja abordou de forma bem escanchada em suas páginas. É claro isso aconteceu após uma grande personalidade, a Xuxa, ter prestado um depoimento na televisão, mas nós temos outras personalidades, mas muito mais do que isso, temos o abuso sexual latente na sociedade. Não se pode jogar um cobertor, não se pode jogar areia ou terra em cima e nem dizer que não se sabe.

São Paulo é o que menos denuncia, mas não é onde menos ocorre esse crime. De maneira nenhuma, mas é uma obrigação de toda a sociedade, mas obrigação nossa que somos gestores. O pecado contra a inocência está acontecendo e é horrível. Chega a ser deprimente, é uma ferida aberta para sempre e o pior de tudo é que 92% desses casos de abuso sexual ocorrem dentro de casa e na própria família. Seja com o pai, irmão, primo, cunhado e avô. Não podemos fechar os olhos nem os ouvidos a essa situação, ao que estão fazendo às nossas crianças. É preciso denunciar o abuso que essas crianças estão sofrendo. Denunciar é preciso, discar 100 é preciso, é necessário. Por isso a manifestação da própria imprensa, da revista Veja, a Rede Globo que apresentou uma matéria especial no Globo Repórter, o programa A Liga, na Bandeirantes, falando da violência doméstica que está atrelada ao abuso sexual. Primeiro é a violência contra mulher. Uma mulher apanha a cada 2 minutos, e 10 mulheres morrem por dia neste País.

Apresentei aqui o Projeto Casa Abrigo, que pertence ao Governo do Estado. Pedi apenas que ele seja instituído. No projeto a prefeitura paga o aluguel da casa, a polícia faz a segurança, há assistentes sociais, psicólogos. Enfim, mais do que isso, meu projeto contempla a oportunidade, a qualificação da mulher para que ela entre no mercado de trabalho e não dependa de um vagabundo. Porque aquele que jurou amar, hoje jura matar. E isso tem crescido assustadoramente, ma o projeto foi vetado.

Parece que não está acontecendo nada, mas está acontecendo: o esfacelamento da família, que é o patrimônio maior.

Eu tenho sido repetitivo que porque essa é uma das bandeiras que abracei. Falei com os Consegs, Deputados Major Olímpio, Marcolino e Carlos Cezar.

Os Consegs são muito importantes em levantar essas bandeiras, em panfletar, em discutir, em se reunir assim como os clubes de serviços e as igrejas. Tem que ser discutido.

Não vamos tapar este sol com peneira, não vamos jogar a sujeira para debaixo do tapete porque mães estão morrendo, crianças estão sendo tiradas do lado normal da vida, e sendo colocadas dentro um caixão de desprezo, um caixão agonizante, um medo monstro. É preciso vigiar, é preciso denunciar. E nesse instante a maior arma é denunciar e não se calar. Muito obrigado, Sr. Presidente. (Palmas.)

 

O Sr. Presidente - Jooji Hato - PMDB - Esta Presidência tem a grata satisfação de desejar boas vindas e anunciar a ilustre presença dos alunos e professores da Escola Estadual Prof. João Apocalipse, da Cidade de Pedra Bela. Estão aqui as professoras Giane Aparecida Leite e Marcela Simão e os monitores Roseli Amaral e Valentim Donizete Corrêa, a convite do nobre Deputado Edmir Chedid. (Palmas.)

Sras. Deputadas, Srs. Deputados, tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Dilmo dos Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.)

 

O SR. Carlos Giannazi - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público presente, professores, alunos, servidores da Segurança Pública, em primeiro lugar, quero manifestar nossa total indignação com o comportamento que já era previsto do Governo Estadual de Geraldo Alckmin em não atender às reivindicações dos servidores da Segurança Pública e não, de fato, encaminhar as reivindicações que foram acordadas quando aprovamos o projeto de lei que resultou na Lei 1.151.

Hoje, tivemos uma reunião. Conversamos com o Deputado Olímpio Gomes, um dos nossos representantes pela comissão da Assembleia Legislativa, e meu encaminhamento foi feito. Ou seja, aprovamos a lei, mas ela não é cumprida. Isso é um absurdo. Se existe o aumento da violência na Cidade de São Paulo, se vivemos um verdadeiro colapso na área da Segurança Pública - além das áreas de Transporte, Educação e Saúde - é porque não há investimento nos servidores da Segurança Pública, principalmente na área dos investigadores e escrivães. Fica, portanto, a nossa manifestação de repúdio a esse comportamento do Governo de protelar mais uma vez o atendimento das reivindicações desses servidores, que cumprem uma função estratégica na oferta da Segurança Pública do nosso Estado. E eles não são valorizados nem do ponto de vista profissional, nem do ponto de vista salarial.

Ao mesmo tempo, gostaria de comentar a matéria publicada hoje nos jornais “Folha de S.Paulo” e “Agora”: “Prefeitura oferece ajuda que não funciona para os camelôs.” O Prefeito Gilberto Kassab está organizando em São Paulo uma verdadeira limpeza social, em várias áreas. Agora, de forma desumana, o Prefeito baixou vários decretos inconstitucionais, afrontando a legislação municipal, tirando vários trabalhadores de pontos estratégicos da nossa cidade, sobretudo pessoas idosas e deficientes físicos que há anos trabalham na Cidade.

Não é à toa que já tem ação civil pública na Justiça, a Defensoria Pública saiu em defesa desses trabalhadores. É uma atitude desumana do Prefeito Gilberto Kassab, que retirou desses empregos mais de 250 trabalhadores, deficientes físicos e pessoas da Terceira Idade.

Confirmando essa denúncia, quero registrar a presença nesta Casa da Dona Celina e do Seu Jorge, que estão sendo vítimas desse massacre social na nossa Cidade. Ao invés de o Prefeito limpar a corrupção, acabar com a máfia da merenda escolar, do lixo, da especulação imobiliária... Vimos agora o Sr. Hussain Aref, que acumulou um patrimônio de mais de 50 milhões de reais, comprando mais de 126 apartamentos de luxo, muitos deles perto do Ibirapuera, com visão para o parque.

Vejam, não tem CPI na Câmara Municipal, o Prefeito não toma nenhuma atitude. No entanto, para atacar a população que trabalha, que luta para ter emprego e garantir a sobrevivência, ele é ágil, baixa decretos inconstitucionais. É um absurdo o que vem acontecendo em São Paulo: esse processo de limpeza social, que é para inglês ver, para dizer que está limpando a cidade. Na verdade, São Paulo está mergulhada num profundo poço de corrupção.

Como disse, várias máfias estão instaladas na administração municipal, muitas delas com o aval do Prefeito. Por que ele não reage com relação à especulação imobiliária? Aliás, foi o Prefeito Gilberto Kassab que nomeou Hussain Aref, duas vezes. Primeiro, quando era Secretário de Planejamento do ex-Prefeito Pitta. Em 1999, Hussain Aref já era de confiança de Kassab. Depois, em 2005, quando Serra e Kassab foram eleitos Prefeito e vice-Prefeito, respectivamente, Kassab novamente nomeou Hussain Aref para um cargo estratégico. Ou seja, colocou a raposa para tomar conta do galinheiro. E o homem enriqueceu, acumulou um patrimônio de mais de 50 milhões de reais. Temos fortes indícios de que há uma máfia da especulação imobiliária, que Hussain Aref é só a ponta do iceberg de um grande esquema de corrupção e favorecimento que existe na nossa Cidade. Nisso, o Prefeito Kassab não mexe. Nem na máfia da merenda escolar que está vigorando em São Paulo. O Prefeito é covarde, ataca os trabalhadores da economia informal.

O nosso total repúdio. Espero que a Justiça seja ágil e anule esses decretos fascistas, autoritários e desumanos que têm tirado o emprego de vários trabalhadores - mulheres, idosos e deficientes físicos.

Para concluir, Sr. Presidente, a matéria mostra que o Prefeito prometeu realocar essas pessoas em outras funções. É tão desastroso esse processo que uma das propostas da Prefeitura é que os deficientes visuais sejam orientadores de trânsito. Na matéria, vários deficientes visuais que trabalhavam nesses postos que citei estão sendo convidados para serem orientadores de trânsito. Matérias dos jornais “Agora”, de hoje, e também da “Folha de S.Paulo”. É um absurdo, é um escárnio.

Exigimos que o Ministério Público tome providências imediatas para resolver essa situação. (Palmas.) Muito obrigado.

 

O Sr. Presidente - Jooji Hato - PMDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, tem a palavra o nobre Deputado Luiz Carlos Gondim. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alex Manente. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Vanessa Damo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino.

 

O SR. Luiz Claudio Marcolino - PT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários da Assembleia Legislativa, público que nos acompanha pela TV Alesp e nas galerias, antes de iniciar a minha fala, gostaria de me solidarizar com o Deputado Olímpio Gomes, que trouxe a público o descalabro com que o Governo do Estado trata os servidores públicos no Estado de São Paulo, sejam da Segurança Pública, da Educação, da Saúde. Sempre trata o funcionalismo com desrespeito. Esses servidores, que seguram a relação com o público, deveriam ser mais bem tratados.

No ano passado, houve algumas negociações na Assembleia Legislativa. Muitas vezes, no Colégio de Líderes ou por meio do Líder do Governo, ouvíamos que não há espaço para incluir emendas apresentadas pelos partidos ou pelos deputados, individualmente, para fazer adequação no plano de carreira para melhorar os vencimentos e fazer incorporações de algumas gratificações, que é um dos grandes problemas do servidor público do Estado de São Paulo. São as comissões que não são incorporadas no salário.

Como membro da Comissão de Finanças e Orçamento, temos acompanhado pari passu a execução do Orçamento, do quanto é gasto. No ano passado, ao fechar o Orçamento de 2011, percebemos que o Governo poderia ter até 46% do montante que é destinado ao Funcionalismo - tem o limite prudencial, o limite máximo para o Funcionalismo e o que o Governo gasta efetivamente. O limite do valor gasto no ano passado ficou em 40 por cento. Poderia ter chegado a 46 ou 49 por cento. Estamos falando que o Governo, no ano passado, deixou de investir cinco milhões de reais. Este valor poderia ter sido investido no Funcionalismo do Estado de São Paulo.

O Executivo argumenta dizendo que não tem margem, que um eventual ajuste aos servidores da Polícia Civil acarretaria uma despesa considerável e que outros trabalhadores fariam a mesma reivindicação. Quero deixar frisado que no ano passado poderia ter sido investido até cinco milhões de reais para o Funcionalismo do Estado de São Paulo, e não foi investido. Em todas as negociações e debates, o líder do Governo, ou os seus secretários, diziam que não haveria recurso suficiente para fazer aquelas alterações dos projetos apresentados. Mas o que vimos no final do exercício, quando foi apresentado o balanço e o gasto final, foi o valor de cinco milhões que poderia ter sido utilizado no ano passado.

Mais uma vez, registro a irresponsabilidade do Governo para com o Funcionalismo, que deveria ser o principal instrumento para se fazer uma boa gestão pública no nosso Estado. O servidor público tem de ser, por excelência, o primeiro a ser valorizado pelo Governo do Estado. Não é o que estamos vendo nas últimas negociações e nos últimos debates. Quando tentamos no ano passado fazer uma alteração da data-base, do mês de julho para junho, ou para março, foi muito difícil. Eram algumas adequações e percebemos no final que sobrou recurso.

Quando o debate é o servidor da Polícia Civil, que tem acordo firmado e já era para ter avançado num debate interno este ano na Assembleia Legislativa, vem novamente o Executivo dizendo que não tem recurso.

Mais uma vez tenta-se empurrar com a barriga. Deixo claro que sou membro da Comissão de Finanças e Orçamento e foi apresentado no final de 2012 um relatório mostrando que ainda tem uma margem, que sobrou do ano passado, inclusive para este ano. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Olímpio Gomes.

 

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O SR. PRESIDENTE - OLÍMPIO GOMES - PDT - Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores, há 14 anos, quando era ainda vereador, apresentei um projeto de lei que proibia a venda e comercialização de bebidas alcoólicas em postos de combustíveis e lojas de conveniência. Este projeto recebeu parecer de legalidade pela Comissão de Justiça e entrei com recurso do plenário, mas não consegui dar prosseguimento a este projeto. Isso foi em 1998. Três anos depois, em 2011, reapresentei este projeto na Câmara Municipal de São Paulo - já tinha sido reeleito - e consegui aprová-lo no dia 23 de dezembro, quase na véspera de Natal. Foi um dos melhores presentes que já recebi. Em 23 de dezembro de 2011 aprovamos em primeira discussão e no dia 14 de maio de 2012 aprovamos o projeto. Infelizmente, uma semana depois, o Executivo vetou este projeto.

Alegaram que se a lei não proíbe a venda de bebida alcoólica, que isso não consta na lista de produtos que podem ser comercializados nos postos de combustíveis e nas lojas de conveniência. Portanto, ela é proibida. Aí um colega meu, Vereador Baratão, apresentou um projeto proibindo a venda de água em garrafões nos postos de combustível. A Lei Municipal não diz também que é permitida a venda de água em garrafões. O Executivo sancionou a lei quando, na verdade, deveria ter sido vetado como foi com a minha lei.

O tempo passou e, em 2007, apresentei novamente essa lei que está tramitando nesta Casa. É o PL 348/2007. Ainda na Câmara Municipal, entrei com uma representação ao Exmo. Sr. Promotor da Justiça, da Procuradoria de Justiça de Interesses Difusos e Coletivos do Ministério Público Estadual de São Paulo, pedindo providência para que a bebida alcoólica não seja vendida às pessoas que abastecem o carro. Infelizmente, não tivemos nenhum retorno. Espero que este Projeto que está na Assembleia Legislativa, de nº 323/11, que proíbe a venda e consumo de bebida alcoólica nesses locais, prospere. Neste instante, na Câmara Municipal de São Paulo, está sendo aprovado o mesmo projeto. Lá existe o veto e é muito simples os vereadores derrubarem o veto. Mas será aprovado porque o Vereador Floriano Pesaro captou a nossa ideia. Espero que seja aprovado e vamos torcer para que o prefeito o sancione.

Essa luta já dura 14 anos. Em Mauá e em Ribeirão Pires esta lei já está em vigor. Não dá para aceitar a venda de bebida alcoólica às pessoas que abastecem o seu carro. Há dois pilares que sustentam a violência: bebida alcoólica e drogas. Há também o problema das armas. Devemos fazer blitz em pontos estratégicos e retirar as armas ilegais. São armas contrabandeadas que matam e infelicitam muitas vidas. Em relação à bebida alcoólica e drogas vemos o caos que está aí.

Ontem tivemos a descriminalização da maconha, das drogas. É um absurdo! Nós, que pertencemos à Frente Parlamentar de Enfrentamento ao Crack, ficamos indignados. Ficamos, às vezes, sem esperança. Mas o nosso país é abençoado por Deus. Não temos terremoto, vulcões, nada que atrapalhe a produção. Podemos melhorar a educação, o esporte, a cultura. Infelizmente, vem um grupo de pessoas que, de repente, fala: “Vamos liberar a maconha”. Se eu for usuário, posso plantar a maconha no meu quintal e consumir. Posso até dar para os vizinhos ou para alguém. Pode-se plantar a maconha até na sacada de um apartamento. Que país é este? Onde estamos? Não sei. Parece que perderam a noção. É só ir a um pronto-socorro, vemos que não temos estrutura para atender os usuários de droga hoje. Imagine se liberar, descriminalizar a maconha, por exemplo. Vamos aumentar um exército a mais de drogados do que já temos.

Não temos condições nem de pagar direito os policiais, os professores, os médicos decentemente e vamos fazer com que os jovens usem mais ainda as drogas? Que país é este? Que cidade é esta? Que cidadãos são esses, esse conjunto de pessoas iluminadas, que cursaram a faculdade e quer liberar a droga. Isso é um absurdo! Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - OLÍMPIO GOMES - PDT - Encerrado o tempo do Pequeno Expediente, vamos passar ao Grande Expediente.

 

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- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - OLÍMPIO GOMES - PDT - É com satisfação que anunciamos o aniversário hoje da nobre Deputada Regina Gonçalves, líder do PV na Assembleia Legislativa. Desejamos toda felicidade a S. Exa. e à sua família. (Palmas.)

 

O SR. CARLOS CEZAR - PSB - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, inicialmente quero me somar a V. Exa., Deputado Olímpio Gomes, e parabenizar a Deputada Regina Gonçalves, brilhante líder do PV aqui na Casa. É deputada extremamente atuante que comemora hoje mais um ano de vida.

Quero me somar também às palavras do Deputado Jooji Hato. Deputado Jooji Hato, assomo a esta tribuna justamente para lamentar esse trabalho que a Comissão de Juristas - não sei se posso chamá-la assim - tem apresentado no Senado Federal e para a Câmara Federal a respeito da reforma do Código Penal.

Foi aprovada, nessa segunda-feira, a descriminalização do plantio, da compra e do porte de qualquer tipo de droga para o uso próprio. Essa proposta deve ser encaminhada ao Congresso Nacional para votação até o final de junho.

Sras. e Srs. Deputados, hoje o consumo de drogas já não é mais crime. Hoje, é muito raro uma pessoa consumir droga sem portá-la, sem comercializar a droga. Agora, com essa proposta extremamente infeliz, inconsequente da defensora pública Juliana Belloque que se baseia - diz ela - na tendência mundial da descriminalização das drogas.

Recentemente, na revista “Veja”, um repórter fez uma matéria falando justamente da Holanda que, na década de 70, descriminalizou a droga. Praticou várias ações não só a liberação das drogas, o casamento de pessoas do mesmo sexo, enfim, uma série de liberações e hoje mais de 67% da população se arrepende dessas normas. O título da matéria: “A Holanda se arrependeu do que fez”. Isso na Holanda, um país desenvolvido e com 17 milhões de habitantes.

Agora, o que falar do nosso Brasil, Deputado Jooji Hato. Um país com quase 200 milhões de habitantes e somos, infelizmente, a 84ª potência mundial. Têm 83 países na nossa frente. Então, as nossas limitações são muito maiores.

Como V. Exa. colocou aqui, todos os dias somos procurados no nosso gabinete, seja aqui na Casa ou na nossa extensão lá na região onde representamos o Estado, por mães, esposas preocupadas com suas filhas e seus filhos que estão envolvidos com as drogas. Essa proposta vai, exatamente, na contramão do que se tem que fazer. Hoje já é proibido o uso de cigarros em lugares fechados e essa proposta tem sido extremamente aplaudida pela população paulista. Está diminuindo o número de pessoas que se utilizam do cigarro e quer incentivar o uso das drogas, permitindo que a pessoa portando cinco quilos de maconha, cocaína, não seja presa. Isso é inaceitável.

Se nós temos direito de falar, de reclamar, de nos indignar é de não se conformar com isso e não vamos nos conformar. Enquanto Presidente da Frente Parlamentar Evangélico, líder do PSB aqui, na Casa, não vamos ficar quietos. Pelo menos vamos nos posicionar e dizer que esse é o mal que deve ser extirpado da sociedade. Não podemos aceitar que a Câmara Federal, o Congresso Nacional, junto com o Senado Federal e a Câmara, venha a aprovar uma matéria tão infeliz como essa.

Quero, aqui, parabenizar o Relator, Procurador da República Luiz Carlos Gonçalves, porque foi dele o único voto contrário nessa Comissão de Juristas. Todos os outros votaram favoravelmente. Mas para ele o fato de o usuário não ser punido acabará sendo considerado pela polícia e pela Justiça um traficante, o que aumentaria o encarceramento. É exatamente o efeito contrário que a comissão pretende atingir. A comissão está querendo aprovar essa lei a pretexto de se diminuir o número de prisões equivocadas se não conseguir definir entre quem é o usuário e quem é o traficante. Vai haver exatamente o efeito contrário, nas palavras aqui do próprio relator.

Mais uma vez, quero deixar registrado aqui que se resolver o problema dos cárceres lotados, liberando mais criminosos de suas penas, isso vai fazer com que o nosso País viva uma verdadeira anarquia de drogados. Então, não queremos ver essa proposta aprovada de forma alguma. Muito obrigado.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Sras. Deputadas e Srs. Deputados, esta Presidência, atendendo solicitação do Deputado Olímpio Gomes, convoca V. Exas., nos termos do Art. 5º, inciso VI da Resolução nº 330, de 25 de junho de 1962, para um Ato Solene a realizar-se no dia 9 de julho, de 2012, às 12:00h, no Plenário Juscelino Kubitschek, com a finalidade de comemorar o 80º aniversário da Revolução Constitucionalista de 1932.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, no dia de hoje que o nosso mandato realizou o debate sobre política de quotas e o combate às desigualdades, das 9:30h até 12:00 horas.

Trazemos o debate aqui do Projeto de Lei nº 321, de 2012, que apresentamos agora. Iniciamos o debate hoje e ele já vem se somar a uma série de projetos que já tramitam na Assembleia Legislativa. Inclusive, o PL 530, de 2004, que já foi uma tentativa, em 2004, de fazer uma aglutinativa dos vários projetos que já tramitavam na Casa para que a Assembleia Legislativa pudesse apreciar um único projeto para diminuir as desigualdades sociais no Estado de São Paulo, lembrando que tanto a USP como a Unicamp e a Unesp não aplicam nenhuma política de cotas no Estado de São Paulo. Algumas ações que tentaram implementar não foram eficientes a ponto de reduzir as desigualdades sociais em relação às cotas.

A decisão agora do Supremo Tribunal Federal apresenta aquilo que já sabíamos: a cota na universidade pública não é inconstitucional. O DEM tentou transformar, ao longo dos últimos anos, o debate das cotas raciais na universidade como inconstitucional, mas o Supremo agora derruba esta tese.

Nesse sentido, dialogando com o movimento social, com o movimento sindical e principalmente com o Instituto Luiz Gama, apresentamos o Projeto 321/12 que aperfeiçoa os projetos anteriores trazendo alguns elementos importantes.

Além de dialogarmos o percentual das cotas raciais, nós também incluímos um percentual para alunos de escola pública. Os projetos até então apresentados não falavam de escola pública e nós incluímos um percentual para democratizar o ensino universitário no Estado. Além da USP, Unicamp e Unesp incluímos também a Fatec e a Etec.

Outro ponto importante em relação ao projeto é que tratamos da questão temporalidade. Uma política de cotas não pode ser permanente. Não podemos tratar como reserva de mercado. Então para que a lei possa ser alterada depois colocamos como limite 10 anos.

Outra ressalva a ser feita é quanto a montar uma comissão interdisciplinar com o aluno, o professor, a direção da escola e o movimento social organizado e que também possa, depois de 10 anos, fazer uma reavaliação da política de cotas estruturada em cada uma das universidades, fazer a adequação não só dos percentuais como rever a proposta apresentada da temporalidade. Ou seja, você não pode pensar numa política de cotas que seja permanente ou como uma reserva de mercado. Você tem de fazer os ajustes até que de fato as desigualdades sejam reduzidas ou eliminadas.

Outro ponto apresentado no projeto diz respeito aos cursos. Estamos colocando a necessidade desse percentual para todos os cursos e em todos os períodos.

Outra defesa importante do projeto é a questão da autonomia universitária.

A USP, Unicamp e Unesp argumentavam nos debates na Assembleia Legislativa em 2004 que não poderiam estruturar uma política de cotas independente de uma legislação nacional ou porque alguma universidade já a praticava porque cada universidade tem a sua autonomia universitária. E nós apresentamos uma fundamentação no projeto que dialoga justamente sobre a autonomia universitária. Só que agora temos uma decisão do STF que coloca a cota como algo legal, constitucional e a universidade não é soberana. Não podemos confundir autonomia com soberania para as escolas públicas estaduais e para as Fatecs e Etecs no Estado. A autonomia da universidade vai continuar existindo, só que agora com a decisão do Supremo Tribunal Federal a cota é caracterizada como constitucional e queremos ver este debate acontecer na Assembleia Legislativa. Já estamos organizando outros debates em todo o Estado de São Paulo em relação à redução das desigualdades no nosso Estado e avaliamos que a aplicação das cotas nas universidades, nas Fatecs e Etecs é uma forma de combater as desigualdades.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Pedro Bigardi.

 

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O SR. JOOJI HATO - PMDB - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectador da TV Alesp, estou assomando à tribuna mais uma vez no dia de hoje porque não dá para a aceitar que a comissão de justiça possa liberar a plantação de maconha nos quintais de casas, nos jardins de apartamentos num país que tem todo um futuro pela frente.

Pertenço à Frente Parlamentar de enfrentamento ao crack juntamente com o meu colega Deputado Donisete Braga - ele o coordenador da Frente e eu vice-coordenador. A Frente já esteve em vários lugares desenvolvendo o seu trabalho. Estivemos em Brasília procurando o Ministro da Saúde Alexandre Padilha. Perto da rodoviária de Brasília, capital do País, é fácil observar os usuários em decadência. Aqui em São Paulo, no que era a Cracolândia, estive acompanhado do meu filho - médico como eu - que disse: ‘aqui não ficam nem os animais’, tamanha a promiscuidade daquele local. Pessoas pareciam farrapos humanos.

Será que esta comissão de justiça não foi à rodoviária de Brasília?

A nossa Frente Parlamentar foi ao Rio de Janeiro, onde vimos mocinhas, crianças de 10, 12, 14 anos internadas. Vimos um garoto de 15 anos se rebelar por não querer tomar um banho.

Será que esta comissão de justiça não poderia dar um pulinho ao Rio de Janeiro? Aliás, nem precisar ir lá. Hoje, isso acontece em qualquer cidade. A droga hoje campeia em todos os lugares e não é um privilégio dos adolescentes não. Estão pegando adultos e até pessoas da Melhor Idade. Temos cortador de cana usando crack, oxi em Maceió, Alagoas, em São José do Rio Preto, em Ribeirão Preto, em Olímpia.

Será que esta comissão de justiça nunca recebeu o reclamo de uma mãe, de um pai que tem um filho drogado?

Nós deputados recebemos, sim. Não tem onde internar, não tem onde tratar. É um exército, uma legião de adolescentes que está bebendo, drogando-se, causando muitos prejuízos ao SUS, aos cofres públicos. É essa a realidade. Lamentavelmente vemos pela imprensa essa descriminalização da maconha e ficamos sem esperança. Se isso acontecer, podemos dizer que o país acabou. Não tem como este país encontrar o futuro, porque vai comprometer exatamente os futuros herdeiros, os nossos filhos, os jovens estudantes.

Para finalizar, Sr. Presidente, temos que fazer todo o esforço para que o Congresso Nacional - a Câmara Federal, o Senado - não aprove essa mudança na lei para que possamos enxergar uma luz no fim do túnel, uma luz de esperança para resgatarmos esses adolescentes que estão indo por um caminho que não interessa. Muito obrigado.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público presente, telespectadores da TV Assembleia, mais uma vez volto a esta tribuna. Quero agradecer ao Deputado João Antonio por ter permitido que eu fizesse este pronunciamento antes da sua intervenção aqui no Grande Expediente.

Sr. Presidente, estamos aqui sistematicamente denunciando o colapso da Educação no Estado de São Paulo, o sucateamento das nossas escolas, a degradação das escolas estaduais, a falta de investimento em Educação pública no nosso Estado. Tivemos recentemente uma audiência pública aqui na Comissão de Educação, com o Secretário presente. Fizemos várias denúncias em relação a esse sucateamento, a essa degradação do ensino, em todos os níveis, desde o processo ensino/aprendizagem, dos ataques feitos aos professores da rede estadual pelo próprio Governo e também na parte física, na parte de estrutura das nossas escolas, da nossa rede estadual. E fazemos sistematicamente diligências em várias escolas do Estado, na Capital, na Grande São Paulo, na Baixada Santista, no interior, conversando com os professores, diretores de escolas, com supervisores, com a comunidade escolar.

Queria apresentar mais uma vez o que constatamos nessas nossas diligências nas escolas estaduais, ilustrando aqui um pouco a situação dessa falta de investimento. Fizemos diligências nas escolas da Sul 2. Veremos imagens das Escolas Prof. Arnaldo Laurindo, Wander Taffo, César Yasigi, Beatriz de Quadros e Leopoldo Santana. Essa é a triste realidade que constatamos mais uma vez nessas escolas estaduais. Isso de uma única região. É uma amostra grátis da decadência, da falta de investimento em Educação pública. As quadras dessas escolas estão abandonadas pelo FDE, a Fundação de Desenvolvimento do Ensino, que nós aqui queremos investigar.

Já convocamos o Presidente dessa autarquia da Secretaria de Educação, que administra quase três bilhões de reais do nosso Orçamento, e as escolas não são reformadas. A Escola Estadual César Yasigi, uma escola de ensino fundamental, não tem quadra. Os alunos são obrigados a fazer aula de Educação Física num espaço improvisado, perigoso, com quinas, paredes que comprometem as aulas e colocam em risco a segurança e a própria vida dessas crianças. Temos a Escola Beatriz de Quadros, que não tem vidros, porque a FDE não financia, não faz as reformas dessas escolas. Vemos a Escola Leopoldo Santana com uma quadra totalmente abandonada, que foi desmontada e o entulho foi jogado pela própria empreiteira nas arquibancadas. Não foram os alunos, os professores, foi o próprio Estado que cometeu um verdadeiro crime contra a Educação pública, contra os alunos. A empreiteira é contratada, mas não é fiscalizada pelo FDE e pela Secretaria de Educação. Todas essas escolas são da Diretoria de Ensino Sul 2.

O Governo reclama, dizendo que nós, da oposição, só denunciamos, só criticamos o Governo. Mas não dá, Sr. Presidente. A rede estadual está vivendo um verdadeiro colapso. Essa é a Educação do PSDB: um colapso total na Educação, na Saúde pública, no Transporte, na Segurança Pública, essa é a triste realidade do Estado mais rico da federação, um abandono total nas áreas das políticas públicas sociais.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato.

 

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Estamos enviando, Sr. Presidente, um relatório para a FDE, à Secretaria de Educação, ao Tribunal de Contas e também, logicamente, para o Ministério Público, porque não acreditamos mais nesse Governo. Sistematicamente envio indicações pedindo reformas, ofícios, dou telefonemas e nada é feito, as escolas não são reformadas. Então vamos continuar acionando o Ministério Público, porque aí se trata de improbidade administrativa. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PEDRO BIGARDI - PCdoB - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, como membro da Comissão de Esportes - V. Exa. também é membro da Comissão - queria fazer um registro. No próximo domingo, dia 3, vamos ter um amistoso internacional entre a seleção brasileira de basquete feminino e a seleção do Chile, a seleção principal. Vai ser às 10 horas, no Ginásio do Bolão, em Jundiaí. Queria fazer este registro por dois motivos: primeiro porque a minha cidade, Jundiaí, tem sido uma referência em basquete, revelando grandes valores para o esporte mundial. O Marcel fez seu nome em Jundiaí; Magic Paula; Amaury e tantos outros fizeram uma trajetória importante na Cidade de Jundiaí. E a seleção brasileira, que vai fazer esse jogo no próximo domingo, é dirigida também por um jundiaiense, Luiz Claudio Tarallo, que também fez história no basquete. Ele passou pelas seleções de base brasileira e agora dirige a seleção principal. Essa seleção vai estar nos Jogos Olímpicos, vai também participar do Campeonato Sul-Americano de Basquete Feminino.

Parabéns à equipe brasileira de basquete feminino, especialmente a Luiz Claudio Tarallo, desejando uma boa trajetória. Que os Jogos Olímpicos, em Londres, sejam de muita conquista para a nossa seleção.

Gostaria que esta Casa pudesse oficiar a seleção brasileira e Luiz Claudio Tarallo por esse trabalho que vem sendo feito, e para que eles possam ter um melhor resultado nos Jogos Olímpicos e também no Campeonato Sul-Americano. Muito obrigado.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, quero comunicar primeiramente a morte de mais um policial militar, que foi executado essa manhã no Município do Guarujá, e com esse policial já contabilizamos mais de 15 policiais mortos no espaço de 18 meses, na Baixada Santista. Oficialmente nada está acontecendo, apenas o chamado azar militar.

Aproveito o momento para falar sobre o lamento e a vergonha que passamos poucos minutos, em que mais uma vez não tivemos quorum de Deputados para a realização da Comissão de Segurança Pública desta Casa. Segurança Pública não tem importância não é? Estamos com metade da Zona Leste com toque de recolher, policiais sendo mortos e ocorrências policiais sendo questionadas, mas quando a Comissão de Segurança propõe se reunir para trabalhar em prol de uma solução não existe quorum suficiente. Dos 11 Parlamentares que deveriam compor essa Comissão, estavam presentes apenas os Deputados Adilson Rossi, Antonio Salim Curiati e Marco Aurélio.

Lá estavam dezenas de representantes da família policial, investigadores e escrivães que queriam ouvir o que a Comissão teria a dizer em relação à encenação que aconteceu pela manhã, no Palácio do Governo, acerca da reunião mista da Comissão em que nada foi deliberado. Isso é muito ruim para a Assembleia Legislativa, para a imagem do Legislativo, principalmente por não haver quórum nas Comissões. O Deputado Antonio Salim Curiati, chegou a dizer que já tinha vindo da Comissão de Constituição e Justiça que também não teve quórum. Digo a todos que o feriado é na semana que vem, mas parece-me que alguns já estão emendando desde já.

Em meu nome e daqueles que compareceram peço desculpas, principalmente aos policiais da Comissão de Segurança Pública que se deslocaram do interior para acompanhar o trabalho da Comissão Mista, para que pudessem conhecer o posicionamento da Comissão de Segurança Pública ou pelo menos ter esperança, pois quando ela é retirada das pessoas os resultados podem ser extremamente negativos.

Fica aqui o meu sentimento pelo posicionamento menor da Assembleia Legislativa, neste dia como um todo.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Esta Presidência se solidariza com V. Exa., Deputado Olímpio Gomes. E em nome de todos manifesta o sentimento de pesar com mais uma vítima da violência, um PM da Baixada Santista. Também lamentamos esse toque de recolher na Zona Leste, que faz com que alunos voltem para as suas casas sem ter tido aula.

Srs. Deputados e Sras. Deputadas, tem a palavra o nobre Deputado João Antonio, por permuta de tempo com o nobre Deputado Rui Falcão.

 

O SR. JOÃO ANTONIO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigado, Sr. Presidente. Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários desta Casa e telespectadores da TV Alesp, assomo esta tribuna no dia de hoje, provocado pelos debates que estão acontecendo na mídia brasileira sobre episódios envolvendo o ex-Presidente Lula e o Ministro do Supremo Tribunal. A duras penas conseguimos consolidar um processo democrático no nosso País. Não foi fácil. Tivemos momentos da história do Brasil difíceis não só em relação a alguns períodos democráticos, mas nas décadas de convivência com o regime autoritário: antes de 1964, período do Governo Getúlio Vargas e durante o período de 1964 quando foi instituído o regime autoritário aqui no Brasil, em que as conquistas democráticas foram objetos de debates, lutas, mortes, torturas e exílios de centenas de companheiros e companheiras brasileiros. Felizmente vencemos esta etapa e estamos cada vez mais fortalecendo a nossa democracia, um sistema político que ainda exige aperfeiçoamento no seu processo de consolidação, mas já avançamos bastante, pois a sociedade brasileira foi capaz de pactuar regras de convivências democráticas, aliás, esse é o conceito básico de democracia.

A democracia pressupõe exatamente pactos da sociedade em torno de regras de convivência capaz de promover a paz e a harmonia social, e nós, por trás desse pacto de convivência da sociedade em torno de regras podemos dizer que o Estado e suas instituições precisam funcionar decentemente. O Estado e seus diversos órgãos precisam funcionar com transparência, com aquilo que Bobbio nomeou “O Poder Público em público”, esta é a regra da democracia. Além disso, a democracia conjectura cada vez mais ampliarmos a participação do povo no processo político e a democratização do saber. Quanto maior o número de cidadãos participando das decisões políticas, sabendo o que querem, ou seja, que tenham devidamente acesso a informação mais consolidada, qualificada e fortalecida estará a nossa democracia. E dentro do que instituímos no Brasil através da nossa Ordem Jurídica, presumimos que teremos Poderes fortes, harmônicos e autônomos entre si. Um Poder Executivo que promova a participação popular nos atos da Administração e que seja, cada vez mais transparente; um Poder Legislativo que de fato expresse a correlação de força da sociedade, portanto, democrático, e um Poder Judiciário que cumpra com o seu papel primordial.

Qual é o papel primordial do Poder Judiciário? Promover a paz e a harmonia da sociedade. Por isso ele não é um Poder eleito. O Poder Judiciário é um Poder cuja seleção dos magistrados ocorre através de rigorosa prova de conhecimentos técnicos, não somente na área jurídica, porque o Magistrado pressupõe algumas qualidades que são inerentes ao exercício da sua função.

Se é função primordial do Poder Judiciário promover a paz e a harmonia social, o que se espera do Magistrado, de um Juiz? Serenidade em primeiro lugar, conhecimento técnico, claro, ponderação. Se esses requisitos não estiverem presentes no dia a dia, na ação do Magistrado, como ele vai fazer e promover a harmonia e a paz social? Absolutamente, não tem condição de fazer isso.

O que se exige de qualquer um que compõe o Poder Judiciário: serenidade, juízo de ponderação sempre e capacidade de agir em qualquer momento, em qualquer circunstância, em qualquer momento de tensão, com equilíbrio e com isenção nas suas posições. Esta talvez seja para nós do Parlamento, para as diversas esferas dos poderes Executivos, para a sociedade, o que se espera do Poder Judiciário.

Nós não estamos presenciando isso na imprensa. É lastimável que um Magistrado, um Ministro da Suprema Corte do Brasil utilize do que eu chamei hoje, num rápido bilhete que escrevi, da verborragia para poder expressar suas opiniões num momento de tensão na sociedade brasileira. E verborragia quer dizer falar sem pensar na consequência das suas palavras, falar sem pensar na consequência dos seus atos.

E não podemos admitir isso, partindo de quem vem, só que contra. Estou aqui defendendo o Poder Judiciário, porque é fundamental para a nossa democracia. O Poder Executivo administra, o Poder Legislativo fiscaliza, elabora leis e vota orçamentos, e o Poder Judiciário, diante das desavenças da sociedade, promove a harmonia social. Então, não podemos, de forma nenhuma, admitir invasão de competência. Deixem que os políticos façam política. Deixem para os políticos essa função.

Quando o Poder Judiciário começa a fazer luta política, numa posição antipartidária, conhecida de antemão, e as pessoas sabem de quem estou falando, estamos objetivamente contaminando o Poder Judiciário de elementos políticos que só a democracia representativa e parlamentar dão conta dessa tarefa, porque é apropriada para o nosso espaço.

 

O SR. JOÃO ANTONIO - PT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, não cabe a um Magistrado, a um Ministro, sem nenhum elemento de prova material, e sem ser provocado na sua função enquanto Ministro, não é cabível, não é razoável que uma pessoa sem nenhum elemento probatório chame esse Presidente de República, que saiu com 80% de aprovação no País, de representante dos gangsters não o País. Isso é termo para usar? Inadmissível!

Sei que esse debate não convém à sociedade brasileira. Temos que impedir que haja um conflito institucional no País. E a Presidenta Dilma hoje inclusive alerta nessa direção, que temos que impedir. Mas não podemos deixar passar em branco. Tentei ouvir outros parlamentares, para saber se iam pronunciar a esse respeito, e não ouvi, talvez por outras prioridades, e falei: eu vou falar.

Esse comportamento não pode passar em branco nesta Casa. Tem que haver um registro nos Anais da história. Não é possível pensar que isso é normal. Hoje abro o jornal "O Estado de S.Paulo", a "Folha de S.Paulo" e os diversos portais, e vejo palavras sendo ditas por quem deveria estar pensando na harmonia e na paz social, que provocam um verdadeiro caos, um desarranjo na sociedade.

Sr. Presidente, tenho absoluta certeza de que o Brasil e nossas instituições, nossos políticos, nossos juízes saberão, com tranquilidade, com serenidade, superar este momento que estamos passando. Tenho a absoluta certeza de que o Supremo continuará sendo a nossa Corte constitucional. Sabemos que nas democracias modernas as Constituições de fato são a espinha dorsal de qualquer regime democrático.

Não sobrevive uma democracia se não tiver uma Constituição com respaldo na sociedade. E não sobrevive uma democracia sem um tribunal que de fato fortaleça o ordenamento jurídico, que começa pelo respeito à nossa Constituição. O Supremo Tribunal Federal tem feito isso com maestria, enquanto corte constitucional nesse País, e tenho certeza que continuará cumprindo seu papel com grandeza, como sempre foi a sua história. Tenho absoluta certeza de que se trata de um momento de destempero na vida de apenas um dos seus integrantes e que não será esse o comportamento desse magistrado amanhã.

Mas, registro que a Suprema Corte do País deve sempre olhar a sociedade; ver a sua enorme responsabilidade perante o todo social; fortalecer a nossa ordem jurídica e a nossa Constituição, para que as instituições neste País sejam fortalecidas de acordo com o nosso ordenamento jurídico, porque esse é o papel fundamental do STF para que nós, objetivamente, amanhã possamos dizer que a democracia no Brasil é irreversível pois ela faz um bem a nossa Nação e ao nosso povo. E nós teremos um Brasil muito melhor, com instituições verdadeiramente democráticas, fortalecidas e, com os seus integrantes cada vez mais sabedores de suas competências e responsabilidades.

É isso que nós esperamos, de todos nós nos Parlamentos e de todos os chefes do Poder Executivo - da União, dos Estados, dos Municípios -, e principalmente, desse órgão que respeitamos sem o qual, a democracia não existirá, e por parte dos seus integrantes, os membros do STF, nós esperamos um comportamento afinado com a sua competência e a com sua função de promover, repito, a harmonia e paz social. Muito obrigado, Sr. Presidente

 

O SR. LUIZ CARLOS GONDIM - PPS - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, ouvimos atentamente o Deputado João Antonio que, diligentemente, discursou sobre um tema polêmico e difícil de debater, principalmente levando em conta os seus princípios. Esse tema é difícil e nos preocupa muito, porque há o anseio muito grande da população para que haja a aplicação de uma pena a essa pessoas que são membros do mensalão. Sabemos que esse anseio é real e que toca uma ferida que tenta levar a população contra os políticos. Parabenizo V. Exa, Deputado João Antonio, pela maneira como discorreu sobre esse assunto, e estamos aqui ouvindo atentamente e ao mesmo tempo levando a opinião à população.

Faço uso da palavra hoje, para falar sobre Segurança Pública, em relação ao problema sério que estamos vivendo na cidade de Mogi das Cruzes. Recebi uma carta de um ilustre advogado que diz o seguinte: “Apesar do esforço tremendo da tropa que se desdobra com efetivo estabelecido desde 1990, os homens e mulheres desmotivados da Polícia Militar dos 17º, 32º e 35º Batalhões de Mogi das Cruzes, Suzano e Itaquaquecetuba estão sofrendo pela diminuição do número do efetivo e de viaturas.”

Vocês não podem imaginar o que é ter quatro viaturas para fazer todo o policiamento na cidade de Mogi das Cruzes com 731 Km². É impossível atendermos um município desse tamanho com somente quatro viaturas. Não há um coronel que assuma efetivamente o CPAM/12, o período em que um coronel permanece lá é em torno de dois a cinco meses, o que foi nomeado não assumiu porque está de licença. E o 17º Batalhão possui um coronel que não pode ser transferido para o CPAM /12. Vivemos em uma cidade que não tem comando, os policiais estão desmotivados por receberem salários aviltantes e não terem um comando geral. Ninguém conhece efetivamente os problemas da cidade. Estamos batendo na porta do Secretário suplicando para que ele aumente o efetivo e mande mais viaturas à cidade de Mogi das Cruzes para que eles possam ocupar as bases que temos na cidade e façam um policiamento preventivo.

Os que vemos nas manchetes de jornais é roubo de veículos, assaltos e mortes porque não estão dando atenção às cidades Mogi das Cruzes, Guararema, Biritiba, Salesópolis. O Deputado Alencar, que faz parte da Frente Parlamentar em Defesa do Alto Tietê, sabe do que estamos falando. Já estamos tratando de insegurança pública. Comentam que se pegarmos os jornais locais, sai sangue.

Apelamos ao Secretário da Segurança Pública, ao comando da PM, ao Comando-Geral da Polícia Civil, para que atentem ao que está acontecendo na região do Alto Tietê: apenas uma viatura para Salesópolis, que tem quase 400 Km² de extensão; uma viatura para Biritiba, com quase 360 Km² de extensão; só uma viatura para Guararema. Quer dizer, é um descaso total, a ponto da sociedade para pedir à Câmara Municipal para que os vereadores convidem os deputados para falar sobre segurança ou de insegurança pública.

Dessa forma apelamos ao Governo do Estado para que faça mais concursos para delegados, para escrivães, ou que aumentem o efetivo da Polícia Militar, pois precisamos disso. O efetivo em 1990 tinha 500 homens e agora tem apenas 390. O efetivo diminuiu. Apenas aqui está acontecendo.

É esse apelo que fazemos ao Governo de São Paulo. E pedimos ao Secretário da Segurança Pública que vá conhecer de perto a situação, o que está acontecendo no Alto Tietê, mais precisamente em Mogi das Cruzes, Biritiba, Salesópolis, Guararema, e a situação que ocorre no 32º Batalhão de Suzano e Poá, e no 35º Batalhão, que é de Itaquaquecetuba. Olhem a situação da Zona Leste, o que está acontecendo com essa população do Alto Tietê. Muito obrigado, Sr. Presidente e Srs. Deputados.

 

O SR. LUIZ CARLOS GONDIM - PPS - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, solicito o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, esta Presidência vai levantar a sessão. Antes, porém, convoca V. Exas. para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental, informando que a Ordem do Dia será a mesma da sessão de hoje.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 16 horas e 29 minutos.

 

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