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28 DE JUNHO DE 2011

071ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidentes: JOOJI HATO, ISAC REIS, JOÃO ANTONIO, BARROS MUNHOZ, ULYSSES TASSINARI e ALDO DEMARCHI

 

Secretário: OLÍMPIO GOMES, CELSO GIGLIO, ROBERTO MASSAFERA, JOOJI HATO, CAUÊ MACRIS, RODRIGO MORAES e MILTON LEITE FILHO

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - JOOJI HATO

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

002 - OLÍMPIO GOMES

Recorda a visita de integrantes da Frente Parlamentar de Enfrentamento ao Crack à Cracolândia, na semana passada. Informa ter voltado, hoje, ao local, desta vez sozinho. Afirma que, na visita anterior, as autoridades públicas tentaram amenizar os problemas da região. Cobra maior fiscalização dos órgãos públicos à questão. Considera necessária a presença da PM no local.

 

003 - ISAC REIS

Assume a Presidência.

 

004 - OLÍMPIO GOMES

Faz menção à notícia, publicada hoje, no jornal "Folha de S. Paulo", sobre posição do Executivo Estadual quanto à unificação do piso salarial dos policiais militares. Recorda o apoio de Deputados Federais e da então candidata, Dilma Rousseff, ao projeto na época das eleições. Fala sobre a votação da matéria na Assembleia do Rio de Janeiro. Questiona os valores apresentados pela reportagem. Comenta reunião com o Deputado Federal Otoniel Lima sobre o tema.

 

005 - JOOJI HATO

Comenta a visita do Deputado Olímpio Gomes à Cracolândia. Destaca a importância de que os Deputados inspecionem os locais investigados sem a presença da imprensa. Sugere visita dos Deputados ao Denarc, para questionar as providências que o órgão está tomando. Questiona a presença de leitos hospitalares vazios na região.

 

006 - WELSON GASPARINI

Tece comentários acerca de sua participação em Frente Parlamentar de Apoio às Santas Casas. Lamenta problemas financeiros destes hospitais. Solicita maior atenção dos governantes à questão. Parabeniza as prefeituras do Estado pelo investimento em Saúde. Critica investimentos do Governo Federal com a construção de estádios de futebol.

 

007 - JOOJI HATO

Assume a Presidência. Registra a visita do soldado Santos, do 40º Batalhão da Polícia Militar do Interior, juntamente com o Multiplicador do Programa JCC, Jovens Construindo a Cidadania, e com as diretoras da Escola, professora Elaine Silveira Fogaça de Souza, professora Leila Guaré Ribeiro de Souza, e assessora de comunicação, Thaís Corrêa, acompanhados do Vereador da Câmara de Alumínio, Eduardo Bosco, da Presidente Katylin Rainara, Fabrine Santos Souza, Wesley Luiz Vieira, Jessica Cristina da Silva, Wellington Renato, Clodomir Lopes, Wilian Paulino, Kesley Silveira e Felipe José, a convite do Deputado Dilmo dos Santos.

 

008 - MARCO AURÉLIO

Lamenta a morte do radialista Antonio Leite, ocorrida na semana passada. Lê o editorial do jornal "Diário de Jacareí", escrito em homenagem ao falecido. Destaca o debate político realizado pelo homenageado na região. Cita comissões em reunião neste Legislativo.

 

009 - DONISETE BRAGA

Associa-se ao posicionamento dos Deputados Olímpio Gomes e Jooji Hato sobre o cronograma de atividades da Frente Parlamentar de Enfrentamento ao Crack. Dá conhecimento dos males causados pelo consumo da substância. Comenta matéria do jornal "O Estado de S. Paulo", sobre a eleição de José Graziano da Silva, um dos coordenadores do programa Fome Zero, ao cargo de Diretor da FAO, Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação. Relata encontro com o presidente da CPTM para discutir melhorias na infraestrutura de estações da região do Grande ABC.

 

010 - CARLOS GIANNAZI

Lamenta notícia sobre o aumento dos pedágios no Estado de São Paulo, que deve ocorrer nas próximas semanas. Informa que as tarifas cobradas no Estado são as mais caras do mundo. Recorda promessa de campanha do Governador Geraldo Alckmin, sobre reajuste no valor cobrado pelas praças de pedágio. Comenta audiência pública, realizada ontem, com o intuito de debater os PLCs 37 e 38/11, que tratam do reajuste salarial do Magistério. Solicita a aprovação de emendas à matéria.

 

011 - JOSÉ CÂNDIDO

Ressalta a realização de seminário sobre políticas de educação ambiental, no município de Suzano. Lê e comenta texto sobre as políticas públicas adotadas pela cidade quanto ao tema. Afirma que a cidade vem sendo considerada referência no assunto. Ressalta o papel da escola na conscientização das crianças para a questão ambiental.

 

GRANDE EXPEDIENTE

012 - MARCO AURÉLIO

Apresenta balanço do primeiro semestre do Governo Alckmin. Cita setores do funcionalismo público que não tiveram melhorias. Critica a inoperabilidade de hospitais do Vale do Paraíba pelo não credenciamento do Estado. Repudia a falta de programa regionalizado em favor da Saúde. Ressalta problemas da Segurança Pública. Lê manchetes sobre a criminalidade. Combate falhas de transporte público. Censura a não duplicação da Rodovia Tamoios. Comenta reclamações de moradores do Litoral Norte, que sofrem com a falta de saneamento básico. Menciona a problemática do "crack". Avalia como negativo o início da gestão Alckmin.

 

013 - JOÃO ANTONIO

Assume a Presidência. Registra a visita do Prefeito de Bocaina, João Francisco Bertoncello Danieletto, o Kiko Danieletto, acompanhado dos Senhores Celso José Bellini, ouvidor da Prefeitura, e Caio, Presidente da Santa Casa de Bocaina.

 

014 - JOSÉ BITTENCOURT

Para comunicação, comenta a relevância de moções recebidas de Câmaras Municipais. Defende a publicação dos documentos no Diário Oficial.

 

015 - Presidente BARROS MUNHOZ

Assume a Presidência. Convoca reunião conjunta das Comissões de Constituição, Justiça e Redação e de Finanças, Orçamento e Planejamento, para hoje, às 15 horas e 50 minutos.

 

016 - JOOJI HATO

Comenta assuntos tratados na reunião da Frente Parlamentar das Santas Casas. Considera absurdo o fechamento de algumas unidades hospitalares, fruto de problemas financeiros. Sugere investimento em políticas voltadas à agricultura. Aponta possíveis erros dos governos Federal e Estadual. Propõe implantação de modelo de segurança pública preventiva, com fiscalização de fronteiras e a apreensão de armas. Apoia o combate ao alcoolismo e suas consequências.

 

017 - JOÃO ANTONIO

Assume a Presidência. Registra a visita do Senhor Shih Hua Min, Presidente da Câmara Chinesa de Comércio no Brasil e membros da instituição.

 

018 - ALENCAR SANTANA

Combate o reajuste de pedágios no Estado, recém-anunciado. Acrescenta que o aumento será de até 9,77%. Acusa o Governo de descumprir promessas de campanha. Prevê futuros problemas de tráfego na região do Rodoanel. Considera que a obra viária traz danos ambientais e sociais. Pede a construção de mais túneis e viadutos (aparteado pelo Deputado Gerson Bittencourt).

 

019 - JOOJI HATO

Assume a Presidência.

 

020 - MARCOS MARTINS

Para comunicação, informa o término de reunião da Comissão de Saúde, com a participação do Secretário Estadual de Saúde, Giovanni Guido Cerri. Acrescenta que a pauta girou em torno de possíveis irregularidades no Hospital Regional de Sorocaba. Ressalta que a autoridade deverá retornar ao Parlamento em agosto, para prestar novos esclarecimentos sobre o caso.

 

021 - GERSON BITTENCOURT

Para comunicação, fala de debate ocorrido ontem, com Marta Suplicy. Explica a proposta da Senadora, de isentar de PIS e Cofins os cooperados que atuam no transporte de passageiros. Acrescenta que outro tema abordado foi a regulamentação da profissão de taxista, em nível nacional.

 

022 - FERNANDO CAPEZ

Comenta sobre a reunião do Conselho Nacional de Justiça, com a presença dos Ministros Cezar Peluso e Gilmar Mendes. Fala que o objetivo do encontro foi debater a morosidade da Justiça. Informa que no Estado de São Paulo há mais de 20 milhões de processos em andamento. Apresenta possíveis soluções para a demanda. Convida para Seminário, amanhã, na Assembleia Legislativa, para dar continuidade ao assunto. Questiona os motivos que levam a população a recorrer ao Poder Judiciário para sanar conflitos. Propõe a resolução de litígios em núcleos de reconciliação.

 

023 - ULYSSES TASSINARI

Assume a Presidência.

 

024 - JOÃO ANTONIO

Pelo art. 82, discorre acerca da tramitação de processos legislativos. Sugere o aperfeiçoamento do mecanismo. Fala sobre o papel das comissões temáticas. Critica o Congresso de Comissões desta Casa. Defende ampla e profunda discussão sobre cada projeto de lei.

 

025 - Presidente BARROS MUNHOZ

Assume a Presidência.

 

026 - SEBASTIÃO SANTOS

Pelo art. 82, parabeniza o Presidente Barros Munhoz pela realização da sessão solene em homenagem ao "80º aniversário da Rádio Record", em 27/06. Anuncia a expedição de certificado operacional ao aeroporto internacional de Guarulhos, de acordo com os padrões estabelecidos pela Infraero. Pede a revisão de decreto referente às espécies da fauna silvestre ameaçadas de extinção. Comunica que, com o auxílio da TV Assembleia, recolheu informações e depoimentos de envolvidos com a pesca no Estado de São Paulo. Cita dificuldades enfrentadas pelos pescadores.

 

027 - ISAC REIS

Para comunicação, comenta a aprovação, pelo Parlamento grego, de pacote de medidas austeras exigido pelo FMI para a concessão de empréstimo. Lamenta o corte de recursos nas áreas sociais daquele país. Lembra a política externa do ex-Presidente Lula, que rompeu laços financeiros com o FMI.

 

028 - ROBERTO MORAIS

Assume a Presidência.

 

029 - DONISETE BRAGA

Pelo art. 82, enaltece a política do Governo ex-Presidente Lula referente à ampliação do acesso de jovens ao ensino superior. Defende maior diálogo com os professores da rede pública estadual, a respeito do reajuste salarial da categoria. Lamenta a falta de segurança previdenciária dos professores temporários. Comenta audiência pública, realizada em 27/06, quando foram debatidos projetos referentes ao reajuste salarial dos profissionais da Educação.

 

030 - CÉLIA LEÃO

Para comunicação, reflete acerca da importância da Educação para a sociedade. Pede a promoção da justiça e da igualdade, inclusive, entre as crianças portadoras de necessidades especiais.

 

031 - VINÍCIUS CAMARINHA

Pelo art. 82, comenta a realização de audiência pública, em 27/06, na qual foram debatidos os PLCs 37 e 38/11. Considera produtivo o debate realizado na ocasião. Elogia a iniciativa do Governador Geraldo Alckmin em apresentar o projeto visando o reajuste salarial dos profissionais da Educação pública.

 

032 - Presidente BARROS MUNHOZ

Assume a Presidência.

 

033 - OLÍMPIO GOMES

Para comunicação, critica os resultados obtidos na audiência pública sobre a discussão do reajuste salarial dos profissionais da Educação. Defende a apreciação das emendas aos PLCs 37 e 38/11, referentes ao tema.

 

034 - VINÍCIUS CAMARINHA

Para reclamação, esclarece que as sugestões apresentadas na audiência pública a respeito do reajuste salarial do Magistério deverão ser apreciadas oportunamente. Afirma que deverá haver avanços em relação a estes projetos.

 

035 - VINÍCIUS CAMARINHA

Requer a suspensão dos trabalhos por 30 minutos, por acordo de lideranças.

 

036 - Presidente BARROS MUNHOZ

Defere o pedido e suspende a sessão às 17h05min; reabrindo-a às 17h34min.

 

ORDEM DO DIA

037 - Presidente BARROS MUNHOZ

Põe em votação e declara aprovado requerimento, de autoria do Deputado Samuel Moreira, de alteração da ordem do dia. Põe em discussão o PLC 37/11.

 

038 - ENIO TATTO

Pede verificação de presença.

 

039 - Presidente BARROS MUNHOZ

Defere o pedido e determina que seja feita a chamada de verificação de presença, que interrompe ao constatar quórum regimental.

 

040 - EDINHO SILVA

Discute o PLC 37/11.

 

041 - VINÍCIUS CAMARINHA

Solicita a prorrogação da sessão por 2 horas e 30 minutos e por 2 horas e 29 minutos.

 

042 - Presidente BARROS MUNHOZ

Acolhe o pedido. Coloca em votação e declara aprovada a prorrogação da sessão por 2 horas e 30 minutos.

 

043 - ENIO TATTO

Requer verificação de votação.

 

044 - Presidente BARROS MUNHOZ

Defere o pedido e determina que seja feita a verificação de votação pelo sistema eletrônico.

 

045 - ENIO TATTO

Informa que a bancada do PT está em obstrução ao processo.

 

046 - Presidente BARROS MUNHOZ

Registra a manifestação. Informa o resultado da verificação de votação, que não atinge quórum regimental, ficando prejudicado o requerimento de prorrogação da sessão. Convoca duas sessões extraordinárias, a serem realizadas hoje, com dez minutos de intervalo entre ambas, sendo a primeira com início 10 minutos após o término da presente sessão.

 

047 - OLÍMPIO GOMES

Discute o PLC 37/11.

 

048 - Presidente BARROS MUNHOZ

Coloca em votação e declara aprovado o requerimento de prorrogação da sessão por 2 horas e 29 minutos.

 

049 - ADRIANO DIOGO

Pede verificação de votação.

 

050 - Presidente BARROS MUNHOZ

Defere o pedido. Determina que seja feita a verificação de votação pelo sistema eletrônico.

 

051 - ALDO DEMARCHI

Assume a Presidência.

 

052 - ENIO TATTO

Declara obstrução ao processo, em nome do PT.

 

053 - PEDRO BIGARDI

Declara obstrução ao processo, em nome do PCdoB.

 

054 - Presidente ALDO DEMARCHI

Registra as manifestações.

 

055 - ADRIANO DIOGO

Solicita a retirada do pedido de verificação de votação.

 

056 - Presidente ALDO DEMARCHI

Defere o pedido e confirma a prorrogação dos trabalhos por 2 horas e 29 minutos.

 

057 - Presidente BARROS MUNHOZ

Assume a Presidência.

 

058 - ADRIANO DIOGO

Discute o PLC 37/11.

 

059 - Presidente BARROS MUNHOZ

Anuncia a presença da Senadora Marinor Brito, do PSOL do Pará.

 

060 - CARLOS GRANA

Discute o PLC 37/11.

 

061 - JOOJI HATO

Assume a Presidência.

 

062 - Presidente BARROS MUNHOZ

Assume a Presidência.

 

063 - MARCOS MARTINS

Discute o PLC 37/11 (aparteado pelos Deputados Marco Aurélio e Edinho Silva)

 

064 - MARCOS MARTINS

Pede verificação de presença.

 

065 - Presidente BARROS MUNHOZ

Defere o pedido. Determina que seja feita a chamada de verificação de presença, que interrompe ao observar quórum regimental.

 

066 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Discute o PLC 37/11.

 

067 - MARCO AURÉLIO

Para comunicação, dá conhecimento de reunião, em Aparecida, dia 30/06, do Codivap - Conselho de Prefeitos do Vale do Paraíba - com foco na criação da região metropolitana do Vale do Paraíba.

 

068 - TELMA DE SOUZA

Para comunicação, agradece a participação dos Deputados Celso Giglio, Hamilton Pereira e Beto Trícoli em audiência pública sobre a criação da Região Metropolitana da Baixada Santista. Solicita que o espaço do restaurante destinado aos Deputados volte ao seu lugar original. Dá conhecimento da realização, hoje, de ato formal de recepção aos Deputados na 4ª Secretaria, gabinete ocupado por esta Parlamentar.

 

069 - TELMA DE SOUZA

Discute o PLC 37/11.

 

070 - OLÍMPIO GOMES

Para comunicação, lamenta a morte do soldado Otávio, da Vila Robertina, baleado ao tentar evitar um roubo. Faz histórico profissional do policial.

 

071 - JOÃO ANTONIO

Discute o PLC 37/11.

 

072 - SIMÃO PEDRO

Discute o PLC 37/11 (aparteado pelos Deputados Cauê Macris e Marco Aurélio).

 

073 - CARLOS GIANNAZI

Discute o PLC 37/11.

 

074 - CARLOS GIANNAZI

Pede verificação de presença.

 

075 - Presidente BARROS MUNHOZ

Defere o pedidoe determina que seja feita a chamada de verificação de presença, que interrompe ao constatar quórum regimental.

 

076 - OLÍMPIO GOMES

Para comunicação, anuncia decisão favorável da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, que anistiou militares e bombeiros, após mobilização da categoria.

 

077 - JOSÉ CÂNDIDO

Discute o PLC 37/11.

 

078 - ALENCAR SANTANA

Discute o PLC 37/11.

 

079 - Presidente BARROS MUNHOZ

Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 29/06, à hora regimental, com ordem do dia. Lembra-os da realização de sessão extraordinária, hoje, com início às 21 horas e 43 minutos. Encerra a sessão.

 

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Jooji Hato.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIII Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Olímpio Gomes para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - OLÍMPIO GOMES - PDT - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, tem a palavra o primeiro orador inscrito, nobre Deputado Roberto Massafera. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Fernando Capez. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato. (na Presidência) Tem a palavra o nobre Deputado Adilson Rossi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Paulo Rillo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Baleia Rossi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Bezerra Junior. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Ana Perugini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Hamilton Pereira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roque Barbiere. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Vanessa Damo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Ed Thomas. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rafael Silva. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edinho Silva. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Welson Gasparini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Geraldo Vinholi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários desta Casa, cidadãos que nos acompanham pela TV Assembleia, na semana passada a Frente Parlamentar de enfrentamento ao crack, da qual faço parte, estivemos numa visita agendada, assim como V. Exa. também, Deputado Jooji Hato, na Cracolândia.

Verificamos lá a tragédia humana, mortos vivos. Tivemos o acompanhamento de policiais militares, viaturas da PM, da Guarda Civil Metropolitana, agentes de Saúde do município, e foi uma situação dantesca.

Aprendi a ser na minha profissão e na minha vida prático. Hoje voltei à Cracolândia, sozinho. Gostaria de mostrar umas fotos da Cracolândia, hoje pela manhã. Eu estava com o gorro, por causa do frio, que é o mesmo que uso agora, para não dizerem que foi uma foto montada. Essa foto mostra o outro lado da Cracolândia: sem nenhuma viatura da PM, sem nenhuma viatura da GCM, sem nenhum agente de Saúde do município.

Essa, Sr. Presidente, é a verdadeira Cracolândia. Se os Srs. Deputados ficaram estarrecidos com o que assistiram naquele dia, naquele circo montado pelos órgãos públicos, infelizmente essa é a verdadeira Cracolândia, onde se pode traficar. Hoje eu vi os traficantes vendendo, comercializando no meio da Cidade de São Paulo.

Sr. Secretário da Segurança Pública, Sr. Governador, o Comandante da PM é bom para prender o Coronel que trabalha com o Major Olímpio, mas de bandido e traficante ele não prende nem a respiração. Podem ir agora e vão ver a mesma Cracolândia, a mesma vergonha. Isso é entre as 11 horas da manhã e 13 horas, agora, no centro da Cidade de São Paulo, omissão dos órgãos policiais. Nenhuma investigação da Polícia Civil, nenhuma viatura da Polícia Militar, nenhuma viatura da Guarda Civil Metropolitana, nenhum agente de saúde. Desse jeito, o traficante deita e rola. Para que o traficante vai correr risco de traficar em outra região da cidade se tem um território livre hoje? Só se põe a polícia lá no dia em que os deputados vão assistir e ainda assim uma grande vergonha.

Se temos a pretensão de combater o tráfico de entorpecentes, de ajudar a tirar, como foi tirado simbolicamente aquele menino Caio - hoje havia 20, 30 Caios na rua e ninguém de órgão público nenhum. Se o problema era enganar a comissão de deputados, Sr. Comandante da Polícia Militar, Sr. Delegado-Geral de Polícia, vou voltar dias e mais dias e vou escrachar essa criminosa omissão. Vamos entrar em recesso na sexta-feira, vou ter o mês todo para ir lá, de manhã, de tarde e de noite. É uma vergonha o que está acontecendo no centro da Cidade de São Paulo. Falta de segurança, falta de vergonha na cara de quem tem a responsabilidade. Não vou fazer parte do cirquinho da Assembleia de fazer de conta que vai no dia. “Olha, hoje vão a imprensa e os deputados, então vamos colocar a polícia lá”. Vão cair do cavalo. Hoje um dos jornais já disse que o Major Olímpio é o deputado mais “crica” da Assembleia. Se o problema é ser “crica”, vamos ficar, pois aquilo é hoje, isso é o centro de São Paulo. São as pessoas se matando com o crack, malditos microtraficantes e traficantes comercializando, à luz desse sol, sem nenhum órgão público, sem nenhuma viatura de polícia. Ninguém fiscalizando. Vergonha. Lamentável. Deprimente.

Governador de São Paulo, se V. Exa. quer tomar alguma providência em relação à segurança pública, comece pelo tráfico de entorpecentes no centro da Cidade de São Paulo. Se V. Exa. não sabe onde é, levo o senhor até lá. Se o delegado-geral, se o comandante-geral da polícia não souberem onde é, vamos lá e mostramos. Isso é uma vergonha.

Sr. Secretário de Segurança Pública, que tenta levar com toda seriedade, V. Exa. está pessimamente assessorado. Olha o que está acontecendo no centro da Cidade de São Paulo. Vergonha. E as pessoas comercializando a morte.

 

          O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado André Soares. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alex Manente. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Morais. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Dilmo dos Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Orlando Bolçone. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Mentor. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Estevam Galvão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Celso Giglio. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Caramez. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Cândido. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marco Aurélio. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Célia Leão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Bigardi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vinícius Camarinha. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luis Carlos Gondim. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Milton Vieira. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Telma de Souza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Tobias. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Grana. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Isac Reis. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlão Pignatari. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Gerson Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vitor Sapienza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Reinaldo Alguz. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Regina Gonçalves. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alencar Santana. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Afonso Lobato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Cauê Macris. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Rita Passos. (Pausa.)

Srs. Deputados, Sras. Deputadas, esgotada a lista de oradores inscritos para falar no Pequeno Expediente, vamos passar à Lista Suplementar.

Tem a palavra o nobre Deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins. (Pausa.) Esta Presidência esclarece que o nobre Deputado Marcos Martins encontra-se neste momento presidindo a Comissão de Saúde, com a presença do Sr. Secretário de Saúde, juntamente com outros deputados. Tem a palavra o nobre Deputado José Cândido. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Dilmo dos Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Hélio Nishimoto. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Celso Giglio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luis Carlos Gondim. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Isac Reis.

 

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O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, funcionários desta Casa, cidadãos que nos acompanham pela TV Assembleia, funcionários desta Casa, cidadãos vigilantes em relação à votação de projetos de interesse da educação, volto a esta tribuna para comentar uma notícia da “Folha de S.Paulo” de hoje que diz: “governadores temem custo do novo piso para policiais”.

Há um grande movimento nacional pela votação da PEC 300. Mais do que o movimento, já tivemos a votação em primeiro turno na Câmara dos Deputados, com 318 votos a zero favoráveis à criação de um piso. Agora é necessário que haja a segunda votação. Essa votação deveria ter sido feita antes das eleições. Tivemos o compromisso de todo mundo. Em época de eleição, todos fazem compromissos maravilhosos. Hoje o vice-Presidente da República disse para mim - mais que isso, usou a mim e ao subtenente Clóvis, num grande evento público, num evento suprapartidário, com a presença de deputados federais e estaduais do PT, do PMDB, do PDT - podem dizer a todos os policiais que a PEC 300 será votada. Disparamos quase três milhões de emails.

Tivemos um evento na Força Sindical com a presença da então candidata Dilma Rousseff. Falei em nome dos policiais brasileiros. A hoje Presidenta Dilma Rousseff pegou no colo o filho de um policial militar do Rio de Janeiro, uniformizado de PM, uma grande emoção e um compromisso de que os policiais teriam o piso.

Passadas as eleições, houve uma convocação de governadores eleitos para uma conversa com o Ministro Guido Mantega. Geraldo Alckmin, de São Paulo; Anastasia, de Minas Gerais; Sérgio Cabral, do Rio de Janeiro; Tarso Genro, do Rio Grande do Sul; Jaques Wagner, da Bahia. Esses governadores se colocaram frontalmente contrários à PEC 300. Num acordo feito, segundo palavras do Governador Geraldo Alckmin, para mim, quando eu o cobrei, ele disse: “Tive que fazer um acordo em função dos benefícios do Estado, da Lei Kandir.” Então, passadas as eleições, que se danem os servidores públicos, que se danem os policiais.

Agora, o Deputado Marco Maia, Presidente da Câmara dos Deputados, disse aos quatro ventos: “Vou pautar a PEC 300. Quem quiser, vá demonstrar no plenário e vote contra.” E estamos na expectativa dessa grandeza do Deputado Marco Maia. Ele nomeou uma Comissão Especial - que, à luz do Regimento Interno da Câmara dos Deputados, seria desnecessária, mas, como é uma casa política - e colocou na Presidência o Deputado Arnaldo Faria de Sá, que é o proponente da PEC, com a expectativa de votá-la no máximo em agosto.

Faço um apelo a todos os partidos, a todos que se compromissaram a dar um piso nacional aos policiais. Nessa matéria de hoje, os governadores estão assustados, dizendo que poderia gerar um gasto de 40 bilhões por ano. Não sei de onde tiraram essa conta. Se a PEC 300 não fixa o valor, simplesmente cria o piso nacional e leva para uma lei complementar o valor e a forma de correção, não sei como alguém conseguiu supor um valor. Qual será o valor do piso? Três mil, três mil e duzentos, três mil e quinhentos, dois mil e oitocentos reais? Isso não está estabelecido na PEC.

Hoje, com as associações policiais militares, encabeçada pelo Deputado Federal Otoniel Lima - que foi Deputado Estadual nesta Casa e é atualmente Presidente da Frente Parlamentar Pró-PEC 300, em Brasília -, houve uma reunião para se deliberar rumos de mobilização e de criação de uma cartilha para ser repassada ao Congresso Nacional, à imprensa e à sociedade, mostrando a dificuldade da família policial brasileira.

Vamos deixar de lado as questões menores e vamos para os compromissos maiores: compromissos de campanha, Presidenta Dilma Rousseff; compromissos de campanha, vice-Presidente Michel Temer; compromissos de campanha, Governador Geraldo Alckmin; compromissos de campanha, Prefeito Gilberto Kassab. Todos os partidos se disseram favoráveis à PEC 300.

Passo a ler a ata da reunião de hoje das associações policiais com o Deputado Otoniel Lima e comigo, para que conste nos Anais desta Casa:

“Ata de Reunião para a Comissão Parlamentar de Apoio a PEC 300 e Segurança Pública.

Aos 28 (vinte e oito) dias, do mês de junho, do ano de Dois mil e Onze, às l0h00 minuto, reuniram-se na Associação dos Subtenentes e Sargentos da Polícia Militar do Estado de São Paulo, sito a Av. Cruzeiro do Sul, 248, Pari - SP, as Entidades representativas de classe, signatárias, e Órgão de Apoio, com o Sr. Dep. Federal Otaniel Lima, Dep Estadual Maj. Olimpio, Sra.. Cleusa Badanai, escritora, Sr. Mair Amaral, Assessor da Sra. Cleusa, Sub Tenente Clovis, idealizador da PEC 300 para discutirem o seguinte assunto: Produzir informações para subsidiar a comissão Parlamentar de apoio a PEC 300 e Segurança Pública, confeccionar cartilhas que retrate a real situação em que vivem os Policiais Civis, Militares, e Bombeiros Militares e seus dependentes.

O Sub. Ten. Clovis deu início a reunião agradecendo ao Sr. Marco Antônio Zanca, Vice Presidente da Associação anfitriã, em seguida passou a palavra ao Dep Otaniel Lima que explanou sobre a PEC 300 que estava meio abandonada, idealizou a Frente Parlamentar de apoio e fez o lançamento da mesma em 31 de maio; como Presidente da Frente Parlamentar percebeu que tem de trabalhar mais a conscientização e não a manifestação; por isso vamos criar essa cartilha para conscientizar melhor os Deputados e a sociedade; a Escritora Cleusa se propôs a ajudar na confecção da cartilha apresentando o seu livro “Cidadão Policial” como material, entre outros temas relacionados; as Associações fizeram a entrega do material ao Dep. Otaniel Lima, o Dep. Maj. Olimpio sugeriu ao Dep. Otaniel e a Escritora Cleusa, formas de apresentar o material nessa cartilha. O Cap Pm Aguiar representando a Cel. PM Vera Cruz, chefe do CAS, disse que encaminhará os dados estatísticos referentes ao atendimento dos Policiais, ao Dep. Otaniel Lima, mediante solicitação formal.

Nada mais.

São Paulo/SP, 28 de junho de 2011.

José de Almeida Borges - 1º Sgt PM - Secretário

Clovis de Oliveira - Sub Tem PM (idealizador PEC 300)

João Leonelli Neto - Diretor do Interior da ACS

Fábio Perreira de Aguiar - Cap PM do Centro de Apoio Social

Otaniel Lima - Dep. Federal

Sérgio Olímpio Gomes - Dep. Estadual

Marco Antônio Zanca - Sub Ten. PM Vice Presidente da ASSPM

Cleusa Badanai - Escritora

Mair Amaral - Assessor da Escritora Cleusa”

 

O Sr. Presidente - ISAC REIS - PT - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, tem a palavra o nobre Deputado Fernando Capez. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato.

 

O SR. Jooji Hato - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, caríssimas deputadas, deputados e telespectadores da TV Assembleia, ouvi atentamente o discurso do nobre Deputado Olímpio Gomes, que disse ter feito uma visita à Cracolândia sozinho, sem a imprensa, sem os outros companheiros parlamentares.

Já disse ao Presidente da Frente Parlamentar de Combate ao Crack e Outras Drogas desta Casa que deveríamos fazer a visita à Cracolândia, mas sem a imprensa e sem divulgar. Quando se faz uma visita, é importante que se retrate o local como é nos dias sem inspeção. Quando presidi a CPI das Áreas Contaminadas de São Paulo, dos Postos de Combustíveis, fazia as inspeções sem dizer nada; nem dizia isso no plenário. Na comissão, eu, como Presidente, decidia a visita, ia ao local e víamos a realidade sem maquiagem. Mesmo assim, vimos cenas horríveis. Já passei na Cracolândia, mas, ao adentrarmos nos guetos, naqueles prédios que parecem ter sofrido bombardeio, vimos seres humanos esfarrapados, emagrecidos, caquéticos. Havia um odor fétido, local em que nenhum ser humano gostaria de viver. É o submundo. A que ponto chegam os adolescentes!

E as nossas autoridades aceitam isso? Estamos aceitando isso? Nós, parlamentares, não aceitamos. É por isso que proponho fazermos uma visita ao Denarc, para ver o que estão fazendo em termos de prevenção, sem alardear, sem levar a imprensa. Não é possível! Só nós enxergamos? Só nós vemos? Se qualquer um for ao local, neste instante, vai detectar que aquilo não é normal, que aquilo não é para nenhum governo aceitar.

Há outra coisa que talvez vocês não tenham percebido. Eu queria ir embora, pois tinha outro compromisso. A Diretora do Cratod pediu que eu desse uma olhadinha na enfermaria. Ao abrir a enfermaria, vimos que só havia dois pacientes em observação. Dois pacientes, com vários leitos vazios? Em seguida, ela abriu outra enfermaria, que estava vazia. Quero saber quantos pacientes passam no Cratod, o que eles fazem. Quero saber por que os leitos estão vazios com tanta gente na Cracolândia, gente precisando de atendimento médico-hospitalar. Essa diretora, parece-me, virá aqui para nos esclarecer.

O Estado de São Paulo tem 450 leitos. Quantos municípios o Estado tem? Não dá nenhum leito por município, e todos os municípios têm problemas com a droga, o etilismo, o tabagismo, que infelicitam as famílias e os adolescentes.

Portanto, essa frente parlamentar tem uma função muito importante. Precisamos, o mais rápido possível, ir ao Denarc para ver o que está sendo feito no tocante à prevenção. Quem sabe o Denarc nos ensine ou nós vamos ensinar o Denarc a fazer prevenção. Uma coisa ou outra.

Quero parabenizar o Deputado Olímpio Gomes pela iniciativa de ir à Cracolândia. A melhor inspeção é irmos ao local, sem avisar ninguém. Como fiz na CPI da Shell, da Vila Carioca. Toda a população estava sendo contaminada. Para que tenham uma ideia, havia uma CPI municipal, uma estadual e uma federal acerca desse assunto. Mas a CPI municipal levou as informações aos órgãos públicos competentes - Ministério Público, Justiça.

Lá, havia um poço profundo que estava contaminando muitas pessoas, que adoeciam com leucemia e outros tipos de câncer. Havia uma vertente que, ao invés de ir ao Córrego dos Meninos, na divisa de São Paulo com São Caetano do Sul, foi para esse poço profundo, num condomínio que tinha 500 apartamentos, ou seja, 500 famílias bebiam água com veneno, com organoclorado, com BHC, utilizado na agricultura.

Temos que agir, porque a droga continua matando, principalmente os jovens das faixas etárias de 10 a 12 anos e de 25 a 30 anos. Temos que cuidar desses jovens, porque eles são os herdeiros, os futuros dirigentes deste País. Obrigado.

 

O Sr. Presidente - ISAC REIS - PT - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, tem a palavra o nobre Deputado Carlos Grana. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Welson Gasparini.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. WELSON GASPARINI - PSDB - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados: Participando de reunião da Frente Parlamentar criada para dar amparo às Santas Casas e hospitais filantrópicos do Estado de São Paulo, acabei me emocionando com os depoimentos ouvidos. Usando da palavra, tive a oportunidade de começar dando uma definição: “a saúde no Brasil está doente.”

É triste falar isso mas, no caso das Santas Casas de Misericórdia, com tantos  bons serviços prestados e que continuam prestando ao nosso país, principalmente à população mais simples e carente, elas  vivem uma crise impressionante em várias partes do Estado de São Paulo: prédios que eram de hospitais da Santa Casa ou outros hospitais beneficentes foram fechados. Dívidas e mais dívidas acumularam-se porque os auxílios vindos dos poderes públicos, infelizmente, sequer davam para pagar a folha de funcionários desses hospitais. E a crise ainda continua! Nos depoimentos ouvidos, há um clamor por juros mais baratos porque, com os juros altos, quando as Santas Casas conseguem algum empréstimo para pagar suas dívidas, acabam ficando mais endividadas ainda e isto num Estado como o nosso onde 60% da assistência médico-hospitalar é desenvolvida pelas Santas Casas de Misericórdia e hospitais filantrópicos.

É preciso, então, por parte dos nossos governantes, uma atenção maior a esse problema da saúde publica.

 Gostaria, porém de fazer justiça aos prefeitos municipais, obrigados por lei a investir 15% do orçamento na Saúde. Temos certeza absoluta que quase todas as prefeituras estão investindo de 20 a 30% dos seus recursos na área da Saúde. Esse comprometimento gostaria de ver nas outras esferas de governo. Infelizmente, o Governo Federal não tem sequer corrigido corretamente a famosa tabela SUS, usada para remunerar os hospitais filantrópicos nos seus atendimentos. A União, através da tabela SUS, paga cerca de 60% do custo de 100% e, com isso, contribui para aumentar as dívidas das Santas Casas de Misericórdia e dos hospitais filantrópicos. Vários hospitais já fecharam as suas portas. Há pequenas cidades na região de Ribeirão Preto que tinham um hospital só, uma Santa Casa, fechada por falta de solução para suas dívidas enormes.

Quero fazer um apelo para o Governo estadual analisar, através de uma comissão especial, a situação dos hospitais filantrópicos, e para o Governo Federal dar a atenção necessária aos hospitais filantrópicos e às Santas Casas. E não venham dizer que não tem dinheiro! Quando é para futebol tem dinheiro. São bilhões e bilhões de reais ora programados para construir estádios de futebol enquanto hospitais são fechados por falta de verbas do Governo Federal.

Tenho a impressão de que é necessária uma mudança nos investimentos, principalmente nesta época. E que providências sejam tomadas o mais rápido possível pelo Governo Federal destinando verbas substanciais para o setor da Saúde. Faço um apelo para que também as Câmaras Municipais se unam no apoio às Santas Casas e hospitais filantrópicos: com pressão sobre os administradores públicos, certamente teremos mais dinheiro para a Saúde e muitas vidas poderão ser salvas!

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Esta Presidência anuncia a presença do soldado Santos, do 40º Batalhão da Polícia Militar do Interior, juntamente com o Multiplicador do Programa JCC, Jovens Construindo a Cidadania, e com as diretoras da Escola Professora Elaine Silveira Fogaça de Souza, a professora Leila Guaré Ribeiro de Souza, e também a assessora de Comunicação, Thaís Corrêa, acompanhados do Vereador da Câmara de Alumínio, Eduardo Bosco, da Presidente Katylin Rainara, Fabrine Santos Souza, Wesley Luiz Vieira, Jessica Cristina da Silva, Wellington Renato, Clodomir Lopes, Wilian Paulino, Kesley W. Silveira e Felipe José, a convite do Deputado Dilmo dos Santos. Sejam todos bem-vindos. (Palmas.)

Tem a palavra o nobre Deputado Marco Aurélio.

 

O SR. MARCO AURÉLIO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público presente, visitantes presentes, quero registrar nesta Casa que na última quinta-feira tivemos a perda do radialista Antonio Leite. Ele não foi somente um radialista, desenvolveu também um programa de televisão na TV Bandeirantes, na região do Vale do Paraíba. Foi uma polêmica muito grande, pois pessoas eram levadas para fazer debates, e elas tinham seus espaços. O radialista foi vítima de enfarto e veio a falecer na quinta-feira.

Passo a ler o editorial do jornal “Diário de Jacareí”, que assim falou a respeito de Antonio Leite:

“Tributo

Exercer o jornalismo ou o radialismo no Vale do Paraíba é, em alguns momentos, um compromisso de amor à camisa. Na fronteira das ondas do rádio e da televisão com á megalópole paulista, nossa região vive na fenda entre a vanguarda e o atraso em diversos aspectos. Tanto ontem, quanto hoje, ter uma opinião e defendê-la sempre foi se firmar diante das ondas políticas, sociais e ideológicas que varreram o País ao longo de décadas e que ainda se mantêm fortes em muitos lugares, alguns dos quais onde a política é discutida com paixão, e formadores de opinião no rádio e na televisão possuem grande influência.

Com a morte do radialista Antonio Leite, vitima de um infarto na última quinta-feira (23), perdemos um de nossos ícones.

Não se foi apenas o homem que ficou a frente do “Jornal das Sete” da Rádio Planeta Diário, por décadas na Rádio Piratininga ou pelo espaço que formou (e dividiu) opiniões na TV Band Vale, mas por ter se firmado como um dos incentivadores da cultura regional, divulgando fatos em geral, políticos, artistas e difundindo opiniões de nossa região.

Em um sentido prático, todo aquele que teve como meta o sucesso político, nas últimas décadas, procurou os microfones e as câmeras de Antonio Leite.

Antonio Leite deixa o legado de mais de cinco décadas de trabalho, informação debates e, sobretudo, o apoio que deixou a diversos profissionais ao longo de sua carreira. De Pindamonhangaba (onde nasceu) a Jacareí, não faltam profissionais de sucesso que estão ligados, de maneira emocional ou profissional, a figura de alguém que fez historia.”

Antonio Leite era natural de Pindamonhangaba, conhecido por opiniões fortes e polêmicas. Fez carreira no “Rádio Joseense” e atuou por 55 anos. Em São José dos Campos, fez parte do “Rádio Clube”. Trabalhou por mais de 30 anos no “Rádio Piratininga” e, em 2001, fundou sua própria rádio “A Planeta Diária FM”, onde comandava o “Jornal das Sete”. Há nove anos, estava à frente do “Antonio Leite Livre”, que ia ao ar diariamente pela “TV Band Vale”. O seu último programa, ao vivo, foi transmitido no dia 10 de junho.

Eu quero deixar registrado, nesta Casa, a morte desse jornalista Antonio Leite, que fazia um amplo debate político na Região do Vale do Paraíba. Ele deixa um espaço que dificilmente será coberto por alguém. Ele teve uma linha de jornalismo ímpar. Ele colocou sua marca e abriu espaço para todos os partidos políticos. No entanto, na última quinta-feira, ele nos deixou.

A equipe dele esteve aqui cobrindo a posse dos deputados, também as eleições para a presidência e para as secretarias. Portanto, do vale do Paraíba ele conseguia se deslocar aqui e levar a Assembleia Legislativa até a região do Vale do Paraíba. Aliás, essa é uma das grandes dificuldades: levar aquilo que se discute aqui para as regiões mais distantes da Capital. Sabemos o quanto é difícil. Hoje mesmo, muitos que estão nos assistindo aqui, podem ver que temos poucos deputados neste plenário. No entanto, estão ocorrendo na Casa inúmeras reuniões de comissões. A Comissão de Saúde está reunida agora. Acabou de se reunir a Comissão de Ética. Temos, também, a Comissão de Finanças discutindo a Lei de Diretrizes Orçamentárias e, dentro de mais alguns instantes, teremos a sessão onde vamos discutir aqui projetos. Portanto, é um mundo aqui de debates e há dificuldade de chegar até a comunidade. Inclusive, espero que um dia a nossa TV Assembleia seja de canal aberto, para que, o que se discute aqui, possa chegar às pessoas que nos acompanham porque somos seus representantes. Se as pessoas não sabem o que fazemos, fica difícil a nossa representação. É por isso que faço questão de fazer aqui elogio ao radialista Antonio Leite porque ele dava muito espaço para que assuntos debatidos aqui chegassem até a televisão e o rádio no Vale do Paraíba.

Queira Deus que esse exemplo possa ser ampliado para levarmos a Assembleia Legislativa até as comunidades para continuar o debate político nesta Casa. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Esta Presidência também, em nome de todos os Deputados desta Casa, expressa os nossos pêsames aos familiares e amigos do falecido jornalista e radialista Antonio Leite.

Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga.

 

O SR. DONISETE BRAGA - PT - Sr. Presidente, Deputado Jooji Hato, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, servidores da Assembleia Legislativa, público que nos acompanha das galerias, jovens aqui presentes, telespectadores da TV Assembleia, vim a esta tribuna para  me associar às palavras do Deputado Olímpio Gomes com relação a esse trabalho que estamos desenvolvendo, que é o cronograma de atividades da Frente Parlamentar.

Eu acredito que no mês de julho, no recesso parlamentar, poderemos estabelecer uma agenda para tratarmos essa questão das drogas que, não tenho dúvida é um grande problema do Estado.

Temos que enfrentar a questão do combate ao crack e outras drogas no Estado de São Paulo e a Assembleia Legislativa tem sua cota de compromisso até porque o povo de São Paulo aguarda o enfrentamento a essas drogas que, lamentavelmente, têm levado à morte muitos jovens e fazendo muitas mães sofrerem com seus filhos drogados.

Eu tenho dito que não podemos ter a Cracolândia como cartão postal da nossa Capital. Portanto, é missão, sim, da Assembleia Legislativa estabelecer uma ampla frente de combate a essas drogas.

Eu não poderia deixar de fazer o registro do jornal “O Estado de S.Paulo”, que traz hoje um artigo, dizendo: “Um brasileiro na FAO para a direção geral da ONU”.

Foi eleito José Graziano da Silva para o novo diretor-geral da ONU para Agricultura e Alimentação (FAO), que foi um dos mentores, junto com o Presidente Lula, do “Programa Fome Zero”. Para nós, brasileiros, é, sem dúvida, um orgulho pois temos sempre procurado dizer que é uma questão de dignidade, de justiça social que o povo brasileiro e do mundo todo não passe fome.

É eleito um brasileiro que não irá representar apenas a América Latina.

Um cidadão que discutiu de forma corajosa a questão da fome no nosso Brasil. Eu não poderia deixar de prestar homenagens ao Sr. José Graziano que, não tenho dúvida, vai procurar levar o debate dessa questão ao mundo e estabelecer novo marco de combate à fome nas áreas mais pobres do mundo. Mesmo tendo uma tarefa complicada.

Sr. Presidente, um dos temas que tenho cobrado do Governo do Estado de São Paulo são políticas relacionadas à questão dos transportes metropolitanos, especialmente o metrô, que é fundamental para o nosso Estado. O Governo do Estado tem que fazer mais investimentos nessa área e, ao mesmo tempo, também na CPTM que hoje atende várias regiões do Estado de São Paulo.

Eu quero dizer que, ontem, eu me reuni com o Dr. Mario Bandeira, Presidente da CPTM, para obter dele informação relacionada ao projeto da Linha 10, Turquesa, que atende a Estação da Luz, passando por Ipiranga, Mooca, Brás, Tamanduateí, São Caetano, Prefeito Saladino, Utinga, Santo André, Capuava, Mauá, Guapituba, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra e Paranapiacaba. São estações que atendem quase 400 mil usuários. O nosso mandato está cobrando do Governo do Estado o Expresso ABC e ao mesmo tempo melhorias na infraestrutura destas estações que mencionei, especialmente nas Estações de Guapituba, que fica entre o Município de Ribeirão Pires e Mauá, localizada no Parque das Américas, e na estação Mauá que atende quase 70 mil usuários/dia e que necessita de melhorias na infraestrutura.

Senti do presidente vontade política para que isso aconteça e espero sinceramente que isso ocorra porque ainda o nosso Estado, o estado mais rico do Brasil, precisa de políticas públicas e rápidas para melhorar o transporte de massa e assim atender o povo do Estado de São Paulo, especialmente a região metropolitana do Estado.

Passo a ler, para que conste do "Diário Oficial" como parte integrante da minha manifestação, os artigos ‘Um brasileiro na FAO’ e ‘O Expresso ABC’, publicados na mesma coluna do caderno A-3 do jornal "O Estado de S.Paulo" de hoje.

“Um brasileiro da FAO

A diplomacia brasileira conseguiu sua primeira grande vitória política em oito anos e meio, com a eleição de José Graziano da Silva, criador do Programa Fome Zero, para a direção-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Agricultura e a Alimentação (FAO). Foi uma vitória apertada - 92 votos contra 88 conferidos ao diplomata espanhol Miguel Ángel Moratinos - conseguida graças à mobilização de países em desenvolvimento. O combate à fome é prioridade oficial de várias entidades multilaterais, como o Banco Mundial (Bird) e o Fundo Monetário Internacional (FMI), empenhados em socorrer as populações mais afetadas. O Grupo dos 20 (G-20), formado pelas maiores economias do mundo, incluiu o problema dos preços e da segurança alimentar em sua agenda.

Os preços dos alimentos subiram muito e tornaram-se especialmente instáveis a partir de 2006, afetando severamente as populações de países pobres e dependentes da importação de comida. As cotações atingiram o pico em 2007 e 2008. Caíram nos dois anos seguintes - continuando acima dos níveis anteriores à grande alta - e voltaram a subir no começo de 2011. O número estimado de famintos passou de 820 milhões em 2007 para mais de 1 bilhão em 2009 e recuou depois para cerca de 900 milhões, segundo a FAO e outras entidades multilaterais. O cenário poderá piorar. Até 2019, segundo projeções recentes, os preços da maior parte dos alimentos deverão permanecer em níveis superiores aos da década anterior à crise de 2007-2008.

Graziano terá de enfrentar questões políticas e econômicas muito mais complexas que as da pobreza brasileira. Sua experiência recente como representante da FAO para a América Latina e o Caribe pode ter sido uma boa preparação para o novo posto. Isso se verá adiante.

Ao assumir o cargo, nesta segunda-feira, seu primeiro pronunciamento foi marcado por alguns velhos tiques. Ele gastou fôlego, por exemplo, criticando o controle do mercado de sementes por algumas multinacionais. O assunto pode render uma boa discussão, mas é irrelevante para a análise da situação das centenas de milhões de famintos.

Com ou sem esse “monopólio”, o acesso à comida seria difícil para as populações mais pobres do mundo, porque as causas de sua miséria são de outra natureza, como a instabilidade política, as ditaduras sanguinárias - algumas muito bem tratadas pelo grande cabo eleitoral de Graziano, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - e a baixa produtividade na maior parte da África e nas áreas mais pobres da Ásia e, em muito menor proporção, das Américas.

A mesma insistência em meia dúzia de temas impediu Graziano e outros petistas de perceber, durante anos, as transformações da agricultura brasileira. Num documento de 2001, ele mencionou a seguinte “constatação”, como se fosse uma novidade: “O problema da fome, hoje, não é de falta de produção de alimentos, mas da falta de renda para adquiri-los”. Isso poderia ser novidade para ele e para alguns companheiros, mas não para quem havia acompanhado a modernização da agropecuária brasileira. O próprio presidente Lula, ao assumir o governo, ainda falava em exportar só os “excedentes”, como se houvesse escassez de alimentos. Em pouco tempo ele abandonou essa tolice. Os programas de transferência de renda e a elevação do salário real melhoraram a situação dos mais pobres, embora tenham sido insuficientes para capacitá-los a viver por seus meios.

O combate à fome nas áreas mais pobres do mundo será uma tarefa muito mais complicada, porque falta - e provavelmente ainda faltará por longo tempo - o respaldo de agriculturas nacionais produtivas e institucionalmente protegidas.

De toda forma, o governo brasileiro tem uma vitória para comemorar. A diplomacia petista foi derrotada nas eleições para a direção-geral da Organização Mundial do Comércio, para a presidência do Banco Interamericano do Desenvolvimento e para a Secretaria-Geral da Unesco, a Organização das Nações Unidas para a Educação e a Cultura, além de ter sido incapaz de mobilizar apoio latino-americano para sua pretensão de ocupar um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU. Pode ser sinal de uma nova fase.

 

O expresso ABC

Tem-se dado mais atenção a obras de infraestrutura destinadas especificamente a atender às necessidades do fluxo de turistas nacionais e estrangeiros por ocasião da realização da Copa do Mundo de 2014. Existem, porém, projetos que privilegiam o transporte de massa, que, independentemente daquele evento, são também urgentes e se destinam a atender a uma demanda já existente e que podem contribuir muito para servir melhor à população, com benefícios para a qualidade de vida e o meio ambiente. É o caso do Expresso ABC, uma nova ligação ferroviária mais rápida entre São Paulo e a região metropolitana, que, como anunciou o governador Geraldo Alckmin, começará a ser executado no segundo semestre deste ano, com a contratação dos serviços básicos. A obra terá dois anos para conclusão e será relativamente barata, estando orçada em R$ 1,2 bilhão.

O ramal projetado sairá da Estação da Luz, correndo paralelo à Linha Turquesa da Companhia Paulista de Transportes Metropolitanos (CPTM) até Mauá, com 25,2 km de extensão e apenas seis estações, trecho em que se concentram de 75% a 80% da demanda. A Linha Turquesa, com 35 km, que se estende até Rio Grande da Serra, com 14 estações, poderá ser assim desafogada. A obra é ainda mais oportuna porque é prevista uma grande expansão de casas populares na região. Somente o governo paulista pretende investir R$ 766,1 milhões em projetos habitacionais em municípios do ABC.

O Expresso ABC foi planejado há cinco anos. Nos últimos quatro anos, foram realizados os estudos técnicos e projetos de engenharia necessários, bem como as desapropriações para o trem rápido, que contará com dez composições. Está praticamente tudo pronto para começar e o único obstáculo que permanece é uma área de propriedade da União, que se encontra em negociação.

Segundo previsão da Secretaria de Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo, 600 mil passageiros deverão utilizar diariamente o Expresso ABC, contribuindo para o desafogo da Linha Turquesa. Os ganhos serão significativos para os usuários. O trajeto poderá ser feito em 25 minutos, enquanto pelo ramal em operação se gastam 40 minutos, a partir de Mauá. Os residentes no ABC que usam o automóvel para trabalhar em São Paulo levam uma hora e meia para fazer o percurso em horários de pico.

Com mais facilidade de transporte no entorno de São Paulo, o uso do carro tenderá a ser muito menor. Proprietários de automóveis serão induzidos a tomar o Expresso, utilizando depois linhas complementares de ônibus. Seus carros ficarão nas garagens ou estacionamentos.

O Trem Expresso para o ABC funcionará praticamente como um metrô de superfície, fixando um padrão que pode estender-se no futuro a grande parte dos 253 km do sistema ferroviário metropolitano. Com a interligação com as linhas de metrô na cidade de São Paulo já em funcionamento ou próximas da conclusão, já se vislumbra essa possibilidade. “Precisamos entregar (o Expresso) até 2014 porque é quando vai começar a operar o monotrilho de Cidade Tiradentes”, informou o secretário dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes. O monotrilho é parte da ligação metroviária com a Estação Tamanduateí, onde convergem as linhas do metrô e da CPTM. Desta estação, partirá outro monotrilho até São Bernardo do Campo, passando por São Caetano do Sul, cujo projeto será contratado.

A construção e operação do Expresso do ABC serão feitas por meio de Parceria Público-Privada (PPP), já aprovada. Só recentemente, o governo federal passou a adotar esse modelo, mas ele tem sido utilizado intensamente pelos Estados, com bons resultados. As vantagens da parceria são óbvias sob o ponto de vista de escassez de recursos públicos para tocar obras de maior vulto. As PPPs, em geral, também asseguram melhor qualidade dos serviços prestados. O único problema que pode surgir, a depender das condições da licitação, é a fixação da tarifa, que deve ser condizente com o poder aquisitivo dos usuários.”

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectador da TV Assembleia, público presente, primeiramente quero manifestar nossa perplexidade e indignação com o anúncio feito agora pelo Governo Estadual de que no dia 1º de julho haverá aumento nas tarifas dos pedágios do Estado de São Paulo. Esse aumento vai ser de até 12%, bem acima da inflação.

Este é um dado triste para o Estado de São Paulo porque temos prosseguimento com a farra dos pedágios. O Estado de São Paulo é o estado que mais tem pedágios na América Latina e tem o pedágio mais caro do mundo. O pedágio mais caro do Planeta Terra está aqui no Estado de São Paulo. São mais de 260 praças de pedágios, sem contar que também em julho o Governador Geraldo Alckmin, dando continuidade à farra dos pedágios, à privataria das nossas estradas estaduais, vai inaugurar as cabines do rodoanel trecho sul, que começam a funcionar agora durante as férias escolares, férias para as escolas particulares e recesso escolar para as escolas públicas do nosso Estado.

Como se não bastasse isso, o Governo volta atrás e não cumpre a promessa de campanha. O Governador Geraldo Alckmin disse que faria a revisão dos contratos com as concessionárias durante a campanha eleitoral, no entanto anuncia que isso ainda não foi possível e que a mudança do índice do reajuste dos pedágios, a substituição do IGPM pelo IPCA será feita no ano que vem porque não encontrou ainda condições para tanto, que as empresas precisam de um tempo para o processo de adaptação.

A gente faz esta crítica porque a população do Estado de São Paulo não aguenta mais pagar tantos pedágios, direta ou indiretamente falando porque mesmo quem não viaja paga pedágio. A cobrança do pedágio é embutida no frete e nas mercadorias que compramos, o custo de vida só aumenta com essas taxas nos pedágios do Estado.

Então o Governo autoriza aumento de até 12% nos pedágios de São Paulo e tem um comportamento diferenciado com os servidores públicos do Estado de São Paulo.

Ontem fizemos uma audiência pública para discutir os PLCs 37 e 38, que versam sobre os falsos reajustes aos professores e funcionários do quadro de apoio. A proposta do Governo é ínfima, não atende nem de longe as necessidades salariais dos servidores da Educação. Por exemplo: o reajuste deste ano - o anúncio feito pelo Governo de pagar 42% é uma verdadeira farsa porque esse percentual será parcelado em quatro anos, então ele se perde - para o professor da Rede Estadual de Ensino será de apenas cinco por cento. O Governo fala em 13% mas descontamos aí a incorporação de uma gratificação. Se contarmos ainda a inflação do período, não chega nem a cinco por cento. O professor vai ter dois ou três por cento de reajuste real nos seus salários durante este ano. No entanto, o Governo concede, sem mais nem menos, 12% de reajuste para as concessionárias, que são poderosas, que financiam campanhas de governadores, prefeitos, deputados, vereadores, senadores, que são controladas pelas grandes empreiteiras no geral, muitas delas inclusive são investigadas pela Justiça por superfaturamento de obras. Portanto, temos um Governo aliado das concessionárias e uma Artesp que me parece muito mais uma agência das concessionárias do que do Governo, que atende muito mais os interesses do outro lado do que do próprio Governo, sobretudo da população do nosso Estado porque se a Artesp realmente defendesse os interesses da população e do erário público isso não estaria acontecendo.

Se de um lado o Governo Alckmin concede até 12% de aumento nas tarifas dos pedágios do Estado beneficiando um setor já poderoso do ponto de vista econômico e do ponto de vista político também porque tem os seus representantes no Parlamento, no Executivo e em outras instâncias do Estado, de outro lado o Governo continua arrochando, comprimindo cada vez mais os salários dos servidores do Estado de São Paulo, seja da Educação, da Segurança Pública, da Saúde, do sistema prisional, das Etecs e Fatecs, enfim todos os servidores públicos estão na mesma situação hoje por conta dessa política de arrocho salarial e de compressão salarial que o governo do PSDB dá continuidade aqui no Estado.

Nós fazemos ainda um apelo final aos deputados, nós ainda podemos reverter esta situação principalmente dos PLCs 37 e 38. As nossas emendas foram todas rejeitadas ontem no congresso de comissões, mas podemos ainda, antes da votação final que pode ocorrer hoje, através de um acordo de líderes apresentar uma emenda aglutinativa e incorporar as propostas dos servidores, principalmente a proposta dos 42% já, ou melhor, retroativo a março, data-base dos servidores públicos. Este seria um gesto mínimo que este Governo teria de dar aos servidores porque sem um choque de investimento para valer na Educação e no magistério não teremos saída no Estado de São Paulo para a nossa escola pública.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado José Cândido.

 

O SR. JOSÉ CÂNDIDO - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectador da TV Assembleia, vou usar meus 5 minutos regimentais para dar uma notícia importante sobre a cidade de Suzano.

Suzano discute políticas de educação ambiental no país

A prefeitura de Suzano, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, realizou, hoje, uma Mesa-redonda sobre políticas públicas de educação ambiental no brasil.

O objetivo foi dialogar, avaliar, socializar e fortalecer as políticas públicas de educação ambiental no Brasil.

O evento também marcou o encerramento do processo inicial de formação da Comissão Interinstitucional Municipal de Educação Ambiental (Cimea-Suzano).

Suzano é o primeiro município do estado de São Paulo a criar uma Cimea; uma Comissão Intersetorial de Educação Ambiental (Cisea, com funcionários da prefeitura), e o programa “Educadores Ambientais Populares”, voltados à comunidade. Por essas ações, a cidade está sendo considerada referência em educação ambiental no Brasil.

Outra proposta do evento foi sensibilizar o Governo paulista a adotar/ construir uma política estadual de educação ambiental, já que São Paulo é o único estado do país que ainda não segue as Diretrizes da Política Nacional de Educação Ambiental.

Agora está acontecendo uma reunião da Comissão da Segunda Jornada Internacional de Educação Ambiental que discutirá, entre outros assuntos, a organização da Rio + 20 (Conferência das Nações Unidas em Desenvolvimento Sustentável que será realizada em 2012, no Rio de Janeiro).

Um pouco sobre educação ambiental

Educação ambiental é um novo conceito de educação voltada para a sustentabilidade do ambiente e da sociedade que está rodeada de problemas ambientais que podem ser revertidos, bem como outros que não podem mais ser modificados.

A mudança de hábitos e de paradigmas tem a escola como principal meio de difusão para a melhoria da qualidade de vida das pessoas.

Durante milhares de anos, o homem fez uso dos recursos naturais de forma irresponsável. Existia a falsa ideia de que todos os recursos, incluindo a água, eram renováveis e inesgotáveis, porém a realidade tem mostrado outras realidades e, muitas delas, não promissora.

A problemática do lixo é uma questão urgente e essencial para a qualidade de vida no planeta. O crescimento desordenado das grandes cidades, provocado pela expansão da atividade industrial, ocasiona impactos ambientais seriíssimos, prejudicando as condições de saúde da população urbana.

Os problemas causados pelo lixo, quando descartado em local inapropriado, são fatores que podem causar problemas à saúde da população, partindo do principio que até mesmo os recursos naturais são contaminados e que o homem está localizado no topo da cadeia alimentar. Isso implica que o homem é o principal agente contaminante e o principal agente sofredor das consequências da sua imprudência.

Educação ambiental é uma proposta de filosofia de vida que resgata valores éticos, estéticos, democráticos e humanistas. Seu objetivo é assegurar a maneira de viver mais coerente com os ideais de uma sociedade sustentável e democrática, conduz a repensar velhas fórmulas e a propor ações concretas para transformar a casa, a rua, o bairro, as comunidades. Parte de um princípio de respeito diversidade natural cultural, que inclui especificidade de classe, de etnia e de gênero, a educação deve ser o portal para o desenvolvimento sustentável e essa sustentabilidade novo paradigma do desenvolvimento econômico e social

Sr. Presidente, Srs. Deputados, é muito importante essa iniciativa da cidade de Suzano porque muitas vezes choramos o leite derramado e esquecemos de mostrar que o futuro está nas mãos das nossas crianças que estão na escola hoje, amanhã e depois.

Na medida em que cada adolescente que está na escola tem essa preocupação, muita proteção e muitas denúncias serão feitas sobre as pessoas que degradam o meio ambiente. Preocupo-me muito com o futuro dos nossos filhos, dos nossos netos, dos nossos descendentes daqui a uns 10, 15 anos.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Esgotado o tempo destinado ao Pequeno Expediente, vamos passar ao Grande Expediente.

 

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- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Por permuta com o nobre Deputado Simão Pedro, tem a palavra o nobre Deputado Marco Aurélio.

 

O SR. MARCO AURÉLIO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, todos que nos assistem, comunidade presente, estamos praticamente na última semana do semestre, encerrando, portanto, 6 meses de governo do Estado de São Paulo, e, fazendo um balanço do governo Alckmin, infelizmente vemos que ele não é positivo. Na área da Educação, por exemplo, vamos iniciar o processo de votação de projetos que, dizem, recuperará as perdas salariais dos professores. Mas, do reajuste de 42% percebemos que terá de ser tirado aquilo que já foi dado a título de bonificação, e o reajuste cai para 35%, e isso ao longo de 4 anos. Então, além de não recuperar as perdas salariais, será diluído ao longo de 4 anos, com inflação, ainda que seja em torno de 4, 5 ou 5.5%. É, portanto, um projeto difícil, e, sabendo que os deputados não podem fazer emendas para aumentar o valor do reajuste dos professores, ele será aprovado com nossos protestos.

E o projeto de reajuste para os funcionários da Fatec, por exemplo? Não há. Vai acabar o semestre e não vamos votar nenhum reajuste para professores da Fatec.

Agora, falando da área da Saúde, eu faço parte da Frente Parlamentar do Vale do Paraíba e visitei, com outros deputados, diversos hospitais. Temos uma percepção do Vale do Paraíba que se repete em outras regiões. No Vale do Paraíba alguns hospitais reclamam para nó que têm capacidade de atendimento, que têm meios para fazer atendimentos cirúrgicos, procedimentos médicos, mas não conseguem fazer porque o Estado não credenciou. Assim, os pacientes são levados para outros municípios ou trazidos para a Capital.

Então, o Estado não tem um programa, um projeto regionalizado para resolver o problema da saúde. Não tem para o Vale do Paraíba, não tem para o ABC nem para outra região. Diz que vai construir um hospital aqui, que vai socorreu Santa Casa ali, mas, um projeto, um plano diretor da saúde para São Paulo com metas para as diversas regiões do estado não vemos no governo do estado depois de 6 meses de governo.

Na área da segurança tivemos na semana passada uma reunião com o secretário Dr. Antonio Ferreira, que expôs a dificuldade que tem devido à corrupção. Nesse sentido, vejam o que lemos hoje no jornal O Vale. “Triste Notícia: o Vale volta a ser a capital da violência do estado.” No mesmo jornal, de ontem, vemos: “São José tem alta de 52% nos homicídios em 2011”. No jornal Folha de S. Paulo, de hoje, há a matéria: “Roubo seguido de morte cresce 18,5% no estado.”

Não é nenhum partido de oposição que está falando, é a própria imprensa que mostra como está a segurança no nosso estado.

Na semana passada o secretário de Segurança esteve aqui e me parece que ele é muito bem intencionado. Mas, ouvindo-o, a impressão que se tem é a de que o governo começou ontem. Não parece que é um governo que está aí há mais de 16 anos. Dezessete anos depois agem como se o governo tivesse começado agora.

Na área de transporte vemos outro problema sério. Aumento dos pedágios. Isso é noticiado também pelo Diário do Grande ABC, de hoje: “Que conta é essa, governador? O anúncio, ontem, do aumento a partir de sexta-feira, do pedágio do Sistema Anchieta/Imigrantes, de 18,50, para 20,10 reais, um reajuste de 9.77%, autorizado pelo governo estadual, remete para o período eleitoral. Não foi o então candidato Geraldo Alckmin, do PSDB, que disse que caso vencesse a eleição iria rever os preços de todas as concessões de rodovias do estado? Fica apenas uma dúvida: após a liberação de abertura das torneiras, qual a calculadora que o governador usa?”

Pouco tempo atrás ele falou na campanha de que iria rever os pedágios, as concessões. No entanto, a primeira coisa que faz é exatamente noticiar o aumento dos pedágios.

Aí vem a notícia da duplicação da Tamoios, uma página inteira para divulgar obras: “Rodovia dos tamoios será duplicada”. A rodovia que liga São José dos Campos a Caraguatatuba, que tem necessidade mesmo de ser duplicada. Só que esse anúncio feito essa semana é o mesmo que foi feito em 2002. Se pegarmos o jornal de 2002 o então candidato a governador, Geraldo Alckmin, falava sobre a duplicação da Tamoios. Ele ganhou a eleição em 2002, não duplicou a tamoios; elegeu o sucessor José Serra, não duplicou a Tamoios; e com mais um governo vem dizer que vai duplicar a Tamoios. É claro que esperamos que duplique, mas não venha dizer que a obra é nova porque está prometida desde 2002.

Temos outro problema que é a questão do saneamento. Quando temos feriados gostamos de ir às cidades litorâneas. No litoral norte temos São Sebastião, Ilhabela, Caraguatatuba, Ubatuba, que têm lindas praias e são cidades maravilhosas. No entanto, Sr. Presidente, em Ubatuba, cidade que tem saneamento feito pela Sabesp, se a pessoa sair do centro e for para os bairros irá encontrar casas que simplesmente não têm água encanada. Século XXI, ano 2011, casas que não têm água encanada. Perguntei: como vocês fazem? Eles responderam que pegam água no poço. Se questionarmos alguém da Sabesp a resposta será que 100% do esgoto coletado no litoral norte são tratados. Isso não é mentira; é verdade. Mas tem um detalhe: de todo o esgoto produzido só 30% são coletados, os outros 70% não o são. Portanto, um índice de saneamento muito baixo para quem está no governo há muito tempo.

Aqui já foi falado a respeito do crack. Sei que membros da frente parlamentar estiveram na cracolândia e viram uma cena deplorável. Mas quero lembrar uma coisa. Quando você vai nos locais e vê jovens envolvidos com crack, eles têm que idade: 15, 16, 17 anos de idade? Sr. Presidente, pergunto: há quanto tempo o governo do PSDB está governando o Estado de São Paulo? Há 17 anos. Portanto, todos os jovens com 17 anos ou menos são pessoas que nasceram durante o governo do PSDB em nosso estado, são frutos do governo do PSDB aqui no Estado de São Paulo, frutos do tucanato. Quem tem 20 anos, tinha 3 anos quando começou o governo do PSDB. Quer dizer, um governo que está há 17 anos e fez com que nossa juventude não tivesse uma política de incentivo à cultura, à educação, ao primeiro emprego, incentivo para que tivesse outros mecanismos para que ele não fosse atraído por essa droga, esse governo, nos seus quase 17 anos, precisa de fato dar uma guinada e tentar recuperar o tempo perdido.

Portanto, Sr. Presidente, passado o primeiro semestre desse 17º ano de governo do PSDB, quero dizer que esse governo tem um balanço negativo para o Estado de São Paulo. Não é possível que o estado mais rico da federação tenha um dos piores salários pagos aos professores, tenha o 19º pior salário do país para os delegados e não tenha política para a juventude.

Nesses três anos e meio que faltam para acabar o governo, esperamos que ele tente recuperar o tempo perdido e tente fazer com que o atraso que ele impôs a esse estado seja recuperado o mais breve possível, porque não é justo que a população do Estado de São Paulo sofra com o desmando e com o desgoverno do PSDB. Como deputado, queremos cobrar agilidade e eficiência do governo, para que ele dê respostas ao povo que nele depositou a confiança nas urnas. Que esse povo possa ter o retorno dos altos impostos e altas tarifas de pedágios pagos em nosso estado. Muito obrigado.

 

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- Assume a Presidência o Sr. João Antonio.

 

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O SR. PRESIDENTE - JOÃO ANTÔNIO - PT - Esta presidência tem a grata satisfação de anunciar a presença do prefeito de Bocaina, Kiko Danieletto, acompanhado pelo Sr. Caio, presidente da Santa Casa da cidade e pelo Sr. Belini, ouvidor da prefeitura, que estiveram nesta Casa prestigiando os trabalhos da Frente parlamentar em defesa das Santas Casas. A todos as homenagens do Poder Legislativo do Estado de São Paulo. (Palmas.)

Por cessão de tempo do nobre deputado Milton Vieira, tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato.

 

O SR. JOSÉ BITTENCOURT - PDT - PARA COMUNICAÇÃO - É costumeiro os deputados receberem em seus gabinetes moções de apelo e aplauso de Câmaras Municipais que se sensibilizam com determinado tema e se manifestam. Acho importante a iniciativa das edilidades do Estado de São Paulo. Evidentemente, ao recebê-las, temos obrigação de fazer o encaminhamento e pedir que sejam publicadas no Diário Oficial Legislativo desta Casa. De tal modo, Sr. Presidente, estou solicitando a V.Exa. que na forma regimental sejam publicadas no Diário Oficial Legislativo desta Casa, para dar cumprimento ao princípio da publicidade, a moção 117, de 2011, de Câmara Municipal da Estância turística de Tupã, que se manifesta a respeito de um projeto de nossa autoria. E também da Câmara Municipal de campinas, que se trata de uma manifestação sobre os pedágios no Estado de São Paulo.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Barros Munhoz.

 

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O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Esta Presidência, nos termos do disposto no Art. 18, inciso III, alínea “D”, combinado com o Art. 68, ambos, da XIII Consolidação do Regimento Interno, reunião conjunta das Comissões de Constituição, Justiça e Redação e Finanças, Orçamento e Planejamento, a realizar-se hoje, às 15 horas e 50 minutos, com a finalidade de apreciar o Projeto de lei nº 624, de 2011, de autoria do Sr. Governador. A reunião será realizada no salão nobre da Presidência.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Caríssimo presidente, Deputado Barros Munhoz, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, quero agradecer ao deputado Milton vieira pela cessão de tempo e dizer que tivemos hoje, nesta Casa, uma reunião extremamente profícua da Frente Parlamentar em defesa das Santas Casas. Tivemos a presença do deputado federal Antonio Guido e outros da frente parlamentar do Congresso Nacional, juntamente com o deputado Itamar Borges, presidente da frente parlamentar desta Casa. Tivemos a presença do Edson Rogati, da Federação em Defesa da Santa Casa; de José Reinaldo Oliveira; do Frei Francisco, das Irmãs, do Lar São Francisco; do Prefeito de Bocaina, Kiko; e do Belline, Ouvidor da Prefeitura.

Nessa reunião ouvimos as reivindicações dos provedores, dos dirigentes dos hospitais filantrópicos, dizendo da escassez de recursos, da dificuldade em manter as Santas Casas abertas. E eu questionei o que seria se tivéssemos todas as Santas Casas com as portas fechadas. Seria o caos na Saúde. Como médico, eu que nasci na Santa Casa de São Paulo, formado pela Santa Casa, sei que lá são atendidos principalmente os mais carentes. Aqueles que procuraram os ambulatórios, os hospitais lá no Nordeste, no interior de São Paulo, em vários pontos deste País, quando não conseguem atendimento, vão para a Santa Casa: pessoas que não têm posse, pessoas que não têm convênio. É um crime fechá-las. E se o Governo não tomar providências certamente muitas delas estarão fechadas, porque estão falidas.

A folha de pagamento está atrasada; as Santas Casas estão endividadas e não podem nem fazer novas dívidas. E eu disse ainda, nessa reunião, que o Governo tem grande culpa nisso. Se os hospitais filantrópicos passam por grande dificuldade decorre da falha de todos os Governos que passaram, porque não investiram numa Saúde preventiva. Com poucos recursos dão qualidade de vida, qualidade de atendimento médico-hospitalar. Os Governos falharam quando não investiram na agricultura, porque quem se alimenta bem dificilmente fica doente. O nosso País, com suas condições territoriais, sem terremoto, sem tsunami, sem deserto, sem inverno rigoroso, não tem nada que atrapalhe a produção e, portanto, nenhum brasileiro deveria passar fome, se alimentar mal. Mas sabemos que não é isso que acontece, e que acontece também no mundo inteiro. E se tivéssemos uma política de agricultura, uma política agro-industrial certamente estaríamos exportando alimentos para o mundo todo; seríamos o grande celeiro do mundo.

O Governo também deixou que a violência se instalasse na nossa cidade, no nosso País. Quanto custa essa violência? E vemos as autoridades competentes falando que têm que aumentar o número de funcionários nas delegacias para que os Boletins de Ocorrência sejam feitos mais rapidamente quando, na verdade, poderíamos estar na contramão disso. Ao invés de contratarmos mais funcionários para fazer os Boletins de Ocorrência, tínhamos que praticar a segurança preventiva e diminuir essa busca de soluções nas delegacias. É aí que o Governo erra. Aí as Santas Casas ficam abarrotadas de pessoas vítimas da violência. Quanto custa para a Santa Casa, para o Governo, para os hospitais filantrópicos, para qualquer hospital um cidadão vítima da violência: um baleado, um esfaqueado, um poli-traumatizado, um acidentado?

A vida é o bem maior. Quanto custa uma vida? Que qualidade de vida temos na nossa cidade, no nosso País se continuarmos dessa forma, sem uma segurança preventiva? Temos 16 milhões de armas: dois milhões estão com as Polícias, com o Exército e 16 milhões com os civis, mais de oito milhões nas mãos de bandidos. Está nas mãos de um aluno que vai para a escola e mata ou fere um colega. E esse aluno vai para onde? Para a Santa Casa, consumindo grandes recursos e às vezes morre, trazendo uma tristeza imensa para a família. Não podemos continuar mais assim. Temos que fazer a prevenção não só na área da Saúde, da Educação. A prevenção tem que ser feita em todas as áreas, principalmente na área da Segurança. Por que não desarmar a população? Bandidos com armas de numeração raspada, armas roubadas, armas contrabandeadas que vêm do Paraguai e da Bolívia. Não é só fiscalizar fronteira. Podemos fiscalizar aqui dentro da Cidade de São Paulo, em qualquer lugar, fazendo blitz para o desarmamento. Isso é uma proposta. Quantas pessoas salvaremos, quantos acidentes poderemos evitar?

Mas não é só a arma o grande pilar da violência; são também o álcool, as drogas. Por que não controlar a bebida alcoólica? Fiz a Lei Seca, que controla a bebida alcoólica, fechando os bares mais cedo e funcionou: diminuiu bastante a violência, os acidentes, a desagregação familiar. Que cidade é essa, que País é este se continuamos batendo na mesma tecla?

 

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- Assume a Presidência o Sr. João Antonio.

 

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Meu caro Presidente João Antonio, meu colega na Câmara Municipal de São Paulo: lá aprovamos um Projeto de lei, a Moto sem Garupa: garupa de moto, máscara, revólver, arma de fogo mata, fica impune porque a moto é muito rápida e a Polícia não consegue pegar. E graças a Deus lá em Belo Horizonte, hoje, os deputados estaduais devem aprovar esse projeto da Moto sem Garupa nos dias úteis. O meu projeto, aprovado na Câmara Municipal de São Paulo, infelizmente foi vetado, mas talvez, se Deus quiser, eu consiga aprová-lo nesta Casa, a maior e mais poderosa Assembleia Legislativa deste País. Será um presente para este Parlamentar, que foi vereador durante 28 anos e saiu daquela Casa sem conseguir dar a nossa cidade, ao nosso País uma lei nacional, proibindo Garupa de Moto.

No golpe chamado saída de banco, só em Belo Horizonte, são 70 casos por mês; em São Paulo, 62% desse tipo de crime, assalto à melhor idade, aos aposentados, assalto às pessoas de bem, nas saídas de bancos, infelizmente.

Espero contar com o apoio de todos os Srs. Deputados para mudarmos o curso dessa história. Não podemos continuar aceitando esse grau de violência, que sobrecarrega o Judiciário, a polícia, as Santas Casas, os hospitais, a Saúde, e dá má qualidade de vida a todos nós. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - JOÃO ANTONIO - PT - A Presidência tem a grata satisfação de anunciar a presença do Sr. Shih Hua Min, Presidente da Câmara Chinesa de Comércio no Brasil, e membros dessa Câmara. A todos as homenagens do Poder Legislativo. (Palmas.)

Tem a palavra o nobre Deputado Alencar Santana, por permuta com o nobre Deputado Simão Pedro.

 

O SR. ALENCAR SANTANA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários, telespectadores da TV Assembleia, público presente, sejam bem-vindos, é sempre importante e bom vermos a Casa repleta de pessoas acompanhando a sessão da Assembleia Legislativa.

Sr. Presidente, o Governador de São Paulo, descumprindo mais uma promessa de campanha, anunciou hoje o reajuste dos pedágios no nosso Estado. Já temos um dos pedágios mais caros do País. Durante o processo eleitoral, quando a discussão do pedágio novamente veio à tona, palavras foram jogadas ao vento, infelizmente. Infelizmente, porque isso não é bom para a política.

O Governador prometeu que faria um trabalho para reduzir os pedágios no Estado de São Paulo. Aliás, a nova diretora da Artesp, agência regional do transporte do Estado de São Paulo, quando veio a esta Casa recentemente, na Comissão de Transportes, para uma sabatina, anunciou um conjunto de compromissos, a contratação de um estudo sobre a possibilidade da redução dos valores dos pedágios nas nossas rodovias.

Mas eis que agora o Governador anuncia, para vigorar a partir de sexta-feira, dia 1º de julho, um aumento de 9,77%, utilizando-se para isso do IGPM. Se fosse utilizado o IPCA, teríamos uma diferença de cerca de 3%; o reajuste seria menor, de 6,55. Além de descumprir suas promessas, seus compromissos de campanha, ainda utiliza esses índices que estão nesses contratos, índices mais altos. É lamentável acompanharmos hoje novamente o Governador anunciar o reajuste.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato.

 

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Ainda falando sobre rodovias, hoje acompanhei, das 9 horas da manhã até as 14 horas, a reunião do Consema - Conselho Estadual do Meio Ambiente, sobre o Rodoanel Trecho Norte, o último trecho, que vai ligar a rodovia Dutra à Bandeirantes, cortando a Fernão Dias e, por incrível que pareça, na contramão daquilo que é diretriz dessa rodovia, segundo a própria Dersa.

Seria uma rodovia classe zero, ou seja, não teria ligação urbana para o Rodoanel, mas hoje eles defendem que haja ligação na Inajar de Souza, o que com certeza vai prejudicar a zona Norte e os moradores da região. O trânsito pesado, os caminhões que estarão no Rodoanel vão querer chegar à Marginal e vão utilizar essa via, gerando mais tráfego, e tráfego pesado para a Inajar de Souza.

E qual a razão? Entre a Dutra e a Fernão Dias, existem somente três faixas de rolamento no Rodoanel. No Trecho Oeste atualmente são quatro; o trânsito já está pesado e há estudos para ampliação para cinco faixas.

Por que são três faixas nesse trecho, da Dutra que liga Rio a São Paulo, ou seja, uma rodovia importante, da Fernão Dias que liga São Paulo a BH, ou seja, uma rodovia importante também? É porque não há volume grande de veículos.

E por que agora eles estão contrariando princípios anteriormente assumidos, de ligar a Inajar de Souza, em São Paulo, ao Rodoanel? Para gerar o tráfego de veículos leves daquela região Norte para o Rodoanel, para beneficiar as concessionárias. O Rodoanel vai ser construído e já passado à iniciativa privada, para cobrar pedágio, para usurpar novamente o cidadão paulista. Aliás, existem trechos de rodovias que, dependendo do local, gasta-se mais com pedágios do que com gasolina.

Hoje tivemos uma reunião no Consema, representativa, não só pelos conselheiros que participaram, mas pela quantidade das pessoas que acompanhavam: ambientalistas, lideranças de bairros, representantes de diversas entidades. O auditório estava repleto, todos acompanhando com muita atenção.

É uma obra de cerca de seis bilhões. Traz dano ambiental e não resolve o problema de trânsito e de transporte na região metropolitana, como prometido. Traz, como falei, problema ambiental e social, com a remoção de várias famílias, inclusive com pagamento de aluguel social.

De última hora conseguimos, nessa reunião, reaver um acordo feito entre a prefeitura de Guarulhos e o Dersa. No traçado original, do trecho que corta a Cidade de Guarulhos, um dos bairros ia ficar segregado, ou seja, entre a rodovia e a serra. Para surpresa, no projeto apresentado hoje, o Dersa tinha feito um acordo com a prefeitura dizendo que a rodovia iria abraçar o bairro. E hoje esse trecho não estava considerado.

Argumentamos durante a reunião, pedimos o apoio dos conselheiros, cobramos o Dersa para que cumprisse o prometido, para que novos estudos sejam feitos, garantindo a alteração do traçado e garantindo alteração no método de construção, porque com o método de corte e aterro o impacto ambiental é maior. Queremos que sejam feitos mais túneis ou mais viadutos, para que possamos reduzir o impacto ambiental e garantir a qualidade de vida dos moradores daqueles bairros. Isso foi aprovado.

Esperamos que a obra tenha os seus desdobramentos, mas dialogando com a comunidade, reduzindo impacto ambiental e garantindo as medidas sociais, com moradias dignas às famílias afetadas.

Vamos acompanhar de perto, porque esse assunto interessa não só aos moradores de São Paulo, da zona Norte, mas aos moradores da Cidade de Guarulhos.

Ainda hoje, nesta sessão, faremos o debate do projeto da Educação, que o Governador mandou a esta Casa, e temos várias considerações a tecer.

Cedo um aparte ao nobre Deputado Gerson Bittencourt.

 

O SR. GERSON BITTENCOURT - PT - Nobre Deputado Alencar Santana, V. Exa. tem razão no diagnóstico que faz sobre as rodovias do Estado de São Paulo.

Parece que esse Governo só discute pedágios no período pré-eleitoral e no período eleitoral. Pelo menos três questões foram levantadas e debatidas longamente no período eleitoral, entre os diversos candidatos: os valores abusivos praticados pelos pedágios; a necessidade de discutir um novo conceito de cobrança, que pudesse baratear o custo do Estado de São Paulo, e para nós da região de Campinas o Governador esteve na região e prometeu aos eleitores e a todos os meios de comunicação que faria uma readequação do pedágio que liga Campinas à Cidade de Jaguariúna, um dos maiores praticados no Estado.

Depois desse período eleitoral o que resolvemos? Identificar nas ações do Governo do Estado que sempre aparece uma desculpa para evitar de assumir e garantir aquelas promessas que fizeram no período eleitoral. Portanto, a Bancada do Partido dos Trabalhadores afirma a necessidade de abrirmos uma CPI para fazer um grande diagnóstico e, sobretudo, para apresentar ao Governo do Estado propostas claras e concretas para que possamos acabar com esses abusos. Por isso, nobre Deputado Alencar Santana, seu pronunciamento é muito importante no sentido de que esta Casa possa fazer o diagnóstico e encontrar alternativas concretas para diminuir o pedágio não só mais caro do Brasil, mas um dos mais caros do mundo e, sobretudo, uma das formas mais injustas de cobrança praticadas por este governo há mais de dez anos.

 

O SR. ALENCAR SANTANA - PT - Muito obrigado, nobre Deputado Gerson Bittencourt, um estudioso na área dos transportes, V. Exa. sabe o quanto os moradores de Campinas sofrem, assim como os de outras regiões do nosso Estado. É lamentável vermos novamente mais uma das promessas de campanha não sendo cumpridas, assim como outras, de outras áreas.

Tenham certeza, telespectadores da TV Assembleia, que nós, da Bancada do PT, estamos cobrando e vamos acompanhar isso de perto. Afinal de contas, esse é um dos compromissos que assumimos durante o processo eleitoral. Se os outros não cumprem, nós vamos cumprir o nosso trabalho. Muito obrigado.

 

O SR. MARCOS MARTINS - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, a reunião da Comissão de Saúde terminou. Contamos com a presença de diversos deputados e do Secretário de Saúde do Estado falando sobre os problemas de corrupção, denúncias, prisões no Conjunto Hospitalar de Sorocaba. Isso respinga em vários outros hospitais do Estado. Daremos continuidade a essas atividades no mês de agosto. O Secretário deverá retornar. As investigações deverão ter evoluído, assim como novos fatos deverão surgir. Cobraremos dos responsáveis o que é devido.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Parabéns pelo trabalho, nobre Deputado Marcos Martins.

 

          O SR. GERSON BITTENCOURT - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, nesta segunda-feira, 27 de junho, fizemos um debate no auditório Teotônio Vilela com a Senadora Marta Suplicy. Esse debate foi coordenado pelo meu mandato e pelo mandato do nobre Deputado Enio Tatto, líder da bancada petista. Tivemos a oportunidade de discutir com cerca de 150 profissionais da área de transporte e com a senadora pelo menos dois importantes projetos que estão sendo debatidos na esfera federal.

O primeiro deles é um projeto da Senadora Marta Suplicy que acaba com a cobrança de PIS e Cofins para os trabalhadores da área de transporte organizados por meio de cooperativas do serviço do transporte de táxi, transporte escolar e transporte público alternativo, os chamados perueiros. Isso significará uma redução de mais de três por cento do custo do transporte público. A tarifa praticada, por exemplo, na Cidade de São Paulo, de três reais, poderia abaixar para no máximo 2,90 reais, trazendo uma expressiva economia a toda população que utiliza o transporte público no nosso Estado e no Brasil como um todo.

O segundo projeto que está sendo debatido no Senado regulamenta a profissão dos taxistas. O Congresso Nacional vem discutindo há muitos anos esse projeto e chega agora ao seu momento de conclusivo. O projeto reconhece a importância dos taxistas como uma categoria profissional. Em 2009, o Congresso Nacional fez a regulamentação dos motoboys e agora trabalha para fazer a regulamentação dos taxistas, da classe profissional dos motoristas, enfim, de toda uma gama de categorias relacionadas ao transporte público de passageiros e de carga. Muito obrigado.

 

          O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Fernando Capez, por permuta de tempo com a nobre Deputada Maria Lúcia Amary.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Ulysses Tassinari.

 

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O SR. FERNANDO CAPEZ - PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, gostaria de agradecer a nobre Deputada Maria Lúcia Amary pela permuta de tempo.

Nesta manhã, estivemos na Fundação Armando Álvares Penteado, a FAAP, onde foi realizada uma reunião do CNJ - Conselho Nacional de Justiça. Estavam presentes o presidente do CNJ, o também presidente do Supremo Tribunal Federal, Ministro Cezar Peluso; o último presidente do Supremo Tribunal Federal e último presidente do CNJ, o Ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes Ferreira; o presidente da Fiesp, Paulo Skaf; o presidente da Febraban, Murilo Portugal; o presidente do Sebrae; o presidente do Tribunal de Justiça, Dr. José Roberto Bedran e de inúmeros representantes dos mais variados segmentos da sociedade.

A pauta dessa importante reunião é a demora do Poder Judiciário na solução de conflitos. O cidadão pleiteia na Justiça o atendimento a um direito seu e, não raro, quando vem uma sentença favorável, e quando essa sentença favorável vem a ser executada, nem vivo ele está para usufruir desse direito. Por essa razão, a Emenda Constitucional n° 45, de dezembro de 2004, incluiu um inciso no Art. 5º da Constituição Federal, que enumera os direitos e garantias individuais, colocando como direito de todo cidadão a solução do seu processo dentro de um prazo razoável. Como no Estado de São Paulo vamos fazer valer esse direito se o Estado de São Paulo comporta 60% de todo o movimento processual? Sabem quantos recursos pendem de julgamento no Tribunal de Justiça de São Paulo? Vinte milhões de processos, somente para serem julgados em grau de recurso. Depois disso, ainda haverá recurso para Brasília, recurso especial para o STJ, recurso extraordinário para o Supremo Tribunal Federal. Pergunto: como solucionar isso? Simplesmente eliminar recursos, diminuir ou restringir o direito de defesa? Não é a solução. Vai prejudicar o direito de defesa de uma pessoa que está sendo processada e não vai trazer, em contrapartida, a celeridade almejada. Claro, os investimentos em infraestrutura são necessários, mas montam à casa dos bilhões. A autonomia financeira do Poder Judiciário é o ideal. Mas hoje temos problemas orçamentários para aumentar a participação do Poder Judiciário no orçamento de 4,5% para 6% ou 7 por cento.

Por essa razão, nessa reunião do Conselho Nacional da Justiça, é importante que algumas soluções sejam colhidas. Desse gigantesco movimento processual de milhões de processos, 40% correspondem a ações da Fazenda Pública que entopem os escaninhos do Poder Judiciário com execuções fiscais inviáveis, que paralisam o Poder Judiciário sem que a Fazenda indique o endereço do executado, sem que ele tenha vez para garantir a execução. E o processo fica parado.

São execuções fiscais de valores ínfimos para a Fazenda. Reputo valor ínfimo aquele que é mais barato que o custo do processo; é ínfimo o valor cuja despesa na cobrança é maior do que ele. No entanto, estão ali paralisando completamente a atuação do Poder Judiciário.

Uma primeira proposta que esta Casa poderia estudar é simplesmente a extinção: autorizar a Fazenda do Estado a desistir ou a declarar extintos créditos fiscais quando não há identificação do executado; quando não se localizam bens que possam eventualmente garantir a execução; ou quando o valor não atinge um determinado montante que possa ser fixado por meio de uma pesquisa.

Amanhã, dia 29 de junho, às nove horas, nesta Casa Legislativa, será realizada uma audiência pública para pedir a aprovação do Código Estadual de Procedimentos, que vai valer para o Estado de São Paulo e que disciplina questão relacionada a procedimento. A realidade de um estado é diferente da realidade de outro. A realidade do Estado de São Paulo não é a mesma do Acre ou do Amapá.

Normas como essa, que levem à extinção de processos inúteis de execução fiscal, que levam à impossibilidade de se pleitear judicialmente temas ligados à Fazenda Pública, sobre os quais já há jurisprudência consolidada. Muitas vezes, a Fazenda busca o Poder Judiciário apenas e tão somente com a finalidade procrastinatória, para protelar, para não pagar, para usar o Poder Judiciário na tentativa de retardar o pagamento daquela despesa e jogar para as administrações futuras. Quase que uma chicana processual.

Isso pode ser revisto, sim, e o Código Estadual de Procedimentos - que já foi aprovado por esta Casa, pelo menos passou por todas as comissões e aguarda votação - poderia trazer uma solução ou uma esperança para isso.

Outra questão que está sendo discutida: por que as pessoas vão tanto ao Poder Judiciário para fazer reclamações? Muitas dessas demandas poderiam terminar em câmaras de conciliação, em harmonia, no que se chama hoje de Justiça Restaurativa. Começou na Austrália e já está na Europa e nos Estados Unidos. Trazer as partes para o entendimento, para a composição harmônica, para o fim do desentendimento. Curar não apenas aquele conflito, mas a ferida subjacente que leva à litigiosidade jurisdicional, ou seja, à briga na Justiça.

A função da Justiça, mais do que julgar ações, é pacificar conflitos. Precisamos trazer a esta Casa a discussão sobre os núcleos volantes de conciliação, trazer as pessoas à presença de conciliadores. Há tantos funcionários públicos aposentados, tarimbados, que poderiam, mediante algum benefício, levar a sua experiência para a solução dos conflitos.

Pleiteamos que esta Casa Legislativa comece a prestar mais atenção em projetos e ações que visem à agilização da Justiça. É também um direito individual que está sendo desrespeitado: o direito à solução de um litígio dentro de um prazo razoável.

O Código Estadual de Procedimentos e o apoio à ação do Conselho Nacional de Justiça para a implantação de núcleos de conciliação é uma questão urgente, emergencial. Se a Assembleia Legislativa não cuida de temas como esses, não consegue ser percebida pela sociedade como um agente transformador.

 

O SR. JOÃO ANTONIO - PT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, nobres Deputados, depois de três meses nesta Casa, tenho notado a sistemática de funcionamento do processo legislativo. Noto que a Assembleia, com toda a sua história, carece de alguns aperfeiçoamentos.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Barros Munhoz.

 

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Nesta semana, percebi que diversos projetos de lei, independentemente do partido político, tiveram uma breve tramitação na Casa e foram direto para uma instituição, cuja legitimidade não questiono, chamada Congresso de Comissões.

O Parlamento é um todo, composto do Plenário, onde estamos, e das comissões. Uma comissão muito importante em todos os Parlamentos é a Comissão de Constituição e Justiça, que faz o controle preventivo de constitucionalidade. É uma comissão essencialmente técnica, que tem como função impedir que leis inconstitucionais contaminem o ordenamento jurídico. Essa é a função primeira da Comissão de Constituição e Justiça. E existem as demais comissões, chamadas comissões de méritos, que analisam o mérito de cada propositura, a matéria.

Quando instituímos no Parlamento o Congresso de Comissões, muitas vezes, sem nenhum debate aprofundado da matéria - e o pior, sem uma análise mais detalhada e rigorosa da constitucionalidade de cada matéria. Quando chegamos à conclusão de que não há necessidade de a matéria passar pelas comissões. Aliás, o melhor para acelerar o processo legislativo seria não passar pelas comissões e ir direto para o Congresso de Comissões. E há um abreviamento do processo legislativo e um completo esvaziamento das comissões permanentes desta Casa, com a figura do tal Congresso de Comissões que só interessa para quem não está a fim de valorizar o processo legislativo e as comissões permanentes.

As comissões permanentes, em todos os parlamentos, têm uma função muito importante de fazer com que o projeto possa ser debatido e aprofundado, dentro da legalidade, da constitucionalidade e da matéria.

Numa experiência legislativa, depois de oito anos de luta, consegui excluir do chamado Congresso de Comissões lá na Câmara Municipal de São Paulo a Comissão de Constituição e Justiça. Já foi um grande passo porque a Comissão de Justiça, que faz o controle preventivo de constitucionalidade, tem de ter tempo para analisar tecnicamente essa matéria. Quando somos chamados às pressas, em cinco minutos temos de votar um parecer no Congresso de Comissões. Para que então existe a Comissão de Justiça no cotidiano desta Casa? Não podemos nesta Casa continuar esvaziando as comissões permanentes e supervalorizando o Congresso de Comissões, que é uma instituição que tem a função de exatamente desvalorizar a tramitação normal de um projeto de lei desta Casa.

Quero comunicar aos nobres Deputados desta Casa: você é um ferrenho adversário, tanto do chamado relator especial nesta Casa que esvazia o papel do Parlamento paulista, como do chamado Congresso de Comissões que nada mais é do que um instrumento para desvalorizar as comissões permanentes. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. SEBASTIÃO SANTOS - PRB - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, munícipes presentes, imprensa, TV Assembleia, gostaria de cumprimentar o Presidente desta Casa, Deputado Barros Munhoz, pela Sessão Solene que muito bem conduziu na noite de ontem, dando ênfase aos 80 anos da Rádio Record. Os 80 anos foram muito bem lembrados pelo senhor na oportunidade e destacados pelos seus benefícios trazidos ao povo do Estado de São Paulo pelas suas atitudes desde os tempos remotos, com pessoas capacitadas e brilhantes da nossa sociedade. Parabéns! Ao participar desta sessão, pude aprender um pouco mais daquilo que o senhor tem tanto trazido a todos nós nesta Casa.

Gostaria também de ressaltar que no dia 21 de junho, em Brasília, obtivemos o Certificado Operacional do Aeroporto Internacional de Guarulhos. Nesse reconhecimento, houve várias verificações, como da infraestrutura, como dos processos operacionais da Infraero. Conseguiram detectar que o Aeroporto de Guarulhos está de acordo com os padrões estabelecidos por normas. Dentre 66 aeroportos da Infraero, 19 aeroportos já se encontram em processo de certificação, e obtivemos esse benefício do Aeroporto de Guarulhos, Cidade de São Paulo.

Gostaria de relembrar que mais uma vez estamos debatendo um assunto sobre o Decreto 56031, de 2010, referente às espécies da fauna silvestre ameaçadas de extinção. Estivemos na sexta-feira passada, com o apoio da TV Assembleia, requerendo informações e depoimentos relacionados à pesca no Estado de São Paulo. Estivemos no rio Turvo na casa de um pescador que está passando por inúmeras dificuldades. Ele nos mostrou o seu freezer vazio em que nem gelo tinha, sendo assim impossível sustentar a sua família. Ele já até retirou a sua embarcação do rio, que está jogada atrás da sua casa aguardando um posicionamento do Estado: que reconheça que a pesca, uma das atividades mais antiga, tem, no mínimo, sustentado famílias e movido parte de um todo em nosso Estado.

A pesca tem gerado renda, mas esse decreto proíbe a pesca de quase todas as espécies de peixes de água doce. Falamos com o pescador profissional, com o aposentado, com o vendedor de isca que está com duas mensalidades de seu carro atrasadas, aluguel atrasado e com a luz para ser cortada. Ele vendia 60 mil iscas para lambaris. Hoje vende três mil e não consegue alimentar a sua família e manter o seu comércio. Conversamos também com o dono de uma pousada que mantém seis famílias de empregados. Mas ele disse que brevemente terá de fechar a pousada. Falamos com os pescadores à beira do rio e gravamos imagens, como de uma senhora que possui 28 barcos de aluguel. A imagem mostra 28 barcos apoitados num feriado prolongado.

Sr. Presidente, queremos o apoio de todos os deputados desta Casa para fazer um grande movimento junto ao Governo do Estado. Que este decreto legislativo seja revisto, e que, no mínimo, duas espécies de peixe sejam liberadas para a pesca: o pintado e o pacu pelo menos, que seriam suficientes para movimentarmos nesses três meses antes da temporada de defeso da pesca. Pelo menos daríamos um pouco de tempo para todas as pessoas terem, no mínimo, o alimento na sua mesa. Então, ainda há uma luz no fim do túnel. Sr. Presidente, estas são as minhas palavras. Muito obrigado.

 

O SR. ISAC REIS - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público que nos assiste, vendo pela grande mídia estamos vivenciando o mesmo filme de terror que este País viveu há alguns anos.

Hoje, na Grécia, o parlamento está aprovando o pacote que o FMI exige de austeridade para o povo desse país. Essa austeridade é cortar recursos das questões sociais, privatizar as empresas que o FMI deseja, cortar o que os trabalhadores ao longo do tempo conquistaram, principalmente os aposentados.

Essas são as exigências que o Fundo Monetário Internacional impõe para que possa emprestar o dinheiro, como fizeram com o nosso País tirando a nossa autonomia, a nossa soberania. Eles é que definiam qual a empresa a ser privatizada, que rumo terá a nossa educação, como será tratado o nosso sistema de saúde e hoje estamos vendo o mesmo pacote sendo aprovado.

Graças a Deus, nesse país foi preciso uma pessoa de origem humilde, que saiu do seio da classe trabalhadora, para dizer não aos agiotas internacionais, para dizer não ao FMI, dizer que somos nós que temos que governar o nosso país. Nós é que sabemos o que é importante para o nosso povo.

Hoje, já vi vários deputados usar esta tribuna para dizer como está a saúde, a educação, mas esquecem de dizer que no passado venderam o nosso País aos pedaços para os agiotas internacionais.

Hoje, estamos tentando de todas as formas melhorar a situação do povo que tinha um salário mínimo de 180 reais e um pacote de arroz 16 reais. É esse mesmo povo que hoje recebe 540 e o arroz custando 8 reais. É esse povo que hoje vê o emprego nos quatro cantos do seu País. A recessão está por findar porque tem havido investimentos pesados nas questões sociais: habitação, educação, saúde. Mas, como pegamos este País no fundo do poço, ainda falta muito para fazer, principalmente a valorização dos funcionários públicos das áreas que nunca foram vistos com bons olhos. Sr. Presidente, muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado João Paulo Rillo.

 

O SR. JOÃO PAULO RILLO - PT - Sr. Presidente, indico o Deputado Donisete Braga para falar pela minoria.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Roberto Morais.

 

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O SR. DONISETE BRAGA - PT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Deputado Roberto Morais, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, quero agradecer ao Deputado João Paulo Rillo por conceder a fala neste instante.

Quero aqui fazer coro a minha colega e amiga, Deputada Leci Brandão. Um país que pensa no seu presente e pensa em construir um futuro de dignidade, tem que ter política de governantes que pensam na educação do seu povo.

O Presidente Lula inovou este País nos seus oito anos de gestão. A Presidente Dilma Rousseff tem procurado seguir o mesmo caminho, tentando proporcionar à população brasileira a condição de poder um dia freqüentar uma universidade pública federal do nosso País.

Sr. Presidente, faço esta introdução para estabelecer um diálogo com o Governo do Estado de São Paulo pela Bancada do PT, através do nosso líder Deputado Enio Tatto, do Deputado Simão Pedro, que preside a Comissão de Educação, com relação a um processo de discussão mais democrático com os nossos educadores do Estado de São Paulo.

No Estado de São Paulo, temos 270 mil professores e temos ainda 43%  professores considerados temporários, ou seja, que não tem segurança não só previdenciária, mas, acima de tudo, o reconhecimento do Governo do Estado do papel nobre, fundamental e essencial que presta.

Quero aqui, mais uma vez, conclamar o Governo do Estado de São Paulo, do PSDB, que tem responsabilidade, sim, do descaso hoje da Educação Pública do Estado de São Paulo. Hoje, temos educadores que com muita nobreza, muita responsabilidade, cumpre uma jornada na sala de aula, cumpre os desafios de educar os nossos filhos e, quando se tem um processo de discussão sobre a questão dos ganhos salariais, da segurança trabalhista não há um debate democrático para ser ouvido, principalmente a entidade que representa os professores como a Apeoesp, que representa os trabalhadores da Rede Pública de Ensino do Estado de São Paulo.

A Bancada do PT tem, em todos os anos nesta Casa, procura estabelecer um debate com muita responsabilidade, sem estabelecer aqui disputa partidária e ideológica.

Nós, que moramos no Estado mais rico da Federação, não podemos aceitar que ainda tenhamos estado de penúria com relação à questão dos educadores do Estado de São Paulo.

Ontem, realizou-se aqui uma audiência pública, onde várias entidades se manifestaram sobre a questão do reajuste proposto pelo Governo do Estado para os próximos quatro anos, estabelecendo a proposta divulgada pelo Governo de 13,8% a partir de 1º de julho; 10.12% a partir de 1º de julho, de 2012; 0.6% a partir de 1º de julho de 2013 e 0.7% a partir de 1º de julho de 2014.

Queremos avançar ainda mais nesse diálogo para não só recuperar as perdas salariais dos educadores do Estado de São Paulo, mas para estabelecer um marco onde possamos proporcionar ainda mais a qualidade do ensino público do nosso País, especialmente, do Estado de São Paulo.

Se nós temos hoje qualidade no ensino público em São Paulo não é porque o Governo do Estado paga salário decente, digno, aos nossos educadores. É porque os nossos educadores com muita galhardia procuram capacitar e formar nossos filhos na Rede Pública de Ensino. Sr. Presidente, muito obrigado.

 

A SRA. CÉLIA LEÃO - PSDB - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, nesta tarde em que se começa a debater questões importantes para o Estado de São Paulo e para os mais de 42 milhões de brasileiros que moram aqui quero dizer que todas as áreas são importantes sem sombra de dúvida pois sabemos que sem Saúde não existe vida, que Segurança Pública garante a saúde, que o meio ambiente garante a vida, ou seja, todas as áreas são extremamente importantes para garantir qualidade de vida à nossa sociedade, mas estou convencida de que a Educação não é importante, é imprescindível.

Os nossos filhos certamente passam mais tempo nas escolas junto com os professores, coordenadores, colaboradores, diretores do que talvez com a família. E é nesse sentido que queria, começando este debate que vai se alongar pelos próximos dias aqui na Assembleia Legislativa no que tange à Educação, chamar a atenção para uma questão.

Obviamente que a questão orçamentária daquilo que vai para a Pasta que hoje é de 31%, portanto além daquilo que a nossa Carta Magna garante e obriga, é importante; a questão salarial também é importante para manter a família daquele que colocou sua vida à disposição de educar o próximo, as crianças, os jovens e até os adultos, o salário precisa estar no debate com verdade, com respeito, não podemos nos furtar desse debate afinal de contas como regra o mês sempre é maior do que o salário que cada um recebe e do educador como o da Polícia por mais que se faça ainda fica aquém daquilo que teria direito e mais do que direito uma atenção especial para quem fica cuidando da vida de alguém, mas quero deixar aqui uma preocupação que soma tudo isso.

Dentro da Educação - uma luta constante para que não cometamos injustiças na sociedade, portanto para garantir justiça precisamos promover a igualdade - eu quero falar dos milhares de alunos que têm algum tipo de deficiência e lamentavelmente tanto na escola privada como na escola pública vemos denúncias nesse sentido. Eu particularmente recebo denúncias no meu gabinete, no meu escritório, de estudantes que não podem participar da escola comum ou porque têm barreiras ou porque o grupo de professores ou diretor daquela escola não sabem como cuidar, não tem como cuidar ou porque não aceitam alunos com esse perfil.

Venho aqui constrangida falar desse assunto porque gostaria que isso já estivesse resolvido na nossa sociedade. Mas ainda há o que fazer e é por isso que neste debate, onde se discute orçamento, onde se discute salário, deixar aos deputados a preocupação em de fato incluirmos na prática e não na teoria esses milhares de estudantes que têm o direito à inclusão e inclusão não se faz com retórica, inclusão de faz com ações. É o que quero deixar registrado nesta tarde.

 

O SR. VINÍCIUS CAMARINHA - PSB - Sr. Presidente, peço a palavra para falar pelo Art. 82, em nome da Liderança do Governo.

 

O SR. PRESIDENTE - ROBERTO MORAIS - PPS - Tem a palavra o nobre Deputado Vinícius Camarinha, para falar pelo Art. 82.

 

O SR. VINÍCIUS CAMARINHA - PSB - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público presente, ontem tivemos um grande evento nesta Casa.

A Assembleia teve oportunidade de realizar uma grande audiência pública onde demos a oportunidade e tivemos a oportunidade de debater os PLCs 37 e 38 que tratam da reestruturação da Educação, sobretudo no que diz respeito à reposição salarial, quadro de funcionários e outros pontos fundamentais para a Educação. Foi um debate muito produtivo. A Assembleia deu oportunidade de ouvirmos do mais simples funcionário às entidades, categorias de classe, sindicatos, associações e todas as ponderações colocadas foram fundamentais para uma reflexão ainda maior em relação ao projeto.

O que merece nosso reconhecimento foi o gesto de o próprio Governo no início do seu mandato ter enviado à Casa este projeto, que na verdade demanda uma grande discussão. É sem dúvida alguma um dos maiores desafios do homem público em âmbito nacional, estadual e municipal.

O Governo, logo nos dois primeiros meses de gestão, preparou o projeto e agora o envia a esta Casa para que possamos aperfeiçoar, melhorar e apresentar um projeto final.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Barros Munhoz.

 

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Eu compreendi que ontem mesmo houve uma disposição gigantesca do Secretário de Estado, que se sensibilizou por diversas propostas aqui expostas. Tivemos diversos pontos pincelados que mereceram a anotação do Secretário e outros que estão sendo construídos e para os quais houve a sensibilidade do Secretário e do Governo.

De modo que quero homenagear este evento porque deu oportunidade ao Secretário de ouvir de perto, de participar dos pleitos da categoria e porque demonstrou a intenção do Governo em resolver esses problemas.

Seria muito mais cômodo politicamente o Governador no segundo ou terceiro ano mandar o projeto porque com a proximidade das eleições ele poderia concentrar um reajuste maior, mas o Governo teve a responsabilidade de enfrentar este desafio e começar a debater logo no começo do seu mandato uma questão fundamental: a Educação.

Reitero a disposição desta Casa e de todos os líderes - do líder do Governo Deputado Samuel Moreira, do Líder da oposição Deputado Enio Tatto, do Líder da Minoria Deputado João Paulo Rillo - se empenharem em melhorar e avançar neste projeto da Educação.

Quero enaltecer o trabalho de ontem realizado aqui na Casa.

Tenho confiança de que esta audiência trará benefícios e conquistas para o projeto que deveremos aprovar nesta semana. Acho que foi fundamental a realização desta audiência. Aliás, Deputado Barros Munhoz, V. Exa. usou esse expediente quando foi líder de governo e melhorou muitos projetos em audiências públicas realizadas nesta Casa. Tenho absoluta confiança na melhora desse projeto e quero reconhecer o trabalho do governo de, logo no inicio do seu mandato, mandar a esta Casa um projeto dessa magnitude. Obrigado.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, eu acompanhava atentamente a manifestação do vice-líder do governo, Deputado Vinícius Camarinha. Em primeiro lugar que elogiar a conduta da Assembleia em realizar a audiência pública. Agora, quanto aos resultados, parece-me que eu não estive no mesmo evento. Porque, primeiro, o secretário admitiu ter participado de 15 encontros e que o projeto seria produto da manifestação da base dos líderes das entidades associativas. E, o que eu ouvi aqui, em uníssono, foi o queixume de todos os representantes da Educação em relação ao conteúdo do projeto. Foram apresentadas inúmeras emendas que sintetizam o pensamento dos profissionais da Educação para o aprimoramento do projeto. Na minha fala alertei dizendo: daqui a pouco vai ter um congresso de comissões em que vão derrubar todas as emendas apresentadas.

Não sei em que evolui o produto dessa audiência pública até agora. Pode evoluir. O governo pode, sim, aquiescer em relação às emendas; o governo pode e deve reconhecer que uma lei anterior estabelece data base em 1º de março e o governo pode reconhecer que é estelionato dizer que os 8% da incorporação da GAN constitui um aumento de 13% este ano, o que não é verdade. Então, pode evoluir em muitas situações.

Lembro-me de que V.Exa., quando foi líder de governo, projetos evoluíram com a manifestação de V.Exa., de que com a intercessão firme ao governo os projetos foram aperfeiçoados. Por enquanto o secretário fez inúmeras anotações. Anotou o tempo todo e tenho certeza de que nenhuma anotação serviu como subsídio para derrubar todas as emendas no congresso de comissões 5 minutos depois.

Eu espero. Há tempo para isso. Pode-se construir uma emenda de plenário e o governo pode aquiescer sim. Mas, até agora, a única coisa boa foi a abertura do Legislativo em relação à audiência pública. Só que, bons discursos, boas manifestações não vão atender os queixumes dos profissionais da Educação.

 

O SR. VINÍCIUS CAMARINHA - PSB - PARA RECLAMAÇÃO - Sr. Presidente, em nome da liderança do governo quero dizer a esta Casa que tivemos ontem uma audiência pública e ontem mesmo as pessoas expuseram suas sugestões. Evidentemente que essas sugestões dependem de um estudo, de um programa, de um orçamento que está sendo elaborado desde a manhã de hoje. Estamos aguardando para formalmente elaborarmos um projeto e prepararmo-nos para votá-lo no dia seguinte. Isso será feito. A Secretaria enviará a esta Casa essas sugestões com a garantia de que teremos avanços em relação a esse projeto. Confio em que esses estudos serão enviados a esta Casa de forma positiva.

Então, não é verdade que não teremos oportunidade de ter emendas, porque existem outros expedientes para que possamos contemplar essas sugestões e pretendemos, confiamos que vamos fazer isso. Não haverá nenhuma manobra para derrubar emendas. Não existe essa possibilidade.

 

O SR. VINÍCIUS CAMARINHA - PSB - Sr. Presidente, tendo em vista que temos uma audiência pública discutindo a LDO, solicito a suspensão dos trabalhos por 30 minutos.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Srs. Deputados, tendo em vista que está havendo audiência pública sobre a LDO esta presidência atende o pedido do nobre Deputado Vinícius Camarinha e suspende a sessão até as 17 horas e 30 minutos.

Está suspensa a sessão.

 

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- Suspensa às 17 horas e 05 minutos, a sessão é reaberta às 17 horas e 34 minutos, sob a Presidência do Sr. Barros Munhoz.

 

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O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, vamos passar à Ordem do Dia.

 

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- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

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O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Há sobre a mesa requerimento nos seguintes termos: "Requeiro, nos termos regimentais, que a disposição das proposituras da presente Ordem do Dia seja alterada na seguinte conformidade:

- que o Item 29 - PLC 37/11 passe a figurar como Item 1;

- que o item 30 - PLC 38/11 passe a figurar como Item 2;

- renumerem-se os demais itens."

O requerimento é assinado pelo nobre Líder Samuel Moreira, e tem o número regimental de assinaturas.

Em votação. Os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas que estiverem de acordo queiram permanecer como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Item 1 - Discussão e votação - Projeto de lei Complementar nº 37, de 2011, de autoria do Sr. Governador. Dispõe sobre a reclassificação de vencimentos e salários dos integrantes do Quadro do Magistério da Secretaria da Educação. Com 16 emendas. Parecer nº 492, de 2011, do Congresso das Comissões de Justiça e Redação, de Educação e de Finanças, favorável ao projeto e contrário às emendas.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - Sr. Presidente, solicito regimentalmente uma verificação de presença.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - O pedido de V. Exa. é regimental. Convido os nobres Deputados Celso Giglio e Roberto Massafera para auxiliarem a Presidência na verificação de presença ora requerida.

 

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- É iniciada a chamada.

 

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O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, esta Presidência constata quorum e anuncia o início da discussão.

Tem a palavra o nobre Deputado Edinho Silva, para discutir a favor.

 

O SR. EDINHO SILVA - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, trago a posição da Bancada do Partido dos Trabalhadores. Defendemos o debate dos projetos de lei que tratam da proposta salarial do Governo de São Paulo ao Magistério, bem como aos servidores da Educação.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, é importante que se diga que o movimento sindical representativo dos educadores do Estado de São Paulo fez história ao não só ao lutar por uma política salarial justa aos nossos professores, a todos os trabalhadores envolvidos no processo educacional, mas também para que tivéssemos uma política educacional que valorizasse o ensino público, que oferecesse aos filhos dos trabalhadores deste Estado uma educação de qualidade. Portanto, nada foi dado aos educadores. Tudo, ao longo da história recente do Estado de São Paulo, foi objeto de muita luta e de muita conquista. Se hoje o Governo de São Paulo dialoga com os trabalhadores da educação, é porque o movimento sindical conquistou esse direito ao longo dos últimos anos. Pautou a educação como uma questão fundamental, que não só define a vida presente da educação do Estado, mas como uma questão que aponta para qual o futuro do Estado de São Paulo.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, educadores presentes neste plenário, hoje os sindicatos sentaram à mesa com o Secretário da Educação, fizeram o debate, dialogaram. Esta Casa teve um papel fundamental. Queremos reconhecer o papel que a Comissão de Educação cumpriu nesse processo. Queremos inclusive dar os parabéns ao Deputado Simão Pedro, presidente da Comissão de Educação, que cumpriu um papel importante nesse processo de diálogo. Queremos reconhecer a liderança do Governo, o Deputado Samuel Moreira, que também dialogou com os representantes do Magistério, com os representantes dos trabalhadores da educação, que intermediou o processo de negociação.

Sr. Presidente, foi um processo que efetivamente mostrou um avanço devido à postura das entidades representativas dos educadores. Os avanços foram construídos com muita luta, com a crença que eles representavam muito mais que a questão salarial e sim representavam o futuro da educação do Estado de São Paulo. A Bancada do Partido dos Trabalhadores reconhece esse processo, defende o método de diálogo. Defendemos hoje como defendemos ontem. Eu não era deputado na legislatura passada, mas, como presidente do meu partido, percebia o quanto a Bancada do PT se esforçava e se empenhava para que o governo anterior tivesse uma postura de diálogo, que reconhecesse a Apeoesp, a Afuse, que reconhecesse as entidades representativas dos trabalhadores da educação, que reconhecesse o papel dos aposentados.

Portanto, Sr. Presidente, sabemos que estamos diante de um avanço de método. Sabemos que estamos diante de um processo que efetivamente mostra que o diálogo pode construir posições de unidade.

Mas, Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, senhores educadores, a Bancada do Partido dos Trabalhadores traz aqui algumas preocupações. É muito importante que se tenha uma política salarial que aponte para o futuro, quando os trabalhadores e as entidades sindicais possam enxergar o futuro e também o governo possa ter uma perspectiva de planejamento orçamentário. Tudo isso é extremamente positivo. Mas a nossa Bancada, depois de muito debate, quer garantir que esse processo possa ser o início de um longo avanço de valorização dos professores, dos educadores e das educadoras, e evitar o risco de, no futuro, fazer uma avaliação negativa desse processo.

Com essa preocupação, Sr. Presidente, deputados da base do Governo, queremos que seja colocada uma emenda ao corpo do projeto que garanta, se tivermos um processo inflacionário que desequilibre os avanços garantidos nesse momento, que se reabra o processo de negociação. Se chegarmos a algum índice inflacionário, em 2013, que se aproxime dos 6%; em 2014, dos 7% ou em 2012, que coloquem em risco os 5%, o ganho apontado para 2012, se tivermos um processo inflacionário que coloque essas vitórias em risco, que o governo reabra o processo de negociação com as entidades sindicais, para que possamos, no futuro, não fazer um balanço negativo disso que consideramos uma vitória neste momento. Queremos também garantir que a incorporação dos 5% seja também reposta aos salários dos trabalhadores da Educação.

Para mostrar que existe uma postura de diálogo, queremos que o Governo sinalize para esta Casa que os educadores das Fatecs e Etecs terão o mesmo processo de diálogo. Portanto, terão o mesmo processo destinado aos trabalhadores da Educação, neste momento. É uma vitória do magistério? É. É uma vitória dos servidores da Educação do Estado de São Paulo? É, mas queremos que a rede de Ensino Técnico tenha também o mesmo tratamento.

Esta é a posição do PT: que a incorporação dos 5% da gratificação seja garantida no futuro, para que não estejamos celebrando uma vitória maior do que aquela que foi conquistada. Queremos a garantia da reabertura do processo de negociação se tivermos o índice inflacionário que coloque em risco o que estamos celebrando agora como ganho. Queremos que os educadores do Ensino Técnico tenham também o mesmo processo de diálogo que se estabeleceu com o Magistério e com os servidores da Educação Básica.

Se a Apeoesp e a Afuse celebram um processo de diálogo, por que não celebrarmos o mesmo processo de diálogo com os educadores do Ensino Técnico? Se foi possível com a Apeoesp e a Afuse, e a base do Governo nesta Casa viu o quanto que o diálogo garante a formação de pontos de consenso, por mais que tenhamos que lutar para que a Educação seja valorizada, para que os aposentados sejam reconhecidos. Efetivamente vimos que com o diálogo é possível, sim, haver negociação.

A Bancada do Partido dos Trabalhadores chama à reflexão os deputados e as deputadas da base governista para que, hoje, tenhamos uma posição de qual será a política salarial dos educadores do Ensino Técnico. Votaremos nesse projeto com muita alegria se tivermos a sinalização de que a gratificação será garantida no futuro como ganho salarial. Queremos votar com muita alegria se tivermos a garantia de que se o processo inflacionário se aproximar dos índices de 7% em 2014, de 6% em 2013 ou se superar os 5% em 2012, que se reabra o processo de negociação com a Apeoesp e a Afuse.

Essa é a nossa posição. Queremos, sim, a aprovação desse projeto, mas queremos celebrar a vitória da organização dos professores do Estado de São Paulo. Queremos, sim, celebrar o processo, a coragem das entidades sindicais de construírem esse processo, de acreditarem nesse processo. Queremos, sim, que os educadores sejam valorizados como parte de um processo de valorização da Educação, do futuro do Estado de São Paulo. Queremos, sim, que os aposentados sejam reconhecidos porque eles ajudaram a construir o processo educacional deste Estado. Queremos votar num projeto que simbolize tudo isso. Por isso, queremos que se permaneça o processo de negociação e de diálogo que esta Casa construiu. Muito obrigado, Sr. Presidente, Srs. Deputados, entidades e trabalhadores da Educação aqui presentes.

O SR. Vinícius Camarinha - PSB - Sr. Presidente, requeiro a prorrogação dos nossos trabalhos por duas horas e trinta minutos e por duas horas e vinte e nove minutos.

 

O Sr. Presidente - Barros Munhoz - PSDB - O pedido de V. Exa. é regimental. Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que forem favoráveis à prorrogação dos trabalhos por duas horas e trinta minutos permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

 

O Sr. Enio Tatto - PT - Sr. Presidente, regimentalmente solicito uma verificação de votação.

 

O SR. PRESIDENTE - Barros Munhoz - O pedido de V. Exa. é regimental. Esta Presidência vai proceder à verificação de votação pelo sistema eletrônico. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que forem favoráveis deverão registrar o seu voto como “sim”, os que forem contrários deverão registrar o seu voto como “não”.

 

* * *

 

- É feita a verificação de votação pelo sistema eletrônico.

 

* * *

 

O SR. ENIO TATTO - PT - Sr. Presidente, apenas para comunicar que a bancada do PT está em obstrução. (Manifestação nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Esta Presidência registra a manifestação do nobre Líder do PT, Deputado Enio Tatto.

Sras. Deputadas, Srs. Deputados, esta Presidência anuncia o resultado da votação. Participaram do processo de votação 47 Srs. Deputados, resultado que registra a não existência de quorum, razão pela qual o pedido de prorrogação fica prejudicado. (Manifestação nas galerias.)

Sras. Deputadas, Srs. Deputados, nos termos do Art. 100, inciso I, da XIII Consolidação do Regimento Interno, convoco V. Exas. para uma Sessão Extraordinária, a realizar-se hoje, 10 minutos após o término da presente sessão, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia:

- Projeto de lei nº 624, de 2011, de autoria do Sr. Governador que autoriza o Poder Executivo a realizar operações de crédito com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES, a Caixa Econômica Federal - CEF, instituições financeiras internacionais, organismos multilaterais e bilaterais de crédito, agências de fomento e bancos privados internacionais.

Sras. Deputadas e Srs. Deputados, nos termos do Art. 100, inciso I, da XIII Consolidação do Regimento interno, convoco V. Exas. para uma Sessão Extraordinária, a realizar-se hoje, 10 minutos pós o término da 1ª Sessão Extraordinária, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia: 1 - PLC 38/11, que institui Planos de Cargos, vencimentos e salários para os integrantes do Quadro de Apoio Escolar da Secretaria da Educação.

Em discussão. Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes, inscrito para falar contra.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários da Casa, cidadãos que nos acompanham pela TV Assembleia, profissionais da Educação aqui vigilantes, percebe-se exatamente a força da mobilização de vocês na medida em que o Governo não consegue o quórum mínimo para prosseguir com a ampliação do tempo da sessão ordinária normal. Continuem vigilantes para fazer a mobilização, a pressão em todos os deputados porque, tenho certeza absoluta, isso poderá favorecer o aperfeiçoamento deste projeto de lei.

Antes de entrar na discussão propriamente dita, gostaria de manifestar o meu agradecimento à Comissão de Prerrogativas da Assembleia Legislativa, na pessoa do seu Presidente, Deputado Campos Machado, bem como de todos os membros e ao Presidente da Assembleia Legislativa pelo célere encaminhamento de uma manifestação que fiz a essa Comissão de Prerrogativas.

A Comissão de Prerrogativas deliberou de oficiar ao Comando da Polícia Militar questionando a forma imprópria, absurda e ilegal com que o Comandante da Polícia Militar, Coronel Camilo, tratou a questão da punição disciplinar do tenente-coronel Ataíde, que trabalha no meu gabinete, por ele ter mandado um e-mail há três anos, encontrando-se aposentado há mais de dois anos como funcionário da Assembleia Legislativa e tendo no Art. 49, do Regulamento Disciplinar da Polícia Militar, claro, cristalino, independente de qualquer hermenêutica jurídica para se aplicar uma punição ao militar - e não disse se da ativa ou inativo - que esteja subordinado a outra autoridade. No caso não subordinado ao Major Olímpio. A subordinação é o Presidente da Assembleia Legislativa observar a nomeação. Desrespeitando tudo isso e desconsiderando a Assembleia Legislativa, o Comandante da Polícia Militar recolheu o preso por cinco dias, o tenente-coronel que trabalha no meu gabinete. Mas, acolhendo não a manifestação do Deputado Major Olímpio, mas uma desconsideração de uma autoridade do Poder Executivo, desconsideração total à lei, que foi votada por esta Casa, e à figura do Legislativo Paulista, a Comissão de Prerrogativas está entendendo pelo questionamento e por tomar futuros posicionamentos em relação a essa ilegal, antiética manifestação e ação do Comandante Geral da Polícia Militar, lamentavelmente para mim que ingressei na Polícia Militar 34 anos.

Eu nunca vi uma lei ser tripudiada, principalmente pelo Comandante Geral da Polícia Militar para saciar o desejo de vingança pessoal contra um parlamentar. Como ele não pode atingir um parlamentar, ao tentar atingir alguém que trabalha no meu gabinete, atinge a Assembleia Legislativa.

Deputado Campos Machado agradeço a manifestação de V. Exa. e a velocidade de decisão de todos os membros.

Aproveito a oportunidade para dizer também que assim como todos os parlamentares desta Casa tiveram, a partir de acordo do próprio Colégio de Líderes, a condição de um projeto seu ser votado, inclusive eu que não tinha projeto nenhum votado.

Foi V. Exa., Deputado Campos Machado, mais por amizade e consideração pessoal e o Deputado Enio Tatto, como líder do PT, que pressionaram e a aquiescência do Líder do Governo, Deputado Samuel Moreira, e do Presidente da Casa para que eu tivesse um projeto votado.

Agora vejo que estamos para terminar o semestre e V. Exa., que pensou no projeto de todo mundo, não teve o seu projeto votado. Nesse momento, o seu projeto está elevando a condição do próprio Legislativo no entendimento de que na hierarquia das leis, a lei se sobrepuja, ela é maior que qualquer decreto.

Nós tivemos uma alteração na estrutura da instituição Polícia Civil. A Lei 207 estabeleceu essa estrutura e somente outra lei poderia revogar, em parte, essa lei.

Deputado Campos Machado, eu sou solidário não só ao conteúdo do PDL 45 porque aqui não estou discutindo as pessoas, as autoridades envolvidas. Eu estou questionando o que vale mais. Se para a Assembleia Legislativa, que vota as leis, reconhecer que o decreto do governador vale mais que leis, aí não há o porquê da existência do Legislativo. Se o Legislativo entender que na hierarquia das leis, nas pirâmides das leis, a lei tem um papel superior nós podemos até discutir um projeto de lei enviado no futuro pelo governador que discuta, por exemplo, a estrutura das instituições.

Eu tenho uma tese que devamos ter uma corregedoria única, independente e subordinada diretamente ao Secretário da Segurança Pública, mas para todas as forças policiais. Mas isso só pode ser feito por um projeto de lei originário do Executivo e discutido nesta Casa, jamais por um decreto, porque seria desconsiderar a nossa existência.

Feitas estas considerações, passo a fazer consideração em relação ao PLC 37 e tenho de me ater a circunstâncias práticas.

Tenho de enaltecer, como já fiz, o papel da Assembleia Legislativa, que abriu a Casa para a realização desta audiência pública; tenho de enaltecer a figura do Secretário Hermann que veio para o debate e para ouvir.

Por que fazemos uma audiência pública? Simplesmente para se ouvir e nada ter de concreto quanto ao conteúdo da discussão? Aí foi inócuo.

Eu via o Secretário anotando tudo, com presteza e atenção, nas manifestações de todos os líderes trabalhadores da Educação, na manifestação dos deputados e eu pensando ‘agora a coisa vai’. Se o homem disse que fez 15 reuniões, que o projeto é um produto das manifestações de quem está na base, agora vai. Agora iremos construir para São Paulo um projeto de Educação e como bem disse o Secretário com alguns pilares, um deles a valorização do profissional.

Aí eu começo a ouvir os líderes das categorias profissionais. Vem um e coloca as contradições do projeto, o outro inconformidades, o outro injustiças, o outro esquecimentos, o outro a destruição de carreiras. Outros vêm e dizem ‘está-se falando em 42% mas destes 13% no primeiro ano, oito por cento é uma coisa que vocês já votaram, é a incorporação da gratificação, da GAM.’ Isso, do que aprendi no serviço policial, está capitulado no Artigo 171 do Código Penal: crime de estelionato.

Quer dizer que estamos votando uma coisa que já foi votado?!

Na verdade é cinco e se a inflação do ano der mais de cinco já estamos perdendo. E estamos falando na valorização das pessoas. E continuam as manifestações. E o Secretário anotando de maneira célere. Opa, vamos ter aperfeiçoamentos.

Vários líderes vêm dizer ‘deputados, existe uma lei que estabeleceu a data-base: 1º de março.’ E o Governador que sancionou era Geraldo Alckmin. E vamos dizer que o projeto vale a partir de agora?

Esqueçam o passado, não vamos discutir o passado, vamos olhar para frente. Ora, mas nem em relação à data-base?

Mais um desrespeito à Assembleia Legislativa. Meu Deus do céu, tudo o que a gente vota aqui não vale? Os projetos dos deputados já são vetados.

Quando se tem uma lei que foi construída pela história de luta dos próprios servidores públicos do Estado de São Paulo dizendo nós merecemos que se reconheça o que está na Constituição não inventaram nada. Esta Assembleia discutiu, aperfeiçoou o projeto e virou lei. Só que o próprio Geraldo Alckmin não cumpriu, Cláudio Lembo veio depois e não cumpriu, José Serra não cumpriu e volta Geraldo Alckmin e não cumpre.

Se a Assembleia Legislativa quer tomar uma postura harmônica em relação ao Executivo, mas independente e soberana em relação aos seus posicionamentos, fiscalizadora da lei que a própria Assembleia Legislativa votou, ela tem de fazer valer o que decidiu. Muitos dos deputados que aqui estão votaram esta lei. Eu não era deputado, mas se hoje sou deputado tenho de ser signatário da história da Assembleia Legislativa. A lei que foi aprovada na legislatura anterior vale para 100 anos, não para 100 dias.

Terminada a audiência pública rapidamente é anunciado um congresso de comissões. Todas as emendas que foram construídas a partir das manifestações dos próprios representantes dos trabalhadores da Educação foram derrubadas, como normalmente são.

Então era tudo um jogo? Olha, mas vocês tiveram oportunidade de se manifestar. Ah, que bom, Assembleia. Muito obrigado por nos permitir falar das nossas dificuldades.

Mas não aconteceu nada, nada de concreto. Mas é possível acontecer ainda. É possível que o Governo possa aquiescer e não é rebeldia da Assembleia não. É só fazer valer a sua própria história, ou seja, nós votamos aqui a data-base um dia, vamos respeitá-la já, vamos começar por este projeto da Educação fazendo valer esse aumento a partir de 1º de março. (Manifestação das galerias.)

E para todas as outras categorias profissionais que tiverem projeto nesse sentido vamos fazer respeitar a lei. É só isso. E se tivermos uma inflação maior? Não podemos apostar que a economia do País vá dar errado, mas se acontecer de o processo inflacionário ser maior, que a compensação seja proporcional. Temos de estabelecer regras mínimas para que se possa falar realmente em carreira.

Venho à tribuna de consciência tranquila para dizer que chegou o momento de a Assembleia Legislativa tomar uma posição, pelo menos neste PLC 37. Que vote pela retroatividade a 1º de março e não fique esta questão da GAM subentendida como 13% de aumento. Quanto aos aposentados, que possam ascender diretamente ao nível VIII porque fizeram jus para chegar no topo da carreira. (Manifestação das galerias.)

 

 O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Esta Presidência coloca em votação o pedido de prorrogação da sessão por duas horas e 29 minutos.

As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo queiram permanecer como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

 

O SR. ADRIANO DIOGO - PT - Sr. Presidente, requeiro uma verificação de votação.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - O pedido de V. Exa. é regimental. Esta Presidência vai proceder à verificação de votação pelo sistema eletrônico. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que forem favoráveis deverão registrar o seu voto como “sim”, os que forem contrários deverão registrar o seu voto como “não” ou registrar abstenção.

 

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- É feita a verificação de votação pelo sistema eletrônico.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Aldo Demarchi.

 

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O SR. ENIO TATTO - PT - Sr. Presidente, declaro que a bancada do PT está em obstrução.

 

O SR. PEDRO BIGARDI - PCdoB - Sr. Presidente, declaro que a bancada do PCdoB está em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - ALDO DEMARCHI - DEM - A Presidência registra a manifestação de V.Exas.

 

O SR. ADRIANO DIOGO - PT - Sr. Presidente, retiro o pedido de verificação de votação.

 

O SR. PRESIDENTE - ALDO DEMARCHI - DEM - É regimental. Está aprovada.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Barros Munhoz.

 

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O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Para discutir a favor, tem a palavra o nobre Deputado Adriano Diogo.

 

O SR. ADRIANO DIOGO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, respeitosamente requeiro uma correção. Embora seja favorável ao aumento, sou contrário ao projeto, me inscrevi para discutir contra. Quero registrar que sou contrário. Por quê? Vou ler o documento “Na ponta do lápis, reajuste concedido pelo governo do estado, de 35% para os professores, vai recuperar só 1/3 das perdas salariais desde 1998 causadas por Covas, Alckmin e Serra”.

Pois bem, senhoras e senhores, esse documento foi elaborado pela assessoria da bancada do PT, liderada pelo deputado Enio Tatto. O que diz esse documento? A verdade dos fatos.

Embora o governo esteja anunciando cifras espetaculares, vamos fazer uma análise dos fatos. Em que pese a Apeoesp e as entidades do professorado e do funcionalismo estarem fazendo uma luta fortíssima, vamos ao que interessa.

Apenas 1/3 das perdas salariais dos professores, no Estado de São Paulo, entre 1998 e 2010 serão recuperadas com o reajuste anunciado pelo governo, sem contar que o percentual divulgado de 42,2 não corresponde à realidade, isto porque nele está inclusa a incorporação das gratificações que somam 92 reais. Com isso o percentual de reajuste de fato é de 35,5% divididos em 4 parcelas anuais que se estendem até 2014: 8,5% em 2011, já descontado o valor da gratificação; 10,2% em 2012; 6% em 2013 e 7% em 2014. Daqui a 4 anos esse reajuste, 35,5%, descontada a inflação de 22,2 dará um ganho real de 13%. Em contrapartida as perdas dos professores alcançaram 36,75% de 98 a 2010. Fazendo as contas a inflação até 2014, projetada na LDO, 6,5% em 2011; 5% em 2012; 4,5% em 2013 e 4,5% em 2014, chegará a 22,2%. Substituindo-se esse percentual do reajuste concedido pelo governo, 35,5 menos 22,2 chega-se ao valor de aumento real, em 4 anos, de 13%. Isto é, 1/3 das perdas que os professores sofreram no período.

Além disso, há também decisões judiciais que obrigam o governo conceder gratificações aos aposentados. Isso obrigou o governo paulista a acabar com a política de gratificações que não são incorporadas à aposentadoria. Desse modo os professores aposentados já incorporaram, por decisão judicial, as gratificações concedidas e terão reajuste de 35,5%. Os que não conseguiram ter essa decisão favorável irão receber 42%.

A Afuse calcula que as perdas salariais dos funcionários da Educação alcançam 146% e o reajuste proposto pelo governo do estado é de apenas 27,17%. Tendo em vista que será incorporada a gratificação de 80 reais, paga atualmente, sendo que em 1º de julho alcançará 6,9%; em 2012, 4,96%; em 2013, 6%; em 2014, chegará a 6,89%. A inflação prevista pelo governo estadual, de 22,2%, desse modo recuperará apenas 5% das perdas salariais.

O projeto peca por não garantir ao funcionário da Educação e ao professor mecanismos de correção salarial tal como os governos Lula e Dilma corrigiram o salário mínimo: inflação mais a variação do PIB, que efetivamente tem garantido ganhos reais para a população mais pobre.

A bancada do PT entende que sem essa garantia essas garantias podem ter esses ganhos salariais corroídos pela inflação e propôs emendas para corrigir essa situação.

O projeto apresentado pelo poder executivo modifica o critério adicional de local de serviço, em vez de 20% sobre os salários passará a ser calculado com base na UBV, sendo que para o professor com 40%, que passará ter 4 inteiros e 50 centésimos quando em jornada integral de trabalho docente.

A Lei complementar 1080, de 17 de dezembro de 2008, fixou em 100 reais a UBV - Unidade Básica de Valor. Desse modo, se o professor receber, com 40 horas/aula, próximo a 370 reais pela legislação anterior, com a nova legislação o valor será de 450 reais. Porém, o professor no meio de carreira receberia 2600 reais, ou seja, 520 reais, fazendo com que os professores tenham perdas salariais. Além disso, se não houver reajuste da UBV, em 2014 um professor, em início de carreira, ganharia 473 reais. Portanto já perderia 24 reais com a nova fórmula. Além disso, no meio da carreira a perda seria maior. Para exemplificar, um professor que recebe quatro mil reais teria a perda de 350 reais. O projeto prevê o alongamento de faixas na horizontal de V para VIII. Para o professor isso significa que antiga lei de 1997 - o incremento será salarial - seria de 21%, e agora com os novos níveis chega a 40,7 por cento. Mas deve-se levar em conta que com péssimas condições de trabalho poucos conseguiriam isso, visto que serão necessários 30 anos de trabalho para alcançar essa solução.

Outra alteração importante se refere à Lei do Mérito, visto que a Lei Complementar 1.097, de 27 de outubro de 2009, fixa a evolução por prova em cinco níveis, e somente 25% dos aprovados seriam beneficiados. O projeto do Governo acaba com esse percentual, mas dificulta o professor de alcançar a sua evolução. Na lei do Governo Serra, a primeira evolução era de quase 25% e agora será apenas de 10,5 por cento. Na lei atual, com as duas evoluções, o aumento salarial seria de 50%; e na lei vigente o docente deveria tirar nota 6 e 7 nas provas, e com a nova lei para evoluir para o mesmo nível na quarta prova deverá tirar nota 8. Dessa forma, dá com uma mão, e ao permitir, teoricamente, que mais professores possam evoluir, tira com a outra.

Devemos ainda lembrar que se o Governo ainda quiser evitar a evolução de muitos, basta terem uma prova mais difícil, o que fará com que poucos consigam esse benefício. O projeto ainda peca por não ter como será essa avaliação. Creio que uma prova só é um contrassenso, visto que a norma educacional é nunca avaliar o aluno por apenas uma prova. Se esse é o critério, como avaliar o professor da mesma forma? (Palmas.) Além disso, a falta de critérios é um desestímulo à carreira, visto que não há critérios permanentes para a evolução profissional. Se o Estado quer avançar, poderia tomar as mudanças feitas para a evolução funcional dos professores criadas no Governo Erundina, que com alterações sobrevive até hoje e garante uma evolução digna aos professores do Município de São Paulo.

Emendas são necessárias (Palmas.) para que pelo menos garanta o reajuste da UBV anualmente, para que o Executivo mande para a Assembleia um projeto de lei com critérios de evolução funcional por mérito e altere a forma de evolução, favorecendo o professor.

O Governo, nesse projeto, não prevê o que pretende fazer com o Bônus Mérito. Lembremos que em recente matéria do jornal “Valor Econômico” o Governo defendeu o fim do bônus, agora negado pelo Governo Alckmin, que contou em 2009 com recursos de 665 milhões, o que levaria a um aumento médio de 145 reais no salário recebido pelo professor, funcionários, coordenador pedagógico, supervisor e aposentados.

Esse valor representaria um reajuste de 13,2% para o professor com jornada de 24 horas e 7,25 para o professor com jornada integral, por ano. Desse modo, fica demonstrado que o que se pretende, de fato, é trocar o dinheiro gasto com o bônus com aumento de salário. Isso ocorre tendo em vista as várias decisões judiciais que já estão acontecendo e o valor do bônus para os aposentados, que já estão acontecendo, para o valor dos aposentados da Educação. Não adianta mandar cartinha para eleitor dizendo que está ajudando os beneficiados e não fazer nada de concreto.

O Governo paulista bem que poderia usar o excesso de arrecadação, previsto para cinco bilhões em 2011, para de fato ressarcir as perdas dos servidores da Educação, visto que o reajuste de 12% por ano cobriria as perdas acumuladas e daria um reajuste para eliminar o efeito da inflação projetada para 2014. A substituição do bônus pelo aumento salarial é benéfica ao professor da ativa, pois aumenta os ganhos com as vantagens adquiridas ao longo do tempo com quinquênio, sexta-parte e outras promoções ao longo da carreira, além de incorporar para a aposentadoria, que é calculada tomando como referência o salário-base.

Para o aposentado, essa decisão é benéfica, pois garante o reajuste salarial. O anúncio de Alckmin é uma confissão pública do sucateamento da Educação pública dos Governos Covas/Alckmin/José Serra e do arrocho imposto à categoria dos professores. Além do mais, revela uma estratégia para estancar a crescente falta de professores dispostos a receber um salário ínfimo pago pelo Governo do Estado, especialmente em uma época de crescimento que falta mão de obra especializada e que é mais viável conseguir uma colocação profissional que lhe garanta um rendimento melhor.

A imprensa paulista pouco falou que a Justiça Federal manteve a lei que obriga que um terço da jornada de trabalho do professor seja fora da sala de aula. Além disso, o piso nacional do professor ter sido contado pelo salário-base, tal como determina a lei federal, assinada pelo Presidente Lula. Essa lei não é cumprida pelo Governo paulista e a decisão da Justiça faz com que se crie 55 mil novos cargos para o professor, segundo avaliação da Apeoesp, visto que um professor com carga máxima teria que dar, com a nova lei, 26 aulas com aluno, diferentemente das 32 que são dadas anualmente. Isso é um verdadeiro benefício à qualidade da Educação, visto que se o professor tem tempo para preparar aulas, corrigir provas, estar menos estafado para fazer seu trabalho.

Diante desse quadro, espera-se que o Governador Alckmin cumpra a lei e envie à Assembleia Legislativa projeto reestruturando a jornada do professor e abra brevemente concurso público para o Magistério.

Por último, chama a atenção que até o momento o Governo do Estado não enviou a esta Casa o projeto de lei de reajuste de 11% para os servidores das Etcs e das Fatecs anunciado há 45 dias, demonstrando total falta de compromisso com essa categoria tão importante para o desenvolvimento do Estado.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Esta Presidência tem a satisfação de anunciar a presença entre nós da Senadora Marinor Brito, do PSOL, do Pará. (Palmas.) A ela as homenagens do Parlamento paulista.

Para discutir contra, tem a palavra o nobre Deputado Carlos Grana, pelo tempo regimental.

 

O SR. CARLOS GRANA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, servidores da Assembleia Legislativa, professores, representantes das entidades dos servidores públicos do Estado de São Paulo, Apeoesp, Afuse, telespectadores da TV Assembleia, em boa medida a apresentação de documento lido pelo Deputado Adriano Diogo expressa, em síntese o pensamento do conjunto da Bancada do PT na Assembleia Legislativa.

Um aspecto desse debate precisamos valorizar, a tão propagada valorização da Educação em nosso Estado, fator fundamental para o desenvolvimento econômico, social e sustentável do nosso Estado. Em todo período eleitoral é dito que Educação é uma prioridade, só que no momento em que estamos debatendo uma política de valorização dos profissionais da Educação no Estado, muita hipocrisia estamos observando aqui na Casa hoje.

As palavras proferidas ontem, durante a audiência com a presença do Secretário de Educação do Estado de São Paulo, pelo nosso Presidente, digníssimo Deputado Barros Munhoz, em uma das suas colocações deu ênfase ao fato de que o projeto do Executivo entra aqui na Casa, mas é papel do parlamentar da Assembleia Legislativa aprimorar os projetos.

No entanto, o que estamos acompanhando até o momento é que não está havendo, por parte da bancada de sustentação do Governo nenhuma abertura de inclusão de nenhuma emenda apresentada pelos Deputados. Querem passar o rolo compressor, sem nenhuma alteração, sem nenhum aprimoramento. Estamos a menos de 24 horas do discurso proferido pelo nosso Presidente, dito claramente ao Secretário de Educação: vamos aprimorar o projeto.

E que aprimoramento temos até agora? Estamos concentrando, por parte da Bancada do PT, em três emendas e, aí sim, nós estamos aprimorando o projeto. Que segurança temos a permanecerem os mesmos percentuais de reajuste para os próximos quatro anos - 2011, 12, 13 e 14?

É louvável termos uma política, a exemplo do que fez o Governo Federal, que negociou com as centrais sindicais uma política permanente para o salário mínimo: INPC mais a variação do PIB de dois anos anteriores, uma política que nos últimos cinco anos garantiu a valorização real do salário mínimo em quase 70%, em valores reais.

Temos que tomar muito cuidado. Ao aprovarmos o projeto original, da forma como está, estaremos colocando em risco uma política de valorização. Qual é o risco? O risco de que esse projeto, da forma como está, temos a possibilidade - torcemos para que isso não ocorra - de que o reajuste dos próximos três anos seja inferior à inflação do período. Por isso, muito cuidado. Vamos ficar atentos.

Não estamos falando aqui de uma reposição da inflação integral. Quem dera pudéssemos garantir um reajuste para os servidores do nosso Estado, como é o contrato de reajuste nos pedágios no Estado de São Paulo, que é pelo IGPM, que nos últimos anos, desde 1998, quando se estabeleceu a política, variou 213%, e agora mesmo estamos tendo mais um aumento dos pedágios. Ah, o pedágio pode ter indexador, o pedágio pode garantir a inflação pelos maiores indicadores, nem pelo IPCA e nem pelo INPC. É o indicador do IGPM. Se fosse pelo IPCA, seria de 131%. Portanto, estamos dando um ganho real para as concessionárias de pedágio no Estado de São Paulo, de 35,82% de aumento real.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato.

 

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E estamos com receio de garantir que temos uma política que assegure não só a inflação. Por isso, o apelo da Bancada do PT é que tenhamos a garantia de, primeiro, termos a segurança, estabelecer uma cláusula que garanta a condição de nunca ser inferior à inflação do próximo período.

É uma salvaguarda, como os pedágios têm. Temos que garantir também para os servidores uma salvaguarda e também uma política que mantenha o poder aquisitivo. É louvável. Fiz muitos acordos na iniciativa privada, à frente da CUT, do Sindicato dos Metalúrgicos, da Confederação, acordos de longo prazo.

Mas acordos de longo prazo precisam ter salvaguarda, porque podem ocorrer, ao longo dos próximos anos, mudanças na conjuntura econômica, na conjuntura política. Por isso é fundamental que o acordo de longo prazo tenha como uma das suas garantias uma salvaguarda que garanta a manutenção do poder aquisitivo e que ao longo recupere o poder aquisitivo dos nossos educadores e dos servidores do nosso Estado.

Por último, data-base é uma questão central. Não existe essa história de reajuste ser pago a partir de 1 º de julho. A Assembleia aprovou, foi sancionado. Reajuste tem que ser a partir da data-base, que é março. Aqui há muitos Deputados que vieram do setor privado e sabem praticar e reconhecer a data-base. Portanto, a retroatividade e a garantia da data-base são fundamentais.

São emendas que vêm no sentido de aprimorar e aperfeiçoar o projeto, para dar segurança de curto, médio e longo prazo. Quiçá pudéssemos evitar a greve, que acabou sem nenhum acordo, com o funcionalismo das Etecs e Fatecs. Ficaram vários dias de greve, e aquilo que foi apresentado na campanha eleitoral pelo atual Governador Geraldo Alckmin como a pérola do reino do Estado, um ensino de excelência, a visão de futuro, hoje está desmascarada, porque os salários praticados para os profissionais das escolas técnicas do Estado de São Paulo são uma vergonha para o Estado.

Que perspectiva de ensino de qualidade, profissionalizante, buscando avanço na ciência, na tecnologia para o nosso Estado, se temos os profissionais, - e é dito em campanha eleitoral - que são o símbolo da eficiência, do modelo. E hoje, poucos meses depois, são apresentados os holerites, a carga horária, uma vergonha para o Estado de São Paulo.

Se apostamos no futuro de um Estado que terá o pré-sal, que terá desenvolvimento econômico, se o Brasil vai receber seus principais eventos mundiais, Copa do Mundo, Olimpíadas, precisamos ter a educação do nosso Estado como uma questão fundamental para que o Brasil possa ser essa potência. São Paulo, o maior estado, mais importante do ponto de vista econômico, o carro-chefe da nossa Nação, não pode tratar seus profissionais, seus servidores como vêm sendo tratados nesses últimos anos e que, infelizmente, tem se manifestado sua continuidade.

Fiquei muito feliz ontem na audiência pública quando o Deputado Vinícius Camarinha, entusiasmado com a possibilidade de buscar entendimento, e tenho certeza de que suas palavras foram muito sinceras, demonstrou uma grande convicção na possibilidade de construirmos um acordo inédito. Confio nisso e continuo acreditando que possamos. Mas é preciso que a base do governo transforme as palavras ditas aqui durante audiência pública em ação concreta. Agora é hora de decidir, agora é hora de votar. Não pode haver um discurso na segunda-feira e 24 horas depois não se concretizarem as palavras. É preciso que as palavras ditas ontem, com o plenário lotado, com muita representatividade, com todas as lideranças presentes - tenho certeza de que muitas lideranças saíram satisfeitas com as palavras proferidas pelo Presidente Barros Munhoz e pelo Secretário da Educação - sejam consagradas ainda hoje com a aprovação, incluindo as emendas e aperfeiçoando esse projeto. Muito obrigado.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Barros Munhoz.

 

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O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Para discutir a favor, tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins, pelo tempo regimental de 15 minutos.

 

O SR. MARCOS MARTINS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, educadores, trabalhadores da Educação, estamos no momento em que se avizinha a possibilidade de, no mínimo, esse enlatado poder ser aberto. É como se fosse uma lata fechada. Veio para esta Casa e não podemos abrir. Precisamos abrir essa lata e fazer alguma coisa, o mínimo possível. Não dá para aceitar uma situação dessas. O Estado de São Paulo está em décimo lugar na avaliação nacional de desempenho. É ruim o estado mais rico da federação ficar numa situação dessas. Se não fizermos alguma coisa, não melhorarmos, em vez de ter dois professores por sala de aula, não teremos nenhum. Os funcionários das escolas também não vão aguentar mais, se não garantirmos pelo menos a data-base. É um absurdo, todo ano se repete. Parece uma ladainha. Não se respeita a data-base. É março. É preciso fazer o reajuste retroativo para garantir o mínimo. Há uma lei aprovada na Assembleia Legislativa. O Governador do Estado também precisa respeitar a lei.

Deputados que aqui estão, quem não tem um conhecido, um vizinho, um parente professor ou servidor de escola? Pensem nisso. Vamos encontrar os professores por aí. Pode ser num casamento, num aniversário. Isso será direta ou indiretamente manifestado. Quero fazer um apelo aos deputados. Ainda tempo de aceitar as emendas que apresentamos. Pelo menos a data-base, pelo menos garantir que a inflação seja recuperada nesse reajuste.

As escolas, muitas delas, caindo aos pedaços. É preciso fazer manutenção. Não podemos deixar para as APMs cuidar de manutenção de escola e depois ficarem sendo processadas porque contrataram funcionários. Foram obrigados para fazer a manutenção de escolas do Estado. De repente, professores sendo cobrados, os pais que estão na APM, tentando ajudar a escola, sendo questionados na Justiça do Trabalho por terem contratado pessoas para ajudar na manutenção mínima das escolas e depois não terem como pagar, ter de fazer rifa, fazer bingo, aquela mendigagem.

Chegou a hora de mudanças. Fala-se tanto em criatividade, em competência. Precisa ter competência e transformar em prática. Essa lata de sardinha fechada precisa ser aberta. Precisamos aceitar pelo menos algumas emendas. É preciso aceitar as emendas da oposição. A oposição quer ajudar o Estado, ajudar a educação. Para isso, precisamos de mínimas condições de trabalho e de salário para os servidores.

Quero manifestar a solidariedade da Bancada do PT ao Deputado Olímpio Gomes. Estamos manifestando o nosso apoio aos funcionários da segurança pública. A população se sente insegura, e não é culpa dos servidores da segurança pública. Mas esses recebem o mesmo tratamento dado à educação, uma falta de respeito. É o mesmo para a saúde. Hoje tivemos uma audiência com o Secretário de Saúde na Comissão de Saúde, que presido. Lá ouvimos as manifestações dos deputados. Não é possível continuar dessa forma. O Secretário veio para falar da quantidade de irregularidades na saúde, as prisões no Conjunto Hospitalar de Sorocaba, que respinga em outros hospitais. Não basta colocar o ponto eletrônico. É preciso ter uma compensação, condições salariais para quem trabalha na saúde. Senão, vai ficar igual aos professores, na mesma situação. Não podemos mais permanecer com uma situação como essa. Os 5% que os professores já tiveram no GAM, e que sumiram, precisam ser devolvidos. Não é possível uma coisa destas: dá com uma mão, e já tira logo com a outra. É rapidinho, que nem o pedágio. Só que o pedágio vai aumentar, e os professores não terão aumento.

Sr. Presidente, tendo em vista que estamos discorrendo sobre um projeto tão importante, solicito uma verificação de presença.

 

O Sr. Presidente - Barros Munhoz - PSDB - O pedido de V. Exa. é regimental. Convido os nobres Deputados Jooji Hato e Cauê Macris para auxiliarem a Presidência na verificação de presença ora requerida.

 

* * *

 

- É iniciada a chamada.

 

* * *

 

O Sr. Presidente - Barros Munhoz - PSDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, a Presidência constata número regimental de Srs. Deputados em plenário, pelo que dá por interrompido o processo de verificação de presença e agradece a colaboração dos nobres Deputados Jooji Hato e Cauê Macris.

Continua com a palavra o nobre Deputado Marcos Martins.

 

O SR. Marcos Martins - PT - Sim, temos número regimental, mas ainda não temos a votação nem o reconhecimento das emendas para, no mínimo, melhorar esse projeto que vem ensacado, com a boca amarrada: aqui não pode mexer. E com guarda em volta. É desse jeito.

Não podemos aceitar uma situação dessas.

 

O SR. MARCO AURÉLIO - PT - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Agradeço pelo aparte, nobre Deputado. Estava pensando em algumas coisas, até na aula de Administração Pública que eu dava na faculdade.

A partir da Constituição de 1988, foi estabelecido no Brasil o estado de direito. O que significa isso? Estado de direito significa que nós todos estamos submetidos a um processo legal, a uma lei. Existe uma lei que diz que a data-base é 1º de março. A Constituição e ordenamento das leis dizem que para alterar uma lei é necessária a presença de outra lei, ou seja, somente uma lei é que muda outra lei. Não é por decreto, não é a vontade do governador, não é a vontade de um deputado, não é a vontade de ninguém. E quem faz lei é o Poder Legislativo.

Desconhecemos, Sr. Presidente, Barros Munhoz, que haja nesta Casa um projeto de lei aprovado que tenha alterado a data-base. Não tem. Ora, se não tem uma lei que alterou a data-base de 1º de março para 1º de julho, significa que a data-base é 1º de março. (Palmas.)

Quando o Governo manda um projeto de lei para esta Casa, concedendo um reajuste a partir de 1º de julho, temos que pressupor que houve um erro, que houve um lapso. Na Assembleia Legislativa, o projeto passa pelo crivo de 94 Srs. Deputados. Por quê? Porque são 94 pessoas que representam a população para verificar se tem algum problema constitucional, se tem algum problema legal ou se tem alguma coisa no mérito. (Palmas.)

Sr. Presidente, a Bancada do PT, junto com outras bancadas, está alertando que está errado o que o Governador mandou. Não temos autoridade para alterar nem um percentual a mais, mas temos a obrigação de alterar a data-base para 1º de março, sob pena de que esta Assembleia, sabendo que tem o dever de preservar a lei, seja penalizada amanhã por não ter cumprido a função dela.

A lei foi feita aqui. Então, a não aprovação da emenda é diminuir a nós mesmos. Fica o clamor de todos nós. Não é uma questão de que o Deputado Marcos Martins queira, de que o PT queira, de que o Deputado Marco Aurélio queira. Não é nada disso, mas uma questão de cumprimento da lei.

Pedimos para a bancada de sustentação do Governo que aprove essa emenda para que seja feita justiça legal, para que seja cumprida a lei. É só isso. Até porque quando qualquer um de nós descumpre a lei é punido. Não é possível que esta Casa avance para descumprir a lei, penalizando a população, penalizando a comunidade, penalizando os servidores. (Palmas.)

Deputado Marcos Martins, parabéns pelo seu discurso, por V. Exa. colocar muito bem a necessidade de cumprirmos a data-base, que, repito, não é questão de vontade própria de ninguém, é questão legal. Obrigado. (Palmas.)

 

O SR. EDINHO SILVA - PT - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Obrigado pelo aparte, nobre Deputado.

Uso o microfone de apartes porque entendemos que a TV Assembleia tem uma audiência grande. Há pouco, a Bancada do Partido dos Trabalhadores foi fazer uma reunião para discutir o projeto e o Presidente, Deputado Barros Munhoz, anunciou que eu estava saindo do Plenário para que quem estivesse assistindo imaginasse, de forma equivocada, que eu me retirei do Plenário não porque a nossa bancada estivesse fazendo uma reunião para debater o projeto.

A Bancada do Partido dos Trabalhadores está trabalhando de forma árdua nesse projeto para colaborar com o Governo, tentando corrigir os equívocos. É verdade que eu me retirei temporariamente do Plenário, mas num trabalho de bancada, ajudando a construir as alternativas para o projeto.

Queremos que o Governo respeite os interesses dos educadores. Se não debatermos o índice inflacionário, daqui a pouco estaremos diante de uma derrota daqueles que constroem a Educação no nosso Estado. Muito obrigado.

 

O SR. MARCOS MARTINS - PT - Muito obrigado, Deputado Edinho. Sabemos que a nossa bancada, além de estar presente, vai votar também em conjunto da mesma forma. O que estamos defendendo são as emendas para melhorar este projeto, como foi dito na audiência pública. Quando o Governador envia o projeto para cá é para ele ser aprimorado. Para isso, é preciso ser emendado. Temos de abrir a lata e ver o que tem dentro. Se nem isso podemos fazer, como aprimorá-lo? É impossível. O funcionalismo não é bobo, sabe o que quer. Todo ano isso se repete e as greves vêm. O funcionalismo não está morto, não podemos duvidar disso.

Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, principalmente os deputados da base de sustentação do Governo. Pensem que vão encontrar professores e servidores em algum lugar perguntando “Como vai ficar a nossa situação? Vamos ter de aguentar até quando? Dois professores por sala? Já há um meio capenga. Daqui a uns dias não vai ter nenhum.” Aliás, há salas de aula que nem tem professor.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Antes de passar a palavra ao próximo orador, este Presidente quer pedir desculpas ao nobre Deputado Edinho Silva pela manifestação infeliz que foi por ele criticada, com razão. Peço desculpas.

Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino, para falar contra.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários, professores que nos acompanham das galerias, é importante que um projeto dessa envergadura esgote todos os debates. Muitos que nos acompanham na TV Assembleia talvez não tenham entendido o fato de a bancada do Partido dos Trabalhadores ter se colocado contra o projeto que o Governador encaminha para esta Casa. Se a ideia de que era um projeto maravilhoso, inovador e que os professores adoraram foi vendida aos quatro cantos do Estado. A população deve pensar: “Por que será que o Partido dos Trabalhadores, contrários ao projeto apresentado, fez 15 emendas?”

Dessas 15 emendas, foram produzidas 70 páginas apenas para o Projeto de lei Complementar nº 37. A bancada do Partido dos Trabalhadores pegou o projeto de lei encaminhado à Assembleia Legislativa pelo Governador e fez um estudo minucioso ao projeto apresentado. Essas emendas foram praticamente desprezadas ao longo desse período.

Segundo estudos do Dieese, no período de vigência do atual Plano de Carreira do magistério do Estado de São Paulo - Lei Complementar 836/97, há perdas salariais dos profissionais da educação de 36,74% - mesmo considerando o último reajuste que houve no ano de 2005.

Ainda dentro do projeto de lei, segundo o Governo, esta correção está sendo feita na proposta apresentada na Alesp. Quero deixar claro para os Srs. Deputados e Sras. Deputadas que isso não é verdade, pois o projeto de lei, em primeiro lugar, divide a proposta em quatro parcelas os 36,74%, que já é a perda salarial dos aposentados. Essa divisão em quatro parcelas, incorporando gratificações, entre elas a GAM - Gratificação por Atividade do Magistério, que já está sendo incorporada por força da Lei Complementar 1.107/2010.

Na verdade, o Governador está pegando algo que já é direito dos trabalhadores, dos professores, apresentando uma mesma proposta. Pela proposta do Governo, a primeira parcela a ser paga no holerith de agosto/2011 é de 13,8 por cento. Essa é uma grande enganação. Nessa parcela está incluída 5% da Gratificação Geral - dinheiro que já está no holerith atual, inclusive dos aposentados.

Na parcela de 2012, de 10,2%, é também uma grande enganação também - nela está incluída a incorporação de mais 5% da GAM, que já está sendo incorporada pela Lei 1.107/2010. Na verdade o reajuste é de 5,2% sobre o salário base da categoria, e não 13,8 apresentado pelo Governador.

As duas últimas parcelas, 6 e 7% a serem pagas em 2013 e 2014, na verdade representarão a reposição da inflação do período, o que vale dizer que a proposta em si não recompõe o poder dos salários dos profissionais da educação.

O projeto traz ainda alterações no pagamento do ALE -Adicional de Local de Exercício, hoje, 20% do salário base, pago para as escolas de difícil acesso.

Vale lembrar que em 2008 muitas escolas perderam o ALE por serem consideradas fora das áreas de vulnerabilidade social. Ocorre que não justifica uma escola a menos de 100 metros de distância uma da outra ter ALE, e a outra não ter.

Pela proposta apresentada, muda o seguinte: ao invés de o ALE ser pago na proporção de 20% do salário base, será pago com base em UBV- Unidade Básica de Valor, criada pelo atual projeto e que não se determina como será a forma de reajuste da mesma.

Se você pegar o exemplo de um salário de R$ 1.500,00 - o ALE, hoje, vale 300,00. Pelo projeto, a depender da jornada de trabalho e o enquadramento do profissional, poderá valer o mesmo. Entretanto, se esse salário crescer, o ALE diminuirá, o que na prática também, retrata uma política de contenção de gastos.

São vários os problemas apresentados pelo projeto de lei apresentado pelo Governador do Estado de São Paulo.

O projeto propõe ainda alterações na Lei 1.097/2009, que instituiu a prova de promoção por mérito. Atualmente, pela referida Lei, poderão ser promovidos até 20% dos profissionais de uma determinada faixa e que forem aprovados. Essa promoção significa um impacto de 25% de reajuste para os contemplados. Pela alteração, todos aprovados serão promovidos, entretanto, a diferença salarial entre uma faixa e outra, passa a ser apenas de 10,5%, Isso mostra mais uma vez a ficção, pois o recurso gasto é o mesmo! É o mesmo recurso que já vinha sendo desembolsado pelo Governador do Estado de São Paulo antes desse projeto ser apresentado na Assembleia Legislativa. É o mesmo montante sendo distribuído de forma diferente e com isso não tem uma valorização aos trabalhadores professores do Estado de São Paulo.

Srs. Professores que nos acompanham na Assembleia Legislativa, ano após ano, o orçamento é apresentado pelo governador à Assembleia Legislativa. Todo os anos é apresentado o superavit no Orçamento do Estado de São Paulo. Então, é inadimissível que o mesmo recurso que está sendo apresentado agora para os professores, que seria uma benesse, que seria um ganho, é acrescido com recurso suplementar, senão estoura a peça orçamentária. Mas esse recurso não volta para garantir a melhora salarial para os trabalhadores professores do Estado de São Paulo. Só no ano passado, em 2010, foi 9 bilhões a mais de arrecadação no Estado de São que não foi repassado para a área da Saúde, para Educação como deveria pela Lei Orgânica do Estado de São Paulo.

O maior problema dessa promoção por mérito, diz respeito aos critérios para a inscrição no processo. O profissional precisa ter permanência na mesma unidade escolar de 4 ou 3 anos(a depender da faixa que está enquadrado), frequência de 80% desse período e assiduidade, terceiro critério quase impossível de ser atingido pois, nele estão incluídas as faltas mesmo consideradas, legalmente, como de efetivo exercício: falta médica, abonadas, licença por falecimento de pessoas da família, casamento, licença prémio - que é concedida pelo fato do funcionário ser assíduo, entre outras.

Somente para exemplificar, se um funcionário, ao longo dos 4 ou 3 anos ficar de licença médica por um período de 18 dias, não está apto para fazer a prova de promoção, já que não atingirá a pontuação da assiduidade, que é de 2.306 pontos.

As emendas que apresentamos pelo Partido dos Trabalhadores, como eu disse, são 70 páginas, 15 emendas apresentadas pelo PT. Essas emendas que apresentamos são principalmente na Emenda nº 6 e na Emenda nº 10, que é a evolução imediata na carreria sempre que o funcionário atingir 915 dias no serviço público estadual, o que leva em consideração a permanência e a experiência profissional no magistério.

As emendas apresentadas na Assembleia Legislativa é para tentar corrigir as distorções apresentadas pelo Governador do Estado de São Paulo, que não valoriza os trabalhadores professores da Educação do nosso Estado.

Vale lembrar que dentro desse projeto também temos, hoje, uma preciosidade do Movimento dos Trabalhadores Sindicais de todo o País, que é o direito à data-base. Os metalúgicos tem uma data-base definida, os químicos tem uma data base definida, os petroleiros tem uma data-bse definida e conseguimos, com muito custo, na Assembleia Legislativa, uma data-base, no mês de março, do funcionalismo do Estado de São Paulo. Essa data-base foi uma lei conquistada com muito esforço pelo funcionalismo do Estado de São Paulo. Então, não pode agora, de uma forma subliminar, o governador encaminhar o projeto de lei à Assembleia Legislativa e tirar a data-base dos trabalhadores da Educação. Hoje é a dos trabalhadores da Educação, amanhã é a da Saúde, depois da Polícia Militar e dos funcionários da Assembleia Legislativa. Essa a forma que o Governo do Estado de São Paulo trabalha. Ele tenta dar de um lado, mas tenta tirar do outro. Não aceitamos que no projeto ora apresentado retire a data-base do funcionalismo. Queremos respeito à lei. Queremos que seja garantido o mês de março como a data-base, a retroatividade à proposta apresentadas com as emendas pelo Partido dos Trabalhadores.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, no momento, é importante ouvir no Estado inteiro todo mundo falando da importância da Educação, falando do crescimento do Brasil, da necessidade do crescimento do Estado e colocar o professor, a Educação como prioridade para o desenvolvimento do Estado. Só que hoje estamos percebendo, pelo projeto apresentado pelo Governador do Estado, que não tem aqui a valorização do professor, do funcionalismo.

No nosso País, sem o professor não tem médico, engenheiro, advogado, economista e sem professor também não tem professor e não tem desenvolvimento no nosso Estado. Por isso, defendemos as emendas apresentadas pelo PT para corrigir a distorção e o grande erro do Governador do Estado de tentar induzir os Deputados a votarem o projeto para desreitar uma lei estadual. Muito obrigado.

 

O SR. MARCO AURÉLIO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, quero comunicar a V. Exa. e a esta Casa que depois de amanhã, dia 30, haverá uma reunião de prefeitos da Região do Vale do Paraíba, e que o convite é estensivo aos demais deputados. Essa reunião do Codivap será na cidade de Aparecida.

O Codivap é o Conselho dos Prefeitos do Vale do Paraíba, Litoral Norte e região serrana. O que vai ser discutido na reunião do Codivap nessa próxima quinta-feira, a partir das 9 horas e 30 minutos da manhã, é exatamente a questão da criação da Região Metropolitana do Vale do Paraíba.

Sabemos que foi criada a Região Metropolitana de São Paulo com voto unânime de todos os Deputados desta Casa, inclusive com emendas que foram aceitas e isso fez com que o projeto melhorasse bastante. V. Exa. também teve uma participação importante nas audiências públicas.

Quinta-feira agora, vai ser pautado exatamente esse tema da Região metropolitana do Vale do Paraíba. Fica aqui o convite a V. Exa. e a todos os demais Deputados. Se Deus quiser, eu estarei presente para levarmos junto aos prefeitos da Região do Vale do Paraíba, Litoral Norte e região serrana essa importante discussão da região metropolitana.

Somos favoráveis à região metropolitana que inclua todos os municípios: Litoral Norte, região serrana, o Vale Histórico e o Vale do Paraíba. Por quê? Porque apesar de não ter a conurbação de todos os municípios, temos problemas idênticos como o de saúde, de segurança, do Rio Paraíba, que é comum em toda a região, do desenvolvimento econômico, a necessidade de ter desenvolvimento integrado, um plano de turismo integrado. Portanto, um assunto importante na Ordem do Dia, que o Deputado Carlinhos pautou nesta Casa já em 2001. Essa discussão já vem há longo tempo na Assembleia Legislativa.

Eu quero registrar, novamente, essa reunião da Codivap na quinta-feira, depois de amanhã, na Cidade de Aparecida, a partir das 9 horas da manhã,para discutir a região metropolitana.

 

A SRA. TELMA DE SOUZA - PT - Sr. Presidente, quero fazer uso da palavra para Comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Deputada Telma de Souza, V. Exa. está inscrita para discutir e poderia usar da palavra para Comunicação já da tribuna.

 

A SRA. TELMA DE SOUZA - PT – PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, antes de tecer algumas considerações sobre o PLC 37 e a questão de professores, a cuja categoria pertenço, desejo fazer três comunicações.

A primeira delas é na linha do que o Deputado Marco Aurélio falou e agradecer da tribuna aos Deputados Celso Giglio, Hamilton Pereira e Beto Trícoli pela presença comigo na audiência sobre a discussão da Região Metropolitana da Baixada Santista.

Muito obrigada, senhores deputados, V. Exas. abrilhantaram este evento.

A segunda - e é um bom momento antes do recesso - é para que o nosso restaurante, nosso pequeno espaço de alimentação tão elegante, retorne ao seu espaço anterior, no Café dos Deputados, porque de cada 20 deputados, 25 querem este retorno. Então, um mistério ronda esta questão. Aqui estamos perto do plenário, recebemos as pessoas que vêm nos visitar, temos a televisão, não faltamos às votações porque estamos pertos, então não tem sentido, sem falar que a Deputada Célia Leão tem de dar uma volta em todo o prédio porque as escadas são impeditivas da sua livre mobilidade. É um absurdo esta Casa ter esse tipo de posição antidemocrática.

A terceira e última comunicação é para dizer que hoje fizemos um ato formal de abertura da 4º Secretaria para receber as Sras. Deputadas e os Srs. Deputados. E tive a honra de receber em primeiro lugar o Deputado Welson Gasparini, que muito gentilmente deu sugestões para a ação da 4ª Secretaria. Depois, a Deputada Ana do Carmo, a representante da Deputada Célia Leão que naquele momento estava numa audiência fora da Casa, a Deputada Leci Brandão, o Deputado André do Prado, o Deputado Itamar Borges, a Deputada Vanessa Damo, a Deputada Rita Passos, o Deputado João Antonio, o Deputado João Paulo Rillo, o Deputado Carlos Grana, o Deputado Alencar Santana e, finalmente, o Deputado José Bittencourt e ofereço a V. Exa., Sr. Presidente. Se puder dar uma passadinha será um prazer. Ela tem um toque feminino com plantas, com alguns quadros de qualidade, mas com um vigor político que só as mulheres sabem ter e o senhor conhece isso.

 

A SRA. TELMA DE SOUZA - PT – Eu falo das mulheres porque vou me dirigir a uma categoria que é, não exclusivamente, mas basicamente, formada de mulheres.

Eu quero iniciar pela parte positiva. Disse hoje na reunião de bancada do Partido dos Trabalhadores que temos uma expectativa muito positiva com o Sr. Secretário da Educação.

A Madre Teresa de Calcutá disse que saber ouvir é uma forma de rezar. Não sou chegada a orações prontas, mas saber ouvir é mais que uma forma de rezar. É também uma forma democrática de se exercer os conflitos e tentar resolvê-los. A questão do funcionalismo público de São Paulo não é diferente.

Eu sou da categoria, eu sou professora da rede estadual.

Já tive oportunidade de falar tanto no Auditório Teotônio Vilela como aqui neste plenário da responsabilidade que tem o Secretário de Educação e essa responsabilidade ela é, antes de mais nada, de quem vem da área da Educação. Não vou falar da Polícia, da Saúde, dos médicos que têm salários diferenciados, mas da minha categoria porque isto pode ser extensivo às outras questões.

Nós estamos lidando com um plano de carreira que data de 1997, portanto, temos uma defasagem acumulada de 15 anos. Não é mera coincidência, esta é uma concepção que o PSDB tem em relação ao ensino e essa concepção precisa ser estudada, precisa ser modificada, de maneira madura, porque é possível que alguns dados estarrecedores estejam nos espreitando.

Em primeiro lugar, quero dizer àqueles que nos veem principalmente pela TV Alesp que a proposta feita pelo Governo é a seguinte: 13,8% em 1º de julho deste ano; 10,12% em 1º de julho de 2012; 0,6% em 1º de julho de 2013; 0,7% em 1º de julho de 2014 e 42,2% num período de quatro anos. Isto é um absurdo. Mais do que isso.

Se formos comparar a perda salarial e as gratificações, veremos que em sendo as gratificações incorporadas, o reajuste fica em torno de 8,35% para a jornada de 40 horas. Isso em números percentuais. Em números absolutos, o salário inicial teria um aumento de 229,07 centavos, entretanto temos 92 reais referentes às gratificações que o professor já recebe. Então, o reajuste real desce de uma maneira assombrosa para 137,07 reais por mês. É muito pouco.

A Apeoesp, entidade máxima que congrega os professores, acusa uma perda salarial e uma necessidade de reposição de 36,74%, portanto praticamente 40% contra 42 em quatro anos e 8% agora neste momento.

Por que falo isto? Porque não podemos compactuar com um modelo de ensino que não decide o que fazer com a alfabetização de adultos, com a recuperação de jovens e adultos através do EJA, que é o projeto para atender aqueles que escaparam por ‘n’ motivos da ação escolar, não sabemos o que acontecerá com a escola da família - se é que vai continuar - e se os professores recrutados para tal vão receber esse percentual porque não recebem. Enfim, temos de saber o que fazer não só com a perda salarial daqueles que estão na ativa, mas em especial com os aposentados.

Não podemos tratar o professor como se ele fosse um elemento dispensável da estrutura da Educação. Um professor é salário, é ação pedagógica, é ser humano dando exemplo dentro da sala de aula. (Manifestação das galerias.) Mais do que isso.

Eu disse duas vezes ao Secretário aquilo que temos como postura e como brilho de nossa alma este discurso não é o discurso do conhecimento do livro. Esse é um discurso da sabedoria de vida, daquilo que acumulamos com nossas alegrias, com nossas tristezas, mas lamentavelmente, agora, com muito desrespeito e até com muita humilhação. É frequente na hora do recreio professoras fazerem aumentar o seu salário com a venda de pequenos doces ou salgados ou produtos cosméticos.

Como que essas pessoas vão entrar numa sala de aula onde o seu exemplo é muito mais eficiente do que aquilo que falam, se estão sendo humilhadas no que há de mais sagrado para elas, que é a profissão que escolheu e principalmente a passagem da altivez para os alunos? A grande maioria dos alunos vem de periferias extremamente inseguras, sem condições familiares, de famílias desestruturadas, sem condições de segurança. Como esse professor, que não é respeitado na sua inteireza, na sua altivez de categoria e de profissão, passará esse recado ao seu aluno?

Meus companheiros de plenário falaram muito sobre partes financeiras, sobre percentuais e reposições, mas eu quero falar de algo mais importante. Eu dizia para o Deputado João Antonio que não é possível que uma data-base não seja respeitada pelos governantes deste estado. Deputado Grana, que vem da região do ABCD, é diplomado em discussões e luta sobre a questão salarial e falou com perfeição, não há nada mais a acrescentar. A data-base é uma negociação madura entre os sindicatos das categorias e aqueles que governam.

Penso que, quando estamos aqui reunidos para essa votação, sabemos que a nossa caminha é muito árdua, muito longa e incansável. Eu disse ao Deputado João Antonio e espero que ele reprise isso: são 16 anos de um modelo educacional equivocado. Porque, se não fosse equivocado não teríamos esse número de evasão escolar, não teríamos que fazer a promoção automática sem as crianças saberem escrever seu próprio nome, sem a estrutura física e material das próprias escolas não terem aquilo que se chama respeito à criança que vai sentar nos bancos escolares.

Por isso, Sr. Presidente, penso que hoje é um dia extremamente importante. Sei que os deputados da base do governo entendem e concordam com o que estamos fazendo. As reposições têm que vir numa velocidade maior do que o que está sendo proposto. Temos que ser respeitados por tudo que representamos na sociedade. Uma geração já foi vítima de um crime de lesa cidadania. Estamos na metade de uma segunda geração. Vamos continuar com esse modelo? Está equivocado, está errado, senão as manifestações em prol do professorado não seriam tão efusivas e tão numerosas.

O que falar das Etecs e das Fatecs? As Etecs pagam 10 reais para os professores de curso profissionalizante. As Fatecs pagam 18, e são faculdades. E o vale coxinha de 4 reais? Venho da Região da Baixada Santista onde temos uma Etec numa região que precisa profissionalizar os jovens onde para 240 alunos há 8 computadores. Sequer tem um bebedouro de água. Fui fazer reivindicação junto com os professores e alunos e fui acusada, por medo do diretor, de estar fazendo proselitismo político eleitoral. Como, se acabei de ser eleita deputada estadual? Isso é um absurdo.

As Etecs e Fatecs teriam que ser a joia da coroa num estado onde a industrialização é a maior deste país. E a região do pré-sal, da Baixada santista, que deveria ter cursos profissionalizantes públicos para a captação de petróleo e de gás? Nessa pequena escola tem um curso de secretariado, um de logística de maneira geral e outro de administração. Nada sobre o pré-sal. Nada trazendo o jovem para ser qualificado para ser depois alguém com dignidade no mercado de trabalho, com seu justo trabalho.

Por isso, Sr. Presidente, termino dizendo que essa luta é longa. Invertemos a pauta porque sabemos que depois do empréstimo dado nada valeremos porque a moeda de troca já foi dada. Inteligentemente esta Casa mudou a pauta. Nós, do PT, nos inscrevemos para falar a favor porque é uma tática. Nós somos a favor do aumento e o queremos já, porque já tarda 16 anos.

Quando não se escuta o clamor da base de uma sociedade, que é a sala de aula, que é a criança, nada poderemos fazer na política. Nada. O Deputado Marcolino falou, todos passam pelas mãos dos professores - médicos, advogados, enfermeiros, e, como fazer que uma categoria que está aqui hoje, que se manifesta com a força da sua garra e altivez da sua força de combate tenha uma extensão dentro da sala de aula para ter cada vez mais um estado de São Paulo mais justo, mais igualitário, mais respeitoso, mais culto, mais educado, bem formado, e, mais do que isso, contribuindo para o Brasil avançar naquilo que o Presidente Lula fez e a Presidenta Dilma continua a fazer que é aumentar a capacidade de retirar as pessoas da pobreza extrema, fazendo com que elas tenham o direito ao lugar ao sol. E quem delimita esse lugar ao sol somos nós, professores. Por isso que temos que lutar até o fim pelos nossos direitos que não estão sendo respeitados. Muito obrigada.

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, com profunda tristeza venho a este microfone para dizer que lamentamos a morte de mais um policial militar há poucos instantes, na zona leste. O soldado Otávio, da 2ª Companhia do 44º Batalhão de Polícia Militar, na Vila Robertina, acabou sendo baleado com 2 tiros na cabeça ao tentar evitar um roubo num estabelecimento comercial.

Muito embora o momento seja de discussão do projeto de valorização dos profissionais da educação é bom que se saiba que a população do Estado de São Paulo perde mais um defensor, a Polícia Militar perde mais um dos seus guerreiros no enfrentamento da criminalidade. Muito embora o soldado Otávio estivesse no seu horário de folga não titubeou e não se omitiu ao perceber que pessoas estavam em risco no interior do estabelecimento comercial. Ao cumprir sua obrigação acabou sendo alvejado com 2 tiros na cabeça, vindo a falecer. O soldado Otávio ingressou na Polícia Militar em 1997 e era tido como excepcional profissional pelos seus comandantes e pelos seus companheiros.

O meu lamento como policial militar e deputado, e tenho certeza que é o lamento de todos desta Casa e de todo o povo paulista.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Esta Presidência se associa à manifestação de pesar do nobre Deputado Olímpio Gomes.

Tem a palavra o nobre Deputado João Antonio, pelo prazo regimental.

 

O SR. JOÃO ANTONIO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, em primeiro lugar quero esclarecer para aqueles que estão nos assistindo na TV Assembleia os motivos da obstrução da bancada de oposição nesta Casa. Esse é um instrumento regimental. Fazer obstrução no parlamento muitas vezes é um instrumento eficaz para as conquistas de melhoras nos projetos aqui debatidos. Nós vamos esticar a corda até o limite para que possamos fazer com que esse projeto em debate e outros que o governo pretende votar nesta Casa possam ser de fato melhorados pelos deputados paulistas.

Entendemos que o parlamento não é simplesmente um espaço para dizer amem para aquilo que vem do governo. O parlamento tem autonomia e independência para votar nesta Casa aquilo que melhor satisfaça os interesses do povo paulista.

Não temos nenhuma dúvida de que o projeto em debate nesta Casa está aquém dos interesses dos paulistas, porque trabalhadores públicos, especificamente da Educação, desmotivados, significam um prejuízo para a população paulista e para o futuro de São Paulo.

Quero dizer aos parlamentares presentes neste debate e àqueles que estão assistindo pela TV Assembleia que são 17 anos de sucessivos governos tucanos no Estado de São Paulo, o estado mais rico da federação, o estado que deveria de fato zelar pela coisa pública, zelar pelo bom nível da educação. Infelizmente, nesses 17 anos de domínio dos tucanos no Estado de São Paulo não presenciamos essa valorização dos profissionais da Educação.

Em primeiro lugar, arrocho salarial nunca visto na história desse estado. Segundo, só quem visita uma escola consegue perceber o ambiente de trabalho que os professores e os profissionais da Educação estão sujeitos a enfrentar cotidianamente. Desafio os deputados desta Casa a visitar algumas escolas na cidade de São Paulo, na grande São Paulo, e também no interior. Escolas que muitas vezes, muitas delas por falta de investimento do governo do estado, mais parecem campos de concentração. Aquelas que estão em melhores condições, os professores que aqui estão sabem muito bem como é o custo, o que a diretora tem que fazer junto com cada professor para poder envolver a comunidade para resgatar a dignidade dos alunos e melhorar o ambiente escolar. Graças ao esforço da comunidade escolar, algumas escolas, sem nenhum investimento do governo do estado, conseguem melhorar um pouco o ambiente escolar. Isso para não falar do enorme descaso com a segurança pública para a população em geral e no entorno das escolas. Vejam, os professores são ameaçados cotidianamente por maus elementos e quantas vezes temos a notícia de que professores são assaltados ao saírem das escolas. O governo estadual não oferece a segurança devida aos professores e aos alunos. Se querem de fato presenciar tráfico ostensivo de drogas, é só ir às portas de algumas escolas. A droga campeia. Os professores e os pais travam uma luta cotidiana para salvar as nossas crianças do assédio dos traficantes no Estado de São Paulo.

Essa é uma realidade objetiva, uma realidade que não precisamos de muito tempo para constatar. Basta conversarmos com qualquer funcionário público para ver a desmotivação do policial militar do nosso estado, que é um dos que ganha menos entre todos os estados da federação. Basta conversar com os profissionais da saúde pública nesse estado para saber a lastimável condição desses funcionários desmotivados, por falta de incentivo do governo do estado. E hoje estamos aqui debatendo a situação dos profissionais da Educação.

Aliás, governo democrático, que pretende uma sociedade desenvolvida, que não investe pesadamente na Educação, faz meramente proselitismo político. Se de fato desejamos um estado cada vez mais desenvolvido e cada vez mais democrático temos que valorizar os profissionais da Educação, que precisam ter tempo não simplesmente para dar aulas nas salas; precisam ter tempo para se preparar. O que ocorre hoje no Estado de São Paulo, não somente na educação, é que funcionários públicos que de fato prezem pelo seu trabalho não conseguem sobreviver porque são mal pagos.

Na Educação esse é um fato. Por isso, nobres Deputados, nós, do Partido dos Trabalhadores, não admitimos essas ideias de tentar de um jeito sorrateiro passar uma imagem para a opinião pública de um aumento que não acontecerá na prática. Os professores sabem muito bem que não é verdade que o Governo do Estado está dando 42,2% escalado no tempo nos vários anos. Aliás, a Deputada Telma de Souza bem formulou aqui que eles estão legitimando parte desse aumento com o abono que já deveria muito tempo ter sido incorporado ao salário dos professores e que não incorporaram até agora. E sabemos que esse abono não incorporado significa que os professores vão ter mais dificuldades na sua aposentadoria, nos seus benefícios. Se quiserem dar os 42% de aumento, temos objetivamente que acrescentar a esse aumento o abono dos professores. Estamos conscientes de que votaremos favoravelmente a esse projeto, desde que consigamos aqui evoluir, sensibilizar todos os deputados desta Casa e a base governista, em primeiro lugar a votar favoravelmente a emenda que não é da oposição, mas da categoria dos professores, que é a retroatividade. Queremos garantir a retroatividade desse aumento - isso em primeiro lugar. E em segundo lugar, queremos a incorporação do abono no aumento.

O Deputado Enio Tatto me disse que até admitimos 2,5, no primeiro ano, de aumento e 2,5% no segundo ano, mas essa emenda é fundamental. E por último, essa questão inflacionária, que para nós é fundamental. Os professores que têm conversado com a nossa bancada têm nos alertado que a inflação, do jeito que está o aumento, poderá corroer - dependendo de como ela virá - o aumento no tempo. E vamos estar impedidos, se aprovarmos a lei no formato atual, de fazer novas negociações salariais nos próximos anos. Por isso que estamos propondo a emenda, uma emenda singela: “Art. 1º - Fica assegurada aos integrantes da carreira do Magistério, nos termos do Art. 37, inciso X da Constituição Federal e do Art. 1º da Lei 12.391, de 2006, a revisão salarial anual”. Isso é uma garantia contra uma possível inflação. E o “Parágrafo Único - A revisão de que cuida o Caput desta lei será efetuada, levando em conta o crescimento real do Produto Interno Bruto do Estado de São Paulo, relativo ao antepenúltimo ano daquele em que a revisão deverá ocorrer”. Esta é uma emenda para concluir este projeto, que protege a categoria de futuros imprevisíveis, principalmente em caso de inflação.

Então termino esta minha fala dizendo aos nobres Deputados desta Casa que a Bancada do Partido dos Trabalhadores deseja, de fato, que essas emendas sejam incluídas no projeto original, e que possamos votar um projeto, não com apoio da base governista, mas com apoio de todos os deputados desta Casa. Que de fato seja um avanço em relação ao passado, aos 17 anos desse Governo que só fez arrochar o salário dos professores e do funcionalismo neste Estado. Com essas emendas nós marcharemos juntos e votaremos favoravelmente ao projeto. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro.

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente desta Casa, desta sessão, nobre Deputado Barros Munhoz, quero aqui dar o testemunho da postura que V. Exa. adotou junto com os demais líderes. Entre eles queria destacar o papel do nosso líder da Bancada do PT, Deputado Enio Tatto, mas quero ressaltar o papel dos demais líderes quando propuseram a realização de uma audiência pública, permitindo que esta tribuna, essas cadeiras fossem ocupadas pelas lideranças das entidades do Magistério, das entidades que representam os trabalhadores da Educação. Elas puderam debater aqui com o Secretário, Prof. Hermann, os motivos que as entidades e, por extensão, o que nós, deputados do PT, do PSOL, da oposição pensamos a respeito dele: é positivo, mas precisa de ajustes para se tornar um projeto que nos permita dizer que vai haver algum avanço a Educação em São Paulo a partir desse debate. Então foi um bom momento.

Estive conversando com o deputado líder do Governo, e hoje, na reunião da Bancada do PT, senti que temos um clima para avançar nesse projeto. Onde precisamos avançar para melhorá-lo e votá-lo? Primeiro, esclarecer e corrigir aquilo que o Governo alardeou em relação ao volume do reajuste. O Governo alardeou que estava promovendo um aumento de mais de 42%, escalonado em quatro anos, começando neste ano com 13%, a partir de 1º de julho. No ano que vem mais 10%; em 2013 mais 6%; em 2014 mais 7 por cento. Só que o Governo fez aí uma manobra, porque incluiu nos 13% desse ano e nos 10 do ano que vem algo que já havia sido conquistado pelos trabalhadores da Educação, em função do movimento que fizeram no ano de 2009 e 2010, a incorporação dos 15 por cento.

Lembro-me que no debate aqui a nossa defesa era que pelo menos aquela gratificação dos 15% fosse feita de uma vez. E o Governo optou em fazer em três vezes: 5% no ano passado, que já foi concedido, 5% este ano e mais 5% ano que vem.

Srs. Deputados, Sras. Deputadas, espero que consigamos votar esse projeto com uma emenda aglutinativa que corrija isso, ou seja, não dá para o Governo incluir no novo projeto de lei algo que já havíamos votado no ano passado. Isso precisa ser corrigido.

A nossa defesa é que tirem os 5% este ano e tirem os 5% no ano que vem. Mas sei que há possibilidade de negociação nesse aspecto, Sr. Presidente. É algo que precisa ser recolocado aqui.

A outra questão - muito caro não só para os profissionais da Educação, mas para o conjunto do funcionalismo - é uma outra conquista que já foi feita, a data-base, o 1º de março. Ou seja, um Governo que sanciona uma lei e que não se dispõe a cumprir, que moral e que autoridade pode ter?

Estamos reivindicando que esse reajuste seja retroativo a 1º de março. É uma forma de fazer justiça, de recolocar o debate no seu lugar correto e permitir que as categorias - agora estamos discutindo a Educação - possam ter um espaço para negociar com o Governo. Isso não vai causar nenhum colapso nas finanças do Estado.

Falei hoje com o Secretário do Planejamento, que veio na Comissão de Finanças e Orçamento, e falei com o Secretário da Educação na semana passada e tivemos a oportunidade de falar ontem: de 2007 para 2010 a arrecadação do Estado cresceu 50%, em função do crescimento da economia, em função dos empréstimos que o Governo conseguiu, com o aval do Governo Federal, e o aval desta Assembleia, empréstimos para investimento no Metrô. Inclusive, o Governo quer que nós votemos um outro empréstimo agora, de 2,9 bilhões, já negociado com a Caixa Econômica Federal, já negociado com o BNDES.

Portanto, o orçamento do Estado tem crescido sistematicamente, de 85 bilhões em 2007 para 150 bilhões em 2011. Não é pouca coisa. Enquanto o orçamento cresce, diminui o percentual que o Governo usa para pagar o funcionalismo: de 39% no ano passado, caiu para 38% neste ano, sendo que a Lei de Responsabilidade Fiscal diz que o Governo pode gastar, em folha de pagamento, até 51%.

Esse reajuste, essa recomposição dos salários não vai criar nenhum problema com a Lei de Responsabilidade Fiscal, e nem com as finanças do Estado, porque o País está vivendo um momento importante. O Governo do Estado está podendo obter empréstimo para investir em outras áreas, a custo baixo.

Isso significa simplesmente o Governo ter vontade política para dizer que quer de fato melhorar a Educação, que quer de fato investir no funcionalismo. Basta vontade política. Nós provamos aqui, por números e dados do orçamento, com outras informações, que há margem suficiente para que a recomposição salarial do funcionalismo se dê.

Mas o Governo quer fazer isso a conta-gotas. Ele quer fazer aos pouquinhos, quer ir engessando, para dizer que está com muita boa vontade. Acredito, sim, não vou esconder aqui, na boa vontade do Secretário Hermann. Mas nós precisamos convencer o Secretário de Planejamento e de Finanças, e precisamos da boa vontade do Líder do Governo aqui, dos demais líderes, e fazer esse diálogo enquanto podemos, com o Governo, para aperfeiçoar esse projeto através de uma emenda aglutinativa.

Quero chamar a atenção para um outro ponto, relacionado ainda a esse projeto 37/11, que trata do reajuste do funcionalismo da Educação. Existe um problema colocado nesse projeto: se considerarmos a inflação passada, de 2006 para cá, há uma defasagem dos salários dos trabalhadores na Educação, de 36%, Sr. Presidente.

O Governo está propondo 42%, já incorporando as gratificações acertadas no ano passado, 42% a serem atingidos daqui a quatro anos. Na LDO, o Governo projeta uma inflação, nos próximos quatro anos, de 22%. Portanto, se tirarmos as gratificações que já são conquistas, se tirarmos a inflação projetada, na verdade os trabalhadores do Magistério terão reajuste de 13% no total. E se descontarmos os 36%, na verdade, daqui a quatro anos teremos um déficit de mais de 20%.

Na verdade, o Governo sinaliza que é um grande reajuste, que é um grande presente, mas na verdade, se fizermos as contas, daqui a quatro anos isso será insignificante. Isso precisa ser corrigido. O Deputado João Antonio se referiu a essa emenda que os relatores infelizmente não acataram, que propõe que no dia 1º de março, todo ano, haja um espaço para a recomposição da inflação que corroeu os reajustes.

Essa emenda, acatada, é uma salvaguarda que estamos dando para o movimento sindical, para as entidades, para o funcionalismo, de que eles não vão ter mais perdas ainda, com relação à inflação futura.

Isso é fundamental para conseguirmos avançar nesse projeto. Se o Governo de fato tem disposição de recuperação do que aconteceu com a Educação, que foi uma violência o que o Governo anterior fez, ao tratar os professores como culpados pelo fracasso na Educação, jogando a sociedade contra os trabalhadores. Isso foi feito: a polícia, a repressão, a derrota que quis imprimir aos trabalhadores. Então, se o Governo de fato quer recompor, quer dialogar, precisa dialogar com essas emendas que estamos propondo, e com esses problemas que estamos apontando.

Cedo um aparte ao nobre Deputado Cauê Macris.

 

O SR. CAUÊ MACRIS - PSDB - Agradeço a V. Exa. pelo aparte. Eu estava aqui prestando atenção no discurso de V. Exa., e vi que V. Exa. se inscreveu para falar favoravelmente ao projeto. Gostaria de saber se V. Exa. é favorável ou é contrário ao projeto.

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - Deputado Macris, ontem a Bancada do PT no Congresso de Comissões foi muito franca e muito direta. Somos favoráveis, com restrições, e somos favoráveis às emendas para aperfeiçoar o projeto. A pergunta de V. Exa. não tem cabimento. Somos favoráveis à recuperação salarial. Vimos com boa vontade, temos disposição de votar favoravelmente. Existe todo um processo de negociação ainda em curso, mas não tenho problema em dizer que somos favoráveis, inclusive às nossas emendas, e queremos que esse projeto seja melhorado. Obrigado pela pergunta.

Sr. Presidente, estamos vivendo um momento em que o País discute o Plano Nacional de Educação, que está em debate no Congresso Nacional. Há 15 dias esta Assembleia teve a oportunidade de receber a Comissão Especial que está analisando o PNE aqui na Assembleia, num debate que propõe investimentos de 7% do PIB em Educação, que propõe investimentos e um plano a longo prazo para a próxima década.

É o momento de avançarmos. Não podemos perder esta oportunidade. Simplesmente votar naquilo que o Governo manda para cá e é desse jeito. A Assembleia tem um papel fundamental de debater esse projeto, aperfeiçoar a legislação, e então podermos avançar.

Perguntei ao Secretário do Planejamento, hoje, na Comissão de Finanças, sobre qual a concepção e o conceito que S.Exa., Emanuel Fernandes, tem da participação social. Ele disse que o conceito de participação social importante é a participação do Parlamento no aperfeiçoamento legislativo. Não podemos abrir mão dessa oportunidade de construímos um acordo e avançarmos nesse projeto para darmos tranquilidade aos profissionais da educação.

Cedo um aparte ao nobre Deputado Marco Aurélio.

 

O SR. MARCO AURÉLIO - PT - Nobre Deputado Simão Pedro, já que V. Exa. foi questionado se é contra ou a favor do projeto, acho que o grande questionamento que temos de fazer é se o Governo Alckmin é contra ou a favor do funcionalismo. A impressão que dá é que os 17 anos de Governo do PSDB são contra o funcionalismo. Um projeto como esse é o reconhecimento do massacre que fizeram. Se tem alguém aqui que é contra se chama governo do PSDB Geraldo Alckmin, que é contra o funcionalismo.

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - Muito obrigado, nobre Deputado Marco Aurélio, pela intervenção.

Não vamos perder essa oportunidade, vamos melhorar o projeto, vamos caminhar para uma emenda aglutinativa que recupere a data-base, os índices de inflação e que possibilite, no caso do projeto 38, que vamos debater, melhorias também, pois há espaço para aperfeiçoarmos. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, público presente, nossos colegas trabalhadores da educação, professores, pessoal do quadro de apoio, assomo à tribuna, em primeiro lugar, para pedir apoio a todos os partidos desta Casa de Leis no sentido de que possamos, antes do término da discussão do Projeto de lei Complementar n° 37, construir uma emenda aglutinativa para melhorar esse projeto enviado pelo Palácio dos Bandeirantes que reflete não só os anseios do magistério estadual, mas não atende, como já disse aqui inúmeras vezes, nem de longe a valorização dos profissionais da educação.

Se esse projeto não for alterado por nós, deputados, de acordo com as propostas apresentadas pelas entidades representativas do magistério, pela Apeoesp, Apase, CPP, Udemo, Afuse, CNTE, por todas as entidades que compõem o conjunto da luta dos servidores, estaremos votando novamente um projeto que não trará benefícios para os servidores da educação. Temos uma possibilidade de alterar o curso desse projeto. Se ele for aprovado dessa maneira, a Assembleia Legislativa estará se curvando aos interesses do Palácio dos Bandeirantes.

Ontem, no Congresso de Comissões, foram rejeitadas as nossas emendas. Foram apresentadas mais de 60 emendas para que o projeto fosse melhorado. Uma das emendas que nós, do PSOL, apresentamos, foi a que garante o reajuste de 42% numa única parcela, retroativo ao mês de março e não como o governo está propondo no seu projeto, parcelando esses 42% em quatro anos. Esse parcelamento vai diluir o valor desse possível reajuste em quatro anos. Esse reajuste será engolido pela inflação. Na verdade, ele nem repõe a inflação passada.

Existe uma dívida monstruosa com os servidores do Estado de São Paulo. O próprio Supremo Tribunal Federal está julgando neste exato momento uma ação promovida pelos servidores do Estado de São Paulo pedindo o pagamento retroativo a 1997 do não cumprimento da data-base. O relator do processo, o Ministro Marco Aurélio Mello, deu um parecer favorável aos servidores do Estado de São Paulo. Isso é uma vitória. Há um processo de julgamento. Lemos o relatório do ministro, ele condena o Estado de São Paulo, diz que o Estado está na mais profunda ilegalidade. O Estado de São Paulo é condenado por um Ministro do Supremo, que diz que o Estado de São Paulo é transgressor da legislação. Temos esse apoio do Supremo Tribunal Federal, que faz coro com os nossos pronunciamentos e com as nossas denúncias.

Sr. Presidente, é importante que a base do governo, que não estou vendo aqui hoje - onde está a base do governo para apresentar uma proposta que seja condizente com a valorização dos profissionais da educação? Como não estou vendo a base do governo presente, somos 94 deputados, mas vejo a Assembleia Legislativa vazia para discutir uma questão tão séria e prioritária, a defesa da educação pública gratuita e de qualidade, e sobretudo a defesa do magistério, o protagonista dessa educação.

Diante disso, para que tenhamos mais pessoas para debater, Sr. Presidente, solicito uma verificação de presença.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - O pedido de V. Exa. é regimental. Convido os nobres Deputados Rodrigo Moraes e Milton Leite Filho para auxiliarem a Presidência na verificação de presença ora requerida.

 

* * *

 

- É iniciada a chamada.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - Barros Munhoz - PSDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, a Presidência constata número regimental de Srs. Deputados em plenário, pelo que dá por interrompido o processo de verificação de presença e agradece a colaboração dos nobres Deputados Rodrigo Moraes e Milton Leite Filho.

Continua com a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. Carlos Giannazi - PSOL - Então, faço aqui um último apelo, um derradeiro pedido para os 93 Srs. Deputados. Que possamos ainda, ao final desta discussão do PLC nº 37, apresentar uma emenda aglutinativa assinada por todos os partidos, no sentido de recompor de fato as perdas salariais dos professores do Magistério Estadual.

Temos ainda essa última chance, até porque ontem, estranhamente, no Colégio de Líderes, as nossas emendas foram rejeitadas em bloco, não só as nossas como também as do PT, do PCdoB. Foi rejeitada até uma emenda do Deputado Pedro Tobias, que é Presidente Estadual do PSDB, que pedia a extensão dos 42% para os servidores da Saúde. Votamos favoravelmente, mas a própria bancada governista votou contra a emenda do Presidente Estadual do PSDB. Não entendi.

De qualquer forma, temos uma chance ainda de reverter essa situação. A situação do Magistério, da Educação Pública do Estado de São Paulo, é de calamidade. Vivemos o drama da superlotação de salas, da violência escolar, da aprovação automática. Hoje, o servidor público do Estado, em especial o professor, tem um vale-refeição de R$ 4,00. É inconcebível que um governo que tem o maior orçamento do País ofereça um vale-refeição de R$ 4,00 aos professores, conhecido como “vale-coxinha”. Na verdade, daqui a alguns dias, nem a coxinha o professor vai conseguir comprar. É uma humilhação, é uma afronta à dignidade dos nossos professores e de todos os servidores da Educação.

Estamos discutindo não só a desvalorização do Magistério, mas, sobretudo, uma Rede de Ensino extremamente sucateada, degradada e abandonada, sem infraestrutura material e humana. Na Rede Estadual, existem ainda 70 escolas de lata. Há centenas de escolas sem quadra de esportes para a prática de Educação Física. Visitamos inúmeras dessas escolas, fizemos diligências, denunciamos ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas. Já levamos os pedidos e as denúncias à Secretaria Estadual de Educação e, até agora, nada.

Quero citar alguns exemplos de escolas que não têm quadra de esportes: Escola Estadual Presidente Leonel Brizola, na região do Jardim Eliane; a Escola Estadual Presidente João Goulart, na região do Grajaú; a Escola Estadual Orlando Silva, no Campo Limpo. Além dessas escolas, tantas outras foram denunciadas à exaustão.

Existem 70 escolas de lata no Estado de São Paulo, muitas delas na Capital, a alguns quilômetros da Assembleia Legislativa, na região de Parelheiros, na região do Cantinho do Céu, no Jardim Eliane. Dou nomes às escolas: Escola Estadual Jardim Santa Fé II, que fica na região do Grajaú. Temos também as escolas Gaivota I, Gaivota II e Gaivota III, na Capital. Também, a escola de lata no Vargem Grande, que é um bairro de Parelheiros, e tantas outras na Grande São Paulo. É uma vergonha que isso esteja acontecendo na rede que tem o maior orçamento estadual.

É, portanto, um sucateamento, uma degradação da rede física das nossas escolas, falta de infraestrutura material e um ataque constante ao Magistério Estadual. É por isso que a Rede Estadual fica sempre fica com as piores colocações nas avaliações institucionais, porque a rede não é valorizada, muito menos o Magistério. As notas do Saeb, do Saresp, da Prova Brasil, da Avaliação Internacional Pisa mostram a Rede Estadual de Ensino nos últimos lugares. Só que é a rede que tem o maior orçamento. Estamos no estado mais rico da federação, que deveria dar o exemplo para o Brasil. No entanto, acontece o contrário: temos estados mais pobres, com orçamentos menores, que oferecem muito mais qualidade de ensino e salários mais dignos para o Magistério.

Acompanhamos a execução orçamentária. Já existe um excesso de arrecadação de 2 bilhões de reais, nos cinco meses desta administração. Sem contar ainda que o Governador Geraldo Alckmin congelou 1 bilhão e 500 milhões de reais, quando assumiu o governo no dia 1º de janeiro. Temos, no mínimo, 3 bilhões e 500 milhões de reais. Então, tem dinheiro no cofre do Estado para valorizar os servidores. É inconcebível que o Governo faça propaganda enganosa de um projeto, dizendo que está dando aumento para os professores. Não está dando aumento e nem reajuste, porque o reajuste apresentado não cobre nem as perdas inflacionárias.

Está no DNA deste Governo do PSDB fazer propaganda enganosa para a população, com dinheiro do contribuinte. Não é a toa que o Governo diz que tem dois professores por sala de aula. Eu nunca vi. Visito duas, três escolas, quase que diariamente e dificilmente encontro esses dois professores por sala de aula. É mentira, é propaganda enganosa. O que existe, de vez em quando, é um estagiário, um aluno de Pedagogia que faz estágio nas salas do Ensino Fundamental da Rede Estadual. Na prática, esse professor não existe.

Temos que dar um basta nisso e pressionar o Governo Estadual a investir verdadeiramente na Educação do nosso Estado, sob pena de amargarmos sempre as piores colocações nas avaliações institucionais.

Essa discussão de hoje é muito importante. Falo não só como parlamentar, mas como professor da Rede Pública, como diretor de escola, como um profissional da Educação, licenciado do seu cargo, exercendo mandato popular de Deputado Estadual em defesa da Educação. Se não houver de fato a valorização do Magistério, do professor - que é o protagonista da Educação, porque sem ele não haverá Educação de qualidade -, do ponto de vista salarial, do ponto de vista das condições de trabalho e também da sua formação continuada, não haverá saída para a Educação do nosso Estado. É isso que está sendo colocado.

Ontem, na audiência pública com o Secretário, disse que é um absurdo, que existe uma verdadeira contradição entre o que pretende a Secretaria da Educação, entre os seus burocratas e tecnocratas, que formulam políticas educacionais contra o Magistério. Nos últimos anos, todas as leis aprovadas na Assembleia Legislativa foram contra o Magistério: a Lei 1.093, que criou a quarentena dos professores OFAs/ACTs, contratados agora; a lei que criou a falsa avaliação dos professores OFAs; a Prova de Mérito, que foi a Lei 1.097 aqui aprovada; a Lei 1.093; a Lei 1.041 que limita o número de consultas médicas dos professores e dos servidores da Educação.

A Assembleia Legislativa tem se reunido e dado quorum para votar contra o Magistério, contra os professores, se curvando às políticas implantadas pela Secretaria da Educação. É inconcebível que a Secretaria da Educação formule políticas públicas da Educação contra o Magistério, contra os profissionais da Educação. Há um divórcio entre o Magistério e a Secretaria da Educação. A Assembleia Legislativa tem o dever de votar contra essas propostas, ou de aperfeiçoá-las. É isso que estamos fazendo mais uma vez, apelando. Nós da bancada do PSOL já apresentamos as emendas melhorando o projeto, e elas foram rejeitadas. Estamos agora novamente apelando. Existe a última possibilidade, a última chamada para que o projeto seja reformulado. Depende agora da base governista, dos 66 deputados que compõem a base de sustentação. Nós do PSOL, do PT e do PCdoB concordamos em alterar o projeto, tanto é que apresentamos as emendas. A decisão da melhoria da qualidade de ensino, sobretudo da valorização dos profissionais da Educação, está nas mãos dos 66 deputados da base governista. A nossa parte já foi feita e estamos prontos para colaborar.

Era isso que gostaria de dizer neste momento, e que, se o Governador Geraldo Alckmin quer realmente investir na Educação, que dê um choque de investimento na valorização do Magistério estadual. Muito obrigado.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, com muita alegria quero anunciar a decisão neste momento da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, que aprovou em discussão única o Projeto 664 que concede anistia administrativa aos militares estaduais, aos quais se atribuem condutas durante os movimentos reivindicatórios por melhorias nos vencimentos e condições de trabalho ocorridos entre abril e junho de 2011. A proposta beneficia diretamente os 439 bombeiros e policiais militares presos, após a invasão ao quartel central dos Bombeiros. (Manifestação nas galerias.)

Embora não estejam mais presos, eles ainda corriam o risco de serem punidos administrativamente. O texto foi aprovado por unanimidade, com 60 votos enviados para a sanção do governador. Assinam os 60 deputados do Rio de Janeiro, num exemplo de que questões de interesse público devem sobrepujar os interesses políticos partidários, ala governista ou não. Todos os deputados do Rio de Janeiro tomaram a decisão de proteção aos seus policiais militares e bombeiros militares. Quiçá a nossa Assembleia faça isso um dia. (Manifestação nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado José Cândido.

 

O SR. JOSÉ CÂNDIDO - PT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, caros professores e profissionais da Educação, guerreiros e guerreiras vigiando as suas condições de trabalho através deste projeto de lei. Eu me inscrevi para falar a favor do projeto desde que o Governador respeite o Poder Legislativo. Há minutos, fomos perguntados pelos deputados da base de sustentação se somos a favor ou contra, e por que estamos falando contra. Falamos contra e a favor desde que se discutam o mérito de cada emenda pelo menos. O Partido dos Trabalhadores, que representa os trabalhadores, não pode e não deve ser contra qualquer aumento de salário, desde que tenha dignidade. Enquanto a base de sustentação do Governo não nos convencer que do jeito que veio o projeto está correto, nós do Partido dos Trabalhadores vamos sim lutar para que as nossas emendas contemplem o pedido não da bancada, mas dos professores e dos profissionais da Saúde.

A bancada do Partido dos Trabalhadores apresentou 13 emendas e é importante lermos o que pede cada emenda. Uma das emendas é reposição salarial já; fim do bônus por mérito; novo cálculo do Assembleia Legislativa; data-base para 1º de março; revisão para os vencimentos dos aposentados com a constituição de uma comissão especial e adequação da evolução funcional com os títulos de mestrado e doutorado para os últimos níveis de carreira; substituição da promoção por avaliação - prova por tempo de serviço, paridade para os aposentados com os da ativa e as emendas modificando algumas tabelas.

O Deputado Pedro Tobias fez uma emenda; o Deputado Carlos Giannazi fez duas emendas - a primeira tem o título “Recuperação já do salário”, e a segunda “Recuperação salarial para os diretores de ensino”.

Durante esses dias, os professores aposentados estiveram, de gabinete em gabinete de cada deputado, implorando que as emendas propostas fossem acatadas, porque estavam colocando os aposentados no fim da fila. Conversando com um grupo de pessoas não só de uma região, mas de quase todas as regiões do Estado, eles me diziam “Olha, nós vamos ser rebaixados ainda mais porque vamos para o nível 8. O nosso salário vai ficar achatado a ponto de ganharmos menos que o salário mínimo.”

Fiquei observando o clamor e me lembrando quando eu tinha entre sete e 10 anos e ia à escola. Lembro-me do respeito que os alunos e os pais tinham pelos professores - eram de classe média -, que tinham a tranquilidade para preparar uma aula porque não tinha mais que 30 alunos por sala de aula. Os professores eram respeitados.

Foi falado desta tribuna que sem professor não há engenheiros, doutores, mas também políticos e governadores. Tenho certeza que as mães desses governadores - que vêm achatando o salário dos professores -, se estiverem vivas, estão arrependidas de terem ensinado o bê-á-bá para que eles se tornassem governadores e condenassem o profissional da Educação.

Eu tenho certeza que, quando o Governador Alckmin estava no primeiro, segundo ano de escola, não pensava que um dia iria ser governador do Estado. Eu tenho certeza que a sua professora ou o seu professor ensinou com todo carinho para que ele aprendesse a ler e conseguisse cursar uma universidade para ser um médico, um governador. Se esse professor ou professora está vivo, deve estar decepcionado. Se já morreu, deve estar decepcionado mais ainda.

Eu estou dizendo isso porque ele já governou o Estado de São Paulo e foi uma decepção para todas as categorias do funcionalismo público e, principalmente, para os professores. Eu chego a uma conclusão: os governadores, desses últimos 20 anos, querem que os moradores do Estado de São Paulo continuem ignorantes, sem conhecimento, para eles continuarem enganando fazendo de conta que estão pagando bem. É igual à história do Pedro Malazarte, faz uma sopa de pedra. Ele pede todos os temperos, depois tira a pedra e fica aquela migalha no fundo da panela. É assim que eles fazem para tentar enganar os professores e principalmente ludibriá-los, fazendo com que os legisladores sejam chanceladores do seu projeto.

O que estamos fazendo aqui? Qual o papel do Poder Legislativo? É fiscalizar o governo e, ao mesmo tempo, fazer leis. Se uma lei vem incompleta ou vem de maneira inconstitucional ou vem de maneira mal feita ou vem de maneira que não dá para votar favoravelmente, qual o papel do legislativo? É fazer emendas. É dizer ao Poder Executivo que estamos para isso. É isso que as Bancadas do PT, PSOL, PCdoB e até mesmo alguns deputados da bancada de sustentação fazem.

Não precisam de 94 deputados aqui se nós, em tudo que viesse do Executivo, batêssemos um carimbo e disséssemos: “Está certo”. Então para que servem os deputados, os assessores, os profissionais que nos orientam e nos assessoram? É isso que estamos fazendo aqui. Os deputados vão à sua base para ver o clamor, a sugestão da população. Uma boa parte dessas emendas aqui é oriunda da população, do segmento da população.

Eu fico estarrecido e fico pensando, todo ano, que quando não são os profissionais da Saúde, são os profissionais da Educação. Os profissionais da Justiça e da Segurança Pública já estiveram aqui. Às vezes, passam a noite observando, fiscalizando e confiando nos políticos que eles elegeram, torcendo para que tenham dignidade na profissão que escolheu.

Eu já estou no quinto ano de mandato como deputado e percebo que até agora é válido esse esforço porque nós, aqui, procuramos mostrar que a realidade é outra, que vocês merecem melhor salário, melhores condições de trabalho, como foi citado aqui por vários pares que me antecederam. Mas, nada tem sido resolvido nesses 18, 20 anos para cá.

Em algum momento, sinto impotente em legislar, em fazer a oposição porque existe uma base de sustentação. Alguns ficam em casa, outros vêm para cá e ficam incomodados em ver um projeto sendo discutido e que, de repente, precisamos fazer a obstrução para que a presença dos deputados aqui seja permanente. Ninguém usa a palavra, esperando o momento de esgotar o tempo de discussão para o projeto ser posto em votação. Eu não fui eleito para isso. Eu fui eleito para fiscalizar, para fazer leis, para representar a população que me elegeu e muitas vezes acontecem aqui uma brincadeira de esconde-esconde, de um lado a oposição exigindo a presença de deputados no plenário; de outro a situação, às vezes, fica indignada e incomodada. Mas, valem aqui essas seis horas regimentais de discussão para o entendimento do projeto a ser votado. Depois que passam essas seis horas de discussão, não temos mais argumentos porque, gastando essas horas, é posto em votação todos os projetos que vêm do Executivo. E todos são aprovados porque tem a maioria.

Eu fiz questão de vir aqui, na tribuna, para dizer a todos os Deputados que, se formos convencidos por outros 66 pares da base de sustentação de que o projeto do Governador é convincente, é válido, é sustentável para o segmento da Educação, votarei a favor. Caso contrário, vamos ficar aqui porque têm outros projetos de leis para serem discutidos. Vamos ficar aqui dizendo não ao projeto da maneira que veio. Nos anos anteriores, foi uma luta muito grande da categoria e veio uma migalha de aumento.

Os Srs. Deputados que usaram esta tribuna já falaram que em todo o orçamento do Governo tem superávit. O orçamento do governo, do ano passado, é de 43 bi. Vinte e cinco por cento de 43 bi dá para dar aumento no salário da população, dá para atender a maioria dessas emendas, com certeza. Só falta o zelo, o respeito a quem ensinou a ler e a escrever. Então digo que me sinto impotente porque sei que aprendi a ler e a escrever através de um professor.

O professor tem a capacidade de dar aula para 30, 40 até 50 alunos, tendo cada um recebido um tipo de educação. Ele é obrigado a ensinar e aguentar principalmente a juventude desse século que, às vezes, consegue superar a capacidade dos professores de pensar, de educar, ainda agride e faz barbaridades. Por isso, vim aqui para falar a favor desse projeto, desde que as nossas emendas sejam contempladas.

 

 O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Alencar Santana.

 

O SR. ALENCAR SANTANA - PT – SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público presente, funcionários da Casa, cidadãos que nos acompanha pela TV Assembleia, dificilmente vamos ouvir algum deputado falar contra o professor. Aliás, ontem aqui na audiência pública os representantes da bancada do Governo se manifestaram favoravelmente aos professores. Afinal, isso de uma certa forma isso interessa a todos.

O Estado de São Paulo poderia dar o exemplo em discutir a Educação em sua plenitude.

Hoje estamos discutindo reajuste salarial e algumas alterações na carreira do magistério estadual. Estão tentando entregar um presente maior do que ele é de fato. Estão tentando mostrar que se trata de um grande aumento quando na realidade não é nada disso. Temos de entender a origem desse reajuste. Trata-se de uma luta de muitos representantes dos professores e demais profissionais da categoria. (Manifestação das galerias.) A luta tem uma história, é a luta do movimento sindical. Não estamos falando de governos distintos. O governo é o mesmo que vem desde 1994. Isto tem de ser lembrado. Foi o governo que desmontou a Educação no Estado (Manifestação das galerias.)

A categoria pede um reajuste como compensação das perdas salariais desde 98, portanto, fruto deste governo do PSDB. Geraldo Alckmin já foi Governador duas vezes. Não podemos nos esquecer disso.

Os cidadãos que nos acompanham pela TV Assembleia tem de saber que este debate também interessa a você que está em casa, que pode ter um filho numa escola estadual, que não oferece a devida segurança, que não garante condições adequados de trabalho, que não garante os instrumentos adequados de trabalho, que não garante uma política de formação, de aperfeiçoamento, de incentivo aos profissionais porque o professor tem de trabalhar com ânimo, tem de trabalhar sabendo que o seu conhecimento vai ser reconhecido pela sociedade. Não ainda falar que os jovens são culpados, que as crianças são culpadas, que os pais também são ocupados. Não podemos admitir esse discurso. Por mais que existam outros problemas, o profissional da Educação sabe da importância do seu ofício, sabe dos desafios que enfrenta no dia a dia, que é normal em qualquer profissão. Às vezes você vai para o trabalho até desanimado, mas ao chegar à sala de aula e ver a criança pensa ‘eu tenho uma responsabilidade’ e todos nós, sejam os deputados, os funcionários da Assembleia, os profissionais da Educação, o cidadão que nos acompanha pela TV Assembleia, reconhecemos a importância do professor na nossa vida.

Quantas vezes não nos lembramos do professor que ajudou a moldar a nossa identidade, a nossa postura. Este o debate que devemos fazer: o da importância da Educação e é uma pena que o Governo não queira debater o plano de Educação a exemplo do Governo Federal. (Manifestação das galerias.) Um debate aberto, público, participativo, ouvindo os diversos setores, mas não ouvir por ouvir e, sim, querendo mudar conceitos, ideias, rever posicionamentos, porque se conseguirmos acertar o eixo pensando num plano que de fato atenda aos interesses do nosso País e do nosso Estado, independente de cor partidária, tenho certeza de que iremos avançar e muito.

Temos de ter claro que o Governador também não está sendo tão bondoso quanto parece. Ele quer definir um reajuste por quatro anos mas sem reconhecer a data-base da categoria.

Hoje falamos dos pedágios. A data contratual de reajuste do pedágio ele reconhece, já anunciou para 1º de julho um reajuste de 9,77 para o pedágio, mas o mesmo ele não faz para a categoria profissional da Educação! (Manifestação das galerias.) E quer desconsiderar quatro meses, dando só a partir de 1º de julho.

A Bancada do PT apresentou emenda garantindo que esse reajuste possa valer a partir de março, data-base dos servidores estaduais. (Manifestação das galerias.) Isso não é uma concessão política dos parlamentares que apresentaram esta proposta. Isso é reconhecer um direito, isso é reconhecer uma luta política, isso é reconhecer a história de uma categoria que se mobilizou e lutou. É isso que pedimos a todos os deputados. Que a gente vote favoravelmente fazendo a defesa da Educação.

Dos 13,8% para 2011, 6,4% representam as gratificações, portanto, vamos ter 6,95 de remuneração nova.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Nobre Deputado Alencar Santana, esta Presidência pede licença para interrompê-lo a fim de fazer uma retificação da segunda Sessão Extraordinária.

Sras. Deputadas e Srs. Deputados, nos termos do Art. 100, inciso I, da XIII Consolidação do Regimento Interno, convoco V. Exas. para uma Sessão Extraordinária a realizar-se hoje, dez minutos após o término da primeira Sessão Extraordinária, com a finalidade de se apreciada a seguinte Ordem do Dia: PLC 37/11 e não 38.

Continua com a palavra o nobre Deputado Alencar Santana.

 

O SR. ALENCAR SANTANA - PT Seguindo no nosso raciocínio, o presente que está sendo apresentado é maior do que o que vai ser dado. É como na brincadeira de amigo secreto: a pessoa vem com uma caixa grande, mas o presente é pequeno. É isso que o Governo está querendo passar.

Para 2012 não é diferente. Apresenta um reajuste de 10,2, sendo que 5% e de uma gratificação que tem que ser incorporada por lei. Não é um reajuste o que ele está concedendo. Temos que lembrar isso, porque senão vai parecer que o governo do estado está com disposição, mudou sua vontade de reconhecer o funcionalismo, seja o profissional da educação e com certeza os demais, e essa não é a verdade.

Senhoras e senhores, somos então favoráveis, sim, ao projeto, a avanços, mas podemos ter muito mais avanços se reconhecermos os equívocos, uma luta política e garantir o que é direito. Por isso que a bancada do PT faz também outras proposições nesse sentido.

Uma coisa interessante: o governo estabelece o reajuste pelos 4 anos para que, no ano que no próximo ano, daqui a 2, 3 anos não haja luta política em relação a reajuste da categoria. Porque ele conhece a força dessa categoria, conhece influência dela e não quer enfrentar o que enfrentou em anos anteriores.

É importante quando se estabelece uma política de reajuste, de valorização. Mas aqui ele fixa, por exemplo, para 2013, 6%. Aliás, o próprio PSDB, em diversos momentos, fala que o Brasil não tem condições de segurar a crise econômica. Como em anos anteriores, há agora uma crise na Europa e alguns dizem “Não, o Brasil vai ter inflação, não vai segurar a economia.” Vamos segurar sim, com muita competência, gerando crescimento, desenvolvimento e inclusão social.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Nobre Deputado, esta presidência assegura o tempo de 4 minutos de V.Exa. e adita a Ordem do Dia da sessão ordinária de amanhã com o Projeto de lei 624 de 2011, do Sr. governador.

Esgotado o tempo da presente sessão esta presidência, antes de dar por encerrados os trabalhos, convoca V.Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia de hoje e o aditamento anunciado, lembrando-os, ainda, de sessão extraordinária a ter início em 10 minutos.

Está encerrada a presente sessão.

 

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- Encerra-se a sessão às 21 horas e 33 minutos.

 

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