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01 DE JUNHO DE 2012

072ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidentes: LUIZ CLAUDIO MARCOLINO, JOOJI HATO e CARLOS GIANNAZI

 

Secretário: CARLOS GIANNAZI

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

002 - CARLOS GIANNAZI

Manifesta repúdio à atitude da Prefeitura de São Paulo, mais especificamente a Subprefeitura de Campo Limpo, que fechou o "Sarau do Binho". Menciona que esta é uma organização popular independente, existente há mais de 10 anos, sempre sem alvará de funcionamento. Discorre sobre o início deste Sarau e sua influência em outros movimentos da cidade. Afirma que o Governo Estadual não investe em cultura, principalmente na periferia, onde não há casas de cultura. Destaca a proibição dos músicos de rua. Considera esta política autoritária. Informa que o Ministério Público Estadual será acionado. Pede providências imediatas.

 

003 - JOOJI HATO

Assume a Presidência.

 

004 - EDSON FERRARINI

Comenta a decisão do Supremo Tribunal Federal de traficantes de drogas responderem processos em liberdade. Afirma que a prisão era a única forma de mantê-los fora do convívio social. Cita lei federal que concede benefício a todos os internos da Fundação Casa de receber visitas íntimas. Afirma que a união deve ser comprovada com registro em cartório. Discorre sobre proposta de juristas, para alteração do Código Penal, de descriminalizar o plantio e o uso de drogas. Exibe matéria de jornal sobre o tema. Informa que a matéria ainda necessita ser aprovada no Congresso Nacional. Relata leis, de sua autoria, para evitar o consumo de drogas como cola de sapateiro, narguilé, entre outros.

 

005 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Discorre sobre sua gestão na Presidência do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região, na qual desenvolveu mecanismos para a defesa da saúde do trabalhador. Relata que, desde abril, o Banco Itaú Unibanco começou a demitir funcionários com problemas de câncer. Apresenta caso de funcionária do banco, demitida por causa da doença. Exibe slides sobre o caso. Informa que a funcionária estava presente nesta sessão. Afirma que a mesma não consegue fazer acompanhamento da doença devido ao desligamento do banco. Menciona que o Sindicato realizou denúncia pública no último dia 23. Destaca a primeira decisão sobre o caso, na última semana, obrigando o banco a reintegrar a funcionária demitida. Mostra matéria de jornal sobre o caso. Diz que o caso será levado à Comissão do Trabalho e Comissão dos Direitos Humanos.

 

006 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Assume a Presidência.

 

007 - JOOJI HATO

Discorre sobre a descriminalização da maconha e outras drogas, assunto que está sendo debatido no Senado Federal, devido à reforma do Código Penal. Tece comentários sobre o tabaco, considerado como droga oficializada. Cita dados a respeito do tratamento de pacientes com doenças causadas pelo tabaco, que geraram, em 2011, prejuízo de 21 bilhões de reais. Informa que este valor é quase quatro vezes maior que a arrecadação da Receita Federal. Relata que, de acordo com pesquisa divulgada pela OMS (Organização Mundial da Saúde), o tabaco é responsável por 13% das mortes do país e 350 mortes por dia. Menciona as principais doenças e o impacto no tempo de vida das pessoas. Diz que o gasto com cigarro é o triplo da arrecadação do Governo. Explica o funcionamento das vacinas antigripe.

 

008 - CARLOS GIANNAZI

Assume a Presidência.

 

009 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Discorre sobre reunião realizada com o Presidente da CPTM. Comenta construção de viaduto, obra da CPTM na cidade de Caieiras, que atrapalha o trânsito da região. Relata que o prazo informado pelo Presidente do órgão para finalização das obras é março de 2013. Comenta sobre o status de obras em estações do metrô da Zona Oeste. Diz que o Presidente do órgão apresentou projeto de sinalização para a estação da Lapa, que será semelhante à da Barra Funda, com ligação de metrô e ônibus. Diz que a previsão de conclusão é até 2014. Afirma que no ano passado sobraram recursos da CPTM.

 

010 - JOOJI HATO

Assume a Presidência.

 

011 - CARLOS GIANNAZI

Afirma que São Paulo sofre "colapso" do transporte sobre trilhos. Comenta que ocorrem, diariamente, panes, atrasos e acidentes no Metrô e nos trens da CPTM. Cita nova pane, hoje pela manhã, na Linha-1 do Metrô, que permaneceu parado durante 50 minutos. Informa que os passageiros tiveram que descer do trem dentro do túnel. Lembra pane nos trens da CPTM, ontem. Destaca a falta de investimento e modernização no metrô e nas linhas da CPTM, causando prejuízos à população de São Paulo e região metropolitana. Relata problemas na segurança pública, com exemplos de diversos casos. Denuncia a falta de efetivo da Polícia Militar devido à não realização de concurso público e falta de contratação. Diz que o PSOL luta pela aprovação da PEC 300, voltada para os servidores da segurança pública, que não são valorizados.

 

012 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Assume a Presidência.

 

013 - JOOJI HATO

Apoia o pronunciamento do Deputado Carlos Giannazi. Discorre sobre a importância das ferrovias. Lembra a existência de antigos bondes, que funcionavam com energia elétrica. Destaca que as ferrovias foram destruídas. Informa que ao invés de ferrovia, foi construída rodovia para ligar diversas cidades da região de Adamantina, formando um corredor de transporte agroindustrial. Menciona que esta rodovia causa a morte de muitos motoristas e cidadãos. Cita a extensão das estradas brasileiras e comparou com a Europa, onde existem as ferrovias. Pede a duplicação desta rodovia e a construção de ferrovias.

 

GRANDE EXPEDIENTE

014 - CARLOS GIANNAZI

Pelo art. 82, afirma haver colapso social em diversos setores no Estado de São Paulo. Lamenta o sucateamento das escolas públicas estaduais. Comunica haver acionado os órgãos competentes para que medidas sejam adotadas quanto ao assunto. Projeta fotos de escolas da rede estadual em condições precárias. Questiona a fiscalização da FDE (Fundação para o Desenvolvimento da Educação) em obras do setor. Faz apelo ao Líder do Governo nessa direção. Solicita intervenção nas escolas elencadas.

 

015 - JOOJI HATO

Assume a Presidência.

 

016 - CARLOS GIANNAZI

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

 

017 - Presidente JOOJI HATO

Acolhe o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 04/06, à hora regimental, sem ordem do dia. Lembra a realização da sessão solene, hoje, às 20 horas, para "Comemorar o Dia do Meio Ambiente". Levanta a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Luiz Claudio Marcolino.

 

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O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Carlos Giannazi para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, tem a palavra o primeiro orador inscrito, nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rafael Silva. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edinho Silva. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Bigardi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Welson Gasparini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Ulysses Tassinari. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Geraldo Vinholi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vitor Sapienza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlão Pignatari. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Cauê Macris. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Beth Sahão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, público aqui presente, telespectadores da TV Assembleia que nos assistem na Capital, na Grande São Paulo, na Baixada Santista e no Interior de São Paulo, eu gostaria de, inicialmente, manifestar aqui o nosso repúdio e a nossa indignação à Prefeitura de São Paulo, especificamente a Subprefeitura da região de Campo Limpo, porque nos últimos dias ela fechou um sarau que funcionava nessa região. Conhecido como o Sarau do Binho, é uma organização popular independente, suprapartidária que existe há mais de 10 anos. É um movimento de resistência cultura que temos aqui na Cidade de São Paulo e que ao invés de ter a ajuda da prefeitura de São Paulo, porque a obrigação da prefeitura é investir na cultura, ela faz o contrário, vai a esse local e o fecha. Como um sarau não tem o alvará de funcionamento, porque é ridículo pedir alvará de funcionamento para um sarau para um grupo de artistas populares, poetas, músicos e escritores, a prefeitura fechou esse espaço que funciona há mais de 10 anos na Cidade de São Paulo.

Hoje, temos essa manifestação cultural, que começou inclusive aqui na Zona Sul de São Paulo com o sarau da Cooperifa, um movimento liderado pelos poetas Sérgio Vaz, Márcio Batista e muitos outros que participam desse movimento, que acabou inspirando outros movimentos em todo o Brasil. Inclusive, recentemente, o poeta e escritor Sérgio Vaz foi a Londres fazer palestras para explicar como funciona um sarau na periferia.

Como o Poder Público é omisso e não investe em cultura, não temos casas de cultura, bibliotecas, espaços culturais na nossa cidade, principalmente na periferia. Temos toda uma juventude que não tem esse acesso aos espaços culturais e aos bens culturais produzidos pela nossa sociedade. Há resistência. Temos grupos se organizando e eles chegam a ponto de realizar saraus em bares, botecos das periferias, o que acontece com o sarau da Cooperifa do Sérgio Vaz e do Márcio Batista e, também, com o sarau do Binho, que são feitos em bares por falta de espaços públicos por conta da omissão. No entanto, a prefeitura de uma forma autoritária, intransigente e fascista fechou um espaço de cultura na Cidade de São Paulo, como vem atacando os músicos de rua, retirando das ruas os músicos que tocam na Av. Paulista. Em várias regiões da nossa cidade os músicos são proibidos de tocar, de alegrar a nossa cidade. Isso é um absurdo.

Em todas as grandes cidades do mundo, temos músicos tocando no metrô. Quando se vai ao metrô, tem um músico tocando a flauta, violino, violão. Aqui, em São Paulo, os músicos são proibidos de trabalhar nas principais áreas da Cidade de São Paulo. Essa a política da limpeza social, a política que é organizada aqui de uma forma anti-social. Como eu disse, é uma política racista e autoritária. Aonde já se viu fechar o sarau do Binho. Pedir o alvará de funcionamento para que grupos de poetas, escritores, músicos possam organizar a cultura popular. Isso é um absurdo.

Vamos acionar o Ministério Público Estadual porque isso é uma aberração, uma anomalia. Vamos pedir providências imediatas para que o sarau volte a funcionar porque ele é um pólo de cultura, resistência e luta principalmente de vários jovens que querem mostrar a sua cultura, sua produção literária, sua produção poética, sua produção musical e não tem espaço. O Poder Público não consegue uma única casa de cultura. Principalmente na região do Campo Limpo, M’Boi Mirim, Capela do Socorro, Grajaú, Cidade Ademar, Brasilândia não temos um espaço de cultura. Ao invés de a prefeitura ajudar incentivando, financiando e estimulando esses grupos de poetas populares está fechando os saraus da Cidade de São Paulo. É um absurdo!

Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, fica aqui o nosso protesto, a nossa indignação. Vamos reagir denunciando, acionando o Ministério Público Estadual para que providências sejam tomadas contra essa política fascista e autoritária do Prefeito Gilberto Kassab. Muito obrigado.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Reinaldo Alguz. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini.

 

O SR. EDSON FERRARINI - PTB - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, amigos da TV Alesp, estamos sempre lutando pela segurança, por conseguinte contra a violência. O povo está preocupado com o delinquente, com o bandido, com o traficante. O traficante preso portando cocaína, que anteriormente era mantido na cadeia, hoje é tratado de outra forma.

Sabem o que os 11 juízes do Supremo Tribunal Federal, aqueles que usam aquela roupa preta, que têm todas as garantias possíveis, decidiram? Mantê-lo solto. A lei que anteriormente dizia que se tratava de crime contra a saúde pública, agora tem outra interpretação. Agora todos vão responder em liberdade. O que vamos imaginar então quando ele for preso portando quatro quilos de droga e solto? Vai fundar uma igreja, vai se transformar num grande religioso, vai ser coroinha de alguma igreja. Não. Ele vai continuar traficando muito mais e era a única forma que se tinha para mantê-lo fora do convívio social. Mas agora o Supremo decidiu em contrário. Por isso no Brasil o crime o compensa. Quando um soldado comete algum erro ele é preso, ele responde pelo erro.

Vejam outra barbaridade para mostrar que o crime compensa. A Presidenta Dilma Rousseff assinou no dia 8 de maio do corrente lei que garante a visita íntima a menor infrator. Não pode falar presídio, não pode falar reformatório. Também não pode falar que ele cometeu crime. Ora, mas ele matou três! Não, não. Ele cometeu três atos antissociais. Os infratores devem comprovar a união por meio de declaração registrada em cartório. Ou seja, a figura do ‘pombo correio’ que já existia para o preso maior de idade vai existir agora também para o menor infrator. Portanto, o menor internado na Fundação Casa hoje tem o direito de receber visita íntima. Imaginem o que teremos de crianças geradas nas prisões. Parece que punir o infrator no Brasil é pecado.

E o que pensar daqueles juristas então? Onde estão com a cabeça? Penso que não são juristas. É um grupo de advogados cuidando da reforma do Código Penal.

Eles também propõem descriminalizar o plantio e o uso de drogas. Pode ter guardado para cinco dias no bolso e pode plantar em casa o pé de maconha. Eu não estou inventando. Está aqui no jornal, vejam: ‘Juristas propõem descriminalizar uso e plantio de drogas’.

Eu viajando o Estado inteiro pregando para o jovem não entrar na droga. Eu vejo a dificuldade deles se recuperarem; o vicio da droga não tem cura.

Depois que você fuma um cigarro de maconha ou cheira uma carreira de cocaína, você registra na memória a química e o mundo não tem um remédio para curar isso. O Deputado Jooji Hato é médico e sabe que não existe esse remédio. Como o mundo não cura diabetes.

Todo mundo sabe que diabetes é um problema no pâncreas, um problema de insulina; mas o mundo não tem remédio para diabetes. Então, nós vamos intensificar o consumo de açúcar para os diabéticos, vamos fazer com que eles comam bastante doces? Não!

Agora eles estão falando isso. Só que essa besteira tem que passar ainda no Congresso Nacional. Provavelmente vamos lutar para que isso não seja aprovado.

Se você juntasse uma facção criminosa e dissesse para eles “façam uma pequena reforma no código penal do jeito que seria bom para vocês”. Sabe o que eles iriam propor? Exatamente isto aqui. Propõe para ele poder usar durante cinco dias - é o que eles estão propondo. O que estou dizendo é uma facção criminosa, é PCC da vida, é Comando Vermelho. Ele proporia exatamente isso que esta comissão está propondo; que absurdo!

Imaginou-se que iriam criar um grupo de pessoas para tratar de assuntos relativos às drogas, mas estamos vendo que são pessoas com propostas absolutamente inúteis. Essa proposta é de envergonhar a família, é de revoltar a família. Isso é lutar contra a juventude.

São 40 anos recuperando pessoas do vício de drogas. Agora o jovem lê isso...

É como o caso do Fernando Henrique Cardoso. Hoje, no Brasil há dez milhões de usuários de maconha; são viciados. Antes do Fernando Henrique Cardoso começar com essa luta toda, o Denarc, na pessoa do Dr. Reinaldo - eu ouvi ele falando - disse que só havia 6 milhões de viciados; com a proposta dessa comissão é como um rastilho de pólvora.

E eu fazendo lei que proíbe a cola de sapateiro, eu fazendo lei que proíbe o narguilé, aquele aparelho que é usado para se fumar, que é da tradição turca, da Pérsia, do Irã; mas é uma tradição. Você ficar 20 minutos com aquele narguilé é como se fumasse o maço de cigarro inteiro. Eu fiz uma lei que o menor de 21 anos não pode comprar narguilé com o intuito apenas e tão somente de alertar aos país que essa tradição está em desuso, essa tradição mata.

Agora vem essas pessoas falar esse absurdo; para mim são inconseqüentes. Apenas um membro dessa comissão votou contra essa proposição. Então, para mim, é uma comissão de inúteis. Esse é o meu ponto de vista. Para propor uma coisa dessa só pode ser uma comissão contra a família, contra os nossos filhos.

Nenhum país do mundo liberou o uso da maconha. Quando se ouve falar que a Holanda liberou o uso da maconha, pode ter certeza de que é um mentiroso. Eu estive duas vezes em Amsterdam, na Holanda, só estudando maconha, para dizer que se você for pego na rua portando maconha você pode ser preso. Sr. Presidente, sinto-me envergonhado por essa comissão. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado João Paulo Rillo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Gerson Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Engler. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Morais. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adriano Diogo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Hamilton Pereira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Neves. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Massafera. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vinicius Camarinha. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Estevam Galvão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Carlos Gondim. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Antonio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Celso Giglio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino, pelo tempo regimental.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Sr. Presidente em exercício, Deputado Jooji Hato, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários desta Casa, telespectadores da TV Assembleia, venho hoje a esta tribuna apresentar uma denúncia séria. Durante seis anos da minha vida fui Presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, de Osasco e Região e durante todo esse período tivemos sempre uma preocupação com as condições de trabalho, com a luta por melhores empregos, debate sobre o aumento real, alterar a PLR. Desde a década de 90, eu já vinha trabalhando dentro do sistema financeiro para a caracterização de algumas doenças, ou algumas síndromes, para transformá-las em acidente de trabalho, como no caso da LER, a Síndrome do Pânico, problemas de voz, no caso dos trabalhadores que trabalham com teleatendimento.

Fomos construindo, ao longo dessas duas últimas décadas, mecanismos que protegessem a saúde do trabalhador. Não por lei, mas já por convenção, por entendimento, havia algumas doenças crônicas que acometiam os bancários, a Aids ou mesmo o câncer, que os bancos, por prática, não demitiam seus trabalhadores. E nos surpreendeu agora que o Itaú/Unibanco começou a demitir trabalhadores que já tinham apresentado a suas chefias, nos exames periódicos, que tinham câncer, vinham fazendo tratamento. Mesmo assim o Itaú/Unibanco, em abril, começou a demitir alguns trabalhadores.

Quero trazer aqui um caso concreto, da Graziela Rosa, que tinha sete anos de banco. Ela teve um câncer no pescoço, que acabou atingindo a tireoide. Teve que tirar também a paratireoide, fazer uma reconstrução da traqueia, tamanha magnitude que esse câncer alcançou. Houve o esvaziamento cervical, todo um processo de radio e iodoterapia e um dos oncologistas havia recomendado 15 anos de tratamento.

Vou apresentar alguns slides: podemos ver o crachá do Itaú/Unibanco da funcionária Graziela Rosa. Podemos ver a carta de demissão que o Itaú apresentou à funcionária, mesmo sabendo que ela tinha câncer, estava em tratamento. Ela não assinou a carta de demissão; o banco obteve duas testemunhas para consumar a demissão. Podemos ver o documento que o oncologista encaminhou, pedindo um tratamento de 15 anos para ser considerada curada.

A Graziela está presente, acompanhando nosso depoimento, junto com Márcia Basqueira, que é dirigente sindical, também funcionária do Banco Itaú, que hoje representa os trabalhadores do Itaú em São Paulo, Osasco e região.

Quero trazer a público essa atrocidade que o Banco Itaú vem fazendo com seus trabalhadores, reafirmando que nos últimos 20 anos tanto trabalhadores que estavam com Aids, câncer ou que têm câncer, basta a chefia saber do tratamento que a situação se complica. A cada seis meses são apresentados os laudos, e já por convenção os bancos não vinham demitindo os trabalhadores. Isso não pode virar moda, porque qualquer trabalhador que tem uma doença, como no caso do câncer, ou da Aids, que precisa de um acompanhamento mais rigoroso pode ser desligado. No caso mencionado, há mais um tumor, que acabou surgindo na mandíbula. Só para terem uma noção, para iniciar um tratamento de câncer tem que se garantir pelo menos três meses de um processo de preparação para fazer os exames do câncer, no caso desse câncer que é o novo câncer que apareceu na mandíbula, um tumor que pode estar crescendo.

Com o desligamento da trabalhadora Graziela Rosa, do banco Itaú, ela tem direito, por convenção, a apenas três meses. E então ela não consegue fazer o exame e nem o acompanhamento desse novo câncer, para garantir o tratamento como os médicos tinham falado: 15 anos de tratamento e acompanhamento. E o Itaú, nessa atrocidade, demitiu mais uma trabalhadora, por causa de câncer.

O sindicato já denunciou, no dia 23 de abril, também outros casos que aconteceram, além do caso da Graziela. Na semana passada saiu uma primeira decisão da Justiça, que obrigou o banco a reintegrar uma trabalhadora que tinha sido demitida, também em virtude de câncer. Esperamos que o Itaú não esteja esperando por uma decisão judicial. Se já existe um caso de reintegração, além da denúncia que fazemos aqui, e da denúncia que fizemos ao banco Itaú, que o Itaú já faça a reintegração não só da Graziela Rosa, mas também das duas bancárias que foram demitidas nesses dois últimos meses, em virtude do câncer.

Não é uma prática usual dos bancos, que têm permitido fazer o acompanhamento. E um banco que lucrou mais de três milhões em apenas três meses faz uma atrocidade dessas com um trabalhador do setor financeiro.

Vamos levar esta denúncia à Comissão de Trabalho e à Comissão de Direitos Humanos, porque este é um debate de Direitos Humanos e de Trabalho. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Luiz Claudio Marcolino.

 

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O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Tem a palavra o nobre Deputado Alex Manente. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adilson Rossi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, uma comissão de juristas do Senado está debatendo sobre alterações no Código Penal, e discutem sobre a descriminalização da maconha e outras drogas.

Quero falar hoje sobre uma droga que é oficializada, o tabaco. Todos nós podemos comprar um cigarro, e a maconha ainda não é legalizada. Para se ter uma ideia da gravidade, o tabaco causa ao País um prejuízo de 21 bilhões - eu não disse milhões -, valor que equivale a um terço do orçamento do Ministério da Saúde. É o custo do tratamento de pacientes com doenças relacionadas ao cigarro, segundo um estudo inédito financiado, em 2011, pela Aliança de Controle do Tabagismo - ACT. O gasto com o tabagismo é 3,5 vezes maior do que a arrecadação da Receita Federal.

Os brasileiros pagam impostos e o tabagismo consome 3 vezes e meia a mais do que a arrecadação de todo o País. Vejam a disparidade que existe, quando poderíamos estar fazendo campanhas de prevenção, salvando muitas vidas e não consumindo grandes recursos, que poderiam ser drenados para setores fundamentais, como Saúde, Educação, Esporte e Cultura.

A pesquisa foi divulgada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O estudo demonstra ainda que o tabagismo é responsável por 13% das mortes no País. Não é só o prejuízo econômico: são 130 mil óbitos anuais, o que significa 350 mortes por tabagismo por dia. Das 13 doenças relacionadas ao cigarro, quatro delas - a cardíaca, a pulmonar obstrutiva crônica, o câncer de pulmão e o acidente vascular cerebral (AVC) - respondem por 83% dos gastos. Os custos, segundo uma das coordenadoras do estudo, a economista da Fundação Oswaldo Cruz, Márcia Teixeira Pinto, são referentes às despesas, tanto no Sistema Único de Saúde (SUS) quanto na Saúde Suplementar.

Um dos argumentos da indústria do tabaco para frear medidas de prevenção é a alta arrecadação de impostos, além dos empregos gerados. Com esse levantamento, fica provado que os gastos com cigarro são maiores do que os tributos arrecadados. Os fabricantes argumentam que geram emprego e arrecadam impostos. A Associação dos Fumicultores do Brasil apontou que, em 2010, a indústria recolheu nove bilhões de reais de tributos e gerou uma receita de quatro bilhões. A estimativa é de que, a cada dólar arrecadado com impostos de cigarros, gastamos três. Então, ficamos no prejuízo. Além do mais, perdemos vidas. Pessoas que fumam desenvolvem câncer, AVC, doenças cardiovasculares, enfim.

Os estudos apontam ainda que fumantes no Brasil vivem, pelo menos, cinco anos a menos do que os que não fumam, e dois anos a menos do que ex-fumantes. Portanto, cada brasileiro que não fuma vive dois anos a mais do que ex-fumantes. Representantes da indústria do tabaco defendem-se dizendo que não há como saber o que provocou determinada doença.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Carlos Giannazi.

 

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Caro Presidente, Deputado Carlos Giannazi, termino minha fala um tanto afônico. Estou gripado há um tempo. Para se curar de uma gripe ou de um resfriado, é preciso repouso, vitamina C e cama. Aqui está um vacinado. Tomei a vacina antigripal e estou gripado. A vacina pega determinadas cepas virais, e a que peguei agora é uma cepa viral potente, porque estou há quase duas semanas assim. Nem porque tomei a vacina e estou gripado temos que deixar de tomá-la. Recomendo a todos que tomem a vacina, evitem aglomerações e se agasalhem bem nas mudanças climáticas. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Tem a palavra o nobre Deputado João Caramez. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado André Soares. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alencar Santana Braga. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marco Aurélio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Milton Vieira. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Regina Gonçalves. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Dilmo dos Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Afonso Lobato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Samuel Moreira. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Telma de Souza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Bezerra Jr. (Pausa.)

Sras. Deputadas, Srs. Deputados, esgotada a lista de oradores inscritos para falar no Pequeno Expediente, vamos passar à Lista Suplementar.

Tem a palavra o nobre Deputado Adriano Diogo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, volto à tribuna para prestar contas de uma reunião que tivemos com o Presidente da CPTM. Estivemos na cidade de Francisco Morato conversando com as lideranças, principalmente com o Prefeito Zezinho e o Vereador Capá. Há uma demanda que acaba atingindo a população de várias cidades, não só Francisco Morato, mas também de Franco da Rocha, Caieiras e de uma parcela da população de Jundiaí. Existe um viaduto que está sendo construído na Estação Caieiras e, quando ocorre passagem de trem, acaba formando uma fila gigantesca de carros. As vias da região ficam congestionadas e acabam atrapalhando os moradores e comerciantes, inclusive os caminhões que circulam na região. Eles já haviam apresentado várias reclamações, dizendo que as obras estavam paradas há muito tempo - viaduto sobre a Estação Caieiras, obra da CPTM -; fizemos, assim, uma reunião com o Presidente da CPTM e cobramos uma posição. O Presidente argumentou que há alguns problemas ambientais, de licenciamento, mas que já está em processo de conclusão. A previsão é de conclusão da obra até março de 2013. As obras já se iniciam e devem se intensificar nos próximos meses.

A grande preocupação da população é que a obra se iniciou há muito tempo, e que tem trazido muitos transtornos. Mas agora parece que ela se desencantou e vai haver ampliação do número de trabalhadores e canteiros de obra para apressar a conclusão das obras.

Em relação à outra demanda apresentada, também da CPTM, o Presidente afirmou que já se iniciam as obras para ajustar a questão da mobilidade e da acessibilidade nas Estações da Vila Leopoldina e Domingos de Moraes. As obras estão adiantadas, inclusive com a contratação de serviços de execução. Em relação às Estações da Lapa e da Água Branca, a demanda da população é pela unificação dessas estações.

A justificativa do Presidente da CPTM é que houve demora no projeto de engenharia e o processo das obras dessas estações em virtude a unificação da estação Lapa, uma delas que vem de Jundiaí, e a outra que vai da região de Itapevi até a estação Júlio Prestes. Agora houve uma reformulação da estação que receberá o trem que vem de Jundiaí, com outra formatação e maior capacidade, e outra linha que vai até a região de Pinheiros e que sai também dessa estação. Além de apresentar esse novo projeto também foram apresentados os projetos de visual e de sinalização da Estação da Lapa, que com essa nova proposta ficará parecida com a Estação Barra Funda, que irá receber composições de várias regiões da nossa cidade e do nosso Estado. Esse projeto propõe que as obras apresentadas se iniciem nos próximos dias e estão previstas para serem concluídas até 2014.

Quero reforçar que estamos acompanhando os debates sobre essas estações e do viaduto sobre a Estação de Caieiras. É importante trazer as informações e continuar acompanhando com o Presidente da CPTM para que a acessibilidade e a questão da mobilidade urbana e a estruturação ferroviária para que os recursos recebidos do Orçamento do Estado sejam aplicados corretamente. Os recursos que sobraram no ano passado não foram usados corretamente e isso está causando sofrimento à população.

Portanto, o problema agora não é mais de dinheiro e sim de engenharia. Vamos cobrar para que as alterações nessas estações sejam concluídas o mais rápido possível, inclusive o viaduto na cidade de Caieiras. Muito obrigado, Sr.Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia que nos assistem, aqui na capital, no interior paulista, na Baixada Santista e na Região Metropolitana, volto à tribuna para cobrar um posicionamento do Governo Estadual em relação ao verdadeiro colapso que está acontecendo com o transporte sobre trilhos. Temos debatido esse tema aqui quase que diariamente porque diariamente temos panes, atrasos e acidentes dos trens tanto do Metrô quanto da CPTM. E hoje, às 9 horas da manhã, tivemos mais uma pane aqui em São Paulo, na Linha 1 – Azul. O metrô ficou parado durante 50 minutos e vários passageiros foram obrigados a saírem do trem que ainda estava no túnel, exatamente entre as estações Portuguesa-Tietê e Carandiru. Ontem tivemos pane nos trens da CPTM e hoje mais uma pane no metrô. É algo sistemático que vem acontecendo aqui no nosso estado e na nossa cidade em relação ao metrô e aos trens da CPTM.

Estamos preocupados porque o Governador acusou os trabalhadores do Metrô, dizendo que eles foram os responsáveis pela paralisação do metrô porque fizeram um movimento reivindicatório já denunciando também a falta de investimentos, mas agora não tem greve e essas panes continuam.

Então quem o que está parando o metrô em São Paulo não são os trabalhadores, é o próprio Governador Alckmin que não investe nos trens do Metrô e da CPTM, e que com a falta de investimentos e modernização do transporte metroferroviário, vamos ter mesmo e sempre, como dizem, aqui em São Paulo um metrô atrasado, superlotado, superfaturado porque tem esse agravante também de linhas superfaturadas como a Linha 5 - Lilás, da região de Santo Amaro, em que, inclusive, a licitação ainda está sendo investigada pelo Ministério Público Estadual.

Este o quadro hoje dos transportes sobre trilhos na Cidade de São Paulo, principalmente no metrô e nada é feito.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Luiz Claudio Marcolino.

 

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Sr. Presidente, a população está cansada, transtornada tendo prejuízos em relação ao trabalho. Muitas pessoas perdem aulas, consultas médicas. Enfim, os prejuízos são imensos para a população porque estamos cada vez mais entrando nesse colapso do transporte sobre trilhos não só na Cidade de São Paulo, mas em toda a Região Metropolitana, porque incluímos também os trens da CPTM.

Como se não bastasse o colapso, o caos no transporte público sobre trilhos, nós estamos vivendo também caos na Segurança Pública. Nessa madrugada, mais um restaurante foi vítima de um arrastão na Cidade de São Paulo, na Rua Sergipe, onde nessa mesma rua, no último dia 27, aconteceu também um arrastão numa pizzaria.

Ontem, repercutimos aqui a denúncia da Cidade Tiradentes. O crime organizado está cobrando pedágio na Cidade Tiradentes. O comércio local foi fechado há dois dias, as escolas não tiveram aulas porque o crime organizado está tomando conta da Cidade Tiradentes e de várias regiões do Estado de São Paulo. Em várias cidades do Estado de São Paulo já estamos tendo o toque de recolher imposto pelos bandidos.

Temos a falência da Segurança Pública no Estado de São Paulo. Há alguns dias, denunciei aqui que a Polícia Militar não tem efetivo para combater os assaltos, os crimes no Jardim Primavera, Jardim Guanhembu, Região de Interlagos, Cidade Dutra, Grajaú, Jardim Satélite, Jardim Colonial. Fizemos reunião lá com vários moradores, comerciante, professores e alunos das escolas públicas denunciando esse fato. Acionamos já a Secretaria de Segurança Pública, o Comando Geral da Polícia Militar, mas nada é feito.

Só para que o telespectador entenda a falência da Segurança Pública, nesse caso que citei da Zona Sul de São Paulo, foi informado pelo próprio comando da Polícia Militar de que há falta de quase 50% no módulo da Polícia Militar. Isso é um absurdo! É porque o Governo do Estado não realiza concurso público, não contrata policiais, não tem efetivo suficiente nas regiões, não tem Polícia Inteligente para combater o crime e, com isso, o Estado vai sendo cada vez mais atacado pelo crime, principalmente pelo crime organizado.

Temos que ter uma política de segurança pública de verdade. Tem que ter investimento. É por isso que nós, do PSOL, além de lutar aqui no Estado de São Paulo, na Capital, na Região Metropolitana, também estamos lutando em Brasília pela aprovação da PEC 300 para que haja investimento nos servidores da Segurança Pública. É inconcebível o que em acontecendo com esses servidores que não são valorizados do ponto de vista funcional, salarial, profissional.

Só vamos conseguir oferecer segurança pública para a população do nosso Estado e do Brasil, quando houver investimento e valorização dos servidores porque são eles que efetivam e operam a segurança pública na nossa cidade, no nosso Estado e no nosso País. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente em exercício, Deputado Luiz Claudio Marcolino, Sras. Deputadas, Srs. Deputados e telespectadores da TV Assembleia, assomo a esta tribuna novamente porque ouvi atentamente o pronunciamento do Deputado Carlos Giannazi, do Deputado Luiz Claudio Marcolino e entendemos a importância das ferrovias. Tínhamos o bonde aqui, na Cidade de São Paulo, movido a energia elétrica. Passava pela Rua Vergueiro, Vila Mariana. Mas acabaram com o bonde. Não imaginaram que a nossa Capital poderia contribuir com o meio ambiente lançando menos poluentes, poluentes que levam à rinite, conjuntivite, gripe. Os nossos antepassados deixaram o futuro deste País encaminhado, ou seja, o transporte sobre trilhos: o bonde, que foi inutilizado, e as ferrovias, que foram destruídas.

Na minha terra lá na Alta Paulista, às barrancas do Rio Paraná fronteira com Mato Grosso, desde menino via o trem passar. Fiz o científico numa cidade vizinha, a 30 quilômetros da cidade onde nasci, Pacaembu. Ia de trem. Hoje, as estações estão abandonadas, o mato invadiu a ferrovia. Na minha cidade a estação ferroviária foi destruída. Que pecado! Hoje temos lá a Rodovia João Ribeiro de Barros, que serve a quem sai de Marília e vai para Pompeia, Tupã, passa próximo de Bastos, Osvaldo Cruz, Lucélia, Adamantina, Flórida Paulista, chega a minha cidade Pacaembu, vai para Irapuru, Junqueirópolis, Dracena até a fronteira de Mato Grosso. A rodovia serve hoje de um corredor para o transporte da produção agroindustrial, onde estão morrendo muitos motoristas porque os caminhões são muito pesados. São caminhões carregando 30, 40 toneladas de produtos agrícolas porque não temos a ferrovia. Temos uma extensão territorial praticamente à da Europa. Do Mato Grosso até Santos temos mais de 700 quilômetros. Produtos são transportados por caminhões. Esse percurso daria para atravessar a Europa e lá na Europa você tem ferrovias.

Numa das viagens que fiz pelo movimento pacifista representando o então Governador Montoro, em 85, visitei a União Soviética. Saí de Moscou e fui para Leningrado de trem-leito. Cheguei inteiro pela manhã. E não era um trem de alta velocidade não. Não precisamos do trem-bala. Pode ser um trem de média velocidade.

O que quero dizer é que a ferrovia é extremamente importante e ela foi destruída. Ela tem de ser recuperada. Nós somos um país de extensão territorial imensa. Não dá para aceitar aquele slogan que diz ‘o Brasil para se não tiver o caminhão’.

Venho à tribuna, portanto, reivindicar a reconstrução das ferrovias para a Alta Paulista, Presidente Prudente, Araçatuba e a duplicação da Rodovia João Ribeiro de Barros para evitar acidentes.

Todos nós sabemos que a manutenção de uma rodovia é muito mais onerosa do que de uma ferrovia. Além disso, a quantidade de carga que poderia ser transportada pela ferrovia é bem maior e bem mais econômica.

Sr. Presidente desta sessão, Deputado Luiz Claudio Marcolino, encerrando minha fala dizendo que nós podemos até errar, mas não podemos persistir no erro. O Governo tem que fazer rapidamente uma revisão, retroceder e priorizar exatamente o Metrô, o fura-fila, e principalmente a ferrovia, que é fundamental. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, esgotado o tempo destinado ao Pequeno Expediente, vamos passar ao Grande Expediente.

 

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- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PELO ART. 82 - Sr. Presidente em exercício, Deputado Luiz Claudio Marcolino, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, público presente, de volta a esta tribuna quero continuar falando aqui do colapso que estamos vivendo nas áreas sociais.

No meu pronunciamento anterior fiz algumas colocações sobre o colapso no transporte sobre trilhos, no Metrô e nos trens da CPTM, falei um pouco sobre o colapso da Segurança Pública no nosso Estado, que na verdade é reflexo da falta de financiamento, da falta de investimento e de gestão do Governo Estadual. O PSDB tem destruído essas áreas Assembleia Legislativa longo do tempo.

Até recentemente o Metrô de São Paulo era o meio de transporte mais bem avaliado pela população da Cidade de São Paulo. Foi só o PSDB assumir e ele começa a degradar. Ele fez isso com a Segurança Pública, com o Metrô, com os trens da CPTM e com a Educação Pública.

Sr. Presidente, estou aqui há uma semana fazendo uso da tribuna, denunciando o que vem acontecendo com as escolas estaduais da Diretoria Sul II, já mostrei as fotos aqui inúmeras vezes, vou mostrar hoje novamente, para ver se conseguimos solucionar esses problemas, porque há um processo de degradação, de sucateamento, de falta de investimento das nossas escolas públicas.

Sr. Presidente, na semana passada fizemos diligências em várias escolas aqui da Região do Campo Limpo, que pertencem à Diretoria Regional de Educação Sul II, e ficamos perplexos e estarrecidos com a situação das escolas. Infelizmente é um espelho da rede estadual de ensino. Nós fotografamos, filmamos, fizemos dossiês, relatórios, estamos acionando a Secretaria Estadual de Educação, a FDE, Fundação para o Desenvolvimento do Ensino, estamos acionando o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, assim como também, o Ministério Público. Não podemos deixar as escolas nessa situação em que se encontram.

Gostaria que os telespectadores da TV Assembleia, assim como também, os Deputados desta Casa, tivessem acesso às fotos que tiramos das nossas escolas. Visitamos cinco escolas: EE Professor Arnaldo Laurindo; EE Músico Wander Taffo; EE Cesar Yasigi; EE Beatriz Quadros; EE Leopoldo Santana. Cinco escolas degradadas, muitas delas sem quadras esportivas para realização das aulas de educação física.

É um absurdo que escolas estaduais antigas, e novas também, não tenham a construção de quadras esportivas. Sr. Presidente, nobre Deputado Jooji Hato, assim sendo os alunos são obrigados a improvisar.

Então as escolas improvisam as aulas de educação física em áreas extremamente perigosas e inadequadas, como por exemplo, na EE Cesar Yasigi, que utiliza um pequeno espaço para realizar as aulas de educação física, num local cheio de quinas, um local impróprio, inadequado para as aulas de educação física; o aluno pode machucar-se; isso não é uma quadra de esportes.

Até hoje a Secretaria de Educação não construiu a quadra dessa escola; e das outras também. A escola Wander Taffo não tem quadra. Tem um pequeno estacionamento que é utilizado como quadra para as aulas de educação física.

A EE Beatriz Quadros teve o desmonte de uma parte da quadra e o entulho desse desmonte ficou nas arquibancadas, impedindo que os alunos tenham aulas de Educação Física. Parece que essa empreiteira não é fiscalizada por FDE. A FDE é uma fundação, uma autarquia da Secretaria Estadual de Educação responsável pela reforma, pela construção de escolas no nosso Estado. Parece que essa autarquia não funciona, não fiscaliza as obras. Temos indícios de superfaturamento, e o pior é que muitas obras não são realizadas, ou são realizadas de forma inadequada, sem a mínima fiscalização, a mínima supervisão, a mínima cobrança do Poder Público.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato.

 

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Temos uma situação de calamidade pública. É um caso de Polícia. Isso significa improbidade administrativa. Os dirigentes de Educação, os responsáveis devem ser punidos com todo o rigor da lei. É uma agressão, uma afronta as nossas crianças, aos nossos adolescentes que frequentam escolas públicas. E o pior é que nenhum representante da Secretaria de Educação foi conversar com essas escolas, para tomar alguma providência. Estamos apresentando essas fotos durante toda a semana e nada foi feito. Peço até para a assessoria do Deputado Samuel Moreira, Líder do Governo, encaminhar essas fotos e o nome dessas escolas para o Governador Geraldo Alckmin, para que haja uma intervenção nessas escolas, que o FDE contrate as empreiteiras para reformar, para construir quadras nessas escolas.

Vou citar novamente o nome das escolas, para concluir meu pronunciamento: Escola Estadual Professor Arnaldo Laurindo, Escola Estadual Músico Wander Taffo, Escola Estadual César Yásigi, Escola Estadual Beatriz de Quadros e Escola Estadual Leopoldo Santana, todas da Diretoria Regional Sul 2 da Capital. Que as providências sejam tomadas imediatamente e essas escolas sejam reformadas por FDE, e o culpados por essa improbidade administrativa sejam punidos com todo o rigor da lei, porque isso é uma afronta à escola pública, à Educação pública, aos nossos alunos e também ao Magistério paulista. Muito obrigado.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, solicito o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, esta Presidência vai levantar a sessão. Antes, porém, convoca V. Exas. para a Sessão Ordinária de segunda-feira, à hora regimental, sem Ordem do Dia, lembrando-os ainda da Sessão Solene a realizar-se hoje, às 20 horas, com a finalidade de comemorar o Dia do Meio Ambiente, solicitada pelo Deputado Dilmo dos Santos.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 15 horas e 38 minutos.

 

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