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03 DE AGOSTO DE 2011

076ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidentes: JOOJI HATO, HEROILMA SOARES, LUIZ CLAUDIO MARCOLINO e ESTEVAM GALVÃO

 

Secretário: WELSON GASPARINI

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - JOOJI HATO

Assume a Presidência e abre a sessão. Convoca as seguintes sessões solenes, a serem realizadas em: 08/08, às 10 horas, a requerimento do Deputado João Paulo Rillo, com o objetivo de comemorar o "Dia do Estudante"; em 26/08, às 20 horas para celebrar os "30 anos do Afoxé Ilê Omo Dada" a pedido do Deputado José Cândido; em 29/08, às 10 horas, pelos "50 anos do Hospital Santa Marcelina de Itaquera" a requerimento do Deputado Simão Pedro; em 30/09, às 20 horas, em homenagem às "Bandas e Fanfarras que mais se destacaram durante o ano de 2011". Anuncia, ainda, a transferência de sessão solene requerida pelo Deputado Fernando Capez, em homenagem à "História da Arquitetura e da Decoração no Brasil" de 08/08, às 20 horas, para 16/09, às 20 horas.

 

002 - WELSON GASPARINI

Elogia o programa "Via Rápida para o Emprego", implantado pelo Governador Geraldo Alckmin na cidade de Ribeirão Preto e região. Explica as metas e objetivos do programa. Defende a ampliação das vagas do projeto e seu aperfeiçoamento, além de sua extensão para demais municípios da região. Apoia reivindicação de diversas esferas do funcionalismo público estadual por reajuste salarial. Reconhece as dificuldades de planejamento orçamentário do Governo de São Paulo. Pede auxílio dos demais Parlamentares sobre a questão.

 

003 - ROBERTO MORAIS

Informa a realização de ato no Palácio do Governo, no qual ocorreu a liberação de verbas correspondentes às emendas parlamentares do ano anterior. Comemora a aprovação de emendas que favorecerão a região de Piracicaba. Elogia o Governador Geraldo Alckmin pela realização de diversas obras no município de Águas de São Pedro.

 

004 - Presidente JOOJI HATO

Convoca reunião conjunta das Comissões de Constituição, Justiça e Redação; dos Direitos da Pessoa Humana; de Finanças e Orçamento e de Planejamento a realizar-se hoje às 16 horas.

 

005 - JOSÉ BITTENCOURT

Para Questão de Ordem, sugere que, nas convocações de reuniões conjuntas das Comissões, o Presidente informe a ementa do projeto apreciado.

 

006 - Presidente JOOJI HATO

Esclarece que o PLC 591/11 trata do Fundo Social de Solidariedade e anotou a sugestão do Parlamentar para resposta oportuna da Presidência efetiva.

 

007 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Informa que, ontem, ocorreu reunião da Comissão de Finanças e Orçamento desta Casa, na qual foi deferido que, nos dias 16, 17 e 18/08, deverá ocorrer seminário que discutirá a reforma tributária. Defende o debate a respeito da unificação do ICMS em todos os Estados brasileiros. Tece comentários sobre a indústria do vinho no Estado de São Paulo. Apresenta imagens de sua visita à indústria vinícola, em Jundiaí. Explica que a unificação do ICMS poderá criar novos postos de trabalho e favorecer diversas indústrias.

 

008 - HEROILMA SOARES

Assume a Presidência.

 

009 - CARLOS GIANNAZI

Anuncia dados, divulgados pelo Ministério da Educação, em relação às crianças e adolescentes matriculados em séries em desacordo com sua idade. Defende o debate sobre o financiamento da Educação Pública no Brasil. Informa a realização de mobilização de entidades sindicais e movimentos sociais em São Paulo favoráveis ao investimento de 10% do PIB nacional na Educação. Pede que, na discussão do Plano Nacional da Educação, no Congresso Nacional, sejam discutidas as emendas apresentadas pelo PSOL.

 

010 - CARLOS GIANNAZI

Anuncia a publicação, no Diário Oficial de São Paulo, da Resolução nº 44, que divide o gozo das férias dos trabalhadores do magistério em 15 dias em janeiro e 15 dias em julho. Considera que a medida está em desacordo com a legislação trabalhista. Informa que encaminhou representação ao Ministério Público do Trabalho e pede esclarecimentos do Secretário da Educação sobre o caso. Esclarece que protocolou projeto de lei em defesa das férias de 30 dias aos professores da rede pública estadual.

 

011 - JOOJI HATO

Assume a Presidência.

 

012 - RAFAEL SILVA

Considera ínfimo o aumento salarial dos professores da rede pública estadual no Rio de Janeiro. Defende que o Brasil desenvolva a indústria e diminua a exportação de matéria-prima e produtos primários. Tece considerações acerca do Governo Dilma Rousseff.

 

013 - ALENCAR SANTANA

Realiza breve histórico da política econômica brasileira dos últimos anos, durante os Governos de Lula e Dilma Rousseff. Destaca o crescimento da economia nacional. Informa que o Prefeito de Guarulhos doou uma área para a construção de nova unidade do IML no município, no entanto, o local deverá ser alterado em razão de medida do Governo Estadual. Condena a postura do Executivo paulista sobre a questão.

 

014 - OLÍMPIO GOMES

Anuncia sua participação em mobilização de diversas frentes sindicais e movimentos sociais ocorrida, hoje, em São Paulo. Relata as reivindicações do grupo. Agradece a esta Mesa por permitir que a mobilização cívica terminasse no estacionamento desta Casa.

 

015 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Assume a Presidência.

 

016 - OLÍMPIO GOMES

Para comunicação, comenta projeto, de autoria do Governador, que versa sobre a revisão salarial da Polícia Militar. Considera insuficiente o aumento proposto para a classe. Questiona a demora para que o projeto chegue a esta Casa. Lamenta o descumprimento da data-base salarial por parte do Executivo Estadual.

 

GRANDE EXPEDIENTE

017 - JOOJI HATO

Lamenta a crescente ocorrência do crime de latrocínio no Estado de São Paulo. Cita casos em que o delito foi praticado. Reflete acerca da motivação dos criminosos. Pede a aprovação de leis voltadas ao combate à violência. Sugere a realização de blitz para a apreensão de drogas.

 

018 - ALENCAR SANTANA

Cita estudo, realizado pela assessoria do PT, sobre a superlotação dos trens e metrôs do Estado de São Paulo. Considera irrisórios os investimentos realizados pelo Executivo neste meio de transporte. Afirma que o Governo de José Serra gastou menos da metade do que havia previsto com a ampliação da rede metroviária. Solicita a chegada do Metrô ao município de Guarulhos.

 

019 - JOOJI HATO

Assume a Presidência. Informa que a reunião conjunta das Comissões de Constituição, Justiça e Redação; Direitos da Pessoa Humana; e Finanças, Orçamento e Planejamento fora adiada para as 17 horas.

 

020 - JOÃO PAULO RILLO

Para comunicação, lamenta a ausência do Secretário Paulo Alexandre Barbosa à reunião da Comissão de Ciência e Tecnologia. Questiona a justificativa apresentada pelo ausente. Informa que o convite foi refeito ao Secretário.

 

021 - RAFAEL SILVA

Faz menção a casos de violência ocorridos no Estado de São Paulo. Lamenta a frequência com que acontecem acidentes de trânsito devido à ingestão de álcool. Pede punições mais rígidas aos culpados por estes crimes. Combate o posicionamento de figuras públicas, favoráveis à liberação do consumo da maconha. Sugere a redução da maioridade penal. Cita estudos realizados por diversos pensadores sobre a juventude.

 

022 - ORLANDO BOLÇONE

Discorre acerca de dados da região Noroeste do Estado, em especial da cidade de São José do Rio Preto. Faz histórico sobre a criação de parques tecnológicos no Brasil e no mundo. Comemora a futura instalação de parque tecnológico no município de São José do Rio Preto. Dá conhecimento das vantagens que a medida trará para o local (aparteado pelo Deputado Carlos Cezar).

 

023 - CARLOS CEZAR

Pelo art. 82, parabeniza o Deputado Orlando Bolçone pelo pronunciamento acerca do crescimento da cidade de São José do Rio Preto. Destaca o avanço alcançado pela cidade de Sorocaba. Enaltece a qualidade das instituições de ensino do município. Comemora a construção de ponte, em Sorocaba, que liga as rodovias Ulysses Guimarães e Tadao Yoshida. Agradece investimentos do Executivo Estadual na região.

 

024 - CARLOS CEZAR

Para comunicação, dá continuidade ao relato da história de desenvolvimento de Sorocaba. Cita os ciclos produtivos pelos quais o município passou. Acrescenta que a cidade tornou-se um grande centro prestador de serviços. Destaca o avanço no aspecto tecnológico. Reivindica melhorias para setores como trânsito, saúde, habitação, lazer e segurança pública.

 

025 - JOÃO ANTONIO

Pelo art. 82, comenta a realização de audiência pública, nesta Casa, com representantes do setor energético. Tece críticas aos serviços prestados pelas empresas fornecedoras de energia elétrica. Acrescenta que representantes do setor admitem atendimento de má qualidade. Discorre acerca de danos provocados pelas constantes interrupções no fornecimento de energia. Repudia a visão capitalista do setor, que visa o lucro. Declara que o PT fará oposição construtiva ao Governo, para melhorar o modelo de fornecimento de energia instituído no Estado.

 

026 - CARLOS GIANNAZI

Pelo art. 82, manifesta apoio ao pronunciamento do Deputado José Antonio. Critica a privatização ocorrida no setor energético. Fala sobre o julgamento de ação interposta por músico, e apreciada pelo STF. Defende o livre exercício da profissão no Brasil. Cita lei de 1960, considerada inconstitucional, que autoriza a cobrança de anuidade aos músicos.

 

027 - PEDRO BIGARDI

Pelo art. 82, comenta manifestação ocorrida hoje, com a participação de cerca de 50 mil pessoas. Cita entidades sociais e cinco centrais sindicais à frente da organização do evento. Dá conhecimento de reivindicações apresentadas durante o ato. Defende o fortalecimento do mercado interno brasileiro. Fala da necessidade de reforma urbana. Sugere o repasse de recursos do Pré-Sal a setores como Ciência, Tecnologia e Educação.

 

028 - MARCOS MARTINS

Para comunicação, informa a realização de audiência pública dia 10/08, nesta Casa, para tratar de problemas relacionados à falta de energia. Cita representantes do setor que deverão participar.

 

029 - ENIO TATTO

Pelo art. 82, discorre sobre a audiência pública voltada à área de energia elétrica. Comenta assuntos abordados durante o evento. Enfatiza o crescente lucro obtido pela Eletropaulo. Cita cláusulas constantes no acordo entre a empresa e o Estado, que prevê a fiscalização dos serviços prestados. Comenta declaração do Secretário José Aníbal, que afirma que os serviços prestados pela Eletropaulo são de má qualidade e que tendem a piorar.

 

030 - EDINHO SILVA

Para comunicação, manifesta-se contra matéria publicada no Portal IG, assinada por Ricardo Galhardo, que trata de investigação sofrida pelo PT. Repudia e rebate os argumentos apresentados pelo jornalista. Considera a denúncia sem fundamentos e um enfraquecimento da democracia.

 

031 - SIMÃO PEDRO

Para comunicação, protesta contra ação de despejo de 100 famílias, ocorrida na Capital paulista. Comenta a reintegração de posse de moradores da região Leste, ontem. Pede a intermediação do Estado nesses casos. Defende a garantia de moradia à população mais carente. Cita projeto de lei, de sua autoria, em favor do setor habitacional.

 

032 - ENIO TATTO

Pede a suspensão dos trabalhos por 10 minutos, por acordo de lideranças.

 

033 - Presidente JOOJI HATO

Defere o pedido e suspende a sessão às 17h13min.

 

034 - ESTEVAM GALVÃO

Assume a Presidência e reabre a sessão às 17h21min.

 

035 - ENIO TATTO

Pede o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

 

036 - Presidente ESTEVAM GALVÃO

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 04/08, à hora regimental, com ordem do dia. Levanta a sessão.

 

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIII Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Welson Gasparini para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - WELSON GASPARINI - PSDB - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Esta Presidência, atendendo solicitação do nobre Deputado João Paulo Rillo, convoca V. Exas., nos termos do Art. 18, Inciso I, letra "r", da XIII Consolidação do Regimento Interno, para uma Sessão Solene a realizar-se no dia 08 de agosto de 2011, às 10 horas, com a finalidade de comemorar o Dia do Estudante.

Esta Presidência, atendendo solicitação do nobre Deputado José Cândido, convoca V. Exas., nos termos do Art. 18, Inciso I, letra "r", da XIII Consolidação do Regimento Interno, para uma Sessão Solene a realizar-se no dia 26 de agosto de 2011, às 20 horas, com a finalidade de homenagear os 30 anos do Afoxé Ilê Omo Dada.

Esta Presidência, atendendo solicitação do nobre Deputado Simão Pedro, convoca V. Exas., nos termos do Art. 18, Inciso I, letra "r", da XIII Consolidação do Regimento Interno, para uma Sessão Solene a realizar-se no dia 29 de agosto de 2011, às 10 horas, com a finalidade de homenagear os 50 anos da presença do Hospital Santa Marcelina, em Itaquera.

Esta Presidência, atendendo solicitação do nobre Deputado Beto Trícoli, convoca V. Exas., nos termos do Art. 18, Inciso I, letra "r", da XIII Consolidação do Regimento Interno, para uma Sessão Solene a realizar-se no dia 30 de setembro de 2011, às 20 horas, com a finalidade de homenagear as Bandas e Fanfarras que mais se destacaram durante o ano de 2011.

Esta Presidência, atendendo solicitação do nobre Deputado Fernando Capez, transfere a Sessão Solene convocada para o dia 08 de agosto de 2011, às 20 horas, com a finalidade de prestar uma homenagem à História da Arquitetura e da Decoração no Brasil, para o dia 16 de setembro, às 20 horas.

Srs. Deputados, Sras. Deputadas, tem a palavra o primeiro orador inscrito, nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Ary Fossen. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Geraldo Vinholi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Engler. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Gerson Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Fernando Capez. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Welson Gasparini.

 

O SR. WELSON GASPARINI - PSDB - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas.

Estou acompanhando, com muito interesse, a implantação do programa "Via Rápida para o Emprego", recentemente lançado pelo Governador Geraldo Alckmin em Ribeirão Preto e em cidades daquela  região. Coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, o programa oferece cursos básicos de qualificação profissional de acordo com as demandas regionais.

Deixei claro ao próprio governador que me empenharei, de um lado, para ampliar a quantidade de vagas e a diversidade de cursos em cidades como Ribeirão Preto (com previsão inicial de 384 vagas), Altinópolis, Aramina, Batatais, Cajuru, Cravinhos, Dumont, Guariba, Igarapava, Monte Alto, Pirangi, Pitangueiras, Pontal, Santa Rosa de Viterbo, Serrana, Sertãozinho e Taquaritinga; de outro, reivindicando a extensão desse programa para cidades da região ainda nele não incluídas (Américo Brasiliense, Barrinha, Brodósqui, Buritizal, Cândido Rodrigues, Cássia dos Coqueiros, Fernando Prestes, Guará, Guatapará, Ipuã, Jardinópolis, Luiz Antônio, Miguelópolis, Nuporanga, Orlândia, Pradópolis, Rincão, Sales Oliveira, Santa Cruz da Esperança, Santa Ernestina, Santa Lúcia, Santo Antônio da Alegria, São Joaquim da Barra, São José da Bela Vista, São Simão, Serra Azul, Tambaú, Taiúva, Terra Roxa, Vista Alegre do Alto). O objetivo do "Via Rápida para o Emprego" é capacitar, gratuitamente, a população que está em busca de oportunidade no mercado de trabalho ou que deseja ter seu próprio negócio. Podem participar do programa pessoas maiores de 16 anos, alfabetizadas e que residam no Estado de São Paulo, dando prioridade a candidatos que estejam desempregados, jovens matriculados no ensino médio nas escolas públicas estaduais, idosos, pessoas com deficiência, beneficiários dos programas estaduais de transferência de renda Ação Jovem e Renda Cidadã. Egressos do sistema penitenciário deverão ser reeducados em regime semiaberto.

O programa oferece mais de 130 modalidades de cursos gratuitos nas áreas da construção civil, comércio, serviços e indústria, com duração de 30 a 90 dias, dependendo do tipo de ocupação. As aulas são ministradas de segunda a sábado, em unidades fixas do Via Rápida Emprego localizadas em regiões estratégicas do Estado de São Paulo e em unidades móveis (carretas), que serão estruturadas com laboratórios e espaços adequados para a qualificação do trabalhador.

As aulas também serão realizadas nas escolas técnicas estaduais (Etecs) e faculdades de tecnologia (Fatecs) do Centro Paula Souza, em salas descentralizadas das escolas estaduais, em unidades do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Senat), na Associação para Valorização de Pessoas com Deficiência (Avape) e na Associação de Deficientes Visuais e Amigos (Adeva).

As inscrições já estão abertas e devem ser realizadas exclusivamente pelo site do Via Rápida. As pessoas que não têm acesso à internet poderão efetuar a inscrição por meio dos computadores disponíveis nos mais de 638 postos do Acessa SP espalhados pelo Estado ou nas unidades do Poupatempo.

Enfim, é mais um gesto concreto do Estado em favor da empregabilidade, pois o mercado do trabalho exige, cada vez mais, capacitação de quem nele queira se colocar.

Quero, portanto, Sr. Presidente, congratular-me com o Governador Geraldo Alckmin por esse programa  muito importante. O Via rápida, sem dúvida alguma, vai melhorar em muito a empregabilidade no Estado de São Paulo.

          Venho acompanhando, também com grande interesse, o problema da reivindicação dos funcionários públicos estaduais de aumentos ou atualizações de salários, seja da Polícia Militar, da Polícia Civil ou da área da saúde. Na minha Ribeirão Preto  mesmo temos, no Hospital das Clínicas, uma greve de mais de um mês de médicos que estão com seus salários defasados. Sei que o Governador Geraldo Alckmin, como fez na área da educação, quer estruturar os funcionários públicos do Estado de São Paulo, dando-lhes salários razoáveis, compatíveis com suas grandes responsabilidades. Uma administração pública – e sei disto por experiência própria - só pode funcionar bem se seus funcionários forem realmente reconhecidos em termos salariais. Mas reconheço, também, a dificuldade do Governador de São Paulo. Sei o quanto ele está sofrendo, porque reconhece essa realidade e sabe que os funcionários públicos estaduais realmente merecem melhores salários; cabe-lhe, assim, decidir quais despesas pode cancelar para poder bancar as novas despesas decorrentes desses aumentos salariais.

Acho que nós, deputados, podemos ajudar o Governador de São Paulo, na análise do Orçamento do Estado de São Paulo, apontando quais despesas poderiam ser canceladas para direcionar esse dinheiro, efetivamente, ao pagamento das melhorias salariais reivindicas pelos os funcionários públicos do Estado de São Paulo. Estou a favor dessas justas reivindicações e acredito que o Governo de São Paulo conseguirá, se Deus quiser, em curto espaço de tempo, reconhecer os méritos dos seus funcionários públicos.

 

          O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Isac Reis. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Celso Giglio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Morais.

 

O SR. ROBERTO MORAIS - PPS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, quero desejar um grande segundo semestre a todo o Parlamento paulista, à nossa assessoria, aos nossos funcionários, ao povo do Estado de São Paulo. Vamos votar o primeiro orçamento deste mandato do Governador Alckmin, será a última sessão do ano. Temos outros projetos importantes que serão apreciados e votados aqui na Assembleia Legislativa.

Quero saudar a todos nesse reinício de trabalho nesse mês de agosto, embora tenhamos continuado trabalhando normalmente, os gabinetes abertos, tanto aqui quanto a extensão do nosso gabinete na Cidade de Piracicaba, cidade e região que tenho orgulho de representar neste quarto mandato nesta Casa. Na última segunda-feira, num ato que aconteceu no Palácio do Governo, tivemos a liberação de algumas emendas ainda do ano passado que foram assinadas pelo governador, pelos prefeitos. São emendas sugeridas pelos deputados da antiga legislatura e que foram liberadas.

Para a minha região, tivemos um pedido da minha querida Magic Paula, Maria Paula Gonçalves da Silva. Trata-se do Projeto Passe de Mágica, um projeto maravilhoso, que envolve as nossas crianças de Piracicaba e do Estado de São Paulo. Ela sempre teve essa preocupação de envolver as crianças. Por meio de um pedido dela, referendado pelo Secretário de Esportes de Piracicaba, Dr. Pedro Mello, o local onde ela faz hoje seu projeto, a quadra do Tiro de Guerra de Piracicaba, uma área cedida pela prefeitura, terá, com esse dinheiro, sua quadra coberta. Esse convênio já foi assinado com a Prefeitura de Piracicaba, com o Prefeito Barjas. O Prefeito Josias Zani, de Santa Maria da Serra, fez a solicitação de 300 mil reais para a reforma de uma praça na sua cidade, convênio também assinado. O Prefeito Paulo Ronan e o João Victor, Presidente do PPS de Águas de São Pedro, solicitaram cem mil reais para a iluminação desse município, também um convênio assinado, um convênio do ano passado, do sempre Deputado João Barbosa. Para a Cidade de São Pedro, o Prefeito Du Modesto, do nosso partido, os nossos vereadores Luiz Azzini, o Ita, o Flavinho, o Nelson, 300 mil reais para a reforma da Praça Santa Cruz. Também 300 mil reais para o Prefeito Marcão, de Mombuca, que pediu para a construção de uma rotatória com acessibilidade para a Cidade de Mombuca.

Portanto, são emendas que foram liberadas na última segunda-feira. Agradecemos à Casa Civil, ao Sidney Beraldo, à sempre Deputada Rose, ao Governador Geraldo Alckmin, aguardando as emendas que possam ser liberadas para os parlamentares, começando também agora a expectativa das emendas deste ano de 2011.

Durante esse período de recesso, o Governador Alckmin voltou às nossas cidades, esteve em Águas de São Pedro inaugurando a nova ponte. A antiga foi levada pelas chuvas de janeiro. Uma ponte moderna, de quatro milhões de reais, foi inaugurada no início do mês e também foram liberados 2,8 milhões de reais para pavimentar o trecho urbano da SP304, que passa por Águas de São Pedro. Anunciou, finalmente, que vamos ter a conclusão da duplicação de Ártemis até Águas de São Pedro. Serão 10 quilômetros duplicados e, no entorno de São Pedro, 16 quilômetros. É uma obra de 82 milhões liderada pelo Governador por meio de um abaixo-assinado da Gazeta de Piracicaba, da Rádio Onda Livre, das Associações Comerciais de Piracicaba, São Pedro, Águas de São Pedro, das três Câmaras Municipais, das 3 Prefeituras e dos nossos gabinetes. Foi um abaixo-assinado com quase 40 mil assinaturas entregue em 2007 ao então Governador José Serra.

Também autorizando nos próximos dias a licitação, o projeto está pronto, para duplicar 5,5 quilômetros da Rodovia Piracicaba-Charqueada, Rodovia Hermínio Petrin, saindo de Santa Terezinha, passando pelo antigo Grupo Cosan, hoje Grupo Raízen. A partir da Raízen até Charqueada os outros 19 quilômetros já foram inteiramente recuperados, com terceira faixa, com acostamento, que não existia.

Um detalhe importante também, não estava no projeto, conseguimos colocar o dispositivo de segurança que fica na divisa dos municípios de Charqueada com Piracicaba, na entrada de dois bairros populosos, o bairro de Santana e Santa Olímpia. As alças estão prontas, foi um contrato emergencial de um milhão de reais, falta fazer o canteiro central. A empresa contratada pela CPFL - informou meu vereador de Charqueada Osvaldo Morelli - está lá agora retirando os postes da rodovia para que a empresa Empate, que ganhou essa obra, possa fazer essa rotatória, esse dispositivo de segurança, para dar segurança para quem entra e sai dos bairros de Santana e Santa Olímpia, para quem vai a Charqueada ou vem de Charqueada para a Cidade de Piracicaba.

São importantes obras conquistadas naquela região. Quero novamente agradecer a sensibilidade do Governador Alckmin e sua equipe, que não está atendendo ao deputado, está atendendo ao clamor de uma grande região. Estamos aqui há um tempo, estamos entrando no 13º ano representando o povo daquela região, a nossa função é essa mesmo de levar melhorias.

Muito obrigado, Sr. Governador. Muito obrigado, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, assessoria, telespectadores da TV Assembleia.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, esta Presidência, nos termos do Art. 18, inciso III, alínea “d”, combinado com o Art. 68, ambos da XIII Consolidação do Regimento Interno, convoco V. Exas. para a Reunião Conjunta das Comissões de Constituição e Justiça, Redação, Direitos da Pessoa Humana, Finanças e Orçamento e Planejamento, a realizar-se hoje, às 16 horas, com a finalidade de ser apreciado o PL 591/2011, de autoria do Sr. Governador Geraldo Alckmin, no Salão Nobre da Presidência.

Tem a palavra o nobre Deputado Vitor Sapienza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Reinaldo Alguz. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Hamilton Pereira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado André Soares. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adilson Rossi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alencar Santana. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.)

 

O SR. JOSÉ BITTENCOURT - PDT - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Sr. Presidente, uma questão de ordem que evidentemente será acolhida e encaminhada à Presidência efetiva desta Casa. Estava atento à convocação de V. Exa. em relação ao Congresso de Comissões que se instalará daqui a pouco, para a apreciação de um projeto de lei complementar de autoria do Governador.

Gostaria que nessas convocações fossem, pelo menos, registradas as ementas dos projetos que serão objetos de análise do congresso de comissões, até para dar mais clareza e publicidade àquilo que está sendo convocado.

Fica o registro da minha questão de ordem para que, nas próximas convocações de congressos, quer seja agora ou posteriormente, seja feita menção não apenas do número do projeto, mas também da ementa para que os deputados aqui presentes conheçam o que está sendo proclamado.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Esta Presidência levará ao conhecimento do Presidente efetivo desta Casa, Deputado Barros Munhoz. De praxe, essa convocação tem sido assim feita, mas isso não impede que levemos ao conhecimento do Presidente desta Casa. Esta convocação é em relação ao Projeto do Fundo Social e Solidariedade.

Tem a palavra o nobre Deputado Estevão Galvão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Milton Vieira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Ed Thomas. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Cândido. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino.

 

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- Assume a Presidência a Sra. Heroilma Soares.

 

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O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Sra. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários, ontem foi realizada mais uma reunião da Comissão de Finanças e Orçamento e foi aprovado para os dias 16, 17 e 18 de agosto a realização, aqui na Assembleia Legislativa, de um seminário que tratará sobre a Reforma Tributária. Esse é um tema que está sendo debatido também na Câmara dos Deputados e no Senado Federal por causa da sua relevância. Há pouco tempo discutimos também aqui na Assembleia Legislativa, em conjunto com a Fiesp, justamente sobre a reforma tributária, tão necessária para o País.

Há um tema sendo debatido que é a questão da unificação do ICMS em todos os estados brasileiros. Muitas empresas acabam se deslocando de um estado para outro para tentar reduzir o ICMS. Isso é importante para o Estado de São Paulo e é por isso que realizaremos este seminário. A alteração de algumas alíquotas do ICMS poderá gerar, para algumas cadeias produtivas no Estado de São Paulo, a possibilidade de desenvolvimento regional, inclusive.

Durante o período de recesso, visitei, em Jundiaí, a Cereser, e quero falar sobre a Indústria do Vinho no Estado de São Paulo. Estive com o Sr. Railson Vieira, supervisor da Indústria Cereser e um dos responsáveis da Indústria de Vinho de Jundiaí, e gostaria de mostrar algumas fotos. Fiz questão de mostrar essas imagens porque tem tudo a ver com o Seminário da Reforma Tributária que acontecerá nesta Casa. Existe hoje uma diferença nas alíquotas: é cobrada uma alíquota de 25% do ICMS para o vinho no Estado de São Paulo, enquanto para a cerveja ou para qualquer outro destilado é cobrada uma alíquota de 18 por cento.

Não há justificativa para essa diferença, do vinho e para os destilados - cachaça ou cerveja. Há uma injustiça com a cadeia de vinho. Até 2014, o processo de industrialização deverá ser implantado no corte da cana, e existe um estudo para a cadeia de vinho no Estado de São Paulo. Boa parte da uva para a cadeia do vinho no Estado de São Paulo acaba vindo do Rio Grande do Sul. Há então todo um estudo para as várias cidades do Estado de São Paulo em que não é possivel cortar a cana com a mecanização, e outro para que a uva seja produzida em vários municípios deste Estado. Existe então a possibilidade de se aumentar não só a produção, mas também o imposto arrecadado e a ampliação do número de postos de trabalho. Já existe um projeto na Assembleia Legislativa para reduzir a alíquota, de 25 para 18 por cento. Discutiremos não só a unificação da alíquota para todo o Brasil, mas também sobre a redução do ICMS para os remédios, que o Governo de São Paulo acabou aumentando. Isso acaba prejudicando também os aposentados. Muito obrigado.

 

A SRA. PRESIDENTE - HEROILMA SOARES - PTB - Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Bigardi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público aqui presente, telespectadores da TV Assembleia, estamos preocupados com os dados apresentados pelo Ministério da Educação, na semana passada, que foram divulgados amplamente pela imprensa em relação ao número de crianças e adolescentes que estão hoje matriculados tanto no ensino fundamental, como também no ensino médio, mas que sofrem da famosa mazela da defasagem entre idade e série.

Esse número é assustador, é tenebroso porque temos mais de 23% do total de alunos matriculados nas Redes Públicas de Ensino com essa defasagem. Nós temos mais de sete milhões de crianças e adolescentes fora da série em que deveriam estar matriculados. Esse dado tem a ver com uma questão fundamental, que é a questão do financiamento da educação pública no Brasil.

Hoje, há alguns minutos, tivemos uma grande mobilização aqui em São Paulo de entidades sindicais e vários outros movimentos sociais como a do MST, da UNE. Uma das bandeiras dessa passeata aqui na Capital foi a luta em defesa do investimento de 10% do Produto Interno Bruto - PIB - na educação. É uma pauta que apoiamos desde sempre.

Há muitos anos estamos apoiando o investimento maior na educação pública do nosso País. Essa bandeira de 10% é antiga, vem praticamente desde a aprovação da Constituição de 1988, quando levamos essa luta não só na Constituição, mas, também, na própria aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação. No entanto, até hoje o Brasil não conseguiu dar esse passo à frente, não conseguiu avançar nesse sentido.

O Brasil é um dos países que menos investe em educação pública no mundo e principalmente na América Latina. A Argentina, Paraguai, Uruguai, Venezuela investem mais que o Brasil. Praticamente o Brasil só perde para o Haiti, que vive hoje quase que uma guerra civil. Então temos que avançar no percentual.

Durante a gestão do Ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso, o Plano Nacional de Educação, aprovado em 2001, tinha um artigo que obrigava o Brasil a investir sete por cento. Porém, o Ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso vetou os sete por cento. Então, havia toda uma luta para derrubar esse veto.

Agora existe a proposta de investimento, apresentada pelo próprio MEC, no Congresso Nacional, de 7% ao longo de 10 anos. Nós entendemos que isso é pouco. Nós temos que investir, no mínimo, 10% para pagar a dívida com a educação pública.

O Brasil nunca investiu verdadeiramente nessa área. Desde a libertação dos escravos em 1888, passando pela Proclamação da República o Brasil nunca fez uma reforma educacional e nunca investiu verdadeiramente em educação pública. Então temos dívida hoje nessa área.

Eu quero dizer que todos esses dados, apresentados pela MEC e pelas próprias Secretarias de Educação, em relação às deficiências das nossas redes públicas têm a ver fundamentalmente com o financiamento da educação.

O Brasil tem que investir, no mínimo, 10% da sua riqueza, do seu PIB - Produto Interno Bruto - com a educação pública para que possamos tornar a educação de fato um instrumento de desenvolvimento humano, social, ambiental, tecnológico, cultural e econômico. Mas, enquanto isso não acontecer, enquanto o Brasil continuar mantendo essa política econômica com juros mais altos do mundo, não vamos ter dinheiro para a educação, não vamos conseguir regulamentar a Emenda 29 da Saúde, trazendo mais recursos para a saúde pública no Brasil, não vamos conseguir aprovar a PEC 300 porque essa política econômica tem canalizado o dinheiro público.

A nossa riqueza de mais de 360 bilhões de reais são canalizados para os especuladores, para os rentistas da dívida pública brasileira. Com isso, perdem a educação, a saúde, a segurança pública e também a própria geração de empregos. Então é urgente que haja uma mudança na política econômica brasileira para que a riqueza produzida fique no Brasil e seja investida na qualidade de vida dos brasileiros.

Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, para concluir a minha fala, insistimos na defesa de que o Plano Nacional da Educação, que está sendo discutido no Congresso Nacional, contemple uma das emendas que nós, do PSOL, apresentamos, que é uma emenda apoiada por amplos setores não só do Magistério Público Nacional, mas, sobretudo, de várias entidades de peso e representativas da sociedade brasileira para que o Brasil invista, no mínimo, 10% da sua riqueza na educação pública. Muito obrigado, Sra. Presidente.

 

A SRA. PRESIDENTE - HEROILMA SOARES - PTB - Tem a palavra a nobre Deputada Rita Passos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Baleia Rossi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Mentor. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luis Carlos Gondim. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marco Aurélio. (Pausa.) Alex Manente. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Afonso Lobato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edinho Silva. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Cauê Macris. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adriano Diogo. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Regina Gonçalves. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Dilmo dos Santos. (Pausa.)

Esgotada a lista de oradores inscritos, vamos passar à Lista Suplementar. Tem a palavra o nobre Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Massafera. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Fernando Capez. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Leci Brandão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, de volta a esta tribuna, quero dizer que estamos perplexos, indignados com a publicação da Resolução n º 44/11, no “Diário Oficial”, agora no dia 14 de julho, pegando todos nós de surpresa, nós que estávamos de recesso. Quando falo nós, não são os parlamentares, mas, sobretudo, os professores da Rede Estadual de Ensino que estavam descansando, repondo suas energias para a volta do segundo semestre do ano letivo.

Fomos todos surpreendidos por essa resolução autoritária, antidemocrática que representa uma verdadeira afronta ao Magistério Estadual, dividindo as férias de janeiro em 15 dias e 15 dias em julho. Parece que é a única categoria profissional aqui do nosso Estado, talvez do nosso País, que não vai ter mais direito a férias consecutivas de 30 dias. Os professores perderam esse direito conquistado pelos trabalhadores em todo o Brasil com muita luta. É uma conquista histórica dos trabalhadores as férias de 30 dias.

Quando achávamos que o PSDB já tinha praticado todo o mal aqui, no Estado de São Paulo, contra o magistério, contra os professores da Rede Estadual, recebemos mais um golpe dos tucanos desse Governo contra o Magistério Estadual, ou seja, na prática o professor da rede estadual vai ter 15 dias de férias no mês de janeiro e 15 dias no mês de julho. É isso que diz a Resolução nº 44 publicada no "Diário Oficial" do Estado no último dia 14 agora. Um absurdo, uma afronta, uma violação, um desrespeito aos trabalhadores da Educação da Rede Estadual de Ensino.

Nós já estamos empenhados em reverter essa situação. Nosso mandato já está preparando uma representação ao Ministério Público do Trabalho; estamos pedindo na Comissão de Educação a convocação do Secretário para explicar esse procedimento, esse ataque aos professores, que não vamos permitir - espero que a Assembleia Legislativa também faça o mesmo, que os deputados façam gestões em relação a esse caso para reverter essa situação - e já apresentamos aqui na Assembleia Legislativa um projeto de lei obrigando o Estado a oferecer férias de 30 dias consecutivos para os professores da rede. Este projeto tem como meta anular esta resolução nefasta e danosa não só para os professores da rede estadual como para os alunos também, os nossos mais de cinco milhões de alunos matriculados na rede que serão penalizados por esta resolução.

Todos nós sabemos que os professores da rede estadual têm acúmulo de cargos, trabalham muitas vezes em dois cargos na própria rede estadual ou na rede municipal ou na rede particular também. Os professores estão desgastados, estressados e o único momento que o professor tem para repor suas energias é no mês de janeiro, mas agora só vai ter 15 dias, diferentemente de outros setores da sociedade.

Enquanto defendemos a valorização do magistério público, sobretudo da rede estadual, o Governo Estadual vai na contramão do que afirmou aqui o próprio Secretário da Educação e comete esse verdadeiro atentado terrorista contra os professores da rede.

Apelamos aos deputados para que façam gestões no sentido de convencer o Governador Geraldo Alckmin a reverter essa situação porque nós vamos lutar até o fim, até que esta resolução seja revogada imediatamente porque é um absurdo esse tipo de afronta, esse tipo de ataque aos já atacados professores. Os professores que já são atacados com tantas medidas nefastas e danosas pelo Governo Estadual ainda têm de se deparar com mais esta.

Nós não vamos nos calar. Vamos denunciar exaustivamente esse fato enquanto o Governo Estadual não reverter isso.

Gostaria ainda de dizer que o Governador Geraldo Alckmin entra em contradição quando diz que está preocupado com a Saúde dos professores ao criar agora essa espécie de núcleo de Saúde em cada diretoria de ensino para atender aos professores com fonoaudiólogos e outros especialistas. Ele lançou esse programa de Saúde para professores a fim de amenizar um pouco o estresse e as doenças relacionadas ao trabalho no magistério, mas ao mesmo tempo em que monta esses núcleos ele tenta piorar ainda mais por outro lado a Saúde dos professores. Então me parece que esse programa lançado pelo Governador é só para inglês ver porque ele não ataca as verdadeiras causas das doenças que são adquiridas pelo exaustivo trabalho dos nossos professores, que trabalham em condições extremamente precárias, enfrentando a superlotação de salas, enfrentando a violência nas escolas e tantas outras adversidades.

Diante disso vamos continuar pressionando e denunciando o Governo que tenta desqualificar e atacar o tempo todo o magistério estadual.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Moura. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Hamilton Pereira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Carlos Gondim. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rafael Silva.

 

O SR. RAFAEL SILVA - PDT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, estava ouvindo o noticiário. Lá no Rio de Janeiro as autoridades estão felizes: aumentaram o salário dos professores para 965 reais. Não sei se é esta a realidade, mas foi a realidade do noticiário. Eles pensam que o professor consegue sobreviver com dignidade ganhando tão pouco.

Na medida em que valorizamos a Educação nós valorizamos o futuro dos jovens e automaticamente o futuro da nação.

Sem a valorização da Educação, sem a valorização da consciência das pessoas - e a informação é a matéria-prima da consciência - país nenhum alcança o verdadeiro desenvolvimento.

De vez em quando alguma coisa boa acontece em Brasília.

De poucos dias para cá tenho acompanhado o comportamento da Presidenta Dilma. Ela falou que quer varrer do Governo os corruptos. Ela falou que quer moralizar a administração pública. Ainda ontem ela falou da necessidade de investimento nos setores produtivos. O Brasil, já de alguns anos para cá, tem diminuído a força desse setor. A produção ficou colocada em décimo plano. O nosso país passou a ser exportador de produtos agrícolas ou de outras commodities, como o petróleo, como o aço não industrializado. Nação nenhuma consegue crescer no aspecto econômico se não valorizar a produção.

Li, há muito tempo, um livro de Leo Huberman que fala da preocupação da Inglaterra antiga e outros países da Europa com respeito a não vender matéria-prima e, sim, produtos industrializados, porque o produto industrializado tem valor agregado, ele dá emprego dentro do país. E o Brasil de uns tempos para cá fez o oposto. A indústria encolheu e nós não vivemos uma crise terrível por quê? Porque o mundo precisa de produtos primários e o mundo todo compra.

O setor agrícola brasileiro, que caminha com pernas próprias, consegue exportar mesmo com o dólar no valor baixo como está atualmente. Mas o enfraquecimento da indústria representa o comprometimento do futuro.

Tivéssemos nós a crise americana como era anunciada, o sofrimento seria muito grande. Se não tivermos este setor importante desenvolvido, qualquer crise vai abalar nossas estruturas. E a Presidenta Dilma falou da necessidade dessa valorização. Não era pensamento do grupo anterior que estava no poder, pelo menos esse pensamento nunca foi manifestado. Se ele existia - não sei se existia - não era propagado. Agora pelo menos a Presidenta Dilma levanta essa bandeira, traz essa proposta de valorização do setor produtivo, de valorização da indústria brasileira.

Parabéns, Presidenta Dilma. Enquanto a administração pública não for profissionalizada, enquanto não acabarmos com a corrupção neste país, não haverá salário bom para os professores, para os policiais, não teremos atendimento adequado na saúde e na segurança, não teremos nada de bom para o povo brasileiro. A Presidente Dilma, então, pelo menos quanto ao seu discurso, merece nossos aplausos. Esperamos que essa vontade, demonstrada em palavras, seja transformada em realizações. Estou acreditando, não digo na Dilma, mas nas propostas. Devemos ver a realização das pessoas, não importa de onde venham, não importa como cresceram. Importa que ela mostra que está realmente bem intencionada e consciente das necessidades deste país. Parabéns, Dilma, e espero que isso possa mudar nossa realidade.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Alencar Santana.

 

O SR. ALENCAR SANTANA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, colegas deputados, funcionários, cidadãos que nos acompanham pela TV Assembleia, aproveito a fala do nobre Deputado Rafael Silva, que falou sobre a política industrial do governo federal, para dizer que é importante fazer um breve histórico sobre a política econômica como um todo dos últimos anos do Presidente Lula e, agora, da Presidente Dilma.

O Brasil teve crescimento, teve desenvolvimento, mas isso foi aliado à inclusão social, ou seja, foi aliado também à geração de renda. Não basta, como disse a presidente, o Brasil ser rico e continuarmos tendo uma grande camada de pessoas pobres. Por isso que a inclusão social, o fortalecimento também das camadas populares é fundamental para o crescimento do nosso país. E isso o presidente Lula ao longo de seus 8 anos de governo fez muito bem, tanto que o Brasil soube superar as crises econômicas vividas por outros países recentemente. O Brasil conseguiu continuar crescendo e se desenvolvendo.

Ao baixar medidas que favorecem o setor industrial, para que o Brasil possa continuar produzindo, gerando riqueza e fazendo com que a economia mais uma vez supere o momento que o mundo vive, de incertezas do ponto de vista econômico, em que observamos grandes mercados, como o norte americano, do maior país do mundo economicamente falando, numa crise, e a Europa também vivendo momentos de insegurança, com alguns países praticamente quebrados, no Brasil o governo continua tomando medidas para garantir solidez, crescimento, estabilidade econômica e ao mesmo tempo o processo produtivo.

As medidas da nossa presidente não são baixadas no calor da conjuntura internacional, mas pensadas ao longo do período, e vemos que as avaliações são favoráveis. Lembro que a presidente esteve na China e trouxe empresários que aqui querem investir em plantas industriais, e, mais do que isso, garantir a tecnologia no nosso país, para podermos ter conhecimento, capacidade e condições de aqui produzir. Isso é fundamental. Então, é um conjunto de medidas no sentido de fazer com que o Brasil cresça ano a ano, se tornando a potência que tem condições de ser no cenário político mundial.

Outro assunto, dada a oportunidade. Hoje, conversando com um vereador da cidade de Guarulhos, da oposição, mas com quem o prefeito Sebastião Almeida, ex-deputado a esta Casa, tinha feito reuniões desde 2009 para garantir que o novo IML fosse construído na cidade, me disse que há um descontentamento. Por solicitação dos vereadores, e também porque era uma necessidade dos funcionários, da cidade, o prefeito, com aprovação da Câmara Municipal, doou uma área para que o IML pudesse construir uma nova unidade em Guarulhos, moderna, adequada, em condições de bem atender ao público, de bem instalar os funcionários, num melhor ambiente de trabalho. Foi uma exigência do governo estadual que a prefeitura doasse a área. Tivemos várias reuniões com os técnicos e secretários estaduais, projetos foram desenvolvidos e disseram que recursos tinham sido disponibilizados. Eis que, hoje, vem a notícia, por esse vereador que estava mito indignado, de que infelizmente, depois de mais de um ano de trabalho, depois de em determinado momento dizermos que o governo municipal não queria doar a área, pedirmos que fosse enviado projeto à Câmara Municipal e o governo enviou, mas agora dizem que não querem fazer naquele local, pediram sugestões de novos locais para a construção. Isso após um longo trabalho integrado de diversos setores como IML, Secretaria de Saúde do Município, Câmara Municipal, governo municipal, Secretaria de Assuntos Jurídicos, secretarias estaduais. Isso demonstra, mais uma vez, o descaso do governo estadual para com a cidade de Guarulhos, a falta de compromisso com o que foi dito.

Fica registrada, aqui, a indignação do governo municipal e da câmara municipal de Guarulhos com o descaso do governo estadual que não cumpre o que foi combinado.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, funcionários desta Casa, cidadãos que nos acompanham pela TV Assembleia, tive, hoje, oportunidade de participar de uma grande mobilização da sociedade brasileira, pois havia representantes de vários estados. Uma grande mobilização pelo trabalho e pelo trabalhador brasileiro. Várias centrais sindicais, muitos sindicatos se mobilizaram e, numa grande concentração, saíram da Praça Charles Miller, no Pacaembu, se deslocou até a Assembleia com aproximadamente 120 mil pessoas que se manifestavam não para fazer um protesto, mas para chamar a atenção da sociedade brasileira e da classe política dirigente para modificações mais do que necessárias, por exemplo, o estabelecimento da jornada de 40 horas semanais sem a perda das garantias, o cumprimento das normas 151 e 158 da Organização Internacional do Trabalho, o fim do fator previdenciário que tanto prejuízo dá ao aposentado brasileiro e também um projeto factível de reforma agrária para o nosso país.

Quero agradecer ao deputado Barros Munhoz e a todas as pessoas da administração da Alesp que aquiesceram ao pedido das centrais sindicais e dos sindicatos para que a concentração final dessa mobilização cívica acontecesse no pátio maior da Assembléia Legislativa. Quero agradecer aos funcionários da Assembleia Legislativa que acabaram sendo prejudicados com relação ao estacionamento, mas que diante dos objetivos da mobilização com certeza entenderam a forma amistosa e respeitosa do deputado Barros Munhoz, presidente da Casa, e dos membros da Mesa ao atender ao pedido feito para o uso do pátio principal da Casa para essa grande concentração de pessoas.

 

 

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- Assume a Presidência o Sr. Luiz Claudio Marcolino.

 

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O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, quero lembrar à população, especialmente aos profissionais da Segurança Pública e do Sistema Prisional, que o Governador Geraldo Alckmin - que alguns órgãos de imprensa começam a chamar de Pinóquio - divulgou no dia 15 o encaminhamento para a Assembleia Legislativa de projetos para revisão de salários e reestruturação de carreiras e vantagens a policiais civis, militares e agentes penitenciários. Já estamos no terceiro dia do exercício do segundo semestre, e se o projeto saiu do Palácio dos Bandeirantes deve estar vindo em cima do casco de uma tartaruga manca porque não deu entrada na Assembleia Legislativa, muito embora tenha sido amplamente divulgado o seu encaminhamento no dia 15.

Esse projeto, principalmente o de revisão de salários, ainda deixará São Paulo entre os últimos lugares, como os piores salários para a Polícia Civil, Militar e agentes penitenciários. Uma merreca, uma míngua, mas tem que vir para esta Casa. Vai ficar empurrando com a barriga para ganhar mais um mês? Já não cumpriu a data-base em relação aos profissionais da Educação. Uma luta de toda a Assembleia, principalmente da Oposição, encabeçada pelo líder do PT, deputado Enio Tatto, foi antecipar um mês a revisão dos salários dos profissionais da educação porque o que queríamos é que voltasse a primeiro de março porque era o cumprimento de lei aprovada de data-base. E agora vamos esperar terminar agosto para o projeto vir depois, para contar a partir de setembro, para termos que lutar como loucos para ver se conseguimos mudar para primeiro de agosto? Isso é uma vergonha.

Então, encareço ao governo que tome providencias em relação a isso e faça o devido encaminhamento, explicando à população que não adianta espernear e gritar, porque projetos que versam sobre matéria estatutária, carreira, aumento de despesas, salários, são de competência exclusiva do governador. Está na Constituição. Então, se a pessoa que tem a competência não agir com o mínimo de competência para fazer o encaminhamento, estamos perdidos.

Faço um apelo ao governo do estado, à liderança do governo na Casa, a quem tem acesso ao governador, para fazer o encaminhamento desses projetos à Assembleia. Vamos parar de enganação, de enrolação. Se o problema é ganhar mais um mês, não há a menor dúvida. Vamos tentar com que se cumpra a data-base. Se houvesse coerência mínima da maioria dos deputados desta Casa, independente se Situação ou Oposição, iríamos botar a data-base a partir de primeiro de março, porque seria a valorização desta Casa. Quem votou a data-base em primeiro de março foram os deputados desta Casa. Quem sancionou: o Governador Geraldo Alckmin, que nunca cumpriu. Depois veio o José Serra, nunca cumpriu. Voltou Alckmin; continua não cumprindo. E aqui, como um apêndice do Palácio dos Bandeirantes, a Assembleia fala: “Ah, tá bom Excelência, manda quando o senhor puder que vamos apreciar com muito gosto”. Lamentável!

 

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Está esgotado o tempo destinado ao Pequeno Expediente.

 

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- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Por permuta com o nobre deputado Milton Leite Filho, tem a palavra o nobre deputado Jooji Hato pelo tempo regimental de dez minutos.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, telespectadores da TV Alesp, quero agradecer ao nobre deputado Milton Leite Filho pela permuta de tempo que me permite assomar à tribuna no dia de hoje para falar sobre o aumento crescente do número de latrocínios. No primeiro semestre houve um aumento de 12% em relação ao mesmo período do ano passado: 47 pessoas foram assaltadas e assassinadas, o que caracteriza o crime de latrocínio.

Hoje a imprensa traz várias notícias desses crimes.

Um cidadão de 67 anos foi assassinado na frente da esposa. Sacou dinheiro na cidade de Guarulhos, um amigo que tentou ajudar também morreu, também foi assassinado, e os assaltantes fugiram sem levar nada.

Na noite passada, por volta de 22 horas, Antonio Seyn Cohn, um comerciante de 35 anos, foi defender um filho de cinco anos e acabou sendo assassinado friamente. Isso aconteceu na Vila Progresso, em Itaquera, onde o comerciante tinha duas lojas de roupas. A casa foi invadida por cinco bandidos. Baleado no peito, o comerciante foi atendido no Hospital Planalto, em Itaquera, mas não resistiu e acabou deixando esposa e filhos. A quadrilha fugiu de mãos vazias e até agora não foi localizada.

Duas horas antes, na Rua Lauzânia, na Capela do Socorro, Daniel Silva, 40 anos, guarda civil metropolitano há 12 anos, trocou tiros com assaltantes numa esquina, perto de um mercado. Ele estava com dois colegas de corporação que estavam de folga, foi baleado no peito e no abdome por três criminosos que provavelmente iriam assaltar o supermercado e um dos bandidos também morreu. Ele está em estado muito grave e provavelmente deve ter falecido. Nesse caso também nada foi levado do mercado, nem do guarda metropolitano. O pai é assassinado diante da filha, uma adolescente de 14 anos, por um bandido de 18 anos, aqui na Lapa. Oswaldo, que tinha 40 anos, tentou fugir, mas foi baleado. Há vários exemplos aqui. E pergunto: quanto vale uma vida? Um celular vale uma vida? No caso do Oswaldo, que era dono de bar, o assaltante queria o notebook. É nessa cidade que vivemos, nesse Estado. Não é só a Capital, não é só Guarulhos. Em Santos, por exemplo, uma jovem não entregou a máquina fotográfica e foi assassinada. Uma máquina vale uma vida? E vamos ficar assistindo a isso todos os dias na mídia.

A Assembleia Legislativa, as Câmaras Municipais, o Congresso Nacional têm um poder fantástico, uma força enorme, desde que aprovem projetos, desde que façam as modificações profundas na comunidade, na cidade, em um país. Temos a força de um boi, uma força enorme, mas temos que saber usá-la. Temos que aprovar leis rigorosas, leis que tragam qualidade de vida, restabeleçam o direito à vida, o direito de ir e vir. Sou médico e sei cuidar de vidas. A minha função é prolongar a vida, é dar qualidade de vida. É por isso que fiz a Lei Seca, contra a bebida alcoólica; é por isso que estivemos na Cracolândia; é por isso que estivemos falando com o Ministro Padilha, juntamente com os Deputados Major Olímpio, Donisete Braga e Bolçone, reivindicando leitos hospitalares porque neste Estado, que é o mais forte da União, temos 450 leitos.

É por isso que temos que ter urgência na aprovação do projeto de lei que o Governador Geraldo Alckmin mandou para cá, contra a venda de bebidas alcoólicas para menores de 18 anos, para fazer a prevenção contra a violência. Sou médico, mas acredito que podemos aprovar leis aqui nesta Casa, a maior Casa Legislativa deste País, do Hemisfério Sul, que pode dar exemplo não só a outros estados como a vários países do Hemisfério Sul, aprovando leis fundamentais, aplicando a tolerância zero, desarmando, fazendo blitz para o desarmamento em todos os locais. Já disse aqui que dentro de estádios de futebol não acontece nenhum assassinato porque o torcedor é revistado pela PM. Pode até haver agressões, mas não há assassinatos.

Temos que tirar as armas ilegais, armas que vêm da Ciudad del Este, como relatou um jornalista da "Folha de S. Paulo": as armas são entregues nos hotéis por motoboys que atravessam a fronteira. É por isso que a Frente Parlamentar Anticrack, as frentes parlamentares desta Casa têm que ir ao Ministro da Justiça, da Saúde, a outros ministros, ao Governador do Estado. Temos que ir ao Secretário de Segurança Pública - já fomos e temos que repetir essa visita - para pedirmos blitz nas fronteiras. E se as armas passarem pela fronteira do Paraguai, Bolívia, Peru, Colômbia, temos que fazer blitz nas fronteiras estaduais. Se passarem pelas fronteiras estaduais, temos que fazer blitz dentro das cidades. Temos que mudar esse curso que não interessa a ninguém. Estão matando pessoas de bem. A turma do bem está sendo sacrificada. É claro que o bandido, como relatei, está numa UTI e pode até se salvar, mas a turma do bem está sendo mais sacrificada do que a do mal. Nessa guerra, muitos policiais perdem a vida; perdem também os marginais e nós, que somos cidadãos comuns, nesse tiroteio.

Mas temos condições de mudar isso, aprovando leis fundamentais. Há países na Europa, no Oriente, por exemplo, onde quem porta uma arma é preso, é crime inafiançável. Aqui, não; o bandido anda com uma AR 15 dentro do porta-malas do carro, ou até na cintura, e não acontece nada. Às vezes o policial, ao tentar desarmar um indivíduo como esse, leva desvantagem. E esta Casa tem um poder fantástico, como também as Câmaras, que podem modificar o curso dessa história que não interessa à turma do bem.

Haveremos de conquistar o direito à vida, o direito de ir e vir. Esta Casa tem uma tarefa fundamental. Essa tarefa nos foi outorgada e precisamos começar a aprovar leis. Peço aos Srs. Deputados, às Sras. Deputadas que me ajudem a aprovar, por exemplo, a lei que proíbe a venda de bebidas alcoólicas em postos de combustíveis, em lojas de conveniência, que estão levando nossa juventude a um caminho que não interessa a ninguém: o caminho do alcoolismo, da droga, da violência.

Termino minha fala dizendo que tenho uma esperança: cheguei a esta Casa há quatro meses e meio, mas se Deus quiser haveremos de aprovar projetos extremamente importantes, não só meus, como de outros deputados que têm preocupação com a vida, com a segurança. Temos que proteger os cidadãos; não adianta construirmos hospitais, UTIs, termos um PS altamente aparelhado se não tivermos controle sobre as armas de fogo, principalmente as armas ilegais contrabandeadas, com numeração raspada. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Tem a palavra o nobre Deputado Alencar Santana, por permuta com o nobre Deputado Antonio Salim Curiati.

 

O SR. ALENCAR SANTANA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público presente, funcionários, cidadãos que nos acompanham, novamente assomo à tribuna para fazer considerações sobre o transporte ferroviário no nosso Estado e também sobre o metrô.

Já falamos em outras ocasiões. Falei também hoje de promessas do Governo estadual, que não são cumpridas. Quero fazer um breve relato, a partir de um estudo realizado pela assessoria da Bancada do PT, que aponta a falta de investimentos por parte do Governo do Estado no metrô e no trem.

Os trabalhadores que utilizam as linhas da CPTM e o metrô sabem como estão lotados, em qualquer horário. A superlotação é constante, e a cada dia aumenta mais. E por quê? Sabemos da necessidade de expandir ainda mais as linhas do metrô na Cidade de São Paulo e na região metropolitana.

Nos últimos anos o Governo do Estado construiu tão-somente 1,6 quilômetro por ano de novas linhas, praticamente irrisório, se considerarmos a quantidade de pessoas e a necessidade, e se considerarmos o tamanho da região metropolitana de São Paulo, que corresponde a cerca de 60% do Estado. É realmente a passo de tartaruga.

Os investimentos previstos, de 2008 a 2010 eram da ordem de 9,558 bilhões, porém nesses três anos foram gastos somente 5,9, ou seja, praticamente 38% não foram investidos. É por isso que não conseguimos expandir a linha ferroviária e metroviária, para atender às necessidades do povo.

Em 2010, último ano da gestão Serra, tivemos a previsão de quatro bilhões de investimentos, e somente 1,7, menos da metade, foi investido. Podemos perceber claramente, nos números e dados, a diferença entre o que é projetado e aquilo que de fato foi construído.

Tivemos problemas nas diferentes linhas, de linhas que não foram construídas a linhas que foram iniciadas. E novamente o Governo do Estado diz que novas linhas serão feitas, que tem um plano de investimento de mais de 80 bilhões para o Estado de São Paulo. Tomara que seja realizado, porque é importante.

É mais emprego, é mais desenvolvimento econômico, é o crescimento do Estado de São Paulo, e consequentemente do País. E no caso de transporte, consequentemente também melhor qualidade de vida, porque o trabalhador não terá que sair tão cedo de sua casa, para chegar ao seu local de trabalho, e nem tão tarde a sua residência, para descansar, para estar com a família, ou para estudar, para alguma atividade de lazer ou esportiva. Hoje de fato o trabalhador perde grande parte de seu tempo no deslocamento.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato.

 

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Tivemos, no PPA de 2004 a 2007 - no então Governo do atual Governador Geraldo Alckmin, no seu segundo governo, uma vez que governou na sucessão a Covas, durante dois anos, e depois foi reeleito Governador, ficando quatro anos - o Governador anunciava no PPA, peça orçamentária fundamental para traçar diretriz de investimentos por parte de qualquer governo, e obrigatória por lei, onde previa o Expresso Aeroporto e trem de Guarulhos, dentre outros, o trem metropolitano São Paulo-Campinas, o trem intermetropolitano, implantação do VLT TIM Santos, e até agora, 2007, nada. Ampliação da Linha 5, somente 65%, dentre outras linhas. Ferroanel, nada foi realizado.

O que quero dizer com isso? O Secretário de Transportes esteve na Cidade de Guarulhos recentemente e anunciou que faria o trem da Engenheiro Goulart até a Cidade de Guarulhos. Noticiário recente informou que o Governador prepara o novo PPA, que é obrigado a mandar para esta Casa, prevendo também o metrô até a Cidade de Guarulhos. Guarulhos clama pelo metrô e pelo trem.

Esperamos que essas promessas não fiquem no papel, como ficaram as promessas anteriores, e que de fato possamos ter a ligação via metrô do maior município do País com a Capital, e da Cidade de Guarulhos, que tem o maior aeroporto, que tem a previsão da construção do terceiro terminal. Serão mais 20 milhões de pessoas por ano, sendo que hoje já temos um universo de 35 milhões. Serão cerca de 100 mil pessoas por dia no aeroporto de Guarulhos.

Não dá para ser um "puxadinho", como foi falado na imprensa, como parte do seu Governo disse, vindo da Engenheiro Goulart chegando até o aeroporto. Sabemos que o trem que faz a zona Leste já está saturado, e lá são necessárias mais linhas, mais extensões, novos ramais, para garantir um bom atendimento àquela população.

Mas não é possível ligar a Cidade de Guarulhos à zona Leste, porque levaremos um grande contingente de pessoas a uma linha saturada. Na Cidade de Guarulhos a população se move ao Centro de São Paulo, e não para a lateral.

Querer ligar o aeroporto, passageiro chegando de viagem, com suas bagagens, que às vezes não cabem nem num táxi, é necessário pegar mais de um, para carregar tudo, são três a quatro pessoas, famílias que chegam de viagem, e levar esse pessoal para um trem já super lotado, com certeza não vai funcionar.

Não tenho dúvidas de que temos necessidade de termos o metrô ligando Guarulhos a São Paulo. É um investimento melhor aplicado, e vai atender toda a população e toda a zona Norte de São Paulo, como a Vila Maria, Vila Guilherme, Jardim Brasil, Guançã, toda aquela região que também não tem ligação ferroviária e que também não tem metrô. Com a criação de mais um ramal da rede metroviária no Estado de São Paulo, garantiremos a ligação de uma cidade ao metrô, porque o metrô não pode ser visto tão-somente para a capital.

Tenho a certeza de que todo o povo da Cidade de Guarulhos, o Governo municipal do prefeito Sebastião Almeida, as centrais sindicais, entidades empresariais e demais entidades da cidade vão agradecer e vão louvar a sua iniciativa, se de fato isso for feito.

Não dá para dizer também que não dá para fazer o Expresso Aeroporto, por causa do TAV. São públicos diferentes. O TAV é um trem de alta velocidade, para ligar o centro, para ligar São Paulo e também o aeroporto de Guarulhos ao Rio de Janeiro, e ligar também o aeroporto de Campinas. São ligações diferentes, então não dá para dizer que não dá para fazer o metrô para Guarulhos, ou fazer o trem Expresso para o aeroporto, enquanto não se definir o TAV. Existe demanda, são públicos diferentes, e com certeza teremos um bom aproveitamento dos investimentos realizados.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Esta Presidência adia a convocação do congresso de comissões da Comissão de Constituição e Justiça, Direito da Pessoa Humana, Finanças e Orçamento e Planejamento do PL 591/11, para as 17 horas e não mais às 16 horas.

 

O SR. ALENCAR SANTANA - PT - Sr. Presidente, para finalizar, se for feito tão-somente o trem ligando de Engenheiro Goulart a Cidade de Guarulhos, que essa linha seja estendida até o Jardim São João, como já defendeu o nosso Prefeito Sebastião Almeida e não fique no aeroporto, pois não terá demanda. Se levarmos para um bairro popular da cidade, teremos um proveito, para que não tenhamos um grande investimento mal utilizado, não atendendo adequadamente as pessoas.

Mais uma vez fazemos uma reivindicação clara ao Governo do Estado para que respeite a Cidade de Guarulhos, respeite todas as cidades do entorno, do Alto Tietê, garanta os investimentos em transporte na Região Metropolitana porque isso vai gerar qualidade de vida. No caso do nosso município, mais uma vez quero frisar que leve o metrô ligando Guarulhos a São Paulo.

 

O SR. JOÃO PAULO RILLO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, ainda há pouco encerramos as atividades na Comissão de Ciência e Tecnologia em que estava prevista a presença do Secretário Paulo Alexandre, que faria sua prestação de contas e apresentaria um plano de desenvolvimento econômico e tecnológico para o Estado. Infelizmente, o Secretário não compareceu, apresentou uma justificativa nada substancial. Ainda assim a Comissão, em respeito ao Secretário, que primeiramente é parlamentar da Casa, mas parece que se esqueceu de ser um parlamentar e da importância do Poder Legislativo, não pagamos na mesma moeda. Em vez de convocá-lo, teríamos número para isso devido à insatisfação dos deputados presentes, resolvemos refazer o convite num gesto de respeito ao Secretário, num sinal de que esta Casa, por meio desta Comissão, pretende ter um diálogo civilizado e tranquilo.

Quero posicionar minha insatisfação e tenho certeza de que é compartilhada com os demais deputados que ali estavam pela forma - não vou falar desrespeitosa, mas pouco harmoniosa - com que o Secretário se posicionou, não dando uma justificativa substancial e se ausentando de uma reunião em que era esperado com muito entusiasmo para discutir coisas importantes para o Estado.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Há uma permuta entre os nobres deputados Chico Sardelli e Rafael Silva. Tem a palavra o nobre Deputado Rafael Silva.

 

O SR. RAFAEL SILVA - PDT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, de repente uma família é atacada por dois marginais. Aí o marginal resolve atirar e mata uma garota de 11 anos. Acertou na cabeça da menina. E tudo bem. Depois, um camarada bêbado atropela um jovem, sobe na calçada. Outro bêbado com carro importado bate no veículo de uma advogada e a mata. Bêbados, drogados, irresponsáveis, usando uma arma poderosa, que é um veículo, agem sem punição. O Brasil vive uma realidade de leis que favorecem bandidos. Para mim, quem dirige bêbado é um bandido, um assassino e quando esse assassino consegue seu intento, que é de matar, aí ele não recebe punição.

Estava acompanhando pela Rede Globo anos atrás uma reportagem feita nos Estados Unidos. Uma brasileira estava com seu carro na Flórida, parada no semáforo, veio um camarada bêbado e drogado, bateu e a moça faleceu. Dez dias depois ele já estava julgado, condenado, preso. Aliás, foi preso imediatamente. Menos de duas semanas se passaram e o camarada estava preso. Aí mostraram no Brasil, na Baixada Santista, um camarada bêbado entrou na calçada, matou uma senhora, matou duas crianças e tudo bem, nada aconteceu. Mostraram muitos outros crimes semelhantes e nada aconteceu.

Sr. Presidente, nobres colegas, é uma vergonha termos de aceitar essa realidade e as autoridades de Brasília, o Congresso Nacional dá de ombros, essas autoridades dizem “e daí, não temos nada com isso”. Não. No Brasil ninguém tem nada com isso. A televisão mostra a propaganda da bebida, é um chamamento que leva o jovem a entender que precisa do álcool para ser gente, para se impor. Essa informação chega à cabeça do adolescente e entende isso tudo como normal. Depois, a porta se abre para as drogas.

Marta Suplicy e Fernando Henrique defendem a liberação da maconha. A TV Globo fez uma enquete depois dessas defesas e 57% da população foi a favor da liberação. Gostaria que essas pessoas conversassem com uma família que tem um drogado em seu seio, conversasse com um pai, uma mãe que viram o filho entrar para a maconha, depois para cocaína, depois para o crack. Cinquenta e sete por cento da população se manifestaram ali num telefone da Rede Globo: somos a favor da liberação. Por quê? Porque Fernando Henrique falou que era a favor da liberação, porque Marta Suplicy falou que era a favor da liberação, porque o Gabeira fala que é a favor da liberação.

A Holanda liberou o uso da maconha em locais restritos. Eles se arrependeram. Tem gente que quer comparar a Holanda com o Brasil, ou o Brasil com a Holanda. Lá o jovem não precisa matar para ter a droga, não precisa furtar, não precisa roubar. Lá existe essa facilidade. Eles não têm os problemas sociais que temos. Nós não temos a formação psicológica, mental, intelectual que eles têm. Mesmo assim as autoridades holandesas se arrependeram, estão repensando o assunto.

Mas no Brasil, não, vamos liberar. Não me importa quem seja o político, qual é o partido. Fernando Henrique Cardoso é do PSDB, outros são de outros partidos. Não importa. Importa para mim a ação nociva feita contra a população. Aqui o jovem tem o direito de matar, de praticar o latrocínio até os 18 anos. É livre. Ele joga para a cabeça dele a informação de que é inimputável. Fiz pesquisas com jovens infratores. A legislação brasileira não fala que ele é um delinquente, um criminoso. Não. É um infrator. Aí o jovem entende que pode agir e fala “com 18 anos eu paro”. Para sim. Na cadeia ou no cemitério.

Em Ribeirão Preto, ontem, menores que são bem tratados quiseram mostrar força. Começaram a fingir que estavam brigando. Um funcionário muito educado, um coordenador, que se relaciona bem com os jovens entrou naquele recinto. Aí os homens começaram a gritar “Mata! Mata!” e foram agredir o funcionário. Um deles tentou matar esse servidor enfiando um lápis no ouvido, ou no olho - eles sabem disso. Mas o rapaz, num movimento, fez com que o jovem não conseguisse esse intento. Aí o lápis entrou no couro cabeludo por 7 cm, pegou no crânio e esse servidor foi salvo por outros funcionários. Aí, algumas autoridades vão lá e “Nós somos protetores, vamos defender o jovem.” Esse tipo de proteção desprotege.

Eu sei que esse pessoal é vítima de problema social, que o jovem que tem 18 anos hoje, 10 anos atrás, tinha oito; cinco anos atrás tinha 13. Ele já entrou para o vício e criminalidade quando pequeno, sei disso. Sei que o jovem, como o próprio Jean-Jacques Rousseau disse, é um produto do meio. E sei que as pessoas nascem boas e, depois, a própria sociedade, ou a estrutura social, corrompe esses jovens. Sei disso tudo. Mas sei também que a informação que entra para a sua cabeça permanece. Sei muito bem que a sua cabeça funciona como computador maravilhoso, mas neste computador não existe uma tecla que possa deletar as informações.

David Hume, filósofo escocês, que nasceu em 1711 e morreu em 1776, falou que a consciência da pessoa é obtida através de um feixe de informações. Essas informações vêm, ficam e se apagam, muitas permanecem por mais tempo porque são alimentadas, e as informações vão para o consciente ou para o inconsciente. Gosto muito de Freud, de Young, mas não gosto muito dessa divisão da mente e do consciente, do consciente para o inconsciente. Para mim, a mente humana é uma só.

Há então informações que ficam gravadas num setor, outras noutro, mas elas existem na mente do indivíduo. E o sujeito recebe a informação “Eu sou inimputável.” Aprovo o que tanto Freud como Young disseram, que o inconsciente - seja qual for o nome, não me prendo muito a nomenclaturas - é responsável pela ação do sujeito. E Freud falou que, num momento ou noutro, o camarada coloca para fora a agressividade, a violência que está dentro de si. E Young falou que o homem é criminoso, gênio ou santo.

Ou seja, uma pessoa pode ser criminosa, um gênio ou um santo. Johnny Watson, que tinha outra linha de estudos, falava que se pegarmos uma criança de um ano, poderemos transformá-la num médico, engenheiro, advogado ou bandido. O meio produz as pessoas.

Será que o jovem brasileiro recebe o apoio que deveria, a escola adequada em tempo integral. Antigamente, não existia escola em tempo integral, o mundo era outro. Conversando com Brizola, uma vez, ele me disse que construiu seis mil salas de aula lá em Porto Alegre. Houve uma necessidade - escolas em baixo de árvore, tudo aberto. Ele falou “Hoje é diferente, a escola tem de ser fechada porque a realidade é outra.” A nossa realidade é outra hoje e os nossos governantes não acompanharam essa necessidade.

Sr. Presidente, enquanto não cuidarmos das crianças e dos jovens, e eles não tiverem a informação de que podem ser penalizados, teremos o aumento da criminalidade. O problema social existe e esse é um dos problemas mais graves que nós temos.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Afonso Lobato. (Pausa.) Há uma permuta entre o nobre Deputado João Caramez e o nobre Deputado Orlando Bolçone. Tem a palavra o nobre Deputado Orlando Bolçone, pelo tempo regimental.

 

O SR. ORLANDO BOLÇONE - PSB - Sr. Presidente, Deputado Jooji Hato, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, público presente nas galerias.

Nosso objetivo é apresentar um relato da política estadual de desenvolvimento, com foco na ciência, tecnologia e inovação, no âmbito do sistema paulista de parques tecnológicos, região noroeste de nosso Estado, que tem como sede São José do Rio Preto.

São José do Rio Preto com população de 408.435 mil habitantes, de acordo com o censo do IBGE de 2010, sua área de influência social atinge parte dos estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, tem todas as características para ter seu parque tecnológico. É sede de uma vasta região do noroeste paulista que engloba mais de 100 municípios, com população aproximadamente de 1,5 milhão de habitantes.

Em termos econômicos, esta influência representa um mercado de mais de 2 milhões de consumidores.

Distante 438 km de São Paulo, tem como principais rodovias de acesso a Washington Luís (SP - 310) e a Transbrasiliana (BR - 153), que corta o país de norte a sul

O sistema paulista de parques tecnológicos, idealizado pelo Governador Geraldo Alckmin, em seu mandato anterior, tem a coordenação da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, que é composta por excelente equipe liderada pelo Deputado Alexandre Barbosa. E apresenta excelentes resultados que respondem ao desafio de ampliar a competitividade da indústria paulista e brasileira.

A estratégia é criar economias tecnológicas de aglomeração através da concentração espacial de atividades de pesquisa e desenvolvimento no âmbito interno, com possibilidade de efeitos de transbordamento no âmbito externo, ou seja, para o entorno do parque tecnológico.

O primeiro parque tecnológico surgiu na década de 1940, na Universidade de Stanford, Vale do Silício (EUA).

Hoje são 493 em todo mundo, 74 no Brasil, 25 em operação, 17 em implantação e 32 em fase de projetos.

No Estado de São Paulo estão em operação o Teckno park e o Ciatec (Campinas), o Science park (São Carlos) e em São José dos Campos, a Univap e o parque tecnológico. Este último é o único totalmente credenciado pelo sistema paulista de parques tecnológicos.

Em diferentes fases de implantação encontram-se mais de uma dezena de cidades, entre as quais, São José do Rio Preto, inclusive com indústrias de alta tecnologia em funcionamento, produzindo mais de 300 tipos de equipamentos médicos, desde marca-passo de cérebro a válvulas cardíacas.

O parque tecnológico de São José do Rio Preto está ancorado junto da estação ecológica do noroeste paulista, com área preservada de 1.300.000 m2, que será ampliada em cerca de 3.500.000 m2, o que possibilita a criação da estação experimental “Floresta e Ecologia”, para pesquisas da biodiversidade, um dos maiores patrimônios do país para o futuro, de onde podem surgir novos medicamentos e outros produtos científicos.

Ainda no mesmo complexo eco-tecnológico, instalar-se-á o centro da Apta (Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios) como propulsores do agronegócio da aquicultura.

Para continuação do êxito do projeto, nove faculdades participam, sendo três delas públicas, a Famerp (Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto) a Fatec e a Unesp. Estas universidades públicas tiveram áreas disponibilizadas pelo estado e pela prefeitura de São José do Rio Preto, num total de cerca de 2.700.000 m2, aos quais incorporar-se-ão mais 3.500.000 m2 de áreas municipais, onde instalar-se-ão o parque tecnológico de São José do Rio Preto, para abrigar durante os próximos 8 anos, aproximadamente 50 empresas de alta tecnologia.

Estas empresas participam de um processo de cooperação, através de arranjos produtivos locais (APLS), centro integrado de ciências, centro incubador de empresas e distritos industriais, que tem como parceiros a associação comercial, o Ciesp, o Senai, Sesi, Sebrae e Senac.”

São José do Rio Preto também abrigará o segundo polo industrial de joias do Brasil. O primeiro é a Cidade de São Paulo, abrigando 27 empresas hoje instaladas em áreas que correm o risco inclusive de poluir a cidade e que irão para um ambiente correto, com toda proteção.

O Parque Tecnológico e Ecológico do Noroeste Paulista é um trabalho integrado e multidisciplinar, com ações do Governo do Estado, através das Secretarias de Desenvolvimento, Meio ambiente, Agricultura e Gestão Pública do Governo Federal através de agentes financiadores como Finep.

A Prefeitura Municipal de São José do Rio Preto, as universidades, as instituições empresariais e perto de uma centena de empresas que já se comprometeram em se transferir para o local, nos próximos anos, estão integradas no projeto.

O Parque Tecnológico vai estreitar ainda mais os laços das universidades com o setor produtivo empresarial por meio de um sistema local de desenvolvimento integrado e sustentável que permita um ambiente propício à inovação, motivo do discurso ontem da nossa Presidente Dilma. Trata-se de estabelecer um esforço institucional de articulação entre governos, pesquisadores de mais de nove instituições e empresários para desenvolver em parceria novos produtos e processos.

O Parque Tecnológico de São José do Rio Preto, certamente, vai gerar benefícios à sociedade do Noroeste paulista, a todo o Estado de São Paulo e ao Brasil nesse desafio de se tornar cada vez mais competitivo e de buscar, mesmo com o problema de câmbio baixo, um futuro melhor para que as empresas brasileiras e, em especial, as indústrias sejam mais competitivas no exterior.

Concedo um aparte ao nobre Deputado Carlos Cezar.

 

O SR. CARLOS CEZAR - PSC - Nobre Deputado Orlando Bolçone, quero apenas parabenizar a manifestação de V. Exa. que defende o Noroeste Paulista, a cidade de São José do Rio Preto que na área da Medicina é uma das cidades mais avançadas do Estado de São Paulo.

 

O SR. ORLANDO BOLÇONE - PSB - Muito obrigado, Deputado Carlos Cezar.

 

O SR. CARLOS CEZAR - PSC - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, venho a esta tribuna hoje para falar a respeito da cidade de Sorocaba, assim como o colega que me antecedeu defendeu brilhantemente a cidade de São José do Rio Preto, da região do Noroeste paulista, cidade na qual escolhi para morar, educar os meus filhos e que vivo há cerca de 40 anos.

Sorocaba, uma das cidades mais prósperas do Estado de São Paulo e do Brasil, completará 357 anos de fundação em 15 de agosto. Os moradores deste município, com população estimada em 600 mil habitantes, estão de parabéns e têm muito o que comemorar. A criação do Parque Tecnológico de Sorocaba e a vinda da multinacional Toyota para a cidade inserem o município em um novo ciclo de desenvolvimento histórico, o da tecnologia de ponta, com todos os benefícios que esse impulso representa para a atração de novos investimentos públicos e privados. E, merecidamente, quem tem muito a ganhar com tudo isso são os homens, as mulheres, as crianças e os adolescentes que vivem, trabalham, estudam e constróem os seus sonhos nesta cidade abençoada por Deus.

A programação das atividades que marcam o aniversário da cidade foi aberta na segunda-feira pelo prefeito Vitor Lippi e, no seu discurso, ele deixou claro que a inovação tecnológica é um novo ciclo do desenvolvimento desta cidade fundada em 1654 por Baltazar Fernandes. E o prefeito tem razão. Sorocaba, no percurso dos trilhos do progresso, conquistou nas últimas décadas o perfil de cidade industrial e de serviços. Nos últimos anos, Sorocaba avançou muito, alcançando níveis de cidade bonita, moderna, exemplo de qualidade de vida. Somando-se a estas transformações, recebeu investimentos em novas universidades, novos empreendimentos industriais, imobiliários e de negócios em geral, além de apresentar grandes melhorias em serviços e equipamentos públicos.

Em sintonia com os novos tempos, as universidades concentram grande parte dos seus cursos para atender o mercado tecnológico com objetivo de formar profissionais altamente especializados. Estudantes nascidos em Sorocaba e outros que, como eu, migraram de outras regiões do Estado de São Paulo e do País buscam esses cursos com o objetivo de garantir um futuro promissor para suas vidas. Trabalhadores se formam e se qualificam sabendo que precisam estar atualizados profissionalmente para serem absorvidos pelo mercado de trabalho. A cidade pulsa em ritmo de constante crescimento e isto gera um clima de otimismo na rotina dos moradores.

Esse termômetro é sentido neste novo ciclo.

Hoje, Sorocaba é um verdadeiro canteiro de obras viárias que estão em andamento nas várias regiões da cidade. Entre elas, destacam-se as obras de construção da maior ponte do município, numa extensão de 180 metros, ligando as Avenidas Ulysses Guimarães e Tadao Yoshida, o que na prática significa uma aproximação da zona norte com a zona industrial. Os benefícios para a população são múltiplos e vão desde a economia de tempo no deslocamento entre estas duas importantes regiões da cidade até a contribuição para a melhoria das condições de trânsito na região central.

Na esteira dos investimentos no setor viário, o Governador Geraldo Alckmin anunciou recentemente os projetos de duplicação de duas importantes rodovias: a SP-264 João Leme dos Santos, que liga Sorocaba a Salto de Pirapora, e a SP-79 a conhecida Avenida Paraná, que também corta a zona industrial da cidade.

Para estas obras eu tive a honra de, através do nosso mandato, dar minha contribuição ao esforço da cidade, da região, da população, que esperava muito pela realização dessas obras. Isso tudo tem a ver com a história da cidade, marcada pela abertura de caminhos rumo ao futuro, a começar pelo seu nome.

Sorocaba, de origem indígena, significa "terra rasgada" e a história do município tem um ritmo contínuo de abertura de novas frentes de luta para vencer desafios e escrever uma epopeia de conquistas e vitórias.

Primeiro foram os tempos do tropeirismo, quando a cidade se transformou num dos maiores centros de desenvolvimento do País com sua Feira de Muares e sua contribuição para um projeto de nação.

Depois vieram as indústrias têxteis, que ganharam tamanha pujança ao ponto da cidade ficar conhecida como "Manchester Paulista". Seguiram-se a Estrada de Ferro Sorocabana, os ciclos do algodão, da laranja, da cebola. Os novos tempos trouxeram a industrialização, maravilhosa em sua diversidade, edificante em sua capacidade de renovação, adaptação e resistência aos períodos de dificuldades na economia brasileira. Por fim, a cidade se consolidou também como grande centro de serviços de todo tipo de perfil e especialidade.

Agora, os novos tempos convertem Sorocaba em cidade tecnológica, com todos os investimentos que esse novo perfil representa.

Mais uma vez o município está fazendo jus ao seu nome: “terra rasgada”, abrindo novos caminhos em busca da solução de outros desafios que se impõem em toda administração pública.

Sabemos que ainda há muitas coisas por fazer na cidade, muitas questões importantes e abrangentes precisam ser melhoradas, sobretudo no trânsito, na Saúde, na Educação, na Segurança, na Habitação e lazer. Nada mais oportuno do que acreditar que os investimentos em tecnologia, que já estão em andamento, crescerão ainda mais.

Conheço bem a Cidade de Sorocaba e sei que esta cidade, que escolhemos para viver trabalhar e lutar - lutar pela vida e para sevir a Deus, sobretudo - manterá este perfil. Que este perfil prevaleça também nas festividades e nas comemorações de mais um aniversário do município. Parabéns a Sorocaba e toda população.

 

O SR. CARLOS CEZAR - PSC - Sr. Presidente, peço a palavra para Comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem V. Exa. a palavra para Comunicação.

 

O SR. CARLOS CEZAR - PSC – PARA COMUNICAÇÃO - Depois vieram as indústrias têxteis, que ganharam tamanha pujança ao ponto da cidade ficar conhecida como "Manchester Paulista". Seguiram-se a Estrada de Ferro Sorocabana, os ciclos do algodão, da laranja, da cebola. Os novos tempos trouxeram a industrialização, maravilhosa em sua diversidade, edificante em sua capacidade de renovação, adaptação e resistência aos períodos de dificuldades na economia brasileira. Por fim, a cidade se consolidou também como grande centro de serviços de todo tipo de perfil e especialidade.

Agora, os novos tempos convertem Sorocaba em cidade tecnológica, com todos os investimentos que esse novo perfil representa.

Mais uma vez o município está fazendo jus ao seu nome: “terra rasgada”, abrindo novos caminhos em busca da solução de outros desafios que se impõem em toda administração pública.

Sabemos que ainda há muitas coisas por fazer na cidade, muitas questões importantes e abrangentes precisam ser melhoradas, sobretudo no trânsito, na Saúde, na Educação, na Segurança, na Habitação e lazer. Nada mais oportuno do que acreditar que os investimentos em tecnologia, que já estão em andamento, crescerão ainda mais.

Conheço bem a Cidade de Sorocaba e sei que esta cidade, que escolhemos para viver trabalhar e lutar - lutar pela vida e para sevir a Deus, sobretudo - manterá este perfil. Que este perfil prevaleça também nas festividades e nas comemorações de mais um aniversário do município. Parabéns a Sorocaba e toda população.

 

O SR. JOÃO ANTONIO - PT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectador da TV Assembleia, venho à tribuna para dizer que estamos realizando uma audiência pública e que compareceram à Casa o Secretário de Estado de Energia José Anibal, um diretor da Eletropaulo e um representante da agência fiscalizadora de energia no Estado.

Fiquei feliz, porque me pareceu sinceramente que o Governo do Estado está fazendo um processo de autocrítica. Por que autocrítica?

Eu não estava aqui mas lembro que por ocasião das privatizações no Estado a Bancada do Partido dos Trabalhadores cerrou fileiras com aqueles que achavam que este modelo não ia funcionar e foi o que aconteceu. Está aí a prova! Este modelo de fornecimento de energia no Estado não está funcionando. As interrupções na Grande São Paulo são frequentes. Mas não é só aqui na Grande São Paulo. É em todo o Estado e não apenas no serviço prestado pela Eletropaulo. Outras empresas também estão fornecendo um péssimo serviço no Estado.

Hoje tivemos a grata satisfação de ouvir o Secretário dizer ‘primeiro, que os serviços prestados pela Eletropaulo na Grande São Paulo é de péssima qualidade; segundo, que os cidadãos padecem nas filas para tentar pagar uma conta de luz e muitas vezes não conseguem; terceiro, que a interrupção frequente da energia no Estado tem causado sérios danos à economia paulista.

Foi constatado também que a agência fiscalizadora, que tem um convênio com a Aneel - a Aneel delegada a fiscalização para a agência estadual - não tem funcionado, não tem fiscalizado como deve. Mais do que isso.

Nós podemos dizer - porque esta foi a posição do Secretário - que a empresa, em que pese o enorme lucro, mais de 1 bilhão e 300 milhões no ano de 2010, quase nada investe para reverter essa situação de péssimos serviços na grande São Paulo.

Venho, então, nobres deputados, a esta tribuna registrar esse fato histórico, que me parece ser uma autocrítica do governo do estado. José Aníbal diz ‘olha, a expectativa que temos, do jeito que está a prestação de serviços nessa área, é de que vai piorar.’ Aliás, o secretário tem sido coerente, tem feito críticas públicas a prestação de serviços da empresa.

Já criticamos esse modelo de privatização lá atrás. Ele tem gerado o caos nesta cidade. A bancada do PT não faz oposição do quanto pior melhor, pelo contrário, fazemos oposição para sermos o contraponto, para melhorar os serviços públicos neste estado. Por isso que vamos continuar fazendo oposição construtiva. Por isso que o secretário pode contar com a bancada do PT, tanto no sentido de aprofundar a autocrítica do modelo instituído, de fornecimento de energia, mas, mais do que isso, cerrarmos fileira para melhorar muito os serviços da Eletropaulo, que presta péssimo serviço e cobra caro por esse serviço. Então, vamos melhorar esse serviço, pois a população merece respeito.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público presente, gostaria de me associar ao pronunciamento do nobre Deputado João Antonio quanto ao processo de privatização ocorrido neste estado, nos últimos anos, patrocinado pelo próprio PSDB, que agora colhe os frutos negativos. Tem razão V.Exa. O PSDB entregou para o capital privado os nossos equipamentos públicos, vendendo-os a preço de banana, e estão aí os resultados: falta energia elétrica, preços abusivos dos pedágios nas rodovias estaduais, falta de atendimento em hospitais construídos pelo governo estadual com dinheiro público, cujos equipamentos são entregues às organizações sociais de caráter privado que não atendem boa parte da população encaminhando os pacientes para o Hospital das Clínicas e outros hospitais que ainda são administrados pelo governo estadual. É uma verdadeira incoerência. O PSDB criou a cobra e não consegue controlar essas empresas concessionárias.

Gostaria, hoje, mais uma vez desta tribuna, de dar visibilidade ao julgamento que ocorreu na última segunda-feira, no Supremo Tribunal Federal, de uma ação extraordinária de um músico de Santa Catarina e que abriu grande precedente. Os operários da música não terão mais de se filiar à OMB, uma instituição anacrônica, uma instituição que ao invés de defender os músicos na verdade os tem constrangido e prejudicado. Ela foi criada em 1960, portanto antes mesmo do golpe militar de 64, pela Lei 3857/60. Essa lei é inconstitucional, ela não foi acolhida pela Constituição de 1988 e afronta princípios constitucionais como, por exemplo, o artigo 5º, que garante o livre exercício profissional no Brasil. No entanto essa legislação ainda está presente no ordenamento jurídico e acaba por beneficiar esse tipo de comportamento de uma instituição que deveria defender os músicos e não constrangê-los, persegui-los e, de certa forma também, prejudicando a contratação de músicos em vários estabelecimentos. Isso porque a OMB vem na contramão da legislação e dos princípios constitucionais, fiscalizando e tentando disciplinar o trabalho dos músicos, obrigando-los a pagar anuidade para trabalhar, para exercer sua profissão, o que é um absurdo. É uma afronta à Constituição e à dignidade desses trabalhadores.

Mas essa situação já está para acabar. Primeiro, porque essa decisão mesmo sendo um julgamento extraordinário produz jurisprudência pelo STB no sentido de que os músicos sejam liberados dessa obrigatoriedade, desse pagamento compulsório à OMB. Em segundo lugar porque temos a nossa ADPF - Argüição de Descumprimento de Preceito Fundamental, de nº 183, que por nosso mandato, pela Procuradoria da Assembleia e, sobretudo, pelo Ministério Público Federal, impetramos no Supremo Tribunal Federal. O relator é o ministro Carlos Ayres Brito o qual já pediu o parecer de todos os órgãos envolvidos, que já foram dados e positivamente à nossa reivindicação de proibir a OMB de continuar obrigando os músicos a pagar anuidade, a ter carteirinha, a fiscalizar nota contratual. Dos músicos do Brasil 99,9% são contra a OMB.

Então, essa decisão, que não é final porque é individual, atende apenas àquela ação extraordinária, abriu jurisprudência. Vamos continuar lutando para aprovar a nossa ADPF, que será a solução definitiva para os profissionais da música. Lembro, ainda, que no Estado de São Paulo avançamos muito nessa luta aprovando a Lei 12547/07, que está em plena vigência. Ela isenta os nossos músicos da apresentação de filiação à OMB. É um grande avanço e vamos continuar com o movimento para que o Supremo Tribunal Federal aprove a nossa ADPF 183 para resolver definitivamente esse grave problema que tem prejudicado milhões e milhões de profissionais da música, de músicos não só do Estado de são Paulo, mas de todo o território nacional. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PEDRO BIGARDI - PCdoB - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sendo a primeira vez que assomo à tribuna após a volta do recesso, quero cumprimentar a todos os deputados e funcionários da Casa e desejar um bom trabalho nesse segundo semestre.

Venho fazer um registro importante de uma grande manifestação ocorrida hoje que contou a participação de quase 50 mil trabalhadores, que saiu do Estádio do Pacaembu, veio até esta Casa e ocupou o espaço do estacionamento dos funcionários. Inclusive todo o movimento está agradecido à Assembleia pelo espaço cedido para fazer essa manifestação. Houve uma participação muito grande de entidades sociais nesse ato de hoje, tais como: UBM - União Brasileira de Mulheres; Unegro; Conam - Confederação Nacional das Associações de Moradores; UNE - União Estadual dos Estudantes; e das cinco centrais sindicais: CGTB, CTB, Força Sindical, Nova Central e UGT.

É muito bom ver a participação e o envolvimento da comunidade em uma pauta de lutas para o nosso país, ir às ruas e mostrar qual é a grande pauta de reivindicações da classe trabalhadora e do movimento social organizado.

Dentro dessa agenda unitária da classe trabalhadora, que uniu cinco centrais sindicais e grande parte do movimento social, quero destacar alguns pontos que considero importantes que foram colocados nesse debate de hoje: a redução da jornada do trabalho foi um tema bastante discutido hoje, claro que sem redução de salário; a questão do fator previdenciário dos trabalhadores aposentados; a mudança da política econômica; a questão da redução dos juros; o desenvolvimento com valorização do trabalho, aproveitando esse momento intenso de desenvolvimento e intensa relação internacional construída através do governo Lula e agora com a presidente Dilma, fortalecer o mercado interno e distribuir renda; a regulamentação da terceirização para garantir os direitos dos trabalhadores; a questão da reforma agrária e da reforma urbana.

Esse ano completamos 10 anos do Estatuto das Cidades, uma lei importante que trouxe uma nova conjuntura na questão do desenvolvimento das cidades e ainda temos muito que avançar em termos de reforma urbana neste país. A questão da habitação social, a questão do direito às cidades também foi um tema bastante discutido hoje. Outra questão colocada foi a garantia dos 10% do PIB para a Educação. Já fizemos um debate nesta Casa sobre a importância de um plano nacional de educação que destine pelo menos 10% dos recursos para a Educação, e a questão dos 50% do fundo social do pré-sal para Educação, Ciências e Tecnologia. Temos uma PEC que tramita nesta Casa.

O movimento estudantil procurou o deputado Simão Pedro e este deputado para que fizéssemos uma Proposta de Emenda à Constituição para garantir que 50% dos recursos dos royalties do pré-sal sejam utilizados na Educação, Ciências e Tecnologia. Uma questão da União Estadual dos Estudantes, da União Estadual dos Estudantes, da União Paulista dos Estudantes Secundaristas. Essa proposta foi colocada como pauta nessa agenda de trabalho das centrais sindicais e dos movimentos sociais. Também o combate a todas as formas de discriminação, violência; salário igual para trabalho igual, na questão do gênero; soberania nacional; autodeterminação dos povos. Essa é uma pauta muito rapidamente colocada para conhecimento dos nobres deputados. Alguns estiveram presentes na manifestação e participaram.

Então, quero parabenizar todo o movimento sindical que esteve organizando essa grande manifestação e os movimentos sociais, porque realmente precisamos do trabalhador organizado nas ruas, fazendo essa pauta de trabalho para que o país possa continuar crescendo, se desenvolvendo, gerando riquezas e as distribuindo ao povo brasileiro. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. MARCOS MARTINS - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, participamos da reunião da Comissão de Energia, onde estiveram presentes representantes da Cesp e da Eletropaulo. Teremos uma audiência marcada para o próximo dia 10, no auditório Paulo Kobayashi, a partir das 14 horas, para tratar dos apagões e problemas absurdos de fornecimento de energia elétrica. Esta Casa já teve que suspender sessão em plenário e reuniões de comissões por falta de energia elétrica. Convido a todos para que participem dessa audiência que terá a presença de representantes da Aneel, da Cesp, além de representantes de outras empresas de fornecimento de energia elétrica.

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - Sr. Presidente, indico o nobre Deputado Enio Tatto, para falar pelo Art. 82, em nome da Minoria.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - É regimental.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Alesp, venho à tribuna para repercutir essa excelente audiência pública organizada pela Comissão de Infraestrutura, presidida pelo deputado José Zico Prado, com a presença do secretário de Energia, José Aníbal, que fez uma autocrítica contundente a respeito da situação da energia em nosso estado. Principalmente a Eletropaulo. É preciso falar, como muitos lembraram, inclusive a federação do setor de energia, que o problema não está restrito à Eletropaulo, mas também à Bandeirantes, à CPFL, à Elektro, enfim, a todo o Estado de São Paulo. O grande problema é que fizemos críticas à privatização do setor energético em nosso estado.

Agora, realmente chamaram atenção os dados fornecidos pelo secretário sobre o lucro obtido pela Eletropaulo nos últimos anos. São valores oficiais, lucro líquido depois de descontados os investimentos: 373 milhões de reais em 2006; 712 milhões em 2007; 1,27 bilhão em 2008; 1,156 bilhão em 2009 e 1,347 bilhão em 2010. De 2006 a 2010 houve um lucro líquido de mais de um bilhão. Na minha intervenção lembrei que eles cobram de sete a oito mil reais para mudar o lugar de um poste. Muitas vezes o coitadinho que mora na periferia compra um terreno de cinco por 25, ou cinco por 10, e justamente em seu terreno tem um poste da Eletropaulo no meio: não dá para entrar com o carro, acaba com o terreno. São milhares e milhares de fatos como esse no Estado de São Paulo. E o Deputado Geraldo Cruz até colocou que eles cobram adiantado e não tem como reclamar.

Eles têm um lucro enorme e oferecem um serviço de má qualidade, como todos esses apagões que estão ocorrendo aqui na Região Metropolitana e no Estado como um todo. Há uma autocrítica do Secretário de Energia que coloca realmente a péssima qualidade de serviços da Eletropaulo, péssimo atendimento à população e também um péssimo desempenho da agência reguladora aqui do Estado de São Paulo, a Arsesp. E não é verdade que eles não têm a responsabilidade de fiscalizar. Existe um convênio, um acordo que a Aneel, que também é responsável, precisaria fiscalizar mais, investir mais, mas delegou esses poderes à Arsesp aqui no Estado de São Paulo há 12 anos. Eles têm 16 fiscais para fiscalizar todo o Estado de São Paulo e aqui, na Assembleia Legislativa, aprovamos a possibilidade de se contratar até 312 pessoas para fazerem esse trabalho de fiscalização.

Reclamam que não há recurso e aí cobramos do Secretário José Aníbal, e ele concorda, que o Estado de São Paulo tem um poder de pressão tanto na Aneel como na Arsesp de fazer funcionar, de colocar recursos para podermos resolver esse problema, que é uma vergonha. Então a Arsesp tem muita responsabilidade e precisa fazer o dever de casa de fazer essa fiscalização para não deixar as concessionárias de energia fazerem o que estão fazendo hoje, tendo um grande lucro, uma gestão simplesmente baseada na questão financeira, visando apenas o lucro e não a qualidade de serviços para a população do Estado de São Paulo.

Então foi uma bela audiência pública. Espero que depois dessas colocações, dessa cobrança e depois dessa autocrítica esse problema se resolva. Esses acontecimentos responsabilizam os ex-Secretários de Energia, toda a direção da Arsesp, da Aneel também, o Governo do Estado de São Paulo, mesmo porque está 17 anos governando, e esse problema todo foi criado nessa gestão. E pior ainda: o Secretário coloca claramente que para melhorar, a tendência ainda é piorar mais ainda. Isso é lamentável e parece que o Governo acordou só agora nos últimos seis anos.

E os quatro anos do Governo Serra? Não havia a Arsesp? Não havia Secretário de Energia? E os seis anos anteriores do Governo Geraldo Alckmin? Não havia Secretário de Energia? Não havia agência reguladora, mas havia outro órgão. Deixaram chegar a esse caos, a essa situação que estamos vivendo de apagão, que traz problema para o cidadão em sua qualidade de vida, problemas econômicos, enfim tudo quanto é tipo de problema aqui no Estado de São Paulo.

 

O SR. EDINHO SILVA - PT – PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, quero ocupar esse espaço regimental, principalmente esta Casa, sob a Presidência de V. Exa., que é um homem de tradição democrática, para fazer uma manifestação. Ontem, o jornalista Ricardo Galhardo, do Portal IG, fez uma longa matéria na qual faz uma denúncia que o PT, partido do qual sou Presidente, passou por um longo processo ilegal de investigação, que foi até o ano de 1999. Contudo, Sr. Presidente, em 1985, se instituiu o processo de redemocratização do Brasil. Vivenciamos a construção de instituições que valorizam e que, efetivamente, investem na construção da democracia.

Quero aqui registrar a nossa estranheza. Como pode 1999, estamos falando, portanto já o Governo sendo regido sob as normas da democracia, o Governo do Estado de São Paulo ter mantido durante todo esse processo uma investigação clandestina sobre um partido político? A matéria retrata detalhes, que foi criada uma estrutura. Quando o Governo Covas se instituiu, colocou-se fim do processo de investigação sobre diversos partidos e movimentos sociais. Isso em 95. Mas, em relação ao PT, essa interrupção não aconteceu. O PT continuou sendo investigado sem nenhuma legalidade. Inclusive a matéria fala sobre uma pasta que era alimentada com informações, com pessoas que se infiltravam nas atividades do PT, com pessoas que investigavam as relações do PT com os movimentos sociais.

Portanto, Sr. Presidente, quero aqui deixar o registro da Bancada do PT, um registro de repúdio e de estranheza porque não vi, além do Portal IG, nenhum outro veículo de comunicação trazer matéria sobre esse ato que, efetivamente, do ponto de vista histórico, representou uma afronta à construção da democracia. E ainda mais, Sr. Presidente: essa estranheza penso que ela tem que ser legitimada, porque não é possível que haja um silêncio diante de um gesto de tamanha truculência. Fico pensando se o Governo do Estado de São Paulo fosse do PT e se tivessem descoberto que o PT mantinha sob investigação outro partido. Hoje a grande mídia do Brasil inteiro estaria retratando um fato como esse.

Deixo aqui o registro da Bancada do PT de extrema estranheza e de repúdio a esse fato histórico que sem dúvida alguma enfraquece a construção da democracia no Estado de São Paulo. Muito obrigado, Presidente Jooji Hato.

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - PARA RECLAMAÇÃO - Sr. Presidente, na manhã de ontem, visitei algumas famílias aqui na Alameda Nothman, na região do Bom Retiro, que foram despejadas de um prédio abandonado, desocupado há mais de sete anos. São cerca de 100 famílias que estavam lá há mais de sete meses. Houve um processo de reintegração pelo proprietário e as famílias foram jogadas na rua. Ontem visitei um grupo de famílias que estavam morando na calçada e numa garagem cedida por um vizinho do prédio.

Essa reintegração ocorreu na semana passada. O advogado das famílias, que atua no Centro de Direitos Humanos Gaspar Garcia, que atende essa população sem moradia que habita o Centro, que mora em cortiços, foi na defesa das famílias e tentou conversar com a Polícia Militar, que foi lá para fazer a reintegração; ele foi agredido violentamente. Inclusive temos um vídeo, que coloquei no meu site, dele sendo levado à delegacia para que não atrapalhasse o processo. Ele estava no exercício da profissão, o advogado Dr. Dito Barbosa, muito conhecido e querido. Aliás, membro do Conselho Nacional das Cidades, do Conselho Nacional de Habitação.

Ontem de manhã, também houve um processo de reintegração de posse de moradores da Região Leste, depois de São Mateus, próximo à Avenida Jacu Pêssego. A reclamação, Sr. Presidente, é no sentido de que voltaram a se intensificar despejos na Cidade de São Paulo. Temos uma contradição: são mais de 400 mil imóveis vazios, o Estado lento na produção de moradia, e o Estado não faz a intermediação. Por exemplo, depois que as famílias foram jogadas na rua é que chegou lá o avisado Conselho Tutelar, para verificar se as crianças têm escola, ou para levar para albergues.

Apresentei um Projeto de lei propondo a criação de uma Comissão Especial de Análise de Despejos, aqui na Assembleia Legislativa. Está pronto para ser votado. A nossa intenção é que o Estado se antecipe a essa situação, para que as injustiças não sejam intensificadas, ou seja, a família não ter uma moradia - estamos falando de um milhão de famílias sem moradia no nosso Estado, concentrado esse número na região metropolitana de São Paulo - e quando ela é despejada, outros direitos são aviltados.

Que o Estado, através dessa comissão, analise, por exemplo, será que esse proprietário não deve IPTU à prefeitura, será que não poderia ser feito um acerto? O Estado também pode agir nesse sentido, intermediando um acordo, uma solução.

A nossa reclamação é a total omissão do Estado e da prefeitura nesses casos, gerando conflito, gerando injustiça, gerando violência. E a vítima é a população mais pobre, que precisa de uma moradia, precisa da atenção do Estado e não tem. Às vezes o Estado vai lá e comete uma segunda violência, fazendo o despejo de forma às vezes violenta, sem dar o direito à defesa, retirando, como foi o caso dos moradores da Alameda Nothman, o advogado que estava ali para tentar dar uma assistência jurídica àquelas famílias.

Portanto, o nosso protesto é em relação à forma como o Estado atua nesses casos, à forma arbitrária de retirar o advogado, Dr. Dito Barbosa, daquele momento que poderia gerar conflito, e a falta de ação do Estado na intermediação desses conflitos.

Entendo que a nossa contribuição, através de uma lei criando essa comissão, não é uma invenção minha. Eu me baseei numa lei que existe em Minas Gerais, onde já existe essa Comissão de Análise de Despejos, com a participação do Legislativo, do Ministério Público, da Defensoria Pública e membros do Governo do Estado.

Quero fazer o protesto e chamar a atenção dos meus pares, que a Assembleia poderia dar uma contribuição nesses casos, aprovando o nosso Projeto de lei. Muito obrigado.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - Sr. Presidente, estão ocorrendo audiências públicas na Casa hoje, e também um congresso de comissões e, havendo acordo entre as lideranças partidárias com assento nesta Casa, solicito a suspensão dos trabalhos por 10 minutos.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados, tendo havido acordo entre as lideranças, a Presidência acolhe o solicitado pelo nobre Deputado Enio Tatto e suspende a sessão por 10 minutos.

Está suspensa a sessão.

 

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- Suspensa às 17 horas e 13 minutos, a sessão é reaberta às 17 horas e 21 minutos, sob a Presidência do Sr. Estevam Galvão.

 

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O SR. ENIO TATTO - PT - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, solicito o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - ESTEVAM GALVÃO - DEM - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, esta Presidência vai levantar a sessão. Antes, porém, convoca V. Exas. para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental, informando que a Ordem do Dia será a mesma da sessão de hoje.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 17 horas e 22 minutos.

 

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