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04 DE AGOSTO DE 2011

077ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidentes: JOOJI HATO e UIZ CLAUDIO MARCOLINO

 

Secretário: MARCO AURÉLIO

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - JOOJI HATO

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

002 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Discorre sobre crimes que ocorrem com frequência em saídas de banco. Apoia o sancionamento da lei municipal que proíbe a utilização de celulares em bancos. Menciona projetos que tramitam neste Legislativo referentes à questão. Dá conhecimento sobre temas debatidos na 13ª Conferência Nacional dos Bancários.

 

003 - WELSON GASPARINI

Repudia a corrupção política. Comenta a respeito do caso de extravio de dinheiro por ex-reitor de universidade, em Brasília. Recorda que as denúncias do "mensalão" ainda não foram julgadas. Alega que é fácil fiscalizar esse tipo de crime. Comenta sobre a demissão do Ministro da Defesa, Nelson Jobim. Discorda da redução de tributos às empresas automobilísticas.

 

004 - Presidente JOOJI HATO

Registra a presença do Deputado Federal Carlos Zarattini.

 

005 - DONISETE BRAGA

Para comunicação, saúda o Deputado Federal Carlos Zarattini.

 

006 - Presidente JOOJI HATO

Parabeniza o Deputado Federal Carlos Zarattini por seu desempenho na política.

 

007 - FERNANDO CAPEZ

Saúda o Deputado Federal Carlos Zarattini e tece elogios ao seu trabalho. Fala sobre a aprovação da lei municipal que proíbe o uso de celulares em bancos. Pontua que tramita há dois anos, nesta Casa, uma propositura semelhante a essa. Lamenta a não apreciação dessa matéria. Destaca a importância da votação de projetos de lei.

 

008 - OLÍMPIO GOMES

Endossa discurso do Deputado Fernando Capez, condizente ao projeto de lei deste Legislativo, que proíbe o uso de celulares em bancos. Explica que a proposta é proibir, além do celular, outros aparelhos que contribuem com a ação dos criminosos nas saídas de bancos. Informa que a LDO, aprovada por este Legislativo, foi vetada pelo Executivo.

 

009 - Presidente JOOJI HATO

Registra a presença do Prefeito Edenilson de Almeida, de Guararapes, da região do Alto Noroeste, acompanhado dos Srs. vereadores Silvá Almeida de Souza, João Carlos Chica, Maurício Kazuo Hamamoto e Luis Antonio Favaro.

 

010 - MARCO AURÉLIO

Informa que o projeto de lei acerca da proibição de celulares, em âmbito estadual, deverá ter um parecer hoje. Fala sobre a carta que recebeu do SindSaúde, de Araçatuba, São Paulo, referente a divergências remunerativas que existem entre as AMEs de cada município. Diz que irá fazer um requerimento de informação sobre o caso. Projeta e comenta vídeo que aborda a instalação de empresas chinesas no Brasil. Parabeniza a Presidente Dilma Rousseff pelo programa "Brasil Maior".

 

011 - ADRIANO DIOGO

Para comunicação, congratula o Deputado Marco Aurélio.

 

012 - Presidente JOOJI HATO

Anuncia a visita, a convite do Deputado Carlos Giannazi, dos alunos do 3º ano do ensino médio da E.E. Prof. Elias Lajes de Magalhães, do município de Itaoca, acompanhados da diretora da escola, Sra. Jane Cristina; do professor de Sociologia, Sr. Adriano Rodrigues Biajone; do assessor do Prefeito Nadiel, Sr. Aloísio Ribas; da Secretária de Educação, Sra. Maria Correia; e da coordenadora pedagógica da escola, professora Elizabete Mendes.

 

013 - DONISETE BRAGA

Saúda o prefeito e os vereadores presentes. Discorre sobre assuntos abordados na 48ª Conselho Estadual de Políticas sobre Drogas. Destaca que a pauta principal foi a descriminalização da maconha. Comunica a realização, na próxima semana, de uma audiência pública nesta Casa, com a presença do ministro da Saúde. Parabeniza o município de Piratininga por ser exemplo de combate às drogas. Informa que requereu aos municípios de São Paulo informações quanto a suas iniciativas a respeito da questão.

 

014 - CARLOS GIANNAZI

Saúda os alunos presentes. Manifesta sua indignação em relação ao não comparecimento do Secretário de Desenvolvimento Econômico, Paulo Alexandre, à reunião ocorrida ontem da Comissão Permanente de Ciências e Tecnologia. Apresenta matéria que mostra Paulo Alexandre presente em um evento comemorativo. Lembra que os funcionários do Centro Paula Souza fizeram recentemente uma paralisação em razão do baixo salário. Diz que o problema ainda não foi resolvido tendo em vista que o reajuste concedido pelo Executivo é insuficiente. Solicita a presença do Secretário de Desenvolvimento Econômico e do Superintendente do Centro Paula Souza para prestarem esclarecimentos.

 

015 - MARCOS MARTINS

Comunica que a Comissão de Saúde votou diversos projetos na semana passada. Dá conhecimento do lançamento de livro produzido pelo Sindicato dos Metalúrgicos da Cidade de Osasco e região que comemora os vinte anos da cota de deficientes físicos no mercado de trabalho. Informa que recebeu um convite do Prefeito Emídio de Souza para a inauguração do Centro de Educação Unificada José Saramago, no Jardim Santo Antonio. Parabeniza a região de Osasco por seu avanço e suas políticas de inclusão.

 

GRANDE EXPEDIENTE

016 - FERNANDO CAPEZ

Solicita que os projetos de Deputados sejam apreciados com brevidade. Elogia o trabalho da Frente Parlamentar de Enfrentamento ao "Crack". Cita projeto, de sua autoria, sobre o uso nocivo das drogas. Relembra matéria que propõe, aos professores, a constante orientação aos alunos a respeito dos malefícios dos entorpecentes. Discursa acerca de proposituras voltadas à defesa do consumidor. Fala de norma, do Estatuto do Torcedor, que determina que sejam numerados todos os lugares dos estádios. Combate veto a projeto que trata dos critérios para a aquisição de veículos sinistrados, por meio de leilões.

 

017 - JOÃO ANTONIO

Pronuncia-se favorável ao discurso do Deputado Fernando Capez, no que tange à apreciação de projetos de Parlamentares. Critica a urgência com que são votadas matérias do Executivo. Considera reduzida a autonomia do Legislativo, em detrimento ao Poder Executivo. Sugere o fortalecimento das instituições autônomas, entre elas, o Parlamento paulista. Defende a democracia. Enfatiza a relevância do contraditório (aparteado pelo Deputado Fernando Capez).

 

018 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Assume a Presidência.

 

019 - JOOJI HATO

Fala sobre o papel da Assembleia Legislativa. Acrescenta que o Parlamento é um instrumento de apoio ao Executivo. Informa e comenta dois assassinatos ocorridos em Diadema, ontem. Lamenta a morte das vítimas, a quem identificou nominalmente. Destaca estratégias de bandidos para não serem reconhecidos durante a prática de atos criminosos, como o uso de capuzes e de capacetes. Fala contra o uso de drogas. Relata viagem a Brasília, para reivindicar mais leitos hospitalares aos dependentes químicos. Lamenta a situação dos viciados, que vivem na "Cracolândia".

 

020 - SIMÃO PEDRO

Parabeniza a Presidente Dilma Rousseff pelo Programa "Brasil Sem Miséria". Explica que a medida beneficia a população que tem renda mensal de até 70 reais. Enaltece a eleição do professor da Unicamp e ex-ministro da gestão Lula, José Graziano Silva, para o cargo de diretor-geral da FAO, agência da ONU. Comenta a gravidade da desnutrição infantil. Discorre acerca de problemas vivenciados pelos pequenos agricultores. Fala sobre doenças decorrentes do uso de agrotóxicos na produção de alimentos. Defende a criação de lei orgânica de segurança alimentar. Pede agilidade na votação de projetos de Deputados, que tratam das problemáticas mencionadas.

 

021 - JOOJI HATO

Assume a Presidência.

 

022 - MARCOS MARTINS

Pelo art. 82, declara apoio às iniciativas dos Deputados. Apela aos membros de comissões temáticas, que priorizem proposituras parlamentares. Defende maior produção legislativa no segundo semestre. Cita lei, de sua autoria, que proíbe o uso do amianto. Acrescenta que a matéria serviu de referência para a criação da lei referente ao fumo.

 

023 - MARCOS MARTINS

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

 

024 - Presidente JOOJI HATO

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 05/08, à hora regimental, sem ordem do dia. Levanta a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Jooji Hato.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIII Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Marco Aurélio para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - MARCO AURÉLIO - PT - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, tem a palavra o primeiro orador inscrito, nobre Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários, telespectadores da TV Assembleia, temos visto notícias em relação ao sistema financeiro por causa dos frequentes assassinatos, seja de clientes, seja de funcionários, nas saidinhas de banco. Esta Casa aprovou nos últimos meses iniciativa como a do Deputado Vanderlei Siraque, que é a instalação de biombos nos caixas dos bancos, e também em relação ao uso de celulares. Já me manifestei desta tribuna em relação à falta de segurança. O sistema financeiro é um dos setores que mais lucra no nosso país, mas não investe como deveria em segurança. Uma das medidas que deveriam tomar é a ampliação do número de vigilantes nas agências bancárias.

Algumas medidas paliativas já estão sendo tomadas. Foi aprovada nesta Casa, no mês de maio, uma lei para a implantação dos biombos. Já se passaram 90 dias desde a publicação da lei e até agora o Governador não criou condições necessárias para que ela seja aplicada no Estado. Não dá para continuarmos vendo pessoas sendo assassinadas por causa da falta de segurança nos bancos.

O Projeto de lei nº 1.236, de 2009, dispõe sobre a instalação de divisórias individuais entre os caixas, e o espaço reservado para os consumidores que aguardam atendimento nas agências e postos de serviços bancários no Estado de São Paulo. Esta lei foi aprovada na Assembleia Legislativa no dia 15 de março de 2011, e é do Deputado Vanderlei Siraque. Temos também uma lei do Deputado Fernando Capez que proíbe o uso de celulares nas agências bancárias, e que também foi aprovada nesta Casa. A proibição do uso do celular, ou o uso de biombos para separar os caixas, são leis que necessitam de sanção e também de promulgação do governador. Até agora, como as leis não foram regulamentadas, os funcionários e os clientes dos bancos continuam na insegurança porque até agora não tem quem fiscalize, não tem quem cobra a multa. Então aprovamos uma lei e depois, na prática, ela acaba não sendo cumprida.

Esse foi o debate, nesse final de semana, dos bancários. Eles tiveram uma conferência nacional e a segurança bancária tem tido, junto com o fim do assédio moral, com o fim das metas abusivas, uma proposta de aumento real de salário, totalizando um percentual de 12.8, que é 7.5, mais 5% de aumento real. Então o fim do assédio moral, fim das metas abusivas, a melhoria da participação nos lucros e resultado, mas, principalmente, os bancários colocaram como prioridade a preocupação com assaltos freqüentes no local do trabalho, que tem gerado mortes de bancários, mortes de clientes.

Se há duas leis aprovadas nesta Casa, é necessário que o Governador as regulamente para diminuir um pouco a insegurança que existe entre os clientes e os bancários nos locais de trabalho. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Massafera. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Baleia Rossi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Mauro Bragat. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Welson Gasparini.

 

O SR. WELSON GASPARINI - PSDB - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados: Quando vi o meu nome relacionado para falar hoje, no Pequeno Expediente, pensei em qual assunto focalizar, entre os vários temas que eu me sinto na obrigação de trazer nesta tribuna.

Hoje vou falar, novamente, sobre a corrupção. Eu estou cansado de afirmar que a população está chocada com tanta corrupção em todos os níveis de governo no nosso  Brasil, predominando as denuncias envolvendo a classe política e as  administrações públicas. Mas não são os políticos! A imprensa divulga, por exemplo, sobre um ex-reitor da Universidade Nacional de Brasília, onde está o centro do governo federal. Esse ex-reitor da Universidade de Brasília foi acusado por procuradores da República, no Distrito Federal, de envolvimento, ao lado de mais 10 pessoas, num esquema de desvio de mais de 2 milhões de reais daquela Universidade.

Custa a crer que um ex-reitor de universidade tenha desviado tanto dinheiro. Isso é verdade ou mentira?  Mas como vamos ficar sabendo se essas denúncias são levianas ou se, realmente, essas pessoas são responsáveis por tal delito?  É difícil porque vimos o caso do “mensalão”, envolvendo vários políticos de expressão, já há 11 anos e até agora a Justiça não decidiu se eles são inocentes ou culpados.

A imprensa noticia também que o Ministério Público do Rio Grande do Sul denunciou o prefeito e mais 35 pessoas ligadas às festividades turísticas do Natal Luz, em Gramado, por desvio de dinheiro público.

Isso é todo dia e não envolve um ou dois milhões não. Grandes negociatas continuam sendo feitas neste País e nada acontece. Eu acredito que alguns, até inocentes, acabam levando a pecha de malandros como hoje está acontecendo com os políticos em geral. Como tem muitos políticos envolvidos é comum a expressão que “nenhum político presta”, ou “todo político é ladrão.” Mas não é bem assim.

Agora para definir realmente quem é honesto e quem é bandido neste País precisamos que as nossas leis funcionem e sejam efetivamente aplicadas. Temos a Polícia Federal, os Tribunais de Contas e um monte de organismos que poderiam analisar todas essas denúncias e rapidamente dar uma solução. Mas, infelizmente, isso não acontece.  Com isso, tem-se a impressão de que, no Brasil, o crime compensa. Já, no passado, um grande estadista europeu usou a expressão: “Ah, o Brasil? O Brasil não é um país sério.” Pode alguém acreditar ser sério um país onde acontece tanta bandalheira, sem a criminalização dos responsáveis?

Quero aproveitar o resto do meu tempo para dizer que tomei conhecimento, pela imprensa, de medida provisória emitida pela Presidente da República concedendo vários incentivos para as indústrias automobilísticas, inclusive a redução de tributos.

Ainda hoje também foi noticiado que, do ano passado para este, houve um aumento de 6% na venda de automóveis. Pudera, a propaganda estimula com mensagens do tipo: “Compre agora, leve para casa e pague a primeira prestação só no ano que vem”. Então está havendo um consumismo exagerado; muita gente está consumindo e não vai ter dinheiro para pagar.

Aproveito para lembrar que esses incentivos beneficiam grupos internacionais porque hoje praticamente todas as fábricas de automóveis do Brasil funcionam com capital estrangeiro. Enquanto elas recebem isenções tributárias vemos o Brasil como um dos países que cobram os impostos mais caros do mundo. Só para dar um exemplo: no açúcar a taxação é de 16 por cento. O tributo, em média, sobre o preço total do açúcar, chega a quase 40 por cento. Essas distorções, certamente, não contribuem para fazer com que o Brasil seja respeitado, entre nós e no estrangeiro, como um País sério.”

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Esta Presidência tem a honra de anunciar a presença aqui do amigo de todos nós, o ilustre Deputado Federal Carlos Zarattini. Seja bem-vindo a esta Casa. (Palmas.)

 

O SR. DONISTE BRAGA - PT – PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, inclusive, eu almocei com o Deputado Federal Carlos Zarattini e comentamos o trabalho brilhante que V. Exa., Deputado Jooji Hato, realizou na Câmara Municipal de São Paulo. E agora V. Exa. fez, aqui, o anúncio da presença do Deputado Carlos Zarattini de forma brilhante.

Quero saudar o nosso colega, Deputado Federal Carlos Zarattini, que foi Secretário Municipal dos Transportes na gestão da nossa Ex-Prefeita Marta Suplicy e também Secretário das subprefeituras. Para nós é motivo de muita alegria recebê-lo, nesta tarde, aqui no plenário da Casa. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Na época em que o Deputado Zarattini era secretário, eu era vereador. Quero parabenizar o seu trabalho que honra a cadeira que ocupa no Congresso Nacional.

Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vitor Sapienza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Tobias. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Rita Passos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Fernando Capez.

 

O SR. FERNANDO CAPEZ - PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Querido Deputado Jooji Hato, que como o nosso Deputado Federal Carlos Zarattini ocupou a Câmara Municipal de São Paulo, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, eu quero dar os parabéns, Zarattini e Jooji, pelo trabalho da Câmara Municipal ao aprovar com rapidez um projeto de lei que tanto o Deputado Olímpio como eu apresentamos nesta Casa há questão de dois anos. Há dois anos o projeto está tramitando na Casa.

Esta Casa tem projetos de um oficial da Polícia Militar com mais de 20 anos de carreira e de um promotor de justiça criminal com mais de 20 anos de carreira, hoje exercendo seus mandatos de Deputado Estadual, que alguma experiência, algum conhecimento, algum contato com a área criminal, com a área da Segurança Pública, com a área da Justiça têm. E lamentavelmente pelo ritmo lento, vamos dizer assim, dos quelônios - em homenagem aquele animal que pulula pelas Ilhas Galápagos - um ritmo mais tranquilo, sossegado de tramitação, os projetos que proíbem em todo o Estado o uso de celulares, laptop, bonés e outros aparelhos de comunicação dentro de agências bancárias não foram aprovados, mas a Câmara Municipal supriu essa falha ao aprovar projeto de lei nesse sentido e hoje temos uma lei municipal proibindo no âmbito da capital de São Paulo o uso desse aparelho. Isso em seis meses, registra o Deputado Olímpio Gomes.

Nesta Casa há posições a favor e contrárias. Eu mesmo tive um debate interessante com o Deputado Alencar Santana na Comissão de Constituição e Justiça - que é contra - com o Deputado Luiz Cláudio Marcolino também, mas pelo menos houve uma discussão.

O que queremos é que os projetos sejam discutidos e votados. Ninguém está pedindo que o projeto seja aprovado. Ninguém que apresenta um projeto de lei tem o direito público subjetivo de que ele seja transformado em lei, mas entendo que como parlamentares, como representantes daqueles eleitores que nos colocaram aqui na Assembleia Legislativa - não nós porque atuamos por representação, por delegação - os nossos eleitores têm o direito a que todos os nossos projetos sejam discutidos e votados: aprovados se tivermos maioria, rejeitados se não tivermos maioria. Mas é um direito de todos os deputados. Portanto, vejo-me em absoluta sintonia com a posição do Deputado Olímpio: que passado o primeiro semestre e iniciado o segundo semestre pudéssemos produzir um volume maior de projetos de deputados sendo votados.

Existe, sim, uma eficiência na aprovação de projetos que vêm do Poder Executivo, projetos bons - não tem sentido a Casa postergar a análise desses projetos - mas gostaríamos que houvesse a mesma rapidez, a mesma eficiência, o mesmo interesse para a discussão de projetos de deputados porque muitas vezes somos obrigados a responder na rua à população: “Mas o quê faz um Deputado Estadual? Para quê serve aquele prédio bonito em frente ao Parque do Ibirapuera, a Assembleia Legislativa?” E eu explico.

A competência legislativa estadual, embora espremida pela Constituição Federal, pode trazer benefícios para a sociedade porque legisla sobre Segurança, Saúde, legisla sobre matéria de defesa do consumidor. Muitos projetos importantes, interessantes que mudariam a vida do consumidor estão aqui aguardando serem inseridos na Ordem do Dia.

Por um lado fico feliz de ver a Câmara Municipal aprovar um projeto de lei que reputo importante, por outro lado fico constrangido de ver que projetos com o mesmo conteúdo e com uma amplitude muito maior, porque abrangeria todo o Estado, como o projeto do Deputado Olímpio Gomes e o meu, não são discutidos, não são votados.

Enquanto isso, façam uma pesquisa: entrem no Google e escrevam ‘saidinha de banco’ e vejam quantos crimes de ‘saidinha de banco’ continuam a ser praticados, pessoas que saem da agência bancária e são assaltadas quilômetros depois, às vezes na porta de casa e o assaltante quando aborda já sabe até em que bolso está e a quantia.

Mas meus queridos colegas deputados que lotam este plenário, precisamos continuar lutando e nos empenhando para aprovarmos este projeto.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Morais. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários desta Casa, cidadãos que nos acompanham pela TV Assembleia, admiro demais a cultura jurídica do Deputado Fernando Capez, um dos maiores expoentes escritores e professores na área do Direito Penal. Admiro também a sua lhaneza, a sua educação.

Mas da mesma forma lamentando a conduta da nossa Assembleia eu não tenho a mesma fineza do Deputado Fernando Capez. É uma vergonha a Assembleia Legislativa não debater de fato e não cumprir as suas obrigações constitucionais em relação às necessidades públicas.

Apresentei há pouco mais de dois anos projeto que restringia o uso do celular. O Deputado Fernando Capez até evoluiu nisso mostrando que o sistema de comunicação utilizado pelo ‘saidinha de banco’ vai muito além do celular, indo para o IPod, MSN dentre outras tecnologias. O Deputado Fernando Capez até com muita felicidade ampliou o leque de equipamentos de comunicação que o marginal usa para atacar as pessoas.

Deputado Fernando Capez, as estatísticas não são para as ‘saidinhas de banco’ não. Temos uma morte a cada três dias, um latrocínio pela ação da ‘saidinha de banco’. São mais de 100 pessoas mortas no Estado de São Paulo por ano e que lamentavelmente sequer discutimos aqui.

Em dois anos, o projeto passou pela Comissão de Constituição de Justiça e está parado na Comissão de Segurança Pública, que ficou mais de um ano sem se reunir. E uma coisa que o Deputado Fernando Capez disse para nossa reflexão: nós não temos a pretensão de ter o projeto aprovado. Nós queremos que ele seja debatido, aperfeiçoado, aprovado ou rejeitado. A democracia mostra esta necessidade, mas a cada semestre colocamos um projetinho para ser aprovado e assim empurramos esse estado de coisas. Olha, vamos criar o dia do soldado desconhecido, é um projeto simpático, não vai mexer em nada. Então talvez consigamos aprovar o projeto para homenagear o soldado desconhecido, mas é uma tristeza.

Voltamos para o segundo semestre e na segunda-feira havia 25 deputados na Casa. O Deputado Fernando Capez falou ao plenário lotado. Não sei se contratualmente a TV Assembleia pode mostrar, mas vai ver o plenário com meia dúzia de colegas; 41 passaram aqui pela manhã para assinar e poucos aqui estão. Mas é porque ainda estamos ‘esquentando a máquina’ para o semestre. E não cobramos as coisas. No último dia, ao entrar no recesso a Assembleia, nós todos, oposição e situação, demos as mãos para dizer que finalmente tínhamos votado uma LDO a partir de uma relatoria da Deputada Regina Gonçalves, com regionalização do Orçamento. E o Deputado Enio Tatto, que há tanto tempo luta na Comissão de Finanças e Orçamento por essa questão da regionalização do Orçamento, elogiou a conduta da deputada do PV, da base aliada. Os aliados estão dizendo: “Nossa! Agora fizemos alguma coisa para valer mesmo! Deixou de ser figurativa a LDO!” Entramos no recesso, Geraldo Alckmin vetou: “Vocês estão achando o quê?” Que a Assembleia pode modificar o que eu faço? De jeito nenhum!”Vetou e vai ficar por isso mesmo.

Então, é com bastante tristeza que peço uma reflexão e atitude de nossos colegas deputados desta Casa. Fomos atropelados pela dinamicidade da Câmara Municipal de São Paulo que é muito mais dinâmica. O Deputado Jooji Hato deve estar pensando: “Nossa! Deixei a Câmara Municipal depois de tantos, para legislar pelo estado!” V.Exa. deve estar se sentindo mal diante da morosidade, da forma como age a nossa Assembleia Legislativa.

Agradeço pela tolerância. Vamos continuar insistindo para que a Assembleia acorde, desperte, faça aquilo que a Constituição manda e que os paulistas esperam.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados, esta Casa está recebendo pessoas ilustres. Temos o prazer de anunciar a presença do prefeito Edenilson de Almeida, da região da Alta Noroeste, de Guararapes, acompanhado dos Srs. vereadores Silvá Almeida de Souza, João Carlos Chica, Maurício Kazuo Hamamoto e Luis Antonio Favaro. Sejam bem-vindos a esta Casa de leis e levem dela boa impressão. Como disse o nobre Deputado Major Olimpio, queremos aprovar várias leis para beneficiar essa região tão ativa e que precisa desta Casa também. (Palmas.)

Tem a palavra o nobre Deputado Marco Aurélio, ex-prefeito de Jacareí que fez uma bela administração naquela cidade.

 

O SR. MARCO AURÉLIO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, todos que nos assistem, companheiros que trabalham nesta Casa, prefeito e vereadores que nos visitam, antes de entrar no assunto que me traz a esta tribuna gostaria de dizer ao nobre Deputado Major Olimpio que estou na Comissão de Segurança e fiquei abismado ao receber esse projeto que aguardava parecer o qual, coincidentemente, dei hoje.Mas o que não entendo é como que um projeto cai nas nossas mãos agora e ao vermos a data da sua apresentação observamos que é de 2 anos atrás. Finalmente o parecer foi dado hoje e o projeto está à disposição para ser colocado na Ordem do Dia.

Gostaria de registrar que recebi uma carta do SindSaúde - Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de serviços de Saúde, de Araçatuba, São Paulo. Eles até fazem um elogio ao AME, mas dizem que o governo do estado está fazendo gestão sob forma de concessão a diversas organizações sociais, que diversas cidades tem transformado suas santas casas em organizações sociais e, com isso, os funcionários trabalhando nas AMEs de cada município, só que cada município que tem AME defende um tipo de salário, um tipo de benefício. A carta diz: “O valor pago ao técnico de enfermagem do AME de Campinas não pode ser menor ou maior do que o salário destinado ao mesmo funcionário profissional do AME de Andradina, Votuporanga ou Araçatuba. É inadmissível, por exemplo, o trabalhador do AME de Dracena receber vale alimentação e o que trabalha em Votuporanga receber cesta-básica, e nada disso aos de Andradina e Araçatuba. O Sindicato diz aqui que pela ordem natural das coisas que estamos presenciando parece que o trabalhador da Saúde continua sendo mero detalhe.” Assina o presidente do Sindicato, Herivelton Correia de Araújo.

Mediante esta carta estou fazendo requerimento de informações questionando o Sr governador que tipo de tratamento ele tem dado porque AME é uma organização do Estado de São Paulo, mas em cada cidade está praticando um tipo de salário, um tipo de benefício.

Sr. Presidente, vou apresentar aqui um vídeo que mostra a grandeza do Brasil que está atraindo novos investimentos no setor automobilístico, e que cita inclusive a região do Vale do Paraíba.

 

* * *

 

- É exibido o vídeo.

 

* * *

 

O SR. MARCO AURÉLIO - PT - Portanto, contrariamente ao que disse aqui o deputado do PSDB, quero dar parabéns à presidente Dilma pelo lançamento do programa ‘Brasil Maior’ que está fazendo programas para desonerar a folha de pagamentos, ampliação de recursos do BNDES, mais apoio as micros e pequenas empresas, aumentando o imposto sobre cigarros para compensar a redução dos impostos, porque você tem que tirar os tributos da cadeia produtiva e colocar naquela que amplia as despesas, sobretudo as do SUS, como é a questão do cigarro, e a diminuição do IPI.

Acho, então, que o Brasil está caminhando muito bem. Parabéns, Presidente Dilma e prefeito de Jacareí. Enquanto os Estados Unidos comemoram o aumento do endividamento o Brasil comemora aumento do desenvolvimento. Obrigado.

 

O SR. ADRIANO DIOGO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Parabéns ao prefeito Marco Aurélio, de Jacareí, que está estudando mandarim.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Esta presidência tem a grata satisfação de anunciar a presença de alunos do 3º ano do ensino médio da E.E. Prof. Elias Lajes de Magalhães, do município de Itaoca, acompanhados da diretora da escola, Sra. Jane Cristina; do professor de Sociologia, Sr. Adriano Rodrigues Biajone; do assessor do prefeito Nadiel, Sr. Aloísio Ribas; da Secretária de Educação, Sra. Maria Correia; e da coordenadora pedagógica da escola, professora Elizabete Mendes. Sejam todos bem-vindos. (Palmas.)

Tem a palavra a nobre deputada Regina Gonçalves. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga, pelo tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. DONISETE BRAGA - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, quero saudar o prefeito Edenilson de Almeida, da bela Guararapes, e os senhores vereadores. Transmitam um abraço meu ao colega de partido, vereador Celinho. É sempre motivo de muito orgulho receber o prefeito de Guararapes na nossa Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo como também receber os visitantes de Itaoca, situada no Vale do Ribeira.

Sr. Presidente, quero me dirigir aos nossos telespectadores da TV Alesp. Hoje pela manha participei da 48ª reunião do conselho Estadual de Políticas sobre Drogas, presidindo pelo Dr. Mauro Aranha, quando aconteceu um debate sobre a descriminalização da maconha. É um tema que hoje o Brasil está discutindo. A questão das drogas está relacionada à saúde pública. Presidimos a Frente Parlamentar de combate ao crack no Estado de São Paulo. Inclusive, quero comunicar aos colegas e aos telespectadores da TV Alesp que semana que vem realizaremos uma importante audiência pública nesta Casa, com a presença do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, quando o ministro irá anunciar as ações e investimentos, especialmente para o Estado de São Paulo, com relação a essa questão que, infelizmente, tem levados muitos adolescentes e jovens ao consumo do crack. A Presidente Dilma não só fará investimentos para o combate às drogas como irá promover grandes ações nas fronteiras brasileiras porque temos que combater os traficantes que trazem para nosso país a maconha e o crack.

Então, não tenho dúvida que o tema das drogas é nacional e não pode ser delegado a uma questão eleitoreira, a uma questão partidária. É questão de política de estado. E estamos coordenando essa frente parlamentar no sentido de apresentar ao Orçamento do estado propostas de investimentos para implementar políticas de combate às drogas em nosso estado.

Quero registrar que o município de Piratininga é um exemplo do que pode fazer uma pequena cidade quando as igrejas católicas, evangélicas e a sociedade como um todo discutem esse tema e ajudam na recuperação de jovens que lá usavam drogas.

Também tivemos a iniciativa de enviar aos 645 municípios que compõem o nosso estado um questionário indagando aos prefeitos e prefeitas sobre as ações, os programas e os investimentos feitos no combate às drogas. Já recebemos respostas de mais de 200 municípios. Ao final do mês de agosto, queremos apresentar um relatório para todo o Estado de São Paulo, porque entendemos que iniciativas que possam coibir o consumo de drogas têm que envolver os municípios, o governo estadual, o governo federal, a sociedade civil, especialmente entidades e associações que preenchem uma lacuna deixada pela falta de ação do estado no sentido de dar assistência e tratamento para a recuperação das pessoas que querem sair do mundo das drogas e não têm nenhuma perspectiva.

Hoje pela manhã, ao participar do debate sobre a questão da descriminalização da maconha, o Dr. Cristiano Ávila Marona, mestre e doutor em direito penal pela USP, expôs sua posição favorável ao tema, e a Dra. Ana Cecília Roseli Marques, psicóloga e doutora em ciências pela Unifesp, nos proporcionou um grande debate sobre esse tema que está relacionado à saúde pública em nosso país e em nosso estado. Não queremos ter a Cracolândia como cartão postal negativo da nossa capital. Precisamos tomar iniciativas que possam, acima de tudo, encontrar soluções para combater essa saga que, infelizmente, tem levado muitas pessoas à morte em nosso Brasil.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Alencar Santana. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Ed Thomas. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rafael silva. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi, pelo tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, telespectadores da TV Alesp, primeiramente gostaria de saudar a presença dos alunos, professores e servidores do município de Itaoca, que aqui estão conhecendo a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo e entendendo seu funcionamento, sobretudo ocupando um espaço institucional importante. Isso faz com que os alunos tenham um senso maior de cidadania. Parabéns. Sejam bem-vindos nesta Casa de leis, que é o parlamento paulista.

Sr. Presidente, quero manifestar minha indignação em relação ao que ocorreu ontem. Tínhamos uma agenda na comissão permanente de Ciências e Tecnologia, com a presença do Secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Paulo Alexandre, que não veio e nos deixou esperando numa comissão importante da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, quando teria que prestar contas da sua gestão, apresentando as metas da sua administração, enfim como alguns Secretários vêm fazendo, mas, sobretudo, discutir a questão das Etecs e Fatecs, porque temos hoje uma grande crise nessa área educacional.

Os professores e funcionários do Centro Paula Souza estavam em greve até recentemente. Fizeram uma greve de 30 dias por conta dos baixíssimos salários que são pagos. Até agora essa questão não foi praticamente resolvida. É inconcebível que um professor de uma escola técnica estadual ganhe apenas 10 reais por hora/aula. Com o reajuste apresentado pelo Governador Geraldo Alckmin, um reajuste que não vai ter nenhum impacto na folha de pagamento dos professores, porque esse reajuste é tão insignificante que o professor, ao invés de ganhar 10 reais, vai ganhar 11, um real a mais por hora/aula. Há uma revolta generalizada dos professores e funcionários do Centro Paula Souza, que não aceitam esse pequeno reajuste que não repõe nem as perdas inflacionárias. E sabemos que o Governador apresentou esse índice apenas para conter, para desestabilizar a greve desses servidores. E ontem, quando tínhamos aqui uma oportunidade de questionar, de fazer considerações sobre tudo o que vem acontecendo, principalmente no Centro Paula Souza, o Secretário simplesmente não compareceu.

Hoje, quando lemos os jornais, principalmente a "Folha de S. Paulo", constatamos que o Secretário não teve tempo de vir aqui na Assembleia Legislativa - ele é um deputado estadual que está exercendo o cargo de Secretário do Governador Geraldo Alckmin nessa Secretaria importante e estratégica para o nosso Estado, que é a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia -, mas teve tempo suficiente para participar do aniversário de 60 anos de uma grande empresa, a Duratex, ao lado de banqueiros, como Olavo Setúbal Jr., Denise Setubal e tantos outros empresários. Está aqui na coluna da Mônica Bérgamo, o Secretário frequentando as festas da alta burguesia do nosso País.

Isso é uma afronta não só à Assembleia Legislativa, aos deputados, mas sobretudo à população. Todo Secretário de Estado é obrigado a vir aqui prestar contas, porque a Assembleia Legislativa fiscaliza o Poder Executivo. A questão do Centro Paula Souza não foi resolvida, os nossos professores estão com salários aviltantes. Temos que tomar providências porque exigimos a presença do Secretário aqui, bem como a superintendente do Centro Paula Souza para explicar o sucateamento, tanto das Etcs como das nossas Fatecs. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins.

 

O SR. MARCOS MARTINS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários, público presente, telespectadores da TV Assembléia, é comum deputados virem aqui à tribuna para reclamar a necessidade de se votar projetos de deputados. Lá na Comissão de Saúde, temos procurado ter uma atenção especial. Na última reunião desta semana votamos diversos projetos de deputados que passaram por aquela comissão. A depender daquela comissão, vários projetos serão votados. Os deputados podem contar com o empenho de todos os deputados daquela comissão. E aqui no plenário podemos também valorizar a participação e o empenho dos deputados.

Gostaria de cumprimentar o pessoal que está presente nas galerias, estudantes de Takaoka. É importante que venham conhecer a Assembleia Legislativa.

Mas gostaria de registrar que o Sindicato dos Metalúrgicos da Cidade de Osasco e Região faz hoje o lançamento de um livro, que registra os 20 anos das cotas de trabalho em empresas para deficientes. Parabéns ao Presidente Jorge Nazareno, toda a diretoria e todos os que lutam para que haja inclusão daqueles que têm o direito de serem tratados como pessoas normais, o Estado criando as condições para que isso ocorra. O evento será hoje à noite, onde procuraremos estar presente.

Recebemos também do Prefeito Emídio de Souza um convite para a inauguração do CEU, Centro de Educação Unificada José Saramago, no Jardim Santo Antonio, Zona Sul da cidade. É o segundo CEU que está sendo inaugurado - o outro na Zona Norte de Osasco. Aqui na Cidade de São Paulo tivemos vários no Governo da ex-Prefeita Marta Suplicy. Este que será hoje inaugurado tem piscina, vários tipos de atividades integradas, e até teatro, com mais de 300 lugares. Além da participação dos alunos, a comunidade também lá será acolhida, de bairros muito populosos da Zona Sul de Osasco.

Parabéns Prefeito Emidio. Parabéns, Secretários, e parabéns à Cidade de Osasco, que continua cada vez melhor. É uma satisfação muito grande também registrar essa inauguração que será feita amanhã, a partir das 17 horas. É muito bom saber que Osasco tem melhorado, e muito, em todas as áreas, dando mais um passo agora na Educação e na inclusão. É a região que mais tem inclusão, cumpre as cotas de inclusão do Estado de São Paulo. São várias cidades nessa região, que também merecem nossos cumprimentos. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados, esgotado o tempo destinado ao Pequeno Expediente, vamos passar ao Grande Expediente.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra, por permuta com o nobre Deputado João Caramez, o nobre Deputado Fernando Capez, que pertence ao Ministério Público e à Procuradoria, que realizam atualmente um Congresso sobre o Meio Ambiente na nossa cidade. Parabéns pelo seu trabalho.

 

O SR. FERNANDO CAPEZ - PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigado, Deputado Jooji Hato. Esse Congresso do Meio Ambiente, do Ministério Público, coincide com o Ato Normativo de instalação da Promotoria do Grupo de Atuação Especial e Repressão a crimes ambientais, proteção a animais e combate ao uso irregular do solo urbano, que levou à criação de um grupo especializado na defesa de animais.

Sr. Presidente, assomo à tribuna mais uma vez para solicitar aos colegas Deputados, de todos os partidos, uma união de esforços para que os projetos apresentados por Deputados estaduais possam ser submetidos a votação. Não é possível que haja Deputados, como por exemplo, eu, que apresentei quase 300 projetos, muitos deles ligados à área do consumidor, e esses projetos aguardam, nos escaninhos, o momento de serem votados.

Ao final de um mandato de quatro anos, teremos dois ou três projetos aprovados. Seria razoável que a Assembleia discutisse todos os projetos, que usasse melhor este tempo, até para empolgar mais os Deputados, que esses projetos pudessem ser discutidos.

Temos aqui a Frente Parlamentar de Combate ao Crack, presidida pelos Deputados Donisete Braga e Enio Tatto, que se preocupa com um tema relevante. Nós apresentamos um Projeto de lei que inclui na matriz curricular das escolas da rede pública uma matéria sobre o uso nocivo das drogas. Temos um projeto de capacitação do corpo docente da rede pública estadual, para que, em todos os momentos, em todas as matérias, falem sobre a questão das drogas para aqueles alunos. É um programa de integração entre a família e a escola. E esses projetos aguardam a sua votação.

Projetos que determinam a ampliação do atendimento, na rede pública estadual de Saúde, para internação daqueles dependentes que foram dragados para o abismo do vício. Isso, para falar de projetos ligados à importante área das drogas.

Temos projetos importantes na área do consumidor. Um desses projetos determina a instalação de uma unidade do Procon dentro de shopping centers, hipermercados e centros comerciais com mais de 65 lojas. Seria colocado um posto de atendimento do Procon, que atenderia somente às reclamações de consumidores daquele local. Então, você vai a um shopping center, e uma semana depois de adquirir o produto você leva esse produto com defeito, para receber o seu dinheiro de volta, como o Código de Defesa do Consumidor lhe assegura. E aí o comerciante diz "vá procurar os seus direitos, não vou lhe indenizar nada."

Pois bem, você vai ao posto de atendimento do Procon, que está na própria unidade do shopping center, e faz na hora a sua reclamação. O lojista é chamado na hora, para prestar esclarecimentos, e recebe na hora uma multa, coibindo esse tipo de abuso. É um projeto importante que eu gostaria de ver discutido, debatido e aprovado.

Temos a Copa do Mundo no Brasil, em 2014. O Estatuto do Torcedor é uma lei federal, que desde 2003 determina que todos os lugares do estádio sejam numerados. Nós apresentamos um Projeto de lei aqui dizendo que "estádio de futebol, no Estado de São Paulo, que não tiver todos os lugares numerados não pode ser liberado para jogos da Primeira Divisão", onde estão os clubes de maior torcida.

Caso o torcedor desrespeite o assento, é aplicada uma multa ao torcedor que sentou fora do seu lugar, e é aplicada uma multa ao organizador do espetáculo. Com essa lei estadual, que complementa o Estatuto do Torcedor, nós garantiríamos ao torcedor, enquanto consumidor, o direito de ir ao estádio, sentar exatamente naquele número, no seu lugar, e poder assistir ao espetáculo com segurança, conforto e com respeito aos seus direitos.

Depois de muita luta, o projeto foi aprovado. Até hoje não entendi por que o Governo anterior vetou esse projeto. E está vetado o projeto. Estou pedindo para a Assembleia Legislativa de São Paulo derrubar esse veto, para que seja transformado em lei, garantindo ao torcedor uma melhor qualidade no Estado de São Paulo, para assistir aos espetáculos futebolísticos. Lamentavelmente, não consegui.

Apresentei também um outro projeto. Como todos sabem, existe uma máfia dos leilões de automóveis. Muitas vezes ocorre uma perda parcial de um carro, em razão de uma colisão, e por razões que não sabemos bem quais, essa perda parcial é dada como perda total. O sujeito vai lá e adquire o veículo, ou, compra uma verdadeira carcaça no leilão.

Vimos a foto de um caminhão que mais parecia uma Romiseta, tão esmagada que se encontrava. O sujeito foi lá e arrematou por 30 mil reais. O que ele está comprando? Ele está comprando o documento do carro, porque ele quer usar esse documento para "esquentar" um veículo furtado ou roubado.

Apresentamos um Projeto de lei determinando que, na hipótese de perda total, será promovido o esmagamento completo da carcaça e a inutilização total do documento, para que aquele veículo não possa alimentar um desmanche clandestino ou criminoso.

O projeto foi aprovado, e também não entendi por que foi vetado. Dizem que é matéria de Trânsito. Mas a carcaça não transita. Ninguém nunca assistiu a um racha de carcaça. Ninguém fica num ponto de táxi aguardando uma carcaça passar. A carcaça só transita se estiver na carroceria de uma caminhonete. Então, não é matéria de Trânsito. Gostaria de ver esse veto derrubado também, mas não consegui.

Apresentamos vários outros projetos, projeto que aplica multa em quem joga lixo na rua, projeto que obriga as empresas a fazerem um relatório da quantidade de gás de efeito estufa que é emitido, e lamentavelmente esses projetos aguardam a sua votação. Há muito tempo está aqui, poderia ser aproveitado na discussão e na votação desses projetos.

Entendemos que cada um dos deputados que está aqui por delegação do voto popular exerce uma atividade como mandatário, como representante, não em nome próprio. Quando dissemos que o deputado tem o direito a que seu projeto seja discutido e votado, não o direito de ter o projeto aprovado, mas de ser discutido e votado - se tem maioria, aprova; se não tem maioria, rejeita - quando dissemos isso estamos sustentando o direito do eleitor, da sociedade de ver a eficácia na atuação daquele a quem constituiu seu representante do parlamento.

Vamos então fazer força para que a Assembleia Legislativa legisle, para que o Poder Legislativo legisle, exercendo assim sua função típica.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Há uma permuta entre no nobre Deputado Geraldo Vinholi e o nobre Deputado João Paulo Rillo. (Pausa.)

 

O SR. JOÃO ANTONIO - PT - Sr. Presidente, solicito a palavra por cessão de tempo do nobre Deputado João Paulo Rillo.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - É regimental. Tem a palavra o nobre Deputado João Antonio.

 

O SR. JOÃO ANTONIO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, não poderia deixar de comentar dois assuntos, o primeiro tratado pelo nobre Deputado Welson Gasparini nesta tribuna; o segundo, o recente pronunciamento do nobre Deputado Fernando Capez.

Fernando Capez tem insistentemente ocupado a tribuna para falar da importância dos projetos dos deputados nesta Casa. E mais do que isso, o Deputado Fernando Capez tem reclamado constantemente que essa Casa não valoriza os projetos dos deputados. De fato, tenho constatado que a Assembleia Legislativa não tem priorizado a votação de projetos importantes dos deputados desta Casa. É impressionante. Às vezes, os deputados passam um ano, dois anos para tentar votar um projeto nesta Casa. Agora, projeto do Executivo, independentemente do seu conteúdo, quando chega a esta Casa, é uma pressa para votar que a oposição, muitas vezes, tem uma enorme dificuldade de fazer suas emendas a tempo, devido à celeridade do processo nesta Casa.

Deputado Fernando Capez, V. Exa. sabe qual é o problema do parlamento brasileiro? O grau de autonomia é muito reduzido. O Executivo manda e desmanda no Poder Legislativo. Nesta Casa, em menos de dez dias se vota uma matéria do Executivo. Há matérias importantes de deputados desta Casa que demoram seis meses, até dois anos e não são votadas. O que tem de mudar é essa relação de submissão que o Parlamento tem com o Poder Executivo, de ser um departamento de terceira categoria do Executivo, só faz aquilo que o Executivo manda. Não pode ser assim.

Para resgatarmos a democracia no Brasil, precisamos fortalecer as instituições autônomas e a Assembleia Legislativa é uma dessas instituições que precisam ser fortalecidas. Não estou falando de sairmos pautando todo e qualquer projeto de deputado. Não estamos precisando de muitas leis no Estado de São Paulo, no Brasil. Estamos precisando de leis que tenham de fato eficácia na vida da população, tanto no sentido de contribuir com a organização da nossa sociedade, com a harmonia da nossa sociedade, quanto no sentido de melhorar a qualidade de vida do cidadão paulista. É esse tipo de lei que precisamos valorizar nesta Casa. E existem muitas iniciativas importantes de deputados nesta Casa que não são de fato valorizadas.

Cedo um aparte ao nobre Deputado Fernando Capez.

 

O SR. FERNANDO CAPEZ - PSDB - Nobre Deputado João Antonio, quero parabenizá-lo e manifestar minha satisfação de que V. Exa. esteja caminhando nessa direção porque não se trata de dar sustentação a esse ou outro tipo de governo, a esse ou outro partido. Estamos falando em termos institucionais. Quando Montesquieu preconizou a divisão dos poderes, foi justamente para combater a centralização do poder que existia no antigo regime, que era o do absolutismo monárquico, que tanta arbitrariedade produziu. Quando o Poder Legislativo, que somos nós, apequena-se, aceita um papel secundário, abre mão do seu protagonismo, o que acontece é uma fragilização da democracia.

Nobre colega, somos nós que fazemos a Constituição. É a Constituição que distribui os poderes. É a Constituição Estadual que está nos engessando. É na Constituição Estadual que diz que o projeto que entre em regime de urgência não precisa ter essa urgência votada e, automaticamente, tem essa urgência na sua tramitação. É o nosso Regimento que prevê a execrável figura do relator especial, que tira poder das comissões, onde tem de ser travado o debate. Temos de começar a ou fazer com que a estrutura atual funcione ou buscarmos caminhos alternativos para pressionar e obter essa aprovação dos nossos projetos.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Luiz Claudio Marcolino.

 

* * *

 

O SR. JOÃO ANTONIO - PT - Concordo com o nobre Deputado Fernando Capez. Esta Casa precisa resgatar seu papel na democracia. Não estamos falando de oposição ou de situação. O Deputado Fernando Capez é do PSDB, sou do PT. Estamos exercendo nosso papel de fortalecer o Poder Legislativo. Aliás, entre os três poderes, é o que melhor expressa a vontade popular. Aqui está a diversidade de opiniões. A democracia sobrevive do contraditório. O contraditório, o debate político franco das ideias, não é feito no Executivo, no Judiciário. O contraditório, na democracia, é papel do Legislativo. Quando não possibilitamos o debate franco e livre das ideias e esse Poder acaba sendo engessado por uma caneta forte do Poder Executivo, o que ocorre? A democracia perde. Ao perder a democracia, quem perde é o povo. Se não conseguirmos nesta Casa debater para valer as opiniões diversas de todos os partidos, de todas as ideologias, estamos falhando com a essência do Parlamento, que é expressar a diversidade de opinião que existe na sociedade.

Por isso, acho que ao valorizar o debate em plenário dos projetos de leis dos deputados estaduais desta Casa estaremos valorizando fundamentalmente a democracia, o que tem de melhor no verdadeiro conceito da democracia, que é provocando o contraditório tão necessário. Não tenho nenhuma dúvida de que o que faz esta Casa cumprir o seu papel de maneira precária é exatamente este poder exagerado do Executivo, que faz esta Casa e seus diversos deputados - que em vez de trabalhar programaticamente e convencer a população das suas propostas e ideias - optarem por um pragmatismo exagerado, vivendo das migalhas do Executivo.

Cedo um aparte ao nobre Deputado Fernando Capez.

 

O SR. FERNANDO CAPEZ - PSDB - Sr. Presidente em exercício, Deputado Luiz Claudio Marcolino, quando um projeto de lei é protocolado, e após o protocolo deste projeto é protocolado outro projeto de lei com o mesmo objeto, determina-se o apensamento do segundo ao primeiro? Gostaria que V. Exa. nos esclarecesse para que, em seguida, fizesse uma consulta ao nobre Deputado João Antonio.

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - O mais novo ou o mais antigo?

 

O SR. FERNANDO CAPEZ - PSDB - O mais antigo prevalece sobre o mais novo, ou o mais novo prevalece sobre o antigo?

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - O mais antigo.

 

O SR. FERNANDO CAPEZ - PSDB - O mais antigo prevalece e então o mais novo é apensado ao mais antigo?

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Isso.

 

O SR. FERNANDO CAPEZ - PSDB - Obrigado pela questão de ordem. Quero então apartear o nobre Deputado Luiz Claudio.

Tenho um projeto de lei que está tramitando na Comissão de Finanças e Orçamento que estabelece sanções como cancelamento da inscrição do ICMS para estabelecimentos comerciais que venderem bebidas alcoólicas e cigarros a criança e adolescentes. Já está na comissão sendo tramitado e me parece que está entrando um projeto do Governo, com idêntico objeto. Quando chegarmos à Comissão de Justiça, teremos de enfrentar essa questão inclusive: qual é apensado em qual? Porque o nosso já está em tramitação e vinha caminhando nesse sentido, dentro da colocação da linha que V. Exa. vinha desenvolvendo. O meu foi protocolado muito antes e já está tramitando, e o do Executivo está entrando hoje nesta Casa, tratando exatamente do mesmo assunto. O meu é mais antigo, mas até hoje não conseguimos que fosse votado. Parece que este, com idêntico objeto, seria votado, e o meu prejudicado, sem que houvesse o apensamento. Este é um tema para discutirmos com a Comissão de Justiça.

 

O SR. JOÃO ANTONIO - PT - Cuidado com a figura do relator especial.

 

O SR. FERNANDO CAPEZ - PSDB - É disso que tenho medo.

 

O SR. JOÃO ANTONIO - PT - Se o relator especial entrar em cena nesta Casa, a Comissão de Justiça não poderá analisar o seu projeto, porque o do Executivo passa na frente por conta dessa figura, que penso que só existe neste Parlamento.

 

O SR. FERNANDO CAPEZ - PSDB - Vamos solicitar ao Presidente que não designe mais então relatores especiais.

 

O SR. JOÃO ANTONIO - PT - O que me entristece, Deputado Fernando Capez, é o fato de que V. Exa. é do partido da situação. Já que o Executivo não tem nenhum respeito para com a Assembleia Legislativa, que pelo menos prestigie os seus deputados, ainda mais do seu partido. (Manifestação nas galerias.) Aí vem à Assembleia Legislativa e atropela um projeto de lei idêntico do deputado do seu partido. Não pode esse tipo de ingerência indevida, de falta de respeito com o Parlamento paulista por parte do Sr. Governador, Geraldo Alckmin, que destrói a nossa democracia.

Cedo um aparte ao nobre Deputado Fernando Capez.

 

O SR. FERNANDO CAPEZ - PSDB - Agora caberá a nós, deputados, não permitirmos que isso aconteça. Este é o recado. Temos de estar atentos para que as iniciativas do Legislativo sejam também valorizadas. Parece que o mesmo projeto, quando vem pela mão de um deputado, tem, parece, um vício de origem, como se não tivéssemos legitimidade para tratar de grandes temas, mas apenas para dar nome de ruas e avenidas.

 

O SR. JOÃO ANTONIO - PT - Exato. Aliás, é outra questão que temos de debater muito nesta Casa, que é resgatar as nossas prerrogativas de deputados eleitos que, de fato, têm condições de fazer outra dinâmica na política paulista. Estou satisfeito e já tenho algumas adesões para resgatarmos as prerrogativas da Assembleia Legislativa. O Deputado Fernando Capez está vindo nessa direção e, assim, ganha o povo paulista e a democracia. Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Tem a palavra, por permuta com o nobre Deputado Roque Barbiere, o nobre Deputado Jooji Hato.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, quero, antes de tudo, agradecer ao nobre Deputado Roque Barbiere pela permuta. Os oradores que me antecederam têm toda a razão. Esta Casa é um poder independente. O Poder Legislativo é independente do Executivo e do Judiciário. Ao aprovarmos os projetos, estaremos nada mais que cumprindo a nossa obrigação, e estaremos inclusive ajudando o Executivo. Há vários projetos de colegas desta Casa que ajudariam a economizar recursos, que vão para o ralo, quando poderiam ser drenados a setores fundamentais, como a Educação, Saúde, Esporte e tantas outras áreas para melhorar a qualidade de vida do cidadão. Esta Casa, além de ser um órgão fiscalizador, ajuda o Poder Executivo, inclusive o Poder Judiciário.

Quero relatar uma triste notícia: duas pessoas foram mortas num bairro de Diadema, cidade campeã no ranking da criminalidade. Fizemos a Lei Seca que controla a bebida alcoólica e fecha os botecos na cidade de São Paulo. E aí uma nobre Vereadora, Maridete, do PT, aprovou essa lei em Diadema - ela é digníssima esposa do ex-Prefeito de Diadema, José Augusto -, mas ela perdeu a eleição porque, na época, a lei não era reconhecida por ser polêmica. Eu também quase que perco a eleição, como já afirmei desta tribuna. E em Diadema foi possível diminuir em mais de 80% da violência através de uma lei simples e aprovada na Câmara dessa cidade. Mas vejo essa triste notícia, de que mataram duas pessoas no bairro de Santa Rita ontem. Foi durante o jogo em que Corinthians estava ganhando do América de Minas Gerais. O dono de uma quitanda, Sebastião Felix dos Santos, 49 anos, chefe de família, trabalhando, de repente, levou quatro tiros. Uma hora depois, no mesmo bairro, é sacrificado José Aparecido Bezerra, de 37 anos.

Essas vidas talvez pudessem ser salvas se um projeto de lei que aprovei na Câmara Municipal de São Paulo, o da moto sem garupa nos dias úteis, estivesse valendo. A garupa seria obviamente liberada nos finais de semana porque fiz um acordo com as moto clubes, pois eles querem levar a namorada, esposa, filhos nos sábados, domingos e feriados. Eu concordei porque no fim de semana o trânsito é menos caótico, acontece menos acidentes.

Eu fiz o acordo e aprovamos por causa da saidinha de banco. É realizado sessenta e um por cento e meio de assaltos na saída de banco na garupa de moto. A moto é um veículo rápido e a polícia não consegue pegá-lo. Além do mais, os ocupantes usam capacete como máscara, com o visor escurecido com o insufilme ou com outros materiais que acaba dificultando a vítima ver os olhos dos assaltantes.

Infelizmente, em Diadema tivemos dois casos. Quem sabe se esse projeto que aprovei na Câmara Municipal de São Paulo, no maior Parlamento deste País e por que não dizer do Hemisfério Sul, tivesse salvo a vida dessas pessoas. Talvez, tivesse evitado a morte nesse assalto realizado com a moto. Eles são tão ousados que nem capacete usam. Eles usam capuz para assassinar as pessoas.

Nós podemos contribuir muito com o Poder Executivo e indiretamente contribuir para a população.

Eu sonho com uma cidade que não tenha crianças e adolescentes, por exemplo, nos cruzamentos pedindo esmolas ou vendendo doces, como vemos na Av. Salim Maluf, na Av. Brasil, Av. 9 de Julho e os seus pais de rua explorando-os com isso.

Muitos desses adolescentes e crianças são atropelados e, às vezes, acontece até assédio sexual, como aconteceu em Moema com um filho de uma advogada e um médico, pelo menos foi o que noticiaram.

Eu sonho com uma cidade que não tenha jovens nas baladas se embebedando e se drogando. Nos botecos da vida se embebedando nas altas horas da noite, o esposo que chega a sua casa bêbado e que espanca a sua esposa, os seus filhos, que dá mau exemplo depredando orelhões, que é um bem público.

Eu até conversei com o Governador Geraldo Alckmin na inauguração da ponte sobre o Rio Tietê, na Av. do Estado. Eu disse: “Governador, poderíamos aplicar também em todas as cidades, como fizemos em São Paulo”. Iniciamos em São Paulo e foi seguido em Hortolândia, que morria 33 pessoas, por mês, e que conseguiu zerar esse número.

Nós poderíamos pedir ao Executivo para, através da Polícia Militar, fazer blitz para o desarmamento. Nós poderíamos pedir para aumentar mais a luta contra as drogas como o crack, o oxi.

Eu não gosto de viajar de avião, mas, no recesso, fui a Brasília, juntamente com o Deputado Donisete Braga, Deputado Major Olimpio, Deputado Bolçonaro para pedir ao ministro aumentar o número de leitos para tratar os drogados.

Nós estivemos no relançamento da Frente Parlamentar Mista, no Congresso Nacional. Nós fazemos sacrifícios, sim, porque queremos qualidade de vida e que todos estejam bem.

Não é pelo fato de eu ser médico que o nosso objetivo é prolongar a vida. É porque não dá para aceitar adolescentes, adultos e, às vezes, chefes de família na Cracolândia e nas ruas de São Paulo se drogando.

Esta Casa tem força, sim, para mudar o curso dessa história. Não dá para aceitar a venda de bebidas alcoólicas em lojas de conveniência de postos de gasolina. Eu aprovei um projeto que proíbe isso há nove anos aqui na Cidade de São Paulo. Ele foi vetado. Mas o Prefeito do PT, Oswaldo Dias, aprovou essa lei em Mauá. Certamente está tendo bom resultado lá.

Eu sonho com uma cidade em que poderemos andar livremente, com direito de ir e vir, com direito à saúde, à vida, que é um direito maior.

Eu sonho com esta Assembleia Legislativa, sim. Fiquei 28 anos na Câmara Municipal de São Paulo e fiz leis locais, mas, com certeza, estaremos ampliando isso também para todo o nosso Estado porque em 645 municípios só têm 450 leitos para tratar dos drogados deste Estado e isso não dá nem um leito para cada cidade.

Eu sonho com o acolhimento de todos os jovens que estão se arriscando com drogas. Eu sonho em acolher esses adolescentes nas suas famílias, nas creches, nas escolas, nas universidades, não deixando perambular pela Cracolândia, pelas ruas.

Esta Casa tem esse poder, só depende de todos nós, da força e da união de todos nós, deputados.

Talvez possamos reverter esse quadro tão dramático, expulsar o flagelo da humanidade, que é a droga como o crack, o oxi, a cocaína, o ópio.

Eu sonho para termos qualidade de vida. Também tenho a esperança de que vamos modificar tudo isso com a união e a ajuda de todos os Deputados. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO AMRCOLINO - PT - Por permuta de tempo do nobre Deputado Vitor Sapienza, tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro.

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Deputado Luiz Claudio Marcolino, meu colega de bancada, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, primeiro, quero parabenizar o Deputado Jooji Hato pelo belo pronunciamento que fez aqui.

A Presidente Dilma recentemente lançou o Programa Brasil Sem Miséria, que, do nosso ponto de vista, foi um acerto muito grande focar o problema crônico que ainda temos em nosso País. São 17 milhões de pessoas que vivem com até 70 reais, por mês, sem condições de suprir as necessidades básicas da vida.

Nós avançamos muito nos últimos anos, tirando muita gente da pobreza com políticas públicas estruturais como a realização da reforma agrária, o Bolsa Família, o fortalecimento do mercado interno, a recuperação do poder de compra do salário mínimo, a recuperação dos investimentos do Estado em educação, na ampliação do ensino técnico do ensino público universitário com a criação de 14 universidades, mais de 200 novos campi de faculdades pelo Brasil afora, enfim. Agora a Presidenta Dilma foca a ação do governo nessa população que ainda vive abaixo da linha da miséria e é um problema crônico. Não podemos pensar um Brasil do jeito que queremos, um país grande e autônomo, convivendo com este problema.

Outra notícia boa que recebemos recentemente foi a eleição do professor titular da Unicamp José Graziano da Silva, que foi ministro do Presidente Lula no início do seu governo na área do combate à fome e à miséria, depois assumiu a coordenação do escritório regional da FAO na América Latina e Caribe - o Prof. Graziano esteve aqui em diversos momentos na Assembleia Legislativa, inclusive nos prestigiou no lançamento da Frente Parlamentar de Segurança Alimentar - para Diretor Geral da FAO, um dos cargos mais importantes da ONU e que trata do tema ‘agricultura e combate à fome’. Ele assume a partir do ano que vem. Foi eleito principalmente com o voto dos países da África, do Oriente Médio, da América Latina e do Caribe.

O Prof. Graziano não foi eleito porque é um técnico competente, um político carismático. Ele foi eleito por conta da simbologia dos programas que o Governo Federal implementou no Brasil na área do combate à fome e à desnutrição, pela estruturação de uma legislação que torna a segurança alimentar uma política de Estado e não de um governo ou outro. Estou muito orgulhoso porque o Prof. Graziano é uma pessoa muito querida, um funcionário do nosso Estado podemos dizer assim e assume agora uma missão importante: combater a fome que assola quase um bilhão de pessoas no mundo, uma chaga social que nos envergonha. A produção se desenvolve, as tecnologias se desenvolvem, mas beneficiam poucos porque a produção e essas tecnologias ficam nas mãos de poucos. A missão, portanto, é muito grande de modificar esse sistema.

Estou levantando estas informações porque o Governo Federal convocou para novembro, na Bahia, a IV Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. A primeira foi no Governo Itamar Franco, a segunda no Governo Lula. Agora vamos para a quarta. O Estado de São Paulo realizou duas, vai realizar a terceira agora no mês de setembro.

Tivemos que provocar o Executivo.

Fizemos aqui na Assembleia Legislativa uma reunião, chamamos os representantes do Consea estadual, conversamos com a Casa Civil dizendo que pelo mapa do número de pessoas miseráveis no nosso País, o Estado de São Paulo tem uma mancha muito grande no Vale do Ribeira, no Pontal e em muitas outras regiões do Estado, inclusive nas mais desenvolvidas e na Capital. Em muitos bairros vemos manchas dessa chaga social, de pessoas que vivem na miséria, abaixo da linha da pobreza e suscetíveis ao problema da desnutrição.

Quem acha que este é um tema sem grande importância eu convido a visitarem, por exemplo, o Centro de Referência em Educação Nutricional que funciona no Jardim Pantanal em São Miguel Paulista ou aqui no bairro da Cidade Ademar, uma outra subsede do CREN, que faz um belo trabalho. É um conjunto de profissionais, nutricionistas, assistentes sociais que identificam na rede de creches e escolas municipais crianças desnutridas e passam a dar um acompanhamento nutricional à família para que essas crianças possam ser salvas e crescerem com saúde. Mas nós temos este problema. É só ir no CREN de São Miguel Paulista. São mais de 100 crianças internadas, portanto um problema que está muito próximo da gente.

Estou dizendo tudo isso para chamar a atenção do Governo do Estado.

O Governador Geraldo Alckmin fez o decreto convocando a Conferência mas até agora não deu um passo concreto e já estamos no mês de agosto. Nós não sabemos onde vai ser, qual a estrutura, qual a Secretaria.

Estive com a nova Secretária da Agricultura, que me pareceu um pouco perdida, mas mostrou boa vontade em resolver a questão.

Estive com o Secretário Sidney Beraldo colocando este problema para dizer que precisamos discutir não só o problema da fome, mas a qualidade dos alimentos. Combate-se a fome produzindo alimentos. Para produzir alimentos precisamos fortalecer a agricultura familiar, que é a que produz 70% dos alimentos que chegam à mesa dos cidadãos do Brasil. De cada dez empregos no campo, sete a oito são gerados nesse setor, que representa 36% da nossa agricultura e o Governo do Estado tem pouca política para esta área. Dou um exemplo: o problema dos 4200 pequenos agricultores com dívidas junto ao FEAP, um financiamento que receberam nos anos 80 e 90 para um programa que não deu certo e ficaram inadimplentes junto à Nossa Caixa.

A discussão da renegociação da dívida desses pequenos agricultores já veio aqui para Assembleia, o projeto foi retirado, o Colégio de Líderes recebeu um conjunto de agricultores de várias partes do Estado antes do recesso e até o momento não temos notícia da vinda do projeto para renegociar essa dívida e trazer os pequenos agricultores para a adimplência, para assim terem acesso ao crédito e voltarem a produzir. O problema dos agrotóxicos, um problema que afeta a população de uma maneira geral. Mesmo o cidadão que mora na cidade precisa pensar que a alta incidência de doenças como o câncer e a depressão tem muito a ver com o modo de produção da agricultura brasileira, em especial aqui em São Paulo, que representa uma grande parcela da agricultura brasileira. O veneno do agrotóxico tem contaminado muitos alimentos que chegam à mesa do trabalhador. Muitas vezes a pessoa contrai uma doença sem saber as causas, por exemplo, um câncer, que demora muito tempo para se manifestar. Precisamos de uma Lei Orgânica de Segurança Alimentar para ter uma política permanente.

Li a notícia de que o Governo do Estado vai lançar um programa de aquisição de alimentos dos assentamentos rurais. Só que o anúncio foi feito de modo muito limitado: vão restringir o programa ao Pontal do Paranapanema para abastecer os presídios. Por que não fazer no estado inteiro? Por que não incluir os hospitais, as escolas públicas? Não é problema de orçamento porque temos um rico orçamento, um orçamento de 150 bilhões. Nós precisamos ter mais ousadia do Governo do Estado nessa área.

Então espero que esta Conferência aconteça para produzir bons resultados, boas propostas. Que o Governo não faça a Conferência só pro forma mas com entusiasmo. Que faça para ouvir a população, a sociedade civil, os técnicos, os gestores públicos de prefeituras a fim de termos um resultado efetivo nessa área.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato.

 

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Espero também que a Conferência aponte a aprovação de muitos projetos de lei que estão tramitando nesta Casa, como por exemplo o do Deputado Carlinhos Almeida, hoje Deputado Federal, que cria o programa da compra de alimentos da agricultura familiar. Já poderíamos fazer esforços para aprovar este projeto criando um programa abrangente, estrutural para ajudar a resolver o problema de combate à fome, à miséria, de produção de alimentos e, evidentemente, atenção, que é um caso de saúde pública, a esse problema do veneno dos agrotóxicos que cada vez contaminam mais a produção de alimentos no nosso Estado.

 

O SR. MARCOS MARTINS - PT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectador da TV Assembleia e cumprimento o companheiro Deputado Simão Pedro por essa batalha contra a fome, pela agricultura familiar que é extremamente importante.

Hoje, mais uma vez, vimos deputados questionando por que não se votam projetos de deputados, citando as dificuldades de tramitação, que são muitas. E eu havia dito que na Comissão da qual faço parte procuramos dar vazão a todas as iniciativas dos deputados. Na última reunião aprovamos diversos projetos de deputados e é importante que todas as comissões façam isso, valorizem a iniciativa dos deputados porque assim, indiretamente, pressiona para que esses projetos, prontos para entrarem em votação, sejam pautados. Até estimular o Colégio de Líderes nessa decisão.

Acho que vários deputados têm projetos. Eu tenho na área da educação e da moradia. Na área da moradia para que haja assistência técnica de engenheiros arquitetos para a população de baixa renda, que consegue comprar um terreno, mas tem dificuldades para fazer um projeto, uma planta. E também para moradias a serem reformadas e até para regularização. Esse é um exemplo das várias iniciativas de deputados que podem contribuir para melhorar o Estado de São Paulo.

O ilustre deputado falava do combate às drogas e está em debate a questão para que haja leitos para dependentes químicos. Protocolamos uma PEC com todas as assinaturas para mudança na Constituição no sentido de que o Estado disponibilize leitos para quem desejar fazer o tratamento. Acho que esse debate sobre internação compulsória vai longe, mas na medida em que o Judiciário determina que se cumpra. Mas que sejam respeitados os profissionais das áreas que têm seus trabalhos, suas argumentações, que têm discordância com relação a isso. Todavia, não podemos fechar os olhos e precisamos dar uma atenção especial. Então, a PEC é uma contribuição no sentido de que o Estado assuma a sua parte. O governo federal assumindo, assim como as prefeituras, que posamos combater esse mal que tem causado tantos transtornos a inúmeras famílias.

Apelo aos deputados membros de comissões no sentido de que dêem prioridade a projetos de deputados para que possamos cobrar aqui e no Colégio de Líderes a inclusão desses projetos para votação. Que esta Casa possa produzir mais porque ela tem possibilidades, tem condições. Já há leis, como a de minha autoria que proíbe um uso do amianto, que era um projeto polêmico e virou lei servindo de indicador para a lei do fumo. Havendo lei federal podemos legislar com leis concorrentes, desde que sejam mais restritivas, mas protetoras da saúde pública, do meio ambiente.

Criou-se no Supremo Tribunal, com todas as liminares, praticamente uma opinião a respeito de leis concorrentes. Então, uma lei aprovada por esta Casa ajudou inclusive projetos como o do agrotóxico, citado pelo deputado Simão Pedro. Há possibilidade de se entrar com projetos de leis aqui havendo lei federal. Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. MARCOS MARTINS - PT - Sr. Presidente, havendo acordo de lideranças, solicito o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - O pedido de V.Exa. é regimental.

Srs. Deputados, havendo acordo de lideranças esta Presidência, antes de levantar os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, sem Ordem do Dia.

Está levantada a presente sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 16 horas e 26 minutos.

 

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