03
DE JUNHO DE 2013
077ª
SESSÃO ORDINÁRIA
Presidentes: JOOJI HATO e
OLÍMPIO GOMES
Secretário: OLÍMPIO
GOMES
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
001 - JOOJI HATO
Assume a Presidência e abre a sessão.
002 - CARLOS NEDER
Informa casos de acidentes automobilísticos
ocorridos na rodovia SP-255, conhecida como "Rodovia da Morte".
Anuncia a criação, nesta Casa, da Frente Parlamentar pela Duplicação da Rodovia
SP-255. Defende a importância desta obra de duplicação. Lê ofício do prefeito
da estância turística de Barra Bonita clamando pela solução do problema.
003 - Presidente JOOJI HATO
Lamenta o falecimento da Sra. Gloria
Giglio, esposa do deputado Celso Giglio, em acidente de carro ocorrido na
rodovia Castello Branco. Enaltece o trabalho social realizado pela
ex-primeira-dama de Osasco. Manifesta suas condolências à família.
004 - CARLOS GIANNAZI
Informa decisão cautelar do Ministério da
Educação que impede que a Uniesp de realizar contratos do FIES, entre outras
medidas. Critica a atuação da Uniesp, que, segundo o parlamentar, vem
prejudicando diversos estudantes e também o Erário público. Solicita que a
Comissão de Educação desta Casa convide o presidente da Uniesp para prestar
esclarecimentos.
005 - OLÍMPIO GOMES
Informa sua presença no velório do sargento
Albano Bauer Massanare. Lamenta que o sargento seja o 31º policial militar
executado neste ano em São Paulo. Critica as más condições do Hospital da
Polícia Militar e do velório para os policiais militares.
006 - OLÍMPIO GOMES
Assume a Presidência.
007 - JOOJI HATO
Critica as pessoas que ouvem música em alto
volume nas vias públicas. Considera os malefícios desta prática para a vida do
cidadão. Comemora sanção do prefeito Fernando Haddad a projeto de lei, de
autoria deste deputado enquanto vereador, reapresentado por vereadores na
Câmara Municipal de São Paulo a respeito do tema. Lamenta que matéria de
conteúdo semelhante, de sua autoria, tenha sido vetada pelo governador do
Estado.
008 - CARLOS GIANNAZI
Comenta audiência pública da Comissão de
Educação desta Casa com a presença do secretário de Estado da Educação, Sr.
Herman Jacobus Cornelis. Lamenta que a autoridade não tenha dado respostas
concretas a diversos temas, tais como: o respeito à data base salarial, o
cumprimento da lei da jornada do piso salarial, a transformação de escolas de
lata em estruturas de alvenaria, a situação dos professores de categoria
"O", a instituição de novo plano de carreira para os profissionais da
Educação e, por fim, a elaboração de programa educacional a longo prazo para o
estado de São Paulo. Manifesta-se contrariamente à aprovação da PEC estadual nº
01 e da PEC federal nº 37. Enaltece a atuação do Ministério Público no combate
à corrupção e à impunidade. Lamenta que este Legislativo não exerça seu papel
de investigação de irregularidades no Poder Executivo e na Administração direta
e indireta. Critica a instalação de CPIs que considera "cosméticas" a
fim de impedir a investigação de temas relevantes.
009 - MARCOS MARTINS
Lamenta o falecimento da Sra. Gloria
Giglio, esposa do deputado Celso Giglio, em acidente de carro ocorrido na
rodovia Castello Branco. Apresenta sua solidariedade aos familiares. Informa
que deverá estar presente no velório, que ocorrerá na Câmara Municipal de Osasco.
010 - MARCOS MARTINS
Requer o levantamento da sessão, com
anuência das Lideranças.
011 - Presidente OLÍMPIO GOMES
Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados
para a sessão ordinária do dia 04/06, à hora regimental, com ordem do dia.
Lembra a realização de sessão solene, hoje, às 20 horas, com a finalidade de
comemorar o "Dia da Comunidade Italiana". Levanta a sessão.
* * *
-
Assume a
Presidência e abre a sessão o Sr. Jooji Hato.
* * *
O SR. PRESIDENTE – JOOJI HATO -
PMDB - Havendo
número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os
nossos trabalhos.
Com base nos
termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes
de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.
Convido o Sr. Deputado Olímpio Gomes para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.
O SR. 1º SECRETÁRIO – OLÍMPIO GOMES - PDT - Procede à leitura da matéria
do Expediente, publicada separadamente da sessão.
* * *
- Passa-se ao
PEQUENO EXPEDIENTE
* * *
O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO -
PMDB - Srs.
Deputados, Sras. Deputadas, tem a palavra a primeira oradora inscrita nobre
deputada Beth Sahão. (Pausa.) Tem a palavra a nobre
deputada Regina Gonçalves. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Carlos Neder.
O SR. CARLOS
NEDER - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras.
Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, em
audiência que mantive com o prefeito da Estância Turística de Barra Bonita,
senhor Glauber Guilherme Belarmino, fui alertado por
ele e seus secretários de que inúmeras mortes vêm ocorrendo na SP-255, também
conhecida na região como “Rodovia da Morte”.
Sua Excelência, o prefeito, relatou inclusive a morte de dois policiais
rodoviários federais na rodovia quando socorriam outras pessoas acidentadas no
local. Por essa razão, de comum acordo com o prefeito de Barra Bonita, com o
prefeito de Igaraçu do Tietê e de cidades vizinhas,
estou apresentando a proposta para constituirmos uma Frente Parlamentar pela
Duplicação da SP-255.
Peço o apoio de todos os líderes e bancadas para que tenhamos as
assinaturas necessárias correspondentes à necessária participação dos partidos
e deputados exigida no Regimento Interno desta Assembleia.
Passo a ler um ofício que me foi encaminhado em 13 de maio de 2013 pelo
prefeito Glauber Guilherme Belarmino, da Estância
Turística de Barra Bonita.
“Ofício Nº GP.
405/2013.
Barra Bonita, 13
de maio de 2013.
Excelentíssimo
Senhor Deputado:
Vimos mui
respeitosamente, em nome de toda população de Barra Bonita e Região, solicitar
os bons préstimos de Vossa Excelência no sentido de interceder junto ao
Governador do Estado para a duplicação da Rodovia SP-255, conhecida em nossa
região como a “Rodovia da Morte”.
Segue abaixo uma
breve reflexão sobre a SP-255:
“SP-255, A
Rodovia dos Imprudentes.
Paula Massari, 32 anos. Rosivaldo de
Freitas, 29 anos de idade. Cosme Soares, 34 anos. Em comum, a Rodovia SP-255.
Na SP-255, eles
perderam suas vidas. Na SP-255, ganharam novos nome e sobrenome: Vítimas
Fatais.
Na SP-255,
deixaram de ser cidadãos para virar estatística.
Paula, Rosivaldo e Cosme. Os números mais recentes
que se somam a outros milhares.
Mas por trás
desses números, existem histórias reais. Histórias de luto que não entram para
os registros oficiais.
Na política, o
“se” não vale muita coisa. Na vida real, fora dos gabinetes, o “se” pode
incomodar uma família pra sempre. Paula, por exemplo, era ocupante de um carro
e, quando passava pelo trevo de Barra Bonita, o veículo em que ela estava foi atingido por um caminhão sem freio.
E “se” a estrada
fosse duplicada? Com canteiros centrais dividindo as pistas, com proteções,
será que o caminhão a atingiria? E “se” fosse duplicada? Nos relatos numéricos,
formais, não existe espaço para essas respostas. Mas nos almoços e encontros de
muitas famílias, daqui pra frente, a pergunta será a mesma: “E se fosse
duplicada?”
Até peço
desculpas se esse texto já estiver desatualizado. E a chance é grande. Afinal,
a SP-255 é a “Rodovia da Morte”. Proporcionalmente, mata mais que muitos
conflitos armados pelo mundo afora.
Há muito tempo a
região apela para que o governo do estado aja e mude essa situação. A
duplicação é um pedido recorrente, mas sempre esbarra no “não’. O argumento: a
imprudência dos motoristas não justifica uma duplicação.
Porém, para
analisar a SP-255, é preciso ir além da comodidade de quem voa para cumprir
seus compromissos. De quem se desloca pelo céu. Para analisar essa estrada é
preciso pousar e trafegar por essa realidade.
Aqui embaixo
também existe a corrida contra o tempo e ela é tão grande (ou maior) que as
nossas, de gestores públicos, para cumprirmos nossas atribuladas agendas.
Aqui embaixo
também existem compromissos inadiáveis, atrasos e uma velocidade, muitas vezes,
exagerada para dar conta de tudo e garantir o sustento da família, para garantir a venda, para garantir a entrega de um produto, para
não faltar ao encontro ou, simplesmente, para fazer uma refeição no
conforto de nossa casa.
Culpar apenas o
motorista e sua imprudência é tão frio e inerte quanto o asfalto que cobre a
Rodovia SP-255 de Ribeirão Preto até a divisa com o Paraná.
Quem circula por
esse caminho que se tornou estreito ao longo das décadas, sabe o que é
transitar em meio a pesados caminhões, aliás, treminhões abarrotados de cana de
açúcar. E quando à sua frente faltam faixas para fugir do “aperto”, e isso é
cada vez mais comum, só nos resta rezar ou ter um bom plano funerário.
Investir na duplicação
da SP-255, não é apenas ampliar a segurança para quem vai e vem. É também
estimular as economias dos municípios ao longo do caminho. É fortalecer esse
importante corredor de escoamento do que é produzido de norte a sul do nosso
estado.
Ressalto, não
estamos falando aqui de uma simples estrada vicinal. Estamos falando da SP-255,
a “Rodovia da Morte”, ou pra quem sai ileso de uma viagem de poucos
quilômetros, diariamente, a “Rodovia da Sorte”.
Rogo aos
senhores, que possamos agir, portanto, com prudência. Que dupliquemos a SP-255
e que volte a ser, simplesmente, uma rodovia.
Caso contrário, a
SP-255 continuará sendo a “Rodovia dos Imprudentes”. Daqueles que têm a
imprudência com as mãos no volante. E daqueles imprudentes que têm a caneta na
mão e não fazem nada para mudar essa realidade. ”
Sendo o que havia
para o momento e na certeza de contar com o apoio, compreensão e sensibilidade
de Vossa Excelência para o atendimento desta importante reivindicação para
nossa região, apresentamos os nossos protestos de estima e consideração.
Glauber Guilherme
Belarmino
Prefeito
Municipal
Ao Excelentíssimo
Senhor Deputado Estadual Carlos Neder
Assembleia Legislativa
Av. Pedro Álvares
Cabral, 201- Sala: 2109/ 2º andar
CEP:
04097-900- São Paulo- SP”
Sr. Presidente, com base nesse
documento do prefeito da Estância Turística de Barra Bonita - de forte teor
emocional e que expressa a realidade daquela região - solicito a criação da
Frente Parlamentar pela Duplicação da SP-255, conforme requerimento anexo e que
segue para coleta de assinaturas.
“Ofício
S/N
Senhor
Presidente,
Tenho a grata
satisfação em cumprimentá-lo e, por oportuno solicitar que Vossa Excelência
determine a adoção das providências necessárias, para que seja constituída a
Frente Parlamentar pela Duplicação da Rodovia SP 255.
Tal pedido se faz
necessário, tendo em vista que devem ser realizados estudos e debates sobre a matéria, dada sua relevância.
Atenciosamente,
Carlos
Neder - Deputado Estadual - PT”
“Frente
Parlamentar pela duplicação da rodovia sp
255
Senhor
Presidente,
Por meio do
presente venho solicitar a criação, nesta egrégia Casa de Leis, da Frente
Parlamentar pela duplicação da rodovia SP 255, com a qual objetivamos
proporcionar e manter um espaço de debates quanto à necessidade e à viabilidade
de duplicação da referida rodovia, que tem se mostrado de grande importância
econômica na região centro-oeste do Estado e que, por estar saturada, lamentavelmente tem se transformado
em fonte de crescente preocupação por parte dos municípios existentes em seu
trajeto. São alarmantes os índices de
acidentes com morte na rodovia e de pessoas sequeladas,
casos esses que, com frequência, resultam em óbito em
hospitais na região e que não aparecem nas estatísticas oficiais.
Dadas as características da região,
a rodovia SP 255 é utilizada por veículos de grande porte (treminhões)
carregados de cana de açúcar e outros produtos ao lado de veículos de passeio,
levando a riscos desnecessários para os cidadãos que por ela transitam, seja a
serviço, para estudo ou outras finalidades. Nos horários de pico, nos feriados
e finais de semana formam-se filas extensas, o que justifica inúmeras
providências tomadas pelas autoridades locais junto ao governo do Estado e à
Secretaria de Logística e Transportes visando a sua duplicação, sem sucesso até
o momento.
A criação da Frente Parlamentar ora
proposta propiciará a busca de entendimento entre os
entes da federação, a articulação de órgãos governamentais na esfera estadual afetos
ao problema e a participação de autoridades municipais e da sociedade civil
junto ao parlamento estadual, de modo a encontrar soluções técnicas e a
viabilizar os recursos financeiros imprescindíveis à consecução de tão
importante e premente obra de infraestrutura viária.
Sala das Sessões, em
Deputado Carlos Neder”
Peço ainda que
cópia desse pronunciamento seja encaminhada ao governador Geraldo Alckmin, bem
como ao referido prefeito da Estância Turística de Barra Bonita.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO -
PMDB - Srs.
Deputados, Sras. Deputadas, nós tivemos muitos acidentes. Quantas mortes
ocorrem nas nossas rodovias por causa da imprudência e outros motivos?
Neste último
domingo, o amigo deputado Celso Giglio sofreu um acidente. Ele foi transferido
para o hospital Albert Einstein, e com muita tristeza comunicamos o falecimento
de sua esposa.
O acidente
ocorreu nesse domingo, no quilômetro 163 da Rodovia Castello Branco. Neste
momento, emanamos paz aos familiares e amigos do deputado.
Estamos orando
muito pelo restabelecimento do nosso companheiro, ex-prefeito de Osasco, e
pedindo a Deus que receba sua esposa com sua infinita bondade. Dona Glória,
amiga da minha família, era uma mulher guerreira, boa mãe, esposa e avó. Como
primeira-dama de Osasco, realizou grande trabalho social e humanitário.
Que o deputado,
Dona Glória e toda a sua família recebam de todos os deputados as nossas
condolências, respeito, gratidão e votos sinceros de pesar.
Tem a palavra o
nobre deputado Alencar Santana Braga. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Dilador Borges. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado
Reinaldo Alguz. (Pausa.) Tem a palavra o nobre
deputado José Zico Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Rui Falcão.
(Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Tem a
palavra o nobre deputado Roberto Massafera. (Pausa.)
Tem a palavra o nobre deputado Carlos Giannazi.
O SR. CARLOS
GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr.
Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, gostaria de dizer que o Ministério da Educação
(MEC) finalmente decidiu suspender a abertura de novos cursos da Uniesp.
O grupo educacional, que funciona principalmente no estado de São Paulo,
vem sendo acusado de várias irregularidades por alunos, professores,
funcionários e pelo Sindicato dos Professores de São Paulo.
Já realizamos na Assembleia Legislativa
audiências públicas sobre esse grupo e, inclusive, levamos o caso para a CPI do
Ensino Superior Privado, que ocorreu aqui há dois anos. Fizemos também
requerimentos à Comissão de Educação pedindo a convocação do proprietário da Uniesp. Aliás, aprovamos recentemente um requerimento e ele
terá que vir à Comissão de Educação para explicar todas as denúncias de
irregularidades.
Há muito tempo - três, quatro anos - estamos
denunciando e cobrando do Ministério da Educação que faça alguma coisa, porque
milhares de alunos, além de professores e funcionários, estavam sendo
prejudicados. Só agora o MEC tomou uma decisão.
Foi publicada no “Diário Oficial da União”, do dia 31 de maio, uma
decisão cautelar que impede que a Uniesp abra novos
cursos, faça fusões com outras instituições, compre outras faculdades - como
fazia constantemente - e, acima de tudo, a instituição está impedida de realizar
novos contratos do Fies, o financiamento estudantil.
Já tínhamos feito denúncias na tribuna, na Comissão da Educação, na CPI
do Ensino Superior Privado e em audiências públicas que organizamos dentro
desta Casa de Leis. Inclusive, entregamos um dossiê denunciando todas essas
irregularidades ao Fernando Haddad, quando ainda era ministro da Educação, em
um evento na Assembleia Legislativa. O dossiê foi
construído pelo Sinpro e pela Fepesp,
Federação dos Professores das Escolas Particulares do Estado de São Paulo.
Nenhuma providência foi tomada. Os alunos continuaram sendo prejudicados.
Muitos deles continuam fazendo denúncias na Assembleia
Legislativa, em relação a esse caso.
Esperamos que
essa decisão não seja provisória nem cautelar, mas uma
medida para valer. Que haja uma profunda investigação do MEC em relação a esse
comportamento administrativo. Que se faça uma apuração, uma verdadeira devassa
no funcionamento da Uniesp, que vem prejudicando
milhares de alunos em todo o estado de São Paulo.
Ela tem unidades
em outras regiões do País, mas estamos acompanhando as denúncias no estado de
São Paulo, que são gravíssimas. Por isso o MEC teve que tomar essa atitude.
Lembro, ainda,
que há outras denúncias contra a Uniesp. Por exemplo,
ela cobra pelo Fies um preço superior a três mensalidades, o que é proibido
pela legislação. Quando oferece o Fies para o aluno, ela cobra uma mensalidade
por ele, mas quem paga é o MEC, com dinheiro público. Se a mensalidade de um
determinado curso custa R$ 500,00, esse valor vai para R$ 1.500,00, quando pago
pelo governo federal para quem utiliza o Fies. É um verdadeiro absurdo.
Vamos acompanhar
esse caso e continuar exigindo que o Ministério da Educação tome medidas cada
vez mais eficazes para conter tantos prejuízos e transtornos aos alunos, que frequentemente denunciam essa instituição.
Espero que o
nosso presidente da Comissão de Educação faça rapidamente um convite ao
representante da Uniesp, o Sr. Fernando Costa, para
que venha mais uma vez à Assembleia Legislativa e
explique todas essas irregularidades.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO -
PMDB - Tem a
palavra o nobre deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a
palavra o nobre deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Tem
a palavra o nobre deputado Gerson Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre
deputado Vitor Sapienza. (Pausa.) Tem a palavra o
nobre deputado Ramalho da Construção. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado
André do Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Welson Gasparini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado
Edinho Silva. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Adilson Rossi. (Pausa.)
Tem a palavra o nobre deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre
deputado João Paulo Rillo. (Pausa.) Tem a palavra o
nobre deputado Antonio Mentor. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado José
Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Olímpio Gomes.
O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Srs.
Deputados, funcionários desta Casa, cidadãos que nos acompanham pela TV Assembleia, ontem fui acompanhar o sepultamento do meu
amigo e amigo de centenas de policiais militares e cidadãos de bem, da
comunidade da zona norte e da zona sul, o sargento Albano Bauer Massanare.
Durante muitos
anos, o meu amigo Massanare trabalhou como diretor na
Associação dos Cabos e Soldados e estava aposentado há três meses. No sábado,
foi pegar o seu Chevette velho estacionado na casa de um vizinho amigo e deu
uma volta no quarteirão para estacioná-lo em frente à sua casa. Foi o
suficiente para que um Palio Weekend emparelhasse com
ele e desse muitos tiros em sua direção, sendo que nove disparos de armas de
fogo de alguns calibres o atingiram no tórax e na cabeça.
O sargento Massanare, durante muitos anos, sempre fez contato conosco,
pela amizade e pela consideração. E era uma pessoa que possuía uma
característica muito especial: ele nunca pedia nada para ele; pedia sempre para
outras pessoas, para comunidades menos assistidas, para policiais em
dificuldade.
É mais uma morte a se lamentar: é o 31º policial militar
executado este ano no estado de São Paulo. Mas, para esses canalhas que estão
no governo, que tentam mentir para a opinião pública, é apenas mais um dado
estatístico.
Passei muita vergonha ontem, no velório, no Hospital da
Polícia Militar. Estava acompanhado do Coronel Telhada e do Sargento Abou Anni, ambos, vereadores da Câmara Municipal de São Paulo. O
Massanare sempre pedia ajuda para a família policial.
Devo dizer que não havia uma viatura sequer para balizar o seu cortejo. Devia
haver 400 viaturas na Parada Gay, porque lá estava dando Ibope. No cortejo, não
havia uma. Massanare serviu 30 anos na Polícia
Militar. Não havia um comandante, uma viatura. Nem o tenente da área da zona
norte, onde ele se aposentou, esteve presente. Nem o capitão supervisor.
O local onde foi realizado o velório, no Hospital da
Polícia Militar, estava cheio de goteiras. Tivemos que posicionar o caixão em
um lugar onde elas não o atingissem. Os banheiros estavam sujos, sem tampas nas
privadas. Isso mostra a desconsideração do estado em relação à família policial
e à família do Massanare, que estava presente. Tenho
ido a muitos velórios de policiais, no interior e na Capital. Nenhum deles
oferecia condições de insalubridade como este, realizado no Hospital da Polícia
Militar. Que vergonha! Desafiei o secretário da Segurança Pública a comparecer
a um velório de policial.
O Massanare não morreu durante
a folga. Ele estava inativo há três meses. Senti muita vergonha ontem. Coronel
Telhada e eu nos olhávamos e pensávamos: “Meu Deus do Céu! Olha a atenção dada
à família de um policial morto!” Isso demonstra exatamente o que o estado está
fazendo com os policiais. Esse bando de hipócritas, agarradinhos
em seus cargos, esquecem seus juramentos. Governo vem e vai! Dignidade é
para sempre!
Lamento muito a morte do Massanare.
Ele sempre escrevia, de próprio punho, um cartãozinho
de Natal para seus conhecidos. Usava sempre palavras e citações religiosas.
Uma das evidências da possível emboscada sofrida por ele
é que, há pouco mais de um mês, mataram outro policial, com um tiro na nuca,
próximo à casa dele. E isso nem foi divulgado; foi
apenas “mais um” policial executado. Em solidariedade, ele estava ajudando a
família, procurando os benefícios da viúva e dos filhos. Isso talvez tenha
despertado os criminosos para o fato de ser ele também policial. Ele tinha por
hábito não chegar do serviço uniformizado.
Lamento profundamente o seu falecimento. A sociedade
perdeu um grande defensor. Atualmente, ele estava trabalhando, muito feliz, no
gabinete do vereador Abou Anni, onde ele podia fazer
o que sempre fez, durante toda a sua vida: ajudar a família policial. Ele
sempre fazia contato conosco, solicitava cadeiras de rodas para policiais
baleados, cestas básicas para a família de policiais
Já que o foco da
imprensa era a Parada Gay, as autoridades governamentais conseguiram colocar lá
2.300 policiais, mas não colocaram um só policial para
balizar o cortejo do Massanare, do Centro Médico da
Polícia Militar até o Hospital da Vila Nova Cachoeirinha.
Sr. Presidente, gostaria que
minhas manifestações fossem enviadas à Casa Civil, ao governador, ao secretário
de Segurança Pública, ao comandante-geral da Polícia Militar e ao diretor de
Saúde da Polícia Militar, para que ele vá verificar o lixo que está o que se chama
de velório e se ele gostaria de um dia ser velado lá, com goteiras caindo sobre
sua família.
O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO -
PMDB - Tem a
palavra a nobre deputada Telma de Souza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre
deputado Dilmo dos Santos. (Pausa.) Tem a palavra o
nobre deputado Estevam Galvão. (Pausa.)
* * *
-
Assume a
Presidência o Sr. Olímpio Gomes.
* * *
O SR. PRESIDENTE - OLÍMPIO GOMES -
PDT - Tem a
palavra o nobre deputado Marcos Neves. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado
Luiz Cláudio Marcolino. (Pausa.) Tem a palavra o
nobre deputado Jooji Hato.
O SR. JOOJI HATO - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr.
Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores, venho aqui com
uma cópia do projeto de lei que apresentei há oito anos, como vereador da
Câmara Municipal de São Paulo - Projeto de lei nº 384, de 2005.
Esse projeto fala
da proibição de sons incômodos, com altos decibéis. São pessoas que utilizam
carros de passeio como se trios elétricos fossem. São carros que, com seus
porta-malas, portas e vidros abertos, infernizam a vida de quem quer descansar,
de quem quer ver um programa de televisão dentro de sua casa e não consegue.
Depois de oito
anos, conseguimos aprovar na Assembleia Legislativa,
na semana retrasada, o Projeto de lei nº 924, de 2011, apresentado seis anos
após aquele que apresentei na Câmara Municipal de São Paulo. Esse projeto de
lei valeria para todo o Estado, para todas as cidades. Em 2005, fomos
precursores dessa ideia e desse projeto. Houve
divulgação em nosso site e o projeto foi enviado para diversos vereadores e
colegas, até que chegamos a algumas cidades que aprovaram a lei.
Neste final de
semana, fiquei muito feliz ao saber que o prefeito da Capital, Fernando Haddad,
sancionou essa lei, depois de ser aprovado o projeto de minha autoria. Na
verdade, o projeto foi reapresentado pelo nobre vereador Dalton Silvano e pelo
hoje senador Antonio Carlos Rodrigues. Esses colegas apresentaram na Câmara
Municipal de São Paulo, já durante meu mandato como deputado estadual, o
projeto recentemente aprovado pelo prefeito Haddad.
Nosso prefeito,
com sensibilidade, responsabilidade e vontade de proteger o cidadão, sancionou
essa lei. Seu objetivo é trazer mais ordem pública e ajudar a polícia e a
Secretaria da Segurança Pública a combater essa bagunça e anarquia que já
atingem outras cidades.
Nosso projeto,
aprovado na Assembleia Legislativa do Estado de São
Paulo, a maior Casa de Leis do Hemisfério Sul, que poderia servir de exemplo a
outros estados, foi vetado pelo governador. Não consigo entender. Disseram que
era inconstitucional e que já constava no Código de Trânsito. Se a lei já
existe, por que o Estado não a cumpre? Se já existe no Código de Trânsito, por
que o Estado não a cumpre?
Se o Estado
permite que essa anarquia continue, é nossa função criar leis mais modernas,
para que seja possível coibir aquilo que, embora presente no Código de
Trânsito, não é cumprido.
E por que não é
cumprido? Por irresponsabilidade dos governos? Por frouxidão? Porque não tem
coragem? O governo precisa ser forte. Se existe a lei, ela deve ser cumprida.
Do contrário, a Assembleia Legislativa, as Câmaras
Municipais e o Congresso devem fazer novas leis, que tragam ordem pública,
segurança e qualidade de vida.
Não existe outra
saída. Por isso venho, mais uma vez, parabenizar o prefeito Fernando Haddad.
Que Deus o ilumine. Quisera eu estar lá, como vereador. Quem sabe meu projeto,
de 2005, teria sido sancionado pelo prefeito Haddad.
Mas o projeto do
ex-vereador, atual senador, Antonio Carlos Rodrigues, foi sancionado e, por
isso, eu fico muito feliz. Fico, no entanto, infeliz ao ver que em cidades como
Marília, Bauru, Ubatuba, Caraguatatuba, São Sebastião e Peruíbe reina a
anarquia. A polícia fica atrás dessas pessoas que incomodam a vizinhança e deixa
de fazer outras coisas. Toda hora ligam para o 190.
Termino minha
fala dizendo que o que é bom deve ser copiado e enaltecido. O prefeito Haddad
está de parabéns por cuidar do cidadão, da tranquilidade
e do sono reparador dos trabalhadores e dos estudantes. Talvez ele seja o
melhor prefeito que a cidade de São Paulo, pela qual fui vereador por 28 anos,
já teve.
Infelizmente,
durante meu período como vereador, não consegui
aprovar esse projeto, mas o atual senador Antonio Carlos Rodrigues conseguiu.
Quero parabenizá-lo, bem como parabenizar o prefeito Fernando Haddad. Que Deus
ilumine esses dois homens públicos. O prefeito Fernando Haddad certamente será
um dos grandes prefeitos porque ele cuida do cidadão, cuida do jovem e cuida
daqueles que querem descansar.
Muito obrigado, Sr. Presidente
O SR. PRESIDENTE - OLÍMPIO GOMES -
PDT - Dando sequência a chamada dos oradores inscritos no Pequeno
Expediente, tem a palavra o nobre deputado Luiz Carlos Gondim.
(Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Osvaldo Verginio.
(Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Milton Leite Filho. (Pausa.) Tem a
palavra o nobre deputado Roberto Morais. (Pausa.)
Esgotada a lista
de oradores inscritos para falar no Pequeno Expediente, vamos passar à Lista
Suplementar.
Tem a palavra o
nobre deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Itamar
Borges. (Pausa.) Tem a palavra a nobre deputada Maria Lúcia Amary.
(Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra
o nobre deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o
nobre deputado Luiz Cláudio Marcolino. (Pausa.) Tem a
palavra o nobre deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre
deputado Adriano Diogo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Osvaldo Verginio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Ramalho
da Construção. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Carlos Neder. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Carlos Giannazi.
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público
aqui presente e telespectadores da TV Alesp, eu
gostaria de relatar aqui um pouco do conteúdo discutido na última audiência
pública da Comissão de Educação, em que recebemos o secretário estadual de
Educação do governo do PSDB, do governo do Geraldo Alckmin, o Sr. Herman.
Eu gostaria de
dizer, primeiramente que essa audiência pública foi decepcionante porque o
secretário de Educação não apresentou nenhuma proposta concreta para melhoria
da Educação no estado de São Paulo e, sobretudo para a valorização do
Magistério.
Ao término dessa
audiência pública ficou claro para todos os presentes - os deputados e
representantes das entidades representativas do Magistério como professores,
professoras e os servidores da Educação em geral -, que esse governo não
investiu e não vai investir
Nós
indagamos ao secretário sobre os vários pontos debatidos na Assembleia
Legislativa e sobre os vários pontos discutidos com as entidades
representativas dos servidores da Educação, e com o próprio governo, por
exemplo, à questão da data-base salarial, mas o governo além de não ter
respostas, também não respeita a data-base salarial.
Também indagamos
o cumprimento da lei da jornada do piso salarial, a Lei nº 11.738, de 2008, que
está sendo desrespeitada no estado de São Paulo e com isso os professores da
rede estadual não têm direito a jornada mínima estipulada por essa lei que foi
uma conquista do Magistério nacional. Então, o governo estadual está na
contramão porque está afrontando e violando a legislação federal, mas em
resposta ele nega e diz que está cumprindo a lei.
Nós questionamos
também a situação das escolas de lata no estado de São Paulo, porque a nossa
rede de ensino tem mais de 77 escolas de lata, ou de latinha, mas o secretário
diz que não. O governo dá outro nome, diz que é o projeto Nakamura e alega que
o Estado tem muitas dificuldades em conseguir terrenos para construir essas
novas escolas. Em nossa opinião, isso não procede até porque as escolas de
alvenaria podem ser construídas nos próprios espaços onde estão construídas as
escolas de lata. Inclusive eu fiz uma cobrança para que a Escola Estadual João
da Silva, que faz parte da Diretoria Sul 3, fosse desativada porque ela estava
caindo em cima dos alunos e agora será construída uma nova escola. Eu pedi
urgência na construção dessa escola e para que ela seja uma escola de
alvenaria, porque o Estado não pode construir no mesmo local uma nova escola de
lata. Isso seria um verdadeiro contrassenso. No
entanto o governo não tem respostas à questão da transformação das escolas de
lata em escola de alvenaria.
Outro ponto que
nós debatemos com profundidade, e cobramos o secretário foi em relação aos
professores de categoria O, dos professores em situação precarizada,
contratados por apenas um ano. Após o vencimento do contrato, o professor não
pode lecionar por 40 dias na rede estadual e, em consequência,
os alunos ficam sem ter as aulas da disciplina por ele ministrada. Isso tem
ocorrido constantemente.
O regime de contratação precarizado
prejudica 50 mil professores, admitidos pela Lei nº 1093. Essa legislação impôs
a quarentena e a realização da famigerada provinha, ou provão, para os
professores Ofas. É uma prova que nada prova.
Os professores
querem a realização de concurso público classificatório de provas e títulos, a
fim de efetivá-los. Eles trabalham há anos na rede estadual.
Até agora não
foi apresentado projeto para a reformulação do plano de carreira dos
professores. Este precisa ser aprovado imediatamente pela Assembleia
Legislativa. O governo sequer encaminhou o projeto para reformular, reorganizar
e aperfeiçoar a carreira do Magistério estadual, uma carreira destruída
atualmente.
É preciso
elaborar um novo plano de carreira que valorize de fato os profissionais de
Educação, estimulando-os e garantindo a evolução funcional e a progressão de
salários. Até hoje o projeto não foi apresentado. Daqui a pouco o mandato do
atual governo irá terminar sem que nada tenha sido feito nesse sentido.
Também quero que
o governo apresente a proposta de discussão do Plano Estadual de Educação.
Destaco que nunca houve esse Plano. Há um projeto, apresentado pelas entidades
representativas do Magistério, em 2003, que até hoje não foi aprovado. O
governo não lança a discussão e a Assembleia
Legislativa é omissa em relação ao tema.
Assim, a
Educação continua à deriva, sem norte e sem sul no estado de São Paulo. Não há
projeto estabelecendo metas, diretrizes e objetivos
para que a Educação estadual dê conta dos Ensinos Fundamental, Médio,
Tecnológico e Superior. A Educação não tem uma direção. O estado de São Paulo
não tem uma política educacional e sim programas dos governos do PSDB,
colocados em um dia e tirados em outro, modificados conforme a alteração dos
governos PSDB.
Vou continuar
cobrando do secretário de Educação e do governador Geraldo Alckmin a adoção de
medidas necessárias para a valorização do Magistério e dos profissionais de
Educação e o aumento de investimento na área. Só assim poderemos oferecer
Educação pública gratuita e de qualidade para todos. Esta será sempre a minha
luta na Assembleia Legislativa. Apelo para que o
governador adote medidas necessárias nessa direção.
Gostaria ainda
de dizer que estou ao lado do Ministério Público na luta contra as PECs, Propostas de Emenda à Constituição, nº 01,
apresentada nesta Assembleia pelo deputado Campos
Machado, e nº 37, que tramita no Congresso Nacional.
Ambas têm a
característica de impedir, limitar e restringir o poder de investigação dos
Ministérios Públicos tanto federal como estaduais.
A PEC nº 01, especificamente,
trata da questão do estado de São Paulo, mas elas têm essa característica,
tentar limitar o poder de investigação do Ministério Público que tem dado uma
grande contribuição na luta contra a corrupção, a improbidade administrativa, o
desvio e a malversação do dinheiro público. O Ministério Público tem
investigado o crime organizado, o narcotráfico, enfim, tem sido o responsável
pelas grandes investigações em curso hoje no País. As grandes operações feitas
inclusive pela Polícia Federal têm a participação do Ministério Público
Federal. Estamos acompanhando as várias denúncias em todo o Brasil. E agora há
esse movimento tentando acabar com esta prerrogativa do Ministério Público.
O PSOL é contra
estas duas PECs e fará tudo para que elas não sejam
aprovadas: aqui na Assembleia Legislativa a PEC nº 01
e em Brasília a PEC nº 37. Caso sejam aprovadas, abrirão possibilidade para que
também outros órgãos como, por exemplo, o Banco Central e os Tribunais de Conta
não possam mais fiscalizar, pois o Poder Legislativo já perdeu o seu interesse
em fiscalizar.
Na Assembleia Legislativa, por exemplo, não há investigação
alguma, salvo alguns deputados que por conta própria investigam, mas são
poucos. Os deputados da base do governo não investigam, nem
fiscalizam nada porque são da base do governo, têm cargos no governo, têm
secretarias, dizem amém, se curvam aos interesses e às ordens do governo
Alckmin. Por outro lado, a oposição, constituída por 25, 26, 27 deputados,
investiga, mas o conjunto da Assembleia Legislativa
não fiscaliza para valer. O exemplo mais claro é a existência de várias CPIs
cosméticas aprovadas só para inglês ver, CPIs absurdas como, por exemplo, a CPI
que analisou a questão do implante dentário no estado de São Paulo, a do
telemarketing e a da gordura trans. É um verdadeiro absurdo.
Enquanto as mais
importantes, que deveriam investigar as graves denúncias sobre corrupção e
superfaturamento de obras do governo estadual, da FDE, do Dersa, do Metrô,
entre tantas estatais investigadas pelo Ministério Público, aqui não são
apuradas. Embora tenhamos apresentado vários requerimentos ou pelo menos
tentado apresentar, eles sofrem obstrução no processo de assinaturas - são
necessárias 32 assinaturas para poder protocolar um pedido. Então, é difícil
obter essas assinaturas porque o governo orienta os seus 66 deputados a não
assinarem os nossos pedidos de CPI.
A Assembleia Legislativa não investiga o Poder Executivo. O
mesmo acontece em Brasília e em vários estados e municípios. O Poder
Legislativo perdeu essa função, abriu mão da prerrogativa de investigar. Agora
querem calar também o único órgão que investiga: o Ministério Público.
Somos contra!
Vamos obstruir qualquer tentativa de votação da PEC nº 01, do deputado Campos
Machado, aqui na Assembleia Legislativa.
Também estamos
divulgando as campanhas que têm nosso apoio: a campanha da Associação Paulista
do Ministério Público Estadual e o movimento do Ministério Público Democrático,
um movimento importante do nosso estado. Gostaria de mostrar para os
telespectadores e os deputados o cartaz da campanha, que diz “Eu sou contra as PECs da impunidade, porque toda concentração de poder é
ruim”. Essa campanha é contra as PECs nº 1 e nº 37,
que são uma tentativa de calar o Ministério Público de São Paulo e também o
Ministério Público Federal. Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE - OLÍMPIO GOMES -
PDT - Tem a
palavra o nobre deputado Marcos Martins.
O SR. MARCOS MARTINS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas,
telespectadores da TV Assembleia, público aqui
presente, apenas gostaria de manifestar minha solidariedade ao deputado Celso
Giglio e à sua família. Ele sofreu um acidente com seu veículo na manhã de
ontem, na Rodovia Castello Branco. Segundo informações dos noticiários, teve
fraturas em vértebras e está no hospital. Sua esposa, Dona Glória, faleceu e
está sendo velada no Salão Nobre da Prefeitura de Osasco.
Já estive no
velório pela manhã e voltarei para lá agora. Este é um momento no qual temos
que separar as questões partidárias das questões pessoais.
Mais uma vez
manifesto minha solidariedade aos familiares e a todos aqueles que têm uma
relação com o deputado Celso Giglio.
O SR. MARCOS MARTINS - PT - Sr. Presidente, havendo acordo
entre as lideranças presentes em plenário, solicito o levantamento da presente
sessão.
O SR. PRESIDENTE - OLÍMPIO GOMES -
PDT - Sras.
Deputadas, Srs. Deputados, havendo acordo entre as lideranças presentes em
plenário, esta Presidência vai levantar a sessão. Antes, porém, adita à Ordem
do Dia da sessão ordinária o Projeto de lei nº 269/13, que tramita com urgência
constitucional.
A Presidência
convoca ainda V. Exas. para
a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia da
sessão de 29 de maio e o aditamento ora anunciado, lembrando-os também da
sessão solene a realizar-se hoje, às 20 horas, em comemoração ao dia da
comunidade italiana.
Está levantada a
sessão.
* * *
- Levanta-se a
sessão às 15 horas e 28 minutos.
* * *