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03 DE DEZEMBRO DE 2012

079ª SESSÃO SOLENE EM COMEMORAÇÃO AOS “40 ANOS DA ASSOCIAÇÃO PAULISTA DE SAÚDE PÚBLICA”

 

Presidente: ADRIANO DIOGO

 

RESUMO

001 - ADRIANO DIOGO

Assume a Presidência e abre a sessão. Nomeia as autoridades presentes. Informa que o Presidente Barros Munhoz convocara a presente sessão solene, a requerimento do Deputado Adriano Diogo, na direção dos trabalhos, para Comemorar os 40 Anos da Associação Paulista de Saúde Pública. Convida o público para, de pé, ouvir o "Hino Nacional Brasileiro". Recorda que a Associação Paulista de Saúde Pública foi fundada em 1972, durante a ditadura militar brasileira. Destaca os objetivos da instituição. Fala sobre as dificuldades encontradas pelos sanitaristas atualmente. Anuncia exibição de vídeo institucional sobre os 40 anos da APSP. Anuncia o lançamento do selo comemorativo aos 40 anos da APSP em parceria com o Correio.

 

002 - ÁLVARO ESCRIVÃO JÚNIOR

Médico Sanitarista e Professor da Fundação Getúlio Vargas, presta homenagem póstuma ao médico sanitarista Paulo Elias. Ressalta as contribuições do homenageado à Saúde Pública do Estado de São Paulo. Informa que, por iniciativa do Vereador Carlos Neder, deve ser inaugurado centro de saúde em homenagem ao médico Paulo Elias no dia oito de dezembro.

 

003 - PAULO CAPPUCI

Presidente da APSP, agradece a homenagem recebida. Comenta os pronunciamentos do Deputado Adriano Diogo e do Doutor Álvaro Escrivão Júnior. Destaca o caráter amigável e solidário existente entre os funcionários da APSP. Recorda realizações passadas e projetou feitos futuros da associação. Faz agradecimentos gerais.

 

004 - Presidente ADRIANO DIOGO

Informa que esta solenidade seria transmitida em data oportuna pela TV Alesp.

 

005 - ALEXANDRE NEMES

Médico Sanitarista e ex-Presidente da APSP, comenta o PL 39/12. Presta homenagem a Senhora Zilá Abramo. Destaca a atuação dos sanitaristas em prol da Saúde Pública. Comenta tese, de sua autoria, sobre os profissionais sanitaristas de São Paulo.

 

006 - JOSÉ DA SILVA GUEDES

Professor Titular da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, comenta a criação da carreira de médico sanitarista. Destaca as dificuldades iniciais da profissão. Sugere que esta Casa proponha projetos com o intuito de ajudar a categoria.

 

007 - Presidente ADRIANO DIOGO

Anuncia homenagem, do Cirurgião Dentista Marco Manfredini, aos membros que fizeram e fazem parte da APSP durante seus 40 anos. Informa que diversas faculdades da USP estão formando suas próprias comissões da verdade. Dá conhecimento da morte de Isaac Abramovich, médico acusado de emitir laudos necroscópicos falsos de vítimas da Ditadura Militar. Defende a criação de comissão da verdade na faculdade de Medicina da USP. Recorda a morte do pai do Vereador Carlos Neder, em 1964, pela ditadura militar.

 

008 - PAULO CAPPUCI

Presidente da APSP, ressalta a importância de que seja criada comissão da verdade para investigar crimes cometidos no âmbito da medicina durante a Ditadura Militar. Destaca o trabalho realizado pela APSP durante seus 40 anos.

 

009 - Presidente ADRIANO DIOGO

Faz agradecimentos gerais. Encerra os trabalhos.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Adriano Diogo.

 

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O SR. PRESIDENTE - ADRIANO DIOGO - PT - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

 

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- É dada como lida a Ata da sessão anterior.

 

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O SR. PRESIDENTE - ADRIANO DIOGO - PT - Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Nos termos regimentais, esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior.

Quero compor a Mesa com as seguintes pessoas: Dr. Paulo Fernando Capucci, Presidente da Associação Paulista de Saúde Pública - APSP; Dr. Álvaro Escrivão Júnior, médico sanitarista, professor da Fundação Getúlio Vargas e ex-presidente da APSP; doutor Alexandre Nemes Filho, médico sanitarista e ex-presidente da APSP; doutor José da Silva Guedes representando o Departamento de Medicina Social da Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo.

Senhoras e Senhores, esta Sessão Solene foi convocada pelo Presidente desta Casa, Deputado Barros Munhoz, atendendo a solicitação do Deputado Adriano Diogo, com a finalidade de comemorar o Quadragésimo Aniversário da Associação Paulista de Saúde Pública - APSP.

Convido a todos os presentes para que, respeitosamente, ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro, reproduzido pelo Serviço de Audiofonia da Casa.

 

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- É executado o Hino Nacional Brasileiro.

 

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O SR. PRESIDENTE - ADRIANO DIOGO - PT - Senhoras e Senhores, é muito importante essa data da comemoração dos 40 Anos da Associação Paulista de Saúde Pública. Eu estava fazendo uma retrospectiva de imagens de 40 Anos da data que a APSP foi fundada, no ano de 1972. Em 1972 era o auge da ditadura, um dos períodos mais cruéis e mais recrudescidos da ditadura brasileira. Centenas de profissionais de saúde pública começaram a se organizar em todo Brasil, discutindo um modelo de saúde pública que, desde 64, data do Golpe, havia sido interrompido privando a maioria dos brasileiros de uma atenção à saúde.

Quão foi importante essa articulação nacional e aqui em São Paulo da Associação Paulista de Saúde Pública com dois objetivos. Primeiro e sempre, o povo brasileiro ter uma assistência à saúde gratuita. Segundo, como organizar os profissionais de saúde para que conseguissem resistir à ditadura. Posso lembrar-me dos meus colegas Gelson Reicher, Cabral, Pinheiros, Lidia Guerlenda, Chael, da Santa Casa, e tantos outros. Sem dúvida essa geração de sanitaristas que a APSP tão bem representa, escreveram um capítulo importantíssimo da história do Brasil, principalmente da nova Constituição no fim da ditadura, que tirou o povo brasileiro da condição de indigente para cidadão.

Passados 40 anos, encontramos-nos numa situação difícil da saúde pública pela mercantilização, pela mudança da doutrina e por um abandono impressionante em que pese à resistência dos sanitaristas organizados na APSP nos últimos 40 anos. Não podemos nos esquecer de Davi Capistrano e outros que tanto lutaram.

Parabéns aos sanitaristas brasileiros, em que pese à saúde pública no Brasil tenha uma semelhança muito grande a todas as rupturas de Direitos Humanos, tão graves como os assassinatos em massa da juventude, os sanitaristas brasileiros contribuíram para a democracia e para a vida do povo brasileiro. Viva a saúde pública! Viva a APSP! E que essa data seja comemorada com a força política que ela merece. Muito obrigado. (Palmas.)

Vamos passar um vídeo institucional, é um trailer, um trecho de um vídeo institucional produzido pela APSP, e à noite, na comemoração festiva, ele será apresentado na íntegra. É um breve documentário, produzido onde nós vamos apresentar uma introdução e hoje à noite, porque ele é de longa duração, se apresentássemos o vídeo na íntegra ele consumiria o tempo de toda a sessão.

Quero anunciar a presença do Sr. José Aparecido, representando nesta sessão o Deputado Itamar Borges. Muito obrigado.

 

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- É feita a exibição do vídeo.

 

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O SR. PRESIDENTE - ADRIANO DIOGO - PT - Esse é o trailer. Um trabalho muito bem feito, parabéns.

Vamos agora a uma parta importantíssima dessa sessão, que é o lançamento do Selo Comemorativo dos 40 Anos da APSP em parceria com o Correio Brasileiro. Na tela está exposta a imagem do Selo Comemorativo. (Palmas.) Muito bonito.

 

* * *

 

- É feita a exibição do Selo Comemorativo.

 

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O SR. PRESIDENTE - ADRIANO DIOGO - PT - Em seguida o Dr. Álvaro Escrivão Júnior prestará uma homenagem in memorian ao nosso grande amigo, o médico sanitarista Dr. Paulo Elias. Com a palavra, Dr. Álvaro Escrivão Júnior.

 

O SR. ÁLVARO ESCRIVÃO JÚNIOR - Bom dia a todos que participam desta homenagem tão necessária neste momento que passa o nosso Sistema de Saúde. A mim foi pedido que fizesse um breve comentário sobre o Paulo Elias, nosso grande sanitarista, grande pensador da saúde pública.

Eu fiquei pensando que teria que ser uma coisa rápida, porque na verdade a principal homenageada é a Associação, com todos vocês que estão aqui presentes e estão fazendo essa história. Fiquei olhando esse cartãozinho de divulgação do lançamento do nome do Centro de Saúde para o Paulo, e fiquei pensando. Geralmente quando vamos falar homenagear alguém começa assim: nasceu em Cajuru, coisa desse tipo, e fica uma coisa muito comprida. Apesar de ele nos ter deixado muito cedo com o nosso protesto, teve uma vida longa e cheia de realizações. Está aqui colocado nesse pequeno resumo, que foi colocada sua paixão pelo futebol e hoje ele estaria realmente me aborrecendo muito, teria carimbado o passaporte, eu, como corintiano, e ele como são-paulino roxo, meio lilás, ele estaria realmente me atazanando muito hoje por causa do resultado do jogo de ontem.

Fiquei lembrando e eu achei melhor pensar um pouco no sentido contrário, porque faz todo sentido pensar no que o Paulo Elias contribuiu para a Saúde Pública nesse período. Ele terminou os seus dias na verdade em franca atividade, tentando arranjar os colegiados de gestão regional no Estado de São Paulo, fazendo um trabalho muito interessante. Ele fez discussão em todas as regiões e ficou num nível de cansaço muito grande, fazendo o que? Tentando interferir na prática, e ele era muito exigente.

Olhando os emails nesta noite para tentar me inspirar, e um dos emails dele que eu li foi um que ele estava indignado com uma dessas coisas que ele chamava de essa mania que temos de fazer jabuticaba, ou inventar coisa para o sistema de saúde, que nada mais era, às vezes, de um termo; o termo não muda a realidade. Ele era muito exigente com os conceitos, e ele estava muito irritado com um determinado conceito que estava muito em voga, e ele dizia que era um termo impreciso, pouco elaborado e acarretaria repercussões negativas para organização da prática. Eu achei muito interessante essa idéia de alguém que fica refletindo, esse era o Paulo Elias. Refletindo sobre a organização do serviço, mas também pensando na prática.

Lembrei-me que ele teve importante participação na organização do sistema de saúde aqui em São Paulo no governo da Prefeita Luiza Erundina, quando ele fez uma fundamental interlocução com a Câmara em situação de franca minoria que nós tínhamos no governo e que o Paulo Elias era considerado uma pessoa fundamental nessa relação. Essas frentes de trabalho do Paulo, nós usamos os textos dele até hoje, eu ainda uso nas minhas aulas, para os meus alunos, textos que são reflexões muito importantes que ele fazia aliados a um profundo compromisso pela prática.

Só para terminar, creio que ele seria realmente fundamental nesse momento, nós sentimos muita falta. Esses dias Pedro e eu estávamos comentando como o Paulo Elias faz falta para interpretar esse momento que estamos, porque ele foi uma das primeiras pessoas a pensar academicamente na relação público-privada. Ele fez um trabalho pouco conhecido da segunda porta no HC, com aquilo que ele chamava de visão crítica. O que era uma visão crítica para o Paulo? Era ouvir todos os pontos de vista. Ele fazia questão de ouvir todos os pontos de vista, às vezes para entrar no embate intelectual e honesto com a pessoa, com muita força no embate, mas ele fazia questão de ouvir as diferentes visões.

Acho justa a homenagem ao Paulo, com quem eu dividi a gestão na Associação Paulista de Saúde Pública, fundação da revista Saúde e Sociedade, o IV Congresso que tinha muito a cara também do Paulo Elias e da Cleide Lavieri Martins, que está passando ali, com a Ausonia atrás, e várias outras pessoas, o Carlos que está escondido ali. Se esqueci alguém, eu peço mil desculpas, nessa diretoria nós resolvemos, por exemplo, na época que todo mundo dizia a municipalização é o caminho, o caminho final que essa discussão do CGR que estamos fazendo agora, mostra que nós não escolhemos o tema como fazer da municipalização o caminho. Essa era uma preocupação grande do Paulo Elias, não ficarmos nas bandeiras, não ficarmos só falando termos ou defendendo ideias abstratas, mas sangrar na realidade, entrar para tentar transformar com o custo que fosse.

Pra ele custou à vida, essa paixão toda. Às vezes é melhor morrer de paixão do que morrer de velhice.

 

O SR. PRESIDENTE - ADRIANO DIOGO - PT - Dr. Álvaro Escrivão Júnior, ainda no uso da palavra, para fecharmos o capítulo Paulo Elias, poderia anunciar, ou Manfredini, a homenagem que haverá por iniciativa do Vereador Carlos Neder?

 

O SR. ÁLVARO ESCRIVÃO JÚNIOR - Pois não. Nós teremos aqui, no dia oito de dezembro, às 10 horas, a homenagem. O Centro de Saúde Jardim São Jorge, que fica na Rua Ângelo Aparecido dos Santos Dias, 331, no Jardim São Jorge, recebeu por iniciativa da bancada do PT e apoiada pelo Vereador Carlos Neder, a denominação de Centro de Saúde Paulo Elias. Então, será dia oito de dezembro, às 10 horas, na UBS.

 

O SR. PRESIDENTE - ADRIANO DIOGO - PT - Quero pedir, se houver convites para a inauguração desta Unidade de Saúde, para podermos distribuir aos nossos convidados.

Agora vai fazer uso da palavra o Dr. Paulo Fernando Capucci, atual Presidente da APSP. Com a palavra, Dr. Paulo Fernando Capucci.

 

O SR. PAULO FERNANDO CAPUCCI - Quero cumprimentar e agradecer a presença de todos aqui nesse esforço de estar presente numa manhã de segunda-feira, período atribulado da vida das pessoas, mas muito considerado por todos, e vários que nos escreveram saudando o evento e os 40 anos da APSP e que por impossibilidade de agenda não puderam estar presentes. Agradeço o Deputado Adriano Diogo, que desde o primeiro momento acolheu a iniciativa e organizou na Assembleia Legislativa este ato que, para nós, mais do que a importância solene, tem sentido de resgate do papel da Associação Paulista de Saúde Pública no contexto do Estado de São Paulo.

Portanto, ter uma homenagem nesta Casa, convocada por um Parlamentar desta Casa e que, durante muitos anos da sua vida militante, operou também pelas lutas na área das políticas públicas de saúde, é para nós também uma honra. Deputado Adriano Diogo, nossos profundos agradecimentos e reconhecimento pelo esforço dos seus mandatos, sucessivos mandatos e a oportunidade de aqui registramos o eventos dos 40 anos da Associação Paulista de Saúde Pública.

Nesses dias fiquei pensando, tentei inclusive escrever um discurso, mas não consegui. Pensei então porque eu não consegui. Eu não consegui porque eu refleti sobre a história da saúde pública nesses últimos anos no Brasil e o papel de São Paulo, e o papel da APSP eu não conseguiria fazer, talvez tivesse que encomendá-lo, mas então deixaria de ser um discurso adequado a uma solenidade tão fraterna, tão amistosa, tão gostosa como são as solenidades e como são os eventos, e como foi o modo que a APSP trava a luta pela saúde pública no Estado de São Paulo e no Brasil. Acho que ficaria uma tentativa de ser exaustivo e ficaria incompleto, minha tentativa de menção das pessoas ficaria injusto.

Arrisco a tomar aqui a responsabilidade de ser o atual Presidente da Associação Paulista de Saúde Pública e resgatar, no conjunto das falas que aqui se sucederão, aquilo que a Associação Paulista de Saúde Pública realmente tem de importância. Seja fala introdutória do Deputado Adriano Diogo, e sua memória sempre viva e candente das lutas pela democracia e pelo estado de direito, e pelo direito das pessoas a uma vida digna e com qualidade. Seja na fala do Álvaro, recuperando na figura do Paulo Elias a representatividade da direção da Associação Paulista de Saúde Pública em seus vários momentos de esforço e luta. Seja na fala do Alex, que virá em seguida rememorando parte desse capítulo que foi a luta dos sanitaristas naquele momento crucial de organização das políticas de saúde no Brasil onde isso era considerado uma atividade subversiva no jargão da época. Seja nas palavras do professor Guedes, que aqui foi convidado pelo símbolo que ele também nos trás, de ter assumido sucessivamente papéis de representação no aparelho de Estado de governo na defesa da saúde público no Estado de São Paulo, seja como secretário do Município, seja como secretário de Estado, seja como gestor Federal em várias atividades que desempenhou.

Nenhum discurso faria melhor do que o conjunto dos cumprimentos e fala, do que o conjunto dos abraços e dos apertos de mão, do que o conjunto dos olhares e trocas afetivas que se estabelecem num encontro como esse. Porque nada fala melhor da Associação do que isso.

A Associação não é um clube de amigos, ela reúne as pessoas num ambiente de profunda amizade e solidariedade. Ela não é um clube de pares, ela é uma Associação que traz tensões, divergências, debates; ela faz isso historicamente e tenho plena convicção que resistiu nesses 40 anos porque assim foi feito. Não há nada em disputa na Associação Paulista de Saúde Pública na sua história que não seja o bem comum resgatado nas suas origens conceituais. Não há nada na história dos Congressos Paulistas de Saúde Pública que não seja uma profunda crítica solidária mais decisivamente comprometida com os avanços da saúde pública no nosso país, no formato que sempre orientou a garantia de direitos, no papel do Estado, na redução das desigualdades, no acesso indistinto ao cidadão, na construção da cidadania. Não há nada na saúde pública ou na Associação Paulista de Saúde Pública que não seja feito em nome de muitos. Ela resistiu no seu formato organizacional desta forma. Não é filiada a nada, a não ser os seus compromissos. É parceira e tem muitos parceiros nesta luta. Cooperou com a fundação da Associação Brasileira de Saúde Coletiva, coopera com projetos de investigação na área acadêmica. Ela tenciona, mas é parceira histórica dos governos que se sucedem no sentido de estabelecer espaços de críticas e debates, ainda que seja com ponto de vista inicialmente divergente, mas que busca convergências e perspectivas de construção que se sustentem nos sucessivos governos. Nós não entendemos que essa obra democrática republicana se dê por obra de um único segmento ou de um único meio de pensamento ideológico político, embora tenhamos a clara convicção no nosso campo democrático e popular dos valores que orientam a república que orientam a democracia, e que orientam o estado de direito que promova a igualdade para todos.

Falar disso recuperando fatos e pessoas seria quase uma tarefa de uma pesquisa histórica para qual eu não me qualifico. Prefiro resgatar esse aspecto porque é isso que sempre moveu as pessoas a militar na Associação Paulista de Saúde Pública. Na construção dos congressos, na construção da revista Saúde e Sociedade já há 20 anos, uma das iniciativas, já aqui lembrada pelo Álvaro Escrivão do Paulo Elias. Na construção dos núcleos do interior, vejo aqui gente da Baixada Santista, de Ribeirão Preto, da região de Ribeirão Preto, recentemente reuniões bastante entusiastas na região de São Carlos, Botucatu, Campinas, numa identidade regional também que a construção das políticas públicas se dá num âmbito territorial e político bastante diverso em nosso Estado, pela potência que ele tem nos seus recursos e nas suas fórmulas de organização, e que a Associação soube também interagir e promover.

Nós imaginamos que essa história é curta. Como eu disse muito brevemente naquele pequeno trecho do documentário, que vai ser exibido na íntegra hoje à noite quando nos encontraremos numa situação festiva para continuar essas comemorações, essa comemoração representa um marca de uma vitória importante menos da APSP, mas de um conjunto de esforços. Pouca coisa na nossa república, frágil república, na nossa jovem democracia organizada como a Associação Paulista de Saúde Pública é a medida que ela não faz parte da estrutura de Estado, de governo, mas ela é vontade de muitos militantes, pouca coisa faz 40 anos neste país. Talvez conhecida exatamente como período de resgate da democracia e da construção de uma sociedade mais justa. Como lembrou Adriano, os sanitaristas foram sujeitos essenciais nesse processo. No nosso vídeo há um resgate importantíssimo do professor Seixas, em que ele dizia que ali muitas vezes se resumiu o único lugar onde existia algum ar a se respirar nas iniciativas, inclusive do professor Leser, que em nome da organização de uma política pública no Estado de São Paulo acolhia uma série de formulações que eram feitas no campo dos sanitaristas. Inclusive ele mesmo promovendo a formação de sanitaristas num momento importante de consolidação desse sujeito social e política na formulação de políticas e resistência à construção de um estado de direito, democrático e republicano garantidor, como eu disse, de igualdades e na luta cotidiana, na redução das desigualdades.

Falo da Associação como espaço onde eu, particularmente, aprendi muita coisa. Nós passamos por vários lugares na vida quando faz essa opção pelo trabalho na área pública, pela carreira que é vinculada a uma carreira de Estado, de governo, mas pra mim, e eu tenho certeza que para muitos aqui, a Associação Paulista de Saúde Pública foi a guia, foi o referencial, foi o espaço onde a acolhida das nossas dúvidas, das nossas ignorâncias, das nossas insuficiências podiam acontecer. E nessa troca uma formulação solidária, fraterna, legítima ocupava então um papel ou conseguia influenciar nessas discussões.

O Alex, aqui presente também, lembra-nos sempre do papel fundamental da Associação Paulista de Saúde Pública no Conselho Estadual de Saúde, inclusive na gestão do Guedes, em uma oportunidade pelo menos como secretário de Estado, e do papel fundamental de trazer para a discussão tensões, porque nós tínhamos opiniões e teses a defender, mas trazer elementos e argumentos para o debate que o elevavam a condição de formulação a partir do Conselho Estadual de Saúde. Várias reuniões tensas, Guedes, mas várias reuniões produtivas, reuniões em que saímos pensando diferentes do que quando entramos. Transformando o Conselho Estadual de Saúde naquele espaço que ele realmente deve ser de formulação, de encontro de possibilidades e de expressão das tensões e pontos de vista diferentes devem ter o espaço que deve ocorrer numa sociedade democrática, republicana, participativa e justa com todos.

Eu encerro agradecendo profundamente os companheiros que hoje dividem a direção da Associação que estão aqui presentes, a Marília Louvison, vice-Presidente; Marco Manfredini, que faz mil papéis ao mesmo tempo; a Cleide Lavieri Martins, nossa secretária; a Lúcia Izumi, que não pode estar; a Wilma Madeira, militante aguerrida e que hoje nos faz um movimento importante de conexão com o debate nacional via Associação Brasileira de Saúde Coletiva; e a Áurea Ianni, que também não pode estar por motivos de compromisso na Universidade onde leciona, em função que é a atual coordenadora do XIII Congresso que ocorrerá aqui em São Paulo, de primeiro a quatro de setembro do ano que vem. Com essas pessoas que assumem essa representação formal eu divido os cumprimentos recebidos, depois isso será registrado devidamente, e divido o prazer de compartilhar mais essa tarefa entre tantos outros que estão aqui na condução da Associação Paulista de Saúde Pública no ano do seu 40º Aniversário.

À saúde pública, à Associação e a todos vocês os meus sinceros agradecimentos e parabéns. Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - ADRIANO DIOGO - PT - Primeiramente, quero anunciar que está presente conosco um convidado, um Deputado Estadual do Paraná, Roberto Acioli. Quero que a câmera registre a presença do Deputado Estadual do Paraná Roberto Acioli, muito obrigado.

Esta sessão será transmitida na íntegra no próximo sábado, dia 08 de dezembro, às 21 horas, pelo canal 13 da NET, 66 da TVA, 6l.1 da TV Digital Aberta. A sessão está sendo transmitida em tempo real pela internet e vocês podem pedir a cópia da sessão com todos os créditos necessários.

Atrapalhei-me aqui com o Cerimonial. O Dr. Alexandre Nemes Filho deveria ter falado antes do Dr. Paulo Fernando Capucci, mas como aqui estamos entre amigos, entre irmãos; com a palavra o Dr. Alexandre Nemes Filho.

E depois, só para todo mundo ter noção da organização do tempo, quem assume o comando da sessão é o dentista sanitarista para fazer uma diferenciação, o Dr. Marco Manfredini, que vai fazer as homenagens da instituição ao longo dos seus 40 anos.

Com a palavra o Dr. Alexandre Nemes Filho. Depois, Dr. Marco Manfredini assumirá o comando da sessão.

 

O SR. ALEXANDRE NEMES FILHO - Bom dia. Grande satisfação estar aqui com todo mundo e muita satisfação por estar comemorando os 40 anos da APSP com todo esse conjunto de atividades. Quero parabenizar a diretoria da Associação por mais uma vez ter conseguido realizar eventos de tanta importância e dar o devido respeito à APSP pelo trabalho que ela vem desenvolvendo. É sempre muito importante que essas coisas aconteçam.

Vou ler rapidamente um texto bem pequeno, mas quero fazer alguns comentários depois. Porque falar um pouco da APSP, da Associação de Médicos Sanitarista, tem a ver também com a aprovação do Projeto de lei 39, de 2012, da carreira de médicos que está sendo aprovada na Secretaria Estadual de Saúde e que traz alguns benefícios para a categoria, mas com um atraso bastante importante. Ao ler a carreira, ler o texto detectamos na verdade o desaparecimento definitivo da carreira específica ou da menção dos profissionais dos médicos sanitaristas que, até então, compunham e compõe o quadro da Secretaria de Saúde Estadual. Isso nos chamou atenção e achamos que valeria a pena fazer uma pequena lembrança da categoria que, particularmente no período de 79 a 82, constituiu-se como liderança técnica e política da saúde pública e do movimento de saúde de São Paulo.

Fazemos esse destaque justamente porque a atuação da extinta Associação dos Médicos Sanitaristas, a chamada AMSESP, sempre teve pari passo com a APSP e na verdade era de médicos, mas sempre trabalhou com as várias categorias de saúde, particularmente aquelas que atuavam na saúde pública. Esses profissionais tiveram como características priorizar a sua atuação no aparelho do Estado e constituíram-se em formuladores de política de saúde e profissionais técnicos na área de planejamento, programação, epidemiologia e gestão pública, mantendo profunda articulação junto à sociedade civil, e em particular ao movimento popular.

Em seu projeto, os sanitaristas incluíam a extensão de cobertura no atendimento a população, valorização do setor público, sub-setor da saúde público, o trabalho em tempo integral e a dedicação exclusiva, o desempenho das funções de gerência nos casos de direção de centros de saúde, distrito sanitário, e assessoria da Secretaria Estadual de Saúde, com uma postura crítica em relação aos emperramentos da administração pública e o apoio à participação de funcionários e população na gestão desses serviços.

O caráter político movimentista, quer na defesa de seus interesses enquanto categoria, quer através de alianças com outros segmentos sociais para a construção de um movimento em nível nacional com um projeto para o setor de saúde e para a democracia brasileira, permitiu o surgimento de vários atores de importância para o país, tanto na política, na área acadêmica, como os serviços de saúde. E todos aqui conhecem essas pessoas, sendo desnecessário, então, fazer citações. Se hoje os médicos sanitaristas dessa geração da carreira contêm um contingente numericamente pequeno na Secretaria Estadual de Saúde, o legado deixado na construção do SUS, na política brasileira, certamente será lembrado como uma referência.

Eu falei que não ia citar ninguém, mas tenho que citar pelo menos uma pessoa que não é médica sanitarista, é uma socióloga, a professora Zilá Abramo, acho que todo mundo conhece. (Palmas.) Dizíamos que o professor Walter Leser era o pai dos sanitaristas e a D. Zilá era a mãe dos sanitaristas, e sem ela dificilmente nós sobreviveríamos à ditadura e às confusões que nós criávamos. É importante lembrarmos-nos da Zilá. Do professor Bernardo também, são pessoas que muito nos ajudaram.

Lembrar pra vocês, se quiserem conhecer mais profundamente esta história, há uma tese muito importante chamada “Médicos Sanitaristas e a Política de Saúde no Estado de São Paulo”, do Alexandre Nemes Filhos, está à disposição na Faculdade de Saúde Pública para todo mundo que quiser saber não só da história formal, mas também das fofocas da época, quanto às nossas tendências, o pessoal brigava bastante entre si.

 

O SR. PRESIDENTE - ADRIANO DIOGO - PT - Dê mais detalhes da publicação para as pessoas poderem acessar.

 

O SR. ALEXANDRE NEMES FILHO - É minha tese de mestrado, e tem esse nome “Médicos Sanitaristas e a Política Estadual de Saúde de 74 a 87”. Já não me lembro mais, foi mestrado. Enfim, fiz minha promoção aqui.

Gente, obrigado. A festa é da APSP. Ficamos muito satisfeitos de estar participando da comemoração e lembrando que essa história não deixar de passar todo projeto da saúde pública, da nossa estrutura, inclusive administrativa, teve a participação dos sanitaristas todos, em particular desses jovens médicos que transformaram a sua vida profissional no ideário político e construção de uma saúde de interesse universal para todos os brasileiros. Obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - ADRIANO DIOGO - PT - Sr. Marco Manfredini, antes de começar a fazer as homenagens, o professor José da Silva Guedes vai fazer uma breve saudação justa para mostrar a quanto tempo o povo já está na luta.

 

O SR. JOSÉ DA SILVA GUEDES - Muito bom dia a todos. Diferente dos que me precederam aqui, que tentaram elaborar uma fala pra hoje, para mim foi muito difícil. Como eu não sabia que eu vinha e que estaria nessa Mesa, eu não passei a noite preparando texto. Mas fico extremamente contente de encontrar nesta platéia o Deputado Adriano Diogo e os outros companheiros desta Assembleia, encontrar gente da história da saúde pública e da medicina preventiva.

Nós vivemos durante muito tempo neste tempo neste país com duas escolas de saúde pública, a USP e a ENSP, no Rio de Janeiro. E aquilo levava realmente uma produção muito pequena de profissionais. Quando nos lembramos da história da Faculdade de Saúde Pública, que fornecia por ano, em cada curso novo que ele tinha para o Estado de São Paulo, cerca de seis sanitaristas. Tanto que quando Leser, em 67, criou a carreira de médico sanitarista, ele não tinha sanitaristas para povoar a carreira, dada a pequena quantidade, a pequena produção que tínhamos. O movimento todo que se fazia em torno da saúde pública era em torno da figura do médico sanitarista e foi isso que o Leser criou em 67. Mas naquele período estávamos tendo uma transformação muito importante do ensino superior e do ensino da medicina.

Estou vendo aqui gente de Botucatu, de Ribeirão, de Campinas, eu representando a Santa Casa; e nós passamos a viver o momento onde outras entidades passavam a preparar gente de saúde pública. Houve um tempo até que tínhamos, começou a ter residentes de medicina preventiva que não eram considerados sanitaristas, precisaram que alguém inventasse um termo de equivalência, então eles eram equivalentes em título e em formação os médicos sanitaristas. Então, na realidade, a Associação ao nascer substitui uma antiga Associação que era de médicos sanitaristas, e a Associação nasceu multiprofissional, polivalente. Acho que essa é a grande transformação que ela traz.

Quem for assistir ao evento da noite, onde o filme vai ser passado na íntegra, segundo o anúncio que foi feito aqui, veremos que se ela nasceu em 72. Já em 77, a Associação teve o seu 1º Congresso de Saúde Pública, e era um congresso de saúde pública durante a ditadura dos militares, atraindo gente do Brasil inteiro para aquilo, tanto que o congresso teve cerca de dois mil participantes. Era o ano de 77 quando o famoso general Frota voltava a endurecer o clima da ditadura. Acho que uma coisa extremamente importante na Associação é o seu nascimento multiprofissional, trazendo uma quantidade muito grande não apenas de médicos sanitaristas, mas de sanitaristas de todo tipo.

Eu acho que vale a pena lembrar, já que nós estamos aqui na Assembleia, que uma carreira de médico sanitarista era algo limitado na nossa avaliação, na avaliação da Associação. Infelizmente essa carreira limitada foi extinta. E hoje, dentro do SUS, verificamos cada vez mais a necessidade que nós temos de médicos sanitaristas para povoar as nossas regionais do Estado e as regionais de todo o país. Como o governo do Estado está mandando para esta Casa, ou já mandou, um plano de mudança do pagamento e da contratação de médicos, talvez nesta Casa possa nascer um embrião para que voltemos a ter uma carreira de saúde pública; não apenas de médico, mas uma carreira polivalente. Deixo essa pequena provocação para o Deputado Presidente da sessão. Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - ADRIANO DIOGO - PT - Uma ótima provocação. Mas é lógico que na discussão do projeto nós vamos ressaltar o aspecto que o Dr. Alexandre Nemes trouxe.

Para que não dizer que só existe médico sanitarista combativo, um dentista sanitarista assume a iniciativa, o Cerimonial e as homenagens que vão se suceder. Dr. Marco Manfredini agora faz as homenagens que a APSP programou para mais esta fase de emoções da nossa sessão. Com a palavra, Dr. Marco Manfredini.

 

O SR. MARCO MANFREDINI - Bom dia, Vossa Excelência. Nós queremos registrar inicialmente que nós iremos proceder a homenagens a pessoas que fizeram parte da história da Associação Paulista de Saúde Púbica nesses seus 40 Anos. Queremos registrar também que para esta cerimônia foram enviados ofícios pelo ministro de Estado da Saúde, Alexandre Padilha; ministro de Estado da Educação, Aloísio Mercadante; o secretário Estadual da Saúde, professor Giovanni Guido Cerri; e o Dr. Arthur Chioro, Presidente do COSEMS de São Paulo. Além disso, nós tivemos várias manifestações de Conselhos Profissionais da área da saúde, Associações e Sindicatos se congratulando com a entidade.

Registramos a presença do professor Juan Yasle Rocha, representando neste momento a Associação Brasileira de Saúde Coletiva - ABRASCO, que é uma instituição parceira da Associação Paulista de Saúde Púbica; a Dra. Luiza Raiman, que representa neste momento o Instituto de Saúde da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo; Dra. Aparecida Linhares Pimenta, vice-Presidente do Conselho Nacional dos Secretários Municipais de Saúde - CONASEMS, relembrando que aqui no caso do Estado de São Paulo já há uma parceria histórica entre a Associação Paulista e o COSEMS-SP; agradecemos também a presença do Dr. José Carlos Pegolaro, que é assessor do Deputado Estadual Simão Pedro; e da Sra. Maria das Graças de Lima, do Sindicato dos Psicólogos de São Paulo.

Passaremos em seguida às homenagens. O nosso primeiro homenageado é o Dr. Alexandre Nemes Filho, médico sanitarista, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e ex-Presidente da Associação Paulista de Saúde Pública. Peço que seja entregue a homenagem ao Dr. Alexandre Nemes, o Alex. A nossa ideia é na sequência ir nominando os demais homenageados.

 

O SR. ALEXANDRE NEMES FILHO - Marco, quero incluir nas nossas menções e homenagens a Stela Pedreira, atual secretária executiva do Conselho Estadual de Saúde, também um espaço que luta em parceria histórica da APSP.

 

O SR. MARCO MANFREDINI - Pessoal que vai fazer a entrega para o Alex, por gentileza. Aqui a diretoria. (Palmas.) Agradecendo, então, ao Dr. Alexandre Nemes Filho, Alex, e agradecendo também o suporte da Cleide, que é a diretora da APSP.

 

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- É feita a entrega da homenagem.

 

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O SR. MARCO MANFREDINI - Em seguida registraremos a homenagem ao Sr. Pedro Dimitrov, o Pedrão é médico sanitarista, secretário executivo do Observatório de Saúde da Região Metropolitana de São Paulo. E o Pedro Dimitrov também é ex-Presidente da Associação Paulista de Saúde Pública. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega da homenagem.

 

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O SR. MARCO MANFREDINI - Queremos neste momento homenagear o professor Juan Yasle Rocha, médico sanitarista, professor titular da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, também que foi coordenador do VIII Congresso Paulista de Saúde Pública, e é atual membro do Conselho Deliberativo da APSP. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega da homenagem.

 

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O SR. MARCO MANFREDINI - A próxima homenageada, eu peço que outro diretor possa fazer a entrega, se a Wilma puder fazer essa entrega. A próxima homenageada é a Cleide Lavieri Martins. Cleide é enfermeira sanitarista, professora doutora da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, atual diretora secretária da APSP, e também editora da revista Saúde e Sociedade, que é a revista editada em conjunto com a Associação Paulista de Saúde Pública e a Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega da homenagem.

 

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O SR. MARCO MANFREDINI - Nosso próximo homenageado é um histórico também no campo da saúde coletiva e da saúde pública, é o Dr. José Ruben Ferreira de Alcântara Bonfim, médico sanitarista, coordenador executivo da Sociedade Brasileira de Vigilância de Medicamentos - SOBRAVIME, e atual membro do Conselho Deliberativo da APSP, grande José Ruben Ferreira de Alcântara Bonfim. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega da homenagem.

 

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O SR. MARCO MANFREDINI - Para evitar que o José Ruben fizesse uso da palavra e a sessão terminasse às 15 horas, nós optamos neste momento apenas pela entrega. Apenas uma breve provocação.

Em seguida a homenagem será prestada ao Dr. Paulo Fernando Capucci, cirurgião dentista sanitarista, pesquisador junto ao CPDOC - Cidade Saudável, junto a Faculdade de Saúde Pública da USP, ex-secretário de Saúde de Guarulhos em São Paulo e atual Presidente da Associação Paulista de Saúde Pública. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega da homenagem.

 

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O SR. MARCO MANFREDINI - Ao homenagear o Paulo também nos lembramos que hoje à noite haverá um jantar comemorativo aos 40 anos da Associação Paulista de Saúde Pública, esse evento será realizado no Restaurante Chácara Cecília, e nós temos convites, depois quem tiver interesse pode aderir a este jantar comemorativo.

Em seguida homenagearemos a professora Vânia Barbosa do Nascimento, médica sanitarista, ex-secretária Municipal de Saúde de Santo André, professora na Faculdade de Medicina do ABC e também é ex-Presidente da Associação Paulista de Saúde Pública. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega da homenagem.

 

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O SR. MARCO MANFREDINI - A seguir, Wilma Madeira. A Wilma é graduada em Comunicação Social, coordenadora de tecnologia de comunicação, informação do Instituto Social Sírio Libanês, e atual diretora de Comunicação da APSP. Wilma, muito obrigado. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega da homenagem.

 

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O SR. MARCO MANFREDINI - Nós queríamos também prestar uma homenagem ao Jorge Harada. Jorge é médico pediatra, ex-diretor da Associação Paulista de Saúde Pública e foi o coordenador do XII Congresso Paulista de Saúde Pública realizado no ano passado em São Bernardo do Campo. Nós esperamos nesta homenagem ao Jorge, retribuir todo o esforço que não só ele, mas a equipe da Prefeitura de São Bernardo do Campo e demais Associações, tiveram neste momento para resgatar e realizar esse XII Congresso e desejar que o sucesso seja o mesmo e até maior no XIII Congresso no ano que vem em São Paulo. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega da homenagem.

 

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O SR. MARCO MANFREDINI - Em seguida passamos a homenagem à professora Ana Lúcia Pereira. Ana Lúcia é enfermeira sanitarista, professora da UNIFESP e ex-diretora da Associação Paulista de Saúde Pública. (Palmas.) Agradecemos a Ana pela presença e registramos a homenagem.

Em seguida nós gostaríamos de passar a homenagem a Dra. Marília Louvison, médica sanitarista, pesquisadora do Instituto de Saúde da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo e atual vice-Presidente da Associação Paulista de Saúde Pública. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega da homenagem.

 

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O SR. MARCO MANFREDINI - Nosso próximo homenageado é o Dr. Álvaro Escrivão Júnior, médico sanitarista, professor do Departamento de Gestão Pública da Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas, coordenador adjunto do Centro de Estudos e Planejamento e Gestão em Saúde e ex-Presidente da Associação Paulista de Saúde Pública. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega da homenagem.

 

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O SR. MARCO MANFREDINI - Em seguida gostaríamos de homenagear o Dr. Luiz Antonio Dias Quitério, engenheiro sanitarista, servidor público da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo e ex integrante da APSP. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega da homenagem.

 

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O SR. MARCO MANFREDINI - A nossa grande professora Ausonia Favorido Donato, educadora e pesquisadora do Instituto de Saúde da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, e ex-diretora, mas a nossa diretora eterna da Associação Paulista de Saúde Pública. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega da homenagem.

 

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O SR. MARCO MANFREDINI - Nós queremos também prestar uma homenagem ao Carlos Botazzo, cirurgião dentista sanitarista, pesquisador do Instituto de Saúde da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo e ex-diretor da APSP, também com uma grande história de participação na Associação Paulista de Saúde Pública. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega da homenagem.

 

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O SR. MARCO MANFREDINI - Queremos convidar em seguida a Ianni Scarcelli. A Dra. Ianni é professora, psicóloga e professora do Instituto de Psicologia da USP, e ex-conselheira da Associação Paulista de Saúde Pública. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega da homenagem.

 

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O SR. MARCO MANFREDINI - Em seguida, Dr. Marco Akerman, médico sanitarista, professor da Faculdade de Medicina do ABC e ex-Presidente da Associação Paulista de Saúde Pública. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega da homenagem.

 

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O SR. MARCO MANFREDINI - Nós também queremos prestar uma homenagem ao professor José da Silva Guedes, professor da Faculdade de Medicina e Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, e ex-membro dos conselhos da Associação Paulista de Saúde Pública e também secretário estadual municipal e integrante do Ministério da Saúde. (Palmas.) Obrigado, professor Guedes, pela presença e participação. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega da homenagem.

 

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O SR. MARCO MANFREDINI - Queremos também prestar uma homenagem à Stela Pedreira, representando o Conselho Estadual de Saúde de São Paulo da Secretaria Estadual de Saúde, relembrando que a Associação Paulista de Saúde Pública já há algumas décadas participa do Conselho Estadual de Saúde de São Paulo na categoria de representação das Associações dos profissionais de saúde. Portanto, queremos prestar esta homenagem à Stela que, além disso, é uma pessoa que está sempre presente na vida da APSP. Muito obrigado, Stela. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega da homenagem.

 

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O SR. MARCO MANFREDINI - E à professora Luiza Haiman uma homenagem em nome do Instituto de Saúde da Secretaria de Estado da Saúde do Estado de São Paulo. Queremos aproveitar para homenageá-la, Luiza, que também tem uma contribuição histórica no campo da saúde pública no Estado de São Paulo. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega da homenagem.

 

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O SR. MARCO MANFREDINI - E, por fim, nosso último homenageado é o Deputado Estadual Adriano Diogo, que desde que houve a possibilidade de realização dessa sessão solene não mediu esforços para acolhê-la aqui na Assembleia Legislativa de São Paulo. Na realidade, ao saudar o Deputado Adriano Diogo, nós estamos saudando o conjunto dos deputados desta Casa e, fundamentalmente a trajetória que o Adriano Diogo teve tanto na Câmara Municipal de São Paulo, como na Assembleia Legislativa, de sempre ser um parlamentar comprometido com a defesa do SUS e a reforma sanitária. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega da homenagem.

 

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O SR. MARCO MANFREDINI - Homenagearemos uma pessoa que não foi diretora, mas é a história viva da APSP, que é a Cláudia, que participa cotidianamente conosco na APSP. O Marco Akerman vai prestar homenagem à Cláudia. (Palmas.) Queremos registrar também a importância das pessoas que contribuíram para o pleno funcionamento da Associação Paulista de Saúde Pública.

Ainda há uma última homenagem.

 

A SRA. CLÁUDIA - Dr. Marco Manfredini, cirurgião dentista, sanitarista e atual membro da diretoria. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega da homenagem.

 

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O SR. MARCO MANFREDINI - Nós tivemos a projeção do Selo Comemorativo dos 40 Anos da APSP, e o Paulo Capucci pediu para que nós pudéssemos divulgar mais uma vez o lançamento dos selos. Hoje em dia não é tão comum a prática de enviarmos mensagens de Natal pelo correio, infelizmente os emails substituíram os correios, mas quem for mandar um cartão de Natal pelos correios tente localizar esse selinho e mandar, com certeza contribuirá para divulgar a Associação Paulista de Saúde Pública no Brasil e no mundo. Muito obrigado a todos. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - ADRIANO DIOGO - PT - Obrigado pelas palavras, Marco Manfredini, e pelo que foi exposto.

Antes de passar ao encerramento, à palavra do Paulo Capucci, nós conseguimos reproduzir o convite da homenagem ao Paulo Elias. Está na tela o convite da propositura do Vereador Carlos Neder, dia 08 de dezembro, sábado, UBS Jardim São Jorge, Rua Ângelo Aparecido. Ficou bonito. Parabéns, Carlos Neder, por ter feito a homenagem a esse grande companheiro, Paulo Elias.

Antes das considerações finais, houve duas falas aqui que tentaram conceituar melhor a questão do sanitarista, a do Alexandre e do professor Guedes. Mas eu tentei ser sanitarista, tentei ser geólogo sanitarista, uma carreira interrompida. Mas o que eu quero dizer é o seguinte, que independente dessa precisão que os sanitaristas seriam os formados, os formandos na Escola de Saúde Pública aqui da USP ou da Nacional do Rio de Janeiro, eu quero fazer um apelo aos profissionais de saúde, aos chamados sanitaristas, os médicos de saúde pública, na presença da minha companheira, irmã Amélia Teles. Eu quero fazer o seguinte pedido, o Teatro da USP, ou melhor, o Teatro da Medicina da USP, essa semana foi reorganizado e apresentou uma peça; e em várias faculdades estão sendo feitas Comissões da Verdade.

A São Francisco fez a sua Comissão da Verdade, a Medicina da USP está tentando organizar. A USP como um todo está revendo o papel dos professores, como a Ana Rosa Kucinski, Vladimir Herzog e outros. Portanto, Paulo, terei de fazer um apelo, não sei se com aquela precisão técnica do que são considerados os sanitaristas e os profissionais de saúde pública, há poucos dias morreu o médico legista Isaac Abramovitch.

Isaac Abramovitch era médico legista. Junto com Harry Shibata assinou a maioria dos laudos falsos que a ditadura precisava. Imediatamente entrei em contato com o Roberto Gouveia, nosso companheiro, sobre o processo que ele investigou da venda da glândula hipófise que ocorria no IML e ele me dizia que no processo não aparece nenhum dos dois citados, mas sim um diretor do IML, Rui Brasil Maluf. Eu sempre associo a imagem do Isaac Abramovitch ao nosso colega que era o grande organizador do Teatro de Medicina da USP, Gelson Reicher, que, por curiosidade, era cunhado do Arnaldo Madeira, sua irmã é esposa do Arnaldo Madeira. Gelson Reicher pertencia a uma comunidade judaica do Ipiranga, uma pequena comunidade junto com Iara Avelber, onde Isaac Abramovitch era o mais velho profissional e formado na Faculdade de Medicina da USP. Pois bem, quem deu o laudo falso da morte de Gelson Reicher com o nome trocado, Isaac Abramovitch.

Sei que os sanitaristas estão acostumados com grandes tensões, e hoje é um dia festivo dos 40 anos, mas pela importância da trajetória de luta dos médicos sanitaristas, dos profissionais sanitaristas em geral, sendo eles médicos ou não, e por todos os profissionais de saúde pública, eu faço um apelo à Associação Paulista de Saúde Pública, que faça uma Comissão da Verdade no papel de todos os profissionais sanitaristas ou saúde pública contando a história do povo brasileiro, a resistência do povo brasileiro e o massacre contra o povo brasileiro, principalmente na área de saúde pública.

Não posso omitir, por exemplo, uma história que nunca é contada porque o Neder é preenchido de profunda emoção da própria vida do grande cardiologista, pai do Carlos Neder que, em 1964, nos dias do Golpe, foi arrastado por um caminhão do Exército pelas ruas da capital de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, arrastado nos mesmos moldes que Gregório Bezerra foi arrastado pelas ruas de Recife. Além de ser um grande médico, era um comunista, um resistente que enfrentou a ditadura.

Paulo Capucci, agradeço por vocês terem trazido aqui para a Assembleia esses 40 anos da APSP, uma história que eu fiquei curioso agora que o Alexandre Nemes falou que é a sua tese, mas a história dos profissionais de saúde pública tem que ser escrita, mesmo porque combatem todo dia o genocídio e as diferentes formas de privatização e de mercantilização da saúde pública no Brasil. Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PAULO FERNANDO CAPUCCI - Como eu esperava que fosse uma cerimônia tida como solene nos moldes de solenidade da APSP, nunca temos nada, vamos manter essa tradição sempre que é uma não tradição de fazer solenidades. O nosso desejo é sempre o desejo do encontro e do compromisso, Vossa Excelência. O encontro para o compromisso, o compromisso pelo encontro.

Essa sua oferta nos mobiliza certamente. Essa é uma história velada na história do Brasil, que precisa ser desvelada sem rancores, mas que precisa ser conhecida em toda a sua profundidade para que ela jamais se repita na história de construção do Brasil, da sociedade brasileira, da cidadania, dos direitos e da garantia da vida com liberdade em nosso país. Se o Presidente tem algum mandato, é esse de aceitar e se comprometer em público com essa tarefa de contribuir e instituir em nosso âmbito uma Comissão que apóie a investigação e a revelação das coisas que todos os brasileiros precisam saber para evitar que se repitam em qualquer momento futura da nossa história.

Não percebi se os nossos parceiros COSEMES, CONASENS E ABRASCO foram homenageados institucionalmente, foram? Quero, então, na figura da Cidinha, vice-Presidente da CONASENS, que ela fosse a portadora da homenagem dos 40 anos da APSP. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega da homenagem.

 

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O SR. PAULO FERNANDO CAPUCCI - Que o Jorge Harada, que é assessor do COSEMES - SP, receba também e porte a homenagem. O Artur, com o Marco, já nos lembrou, escreveu uma mensagem. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega da homenagem.

 

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O SR. PAULO FERNANDO CAPUCCI - Quero que o Juan Yasle Rocha, como um dos diretores da Associação Brasileira de Saúde Coletiva, também receba uma homenagem e envie ao atual Presidente, Luiz Eugênio, a homenagem da APSP. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega da homenagem.

 

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Inclusive em retribuição da homenagem muito bonita que a ABRASCO nos fez no Congresso agora de Porto Alegre, num resgate das nossas relações e do fomento que a própria APSP e o 2º Congresso Paulista de Saúde Pública hospedou o 1º Congresso Nacional de Saúde Coletiva. Vocês vão ver tudo isso no vídeo à noite. Esse vídeo está numa expectativa fantástica, mas ele ficou bem legal mesmo, ficou bem bonitinho mesmo. Inclusive hoje à noite, todos convocados para o nosso jantar alegre, festivo, como não deveria deixar de ser.

Quero, dessa forma, mais uma vez, agradecer tantos amigos, companheiros, militantes, lutadores, que na presença hoje aqui nos dão certeza que o nosso caminho de luta, nosso esforço de luta, nossa agenda de mobilização foi acertada nesses 40 anos e continua firme, viva, propositiva, mobilizadora para os próximos 40 anos. Afinal, como diz o outro, temos que lutar para deixar o mundo melhor para os nossos filhos, para os nossos netos e para o Oscar Niemeyer. Muito obrigado e boa tarde para todos. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - ADRIANO DIOGO - PT - Projete a imagem do Paulo Elias na tela para que possamos encerrar.

Como a Associação Paulista de Saúde Pública não providenciou, porque tudo vai ser concentrado no jantar de hoje, não providenciou um cafezinho, nós vamos providenciar um café aqui no fundo desta sala, no Café dos Deputados. Nós serviremos um café magro com bolachinha, peço para a minha assessoria me ajudar a conduzir o pessoal ao café e avisar o pessoal.

A sessão está encerrada. Até hoje à noite e muito obrigado. (Palmas.)

 

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- Encerra-se a sessão às 11 horas e 54 minutos.

 

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