http://www.al.sp.gov.br/web/images/LogoDTT.gif

 

06 DE JUNHO DE 2013

080ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidentes: JOOJI HATO e ULYSSES TASSINARI

 

Secretário: OSVALDO VERGINIO

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - JOOJI HATO

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

002 - OLÍMPIO GOMES

Elogia os servidores da Saúde pela ocupação desta Assembleia. Acusa o governo estadual de não atender as reivindicações da categoria. Garante que continuará obstruindo as votações enquanto não houver diálogo. Afirma que a população defende a redução da maioridade penal. Nega que a cláusula da Constituição Federal referente ao assunto seja pétrea. Rebate argumentos contra a redução. Afirma que esta Casa não pode se omitir da discussão do tema, embora ele seja de competência do Congresso Nacional.

 

003 - Presidente JOOJI HATO

Parabeniza a cidade de Osvaldo Cruz pelo seu aniversário.

 

004 - CARLOS GIANNAZI

Faz apelo ao Governo do Estado para que atenda as reivindicações dos servidores da Saúde, presentes nas galerias. Afirma que o estado de São Paulo não atingirá um padrão mínimo de qualidade nos serviços públicos sem investimento nos funcionários. Menciona pesquisa, feita pela UnB e pela UFSC, que concluiu que apenas 0,06% das escolas públicas do País têm infraestrutura adequada. Acusa o governo Alckmin de sucatear serviços públicos básicos. Sugere o investimento de 10% do PIB na Educação Pública.

 

005 - OSVALDO VERGINIO

Manifesta apoio ao protesto dos funcionários da Saúde. Comunica a realização de audiência pública a respeito da Universidade Federal de Osasco. Pede que 50% do terreno destinado à construção da universidade seja doado à prefeitura do município, para a instalação de um centro cultural. Acrescenta que a população precisa de um local para se divertir no final de semana. Faz reflexão sobre a maioridade penal. Ressalta a importância de investimentos destinados à juventude.

 

006 - ULYSSES TASSINARI

Assume a Presidência.

 

007 - JOOJI HATO

Afirma que está se sentindo em uma cidade do Velho Oeste. Cita casos envolvendo garupas de moto. Menciona projeto de lei sobre o tema, de sua autoria, vetado pelo Governo do Estado. Lista autoridades que apoiaram o projeto. Alega que, em breve, a única maneira de evitar ser vítima será atirar primeiro. Argumenta que a violência consome recursos do SUS. Parabeniza os servidores da Saúde presentes por seu comportamento durante as sessões. Relata assalto sofrido pela sua filha.

 

008 - LUIZ CARLOS GONDIM

Cumprimenta os trabalhadores da Saúde, presentes nas galerias. Acrescenta que o governo estadual deve atender as reivindicações da categoria. Lamenta a dificuldade de obtenção do certificado BPF, concedido pela Anvisa, exigido de empresas que fabricam produtos farmacêuticos. Alega que empresários são tratados como bandidos no Brasil. Critica a forma da fiscalização conduzida pela Vigilância Sanitária. Afirma que o maior interesse é multar. Pede por maior humanização das vistorias.

 

009 - JOOJI HATO

Assume a Presidência.

 

010 - JOSÉ BITTENCOURT

Manifesta solidariedade aos funcionários da Saúde. Menciona o caso de Guilherme Afif Domingos, vice-governador do estado de São Paulo e ministro da Micro e Pequena Empresa. Critica a decisão da comissão encarregada de avaliar a situação, que decidiu pela inconveniência da ocupação de ambos os cargos. Afirma que a decisão final a respeito do assunto cabe a este Parlamento. Sugere a votação de um projeto de lei complementar que defina as atribuições do vice-governador. Afirma que a discussão está sendo politizada.

 

011 - RAFAEL SILVA

Alega que a população é prejudicada pela falta de diálogo do Governo do Estado com os servidores da Saúde. Afirma que a Educação é um instrumento de diminuição da desigualdade social. Relata tentativa de assalto que presenciou em 05/06. Afirma que a redução da maioridade penal não é suficiente. Argumenta que a punição deve ser de acordo com o crime praticado, independente da idade. Menciona a situação do México em relação à violência. Diz temer que o Brasil siga na mesma direção.

 

GRANDE EXPEDIENTE

012 - LUIZ CARLOS GONDIM

Para comunicação, diz estar preocupado com a gripe H1N1. Afirma ser a situação delicada. Menciona a campanha de vacinação para os grupos de risco, mas não para pessoas em contato com o público. Pede que o ministro da Saúde Alexandre Padilha, o secretário de Saúde Giovanni Guido Cerri e governador Geraldo Alckmin dêem atenção a este grupo da população.

 

013 - CARLOS GIANNAZI

Pelo art. 82, agradece todos os deputados que o ajudaram na aprovação do PLC 13/13, que altera cargos do Magistério da USP. Afirma que as propostas foram construídas em conjunto com os professores. Menciona que este projeto adequa os vencimentos e as três carreiras do Magistério a Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Ressalta que esta Casa deve ser rápida na aprovação de projetos que valorizem os servidores, já que toda a população é beneficiada. Cita a existência de mais de 600 projetos na pauta da ordem do dia, entre eles mais de 500 vetos.

 

014 - CARLOS GIANNAZI

Pelo art. 82, cita discurso, ontem, do deputado Pedro Tobias sobre a decisão da Comissão de Ética do Estado de São Paulo em relação ao vice-governador Guilherme Afif Domingos. Menciona o parecer contrário da comissão ao acúmulo de cargos do político. Informa que protocolou representação nesta Casa e no Ministério Público para que seja oficializada a saída de Guilherme Afif Domingos. Discorre sobre o PSD. Apela ao deputado Cauê Macris, relator do processo neste Legislativo, para que apresente parecer sobre este caso. Comenta a discordância entre o deputado Pedro Tobias e o senador Aloysio Nunes sobre a matéria.

 

015 - OSVALDO VERGINIO

Pelo art. 82, menciona seu discurso anterior sobre cooperativas que "enrolam" a população. Afirma que os apartamentos comprados não são entregues. Informa que estas cooperativas serão investigadas. Diz que quer conversar com o secretário de Habitação de São Paulo sobre o caso. Pede ao Governo Federal que as pessoas que pagam aluguéis possam ser inscritas no programa Minha Casa, Minha Vida. Lembra que os prefeitos também podem acrescentar pessoas que pagam aluguéis nos projetos enviados para o Governo.

 

016 - OSVALDO VERGINIO

Solicita o levantamento da sessão, com a anuência das Lideranças.

 

017 - Presidente JOOJI HATO

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de debates de 07/06, à hora regimental, sem ordem do dia. Lembra a realização de sessão solene, amanhã, às 10 horas, para "Homenagear os 19 anos da Opesp - Ordem dos Parlamentares do Estado de São Paulo, e prestar tributo a Mazzaropi". Levanta a sessão.

 

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Jooji Hato.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE – JOOJI HATO - PMDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Osvaldo Verginio  para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO – OSVALDO VERGINIO - PSD - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, tem a palavra o primeiro orador inscrito, nobre deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Ramalho da Construção. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Dilador Borges. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Itamar Borges. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Luiz Cláudio Marcolino. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT -  Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários desta Casa, cidadãos que nos acompanham pela TV Assembleia, são 37 dias de omissão do Governo do Estado em relação às solicitações dos profissionais da área da Saúde do Estado.

Eles continuam, heroicamente, ocupando a galeria da Assembleia Legislativa e pedem o apoio da população para que o Governo do Estado pare com tanta intransigência, com tanta omissão e com tanta covardia com aqueles que cuidam da vida do cidadão, principalmente do cidadão mais humilde que, necessariamente, socorre-se pela Saúde Pública.

A minha solidariedade a todos. Enquanto houver insensibilidade do Governo do Estado, vamos continuar nos manifestando e obstruindo os trabalhos desta Casa.

Eu gostaria de voltar a falar de um tema que, muito embora seja afeto à legislação federal, não pode passar despercebido. Após alguns episódios recentes em que menores de idade praticaram ações hediondas e crimes bárbaros, a opinião pública e a população brasileira se manifestaram. Voltou-se a discutir a questão da maioridade penal no nosso País.

A maioridade penal foi estabelecida no Código Penal de 1940 em um contexto completamente diverso do que a sociedade brasileira vive hoje. A maioridade penal aos 18 anos, que foi ratificada pelo Art. 228 da Constituição, acabou se transformando em um salvo-conduto. Indivíduos menores de 18 anos matam, estupram, barbarizam com o cidadão de bem e se mantêm impunes, pois estão sob o manto o Estatuto da Criança e do Adolescente.

Houve a morte de um menino, Vitão Deppman, de 19 anos de idade, no Pari. A dor e o lamento de seus pais chamaram a atenção do mundo. Pesquisas de opinião pública dizem que 93% da população brasileira querem a redução da maioridade penal e o aumento de pena daqueles que, com menos de 18 anos de idade, praticam barbáries e ficam sobre o salvo-conduto do Estatuto da Criança e do Adolescente.

Ninguém discorda do Estatuto quando há a obrigatoriedade da proteção à criança e ao adolescente, por parte da família e do Estado, com relação à garantia da saúde e da dignidade. Mas quando o Art. 104 diz que o menor não comete crime, e sim ato infracional, não podendo ser recluso em estabelecimento prisional, acabamos transformando os menores em anjos da morte.

            De forma hipócrita, o governo federal tenta passar à opinião pública a ideia de que, reduzindo a responsabilidade penal, jogaremos crianças e adolescentes ao cárcere. Mas na verdade, se não fizermos esta alteração, estaremos condenando toda a população a ser dizimada e violentada por indivíduos que têm idade inferior a 18 anos, mas que possuem grande força física e pleno conhecimento de que estão praticando crime.

Mas temos que nos ater ao espírito da lei. Quando o legislador estabelece o que é crime ou não,  ele diz que comete crime aquele que tem capacidade de entendimento e discernimento sobre o que está sendo praticado. Será que alguém com 16 ou 17 anos de idade não sabe que é crime puxar o gatilho de uma arma contra a cabeça de um cidadão, de uma criança, de um idoso? Será que não sabe que pegar uma senhora ou uma moça e estuprá-la é um crime violentíssimo? Não há discussão sobre a capacidade de entendimento em relação ao caráter criminoso.

Também gostaria de abordar o assunto das cláusulas pétreas vazadas na Constituição Federal. Pétrea vem de pedra: significa que não podem ser mudadas por emenda constitucional. Com todo respeito ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, ele está fazendo uma interpretação forçada, até porque as cláusulas pétreas, de acordo com art. 64 da Constituição Federal, se referem a todos os direitos e garantias individuais, que já estão esculpidos no artigo quinto. O ministro e alguns estudiosos entendem que outros artigos da Constituição também teriam este amparo. Mas, enquanto discutimos teses jurídicas, temos indivíduos soltos, com salvo-conduto para matar, estuprar e barbarizar.

Embora este tema deva ser debatido e discutido no Congresso Nacional, a Assembleia Legislativa não pode se omitir. Além de exigir que o Congresso abra esta discussão, ela deve se manifestar por meio de ações e debates. Se houver o entendimento de que se trata, realmente, de uma cláusula pétrea, deveremos fazer uma consulta pública. Verificaremos, então, que exatamente 93% da população quer, espera e merece a redução da maioridade penal, para a proteção da criança, do adolescente e de todos os cidadãos.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Esta Presidência tem a grata satisfação de anunciar o aniversário da linda cidade de Osvaldo Cruz, localizada na Alta Paulista. Parabéns a todos os cidadãos. Esta Presidência, em nome de todos os deputados, deseja que o povo desta cidade tenha muito desenvolvimento, paz e harmonia. Gostaria de dizer que podem contar sempre com esta Assembleia Legislativa, com todos os deputados.

Tem a palavra a nobre deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Welson Gasparini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Roberto Engler. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Antonio Mentor. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Dilmo dos Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Rafael Silva. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Roberto Morais. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Gerson Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Alexandre da Farmácia. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, servidores da Saúde aqui presentes - fazendo um protesto democrático, dando uma aula de cidadania em defesa da Saúde Pública e do SUS (Sistema Único de Saúde) -, gostaria, antes de entrar no tema que preparei para discutir hoje, de fazer mais uma vez um apelo ao governador Geraldo Alckmin.

 Apelo para que o governador atenda às reivindicações dos servidores da Saúde e abra o processo de negociação, até porque o estado de São Paulo só vai conseguir oferecer um padrão mínimo de qualidade no atendimento quando o Governo investir em seus servidores, porque são eles os protagonistas. Sem investimento no servidor da Saúde, não haverá qualidade de atendimento para a população.

Todos nós defendemos esta ocupação que está ocorrendo hoje na Assembleia Legislativa, pois é em defesa da Saúde Pública. Por isso, apelamos novamente ao governador Geraldo Alckmin para que não seja intransigente, que pare de ser autoritário, receba as entidades representativas dos servidores e inicie o processo de negociação.

Sr. Presidente, o outro tema que gostaria de discutir é em relação a uma pesquisa publicada recentemente, muito importante na área da Educação, produzida pela Universidade de Brasília e pela Universidade Federal de Santa Catarina. Essa pesquisa confirma o que temos denunciado, não só aqui na Assembleia Legislativa, como no Congresso Nacional e em muitos outros espaços, que é a falta de investimento em Educação, principalmente na área de infraestrutura das escolas públicas.

Foram pesquisadas mais de 194 mil escolas públicas no País e concluiu-se que apenas 0,06% dessas escolas têm condições adequadas de funcionamento. Ou seja, a maioria das escolas públicas brasileiras não tem condições elementares para que o processo de ensino-aprendizagem se dê de forma minimamente digna. Faltam quadras, laboratórios de Ciências e de Artes, salas de Informática, bibliotecas, e treze mil escolas públicas não têm sequer energia elétrica, um dado assustador. Mais de 72% das escolas não têm biblioteca para que os alunos possam fazer pesquisas. É um quadro lamentável e deplorável que mostra a falta de investimento na Educação Pública em todo o Brasil. Logicamente temos exceções, mas esse é o quadro geral.

No estado de São Paulo, onde acompanhamos e fiscalizamos a rede pública de ensino, principalmente a estadual, o quadro também é assustador. Tenho feito inúmeras denúncias em relação ao seu abandono: pela tribuna, através do Ministério Público, do Tribunal de Contas, na Comissão de Educação e em muitos outros espaços. Faltam, por exemplo, quadras para as aulas de Educação Física em centenas de escolas. Denunciei também a existência de mais de 77 escolas de lata. Estamos com um movimento para pressionar a Secretaria da Educação e a FDE para que transformem essas escolas em escolas de alvenaria. O Governo de Geraldo Alckmin, do PSDB, é um exterminador da Saúde Pública, da Educação Pública e da Segurança Pública porque mantém todos esses serviços básicos sucateados. E a população sofre muito com isso.

            Essa pesquisa feita pelos pesquisadores da Universidade de Brasília e da Universidade Federal de Santa Catarina mostra claramente que o Brasil precisa investir, no mínimo, 10% do PIB em Educação pública, além de resgatar, valorizar a carreira do Magistério e elevar o piso salarial. É vergonhoso que o Brasil tenha um piso salarial para os professores das escolas públicas de apenas R$ 1.587,00, por uma jornada de 40 horas semanais. Mesmo assim, temos muitos estados que não cumprem esse piso em muitos municípios, além também de vários entes federativos que não cumprem a jornada inclusa na lei do piso nacional salarial. Entre esses entes federativos, o estado de São Paulo.

            Vamos continuar cobrando dos governos em São Paulo, sobretudo do estadual, mais investimento em Educação, aprovação de um novo plano de carreira para o Magistério e a transformação das escolas de lata em escolas de alvenaria, além da aprovação de um plano estadual de Educação. Essa tem sido a nossa luta e vamos continuar denunciando, cobrando o Governo e apresentando as nossas propostas. Muito obrigado.

 

            O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Ed Thomas. (Pausa.) Tem a palavra a nobre deputada Vanessa Damo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Orlando Bolçone. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Marcos Martins. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Edinho Silva. (Pausa.) Tem a palavra a nobre deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado José Zico Prado. (Pausa.) Tem a palavra a nobre deputada Célia Leão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Luiz Carlos Gondim. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Roberto Massafera. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Reinaldo Alguz. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Jooji Hato. (Na Presidência.) Tem a palavra o nobre deputado Luiz Moura. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Hamilton Pereira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Marcos Neves. (Pausa.) Tem a palavra a nobre deputada Beth Sahão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Adilson Rossi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Carlos Neder. (Pausa.) Tem a palavra a nobre deputada Telma de Souza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Fernando Capez. (Pausa.)

Sras. Deputadas, Srs. Deputados, esgotada a lista de oradores inscritos para falar no Pequeno Expediente, vamos passar à Lista Suplementar.

Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Massafera. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Luiz Cláudio Marcolino. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Marcos Martins. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado João Paulo Rillo. (Pausa.) Tem a palavra a nobre deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Ramalho da Construção. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Alexandre da Farmácia. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Orlando Bolçone. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Rafael Silva. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Antonio Mentor. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Osvaldo Verginio.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Ulysses Tassinari.

                                                          

* * *

 

O SR. OSVALDO VERGINIO - PSD - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, gostaria de cumprimentar o pessoal da Saúde presente nas galerias, protestando e reivindicando os seus direitos. A Saúde é um órgão que precisa de muita atenção. Ela cura a dor das pessoas, desde o atendente até o médico. Contem com o meu apoio. (Manifestação nas galerias.)

Foi realizada ontem uma audiência pública em Osasco sobre a questão da Universidade Federal em relação a um terreno de aproximadamente dez alqueires - cerca de 240.000 m2. A reitora esteve na audiência pública, inclusive o prefeito e os deputados, e ela disse que vai iniciar a obra da Universidade Federal, que é muito importante para a cidade. Penso que a Universidade Federal tem de ser construída no centro de uma cidade, é bastante complicado.

Reivindico, como fiz ontem à nossa reitora - embora saiba que isso não compete a ela, e sim ao MEC -, que se reservem 50% da área do quartel do Exército Brasileiro, no Jardim das Flores. Faça-se a desafetação e a doação à prefeitura, para que ela construa o maior centro de eventos da cidade de Osasco, porque lá não há um local para eventos. Vamos fazer um ofício e enviá-lo ao nosso secretário de Educação e ao MEC, com essa reivindicação.

Sequer existe um local para as crianças soltarem pipas nos fins de semana. Elas têm que ficar nos campos de futebol e, quando há jogos aos domingos, isso não é possível. Não se pode apresentar uma peça teatral, pois não há um centro cultural no Jardim das Flores, nem em Quitaúna, ou próximo de lá.

Infelizmente, não temos um local adequado para se fazer a “Queima do Alho”, que acho importante. Vou propor um projeto, indicando, no estado, o dia da “Queima do Alho”. Em todos os municípios existe esse evento, em que as pessoas mostram a qualidade da sua comida típica. Quero cumprimentar todos aqueles que participam das “Queimas do Alho” no estado. Algumas pessoas vêm do interior participar, como fizeram no Ceagesp, há poucos dias.

Queremos fazer com que as pessoas tenham um local para se divertir nos fins de semana. Construir uma universidade federal não vai beneficiar a cidade de Osasco, porque vem gente de todo o País quando isso acontece. Acabam ficando em repúblicas. Ao lado da faculdade, começam a construir botecos e lanchonetes, o que gera um pouco de baderna.

Naquela área do quartel, a Prefeitura também poderia construir mais creches e algumas escolas municipais, porque a área é grande. É a única área livre que temos na cidade de Osasco. Todos os deputados daqui a conhecem. Precisamos fazer alguma coisa. Estão dizendo que o 4º BIL vai ser um shopping. Para que tantos shoppings na cidade de Osasco, meu Deus do céu?

Temos que fazer com que as pessoas consigam sua casa própria. Já temos quatro shoppings na cidade de Osasco. Quem aguenta mais? Haja dinheiro e cartão de crédito. Até gostamos do fato de a cidade já contar com comércio avançado, mas precisamos, realmente, de centros culturais para a juventude.

Tanto se discute aqui a questão da maioridade aos 16 anos, mas será que, se a reduzirmos, não daremos ao jovem autonomia para que tirem carta de motorista, saiam por aí e se envolvam em acidentes? É uma situação muito difícil.

Estamos vivendo um momento em que temos que investir na Saúde, investir na Educação, investir nos órgãos que vão cuidar da nossa juventude. Se cuidarmos bem da nossa juventude hoje, com toda certeza teremos homens e mulheres bem formados, pessoas guerreiras e trabalhadoras, em nosso País.

É isso o que peço aos governos federal e estadual: invistam. Enquanto ficamos discutindo, falando sobre o que vai ser de determinadas situações, o dinheiro está indo “pelo ralo”. A Saúde e a Educação têm problemas em todas as cidades.

Ficamos tristes, porque há muito dinheiro. Temos que combater a corrupção para investir naquilo que é direito do cidadão e a Constituição Federal muito bem diz: investir na Saúde, investir na Educação, investir na vida primordialmente. (Manifestação das galerias.)

 

            O SR. PRESIDENTE - ULYSSES TASSINARI - PV - Tem a palavra o nobre deputado Jooji Hato.

 

            O SR. JOOJI HATO - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectador da TV Alesp, estou me sentindo como se estivesse num Velho Oeste, parece que estou em Dallas, Texas, parece que estou num daqueles filmes de bangue-bangue, tantos são os crimes, os assaltos, a violência numa cidade que merece ser cuidada com carinho.

Terça-feira, às 14 horas e 30 minutos, na Alameda Santos, nos Jardins, uma região privilegiada, lá vai um empresário fazer suas operações bancárias, quando é assaltado. Dois bandidos numa moto - mais uma vez garupa de moto - assaltavam bancos.

Quero lembrar que aprovamos nesta Casa o projeto da moto sem garupa, mas o governador vetou e assim cada um de nós está à mercê da própria sorte nos tiroteios entre a polícia e os marginais. O garupa continua protegido pelo capacete e assaltando, matando, como matou o vigilante que ficou de joelhos no Colégio Sion, em Higienópolis, na segunda-feira.

Assim caminha a nossa cidade. Parece o Velho Oeste. Os bandidos têm predileção por iPhone, por celulares. Mesmo entregando o aparelho eles atiram. Geralmente são adolescentes e andam armados. Por que não tirar deles essas armas?

O Casagrande, ex-jogador do Corinthians, foi assaltado, quarta-feira, na Rua São Jorge, numa pizzaria. Estava com seu filho e um amigo. Ele disse “Sou o Casagrande, ex-jogador do Corinthians.” O assaltante ainda falou “Já era, meu amigo. Você foi jogador do Corinthians, mas já era. Vai saindo do carro que eu quero levar o carro.”

Isto aqui parece um Velho Oeste, quem sacar mais rápido sobrevive.

Acho que vou ter de usar colete à prova de bala, capacete, fazer curso de tiro e aprender a sacar mais rápido. Daqui a pouco, quem sacar mais rápido vai sobreviver, do contrário vai para o inferno. Todo mundo vê adolescentes armados até com AR-15, as drogas campeando, não só a droga oficial, a bebida alcoólica como as ilícitas, e ninguém faz nada.

            O Casagrande foi assaltado. Esse empresário na Alameda Santos não morreu porque estava com um segurança, que atirou e acabou matando o assaltante. O comparsa fugiu deixando a moto no local.

Talvez pudéssemos ter evitado essa morte em Higienópolis, as mortes de PMs, de delegados e de tanta gente de bem se tivéssemos a sanção do projeto da moto sem garupa.

            Esta violência consome muitos recursos e recursos fundamentais do SUS e o governo não tem condições de pagar melhor os funcionários públicos em geral, em especial os da Saúde.

Sou médico e sei da importância que têm os funcionários da Saúde e quero parabenizar aqueles que vêm a esta Casa em busca de justiça salarial pelo comportamento exemplar.

Estava há pouco tempo presidindo a sessão com a maior tranquilidade, pois vocês estão nessa vigília permanente, reivindicando os seus direitos, com um comportamento exemplar. Com certeza terão o apoio de todo o meu partido, para que se possa fazer justiça salarial.

            O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, esteve aqui na Assembleia e inclusive deu apoio ao projeto da moto sem garupa, como fizeram também o vice-presidente da República, Michel Temer, e o presidente da Fiesp, Paulo Skaf. Todos queriam que o governador sancionasse essa lei para evitar os assassinatos, que vêm ocorrendo. Dos assaltos feitos em saída de banco, 62% são feitos por pessoas em garupa de moto.

Quero agradecer ao ministro Padilha pelo apoio público que ele deu a esse projeto. Ele disse aqui, nesta tribuna, que a violência consome recursos do SUS, leitos de UTIs, leitos cirúrgicos de emergência. Setenta por cento dos pronto-socorros estão comprometidos, não têm medicamentos, não têm médicos, não pagam corretamente os funcionários. E por isso ninguém quer trabalhar, é uma anarquia.

Se conseguirmos controlar um pouco os dois pilares que sustentam a violência - álcool/drogas e armas ilegais que adentram o nosso País e que estão principalmente nas mãos de marginais e inocentes -, teremos uma economia no SUS, poderemos aumentar o número de hospitais e pagar melhor os trabalhadores da Saúde, que são fundamentais. Eu sou médico, meus três filhos são médicos. Hoje não há estímulo para nenhum trabalhador da Saúde. Os médicos não querem mais trabalhar.

Minha filha, que é médica, foi assaltada ontem ao meio-dia. A violência está muito próxima. Quero agradecer à Polícia Militar, que nos deu uma grande assistência e conseguiu recuperar inclusive o carro que havia sido roubado. Aliás, até o carimbo de médico da minha filha foi roubado, ela não pode trabalhar por causa disso.

Termino minha fala dizendo que precisamos organizar melhor a nossa sociedade e fortalecer acima de tudo a Segurança. Infelizmente vivemos em um caos, parecido com o Velho Oeste. Quem atirar mais rápido vai sobreviver. Quem for mais lento, provavelmente vai perecer. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - ULYSSES TASSINARI - PV - Tem a palavra o nobre deputado Luiz Carlos Gondim.

 

O SR. LUIZ CARLOS GONDIM - PPS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, quero parabenizar os grevistas aqui presentes, que lutam para que sejam escutados pelo Governo do Estado, por seu comportamento exemplar. Quando vocês estiveram na Comissão de Saúde, nós tivemos a ideia de recebê-los aqui no Plenário da Assembleia justamente para que o presidente desta Casa abrisse esse diálogo com o secretário de Saúde e com o Governo do Estado, para que se possa dar uma atenção às suas reivindicações.

Quero comentar a dificuldade que os empresários estão tendo para abrir uma empresa. Quando a empresa é da área da Saúde, existe um documento chamado BPF - Boas Práticas de Fabricação. Para sua obtenção, é preciso que a Vigilância Sanitária vá até a empresa, fiscalize e libere esse documento.

Atualmente os empresários estão sendo tratados como bandidos no Brasil. Você monta a empresa, deixa tudo pronto para funcionar e adquirir a BPF, e, nesse momento, vem a Vigilância Sanitária com seu poder de fiscalizar e punir. Eles não chegam de maneira amigável, dispostos a ajudar quem vai produzir e exportar, eles chegam dizendo que está tudo errado.

Tudo bem, é o serviço deles, mas façam com qualidade, com condições e delicadeza. Já chegam querendo multar, não dão um prazo para que as empresas mudem o que está errado.

A Vigilância Sanitária está com todo esse poder no estado de São Paulo. Em vez de tratar humanamente e ajudar os empresários e seus funcionários, que estão tentando produzir e exportar o produto nacional para que ele possa concorrer com as mercadorias vindas, principalmente, da China, ela os atrapalha.

Na minha cidade tenho ouvido muitos empresários dizendo que irão sair de Mogi das Cruzes porque não suportam mais. Nem sequer um tratamento adequado por parte desses fiscais eles recebem.

Gostaria, então, de chamar a atenção da diretora Lana, cujo trabalho acompanhamos há tanto tempo, e dizer que vou passar isso por escrito, em um documento, para que ela dê atenção às Santas Casas. Que faça vistorias, mas que seja amena com hospitais como o de Salesópolis, Santa Isabel, Mogi das Cruzes, e Suzano. Eles precisam receber verbas do Governo, inclusive as que pedimos por meio de emendas, e não estão conseguindo.

Peço a esses agentes que, quando forem visitar indústrias, principalmente as de materiais médicos, sejam mais humanos. Digam “boa tarde”, não cheguem dizendo “vigilância sanitária” e passando por cima de tudo. Não é essa a atitude que queremos de um órgão fiscalizador.

Sabemos que os produtos devem ser de qualidade e que as coisas devem funcionar bem, mas não deixem o aspecto humano de lado. Não podemos destratar as pessoas. Principalmente as que estão empregando e produzindo. Envio essa mensagem também aos órgãos ambientais que realizam esse tipo de trabalho. Perguntem se esses empresários já entraram com a permissão para o funcionamento da empresa, não cheguem querendo multar ou tratando o empresário como bandido.

Trago aqui as lamentações de empresas e empresários da cidade de Mogi das Cruzes, mas sei que essa situação é frequente em todo o estado de São Paulo. Recentemente levamos um caso relativo à cidade de Barretos à Secretaria do Meio Ambiente, na qual fomos muito bem atendidos. Lá, pela atenção que recebemos do Dr. Cano e do secretário Bruno Covas, já resolvemos o assunto, mas isso na Secretaria do Meio Ambiente.

Na Secretaria de Saúde também deve existir essa humanização, esse tipo de tratamento, para que essas empresas funcionem, empreguem, e possam gerar produtos competitivos no estado de São Paulo.

Como isso não está acontecendo, faremos essa denúncia ao secretário de Saúde, para que fiscalize e vigie a vigilância sanitária.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados e Sras. Deputadas, tem a palavra o nobre deputado José Bittencourt.

 

O SR. JOSÉ BITTENCOURT - PSD - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, senhoras e senhores amigos e colaboradores desta Casa, público presente, gostaria também de registrar nossa solidariedade aos servidores da Saúde que estão aqui presentes, em uma trincheira cidadã, uma vigília permanente com o fim de buscar um entendimento e melhores condições de trabalho e de salário.

Espero que aqueles que detêm a competência para dialogar não emudeçam, pois muitas vezes a pessoa tem condições, competência e, mais do que isso, atribuição legal para fazer a interlocução, mas emudece, em uma verdadeira omissão de sua responsabilidade. Sempre primamos pelo diálogo. A atividade política requer conversação, e não emudecimento.

Gostaria de falar a respeito da decisão da Comissão de Ética criada pelo PSDB, portanto pelo governo do Estado, para se pronunciar a respeito da função exercida agora pelo nosso vice-governador Afif Domingos, que é ministro de Estado da presidenta Dilma.

Quero fazer uma colocação em síntese, pois não há tempo para entrarmos em contraponto e trazermos um pensamento mais elástico a respeito da decisão da Comissão de Ética. A Comissão concluiu pela inconveniência. São cinco juristas, o doutor Kazuo Watanabe pediu vistas e não concluiu ainda, mas os três primeiros já votaram pela inconveniência da ocupação do cargo de ministro pelo vice-governador Afif Domingos no governo federal.

A quem é inconveniente? O argumento do vice-governador é que ele está cumprindo uma missão. A Comissão de Ética não possui competência legal e nem constitucional para falar a respeito desta questão. Quem tem competência para dizer se o vice-governador do Estado pode ser ministro da União é justamente esta Casa. Este parlamento possui a competência maior e, muito mais do que isso, a Constituição do Estado dá plenos poderes a esta Casa, por representação da soberania popular, para decidir a respeito dessa questão.

O que falta é a Casa votar um projeto de lei complementar, porque o artigo 37, parágrafo único, da Constituição do Estado, é muito claro. De acordo com o parágrafo, as atribuições do vice-governador deverão ser definidas por lei complementar. Está escrito na Constituição, elaborada pelos Constituintes Originários, em 1989, neste Parlamento. A Constituição do Estado é a maior lei do nosso estado e precisa ter simetria com a Constituição Federal.

Não há nenhum impedimento na Constituição Federal, na Constituição do Estado e nas leis infraconstitucionais para que o vice-governador Afif Domingos exerça a missão, como ele bem coloca, de ministro da República Federativa do Brasil. Não há incompatibilidade jurídica, não há incompatibilidade funcional.

O vice exerce um posto de expectativa, sendo uma figura decorativa. Não tem, portanto, atribuição legal e constitucional definida para impedi-lo de exercer outro posto, seja na União, no município ou no estado. Essa é a minha argumentação.

Srs. Deputados e Sras. Deputadas, estamos nesta trincheira cidadã. A questão está sendo politizada e não analisada à luz do Direito, como estou fazendo. Estou conversando com as bancadas para elaborarmos projeto de lei complementar definindo de uma vez por todas as atribuições do vice-governador do nosso estado. Aliás, a minuta do projeto já está pronta.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, tem a palavra o nobre deputado Rafael Silva.

 

O SR. RAFAEL SILVA - PDT - Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, o pessoal da Saúde está ansiosamente aguardando, nesta Casa, uma solução. Entendo que o governo do Estado deva negociar ou dar continuidade a negociações para que o assunto seja resolvido.

Enquanto esses funcionários estiverem angustiados, toda a população será prejudicada. Então, peço que os deputados do governo se mobilizem para que a situação seja resolvida.

Outro assunto que me traz aqui é a preocupação com Brasília. O pessoal pode afirmar: “olha, o mais importante é a educação”. Sim, a educação é mais importante que tudo. É o instrumento pelo qual se pode diminuir o hiato entre ricos e pobres, fazendo com que uma pessoa menos favorecida tenha a mínima condição de vida e de dignidade.

Mas o Brasil chegou a uma situação terrível. Hoje assaltos acontecem em todo momento. Aí o camarada resolve atear fogo no dentista e o faz.

Ontem saí da Assembleia por volta de 20 horas e 10 minutos, 20 horas e 20 minutos no máximo. O motorista entrou no acesso à Av. 23 de Maio, cujo trânsito parou repentinamente. Uma senhorita, ou senhora, que estava atrás, na fila da direita, foi assaltada. Ao ser abordada, fez uma gritaria de assustar. Saiu e bateu na traseira do carro da Assembleia, onde eu estava. Os danos foram pequenos, pois o carro estava próximo.

O meu motorista, muito experiente, percebeu a situação. Um jovem, com o pé, deu um coice no vidro da motorista. Coice é o termo exato, porque se trata de um verdadeiro animal. Arrebentou o vidro da motorista. O meu motorista, esperto, esperto, saiu para frente. Ela pegou um espaço e saiu correndo, certamente muito assustada e desesperada. Só não bateu em outros carros porque deve ter uma certa experiência. Houve um assalto ao meu lado. Ela não morreu, porque certamente os marginais não tinham arma. Deviam estar agindo com uma arma de brinquedo. Aconteceu na minha presença.

Entendo que esta realidade tem que ser mudada. Para doença forte e pesada, o remédio tem que ser amargo. No Congresso Nacional, eles falam da diminuição da maioridade penal. É um assunto para ser discutido amplamente e que depende de alteração na Constituição.

Não podemos ter esta discussão de forma longa e demorada. Podemos começar a penalizar os menores de acordo com o ato praticado. Basta mudarmos o ECA e poderemos inclusive mandar ao jovem a informação de que poderá ser punido. Recebendo esta informação, o que estaremos provocando? Provocaremos um fator importante de educação. Educar é colocar limites. Digo que, infelizmente, temos de agir desta forma.

Nossos governantes vão sim ficar preocupados com a Educação. Do jeito atual eles entendem que não podem punir, não sendo obrigados a dar o preparo adequado. O Brasil não pode mais continuar vivendo esta realidade. O México se encontra atualmente em uma situação praticamente irreversível. O crime organizado está infiltrado nas Forças Armadas e nos governos municipais, estaduais e federal do México. A situação é lamentável. O Brasil poderá chegar a esta situação dentro de pouco tempo.

Repito e reafirmo que não é a diminuição da maioridade penal. Se passarmos de 18 para 16 anos, a criança e o adolescente entenderão que podem cometer crimes até 16 anos. Sua consciência se formará dessa forma. Se nós reduzirmos para 14 anos, quem tem 11, 12 ou 13 anos vai entender que pode cometer um crime.

Quero alertar o pessoal de Brasília e os órgãos de comunicação. Conheço um pouco desta matéria. Tenho um estudo de mais ou menos 40 anos dentro deste assunto. O tempo não é longo, mas deu para aprender um pouco. É possível formar sua consciência, na medida em que se dá esta informação para o indivíduo. Como Jung e Freud falaram: ao se dar a informação de que ele poderá ser punido, ocorre a formação do inconsciente. O inconsciente, segundo esses cientistas da área, é mais importante que o consciente.

Sr. Presidente, nobres colegas, devemos sim melhorar a Educação deste País, com escolas de tempo integral, com perspectivas e oportunidades. Mas não podemos deixar correr frouxa esta situação atual. Tenho certeza de que, se nossos governantes em Brasília quiserem, poderá começar a haver mudança neste quadro.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, esgotado o tempo destinado ao Pequeno Expediente, vamos passar ao Grande Expediente.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

* * *

 

O SR. LUIZ CARLOS GONDIM - PPS - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, estou muito preocupado com a gripe H1N1. Como médico, tenho visto que as pessoas infectadas, ao menos em nossa região, têm 30, 40 anos. São vendedores, pessoas que trabalham em mercado. Inclusive, perdemos um nissei que tinha uma banca de frutas no mercado de Mogi das Cruzes.

Nobre deputado Jooji Hato, é uma situação bastante delicada. Houve preocupação em se realizar a vacinação de pessoas com mais de 60 anos, gestantes, pessoas com doenças crônicas, e não tivemos a preocupação com as pessoas que estão em contato direto com a população.  Numa visita que fizemos à Chácara dos Baianos, um assentamento que estamos fazendo em Mogi das Cruzes, eu mesmo estive com um policial num carro, junto com um assessor meu, conversando com ele que estava com uma tosse diferente; e agora ele se encontra internado na UTI; e ele tem 42 anos.

            Então, gostaria que tanto o ministro Padilha quanto o governador Geraldo Alckmin, assim como também o secretário Giovanni Cerri, dêem uma atenção maior às pessoas que estão em contato direto com o público, porque nós podemos ter uma epidemia ou ainda uma pandemia da situação - ela está praticamente incontrolável.

            Sr. Presidente, estamos muito preocupados com essa questão. Precisamos solucionar o mais rápido possível e vacinar essa população que tem contato com o público.

            Sabe como eles estão conseguindo ser vacinados? Hoje mesmo eu recebi um telefonema de alguém pedindo o seguinte: “dá para o senhor dar uma declaração dizendo que eu tenho asma ou que eu tenho bronquite?”

            Então, é muito melhor fazermos com que as pessoas que tenham contato com público, principalmente em comércio, sejam vacinadas.

  Sr. Presidente, esse é um alerta que estamos fazendo aqui em relação ao vírus H1N1. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Parabéns pela lembrança e também pela preocupação com tal questão, nobre deputado Luiz Carlos Gondim. Vossa Excelência que sempre se preocupa com a saúde da população, tem o nosso total apoio. Vamos pedir ao secretário, ao governador, ao ministro para que vacinem essas pessoas que estão em contato permanente com a população.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, quero utilizar a tribuna pelo art. 82, do Regimento Interno, pela liderança do PSOL.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - É regimental. O nobre deputado Carlos Giannazi tem a palavra pelo art. 82, pela liderança do PSOL, pelo tempo regimental.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PELO ART. 82 - Sr. Presidente em exercício, nobre deputado Jooji Hato, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público presente, servidores da Saúde, quero aqui fazer um agradecimento aos líderes partidários, a todos os 93 Srs. Deputados e Sras. Deputadas, que nos ajudaram a aprovar na data de ontem o PLC nº 13/13, que alterou a Lei nº 1074/2008, referente aos cargos do Magistério, de professores de educação infantil, do ensino fundamental e do ensino médio da Universidade de São Paulo. Na verdade, as propostas contidas no PLC 13/13 foram construídas e apresentadas pelo magistério da Universidade de São Paulo. Trata-se de um projeto que tem a anuência, que teve a participação dos professores e professoras da USP.

As propostas transformaram-se num projeto de lei complementar que foi protocolado aqui pelo governo estadual e nós pedimos a aprovação do caráter de urgência desse projeto; fiz um apelo no Colégio de Líderes, e todos os presentes concordaram; expus os motivos para que o projeto tramitasse em caráter de urgência, porque ele corrige uma injustiça e aperfeiçoa também a Lei nº 1074, principalmente no que tange à questão das fachas dos vencimentos dos professores, e, sobretudo adéqua as carreiras do Magistério, porque estamos tratando, nesse projeto, de três carreiras de professores, de educação infantil, de ensino fundamental, e de ensino médio, a LDB, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.

O Colégio de Líderes concordou e acatou o pedido de urgência; o nosso pedido de urgência que protocolamos foi aprovado pelos parlamentares da Assembleia Legislativa, e ontem mesmo, em uma sessão extraordinária, conseguimos agilizar a aprovação e o projeto foi, de fato, aprovado na data de ontem, fazendo justiça e atendendo a uma demanda importante dos professores da educação infantil, ensinos fundamental e médio da Universidade de São Paulo. Isso foi muito importante. A Assembleia Legislativa deu uma grande contribuição para que pudéssemos investir na valorização do Magistério.

Esse precisa ser o comportamento da Assembleia Legislativa, ela tem que ser ágil no que tange à valorização dos profissionais não só da Educação, mas da Saúde, nos projetos que chegam a esta Casa e que são propostos não somente pelo governo, mas, sobretudo pelos deputados. Existem vários projetos de lei tramitando na Assembleia Legislativa dando conta da melhoria, da valorização dos servidores da Saúde, da Educação, da Segurança Pública, do Sistema Prisional, mas estão todos parados. Então, a Assembleia Legislativa precisa ser rápida porque quando esses projetos são aprovados beneficiam não só os servidores, mas toda a população. Os 42 milhões de habitantes ganham com essa agilidade na aprovação dos projetos.

É inconcebível que tenhamos na Assembleia Legislativa mais de 600 projetos prontos para serem votados parados em uma pauta de votação travada, sem contar com os mais de 500 vetos que também estão estagnados esperando para serem votados.

Faço um agradecimento especial ao deputado Olímpio Gomes que concordou em não obstruir esse projeto. Ele está utilizando o Regimento Interno corretamente para obstruir a pauta da Assembleia Legislativa, tem todo o nosso apoio, mas abriu uma exceção a esse projeto porque sempre defendeu os servidores e esse projeto defende os servidores da Educação, os professores da Universidade de São Paulo. É um projeto que tem um significado imenso para esses servidores.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PELO ART. 82 - Ontem, o deputado Pedro Tobias fez uso da tribuna e noticiou em primeira mão a decisão da Comissão de Ética do Estado de São Paulo em relação ao caso do vice-governador e, agora, ministro da Secretaria da Micro e Pequena Empresa, Guilherme Afif Domingos, que acumula de uma forma inusitada dois cargos ao mesmo tempo e em diferentes entes federativos, Governo do Estado de São Paulo e Governo Federal. Ele é vice-governador do governo Alckmin, do PSDB, oposição ao governo federal, e ao mesmo tempo é ministro da presidente Dilma Rousseff, do PT, adversária do governador Geraldo Alckmin. A Comissão de Ética do governo estadual apresentou um parecer contrariando esse acúmulo de cargo, dizendo que há ilegalidade no ato, pois, em tese, o vice-governador do estado de São Paulo não pode acumular dois cargos ao mesmo tempo. O parecer diz que há a impossibilidade e inconveniência no acúmulo desses dois cargos. Isso só reforça a nossa tese.

Protocolamos na Mesa Diretora uma representação pedindo que a Assembleia Legislativa vote aqui uma resolução pela perda do mandato de vice-governador do Guilherme Afif Domingos, porque ao assumir o novo cargo no governo federal ele já foi nomeado ministro. Portanto, ele abandonou o cargo de vice-governador que, em tese, o cargo está vago, mas ninguém toma uma providência concreta e jurídica.

O Brasil inteiro é contra esse acúmulo de cargo. Já virou motivo de piada porque é um fato inusitado, é surreal. Também há uma indignação generalizada por parte da população, principalmente nos setores mais críticos e informados da sociedade, mas nenhum setor toma uma providência real para resolver essa situação.

Nós, do PSOL, protocolamos um requerimento, uma representação para a Mesa Diretora, e ao mesmo tempo fomos ao Ministério Público e também protocolamos uma representação pedindo que seja oficializada a saída do vice-governador, porque ele foi eleito pela população, ele jurou à Constituição. Portanto, esse acúmulo de cargo é ilegal, é inconstitucional, fere as Constituições Federal e Estadual.

Nós fizemos várias consultas jurídicas em relação à legalidade desse acúmulo de cargos, e constatamos que ele é ilegal. Tanto é que o nosso pedido já foi aceito pela Mesa Diretora e pela Procuradoria da Assembleia Legislativa. Agora, se encontra nas mãos do relator, Cauê Macris. Espero que ele apresente um parecer que reflita a legalidade e, sobretudo, a vontade da população que não aceita essa incoerência política, essa afronta à ética e a esse comportamento do Guilherme Afif Domingos.

Do ponto de vista pessoal eu não tenho nada contra ele, mas ele não precisava manchar a sua biografia dessa maneira: acumulando dois cargos ao mesmo tempo e fortalecendo cada vez mais uma cultura política que nós tanto queremos mudar no Brasil, que é a política voltada apenas para a busca de cargos, de espaços na Administração Pública. Ainda mais de um partido como o dele, o PSD, que foi criado apenas para ocupar espaço porque é um partido que não é nem de esquerda, nem de direita e nem de centro. É o partido da boquinha, que tem como meta principal, como objetivo central, ocupar espaços e cargos públicos nas Administrações, independentemente da ideologia e do caráter programático partidário. Então, o comportamento do vice-governador vem apenas confirmar e fortalecer essa política fisiológica, clientelista e de negociata.

Então, quero fazer um apelo aqui ao deputado Cauê Macris para que ele apresente um parecer digno e que a decisão venha para o plenário da Assembleia Legislativa; que seja formulado um projeto de resolução pela Comissão de Constituição e Justiça, e que o conjunto da Assembleia Legislativa possa decidir sobre a perda do cargo de vice-governador Guilherme Afif Domingos que, em nossa opinião, já abandonou o cargo porque ele foi para Brasília, agora ele é ministro e não tem mais nenhum compromisso com São Paulo.

Para finalizar, Sr. Presidente, nobre deputado Jooji Hato, nós vamos viver mais um caso inusitado porque, provavelmente, no próximo domingo o governador Geraldo Alckmin viajará a Paris, onde deverá permanecer até a próxima quinta-feira. Com isso o ministro deverá ser exonerado do seu cargo, em Brasília, para assumir o governo estadual, em lugar do governador Geraldo Alckmin. É um fato inusitado! Depois ele volta e será nomeado novamente. Ou para burlar a legislação, ele terá que viajar para fora do país para que não seja decretado abandono do cargo. Ou seja, ele vai burlar a legislação, vai gastar dinheiro público para fazer uma viagem artificial, que é para inglês ver, apenas para não perder o seu cargo de vice-governador, ou seja, a confusão está formada.

Ontem, eu acompanhei aqui a intervenção do deputado Pedro Tobias, que até ontem era o presidente do diretório estadual do PSDB. Ele estava criticando duramente o senador Aloysio Nunes, do seu partido, o PSDB, porque escreveu um artigo no jornal "Folha de S. Paulo", no último sábado, criticando a saída de Guilherme Afif Domingos, defendendo, na verdade a permanência dele nos dois cargos. Ao ser criticado pelo deputado Pedro Tobias, atacou-o com muita deselegância, chamando-o, parece-me, de um idiota. Ou seja, o PSDB está em chamas, está numa grande contradição em relação a esse caso. Então, nós fazemos um apelo ao deputado Cauê Macris para que apresente um relatório, um parecer que reflita todas essas contradições, para que possamos decidir aqui, no Plenário, e não na Comissão de Constituição, Justiça e Redação. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. OSVALDO VERGINIO - PSD - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, deputado Jooji Hato, estava reunido com o pessoal das cooperativas, motivo pelo qual não pude ficar em Plenário. Nós utilizamos esta Tribuna porque é muito importante cobrarmos alguma coisa aqui ou falar realmente o que o povo quer ouvir.

Nós falamos das questões das cooperativas que estão enganando o povo, colocando imóveis fictícios em terrenos e vendendo apartamentos, dizendo que o valor é menor. Em seguida, iniciam a obra, entregam alguns apartamentos e depois não entregam mais. Alguém é lesado; alguém sofre com isso. Para que utilizamos esta Tribuna? Para dizer que viemos investigar as cooperativas do estado de São Paulo. Vossa Excelência vê a quantidade de cooperados que estão vindo nos procurar nos gabinetes. Isso é importante, e é por isso que temos que utilizar sempre esta Tribuna, para cobrar o direito do cidadão, o direito do povo. Foi isso que eu fiz.

Quero repetir o que já disse a respeito das cooperativas que estão enganando o povo do estado de São Paulo, vendendo apartamentos e casas que não existem. Vamos à busca, vamos investigá-las e, se possível, colocá-las na cadeia, porque não podem fazer o que estão fazendo com as pessoas: vendendo imóveis que não são deles, construindo apartamentos em terras que não são deles e vendendo paras as pessoas, enganando-as. As pessoas possuem o direito de ter a sua casa, um direito legal, que está na Constituição Federal. Todos nós temos direito de habitação, mas não se pode enganar as pessoas.

Quero cumprimentar os advogados que me procuraram, dizendo-lhes que estou aberto a qualquer conversação. Vou conversar com o presidente da Comissão da Habitação e também com o secretário de Habitação de São Paulo, para que possamos realmente solucionar esses problemas, que são grandes. São muitas pessoas que não conseguem adquirir a documentação do seu imóvel, que foram enganadas, não conseguem buscar sua escritura. Só conseguem obtê-la se pagarem 12 mil reais, que seriam o resíduo da Caixa Econômica Federal, que na verdade não existe. Isso não pode acontecer.

Vou apenas dar um conselho: Jardim São Francisco, de Osasco; Jardim Wilson; Taboão da Serra, Raposo Tavares - em todos esses lugares há apartamentos, são mais de 2000 apartamentos que estão com problemas. Casas populares, como a cooperativa do Jardim Cirino. As pessoas não podem sofrer dessa forma. Estão se humilhando para adquirir um documento que já é direito deles, pois já pagaram seu apartamento; e ainda assim estão sendo cobrados deles 12 mil reais para que adquiram sua escritura. Cooperativas, vocês não vão fazer o que querem. Podem ter certeza de que o povo, quando vota em um político, quando vota em um homem, sabe que há uma pessoa que irá lutar por eles. É assim que eu farei: lutarei por vocês e vamos conseguir resolver o problema de todas as cooperativas do estado de São Paulo, doa a quem doer, porque temos que fazer o que for melhor para a população.

  Outra grande repercussão, que tem havido no nosso estado, é a questão do aluguel: deve haver pessoas aqui que pagam aluguel. Tenho certeza de que vocês trabalham suado, pagam aluguel, não é verdade? Então, pedi para que o governo federal e o estadual inscrevam as pessoas que pagam aluguel no Programa Minha Casa, Minha Vida, na Casa Paulista, na CDHU. Só têm direito a referidos programas as pessoas que invadem terras e depois as vendem por mixaria.

Há muitas pessoas nos procurando, enviando emails para relatar que estão de acordo. Elas me apoiam. O governo do estado de São Paulo já anunciou que encontrará uma maneira para inscrever pelo menos 25% das pessoas que pagam aluguel, valendo-se do critério de contratos: abrangendo as pessoas que têm contratos acima de dois anos.

Afinal, é justo para com aquelas pessoas que tiram todo mês o dinheiro sagrado do seu salário para pagar aluguel.

O ex-presidente Lula já dizia que pagar aluguel é a pior desgraça do mundo - com o perdão da palavra. É muito triste a pessoa ter de tirar, todo mês, R$ 600,00 de sua renda para pagar o aluguel, deixando de comprar algo para sua casa, ou vestimentas para seu filho.

Então, pedimos encarecidamente à Secretaria de Habitação de São Paulo e ao Ministério da Cidade que incluam no programa Minha Casa Minha Vida as pessoas que pagam aluguel. Em Osasco, o prefeito já está realizando essa inclusão.

Os prefeitos, dentro dos projetos que apresentam ao governo federal, podem acrescentar certa percentagem de pessoas que pagam aluguel. E não simplesmente chegar a uma área livre, apontar para as pessoas e dizer: “Vocês vão para apartamentos.” É evidente que elas têm direito, mas as pessoas que pagam aluguel também os têm.

 

O SR. OSVALDO VERGINIO - PSD - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, solicito o levantamento da presente sessão.

 

  O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, esta Presidência vai levantar a sessão. Antes, porém, convoca V. Exas. para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental, sem Ordem do Dia, lembrando-os ainda da sessão solene às 10 horas com a finalidade de homenagear os 19 anos da Opesp - Ordem dos Parlamentares do Estado de São Paulo - e prestar tributo a Mazzaropi.

Está levantada a sessão.

 

* * *

 

- Levanta-se a sessão às 15 horas e 52 minutos.

           

* * *