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18 DE JUNHO DE 2012

081ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidentes: JOOJI HATO e ADILSON ROSSI

 

Secretário: LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - JOOJI HATO

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

002 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Fala sobre evento da Frente Parlamentar de Empreendedorismo, realizado no Sescon-SP, em conjunto com a Frente de Empreendedorismo da Câmara Federal. Dá conhecimento dos temas discutidos na reunião. Reflete acerca do papel das micro e pequenas empresas no Estado e no País. Faz menção a ações do Governo Federal no sentido de fortalecê-las. Relata as dificuldades enfrentadas pelos pequenos empreendedores do Estado de São Paulo. Destaca o papel dos mesmos na geração de empregos.

 

003 - ADILSON ROSSI

Assume a Presidência.

 

004 - JOOJI HATO

Informa que hoje, dia 18/06, nesta Casa, será realizada sessão solene em homenagem aos primeiros imigrantes japoneses a chegarem ao Brasil. Destaca as contribuições trazidas por estes migrantes. Lamenta o número de crimes ocorridos atualmente no País. Ressalta a importância de maiores investimentos em educação e segurança pública. Informa que no Japão a polícia não porta armas de fogo. Reflete acerca da pluralidade racial que compõe este País.

 

005 - Presidente ADILSON ROSSI

Cumprimenta o Deputado Jooji Hato pela solenidade a ser realizada hoje, em homenagem aos 104 anos da imigração japonesa no Brasil. Registra a presença do Prefeito de Araçatuba, Senhor Aparecido Sério.

 

006 - CARLOS GIANNAZI

Combate a prisão de 26 alunos do campus de Guarulhos da Universidade Federal de São Paulo. Questiona as razões que levaram à prisão dos alunos. Destaca a presença do Deputado Federal Jean Wyllys durante a manifestação. Demonstra preocupação com recentes repressões dos Governos Federal e Estadual a movimentos sociais. Recorda desocupação do bairro do Pinheirinho, que considerou violenta. Combate o que considerou uma tentativa de criminalização do movimento estudantil.

 

007 - JOOJI HATO

Assume a Presidência.

 

008 - CARLOS GIANNAZI

Retoma seu discurso acerca de intervenção policial ocorrida durante manifestação dos alunos da Universidade Federal de São Paulo. Menciona o número de Universidades Federais atualmente em greve. Informa haver sido votado o relatório do plano nacional de educação, no Congresso Nacional. Considera insuficiente o valor de 8% do PIB a ser investido em Educação. Ressalta a importância dos movimentos estudantis.

 

009 - CARLOS GIANNAZI

Faz menção a projeto, de sua autoria, que institui limite de alunos por sala de aula. Sugere a apreciação em plenário da matéria. Lamenta a influência exercida pelo Executivo Estadual nesta Casa. Considera insuficiente a autonomia deste Legislativo. Critica o número de salas de aula com superlotação. Menciona projeto, de sua autoria, que trata da inclusão de alunos com necessidades especiais de aprendizagem na rede pública de educação.

 

010 - CARLOS GIANNAZI

Requer o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

 

011 - Presidente JOOJI HATO

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 19/06, à hora regimental, com ordem do dia. Lembra a realização de sessão solene, hoje, às 20 horas, com o intuito de "Comemorar os 104 anos da imigração japonesa no Brasil". Levanta a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Luiz Claudio Marcolino para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra a nobre Deputada Beth Sahão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marco Aurélio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rafael Silva. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Tobias. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Cauê Macris. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vitor Sapienza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato. (Na Presidência.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Cezar. Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Massafera. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Mentor. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Dilmo dos Santos. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Cardoso Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alencar Santana Braga. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Heroilma Soares. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Fernando Capez. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alex Manente. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado André Soares. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Paulo Rillo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edinho Silva. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Samuel Moreira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Milton Leite Filho. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Reinaldo Alguz. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Telma de Souza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Celso Giglio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Neves. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Gerson Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Regina Gonçalves. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Hamilton Pereira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adilson Rossi. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Célia Leão. (Pausa.)

Esgotada a lista de oradores inscritos para falar no Pequeno Expediente, vamos passar para a Lista Suplementar.

Tem a palavra o nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlão Pignatari. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Celso Giglio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Adilson Rossi.

 

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O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas e funcionários desta Casa, no dia de hoje nós realizamos mais uma atividade conjunta da Frente Parlamentar do Empreendedorismo da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo com a Câmara Federal e tivemos a honra de sermos recebidos na Sescon-SP, na Avenida Tiradentes.

Essa atividade foi importante para apresentarmos o balanço de algumas ações realizadas desde o ano passado como a Carta de São Paulo; a criação da Subsecretaria de Apoio a Micro e Pequena Empresas, anunciada no último dia 17; a questão da disciplina do empreendedorismo em dois cursos de capacitação semestral e uma capacitação de dois anos ministrada pelo Senai em parceria com o Sebrae e convênio com a Secretaria da Educação.

Outro ponto são algumas alterações que teremos com os empreendedores individuais e um debate sobre a questão de uma Lei Geral da Micro e Pequena Empresa do Estado de São Paulo, que é o ‘Abc’ da candidatura a prefeitos, que não só irá discutir a questão Lei Geral para o Estado de São Paulo como também políticas públicas voltadas para as micro e pequena empresas no Estado de São Paulo.

Outra ação que realizamos nesta Casa foi o seminário para debater o microcrédito para micro e pequenas empresas, a economia solidária e o empreendedor individual.

Essas ações e debates foram realizados, mas ainda têm alguns gargalos a serem enfrentados, são os gargalos estruturais, para que possamos fazer efetivamente o debate do papel da micro e pequena empresa não só no Estado de São Paulo, mas em todo o País.

O Governo Federal já realizou algumas ações: a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, o Simples; a ampliação dos limites de crédito; as compras governamentais e a redução dos juros. Mas é necessário que seja debatido alguns pontos importantes no caso do Estado de São Paulo. Primeiro é a questão da substituição tributária. Os empresários, principalmente da micro e pequena empresa no Estado de São Paulo, têm reclamado muito da substituição tributária porque hoje essas empresas antes de vender um produto, já estão pagando um tributo e imposto para o Estado de São Paulo

Outro problema é a questão das compras governamentais. Não dá para você ter a micro e pequena empresa competindo com a grande empresa num processo de licitação. Então muitas prefeituras ou mesmo o Governo do Estado ou o Governo Federal tem problemas em relação à licitação. A lei em vigência não faz uma diferenciação e muitas vezes a micro e pequena empresa acaba não tendo condições de disputar com a média e grande empresa no nosso Estado, no nosso País.

Outro ponto ainda é a questão das grandes obras. Teremos a Copa de 2014 e até agora não temos nenhum mecanismo que garanta para a micro e pequena empresa uma participação mais efetiva para estruturação do Estado em relação à Copa de 2014.

Temos de pensar no processo de exportação. Em boa parte dos países, hoje a micro e pequena empresa já é responsável por quase 50% da exportação do seu país. No caso do Estado de São Paulo a micro e pequena empresa tem um mercado ínfimo. Ainda não tem uma participação efetiva no PIB brasileiro, no PIB estadual. Ela tem também uma certa dificuldade no processo de exportação. Algumas parcerias já foram feitas. Temos uma parceria com a Sescon/SP e agora com Rogério Amato, até para fortalecer o trabalho da Frente Parlamentar do Empreendedorismo que nesta Casa é coordenada pelo Deputado Itamar Borges, do PMDB - eu sou o vice-coordenador representando a Bancada do Partido dos Trabalhadores.

A micro e pequena empresa é importante para o desenvolvimento do nosso Estado, a micro e pequena empresa é importante para o desenvolvimento do nosso País.

O Governo Federal tem feito mudanças estruturais, o Governo do Estado fez algumas propostas que ajudam a fortalecer a micro e pequena empresa, mas ainda é insuficiente pela demanda e pela representatividade que ela tem para a geração de emprego no Estado e no País.

É necessário que pensemos ações estruturais que efetivamente venham fortalecer a micro e pequena empresa no Estado.

Nesse sentido elenquei algumas ações, como a substituição tributária para desburocratizar o processo de fortalecimento de empresas. Esta foi uma das demandas colocadas pelo debate que fizemos hoje no Sescon.

É necessário segurança jurídica, é necessário financiamento para que ela possa alargar o prazo de pagamento. Quase todos os impostos e tributos são pagos no mesmo período. É importante alargar esse prazo para que as empresas tenham um fôlego. ‘Não, mas estamos discutindo o capital de giro’. Sim, mas que possa ter um, dois, três meses para efetuar o pagamento desses impostos.

Hoje, a substituição tributária cobra do empresário, que tem de pagar na origem. Nesse sentido é importante que haja um prazo de um, dois, três meses entre a produção, a compra da mercadoria e a venda para que ela possa pagar ao Estado de São Paulo.

Este debate foi muito importante no dia de hoje e vai criando uma maturidade nos municípios, nos estados e na União para um olhar mais efetivo para a micro e pequena empresa. Algumas ações foram simbólicas, mas há que se pensar de forma estrutural o fortalecimento dessa micro e pequena empresa no nosso Estado.

 

O SR. PRESIDENTE - ADILSON ROSSI - PSB - Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, no dia de hoje venho à tribuna para convidar a todos para a Sessão Solene a realizar-se às 20 horas quando iremos homenagear os primeiros imigrantes japoneses que há 104 anos vieram do Japão e aportaram em Santos no primeiro navio trazendo os primeiros pioneiros: o Kasato Maru.

O sonho deles era vir ao país enriquecer, ganhar e ajudar este país. Mas o sonho deles de voltar ao Japão não se tornou realidade. Os imigrantes japoneses enraizaram-se no interior deste Estado e País, trabalharam muito na lavoura e na agricultura, tiveram seus filhos, construíram a sua história e com muitas lágrimas, sofrimento, trabalho duro e, sobretudo preconizando a educação ajudaram muito o Brasil. Os imigrantes sempre orientaram os seus filhos para que estudassem, trabalhassem e possuíssem muita coragem para ajudar esta Nação que eles adotaram como pátria.

Sou brasileiro, descendente de japoneses, e morei perto do Mato Grosso, na Alta Paulista, trabalhei puxando enxada, lavrando a terra. Às vezes quando colhíamos o amendoim, o algodão e o café, em cima das sacarias após as colheitas, alguns começavam a cantar músicas para matar a saudade daquele país localizado do outro lado do globo terrestre, uma nação fraterna e amiga, o Japão. Junto com as cantigas nipônicas eles também faziam comidas típicas como o ‘sushi’ e o ‘onigiri’ para ajudar a diminuir a saudade da pátria. O legado importante que nos deixaram foi que trabalhássemos e trilhássemos o caminho do bem, da honestidade. O caminho que todos preconizam no Japão, a seriedade e organização. Esse é um dos maiores legados deixados às gerações: a segunda geração, nisseis, filhos de japoneses; a terceira geração sanseis, netos de japoneses, e a quarta geração, yonseis, bisnetos de japoneses.

Os pioneiros sonhavam com um país bom, seguro e que tivesse ordem pública. Eles buscavam incessantemente o trabalho para que todos tivessem qualidade de vida, porém esse sonho não se tornou realidade porque infelizmente o nosso País atualmente vive uma crise de violência sem precedentes na história da nossa nação: os arrastões que acontecem nos prédios, os garupas de moto envolvidos frequentemente em assaltos à terceira idade, pessoas que trabalharam a vida inteira e quando vão retirar a sua aposentadoria são assaltados na saída do banco, entre outras situações de violência. Além disso, eles sonhavam com um país que tivesse uma educação e cultura forte, e nós, brasileiros descendentes de japoneses ou não, haveremos de conquistar esse sonho buscado incessantemente pelos nossos ascendentes orientais, fazendo com que este País seja mais organizado, isento de violência e que possua ordem pública.

Nobre Presidente desta sessão, Deputado Adilson Rossi, que preside a Comissão de Segurança desta Casa, os imigrantes japoneses sonhavam com um Brasil que não sofresse com a violência, semelhante ao Japão onde os policiais não usam armas. Lá todos preconizam a vida, dando importância àquilo que é mais importante e sagrado, o direito de ir e vir e manter os nossos corações batendo sem ser bruscamente interrompidos pela violência.

No dia de hoje, digo aos telespectadores presentes ou não neste plenário, que tenho a esperança que esta Casa de Leis abençoada por Deus, possa fazer projetos extremamente importantes para que possamos conquistar segurança, ordem pública e educação, pois se conseguirmos combater a violência estaremos economizando recursos, e esses recursos serão destinados à Cultura, para o Esporte, para a Saúde, para a Educação, enfim, para setores fundamentais. Dessa forma estaremos realizando o sonho dos nossos pioneiros, o sonho dos nossos imigrantes.

Vejo, neste momento, adentrando ao plenário o nosso querido Presidente, Deputado Baleia Rossi, que tem uma convivência muito grande com os nipo-brasileiros lá de Ribeirão Preto, que sempre têm dado apoio à sua vida pública.

Hoje comemoraremos os 104 anos da Imigração Japonesa no Brasil, com já realização de um evento nesta Casa. Aproveito para convidar a todos a participar deste evento e talvez até saborearmos um sushi, um onihiri, um nishimê, um temaki na noite de hoje. Estão todos convidados. Muito obrigado Sr. Presidente desta sessão Deputado Adilson Rossi.

Vamos estar juntos nesta tarefa ao lado de outras raças porque esse é um País multirracial. A raça japonesa é uma das tantas existentes neste País, onde se congrega a paz, a fraternidade, o amor e o trabalho.

Aqui temos várias raças que compõem este País, Brasil multirracial e que convivem harmonicamente.

Vemos na José Paulino, por exemplo, árabes e Judeus se congraçando. Na Liberdade vemos coreanos, chineses e japoneses num harmônico congraçamento.

Em vários pontos deste País só há fraternidade, só amizade e aquilo que mais desejamos que é o amor. Muito obrigado Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ADILSON ROSSI - PSB - Esta Presidência, desde já, quer parabenizar o Deputado Jooji Hato, pela sessão solene a ser realizada nesta Casa, exaltando a Colônia Japonesa presente na nossa Cidade, no nosso Estado. Esta Presidência também registrar aqui a visita do Sr. Prefeito da Cidade de Araçatuba, Aparecido Sério, que nos honra com sua visita nesta Casa. Muito obrigado Prefeito. Dando continuidade aos oradores inscritos para o Pequeno Expediente tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi, pelo tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente em exercício, nobre Deputado Adilson Rossi, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público presente, servidores da Assembleia Legislativa, telespectadores da TV Assembleia que nos assiste no interior paulista, na capital, na grande São Paulo, na Baixada Santista, quero saudar aqui nosso Prefeito e Deputado Estadual Cido Sério. Foi nosso colega aqui da Assembleia Legislativa. É um prazer recebê-lo aqui de volta nobre Deputado Cido Sério.

Na sexta-feira próxima passada, estivemos acompanhando na Superintendência da Polícia Federal, aqui em São Paulo, na região da Lapa, nas proximidades da ponte do Piqueri, a prisão de 26 alunos da Universidade Federal de São Paulo, que estavam fazendo um movimento estudantil em defesa de uma Universidade pública, gratuita e de qualidade, uma Universidade inclusiva.

Sr. Presidente, esses alunos foram presos pela Polícia Federal porque ousaram denunciar o sucateamento, a precariedade das condições de funcionamento da Universidade Federal de Guarulhos, que é uma Universidade Pública. Eu fiquei extremamente preocupado porque esse tipo de comportamento governamental e administrativo nos remete aos tempos dos anos de chumbo da Ditadura Militar. Vi cenas horríveis na Polícia Federal quando acompanhava, juntamente com o Deputado Federal, Jean Willis, que estava em São Paulo em várias atividades importantes e por coincidência ele pode participar e também acompanhar o que aconteceu com esses 26 alunos. O Deputado Jean Wyllys é membro da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados.

Foi muito importante, porque os dois mandatos do PSOL, o dele e o nosso, conseguiram, por exemplo, impedir que esses alunos fossem encaminhados da Polícia Federal para o Cadeião de Pinheiros. É isso que aconteceria não fosse a nossa intervenção e a nossa negociação na Polícia Federal.

Algo muito sério estava acontecendo ali, Sr. Presidente. Estudantes que reivindicam uma universidade pública, que reivindicam uma gestão democrática da universidade pública foram punidos, presos, inclusive muitos deles machucados pela Polícia Militar de São Paulo e encaminhados para a Polícia Federal. É preocupante porque estamos assistindo a uma escalada de repressão e de criminalização de movimentos sociais no nosso País do movimento estudantil, do movimento de moradia.

Acompanhamos, no início deste ano, um verdadeiro massacre social no Pinheirinho, bairro de São José dos Campos, um massacre patrocinado pelo Governador Geraldo Alckmin e pelo prefeito de São José dos Campos, ambos do PSDB. Estivemos lá, tentando impedir aquela barbárie social, que colocou na rua seis mil pessoas que moravam no Bairro do Pinheirinho, desde 2004. Era um bairro já estabelecido naquela região. O bairro foi totalmente desarticulado através da Tropa de Choque; dois mil soldados foram mobilizados para massacrar socialmente os moradores do Pinheirinho. A população pobre e excluída, mulheres grávidas, idosos, deficientes físicos estão até hoje procurando um teto, porque não houve nenhum tipo de ação do Governo para ampará-los, apenas para jogá-los no olho da rua.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato.

 

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Acompanhamos na USP a mesma intervenção, a mesma criminalização. O Reitor Rodas vem criminalizando o movimento estudantil, abrindo processos, não só administrativos e acadêmicos, mas também processos criminais contra estudantes e funcionários, e agora essa história se repete também na Universidade Federal de Guarulhos, com estudantes presos na Polícia Federal por formação de quadrilha, um verdadeiro absurdo.

Fazer movimento estudantil hoje significa ser enquadrado como formadores de quadrilha. É um contrassenso imenso se lutamos tanto pela democracia, pela cidadania. É inconcebível que isso esteja acontecendo também no âmbito federal. O fato é que os alunos foram libertados na noite de sexta-feira, às 10 horas, por conta de ações judiciais protocoladas na Justiça Federal. O juiz, de forma séria e coerente, entendeu que não era formação de quadrilha, que a Polícia Militar estava errada, que a Polícia Federal também.

Deixo aqui o meu protesto, a minha indignação em relação a esse tipo de comportamento. Parece-me que o reitor da Universidade de São Paulo, João Grandino Rodas, está fazendo escola aqui no nosso País. Pensei que o pior já tivesse acontecido, que só o Rodas criminalizasse, chamasse a Polícia para reprimir as manifestações e o movimento estudantil universitário. Parece-me que não; parece-me que o Governo Federal está tendo o mesmo comportamento, porque esses alunos foram presos. É a segunda vez que os alunos da Universidade Federal de Guarulhos foram presos porque estão se manifestando e respondem já processos criminais. Isso é muito grave, Sr. Presidente, é a criminalização do movimento estudantil.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra novamente o nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, Sr. Presidente, assim posso dar continuidade ao meu pronunciamento.

Então há um processo real de criminalização; aí é o PSDB e o PT de mãos dadas criminalizando movimentos que questionam as estruturas estabelecidas. Foi muito grave o que aconteceu na Universidade Federal de Guarulhos.

Estamos tomando providências aqui, fazendo requerimentos de informação ao Comando da PM, e o Deputado Jean Wyllys do PSOL, que é membro da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, também está tomando várias providências em relação à Unifesp, ao MEC e em relação à Polícia Federal. Não vamos aceitar esse processo de criminalização do movimento estudantil, nem na USP, nem nas nossas Universidades estaduais e nem nas federais que, por sinal, estão vivendo uma grande crise.

Das 59 Universidades federais, 55 estão em greve há mais de um mês, porque estão sendo sucateadas, precarizadas, e estão paralisadas em todo o território nacional. Cursos de graduação, pós-graduação e extensão estão paralisados por conta de uma greve dos docentes.

Os alunos estavam certos: a situação é grave. Os alunos denunciam a precarização da expansão dessas Universidades federais, que são Universidades ocas. Muitas delas não têm nem os prédios, como é o caso de Guarulhos. É a Universidade do papel, que na prática não oferece a infraestrutura básica para o seu funcionamento e para a oferta da qualidade de ensino. Foi contra isso que os alunos da Unifesp de Guarulhos se manifestaram. E foram estigmatizados e criminalizados pelo Governo Federal.

Fica aqui o nosso repúdio e a nossa denúncia em relação a esse fato gravíssimo de agressão à cidadania e à democracia, sobretudo da falta de investimento no Ensino Superior brasileiro.

Este é um momento importante. O Brasil acabou de votar o relatório especial do Plano Nacional de Educação. Lutamos para que o Brasil pudesse investir, no mínimo, 10% do PIB em Educação pública. No entanto, o relator do projeto, que é da base do Governo Federal, apresentou uma proposta inferior aos 10%, dizendo que o Brasil só vai investir 8% em Educação pública.

É pouco: 10% já não seriam suficientes, por conta da dívida histórica, por conta da falta de investimento que tem marcado a história da Educação brasileira. Desde o seu início o Brasil nunca verdadeiramente investiu em Educação pública de qualidade. Por isso o País tem uma dívida com a escola pública. E 10% seriam insuficientes, mas seria possível investir hoje na Educação pública.

O fato é que o Governo Federal orientou o seu Deputado, da sua base governista, a apresentar no relatório um dispositivo dizendo que o Brasil vai investir apenas 8%, até 2020. Isso não paga minimamente a dívida com a Educação pública. Enquanto o Brasil não investir mais na Educação, teremos o sucateamento, a degradação e a falta da oferta de qualidade na Educação Infantil, no Ensino Fundamental, no Ensino Médio e no Ensino Superior.

Essa tem sido a nossa grande luta hoje em todo o território nacional, pressionando os governos municipais, estaduais e a União a investirem mais recursos, organizarem a reforma educacional e, sobretudo valorizando de fato o Magistério, os professores, através de salários dignos, através de jornadas adequadas de trabalho, através de condições adequadas e humanizadas de trabalho, através da redução do número de alunos por sala.

Essa tem sido a nossa grande luta no Brasil, para que a Educação pública melhore. Mas, sem investimentos e sem a aplicação real da gestão democrática da Educação pública, não avançaremos.

O que houve na Universidade de Guarulhos foi uma repressão descabida, desnecessária, aos alunos da Unifesp. Incentivamos muito que os alunos participem de grêmios estudantis, de centros acadêmicos, diretórios acadêmicos, diretórios centrais acadêmicos, que os nossos alunos participem do movimento estudantil da UNE, UEE, Umes. É importante porque, ali, o aluno realiza o pleno exercício da cidadania, participa da vida política e social do seu País.

No entanto, ao mesmo tempo em que isso está na legislação brasileira, o Governo Federal reprime a manifestação, criminalizando os estudantes. Alunos de 19, 20 anos, que estão iniciando as vidas, já são criminalizados, respondendo processos criminais por formação de quadrilha e perturbação da ordem.

A Presidente Dilma participou de vários movimentos revolucionários, pegou em armas contra a ditadura militar. E ela estava correta. A Presidente lutou contra a ditadura militar, foi presa e torturada. É inconcebível que ela autorize que membros do seu governo joguem a Polícia contra estudantes que estão fazendo a mesma coisa: lutando pela democracia, lutando por uma universidade pública e gratuita.

Na Assembleia Legislativa, tramitam dois projetos do nosso mandato da área da Educação. Um deles já foi totalmente aprovado em todas as comissões e está pronto para ser votado no Plenário, desde que haja o interesse e a vontade política - eu diria não da Assembleia Legislativa, porque quem manda nesta Casa não são os deputados, mas o Palácio dos Bandeirantes. Logo, não existe autonomia, não existe independência do Poder Legislativo, como reza a Constituição Federal e a Constituição Estadual. Essa autonomia é só no papel; só para inglês ver. Na prática, é o Governo Federal que decide o que se vota e o que não se vota; quem será convocado e quem não será convocado. Por meio da base aliada, o PSDB controla a Assembleia Legislativa. Aqui, não passa um projeto sem autorização do Governador Geraldo Alckmin.

É bom que a população saiba porque não conseguimos aprovar projetos aqui. Há projetos tramitando, mas eles não são aprovados porque é necessário pedir a bênção, a autorização, a chancela, o carimbo do Governador Geraldo Alckmin. Mesmo quando aprovado, muitas vezes o projeto é vetado pelo próprio Governador. Foi assim nos outros governos, com Serra, Goldman, Mário Covas. Infelizmente, diria que o Parlamento está dominado pelo Governo Estadual.

De qualquer forma, continuamos pressionando e lutando, junto com a opinião pública, os movimentos sociais e as entidades representativas da Educação, pelo nosso Projeto 517/2007, do nosso primeiro mandato. Esse projeto foi um dos primeiros que protocolamos na Assembleia Legislativa, e ainda não foi aprovado. É um projeto importante e estratégico para a melhoria da Educação pública do Estado de São Paulo, para as mais de 5.000 escolas. Ele poderá ajudar a viabilizar a oferta da qualidade de ensino, já que institui o limite de alunos por sala de aula. Na prática, acaba com a superlotação de salas. Atualmente, a Rede Estadual possui salas superlotadas, e várias redes municipais também. Nas redes particulares, existem escolas que cobram caríssimo, mas também superlotam as salas, inviabilizando o processo de ensino e aprendizagem, inclusive o padrão de qualidade.

No Estado de São Paulo temos também esse fenômeno perverso de superlotação de salas, com 45, 50 alunos. Este projeto que apresentamos foi construído coletivamente pelos professores das redes públicas. É um pouco produto das discussões já feitas na luta histórica dos professores, do Magistério público, do fórum nacional e do fórum estadual em defesa da escola pública. Propomos um limite de alunos por sala. O nosso projeto estabelece que nas séries iniciais do ensino fundamental tenha no máximo 25 alunos por sala - de primeira a quarta série; de quinta à oitava série, no máximo 30 alunos; no ensino médio, 35 alunos por sala. O nosso projeto dá um tempo de transição para que o Governo faça planejamento e construa escolas para que o Estado consiga atender toda a demanda escolar, e que nenhuma criança fique fora da escola estadual. Haverá um prazo de cinco anos para que o Governo faça essa transição. É um projeto sério que irá beneficiar a educação pública e que tem de ser votado. Mas o projeto está aqui parado na Assembleia Legislativa.

Fazemos um apelo a todos os deputados, a todos os partidos políticos, porque este projeto é suprapartidário. Embora seja do nosso mandato, é um projeto que vai beneficiar não só aos alunos e professores, mas também a toda a sociedade.

Peço apoio também a outro projeto que está no mesmo diapasão deste primeiro, o de nº 517, que é o Projeto nº 07, de 2009, que também limita o número de alunos com necessidades especiais de aprendizagem. É uma área totalmente abandonada pelo poder público. Hoje, um aluno que tem necessidade especial de aprendizagem não tem escola para ele, nem particular, nem pública. É muito difícil conseguir uma vaga, a não ser que tenha muito dinheiro para pagar essas escolas, mas que também são poucas. O aluno fica então totalmente excluído do processo educacional porque não existe de fato a inclusão desses alunos. Ou, quando ela existe, é feita de forma precarizada. E uma das grandes precariedades em relação a esse atendimento é que as salas são superlotadas.

Este nosso projeto diz que quando uma sala recebe um aluno com necessidade especial de aprendizagem, esta sala tem de ter um número inferior de alunos em relação a outras. Se tiver 25 alunos, terá de ter 18 alunos por causa deste aluno que precisa de um atendimento mais individualizado e personalizado.

São então dois projetos importantes que tramitam aqui e que são contribuições que estamos dando à Secretaria da Educação, para as cinco mil escolas da rede estadual e cinco milhões de alunos matriculados na rede estadual. Pedimos o apoio de toda a Assembleia Legislativa e apelamos ao Governador Geraldo Alckmin, e aos Srs. Deputados a votarem estes dois projetos.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, solicito o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, esta Presidência, cumprindo determinação constitucional, adita a Ordem do Dia da Sessão Ordinária de amanhã, com o Projeto de lei nº 615, de 2010, vetado.

Havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, esta Presidência vai levantar a sessão. Antes, porém, convoca V. Exas. para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental, informando que a Ordem do Dia será a mesma da sessão de hoje, e o aditamento anunciado, lembrando-os ainda da Sessão Solene a realizar-se hoje, às 20 horas, com a finalidade de comemorar os 104 anos da Imigração Japonesa.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 15 horas e 14 minutos.

 

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