26 DE AGOSTO DE 2024

110ª SESSÃO ORDINÁRIA

        

Presidência: CARLOS GIANNAZI e EDUARDO SUPLICY

        

RESUMO

        

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - CARLOS GIANNAZI

Assume a Presidência e abre a sessão às 14h03min.

        

2 - EDUARDO SUPLICY

Assume a Presidência.

        

3 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

4 - LUCAS BOVE

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

5 - CARLOS GIANNAZI

Assume a Presidência.

        

6 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

7 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

8 - EDUARDO SUPLICY

Assume a Presidência.

        

9 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

10 - CARLOS GIANNAZI

Assume a Presidência.

        

11 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

12 - CONTE LOPES

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

13 - EDUARDO SUPLICY

Assume a Presidência.

        

14 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

GRANDE EXPEDIENTE

15 - PRESIDENTE EDUARDO SUPLICY

Cumprimenta o vereador Carlos Jorge, de Severínia, presente em plenário.

        

16 - CARLOS GIANNAZI

Pelo art. 82, faz pronunciamento.

        

17 - CARLOS GIANNAZI

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

        

18 - PRESIDENTE EDUARDO SUPLICY

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 27/08, à hora regimental, com Ordem do Dia. Levanta a sessão às 15h09min.

        

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Carlos Giannazi.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente.

Dando início à lista de oradores inscritos no Pequeno Expediente, com a palavra o deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Com a palavra o deputado Reis. (Pausa.) Com a palavra o deputado Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.) Com a palavra o deputado Delegado Olim. (Pausa.) Com a palavra a deputada Leci Brandão. (Pausa.)

Com a palavra o deputado Donato. (Pausa.) Com a palavra o deputado Rômulo Fernandes. (Pausa.) Com a palavra o deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Com a palavra o deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Eu gostaria de chamar o deputado Eduardo Suplicy para presidir esta sessão.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Eduardo Suplicy.

 

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O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - Tem a palavra o deputado Carlos Giannazi, pelo tempo regimental, líder do PSOL.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Eduardo Suplicy; deputado Reis; telespectador da TV Assembleia. Sr. Presidente, ontem, domingo, dia 25 de agosto, foi o dia da humilhação. Sr. Presidente, foi um dia em que nós tivemos um dos maiores ataques à dignidade humana do Magistério estadual.

Eu me refiro aqui à prova realizada pela Secretaria da Educação, com a Vunesp, do processo seletivo simplificado - o que já é um absurdo, Sr. Presidente, existir esse tipo de prova, que tem validade apenas por um ano, que mobiliza uma boa parte do Magistério estadual para o contrato precarizado. Isso que é a questão.

Acontece, Sr. Presidente, que ontem os professores foram humilhados, foram maltratados, foram vítimas de uma das maiores crueldades e perversidades da Secretaria da Educação e da Vunesp. Muitos deles, Sr. Presidente, não conseguiram chegar às escolas. Nós tivemos incêndios criminosos em todo o estado de São Paulo - eu vou falar sobre isso daqui a pouco - e os professores, em várias regiões, foram impedidos de chegar às escolas por conta de estradas bloqueadas. A situação é de calamidade pública.

Sem contar que muitas escolas, Sr. Presidente, fecharam os portões até mesmo antes do horário. Eu tenho aqui... Nós recebemos centenas de denúncias, vídeos e reclamações em todo o Estado; não foi de uma única região, não.

Eu tenho aqui os vídeos, Sr. Presidente, imagens - que eu gostaria de mostrar aqui - dessa situação em várias escolas que foram os polos das provas do PSS. Os professores foram humilhados; muitos deles ficaram na chuva, não podiam entrar nem antes do horário, antes da abertura do portão; ficaram tomando chuva, Sr. Presidente. Foi um absurdo o que aconteceu.

Nós vamos pedir providências em relação a isso, porque o que vai acontecer na prática? Os professores e professoras que não conseguiram acessar as escolas e os portões a tempo - por vários fatores - não poderão trabalhar no ano que vem, Sr. Presidente; ficarão sem aulas. Olha só. Vamos ter mais desemprego em massa.

Nós já temos a situação dos contratos de 2021. Todos estão acompanhando. Nós estamos em uma luta aqui, pedindo para a Secretaria da Educação prorrogar esses contratos - enquanto vai chamando os aprovados no concurso, logicamente. Então, nós já vamos ter - se os contratos não forem renovados, prorrogados - milhares de professoras e professores demitidos agora no final do ano, por conta do contrato de 2021.

E agora, com essa situação que eu estou citando - que é de calamidade pública, que é de uma perversidade, de uma crueldade, Sr. Presidente, contra o Magistério estadual, contra as pessoas que foram prestar as provas no dia de ontem -, nós vamos ter mais professores desempregados e a falta de professores na rede.

Até porque o governo não está, Sr. Presidente, chamando o número que existe de cargos do concurso. Ele falou que vai chamar apenas 15 mil ou 18 mil aprovados no concurso público de provas e títulos.

Sr. Presidente, nós temos quase 100 mil professores categoria “O” na rede estadual de ensino. Então tem que chamar todo mundo; tem que efetivar os professores aprovados, que são muitos; e muitos deles são esses que estão inclusive tendo que... Que terão seus contratos agora vencidos em 2021, Sr. Presidente.

Então, olha, foi grave o que aconteceu ontem. Nós queremos uma apuração rigorosa. Nós queremos providências imediatas da Secretaria da Educação - e nós vamos tomar outras providências também. E, também, exigir que a Secretaria da Educação promova uma outra prova, uma outra alternativa para esses... Quem fez a prova, fez; vai garantir a sua classificação. Agora, quem não fez, por vários motivos que ocorreram...

Por exemplo, na região de Ribeirão Preto, onde tem o maior número de incêndios, era inviável, Sr. Presidente, a locomoção. Muitos professores naquela região não conseguiram acessar essas escolas.

E também os horários, as informações de que os portões seriam abertos antes das 8 horas, por exemplo, às 7 horas e 45 minutos, essa informação não chegou para muitos professores que não tiveram acesso a essa informação. E mesmo quem chegou antes, 7 horas e 42 minutos, 7 horas e 43 minutos, também não conseguiram entrar. 

Então, tem várias reclamações que nós exigimos providências e que esses professores e essas professoras não sejam prejudicados, Sr. Presidente, que eles possam ter uma alternativa para continuar lecionando também no ano que vem.

Muito obrigado, Sr. Presidente. 

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Cumprimento-o, deputado Carlos Giannazi, por aqui trazer um importante evento que precisa ser objeto da atenção. Tem a palavra agora o deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Danilo Campetti. (Pausa.)  Deputado Caio França.  (Pausa.)  Deputado Barros Munhoz. (Pausa.) Deputada Paula da Bancada Feminista. (Pausa.) 

Eu seria o próximo, mas faço a inversão, porque eu vou continuar a chamada com a Lista Suplementar, para que eu, então, possa ter a palavra. Delegado Olim. (Pausa.)  Deputado Enio Tatto. (Pausa.)  Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Agora, deputado Reis, que vai trocar. 

Agora, ele abriu mão para se inscrever daqui a instantes. Então, tem a palavra o deputado Lucas Bove, por favor, pelo tempo regimental.

 

O SR. LUCAS BOVE - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Senador Eduardo Suplicy, muito boa tarde. Antes de cumprimentar os demais, eu gostaria aqui, só de fazer um registro, agradecer tanto ao Sr. Senador, sempre senador, quanto ao deputado Reis, a gentileza em me cederem o tempo, em alterarem a lista, porque, de fato, eu tenho outro evento. Sei que o tempo de todos vocês também é bastante precioso, muito ocupados, e agradeço, portanto, o gesto.

Contem sempre também com a minha cordialidade, sempre que possível. Bem, boa tarde, Sr. Presidente, boa tarde aos nobres policiais, militares e civis que sempre garantem a nossa segurança aqui, às assessorias partidárias do governo, ao pessoal da TV Alesp, ao Wagner, a todos que nos acompanham pelas mídias sociais. Bem, eu subo à tribuna para falar sobre um assunto muito triste, mais uma vez.

Infelizmente, eu pude presenciar pessoalmente, ao longo do fim de semana, as queimadas que estão devastando e assolando o interior do nosso Estado, assim como o Brasil todo. Queria pedir para o Wagner da cabine aí, por gentileza, passar brevemente as imagens no telão para aqueles que ainda não tiveram a oportunidade de ver a infelicidade que vem ocorrendo. 

Rodovias foram fechadas, as pessoas foram proibidas de transitar entre os municípios, plantações, pastos, animais, equipamentos, muita coisa foi perdida. A qualidade do ar também piora de maneira significativa. Eu estive na região de Bebedouro no fim de semana e pude respirar aquele ar, infelizmente, bastante contaminado. 

Muito bem, como eu disse, decorrente desses incêndios, vem perda de lavoura, perda de pastos, perda de equipamentos, perda de animais, de estoques, de construções, enfim, de tudo aquilo que se faz presente nas cidades, nas fazendas e nas regiões afetadas. Uma consequência direta disso é, sem dúvida nenhuma, o aumento do preço dos alimentos e dos combustíveis, porque muitos canaviais, muitas usinas foram atingidas.

O etanol influencia não só no preço do próprio etanol, mas também na gasolina, porque existe no Brasil um percentual de etanol contido na gasolina que é vendida nos postos. Então, esse é um grande problema. Existem fortes indícios de incêndios criminosos, e mais do que indícios, a polícia militar, a ambiental, a polícia civil, todos estão trabalhando muito, já existem meliantes presos, inclusive, supostamente, confessos, inclusive, em relação aos crimes cometidos.

E, é claro, resta nítido que vários desses incêndios foram de fato criminosos. Deixar claro aqui: todo e qualquer incêndio, toda e qualquer queima dessa forma é criminosa; o que muda é se ele é doloso ou se ele é culposo. Então, eu estou tratando aqui dos casos que têm dolo, os casos que possuem dolo.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Carlos Giannazi.

 

* * *

 

O produtor rural paulista e brasileiro é aquele que mais preserva o meio ambiente, é o grande responsável pela preservação do meio ambiente. Só aqui, por exemplo, no nosso bioma, 20% de toda a área que seria cultivável ou de toda a área de qualquer propriedade deve e é preservada pelo produtor.

Se o produtor não preserva, ele paga fortíssimas, altíssimas multas. E é justamente nesse sentido que eu gostaria de colocar para vocês um projeto de lei que eu acabo de protocolar, que vem para complementar todas as ações que estão sendo tomadas pelo Governo do Estado, tanto em relação à liberação de recursos para recuperação, para recompra de equipamentos, para alterações que precisem ser feitas, quanto também em questão de multas e tudo o mais.

Esse meu projeto de lei visa complementar o belo trabalho que o secretário Piai e que o governador Tarcísio vêm fazendo. É um projeto que visa anistiar todos os produtores rurais e proprietários de terra do estado de São Paulo de possíveis multas relacionadas às queimadas que ocorreram até a data de hoje, pelo menos, quando já está começando a chover - e talvez a gente tenha uma redução nesse número.

Obviamente, o meu projeto exclui dessa anistia todos aqueles que tenham o seu dolo comprovado. Portanto, se algum produtor rural, se algum proprietário de terra for comprovadamente o culpado por aquele incêndio, com dolo, ele certamente não gozará dessas anistias.

Para além disso, o projeto também autoriza o Governo do Estado a tomar diversas outras providências no sentido de apoiar o produtor rural, que é quem contribui e é quem é a base da nossa Economia, do nosso PIB no estado de São Paulo.

Gostaria, portanto, de solicitar o apoio de todos os deputados desta Casa. Deixo bem claro que eu espero que esse seja um projeto da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

Peço para que aqueles que se sentirem confortáveis, para que aqueles que apoiam o agronegócio, para que aqueles que querem reduzir o preço dos alimentos, para acabar com a fome no Brasil, assinem como coautores. Pretendo solicitar ao presidente desta Casa a tramitação em regime de urgência desse projeto. Já conversei com o secretário Piai; conto com o apoio dele. Conversarei também com o governador e com o presidente André do Prado.

Neste momento, é muito importante que apoiemos os produtores rurais, para garantirmos que eles consigam se recuperar e consigam continuar a alimentar o Brasil e o mundo.

Era isso, Sr. Presidente.

Muito obrigado pela atenção.

Uma boa semana, uma semana abençoada a todos.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Dando sequência à lista de oradores inscritos no Pequeno Expediente, agora na Lista Suplementar, com a palavra o deputado Suplicy, que fará uso regimental da tribuna.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Eu gostaria, Sr. Presidente, deputado Carlos Giannazi, de solicitar que possa ser colocado no ar o vídeo sobre o que se passou, com o falecimento de um migrante nesses últimos dias no aeroporto de Guarulhos. No dia de hoje, eu enviei ofício para o ministro da Justiça e da Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, acerca da situação extremamente preocupante que está ocorrendo com pessoas migrantes no Aeroporto Internacional de Guarulhos.

Na última terça-feira, 20 de agosto, tive acesso à Recomendação nº 7354699, da Defensoria Pública da União, que relata a visita realizada no dia 15 de agosto na área restrita do Terminal 13 do aeroporto de Guarulhos, em que foram constatadas diversas violações de direitos humanos.

Também tomei conhecimento sobre a morte do Sr. Evans, imigrante proveniente de Gana que foi encaminhado ao Hospital Geral de Guarulhos no dia 11 de agosto, e veio a falecer no dia 13 de agosto. Hoje, tive acesso ao vídeo enviado pela sua irmã Priscila, que justamente retrata a triste situação em que Evans estava no aeroporto. No vídeo, é possível ver o frio extremo que ele sentia e que estava adoentado.

É grave a situação que os mais de 400 imigrantes estão passando no Aeroporto de Guarulhos. Leio o trecho do referido documento da Defensoria Pública da União: “Assim persiste o entendimento da Defensoria Pública da União de que o tempo de espera e as condições materiais dos potenciais solicitantes de refúgio são inadmissíveis e fogem de qualquer padrão de razoável, expondo um número elevado de centenas de pessoas a condições de degradantes, falta de alimentação adequada, falta de higiene e riscos à vida e à saúde, especialmente com relação a crianças e adolescentes.

A situação de fome, frio, falta de atendimento, saúde, condições mínimas de higiene e local para dormir coloca pessoas já tão vulneráveis em situação que deveria ser inaceitável pelo Estado brasileiro.

O Brasil é signatário de diversos tratados internacionais, além de possuir uma legislação muito avançada. A respeito dos temas de migrações e refúgio, devemos ser um país que não apenas receba os migrantes, mas que os acolha em toda sua integridade.”

Em nota publicada no site do Ministério da Justiça, na quinta-feira, 22 de agosto, foi anunciada que a partir desta segunda-feira, dia 26, hoje, portanto, o passageiro em trânsito que não tiver visto de entrada no Brasil e tem como destino final outro país terá que seguir viagem ou retornar à localidade de origem.

Conforme a nota, a justificativa de tal medida é combater o tráfico e o contrabando de pessoas, já que a Polícia Federal relata haver um abuso do instituto de refúgio no Brasil para que as pessoas sigam rotas migratórias irregulares, principalmente para os Estados Unidos e o Canadá.

Porém, acredito que esta medida de endurecer a entrada de imigrantes no país não será efetiva para evitar esse problema, que é sim sério e precisa ser combatido. O contrabando de imigrantes e o crime organizado de tráfico de pessoas devem ser combatidos com inteligência, com uso de tecnologias, punindo os verdadeiros responsáveis sem, no entanto, criminalizar as pessoas migrantes e refugiadas.

Ao dificultar o acesso ao pedido de refúgio e ao mandar as pessoas de volta para os seus países, o Brasil está criminalizando o imigrante, que é a vítima nessas situações. Cabe ressaltar que o princípio da não devolução da Convenção de Genebra de 1951, do qual o Brasil é signatário, proíbe o retorno forçado de refugiados para seus países.

Fiz o apelo ao ministro para que esta medida seja revertida e que sejam adotadas medidas de melhor acolhimento aos que aqui chegam, para evitarmos o que está acontecendo no aeroporto de Guarulhos. Que sejamos a expressão de um mundo sem fronteiras, acolhendo, protegendo e integrando todos imigrantes e refugiados.

Então, eu acho que é muito importante que venhamos a modificar esse estado de coisas. Eu espero que o bom senso, o discernimento e experiência do ministro Lewandowski poderá contribuir para termos um melhor resultado.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Com a palavra agora o deputado Reis, que fará uso regimental da tribuna.

 

O SR. REIS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Cumprimentar o presidente deputado Carlos Giannazi, o público presente, os integrantes da Polícia Civil, da Polícia Militar, da Polícia Penal, da Polícia Técnico-Científica, cumprimentar todos os funcionários desta Casa e todos aqueles e aquelas que estão nos acompanhando pela Rede Alesp.

Dizer que acho importante o projeto do deputado Lucas Bove, que ele falou, sobre a questão das queimadas, tem casos que realmente não é criminoso, mas tem criminosos que estão pondo fogo aí, que eles chamam de “agosto ardente”.

Então, a polícia tem de agir com rigor e esses criminosos têm de ir para a cadeia. E, obviamente, o projeto do deputado Lucas Bove tem que convencer o governador a não vetar, porque o vetador está com a caneta dele lá, só esperando a produção da Assembleia Legislativa para vetar.

Hoje eu fiquei sabendo que ele vetou até o “Dia do Cão Policial”. É um absurdo o que esse governador faz com essa prática de destruir a produção legislativa dos senhores deputados e das senhoras deputadas.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Eduardo Suplicy.

 

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Mas, presidente, agora assumindo o presidente Suplicy, eu quero deixar registrado, neste Pequeno Expediente, o que a Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil está registrando, está trazendo para a gente. Ela está mostrando uma expansão alta, muito expressiva, de número de unidades habitacionais vendidas no segundo trimestre deste ano.

Então, nós temos um aquecimento da economia, o governo Lula trabalhando fortemente para que nós tenhamos um crescimento, que nós tenhamos desenvolvimento, e isso está repercutindo no número de apartamentos que estão sendo vendidos.

Os números mostram um patamar nunca antes visto na história do Brasil, ou seja, nunca se vendeu tanto imóvel quanto no segundo trimestre deste ano. A Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil informa que foram vendidas 93.743 unidades, o que significa um aumento de 18% em relação ao segundo trimestre do ano anterior.

Só em unidades do “Minha Casa, Minha Vida”, que é um programa habitacional do governo federal, programa que inclusive foi criado pelos governos do PT para as classes de menor renda, o aumento foi de quase 50% de unidades vendidas.

Juntando todas as unidades vendidas, foram negociados 53 bilhões de reais. As razões, quais as razões desta elevada demanda das famílias brasileiras? Por um lado, o emprego, a renda e o crédito que estão crescendo. Tem mais emprego, tem mais salário e também os bancos estão financiando mais.

Tanto é que a taxa de desemprego nossa já é a metade do que era em relação ao governo anterior. Porque o governo anterior falava muito, mas não fazia nada. Era um governo falastrão, que ia lá para o cercadinho brigar com o povo, mas a economia estava indo à bancarrota e o povo brasileiro sofrendo muito.

Isso é para a população ver que quando quer fazer as coisas, como elas realmente acontecem. Por outro lado, os juros estão menores e a inflação também está em baixa. Olha que nós chegamos a uma inflação no governo anterior de cerca de 10%, e hoje a inflação está controlada. Isso indica uma facilidade na hora de tomar o crédito. Ou melhor, os juros estão menores nos financiamentos imobiliários.

Com a inflação mais baixa, também sobra um dinheirinho para as famílias. O resultado desses fatores é que muita gente está conseguindo realizar o sonho da casa própria. Sendo também uma ótima notícia, porque a construção civil gera muito emprego.

A construção civil é importantíssima. A gente espera que, nesse processo eleitoral, a gente possa ter o nosso projeto ganhador. Porque o nosso projeto, encabeçado pelo nosso candidato Guilherme Boulos, é um projeto que prevê investimento muito forte na construção de habitação popular.

Mas, além desta ótima notícia, preciso chamar a atenção dos senhores deputados e do público que nos acompanha para os indicadores econômicos. Empregos, salários e renda que geram mais empregos, salários, renda e investimento.

Por fim, contra fatos não há argumentos. Então, não se pode negar que o presidente Lula e o ministro Fernando Haddad estão colocando o Brasil no caminho certo; a economia tem melhores fundamentos, possibilitando às famílias melhorarem suas condições de vida.

Esperamos o melhor posicionamento dos partidos no Congresso Nacional, porque acima de eventuais divergências ideológicas é preciso pensar antes e acima de tudo no povo brasileiro e no futuro do nosso País.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Cumprimentos ao deputado Reis. Tem a palavra agora o deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Eduardo Suplicy, gostaria primeiramente de anunciar aqui a honrosa presença na Assembleia Legislativa do vereador da cidade de Severínia, o vereador Carlos Jorge, um defensor da educação pública e das áreas sociais da cidade dele.

Inclusive tem feito um trabalho importante na defesa da implantação do Piso Nacional do Magistério Nacional, mas que haja um reajuste digno para as professoras da rede municipal de Severínia. Então, parabéns, vereador, pelo seu trabalho incansável na Câmara Municipal.

Sr. Presidente, nós tivemos na quinta e sobretudo na sexta-feira os incêndios em todo o estado de São Paulo, em várias regiões do estado de São Paulo. Nós temos vídeos e mais vídeos circulando nas redes sociais, na imprensa, temos imagens.

Eu quero mostrar uma das imagens aqui, Sr. Presidente, do que aconteceu sobretudo no interior paulista em várias regiões: na região de Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Araraquara.

Em vários pontos do estado, nós tivemos ao mesmo tempo incêndios. Isso é muito estranho. A Polícia Federal está investigando esses incêndios, a Polícia Civil, porque há fortes indícios de que esses incêndios foram produzidos, eles foram organizados.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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São incêndios criminosos, Sr. Presidente, que repetem sobretudo o que aconteceu em 2019, quando foi o “Dia do Fogo”, quando os ruralistas no interior do Pará colocaram fogo na Floresta Amazônica - todos se lembram desse caso - para expandir a criação de gado. Então nós temos suspeitas logicamente e vários indícios de que houve uma organização, que esses incêndios, que essas queimadas foram organizadas, Sr. Presidente, não só no estado de São Paulo, mas também em outras regiões do Brasil.

Logicamente que nós vivemos a emergência climática, o superaquecimento e não tem como mais ser negacionista ambiental num momento como esse. No Rio Grande do Sul, enchentes; no estado de São Paulo, fogo. Então nós temos que mudar o nosso entendimento sobre a questão climática, o nosso modo de produção, o nosso modo de consumo, a nossa relação com a natureza.

Mas eu quero chamar a atenção, Sr. Presidente, que esses incêndios poderiam ter sido evitados ou amenizados, porque acontece que o ex-governador Doria extinguiu, em 2019, três institutos importantes que têm a ver com a questão ambiental.

Eu me refiro aqui ao Instituto Florestal, ao Instituto Geológico e ao Instituto de Botânica. Eles foram praticamente extintos e até agora o governo Tarcísio não recriou esses institutos fundamentais para evitar exatamente o que está acontecendo hoje no estado de São Paulo.

Três instituições sérias, respeitadas, com cientistas, com pesquisadores, com funcionários, com servidores que poderiam ter evitado uma boa parte desses incêndios, mas até agora nada, Sr. Presidente. Eu apresentei aqui o PL 37, o Projeto de lei nº 37, que recria o Instituto Florestal, o Instituto Botânico, o Geológico e a Sucen também, que foi nesse pacote extinta.

A Sucen, que combatia sobretudo a dengue, foi extinta também na gestão Doria e nós temos que recriar os três institutos e a Sucen. O projeto de lei está tramitando e eu já peço apoio aqui de todos os deputados e deputadas para que o PL 37 seja aprovado, agora sim, em caráter de emergência, Sr. Presidente, porque a situação é grave em todo o estado de São Paulo.

Então, nós temos aqui também outras fotos, Sr. Presidente, que quero destacar, que é, exatamente, de uma área experimental em Sertãozinho, que é uma área do estado, uma área de pesquisa.

E uma outra, acho que é a outra imagem, que eu não sei se eu mandei para vocês. Acho que não, não é? Mas, por exemplo, Sr. Presidente, tem uma outra área experimental que foi totalmente incendiada - sem contar que o governo está privatizando várias áreas de pesquisa, e, ao mesmo tempo, essa área foi incendiada.

Nós estamos perdendo uma boa parte, Sr. Presidente, da nossa fauna, da nossa flora do estado de São Paulo, e tudo isso tem a ver também com o modelo de ocupação do solo, com a monocultura, sobretudo da cana de açúcar, que está destruindo o interior paulista, não é de hoje, criando as tempestades de areia no interior paulista e agora esses incêndios.

Nós temos que valorizar, incentivar fazendo uma contraposição, Sr. Presidente, da monocultura que destrói as cidades, que destrói a agricultura, com a agricultura familiar. Nós temos que incentivar a agricultura familiar e a agroecologia, porque é esse tipo de agricultura que coloca comida na mesa do povo brasileiro. Não é o agronegócio.

O agronegócio exporta soja e outros produtos para a Europa, para os Estados Unidos, para o Japão, sobretudo para a Europa - exporta ração para porcos na Europa. Mas, não traz, não coloca alimento na mesa do povo brasileiro, quem coloca o alimento é a agricultura familiar, é o MST, que é o maior produtor de arroz orgânico do Brasil e, talvez, da América Latina. Então, uma agroecologia é fundamental, a agricultura familiar tem que ser incentivada, Sr. Presidente.

Para terminar, a recriação imediata do Instituto Florestal, do Instituto Geológico e do Instituto de Botânica. Eles devem ser recriados imediatamente, porque são instrumentos, são órgãos fundamentais no combate e, sobretudo, na prevenção, Sr. Presidente, dessas queimadas e da devastação ambiental do estado de São Paulo.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Cumprimento o deputado Carlos Giannazi, sempre apontando importantes falhas que acontecem nas áreas de Educação e todas no estado de São Paulo. Tem agora a palavra o deputado Eduardo Suplicy. Por isso, peço que o deputado Carlos Giannazi possa novamente presidir os nossos trabalhos.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Carlos Giannazi.

 

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O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Dando sequência à lista de oradores inscritos no Pequeno Expediente, já na Lista Suplementar, com a palavra o deputado Eduardo Suplicy, que fará uso regimental da tribuna.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Presidente deputado Carlos Giannazi, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, eu trago hoje para o plenário o tema das eleições dos Estados Unidos, destacando a candidata e atual vice-presidente Kamala Harris, que cresceu nas pesquisas nesses últimos dias.

“Kamala fez história ao se tornar a primeira mulher, a primeira pessoa negra e a primeira pessoa de ascendência sul-asiática a ocupar o cargo de vice-presidente dos Estados Unidos, mas sua importância foi muito além dos marcos que ela alcançou.

Ela é uma pioneira. Uma mulher que carrega nos ombros o peso de muitas outras e o sonho de um mundo mais justo e inclusivo. Como ela mesma disse: “Eu sou a primeira mulher a ocupar este cargo, mas não serei a última”. Suas palavras nos lembram de que, para cada barreira que é quebrada, estamos abrindo o caminho para gerações que virão.

Não podemos negar a influência dos Estados Unidos no mundo e o quanto a sua eleição nos afeta. Não podemos discutir o papel de Kamala Harris sem reconhecer a ameaça que Donald Trump e suas ideias representam para essa mesma democracia. Trump não é apenas um político, é um símbolo de uma retórica divisiva que busca enfraquecer as instituições democráticas e minar a confiança pública. Seu discurso e suas ações tentaram normalizar o racismo, a xenofobia e o autoritarismo.

É vital agora, mais do que nunca, que nos levantemos contra essas ideias. A democracia pode ser frágil e, como nos mostram os últimos anos, pode ser ameaçada por aqueles que colocam os seus próprios interesses acima dos princípios democráticos.

Combater Trump e os representantes da extrema direita em nosso próprio país e suas ideologias não é apenas uma luta política, é uma luta moral pelos direitos de cada cidadão e pelo futuro das próximas gerações.

Embora o discurso de Kamala Harris tenha sido direcionado ao público estadunidense, ele ressoa profundamente em nosso contexto aqui no Brasil. Vivemos tempos de polarização intensa, onde a disseminação pela desinformação e o discurso de ódio têm encontrado terreno fértil para crescer. A ascensão de movimentos de extrema direita em nosso país tem se apoiado, muitas vezes, na manipulação da verdade e na promoção da violência.

Em um momento de grande polarização, a vice-presidente falou sobre a esperança de união e a promessa inacabada de sua nação. Kamala Harris destacou o que muitos de nós sentimos nos últimos tempos: uma sensação de perda, de desânimo, mas também de esperança renovada. Ela pontuou sobre a necessidade de enfrentar os desafios do medo, da divisão e do ódio com coragem e determinação.

Kamala mencionou sua mãe, uma mulher que imigrou para os Estados Unidos em busca de uma vida melhor e que lhe ensinou a importância da justiça, do trabalho árduo, do serviço aos outros. É uma história que inclui muitas famílias não só nos Estados Unidos, mas também em nosso País.

Ao elogiar Kamala Harris, não estamos apenas reconhecendo suas realizações pessoais, mas também o compromisso que ela e outros líderes têm de promover a justiça, a igualdade e a dignidade para todos. É um chamado para que cada um de nós também assuma a responsabilidade de ser parte da solução, de trabalhar pelo bem comum e de não se resignar ao desespero ou à apatia.

A vice-presidente também destacou que a verdadeira liderança não se trata de dividir, mas de unir; não se trata de espalhar medo, mas de inspirar a esperança; e não se trata de derrubar os outros, mas de elevá-los. Nesse contexto, suas palavras foram um lembrete poderoso de que temos o poder de escolher que tipo de nação queremos ser e que tipo de líderes queremos seguir.

Sr. Presidente, essa mensagem é crucial para todos nós, independentemente de onde estamos no espectro político. Podemos todos concordar que nossa responsabilidade como representantes do povo é agir pelo bem de todas e todos. Devemos fazer nossa parte para uma sociedade mais justa, equitativa e esperançosa.

Em um momento em que vemos uma disputa local pela Prefeitura de São Paulo que caminha para o desrespeito, falsas informações e a total ausência de propostas, que possamos todas e todos, inspirados pelas palavras da vice-presidente Harris, renovar nosso compromisso de trabalhar juntos por um futuro melhor.

Sr. Presidente, já foi aprovado por esta Casa Legislativa que, nesta semana, eu vou representar a Assembleia Legislativa e o Brasil no 23º Congresso Internacional da Rede Mundial da Renda Básica, The Basic Income Earth Network, também tão conhecida por Bien.

Aconteceu que, lá por volta de 1984, Philippe Van Parijs e dois colegas seus apresentaram um trabalho no Colégio da Europa, na Bélgica, e conseguiram, através de um trabalho tão bem feito sobre os fundamentos da renda básica, ganhar o primeiro prêmio, quatro mil dólares, com estes recursos.

Philippe Van Parijs resolveu convidar para se reunirem na Universidade Católica de Louvain, na Bélgica, em 1986, cerca de 50 dos melhores professores e estudiosos, filósofos, economistas, cientistas sociais, sobre como combater a pobreza, ter maior igualdade e felicidade em cada país.

E eis que resolveram fundar, primeiramente, aquilo que se denominou Basic Income European Network, com Guy Standing, Claus Offe, Karl Wilder, e tantos outros grandes economistas.

Pois bem, vai ser realizado, na Universidade de Bath, o 23º Congresso Internacional da Bien, e, então, deputado Conte Lopes, com autorização aqui de todos os membros da Assembleia Legislativa, eu sigo hoje para a Inglaterra, Bristol, Londres, e, no dia de amanhã, seguir para a cidade de Bath, onde, nesta universidade, se realizará esse congresso que vai reunir centenas de pessoas de países de todos os continentes e, certamente, poderei aprender mais para levar adiante a proposta da Renda Básica Universal, conforme o Congresso Nacional aprovou há 20 anos, o presidente Lula sancionou.

E, como está na Lei 14.601, que restabeleceu o “Bolsa Família”, extinguiu o “Auxílio Brasil” e diz que o “Bolsa Família” constitui uma etapa da gradual implementação da universalização da Renda Básica de Cidadania.

Então, quero dizer que acaba de sair o coeficiente de Gini, Global (Inaudível.) Report, do Banco Mundial, e, na relação dos países com maior coeficiente de Gini, infelizmente, a África do Sul está em primeiro lugar, com o coeficiente Gini 82.

O Brasil, em segundo lugar, com o coeficiente Gini 81; os Emirados Árabes reunidos com 77; o South Arabia com 77; a Suécia com 75; os Estados Unidos com 73; a Índia com 72; o México com 70 e Cingapura com 68, junto com a Indonésia, e assim por diante.

Mas é preciso que o governo Lula realize ainda mais esforços para termos um efetivo caminho de maior igualdade e justiça em nosso País.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Com a palavra o deputado Conte Lopes, que fará uso regimental da tribuna.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, vejo na eleição em São Paulo uma certa briga no nosso lado, no nosso time, enquanto a esquerda se une, como sempre. E nós brigamos do outro lado.

É bom colocar que, quando houve uma reunião aqui, do PL, com todo o PL - o presidente Bolsonaro, o ex-presidente, estava aqui -, eu disse que é melhor ser cabeça de sardinha do que rabo de baleia e que, se nós somos o maior partido do Brasil - nós, PL -, obviamente nós deveríamos ter um candidato à Prefeitura de São Paulo, que é a maior cidade do Brasil. Então, pelo menos é a lógica, né? Pelo número de deputados estaduais, federais.

Mas, no fim, optaram por uma outra situação. Não somos contrários; até acompanhei o Ricardo Nunes aqui na zona norte, na semana passada, junto com o nosso candidato a vice, coronel Mello Araújo. Então, estamos fazendo a nossa parte. Agora, quando começa a dividir, evidentemente que a esquerda cresce, cresce o PSOL, cresce o PT, e nós entramos na dividida. Entramos na dividida.

Aí começam a ver...  “Ah, vai ter uma manifestação no dia sete.” Meu Deus do céu, já fui a tanta manifestação. A gente está antigo na política. Eu cheguei aqui em 86, quando o Lula chegou a deputado federal, também em 86.

Estourou de voto, é evidente, pela força política dele, que não se compara com a nossa. É totalmente diferente. Eles têm força, eles trabalham. A esquerda trabalha, um apoia o outro, eles vão apoiando.  Aqui é o contrário, um vai quebrando a cabeça do outro. Vai quebrando a cabeça do outro.

Eu volto a repetir: o Bolsonaro elegeu quase uma centena de deputados federais, inclusive de São Paulo. Um monte. Senadores, um monte. Cara que não se elegia nem a síndico de prédio, voador, não sei o quê e tal... Se fosse a síndico, não ganhava. O homem foi lá, pôs a mão e o cara ganhou.

Agora, impeachment de ministro do Supremo Tribunal Federal decide-se em Brasília. Façam um manifesto lá. Parem o Congresso Nacional. Aqui nesta Casa, um deputado, quando ele quer, ele para a Casa. E não consegue se fazer lá? É o público que vai decidir isso aí. Começa a ficar chato isso aí, na minha opinião.

O deputado Reis, do PT, é um que fica puxando o zoom para me ver em cima do caminhão. Você não vai conseguir ver no zoom, deputado Reis, porque os caras não me deixam subir. Sobe quem eles querem. Sobe quem eles querem. Volto a dizer: eu sou o deputado do PL mais votado na cidade de São Paulo. Nunca me perguntaram nada de nada.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Eduardo Suplicy.

           

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Agora, acho estranha essa briga que está aí. Agora apareceu um candidato, que, honestamente, eu ouvi falar muito pouco, mas agora está estourando nas pesquisas. Começa a estourar nas pesquisas. É outra política, né? Não é a minha, de 86.  É outra. É internet, é não sei o que lá e tal. E começa a briga entre nós mesmos. Não sei onde vai parar, não sei onde vai parar.

Agora, volto a dizer: quem tem que solucionar os problemas lá em Brasília é quem está lá. Faz greve, greve de fome. Nós tivemos greve de fome aqui. Teve deputado do PT que fez greve de fome aqui.

O PCdoB teve que... Houve, aconteceu isso aqui, já. Então é honrado de fazer alguma coisa lá. Quer o quê? O povo vai decidir isso? Minha opinião. Não, opinião meio de idiota, mas é aqui, fazendo uma reunião aqui? Põe mais não sei quantas mil pessoas na rua. E lá? Ou o pessoal só é de internet mesmo? Ou é só - hoje candidato é só de internet? É verdade.

A gente já salvou tantas pessoas na vida, não é? Quantos tiroteios com bandido, quantos processos respondi por trocar tiro - nenhum por corrupção -, por trocar tiro com bandido, e até alguns morreram. Azar deles, não é? Azar deles. Eu estou aqui ainda, até agora, certo? Mas eles optaram por isso.

Hoje, nobre deputado, professor Giannazi, que vive lutando aqui nesta Casa, deputado Suplicy, hoje é diferente, não é? O cara grava um cachorrinho lá abandonado na rua, nobre deputado Giannazi, ele tem 400 mil votos. Então, é outra política.

Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Obrigado, deputado Conte Lopes. Cumprimentos pelas observações. O deputado Carlos Giannazi agora tem a palavra pelo tempo remanescente do Pequeno Expediente.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Suplicy, deputado Conte Lopes. Sr. Presidente, na semana passada, a Câmara Municipal de Jacareí, que fica a alguns poucos quilômetros aqui da Capital, aprovou um projeto de lei revogando o confisco das aposentadorias e pensões, como nós fizemos aqui em 2022.

Depois de uma ampla mobilização, nós conseguimos revogar, anular o criminoso confisco das aposentadorias e pensões imposto pelo ex-governador Doria. Eu apresentei aqui na época o PDL 22, que foi aprovado em todas as comissões, chegou a entrar em votação.

Mas, logicamente, o governo, com medo da aprovação, obstruiu a votação, tirando o meu PDL 22 da pauta. Enfim, mas o movimento continuou e nós derrubamos o confisco aqui, em 2022, Sr. Presidente, após o processo eleitoral.

E nós estamos numa luta intensa, Sr. Presidente, para também revogar o confisco na Prefeitura de São Paulo. O prefeito Ricardo Nunes impõe, mantém um confisco de 14% para mais de 100 mil aposentados e pensionistas que estão sendo confiscados, roubados, assaltados por esse confisco, o que ele não é obrigado a fazer, porque a lei da reforma da Previdência de 2019, da famigerada reforma previdenciária do Bolsonaro, autoriza, dá carta branca para prefeitos e governadores confiscarem, mas eles não são obrigados.

Ele pode, se quiser, revogar a qualquer momento. Por isso que nós estamos em uma luta intensa aqui na Prefeitura de São Paulo para aprovar um outro PDL. O meu era o 22, agora nós temos na Câmara Municipal de São Paulo o PDL 92, que é o PDL do vereador Celso Giannazi, que se inspirou no nosso PDL, na nossa luta estadual vitoriosa, para revogar o confisco municipal.

Mas estou falando de Jacareí, Sr. Presidente, porque Jacareí, a cidade de Jacareí revogou o confisco das aposentadorias e pensões para uma parte dos aposentados e pensionistas. Uma vitória importante dos aposentados.

Os aposentados se organizaram, fizeram mobilização, e a Câmara Municipal atendeu ao apelo e derrubou o confisco, que é, na nossa opinião, Sr. Presidente, e na opinião também da Procuradoria-Geral da República, inconstitucional, ou seja...

E também do próprio Supremo Tribunal Federal, que já julgou agora recentemente, falta terminar o julgamento, mas já formou maioria, já tem sete votos dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal, deputado Conte Lopes, sete deles já votaram pela inconstitucionalidade do confisco das aposentadorias e pensões em ADIns que estão em julgamento.

Gilmar Mendes, o ministro Gilmar Mendes, pediu vista do processo e a qualquer momento o julgamento volta.

Então já tem... Olha, o Supremo Tribunal Federal já tem maioria dizendo: “é inconstitucional”, nos votos. A PGR tem parecer contra o confisco. O estado de São Paulo derrubou o confisco.

Sergipe derrubou; Alagoas derrubou; outros estados derrubaram, já revogaram esse famigerado confisco das aposentadorias e pensões. E o Ricardo Nunes, prefeito da cidade de São Paulo, mantém esse confisco - eu digo -, esse assalto, esse roubo aos aposentados e pensionistas.

Então, nós vamos continuar lutando aqui em São Paulo para que haja a revogação imediata do confisco municipal da cidade de São Paulo - e de outros municípios também. São José dos Campos, que é ao lado, praticamente, da cidade - é ao lado; não praticamente ao lado - de Jacareí, continua confiscando também os seus aposentados e pensionistas.

Mas a nossa luta, aqui em São Paulo, é na capital, para que haja a aprovação imediata do PDL do vereador Celso Giannazi e nós possamos, também, ter o fim do confisco aqui na capital, Sr. Presidente, porque é inconcebível esse assalto, esse roubo.

Repito: tem parecer da PGR, Procuradoria Geral da República; tem já maioria formada no Supremo Tribunal Federal, dizendo que o projeto é inconstitucional. Então a Capital tem também que parar com esse criminoso confisco. Por isso, todo o nosso apoio ao PDL do vereador Celso Giannazi, que é um dos grandes protagonistas na Câmara Municipal - e na cidade de São Paulo - pela derrubada desse confisco, Sr. Presidente.

Sr. Presidente, eu gostaria de fazer ainda o levantamento... O levantamento não. Antes de pedir o levantamento, fazer mais um pronunciamento, pelo Art. 82 do Regimento Interno, se V. Exa. me permitir.

 

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- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Concluído o Pequeno Expediente, pelo Art. 82, tem a palavra o deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente...

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Quero também cumprimentar o vereador Carlos Jorge, já mencionado por V. Exa., de Severínia. Ele é do Podemos e está aqui vendo a experiência de três deputados (do PSOL, do PT e do PL - o deputado Conte Lopes), que são três dos parlamentares que mais costumam falar aqui no Pequeno Expediente, também, então, para saber como andam as coisas aqui em São Paulo. Pois não, deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PELO ART. 82 - Deputado, presidente Eduardo Suplicy. Também quero, mais uma vez, cumprimentar o vereador Carlos Jorge, de Severínia. O vereador Carlos Jorge é um implacável defensor da Educação e, sobretudo, do pagamento do piso nacional do Magistério para as professoras do município. Então, parabéns pela sua luta, vereador Carlos Jorge. Continue sempre assim, porque o seu mandato é necessário naquela cidade.

Sr. Presidente, eu fiz um pronunciamento, logo no início aqui do Pequeno Expediente, sobre o que aconteceu ontem em todo o estado de São Paulo no processo seletivo simplificado; da prova que ocorreu, que foi organizada pela Vunesp e pela Secretaria da Educação, que foi um verdadeiro caos, uma humilhação jamais vista ao Magistério estadual.

Nós já tínhamos denunciado que a prova foi mal organizada, no sentido da logística. Então, um professor que mora em Guaianases foi fazer prova na zona sul; o professor de Campinas foi para outra cidade; assim, professor de Iguape foi para Miracatu.

Então, uma desorganização total, fazendo com que os professores se deslocassem para regiões distantes das suas residências. Professores que tiveram que viajar quilômetros e quilômetros, Sr. Presidente, para chegar na escola de origem pela manhã.

Tiveram que pagar - porque a prova é paga. O professor teve que pagar 35 reais para fazer essa prova - que nós questionamos, inclusive, a realização dela, porque nós temos um concurso em andamento. E também porque houve, Sr. Presidente, já o pagamento pelo Estado. A Unesp foi contratada sem licitação por mais de 11 milhões de reais para realizar essa prova, e realizou de uma forma totalmente desorganizada, prejudicando professoras e professores em todo o estado de São Paulo. 

Mas, além disso, Sr. Presidente, ontem foi uma humilhação. As portas das escolas foram fechadas em muitos lugares antes do horário, Sr. Presidente. Milhares e milhares de professoras e professores ficaram de fora das escolas, não conseguiram acessar as escolas, por vários motivos, Sr. Presidente. 

Primeiro, que houve uma informação que não estava no principal edital, mas que foi passada depois, acho que 15 dias antes da prova, dizendo que os portões se fechariam às 7 horas e 45 e não 8 horas da manhã. 

A prova seria realizada a partir das 8 horas. Teve uma confusão, a falta de informação. Essa informação não chegou a todos os professores, mas, mesmo assim, antes desse horário, os portões já estavam fechados em muitas escolas. 

Eu recebi várias reclamações, vídeos, imagens, fazendo essa denúncia. Sem contar, Sr. Presidente, que teve essa questão da distância enorme entre a casa do professor e o lugar onde ele foi prestar a prova. Isso foi gravíssimo. E também estamos em um estado de emergência no estado de São Paulo por conta das queimadas.

Ontem, Sr. Presidente, sábado e domingo, na verdade, sexta, sábado e domingo, tivemos um colapso, sobretudo no interior paulista, com as queimadas, com rodovias bloqueadas, as pessoas não conseguindo respirar, hospitais superlotados, principalmente em regiões como Ribeirão Preto, Presidente Prudente, Araraquara e tantos outros pontos do estado de São Paulo. 

Então, muitos professores não conseguiram chegar porque as estradas estavam bloqueadas, não tinha transporte. Estavam preocupados em sobreviver com aquele fumacê todo, provocado por esses incêndios, que há indícios, inclusive, que são incêndios criminosos, porque eles aconteceram ao mesmo tempo em todo o Estado.

Isso é muito estranho, mas a Polícia Federal está investigando, a Polícia Civil, tem toda uma investigação. Então, Sr. Presidente, muitos professores ficaram de fora, não conseguiram, foram humilhados nesse processo. E nós vamos ter mais desemprego em massa por conta dessa atitude da Vunesp e da Secretaria da Educação.

Então, nós queremos exigir que a Secretaria da Educação faça uma reparação a esses professores, que são milhares e milhares que não conseguiram acessar as escolas no horário correto, por vários motivos, Sr. Presidente. Então, como é um concurso classificatório, a Secretaria da Educação pode muito bem realizar uma segunda prova para quem não conseguiu fazer a primeira. 

Primeira com outro conteúdo, logicamente, porque quem conseguiu fazer, não pode ter nenhum tipo de prejuízo. Só fez a prova, está classificada. Mas nada impede que a Secretaria faça uma reparação, porque o estado de São Paulo estava em estado de emergência no domingo. Essa prova deveria ter sido suspensa, inclusive.

Mas o Estado insistiu em bancar a prova mesmo assim. Então, como muitas pessoas, milhares, eu diria, de professoras e professores não conseguiram entrar nas escolas, já mostrei no meu primeiro pronunciamento vários vídeos mostrando isso, Sr. Presidente. Então, o Estado pode, sim, fazer uma reparação, oferecendo uma segunda alternativa, de tal forma que esses professores não fiquem de fora.

Porque a prova, eu digo, ela é classificatória para que o professor possa pegar aula no ano que vem, senão eles ficarão desempregados e os alunos sem aulas. Então, faço esse apelo aqui à Secretaria da Educação que ela pode resolver e fazer essa reparação com esses professores e professoras. 

Era isso.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças, eu solicito o levantamento desta sessão. 

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Portanto, havendo acordo de liderança, esta Presidência, antes de dar por levantado os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, a hora regimental, com a mesma Ordem do Dia da última quarta-feira. 

Está levantada a presente sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 15 horas e 9 minutos.

 

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