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22 DE AGOSTO DE 2011

088ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidente: JOOJI HATO

 

Secretário: EDSON FERRARINI

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - JOOJI HATO

Assume a Presidência e abre a sessão. Presta homenagens ao Procurador Marco Antonio Benetton.

 

002 - EDSON FERRARINI

Aborda questionamentos, recebidos por email, relativos ao atraso da revisão salarial dos policiais e dos servidores prisionais. Esclarece que, após a aprovação do projeto de reajuste, será pago o retroativo a 1º de julho. Manifesta sua expectativa em relação à criação do posto imediato dos policiais. Parabeniza o prefeito de Itapira pelo projeto de prevenção às drogas.

 

003 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Registra sua participação nas audiências públicas, ocorridas em Presidente Prudente e Assis, acerca do orçamento de 2012. Cita pautas discutidas. Defende a descentralização do orçamento. Comunica a realização de novas reuniões para debater a questão.

 

004 - OLÍMPIO GOMES

Endossa o pronunciamento do Deputado Edson Ferrarini sobre o atraso do reajuste salarial dos policiais e servidores prisionais. Lembra que a revisão salarial dos profissionais da Educação também ultrapassou o tempo estabelecido pela data base. Discorre acerca da matéria publicada no jornal "Folha de S. Paulo", sobre a votação da PEC 300. Destaca a posição do PSDB e PT em relação ao projeto. Chama a atenção aos problemas da guarita desta Assembleia e a falta de corrimão na rampa, localizada em frente a este Legislativo.

 

005 - CARLOS GIANNAZI

Faz discurso embasado na pesquisa publicada no jornal "Folha de S. Paulo", referente à superlotação das salas de aula da rede estadual. Alega que esse problema interfere negativamente no processo de ensino-aprendizagem. Defende a aprovação do projeto de lei que limita o número de alunos por sala. Menciona sua visita à escola de Vila Brasilândia que comporta, atualmente, 50 alunos em cada sala. Argui em favor da construção de escolas. Critica a fragmentação das férias dos professores.

 

006 - JOSÉ BITTENCOURT

Lê documento do PDT em tributo a Leonel Brizola. Tece elogios a sua trajetória política. Fala sobre suas reivindicações em favor da educação e em defesa dos princípios da legalidade.

 

007 - DONISETE BRAGA

Comenta as audiências públicas realizadas pela Comissão de Finanças e Orçamento. Apoia a descentralização do orçamento. Cita algumas diversidades de municípios que carecem de investimentos específicos. Mostra artigo publicado no Diário do Grande ABC sobre o assunto.

 

008 - Presidente JOOJI HATO

Esclarece que, após a licitação do dia 2 de setembro, será instalado o corrimão na rampa mencionada pelo Deputado Olímpio Gomes.

 

009 - OLÍMPIO GOMES

Pede providências emergenciais para garantir a segurança na rampa enquanto não é feita a licitação. Reitera crítica à infraestrutura da guarita deste Legislativo. Lê e comenta manifesto da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal contra a proibição do uso de algemas.

 

010 - EDSON FERRARINI

Combate a delonga do pagamento de precatório. Pontua que somente os precatórios de baixo valor estão sendo pagos. Comunica que deve ingressar com requerimento de convocação do Secretário da Fazenda e as demais autoridades competentes para prestarem esclarecimentos quanto à questão. Destaca que cerca de 70 mil pessoas faleceram antes de receber o beneficio.

 

011 - Presidente JOOJI HATO

Esclarece que a obra mencionada pelo Deputado Olímpio Gomes foi concluída, nesta Casa, pela subprefeitura e que aguarda licitação para a adequação dos corrimões de proteção.

 

012 - CARLOS GIANNAZI

Pelo artigo 82, solicita imediata pavimentação da Rodovia SP-249 que liga o município de Apiaí à Itapeva, na região do Alto Vale do Ribeira. Considera os prejuízos à população, à produção agrícola e ao turismo. Condena a omissão do Governo Estadual quanto à questão. Pede providências ao Governador e ao Secretário dos Transportes.

 

013 - CARLOS GIANNAZI

Pelo artigo 82, endossa o pronunciamento do Deputado Edson Ferrarini a respeito da morosidade no pagamento dos precatórios. Informa a recente aprovação de emenda no Congresso Nacional que atrasaria ainda mais as requisições de pagamento. Condena a superlotação de salas de aula no ensino público. Considera que a situação inviabiliza o ensino e a aprendizagem, além de causar prejuízo à saúde dos professores. Defende a aprovação do PL 517/07, de sua autoria, que estipula número máximo de alunos nas salas de aula. Condena a atuação do Governo do PSDB na área da Educação.

 

014 - EDSON FERRARINI

Pelo artigo 82, divulga livro, de sua autoria, visando o combate às drogas. Informa que a disponibilização do material é gratuita aos pais que o solicitarem através de seu site. Comenta a reforma política no País. Condena a aprovação do voto em lista fechada.

 

015 - JOSÉ BITTENCOURT

Para comunicação, mostra-se solidário com o discurso do Deputado Edson Ferrarini. Condena o voto em lista fechada e a prática da oligarquia política.

 

016 - JOSÉ BITTENCOURT

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

 

017 - Presidente JOOJI HATO

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 23/08, à hora regimental, com ordem do dia. Levanta a sessão.

 

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Joji Hato.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIII Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Edson Ferrarini para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - EDSON FERRARINI - PTB - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Esta presidência quer prestar uma homenagem ao Sr. Marco Antonio Hatem Benetton, que foi secretário geral legislativo, que nos ajudou muito a Mesa na direção dos trabalhos, principalmente pós 15 de março, quando assumi a cadeira de deputado estadual nesta Casa. O procurador Benetton nos deixa e vai para a Procuradoria Geral da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. De viva voz, desejamos muito sucesso. Nossos agradecimentos em nome da Mesa diretora e dos 94 deputados desta Casa. Queremos deixar registrado nosso profundo sentimento de gratidão a esse maravilhoso profissional que nos deu orientação, apoio nesses meses que trabalhamos juntos. Muito Obrigado, Marco Antonio Hatem Benetton. Desejamos muito sucesso.

Tem a palavra o primeiro orador inscrito, nobre deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Orlando Bolçone. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Orlando Morando. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Vanessa Damo. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Telma de Souza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Mentor. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Massafera. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato. (Na presidência.) (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Heroilma Soares. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Paulo Rillo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Caramez. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini, pelo tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. EDSON FERRARINI - PTB - Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, recebi muitos telefonemas e e-mails de companheiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Quero dizer que até esse momento não deu entrada nesta Casa o projeto de aumento dos policiais do Estado de São Paulo e dos agentes penitenciários. Mas, quero dizer aos senhores que já está acertado com o governador e com o comandante geral da PM que o aumento vale a partir de 1º de julho, na base de 15%, mesmo se atrasar a apresentação e a votação do projeto nesta Casa. O projeto fala sobre 15% a partir de 1º de julho e 10% a partir de 1º de agosto de 2012. Isso está garantido. Esse projeto também vai beneficiar as pensionistas e o pessoal da reserva. É uma boa notícia pelo fato de que nos últimos anos estávamos acostumados a ver uma forma de aumento que penalizava os aposentados e as pensionistas, que era o abono. Quando se extinguiu nesta Casa o auxílio localidade, esperamos ter sepultado para sempre essa ideia do aumento sob a forma de abono.

Portanto, meu amigo, o senhor que está preocupado - pode reclamar que não é muito, o que estou de acordo - fique tranquilo porque você não será prejudicado; nem o da reserva, nem o pensionista, ninguém, porque o aumento será a partir de 1º de julho. Mesmo que a Assembleia Legislativa aprove essa matéria em outubro - vamos dizer - virá o atrasado no seu holerite. É bom não gastar por antecipação, porque não é muito dinheiro, mas não se sabe ao certo quando essa matéria será aprovada aqui na Assembleia Legislativa, pois teremos uma série de embates que podem atrasar a aprovação.

Quero dizer também que nas minhas três últimas audiências com o Governador, o assunto tratado foi sobre o posto imediato dos oficiais que estão na ativa. E nessas três últimas audiências com o Governador eu tinha dito o seguinte: “este é o meu compromisso de campanha, Governador, é o meu compromisso com o pessoal da ativa da Polícia Militar”. As praças já têm esse aumento, os oficiais, perdemos esse aumento, e nós queremos esse aumento de volta.

Quer dizer aos senhores o seguinte: o Governador - chamei as três vezes o Comandante Geral ao meu lado como testemunha da solicitação em nome do meu partido, em nome do meu mandato e as três vezes o Governador foi receptivo. Portanto, nesse próximo aumento estou esperando que seja retomado o aumento para a promoção ao posto imediato para todos que foram para a reserva.

Pelo que estamos lutando? Para que seja retomado o aumento para a promoção ao posto imediato para todos que forem para a reserva.

Qual o objetivo dessa luta? É para que esse aumento atinja também aqueles que foram aposentados antes; é isso que está sendo pleiteado, é isso que está sendo trabalhado. É possível; vamos conversar. Estive com o Governador conversando, solicitando e vamos chegar lá; é essa a nossa intenção.

Quero mandar um abraço para o vereador da Cidade de Itapira, mas precisamente para o Vereador Luis Henrique Ferrarini. Ele foi Presidente do Conseg, é um vereador dos mais atuantes da cidade. Tenho aqui em mãos o balanço dele publicado no jornal de grande circulação na Cidade de Itapira “O Semáforo” e ele está aqui presente.

Quero mandar um grande abraço para a Cidade de Itapira, onde estive fazendo um ciclo de palestras e exatamente o Vereador Luiz Henrique Ferrarini, que fez uma belíssima gestão à Frente do Conseg como vereador muito atuante.

Tive a oportunidade de fazer um trabalho de prevenção às drogas da Cidade de Itapira. Tive a oportunidade de fazer a doação de 500 livros para a Cidade de Itapira, livros esses que por meio do Vereador Luiz Henrique Ferrarini chegaram até as escolas, chegaram até a população itapirense. Portanto, os nossos cumprimentos ao Vereador Luiz Henrique Ferrarini. Muito obrigado Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Milton Leite Filho. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Bigardi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luis Carlos Gondim. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Gerson Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alex Manente. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Cauê Macris. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rafael Silva. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Hamilton Pereira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adilson Rossi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino, pelo tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários da Assembleia Legislativa, telespectadores da TV Assembleia, na última sexta-feira iniciou o processo de debate sobre o Orçamento do Estado de São Paulo para 2012. Estivemos, justamente, em duas grandes regiões, a de Prudente e de Assis. Houve uma participação efetiva da população, e esse é o nosso objetivo quando discutimos a descentralização do Orçamento do Estado. No Diário Oficial de hoje podemos ver a foto da população em Prudente, quase 400 pessoas. E também tivemos uma participação importantíssima na Cidade de Assis, não digo só pela quantidade de pessoas que compareceram, mas pela representatividade: muitos prefeitos, vereadores, frentes de prefeitos da região, sociedade civil organizada, vários sindicatos, como a Apeoesp, dos bancários, trabalhadores ligados à área da agricultura, como da Casa da Agricultura do Estado de São Paulo.

Nessas duas regiões, por terem uma agricultura muito forte, foi levantada a questão do fortalecimento da agricultura local. Prudente já teve vários tipos de cultura, como milho, café, amendoim, e hoje temos basicamente a cana. Está virando uma monocultura. E percebemos que há uma deficiência muito grande, na região, no número de agrônomos. Foi uma das grandes reclamações, tanto em Prudente quanto em Assis.

E qual a importância dessas audiências públicas para o Orçamento? Os deputados que acompanham essas audiências públicas, como o Presidente da Comissão de Finanças e Orçamento, Mauro Bragato, este Deputado, na vice-Presidência da Comissão, a Deputada Vanessa Damo, o Deputado Donisete Braga, o Deputado Vitor Sapienza, vão percebendo a necessidade real de cada região. E qual tem que ser nosso objetivo a partir dessas audiências públicas? Transformar esse diálogo com a população em emenda individual, em emenda coletiva para que o Governador, quando mandar a peça orçamentária, no final do ano, leve em consideração a necessidade regional.

É claro que quando essa demanda é apresentada de forma organizada, na prática tem que se transformar num Orçamento que dialogue com o desenvolvimento da região. Quando temos investimento numa universidade, ou num hospital regional, investimento na ampliação de estradas, duplicação das SPs, com certeza estamos levando desenvolvimento, não só para uma cidade, mas para um grupo de cidades, graças à descentralização do Orçamento.

Teremos ainda várias audiências. Hoje, dia 22, em Guarulhos; na próxima sexta-feira, dia 26, às 10 horas da manhã, em Franca; no próprio dia 26, às 18 horas, em Ribeirão Preto; na próxima segunda-feira, às 10 horas da manhã, em Registro, e depois, durante o mês de setembro, em Barretos, São José do Rio Preto, São Carlos, Sorocaba. É a população participando das audiências públicas do Orçamento.

Agora, além da descentralização, da participação da população, é necessário que tenhamos também o Orçamento descentralizado. O Plano Plurianual que o Governador encaminhou à Assembleia, já na semana passada, apresentou áreas descentralizadas, como a da Saúde, da Educação. São poucas as regiões que no PPA já vêm de forma descentralizada: em relação ao Metrô, à CPTM, que é na Grande São Paulo, vêm colocado que a área de abrangência da região metropolitana. Algumas ações são para a Baixada Santista, para a região do Vale do Ribeira.

Mas é necessário que tenhamos no orçamento do Estado, para cada grande obra que será realizada, seja em relação às estradas, a hospitais regionais ou à própria estrutura da Saúde, que já venha definido por cada uma das regiões qual a área de abrangência para a execução do PPA e para a execução do orçamento de 2012. Dessa forma a população vai participar de forma ativa, como participou na Cidade de Prudente e Assis, porque está percebendo que o orçamento pode ser uma forma do desenvolvimento da sua região, da sua cidade.

É o que esperamos em Guarulhos, depois em Franca, em Ribeirão Preto, no Vale do Ribeira, na próxima segunda-feira: que a população participe e que consigamos criar condições para que o orçamento de 2012 seja um orçamento descentralizado, para podermos acompanhar a obra que vai para cada região, mas também a execução ao longo do ano. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Welson Gasparini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Milton Vieira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Geraldo Vinholi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlão Pignatari. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Aldo Demarchi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alencar Santana. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edinho Silva. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vitor Sapienza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Celso Giglio. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado André Soares. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adriano Diogo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Bezerra Jr. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários desta Casa, cidadãos que nos acompanham pela TV Assembleia, em primeiro lugar, como já disse o Deputado Edson Ferrarini, nada deu entrada, nenhum projeto da Segurança Pública e Assuntos Penitenciários nesta Casa.

Uma total irresponsabilidade, falta de palavra do Governador. O anúncio foi feito no dia 15 de julho, no recesso da Assembleia Legislativa. São decorridos já 22 dias de funcionamento da Assembleia Legislativa após o recesso, e nada deu entrada na Casa.

Muito embora com esse reajuste São Paulo ainda vá continuar com os piores salários de policiais brasileiros, os policiais - ativos, inativos e pensionistas - estão perdendo, sim. Para começar, a data-base estabelece a revisão de salários a contar de 1º de março. Não é nada de 1º de julho, ou de qualquer outra data.

Com relação aos salários da Educação, dos professores, o Governo trouxe uma data de 1º de julho, e aqui na briga a oposição levou, pelo menos, para 1º de junho. O que o Governador está fazendo agora é "empurrar com a barriga" para virar este mês, para depois dizer: mas já está em julho, está bom.

Falta de palavra. Falta de empenho. Quero deixar absolutamente claro à família policial que vamos bater muito duro aqui em relação ao assunto, para trazer que a data-base dos servidores é 1º de março, e não qualquer outra data. Vamos lutar aqui na questão dos salários dos policiais, dos agentes da polícia, da Saúde, para que se cumpra a lei.

Está sendo desmoralizada a Assembleia e não vamos fazer o "jogo do contente". Aliás, quero repetir, nesse jogo do contente, que aí se unem todas as grandes potências políticas, quando é para arrebentar, achincalhar e desmoralizar em termos de salários a polícia de São Paulo.

Vejam a nota da "Folha de S.Paulo", do dia 19 de agosto, quinta-feira, no caderno Painel, da Renata Lo Prete: "Vida real. Para além da gentileza, Alckmin sabe que obras importantes de sua administração, como Rodoanel, Ferroanel, Monotrilho do ABC e modernização de portos, dependem de recursos do governo federal. Estado e União partilham também o interesse em desarmar “bombas fiscais” como a PEC 300, que estabelece piso nacional para policiais. A exemplo da equipe econômica de Dilma, o Governador já se manifestou contrário à emenda.” E a Câmara está doida para votar.

Na hora de votar qualquer coisa que beneficie de fato, que traga dignidade aos policiais, o PT e o PSDB unem-se para dizer que, para salvar a economia do País, é fome para o guarda. Existem duas pessoas muito fortes neste País lutando contra a PEC 300: Dilma Rousseff e sua equipe econômica, e Geraldo Alckmin. Oito estados já adotaram a PEC 300. Será São Paulo, fatalmente, o último estado a fazê-lo?

Muitas vezes, temos que dar o exemplo dentro de casa. Gostaria de comentar algumas fotos que estão sendo expostas no telão deste Plenário. Essa é a frente do prédio da Assembleia Legislativa, na Av. Pedro Álvares Cabral. Para a acessibilidade a um órgão público, que representa a população, foi feita essa rampa de acesso. Terminou a rampa e perguntei onde estava o corrimão de apoio, já que o local ficou extremamente perigoso ao cadeirante ou a alguém de muletas que tenha dificuldade para se locomover.

Deputado Jooji Hato, que foi vereador tantos anos, cobrei a Subprefeitura de Vila Mariana e tomei uma bordoada no peito. A Subprefeitura mostrou-me o seguinte: “Fizemos a rampa de acesso num acordo com a administração da Assembleia Legislativa, no qual a Assembleia teria que fazer somente o corrimão.”

Essa foto é de algumas horas atrás. Cadê o corrimão, administração da Assembleia Legislativa, Sr. Presidente, Mesa Diretora, Secretaria Geral de Administração? Que vergonha! Será que faturamos e pagamos esse corrimão e ele não está lá, a exemplo das inserções da TV Assembleia?

Vou mostrar um pouquinho mais do que se comprometeram a fazer. Mais fotos da rampa. Vejam que exemplo bonito! Cadê o corrimão para a proteção das pessoas, para o cadeirante não cair?

Vejam a guarita! Essa é a guarita, no dia 15 de março, quando me candidatei a disputar sozinho a Presidência da Assembleia, assim como o Deputado Carlos Giannazi também fez. Vejam o que fizeram. Gastamos milhões, enchemos de totens a Assembleia e vejam como ficou a guarita do Sr. Guarda, o único que fica aqui 24 horas por dia. Fizeram a guarita sem nenhuma blindagem, sem nenhuma proteção, muito mais perto para tomar um tiro de quem esteja na rua.

Quando falei disso, veio o responsável por obras da Casa e disse: “Deputado, temos um projeto que vai ser uma guarita do outro mundo. O policial vai ter conforto, vai ter proteção.” Essa foto também foi feita há alguns minutos. Que vergonha, administração da Assembleia Legislativa! Que coisa horrorosa! Sem proteção na escada para a acessibilidade do cadeirante. Cadê a guarita do Sr. Guarda que fica lá fora 24 horas? Vergonha!

 

O Sr. Presidente - Jooji Hato - PMDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, tem a palavra o nobre Deputado Roberto Engler. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Ed Thomas. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Tobias. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Cândido. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marco Aurélio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Neves. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Regina Gonçalves. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Antonio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Fernando Capez. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roque Barbiere. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Grana. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, vou comentar hoje a matéria publicada no jornal “Folha de S.Paulo”, cujo título: “Sessenta por cento das escolas de São Paulo têm salas superlotadas”.

Essa matéria reflete e repercute todas as denúncias que estamos fazendo, já alguns anos, aqui pela tribuna da Assembleia Legislativa, em relação a uma grande mazela da Educação Estadual, que é a superlotação de salas de aula. Mais da metade da Rede Estadual é vítima da superlotação de salas. Essa situação tem causado um grande transtorno para os alunos e para os professores, prejudicando a oferta da qualidade de ensino e colocando em xeque o processo ensino/aprendizagem.

Há muito tempo que estamos aqui denunciando esse fato. Não só denunciando, mas apresentando também propostas e saídas para que o governo resolva essa grave situação que tem se perpetuado nos 16 anos dos governos do PSDB.

Os governos do PSDB não conseguiram resolver essa questão ainda. São 16 anos dessa gestão Mário Covas, Geraldo Alckmin I, depois José Serra, depois Alberto Goldman, e agora Geraldo Alckmin II, e essa situação não foi resolvida, só tem se agravado.

Da nossa parte, além de denunciar, além de cobrar providências o tempo inteiro da Secretaria Estadual da Educação, do próprio Governo Estadual, do Palácio dos Bandeirantes já entramos com uma ação no Ministério Público, acionamos o Tribunal de Contas e nada aconteceu até agora.

Além das denúncias feitas, das cobranças também, levamos a denúncia já para a Comissão de Educação. Apresentamos um projeto de lei para limitar o número de alunos por sala para por um ponto final nessa triste história que tem prejudicado os nossos 5 milhões de alunos matriculados na Rede Pública de Ensino e também os professores, os profissionais da Educação, bem como os funcionários das escolas.

Apresentamos o PL 517/07 em nossa primeira legislatura na Assembleia Legislativa, assim que assumimos a cadeira de Deputado Estadual, como somos conhecedores da situação da Rede Pública de Ensino.

Este Deputado é professor da Rede Pública, diretor de Escola pública em São Paulo. Então, como conhecemos profundamente o funcionamento da Escola Pública do Estado de São Paulo e dos nossos municípios, apresentamos esse projeto de lei limitando o número de alunos por salas de aula justamente para resolver essa situação.

O projeto já foi aprovado em todas as comissões. O projeto está pronto para ser votado, mas até agora não o foi por conta da obstrução, das constantes negativas do Governo Estadual, que comanda aqui as votações da Assembleia Legislativa porque a Assembleia Legislativa não tem autonomia para decidir o que vai votar. Tudo passa apelo crivo do Palácio dos Bandeirantes. A Liderança do Governo leva, discute primeiro com o Palácio dos Bandeirantes se o projeto pode ou não entrar aqui na pauta de votação.

O nosso projeto está obstruído pelo Palácio dos Bandeirantes, pela Secretaria da Educação, que mobília aqui sua base de sustentação: o PSDB e seus partidos aliados; ou seja, os seus 66 deputados que não permitem a votação do nosso Projeto de lei 517 que coloca um ponto final na superlotação de salas de aula. Então fazemos um apelo à Assembleia Legislativa diante dessa matéria, que é importante. A "Folha de S.Paulo" fez um levantamento e constatou o que já denunciamos aqui exaustivamente. Desde 2007 estamos batendo nessa tecla da superlotação de salas. Temos salas de aula com 50, até 60 alunos na Rede Estadual de Ensino.

Outro dia fui visitar uma escola de Ensino Médio na região da Brasilândia: 50 alunos por sala. Faltavam carteiras, os alunos estavam fazendo rodízio para sentar. O aluno assistia uma parte da aula em pé e depois sentava. Pelo menos durante uns 20 minutos o aluno assistia à aula em pé, encostado na parede. Logicamente que acionamos a Secretaria da Educação e tomamos providências porque estávamos ali fazendo uma diligência. Imediatamente a Secretaria enviou as carteiras, mas a escola continua com superlotação de salas. O Estado tem de construir escolas no Estado, principalmente na periferia das nossas cidades.

Voltarei ao assunto para aprofundar a discussão e rebater as argumentações do Governo, que diz que tem dificuldades em construir novas escolas por conta das leis ambientais. Isso não procede.

Nós aprovamos, por exemplo, a Lei da Billings, que autoriza a construção de escolas em toda área de manancial. A escola é um bem essencial, ela tem de ser construída seja ou não em área ambiental. Esta justificativa não tem procedência, não tem fundamento. A verdade é que o Governo não investe em Educação. Prefere amontoar os nossos alunos em salas superlotadas prejudicando os próprios alunos e também os nossos professores, que adoecem e depois são obrigados a tirar licença por conta de problemas vocais, sem contar o estresse.

Não bastasse tudo isso, o Governo Estadual divide as férias dos professores, parcelando 15 dias em janeiro e 15 dias em julho.

O Governo tem de parar de criminalizar o professor e jogar a culpa nele pelo fracasso escolar, pela crise da Educação e cumprir o seu papel construindo escolas e atendendo com dignidade a demanda escolar, não com superlotação de salas como mostra a matéria da "Folha de S.Paulo", aliás, como já fizemos exaustivamente em vários momentos. Voltarei ao assunto ainda hoje.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.)

Esgotada a lista de oradores inscritos no Pequeno Expediente vamos passar à Lista Suplementar.

Tem a palavra o nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Fernando Capez. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt.

 

O SR. JOSÉ BITTENCOURT - PDT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, darei conhecimento a seguir de um documento do Partido Democrático Trabalhista assinado pelo Secretário Geral Nacional do partido Manoel Dias e pelo Deputado André Figueiredo, Presidente Nacional em exercício do PDT, que faz alusão à campanha da legalidade encabeçada pelo saudoso Leonel Brizola.

O texto é um tributo a Leonel Brizola pela sua história, pelo seu caráter, pela sua postura política, pela defesa intransigente dos princípios da legalidade. Completando 50 anos este movimento encabeçado pelo grande líder democrático trabalhista Leonel Brizola, gostaríamos que ficasse registrado nos anais desta Casa o texto-base sobre o tributo a Leonel Brizola, uma figura ímpar na política brasileira, homem que sofreu as consequências por defender a legalidade, por defender os princípios legais não aceitando golpe, não aceitando uma supressão das questões legais à época. Na sua história política, democrática, duas vezes governador - do Rio Grande do Sul e do Estado do Rio de Janeiro -, dedicou sua vida à defesa da soberania nacional, à defesa do trabalhador brasileiro. Esta é a síntese da vida de Leonel Brizola.

Um grande político, um grande homem público com uma vida e trajetória política exemplares, ilibadas, sem envolvimento com escândalos, com postura austera, digna, firme no que diz respeito ao trato das coisas públicas. No Executivo, em várias oportunidades pode demonstrar isso. Um homem que tinha uma posição sempre altiva, uma posição sempre independente em relação a temas de interesse nacional, temas maiores, tremas que, ao ver do pensamento brizolista, eram e são temas importantes para o aperfeiçoamento da cidadania e da sociedade brasileira. Basta trazer a lume, aqui, a dedicação que tinha Leonel Brizola pela educação. Ele revolucionou o sistema educacional no Rio Grande do Sul e no Estado do Rio de Janeiro. Sempre defendeu a educação em tempo integral; construiu muitos Cieps na bonita cidade do Rio de Janeiro, hoje conhecidos como Brizolões. Porque ele sabia que era pela educação que se poderia transformar a sociedade e recebeu ajuda enorme, à época, do grande educador Darcy Ribeiro, também falecido.

São pessoas desse naipe, dessa estirpe que o Brasil não pode esquecer. Não pode esquecer pessoas da índole, da natureza, do caráter e com a história de Leonel Brizola.

Ele deixou um grande legado para a política brasileira. Era um homem que tinha uma visão extremamente ampliada, não era um político que olhava para os pés, um político que olhava para o próprio umbigo. Era um político visionário, que olhava sempre adiante.

Portanto, nossa referência a esse grande brasileiro que contribuiu muito para a consolidação democrática do nosso país e nos deixou o Partido Democrático Trabalhista que defende o trabalhador, os interesses nacionais e a educação no nosso país.

“Caro (as) Companheiros (as):

Em virtude das comemorações dos 50 anos da Campanha da Legalidade, movimento armado de resistência democrática liderado por Leonel Brizola em 1961 e um dos Eixos de debate estabelecidos para o nosso 5º Congresso Nacional, encaminhamos o texto “Tributo a Leonel Brizola” elaborado pela Fundação Leonel Brizola – Alberto Pasquali (FLB-AP), como sugestão para pronunciamento nesta importante Casa Legislativa.

Além do resgate desta marcante página da nossa história contemporânea, o pronunciamento tem por objetivo contemplar a estratégia de divulgação do nosso Congresso na imprensa local e regional, estimulando a discussão em torno dos 12 temas que serão debatidos na 1ª fase do evento, nos dias 01, 02 e 03 de setembro, na Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre.

Informações complementares poderão ser obtidas através do nosso Site Nacional WWW.pdt.org.br ou pelos telefones (61) 3224-0791/3225-4290 e (51) 3222-8181, com a Secretaria Executiva do Congresso.

Saudações Pedetistas,

Dep. André Figueiredo – Presidente Nacional em exercício

Manoel Dias – Secretário Geral Nacional

Aos Ilustríssimos Líderes de Bancada e Deputados Estaduais do PDT

 

Tributo a Leonel Brizola

Leonel de Moura Brizola, filho de uma professora e de um lavrador que morreu na Revolução Federalista de 1923 lutando contra os republicanos, nasceu no vilarejo de Cruzinha, hoje interior de Carazinho, então pertencente ao município de Passo Fundo no dia 22 de janeiro de 1922. Fe curso técnico rural, trabalhou em uma fazenda e em 1949 se formou como engenheiro, mas no meio dos estudos já tinha sido atraído pela política.

Filiou-se ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), recém-criado por Getúlio Vargas após o período do Estado Novo. Dois anos depois, foi eleito deputado estadual pela sigla, ao lado de figuras como Fernando Ferrari e João Goulart, participando da elaboração da Constituição do Rio Grande do Sul.

            Em 1950, Brizola daria um importante passo, que marcaria sua vida política. No dia 1º de março daquele ano, casou-se com Neuza Goulart, irmã de João Goulart. No mesmo ano, reelegeu-se deputado estadual.

                Sua carreira na política teve uma ascensão meteórica em 1952, assumiu a secretaria de obras do governo do estado, na época comandado por Ernesto Dornelles, do PTB. Em 1954, foi eleito deputado federal com a maior votação até então alcançada no Rio Grande do Sul.

Eleito prefeito em Porto Alegre em 1955, três anos depois Brizola venceu as eleições para governador do Rio Grande do Sul.

Em 1962 Brizola se elege deputado federal pelo extinto estado da Guanabara pela sigla do PTB. Recebeu a maior votação no país até aquela data, com um total de 269 mil votos.

O Estado do Rio de Janeiro foi governado duas vezes por Leonel Brizola: o primeiro governo teve início em março de 1983 e término em março de 1987 e o segundo se iniciou em março de 1991 e findou em abril de 1994.

Foi o único político eleito pelo povo para governar dois estados diferentes (Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro) em toda a história do Brasil. Exerceu também a presidência de honra da Internacional Socialista.

Brizola exilou-se no Uruguai após o golpe de Estado de 1964. Expulso daquele país, transfere-se para os Estados Unidos e, de lá, para Portugal. Em junho de 1979, promove o Encontro de Trabalhistas do Brasil e do Exílio, em Lisboa, com o objetivo e reorganizar o PTB no Brasil. É de lá que sai a Carta de Lisboa, embrião do PDT.

    Por duas vezes foi candidato a presidente do Brasil pelo PDT, partido que fundou e foi seu maior líder. Faleceu aos 82 anos de idade no Rio de Janeiro no dia 21 de junho de 2004.

Dentre as principais realizações de Brizola enquanto Governador do Rio Grande do Sul (1959-1963) temos que destacar a multiplicação das escolas. Como governador do estado repetiu, em escala estadual, o que já havia feito em seu mandato como prefeito de Porto Alegre. Criou uma rede de ensino primário e médio que atingiu os municípios mais distantes, inclusive nas zonas dos pampas.

Brizola também impulsionou a reforma agrária no seu governo no Rio Grande do Sul. Criou o Instituto Gaúcho de Reforma Agrária (IGRA) e estimulou a organização dos agricultores do campo para que pudessem acessar terras para seu manejo.

Mais a frente como Governador do Rio de Janeiro, instituiu seu principal projeto: Centros Integrados de Educação Pública (Cieps). Este projeto idealizado e planejado por Darcy Ribeiro na parte organizacional e pedagógica e por Oscar Niemeyer na concepção arquitetônica teve um impacto relevante na educação de tempo integral para as crianças e jovens cariocas.

Não podemos deixar de citar que em 1983, Brizola encomendou a Oscar Niemeyer o projeto de construção de um espaço definitivo para os desfiles das escolas de samba, ponto alto do carnaval carioca. Até então as arquibancadas eram montadas e desmontadas e o local do espetáculo não era fixo. Daí surgiu a Passarela do Samba Darcy Ribeiro, conhecido nacionalmente como Sambódromo.

Mas como estamos completando 50 anos da campanha da legalidade em 2011, queremos dar um destaque especial para esse episódio que é um dos momentos mais belos da história política brasileira.

O Brasil estava então virtualmente sob o governo da “junta militar” e em estado de sítio. Leonel Brizola, governador trabalhista do Rio Grande do Sul, desde 1959, diante da renúncia de Jânio e do veto a João Goulart, transformo o Palácio Piratini (onde os porões foram adaptados em estúdio da Rádio Guaíba, a única que não havia sido silenciada pelos gospistas, e a cobertura em base de armamentos pesados da Brigada Militar) e Porto Alegre na sede da “campanha da legalidade”. Assim se denominou o movimento de resistência que garantiria a posse constitucional de Jango.

Neste episódio marcante da história brasileira, Leonel Brizola, convoca os gaúchos e os brasileiros a defenderem a Constituição. Entrincheira-se no Palácio Piratini, mobiliza a Brigada Militar e, através da “Cadeia da Legalidade”, formada por dezenas de emissoras de rádio, convoca o país a resistir ao golpe. A firme atitude de Brizola divide as Forças Armadas, com a adesão do poderoso III Exército, sediado no Sul e comandado pelo general Machado Lopes, à tese do respeito à Constituição.

No auge do enfrentamento político (que não chegou ao disparo de balas) seria interceptado telegrama do golpista Odílio Denys, Ministro da Guerra, determinando o bombardeamento do Palácio Piratini.

Em um dos seus discursos, através da “Cadeia da Legalidade” Brizola proferiu o discurso que segue:

“O Governo do Estado do Rio Grande do Sul cumpre o dever de assumir o papel que lhe cabe nesta hora grave da vida do País. Cumpre-nos reafirmar nossa inalterável posição ao lado da legalidade constitucional. Não pactuaremos com golpes ou violências contra a ordem constitucional e contra as liberdades públicas. Se o atual regime não satisfaz, em muitos de seus aspectos, desejamos é o seu aprimoramento e não sua supressão, o que representaria uma regressão e o obscurantismo.

A renúncia de Sua Excelência, o Presidente Jânio Quadros, veio surpreender a tosos nós. A mensagem que Sua Excelência dirigiu ao povo brasileiro contém graves denúncias sobre pressões de grupos, inclusive do exterior, que indispensavelmente precisam ser esclarecidas. Uma Nação que preza a sua soberania não pode conformar-se passivamente com a renúncia do seu mais alto magistrado sem uma completa elucidação destes fatos. A comunicação do Sr. Ministro da Justiça apenas notifica o Governo do Estado da renúncia do Sr. Presidente da República.

Por motivo dos acontecimentos, como se propunha, o Governo deste Estado dirigiu-se à Sua Excelência, o Sr. vice-Presidente da República, Dr. João Goulart, pedindo seu regresso urgente ao País, o que deverá ocorrer nas próximas horas.

O ambiente no Estado é de ordem. O Governo do Estado, atento a esta grave emergência, vem tomando todas as medidas de sua responsabilidade, mantendo-se, inclusive, em permanente contato e entendimento com as autoridades militares federais. O povo gaúcho tem imorredouras tradições de amor à pátria comum e de defesa dos direitos humanos. E seu Governo, instituído pelo voto popular – confiem os riograndenses e os nossos irmãos de todo o Brasil – não desmentirá estas tradições e saberá cumprir o seu dever.”

Brizola proferiu, às 11 horas do dia 28 de agosto, pela rede da Legalidade, para o Rio Grande do Sul e o Brasil, um dos discursos mais bonitos da política brasileira. Após intensa campanha tendo o rádio como canal, os sargentos da Base Aérea de Canoas (então de Gravataí) se rebelaram e impediram que os oficiais levantassem vôo para bombardear o Palácio.

No dia 7 de setembro de 1961, depois de 13 dias de impasse político-militar no país, João Goulart retornou ao Brasil, via Porto Alegre, e foi empossado na Presidência da República.

A campanha da legalidade foi uma ampla mobilização popular de conteúdo democrático, tendo como protagonista um dos mais importantes e carismáticos líderes políticos do Brasil no século XX. Leonel Brizola conseguiu com este movimento ter o apoio ostensivo dos militares, numa das raras ocasiões em que o Exército, no caso o III Exército, esteve literalmente do lado das massas populares.

Este momento, o 50º Aniversário da Campanha da Legalidade, deve ser lembrado e comemorado por todos os brasileiros que continuam apostando no Brasil e em sua prosperidade com justiça social.

Sobre esse episódio Brizola dizia: “Sou como uma planta do deserto. Quando a seca é grande, me alimento com uma gota de orvalho. E foi assim na campanha da legalidade, em 1961. Ali, a partir do Palácio Piratini, surgia a gota de orvalho, para levar pelo Brasil afora a esperança e a fé de que a democracia não seria derrubada e de que João Goulart, pela legalidade, tomaria posse, como aconteceu”.           

    

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - tem a palavra a nobre Depuada Analice Fernandes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlão Pignatari. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga.

 

O SR. DONISETE BRAGA - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, iniciamos na última sexta-feira e pude acompanhar as audiências públicas que estão sendo coordenadas pela comissão de Finanças e Orçamento da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Tive oportunidade de comparecer à região de Presidente Prudente e Assis, onde foram discutidos os problemas do Estado de São Paulo e ao mesmo tempo ouvimos prefeitos, vereadores, sociedade civil. A comissão é presidida pelo deputado Mauro Bragato e tem como vice-presidente o deputado Luiz Claudio Marcolino.

Digo que essas audiências públicas são importantes e não podemos iludir a população de que tudo que todas as demandas feitas serão atendidas. Muito pelo contrário, acho que estamos iniciando um processo. Espero que um dia possamos ter um orçamento impositivo para tratarmos da realidade de cada região administrativa. Se analisarmos as 15 regiões administrativas que compõem o Estado de São Paulo, sabemos das diversidades existentes.

É muito diferente o que se pleiteia para o Vale do Ribeira do que se pleiteia para o Pontal do Paranapanema, para a região de Ribeirão Preto, para a Baixada Santista, para o Alto Tietê ou Campinas. Temos que avançar e ter como metas o fortalecimento dos nossos municípios porque sabemos que muitas vezes os municípios investem em políticas públicas que teriam que ser de responsabilidade do governo do estado ou do governo federal. Os prefeitos sofrem por não atenderem as demandas.

Por exemplo, a questão que presenciamos nessas duas audiências realizadas na região administrativa de Presidente Prudente e na região administrativa de Marília apontou para isso. Mais do que redescobrir a vocação profissional, a qualificação profissional dessas regiões, temos que restabelecer o que representou o interior do Estado de São Paulo há três décadas, quando tínhamos uma agricultura forte, uma agropecuária que era imbatível nos estados brasileiros. Percebemos hoje que os estados de Minas Gerais e Paraná têm agregado valor na agropecuária e na agricultura muito mais do que o interior do Estado de São Paulo.

Lamentavelmente, muitas regiões ficam dependentes das usinas de cana-de-açúcar. É importante que o governo do estado tenha preocupação, assim como o governo federal para que possamos redefinir a vocação. Estivemos conversando com o prefeito de Assis, Ézio Spera, que disse do potencial que a cidade tem e o entorno de Marília para fortalecer a questão da inovação, da tecnologia, aproveitar a UNESP que está localizada naquela região e poder estabelecer oportunidades e alternativas no processo de formação, de qualificação e de capacitação dos trabalhadores e das trabalhadoras daquela região. Penso a mesma coisa para todas as regiões administrativas do nosso estado e gostaria muito que ao final dessas audiências públicas, que serão muitas, nós possamos elencar alternativas para podermos recuperar o potencial, a riqueza que representa o Estado de São Paulo.

Quero aproveitar e requerer a V.Exa., que um artigo hoje que foi publicado no “Diário do Grande ABC” num painel “Contexto Paulista” assinado pelo jornalista Wilson Marine, onde fala que o Estado quer sugestões para o Orçamento. E aqui ele elenca as audiências públicas, o conceito de prioridades, investimentos.

Sr. Presidente, passo a ler o seguinte:

“Contexto Paulista

Estado quer sugestões para o Orçamento

O cidadão paulista, de qualquer lugar, pode sugerir emendas ao orçamento do Estado de São Paulo em 2012 pela internet. A Assembleia Legislativa disponibilizou esta semana em seu portal ferramenta que permite a apresentação das propostas. A peça orçamentária do Estado é a principal matéria que a Assembleia paulista vota a cada ano. Ela prevê os recursos e investimentos do Estado por região e programas em todas as áreas sociais. Serão definidos os orçamentos das secretarias e órgãos de governo, além de emendas que asseguram a discussão e efetivação de projetos no ano seguinte.

Ao mesmo tempo, a Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento da Assembleia programa série de audiências públicas nas regiões administrativas do Estado para discutir com a população o orçamento do próximo ano. A apresentação de propostas é aberta durante as audiências a todos os participantes. Não há necessidade de inscrições. É a hora de assegurar as emendas de interesse regional, independentemente da ação de lideranças estaduais e regionais.

Tanto as propostas presenciais quanto as da internet serão analisadas por uma equipe técnica que irá avaliar sua compatibilidade com os programas do Orçamento e a viabilidade de tornarem-se emendas parlamentares. Os interessados na participação via internet deverão acessar o portal www.al.sp.gov.br e à direita da clicar no destaque "Audiências Públicas do Orçamento 2012" e em seguida em "Para fazer sua sugestão clique aqui".

As audiências

A maratona de audiências públicas no Estado começou na sexta-feira por Assis e Presidente Prudente. Este é o calendário das demais reuniões: Guarulhos (22/8), Franca (26/8), Ribeirão Preto (26/8), Registro (29/8), Barretos (1/9), S. José do Rio Preto (2/9), São Carlos (5/9), Sorocaba (9/9), Taubaté (12/9), Campinas (15/9), Araçatuba (16/9), Bauru (16/9), Santos (19/9), São Bernardo do Campo (22/9), Osasco (26/9) e São Paulo (27/9).”

Espero, sem dúvida, que ao final dessas audiências públicas possamos avançar muito para que possamos reconhecer e fortalecer a riqueza que representa o Estado de São Paulo. Muito obrigado Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes, pelo tempo regimental de cinco minutos.

Antes, porém, esta Presidência esclarece a V. Exa., um nobre Deputado que está sempre atento, e há poucos instantes assomando a esta tribuna, V.Exa. falou sobre as grades de proteção e da rampa. Esse processo é o de nº 3.505/11; só que a licitação vai ocorrer, agora, no dia 2 de setembro. Enquanto não acontecer essa licitação, a Mesa Diretora da Assembleia não pode instalar esses corrimões. Essa é a informação que esta Presidência esclarece a Vossa Excelência. Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, essas rampas estão prontas há mais de um ano, tanto assim que me levou, mediante reclamação de cadeirantes, vou ater-me ao que está acontecendo ali. Acho que minimamente, o que a Assembleia tem fazer é colocar algum meio alternativo para proteger as pessoas ali. Se ainda vão realizar a licitação de algo que já foi tratado há mais de quatro meses com a sub-Prefeitura - a sub-Prefeitura realizou a obra, fez a parte dela - é um relaxo ainda maior saber que só daqui a 15 dias vai se tomar providência em relação àquilo.

Mas, o segundo momento onde mostra a guarita de proteção dos policiais, isso já é uma vergonha que já vimos cobrando desde o mês de fevereiro e foi-me dito que havia um projeto maravilhoso, com cabine blindada, com proteção, e até agora, a única coisa que se fez, distava 50 metros do gradil a guarita do policial militar, ela agora está há 20 metros, que é para acertá-lo mais rapidamente.

Sr. Presidente, quero aproveitar essa segunda manifestação minha para ler um manifesto da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal.

Passo a ler o seguinte:

“A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal vem a público esclarecer que, após ser preso, qualquer criminoso tem como primeira providência tentar desqualificar o trabalho policial. Quando ele não pode fazê-lo pessoalmente, seus amigos ou padrinhos assumem a tarefa em seu lugar.

A entidade lamenta que no Brasil, a corrupção tenha atingido níveis inimagináveis; altos executivos do governo, quando não são presos por ordem judicial, são demitidos por envolvimento em falcatruas.

Milhões de reais - dinheiro pertencente ao povo - são desviados diariamente por aproveitadores travestidos de autoridades. E quando esses indivíduos são presos, por ordem judicial, os padrinhos vêm a publico e se dizem “estarrecidos com a violência da operação da Polícia Federal”. Isto é apenas o início de uma estratégia usada por essas pessoas com o objetivo de desqualificar a correta atuação da polícia. Quando se prende um político ou alguém por ele protegido, é como mexer num vespeiro.

A providência logo adotada visa desviar o foco das investigações e investir contra o trabalho policial. Em tempos recentes, esse método deu tão certo que todo um trabalho investigatório foi anulado. Agora, a tática volta ao cenário.

Há de chegar o dia em que a história será contada em seus precisos tempos.

De repente, o uso de algemas em criminosos passa a ser um delito muito maior que o desvio de milhões de reais dos cofres públicos.

A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal colocará todo o seu empenho para esclarecer o povo brasileiro o que realmente se pretende com tais acusações ao trabalho policial e o que está por trás de toda essa tentativa de desqualificação da atuação da Polícia Federal.

A decisão sobre se um preso deve ser conduzido algemado ou não é tomada pelo policial que o prende e não por quem desfruta do conforto e das mordomias dos gabinetes climatizados de Brasília.

É uma pena que aqueles que se dizem “estarrecidos” com a “violência pelo uso de algemas” não tenham o mesmo sentimento diante dos escândalos que acontecem diariamente no país, que fazem evaporar bilhões de reais dos cofres da nação, deixando milhares de pessoas na miséria, inclusive condenando-as a morte.

No Ministério dos Transportes, toda a cúpula foi afastada. Logo em seguida, estourou o escândalo na Conab e no próprio Ministério da Agricultura. Em decorrência das investigações no Ministério do Turismo, a Justiça Federal determinou a prisão de 38 pessoas de uma só tacada.

Mas a preocupação oficial é com o uso de algemas. Em todos os países do mundo, a doutrina policial ensina que todo preso deve ser conduzido algemado, porque a algema é um instrumento de proteção ao preso e ao policial que o prende.

Quanto às provas da culpabilidade dos envolvidos, cabe esclarecer que serão apresentadas no momento oportuno ao Juiz encarregado do feito, e somente a ele e a mais ninguém. Não cabe à Polícia exibir provas pela imprensa.

A ADPF aproveita para reproduzir o que disse o ex-ministro Márcio Thomaz Bastos: “a Polícia Federal é republicana e não pertence ao governo nem a partidos políticos”.

Brasília, 12 de agosto de 2011

Bolivar Steinmetz

vice-Presidente, no exercício da Presidência”

Faço questão de fazer essa reprodução para deixar muito bem claro que todo cidadão de bem logicamente não quer qualquer tipo de excesso da Polícia na aplicação da lei e no cumprimento da ordem. Mas, como disse o Ministro Marco Aurélio, do Supremo Tribunal Federal, é preferível que a Polícia peque pelo excesso de zelo na condução de um preso do que se omita nesses crimes gravíssimos de desvios de bilhões de reais. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini, pelo tempo remanescente do Pequeno Expediente.

 

O SR. EDSON FERRARINI - PTB - Sr. Presidente, Deputado Jooji Hato, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, gostaria de falar sobre uma coisa que preocupa muito o paulista, o funcionário, as pessoas que têm precatório para receber.

O precatório é uma vergonha. O país tem que se envergonhar do precatório. O que é o precatório? O Estado deve ao cidadão que ganhou uma ação do Estado, seja uma licença-prêmio, seja uma desapropriação para uma rodovia passar onde ficava a sua casa. O cidadão, às vezes, leva 30 anos para pagar uma casa; o Metrô foi projetado para passar onde ficava a sua casa. O Estado diz que não pode pagar o valor da sua casa e vira precatório, só que as pessoas estão morrendo e não estão recebendo.

Há o precatório municipal, o estadual e o federal e é o certificado de uma dívida da União, expedido pela Justiça. A pessoa chegou ao Supremo e o Estado não paga. E a grande vergonha é que esse valor devido não pode ser usado para abater o IPTU, o imposto de renda. Quando o cidadão vende o precatório para alguns escritórios, recebem pouco, porque depois eles têm todo um mecanismo, porque eles vendem para as empresas pagarem o seu imposto. É um mecanismo.

Sou Presidente de Comissão de Administração Pública e Relações do Trabalho e vamos convocar o Secretário da Fazenda para que venha nos explicar por que essa vergonha dos precatórios. A fila está atrasada 10 anos, e agora estão pagando alguns precatórios pequenos. Vamos entender cada detalhe do que está acontecendo.

E o que é o precatório? Precatório alimentar são dívidas trabalhistas e salariais, e inclui obrigações de pequeno valor. E o precatório não alimentar são todos os outros tipos: indenizações, desapropriações. Seja quanto for, o Estado diz: "devo, não nego, e não pago".

Isso é aviltante, porque 70 mil pessoas já morreram e não receberam o precatório. Dessa forma, se 70 mil pessoas já morreram, pode ter um nome mais feio: calote, sacanagem do Estado, mutreta do Estado, falta de vergonha do município, do Estado, da Nação. Ele sabe que vai morrer, e quer protelar o mais que pode. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, está esgotado o tempo destinado ao Pequeno Expediente.

Em relação ao Processo 3505/11, a que se referiu o Deputado Major Olímpio, esta Presidência esclarece que a obra aqui na Assembleia Legislativa está pronta há 30 dias. Não é comum a subprefeitura realizar a obra tão rapidamente; foi feito e foi muito bom.

Mas é preciso ser feita uma licitação para a colocação dos corrimões para dar proteção principalmente às pessoas com deficiência física. A burocracia no nosso País impede a agilidade. É claro que todos nós, os 94 Deputados, queremos que todas as pessoas tenham acessibilidade. É claro que a Mesa Diretora luta por isso.

Segundo a Secretaria Geral da Administração da Casa, ela foi impedida de colocar o corrimão de proteção exatamente pela burocracia em que, infelizmente, está mergulhado o nosso País. Obras públicas são assim mesmo, demoradas.

Pedimos essa compreensão, em nome da Mesa. Nessa parceria entre a Assembleia Legislativa e a subprefeitura, a subprefeitura foi muito rápida, felizmente, mas a Assembleia, por causa da burocracia, não conseguiu vencer a etapa da licitação.

 

O SR. Carlos Giannazi - PSOL - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público que nos acompanha pela TV Assembleia, gostaria de fazer um novo apelo porque já solicitamos ao Governo Estadual, à Secretaria de Transportes do Estado de São Paulo e ao DER. Gostaria agora de reforçar o pedido, sobretudo ao Palácio dos Bandeirantes, à Casa Civil e ao Governador Geraldo Alckmin, para que haja a imediata pavimentação da Rodovia SP-249, que liga o Município de Apiaí ao Município de Itapeva.

Trata-se de uma rodovia de terra, que não tem asfalto - pelo menos 46 quilômetros dessa rodovia não têm pavimentação. É um trecho que vai de Apiaí a Ribeirão Branco, outro município do Alto Vale do Ribeira, na região sudoeste do Estado. Aliás, é uma região que está abandonada pelo poder público, não recebe investimento e vive sem recursos. O dinheiro do Estado e do Governo Federal não é canalizado para aquela região.

A SP-249 é estratégica para a região e o Governo Estadual tem a obrigação de pavimentá-la. O estado mais rico da federação, com um orçamento de 145 bilhões de reais, não tem a capacidade de pavimentar uma rodovia? São 46 quilômetros praticamente abandonados. Os moradores de 20 municípios não conseguem estudar, não têm acesso aos hospitais em Itapeva e em outras regiões, a produção agrícola não é escoada. Aquela região produz muito, mas, muitas vezes, a produção se perde por conta da falta de escoamento, por conta das precárias condições dessa rodovia.

Em dias de chuva, as populações ficam ilhadas nos seus municípios, principalmente em Apiaí. As pessoas literalmente morrem por falta de assistência médica, por conta dessa omissão e leviandade do Estado em não investir na região.

Diante disso, apelamos mais uma vez ao Governador Geraldo Alckmin, ao Secretário Estadual de Transportes e ao Presidente do DER para que as providências sejam tomadas e a população saia dessa situação de abandono, de ter que buscar outras alternativas, extremamente demoradas, com custo muito alto - não só custo financeiro, mas um custo social gravíssimo para as pessoas.

E o Estado tem recursos. Até agora, só promessas. Não sei o que os deputados estaduais e federais que atuam naquela região, que se dizem donos do pedaço, têm feito para que haja a pavimentação da SP-249. Promessas são feitas durante o processo eleitoral e, após as eleições, nada acontece, a população continua sendo prejudicada, além de todos esses fatos que eu coloquei aqui dos prejuízos gravíssimos que a população de 20 municípios vem sofrendo. Temos, também, uma região que tem grande potencial turístico e que por falta de recursos esse potencial não é desenvolvido e viabilizado.

Temos condições de transformar toda aquela região de Apiaí, do Alto Vale do Ribeira num grande pólo turístico. Agora, com essa rodovia sem asfalto, isso será impossível. Então, fica aqui o nosso apelo ao Governador e à Secretaria de Transportes.

Sr. Presidente, gostaria que cópias deste meu pronunciamento fossem enviadas para o Governador Geraldo Alckmin, para o Secretário de Transportes e também para a direção do DER para que providências sejam tomadas imediatamente.

Sr. Presidente, gostaria ainda de utilizar a tribuna para falar pelo Art. 82, pela vice-liderança da minoria.

 

O SR. EDSON FERRARINI - PTB - Sr. Presidente, o nobre Deputado Carlos Giannazi vai falar em sequência ou eu falo antes pelo Art. 82, pela liderança do PTB?

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, quero aproveitar para falar porque eu já estou na tribuna.

Deputado Ferrarini, é para terminar o meu pronunciamento. V. Exa. vai fazer uso da palavra em seguida.

O nobre Deputado Edson Ferrarini, V. Exa. fez um pronunciamento importante sobre os precatório aqui que tem todo apoio da Bancada do PSOL porque há uma grande omissão em relação ao pagamento dos precatórios no Estado de São Paulo.

O Estado de São Paulo deve mais de 16 bilhões de precatórios. Então, apoiamos essa luta para obrigar o Estado a pagar os precatórios. Sobretudo, aos servidores públicos, os precatórios alimentares. O Estado de São Paulo deve 16 bilhões de reais e tem que pagar.

Recentemente, foi aprovada uma emenda, no Congresso Nacional, dificultando ainda mais o pagamento dos precatórios e o PSOL, lá em Brasília, foi o único partido que votou contra essa alteração na Constituição Federal.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, gostaria de retomar aqui o primeiro tema do meu pronunciamento no Pequeno Expediente, que é em relação à matéria publicada hoje, na “Folha de S.Paulo” e que vou mostrar aqui, no telão da Casa, sobre a superlotação de salas de aula.

É uma matéria muito importante que faz uma radiografia da situação das escolas estaduais de São Paulo, mostrando 60% das escolas de São Paulo com salas lotadas. Eu diria que o número é superior porque visitamos escolas estaduais, fazemos diligências nas escolas estaduais e conhecemos perfeitamente a situação de calamidade pública dessas escolas, que são vítimas da falta de investimento do Governo. Então, a superlotação de salas de aula é uma das grandes mazelas, um verdadeiro câncer hoje da Rede Pública de Ensino.

Temos salas de aula com 50 ou até 60 alunos. Isso inviabiliza, como eu disse há pouco, a oferta da qualidade de ensino e inviabiliza todo o processo de ensino/aprendizagem, prejudicando os nossos mais de 5 milhões de alunos matriculados na rede e, sobretudo, os professores, os profissionais da Educação, que acabam sendo afetados por doenças gravíssimas de voz, estresse, síndrome do pânico, depressão e tantas outras doenças físicas e mentais por conta dessa irresponsabilidade do Estado em manter as salas superlotadas.

Além de todas as denúncias que fizemos desde 2007, quando assumimos aqui a cadeira quando fomos eleitos Deputados nesta Casa, fizemos gestões junto ao governo, acionamos aqui a Comissão de Educação e nada foi feito até agora.

Diante disso, já em 2007, apresentamos o PL 517, que já foi aprovado em todas as comissões da Assembleia Legislativa, só falta ser aprovado aqui no plenário.

Faço um apelo aos deputados comprometidos com a Educação pública, gratuita e de qualidade, aos partidos desta Casa comprometidos com a Educação pública, sobretudo com os nossos mais de cinco milhões de alunos: aprovem o nosso Projeto 517. Sempre que há discussão para projeto de deputado tentamos colocar o nosso, mas o Governo rejeita. O nosso projeto estipula um número de alunos por sala: 25 no máximo para o Ensino Fundamental e 30 para outras séries e ciclos, é um número razoável que poderia ofertar a qualidade de ensino tão perseguida por todos nós na rede pública de ensino.

Se o nosso projeto não for aprovado, o Governo não tomará essa iniciativa. O Governo não quer investir em Educação.

O Governo tem de construir novas escolas e dividir a demanda, tem de fazer um mapeamento, tem de fazer um planejamento. Não sei por quê não faz se tem tantos técnicos, tantos burocratas trabalhando na Secretaria da Educação. É fácil fazer a previsão da demanda e construir escolas onde a demanda é alta e onde tem superlotação de sala. Mas o Governo é omisso. Não investe em Educação, não aprova o plano estadual de Educação, não investe no magistério e ainda por cima criminaliza os professores dizendo que a baixa qualidade de ensino da rede estadual tem como principal protagonista o professor, ou seja, tenta jogar a sociedade contra o magistério estadual. Portanto, fica muito claro para todos nós que a baixa qualidade de ensino na Rede Estadual de Ensino é consequência da falta de investimento do Governo Estadual.

Os tucanos que já estão há 16 anos no nosso Estado destruindo a Educação, destruindo a escola pública, atacando o magistério, estão sendo desmascarados agora pela própria imprensa, que muitas vezes tem protegido os tucanos principalmente nessa área da Educação. A matéria é muito clara: mais de 60% das escolas estaduais vivem hoje o drama da superlotação de salas. Tem até aluno fazendo rodízio em sala de aula para sentar porque não tem carteiras para todos, isso no Ensino Fundamental e no Ensino Médio. Exigimos providências.

Que o Governo faça a construção das escolas para atender a demanda e acabar com a superlotação de salas de aula. A Assembleia Legislativa tem de aprovar o nosso Projeto 517 que põe um ponto final na superlotação de salas.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Esta Presidência quer esclarecer que deu a palavra ao nobre Deputado Carlos Giannazi após sua fala pelo Art. 82 pelo PSOL de vez que pediu para falar pelo bloco da Minoria logo em seguida.

Quero cumprimentar o nobre Deputado Edson Ferrarini pela compreensão e gentileza.

 

O SR. EDSON FERRARINI - PTB - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, V. Exa. que tem presidido as sessões sempre com muita competência, nada mais fez do que usar da larga experiência política que tem.

Mas, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, tenho recebido muitos e-mails com relação ao problema dos precatórios. De fato isso é uma afronta ao cidadão, àquele que paga impostos.

Veja o que acontece com você quando erra na declaração do imposto de renda. Você perdeu dois dias por um problema qualquer, o Estado cai matando em cima de você. Ele deve milhões e não paga. As pessoas estão morrendo e o Estado não paga. É o precatório. Por isso vamos trazer à Comissão de Administração Pública e à de Relações do Trabalho o secretário da Fazenda. Comissão da qual sou presidente. Vamos, sem duvida alguma, trazê-lo aqui.

Quero responder ao pai que me pediu um livro. Sou presidente da Frente Parlamentar em defesa da família, contra as drogas, no enfrentamento ao crack e pela não legalização da maconha. O livro dessa comissão é este aqui. É o manual da comissão. Se você, pai, quiser o material para orientar na sua escola, para orientar os seus filhos, basta entrar no meu e-mail, se cadastrar, pedir, entrar no meu site e você terá. Teremos que ter mais livros desses nas escolas, nas ruas, nas famílias do que cigarros de maconha. É grátis; não paga nada. Vou mandar para você quantos livros você precisar. Aqui diz tudo sobre cada uma das drogas, como os pais devem falar a respeito e a mentira dos que querem a legalização da maconha.

Quero também, Sr. Presidente, deixar aqui registrado o meu voto contrário a uma afronta à democracia deste país. Estão fazendo uma reforma política pela qual o deputado não será mais dono do seu mandato. Pertence ao partido. Quer dizer, vocês já estão vendo aí todas essas mutretas acontecendo, ministros caindo, presidentes de partido, mas o Supremo Tribunal Federal diz que o voto não é do deputado, não é o eleitor que votou, é do partido. Agora, o que é pior, é que está para ser aprovado o voto em lista fechado. O que é isso que o PT quer e querem aprovar? Quem escolhe quem vai ser eleito não é você, é o partido. Sabe aqueles 17 que foram mandados embora do Ministério dos Transportes? Se o partido colocar na lista prioritária eles serão eleitos. Você vota em quem você quer. Você vota no deputado lá da tua rua, que trabalhou bastante, mas o voto vai para o partido e para aquele que o partido indicou. Então não adianta trabalhar para o povo. Tem que trabalhar ficando de bem com o presidente do teu partido. Ele bota você na lista em primeiro, em segundo, terceiro... Está aí. É fazer cupinchada. Isso é um afronta à democracia.

O Michel Temer deu um palpite outro dia, não sei se manterá. Aqui tem 94 deputados. Os 94 mais votados é a vontade do povo e pronto. Elegeu. Eles dizem: “Mas daí enfraquece o partido”. O partido é que indica o presidente, o ministro; 4 já foram embora. Agora, o voto fechado, em lista fechada, quem faz a lista é, na calada da noite, o partido. Você vai votar; pensa que está votando num. É o voto do Tiririca. Você votou no Tiririca pensando num voto de protesto e com o voto nele você elegeu 3 cujos nomes você nem sabe. Voto em lista fechada é uma aberração. O que está aí, esse sistema proporcional de lista aberta, significa, por exemplo, que o Deputado Conte Lopes não voltou para a Assembleia, mas 23 com menos votos do que ele para cá vieram. Esse é o atual sistema. Agora, em lista fechada, só vai entrar a cupinchada do partido. Todos aqueles que foram mandados embora vão voltar com imunidade parlamentar. Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. JOSÉ BITTENCOURT - PDT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, quero me solidarizar com o discurso do deputado coronel Ferrarini. O sistema político brasileiro precisa ser amplamente debatido e que se ouça a sociedade. Não podemos concordar, em hipótese alguma, com a oligarquia política que está incrustada nas direções partidárias. Essa que é a verdade. Se esse sistema de lista fechada passar - não sei por que o PT envereda por esse caminho - a ideia que se divulga é que a lista fechada está associada ao financiamento público de campanha, que é uma outra questão que deve ser debatida com a população brasileira. É um debate que vai se aprofundar e temos que discutir muito e aperfeiçoar.

Esse modelo que aí está - V.Exa. citou o exemplo do voto do Tiririca - realmente precisa mudar. A questão do sistema proporcional é preciso mudar mesmo e encontrar um mecanismo que seja legítimo, verdadeiro, e que reflita o interesse da maioria da população.

 

O SR. JOSÉ BITTENCOURT - PDT - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, requeremos o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Sras. Deputadas e Srs. Deputados, esta presidência, cumprindo disposição constitucional, adita à Ordem do Dia o Projeto de lei nº 267, de 2009, vetado.

Havendo acordo de lideres, antes de dar por levantados os trabalhos, convoco V.Exas. para sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia de 18 de agosto último e o aditamento ora anunciado.

Está levantada a presente sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 15 horas e 57 minutos.

 

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