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27 DE JUNHO DE 2012

088ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidentes: JOOJI HATO, WELSON GASPARINI, CARLOS CEZAR e BARROS MUNHOZ

 

Secretário: WELSON GASPARINI

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - JOOJI HATO

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

002 - WELSON GASPARINI

Discorre sobre os malefícios do fumo e como preveni-los. Afirma que o cigarro causa males irreversíveis, sendo que milhões de pessoas já sofreram doenças provocadas pelo uso do mesmo. Destaca que o cigarro não é droga ilegal. Questiona a venda legal do produto. Enaltece o trabalho de José Serra, ex-Governador de São Paulo, que instituiu a proibição do fumo em locais fechados. Ressalta a necessidade de prevenir as novas gerações, com orientação nas escolas. Menciona projeto de lei, de sua autoria, com o objetivo de orientar os alunos da rede pública estadual contra este vício. Pede apoio do Governador Geraldo Alckmin no combate ao fumo, com campanhas de orientação dirigidas a crianças e jovens.

 

003 - CARLOS GIANNAZI

Registra sua satisfação com a aprovação, em comissão da Câmara dos Deputados, do Projeto 8035/2010, que cria o Plano Nacional de Educação. Menciona que o mesmo ainda terá três etapas para a aprovação final. Ressalta que, foi aprovado investimento de 10% do PIB na Educação, apesar de proposta inicial do Governo de 7%. Destaca que o plano possui 20 metas importantes para o desenvolvimento da Educação nos próximos dez anos, sendo a última delas referente ao financiamento do setor. Considera baixo o piso nacional de 1481 reais, aquém das necessidades do Magistério Público. Informa que o Estado de São Paulo não respeita a jornada do piso salarial. Esclarece que o avanço da Educação depende de mais investimento.

 

004 - WELSON GASPARINI

Assume a Presidência.

 

005 - JOOJI HATO

Comenta matéria, da "Folha de S. Paulo", de ontem, sobre o brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, condenado à morte na Indonésia pedindo a Presidente Dilma Rousseff para salvá-lo. Afirma que o mesmo foi acusado de tráfico de drogas e preso na Indonésia em 2003. Descreve o procedimento de execução do país. Cita a queima de diversos ônibus na Zona Sul, por adolescentes. Compara o cumprimento de leis na Indonésia com o Brasil, onde isto não ocorre. Menciona a venda de drogas em diversos lugares, inclusive nas universidades brasileiras. Destaca que o Brasil é o segundo maior consumidor de bebida alcoólica no mundo. Ressalta a necessidade de leis modernas para o controle de bebida alcoólica, drogas e armas ilegais e da blitz do desarmamento, sem que a mesma atrapalhe o trânsito. Parabeniza a Polícia Civil por prender os responsáveis por arrastões em restaurantes.

 

006 - ROBERTO MASSAFERA

Lembra iniciativa do Governador Mário Covas para a inclusão de suco de laranja na merenda escolar. Afirma que neste ano haverá muita sobra de laranjas, com prejuízo para os citricultores. Pede o apoio da Secretaria da Educação para incluir o suco de laranja na merenda escolar. Ressalta a necessidade de ajuda a este setor da economia paulista, que passa por crise profunda e grave. Menciona que a citricultura enfrenta outros problemas, como doenças e pressões climáticas. Solicita ajuda do Governador Geraldo Alckmin para amenizar a crise.

 

007 - JOOJI HATO

Assume a Presidência.

 

008 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Comenta a realização de audiências públicas do orçamento nas regiões de Bebedouro e São Carlos. Menciona a demanda por ajuda à agricultura familiar, mais especificamente a laranja. Afirma que, com a crise da Grécia e Europa foram suspensos os contratos de compra de laranja e outros contratos já firmados não estão sendo cumpridos. Destaca a necessidade de intervenção dos governos Estadual e Federal na crise. Informa que podem ser perdidas na safra de 2012, 100 milhões de caixas de laranja, que correspondem a 25% da produção nacional. Diz que a laranja deve fazer parte da merenda escolar, das refeições de presídios, assim como da cesta básica da região Nordeste. Cita reunião realizada com o Secretário da Fazenda Andrea Calabi e a Comissão de Orçamento e Finanças para buscar soluções para o caso.

 

009 - MARCOS MARTINS

Cita visita do Presidente da CPTM à estação de trens de Osasco para a inauguração do bicicletário. Afirma que a estação é importante para toda a região. Destaca a necessidade de melhoria das condições dos trens, superlotação e demora nas estações. Diz que a melhoria destas condições melhorará também a situação dos trabalhadores que dependem deste meio de transporte. Comenta a realização de seminário para discutir a questão da droga e a dependência química no funcionalismo, organizada pela Comissão de Saúde, Frente Parlamentar de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas e Diretoria de Saúde desta Casa. Parabeniza os organizadores do evento. Lembra a morte de policiais fora de serviço. Menciona projeto de lei, a ser votado na Câmara Federal, para a redução da jornada de trabalho dos enfermeiros para 30 horas.

 

010 - OLÍMPIO GOMES

Afirma que não foi dada nenhuma resposta pelo Governo do Estado para a proposta de comissão mista que trata do nível universitário para investigadores e escrivães do Estado de São Paulo. Menciona o atraso de 29 dias para a apresentação da proposta, que será prorrogada para o segundo semestre, devido ao recesso desta Casa. Informa a necessidade, para estas categorias, de pagamento igual aos peritos, adicional por local de serviço, sendo pagos também a aposentados e pensionistas. Destaca a "Operação Cavalo de Aço", da Polícia Militar de São Paulo para solucionar os crimes premeditados de execução de policiais fora de serviço. Relata que a atuação da Polícia será ampliada em todo o Estado. Pede à população que ajude a Polícia na proteção da sociedade, ligando para o 190 ou Disque Denúncia. Ressalta que a comissão formada para alteração do Código Penal, que não possui nenhum policial.

 

011 - LUIZ CARLOS GONDIM

Menciona o aumento de criminalidade e assaltos a condomínios de luxo na região de Mogi. Cita casos de violência na região. Afirma ser necessário aumentar o efetivo de policiais, que hoje trabalham com número reduzido de homens. Destaca a falta de viaturas e de condições para a atuação dos policiais. Ressalta a necessidade de policiamento ostensivo e defensivo mais contundente para garantir a segurança da população. Comenta a transferência de policiais para a região do ABC, sendo que há falta dos mesmos em seus próprios batalhões. Pede urgência na resolução destes problemas.

 

GRANDE EXPEDIENTE

012 - WELSON GASPARINI

Apela ao Presidente Barros Munhoz e aos líderes de bancadas pela celeridade na apreciação de projetos de lei, nesta Casa. Lembra matéria, de sua autoria, que propõe a realização de campanha informativa a fim de prevenir a ocorrência de acidentes domésticos com crianças. Destaca que o projeto não cria despesas para o orçamento do Executivo Estadual. Cita matérias jornalísticas relatando acidentes com crianças. Critica o envio ao Brasil de contêineres contendo lixo de outros países.

 

013 - CARLOS CEZAR

Assume a Presidência.

 

014 - JOOJI HATO

Trata da problemática dos maus tratos aos animais. Defende a criação de Delegacia Especial voltada ao combate à violência animal. Pede a realização de blitz visando a retirada de armas ilegais das ruas. Sugere que as Forças Armadas sejam utilizadas no combate à violência pública, em São Paulo (aparteado pelo Deputado Hamilton Pereira).

 

015 - JOOJI HATO

Pelo art. 82, considera que o combate às drogas, ao álcool e às armas ilegais deverá aumentar os recursos destinados à Saúde pública. Defende a derrubada do veto ao projeto de lei conhecido por "moto sem garupa", de sua autoria.

 

016 - Presidente CARLOS CEZAR

Anuncia a presença de estudantes e professores do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo, da cidade de Bragança Paulista, a convite do Deputado Edmir Chedid.

 

017 - CARLOS GIANNAZI

Pelo art. 82, informa a realização de audiência pública, nesta Casa, a fim de debater a lei nº 11.769, de 2008, que torna obrigatório o ensino de música nas escolas. Lamenta comunicado da Secretaria Estadual de Educação, segundo o qual não há previsão para o cumprimento desta matéria no Estado de São Paulo. Critica o desrespeito do PSDB à legislação relacionada ao magistério. Lembra que o ensino de música foi proibido no Brasil no período da ditadura militar. Relata que o investimento de 10% do PIB nacional à Educação foi aprovado na Câmara dos Deputados.

 

018 - JOOJI HATO

Assume a Presidência.

 

019 - HAMILTON PEREIRA

Pelo art. 82, Pelo art. 82, defende a derrubada de veto a projeto de lei, de sua autoria, que prevê a criação de banco de dados informativos e genéticos a fim de viabilizar a busca de pessoas desaparecidas. Lamenta a inexistência de uma política estadual de busca a desaparecidos. Explica os pormenores da matéria. Considera insuficiente o decreto, estabelecido pelo Governador, que criou o "Dia Estadual da Criança e Adolescente Desaparecidos".

 

020 - CAUÊ MACRIS

Solicita a suspensão dos trabalhos até as 16 horas e 30 minutos, por acordo de lideranças.

 

021 - Presidente JOOJI HATO

Defere o pedido e suspende a sessão às 16h14min.

 

022 - Presidente BARROS MUNHOZ

Assume a Presidência e reabre a sessão às 16h32min.

 

ORDEM DO DIA

023 - Presidente BARROS MUNHOZ

Coloca em votação e declara aprovados os seguintes requerimentos de comissão de representação: do Deputado Adriano Diogo, para participar de Audiência Pública com o Ministro da Defesa Celso Amorim, a realizar-se entre os dias 09 e 10/07; e do Deputado Adriano Diogo, com o intuito de participar do Seminário Internacional da Operação Condor, a realizar-se nos dias 04 e 05/07. Coloca em votação e declara sem debate aprovado requerimento, do Deputado Campos Machado, de urgência ao PL 417/12.

 

024 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Solicita a suspensão dos trabalhos por 30 minutos, para entendimento das lideranças.

 

025 - Presidente BARROS MUNHOZ

Anota o pedido. Convoca, para hoje, as seguintes comissões para reuniões conjuntas: de Constituição, Justiça e Redação e de Finanças, Orçamento e Planejamento, às 16 horas e 35 minutos; e de Constituição, Justiça e Redação, Assuntos Econômicos e de Finanças, Orçamento e Planejamento, às 16 horas e 40 minutos; e de Constituição, Justiça e Redação; Segurança Pública e Assuntos Penitenciários, e de Finanças, Orçamento e Planejamento, às 16 horas e 43 minutos. Suspende a sessão às 16h35min, reabrindo-a às 17h05min. Coloca em votação e declara aprovado requerimento de alteração da ordem do dia.

 

026 - ENIO TATTO

Solicita verificação de votação.

 

027 - Presidente BARROS MUNHOZ

Defere o pedido e determina que se proceda a verificação de votação pelo sistema eletrônico.

 

028 - ENIO TATTO

Declara obstrução da Bancada do PT ao processo.

 

029 - PEDRO BIGARDI

Declara obstrução da Bancada do PCdoB ao processo.

 

030 - Presidente BARROS MUNHOZ

Registra as manifestações. Registra a presença da Senhora Roseli Thomeu, ex-Deputada Estadual. Informa o resultado da verificação de votação, que não atinge número suficiente para deliberar.

 

031 - ALEX MANENTE

Solicita a suspensão dos trabalhos por 15 minutos, por acordo de lideranças.

 

032 - Presidente BARROS MUNHOZ

Defere o pedido e suspende a sessão às 17h19min; reabrindo-a às 17h37min. Convoca sessão extraordinária, a realizar-se hoje, com início 10 minutos após o término da presente sessão.

 

033 - SAMUEL MOREIRA

Requer o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

 

034 - Presidente BARROS MUNHOZ

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 28/06, à hora regimental, com ordem do dia. Lembra a realização da sessão extraordinária, hoje, com início às 19 horas. Levanta a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Welson Gasparini para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - WELSON GASPARINI - PSDB - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, tem a palavra o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Antonio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edinho Silva. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Hamilton Pereira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Cauê Macris. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vitor Sapienza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Orlando Morando. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Welson Gasparini.

 

O SR. WELSON GASPARINI - PSDB – Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados: uso a tribuna da Assembleia Legislativa neste instante para focalizar um tema de extraordinária relevância e que, infelizmente, não tem encontrado por parte das nossas autoridades pulso firme para buscar caminhos capazes de resolvê-lo. Estou falando dos malefícios do fumo e de como preveni-los.

Há poucos dias assisti o drama de um chefe de família com problemas no pulmão e que, segundo os médicos, só teria possibilidade de voltar à vida normal se parasse de fumar. Pior ainda: se não parasse de fumar, era morte certa. Todos sabem que esta praga, representada pelo cigarro, traz males irreversíveis à saúde. São milhares, talvez milhões de pessoas, que já sofreram na carne problemas resultantes de doenças provocadas pelo uso do cigarro. No entanto, apesar de seus malefícios e da comprovada dependência provocada, não é uma droga ilegal. Este chefe de família ao qual me referi, quando o médico lhe expôs o dilema de escolher entre a vida e a morte, entre parar de fumar ou continuar fumando, retrucou: “Doutor, então prefiro morrer. Não consigo largar o vício do cigarro.”

É um vício tão terrível que a pessoa, mesmo deitada num leito de hospital, afirma o propósito de continuar fumando quando dele sair. É de tal forma dependente que dele não consegue se libertar. Falam da cocaína, da maconha, do álcool. É verdade: tudo isso provoca graves problemas na saúde e dependência quase total. Mas e o cigarro? Qual a força que garante este produto continuar a ser vendido livremente quando se sabe de muita gente com problemas de saúde, internada em hospitais, vítimas desse terrível vício?

Quero fazer justiça ao ex-Ministro da Saúde e ex-Governador José Serra pela coragem de enfrentar  este problema. Hoje, graças a ele, temos no Estado de São Paulo a proibição de fumar em recintos fechados. Mas é vergonhoso porque, em restaurante, às vezes, a pessoa para de comer, sai para fumar lá fora e depois volta para continuar a sua refeição. É uma dependência total.

Nós devemos proteger principalmente as novas gerações de enveredarem pelo caminho desse vício. Se os professores nas escolas orientarem os seus alunos de maneira correta, mostrando o quanto fumar é perigoso, nós poderemos evitar que muitos jovens ingressem neste caminho, muitas vezes sem volta.

Quero dizer o seguinte: eu tenho ódio do cigarro. Graças a Deus não fumo, mas perdi membro da família e vejo, consternado, amigos e até colaboradores meus entregues a esse vício causador de dependência, doenças e até  mortes. Entendo, porém, que este ódio deve ser canalizado para medidas positivas. E é o que farei apresentando, nesta Assembleia, um projeto de lei visando orientar os alunos da rede pública estadual para fugirem desse terrível vício. Na primeira audiência com o Governador Geraldo Alckmin pedirei para ele entrar nesta guerra, inclusive motivando os secretários da Educação e da Saúde para desenvolverem campanhas orientando as crianças e jovens sobre os males do fumo. É importante fazer com que eles adquiram ódio do cigarro para, amanhã, não se sentirem tentados a praticar esse terrível vício e dele se tornarem dependentes.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados e Sras. Deputadas, tem a palavra o nobre Deputado Rodrigo Moraes . (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alex Manente. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Orlando Bolçone. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Milton Vieira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Bigardi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Vanessa Damo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Morais. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Celso Giglio. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Engler. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Carlos Gondim. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Dilmo dos Santos. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Regina Gonçalves. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vinícius Camarinha. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Welson Gasparini.

 

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O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários desta Casa e telespectadores da TV Alesp, inicialmente registro a nossa satisfação e a nossa alegria em relação a aprovação na data de ontem, na Câmara dos Deputados, em Brasília, do Projeto de lei nº 8.035/10, que cria o Plano Nacional de Educação. Esse projeto foi aprovado por uma Comissão Especial, segue para o Senado Federal e depois volta para a Câmara dos Deputados que após a sua aprovação segue para a sanção ou veto da Presidência da República.

O fato é que a aprovação desse projeto de lei teve uma marca importante na data de ontem, pois através da grande mobilização nacional e principalmente do movimento que se chama Campanha pelo Direito à Educação, movimento nacional e que congrega mais de 200 entidades representativas da área educacional pública, das pessoas e dos grupos organizados que defendem uma Educação pública, gratuita, estatal, laica e de qualidade, tem pressionado imensamente o Congresso Nacional tanto a Câmara dos Deputados como o Senado Federal e o próprio Poder Executivo para que possamos aprovar um Plano Nacional de Educação e que nele haja a garantia de que o Brasil invista, no mínimo, o que ainda é pouco, 10 % do PIB na Educação pública.

Mesmo contra a vontade do Governo Federal, que sempre foi contra essa proposta, pois a proposta inicial do Governo Federal era de 7%, passando para 7,5 e finalmente chegando a 8%, porém ontem através dessa grande mobilização e pressão conseguimos aprovar o Plano Nacional de Educação na Comissão Especial, através de um destaque de 10% do PIB em Educação. Porém o projeto ainda tem mais três etapas a serem vencidas: no Senado Federal, pois ele precisa passar por uma votação; depois volta para a Câmara dos Deputados e posteriormente vai para a sanção ou veto da Presidência da República.

Continuaremos mobilizados, vigilantes e pressionando o Senado Federal para que ele mantenha essa conquista da população brasileira e da Educação pública, o investimento de 10% do Produto Interno Bruto em Educação, mesmo contra a vontade do Governo que se manifestou contrariamente, orientando a sua base de sustentação a não aprovar esse destaque. Mas com a pressão popular, a pressão da sociedade que é superior ao fisiologismo e ao clientelismo tanto do Congresso quanto do Governo, nós conseguimos avançar.

O Plano Nacional de Educação tem 20 metas importantes para que ela se desenvolva em um prazo de 10 anos, é uma espécie de plano decenal. A meta nº 20, a principal, trata do financiamento, pois sem o financiamento e o aumento das verbas para a Educação pública não conseguiremos erradicar o analfabetismo brasileiro, atender a demanda na área da educação infantil, oferecer qualidade de ensino, investir na formação e, sobretudo em salários dignos para os nossos professores. Vale lembrar que o piso nacional salarial do professor é muito baixo, o valor é de R$ 1.481,00. Esse valor é muito baixo e está muito aquém das necessidades do Magistério público nacional. Existem muitos estados e municípios que não respeitam esse piso e muito menos a jornada do piso, como é o caso do Estado de São Paulo. O Governador Geraldo Alckmin não respeita a jornada do piso da Lei nº 11.738/08.

Temos que avançar é para que a Educação avance neste País ela precisa fundamentalmente de mais investimento, de mais dinheiro. Por isso, essa é uma luta central para todos os educadores das escolas públicas, principalmente da área da Educação básica. Nós que trabalhamos com educação infantil, com ensino fundamental e médio entendemos que esse ponto é crucial e que temos de forçar o Senado Federal a manter o projeto, a proposta aprovada na Câmara dos Deputados, e depois de mantida a aprovação esperamos que a Presidente Dilma Rousseff sancione a lei e não vete os 10% de investimento do PIB na área da Educação. Para o Brasil, um país em desenvolvimento do ponto de vista econômico em que teremos Copa do Mundo em 2014 e as Olimpíadas em 2016, é inconcebível que a Educação continue sem investimento.

Um país sério que prime pela formação da cidadania e pela qualificação para o trabalho precisa investir em Educação, pois um país só vai bem quando a Educação vai bem e se a Educação está mal como temos presenciado no Brasil o país não está bem.

Para finalizar, Sr. Presidente, apresentarei o “slogan” do Governo Federal: “Um país rico é um país sem pobreza.” Eu diria que: “Um país rico é aquele possui Educação pública, gratuita e de qualidade social para todos.” Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - WELSON GASPARINI - PMDB - Srs. Deputados e Sras. Deputadas, tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente desta sessão, Deputado Welson Gasparini, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários desta Casa e telespectadores da TV Alesp, tivemos uma matéria publicada na "Folha de S.Paulo", no dia de ontem, dizendo: “Peço a Dilma que ao menos tente me salvar, diz condenado à morte.” Essa matéria é a respeito de um brasileiro que está preso na Indonésia, e que foi pego com 13,4 kg de cocaína escondida em uma asa-delta. O caso aconteceu há cerca de 9 anos, envolvendo Marco Archer Cardoso Moreira, 50 anos, que foi acusado de tráfico de drogas e condenado à morte. O brasileiro foi preso em 2003 e está na cidade de Pasir Putih, a 430 km de Jacarta, na Indonésia.

A morte do brasileiro procederá da seguinte maneira: doze soldados empunhando fuzis mirarão o peito do brasileiro Marco Archer Moreira, dois dos 12 fuzis estarão carregados, sem que os soldados saibam quais são, e todos atiraram no peito desse brasileiro. Segundo matéria da "Folha de S.Paulo", os soldados não sabem qual dos fuzis está com munição. E se sobreviver, darão um tiro na cabeça. Depois o corpo será entregue à família.

Fico pensando: como fica a mãe, a família desse brasileiro condenado à morte? Depende da Presidenta da República Dilma Rousseff fazer um gesto para salvá-lo.

E aqui vemos adolescentes incendiando ônibus na zona sul. Desde domingo cinco adolescente vêm incendiando ônibus.

Que país é este? Parece que é o paraíso dos marginais. Lá na Indonésia a lei é cumprida. Entrou com droga e foi pego, morre. Aqui não. Aqui o cara vende droga à vontade, à luz do dia nos botecos da vida, em qualquer lugar. Às vezes são pegos e soltos; quando não, fazem manobras e nem vão para a cadeia. A droga está destruindo os nossos adolescentes, as nossas famílias. As drogas invadem as nossas escolas, as nossas universidades, provoca doenças, dão trabalho para os médicos, dão trabalho para a Polícia, sobrecarrega o sistema penitenciário e judiciário e fica por isso mesmo. Parece que este país é o paraíso dos marginais, dos traficantes.

Aqui o cara bebe, enche a cara, sai dirigindo, mata e não acontece nada.

Aqui nos Jardins, a 500 metros da Assembleia Legislativa, a maior Casa Legislativa do hemisfério sul, um cara num Land Rover mata uma advogada e não acontece nada. E bebendo cachaça de má qualidade. O País é o maior produtor de cachaça - e de má qualidade - é o segundo maior consumidor não fossem as igrejas, as entidades religiosas. Por isso é importante fortalecer as entidades religiosas senão seríamos o maior consumidor de bebida alcoólica e o Brasil estaria em condições piores às que já vive.

O Brasil tem um grau de violência inaceitável, um grau de violência sem precedentes.

Esta Casa tem de fazer leis modernas, leis que possam controlar os dois pilares da violência: a bebida alcoólica/droga é uma delas, para que a mãe desse brasileiro Marco Archer Moreira não chore a sua morte. Temos de fazer a prevenção controlando o outro pilar da violência: as armas ilegais, com numeração raspada, contrabandeada, roubada que está nas mãos de adolescentes de 15, 16 anos assaltando, roubando para comprar drogas.

Uma quadrilha de 17 elementos roubou um supermercado. Pegaram três mil reais. Isso dividido em 17 dá 200 reais. É a droga que está por trás disso.

Você não pode ir a um restaurante sem ser assaltado, você não pode ir para o seu apartamento porque tem arrastões nos prédios.

Tem de fazer blitz para o desarmamento, mas sem atrapalhar o trânsito. Estão fazendo blitz, mas atrapalhando o trânsito. A Polícia tem de melhorar mais, mas estão de parabéns a Polícia Militar e a Polícia Civil por prenderem os elementos que estavam fazendo os arrastões em restaurantes.

 

O SR. PRESIDENTE - WELSON GASPARINI - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Marco Aurélio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Gerson Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado André Soares. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Afonso Lobato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Massafera.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. ROBERTO MASSAFERA - PSDB - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, estou apresentando uma Indicação ao Governador Geraldo Alckmin pedindo para que siga o exemplo do saudoso Governador Mário Covas quando no início de sua gestão o setor da citricultura do Estado passava por uma crise muito grande, com superprodução e sobras.

Naquele ano, o Governador Mário Covas determinou que na merenda escolar das crianças de todas as escolas da rede pública fosse servido suco de laranja. Dessa maneira, alimentando melhor as nossas crianças na sua merenda, o Governador Mário Covas ajudou, com o aumento do consumo, a reduzir a pressão das sobras.

Este ano o setor citrícola apresenta um grande déficit. Sessenta milhões de caixas de laranja não serão colhidas e a laranja não colhida vai prejudicar a safra do ano que vem, quando sai a florada e não frutificará.

Como a citricultura é um setor muito forte da economia paulista na exportação - a região de Bebedouro, Araraquara, Barretos, Campinas, Limeira é muito forte na exportação do suco - e este ano com a superprodução teremos um grande prejuízo à citricultura paulista, estou Indicando ao Governador Geraldo Alckmin que recomende ao setor competente da Secretaria da Educação e da Fazenda um incentivo ao aumento do consumo do suco de laranja na merenda escolar usando os mecanismos legais de que o Governo dispõe para ajudar este setor tão importante da economia paulista, gerador de emprego, de renda, de divisa e que, neste momento, passa por uma grande crise.

A citricultura que já enfrenta doenças como o cancro cítrico, amarelinho, agora vem sofrendo muito com as questões climáticas.

Se o Governador Geraldo Alckmin puder de certa maneira ajudar a que na merenda escolar as nossas crianças tenham reforço na alimentação usando suco de laranja estará seguindo o exemplo do grande paulista que foi o Governador Mário Covas.

Encerro esta manifestação dizendo da satisfação de estar aqui mais uma vez lutando pela população de São Paulo encerrando o primeiro semestre do período legislativo me colocando à disposição da Casa para o que for necessário. Muito obrigado, Senhor Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputada Donisete Braga. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alencar Santana Braga. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Ed Thomas. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Beth Sahão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adriano Diogo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adilson Rossi. (Pausa.)

Esgotada a lista de oradores inscritos para falar no Pequeno Expediente vamos passar à Lista Suplementar

Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados e funcionários da Assembleia Legislativa, em nossas audiências públicas sobre o Orçamento, tivemos a oportunidade de conversar com pelo menos duas regiões do nosso Estado: as regiões de Bebedouro e de São Carlos, as cidades de Ibitinga, Gavião Peixoto e Nova Europa. Estivemos conversando com os vereadores, com os subprefeitos dessas regiões e com representantes de cooperativas e associações.

Foi-nos apresentada uma demanda na cidade de Barretos, com relação a agricultura familiar, a pequena agricultura da laranja e também de alguns setores mais estruturados da laranja em nosso Estado, pois com a crise econômica da Grécia, foram suspensos os contratos para compra da laranja no Estado de São Paulo. E também porque alguns contratos que foram firmados não estão sendo cumpridos pela Grécia, pela Espanha e por outros países da Europa.

Agora está havendo uma movimentação muito grande por parte do setor da citricultura do Estado de São Paulo, colocando que há uma emergência neste momento em discutir o setor. Estamos falando do setor da laranja porque ela acaba empregando boa parte da agricultura em nosso Estado, por exemplo, 100 milhões de caixas de laranjas, e é o que o Estado de São Paulo pode perder na safra de 2012. Esse mesmo número é equivalente a 25% da produção nacional, e é equivalente a 100% da safra dos Estados Unidos durante o ano.

Então não estamos falando de qualquer economia ou de qualquer agricultura. Estamos falando da laranja no Estado de São Paulo, que é importante para exportação e para o desenvolvimento de nosso Estado.

Gerenciamos um diálogo com Governo Federal e, no dia de ontem, conversamos com o Secretário da Fazenda, o Sr. Andrea Calabi, e com o Presidente da Comissão de Finanças e Orçamento, o Deputado Mauro Bragato, sobre a importância de fazer um dialogo com o Governo do Estado de São Paulo, partindo da Comissão de Finanças e Orçamento para que esta crise do setor da laranja possa ter uma intervenção, tanto federal como do Estado de São Paulo, na perspectiva de que parte desse suco possa ser processado e entregue nas escolas, nas creches, no sistema prisional e nos hospitais. E que no período que estamos vivendo esta crise sazonal, em virtude das crises que estão ocorrendo na Grécia e na Europa, seja incluído também na cesta básica das regiões Norte e Nordeste do país. Já vem sendo sinalizado pelo MDA, MDS e pelo Governo Federal, mas que o Estado de São Paulo também possa, num momento como este, socorrer a indústria da laranja em nosso Estado, pois interfere diretamente no número de mão de obra de pequenos agricultores e impacta diretamente na economia de vários municípios, como nas cidades de Bebedouro, Gavião Peixoto, São Carlos e e vários municípios próximos a essas regiões.

Já estamos encaminhando uma solicitação de audiência com o Secretário da Fazenda e com a Casa Civil para que seja feita o mais rápido possível, com os representantes da citricultura de nosso Estado em diálogo com a Comissão de Finanças e Orçamento, como já fizemos no caso da carne e com a JBS. Que haja uma solução em relação ao Estado de São Paulo e ao Governo Federal, porque não podemos ter uma safra e um problema com a relação da Grécia e outros países da Europa, afetando os trabalhadores e pequenos agricultores e trazendo prejuízos com essa crise da laranja que pode também afetar outros setores da agricultura.

Ontem demos o primeiro passo e conversamos com o Secretário Andrea Calabi e com a Comissão de Finanças e Orçamento. Também encaminhamos uma carta ao Secretário da Fazenda e da Casa Civil, por parte do nosso Presidente da Comissão, Deputado Mauro Bragato, solicitando uma audiência para encontrarmos uma solução à crise da laranja com os representantes da citricultura do nosso Estado. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra a nobre Deputada Mauro Bragato. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Heroilma Soares. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Tobias. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Cardoso Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vinícius Camarinha. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Dilmo dos Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Orlando Bolçone. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins.

 

O SR. MARCOS MARTINS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia e aqueles que nos acompanham pelas galerias e pelo Serviço de Audiofonia da Casa, hoje, tivemos na cidade de Osasco, mais precisamente na estação da CPTM, a presença do Presidente da CPTM, o Sr. Bandeira, para a inauguração do bicicletário e outras realizações.

É bem verdade que a reforma desta estação é importante para toda a região da cidade de Osasco porque essa cidade é um polo assim como a população vem cobrando há muito tempo. Se há problemas nas linhas de trens, pelo menos que a estação seja coberta, pois se a população precisar ficar esperando o trem com a estação lotada, não precisa ficar exposta ao sol ou a chuva. Quanto ao bicicletário, é uma alternativa porque se o trem não chegar, ele pega a bicicleta e faz sua viagem com ela.

O Presidente da CPTM disse que essas intervenções estão sendo feitas para melhorar o fornecimento de energia para os trens, há a possibilidade de melhorar e assim esperamos, pois tivemos vários finais de semana em que a Linha 9 não pôde funcionar.

Portanto, que esse esforço de reforma das estações de trens que temos cobrado nas regiões possa trazer melhorias na qualidade e no aumento da quantidade de trens para diminuir a superlotação, pois hoje temos cerca de 7 pessoas por metro quadrado. É uma situação crítica. Há também problemas de demora, de tração e uma série de outras coisas.

Então esperamos que esses problemas sejam resolvidos, porque trânsito em São Paulo, com um congestionamento de 400 a 500 quilômetros, torna a vida da população e dos trabalhadores mais difícil.

Gostaria de registrar outro fato. A Assembleia Legislativa realizou com a Comissão de Saúde juntamente com a Frente Parlamentar de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas e com a Diretoria de Saúde da Assembleia, no Auditório Kobayashi, um seminário para discutir a questão da droga e de dependências químicas no funcionalismo.

Quero cumprimentar a todos que organizaram, participaram dessa atividade importante porque em todos os lugares precisamos fazer frente para esse debate para superar esse desafio, assim como também, na Segurança Pública, está ali o Olímpio Gomes, estão querendo acabar com os “milicos”; é o sétimo que mataram.

Normalmente esses militares que foram assassinados não estão de serviço, o que é preocupante. O que está ocorrendo? Que relação tem esses episódios com aqueles que nós tivemos no passado, quando praticamente não se tinha mais controle da Segurança Pública no Estado de São Paulo e a população sentindo-se cada vez mais insegura?

Então, continuamos com essa preocupação, as dúvidas: quais as ações do Governo do Estado de São Paulo para fazer frente a esses desafios? Queima de ônibus; quantos ônibus já foram queimados. E a impressão que dá que é de que todos esses episódios estão interligados, ou seja, que é uma ação coordenada da mesma origem. De qualquer forma esperamos que os órgãos de segurança se empenhem para descobrir.

Queremos também registrar que hoje está para ser votado lá na Câmara Federal a redução para trinta horas dos enfermeiros do País. Esperamos que tudo transcorra bem e que se repare essa demanda já de muito tempo do setor de enfermagem; que seja aprovado que seja aprovado e que possamos ter uma melhora das condições da Saúde do nosso Estado. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Adriano Diogo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Mentor. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marco Aurélio. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Telma de Souza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes, pelo tempo regimental.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente em exercício, nobre Deputado Jooji Hato, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários desta Casa, telespectadores da TV Assembleia, primeiramente o meu recado aos investigadores e escrivães de Polícia no Estado de São Paulo, conforme a previsão nenhuma resposta dada pelo Governo do Estado de São Paulo em relação a qualquer proposta, em relação à Comissão Mista que está tratando do nível universitário dos escrivães e investigadores.

Há 29 dias em que numa reunião na Secretaria do Planejamento o Governo se comprometeu em 14 dias apresentar uma proposta. Nós já temos a nossa proposta que é, simplesmente, dar cumprimento ao que já está numa lei de 2008. O nível Universitário com o pagamento do padrão idêntico ao dos peritos, o adicional de local de exercício, também da mesma forma, no valor de R$ 1550,00 e que seja extensivo aos inativos e pensionistas.

Mas, por enquanto, absolutamente nada. Vamos entrar em recesso amanhã; portanto, só em agosto quando a Assembleia Legislativa estará esvaziada por causa das eleições. Vamos ter aqui meia dúzia de gatos pingados se revezando com o Deputado Jooji Hato na Presidência para dizer que tem sessão e até outubro nada. Mais um passa- moleque na polícia de São Paulo, nos escrivães e investigadores.

Deputado Ulysses Tassinari, que tem acompanhado muito próximo, em função até da representatividade que tem com os policiais civis lá da região de Itapeva enfim, de toda a região, infelizmente, diga aos seus policiais de Itapeva que eles estão sendo enganados. E a Assembleia Legislativa está conivente com essa enganação.

Quero dizer também que está sendo desencadeada pela Polícia Militar de São Paulo, a chamada operação “Cavalo de Aço”, justamente para dar uma resposta especial de Polícia, nesse momento que não há dúvida de que sejam ataques premeditados - não adianta tapar o sol com a peneira e dizer que não há a premeditação em relação à execução de policiais, Deputado Marcos Martins. Se o responsável é o PCC, o RBC, Seita Satânica, ou seja, lá qual for a facção criminosa, ou a organização, ou a pá, ou a patota, existe premeditação da execução de policiais, principalmente, quando estão fora de serviço.

E a Polícia está procurando dar a resposta ampliando suas operações em todo o Estado de São Paulo, em todas as circunstâncias. E essa operação “Cavalo de Aço” é que vai mesmo para cima de todos os marginais no Estado de São Paulo.

Quero aproveitar o espaço para fazer um apelo a toda população para que ajude a Polícia nesse momento ajudar na proteção da sociedade. Denuncie, ligue para o número “190” diretamente, ligue para o “181” para o disque denúncia. Qualquer situação que você possa vislumbrar que se trate de quadrilhas, de indivíduos armados para a perpetração de ações criminosas, informações que você possa ter, que alguém ouviu, enfim, todas essas informações são extremamente preciosas. Não podemos, nesse momento, partidarizar nem politizar algo que está matando policiais, que está fazendo com que aumente ou traga de volta as chacinas nas periferias. Seis ônibus incendiados num só dia e acham que não está acontecendo nada?!

Não queremos que nenhum pai de família, seja motorista, cobrador, seja usuário de uma linha de ônibus seja queimado vivo dentro de um ônibus, porque um bando de vagabundos dentro do Estado de São Paulo está tentando desafiar a lei e a ordem, e estão usando a estratégia de matar policiais para tentar intimidar. Nesse momento nós temos que dar as mãos. Temos que torcer sim, para a Polícia dar certo.

Enquanto isso vejo, também, nos jornais, que o Senado começa hoje a alterar as propostas do Código Penal. E vejo lá um monte de perfumaria, que alguns doutos propuseram. E quando vejo o delegado Marco Carneiro, delegado geral, defendendo penas mais duras para os homicídios, quando vejo o Coronel Roberval, Comandante da Polícia Militar, falando em regras mais duras, penas maiores para quem comete ações contra policiais, a redução da maioridade penal que é mais do que necessária, a mudança de critérios para saída temporária de presos perigosos.

Sr. Presidente, quem compõem essa comissão de doutos, e vejo com tristeza que não tem nenhum policial brasileiro que tenha capacidade pelo Senado, pelo Sr. José Sarney, para compor uma comissão para propor mudanças no código penal; não tem um policial sequer.

Vou ler o nome da Comissão, que é para que o cidadão saiba quem é que vai alterar aqui agora essas perfumarias do Código Penal, para dizer que é a alteração do século. Vejam as autoridades: o Presidente da Comissão é o Sr. Gilson Dipp, Ministro do STJ; Relator: Luiz Carlos Gonçalves, Procurador Regional da República; Membros: Antonio Nabor Bulhões, advogado criminalista, responsável pela absolvição de PC Farias; Emanuel Cacho, advogado criminalista em Sergipe; Gamil Föppel El Hirache, professor na Bahia e no Pará; José Muiños Piñeiro Filho, desembargador no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro; Juliana Garcia Belloque, defensora pública; Luiza Nagib Eluf, procuradora de Justiça em São Paulo; Luiz Flávio Gomes, doutor em direito penal; Marcelo André de Azevedo, promotor de Justiça em Goiás; Marcelo Leal, advogado, defende Fernando Sarney; Marcelo Leonardo, advogado, defende Marcos Valério no mensalão; Marco Antônio Marques da Silva, desembargador de São Paulo; Técio Lins e Silva, advogado, defende Fernando Cavendish; e Tiago Ivo Odon, advogado. Não tem nenhum policial que preste no nosso país, que vive na defesa da sociedade, que vai a locais de crime ver jovens estupradas, violentadas, famílias mortas, chacinas, esses nenhum presta para dar o seu posicionamento nessas comissões de doutos. É um louco o Delegado-geral Marco Carneiro em propor pena maior para homicida, para criminoso hediondo. O que quer o Coronel Roberval, comandante da PM? Entrou agora e está querendo reduzir a maioridade penal, está dizendo que tem que mudar os critérios para saída temporária, que tem que aumentar a pena para quem mata policial. Está louco.

Então, enquanto tivermos esse “ólogos”, esses doutos flexibilizando o Código Penal, que vai facilitar mais ainda: “Ora, bandidagem, fique tranquila”. Essa alteração do Código Penal vai ser uma maravilha para os bandidos. Para o cidadão, mais desgraça, mais tragédia. Para a Polícia, mais comprometimento, e com o cidadão, menos apoio legal para poder trabalhar.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Carlos Gondim.

 

O SR. LUIZ CARLOS GONDIM - PPS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, vou falar sobre segurança pública. Em Mogi, na região agrícola, temos tido assaltos, a criminalidade aumentando, assaltos a condomínios de luxo. Agora recebemos o CPAM-12, mas ações sérias, condutas preventivas ostensivas não estão sendo feitas em Mogi, como também no Alto Tietê.

A nossa preocupação é muito grande. Houve uma chacina nesta noite na Cidade de Poá; na Cidade de Ferraz, um policial foi morto. Há quanto tempo falamos neste plenário, fazemos reunião com o Secretário-Geral de Segurança dizendo que o efetivo tem que ser aumentado na Cidade de Mogi das Cruzes, no 17º Batalhão, no 32º e no 35º. Estamos trabalhando com um número reduzido de homens. Todos os agricultores estão apavorados, preocupados. E o que acontece? Não aumentaram nem o número de homens, nem o número de viaturas. Existem quatro viaturas para uma quilometragem de 731 quilômetros quadrados em Mogi das Cruzes. Quando juntamos Mogi, Salesópolis, Biritiba, temos mais ou menos mil e quinhentos quilômetros. Com isso, o que acontece? Uma viatura em Salesópolis, uma em Biritiba e quatro em Mogi das Cruzes, que tem uma população de 400 mil habitantes. Isso na parte noturna.

O problema é sério; precisamos ajudar a população, os próprios policiais a se defenderem, ter segurança. Essa situação não pode continuar. O efetivo tem que ser aumentado, tem que se dar condição ao policial para combater o bandido. E há muito tempo eu dizia: banana vai comer macaco. É o que está acontecendo em Mogi, não é macaco comendo banana, não. Precisamos de um policiamento ostensivo e defensivo mais sério, mais contundente para darmos segurança à população. As pessoas dizem: “só saio de casa quando há pelo menos cinco pessoas na rua. Quando vejo que o pessoal está entrando na igreja, aí saio de casa.” A população sente medo, pavor.

Vemos no “Diário de Mogi”, de hoje, no “Mogi News” o que está acontecendo no Alto Tietê. Agora, pasmem: quando um coronel saiu de lá, porque realmente conseguiu defender a população, espantar a bandidagem, transferiram 72 homens. Esses homens estão fazendo policiamento no ABC. Por que não os trazem de volta? Qual a razão? “Ah, estão sendo averiguados por causa da morte de um garoto que roubou uma moto.” Tudo bem, averiguem, mas deixem esses policiais no batalhão, ou fazendo o serviço burocrático, enquanto os outros ficam nas ruas. O homem que vem de Osasco e vai para Mogi não efetua uma prisão, porque no dia de sua folga tem que ir lá testemunhar ou no Fórum, ou na delegacia, por ter efetuado aquela prisão. Quando um policial de Mogi está trabalhando em Osasco, é a mesma coisa, faz corpo mole.

Estamos precisando de mais homens, policiais na região do Alto Tietê. E isso é urgente. Não podemos mais conviver diariamente com esses roubos, com essas chacinas, com esses assaltos: em casas simples, em condomínios de luxo, em ônibus. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, esgotado o tempo destinado ao Pequeno Expediente, vamos passar ao Grande Expediente.

 

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- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Welson Gasparini, por permuta com o nobre Deputado Orlando Morando.

 

O SR. WELSON GASPARINI - PSDB - Sr. Presidente, nobre Deputado Jooji Hato, Srs. Deputados, Sras. Deputadas: pela  quinta vez venho à tribuna para fazer um apelo ao Presidente Deputado Barros Munhoz e aos líderes de todos os partidos políticos que comandam, praticamente, a colocação de projetos para serem discutidos e votados nesta Casa.

É preciso mudar essa situação. Não podemos continuar com um esquema que dá direito à aprovação de um projeto de lei por deputado por ano. Afinal, estamos nesta Casa para produzir. Como vamos prestar contas ao nosso eleitorado, dizendo ter conseguido em quatro anos a aprovação de apenas quatro projetos de lei? Tenho a impressão de estar faltando um pouco mais de agilidade na organização da Ordem do Dia. 

Vou dar um exemplo apontando um projeto, que apresentei no ano passado sensibilizado diante de uma reportagem, lida num jornal de São Paulo, falando da morte, vítima de acidente doméstico, em nosso Estado, de uma criança por dia. E também grave: cinco crianças por dia são internadas, nos hospitais, vítimas de acidentes domésticos. Então, fiz um Projeto de lei simples, pedindo ao Governador de São Paulo determinar à Secretaria da Educação a colocação, na grade extracurricular das escolas, de orientação às crianças e aos pais sobre como prevenir acidentes domésticos.

Toda escola tem as reuniões de pais e mestres. Já pensou que beleza seria se esses professores, esses mestres, fossem preparados para, reunidos com os pais, orientá-los como evitar os acidentes com essas crianças? E se, mesmo nas aulas, falassem com as crianças procurando orientá-las melhor sobre isso?

 

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- Assume a Presidência o Sr. Carlos Cezar.

 

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Não se gasta um real. O Governo do Estado não teria aumento de um real na sua despesa. E o projeto – e digo isto não por ser de minha autoria - pode salvar as vidas de muitas crianças no Estado de São Paulo.

No entanto, esse projeto fica dormindo nas gavetas.

 E o que vamos votar? Ontem o que votamos? Dois Projetos de lei. Hoje o que vamos votar? Até agora ninguém sabe praticamente o que vamos votar. E temos um horário enorme consagrado à Ordem do Dia.

Faço, então, um apelo às lideranças dos diversos partidos desta Casa. Não importa o autor do projeto. Vamos aprovar aqueles cujos méritos foram aprovados em todas as comissões técnicas desta Casa e não criam despesas para o Governo. Não é possível termos, às vezes, dias nos quais não se discute e não se vota nada. Temos, inclusive, cerca de 400 vetos do Governo de São Paulo, desde o ano de 2000 esperando desta Casa o “sim” ou “não”. Temos de ter a coragem, nos projetos, do “sim” ou “não”, mas não impedir a discussão e a votação desses projetos.

Sobre esse projeto citado aqui, de acidentes com crianças, vejo no jornal: “Barraco de madeira pega fogo no Jardim Progresso em Ribeirão Preto”. Uma criança de três anos brincava com um isqueiro em cima de um colchão e foi responsável por um incêndio que destruiu parte desse barraco de madeira. De acordo com a mãe do menino, ela precisou jogar o menino pela janela do cômodo para que ele não sofresse queimaduras mais graves. A mulher teve queimaduras no pé e na perna. Vizinhos perceberam a fumaça, as chamas e ajudaram nos primeiros socorros. Depois, graças ao Corpo de Bombeiros, a mãe e o filho foram socorridos na Unidade Básica de Saúde. Graças a Deus não morreram, como tem acontecido em outros acidentes.

Vejo outra notícia, agora de ontem: “Menina de oito anos fica presa em lança de portão em Ribeirão Preto”. Uma criança de oito anos ficou ferida após tentar pular o portão de casa e ficar presa em uma lança. A menina está internada na Unidade de Emergência do Hospital das Clínicas. É uma daquelas cinco internações que acontecem diariamente por acidentes com crianças. Maria Eduarda Pereira, a menina, estava saindo para ir à escola; ela voltou para casa, encontrou o portão trancado, resolveu pular e ficou presa na lança do portão. Os bombeiros conseguiram retirá-la; ela foi atendida primeiro na assistência de um posto de saúde e, depois, levada para o hospital.

Eu poderia ler muitos casos porque, só no Estado de São Paulo, morre uma criança por dia, vítima de acidente doméstico e cinco crianças são internadas todos os dias nos hospitais, vítimas de acidentes. Quanto custam esses atendimentos e internações para o erário público?

Se houvesse um coordenador político da Secretaria da Educação ouvindo os discursos desta Casa, quem sabe ele diria ao Secretário: “Vamos orientar os diretores das escolas para prepararem os professores sobre esse assunto para que, nas aulas, além de Português, Aritmética, também deem aulas sobre prevenção de acidentes. E que, nas reuniões de pais e mestres, comecem a tratar desse assunto.

Mas como isso não acontece espontaneamente, apresentei o Projeto de lei nesta Casa. Espero que ele venha para votação. Peço aos lideres para dizerem “sim” ou “não”, mas não deixarem engavetados os projetos de lei. Penso que poderíamos fazer um acordo nesta Casa dando prioridade aos projetos de lei – originários de deputados de todos os partidos – e colocá-los em votação para podermos sentir o prazer de saber que estamos trabalhando e com bons resultados.

Eu não poderia perder esta oportunidade para falar sobre um assunto que também me chocou profundamente; a Folha de S.Paulo" informou que o Governo está abrindo brecha para os portos brasileiros receberem lixo importado. Como  pode?

Ainda hoje participei da reunião Comissão do Meio Ambiente com a presença do Secretário Bruno Covas focalizando os assuntos relacionados com a destinação do lixo. Estamos lutando no Brasil para dar um destino correto ao lixo doméstico. E estão querendo fazer do Brasil lixo do mundo? Não foi um container só, não e já por várias vezes. De repente, no porto, aqui já no Brasil, descobrem lixo camuflado como sendo tecidos ou isso ou aquilo. Como eles não têm onde colocar o lixo nesses países, mandam para o Brasil. O Brasil virou depósito de lixo!

E o triste é agora mais essa notícia: o Governo federal introduziu, em uma Medida Provisória de abril, sobre incentivo à indústria, regra ampliando a possibilidade de os portos do Brasil receberem lixo importado.

Diz ainda a notícia que, hoje, quando uma carga chega ao País e é classificada como lixo pelas autoridades brasileiras, esta tem de ser levada de volta ao país de origem, pelo importador, seguindo convenções internacionais. Uma beleza! Volta tranquilamente para o outro país. A nova regra determina que, quando o lixo não for devolvido ao país de origem, os importadores ficam responsáveis por destruir a carga no Brasil. O que é isso? Como é que pode? E nós vamos admitir isso, que continuem mandando lixo para o Brasil? E se não conseguir devolver o lixo? Não, aqui nós damos um jeito nisso, mandando para um aterro sanitário. Daí, vamos importar muito mais lixo.

A que ponto o Brasil está chegando? Se não houver uma reação, nós vamos transformar o nosso país em depósito de lixo do mundo.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PSB - Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato, por permuta com a nobre Deputada Analice Fernandes.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, o nobre Deputado Welson Gasparini reclama, e com razão, de não estarmos votando os projetos.

Cada Deputado aqui tem um projeto, que pode ajudar a mudar o curso da história da nossa cidade e do nosso Estado. Deputado Hamilton Pereira, V.Exa. que é de Sorocaba, pode, com um projeto, mudar e ajudar toda aquela região linda, produtora e ordeira, que está atraindo várias indústrias automobilísticas inclusive, como a Toyota, e outras.

Cada Deputado tem um projeto, e eu também tenho. Só que o meu projeto é para fazer a prevenção na área da Segurança, para trazer amor àquela criatura que as pessoas falam que é irracional, que são os nossos animais, os nossos gatinhos, os nossos cachorrinhos, que fazem companhia às pessoas solteiras, às pessoas que amam, que têm um bom coração. Quem gosta de animais, tem um bom coração. Temos que aprovar a Delegacia Especial de Proteção Contra Crimes e Maus Tratos a Animais.

A minha reivindicação é para que sejam punidos os que arrastam os animais por vários quilômetros pela corda, numa camionete, como aconteceu em Piracicaba. Ou como uma senhora, que sacrificou vários gatos e cachorros na Vila Mariana, e tantos outros exemplos. Há também muitos animais que estão soltos, abandonados nas ruas, avenidas e estradas do nosso País e provocam acidentes, sobrecarregando os pronto-socorros.

 

O Sr. Hamilton Pereira - PT - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Deputado Jooji Hato, ao conversar com amigos, refiro-me a V. Exa. de forma bastante respeitosa e até carinhosa. Vossa Excelência, entre os parlamentares que chegaram para o primeiro mandato nesta Casa, revelou-se extremamente sensível e humanista. Isso é muito importante no exercício do nosso mandato.

Na realidade, Deputado Jooji Hato, quero elogiar V. Exa. pelos projetos que tem defendido nesta Casa, pelas ideias e pelos conceitos, como esse, por exemplo, de defesa dos animais. Isso é muito importante.

Gostaria de aproveitar esse breve aparte para dar uma boa notícia. Acompanhei pelos jornais televisivos, desde a noite de ontem, que a garota Brenda, de quatro anos de idade, foi encontrada. Ela estava num evento religioso com sua mãe e, naquele tumulto, desapareceu. Vejam que nada acontece por acaso, tudo tem um propósito neste mundo. Um rapaz, trabalhando numa loja de doces, vizinho dessa senhora que havia perdido a filha, viu uma pessoa chegar à loja pedindo comida, com a criança nos braços, e reconheceu a garotinha.

Imediatamente, ligou para o 190 e acionou a Polícia, que chegou com bastante rapidez ao local, conseguiu reaver a garota e entregá-la à mãe, que já estava desesperada. Há alguns dias que ela procurava pela filha, pregando a fotografia em postes e paredes dos estabelecimentos públicos no bairro do Brás. O encontro de Brenda com a mãe foi de uma alegria muito grande, até por parte dos policiais que resgataram a garota. E também por parte desse jovem, vizinho da família, que conseguiu reconhecer a garota.

Digo isso porque ouvimos, há pouco, o Deputado Welson Gasparini fazendo um apelo desta tribuna para que votemos projetos. A despeito do tempo bastante expressivo para discutir projetos e fazer o convencimento dos nossos pares, votamos poucos projetos. O Deputado fez uma referência à Ordem do Dia, que tem, segundo ele, aproximadamente 400 vetos.

Faço uma correção a esses números: da nossa Ordem do Dia constam 613 pontos de pauta, dos quais 592 são vetos. Trata-se de projetos de todos os parlamentares desta Casa, que, quando conseguem convencer os pares e aprová-los, invariavelmente são vetados pelo Executivo. É por isso que a nossa Pauta está bastante congestionada por vetos.

Vou além. O Poder Legislativo faz parte dos três poderes que constituem o pilar da República brasileira: Executivo, Legislativo e Judiciário. O Poder Legislativo está desmoralizado, é um poder que não legisla porque tudo o que aprova, em sua imensa maioria, é vetado pelo Executivo.

Está mais do que na hora de os Srs. Deputados começarem a derrubar os vetos. Feito isso, a própria Assembleia Legislativa sanciona o projeto, que se transforma em lei estadual. Temos que fazer isso para resgatar a dignidade deste Poder e a legitimidade dos Srs. Parlamentares em legislarem no Estado de São Paulo.

Obrigado, Sr. Presidente; obrigado, Deputado Jooji Hato. Parabéns pela defesa que faz dos animais, das políticas humanistas no nosso Estado.

 

O Sr. Jooji Hato - PMDB - Obrigado pelas palavras, nobre Deputado Hamilton Pereira, que tem também grandes projetos para ajudar Sorocaba. Aliás, o nosso Presidente da sessão, Deputado Carlos Cezar, é de Sorocaba, e o Deputado Hamilton Pereira também.

Quero fazer, mais uma vez, um agradecimento a uma sorocabana, a nossa querida Presidente da Comissão de Justiça, Deputada Maria Lúcia Cardoso Amary, que nos ajudou muito fazendo e puxando para si o relatório especial desse projeto da delegacia voltada aos animais. Na reunião dos líderes, espero que haja consenso e ajudem-nos a aprovar essa delegacia, que será extremamente importante.

Quero também dirigir a palavra ao nobre Deputado Luiz Carlos Gondim, que me antecedeu. Ele disse que em Mogi das Cruzes está tendo muito assalto, muita violência. Lá, tem quatro viaturas. Aquela cidade é pacata, tem quatro ou cinco saídas. Por isso é que é segura. Infelizmente, estão acontecendo casos gravíssimos. Um senhor, da Melhor Idade, acima de 80 anos, chegou a matar um dos três assaltantes que invadiram a sua chácara. Os bandidos estavam agredindo a sua esposa e ele, com uma espingarda, acabou atirando no peito de um dos assaltantes, que morreu. Não é a função dele, mas, infelizmente, como não tem segurança, o povo tem que se armar e cumprir a tarefa, que é da Polícia.

Quero dizer ao Deputado Gondim que ele espere sentado. Ele pediu aumento do número de contingente policial, das delegacias, de batalhões. Pode ficar sentado, de pé cansa, caro Deputado. O Governo não vai atender; o Governo não tem condições, não tem orçamento, porque a violência consome todos os recursos. Não temos nem leitos de UTIs. Imagine o Governador aumentar o contingente da PM, fazer delegacias... Não tem dinheiro. O Governador não consegue. Nem que ele prometa, não vai cumprir.

Na verdade, temos que fazer uma segurança preventiva, tomar a arma desses marginais, tomar armas ilegais, contrabandeadas, roubadas, de numeração raspada. São armas que matam e infelicitam milhares de famílias brasileiras. Não é só no Estado de São Paulo: é no País!

Cidadão de bem - um juiz, um promotor, um médico que trabalha em pronto-socorro em lugar de alto risco - que tem porte de arma, tudo bem, deixem usar. Mas dos marginais, tem que tomar! Tem que tomar a metralhadora desse garoto que está assaltando na zona sul, no Jardim Miriam, no Morumbi. Aí, sim, se faltar contingente, recrute o Exército. Quando há guerra tem de recrutar Exército. O Rio de Janeiro está recrutando a Força Nacional. Tivemos o Rio+20 e lá o ambiente era pacífico porque recrutaram a Força Nacional, a Polícia Militar, a Polícia Civil e a Polícia Federal. Por que não faz isso em São Paulo? Estamos numa guerra, pois morreram 40 PMs recentemente, e incendiaram cerca de sete ônibus.

Isso é uma anarquia. Convoquem a Força Nacional e o Exército. Aqui está morrendo mais que em Bósnia.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, quero dizer que há dois pilares que sustentam essa violência radical, que não presta e não serve para nós, e que consome recursos do SUS. Esteve presente neste plenário, recentemente, o Ministro da Saúde, Padilha. Eu disse a ele que nós precisamos fazer uma força-tarefa, unir os Governos municipal, estadual e federal para tirar as armas ilegais, que matam e ferem. Os pacientes lotam pronto-socorros, onde nem há leito cirúrgico, vagas nas UTIs e nem macas. Há hospitais que colocavam macas, mas estão sempre ocupadas. Aí põem o paciente na cadeira do papai. Vou explicar: cadeira do papai é para quando não há mais vagas, o que é uma vergonha e constrange qualquer cidadão. Uma senhora de 68 anos ficou lá durante 48 horas num hospital próximo a esta Casa, num dos maiores hospitais-escola, na cadeira do papai e no corredor, esperando uma vaga para a maca.

Essa é a nossa cidade, o nosso país. Será que as autoridades competentes não conseguem enxergar que é mais fácil e barato controlar a Segurança? Não sou delegado, coronel, PM, mas médico, um deputado que acredita que fazendo blitz para o desarmamento, controlando a bebida alcoólica e drogas, teremos mais segurança. Teremos mais leitos disponíveis, não sobrecarregando hospitais, nem IMLs. O indivíduo bebe, espanca a mulher, os filhos, depredam orelhões, sai dirigindo bêbado, atropela, e vão parar todos no pronto-socorro. Eu elaborei a Lei Seca para controlar a bebida alcoólica, fechar os botecos da vida e fazer com que as pessoas possam até ir a botecos beber um pouco e, quando chegam em casa, não ficar enchendo a paciência da esposa e dos filhos.

Não há segredo. Não temos segurança porque nós não queremos. Como os marginais assaltam, matam e estupram? Com revólver, uma 765, metralhadora, arma até de uso exclusivo do Exército. Com a garupa da moto, eles assaltaram o quartel da Aeronáutica em Congonhas, no coração de São Paulo. Fiz a Lei da Moto Sem Garupa porque 62% de assaltos nas saídas de bancos são realizados pelas garupas de moto. Mas essa lei foi vetada.

Quantos não morrem em acidente com as motocicletas, ou sobrecarregando os pronto-socorros? Até o Ministro Padilha apoiou este projeto de forma pública, a quem agradeço, inclusive ao Skaf, Presidente da Fiesp; ao Michel Temer, vice-Presidente da República; à OAB. Quantos não vão a Instituto de Ortopedia do HC, no Pavilhão Fernandinho, da Santa Casa? Quantos não se tornaram cadeirantes por causa da garupa ou acidente de moto? Quem sabe a gente não consiga derrubar este veto?

Embora eu não seja policial, creio que a saída é fazer blitz para o desarmamento, como estamos fazendo agora. Existe uma onda de assassinato de PMs e temos cinco mil homens fazendo blitz para o desarmamento. Isso deve ser feito em todos os lugares. Não se faz blitz na entrada dos estádios? Lá dentro não acontece nada porque os torcedores já deixam suas armas fora do estádio. Naquele jogo, Corinthians e Santos, na semana passada, não teve nada porque os torcedores foram examinados. Lá em Buenos Aires hoje à noite, provavelmente, não vai ter nada, ainda que haja uma invasão de corintianos porque são todos examinados.

Precisamos fazer blitz em pontos estratégicos, nas fronteiras internacionais, e não deixar passar essas armas. Compra-se em Paraguai uma 38 a 700 reais. Um jornalista da “Folha de S.Paulo” comprou uma arma e entregaram,delivery”, num hotel de Foz do Iguaçu. Precisamos fiscalizar as fronteiras internacionais; se mesmo assim as armas passarem, devemos fiscalizar as fronteiras interestaduais; se passarem ainda assim, fiscalizar os pontos estratégicos - botecos, portas de forrós, pontos de ônibus, de Metrô, em aglomerações, na entrada da Assembleia Legislativa.

Não há segredo. Acredito neste país. Futebol é um grande instrumento na busca da paz, fraternidade e amor, e também para a segurança da nossa cidade, do nosso Estado e do nosso país. O futebol traz alegria no coração. Esta noite, certamente, será um dia maravilhoso. Todos estão ajudando, todos os times. É o Brasil inteiro. Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PSB - Esta Presidência gostaria de saudar o Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de São Paulo, do Município de Bragança Paulista, e os alunos presentes nas galerias, acompanhados da professora Cláudia Maria Galli Roberto, a convite do nobre Deputado Edmir Chedid. Sejam todos bem-vindos, que Deus os abençoe. (Palmas.)

 

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- Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público presente, estudantes e professores de Bragança Paulista, telespectadores da TV Assembleia, na semana passada tivemos na Comissão de Educação uma audiência pública para discutir a implantação da Lei 11.769, de 2008, que institui a obrigatoriedade do ensino de Música nas escolas brasileiras, nas instituições educacionais de ensino fundamental tanto da rede pública como da rede privada. Essa lei foi aprovada em 2008 e determinou um prazo para a lei fosse implantada definitivamente, ou seja, para que houvesse a preparação das redes de ensino municipais e estaduais e o prazo vence neste ano. A audiência pública que nós realizamos foi no sentido de discutir quais foram as iniciativas tomadas pela Secretaria Estadual de Educação no nosso Estado para as nossas 5 mil escolas e para os nossos 5 milhões de alunos matriculados na rede estadual.

Estiveram presentes nessa audiência pública representantes da Secretaria Estadual de Educação, pessoas ligadas à área, alunos e professores e nós ficamos, Sr. Presidente, perplexos com o posicionamento da Secretaria Estadual de Educação que nos afirmou categoricamente que não havia nem uma iniciativa e que a Secretaria não tinha ainda tomado nem uma iniciativa e procedimento para que a legislação fosse cumprida na rede estadual de ensino. É um absurdo que o Conselho Estadual de Educação não tenha se posicionado e muito menos a própria Secretaria Estadual. Portanto, temos mais uma lei que é desrespeitada pelo Governo Estadual do PSDB, pelo Governador Geraldo Alckmin que já não cumpre a leis como a da jornada do piso, a Lei Federal nº 11.738/08, que até agora não foi aplicada no Estado de São Paulo, e a Lei da data-base salarial dos servidores, principalmente da Educação. O Governo Estadual é um governo fora da lei, que viola a legislação, principalmente a da Educação, que tem como objetivo valorizar e melhorar a Educação pública do Estado de São Paulo, sobretudo o Magistério público. O Governo Alckmin desrespeita, viola, afronta a legislação da Educação do Estado de São Paulo.

A volta do ensino de Música é uma conquista do Brasil. A obrigatoriedade do ensino de Música existiu até o início dos anos 1970, mas o golpe militar fez uma perversa reforma educacional através das reformas de 1968 e 1971, modificando e prejudicando imensamente a Educação brasileira, principalmente na sua grade curricular retirando disciplinas importantes e estratégicas para a formação da cidadania como a Filosofia e a Sociologia. Essas disciplinas que eram obrigatórias foram banidas do currículo do ensino médio e no lugar os militares colocaram OSPB e a Educação Moral e Cívica. Como se isso não bastasse ainda na alteração do currículo escolar os militares retiraram a obrigatoriedade do ensino de Música, pois eles temiam a música porque ela desenvolve a sensibilidade a criatividade e nada disso combina com o autoritarismo e a ditadura, com aquele regime de exceção que estava sendo implantado no Brasil, um regime civil militar que tinha o apoio de setores representantes do poder econômico, de grandes empresários, e que dava sustentação ao Golpe Militar. Por isso ele era chamado de Golpe Civil Militar.

O fato é que a Educação teve um prejuízo sem precedentes. Se a atual Educação pública está falida, sucateada e degradada foi com a ajuda do regime militar, pois foi a partir desse regime, um divisor de águas, que nós começamos a ter a decadência do ensino e a falta do investimento em Educação. Inclusive, essa política foi copiada por governos posteriores como o Governo Sarney, da Nova República, o Governo Collor e o Governo Itamar Franco, os dois Governos do ex-Presidente Fernando Henrique, os dois Governos do ex-Presidente Lula e atualmente ainda está sendo copiado pelo Governo Dilma Rousseff.

Não podemos nos esquecer que conseguimos aprovar ontem, o investimento de 10% do PIB em Educação na Câmara dos Deputados, na Comissão Especial, contra a vontade do Governo Federal. Foi através da mobilização, da pressão da sociedade e do movimento da campanha que garante o direito à Educação para todos e congrega mais de 200 entidades, que conseguimos avançar. Porém, esse projeto ainda precisa ser aprovado no Senado, reaprovado na Câmara e ter a sanção da Presidência da República.

A volta do ensino de Música é importante não só porque aluno terá o contato mínimo com o processo de elaboração musical e poderá aprender a tocar um instrumento, mas, sobretudo porque o aluno entrará em contato com o patrimônio musical brasileiro, com a cultura da Música Popular Brasileira que vem desde o nosso descobrimento, passando pelos grandes movimentos da Música Popular Brasileira, dos nossos grandes artistas que infelizmente os nossos alunos não conhecem mais por conta da indústria cultural e massificada que impede e não abre espaço para que o aluno tenha contato com a Música Popular Brasileira de qualidade, a música regional. Os nossos alunos não conhecem mais Luiz Gonzaga, Carmem Miranda, Tom Jobim, nem o Chico Buarque do Holanda é mais conhecido pelos nossos alunos, Sr. Presidente. Estamos perdendo toda uma tradição musical, cultural e a escola tem de fazer o regate e dar a sua contribuição.

Por isso a lei foi aprovada em 2008, mas no Estado de São Paulo ela não é respeitada. Acionaremos o Ministério Público responsabilizando o Governo Estadual por não respeitar a legislação. O Governo tem de ser criminalizado por isso e responder no Ministério Público, pois é um absurdo que uma lei federal importante, uma conquista da população brasileira, dos educadores e que tem a ver com o desenvolvimento cultural e musical das nossas crianças e adolescentes não seja respeitada. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. HAMILTON PEREIRA - PT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários desta Casa, e telespectadores da TV Alesp, venho a esta tribuna na tarde de hoje, para falar mais uma vez da nossa proposta que cria no Estado de São Paulo uma política de busca a pessoas desaparecidas. Apresentei nesta Casa, no ano passado, o Projeto nº 463/11, que cria no âmbito do Estado de São Paulo uma política estadual de busca a pessoas desaparecidas.

Segundo dados da Secretaria Estadual de Segurança Pública, tivemos no Estado de São Paulo, de janeiro de 2008 até março de 2011, treze mil e oitenta e nove pessoas desaparecidas, o que corresponde a uma média de 11 pessoas por dia. O Estado de São Paulo é o estado mais populoso do nosso sistema federativo. É o Estado que atualmente tem cerca de 42 milhões de habitantes e é compreensível que neste estado se dê o maior número de desaparecimentos.

Infelizmente o Governo do Estado de São Paulo não criou nem uma política de busca a pessoas desaparecidas, o que reputo de extrema importância, pois atualmente temos centenas de famílias que buscam entes queridos que um dia desapareceram do convívio familiar. Em São Paulo desaparecem pessoas de todas as faixas etárias: crianças, adolescentes, adultos e até idosos.

Dado esse fenômeno e a constatação da inexistência de uma política estadual de busca a pessoas desaparecidas é que nós elaboramos o Projeto de lei nº 463/11, que propõe a criação de um banco de dados no Estado de São Paulo com as características físicas e pessoais de cada um dos desaparecidos, a serem fornecidas pelos familiares, acompanhadas de fotos, da declaração de sinais particulares, uma cicatriz, uma pinta, enfim, qualquer sinal particular, cor dos olhos, cor da pele, cor dos cabelos, mas também dados genéticos - ou seja, o DNA das pessoas desaparecidas - para serem cruzados com os dos familiares porque também descobrimos que no Estado de São Paulo muitos cadáveres são encontrados pela Polícia Civil em suas investigações criminais e sepultados como indigentes, sem que se procure descobrir se por trás daquela pessoa existe uma família angustiada atrás daquele ente querido. Assim, desenvolvemos a política estadual de busca a pessoas desaparecidas.

Além do banco de dados com características pessoais e também com os dados biológicos e genéticos da pessoa nós também criamos a obrigatoriedade de uma rede que funcione ligada com a Polícia Civil, Polícia Militar, Guarda Civil Metropolitana onde houver e Polícia Federal no âmbito do Estado, enfim, para cruzarmos os dados existentes sobre essas pessoas que um dia desapareceram de suas casas.

Apresentamos o projeto nesta Casa, o mesmo tramitou por todas as comissões de mérito e um dia veio para este plenário. A votos, foi aprovado pela unanimidade das Sras. Deputadas e Srs. Deputados.

Foi para avaliação do Poder Executivo e - pasmem - o Governador Geraldo Alckmin vetou na íntegra a política estadual de busca a pessoas desaparecidas. Agora ouvimos os governistas dizerem que não é preciso mais deputado propor uma política estadual de busca a pessoas desaparecidas porque o Governador editou um decreto recentemente que agora vai ajudar todos os familiares a encontrar os seus entes queridos. Trata-se do Decreto nº 58.074, de 25 e maio de 2012.

O que diz o decreto? Institui o dia estadual das crianças e dos adolescentes desaparecidos. Ou seja, criou um dia para se lembrar das pessoas desaparecidas como se isso por si só fosse resolver a questão dos desaparecidos.

Estão aí as Mães da Sé, a Associação de Busca a Crianças Desaparecidas de São Bernardo do Campo, todos lutando cotidianamente em busca dos entes queridos que um dia desapareceram do seio de sua família. E o Governador institui o dia estadual de busca a pessoas desaparecidas, não a política estadual de busca a pessoas desaparecidas.

Então mais uma vez ocupo a tribuna desta Casa para fazer um apelo às Sras. Deputadas e Srs. Deputados: vamos derrubar o veto do Sr. Governador dotando o Estado de São Paulo de uma política estadual de busca a pessoas desaparecidas com cadastro estadual e com banco de dados, tanto das características pessoais quanto o biológico e genético das pessoas.

 

O SR. CAUÊ MACRIS - PSDB - Sr. Presidente, solicito a suspensão dos trabalhos até as 16 horas e 30 minutos por acordo de lideranças.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - O pedido de V. Exa. é regimental pelo que a Presidência suspende a sessão até as 16 horas e 30 minutos por acordo entre as lideranças.

Está suspensa a sessão.

 

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- Suspensa às 16 horas e 14 minutos, a sessão é reaberta às 16 horas e 33 minutos, sob a Presidência do Sr. Barros Munhoz.

 

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- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

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O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Há sobre a mesa requerimento pedindo constituição de Comissão de Representação com a finalidade de participar de uma audiência com o Ilustríssimo Ministro da Defesa, Sr. Celso Amorim, nos dias 9 e 10 de julho, de 2012. O requerimento está assinado pelo Deputado Adriano Diogo, contendo o número regimental de assinaturas.

Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que forem favoráveis, permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Também sobre a mesa, requerimento de constituição de Comissão de Representação para participar do Seminário Internacional sobre a Operação Condor, nos dias 4 e 5 de julho de 2012. O requerimento está assinado pelo Deputado Adriano Diogo, contendo o número regimental de assinaturas.

Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que forem favoráveis, permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Também sobre a mesa requerimento de Tramitação em Regime de Urgência, Projeto de Lei nº 417/2012, de autoria do Tribunal de Justiça. Assina o requerimento o Deputado Campos Machado, contendo número regimental de assinaturas.

Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que forem favoráveis, permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Sr. Presidente, havendo acordo de líderes, solicito a suspensão dos trabalhos por 30 minutos.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - É regimental. Antes, porém, esta Presidência convoca reunião conjunta das Comissões de Constituição, Justiça e Redação, e de Finanças, Orçamento e Planejamento, a realizar-se às 126 horas e 35 minutos, no Salão Nobre da Presidência, com a finalidade de apreciar o Projeto de lei nº 417/2012, do Tribunal de Justiça. Convoca também a Comissão de Justiça e Redação, de Atividades Econômicas, e de Finanças e Orçamento e Planejamento, para reunião a realizar-se hoje, às 16 horas 40 minutos, no Salão Nobre da Presidência, com a finalidade de apreciar o Projeto de lei nº 411/2010, de autoria do nobre Deputado Chico Sardelli, também uma reunião conjunta das Comissões de Justiça e Redação, de Segurança Pública, Assuntos Penitenciários, e de Finanças, Orçamento e Planejamento, com a finalidade e apreciar o Projeto de lei nº 556/2007, às 16 horas 43 minutos, no salão nobre da Presidência. Está suspensa a presente sessão.

 

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- Suspensa às 16 horas e 35 minutos, a sessão é reaberta às 17 horas e cinco minutos, sob a Presidência do Sr. Barros Munhoz.

 

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O Sr. Presidente - Barros Munhoz - PSDB - Há sobre a mesa requerimento no seguinte teor:

“Requeiro, nos termos regimentais, que a disposição da presente Ordem do Dia seja alterada na seguinte conformidade:

a) Que o item 624, referente ao Projeto de lei nº 65/2012, passe a figurar como item 1;

b) Renumerando-se os demais itens.”

Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovada a inversão.

 

O SR. Enio Tatto - PT - Sr. Presidente, regimentalmente solicito uma verificação de votação.

 

O Sr. Presidente - Barros Munhoz - PSDB - O pedido de V. Exa. é regimental. Esta Presidência vai proceder à verificação de votação pelo sistema eletrônico. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que forem favoráveis deverão registrar o seu voto como “sim”, os que forem contrários deverão registrar o seu voto como “não”.

 

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- É feita a verificação de votação pelo sistema eletrônico.

 

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O SR. Enio Tatto - PT - Sr. Presidente, declaro que a Bancada do PT está em obstrução nesta votação.

 

O Sr. Presidente - Barros Munhoz - PSDB - É regimental a manifestação de Vossa Excelência.

 

O SR. PEDRO BIGARDI - PCdoB - Sr. Presidente, como vice-Líder da bancada do PCdoB, quero declarar que o partido está em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Esta Presidência registra a manifestação de Vossa Excelência.

Esta Presidência tem a satisfação de anunciar a presença entre nós e homenagear a sempre Deputada Roseli Thomeu, que brilhou nesta Casa. Este Presidente teve o privilégio de ser o seu colega naquela época. (Palmas.)

Não havendo quem deseje mudar o seu voto, esta Presidência anuncia o resultado da votação: participaram do processo 41 Srs. Deputados, este Deputado na Presidência, uma abstenção e 39 votos “sim”, resultado insuficiente para a aprovação da inversão, ficando portando inalterada a Ordem do Dia.

1 - Veto - Discussão e votação - Projeto de lei Complementar nº 9, de 2000, (Autógrafo nº 27913), vetado totalmente, de autoria do Deputado José Zico Prado. Dispõe sobre o direito à promoção ao posto de graduação imediatamente superior de policiais femininos militares. Parecer nº 3457, de 2008, de relator especial pela Comissão de Justiça, favorável ao projeto. (Artigo 28, § 6º da Constituição do Estado).

 

O SR. ALEX MANENTE - PPS - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças partidárias com assento nesta Casa, solicito a suspensão dos trabalhos por 15 minutos.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, tendo havido acordo entre as lideranças, a Presidência acolhe o solicitado pelo nobre Deputado Alex Manente e suspende a sessão por 15 minutos.

Está suspensa a sessão.

 

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- Suspensa às 17 horas e 19 minutos, a sessão é reaberta às 17 horas e 37 minutos sob a Presidência do Sr. Barros Munhoz.

 

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O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Sras. Deputadas e Srs. Deputados, nos termos do Art. 100, inciso I, da XIV Consolidação do Regimento Interno, convoco V. Exas. para uma Sessão Extraordinária a realizar-se hoje, às 19 horas, com a finalidade de ser apreciado o PL 417/12, que dá nova redação ao inciso X do Parágrafo Único do Art. 2º da Lei 11.608/03.

 

O SR. SAMUL MOREIRA - PSDB - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças presentes solicito o levantamento da sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - O pedido de V. Exa. é regimental antes, porém, de levantar a sessão por acordo entre as lideranças, esta Presidência convoca V. Exas. para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia, lembrando-os ainda da Sessão Extraordinária a realizar-se às 19 horas.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 17 horas e 38 minutos.

 

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