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28 DE JUNHO DE 2012

089ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidentes: JOOJI HATO, OLÍMPIO GOMES, RODRIGO MORAIS, BARROS MUNHOZ e CELSO GIGLIO

 

Secretários: WELSON GASPARINI, CELSO GIGLIO, ESTEVAM GALVÃO, CAUÊ MACRIS, ADILSON ROSSI, MAURO BRAGATO, CARLÃO PIGNATARI e ORLANDO MORANDO.

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - JOOJI HATO

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

002 - WELSON GASPARINI

Fala a respeito de concurso escolar promovido pelo Rotary Club de Ribeirão Preto. Registra a participação da escola estadual Alberto Santos Dumont neste projeto. Informa que o trabalho tem como objetivo a discussão da importância da água. Deseja que a iniciativa seja estendida a todos os municípios do Estado. Cumprimenta o Governador pelas realizações na área de saneamento básico. Pede ao Governo de São Paulo que priorize o tratamento de esgoto das cidades de Serrana e Jardinópolis, pertencentes à região de Ribeirão Preto. Fala sobre a importância da implantação de sistemas de saneamento.

 

003 - OLÍMPIO GOMES

Assume a Presidência.

 

004 - JOOJI HATO

Registra o assalto que presenciou hoje, no início da tarde. Comenta a importância da blitz de desarmamento. Cita declaração de autoridade policial, em que este afirmou que a população sente-se incomodada com abordagens policiais.

 

005 - MARCOS MARTINS

Comenta matéria do jornal "Folha de S. Paulo" acerca da retirada de ônibus em circulação na capital paulista após os últimos ataques. Solicita medidas do Governo quanto ao assunto. Lê reportagem sobre a utilização de aparelhos hospitalares sem registro na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Pede que o empréstimo de recursos para a Saúde, aprovado por esta Casa, seja utilizado para a melhoria do setor.

 

006 - JOOJI HATO

Assume a Presidência.

 

007 - CARLOS GIANNAZI

Comemora a publicação de acórdão do Tribunal de Justiça do Estado, referente à Carteira Previdenciária do Ipesp (Instituto de Previdência do Estado de São Paulo). Considera que a decisão abrirá precedentes no Tribunal. Faz críticas à lei estadual que previa a extinção da Carteira Previdenciária dos Advogados. Recorda a Adin impetrada pelo PSOL nacional contra essa legislação. Comenta a determinação do Supremo Tribunal Federal que considerou os direitos dos aposentados da classe garantidos. Critica a falta de transparência na gestão da entidade.

 

008 - OLÍMPIO GOMES

Pede à população do Estado que contribua com os agentes de segurança através de denúncias. Comenta medidas do Governo estadual em resposta à violência contra policiais. Lamenta os ataques a ônibus da região metropolitana de São Paulo, nesta semana. Cita apreensão de drogas realizada ontem.

 

009 - OLÍMPIO GOMES

Comenta a determinação da Justiça, que obriga os supermercados a oferecer gratuitamente sacolas plásticas ao consumidor. Recorda a decisão do Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) nesse sentido. Informa que algumas cidades do Estado já regulamentaram a respeito. Pede à população que denuncie os estabelecimentos que descumprirem a decisão do Tribunal. Critica o termo de ajustamento de conduta firmado entre a Apas (Associação Paulista de Supermercados) e o Governo de São Paulo. Faz críticas à qualidade das sacolas plásticas.

 

010 - Presidente JOOJI HATO

Convoca para sessão solene, dia 20/08, às 20 horas, com a finalidade de comemorar os "70 anos do Sindicato dos Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (Sciesp) e os 50 anos da Regulamentação da Profissão de Corretores de Imóveis", por requerimento dos Deputados Edson Ferrarini e Itamar Borges.

 

011 - RODRIGO MORAES

Lamenta a violência entre torcidas de futebol. Cobra medidas efetivas do Estado para coibir as brigas de torcedores. Considera importante a participação de entidades sociais e religiosas na formação de cidadãos.

 

012 - RODRIGO MORAES

Assume a Presidência.

 

GRANDE EXPEDIENTE

013 - JOOJI HATO

Lamenta o número de assaltos praticados por meio de garupa de moto. Comenta tentativa de assalto, ocorrida hoje, 28/06, na cidade de São Paulo. Menciona políticas de segurança do Japão e de países da Europa. Sugere a realização de blitz do desarmamento. Demonstra preocupação com recentes casos de violência ocorridos no Estado. Tece comentários acerca de jogo válido pela final da Copa Libertadores da América.

 

014 - HELIO NISHIMOTO

Destaca os benefícios recebidos pelo Vale do Paraíba após a criação de região metropolitana no local. Fala sobre melhorias realizadas nas rodovias da região. Ressalta a presença de ciclovia a ser construída na Rodovia dos Tamoios. Solicita a criação de novo hospital regional na região. Tece comentários acerca de troca no Comandante Geral da PM do Vale da Paraíba. Faz menção a eventos realizados em comemoração aos 104 anos da Imigração Japonesa no Brasil.

 

015 - JOOJI HATO

Assume a Presidência.

 

016 - HELIO NISHIMOTO

Solicita a suspensão dos trabalhos até as 16 horas e 30 minutos, por acordo de lideranças.

 

017 - Presidente JOOJI HATO

Defere o pedido e suspende a sessão às 15h53min.

 

018 - Presidente BARROS MUNHOZ

Assume a Presidência e reabre a sessão às 16h31min.

 

019 - MARCOS MARTINS

Pede a suspensão dos trabalhos por 15 minutos, por acordo de lideranças.

 

020 - Presidente BARROS MUNHOZ

Acata o pedido e suspende a sessão às 16h32min, reabrindo-a as 16h45min.

 

021 - MARCOS MARTINS

Solicita a suspensão da sessão por 15 minutos, por entendimento das lideranças.

 

022 - Presidente BARROS MUNHOZ

Acata o pedido e suspende a sessão às 16h46min; reabrindo-a às 17h04min.

 

023 - MARCOS MARTINS

Pelo artigo 82, fala dos problemas nos transportes ferroviários e metroviário. Destaca a situação da Linha Verde, que cobre a avenida Paulista. Lembra ser insuficientes os investimentos no setor. Considera precária a situação. Recorda inauguração da reforma da estação de Osasco, com bicicletário.

 

024 - HAMILTON PEREIRA

Para reclamação, fala do PL 463/11, de sua autoria, que trata da busca de pessoas desaparecidas. Lamenta e pede a derrubada do veto à matéria. Cita matéria de capa da revista "Isto É" sobre crianças levadas ao Exterior, e desvinculadas de suas famílias brasileiras.

 

ORDEM DO DIA

025 - MARCOS MARTINS

Pede verificação de presença.

 

026 - Presidente BARROS MUNHOZ

Defere o pedido e determina que seja feita a chamada de verificação de presença, que interrompe ao constatar quorum regimental.

 

027 - ANTONIO SALIM CURIATI

Solicita esclarecimentos sobre o andamento dos trabalhos.

 

028 - Presidente BARROS MUNHOZ

Responde ao Parlamentar.

 

029 - MARCOS MARTINS

Pede a suspensão da sessão por 15 minutos, por acordo de lideranças.

 

030 - Presidente BARROS MUNHOZ

Defere o pedido e suspende a sessão às 17h21min; reabrindo-a às 17h42min.

 

031 - CELSO GIGLIO

Solicita a suspensão da sessão por dez minutos, com assentimento das lideranças.

 

032 - Presidente BARROS MUNHOZ

Defere o pedido e suspende a sessão às 17h42min.; reabrindo-a às 17h58min. Dá conhecimento de quatro requerimentos de alteração da pauta, sendo três do Deputado Alencar Santana Braga, um do Deputado Enio Tatto, e requerimento de preferência de lideranças, que coloca em apreciação.

 

033 - JOSÉ ZICO PRADO

Para reclamação, questiona a apresentação do requerimento de lideranças. Argumenta que a liderança do PT foi preterida.

 

034 - Presidente BARROS MUNHOZ

Dá conhecimento das lideranças que assinaram o requerimento de preferência. Reitera que era do conhecimento geral a inteção de apreciar projeto citado no requerimento.

 

035 - JOÃO ANTONIO

Para Questão de Ordem, faz indagação sobre o critério para apreciação do requerimento de preferência, apresentado por lideranças.

 

036 - Presidente BARROS MUNHOZ

Registra a manifestação para resposta oportuna. Coloca em votação o requerimento de preferência de lideranças, sobre alteração da ordem do dia.

 

037 - JOÃO ANTONIO

Encaminha a votação do requerimento de alteração da ordem do dia, em nome do PT.

 

038 - Presidente BARROS MUNHOZ

Coloca em votação e declara aprovado o requerimento de preferência de alteração da ordem do dia. Coloca em discussão o PL 65/12.

 

039 - OLÍMPIO GOMES

Discute o PL 65/12.

 

040 - SAMUEL MOREIRA

Faz indagações sobre o andamento dos trabalhos.

 

041 - Presidente BARROS MUNHOZ

Responde ao Parlamentar.

 

042 - SAMUEL MOREIRA

Requer a prorrogação da sessão por 2 horas 30 minutos.

 

043 - Presidente BARROS MUNHOZ

Coloca em votação e declara aprovada a prorrogação da sessão por 2 horas e 30 minutos.

 

044 - JOSÉ ZICO PRADO

Discute o PL 65/12 (aparteado pelo Deputado Samuel Moreira).

 

045 - JOÃO ANTONIO

Discute o PL 65/12.

 

046 - PEDRO TOBIAS

Discute o PL 65/12 (aparteado pelos Deputados Marcos Martins e Hamilton Pereira).

 

047 - GERSON BITTENCOURT

Discute o PL 65/12.

 

048 - GERSON BITTENCOURT

Pede verificação de presença.

 

049 - Presidente BARROS MUNHOZ

Defere o pedido e determina que seja feita a chamada de verificação de presença, que interrompe ao constatar quorum regimental.

 

050 - EDINHO SILVA

Discute o PL 65/12 (aparteado pelo Deputado Pedro Tobias).

 

051 - SIMÃO PEDRO

Discute o PL 65/12.

 

052 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Discute o PL 65/12 (aparteado pelo Deputado Carlão Pignatari).

 

053 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Pede verificação de presença.

 

054 - Presidente BARROS MUNHOZ

Defere o pedido e determina que seja feita a chamada de verificação de presença, que interrompe ao constatar quorum regimental.

 

055 - ADRIANO DIOGO

Discute o PL 65/12.

 

057 - ADRIANO DIOGO

Pede verificação de presença.

 

058 - Presidente CELSO GIGLIO

Defere o pedido e determina que seja feita a chamada de verificação de presença.

 

059 - CELSO GIGLIO

Assume a Presidência.

 

059 - Presidente BARROS MUNHOZ

Assume a Presidência. Interrompe a chamada de verificação de presença, por constatar quorum regimental.

 

060 - ORLANDO MORANDO

Para comunicação, destaca a importância da aprovação, nesta Casa, do PL 65/12, referente à liberação de crédito ao Governo Estadual para o investimento em transportes públicos. Enfatiza a relevância do aperfeiçoamento da mobilidade urbana, essencialmente na região do ABC paulista.

 

061 - HAMILTON PEREIRA

Discute o PL 65/12.

 

062 - Presidente BARROS MUNHOZ

Convoca sessão extraordinária, a realizar-se hoje, com início dez minutos após o término desta sessão.

 

063 - MARCOS MARTINS

Discute o PL 65/12 (aparteado pelos Deputados Luiz Carlos Gondim e Estevam Galvão).

 

064 - Presidente BARROS MUNHOZ

Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 29/06, à hora regimental, com ordem do dia. Lembra a realização de sessão extraordinária, com início às 21 horas e 40 minutos de hoje, e da sessão solene do dia 29/06, às dez horas, para "Homenagear a Câmara de Comércio Árabe". Encerra a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Welson Gasparini  para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - WELSON GASPARINI - PSDB - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o primeiro orador inscrito, nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Tobias. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Milton Vieira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Welson Gasparini.

 

O SR. WELSON GASPARINI - PSDB – Sr. Presidente, nobre Deputado Jooji Hato, Srs. Deputados, Sras. Deputadas: gostaria de registrar  importante concurso escolar desenvolvido pelo Rotary Club do Jardim Irajá, da Cidade de Ribeirão Preto, com a participação da Escola Estadual Alberto Santos Dumont.

Foi feito um concurso entre os estudantes daquela escola sobre a importância da água. Estive presente na premiação dos jovens que realizaram os melhores trabalhos sobre esse importante assunto por entender o significado da conscientização da juventude sobre o valor da  água, Gostaria   que isso se estendesse a todas as escolas do Estado de São Paulo:  municipais, estaduais e particulares.

 Precisamos da juventude entendendo a importância da água na vida de todos nós.

Ao registrar essa iniciativa do Rotary Club da Cidade de Ribeirão Preto, gostaria também de aproveitar a oportunidade e cumprimentar o Governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, pelas suas iniciativas e realizações na área do saneamento básico. Mas, também,  fazer um apelo, um pedido especial: temos na região de Ribeirão Preto, infelizmente, duas cidades ainda sem o beneficio do  tratamento de esgoto. Todas as demais cidades da região já estão com o esgoto tratado. Agora, faltam  apenas Serrana e Jardinópolis,  cujos pedidos de recursos do Governo do Estado para a realização dessas obras já encaminhamos ao  Governador Geraldo Alckmin;  seria importantíssimo,  antes do dia 6 de julho, quando termina o prazo para a realização de convênios do Governo do Estado com as prefeituras, a liberação dessas verbas para a construção da estação de tratamento de esgoto da Cidade de Serrana e também o da Cidade de Jardinópolis.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Olímpio Gomes.

 

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Faço esse apelo ao Governador Geraldo Alckmin porque quero ter o orgulho de usar esta tribuna, dentro de curto espaço de tempo, para poder proclamar: em termos de saneamento básico a região de Ribeirão Preto é pioneira neste País porque não faltará uma só cidade sem a destinação correta do seu esgoto. É triste falar, mas já pensaram uma cidade inteirinha pegar o esgoto dos seus moradores e jogar nas águas de um córrego, ou nas águas do Rio Pardo, como acontece na região de Ribeirão Preto? Os munícipes dessas cidades querem ficar livres dessa situação incômoda, mas os prefeitos somente poderão realizar essas obras se tiverem ajuda e recursos do Governo do Estado de São Paulo.

O Projeto Serrana, por exemplo, está prontinho: fica em cerca de 20 milhões de reais; o da Cidade de Jardinópolis seria mais ou menos o mesmo valor.  Então, que o Governo de São Paulo dê prioridade a essas duas cidades no seu plano de saneamento básico, instalando estações de tratamento de esgoto em Serrana e Jardinópolis. E, assim, toda a região de Ribeirão Preto poderá dizer: “aqui o saneamento básico tem um tratamento especial. Não tem uma só cidade que não trate o seu esgoto”.

Espero ver este apelo sendo atendido pelo Governador de São Paulo. Os processos e os projetos já estão prontos. O Governo pode incluir essa verba em seus orçamentos.

Dias atrás, eu ainda pensava: quando o Governo Federal chega a cogitar, por exemplo, de comprar aviões-de-caça para a Força Aérea Brasileira, com um gasto de bilhões de reais, bem poderia esperar um pouco mais e aplicar esse dinheiro no saneamento básico.

O mesmo acontece com a questão dos estádios de futebol. Eu acho a Copa do Mundo importante mas, sem duvida alguma, mais importante é a instalação de  Estações de Tratamento de Esgotos evitando que os rios sejam depósitos do esgoto de cidades. Isso não fica tão caro diante da contrapartida representada em termos de saúde publica.  É, apenas, uma questão de priorizar a saúde pública através do saneamento básico. E isto o Governador Geraldo Alckmin está fazendo no Estado São Paulo.

Quero reiterar meu apelo especial ao governador: libere a verba para as cidades de Serrana e Jardinópolis para tornarmos a região de Ribeirão Preto, em termos de saneamento básico, um exemplo para São Paulo e para o Brasil.”

 

O SR. PRESIDENTE - OLÍMPIO GOMES - PDT - Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Cardoso Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vitor Sapienza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Reinaldo Alguz. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente desta sessão, Deputado Olímpio Gomes, Sras. Deputadas, Srs. Deputados e telespectadores, hoje eu vi um carro com uma senhora e uma moça sendo assaltadas no farol da Av. Tancredo Neves com a Av. Nossa Senhora da Saúde, a 300 metros do túnel Salim Farah Maluf que passa sobre a Av. Ricardo Jafet, no início da Imigrantes, ligação com a Av. dos Bandeirantes.

Cena como essa, parece que já ficou banalizada no Estado de São Paulo. Em plena luz do dia, as duas pessoas estavam apavoradas. Conversando com elas, informaram- me que quando pararam o carro no semáforo, três elementos as abordaram ocupando as duas laterais e a frente do carro. A filha que estava no volante se assustou, logicamente, e jogou o carro em um dos assaltantes, subiu em cima do canteiro que divide as duas avenidas e conseguiu escapar. Por sorte estava em um carro blindado que favoreceu a fuga.

É um absurdo estarmos convivendo com fatos como esse que aconteceu há cerca de uma hora e 45 minutos, meu caro Deputado Marcos Martins. Parece que estamos vivendo em uma cidade, em um estado ou em um país em desordem pública. Para mim, isso já é a anarquia. Nós, como Deputados, estamos fazendo nossa função. E quantas vezes defendemos aqui a blitz do desarmamento? Para tirar essas armas ilegais, contrabandeadas, armas que matam, armas de numeração raspada, armas que estão nas mãos de marginais.

Essa blitz que defendemos não é para desarmar quem tem o porte de armas e não é para tirar a arma da Polícia ou de um Delegado. Não é isso que queremos. O que nós queremos é que tirem as armas das mãos de marginais, principalmente dos jovens, garotos de 15 anos armados com metralhadoras AR15, assaltando no Jardim Miriam, na Zona Sul e aqui no Morumbi. Nós ficamos desesperançados achando que estamos batendo na mesma tecla. Será que ninguém vai tomar providências em relação a isso?

Hoje eu vi uma declaração do Governador no jornal a “Folha de S.Paulo” dizendo que “a Polícia tem que reagir sim e quem atacar ou cometer o delito vai se dar mal.”

Essa é a primeira frase de extrema importância que eu ouvi este ano, pois acho que o Governador e as autoridades têm que se prevalecer. Não dá mais para aceitar essa situação que estamos vivendo.

Em um almoço, na casa do cônsul-geral do Japão, eu encontrei uma autoridade policial e lhe disse que sempre que assomo à tribuna da Assembleia Legislativa peço que seja feita a blitz do desarmamento em pontos estratégicos, na Capital, em outras cidades e nas fronteiras, para tirar as armas ilegais.

Sabem o que essa pessoa falou? Os senhores não vão acreditar, meus caros Deputados Marcos Martins e Carlos Giannazi, mas quando eu lhe disse para fazer a blitz do desarmamento para não convivermos mais, como estamos a toda hora, com assaltos a todo instante, estupros, assassinatos e latrocínio, essa autoridade me disse: “É o povo que não gosta de ser revistado.” Eu então respondi que o povo também não gosta de ser assaltado; o povo não gosta de ser assassinado; o povo não gosta de ser estuprado; o povo não gosta de ser roubado; o povo não gosta de ir a um restaurante e ficar lá deitado, sendo subjugado, levando pontapés e socos na frente da esposa, da filha, ou até o esposo vendo os marginais atacando e agredindo a esposa e filha; o povo não gosta de ir para o seu apartamento e sofrer um arrastão; o povo não gosta de perder seus bens, por exemplo, de ter seu carro roubado; o povo não gosta de ser roubado, mas também não gosta de ser molestado.

Eu disse isso a ele e talvez tenha conseguido convencê-lo. Aliás, é uma das grandes autoridades aqui. Não quero falar o seu nome aqui, mas é uma das grandes autoridades que quando ocupou um cargo aqui poderia ter feito a blitz do desarmamento para tomar as armas ilegais que matam.

Para terminar, meu caro Presidente Major Olímpio Gomes, V. Exa. que luta tanto e que ajuda tanto as Polícias, nós sabemos que precisamos das Polícias sim. E que temos que fazer a blitz do desarmamento para proteger o povo, porque a Polícia é paga, assim como nós, deputados, pelo povo. Portanto, nós temos que defender o povo. Os deputados fazendo as leis, as Polícias fazendo a sua função e fazendo a blitz do desarmamento para não permitir que as pessoas portem armas de numeração raspada. Dá para conseguir, sim. Se todos começarem a fiscalizar, eu não tenho dúvida que nós iremos arrecadar muitas armas e iremos derretê-las em praça pública. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - OLÍMPIO GOMES - PDT - Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vinícius Camarinha. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Paulo Rillo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Dilmo dos Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Ed Thomas. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Orlando Bolçone. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Morais. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins

 

O SR. MARCOS MARTINS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente desta sessão, Deputado Olímpio Gomes, V.Exa. que está sempre cobrando o Governo do Estado para melhoria da Segurança Pública. Acabamos de suceder um deputado, que deixou a tribuna, falando de roubos e assaltos. No “Clipping” da Assembleia há uma matéria do jornal a “Folha de S.Paulo” sobre o mesmo assunto: “Após novos ataques, viações tiram ônibus das ruas e o comércio fecha.” Está virando o dia-a-dia esse conjunto de mortes de policiais, os ônibus sendo queimados, e os ônibus sendo retirados de linha porque não há mais segurança. Imaginem o estado da população que mora nesse bairro.

Apelamos para que o Governo do Estado, além de falar, também aja, ajudando a preservar a vida da população, que está em jogo.

Temos aqui uma matéria do "O Estado de S.Paulo" de hoje: “Hospital das Clínicas e seis laboratórios usam equipamentos sem registro”. Qual a segurança que a população tem, que garantia teremos com aparelhos sendo utilizados sem registro na Anvisa? Diz a matéria: “O HC de São Paulo e pelo menos seis laboratórios particulares têm usado, ou usaram, um equipamento de diagnóstico de diabetes sem registro na Anvisa - Agência de Vigilância Sanitária. Como o registro no órgão é essencial para a sua importação, não há informações sobre como eles entraram no Brasil.”

 

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- Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato.

 

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É um problema atrás de outro, na área da Saúde. Agora é o Hospital das Clínicas. Já temos aqueles projetos para transformar em autarquia várias OS e as reclamações dos servidores públicos da área da Saúde, pela ausência de condições de trabalho. Tivemos aquele problema no complexo hospitalar em Sorocaba, que refletiu muito em toda região e no Estado inteiro; recentemente tivemos também em Bauru, e anteriormente tivemos denúncias, e a Polícia Federal prendendo por desvio de recursos.

Estivemos lá no Hospital de Base para atender a uma reclamação/denúncia de dois vereadores que estiveram aqui na Comissão de Saúde. Pudemos constatar uma situação de desespero da população. O único Pronto-Socorro que existe é do município, e atende todas as demandas, inclusive da região. E para ali, porque não existe um segundo passo de encaminhamento para o hospital. Apesar de o Hospital de Base ser parede e meia do Pronto-Socorro, não pode passar para dentro, porque é preciso ter autorização da central de regulação de vagas.

Esse Hospital de Base é que atende a maioria da população, aqueles que têm mais dificuldades, o SUS, etc. E existe um outro hospital que aparentemente recebe os pacientes mais selecionados, aqueles que, observando, não apresentam muitos problemas. Mas, e para chegar até lá, e o acesso?

É mais um problema. Os corredores do Pronto-Socorro vivem cheios de pacientes em macas, em cadeiras de roda. É uma situação dramática, que precisa ser resolvida o mais breve possível, principalmente agora que houve o empréstimo para investimento na Saúde; a Assembleia aprovou um recurso destinado à Saúde, para dar atenção a esses casos que são gravíssimos aqui no Estado de São Paulo. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Adriano Diogo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Mentor. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marco Aurélio.(Pausa) Tem a palavra a nobre Deputada Beth Sahão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Orlando Morando.(Pausa) Tem a palavra a nobre Deputada Telma de Souza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, gostaria de comentar e ao mesmo tempo comemorar a publicação de um acórdão no Diário Oficial da Justiça Estadual, do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, no último dia 25, relacionado à questão da carteira previdenciária do Ipesp.

Esse acórdão é importante porque abre um grande precedente e confirma tudo aquilo que nós tínhamos dito aqui, sobretudo denunciado e lutado para que a Lei 13.549 não tivesse sido aprovada em 2009, que muito tem prejudicado os advogados contribuintes da carteira do Ipesp, uma carteira centenária que foi criada pelo próprio Estado, e que no final do Governo Serra foi colocada em processo de extinção, através da aprovação de um Projeto de lei que se transformou nessa Lei 13.549.

Imediatamente à aprovação dessa famigerada Lei - nós votamos contra, logicamente, a Bancada do PSOL - nós ingressamos com uma Adin no STF, no mesmo ano, para que essa medida fosse revogada, para que essa lei não fizesse parte do ordenamento jurídico do Estado de São Paulo, pelos prejuízos aos advogados contribuintes, e também aos já aposentados, correndo-se o risco de criar no Estado de São Paulo a figura do desaposentado.

Tomamos essa medida ingressando com uma Adin, pelo PSOL nacional, com a assinatura inclusive da nossa ex-Senadora Heloísa Helena, imediatamente, algum tempo depois, por conta de toda essa movimentação, da nossa Adin e da pressão dos próprios advogados da ADDPA - Associação em Defesa dos Direitos Previdenciários dos Advogados. O próprio Conselho Federal de Educação foi obrigado também a encaminhar uma outra Adin, 11 meses após o ingresso da nossa Adin, do PSOL.

Nós ganhamos parcialmente já no julgamento da Adin, um ponto importante nessa luta, porque o STF determinou, no julgamento da nossa Adin, que o Governo estadual é responsável pela carteira, e que os direitos dos já aposentados estão garantidos. Essa foi uma vitória importante.

A partir desse diapasão, Sr. Presidente, tivemos uma vitória importante que foi a publicação desse acórdão, porque o Ipesp está se negando a reconhecer. O Governo estadual está se negando a reconhecer a decisão do STF. Esse acórdão é fundamental porque só confirma a decisão do STF e obriga agora o Ipesp a reconhecer essa conquista dos advogados.

A pessoa beneficiada é a advogada Maria Manuela Almeida Rodrigues de Carvalho. Esse acórdão foi publicado a partir dessa apelação do Ipesp, que não foi acatada pela Justiça da 7ª Câmara de Direito Público.

Solicito que as cópias do acórdão sejam publicadas no Diário Oficial do Poder Legislativo. É muito importante para dar publicidade a esse acórdão e aos fundamentos do que está escrito nele, que só confirmam que o Estado tem responsabilidade, que o Estado foi criminoso ao colocar em processo de extinção, uma carteira com 40 mil contribuintes advogados e advogadas, operadores do Direito, fazendo o mesmo com a Carteira dos Serventuários extrajudiciais, os Cartorários, que passaram pelo mesmo processo um ano após esse ataque, essa violação ao direito à aposentadoria dos advogados. O mesmo também ocorreu com mais de 10 mil servidores dos Cartórios do Estado de São Paulo.

Esse acórdão é muito importante porque ele abre um precedente e confirma a luta dos advogados, da ADDPA - Associação em Defesa dos Direitos Previdenciários dos Advogados -, dos contribuintes da Carteira do Ipesp, confirma o julgamento da nossa Adin no Supremo Tribunal Federal e obriga o Ipesp a devolver o que ele já descontou, Sr. Presidente, de uma forma irregular e criminosa, o valor de 20% dos proventos dos advogados e dos pensionistas. O Instituto de Pagamento Especiais de São Paulo descontou 20% quando na verdade, pela lei, ele só poderia descontar cinco por cento. Há um prejuízo enorme para os contribuintes já aposentados, pensionistas e também para quem continua pagando e não se aposentou. Essas pessoas estão tendo prejuízos e transtornos.

O Ipesp deverá fazer a devolução de todos esses descontos irregulares. O desconto não é de vinte por cento, mas de cinco por cento, é o que determina a legislação. Além disso, ele terá de devolver o dinheiro do contato de todos os advogados e advogadas, assumir de fato a responsabilidade com a Carteira e, sobretudo fazendo uma gestão democrática da Carteira dos Advogados, contribuintes do Ipesp e dos Cartorários. Acredito que nesse caso falta transparência e uma gestão democrática. Os advogados não sabem o que acontece com o dinheiro.

Alguns bancos que estão quebrando, colocam em risco a própria existência da Carteira porque o Ipesp está investindo o dinheiro dos aposentados nesses bancos falidos como o Panamericano, o Cruzeiro do Sul, o Schahin, entre outros, que são bancos de quinta categoria e não têm nem uma solidez no sistema financeiro colocando em risco os rendimentos e caixa da Carteira Previdenciária dos Advogados e Cartorários.

Solicito que a cópia do acórdão seja publicada no Diário Oficial do Poder Legislativo para que todos acompanhem essa discussão e tenham clareza sobre o crime que o Governo do PSDB cometeu contra o direito à aposentadoria de mais de 60 mil trabalhadores, advogados e cartorários.

“Poder Judiciário

Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo

Registro: 2012.0000302570

Acórdão

Vistos, relatados e discutidos estes autos do Apelação nº0040866-76.2009.8.26.0053, da Comarca de São Paulo, em que é apelante Instituto de Previdência do Estado de São Paulo, é apelado Maria Manuela Almeida Rodrigues de Carvalho.

Acordam, em 7ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: “Negaram provimento ao recurso. V. U. Sustentou oralmente o Dr. José Horácio Halfeld Rezende Ribeiro” de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão.

O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores Coimbra Schmidt (Presidente sem voto). Guerrieri Rezende e Moacir Peres.

São Paulo, 25 de junho de 2012

Eduardo Gouvêa, Relator, Assinatura Eletrônica

7ª Câmara de Direito Público

Processo nº. 0040866-76.2009.8.26.0053

Comarca: São Paulo

Juiz sentenciante: Fernão Borba Franco

Apelante: Instituto de Previdência do Estado de São Paulo

Apelada: Maria Manuela Almeida Rodrigues de Carvalho

Voto nº 12.710

Apelação Cível - Carteira de Previdência dos Advogados Pretensão declaração de inconstitucionalidade de dispositivos da Lei Estadual nº 13.549.09, assim como impedir a mudança de critério de correção da pensão (benefício proveniente da Carteira de Previdência) que recebe, e ainda, que o Ipesp não proceda ao desconto de 20% do benefício, que deve ser limitado a 5%, visto que se trata de direito adquirido - Sentença que julgou a ação procedente mantida Precedente do Colendo Supremo Tribunal Federal - Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 4.429 - Lei nº 13.549/09 - Regras que não se aplicam a quem, na data da publicação da Lei, já estava em gozo de benefício ou já tinha cumprido, com base no regime instituído pela Lei nº 10.394, de 1970, os requisitos necessários à concessão.

Recurso improvido

Trata-se de recurso de apelação (fls. 208/218) interposto pelo Instituto de Previdência do Estado de São Paulo contra a r. sentença (fls. 204/205), em ação ordinária, com pedido de antecipação dos efeitos da tutela, ajuizada por Maria Manuela Almeida Rodrigues de Carvalho, que julgou procedente a demanda e tornou definitiva a liminar, integralmente (quer quanto aos descontos, quer quanto aos critérios de correção da pensão) é ainda, condenou o apelante ao pagamento das custas e despesas processuais, bem como os honorários advocatícios fixados em 15% do valor dado à causa.

Alega o apelante, em síntese, que não se vislumbra nenhuma legalidade no aumento da contribuição dos associados, visto que tal medida foi instituída por lei e destina-se a manter o equilíbrio atuarial da própria Carteira dos Advogados: que não há falar em direito adquirido ou em ato jurídico perfeito. Uma vez que no caso trata-se de situação jurídica continuativa, cujos efeitos podem ser alcançados e modificados por lei nova, ainda mais em se tratando de inovação constitucional. Por fim requer a reforma da sentença.

Processado regularmente com as contrarrazões (fls. 222/228), subiram os autos a esta Instância.

É o breve relatório.

O recurso não merece acolhimento.

Cuida-se de ação ordinária objetivando a declaração de inconstitucionalidade de dispositivos da Lei Estadual nº 13.549/09, assim como impedir a mudança de critério de correção da pensão (benefício proveniente da Carteira de Previdência) que recebe, e ainda, que o Ipesp não proceda ao desconto de 20% do benefício, que deve ser limitado a 5%, visto que se trata de direito adquirido.

Como se depreende dos autos, a autora obteve sua aposentadoria nos termos das condições da Lei nº 10.394/70. Todavia, com o advento da Lei nº 13.549, de 26 de maio de 2009 (que declara em regime de extinção a Carteira de Previdência dos Advogados de São Paulo e dá outras providências correlatas) notadamente, elevou a taxação de 20% (vinte por cento) a título de desconto de previdenciário dos seus beneficiários; exclui a responsabilidade do Estado e alterou os critérios de reajuste do benefício.

Ora, observa-se que a autora já era aposentada pela Carteira de Previdência dos Advogados, submetendo-se na ocasião as condições impostas pela Lei nº 10.394/70, assim, o direito adquirido obsta a modificação das condições de pagamento da pensão, entendimento em contrário implicaria na inexistência de Estado de Direito, em desonra dos direitos fundamentais.

Com efeito, o direito adquirido ao lado do ato jurídico perfeito e da coisa julgada, constitui garantia constitucional previsto no artigo 5º, inciso XXXVI, da Carta Magna, além disso elevado à categoria de cláusula pétrea, em razão do artigo 60, §4 da Constituição Federal.

A propósito, este assunto foi recentemente apreciado pelo Colendo Supremo Tribunal Federal, por ocasião do julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 4.429/SP, julgada em 14 de dezembro de 2011, em que foi Relator o eminente Ministro Marco Aurélio, cujos fundamentos, desde logo, passam a integrar este voto como razões de decidir:

“No julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 3.104/DF, relatora Ministra Cármen Lúcia, acórdão veiculado no Diário da Justiça de 8 de novembro de 2007, consignei que, embora seja possível a modificação do regime jurídico em âmbito previdenciário, não cabe levar às últimas consequências essa admissão, sob pena de ingressar-se na seara do fascismo, com a supremacia, sem balizas, do próprio Estado.

A relação jurídico-previdenciária é tipicamente de longa duração. O participante de um plano de previdência, normalmente só desfruta do benefício após extenso período de contribuição, tornando-se a medida que corre o tempo, um cliente cativo da carteira. Afirmo isso porque, pressupondo o usual e não o teratológico, a desvinculação de um plano de previdência, depois de determinado período, resulta em prejuízo ao participante quando comparada à permanência, ainda que as contribuições sejam resgatadas. Com o passar dos anos, aumenta a situação de hipossuficiência. Alguém vinculado a um fundo, por vinte e cinco anos, por exemplo, ainda vê largo tempo diante de si para usufruir de qualquer benefício, mas, simultaneamente, terá enorme desvantagem de desvincular-se. Em conseqüência, a liberdade de escolha, sair ou manter-se no plano em razão da modificação de regras é reduzida, e o Direito não o pode deixar ao desamparo.

Por outro lado, como toda relação jurídica de longa duração, a previdência é, de certo modo, aberta, por ser impossível prever desde logo, todas as mudanças sociais, econômicas e científicas que poderão desequilibrar o vínculo e exigir adaptação. Ante as inúmeras situações passiveis de alterar o suporte fático sobre o qual a relação jurídica foi criada, a expectativa de alguma modificação de regras para restabelecer o equilíbrio entre direitos e obrigações é implícita, seja a relação de natureza contratual, seja estatutária.

A adequação, no entanto, não pode olvidar princípios como os da confiança, da solidariedade, da responsabilidade e da segurança. A par desse aspecto, ao avaliar a conformidade dessas mudanças com o Direito, o intérprete deve sempre indagar a quem competia, no vínculo, assumir o risco, pois, embora a restauração do equilíbrio financeiro e atuarial do plano previdenciário mostre-se um imperativo sistêmico, isso não quer dizer que o ônus deva recair sobre o participante.

Constatada a impossibilidade de cobrir o déficit atuarial, não implica inconstitucionalidade lei mediante a qual se colocou a Carteira em regime de liquidação extrajudicial. Não exigem os preceitos do §4 e cabeça do artigo 202 da Carta da República a edição de lei complementar para tanto, pois as normas a quem aludem são as Leis Complementares nº 108 e nº 109, de 2011, voltadas a estabelecer regras gerais para o regime de previdência privado. Além disso, a criação ou a extinção de autarquia estadual não pressupõem lei complementar.

Contudo, a modificação da realidade, por mais grave, não se pode impor à força normativa da Carta da República. Uma coisa é afirmar a alteração ou a supressão de certo regime jurídico, respeitada a razoabilidade. Algo diverso é colocar em segundo plano direitos adquiridos e digo mais, situações subjetivas já reconhecidas. Se formos ao inciso IV do §4º do artigo 60 da Carta Federal, constataremos uma dualidade: a proteção, no tocante a emendas, faz-se presente considerados direitos e garantias.” Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados e Sras. Deputadas, tem a palavra o nobre Deputado Samuel Moreira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários desta Casa e cidadãos que nos acompanham pela TV Assembleia, sem a menor dúvida a questão da Segurança ou da “insegurança” no Estado de São Paulo está encabeçando a lista das maiores preocupações de todos os cidadãos do nosso Estado. O nobre Deputado Jooji Hato, disse anteriormente que presenciou uma agressão em que duas moças foram assaltadas, há pouco mais de 1 hora e meia. Peço a população que confie, apoie e auxilie a Polícia de São Paulo nesse momento.

Em seu discurso anterior, o nobre Deputado Jooji Hato, inclusive falou sobre a manifestação do Governador dizendo que os marginais serão presos e que a Polícia tem plena liberdade de ação, logicamente dentro dos limites da lei.

Na matéria que saiu no "Estado de S.Paulo", além do “box” com a fala do Governador, o jornal também traz um “box” com a minha fala: “Redobrem as cautelas. Redobrem a munição. Mas se tiver que ficar viúva que fique a mulher do bandido.” Eu tenho dito isso mesmo, Deputado Jooji Hato. Acredito que chegou o momento da sociedade dizer basta a esse banditismo. E aos meus irmãos policiais repito: “Redobrem as cautelas e a munição, mas na dúvida a mãe do bandido é quem vai chorar.”

A Polícia de São Paulo está colocando desde ontem, policiais à paisana nos ônibus. E até encareço aos meus irmãos que já estão na reserva, aposentados e que talvez nem andem mais armados, que peguem as suas armas, pois vocês têm o porte funcional. Se vocês faziam o trajeto de metrô, passem a fazer de ônibus, vai que o maldito entra para atacar o ônibus, vamos dar a eles o que merecem.

Deus é contra as armas, Deputado Jooji Hato, mas está do lado de quem atira melhor. Na hora da guerra reza a minha mãe e a mãe do bandido, quem tiver melhor oportunidade, e aí a Polícia tem melhor preparo, vai levar vantagem. Estamos em uma guerra, não adianta dizer que nada está acontecendo. Com toda a mobilização da Polícia tivemos seis ônibus incendiados na Grande São Paulo e São Paulo, em 24 horas; uma base da Polícia Militar atacada na Zona Sul e outra na Zona Norte, mas nem um policial foi ferido. É a disposição da Polícia de São Paulo. Não vamos mais chorar pelos nossos mortos sem tomar atitude. É melhor ser julgado por sete do que ser carregado por seis.

Cada policial atualmente no Estado de São Paulo é um agente de proteção da sociedade, mas antes é um agente de proteção da própria integridade física. Não dá para ficar esperando a ação do marginal. Como disse o Governador: “a Polícia vai para cima”, mas eu digo que ela já foi para cima e vai muito mais. Não queremos o confronto e dizemos sempre que quem vai escolher o veículo em que será transportado é o cliente, o marginal. Se ele se render à Polícia, colocar a mão na cabeça e depois entregar as armas “Crec-crec” é o barulhinho da algema e será conduzido. Mas se ele enfrentar a Polícia, talvez não será a monocela de preso e sim o “rabecão de presunto” do IML que fará a sua condução.

Estamos em uma guerra, não estamos em tempo de paz. É terrorismo puro. Vagabundos pés de chinelo estão ateando fogo em ônibus para dizer que pertencem a grandes facções criminosas. Eles estão mentindo, eles só estão querendo atear fogo em ônibus, chamar atenção da Polícia e da opinião pública. O assunto das facções criminosas é o tráfico, é lá que rola o dinheiro. O que está acontecendo é obra de vagabundo pé de chinelo querendo dar uma de Billy dizendo: “Olha eu sou membro de facção. Eu sou sintonia, sou torre.” Você é um trouxa que vai ser preso ou vai morrer na mão da Polícia por ser trouxa. Não podemos compactuar com isso.

Graças a Deus essas senhoras envolvidas na agressão que o Deputado Jooji Hato presenciou, não tiveram a sua integridade física e talvez a psicológica maculada, pois só quem sabe o que é ter uma arma do marginal apontada para você é que pode avaliar o tamanho da pressão e das consequências psicológicas, muitas vezes para o resto da vida.

Estamos mobilizados. A Polícia está mobilizada, a Polícia Civil está com todas as informações - e cada vez com mais informações. Ontem mesmo, prendeu duas toneladas de maconha num caminhão. A Polícia Militar fez, em 24 horas, mais de 50 prisões em flagrante, mais de 40 criminosos procurados já foram achados. E serão muito mais, se a população nos ajudar pelo 190, pelo 181. Se alguém viu essas pessoas serem abordadas na Tancredo Neves e conseguiu ver características desses marginais, uma cicatriz, a roupa que estava usando, se já conhece do bairro, ligue agora para o 190: “Eu ouvi o Deputado Jooji Hato falando na televisão que duas pessoas foram vítimas, e eu sei quem são as pessoas.” Ajudem a Polícia neste momento!

Deputado Jooji Hato, para finalizar, quero dar uma mensagem à sociedade. O momento é agudo, o momento é difícil, mas a Polícia de São Paulo está mais vigilante do que nunca, está mais irmanada com a sociedade do que nunca. Se há arrastões nos restaurantes, se há as abordagens criminosas nas ruas, se há ônibus sendo incendiados, existe também uma comunhão de esforços. A Polícia e o povo estão de mãos dadas. Vamos dar a resposta que a marginalidade merece. Noventa e nove por cento da população ordeira não pode se calar diante de um por cento de vagabundos, que são escória. Vamos nos unir e vamos vencer essa batalha contra o crime!

 

O Sr. Presidente - Jooji Hato - PMDB - Parabéns, nobre Deputado Olímpio Gomes, pelas suas palavras. Acho que um pronunciamento como este dá esperança para a população que aí está, sob a mercê da violência dos marginais.

Tem a palavra o nobre Deputado Rafael Silva. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Massafera. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edinho Silva. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Carlos Gondim. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alex Manente. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Afonso Lobato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Hamilton Pereira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Celso Giglio. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Célia Leão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Gerson Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Cauê Macris. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Antonio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Neves. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Bigardi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adilson Rossi. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Analice Fernandes. (Pausa.)

Esgotada a lista de oradores inscritos para falar no Pequeno Expediente, vamos passar à Lista Suplementar.

Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rafael Silva. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Cardoso Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Celso Giglio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vinícius Camarinha. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlão Pignatari. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Orlando Bolçone. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Samuel Moreira. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Vanessa Damo. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Beth Sahão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Mentor. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Dilmo dos Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. Olímpio Gomes - PDT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários desta Casa, cidadãos que nos acompanham pela TV Alesp, a partir de hoje, ficou restabelecido pela Justiça a obrigatoriedade de os supermercados no Estado de São Paulo fornecerem gratuitamente as sacolas para a embalagem dos produtos que os clientes compram.

A partir de hoje, cidadão, se você pedir uma sacola e o estabelecimento não fornecê-la, gratuitamente, o seu direito como consumidor está sendo lesado, a Justiça está sendo desrespeitada na decisão. Chame a Polícia, faça um escândalo, registre o fato criminoso que fere o Art. 4º do Código de Defesa do Consumidor. Acabou a farsa perpetrada da Associação Paulista dos Supermercados com a Secretaria do Meio Ambiente do Estado, infelizmente, com a guarida inicial da Procuradoria de Defesa do Consumidor. Graças a Deus, o Conselho Superior do Ministério Público, que legalmente tem que ratificar termo de ajustamento de conduta, disse unanimemente que não é próprio, que não tem lei. Como ajustar conduta a uma lei que não existe?

Está aqui o meu Projeto de lei nº 235/2012. Antes de ontem, fizemos uma audiência pública na Assembleia Legislativa, para a qual convidamos todos os setores interessados. Nem Procon, nem Ministério Público, nem nenhum representante da Apas compareceram. Sabem por quê? Porque não tem argumentação. Agora, a Justiça diz: “Parem de lesar criminosamente o consumidor!” O Conar, Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária, já tinha decidido também: “Retirem a propaganda ‘vamos tirar o Planeta do sufoco’, porque ela é falsa, não tem suporte científico nenhum.” O único verde que a Apas estava defendendo tem cara de presidente americano e nele está escrito cem dólares. Não tem nada de ecológico nisso, é dinheiro: um bilhão de reais ao ano de economia, além do que se ganha em relação ao aumento do consumo de sacos plásticos.

Mas a população está vencendo. Várias cidades já legislaram e estão com lei municipal. Na Assembleia Legislativa, como a coisa é mais lenta - se votarmos hoje a LDO, vamos entrar em recesso -, só em agosto, lamentavelmente. Talvez, a gosto de Deus, porque, aqui, a velocidade não é na medida da necessidade pública.

Faço questão de passar essa orientação à população. Não aceite! “Ah, mas os supermercados dizem que vão apresentar uma alternativa pela qual o cidadão paga pela sacola, mas depois devolve e recebe o dinheiro de volta...” Não tem essa conversa! Isso é estelionato! O cidadão tem direito à sacola para embalar o seu produto! “Mas queremos dar as sacolas biodegradáveis, de pano, de papel, oxibiodegradáveis...” Seja o que for, não pode cobrar! Estavam lesando os consumidores e até induzindo à boa-fé, dizendo que a motivação era ecológica, de sustentabilidade.

Essa farsa caiu por terra. Neste momento, cada consumidor no Estado de São Paulo que for a um supermercado ou a qualquer estabelecimento comercial tem direito a receber, gratuitamente, a sacola para embalagem. “Ah, mas a Rede Pão de Açúcar disse que agora não vai ficar mais disponível para o consumidor pegar várias sacolas...” Basta colocar a sacola que a Associação Brasileira de Normas Técnicas estabelece, que tem que suportar pelo menos seis quilos de peso, e não essas sacolinhas vagabundas, fabricadas no Irã, no Vietnã, na China, de onde elas saem mais barato porque tem trabalho escravo e ninguém paga encargo social.

E aí põe uma sacola vagabunda e vai precisar de três sacolinhas para carregar um refrigerante PET de dois litros. Basta tomar vergonha na cara e cumprir a norma para termos a redução no volume consumido.

Ainda tenho a expectativa de no segundo semestre votarmos nesta Casa o projeto de lei estabelecendo a obrigatoriedade, em complemento ao próprio Art. 4º do Código de Defesa do Consumidor. Enquanto isso, cidadão, vale a determinação da Justiça. Todo supermercado e estabelecimento comercial, desde hoje, estão obrigados a fornecer sacolas. E, repetindo, se não te fornecerem a sacola, grite, escandalize, se jogue no chão, chame o 190, faça registro policial e exija a abertura de um inquérito policial.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, esta Presidência, atendendo às solicitações dos nobres Deputados Edson Ferrarini e Itamar Borges, convoca V. Exas., nos termos do Art. 18, inciso I, letra “r” da 14ª Consolidação do Regimento Interno, para uma Sessão Solene a realizar-se no dia 20 de agosto de 2012, às 20 horas, com a finalidade de homenagear os 70 anos do Sindicato de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo, e os 50 anos da regulamentação da profissão de corretores de imóveis.

Tem a palavra o nobre Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.)

 

O SR. RODRIGO MORAES - PSC - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, com muito prazer que volto a esta tribuna para registrar alguns fatos que vêm ocorrendo no cotidiano do nosso país. Infelizmente, se tornou rotineiro no nosso esporte. Estive acompanhando algumas notícias das torcidas neste momento em que estamos chegando ao final de mais um campeonato, e vemos o quanto os torcedores e as torcidas organizadas têm se defrontado e se agredido. Vários torcedores se machucaram, alguns foram presos.

Gostaria de deixar registrada essa nossa insatisfação. Por quê? Porque o que mais nos espanta é que os torcedores da mesma torcida - antes eram de torcidas rivais - estão se confrontando. Analisando por este lado, começamos a pensar, e é essa reflexão que gostaria de trazer a esta Casa. Poderíamos criar meios através da Secretaria de Segurança Pública, dos meios de comunicação, e desta Casa Legislativa, a maior do Brasil e que é a locomotiva do País. E assim, levar adiante uma mensagem para que as torcidas tenham paz e harmonia, e o esporte seja exercido de forma tranquila, sem confrontos e brigas, principalmente porque se trata de lazer.

Vemos investimentos que estão sendo feitos porque o Brasil vai sediar a Copa do Mundo. Precisamos nos preparar, pois os investimentos e os custos são altos. A população precisa se conscientizar e, através do esporte, possa encontrar um meio para se confraternizar. Temos andado muito pelo nosso Estado e acompanhado o trabalho social. Muitos alegam e falam que o esporte é importante para combater a criminalidade da juventude, os vícios e as más companhias. Temos visto, infelizmente, que o esporte não tem conseguido atingir esse resultado. Ao contrário, estão atraindo mais agressividade, confusões e distorções.

Devemos, por isso, refletir, e o nosso Estado deve valorizar, logicamente, o esporte, mas também as entidades sociais e religiosas. Vemos que essas entidades, sim, têm levado uma palavra de conforto e recuperado as pessoas. Eu, que sou evangélico, da Igreja Mundial, acompanho o trabalho desenvolvido pelo apóstolo Valdemiro. Tenho visto pessoas abandonarem os vícios, as drogas e os maus caminhos. O esporte tem muito a contribuir e precisamos incentivá-lo, até porque gosto também de futebol e assisto aos jogos. Mas é necessária uma consciência entre o esporte e o trabalho que as entidades sociais realizam, e ver onde os recursos estão sendo aplicados para que o esporte traga só benefícios. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Rodrigo Moraes.

 

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O SR. PRESIDENTE - RODRIGO MORAES - PSC - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, esgotado o tempo destinado ao Pequeno Expediente, vamos passar ao Grande Expediente.

 

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- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - RODRIGO MORAES - PSC - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, tem a palavra, por permuta de tempo com o nobre Deputado Reinaldo Alguz, o nobre Deputado Jooji Hato.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB – SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente em exercício, Deputado Rodrigo Moraes, parabéns, V. Exa. enalteceu o esporte, que combate a violência, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores, volto a falar sobre o assalto à mão armada, ocorrido às 13 horas, no cruzamento da Av. Tancredo Neves com Av. Nossa Sra. da Saúde. Eram três elementos - um maior de idade e dois aparentando serem menores de idade - mulatos claros, um deles com cabelo parecido com o do Neymar, jogador do Santos, de estaturas medianas, um deles vestindo uma bermuda vermelha. Comuniquei-me há pouco com o Coronel Navarro desta Casa, nosso chefe da Assessoria Militar, para ver se, eventualmente poderia mandar uma viatura e pegar esses elementos, que possivelmente estejam assaltando naquela região.

Eu moro na região da Saúde. Lá tem muito assalto feito por moto com garupa. Moto sem garupa era um projeto que eu queria ver sancionado, mas infelizmente foi vetado. Moto com garupa traz infortúnio, mortes, infelicitam milhares de vidas e famílias. Mas estas duas moças tiveram a sorte de estar num carro blindado. Isso às 13 horas de hoje, à luz do dia, na maior cidade do hemisfério sul. Parece que assaltar em São Paulo hoje é moda. Assalto, latrocínio, assassinato, arrastões em restaurantes, em prédios, roubar, saquear, estuprar.

Nobre Deputado Hélio Nishimoto, V. Exa. que é descendente de japoneses como eu, naquele país do outro lado do mundo não tem nada disso não! O cara bebeu e é pego dirigindo, vai preso. Em Moscou o indivíduo bebe, anda cambaleando pela rua, ninguém faz nada. Mas se deitar, se cair, de sentar vai para a Sibéria. Em países da Europa é assim: lei é cumprida. Aqui não. Garoto de 15, 16 anos com metralhadora AR-15 assalta à luz do dia, invade casas e nada é feito. Vamos continuar aceitando isso? Não!

Convoco todos os deputados a assomarem à tribuna e dizer ‘não’. A única arma que o deputado tem é a tribuna. A tribuna é a única trincheira do povo. O povo está amedrontado, acuado. Fazemos muros de cinco, seis metros de altura, colocamos cerca elétrica, arame farpado, câmeras, andamos de carro blindado - quem pode andar - e quem não pode? É assaltado, assassinado, morto, tem sua casa invadida. É assim no nosso País, é assim na nossa cidade. Que exemplo podemos dar?

São Paulo é uma das maiores cidades do mundo. Tudo o que se faz em São Paulo repercute para todo o País. Só em São Paulo temos 644 cidades. O que se faz aqui vai repercutir nas 644 cidades do Estado. É isso que queremos?

Em pleno coração da cidade duas moças foram alvo de um assalto. Ocorreu na Tancredo Neves junto ao túnel da Salim Maluf. Que vergonha. Isso não acontece no Japão. Lá, nem a Polícia anda armada. Aqui, todos andam armados. São revólveres, fuzis, metralhadoras com numeração raspada, contrabandeada, roubada. Andam com a maior tranquilidade.

Se pararmos dez carros aqui em frente à Assembleia, duvido que a gente não pegue pelo menos um que não tenha uma arma - geralmente arma ilegal. E vamos ficar de braços cruzados? A função do deputado é proteger também a população e como? Fazendo leis.

Fiz a lei da moto sem garupa porque 62% dos assaltos a saidinhas de banco são feitos por moto com garupa. O presidente do diretório municipal do PSDB da região da Saúde foi assassinado por um estranho que portava uma arma de fogo. Ele pediu para não atirar, mas o marginal atirou. O Governador foi ao seu velório. Era um engenheiro agrônomo da Secretaria da Agricultura. É isso que está acontecendo. E nós vamos ficar de braços cruzados? Vamos aceitar isso passivamente? Estas duas moças hoje tiveram sorte porque estavam num carro blindado. Numa manobra rápida subiu no canteiro central e conseguiu escapar. Mas como falou o Deputado Major Olímpio, fica o trauma. Isso fica marcado nas pessoas. Eu conheço estas duas moças porque são do meu bairro. Que absurdo!

Eu já fui assaltado e na cidade que aplicou a lei seca, projeto de minha autoria, para controlar esse pilar que sustenta a violência. Outro pilar é a arma ilegal. Temos de fazer blitz para o desarmamento. O Deputado Antonio Salim Curiati foi assaltado e agredido em sua casa. E quantos mais não serão se não reagirmos?! Estão incendiando ônibus a todo momento. Mataram mais de 40 PMs. Matam como se fossem animais. Dão 20 tiros e pronto. Nos arrastões, os clientes são humilhados. Deixam de joelhos, chutam, espancam, cospem em cima. Maltratam e humilham na frente da esposa ou do filho. É este país que queremos deixar aos nossos herdeiros? Será que não dá para fazer alguma coisa?

Eu sou médico. Não sou general, coronel, delegado, nem secretário de Segurança Pública, mas não vejo muita dificuldade para fazer algo não. Tirem a arma deles.

Como eles estupram, como eles matam, como eles assaltam, como eles fazem os arrastões? Não é com uma arma? Tirem a arma desses caras. Não é arma ilegal? Qual a dificuldade? A Polícia não tira a arma dos torcedores que querem entrar num estádio de futebol? Quando fazem blitz na porta dos estádios, lá dentro não acontece nada porque eles deixam a arma no ônibus, nos carros. Saindo do jogo o que vemos? Saem agredindo, atirando um no outro.

Nós precisamos fazer algo. A logo prazo, precisamos fortalecer a educação, a cultura. Temos de apostar no esporte, na religião. Quem tem Deus no coração não pratica a violência. Mas a curto prazo temos de fazer imediatamente blitz para o desarmamento.

No dia 18 estive no Palácio do Governo e pedi ao Governador para fazer blitz para o desarmamento com mais freqüência. Imediatamente o Governador pegou o telefone, ligou para o Secretário de Segurança Antonio Ferreira Pinto e disse: ‘está aqui um deputado solicitando que se faça blitz para o desarmamento em pontos estratégicos na Cidade de São Paulo.’ Sai do Palácio dos Bandeirantes muito feliz e acreditando no Governador.

Mas vamos falar de alguma coisa alegre agora. Eu gostaria de enaltecer o povo brasileiro. Ontem foi uma noite feliz porque o esporte, como falou V. Exa., Deputado Rodrigo Moraes, é uma forma de combater a violência. Dos esportes, o mais popular é o futebol e no futebol temos o Corinthians, que empatou lá na Bombonera, naquele país que tem o melhor futebol, que tem o Maradona. Mas vi lá o time brasileiro, sim, porque o Corinthians está representando o povo brasileiro - aliás eu quero parabenizar a torcida do São Paulo, pois 25% dos são paulino - segundo a Data Folha - torceu pelo Corinthians, o Palmeiras, com 30% dos seus adeptos estavam torcendo para o Corinthians, o Santos com 30% também. Aliás o Brasil estava ontem vendo o jogo e aplaudindo. E veio lá um garoto, com 21 anos, o Romarinho, que veio do Bragantino, e fez aquele gol memorável.

Esperamos agora mostrar aos argentinos o que é o Pacaembu. Aliás, Pacaembu é o nome da cidade onde eu nasci, lá no interior. Que felicidade! E é no Pacaembu que o Corinthians vai ser campeão da Libertadores da América. É no Pacaembu que o povo brasileiro, inteiro, desde corintianos, santistas, são-paulinos, palmeirenses, todos felizes, porque o futebol é o esporte bretão que está no coração de todos os brasileiros.

Parabéns ao povo brasileiro, principalmente aos jogadores do Corinthians que fizeram uma festa lá no estádio La Bombonera. Muito obrigado Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - RODRIGO MORAES - PSC - Tem a palavra o nobre Deputado Helio Nishimoto, pelo tempo regimental.

 

O SR. HELIO NISHIMOTO - PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente em exercício, nobre Deputado Rodrigo Moraes, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, funcionários desta Casa, é com satisfação que vimos a esta tribuna para compartilhar algumas das coisas que são realizadas na nossa região, principalmente a região do Vale do Paraíba, onde temos maior atuação.

Nesses últimos dias temos acompanhado alguns trabalhos, principalmente sobre áreas importantes do nosso Estado. O nosso Vale do Paraíba se tornou região metropolitana recentemente. Isso tem proporcionado grandes discussões sobre as demandas da nossa região.

O Deputado Roberto Engler, que atua numa região muito desenvolvida, e nós lá no Vale do Paraíba, agora com a região metropolitana, temos condições de receber até mais investimentos, mais obras pois a nossa região carece.

Dentre as áreas que a população sempre solicita, temos aquelas que já são de praxe. Existe grande demanda principalmente na área da Saúde, Segurança Pública, área de Educação e Transporte, pois envolve a locomoção de todos que vivem nessas cidades do Vale do Paraíba, e também aqueles que visitam essa região. Temos regiões que são muito turísticas, principalmente o Litoral Norte, a região do Vale Histórico e a região de Aparecida. Tudo isso faz com que o nosso Vale do Paraíba precise sempre dessa atenção do Governo do Estado.

Mas compartilho que o Governo do Estado de São Paulo tem atuado e muito, demonstrado nesse início do mandato - no começo do ano passado - há algumas iniciativas que nos deixam muito satisfeito. Por isso que venho aqui registrar a gratidão da população vale paraibana.

Mas sempre procuramos agilidades em todos esses trabalhos. Em algumas áreas, por exemplo, na área do transporte, já vemos coisas concretas. Já estão acontecendo obras na rodovia SR-50, que liga São José dos Campos a Monteiro Lobato. Até Campos de Jordão e Sul de Minas as obras já estão, praticamente, prontas. Há apenas alguns trechos que precisam de reparos, trechos esses onde as encostas caíram; isso vai merecer, também, atenção especial que são novas licitações.

Mas a rodovia principal que leva até o Litoral Norte da Cidade São José dos Campos, cruzando pela Carvalho Pinto, Rodovia importante, e levando os moradores e turistas até a região de Paraibuna, Jambeiro e Litoral Norte que engloba Caraguatatuba, Ubatuba, São Sebastião e Ilhabela.

Essa estrada já teve início há um mês, praticamente. E vemos as obras em andamento já com grande avanço. As obras de arte, como são chamados os viadutos, são passagens em desnível, são entradas e saídas da cidade e uma característica boa dentro dessa obra, que vai ser a primeira rodovia no nosso Estado de São Paulo a ter ciclovia.

Deputado Roberto Engler, V. Exa. sabe que cidades que são cortadas por grandes rodovias precisam desse cuidado. No caso a Cidade de Paraibuna, que é cortada pela rodovia dos Tamoios, SP-99, tem um grande número de moradores em áreas rurais. E tem alguns que moram também no centro urbano, mas próximos da cidade, que não é necessário usar transporte coletivo, e pode ser usado um meio de transporte mais saudável e mais econômico, que é a bicicleta.

Portanto, nessa Cidade de Paraibuna nós termos na rodovia dos Tamoios 8 km, aproximadamente, de ciclovias. Acho isso muito importante, deve ser incentivado seu uso em todas as rodovias estaduais, nacional e também nos municípios. A Cidade de São José dos Campos já tem dentro da sua legislação, inclusive, a obrigatoriedade de construir ciclovias nas avenidas novas que a cidade recebe. Isso é fundamental para que atenhamos esse meio de transporte sendo estimulado nos nossos municípios.

Outra área que eu também quero aqui citar é a de Saúde. O Governador já anunciou que teremos um novo hospital regional. A região administrativa de São José dos Campos e do Vale do Paraíba dentro do Estado de São Paulo não teve o privilégio que teve durante longo período as outras regiões administrativas.

A região de São José dos Campos passa a receber nesse momento, quando se torna região metropolitana, uma atenção especial dentro dessa área. São José dos Campos já está recebendo um projeto do Governo do Estado e teremos lá, brevemente, o início das obras do novo hospital regional atendendo complexidades altas, nesse novo hospital e deixará então outras entidades do município, entidades filantrópicas desafogadas, o que proporcionará um atendimento melhor a toda nossa população do Vale do Paraíba.

Já temos hospital regional em Taubaté. Foi anunciado, também, um novo hospital na região do Litoral Norte, mais precisamente na Cidade de Caraguatatuba.

E nós ainda pedimos por ocasião da última audiência com o Sr. Governador, dentro da região metropolitana, um novo hospital estadual para a região mais próxima do Rio de Janeiro, dentro do Estado de São Paulo, que são as sub-regiões da região metropolitana que engloba Guaratinguetá e Cruzeiro.

Essas são as regiões mais distantes lá do alto Vale da Região de São José dos Campos, e que precisam, também, de atenção especial para atender na Saúde àquelas cidades mais próximas do Rio de Janeiro, que ainda tem grande carência no atendimento ao público, principalmente nas cirurgias.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato.

 

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Fica, portanto, esse nosso pedido de agilizar também esse estudo sobre a construção de um novo hospital estadual - novo hospital regional - que atenda aquela população. Ou que possa, até, aproveitar os prédios já existentes, como o de uma Santa Casa, ou de um hospital com trabalho já executado, como é o caso do Frei Galvão, em Guaratinguetá; para que possa ser aproveitado e utilizado como hospital regional também o hospital estadual.

Estamos muito satisfeitos com o trabalho que o Governador vem fazendo nessas áreas. A nossa presença foi muito feliz na posse do Comandante do nosso Comando da Polícia Militar, em São José dos Campos, que atende a todo o Vale do Paraíba.

Recentemente tivemos uma emoção muito grande quando da despedida do Coronel Messias, da região de Bauru, que prestou um serviço importantíssimo no Vale do Paraíba durante o período em que comandou todos os trabalhos da Polícia Militar. Pessoa extremamente competente e inteligente. Acredito que seja até o primeiro batalhão, o primeiro comando a receber o certificado ISO - 9000, referente à qualidade dentro da Polícia Militar. Isso foi um orgulho para a nossa região do Vale do Paraíba.

O Coronel Messias, com toda sua experiência fez uma opção de deixar a polícia agora. Eu considerei extremamente importante - talvez alguns não percebam - nesse momento quando ele estava já com um tempo longo de dedicação ao seu trabalho, se afastou, inclusive, da sua família lá de Bauru durante longos anos, e se sacrificou durante todo esse tempo nessa distância da sua família e fez a opção então de entrar para a reserva e voltar ao seu lar, habitar com seus familiares em tempo integral.

Fazemos votos que ele seja muito feliz na sua decisão. Ele que se mostrou uma pessoa muito equilibrada, com valores importantes que baseiam a sua conduta.

Então desejamos mesmo muitas felicidades a ele. Que ele com sua família possam desfrutar dias melhores ainda dos que viveram até hoje. E ele merece porque demonstrou muita competência e dedicação à Polícia Militar. Num discurso muito emocionado e emocionante, nos comoveu porque soube valorizar aquilo que mais importa. Que Deus abençoe a sua caminhada, agora nessa nova etapa de vida.

Queremos receber e recebemos na ocasião da posse do novo comandante. O novo comandante assume com a responsabilidade muito grande de cuidar do Vale do Paraíba, mas sabemos que ele tem preparo para isso. Assumiu durante muito tempo a parte da inteligência da Polícia Militar. O comando da Polícia Militar lá da região do Vale do Paraíba foi passado ao Coronel Leônidas Pantaleão de Santana, da nossa região, o Vale do Paraíba, ele que tem um compromisso com todo o Vale, assim como é também o novo delegado de São José dos Campos, do Vale do Paraíba, João Barbosa. O nosso Secretário Antonio Ferreira Pinto tem demonstrado muita coerência no seu trabalho, nomeando pessoas da região. É uma medida inteligente, só merece elogio.

Então nossa gratidão ao Secretário de Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto. E ao nosso Governador, que coloca pessoas desse naipe para cuidar dessa área tão importante, a Segurança Pública. Sabemos que a Cidade de São Paulo tem enfrentado muitos problemas nessa área, mas ele vai enfrentá-los com a mesma determinação, com a mesma coragem.

Nós, descendentes de japoneses, temos passado momentos alegres aqui na Assembleia Legislativa, comemorando os 104 anos da imigração japonesa, comemorando uma grande integração entre o povo japonês e o brasileiro. Teremos nos próximos dias também grandes eventos ligados à cultura japonesa. A maior parte da população que participa desses eventos é de brasileiros, integrando as culturas, na música, na gastronomia e em outras áreas, enriquecendo ambas as culturas. Teremos o Festival das Cerejeiras, em São Roque, que começa no dia 7. E nos dias 13, 14 e 15, no Centro de Exposições da Imigrantes, teremos o Festival do Japão. Muito obrigado.

 

O SR. HELIO NISHIMOTO - PSDB - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças partidárias com assento nesta Casa, solicito a suspensão dos trabalhos até as 16 horas e 30 minutos.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, tendo havido acordo entre as lideranças, a Presidência acolhe o solicitado pelo nobre Deputado Helio Nishimoto e suspende a sessão até as 16 horas e 30 minutos.

Está suspensa a sessão.

 

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- Suspensa às 15 horas e 53 minutos, a sessão é reaberta às 16 horas e 31 minutos, sob a Presidência do Sr. Barros Munhoz.

 

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O SR. MARCOS MARTINS - PT - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças partidárias com assento nesta Casa, solicito a suspensão dos trabalhos por 15 minutos.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Srs. Deputados, tendo havido acordo entre as lideranças, a Presidência acolhe o solicitado pelo nobre Deputado Marcos Martins e suspende a sessão por 15 minutos.

 

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- Suspensa às 16 horas e 32 minutos, a sessão é reaberta às 16 horas e 45 minutos, sob a Presidência do Sr. Barros Munhoz.

 

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O SR. MARCOS MARTINS - PT - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças partidárias com assento nesta Casa, solicito a suspensão dos trabalhos por 15 minutos

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Srs. Deputados, tendo havido acordo entre as lideranças, a Presidência acolhe o solicitado pelo nobre Deputado Marcos Martins e suspende a sessão por 15 minutos.

Está suspensa a sessão.

 

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- Suspensa às 16 horas e 46 minutos, a sessão é reaberta às 17 horas e quatro minutos, sob a Presidência do Sr. Barros Munhoz.

 

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O SR. MARCOS MARTINS - PT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, funcionários, estamos observando que o número de parlamentares é restrito em função de reuniões de comissões. Temos lá a reunião dos Direitos Humanos, no Paulo Kobayashi, e a de Transporte no José Bonifácio, com a presença do Secretário de Transporte, do Presidente do Metrô e do Presidente da CPTM. Os senhores têm observado as condições precárias que estamos vivendo no transporte ferroviário - o apagão. É difícil um dia em que não tenha uma pane, um problema, um acidente, trombando até trem com trem, como ocorreu em Itapevi. O que é comum são carros que batem, uma vez que na cidade de São Paulo já não se anda, com um trânsito caótico, e as pessoas não conseguem se locomover. E não trem. O Deputado Celso Giglio tinha acabado de chegar e falou “O transporte está pesado em São Paulo hoje, está triste.”

É uma constatação de todo mundo, com congestionamento de 300, 400 km todos os dias, e problemas com o transporte ferroviário. São problemas de todas as ordens, e o Metrô é um exemplo. Outro dia um órgão de imprensa afirmava que o Metrô da Paulista já está parecendo CPTM: sete pessoas por m2 aproximadamente. Imagine, Deputado Curiati, ocupar o espaço de um metro com mais seis pessoas em volta. E em movimento, para e anda, para e anda. É uma condição precária e os investimentos destinados não correspondem, normalmente. Andam em passos de tartaruga - um quilômetro por ano de Metrô.

No passado, andei muito naquele trenzinho verde, da CPTM, e não tinha porta, as janelas quebradas. Algumas pessoas viajavam em cima do trem, uns morriam no caminho. Normalmente, nem precisávamos fazer força que conseguíamos entrar. Depois, para sair, saia também até sem querer. Descia e depois tinha de entrar de novo no trem. Hoje já não está diferente disso. A situação está precária e às vezes há acidentes com mortes. Foram sete já, um número relativamente grande, sendo atropelados até os próprios funcionários.

Por isso, o secretário está presente e é necessário que tudo seja esclarecido. Ontem, se não me engano, o Presidente da CPTM esteve na cidade de Osasco para entregar a estação de trem reformada. O Governador esteve lá, fez a entrega, depois houve mais uma e agora foi lá o Secretário e entregou um bicicletário, inclusive um cidadão disse: ‘agora com o bicicletário, a hora que o trem parar vamos pegar uma e completar o trajeto de bicicleta.’ Não sei se vai existir bicicleta suficiente para atender à demanda, mas de qualquer forma a bicicleta estando ali e as pessoas podendo usar, vão fazê-lo já que as panes têm ocorrido com muita frequência. Como a população não tem outra alternativa, porque o transporte rodoviário não anda, acaba tendo de entrar no trem e no trem são sete pessoas por metro quadrado, sacudindo para lá e para cá.

Enfim, o Secretário de Transportes está na Comissão de Transportes para dizer o que está acontecendo, para dizer se existe alguma previsão de melhora, se o metrô vai virar metrô ou vai continuar sendo um ‘trem da capital’. Todas estas perguntas precisam ser respondidas por isso os deputados estão reunidos com o presidente do Metrô, da CPTM e com o Secretário de Transportes do Estado de São Paulo.

 

O SR. HAMILTON PEREIRA - PT - PARA RECLAMAÇÃO - Sr. Presidente, creio que todos os deputados desta Casa conhecem o PL 463/11 que apresentei propondo uma política estadual de busca a pessoas desaparecidas.

O Estado de São Paulo é um estado populoso, com cerca de 42 milhões de habitantes e por isso mesmo é o estado em que mais desaparecem pessoas. O projeto foi aprovado no ano passado e infelizmente vetado pelo Sr. Governador. Desde então venho fazendo uma luta pela derrubada do veto ao PL 463/11 a fim de termos efetivamente uma política estadual de busca a pessoas desaparecidas.

A propósito, a revista “IstoÉ” desta semana traz uma ampla matéria dizendo do drama das crianças levadas para o exterior e impedidas de voltar para casa. Ou seja, dentre outras questões, como o tráfico de órgãos, temos essa questão das crianças que são levadas ao exterior e não retornam mais para o convívio de seus familiares.

Então quero mais uma fazer um apelo a V. Exa. e aos parlamentares desta Casa.

Que V. Exa. coloque em votação o veto ao PL 463 para derrubarmos o veto e dotarmos o Estado de São Paulo da lei que propõe uma política estadual de busca a pessoas desaparecidas.

Aqui no Estado de São Paulo desaparecem crianças, adolescentes, adultos e também idosos, cujos familiares vivem angustiados em busca desses entes queridos.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Vamos passar à Ordem do Dia.

 

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- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

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O SR. MARCOS MARTINS - PT - Sr. Presidente, solicito uma verificação de presença.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - O pedido de V. Exa. é regimental. A Presidência convida os nobres Deputados Celso Giglio e Estevam Galvão para a auxiliarem na verificação de presença requerida.

 

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- É iniciada a chamada.

 

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O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - A Presidência constata número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados em plenário pelo que interrompe o processo de verificação de presença e agradece os Srs. Secretários.

 

O SR. ANTONIO SALIM CURIATI - PP - Sr. Presidente, V. Exa. sabe da admiração que tenho pelo trabalho que vem desenvolvendo, mas hoje estou com algumas dúvidas. Parece que esta Casa está de luto. Gostaria que V. Exa. anunciasse qual o motivo da reunião de hoje. Qual o projeto que está na Ordem do Dia? O que vamos discutir hoje? Quero saber se a liderança comunicou a V. Exa. alguma mensagem diferente porque eu ouvi V. Exa. suspender a reunião por acordo de todos os líderes e eu não fui consultado. Não estou de acordo. Estou aqui porque quero trabalhar.

Então, solicito de V. Exa. que exponha nos microfones da nossa Assembleia qual o motivo dessa reunião de hoje.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Deputado Antonio Salim Curiati, nós estamos para votar um requerimento de inversão na Ordem do Dia para que seja colocado, de acordo com a maioria dos líderes desta Casa, como item 1 o projeto de financiamento em tramitação na Casa, Projeto de Lei nº 65/12. Havia uma reunião com o Secretário dos Negócios Metropolitanos, o Presidente do Metrô e o Presidente da CPTM, esclarecendo dúvidas referentes a esse projeto que foi solicitada no Colégio de Líderes. Agora, então, já terminou a referida reunião, e nós estamos entrando na Ordem do Dia.

 

O SR. MARCOS MARTINS - PT - Sr. Presidente, havendo acordo de lideranças solicito a suspensão dos trabalhos da presente sessão por mais 15 minutos.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Sr. Presidente, eu pediria a compreensão dos nossos companheiros Deputados, pois houve um pedido, realmente, do Deputado Alencar Santana, líder do PT, em função da reunião que ocorreu - e terminou nesse minuto - com o Secretário Jurandir, com o Presidente do Metrô, com o Presidente da CPTM. Por isso a Bancada do Partido dos Trabalhadores teve um prejuízo no horário da sua reunião, e pediu que nós tolerássemos apenas e tão somente, 15 minutos. Da minha parte não teria problema. Solicito aos líderes e aos Deputados presentes essa compreensão para que possamos dar esses 15 minutos de tolerância para que o PT se reúna, e comecemos, efetivamente, a dar continuidade a ossos trabalhos.

 

O SR. ANTONIO SALIM CURIATI - PP - Sr. Presidente, eu estou de acordo com a solicitação feita pelo nobre Deputado Marcos Martins.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - É regimental. A presente sessão está suspensa por mais 15 minutos.

 

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- Suspensa às 17 horas e 21 minutos a sessão é reaberta às 17 horas e 42 minutos, sob a Presidência do Sr. Barros Munhoz.

 

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O SR. CELSO GIGLIO - PSDB - Sr. Presidente, havendo acordo de lideranças, solicito a suspensão dos trabalhos por 10 minutos.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, tendo havido acordo entre as lideranças, a Presidência acolhe o solicitado pelo nobre Deputado Celso Giglio e suspende a sessão por 10 minutos.

Está suspensa a sessão.

 

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- Suspensa às 17 horas e 42 minutos, a sessão é reaberta às 17 horas e 58 minutos, sob a Presidência do Sr. Barros Munhoz.

 

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O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, há sobre a mesa quatro requerimentos de inversão de pauta, três assinados pelo nobre Deputado Alencar Santana Braga e um pelo nobre Deputado Enio Tatto.

Esta Presidência considera, entretanto, de acordo com o Regimento e a tradição da Casa, o requerimento assinado pelos líderes, e vai colocar em votação esse requerimento.

 

O SR. JOSÉ ZICO PRADO - PT - Sr. Presidente, requerimento assinado por quais líderes? Não tivemos Colégio de Líderes.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Tivemos Colégio de Líderes na terça e quarta-feira.

 

O SR. JOSÉ ZICO PRADO - PT - Mas não discutimos requerimento da quinta.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Esse assunto de inversão da Ordem do Dia foi tratado no Colégio de Líderes. O Colégio é uma reunião, é o número de líderes com assento na Casa, e essa é a interpretação da Presidência.

O requerimento é assinado pelos Líderes: Deputado Rodrigo Moraes, Deputado Cauê Macris, Deputado Alex Manente, Deputada Vanessa Damo, Deputado Estevam Galvão, Deputado Gilmaci Santos, Deputado Salim Curiati, Deputada Regina Gonçalves, Deputado Carlos Cezar e Deputado Samuel Moreira.

 

O SR. JOÃO ANTONIO - PT - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Passo a ler a seguinte Questão de Ordem:

Senhor Presidente,

Com fundamento no artigo 260 do Regimento Interno, formulo a presente questão de ordem para obter a interpretação de Vossa Excelência com relação aos artigos 83, § 1º combinado com o artigo 120, § 4º, do mesmo Regimento.

O § 4º do artigo 120 estabelece que, salvo quando não houver requerimento de preferência proveniente do Colégio de Líderes, será permitido a qualquer Líder requerer a preferência para votação de qualquer proposição. Com base nesse dispositivo, uma vez que na última reunião do Colégio de Líderes convocada não se tratou desse tema, a Liderança do Partido dos Trabalhadores protocolou requerimento, propondo as seguintes alterações na disposição das proposições na Ordem do Dia:

1.                      Que o item 316 (Veto ao PL 241/2006) passe a figurar como item 1, com respectivo requerimento de preferência;

2.                      Que o item 597 (Veto ao PL 457/2011) passe a figurar como item 2;

3.                      Que o item 312 (Veto ao PL 225/2006) passe a figurar como item 3, renumerando-se os demais itens.

O § 2º do artigo 83 prevê que o Colégio de Líderes se reúne por iniciativa do Presidente da Assembleia ou de Líderes que representem maioria absoluta dos membros da Assembleia, e decidirá suas posições mediante consenso entre seus integrantes. Tem sido praxe nesta Casa que as convocações para as reuniões do Colégio de Líderes sejam feitas por escrito, no dia anterior àquele em que vai se realizar a reunião.

Iniciada a Ordem do Dia, Vossa Excelência anunciou a existência de um requerimento de preferência de iniciativa do Colégio de Líderes, muito embora não tenha havido a convocação oficial para a reunião desse colegiado.

A questão que apresentamos é a seguinte: é legítima a apresentação de requerimento de preferência por membros do Colégio de Líderes, mesmo não tendo Vossa Excelência efetivado sua convocação, por qualquer meio (ofício, telefonema, e-mail ou convite oral) ?

Sala das Sessões, em

Deputado João Antonio”

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Esta Presidência a entende prejudicada, mas a responderá oportunamente.

Em votação o requerimento assinado pelos Líderes.

 

O SR. JOSÉ ZICO PRADO - PT - Sabemos que Vossa Excelência é o Presidente desta Casa, mas o que V. Exa. está fazendo com o Colégio de Líderes... Toda vez que acontecer qualquer negociação a nossa Bancada estará fora porque V. Exa. convocará os líderes da base de sustentação, engatará uma primeira e passará em cima de qualquer outra proposta.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Esta Presidência tem certeza que esse assunto foi colocado no Colégio de Líderes de terça-feira e quarta-feira.

Está em votação.

 

O SR. JOÃO ANTONIO - PT - Sr. Presidente, para encaminhar a votação.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado João Antonio.

 

O SR. JOÃO ANTONIO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, venho a esta tribuna falar sobre a Questão de Ordem que acabei de fazer ao Presidente desta Casa, porque entendo que o Regimento da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo tem de proteger a instituição. Aqui, em se tratando da interpretação do Regimento não podemos privilegiar maiorias ou minorias, temos que interpretar o Regimento desta Casa. Haja vista o Presidente já ter anunciado prejudicada, mas que depois responderá formalmente a minha Questão de Ordem, concluo que, através de uma interpretação do Regimento em que os Líderes nos corredores, sem nem um formalismo, assinam requerimentos nesta Casa, e esse requerimento tem prioridade frente aos demais, estamos acabando com a democracia interna deste Parlamento. Digo isso no sentido de haver aqui do plenário as diversas posições políticas, os diversos posicionamentos que possam se manifestar livremente para que o pleno faça as suas opções.

Ao contrário de valorizar, Deputado Fernando Capez, o debate democrático neste recinto que é a instância máxima desta Instituição, ou não é? Estaremos privilegiando com uma interpretação equivocada e, em minha opinião, estaremos legalizando o conchavo de bastidores e os acordos de conveniência desta Casa, e legalizando um procedimento que só beneficiará as posições autoritárias do Governo do Estado que faz desta Casa um departamento desqualificado do Poder Executivo.

Aqui já temos diversas instituições estranhas. Primeiro as comissões diversas: a Comissão de Constituição, Justiça e Redação que faz o controle preventivo de constitucionalidade para impedir que leis inconstitucionais contaminem o nosso ordenamento jurídico, essa é a primeira função da Comissão de Constituição, Justiça e Redação, mas não tem nem um valor as suas reuniões, pois quando menos esperamos, Deputado Fernando Capez, que é um jurista, aparece a figura do relator especial e acaba com a prerrogativa da Comissão de Constituição, Justiça e Redação de fazer o controle preventivo e constitucionalidade. Porém, mais do que isso, temos os requerimentos de urgência que passam na frente sem nem um debate. E essa questão é fundamental, pois não tem nada a ver a competência da Comissão de Constituição, Justiça e Redação e as demais. Como se junta no mesmo parecer, nesta Casa, no Congresso de Comissões, as comissões de méritos que têm como objetivo essencial analisar, como diz o próprio nome, o mérito das propostas, uma Comissão de Constituição e Justiça que tem, como finalidade diferenciada, ser uma comissão técnica. O que faz a Comissão de Justiça? É constitucional? Está de acordo com a hierarquia das normas? Está de acordo com a Constituição Estadual, com a Constituição da República? É essa a função! Vai contaminar o nosso ordenamento jurídico? Aí, colocamos todos no mesmo balaio, comissão técnica e comissão de mérito, e votamos um parecer único!

Foram dez anos de luta deste parlamentar na Câmara Municipal para retirar a Comissão de Constituição e Justiça do Congresso de Comissões. Depois de seis anos de batalha, consegui retirar a Comissão de Constituição e Justiça do Congresso de Comissões. Na Câmara Municipal, nenhuma matéria vai ao Congresso de Comissões sem uma análise específica de constitucionalidade da Comissão de Constituição e Justiça. Aqui, não!

Volto à figura do Relator Especial. O que faz um Parlamento atuante? O que faz um Parlamento verdadeiro? São as comissões, que acumulam debates e análises para que cheguemos ao Plenário com acúmulo de discussões na Casa, e até de entendimento político. A figura do Relator Especial acaba com as comissões. Repito: enquanto houver nesta Casa a figura do Relator Especial, fechem-se as comissões! Para que elas existem, se, de repente, uma matéria tão importante é retirada da pauta de uma comissão e vai direto ao Congresso de Comissões?

O Parlamento, talvez, entre os três Poderes, seja aquele que melhor expressa a correlação de força da sociedade. O Parlamento, talvez, entre os três Poderes, seja aquele que dá vida, energia, força, sustentabilidade à democracia. Quando não valorizamos o debate no Plenário desta Casa, quando os deputados permitem que influências externas do Poder Executivo - muitas vezes, com vantagens indevidas - consigam interferir na dinâmica deste Parlamento, estamos abrindo mão das nossas prerrogativas.

Nobres Deputados, estou seguro de que a função do nosso Regimento Interno, complexo que é, é para assegurar as diversas manifestações, a diversidade existente nesta Casa, as opiniões plurais existentes nesta Casa, para que este Plenário seja, de fato, a síntese do processo legislativo.

Nós, da Bancada do Partido dos Trabalhadores, temos direito de defender as nossas prioridades. Surge uma articulação de bastidores, que chega neste Parlamento sem convocação prévia do Colégio de Líderes - por e-mail, telefone, carta. Provavelmente, a mando do Governo, colhendo assinatura no joelho, e tem prioridade nesta Casa. É inadmissível. É sepultar a democracia interna deste Poder.

Nós, deputados, eleitos para dar sustentabilidade ao processo de transparência, de democracia, já que o Parlamento tem essa função, estamos abdicando dessas prerrogativas ao permitir que impere nesta Casa o conchavo de bastidores e os acordos de conveniência de momentos ou de interesses que não correspondem à totalidade desta instituição. Muito obrigado.

 

O Sr. Presidente - Barros Munhoz - PSDB - Em votação o Requerimento que coloca o item 624, referente ao Projeto de lei nº 65, como item nº 1, renumerando-se os demais.

As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Item 1 - Discussão e votação - Projeto de lei nº 65, de 2012, de autoria do Sr. Governador. Autoriza o Poder Executivo a realizar operações de crédito com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES, a Caixa Econômica Federal - CEF ou outras instituições financeiras internacionais, organismos multilaterais e bilaterais de crédito, agências de fomento, bancos privados nacionais e internacionais. Com 16 emendas. Pareceres nºs 371 e 372, de 2012, respectivamente, de relator especial pela Comissão de Justiça e Redação e da Comissão de Finanças, favoráveis ao projeto e contrários às emendas. (Artigo 26 da Constituição do Estado).

Para discutir a favor, tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. Olímpio Gomes - PDT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários desta Casa, cidadãos que nos acompanham pela TV Alesp, em primeiro lugar, quero deixar claro que estive na Assembleia Legislativa o dia todo. Participei do Pequeno Expediente e estive na Comissão de Finanças e Orçamento para obter mais informações sobre esse projeto que vamos discutir. Em nenhum momento, fui procurado como Líder do PDT para assinar qualquer requerimento para inversão da Ordem do Dia. Não sei qual foi a motivação, e também como líder não fui procurado. Possivelmente, assinaria o requerimento porque entendo que há um desejo na Casa, de oposição e situação, de encerramento dos trabalhos do semestre. Lamentavelmente, não fui considerado como líder partidário para poder manifestar ou não o meu posicionamento. Tenho certeza de que os deputados do PDT também acompanham o meu lamento.

Com relação a esse projeto, procurei estudar bastante o conteúdo e o porquê dos empréstimos. Por não compor comissões específicas desta Casa, onde tramitam projetos dessa grandeza, como a Comissão de Constituição e Justiça, que é porta de entrada de todos os projetos, seria temerário emitir juízo de valor, e até mesmo irresponsabilidade, como líder partidário, não estudar minimamente o objeto do projeto, e que acaba tendo uma somatória de valores acima dos sete bilhões de reais.

Algumas coisas me preocuparam em relação ao trâmite do projeto. Este projeto deu entrada na Casa em 15 de fevereiro de 2012. Eu observei no próprio corpo do projeto encaminhado pelo Governador: “as razões determinantes da minha iniciativa, e tendo em vista a natureza da matéria, venho solicitar que a apreciação da propositura se faça em caráter de urgência, nos termos do Art. 26 da Constituição.”

Há 142 dias o Governador encaminhou a esta Casa dizendo “É urgente”, premente para o Estado de São Paulo avançar com a sua estrutura de Metrô, da CPTM, da Hidrovia Tietê-Paraná, 61 rodovias que carecem de ampliação, duplicação e conservação. E este projeto fica literalmente parado na Assembleia Legislativa. Deputado Capez, desde 15 de fevereiro de 2012, com o Governador, que tem a maioria esmagadora nesta Casa, dizendo “É urgente para o Estado.”

A primeira coisa que há de se demonstrar é que não é uma condição de situação ou oposição. Não dá para dizer “Faz de conta que não aconteceu nada porque o encaminhamento é do Governador.” Não é como vêm os projetos de servidores - vem primeiro o projeto, vem o requerimento de urgência em lá vem o relator especial.

O que teria acontecido? Essa é a primeira interrogação. Passado essa fase, leigo que sou em relação à área de Transporte e Infraestrutura, e até mesmo Finanças e Orçamento, compareci a todos os momentos. Aí sim, com a iniciativa da Presidência da Casa e do Colégio de Líderes, entendeu de convidar técnicos das áreas específicas para esmiuçarem o projeto. Depois, por iniciativa do Deputado José Zico Prado, que compareceu à reunião, e ele é da Comissão de Transporte, disse “Não passou por aqui.”

Estamos falando em sete bilhões da área de Transporte e não passou pela comissão temática específica. Havia de ter passado para discussão. Fui lá também para aprender os conteúdos e o que estava envolvido. Hoje, a Comissão de Finanças e Orçamento, de igual forma, trouxe autoridades da área - o secretário dos Transportes e o Presidente do Metrô - para debaterem com os especialistas, no caso a área de Finanças e Orçamento. Queria até fazer pequenos questionamentos a algumas dúvidas, mas já foi passada a palavra para o secretário e entendi que eu não era bem-vindo ao ambiente.

Por que venho discutir favoravelmente a este projeto, apesar de tudo? Porque, de todas essas audiências em que participei, não descobri a motivação de ter dormitado o projeto por quatro meses e meio, sendo um projeto do Governo. Não descobri por que ele não tramitou nas comissões temáticas, mas descobri a sua importância para a população. E fui estudar alguns questionamentos na primeira reunião do Colégio de Líderes. O Deputado Salim Curiati, na sua experiência de muitos mandatos de vida pública, me ensinou naquele momento as questões dos juros internacionais, o preço em relação a isso, a carência. Eu confesso que foi um grande aprendizado, e por isso lhe agradeço porque me incentivou a estudar o conteúdo disso. Acabei descobrindo também que, se o empréstimo internacional está falando, por exemplo, em Libor - 80 mais 40 de carência -, eu, na minha ignorância - e talvez poucos deputados tenham essa profundidade de saber -, sabia se Libor a 90, com 35 de carência é menor do que Libor a 95 com 35 de carência. Não tenho essa condição técnica. Temos empréstimos que são em euro, e tenho que me quedar muitas vezes na experiência dos nossos especialistas na Comissão de Finanças e Orçamento. Fui lá e vi ponderações em relação a isso. E não é assinar cheque em branco, mas eu não me sinto moralmente confortável de dizer “Olha, a Linha Branca do Metrô vai ter um custo de 3,289 bilhões, e tem um financiamento de um bilhão e meio no BNDES.” Fui ver a taxa de 1.9, mais a TJLP. Não existe outra taxa menor no mercado a ser praticado. Quando perguntei, seja no Colégio de Líderes, seja nas comissões - hoje não pude perguntar, mas quando perguntei -, me disseram: “Não é possível uma taxa menor a ser praticada.” Quando perguntei se existe alternativa que não seja através do financiamento, me responderam que não existe.

Chegamos então num impasse. Ou nós ampliamos a Linha Branca, ou não. A Linha Tamanduateí, São Bernardo do Campo, para chegar lá no Alvarenga, vai ter um valor de financiamento de 1,276 bilhão. E aí já temos 400 milhões de verba do PAC, do Governo Federal. Apenas para demonstrar que não tem situação ou oposição nessa, há um investimento caro, do Governo Federal. É mais que fundamental que se amplie essa Linha 18, até chegar lá no Alvarenga e em São Bernardo do Campo. Quando se fala em empréstimo, Programa de Modernização da Hidrovia Tietê-Paraná, e o financiador volta a ser o BNDES, eu pergunto: “Temos opção, ou taxas de juros que sejam mais acessíveis que a carência, e seja maior do que três anos como é, e o prazo total seja ampliado mais que 15 anos?” Não temos.

Como posso votar de cabeça tranquila. Com a ampliação da Hidrovia Tietê-Paraná, conforme os técnicos, vai-se facilitar o escoamento do álcool e uma série de produtos, barateando assim o custo para o Estado de São Paulo.

Temos alternativa para este investimento sem fazer o empréstimo? A resposta dada - e mesmo pelos meus colegas técnicos nas áreas nas comissões temáticas - demonstra que não há outra alternativa.

Programa de investimento do DER: financiamento equivalente a um bilhão, 440 milhões e 403 mil dólares. Mais ou menos dois bilhões e quatrocentos. Taxa libor dólar americano em seis meses com spread variável.

Questionei às autoridades e aos próprios colegas nas comissões qual o tempo para que o aporte de recursos seja efetivamente disponibilizado a partir do momento em que a Assembleia Legislativa votar este projeto. A resposta: há todo um trâmite. O que é empréstimo internacional ainda carece de aprovação na comissão de assuntos econômicos do Senado.

Que me desculpem, mas na minha visão a questão ficou algo burocrático da Assembleia Legislativa. Quatro meses o projeto dormitando na Casa e agora temos de dizer: ou damos condições para obtermos esses recursos ou não. E a resposta é que o bem comum vem antes, é que há uma comunhão de recursos do Governo Federal com o Governo do Estado, portanto, uma comunhão de recursos pelo bem comum. Não se trata de posição político-partidária e, sim, de necessidade pública por isso votarei favoravelmente ao empréstimo.

 

O SR. SAMUEL MOREIRA - PSDB - Sr. Presidente, estamos discutindo o projeto do empréstimo. Temos uma lista de extraordinária para discussão da LDO.

Em votando a LDO, temos condições de encerrar os trabalhos legislativos deste semestre? Caso não votemos a LDO, qual seria o encaminhamento a ser adotado porque estou observando compromissos de deputados com convenções de partidos.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Nobre Deputado Samuel Moreira, para entrarmos em recesso temos de votar a LDO. Tão logo seja concluída a votação do projeto que estamos discutindo, convocaremos então uma Sessão Extraordinária para votação da LDO. Votada a LDO poderemos entrar em recesso.

 

O SR. SAMUEL MOREIRA - PSDB - Sr. Presidente, solicito a prorrogação dos nossos trabalhos por duas horas e 30 minutos.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - O pedido de V. Exa. é regimental. Em votação a prorrogação da sessão por duas horas e 30 minutos. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovada.

Tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado, para falar a favor.

 

O SR. JOSÉ ZICO PRADO - PT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, companheiros que nos assistem pela TV Alesp e das nossas galerias, primeiramente quero dar uma satisfação sobre a posição do Partido dos Trabalhadores - e aqui peço autorização ao nosso líder - em relação ao projeto da Jureia. Quero fazer isto porque acho que foi uma discussão cansativa, de muito tempo, com empenho das assessorias da Bancada do PT e da Liderança do Governo para que pudéssemos votar o projeto da Jureia no dia de hoje.

Acabo de ser informado pelo Líder do Governo Deputado Samuel Moreira de que não há condições de votar o projeto porque alguns líderes partidários acharam que há alguns problemas e eles querem discutir isso.

Concordo plenamente com os líderes partidários e com o Partido Verde. Eu só não entendi por que não estavam na discussão para que pudéssemos ter o projeto já arredondado hoje. Estou falando isso não porque o primeiro projeto foi de autoria minha e do Deputado Hamilton Pereira. É porque há uma ação judicial para o dia 7 de julho que pode colocar em risco aqueles moradores - o Líder do Governo sabe disso - e nós estamos querendo evitar isso.

Nós não queremos que todo o esforço feito pelas assessorias da Liderança do Governo e do nosso partido seja em vão e que o projeto possa sofrer modificações significativas no mês de agosto porque aí voltaremos à estaca zero. Porque este foi um projeto construído com o Governo e com os moradores. Nem vou colocar a minha posição e a do Hamilton porque ela estava contemplada na discussão que fizemos junto com aqueles que representam os moradores da Jureia.

Quero deixar isso registrado porque se corre o risco de despejo e a Bancada do Partido dos Trabalhadores não se responsabilizará por isso porque nós nos empenhamos muito. Foram noites e noites de discussões até altas horas na Casa. Portanto, não vamos assumir essa responsabilidade. Estamos com a consciência tranquila. Agora não temos culpa se o Governo não convocou todas as forças da Casa para esta discussão porque eles têm direito, sim, de rever esta questão. Se fôssemos nós, nós também iríamos reclamar. Mas o Governo mais uma vez pensou só de um lado. O Governo sempre acha que tem razão em tudo. Então convoca quem tem interesse naquele momento e esqueceu da Assembleia Legislativa.

Quero deixar isso aqui registrado. Tenho certeza que nosso Líder e os nossos vice-líderes vão usar esta tribuna para confirmar todo nosso empenho, todo nosso esforço, mas quero deixar registrado aqui, porque se acontecer outro “Pinheirinho “lá, Deputado Marcos Martins, nós queremos responsabilizar pura e simplesmente o Governo que não se empenhou para colocar todo mundo nessa discussão.

Quero deixar isso registrado, dizendo que a Bancada do Partido dos Trabalhadores fez um esforço extraordinário. Quero aqui de público cumprimentar nossas assessorias que se empenharam tanto juntamente com os moradores.

 

O SR. SAMUEL MOREIRA - PSDB - ASSENTIMENTO DO ORADOR - Deputado José Zico Prado, o projeto de lei que reclassifica as áreas na Jureia, estabelece um novo mosaico, que cria as RDSs. Um projeto que esta Casa deu toda atenção, juntamente com o Governo, com todas as bancadas. Foram feitas audiências públicas pela Assembleia, uma em Peruíbe, outra em Iguape, outra aqui na própria Assembleia, sempre procurando resgatar uma iniciativa do nobre Deputado José Zico Prado, do Deputado Hamilton Pereira, para que pudéssemos votá-lo chegando a um denominador comum. Ocorre em que pese todos os esforços da liderança do Governo, da sua assessoria e da assessoria da liderança do PT em respeito à iniciativa do projeto de V. Exa. e do Deputado Hamilton Pereira, houve um esforço enorme inclusive com lideranças da comunidade, e a própria fundação florestal no sentido de se estabelecer uma proposta que pudesse gerar um consenso.

Ocorre que essa proposta foi concluída e não por falta de esforço, de trabalho, Mas só pode ser concluída, inclusive ouvindo algumas lideranças da comunidade, há uma hora atrás. Olha que foi um trabalho árduo da assessoria, da liderança do PT, da liderança do Governo, mas é preciso, e nisso eu concordo, não houve tempo hábil para que as outras lideranças pudessem ler, estudar, manifestar-se a respeito do referido projeto.

O que estamos fazendo é com que isso ocorra agora no mês de julho, e propondo em não havendo as condições para se votar uma lei que se transformará em lei tão importante, mudando área geográfica, perímetros, é realmente importante que as outras bancadas dêem uma lida, estudem o projeto, para que possamos, já nos primeiros dias de agosto trazer o projeto para uma discussão, inclusive, aqui no plenário entre os Deputados, e que ele seja votado o mais rápido possível.

 

O SR. JOSÉ ZICO PRADO - PT - Deputado Samuel Moreira, V. Exa. como Líder do Governo está entendendo a minha preocupação. A minha preocupação é que o Governo também agora se empenhe para que o processo jurídico não recaia sobre esta Casa, e aconteça um desastre lá nos moldes do que ocorreu no Pinheirinho.

Minha preocupação é essa, e por isso nos esforçamos tanto para chegar até aqui.

Mas restam-me apenas sete minutos para falar do projeto do empréstimo. Portanto, vou aproveitar ao máximo para dizer que quando fizemos a reunião lá na presidência, e presidida pelo Deputado Barros Munhoz, mais uma vez, o Deputado Barros Munhoz comprometeu-se a mudar o Regimento Interno, porque essa questão dos empréstimos não passa pelas comissões temáticas desta Casa.

Quero lembrar a V. Exa. que é urgente essa questão. Digo isso porque outros empréstimos virão, e outros projetos chegarão a esta Casa.

Quando o Deputado João Antonio ocupou a tribuna ele falava da questão que nós debatemos tanto tempo nesta Casa, que é a questão do Relator Especial. Esse é um absurdo que ocorre nesta Casa que precisamos resolver. O Governo indica um relator especial, não precisa passar pelas comissões temáticas da Casa, atropela, e nós não fazemos o debate que queremos que seja feito nesta Casa.

Quero dizer aqui que tem o compromisso do Presidente, quero registrar isso aqui, para que nunca mais venhamos aqui pedindo audiência pública de um projeto de lei sem antes as comissões temáticas discutirem o projeto lá. Daí sim, podemos fazer audiência pública. E V. Exa. reconheceu que fizemos as audiência públicas. Mas o Regimento nos impede de que passe pelas comissões. E isso não é uma coisa que atrapalhe a Bancada do Partido dos Trabalhadores. Isso é uma questão que despreza os eleitores do Estado de São Paulo, porque esse debate tem que chegar até eles.

Sr. Presidente, estamos vivendo um processo que é um empréstimo que todos nós estamos de acordo, porque sabemos do caos que está o transporte nas regiões metropolitanas.

Acho que chegamos a esse caos pelos seguintes motivos: primeiro, porque o PSDB nunca acreditava que o Brasil daria esse salto de desenvolvimento que está dando com o Governo Lula e a Presidenta Dilma Rousseff; essa é a primeira questão que gostaria de lembrar. A segunda questão que quero levantar aqui é que não acreditando nisso, mas mesmo percebendo que a economia está avançando cada vez mais, estamos num ritmo de construção de Metrô e de transporte público na cidade que é muito pequeno; temos que avançar muito mais.

Então, essa questão do transporte, quero ressaltar aqui, concordo plenamente, a Presidenta Dilma Rousseff está colocando recursos até do PAC nesse empréstimo. Vamos votar favoravelmente, mas não podemos nos esquecer de que esse debate também sobre as linhas de Metrô em São Paulo, nós precisamos discutir com a população. O traçado linha Prudente até a Via Dutra, que interessa à região de Guarulhos, porque vai encostar na região de Guarulhos. É importante a construção dessa linha? É lógico que é importante.

Estamos votando um empréstimo aqui para uma linha que não tem nem projeto nem proposta, que por enquanto ainda é um sonho, que queremos transformar em realidade porque agora há verba para isso.

Essa questão é preciso ser discutida numa audiência pública. E o Deputado Samuel Moreira concordava conosco quando nós fizemos esse debate na audiência pública na Comissão de Transportes.

Quero registrar isso porque vamos fazer audiências públicas para discutir algumas pequenas alterações que provavelmente terá. Às vezes, quem mora lá, portanto conhece bem o local, sabe de determinadas intervenções possa prejudicar mais a situação e talvez com qualquer desvio possamos reconhecer e ter um impacto social muito menor. Foi assim que agimos junto ao Deputado Luiz Claudio Marcolino, que teve um papel importante, na questão do traçado do Rodoanel Norte. Assinamos lá, junto com o Dersa, uma proposta que vamos discutir o tempo todo, cada intervenção que vai acontecer naquela região, porque ali terá um deslocamento e um impacto social com mais de oito mil famílias, porque aquele é o trecho do Rodoanel que passará mais próximo do marco Zero da cidade. A primeira discussão que se tinha era do outro lado da Serra da Cantareira. Depois se discutiu para passar um túnel embaixo da serra da Cantareira. Finalmente fizeram uma discussão de que o Rodoanel passa na margem da serra da Cantareira, com o discurso de que ele vai fazer uma barragem para que o outro lado não seja prejudicado. Nós vamos colaborar totalmente com isso, porque, mais uma vez, sabemos da importância do Rodoanel para a região metropolitana para São Paulo, e principalmente, para 2014, quando São Paulo terá as aberturas da Copa do Mundo; temos plena consciência disso.

Por isso, também, tem empréstimo do Governo Federal, tem dinheiro do Governo Federal aí. E nós tivemos toda essa discussão, fizemos esse debate no Ministério do Transporte, lá em Brasília, junto com o pessoal do Dersa, e chegamos a esse entendimento. Acho que essas audiências públicas que fizemos não podem se encerrar aqui dentro da Casa. Temos que fazer essas audiências públicas acontecerem, e quero deixar isso aqui registrado porque a Bancada do Partido dos Trabalhadores vai votar favoravelmente a esse empréstimo, mas não podemos aqui deixar passar em branco sem as reivindicações que queremos, que é a questão das audiências públicas, o debate com a sociedade.

Tanto na área da Região Metropolitana, no Metrô e na CPTM, no DER, o impacto que vai ter com as rodovias que vão ser feitas com o dinheiro desse empréstimo, quero aqui ressaltar que há várias rodovias aqui no Estado de São Paulo que vão sofrer alterações necessárias, porque há trechos de rodovias que passam dentro de cidades, como a Cidade de Guapiara. Essa rodovia vai sofrer intervenção então com esse dinheiro. E quero registrar a questão de Rubineia, que vai ter um porto intermodal. Queremos fazer uma Audiência Pública nessa cidade para envolvermos toda a região nesse debate, para que esse porto traga para a região desenvolvimento, mais emprego, aproveitando esse empréstimo que o Governo do Estado vai fazer e que tem muito recurso do Governo Federal. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Para discutir contra, tem a palavra o nobre Deputado João Antonio, pelo tempo regimental.

 

O SR. JOÃO ANTONIO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, tenho algumas precisões a fazer em relação a esse projeto, por isso me inscrevi para falar contra, embora minha bancada vai votar favoravelmente. Não estamos 100% de acordo.

O que estamos discutindo? O Projeto de lei nº 65 de 2012, que trata da autorização do maior pacote de operação de crédito da história do Estado de São Paulo. Os deputados desta Casa com certeza já debruçaram sobre este projeto da mais alta importância, portanto dirijo-me aos telespectadores. Todos os deputados vão votar conhecendo todos os detalhes.

O Estado de São Paulo, o Governador, pede empréstimo de um bilhão e meio junto ao BNDES para a implantação da Linha 15 Branca do Metrô. Um outro montante, 327 milhões junto ao BNDES, para a implantação do projeto de modernização de hidrovias no Estado de São Paulo. Outro tanto, 831 milhões junto à Caixa Econômica Federal, para a implantação da Linha 18 Bronze do Metrô, Monotrilho Tamanduateí/São Bernardo do Campo, para que todos entendam para onde vai essa linha. Outro tanto, um bilhão, 440 milhões de dólares junto ao BID; 500 milhões de euros junto à Agência Francesa de Desenvolvimento, para a implantação da Linha 13 Jade da CPTM, que vai levar o trem até Guarulhos. Considerando o valor da moeda estrangeira, com o câmbio de 20 de junho de 2012, um real para 2,028, no caso do dólar; um real para 2,57, no caso do euro, a Assembleia Legislativa está dando uma autorização ao Governo do Estado, ao votar este projeto, para assinar esses contratos aqui citados de financiamento, que alcança, com essas conversões, sete bilhões e 27 milhões de reais. Esse é o empréstimo.

Pois bem: o Estado de São Paulo já tem uma dívida consolidada de 180 bilhões de reais. Podem até dizer que não é muito, tendo como referência o Orçamento. São cerca de 20 bilhões a mais que o Orçamento do Estado. É claro que a cada dívida contraída pelo Estado estamos comprometendo, a depender da economia, gerações futuras, porque quem vai pagar esse empréstimo, obviamente, são os paulistas, com o pagamento de tributos.

Para a implantação da modernização das hidrovias no Estado de São Paulo, além do empréstimo autorizado, o Governo Federal destinará outros 431,5 milhões de reais a fundo perdido. Na implantação da fase 1 da Linha 18 Bronze do Metrô, o Governo Federal fará um repasse de 400 milhões a fundo perdido, não estamos falando como alguns deputados tucanos disseram, que o Governo Federal está emprestando dinheiro através de algumas instituições financeiras. Isso eu já disse antes, também está fazendo, via Caixa Econômica Federal, mas estamos falando aqui de dinheiro a fundo perdido.

No caso da implantação da fase 1 da Linha 18 Bronze do Metrô é importante observar que o Governo do Estado de São Paulo pretende desonerar ainda a sua contrapartida, estimada em cerca de um bilhão e 200 milhões de reais, com a viabilização de Parceria Público-Privada. Aliás, faço aqui um parêntesis para alertar os colegas desta Casa: recentemente esteve aqui o vice-Governador do Estado, coordenador das PPPs no Estado de São Paulo, explicando o ousado programa de Parceria Público-Privada no Estado de São Paulo.

Programa ousado, com várias interseções nesses empréstimos. Estamos falando de parcerias público-privadas, que vão envolver recursos públicos, porque a iniciativa privada não vai entrar com 100% do recurso.

Aliás, nem todas as parcerias público-privadas previstas no programa do Governo estadual são parcerias públicas administrativas. Várias delas, pela exposição do vice-Governador responsável pela coordenação do programa de parceria público-privada no Estado de São Paulo, são parcerias patrocinadas. Aliás, não se sabe efetivamente se vai haver viabilidade econômica nessas parcerias, porque o retorno para a iniciativa privada não está claro. Sabe-se que o Estado vai colocar recursos nessas parcerias, mas não se sabe qual vai ser a remuneração da iniciativa privada, por conta dessas parcerias. Isso, obviamente, leva a uma incerteza enorme no mercado.

Tivemos recentemente uma experiência na Cidade de São Paulo, anunciada. Ô, governozinho que gosta de propaganda, algumas enganosas, que é esse Governo dos tucanos. Estamos oito anos anunciando o projeto da Nova Luz, mostrando um bairro maravilhoso na televisão, intitulado de Cracolândia.

E o que acontece ali? Não conseguiram em oito anos viabilizar um projeto de parceria público-privada viável economicamente. Está lá, ameaçando os lojistas, ameaçando toda aquela região econômica e que contribui muito para o desenvolvimento da Cidade de São Paulo, e nada acontece ali, exatamente porque o modelo de PPA proposto não apresentou nenhuma viabilidade de contrapartida econômica aos interessados.

Estão lá com um mico. Um mico! A Nova Luz virou um mico na mão dos tucanos, do DEM e do Kassab. Não conseguem resolver o problema. Não conseguem viabilizar o projeto. E agora vêm aqui com as PPAs no Estado de São Paulo, esse programa ousado, que tem interseção com esse empréstimo; e nós também duvidamos muito sobre a capacidade política e de gestão do Governo estadual, de viabilizar essas parcerias.

Vejam vocês, é um montante razoável de dinheiro para ser investido em obras estratégicas nesta cidade. Primeira coisa, devemos cobrar do Governo do Estado instrumentos mais eficazes de fiscalização de todos esses programas de obra.

Nas obras do Metrô, em curso neste momento, notamos uma profunda falta de fiscalização do Governo. Aliás, para além de falta de fiscalização, uma irresponsabilidade. Recentemente tivemos a denúncia da Linha Lilás. Um jornalista da "Folha de S.Paulo", seis meses antes, gravou um vídeo dizendo quais seriam os empresários ganhadores de cada lote dessa linha. Pasmem todos, bateu 100% com a gravação do jornalista. Aliás, acabamos de convocar os responsáveis por esse consórcio para se explicarem na Comissão de Infraestrutura. Finalmente conseguimos aprovar um requerimento para explicar.

Seis meses antes! Conluio. Será que o conluio só foi por parte dos empresários? Será que não houve uma articulação? Nós somos meio ingênuos. Será que não houve uma articulação também com o poder de Estado, para definir exatamente quem iria ganhar? Seis meses antes!

Na linha de Pinheiros, alguns anos atrás, uma cratera se abriu e engoliu diversos carros. Sete mortes. Aliás, quase todos os meses morrem trabalhadores na construção do metrô na Cidade de São Paulo, o que demonstra que esse Governo, do ponto de vista da sua capacidade de fiscalização do dinheiro público, como eu disse agora, do conluio, e sem contar as diversas denúncias de superfaturamento, esse Governo no mínimo não faz uma fiscalização eficiente, para não dizer que beira à irresponsabilidade com o dinheiro público.

Está aí o exemplo, nas manchetes, da chamada Nova Marginal, que de nova não tem nada, anunciada também como a solução do problema do congestionamento na Cidade de São Paulo. Nós já dizíamos que é uma medida paliativa, não vai resolver. Está aí, o congestionamento continua o mesmo na Cidade de São Paulo, e aumentando a cada dia.

Mas fizeram lá, com relações com empresários e outros tipos de prática, que agora a CPI está desvendando lá no Congresso Nacional. Esperamos que essa CPI cumpra um papel importante para a sociedade brasileira.

De fato, nós precisamos exigir uma maior transparência do Governo do Estado nesse conjunto de iniciativas de obras na área do Metrô, CPTM, hidroviárias e rodoviárias.

Tivemos aqui a CPTM. Sabem em quantos minutos se deram ao luxo para expor para nós esse programa maravilhoso, o seu detalhamento? Cinco! Em cinco minutos eles fizeram uma apresentação para nós. Em outros cinco minutos o pessoal responsável do Metrô veio fazer uma exposição. O Deputado Bittencourt, membro da Comissão de Fiscalização, chamou de medíocre a exposição dessas duas áreas.

E vejam a quantidade de dinheiro envolvido. Essa quantidade de dinheiro vai comprometer gerações futuras, para ficar pagando essa dívida. Estamos comprometendo gerações futuras. Não podemos ser irresponsáveis. O Governo tem que apresentar a esta Casa, com muita transparência, um cronograma de obras detalhado, um plano executivo, prazos, sob pena de esta Casa estar assinando um cheque em branco para o Governador, que comprometerá gerações futuras, com uma divida monstruosa neste Estado, que aumenta a cada dia. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Tobias, para falar a favor.

 

O SR. PEDRO TOBIAS - PSDB - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público presente, telespectadores da TV Assembleia, eu não queria falar, porque queremos votar. Mas o pessoal em casa também precisa saber a verdade.

O projeto veio à Casa em 15 de fevereiro, sobre empréstimo internacional e empréstimo do BNDES. Não é ajuda do Governo Federal, não. Eles ajudaram a Delta, a Camargo Corrêa, o presidente Hugo Chávez, muito mais que São Paulo. Um empréstimo para São Paulo.

Hoje, o PT está obstruindo. Não entendo. Esse empréstimo, Srs. Deputados, é para fazer vicinais, SP, metrô, Rodoanel, Rodovia Tietê-Paraná, enfim. Até o final do Governo de Geraldo Alckmin, companheiros do PT, o Rodoanel estará completo. Citem para mim uma obra do Governo Federal! Nesses dias, a imprensa mostrou as obras de transposição do Rio São Francisco. Terminaram um pedaço, mas não tem água, não chega água.

São Paulo está pegando dinheiro emprestado porque precisa para a população. Vocês, prefeitos do PT, vereadores do PT em São Paulo, cobrem o seu deputado! Vocês tanto nos cobram para fazer vicinais, para fazer SP, para duplicar uma estrada. Esse dinheiro não é para gastar  com custeio. Somos diferentes. É para investimento. Vocês falam tanto sobre estrada... Onde ficou esse trem bala? Evaporou? Fizeram tantos projetos, tanta propaganda. Nas eleições de 2014, o projeto do trem bala vai voltar. Vamos levar trem para o Aeroporto de Guarulhos, sim, mas trem comum. Fizeram tanto barulho. Alguém do PT poderia dizer onde ficou a história desse trem bala?

Vocês são competentes. Nota 10 para vocês em propaganda! Parabéns! Nosso ponto fraco é não sabermos nos comunicar. Este é o nosso problema: não sabemos comunicar. Deputado foi para a minha Cidade de Bauru, empolgado, dizendo que iria ajudar na área da Saúde. Cadê o dinheiro do SUS? Cadê a Tabela do SUS? Sabem por que não trabalham médicos nos ambulatórios do AMA? Porque a consulta do SUS é barata. Falem para o seu Ministro que quer ser candidato a Governador. Ele chega em qualquer cidade e promete UTI, promete tudo. Depois, diz: “Não, falei como Secretário Estadual de Saúde...” Fizeram discurso bonito. E daí? O Ministério da Saúde vai ajudar Bauru?

Muitas vezes, fazer discurso é fácil. Estão fazendo papel de oposição, sem dúvida alguma. É natural, entendo, mas, empréstimo para fazer estrada, para terminar o Rodoanel, para terminar o metrô? Alguém é contra? Não sei, ou pode ser que tenha alguma coisa extraterrestre, igual ao trem bala deles: voou; não sei onde ficou!

Vamos pegar dinheiro emprestado e vamos ajudar, como em Bauru, onde construímos dois hospitais e o terceiro vai terminar daqui a pouco. Falem para mim: algum tostão veio do Governo Federal para ajudar Bauru ou outra cidade? Não!

 

O SR. Marcos Martins - PT - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Gostaria somente de relatar que o modo como o Deputado está falando, de maneira genérica, as pessoas que estão em casa, talvez, não tenham informação.

Na Comissão de Saúde, recebemos dois vereadores que vieram trazer uma preocupação com a Saúde de Bauru. Já havia tido um inquérito, em 2002. Depois, a Polícia Federal andou prendendo um monte de gente por desvio de recurso do Hospital Estadual de Base de Bauru.

 

O SR. Pedro Tobias - PSDB - O Hospital de Base é uma entidade particular.

 

O SR. Marcos Martins - PT - A população precisava de vagas, era atendida no único pronto-socorro que existe, que é do município. Pude constatar diversas pessoas em macas, pelos corredores, onde a única divisão era a parede. Para poder entrar nesse hospital era preciso autorização do controle de vagas, regulação de vagas. Fomos verificar e constatamos que havia 58 vagas.

A realidade é essa. A população nos corredores. O pronto-socorro do município, o hospital ao lado, e não tem vaga. E o Governo do Estado querendo vender 25% dos leitos existentes. É isso.

 

O SR. Pedro Tobias - PSDB - Os hospitais federais estão quebrados, não tem nada. Greve por todo o lado. Hospitais federais estão abandonados, pior do que as Santas Casas. A Tabela do SUS é baixa. Agradeço ao nosso Governador Geraldo Alckmin, que está ajudando hospitais e Santas Casas.

Brasília arrecada 50% do nosso Estado. Voltam 6% para o nosso Estado de São Paulo. Agradecemos à Presidente Dilma, que, no mínimo, liberou empréstimo. Vocês estão bloqueando aqui. Só problema da Delta, em Brasília. Não deixaram convocar o pessoal da Delta, nem quebrar o sigilo bancário. Podemos debater à vontade com vocês. Pode ser que tenhamos algum problema? Pode, mas não cobrimos. Vocês cobrem. O nosso amigo, que foi Líder do Governo, Líder do PT nesta Casa, até no twitter ele mandava para o Governador do Rio de Janeiro: “Você é nosso. Pode ficar sossegado, ninguém vai apurar você.” O PT de Brasília é diferente do PT de São Paulo? Isso eu quero saber.

Sr. Presidente, quero que votem o mais rápido possível esse projeto. Depois que aprovarmos o projeto, esse dinheiro vai demorar dois anos para chegar. Chegou em Brasília, no Senado, onde vocês têm maioria. Sabem a que horas entrou o projeto? Às nove horas. Às dez horas, foi aprovado.

Esse tipo de projeto tem a fiscalização do Ministério da Fazenda; tem fiscalização do BNDES; tem fiscalização de mil tribunais. A obstrução de vocês é política; vocês já estão preocupados com a eleição de 2014, porque a eleição de 2012 já foi. Agora, estão preocupados porque o dinheiro vai chegar em 2014. O povo paulista sabe que o PSDB sabe governar; sabe que o atual Governador é de trabalho, não é discurso. Tem até gente que o critica porque ele não gasta dinheiro com propaganda.

 Você acha que a Petrobras perdeu 30% do seu valor porque usaram a empresa politicamente? Dilma nomeou uma Presidente técnica, graças a Deus. Petrobras é patrimônio de brasileiros, não é do PT. É para o Brasil e ela precisa ser administrada. Não é só para fazer política. Perdemos 30%, e quanto o Brasil perdeu?

Espero que este projeto seja votado. O projeto chegou no dia 15 de fevereiro. No Congresso Nacional e no Senado, em 12 horas, o projeto foi aprovado. Essa demora está atrapalhando o São Paulo, os prefeitos e vereadores - até do PT - que querem vicinais, obras para o Tietê-Paraná. Muitos, porque passa perto da minha cidade, quer uma parte do dinheiro para ser usado lá. Telespectadores que nos assistem, ligue para o seu deputado, para o seu vereador. Nós não somos a favor de Governador, ou de oposição. Este projeto é para São Paulo, para o Metrô, e para o Rodoanel que vai ser concluído daqui a três anos. Não quer que o São Paulo cresça? Não acredito que alguém seja contra o Estado de São Paulo. Vamos votar e vamos dormir.

Concedo um aparte ao nobre Deputado Hamilton Pereira.

 

O SR. HAMILTON PEREIRA - PT - Estou muito sensibilizado com o discurso de V. Exa. defendendo agora a Petrobras, um patrimônio do Brasil. Quero lembrar que o Presidente do seu partido, quando foi presidente, Fernando Henrique Cardoso, queria vender a Petrobras. Seja bem-vindo, some-se conosco na defesa desse, que é um grande patrimônio do Brasil.

Por falar em obstrução, estamos discutindo o projeto e V. Exa. está obstruindo. Por isso fica um pouco ininteligível o discurso de V. Exa., inclusive a quem está assistindo, vendo alguém do Governo obstruindo um projeto tão importante.

 

O SR. PEDRO TOBIAS - PSDB - Veja, Deputado e telespectadores que estão nos assistindo, o Governo sempre fica quieto, quer votar. Quem está nos assistindo fala “Puxa, o PT tem razão.” Eu defendo a Petrobras para o brasileiro, não para o PT. Cabo eleitoral fica no PT, na diretoria. Briga com o PMDB, com o PR. Pergunto se há algum interesse. Não sei por que tanto brigam.

Todos nós queremos a Petrobras. Ela é do brasileiro e não para filiado político. Isso Fernando Henrique Cardoso não queria. Prejudicaram a Petrobras, baixou 30% de preço. Mas agora, graças a Deus, tem uma diretora técnica. A Presidente da República está tratando a Petrobras para o País, para a população, e não políticos.

Um grande abraço. Espero que o projeto seja votado o mais rápido possível. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Para falar a favor, o nobre Deputado Gerson Bittencourt.

 

O SR. GERSON BITTENCOURT - PT - Boa noite, Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários, público presente e telespectadores. No Governo do PT, Petrobras é com “s” de Brasil e de brasileiro. Não existe e não existiu uma iniciativa deste Governo, do Partido dos Trabalhadores, em mais de nove anos de comando no Governo Federal, no sentido de privatizar esta empresa, que foi e é estratégica para o desenvolvimento deste país.

Para discutir este projeto, quero começar cumprimentando o Governo do Estado pela iniciativa de quatro importantes projetos que esta Casa debate, não só no dia de hoje, mas nesses últimos dias, sobretudo nesta última semana de forma intensa nos diversos espaços, apesar deste projeto com urgência estar aqui para ser discutido há mais de 143 dias. Quero também frisar que nesta semana, quando fomos convidados por V. Exa. para fazer uma discussão do financiamento e do projeto, fui uma das pessoas que argumentei que este projeto, desta envergadura, de mais de sete bilhões, sequer tinha passado pelas discussões na Comissão de Transportes. E V. Exa., de forma clara e objetiva, determinou que assim fosse, que não poderíamos discutir e aprovar um projeto desta magnitude, sobretudo com um consenso nesta Casa sem passar pelo conjunto das comissões, sem passar pela Comissão de Transportes, órgão responsável por fazer a análise técnica, é verdade, mas análise política daquilo que está sendo apresentado pelos deputados e pelo Sr. Governador.

Mesmo assim, quero cumprimentar a iniciativa do Governo do Estado, inclusive a iniciativa da Presidenta Dilma de, mais uma vez, dar uma demonstração clara de que a forma de governar, iniciada pelo Presidente Lula, é uma forma republicana onde não se olha o partido que governa a prefeitura, ou o Governo do Estado. Olha-se àquilo que é necessário para melhorar a vida das pessoas.

Quero dizer que a Presidenta Dilma, além de comandar o seu Governo de forma republicana, dá uma demonstração em primeiro lugar de fazer o aporte de quase 1,2 bilhão de reais, a fundo perdido, para os quatro projetos que ora discutimos aqui. Quero cumprimentar a Presidenta Dilma por financiar e avalizar 6,5 bilhões de reais para os projetos que discutimos; por ter aberto uma linha de crédito de mais de 20 bilhões de reais para os governos municipais e estaduais fazer investimento e infraestrutura, seja de transporte, de logístico ou qualquer outra fundamental ao desenvolvimento deste país; por ter orientado os seus líderes no Congresso Nacional a fazer um processo de discussão, e aprovar esse financiamento de forma rápida e objetiva, coisa que não aconteceu nesta Casa porque estamos aqui não obstruindo, mas fazendo a discussão de um projeto que deveria estar debatido há mais de 100 dias. E esta Casa sequer se debruçou, debateu as questões fundamentais de um empréstimo, de um financiamento que é o maior da história do Governo do Estado.

Fizemos na terça-feira a discussão na Comissão de Transportes, e lá recebemos o DER, que fez uma bela exposição, vamos reconhecer, com objetivos, com metas, projetos com prazos, tudo de forma muito consistente. O Departamento Hidroviário também fez de forma objetiva, clara, apresentando metas, projetos, inclusive fazendo uma afirmação clara de que aqueles recursos sugeridos para o sistema hidroviário deste Estado eram os suficientes e dentro da capacidade do Governo do Estado para o planejamento, para a gestão e execução desses projetos.

Mas disse naquela oportunidade e disse hoje para o Secretário Jurandir - e o Deputado João Antonio foi muito feliz na colocação: tanto a apresentação da CPTM, que foi de pouco mais de três minutos, como a do Metrô, que nem chegou a seis minutos, não só foi medíocre como desrespeitosa para com esta Casa, porque para uma discussão dessa envergadura deveriam vir muito mais preparados, assim como elogiei os dois outros órgãos que fizeram a apresentação. Isso demonstra claramente o que temos dito há muito tempo: a área da mobilidade urbana deste Governo peca pelo planejamento, que é ineficaz e ineficiente na gestão.

Fiz um estudo de todos os projetos apresentados e divulgados sobre a mobilidade urbana nos últimos 20 anos e não encontrei um que fosse executado dentro do prazo apresentando aos meios de comunicação, não só neste Governo, mas também nos anteriores.

Nos últimos 20 anos, nenhum projeto foi executado dentro daquilo que foi divulgado. Por que dizemos que o problema da mobilidade urbana é um problema de gestão, de planejamento e de falta de prioridade - e o fazemos não de forma aleatória, não pela oposição por oposição? Dizemos isso demonstrando dados.

Vejamos no aspecto planejamento: nenhuma obra foi executada no prazo. Podemos falar do ponto de vista da execução orçamentária e não são dados que o PT traz de forma aleatória. São dados do sistema, são dados do orçamento do Governo do Estado.

De 1999 a 2001, o Metrô deixou de investir mais de 10 bilhões de reais previstos no orçamento.

De 2003 a 2011, a CPTM deixou de investir, do previsto no orçamento, 1.100 bilhão de reais.

Estes são dados de um planejamento ineficaz, estes são dados de uma gestão ineficaz, estes são dados da falta de prioridade na área da mobilidade urbana e transportes.

Vamos pegar dados de 2012.

Pelo orçamento, para a CPTM estava previsto algo em torno de um bilhão de reais. Foram investidos até maio deste ano apenas 14.9% do orçamento previsto.

Pergunto: será que o restante vai ser executado conforme o orçado ou mais uma vez vai será uma peça de ficção?

Para 2012, o orçamento prevê para o Metrô quase cinco bilhões de reais: 84 milhões foram aplicados, 1.72% do orçamento.

Isto é falta de planejamento, isto é gestão ineficaz, isto é gestão ineficaz. O Governo tem de discutir estes dados quando estamos analisando um projeto de mais de sete bilhões. É óbvio que os deputados têm de se preocupar quando se trata de recursos públicos, sejam eles a fundo perdido do Governo Federal, sejam eles do orçamento estadual, sejam recursos de financiamento do BNDES ou de qualquer outro banco internacional.

Vamos dar mais um dado de 2012. Nenhum real foi aplicado para aquisição de novos trens de 1º de janeiro a 31 de maio deste ano.

Isto é exemplo de ineficácia, isto é exemplo de falta de gestão e de prioridade.

Falta de gestão e prioridade não se medem apenas na execução orçamentária e nos prazos de execução. Mede-se também na avaliação do que vai acontecer com o sistema e nós temos aqui o seguinte: em 2005, o sistema metroferroviário transportava 3.9 milhões de passageiros por dia. Com a integração do Bilhete Único na capital, criado pelo Partido dos Trabalhadores na gestão Marta Suplicy - e já avisávamos e os dados são anuais, mais do que anuais, os dados são diários - já era nítido que aumentaria o número de usuários. Era nítido perceber que a economia do País crescia de forma bastante sustentável, que as taxas de desemprego ano a ano, mês a mês vinham caindo de forma significativa. E quando diminuímos a taxa de desemprego é evidente que se aumenta a utilização do transporte público.

Será que o Governo do Estado não podia prever que aumentaria a demanda?

Esta tabela aqui apresentada na Comissão de Transportes e Comunicações é do Governo do Estado, não do Partido dos Trabalhadores.

Esta é uma demonstração clara de falta de gestão. Não é discurso fácil, como diz o Deputado Pedro Tobias.

Discurso fácil é escrever no jornal que o aumento de passageiros no sistema metroferroviário é fruto das pessoas que estão deixando o carro em casa para usar o transporte coletivo.

Ora, estão deixando o carro onde? A cidade de São Paulo já ultrapassa a marca de sete milhões de automóveis. Ano a ano, mês a mês aumentam os congestionamentos. É evidente que o sistema metroferroviário e o de ônibus nos municípios e na EMTU têm aumentado. Tem aumentado porque o País vem crescendo, porque o País vem diminuindo as taxas de desemprego e as pessoas precisam se deslocar de um lugar para outro e o Estado tem obrigação de garantir o direito de ir e vir da população.

Este é discurso fácil, este é um discurso inconsistente, este é um discurso que quer justificar o injustificável.

A Bancada do Partido dos Trabalhadores não vem aqui para fazer obstrução, até porque desde o primeiro momento na reunião convocada pelo Presidente desta Casa nesta semana - eu representando o nosso Líder Deputado Alencar Santana Braga - já declarava que iria votar favoravelmente ao projeto, mas que o partido queria fazer a discussão nas Comissões de Transportes e de Finanças. Queria fazer as audiências públicas a que o Deputado José Zico Prado fez referência.

Este é o jeito de fazer e priorizar o transporte público, o transporte coletivo.

 

O SR. GERSON BITTENCOURT - PT - Sr. Presidente, requeiro uma verificação de presença.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - O pedido de V. Exa. é regimental. A Presidência convida os nobres Deputados Cauê Macris e Adilson Rossi para a auxiliarem na verificação de presença requerida.

 

* * *

 

- É iniciada a chamada.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Esta Presidência constata quorum regimental e devolve a palavra ao nobre Deputado Gerson Bittencourt.

 

O SR. GERSON BITTENCOURT - PT - Sr. Presidente, para concluir quero deixar aqui duas questões que julgo importante. A primeira, é que espero que o Sr. Governador e o seu conjunto de secretariado possam melhorar de forma significativa sua gestão, e o planejamento na área da mobilidade, para que essa quantidade de recursos, fundamental e estratégica, possam ser aplicados de forma adequada, dentro daquilo que foi divulgado, planejado, com uma gestão clara e transparente.

Em segundo lugar, Sr. Presidente, é o meu primeiro mandato nesta Casa, e também nunca fui parlamentar, mas tenho procurado conversar com meus colegas e tentado entender por que esta Casa, com um projeto com 142 dias protocolado pelo Governador, em regime de urgência coloca para votação, sem restrição, sem obstrução de todos os partidos desta Casa, apenas no último dia, de afogadilho, no encerramento das atividades parlamentares desse semestre. Tenho procurado conversar com os Deputados não só do PT, mas dos outros partidos para ver se conseguimos compreender isso. Particularmente estou tendo muitas dificuldades para um projeto que é consensual, que tem acordo e que, obviamente será bom para o Estado e sobre tudo para a população.

Não vou deixar de continuar pesquisando, de continuar conversando para que eu possa entender de fato, como é que funciona o Parlamento, e como funciona a prioridade dos projetos que aqui entram em discussão para a sua aprovação. Muito obrigado Sr. Presidente, obrigado Srs. Deputados, Sras. Deputadas.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Com a palavra para falar a favor, o nobre Deputado Edinho Silva.

 

O SR. EDINHO SILVA - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários desta Casa, telespectadores da TV Assembleia, público presente nas galerias desta Casa, ocupo esta tribuna para manifestar aqui a opinião do Partido dos Trabalhadores que já foi demonstrada por outros Deputados da nossa Bancada. Quero aqui Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, dizer que um projeto com essa importância, no qual estamos autorizando mais de sete bilhões de reais de operação de financiamento por parte do Governo de São Paulo, não pode ser aprovado pela Casa sem debate político e sem que os parlamentares possam trazer à luz todos os detalhes da matéria.

Sr. Presidente, não cabe aqui fazer uma intervenção no sentido de desqualificar a nossa posição tentando descaracterizar um processo de debate, de informação, de jogar luz sobre os números como um processo de obstrução. Cabe sim, aos Deputados da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo debater, sanar todas as dúvidas sobre qualquer matéria que tramite nesta Casa, ainda mais aquelas que possam significar endividamento do Estado, mesmo financiamento em condições favoráveis, para investimentos importantes.

Mesmo assim, seria omissão dos Deputados desta Casa se nós não trouxéssemos à luz todas as questões importantes dessa matéria.

Dito isso, Sr. Presidente, quero aqui falar do mérito da matéria. Quero falar Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, que não queremos aqui partidarizar uma iniciativa tão importante como essa. Essa matéria será aprovada por todas as bancadas desta Casa, por todas as bancadas que querem o bem do Estado de São Paulo, inclusive, a Bancada do Partido dos Trabalhadores que faz aqui o debate sobre o detalhamento, que quer sanar dúvidas, que quer trazer segurança a esta Casa na aprovação dessa matéria.

Mas Sr. Presidente, quero aqui dizer e nesse sentido eu dialogo com o Deputado Pedro Tobias, que nós temos que reconhecer quando o Brasil vive um bom momento. Temos que reconhecer a diferença de projetos.

Sr. Presidente, não quero aqui desqualificar porque eu penso que do ponto de vista da consolidação da democracia, o Governo Fernando Henrique Cardoso cumpriu até o seu papel. Mas Sr. Presidente, o PSDB teve oito anos para governar esse País e não conseguiu colocar de pé um projeto de desenvolvimento nacional. Fez as privatizações sob alegação de que iria enxugar o tamanho do Estado, e na verdade nós vimos que as privatizações acabaram desmontando o Estado brasileiro. Precisou vir sim um Presidente de origem operária, um nordestino, um retirante, mas com sensibilidade social para por de pé um projeto de desenvolvimento nacional para ter coragem de dizer ao Brasil e ao mundo que era possível o Brasil crescer com justiça social; que era possível o Brasil crescer economicamente, inclusive quase 40 milhões de brasileiros.

E aí, Deputado Pedro Tobias, é importante que se reconheça que nunca o Estado de São Paulo recebeu tanto dinheiro. É importante que se compare o tanto de aval, de garantias que o Governo Federal, sob a liderança de Fernando Henrique Cardoso, ofereceu ao Estado de São Paulo e aquilo que a Presidenta Dilma e o Presidente Lula ofereceram. Quando o Estado de São Paulo recebeu oito bilhões de reais para investimento? Quando o Estado de São Paulo resolveu reconhecer a importância do Governo da Presidenta Dilma. E o discurso da Presidenta Dilma, Deputado Pedro Tobias, é diferente do seu. É um discurso republicano. Ela vem ao Estado de São Paulo e vai ao Palácio dos Bandeirantes, assina convênio com o Governador Geraldo Alckmin. O discurso do Governador Geraldo Alckmin é diferente do seu.

O Governador Geraldo Alckmin rasga elogios à Presidenta Dilma, reconhece a importância do seu governo. Não conseguia desenvolver um projeto habitacional e foi buscar no Governo Federal, liderado pela Presidenta Dilma, no Minha Casa Minha Vida, dinheiro para fazer aqui em São Paulo, porque a CDHU nunca conseguiu ter um projeto habitacional.

Também o Governo Geraldo Alckmin foi se inspirar no Governo Dilma para fazer programas sociais. Fez parcerias com o Governo Dilma para poder combater a pobreza e a miséria no Estado de São Paulo. E V. Exa. estava lá no Palácio e aplaudiu a Presidenta Dilma, sob elogios do Governador Geraldo Alckmin.

Então o discurso do Governador Geraldo Alckmin é muito diferente do seu, do líder, do Presidente do PSDB do Estado de São Paulo. Deputado, V. Exa. sabe do respeito que tenho pelo seu trabalho, mas V. Exa. não pode, como se diz no interior, - somos do interior - , cuspir no prato em que comeu. Busca-se parcerias com o Governo Dilma, o Governador Geraldo Alckmin foi ao Palácio atrás de aval, pediu à Presidenta Dilma aumento da capacidade de endividamento do Estado de São Paulo e a Presidenta Dilma, de forma republicana, permitiu, negociou, garantiu por meio do Tesouro Nacional todos esses recursos. E há aqui 800 milhões de reais a fundo perdido.

É importante, Deputado Pedro Tobias, que possamos interpretar a Constituição Federal. Em 88, inclusive liderado por figuras importantes do hoje PSDB, tirou-se da Constituição Federal a obrigação de a União investir em transporte. Essa obrigação passou para os estados e mesmo assim estamos vendo aqui a Presidenta Dilma repassando recursos a São Paulo para poder resolver os graves problemas de trânsito e transporte que perduram no Estado de São Paulo. O PT nunca governou o Estado de São Paulo. Portanto estamos ajudando a resolver problemas que não fomos nós que causamos.

 

O SR. PEDRO TOBIAS - PSDB - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Deputado Edinho, V. Exa. é meu amigo, V. Exa. sabe disso. Acho que a relação do Governador com o Presidente, ou um prefeito com o Governador é obrigação institucional. Se o Governador atende um prefeito do PT, não está fazendo favor nenhum. É uma obrigação dos dois lados. Elogiei Dilma, sim, porque no passado São Paulo estava isolado. E mais ainda, São Paulo, hoje, pode pedir emprestado, porque saneou suas finanças. São Paulo está em seu direito. Não criticamos Dilma. Parabéns por essa iniciativa, porque não é PT e PSDB. É para o povo de São Paulo, para o Metrô de São Paulo o dinheiro que vem do Governo Federal. É empréstimo, não fundo perdido. É um empréstimo do Governo Federal. E no mundo inteiro Metrô não é responsabilidade do Estado, mas do Governo Federal. Vossa Excelência sabe que São Paulo é a maior cidade da América do Sul e precisa da participação da União, porque está pegando imposto e dinheiro de São Paulo.

 

O SR. EDINHO SILVA - PT - Muito obrigado, Deputado.

A Constituição Federal, construída por todas as bancadas da época, inclusive por lideranças que hoje estão no PSDB, tirou como obrigação da União os investimentos na área de trânsito e transporte. Essa obrigação passa a ser dos Governos Estaduais. Mesmo assim, estamos aprovando aqui, hoje, uma operação de crédito e, mais, boa parte dessas obras está recebendo 800 milhões de reais a fundo perdido do Governo Federal, do Governo da Presidenta Dilma. Então há dinheiro a fundo perdido, sim, para resolver os problemas de trânsito e transporte, que como fez uma bela explanação o Deputado Gerson Bittencourt, perduram, no Estado de São Paulo, no mínimo, na última década, portanto não é nenhuma responsabilidade do Partido dos Trabalhadores.

Mas gostaria também de continuar dialogando com o Deputado Pedro Tobias, que de forma agressiva agrediu nessa tribuna o Ministro Alexandre Padilha. Penso que às vezes o PSDB fica numa situação quase esquizofrênica. O Secretário Giovani elogia todas as parcerias do Ministro Padilha para o Estado de São Paulo. Elogia os investimentos do Governo Federal, o esforço do Ministro Padilha em equacionar os problemas da Saúde, inclusive do Estado de São Paulo. E aí o Ministro é agredido desta tribuna. Foi desqualificado, ele que é uma liderança que tem conduzido o Ministério da Saúde de forma republicana. Tem saneado o Ministério da Saúde e tem otimizado os recursos, inovado do ponto de vista da gestão, tanto é que vimos há 15 dias, numa Audiência Pública, esse plenário tomado, e boa parte dos deputados desta Casa reconhecendo o trabalho do Ministro Padilha.

Então não aceitamos a agressão feita ao Ministro, porque podemos divergir do Governo Geraldo Alckmin, mas nenhum deputado do Partido dos Trabalhadores jamais agrediu um Secretário do Governo Geraldo Alckmin desta tribuna. Jamais desqualificamos um Secretário do Governo Geraldo Alckmin. Temos divergências, sim, mas tratamos todos os Secretários do Governo Geraldo Alckmin com respeito, porque são profissionais, pais de família, mães de família, cidadãos, portanto não aceitamos a forma como foi agredido o Ministro Alexandre Padilha.

Queremos dizer que o Ministro está inovando, sim, a gestão do Ministério da Saúde. Queremos dizer que o Ministro tem se esforçado para equacionar um dos principais problemas das políticas públicas, que não é só do Brasil. O financiamento e a gestão da Saúde é um problema, hoje, em qualquer país do planeta Terra. E o Ministro tem buscado equacionar, tem inovado, tem conseguido mostrar que é possível valorizar o atendimento básico, valorizar os investimentos na Saúde pública para que possamos inverter a lógica da Saúde no Estado de São Paulo e no Brasil, onde é possível valorizar os programas básicos de Saúde, em vez de ficarmos cuidando e correndo atrás das doenças.

Vamos votar a favor desse projeto, mas é preciso que se restabeleça a verdade. Todo Governo investe em comunicação. Investir em comunicação é uma forma inclusive de democratizar informações para a opinião pública. O Governo Alckmin, em 2006, gastou 49 milhões de reais em comunicação e publicidade. Em 2011 gastou 141 milhões de reais em publicidade. Tirada a inflação e todas as correções, houve um crescimento real de 119% em recursos, na área de comunicação e publicidade.

Portanto, vir aqui e atacar o Governo Federal porque tem uma política de comunicação, como se o PSDB não tivesse uma política de comunicação em São Paulo, é incorreto, porque os números estão aqui: um aumento real de 119% nos gastos com publicidade no Estado de São Paulo.

Quero debater, sim, mesmo tendo estourado o meu tempo, e não tendo mais condições agora, quero debater, sim, o modelo de gestão. Quero debater a forma como o Governo Federal encara Estados e municípios. Quero debater, sim, a forma como o Estado de São Paulo estabelece as suas relações com os municípios do nosso Estado.

Quero também debater o modelo de Estado, quero debater a importância que tem no Governo Lula, para colocar de pé o modelo de desenvolvimento nacional, a forma como a Dilma tem dado profundidade ao projeto, e a forma, infelizmente, como vivenciamos muitas vezes um desmanche, o desmantelamento das políticas públicas, inclusive no Governo do Estado de São Paulo. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro, para falar a favor.

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, funcionários, público presente, eu me inscrevi também para falar favoravelmente a essa operação de crédito, expressa no Projeto de lei 65/12, que trata da autorização para o maior pacote de operações de crédito da história do Estado de São Paulo.

Um bilhão de reais junto ao BNDES, para a implantação da Linha 15 - Branca do Metrô, que ligará a região da Vila Prudente, Sapopemba, à região da Penha e Guarulhos. É uma linha importante para ligar a Linha 3 - Vermelha, mais antiga, com essa nova região que está sendo contemplada tardiamente, evidentemente, com a linha do Metrô. É uma região que está se desenvolvendo, uma região muito populosa. De fato, é uma obra necessária para o desenvolvimento, para a qualidade de vida e para a mobilidade urbana da população da zona Leste, integrando já com a região da Dutra, início da Rodovia Fernão Dias, também bastante populosa, passando pela Penha, que é um bairro muito importante, e toda a região da Aricanduva.

327 milhões junto ao BNDES, para a implantação do projeto Modernização de Hidrovias; 831 mil reais junto à Caixa Econômica Federal, para a implantação da Linha 18 - Bronze, do Metrô: trata-se do monotrilho, que vai ligar a Avenida do Estado, a região do Ipiranga, com a região de São Bernardo do Campo, no ABC; e 1,440 bilhão de dólares para o programa de investimentos rodoviários; mais 500 milhões de euros junto à agência francesa para a implantação da Linha 13 - Jade, da CPTM, o chamado trem de Guarulhos.

Sr. Presidente, meus colegas do PT já disseram aqui, e não quero ser repetitivo, mas é sempre bom reforçar. Desde 2007 a Bancada do PT, de que já tive a honra de ser líder, tem votado favoravelmente a essas operações de crédito. Hoje, na Comissão de Finanças e Orçamento, tivemos uma rápida audiência com o Presidente do Metrô, o Presidente da CPTM e o Secretário Jurandir Fernandes, que reconheceu que o Governo do Estado só voltou a investir, voltou a ter crédito, a ter recursos, por dois motivos.

Primeiro, com a melhoria da economia do País, o crescimento da nossa economia, o crescimento do mercado interno, com o aumento da arrecadação, o que possibilitou ao Estado dobrar o seu orçamento num prazo de cinco anos. E por outro lado, reconheceu a importância do apoio do Governo Federal, não só na autorização das operações de crédito, como neste caso aqui: os bancos públicos federais, como o BNDES e a Caixa Econômica Federal entrando diretamente com o aporte de recursos para alavancar um processo de expansão das linhas metroviárias e outras, muito atrasadas aqui na Cidade de São Paulo, como já é de conhecimento.

Desde aquele momento nós aprovamos, é lógico. A Bancada do PT sempre foi crítica de um processo que vivenciamos aqui em São Paulo, de privatização dos equipamentos públicos, da entrega do nosso patrimônio, do acordo que o ex-Governador Mario Covas fez com Fernando Henrique Cardoso, de entregar o patrimônio para abater na dívida do Estado, assumido, Banespa, Ceagesp, Fepasa, e tantas outras, tempos de tristes memórias.

Sempre cobramos. Essa foi a postura da Bancada do PT, histórica aqui nesta Casa, de defesa do patrimônio público, defesa de investimentos públicos em áreas fundamentais para melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores, no caso em que estamos falando da expansão do metrô e do trem, das rodovias, da área de Saúde, Educação.

Foram bandeiras nossas. Por isso estamos aqui na tribuna defendendo esse empréstimo. Evidentemente, com a melhoria da nossa economia, com a abertura do nosso País às relações mais saudáveis, com agências internacionais, juros baratos, é fundamental que o Estado consiga esse recurso. E o Governo Federal deu o aval para que o Estado de São Paulo deixe de sofrer tanto, como tem sofrido, em função dos baixos investimentos que vivemos durante os tempos duros do Governo Fernando Henrique Cardoso, Mario Covas, Alckmin em seu primeiro governo, mesmo no Serra.

Começou a melhorar a partir de 2006/07, com a virada da nossa economia, com o crescimento do nosso País, da nossa economia. As coisas mudaram bastante.

É importante ressaltar, porque sempre fizeram essa crítica, que o Governo Federal não ajuda com o metrô aqui. Não ajuda porque não existe projeto. Não existia projeto. Agora, com a apresentação dos projetos e das propostas, o Governo Federal tem feito o seu papel, de parceria com o Governo do Estado.

Como é bom termos bancos públicos fortes, como a Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e BNDES. É sempre bom lembrar aqui que o Presidente Lula, liderando o nosso País, diante da iminência de uma crise internacional, das mais graves, desde a crise de 29, que inclusive nós sentimos as consequências até agora, porque essa crise ainda atinge fortemente países europeus, como Grécia, Portugal ou Espanha, que se dobram às exigências do FMI e do Sistema Financeiro Internacional para conseguirem empréstimos para salvar a economia. Ainda pairam problemas na esfera da economia internacional.

Quero lembrar o papel que o Presidente Lula teve. Diante da iminência de uma crise, os bancos privados fecharam-se, retiraram o crédito e o Presidente incentivou a Caixa Econômica Federal, o BNDES e o Banco o Brasil a oferecerem créditos para a iniciativa privada visando a não deixar a produção cair, para a nossa economia continuar a se desenvolver, gerando empregos. Hoje, fico feliz ao ver o BNDES e a Caixa Econômica Federal participando desse processo de expansão do Metrô, da CPTM e de outros programas, como o da modernização do sistema de hidrovias no Estado de São Paulo.

Tem sido uma postura coerente da Bancada do PT, dos nossos deputados, de cobrar investimentos, de cobrar parceria, de cobrar a construção de projetos e a nossa crítica em relação à paralisia do Governo do Estado, que debatemos hoje com o Secretário de Transportes Metropolitanos. Uma das questões que apresentamos ao Secretário é a seguinte. Vou dar um exemplo da Linha 4, cuja obra de 13 quilômetros começou em 2004. A previsão muito otimista é que ela fique pronta em 2014. Dez anos para fazer uma linha de metrô de 13 quilômetros. O prazo inicial era 2008; depois, passou para 2010, 2011.

Vamos torcer, cobrar e apoiar o Governo do Estado no sentido de terminar essa obra, assim como a da Linha 5, cujos prazos anunciados - inclusive, em anos eleitorais - já foram atropelados. E sempre escutamos desculpas de que há dificuldade de desapropriação, dificuldade na questão ambiental, dificuldade burocrática, dificuldade de pagar as indenizações das desapropriações.

Recursos não faltam, nem no Orçamento. Hoje, mostramos ao Secretário que o Metrô não conseguiu executar nem 2% do que havia sido programado para ser investido neste ano. Saí da audiência sem conseguir uma explicação convincente do Secretário a respeito desses atrasos. Aprovamos a LDO, aprovamos o Orçamento, aprovamos o PPA e quando vamos atrás de informações para saber o quanto foi executado, para a nossa surpresa, a execução é muito baixa. Por isso, talvez, tenhamos tão pouca obra no metrô em São Paulo.

Fui fazer uma análise, consultar alguns especialistas. Não temos um tatuzão funcionando na Cidade de São Paulo. Em Caracas, uma capital muito menor do que São Paulo, há três tatuzões perfurando túneis para a expansão do metrô. Aqui, temos duas obras em andamento e uma série de programações e projeções que se estendem a cada dia.

Vão dizer que é só crítica? Precisamos, de fato, cobrar mais agilidade e o cumprimento dos prazos para que a nossa população tenha um sistema metroviário digno de uma metrópole como São Paulo, com mais de 30 municípios e 20 milhões de habitantes, que sofrem diariamente com o colapso dos transportes.

Espero que, por meio desses gestos que a Assembleia Legislativa tem feito - de aprovar as operações de crédito, desse entendimento com o Governo Federal e com outras instituições de crédito internacional -, a direção da Secretaria de Transportes Metropolitanos, do Metrô, da CPTM e de outros programas nessas áreas importantes tenham mais agilidade para cumprir prazos.

O Deputado Gerson Bittencourt e o Deputado Edinho Silva já frisaram isso muito bem. A economia melhorou, aumentou o número de empregos. A última notícia que tive, na semana passada, é que o índice de desemprego é de pouco mais de 5%, o que é considerado um índice muito bom. Mas precisamos avançar mais. Há mais estudantes acessando as universidades públicas e privadas, através do ProUni ou Fies. Ou seja, há um aumento da população que circula na cidade e não há o acompanhamento por parte do Estado. O planejamento tem sido muito ineficaz e a execução tem sido muito lenta.

Não é uma crítica pela crítica. É uma constatação. Inclusive, quando criticamos os prazos, é em cima do que estava programado no PPA, nos planos que o próprio Governo submete à aprovação da Assembleia.

O que estamos querendo dizer é o seguinte: dinheiro não falta, seja das operações de crédito com organismos internacionais, seja dos bancos oficiais do Governo Federal, seja do próprio Orçamento, que tem melhorado consideravelmente em função da maior arrecadação do ICMS e de outras taxas e impostos para o Estado. Recursos não faltam: falta agilidade, falta um empenho maior para que tiremos do papel esse monte de projetos e consigamos colocá-los em obra.

Quem sabe, teremos um futuro melhor, com transporte menos poluente, que propiciará, além de conforto, qualidade de vida para a nossa população. Esse é o compromisso, a bandeira do nosso partido. Coincide com as bandeiras de outros partidos desta Casa. Por isso, votaremos favoravelmente a essa grande operação de crédito, porque ela vai trazer benefícios à nossa população e essa parceria merece o nosso reconhecimento. Muito obrigado.

 

O Sr. Presidente - Barros Munhoz - PSDB - Para falar a favor, tem a palavra o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino.

 

O SR. Luiz Claudio Marcolino - PT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, o Projeto nº 65/20012 trata de operações de crédito, que a Assembleia Legislativa debate agora para autorizar. Vários deputados do Partido dos Trabalhadores já apresentaram o nosso posicionamento.

Sr. Presidente, solicito regimentalmente uma verificação de presença.

 

O SR. PRESIDENTE - Barros Munhoz - PSDB - O pedido de V. Exa. é regimental. Convido os nobres Deputados Mauro Bragato e Carlão Pignatari para auxiliarem a Presidência na verificação de presença ora requerida.

 

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- É iniciada a chamada.

 

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O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Esta Presidência constata número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, e devolve a palavra ao nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Dando sequência em relação aos empréstimos, quero, de antemão, agradecer à nossa Presidenta Dilma, e da mesma forma, ao nosso ex-Presidente Lula da Silva, pelo olhar estratégico que tiveram para o Estado de São Paulo nesses últimos anos.

Olhando os dados desses últimos anos, percebemos que durante o período do Sarney, do Collor e de Itamar foi repassado para o Estado de São Paulo, a título de empréstimo, o valor de 8,113 bilhões. No período de 95 a 2002, também durando oito anos do Governo Fernando Henrique Cardoso, foi repassado uma cifra de 5,187 bilhões de reais. Já no período da Presidenta Dilma, e também do Presidente Lula, de 2003 a 20012, foram repassados, fora o empréstimo debatido no dia de hoje, 34,81 bilhões de reais.

É importante que os nobres Deputados, funcionários da Assembleia e a população que nos acompanham, percebam sobre o montante que estamos falando, de empréstimos aprovados pelo Governo Federal ao Estado de São Paulo para obras de infraestrutura. Durante o período de Fernando Henrique Cardoso, de 95 a 2002, e no mesmo período em que era também governado o Estado de São Paulo pelo PSDB, foram 5,187 bilhões, contra os 34,81 bilhões da Presidenta Dilma. Paramos para avaliar o Metrô e a CPTM, principalmente ao longo desses seis meses - nem vamos avaliar mais que isso -, temos percebido uma crise permanente.

Como vice-Presidente da Comissão de Finanças e Orçamento, temos acompanhado o Orçamento do Estado, e percebemos que no ano passado, de arrecadação entre ICMS e IPVA, o Estado de São Paulo arrecadou, em 2011, 10 bilhões de reais a mais do que foi arrecadado no ano de 2010. Estamos falando do repasse do Governo Federal ao Governo do Estado de São Paulo, e vemos que o investimento da CPTM e do Metrô, conforme dados apresentados pelo Secretário de Planejamento no primeiro quadrimestre de 2012, deixou de se investir dois bilhões e meio de reais em 2011.

Estamos falando da falta de recursos. A população começa a perceber - com essas crises do Metrô e da CPTM -, como essa obra sendo feita na região de Moema e que deveria ser feita a partir de Santo Amaro; e passa um ano, dois, três anos, e vai anunciando obra numa determinada região, e o tempo passando até que a obra seja executada. E aí se pergunta: será que é falta de recurso ou falta de gestão?

O que estamos percebendo pelos dados que estou apresentando primeiro é que não se trata de falta de recursos porque o Governo Federal já aportou 34 bilhões de empréstimos para o Estado de São Paulo desde 2003. No ano passado o Estado de São Paulo arrecadou 10 bilhões a mais em ICMS e IPVA mas deixou de gastar dois bilhões e meio. Aí o argumento é problema de tempo.

No ano passado o que ficou acertado?

Conversamos com o Secretário de Planejamento Andrea Calabi nesta semana em relação ao segundo quadrimestre e no mês de março em relação ao fechamento do exercício de 2011. E o que foi apresentado pelo Secretário Andrea Calabi em relação aos investimentos?

Em 2011 reduziu-se o investimento no Estado de São Paulo por ser o primeiro ano do Governo Alckmin.

Mas quem estava antes do Alckmin? Governador Serra. Quem estava antes do Serra? O Governador Alckmin. Note-se que é uma gestão continuada do PSDB e a alegação era de que se tratava de um novo governo.

Debatendo esta semana com o Secretário Calabi vem o mesmo argumento: não temos a totalidade dos investimentos ainda no Estado de São Paulo porque estamos no primeiro quadrimestre do ano.

Estamos trazendo algumas informações a exemplo do que o PT fez em relação aos demais empréstimos aprovados aqui na Assembleia Legislativa. Estamos dando um voto de confiança para mais uma vez o Governador utilizar o posicionamento dos parlamentares de todos os partidos para a concessão do empréstimo, mas é necessário que haja um cronograma efetivo do investimento em obras no Estado.

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Nobre deputado, tenho um grande respeito por V. Exa., vice-Presidente da Comissão de Finanças e Orçamento da Casa, mas estes 34 bilhões é um empréstimo e tem de ser pago. Só houve disponibilidade para o aumento do endividamento em razão da boa gestão do governo tucano nos últimos 16 anos, do contrário não seria possível você aumentar a capacidade de endividamento. Era o primeiro ano do governo. E isso não é uma doação, não é a fundo perdido do Governo Federal, mas um empréstimo pela boa capacidade de endividamento que o Estado tem hoje em razão da boa gestão, em razão da eficiência de gestão. Vossa Excelência sabe melhor do que eu.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Eu gostaria que de 95 a 2005 o Presidente Fernando Henrique Cardoso tivesse tido o mesmo desprendimento dos Governos Lula e Dilma, porque assim o nosso estado estaria muito mais estruturado.

Temos rodado todo o Estado de São Paulo fazendo as audiências públicas e o que temos visto?

Se olharmos os últimos orçamentos, a área em que mais se tem investido - não vamos falar da Saúde e Educação que são verbas carimbadas - são estradas, Metrô e CPTM. E nas audiências públicas o que a população tem colocado?

Barretos solicitou a duplicação da Assis Chateaubriand e da Rodovia Faria Lima. Em Guairá a população também falou da necessidade da duplicação da estrada que faz ligação até Minas Gerais. Ela ainda leva até Brasília, passando por Cristalina. Em Taubaté a população também falou da necessidade da duplicação da estrada que leva a Caçapava, passando por São José até a região de Minas Gerais. Então temos visto o Estado de São Paulo clamando por obras de infraestrutura que façam de fato a integração do Estado.

Entre São Carlos e Araraquara um trem de carga passa permanentemente durante todo o dia. São mais de 16 trens indo e voltando na região de São Carlos, enfim. Observando a estrutura ferroviária do Estado notamos que ela está sucateada.

O que queremos dizer quando se discute autorização de empréstimos é que enquanto o Governo Federal já alocou para o Estado de São Paulo 34 bilhões, o Governo Fernando Henrique Cardoso alocou apenas cinco bilhões em oito anos de governo.

Toda essa malha ferroviária no Estado de São Paulo poderia ser utilizada pela população, poderia ser otimizada para uma estruturação que combinasse com o acesso ao transporte de cargas, tirando assim os caminhões das grandes estradas. Acho que a discussão tem de se dar com esse olhar. É desse jeito que o Partido dos Trabalhadores defende a aprovação desse empréstimo, como defendemos a aprovação de todos os outros empréstimos feitos pelo Governo Federal nos últimos anos. Aí falam ‘mas é empréstimo, vai ter de pagar.’ Aí se pergunta: por que será que o Governo do Estado não procura o Bradesco para solicitar o empréstimo, por que não procura o Itaú? Por que será que é o BNDES?

No período de 95 a 2002 o BNDES investia muito pouco no Estado de São Paulo e por quê? Porque não havia solicitação, porque não havia essa relação republicana que o Presidente Lula e a Presidenta Dilma demonstraram ter. Vide o exemplo de São Paulo, onde o governo é do PSDB. O que existe é vontade de trabalhar para que o Estado de São Paulo cresça a exemplo do crescimento que vem ocorrendo com o País.

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Deputado, V. Exa. sabe que todo ente público tem de procurar primeiro um banco público e o BNDES aquiesceu porque São Paulo é um bom pagador e tem bons projetos. Se procurássemos o Bradesco e o Itaú, com certeza eles iriam emprestar mas como o Estado obrigatoriamente tem de dar preferência para o BNDES ou a Caixa Econômica, que não é do governo do PT, é de todo o povo brasileiro, assim fizemos. E eles tiveram interesse em razão dos bons projetos apresentados pelo Governo de São Paulo, V. Exa. sabe disso melhor do que eu. Não se trata de boa vontade do Governo Federal. Acho que tem de ser republicano mesmo e tem de atender a todos porque aqui moram paulistas e brasileiros de todo canto do País. Não fosse a qualidade dos projetos do Governo de São Paulo, com certeza não conseguiríamos esses empréstimos.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Quero agradecer mais uma vez a Presidenta Dilma por essa visão republicana: mais um bilhão e meio do BNDES para a implantação da Linha 15 - Branca do metrô; mais 327 milhões do BNDES para implementar o projeto de modernização das hidrovias; mais 831 milhões para o Estado de São Paulo junto à Caixa Econômica Federal para a Linha 18 - Bronze do metrô - é o monotrilho Tamanduateí até São Bernardo do Campo; mais um bilhão e 400 milhões de reais para duplicação de estradas que como disse é uma demanda de todo o Estado de São Paulo para a integração não só por ferrovia mas por estradas e mais 500 milhões de euros para o trem de Guarulhos, a Linha 13 - Jade da CPTM.

Até 96 todas as operações de crédito para autarquias, governos estadual e municipal deveriam ser feitas por bancos públicos. Só que em 96 tivemos o processo de desestatização no País. A partir do Proer, também gestado pelo governo do PSDB, abriu-se a possibilidade de bancos privados também poderem ter conta de autarquias e de governos estaduais e municipais. É importante trazer esta informação porque de fato qualquer empréstimo tinha de ser feito obrigatoriamente pelo Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e BNDES, pelos bancos públicos ou bancos estaduais. Como fala o Deputado Carlão Pignatari, só abriu essa possibilidade para bancos privados depois que o PSDB criou condição de desmontar todos os bancos públicos do Estado de São Paulo e foi obrigado colocar uma lei podendo abrir também a bancos privados a possibilidade de fazer as relações com as empresas públicas e prefeituras e autarquias do nosso País. Muito obrigado Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Alencar Santana Braga.

 

O SR. ALENCAR SANTANA BRAGA - PT - Sr. Presidente, cedo meu tempo ao nobre Deputado Adriano Diogo.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Por cessão de tempo tem a palavra o Deputado Adriano Diogo.

 

O SR. ADRIANO DIOGO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, eu preferia que V. Exa. mantivesse a expressão de desrespeito que o Presidente Estadual do PSDB teve em relação ao Ministro da Saúde, porque ele mostrou uma insegurança tão grande... Outro dia o Deputado Marcos Martins, Presidente da Comissão de Saúde foi a Bauru, ver a dramática situação que está ocorrendo em relação à Saúde. E o Deputado Pedro Tobias ficou nervosíssimo e, mais uma vez, apelou para a ignorância como Presidente do PSDB. Vossa Excelência não devia retirar. O Deputado Pedro Tobias devia arcar com a irresponsabilidade e essa imprudência verbal que lhe é característica. Mas falemos de coisas sérias.

Sr. Presidente, hoje estamos votando um empréstimo. Um empréstimo, Deputado Vitor Sapienza, que é um verdadeiro programa de governo de reeleição. Senão vejamos: como diz um grande articulista, “e a viúva é que paga a conta”.

O atual projeto de lei prevê empréstimos junto ao BNDES de 1,5 bilhão para a implantação da Lina 15, 325 milhões junto ao BNDES, 831 milhões junto à CEF, linha 18 bronze, monotrilho, Tamanduateí, São Bernardo do Campo. US 1.430.500,00 (dólares norte-americanos) junto ao BID, para o programa de crescimento rodoviário do Estado, e 500 milhões de euros, junto a Agência Francesa de Desenvolvimento. Considerando a conversão de moedas estrangeiras, com a taxa de câmbio atual, de uma só vez a Assembleia Legislativa dará autorização ao Governador para assinar contratos de financiamento que alcançam a marca de 7,27 bilhões.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Celso Giglio.

 

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Muito bem. O Deputado Carlão Pignatari vem, todo momento, dizer que estamos num céu de Brigadeiro, que a relação receita/dívida é um mar azul de tranquilidade, é um céu de Brigadeiro. Mudou a realidade nobre Deputado. A relação é 2 para 1 da dívida para a receita; a relação é grave.

Mas, o que eu queria dizer desses comentários rebaixados e sobre a nossa situação política. Hoje, faltando um dia para entrarmos em recesso, quando voltarmos já estaremos dentro do calendário das eleições municipais, o que temos a declarar é o seguinte: esse empréstimo será aprovado. Com todas as restrições, as tentativas de ajustes, de melhorias. O Governador Geraldo Alckmin tem viajado o mundo. No dia 14 de junho assinou em Washington um contrato de financiamento no valor de u bilhão, cento e quarenta e oito milhões de dólares norte-americanos, equivalentes a 2,36 bilhões com o BID para a construção do Trecho do Rodoanel.

Governador Geraldo Alckmin em 20 de junho assinou contrato no Rio de Janeiro de financiamento de 1,47 bilhões com o BNDES, 922 milhões serão destinados ao prolongamento da linha 2, que ligará a Vila Prudente ao Hospital da Cidade Tiradentes, obra do monotrilho, 550 milhões destinados à modernização da linha 8, Diamante da CPTM. A autorização da assinatura do contrato foi aprovada pela Assembleia Legislativa.

Outro dia aprovamos um empréstimo para a área de Saúde.

Senhores e senhoras o Brasil vive um momento importante.

Qual a contribuição do Partido dos Trabalhadores? Qual a contribuição da Presidente Dilma Rousseff? A contribuição do Presidente Lula, da Presidenta Dilma Rousseff, do Partido dos Trabalhadores é rumar para uma sociedade mais justa, mais equilibrada, mais ponderada.

Esta semana tivemos um golpe de estado no Paraguai. Foi um golpe de estado dramático, igual a todos que ocorrem nas republiquetas latino-americanas, semelhante ao que quiseram dar no Presidente Lula no meio do seu primeiro Governo.

Pois bem Srs. Deputados, Sras. Deputadas, nós aprovaremos todos esses empréstimos; todos eles; todos. Empréstimos que consideramos fundamentais do ponto de vista do investimento, embora duvidosos do ponto de vista da sua aplicação.

O Estado de São Paulo vive seu momento de tensão onde a Polícia está na rua a busca de jovens, de criminosos, de grupos de extermínio, tentando fazer justiça com as próprias mãos, a exemplo do que aconteceu em maio de 2006, onde 490 pessoas foram assassinadas, sendo que 51 eram agentes do Estado.

Pois bem senhoras e senhores, o Brasil vai bem e o Brasil vai melhorar. E o Presidente Lula...

Sr. Presidente, vejo que o debate é importante, mas a presença dos Deputados é muito rarefeita. Nesse sentido peço verificação nominal de presença.

 

O SR. PRESIDENTE - CELSO GIGLIO - PSDB - O pedido de V. Exa. é regimental. Convido os nobres Deputados Welson Gasparini e Orlando Morando para auxiliarem a Presidência na verificação de presença ora requerida.

 

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- É iniciada a chamada.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Barros Munhoz.

 

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O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Esta Presidência constata quórum regimental e agradece aos Deputados Orlando Morando e Welson Gasparini pela colaboração.

A Presidência devolve a palavra ao nobre Deputado Adriano Diogo.

 

O SR. ADRIANO DIOGO - PT - Então, estamos aqui para votar um projeto de interesse do Governo do Estado de sete bilhões, e precisa vir o verdadeiro líder do PSDB, Deputado Orlando Morando, para fazer a chamada três vezes para tentar chegar ao quórum. São sete bilhões de reais que só a bancada da oposição, do Partido dos Trabalhadores, está discutindo. Os deputados da situação, os deputados do Governo, sequer se inscrevem para discutir, sequer ficam no plenário, e tentam passar ao povo brasileiro que existe uma aglutinação em torno do Governo. Vão ao Palácio, fazem rapapé, juras de amor, mesuras sem fim, mas nenhum empenho, nenhuma convicção. A dinastia desses moços está no fim. O desespero deles, nas eleições municipais, é evidente, tanto é que estamos aqui hoje votando, repito, um empréstimo de sete bilhões em obras grandes, majestosas, suntuosas, maravilhosas. Não estamos discutindo Educação, Saúde, redistribuição de renda, melhoria das condições do povo do Estado de São Paulo. Não! Estamos discutindo um plano de financiamento de empreiteiras de mega-obras.

Ninguém veio aqui discutir as condições de transporte atuais de Metrô. Aqui, todos os dias, cria-se uma linha nova de Metrô, uma linha imaginária. Inaugura-se maquete. Pois bem, é esse o tipo de Governo e o tipo de situação que aqui nos encontramos. Por isso que eles ficam tão desesperados. O Ministro da Saúde veio fazer uma audiência aqui nesta Assembleia, num dia de semana, com centenas e centenas de pessoas, uma acolhida fantástica, inclusive do nosso Presidente. Pois bem, veio o Presidente do PSDB ofender o Ministro da Saúde. O Presidente do PSDB, que é médico, que nem no plenário fica. E V.Exa., Deputado Pedro Tobias, qual o cargo que o Governador, que V.Exa. diz que é seu amigo, de importância lhe atribuiu? Quantas vezes V.Exa. foi Secretário da Saúde do Estado de São Paulo? Será que a visita de uma simples Comissão de Saúde, a pedido da Câmara de Bauru, o deixou destemperado, tão afogueado, tão preocupado?

Sr. Presidente do PSDB, V.Exa. diz para fora que é amigo do Governador, e não entra nem no Palácio, entra pela porta dos fundos. Presidente do PSDB, qual foi a Faculdade pela qual V.Exa. se formou? Qual? Ah, não fez a tradução do diploma ainda? Que pena, Sr. Presidente do PSDB. Ah, V.Exa. era contra o atual candidato a prefeito? Rebelou-se e agora onde V.Exa. está? Escondido?

Não chame o nosso Ministro com ofensas, Sr. Presidente do PSDB.

 

O SR. ORLANDO MORANDO - PSDB - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, nenhum de nós aqui discordamos da importância que é votar essa linha de financiamento para o Governo do Estado de São Paulo.

Sem dúvida todo debate é muito importante, mas não há divergência sob o ponto de vista do que nos une, que são obras vitais e fundamentais para a Cidade de São Paulo. Sou morador de São Bernardo do Campo, da região do Grande ABC. Só para lá serão 1,276 bilhão de reais, quase um terço do valor que será empreendido na Linha 18 - Bronze, futuro metrô ABC.

Entendemos que tudo isso já foi contemplado, inclusive as críticas, não essas voltadas a partir das pessoas, mas do ponto de vista dos investimentos, o que um governo prioriza mais, o que um governo prioriza menos. Mas é inegável que o Governo de São Paulo, o Governador Geraldo Alckmin está priorizando os transportes metropolitanos. Desse total de 7 bilhões, quase 5 bilhões estão nos transportes metropolitanos, novas linhas, reaparelhamento, novos investimentos, além do que vem sendo feito. Isto aqui não é o início, é um complemento. Temos lá o Expresso ABC, uma linha paralela que vai transitar com os trens da CPTM.

Peço que possamos, no menor prazo possível, apreciar essa linha de financiamento. Reconheço aqui, de público, a importância de ter a parceria com o Governo Federal. Não queremos os louros individuais disso, pelo contrário. A linha do metrô ABC vai ter o fundo perdido do PAC, que é o que conclamamos há anos aqui, porque empréstimo o povo de São Paulo tem que pagar. E o povo de São Paulo contribui muito, é o Estado que mais contribui com a arrecadação federal. Queremos esses investimentos, mas entendemos que é fundamental também ter essas linhas do BNDES, da Caixa Econômica Federal.

Peço que possamos, no menor prazo, aprovar. Temos ainda a LDO para ser debatida, amplamente discutida. Mas o que queremos destacar é que além de todo esse investimento no transporte metropolitano é fundamental essa nova linha, que efetivamente trará o novo modal para a mobilidade urbana, para São Bernardo do Campo e para todo o Grande ABC.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Hamilton Pereira, para falar a favor.

 

O SR. HAMILTON PEREIRA - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, estamos discutindo o Projeto de lei 65/12, e logo em seguida discutiremos aqui também a LDO do Estado que, como todos sabem, apontará as diretrizes para o próximo ano, pretendidas pelo Governo do Estado de São Paulo. É um projeto que foi bastante discutido já nas Comissões, sobretudo na Comissão de Finanças e Orçamento, e está pronto para ser votado por esta Casa.

O Projeto de lei 65/12 trata de um grande empréstimo que o Governo do Estado pretende fazer, para um conjunto de investimentos em obras no Estado de São Paulo. Pelo que pudemos apreciar, de todos quantos passaram por este microfone, há uma concordância de que efetivamente esses recursos são necessários, dada a importância dos investimentos que se apontam para o Estado de São Paulo, a partir da contração desse empréstimo.

Além do empréstimo de bancos internacionais, já endossados pelo Congresso Nacional, com o aval do Governo Federal, temos também um aporte bastante consistente de recursos do Governo Federal para também se somar a esse conjunto de recursos que serão tomados pelo Estado de São Paulo, para investimento em grandes obras, obras de infraestrutura no Estado de São Paulo: trens metropolitanos, os terminais intermodais de carga, transporte hidroviário e rodoviário, estradas, enfim.

Vou enumerar algumas dessas obras, para destacar a importância do que estamos discutindo aqui. O projeto concede uma autorização para o maior pacote de operações de crédito da história do Estado de São Paulo. Esse pacote de recursos tomará 1,5 bilhão junto ao BNDES, para a implantação da Linha 15 - Branca do Metrô; também 327 milhões de reais junto ao BNDES para a implantação do projeto Modernização de Hidrovias.

Para lembrar, temos um terminal intermodal hidroviário na Cidade de Conchas, no interior do Estado de São Paulo, região de Tietê, Laranjal Paulista, onde no passado o Governo do Estado investiu milhões de reais, e hoje é um terminal totalmente desativado. Foram recursos inócuos, jogados fora, que não serviram para absolutamente nada. Até a nossa expectativa para o desenvolvimento daquela região é de que, quem sabe, com esses recursos o Governo possa se lembrar daquele terminal intermodal de cargas, e quem sabe investir lá para retomarmos a navegabilidade do Rio Tietê naquele trecho, e a integração dos vários sistemas de transporte, principalmente o transporte de carga, para alavancarmos o desenvolvimento daquela região.

Pretende ainda o Governo do Estado tomar 831 milhões de reais junto à Caixa Econômica Federal, para a implantação da Linha 18 - Bronze do Metrô, monotrilho Tamanduateí/São Bernardo do Campo. Vejam que obra importante.

Também a pretensão é de tomar 1.440.403.500 dólares norte-americanos, junto ao BID, para a implantação do programa Investimentos Rodoviários do Estado de São Paulo; e 500 milhões de euros junto à Agência Francesa de Desenvolvimento, para a implantação da Linha 13, a Linha Jade da CPTM, o trem de Guarulhos. Considerando a conversão das moedas estrangeiras com as taxas de câmbio atuais, com base no dia 20.06.2012, quando tínhamos uma paridade de um dólar para cada R$ 2,0287.

A Assembleia Legislativa dará autorização ao Governador para assinar contratos de financiamentos que alcançam a marca de 7,27 bilhões de reais. Vejam que é um aporte de recursos muito grande, como disse, o maior que o Estado de São Paulo toma para investimentos em infraestrutura. É óbvio que isso gera uma expectativa. Quando o projeto chega a esta Casa - e já vem com pedido de tramitação em Regime de Urgência -, concomitantemente já está sendo noticiado. A mídia já divulgou que o Estado fará um empréstimo desse tamanho para investimentos em metrô, terminais hidroviários, enfim, em transporte por trilhos, de carga e passageiros.

Por isso a expectativa, principalmente das regiões que se tornaram recentemente figuras de desenvolvimento regional. Por exemplo, o Aglomerado Urbano de Piracicaba, o Aglomerado Urbano de Jundiaí, a Região Metropolitana do Vale do Paraíba, com sede em São José dos Campos. Há uma expectativa de que esses investimentos também corroborem, de alguma maneira, para o desenvolvimento dessas regiões. É natural que regiões que permaneceram estagnadas por um longo tempo, sem receberem investimentos em infraestrutura, agora, mediante essa possibilidade, alimentem a expectativa de que receberão o seu quinhão.

Tanto melhor que tenhamos a expectativa de novos investimentos, que se alavanque o desenvolvimento nas regiões metropolitanas do Estado e na Região Metropolitana de São Paulo - que só se tornou reconhecida por lei recentemente, por aprovação de projeto nesta Casa. Vamos nos lembrar da década de 90. O atual Governador Geraldo Alckmin era vice-Governador do Estado quando foi nomeado, pelo então Governador Mário Covas, como coordenador do PED, Programa Estadual de Desestatização. Ali, o patrimônio público do Estado de São Paulo foi dilapidado. A Eletropaulo foi privatizada. O Banespa, que era o grande banco público do Estado, inclusive para fomento da agricultura, foi privatizado. Em 1996, quando chegou a esta Casa o projeto de privatização do Banespa, o Banco do Estado de São Paulo, sozinho, era responsável por 61% de todos os investimentos de crédito agrícola no Estado. Era o grande banco da agricultura. Foi parar nas mãos do Santander, um grupo espanhol, que hoje pratica os juros estratosféricos que todos conhecemos.

Felizmente para nós, quando o Estado colocou a Nossa Caixa à venda, o Governo Federal, ciente da importância que tinha aquele banco, acabou por comprá-la e fundiu-a à rede do Banco do Brasil. Hoje, é efetivamente um banco público, praticando juros bem menores no mercado, principalmente com a determinação da Presidenta Dilma de que os bancos tinham que baixar os juros porque precisamos de desenvolvimento. Aliás, o desenvolvimento do nosso País é exemplar para o mundo todo. Enquanto os Estados Unidos e a Europa estão se afundando, numa crise sem precedentes e sem sabermos qual o fundo desse poço em que eles mergulham, o Governo brasileiro está conduzindo a nossa economia com maestria.

O Brasil continua com a economia estável, gerando empregos, inclusive, repassando recursos para o Estado de São Paulo fazer investimentos. Esses investimentos em infraestrutura são geradores de oportunidades e isso ajuda a economia a passar por este momento difícil. Numa economia globalizada, a catástrofe econômica que abalou os Estados Unidos e a Europa tem certo rebate no País. É claro que o Governo brasileiro está atento a isso. O Ministro da Economia, Guido Mantega, tem dado seguidas declarações em relação às medidas tomadas para o controle inflacionário, para que não tenhamos uma disparada da inflação e continuemos a gerar emprego.

Nos últimos seis anos, os Estados Unidos e a Europa, juntos, perderam 14 milhões de postos de trabalhos. O Brasil, desde o início do primeiro mandato do Presidente Lula até o presente momento, gerou 18 milhões de novos postos de trabalho com carteira assinada.

Inscrevi-me a favor desse empréstimo. Diga-se de passagem, o Governo Federal também está aportando recursos, a fundo perdido, de 1 bilhão, 821 milhões de reais para ajudar nessas obras que vão acontecer no nosso Estado. Isso é muito importante. Daqui a pouco, votaremos esse projeto e o Governo do Estado tomará esses recursos. Esperamos que o Governo do Estado faça, efetivamente, os investimentos que está se comprometendo a fazer, com a mesma sobriedade com que o Governo Federal faz hoje os investimentos.

O Governo Federal tem mantido a economia num ritmo crescente de desenvolvimento, gerando emprego, fortalecendo cada vez mais a nossa economia, a nossa moeda. O Governo do Estado tem que se mirar no exemplo do Governo da Presidente Dilma, naquilo que fazem os técnicos da economia no plano federal, para que o Estado continue a se desenvolver, mas com distribuição de renda, geração de oportunidades e fortalecimento da cidadania. O cidadão precisa participar do resultado desses investimentos, que têm que se dar de forma sustentável.

As grandes cidades, as regiões metropolitanas, infelizmente, estão se tornando superadensadas. A nossa bancada fez alguns seminários de transporte e mobilidade urbana, nos quais constatamos que as regiões metropolitanas sofreram um adensamento e a grande prioridade da sociedade é a máquina. As cidades estão, cada vez mais, conformando-se para beneficiar a máquina, o automóvel, sobretudo a condução particular. Em São Paulo, se estivermos na Marginal Pinheiros, por exemplo, você vê um carro, uma pessoa. Você olha para o seu lado direito, é uma pessoa dirigindo um carro. Você olha para o seu lado esquerdo, é um carro, uma pessoa. Infelizmente, as cidades estão se preparando cada vez mais para as máquinas e cada vez menos para o ser humano. Obrigado pela tolerância.

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, nos termos do Art. 100, inciso I, do Regimento Interno, convoco V. Exas. para uma Sessão Extraordinária, a realizar-se hoje, 10 minutos após o término da presente sessão, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia:

1. Projeto de lei nº 65, de 2012, que autoriza o Poder Executivo a realizar operações de crédito.

2. Projeto de lei nº 290, de 2012, que dispõe sobre as Diretrizes Orçamentárias para o exercício de 2013, que tramita em regime de urgência.

Com a palavra o nobre Deputado Marcos Martins.

 

O SR. MARCOS MARTINS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, público presente nas galerias, vou aproveitar a presença dos que estão aqui para fazer uma pequena reflexão. Recebemos aqui, não faz muito tempo, o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Ele esteve aqui para anunciar recursos para o Estado de São Paulo e assinou convênios na frente de todo mundo, no valor de 400 milhões de reais - 180 para rede de emergência e urgência para a Região de Campinas; 160 para a Região de Santos; 40 para reforma de UBSs e UPAs. E anunciou recentemente pelo PAC a compra de 2.800 ambulâncias.

Nunca um ministro veio tanto na Assembleia Legislativa como este. Vem aqui democraticamente, com a presença do Secretário da Saúde, Giovanni Cerri, anunciar esses recursos, e mostrar a sua preocupação com a saúde pública no Estado de São Paulo. De repente, o Presidente do PSDB vem à tribuna e o trata desrespeitosamente. Ele já fez isso umas três vezes.

Isso é inadmissível. Eu nunca desrespeitarei o Secretário Giovanni Cerri, uma pessoa idônea e séria. Ele é o Presidente do PSDB, partido do Governo do Estado. Quando fez referência à minha ida para Bauru, como Presidente da Comissão da Saúde, fomos procurados na comissão. O Deputado Gondim estava presente e recebemos os dois vereadores. Na hora de os vereadores falarem, houve o esvaziamento. O Deputado Pedro Tobias entrou na sala e alguns membros do PSDB acabaram saindo. Mesmo assim, quem viaja 400, 500 km, precisa ter respeito. E nós ouvimos a gravação de uma médica, de uma audiência pública na Câmara Municipal de Bauru. Foi um depoimento dramático, colocando a situação crítica da Saúde de lá. Diante desse fato, assumi o compromisso: “Eu, pelo menos, irei.” E o Deputado Gondim foi testemunha e disse que também gostaria muito de estar presente. Seria muito bom ele tivesse ido para presenciar esse quadro dramático, de doentes nos corredores do pronto-socorro, o único do município.

Concedo um aparte ao nobre Deputado Luiz Carlos Gondim

 

O SR. LUIZ CARLOS GONDIM - PPS - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, realmente o Hospital de Base de Bauru é um hospital de “portas abertas”. Faz inclusive cirurgia cardiológica, um hospital referência a praticamente todos os municípios no entorno de Bauru. Este hospital está necessitando de apoio financeiro para o seu funcionamento.

Sabemos que ele hoje não é credenciado ao SUS, mas de uma Organização que tiveram problemas anteriores. Mas mesmo não sendo próprio do Estado, precisa ter a ajuda do Estado, pelo fato de que atende a população SUS no entorno de Bauru, e à população de Bauru também. Parabéns por levantar este problema. É muito importante esse apoio ao Hospital de Base de Bauru.

 

O SR. MARCOS MARTINS - PT - Agradeço, nobre Deputado. Concedo um aparte ao nobre Deputado Estevam Galvão.

 

O SR. ESTEVAM GALVÃO - DEM - Quero aproveitar o pronunciamento de V. Exa. para cumprimentar o nosso Presidente, Barros Munhoz, que mais uma vez mostrou não só competência, o que tem mostrado sempre, mas celeridade, equilíbrio e bom senso, quando, de forma espontânea, pediu a retirada do registro da expressão que denota falta de respeito pronunciada no pronunciamento do Deputado Pedro Tobias. Quero também deixar registrada a minha indignação e até meu repúdio. Gosto muito do Pedro, tenho um grande respeito por ele como deputado, mas ele não foi feliz. O nosso Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, é um homem singular, especial, e que, além de competente, é muito humano. Tem uma conduta e comportamento exemplares. Não é pelo fato de ter um carinho especial por ele, mas se não for o melhor, é um dos melhores entre os ministros da República. Obrigado.

 

O SR. MARCOS MARTINS - PT - Agradeço ao nobre Deputado Estevam Galvão. O que estamos relatando? Recebemos na Comissão da Saúde uma reclamação. Os vereadores nos informaram que procuraram, primeiro, o Deputado Pedro Tobias, tendo passado a ele essa demanda. Ele disse que não poderia fazer nada, e disse para procurar a Comissão de Saúde. Houve um inquérito em 2002, com várias denúncias de recursos desviados. E foi arquivado.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Nobre Deputado, me permita interromper porque o nosso tempo está esgotando. Vossa Excelência poderá utilizar o tempo remanescente na Sessão Extraordinária.

Gostaria de fazer um comunicado. Estou aditando na Ordem do Dia do dia de amanhã - se necessário - a segunda votação da LDO. Vou esclarecer. Esta Presidência adita a Ordem do Dia da Sessão Ordinária de amanhã, que terá, portanto, quorum de 24 Srs. Parlamentares. Se não houver quorum, votaremos na terça-feira que vem. Faço esse esclarecimento muito importante, a menos que nas Extraordinárias de hoje sejam possíveis as duas votações.

Aditada a Ordem do Dia, com o Projeto de lei 290, e esgotado o tempo da sessão, antes de dar por levantados os trabalhos convoco V. Exas. para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia do dia de hoje e o aditamento anunciado, lembrando-os ainda da Sessão Extraordinária a realizar-se daqui a 10 minutos, e da Sessão Solene a realizar-se amanhã, às 10 horas, com a finalidade de comemorar os 60 anos da Câmara Árabe, solicitado pelo nobre Deputado Fernando Capez.

Está encerrada a presente sessão.

 

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- Encerra-se a sessão às 21 horas e 30 minutos.

 

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