24 DE AGOSTO DE 2010

097ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidentes: JOSÉ BRUNO e ED THOMAS

 

Secretário: ED THOMAS

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - JOSÉ  BRUNO

Assume a Presidência. Registra a presença de alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental João Sussumu Hirata, do bairro de Pedreira, acompanhados pelas professoras Yeda Pinheiro e Sandra Coraly.

 

002 - DONISETE BRAGA

Alega que a população tem reclamado a respeito dos preços dos pedágios. Afirma que há excesso de pedágios na grande São Paulo. Ressalta a necessidade de se discutir uma tarifa justa.

 

003 - CARLOS GIANNAZI

Fala sobre o requerimento para abertura da CPI do Judiciário. Discorre sobre a crise do Judiciário. Endossa as reivindicações dos servidores do setor. Dá conhecimento de nova manifestação dos servidores no dia 25 de agosto. Convida para uma audiência pública, hoje, às 19 horas, em defesa da TV Cultura. Critica as mudanças que ocorreram na programação da mesma.

 

004 - ED THOMAS

Informa que participou de mais uma reunião na CPI  da Pedofilia e parabenizou a mesma. Lembra que foi Presidente da CPI de Apoio às APAEs de São Paulo. Fala sobre a "ecoterapia". Afirma que há oitenta mil crianças com necessidades especiais em São Paulo. Comenta a quebra de contrato da TV Assembléia com a TV Cultura. Manifesta apoio aos funcionários da TV Assembleia. Felicita o jornalista Geraldo Vandré, pelos seus sessenta e cinco anos como jornalista.

 

005 - OLÍMPIO GOMES

Comenta a iniciativa do Deputado Ed Thomas em criar a frente de apoio às APAEs. Agradece a presença de integrantes do CPOR/SP e informa que os mesmos convidam a todos para a comemoração do aniversário da entidade. Critica o Governador por aumentar o custo da refeição no refeitório da PM. Repudia o valor do vale alimentação oferecido aos policiais. Afirma que o Governo não tem cumprido a Lei que garante o pagamento do ALE aos policiais deficientes.

 

006 - PEDRO TOBIAS

Discorre sobre ações do Governo da cidade de Bauru. Informa que foram inaugurados 18 Hospitais em São Paulo.

 

007 - ED THOMAS

Assume a Presidência.

 

008 - JOSÉ  BRUNO

Parabeniza a frente parlamentar em defesa às APAEs. Informa que hoje é o "Dia da Infância". Lê dados da Unicef sobre o assunto. Comenta ações da CPI da Pedofilia. Fala sobre projeto, de sua autoria, para que o dia 24 de agosto também seja o "Dia Estadual de Combate à Pedofilia no Estado de São Paulo". Felicita o trabalho da Vereadora Ana Paula Rossi. Dá conhecimento de votação, na CPI da pedofilia, para prorrogação dos trabalhos até novembro.

 

009 - CARLOS NEDER

Comenta que os municípios reclamam falta de apoio do Governo Estadual. Afirma que os prefeitos têm tirado recursos de outras áreas para sanar os problemas da área da Saúde. Informa que há reclamações no que se refere a qualidade da Saúde. Cita problemas na área da Saúde dos municípios de Pirapora e de Santana do Parnaíba.

 

010 - FAUSTO  FIGUEIRA

Fala sobre pobreza na região de Cubatão. Faz apelo para que a Sabesp providencie rede de água para as residências. Comenta a greve dos residentes dos hospitais públicos. Dá conhecimento de suas reivindicações. Ressalta a necessidade da residência para o exercício da medicina.

 

GRANDE EXPEDIENTE

011 - CARLINHOS ALMEIDA

Informa ter entrado com pedido de nomeação de relator para o PCL 64\07. Justifica que a comissão de justiça não deu seu parecer ao projeto. Dá explicações sobre a importância da matéria para a região do Vale do Ribeira e Litoral Norte. Comunica a necessidade da criação de agência de desenvolvimento para a região. Tece considerações sobre a criação de uma região metropolitana para melhor atender às necessidades dos municípios envolvidos.

 

012 - OLÍMPIO GOMES

Tece considerações sobre o aumento no valor das refeições dos policiais.  Questiona punições aplicadas a agentes de segurança pública. Apresenta e comenta escala de horários da Corregedoria da Polícia Militar. Critica o Governo do Estado no que tange ao trato com policiais reformados. Comenta manchete do "Jornal da Tarde" que trata de atrasos nos pagamentos de bicos oficiais aos policiais.

 

013 - HAMILTON PEREIRA

Solicita a suspensão dos trabalhos, por acordo de lideranças até as 17 horas e 15 minutos.

 

014 - Presidente ED THOMAS

Defere o pedido e suspende a sessão às 17h58min.

 

ORDEM DO DIA

015 - Presidente BARROS MUNHOZ

Reabre a sessão às 17h15min.

 

016 - LUCIANO BATISTA

Pelo art. 82, considera inviável a criação da CPI do Judiciário tendo em vista que 18 requerimentos de CPI esperam deliberação. Responde e-mail sobre o assunto.

 

017 - EDSON GIRIBONI

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

 

018 - Presidente BARROS MUNHOZ

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 25/08, à hora regimental, com ordem do dia. Levanta a sessão.

 

                                                             * * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. José Bruno.

 

                                                             * * *

 

  O SR. PRESIDENTE – JOSÉ BRUNO - DEM - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIII Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Ed Thomas  para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO – ED THOMAS - PSB - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO  EXPEDIENTE

                                                          

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O SR. PRESIDENTE - JOSÉ BRUNO - DEM -   Esta Presidência anuncia a presença dos alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental João Sussumu Hirata, no bairro da Pedreira, zona Sul de São Paulo, acompanhados da professora Yeda Pinheiro e da professora Sandra Coraly. Sejam bem-vindos nesta Casa de Leis. É um prazer recebê-los. Sintam-se à vontade, esta é a Casa do Povo.

Tem a palavra o primeiro orador inscrito, nobre Deputado Rogério Nogueira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Mozart Russomanno. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Felício. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado André Soares. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Augusto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga.

 

O SR. DONISETE BRAGA - PT - Sr. Presidente, Deputado André Soares que preside os nossos trabalhos, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, assessores, funcionários, alunos presentes nas galerias, telespectadores da TV Assembleia, o tema que gostaria de abordar neste instante é sobre o pedágio, uma vez que estamos no meio de um processo eleitoral importante no nosso País onde iremos escolher os próximos dirigentes para cargos nos Legislativos estaduais, no Congresso Nacional, bem como governadores e o presidente da República.

            Este é um tema que me preocupa muito no Estado de São Paulo e não só a este deputado, mas a toda população. Precisamos fazer um amplo debate até porque a população tem reclamado muito dos preços altos dos pedágios do Estado de São Paulo. 

Eu estava até comentando com o meu colega Deputado Fausto Figueira, que mora em Santos, que o preço do pedágio hoje da Baixada Santista para São Paulo e de São Paulo para Santos é 7,90 reais. É um valor absurdo pelo pequeno percurso. Por exemplo, do ABC leva uma hora e 50 minutos e o preço é 17,90 reais. Com o traçado Sul do Rodoanel, em Mauá, todo cidadão que for entrar ou sair de Mauá vai pagar o pedágio. Se ele for para Mauá pela Rodovia dos Imigrantes, vai pagar dois pedágios para mais 20 km de distância. É uma distância muito pequena para se pagar dois pedágios.

É importante este debate porque estou dando exemplo da nossa região do ABC e da Baixada Santista, porque quando o cidadão tem que se deslocar para uma cidade mais distante do nosso Interior como Ribeirão Preto, Presidente Prudente, Araraquara e Campinas, ele paga muito pedágio.

É fundamental que nossos eleitores paulistas e paulistanos possam nesse momento acompanhar as propostas dos candidatos. Não vou citar os nomes dos meus candidatos, porque não podemos fazer isso desta tribuna. Mas é crucial e fundamental discutir sobre pedágios e não aceitar que as concessionárias tenham hoje um grande lucro com as praças de pedágios, mas discutir uma tarifa social que seja justa para nossos usuários.

O Deputado Pedro Tobias, com certeza, sabe do problema porque mora em Bauru e também paga pedágio. Se ele não paga é porque utiliza o carro oficial, mas, com certeza, as pessoas que moram nessa região pagam o pedágio. Então, é importante debater sobre este  tema, até para que possamos amenizar a carga financeira tão pesada que os usuários das principais rodovias estaduais pagam. A população do ABC, os munícipes de São Caetano, de Santo André, Mauá, Ribeirão,  Rio Grande da Serra, Diadema, São Bernardo do Campo têm demonstrado essa preocupação. A mesma coisa os moradores da Baixada Santista, Santos, Guarujá, Mongaguá, Litoral Norte, Peruíbe.

Quero terminar deixando este desafio ao próximo governador do Estado de São Paulo para ele rever a questão da tarifa dos pedágios porque é um valor injusto, do meu ponto de vista, mas também é um sentimento do povo que mora na Capital e no Interior de São Paulo.  Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOSÉ BRUNO - DEM - Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

  O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR – Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, quero, aqui, falar sobre dois assuntos importantes. O primeiro deles é em relação ao nosso requerimento para a abertura de uma CPI do Judiciário. Temos 23 assinaturas e já estamos tendo aqui a 24ª assinatura. Isso é muito importante porque temos uma grande crise no Poder Judiciário. Os servidores do Judiciário estão tendo seus direitos básicos trabalhistas desrespeitados, como, por exemplo, a data-base salarial, o reajuste salarial e muitas vezes até a própria liberdade de expressão, liberdade para fazer manifestações em praças públicas na Cidade de São Paulo.

É um verdadeiro absurdo o que vem acontecendo. Existe uma greve prolongada de quase 120 dias e nada é feito. Há um verdadeiro jogo de empurra entre o Executivo e o Poder Judiciário. Os trabalhadores do Judiciário têm historicamente carregado a Justiça nas costas, trabalham além do tempo necessário, trabalham 12/13 horas/dia e não têm o reconhecimento profissional.  Nem o reajuste salarial foi concedido. Estão pleiteando 20%, mas o Poder Judiciário como o Poder Executivo não estão querendo dar o reajuste de 4.77 por cento.

Fazemos aqui um novo apelo ao Governador Alberto Goldman e também ao próprio Presidente do Tribunal de Justiça, Desembargador Antonio Carlos Viana, para que façam gestões e atendam minimamente as justas e legítimas reivindicações dos nossos servidores.

O Padre Lobato acabou de assinar aqui o requerimento. Quero agradecê-lo em nome de todos os servidores do Poder Judiciário e agradecer também aos Deputados que já assinaram esse requerimento, que é uma forma também de fazer pressão para tentar resolver essa situação do Judiciário Paulista, em defesa sempre dos servidores.

Amanhã, haverá mais uma manifestação dos servidores do Judiciário, na Praça João Mendes, que estão abertos a negociações. Eles estão querendo negociar, querendo o diálogo com o Governo e com o Tribunal de Justiça, porém a recíproca não existe. O Governo não vem negociando, não vem atendendo a reivindicações, não vem repassando recursos para o Tribunal de Justiça. Entendemos que o Tribunal de Justiça deveria fazer cortes talvez na parte orçamentária que diz respeito aos juízes e conceder no mínimo o reajuste de 4,77 por cento.

            Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, outro assunto importante que gostaria aqui de registrar, é em relação a audiência pública que vamos realizar hoje, à noite, às 19 horas, no Plenário Franco Montoro, em defesa da TV Cultura, que está também nos planos de desmonte do Governo Estadual.

O Sr. João Sayad, interventor do ex-Governador José Serra, está fazendo várias ameaças dizendo que vai demitir mais de mil funcionários da TV Cultura e já está mexendo na programação. Recentemente, o interventor, economista João Sayad – não sei o que ele está fazendo na TV Cultura porque parece que não entende nada de cultura -, cortou o Programa Manos e Minas, programa importante da televisão brasileira e que dá espaço para a voz da juventude, da produção de uma juventude, que é excluída inclusive dos meios de comunicação de massa. O Programa Manos e Minas representa a voz dos jovens da periferia do Movimento Hip-Hop, do Movimento Afro-Brasileiro que tinha até o dia 14 o seu espaço na TV Cultura, que é uma TV pública, uma TV que tem um ideário educativo, cultural e social. A TV Cultura não é uma TV estatal, não é uma TV do PSDB, não é uma TV do Governo. É uma TV da população do Estado de São Paulo, que paga impostos. Ela não pode ser desmontada do dia para a noite porque o ex-Governador José Serra nomeou um interventor para acabar com ela. A melhor televisão do Brasil - que na nossa opinião é a TV Cultura - vai ser desmontada porque um economista de visão elitista e autoritária de cultura toma posse da Fundação e resolve excluir o programa Manos e Minas.

Hoje vamos realizar uma grande audiência pública na Assembleia Legislativa, para a qual convido o telespectador que está nos assistindo, os deputados e o público presente, às 19 horas, no Plenário Franco Montoro. Vai ser uma audiência pública de resistência e contaremos com os integrantes do programa Manos e Minas, inclusive nessa audiência pública teremos a realização do programa Manos e Minas, juntamente com o sindicato dos jornalistas e os servidores que estão sendo ameaçados de demissão.

 

            O SR. PRESIDENTE - JOSÉ BRUNO - DEM - Tem a palavra o nobre Deputado Otoniel Lima. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Hamilton Pereira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Barbosa. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Ed Tomas.

 

            O SR. ED THOMAS - PSB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, antes de mais nada quero saudar os alunos que nos visitam. Sejam bem-vindos. É uma alegria recebê-los.

Hoje participamos de mais uma reunião da CPI da Pedofilia, tão importante para esta Casa, tão importante para o Estado de São Paulo, tão importante para o Brasil enterrarmos essa vergonha e quero parabenizá-lo, Presidente, pelo trabalho desenvolvido com amor, respeito e acima de tudo com fé: um pecado contra a inocência das nossas crianças. Eu não poderia deixar de cumprimentá-lo pelo brilhante comando à frente da CPI.

            Conversava com o digno Deputado Olímpio Gomes, falávamos das nossas andanças. A gente está vivendo um pleito eleitoral, esse espetáculo da democracia que são as eleições e o Deputado Olímpio Gomes falava da sua visita à Cidade de Franca, em especial à APAE. Nunca falaram tanto da APAE. Hoje nos debates políticos falam dos projetos para as nossas APAEs e elas já existem e melhoram a vida de seres humanos já há muito tempo.

Nesta Casa pude ser presidente de uma das maiores Frentes da Assembleia Legislativa: a Frente Parlamentar de Apoio às APAEs do Estado de São Paulo e todas as vezes que pego o microfone, aquilo que sinto eu coloco. Ter um filho especial não é uma benção para todos. Os escolhidos são poucos. Ter um filho especial é estar mais perto de Deus porque terá para sempre ali a inocência. Mas falávamos da equoterapia, da influência do cavalo na vida dessas crianças. Inclusive, há questão de 30, 40 dias a Rede Globo de Televisão fez um especial falando da equoterapia, falando do cavalo: do casco de trás que tem de bater no rastro da frente para que isso produza energia que vai para o lombo do animal, dali para a coluna cervical da criança até o cérebro. E um pai dizia “Meu filho tem sete anos e não dobrava os joelhos.  Em 15 dias de equoterapia passou a dobrar os joelhos.” É um milagre da vida, mas que precisa do apoio de todos nós.

Depois da criação da Frente Parlamentar de Apoio às APAEs, a maioria dos deputados desta Casa, por meio de suas emendas e projetos de trabalho, tem enviado recursos às APAEs, que precisam mais. Que bom estarem discutindo as APAEs. Temos 80 mil crianças especiais no Estado de São Paulo que precisam de um trabalho especial e isto vem acontecendo através dos dignos deputados desta Casa.

Eu falava do recurso que o Deputado Olímpio Gomes mandou para a APAE de Franca. Que isso não pare nunca. 

            Aproveitando ainda a oportunidade, quero me solidarizar com os profissionais da TV Assembleia, que fazem um brilhante trabalho ao darem conhecimento à população do Estado de São Paulo do que fazem os parlamentares. Hoje esses profissionais vivem uma situação muito difícil, onde quem acaba sempre perdendo é o trabalhador. Mas não apenas como Deputado, porque eu estou deputado e sempre serei radialista, esta é a minha profissão, tenho muito orgulho de ser um profissional da comunicação, mas como profissional que sou da comunicação, venho aqui para dizer que estou com vocês e vou colocar a autoridade que me foi dada através deste mandato para trabalhar em favor desse pleito junto com vocês. Não tem sentido grandes profissionais sofrerem esse autoritarismo.

Ainda dentro da área de comunicação, que com muito orgulho exerço, quero parabenizar um grande jornalista: Geraldo Soller, do jornal “O Imparcial”, de Presidente Prudente, que completa 65 anos de jornalismo no Estado de São Paulo. É uma vida, é um grande profissional.

Amigo Geraldo Soller, você é um orgulho para todos nós da comunicação deste País, você é um orgulho para todos os jornalistas deste País.

Parabéns pelos 65 anos, Sr. Geraldo Soller, do jornal “O Imparcial”, de Presidente Prudente.

 

            O SR. PRESIDENTE - JOSÉ BRUNO - DEM - Tem a palavra o nobre Deputado Vanderlei Siraque. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Conte Lopes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado  Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários desta Casa, cidadãos que nos acompanham em todo o Estado de São Paulo  pela TV Assembleia, jovens que nos visitam nesta tarde, sejam bem-vindos à Assembleia Legislativa. Aproveitem para conhecer o funcionamento deste Poder.

            Inicio a minha fala complementando a manifestação do meu antecessor e amigo Deputado Ed Thomas, que falou da importância da APAE. Mas foi iniciativa do Deputado Ed Thomas a criação da Frente Parlamentar em defesa das APAEs nesta Casa. É a maior Frente Parlamentar que funciona na Casa. São 74 deputados participando e apoiando a APAE. Qualquer parlamentar, de qualquer linha político-ideológica, pode ajudar, porque não estará fazendo nada mais do que a sua obrigação.

Sr. Presidente, gostaria de agradecer a presença nesta Casa dos amigos da Sociedade Amigos do Centro de Preparação de Oficiais da Reserva, a Soami-CPOR/SP, na figura do Marcelo, seu presidente, Jorginho Aiub, companheiro nosso da zona norte de São Paulo, entidade que tem por objetivo fomentar, divulgar e revigorar a importância do Exército brasileiro, a importância dos centros de preparação dos oficiais da reserva, fazer uma interlocução e uma aproximação cada vez mais com a sociedade, mostrando exatamente que o nosso Exército é a mão amiga e o braço forte e protetor da sociedade.

Eles veem à Assembleia Legislativa para trazer um convite aos deputados e ao povo paulista para o 18º aniversário da Sociedade, que será em 24 de setembro de 2010, no Centro de Preparação de Oficiais da Reserva, CPOR de São Paulo. Fica, então, a divulgação para todo o Estado de São Paulo, a todos aqueles jovens que no passado serviram e continuam sonhando em servir as forças armadas brasileiras e que vão ser oficiais da reserva através de preparação rigorosa e cívica do CPOR.

Muito obrigado pela presença e pelo convite. Não tenham a menor dúvida de que vários parlamentares lá estarão prestigiando a cerimônia.

Venho trazer a esta Casa a informação. Deputado Pedro Tobias, que tanto ajuda e defende a Polícia Militar e a Polícia Civil, veja o pacote de maldades do governador Alberto Goldman, desta semana, em relação aos policiais militares. Aumentou, no refeitório da PM, o Chamado Centro de Subsistência, ou nos Ranchos Regionais, o custo em 250 por cento. É indefensável uma coisa dessas. A refeição para um soldado, que custava 1,20 real subiu para 3 reais; para o sargento, que custava 1,40 real, subiu para 4 reais, e a refeição para um oficial, que era 2 reais, subiu para 5 reais – 250 por cento. Há uma completa indignação de toda a família policial militar no Estado de São Paulo.

Qual a argumentação do governo? Se é um serviço terceirizado, teria a empresa ou as empresas fornecedoras de alimentos aumentado em 2505 o novo processo licitatório? Qual a argumentação? O soldado de polícia, que há 12anos tem um vale-coxinha de quatro reais e só os soldados e alguns cabos que não têm vantagens recebem, porque os sargentos já não recebem, assim como os oficiais. As crianças estão rindo. Mas a miséria é tão grande, do que se dá de vale-refeição para os policiais, que ficou conhecido no Estado de São Paulo como vale-coxinha. Naquela época dava para comprar uma coxinha e hoje não dá mais. É um absurdo! Não dá para compreender! Esse é o governo e o partido que está se comprometendo a melhorar a qualidade de vida dos policiais; 250 por cento!      

E mais. Ontem estive em Ribeirão Preto, na Associação de Veteranos da Polícia Militar. Meu abraço a quase 100 veteranos e pensionistas da Polícia Militar, presentes, que estavam reclamando exatamente de que o governo não está cumprindo a Lei nº 1117, votada nesta Casa para que os inativos, por invalidez, pudessem receber integralmente o ALE. O governo do estado já resolveu que lei votada nesta Casa e sancionada pelo governador não vale mais.

Voltarei a abordar isso que não consigo entender. Dizer que o policial tem regime especial de trabalho, eu sei disso. É a Lei nº 10.268, de 68. Agora, regime de escravidão pelo trabalho policial, é uma inovação dos governos tucanos.

 

O SR. PRESIDENTE - JOSÉ BRUNO - DEM - Tem a palavra o nobre Deputado Luis Carlos Gondim. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Milton Leite Filho. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Reinaldo Alguz. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vitor Sapienza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Celso Giglio. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Beth Sahão.

Esgotada a lista de oradores inscritos, vamos passar à lista suplementar.

Tem a palavra o nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vanderlei Siraque. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Tobias.

 

O SR. PEDRO TOBIAS - PSDB - Sr. Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados presentes nesta sessão, o plenário está meio vazio devido à campanha que todos nós estamos fazendo. Hoje vou aproveitar para ser um pouco positivista. Na vida muitas vezes só se reclama. Hoje vou ser um pouco bairrista, vou falar de minha região, da minha cidade, do nosso orgulho por tantas coisas que fazemos nessa cidade e região como um todo.

Nos últimos anos, em Bauru, conseguimos um hospital estadual com 400 leitos. Hoje está funcionando a todo o vapor. Foi construído e entregue para a comunidade na região. Continuamos na área de saúde. Foi entregue um AME – Ambulatório Médico de Especialidade, também em Bauru. Temos também o Centrinho, com um prédio novo de 40 milhões já em fase pré-inaugural. O Centrinho é referência não só para o Brasil,  como para a América Latina, atendendo não apenas pacientes da região e sim de todos so lugares. Tratamento de esgoto, saneamento, para mim é saúde. Nosso governo, nos últimos anos, só na minha região administrativa de Bauru, 22 cidades foram atendidas com esgoto tratado e dinheiro a fundo perdido. Cidades com até cinquenta mil habitantes. 

 

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- Assume a Presidência o Sr. Ed Thomas.

 

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Se comparar com discurso da área federal, de saneamento na minha região, eles falaram, colocaram no PAC, essa palavra famosa, Lençóis Paulistas. A Caixa Econômica Federal emprestou dinheiro - dois milhões -, para tratar do esgoto dessa cidade. Esse é o famoso PAC. Empresta dinheiro de Caixa Econômica, de Fundo do Trabalhador, para construção de casas. Isso não é fundo perdido. Queremos ajuda, de fundo perdido.

Também foi construído o aeroporto de Bauru. Se Deus quiser vai ser internacional. O maior aeroporto do interior. Foi concluída a duplicação da Bauru-Marília. Duplicação de verdade, não é essa BR, que nem terceira faixa constrói.

Fatec e Etec. Foi feita Fatec em Bauru e Lins. Etec, mais de 23 na região. Se Deus quiser, no próximo governo de Geraldo Alckmin, toda as cidades vão ter uma Escola Técnica, independente de quem é prefeito, de partido X ou Y. A maior obra urbana, hoje, no interior, é em Bauru. Já está em fase de acabamento, será entregue até setembro ou outubro e trata-se da continuação da Avenida Nações Unidas norte, Bauru-Marília, até o centro da cidade. Uma obra de 48 milhões de reais feita pelo estado dentro da cidade de Bauru.  Propaganda o Governo Federal faz. Para a população que está me assistindo, essas obras do estado são a fundo perdido. Mais escolas, vicinais, enfim, várias obras em todas as áreas. Se em São Paulo fizermos comparação de aplicações do governo estadual e federal, veremos que o Governo Estadual faz muito mais: 44% da arrecadação do governo federal sai de São Paulo e quase nada volta para cá. Falam que o governo federal está ajudando o metro de São Paulo, está ajudando o Rodoanel. É empréstimo. O BNDES também está emprestando para a Venezuela. Não está fazendo favor nenhum. Está emprestando para qualquer estado. É mais difícil liberar empréstimo para São Paulo.

Cada um de vocês pode verificar esses dados. Hoje fiz um discurso bairrista sobre a minha região, a região administrativa de Bauru. Vocês que estão me assistindo, de qualquer cidade, podem verificar a ajuda do governo estadual e o que o governo federal fez. Pense bem quem respeitou você, quem ajudou sua cidade. Governo do estado, Geraldo Alckmin, José Serra. Isso não é discurso. Fazer discurso é fácil. Quero ver resultado. No Estado de São Paulo, foram inaugurados 18 hospitais pelo governo do estado. O reitor da Faculdade Federal de Medicina de São Carlos quer mudar a faculdade porque não tem hospital. Tem meia dúzia de aulas e chamam aquilo de faculdade. Faculdade de Medicina não pode ser resultado apenas de vontade política, precisa ter um quadro formado, precisa ter professores capacitados e hospital para preparar os jovens médicos. Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - ED THOMAS - PSB - Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Vanessa Damo.  (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Barbosa.  (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Bruno, pelo tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. JOSÉ BRUNO  - DEM -  SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, nobres deputados, telespectadores da TV Assembleia, quero parabenizar o nobre deputado Ed Thomas pela formação da Frente Parlamentar em Defesa das Apaes porque hoje, dia 24 de agosto, é o Dia da Infância. Essa iniciativa é muito louvável porque segundo dados da Unicef - Fundo das Nações Unidas para a Infância, 62 milhões de brasileiros têm menos de 18 anos de idade. As crianças são especialmente vulneráveis às violações dos direitos, à pobreza e à iniquidade que existe no país. O índice de pobreza infantil é de 44% no Brasil, passando a 78% entre as crianças negras. Mais de 70% das crianças pobres nunca foram à escola durante a primeira infância. No Brasil, há hoje 800 mil crianças de 7 a 14 anos que nunca foram à escola. De cada 100 alunos que entram no ensino fundamental, apenas 59 terminam a oitava série; e destes, somente 40 concluem o ensino médio. A evasão escolar e a falta às aulas ocorrem por diferentes razões, incluindo violência e gravidez na adolescência.

É importante salientar que nós, parlamentares desta Casa, que tem uma frente parlamentar que luta em defesa das Apaes, devemos fazer emendas visando a melhoria do trabalho nas Apaes que tratam de crianças com deficiências. 

Não podemos deixar de destacar a importante conquista do Deputado Donisete Braga, que conseguiu com que esta Casa tenha a Comissão Permanente em Defesa da Criança e do Adolescente, que também é uma grande conquista para o Estado de São Paulo.

Também quero salientar a importância da CPI que presido, a CPI da Pedofilia, que tem levantando todas as deficiências do Estado de São Paulo quanto ao tratamento das crianças ou adolescentes abusados sexualmente. Nesta Casa, no dia da defesa da criança e do adolescente contra o abuso sexual e a violência, tivemos audiências públicas. Isso foi muito importante, não apenas para a Assembleia Legislativa, mas para o Estado de São Paulo.

Há um projeto que lei que apresentei nesta Casa que estabelece que o dia 24 de agosto, que é o Dia da Infância, seja também considerado como o Dia Estadual de Combate à Pedofilia no Estado de São Paulo, que é um dos tipos de violência que ataca a inocência das crianças que não podem se defender, um crime hediondo. Infelizmente, no Estado de São Paulo o nosso sistema de saúde ainda não está preparado para cuidar da vítima nem da família, isso em termos das multidisciplinas que envolvem os cuidados e o tratamento de uma criança. Aos grupos de apoio e trabalho psicológico no tratamento à vítima e à família, às entidades, às ONGs e associações que trabalham diretamente contra o abuso sexual e o tratamento de vítimas, todos aqueles que se envolvem com essa guerra, fica aqui a nossa lembrança, a nossa menção nesse Dia da Infância. Lembrando que todos nós um dia fomos crianças. Essa talvez seja a principal razão pela qual devemos lutar pela defesa do menor. Até porque se nós tivemos oportunidade de estudo, de ter uma profissão, uma colocação no mercado de trabalho, é porque um dia na nossa infância nós tivemos oportunidade. Quando as pessoas têm oportunidades apenas na fase adulta, elas não têm consciência, formação e educação. É dever do estado e nossa obrigação como poder público a defesa da criança e do adolescente.

Faço um apelo a esta Casa, ao Colégio de Líderes, ao nosso presidente Barros Munhoz que esse projeto, que está tramitando nas comissões, entre na pauta.

Parabenizo a vereadora Ana Paula Rossi, que conheci há dois anos e que conseguiu aprovar na cidade de Osasco a Semana de Combate à Pedofilia, que já aconteceu este ano.

É algo que temos de fomentar e incentivar, a exemplo das campanhas contra o fumo, contra a aids e esclarecimentos sobre doenças sexualmente transmissíveis. Esse assunto precisa ser discutido nas escolas.

Fica a minha manifestação sobre esse dia importante e sobre a importância que nós como parlamentares e esta casa de leis, temos que dar à defesa da criança e do adolescente. Deixo aqui meu registro e meu agradecimento.

Hoje tivemos nossa reunião da CPI da Pedofilia, como bem lembrou o nobre Deputado Ed Thomas e nela podemos votar o nosso requerimento para a prorrogação dos nossos trabalhos por mais sessenta dias, o que nos levaria até o mês de novembro. Já conto com a compreensão da Mesa e do esforço da liderança desta Assembleia para que possamos continuar nosso trabalho. Já parabenizo a todos que trabalham nesta Comissão Parlamentar de Inquérito, em especial à Deputada Beth Sahão, relatora desta Comissão que, certamente, trará um trabalho muito consistente; nosso trabalho será certamente de grande importância - ferramenta importante -, um compendio de informações, ideias e proposituras para o Estado de São Paulo que pode fazer diferença quanto ao tratamento das vítimas de pedofilia no nosso Estado. Que esta seja uma grande ideia, um avanço para que em outras cidades - como tem acontecido em municípios do nosso e de outros estados - possam também tomar as mesmas iniciativas e assim banir esse mal do seio da nossa sociedade. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ED THOMAS - PSB - Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Neder, pelo tempo regimental de cinco minutos.

 

   O SR. CARLOS NEDER - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente em exercício, nobre Deputado Ed Thomas, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, vimos observando uma reclamação crescente por parte dos municípios do Estado de São Paulo, de abandono perceptivo em relação à falta de solidariedade por parte do Governo Estadual.

  Os municípios têm a responsabilidade pela execução da atenção básica, mas têm feito isso sobretudo com a autorização de recursos crescentes do Fundo Municipal de Saúde. A bem da verdade, de 20 a 30 por cento do Tesouro Municipal têm sido comprometidos com o financiamento da Política Municipal de Saúde.

  Quando o município tem a necessidade de implantar um ambulatório de especialidades, ou até mesmo de um hospital de pequeno porte, essa defasagem fica mais evidente. É preciso que o Governo do Estado de São Paulo, com a colaboração do Ministério da Saúde, dedique-se a ter uma ação solidária junto aos municípios para que esses possam destinar parte dos recursos, hoje destinados à área da Saúde, em outras políticas públicas igualmente importantes para a melhoria dos indicadores de qualidade de vida e de saúde da população.

  Vejam por exemplo a situação que temos dos municípios de Santana do Parnaíba, Pirapora do Bom Jesus, e de municípios próximos à Cidade de São Paulo, como é o caso de Barueri: eles se ressentem de uma atuação mais incisiva e solidária do Governo Estadual na medida em que pesquisas têm mostrado que nessas cidades, e em cidades próximas, há uma preocupação por parte da população quanto à qualidade dos serviços, das ações e saúde a elas oferecidas.

  Precisamos fazer um diálogo franco na Assembleia Legislativa sobre o qual é o percentual do Orçamento Estadual que está sendo aplicado junto aos municípios, não em serviços próprios do Governo do Estado, mas em serviços que estão sob gestão municipal e que deveriam estar recebendo, a exemplo do que faz o Governo Federal, verbas públicas vinculadas ao tesouro estadual.

  Caminhando nessas cidades, tenho escutado reclamações quanto à qualidade da assistência prestada e à falta de profissionais, médicos e não médicos, desfalcando a equipe multiprofissional de Saúde. Vejam que estou me referindo a municípios geridos por diferentes partidos políticos.

No caso de Pirapora de Bom Jesus, temos lá o Partido dos Trabalhadores. Inclusive, aprovei uma emenda na Assembleia Legislativa para que parte do Orçamento Estadual fosse destinada - através de uma emenda parlamentar - para a construção na Cidade de Pirapora de Bom Jesus de uma unidade de saúde necessária, mas infelizmente, até hoje, o Governo do Estado não se dignou a liberar os recursos correspondentes a essa emenda parlamentar.

O Município de Pirapora de Bom Jesus conta com cinco unidades de saúde, que são insuficientes para o atendimento necessário à população local. Como, então, expandir o atendimento se sequer temos condições de garantir o custeio dessas unidades com a reposição de pessoal e a garantia dos insumos? Não aceitamos que haja um tratamento diferenciado por parte do Governo do PSDB, dos democratas, em relação aos governos administrados pelo Partido dos Trabalhadores - como acontece hoje em Pirapora de Bom Jesus.

Já na Cidade do Santana do Parnaíba, temos uma rede ambulatorial maior, com Unidades de Saúde, Programa de Saúde da Família, centro de atenção psicossocial e outras unidades de referência, e há também um hospital e maternidade Santa Ana, sendo que todos eles ressentem-se de um apoio decisivo para que possa haver, mais rapidamente, a reposição de pessoal; que os quadros sejam completados e que haja todos os insumos e equipamentos para um atendimento adequado à população.

Aqui não há nenhuma conotação de crítica aos profissionais ou àqueles que dirigem e fazem a gestão da Saúde, seja na Cidade de Pirapora de Bom Jesus, seja na Cidade de Santana do Parnaíba. Estamos, apenas e tão somente, querendo chamar atenção aos indicadores de saúde.

A avaliação feita pela população na área da Saúde continuará sendo negativa enquanto não tivermos uma atitude correta por parte do Governo do Estado em relação aos municípios, ajudando para que um percentual desse orçamento possa ser destinado a outras políticas públicas e tenhamos recursos no Fundo Estadual de Saúde e do Fundo Nacional de Saúde para que a Saúde melhore nesse e em outros municípios do nosso Estado. Muito obrigado, Sr. Presidente.    

 

  O SR. PRESIDENTE - ED THOMAS  - PSB - Tem a palavra o nobre Deputado Fausto Figueira, pelo tempo restante do Pequeno Expediente.

 

  O SR. FAUSTO FIGUEIRA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, trago duas questões de suma importância a esta Assembleia - terei pouco tempo para falar no Pequeno Expediente. 

  A primeira é que nas minhas andanças de campanha na periferia, na Vila dos Pescadores em Cubatão, constatei em Mangue Seco uma pobreza tão absoluta como raras vezes vi. E pasmem: existe uma ligação da Sabesp feita naquele local, mas lamentavelmente as pessoas daquele local ainda não têm água em suas casas.

  Quero fazer, publicamente, um apelo desta tribuna para que a Sabesp, com a máxima urgência, providenciasse algo que é absolutamente vital para aqueles moradores: que é a ligação da água da rede na casa daquelas pessoas. É impossível viver sem água; é impossível ter saúde sem água. Esse é o primeiro apelo.

  O segundo é em relação à greve dos médicos residentes no Estado de São Paulo e no Brasil. Tive ontem uma reunião com o comando de greve dos residentes do Estado de São Paulo, junto com o Presidente do Sindicato dos médicos, Cid Carvalhaes, quero manifestar publicamente meu apoio a essa medida e à disponibilidade da utilização do nosso mandato e da Presidência da Comissão de Saúde na interlocução com o Governo Federal e com o Governo Estadual no sentido da preservação da bolsa dos estudantes, da melhoria das condições de trabalho e do aumento do valor da bolsa.

 Os residentes estão pedindo 28% de aumento -, o reconhecimento de licença maternidade e paternidade, a questão do estágio - não existe estágio em hospitais públicos e residências reconhecidas, a rigor isso tem sido um desvio da função de treinamento de médicos nas suas especialidades. Estágio, do ponto de vista estrito da palavra, é um trabalho escravo. Temos que aumentar, e não limitar de alguma maneira a abertura do número de vagas da residência médica no Estado de São Paulo.

Tivemos uma CPI nesta Casa que versava da proliferação de escolas médicas, onde claramente o número de residências médicas no Estado de São Paulo nas faculdades de medicina é inferior ao número de médicos que são formados. É absolutamente necessário para o aprimoramento dos médicos, para que esses profissionais possam servir à população; que isto seja complementado com a residência médica.

Minha solidariedade aos residentes e a minha oferta de intermediação na condução de uma solução desse problema e que a Sabesp ligue, o quanto antes, a água na Vila dos Pescadores na área do Mangue Seco. Muito obrigado, Sr. Presidente. 

 

O SR. PRESIDENTE - ED THOMAS - PSB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, esgotado o tempo destinado ao Pequeno Expediente, vamos passar ao Grande Expediente.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - ED THOMAS - PSB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, tem a palavra o nobre Deputado Alex Manente. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes. Há, sobre a mesa, requerimento de permuta de tempo entre os nobres Deputados Olímpio Gomes e Deputado Carlinhos Almeida.

Tem a palavra o nobre Deputado Carlinhos Almeida, por permuta de tempo.

 

O SR. CARLINHOS ALMEIDA - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, nobre Deputado José Cândido, representante não só de Suzano, mas de todo o Alto Tietê, e telespectadores da TV Assembleia. Inicialmente gostaria de agradecer ao nobre Deputado Olímpio Gomes pela permuta de tempo para que eu pudesse falar de uma iniciativa que acabo de tomar, juntamente com os companheiros da Frente Parlamentar em Defesa do Vale do Paraíba, Litoral Norte e Serra da Mantiqueira. Trata-se de um pedido ao Presidente desta Casa, Deputado Barros Munhoz, para que nomeie um relator especial a fim de dar parecer ao nosso Projeto de Lei Complementar nº 64/2007, que cria a Região Metropolitana.

O PLC nº 64/2007 é de iniciativa coletiva, de vários deputados da Frente Parlamentar em defesa da nossa região. Além disso, esse projeto conta com o apoio de vários deputados desta Casa. Quero destacar os deputados Afonso Lobato, Luis Carlos Gondim, Mozart Russomanno e Said Mourad. O nosso pedido é que o projeto, que cria a Região Metropolitana do Vale do Paraíba, Serra da Mantiqueira e Litoral Norte, possa ser avaliado por um relator especial. Isto porque a Comissão de Constituição e Justiça não deu parecer em função de que o Governo do Estado, por meio da Secretaria do Planejamento, não fez o dever de casa de elaborar estudo nesse projeto para que pudesse ser analisado pelas comissões da Casa.

Na verdade, esse projeto é a reapresentação de uma matéria similar de 2003, o Projeto de lei Complementar n° 16, de 2003, e em 2001, com o Projeto de lei Complementar n° 12, de 2001. Esses dois projetos foram apresentados a esta Casa por mim, mas não foram analisados nas comissões, não por culpa dos deputados membros das comissões, mas por culpa dos governadores da época, que não cumpriram com a obrigação legal e constitucional de dar um parecer por meio da Secretaria de Planejamento.

Aguardamos pacientemente que o atual Governo cumprisse a palavra dada não apenas aos deputados, mas à nossa região, de que até o mês de julho teríamos esse parecer. Já estamos praticamente no final de agosto, até agora aguardamos pacientemente. Mas, lamentavelmente, o Sr. Secretário de Planejamento, o Sr. Secretário Chefe da Casa Civil, o Sr. Governador do Estado não honraram a palavra, não cumpriram sua obrigação.

Nosso projeto propõe a criação de uma Região Metropolitana naquilo que alguns chamam de Cone Leste Paulista, que engloba a chamada Região Administrativa de São José dos Campos, com quase 40 municípios, com o objetivo de garantir que a nossa região possa ter um planejamento integrado e os instrumentos para uma ação regional. Esses instrumentos são um conselho de desenvolvimento com poder deliberativo, um fundo com recursos para aplicar em projetos de desenvolvimento regional e uma agência de desenvolvimento regional. Ou seja, um órgão do Estado voltado única e exclusivamente para avaliar os processos que ocorrem na região, para propor e elaborar projetos que possam garantir o desenvolvimento econômico, social e um crescimento ordenado.

A verdade é que a nossa região, graças ao Governo do Presidente Lula, vem crescendo bastante. Há um processo de conurbação, ou seja, as cidades estão se juntando umas às outras. Isso é reconhecido, por exemplo, pela Anatel. Conseguimos acabar com a cobrança de interurbano entre São José dos Campos e Jacareí e São José dos Campos e Caçapava, entre outros pontos da região, tanto do Litoral Norte quanto do Vale Histórico. Esse crescimento deve se intensificar graças à implantação do Trem-Bala, ou Trem de Alta Velocidade, projeto do Presidente Lula, cujo edital, inclusive, já está na praça. A nossa região foi contemplada com duas estações no trecho paulista e uma no trecho carioca. O Vale do Paraíba engloba uma parte do Estado do Rio de Janeiro e uma parte do Estado de São Paulo. Essas estações - uma em São José dos Campos e a outra na região de Aparecida - serão indutoras de um crescimento e de um desenvolvimento para a região.

Além disso, temos a criação de oportunidades com a exploração do petróleo do pré-sal. Inclusive, hoje o Governo Lula constrói em Caraguatatuba uma unidade de tratamento de gás que será fundamental para o desenvolvimento do País para que possamos aproveitar o gás natural que temos e reduzir a nossa dependência da importação deste combustível.

 Todos esses investimentos que o Governo Lula está fazendo, aliado a um crescimento da economia, ao momento positivo que estamos vivendo, contribui para um crescimento da nossa região. Mas lamentavelmente esse crescimento ocorre sem qualquer tipo de planejamento. Um ou outro município tem seu Plano Diretor, sua Lei de Zoneamento, alguns têm um processo de consulta à população, mas não há nenhum processo de planejamento integrado entre os municípios.

Há situações até interessantes. São José dos Campos, por exemplo, tem um bairro chamado Pinheirinho. Aliás, são dois bairros com esse nome, um na zona sul e outro na zona oeste. Esse bairro da região oeste, na verdade, está no Município de Jacareí. No entanto, só há acesso por São José dos Campos. O bairro do Rio Comprido, por exemplo, tem uma pontezinha que separa um município do outro. A Estrada Velha Rio-São Paulo, que hoje se chama Rodovia Geraldo Scavone, totalmente abandonada pelo Governo do Estado, virou avenida entre os dois municípios. Há pessoas que têm toda sua vida em São José dos Campos e moram em Jacareí. Esse processo de crescimento da nossa região precisa ser reconhecido pelo Estado. Isso se dará por meio da Região Metropolitana. Sei da sensibilidade do Presidente desta Casa, Deputado Barros Munhoz, espero que S. Exa. aceite o nosso pedido, faça a nomeação de um relator especial, e que a nossa região possa saber que destino será dado a esse projeto.

 Não vamos aceitar mais o arquivamento como ocorreu nas duas oportunidades anteriores. Não estávamos dispostos a nenhum tipo de confronto com o Governo do Estado. Essa é uma matéria complexa, exige estudo técnico. Se tivermos a parceria do Governo do Estado com os municípios, evidentemente vamos avançar muito mais rapidamente. Agora, o Governo tem de ter o mínimo de respeito não só pela Frente Parlamentar, mas, sobretudo, pela população da nossa região. Como haviam assumido um compromisso conosco de que em julho dariam parecer ao projeto - estamos praticamente no mês de setembro e não o fizeram -, estamos, nesta data, protocolando um pedido de relator especial.

  Talvez o Palácio dos Bandeirantes tenha imaginado que por conta da correria da campanha eleitoral - o que é natural; todos estamos envolvidos - esqueceríamos o assunto, mergulharíamos de tal forma na disputa eleitoral que não lembraríamos do compromisso que o Governo assumiu com a região. Não vamos deixar de lado. Hoje, estamos entrando com o pedido de relator especial e vamos intensificar na nossa região a pressão ao Governo do Estado, porque não se faz isso com uma região. Trata-se do Governador do Estado, do Secretário-Chefe da Casa Civil, do Secretário de Planejamento. É o mínimo que eles devem, em respeito à população da nossa região.

  Obrigado.

 

O Sr. Presidente - Ed Thomas - PSB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, por permuta de tempo com o nobre Deputado Carlinhos Almeida, tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

  O SR. Olímpio Gomes - PDT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários desta Casa, cidadãos que nos acompanham pela TV Assembleia, no Pequeno Expediente falei acerca de alguns itens do pacote de maldades que o Governo do Estado não pára de aplicar sobre a família policial no Estado de São Paulo.

  Falei sobre o aumento de 250% no custo do vale-refeição para o policial que vai fazer a sua refeição quando está em serviço, no serviço de subsistência da Polícia Militar ou em qualquer dos ranchos regionais na Capital, Grande São Paulo ou interior.

            Para um soldado, o vale subiu de R$ 1,20 para R$ 3,00; para um sargento ou subtenente, de R$ 1,40 para R$ 4,00; para oficiais, de R$ 2,00 para R$ 5,00. Qual seria a explicação para isso? Será que até então as empresas fornecedoras de alimentação eram filantrópicas? Estavam fazendo um favor ao servir refeições para milhares de policiais? O que justifica um aumento de 250 por cento? Aliás, Sr. Presidente, solicito que a minha fala seja encaminhada para a Casa Civil, para o Secretário de Segurança Pública, para o Comandante-Geral da Polícia Militar e para cada um dos 94 Srs. Deputados desta Casa.

            Não é uma questão de oposição ou de situação: isso é uma vergonha! Temos os soldados, cabos, sargentos e oficiais piores pagos do País! Estamos sem correção salarial há mais de 12 anos! E aumenta-se sem a menor explicação em 250%, numa tacada só.

  Não entendo qual é o propósito de castigar a instituição e os policiais civis e militares, que são os mais presentes na defesa da sociedade. Tão presentes que morrem em função disso, como a Soldado Cláudia Regina, que fui enterrar no domingo, filha do Cabo Gonzalez, que tem 26 anos na corporação. Cláudia estava indo trabalhar e foi abordada por um marginal, foragido por não ter retornado da licença temporária do Dia dos Pais. Esse marginal acabou matando Cláudia Regina, uma menina de 25 anos de idade. Assim como a Cláudia, qualquer um dos 94 mil policiais morreriam na mesma situação para defender a sociedade de um facínora.

E qual é a paga? Aumento de 250% na refeição; aumento nas escalas. Tenho o encaminhamento que foi feito - logicamente, preservarei a identidade - de 700 policiais da Corregedoria da Polícia Militar. Ao assumir o novo comandante, foi-lhes dito que teriam uma gratificação. Eles estão fazendo escalas cumprindo 60 horas semanais! Acho que revogaram a Lei Áurea; voltou a ter escravidão no País. Só está faltando voltar ao açoite! Já, já está autorizado apanhar...

Achei até que era um exagero, mas está aqui uma cópia da escala da Corregedoria da Polícia Militar. O Governo está colocando para trabalhar 4 horas a mais, além do turno das 12 horas. São 16 horas, todos os dias! Não são escalas extraordinárias! Esse  é o pacote de maldades que o Governo coloca para os policiais do Estado de São Paulo.

Foi uma luta para a aprovação do Adicional de Local de Exercício (ALE), em pagamento integral, ao policial deficiente físico. Pois um “burrocrata” acabou buscando uma vírgula na lei para analisar se a incapacidade permanente do policial militar foi após dois anos e um dia, ou foi em decorrência de um acidente direto. Estão tirando o pagamento do ALE de um policial, por exemplo, que teve um câncer e ficou afastado dois anos e um dia. “Ah, porque está na alínea ‘d’ do Decreto-lei nº 260/70. Que glória. Estamos conseguindo fazer com que esse policial não receba...” Temos que bater palmas para o Governo! Parabéns, Sr. Alberto Goldman! Chegou ao limite do que poderia fazer com o ser humano!

Graças a Deus, a administração da Polícia Civil ainda não está tomando as medidas que o Governo determinou. Tomara que haja luz, sapiência, força e responsabilidade do Comandante-Geral da Polícia Militar para não ceder às pressões de governo.

Em Ribeirão Preto, entregue a mim pela Associação de Veterano, há várias publicações no Diário Oficial indeferindo o pagamento aos policiais que se tornaram incapacitados permanentemente após 2 anos e um dia. Sofreram os dois anos. Isso é uma vergonha! Não é possível que um Estado com 126 bilhões de reais de orçamento faça isso com o policial que ficou inválido permanentemente, em decorrência ou não de ato de serviço.

E não foi o que votamos aqui! Cometemos até injustiças. Por exemplo, o ex-policial Mizael dos Santos, acusado de matar a advogada Mércia Nakashima, foi reformado na Polícia Militar por invalidez. Como me doeu no coração saber que ele está recebendo na integralidade. Mas o canceroso, não; o chagático, não; o cardíaco, não.

O Capitão Mondadori tornou-se um símbolo da agressão ao policial. Ele foi covardemente agredido com um tiro na nuca por um policial que havia sido condenado. Como esse policial tinha licença de tratamento psiquiátrico, após puxar oito anos de cadeia no presídio militar, foi reformado por incapacidade. Esse policial não ficou dois anos e um dia e está recebendo o adicional; o policial que baleou covardemente o Capitão Mondadori na nuca e deixou-o tetraplégico, que fez dele um dos símbolos maiores para que a Assembleia Legislativa tivesse cinco minutos de vergonha e aprovasse o pagamento do adicional a todos. E agora este Governo maravilhoso do PSDB faz isso, deixando o cardíaco, o chagático, o canceroso, que sofreu dois anos e um dia, e foi para a incapacidade permanente fora.

  Isso é uma vergonha, é para o Estado e as pessoas conhecerem exatamente o ranço e o preconceito com os policiais que este Governo tem. Estamos vivendo um outro momento também, de policiais militares que ganharam a ação de uma gratificação chamada “nível universitário”, que não necessariamente era em função da condição de ser oficial ou não. E que depois, com a revisão da sentença, com recurso do Governo do Estado, policiais coitados estão sendo obrigados a devolver os valores percebidos, de 30, 40, 50 mil reais. É o Governo desconsiderando até a presunção de boa fé daquele que recebeu em decorrência de sentença - não foi liminar. É vergonhoso. Se tivéssemos um estado que tratasse com dignidade os seus, poderia haver a remissão no sentido de perdão do pagamento dos valores recebidos. Mas não, o Estado é vil, frio, e persegue muito mais os seus por ser um policial.

  Isso tudo é lamentável. Digo isso preocupado com a prestação de serviço para a população. Vejam bem hoje o que está estampado nos jornais - o saco de maldades não para -: “Pagamento do ‘bico oficial’ atrasa e PM se queixa.” Foi criada uma lei municipal, a Operação Delegada. O ex-Governador, candidato a voltar ao Governo do PSDB, tem dito que vai estimular e pagar a Operação Delegada. Mas nem ele pode! Mente tanto que não pode! Operação Delegada é quando o município está comprando os serviços públicos do Estado, no caso os policiais, para exercerem uma atividade de forma delegada. A atividade delegada é típica do município. Por exemplo, a fiscalização do uso do solo, o camelô. Vemos na zona Norte de São Paulo, em Santo Amaro, no centro, vários policiais militares correndo feito loucos atrás do camelô, atrás do vendedor de sorvete para exercer uma atividade. Aí não caracteriza o “bico”, não dá canseira noutro dia, não é motivo de punição nem nada. Mas não bastasse isso, uma ideia inteligente da Prefeitura de São Paulo, do Prefeito Gilberto Kassab e da Câmara Municipal: compraram do Estado uma mão-de-obra pronta, compromissada e bem preparada. São os policiais militares que, por serem os piores pagos do País, são obrigados a fazer esse bico. Ou faz na padaria, no posto de gasolina, na escolta de carga, ou faz o chamado “bico do Kassab”.

Inteligente a prefeitura. Mas para o Estado, uma vergonha. E vem agora Geraldo Alckmin dizendo “Vou estimular mais oito horas de delegada.” Estimular o quê? Tem é de pagar para o policial, e bem, para que ele possa ter horário para o repouso, para o estudo, para o lazer. Se tiver de pagar, quem tem de pagar é o Estado, criando o mecanismo de horas-extras. Não é operação delegada para o município pagar. E o pior, o município de São Paulo está repassando o dinheiro para o Governo de São Paulo, que está atrasando o pagamento do bico. É um bico ruim e ainda é pago com atraso. Os policiais estão há dois meses sem receber e a prefeitura diz “Nós pagamos em dia!” O Governador - a Secretaria da Fazenda e a Secretaria da Segurança - não está pagando o bico. O policial pode tirar até 970 reais e está sem receber, como se ele fizesse esse bico para comprar um carro novo importado, para esquiar em Aspen.

  Não é nada disso. O bico do policial é para saciar a fome de filho, é desespero. Não faça isso! A prefeitura paga em dia e o Estado, atrasando por burocracia burra, tanto que ninguém dá declaração, é a regra. É preciso que os policiais procurem o Deputado Olímpio Gomes, os jornais e pedir pelo amor de Deus. O Estado, além de pagar mal e não pagar, não repassa o dinheiro do bico. É “bico oficial” mesmo, não repassa. Dezesseis mil PMs já se inscreveram e já fizeram o bico da prefeitura. É inteligência do Prefeito Kassab de contratar para o bico um policial. Mas quando ele repassa o dinheiro - está aqui a nota oficial da prefeitura -, diz “Nós estamos pagando em dia.”

  Mas o grande Governo do PSDB, além de pagar os piores salários brasileiros, quando um policial faz um bico fora, pune com falta grave. Quando faz um bico por dentro, não deixa receber. O meu inconformismo é total. Eu digo isso para a população, para os policiais e os servidores públicos acordarem. Olhem bem como são tratados a população e aqueles que te protegem: vivendo na miséria, na fome, na desconsideração.

  Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. HAMILTON PEREIRA - PT - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças partidárias com assento nesta Casa, solicito a suspensão dos trabalhos até as 17 horas e 15 minutos.

 

O SR. PRESIDENTE - ED THOMAS - PSB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, tendo havido acordo entre as lideranças, a Presidência acolhe o solicitado pelo nobre Deputado Hamilton Pereira e suspende a sessão até as 17 horas e 15 minutos.

Está suspensa a sessão.

 

                       * * *

- Suspensa às 15 horas e 57 minutos, a sessão é reaberta às 17 horas e 15 minutos, sob a Presidência do Sr. Barros Munhoz.

 

                                              ***

 

  O SR. LUCIANO BATISTA - PSB - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, estive aqui, na semana passada, e fiz uma explanação sobre o meu modesto ponto de vista nessa questão da CPI tão comentada do Judiciário.

Naquela oportunidade, expliquei aqui que não era produtivo, que não era possível fazer um movimento pegando carona numa questão em que os funcionários têm toda razão em reivindicar o reajuste salarial que é justo, que é inquestionável o objetivo final da reivindicação dos funcionários do Poder Judiciário de São Paulo de ter o seu reajuste digno. Mas expliquei naquele momento que a CPI não era possível em razão das regras desta Casa, que estabelece que só podem funcionar cinco CPIs por vez e que havia uma fila de 19 CPIs aguardando para serem instaladas.

A partir dessa fala, recebemos vários e-mails agradecendo inclusive pelo entendimento, porque vários funcionários não sabiam que estavam sendo induzidos a acreditar que iria ser instalada uma CPI e que ela iria resolver todos os problemas do Judiciário.

Dentre dezenas de e-mails que recebemos, teve um que me chamou a atenção, o da senhora Marisa, que fala que assistiu a minha manifestação do dia 17 de agosto e agora novamente no site. No entanto, ela me critica porque eu não disse que estive numa reunião na Câmara Municipal de São Vicente.

Quero pedir desculpas a senhora Marisa porque, de fato, não citei aqui porque na hora não veio à minha mente, mas, de fato, estive. Eu disse, Marisa, que recebi funcionários dos Fóruns no meu gabinete, que recebi cópias das reivindicações e que as encaminhei a todos os Deputados estaduais do PSB, minha Bancada. Esqueci de dizer que estive numa audiência, convidado que fui. Fui lá, ouvi vários funcionários, inclusive do Fórum de São Vicente, e entendi tudo o que eles falaram. Mas, naquele momento, Marisa, você disse que eu não falei quantas CPIs havia. Não falei porque eu não sabia naquele momento quantas CPIs estavam na fila e quantas tinham funcionando.

Você não pode falar numa reunião ou na rua, por exemplo, se me perguntar quantos projetos têm na Ordem do Dia. Deve ter uns mil. Quais são esses projetos? Quais são os 10 primeiros ou os 10 últimos? Eu não sei. Teria que pegar a Ordem do Dia para dar uma olhada. A mesma coisa com a CPI, não sabemos no momento, na rua, quantas têm na fila. Qual a primeira da fila? Qual a última da fila? Então, vim aqui esclarecer e só o faço porque as pessoas, na minha modesta visão, estão sendo induzidas a erro. Vou repetir: o movimento pelo reajuste salarial é mais do que justo, agora não se pode aproveitar do movimento pelo reajuste, que é justo, para subir num caminhão em frente ao Fórum da João Mendes e posando de salvador da pátria - eu não vou fazer isso - assinar um documento que eu sei não vai dar em nada porque não há tempo legal para a instalação dessa CPI. Isso não farei porque não condiz com aquilo que penso da política. Aliás, naquela ocasião ouvi com atenção as palavras do Deputado Antonio Mentor - presente no plenário - que também se posicionou sobre o assunto. Até disse - V. Exa. não estava no plenário quando da minha manifestação - adorei o que o Deputado Antonio Mentor falou. Não poderia esperar outra posição de S. Exa. como líder: falar não aquilo que algumas pessoas querem ouvir, mas falar a verdade. E qual é a verdade? Que não é possível instalar essa CPI porque já existem cinco funcionando e tem 19 na fila. Vamos procurar uma outra saída. A reivindicação dos funcionários é justíssima, mas a maneira como está se tentando fazer a CPI não é correta, não é possível trabalhar enganando as pessoas e eu não vou fazer isso nunca na minha vida porque quero andar pelas ruas e ao encontrar as pessoas poder dizer olhando nos olhos ‘vamos encontrar outro caminho?’ Por um outro caminho, sim, contem com este Deputado, mas o caminho correto sem ter em mente as eleições como ela insinua: somos 45 mil funcionários, são 45 mil votos. Quando eu disse que não estou preocupado com isso, não é que eu esteja esbanjando votos, mas o que é mais importante: o voto ou a reivindicação dos funcionários? Lógico que o mais importante é a reivindicação dos funcionários, não a eleição. A eleição é um acessório nessa questão. O mais importante é a reivindicação dos funcionários. Isso, sim, é justo e não querer fazer algo impossível. 

 

            O SR. EDSON GIRIBONI - PV - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças, solicito o levantamento da presente sessão.

 

            O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - O pedido de V. Exa. é regimental, antes, porém, de levantar a sessão por acordo entre as lideranças, esta Presidência convoca V. Exas. para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia da sessão de hoje.

            Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 17 horas e 22 minutos.

 

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