6 DE SETEMBRO DE 2024
54ª SESSÃO SOLENE PARA ENTREGA DE COLAR DE HONRA AO MÉRITO LEGISLATIVO A RENATO BRAZ
Presidência: CARLOS GIANNAZI
RESUMO
1 - CARLOS GIANNAZI
Assume a Presidência e abre a sessão às 20h09min. Nomeia a Mesa e demais autoridades presentes. Informa que a Presidência efetiva convocara a presente sessão solene para "Entrega do Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo a Renato Braz", por solicitação deste deputado. Convida o público para ouvir, de pé, o "Hino Nacional Brasileiro". Tece considerações sobre a Música Popular Brasileira. Anuncia a exibição de vídeos com pronunciamentos em homenagem a Renato Braz.
2 - JEANNE PILLI
Tradutora, faz pronunciamento.
3 - ZÉ BRÉ
Músico, faz pronunciamento.
4 - PRESIDENTE CARLOS GIANNAZI
Anuncia a exibição de vídeo em homenagem a Renato Braz.
5 - CLÉO REGINA
Artista plástica, faz pronunciamento.
6 - PRESIDENTE CARLOS GIANNAZI
Anuncia a exibição de vídeo em homenagem a Renato Braz.
7 - LUCIENE CAVALCANTE
Deputada federal, faz pronunciamento.
8 - PRESIDENTE CARLOS GIANNAZI
Anuncia a exibição de vídeo em homenagem a Renato Braz.
9 - RUBENS CARSONI
Assessor especial parlamentar, faz pronunciamento.
10 - PRESIDENTE CARLOS GIANNAZI
Anuncia a exibição de vídeo em homenagem a Renato Braz.
11 - ORADOR
Faz pronunciamento.
12 - FERNANDO FIALHO
Faz pronunciamento.
13 - MÁRCIO VIDAL
Faz pronunciamento.
14 - CRISTINA SARAIVA
Faz pronunciamento.
15 - DÉBORA
Servidora da Fundação Casa, faz pronunciamento.
16 - LÚCIA MARIA TURNBULL
Cantora e compositora, faz pronunciamento.
17 - PRESIDENTE CARLOS GIANNAZI
Lamenta o falecimento do músico Sérgio Mendes.
18 - NATÁLIA
Faz pronunciamento.
19 - PRESIDENTE CARLOS GIANNAZI
Lê currículo e comenta a carreira musical do homenageado. Anuncia a entrega do Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo a Renato Braz.
20 - RENATO BRAZ
Músico homenageado, faz pronunciamento.
21 - PRESIDENTE CARLOS GIANNAZI
Anuncia apresentação musical de Simone Guimarães.
22 - SIMONE GUIMARÃES
Cantora e compositora, faz pronunciamento.
23 - PRESIDENTE CARLOS GIANNAZI
Anuncia apresentação musical de Karine Telles.
24 - RENATO BRAZ
Músico homenageado, faz pronunciamento e apresentação musical.
25 - PRESIDENTE CARLOS GIANNAZI
Valoriza a Educação, a Saúde, e a Assistência Social. Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão às 21h47min.
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- Assume a Presidência e abre a sessão
o Sr. Carlos Giannazi.
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O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Senhoras e
senhores, boa noite. Sejam todos bem-vindos à Assembleia Legislativa do Estado
de São Paulo. Esta sessão solene tem a finalidade de outorgar o Colar de Honra
ao Mérito Legislativo ao Sr. Renato Braz. (Palmas.) Renato Braz!
Comunicamos aos presentes que esta
sessão solene está sendo transmitida ao vivo pela TV Alesp e pelo canal Alesp
no YouTube.
Convido, para que componham a Mesa, as
seguintes personalidades, as pessoas que farão parte desta Mesa. Eu quero só
lembrar que vai ter uma Mesa aqui. Essa Mesa fará algumas intervenções e
depois, em seguida, nós vamos franquear a palavra a vocês. As pessoas poderão
depois falar também, fazer a sua homenagem ao Renato Braz.
Eu quero chamar primeiramente para
compor a Mesa o nosso convidado, Renato Braz, que vai compor a Mesa. (Palmas.)
Quero também chamar para compor a Mesa
a deputada federal, Luciene Cavalcante, professora Luciene Cavalcante.
(Palmas.) Chamo também para compor a Mesa o músico Zé Bré, percussionista.
(Palmas.) Chamo ainda para compor a Mesa a Cléo Regina, artista plástica. Cléo.
(Palmas.) E chamo também, para compor a Mesa, a Jeanne Pilli. (Palmas.) Jeanne
Pilli.
Iniciamos, montamos a Mesa, então vamos
lá, minha gente. Iniciamos nossos trabalhos nos termos regimentais. Senhoras,
senhores e senhoras, esta sessão solene foi convocada pelo presidente desta
Casa de Leis, deputado André do Prado, atendendo a minha solicitação, com a
finalidade de outorgar o Colar de Honra ao Mérito Legislativo ao Sr. Renato
Braz.
Agora, convido a todos e todas as
presentes para, em posição de respeito, ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro.
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- É reproduzido o Hino Nacional
Brasileiro.
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* *
Muito bem, agora, dando prosseguimento
à nossa sessão solene em homenagem ao cantor, intérprete e músico Renato Braz.
Nós vamos aqui às intervenções da Mesa. Não sei quem que vai começar, quem vai
falar aqui, mas eu vou até livrar vocês e ver quem falar aqui...
Eu quero colocar, vamos subverter um
pouco a ordem aqui das coisas. Tem um vídeo do Cláudio Leal... Só que antes de
o Cláudio Leal falar, que é um amigo nosso, um grande crítico musical - o
Cláudio Leal não está presente porque ele está, agora, exatamente na França.
Ele não pôde comparecer, mas mandou um vídeo aqui.
Mas eu queria, Renato, quebrando o
protocolo, gosto de quebrar protocolos. Você também, eu sei. Ele adora quebrar
protocolos, você também, eu sei. Ele adora quebrar protocolos, então eu vou
quebrar o protocolo aqui do roteiro que eu recebi. O Cláudio é baiano, conhece
profundamente o tropicalismo e toda a música popular brasileira, todos os
movimentos da música brasileira.
E teve um dia desse, no começo do ano,
teve uma exposição da Maria Bethânia no Itaú Cultural. Eu fui com o Cláudio e
com um professor da Universidade Federal da Bahia, o professor Marlon. Nós
fomos até lá, participamos, acompanhamos a inauguração daquela exposição de
fotos sobre Santo Amaro da Purificação, sobre Maria Bethânia.
Na saída, tinha uma foto enorme da
Maria Bethânia do lado de fora da Paulista, e eles estavam muito emocionados de
ver ali uma grande cantora baiana na Avenida Paulista, a representação daquilo.
Eles ficaram emocionados.
Aquilo me tocou bastante e, chegando em
casa à noite, eu fiz uma música em homenagem a eles e à música baiana, que
tanto me influenciou e sei que influenciou bastante também, sem dúvida nenhuma,
o Renato Braz. Eu fiz a música, mostrei para o Renato e ele gravou a música.
Então, antes de colocar o vídeo do
Cláudio Leal, porque a música é homenagem a ele também, então quero aproveitar
e pegar uma carona aqui na sua homenagem, homenagear o Cláudio Leal, que está
agora na França, e também o professor Marlon, que está lá pertinho de Santo
Amaro da Purificação.
Ele dá aula em uma universidade federal
ao lado de Santo Amaro, e o mestrado dele foi sobre Maria Bethânia, ele é
especialista em Maria Bethânia, o Marlon. Então é para os dois, essa música.
Vou colocar, a gente coloca um trecho,
tudo bem? Você gravou, inclusive. E depois a gente coloca o vídeo da
intervenção do nosso querido Cláudio Leal, diretamente de Paris. Então, vamos
colocar primeiro a música, que se chama “Bahia”.
Vamos lá?
*
* *
- É reproduzida a música.
*
* *
Aí, “Bahia”, na voz do Renato Braz. Já
posso me aposentar agora em paz. Tenho uma música gravada pelo Renato Braz,
posso ir embora tranquilamente. Vamos agora, então, assistir aqui um vídeo do
nosso querido jornalista, do nosso professor, nosso mestre, Cláudio Leal,
diretamente de Paris.
*
* *
- É exibido o vídeo.
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* *
Muito bem, Cláudio Leal. Então,
vamos lá, eu quero registrar aqui a presença de uma grande música, uma grande
guitarrista, minha gente. A primeira guitarrista da música popular brasileira,
Lucia Turnbull. Está aqui presente.
Lucinha Turnbull tocava com a Rita Lee,
na banda Tutti Frutti, tocou no Refavela com o Gilberto Gil, viajou com o
Gil no Refavela pelo Brasil inteiro. Muito obrigado pela sua
presença. Quero registrar também a presença aqui do vereador Celso
Giannazi, que está presente aqui também. Ele é membro da Comissão de
Educação e Cultura da Câmara Municipal de São Paulo.
E vamos, então, aqui ouvir a primeira
intervenção. Quero chamar a Jeanne Pilli. Jeanne, você faz a primeira? Então,
você que conhece bastante o nosso querido Renato Braz, então, você vai
fazer a estreia aqui presencial. Foi o Renato Braz que te colocou.
A
SRA. JEANNE PILLI - O Renato quebra tanto o
protocolo que eu nem sabia que eu ia estar aqui agora falando com vocês. E
eu acho que estou na qualidade de amiga e de uma pessoa que tem... O
coração está acelerado aqui. Uma pessoa que tem uma adoração pelo Renato.
O que acontece é isso que está
acontecendo aqui. A gente vem para homenagear o Renato. No fim, a gente sai
homenageado. Ele está feliz quando tem os amigos por perto. Ele gosta de
colocar as pessoas no lugar mais elevado que ele pode. É isso que faz o Renato
ficar feliz.
E ele me colocou aqui no meu cargo de
tradutora, na plaquinha que vai chegar daqui a pouco. Mas é o Renato que
traduz o que a gente sente. E acho que é por isso que todo mundo... Que a gente
se emociona quando ouve uma voz que nunca deixa de surpreender pela
beleza, pela suavidade, pela sutileza, pelo amor que ele consegue colocar na
voz.
Para mim, assim, eu não consigo achar
normal ouvir o Renato: “Aí que bom o Renato cantando”, não. É sempre uma
coisa de maravilhamento, que nem ver o Pão de Açúcar. A gente nunca acha
normal ouvir o Pão de Açúcar em um dia de sol. É uma coisa assim.
Eu não sei mais o que dizer. Eu
acho que estou representando as pessoas que gostam do Renato. É assim que
eu estou me sentindo. Então, estou falando do meu coração mesmo. Eu não
tinha ideia de que eu ia participar desse jeito, embora eu devesse ter
adivinhado.
Ele insistiu muito para eu vir
hoje. Então, quando ele faz isso, é porque alguma coisa vai
acontecer. Ele está aprontando. Eu só queria dizer isso. Eu acho que
o Renato tem essa qualidade de elevar as pessoas que estão do lado
dele. Assim, de se fazer presente de qualquer jeito.
Acho que a história mais forte que eu
tenho com o Renato é que, no dia em que meu pai faleceu, quando eu liguei
para dizer para ele que meu pai tinha falecido, ele falou: “Ah, estou indo para
aí”. Eu pensei, mas não tem nada para fazer aqui. Enfim, tinha muita
coisa para fazer.
Então, ele vem ao nosso encontro sem
saber exatamente o porquê e o que vai acontecer naquele encontro. Mas
é essa qualidade que ele tem como uma pessoa mais querida da minha vida.
É isso, gente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Obrigado, Jeanne. Antes
de passar a palavra agora para o Zé Bré, um grande músico, que vai falar,
que tem muita proximidade também com o Renato. Eu quero anunciar aqui
também a honrosa presença da grande compositora Simone Guimarães, que está
aqui presente.
E também a presença de um grande músico,
o Alexandre Rodrigues. Cadê o Alexandre? Cadê o
Alexandre? Estava aqui. Alexandre. Ali, está aqui. Grande
Alexandre. Trouxe a flautinha para a gente fazer um barulho? Não, a
flautinha, no bom sentido.
Não tem sopro para ele hoje
aqui? Alguém tem alguma flauta, algum instrumento de sopro aí?
Então, agora vamos ouvir o Zé
Bré.
Zé Bré, com você.
O
SR. ZÉ BRÉ - Obrigado, gente. Boa noite,
primeiramente. O Braz, falar o que do Braz? Além disso tudo que nós
ouvimos aqui, uma das características dele é jogar a gente na
fogueira. Nunca vi uma coisa tão fácil para ele. Às vezes, ele para o show
e faz eu contar uma piada.
Mas é um irmão que eu... Vou
chorar... Que eu encontrei aqui em São Paulo. Me acolheu. E estamos
juntos até hoje. Viramos compadre. Batizou o meu filho.
É isso.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Obrigado, Zé
Bré. Vamos colocar mais uma intervenção aqui. Por vídeo. Dori Caymmi
mandou também um vídeo aqui. Uma saudação, Dori Caymmi. Vocês sabem que o
Renato tem uma proximidade muito grande com a família Caymmi.
Então, tem aqui um vídeo do Dori Caymmi.
Está no Rio de Janeiro, por isso que ele não está presente hoje aqui, não pôde
vir.
Vamos colocar então agora o vídeo.
* * *
- É exibido o vídeo.
* * *
Dori Caymmi, deixando aqui a sua
mensagem. Voltando aqui para a mesa agora, Cléo Regina. Cléo, por favor.
A
SRA. CLÉO REGINA - Bom, diante das
palavras do Cláudio, Jeanne e Bré, eu acho que
eu posso falar em nome de quem está aqui e dos outros que não puderam vir,
dando os parabéns para você, mais que merecido.
Eu acho que esse colar vai também
enlaçado com os nossos afetos, o meu agradecimento e o de todo mundo pelo que
você faz pela música.
Eu acho que esse dom, de uma voz tão
linda, ele não é à toa, né? Acho que foi escolhido para uma pessoa especial
como você, e você trabalha para que isso seja legal.
Não é só um dom, você tem trabalho
de...às vezes eu brinco com ele, mas você vai ensaiar, para quê? Ele fala, não,
tem que ensaiar. Então, o maior respeito que você tem pelo seu trabalho, o
respeito pelos seus colegas, os compositores, os músicos.
Eu acho que você realmente é uma pessoa
que dá espaço para outras pessoas e gosta de juntar as pessoas. É, a gente fica
às vezes meio numa fria, mas tudo bem.
Eu fui pega de surpresa, mas é uma
surpresa gostosa que a gente supera aqui os batimentos. Eu só me sinto
agradecida de fazer parte desse grupo de pessoas que te estimam e que, de
alguma maneira, fazem parte da minha história, né? Eu penso assim né, sempre
que se conhece alguém, a pessoa, muitas vezes, traz um bando, um leva o outro e
você acaba fazendo parte de uma história e de coisas tão bonitas.
Eu acho que você tem uma qualidade
incrível de, desculpe o Chico, mas de tirar o pé da gente do chão, porque eu
acho isso incrível. Você pode estar numa perturbação, daí você vai no show,
você sai diferente.
Então, graças ao que você traz para
nós, à sua escolha de repertório...acho que é tudo sempre muito redondo.
E é isso.
Então, parabéns. Esse Colar está cheio
de afeto de todos nós.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Obrigado,
Cléo. Mais uma participação aqui online. Agora nós vamos ouvir um vídeo, aqui,
da Nana Caymmi, grande cantora brasileira. Nana Caymmi tem um áudio, não é
vídeo. Vamos lá, Nana Caymmi.
* * *
- É reproduzido o áudio.
* * *
Nana Caymmi. Voltando aqui para a
intervenção presencial, chamar aqui a professora e deputada federal, Luciene
Cavalcante.
Pode falar da tribuna também. É,
parlamentar fala da tribuna, né?
A
SRA. LUCIENE CAVALCANTE - Gente, boa noite. Que
noite, né? Que semana, que período que a gente está vivendo. Então, boa noite.
Estou muito feliz de estar aqui, que
hoje a gente está aqui, São Paulo, Estado de São Paulo, através do mandato do
professor e deputado estadual Carlos Giannazi...faz essa homenagem tão merecida
a esse artista brasileiro, a esse músico que é o Renato Braz.
Eu quero uma São Paulo de Renato Braz,
eu quero um Brasil de Renato Braz. É nesse mundo que a gente luta e sonha para
viver. Então, muito obrigada pela sua vida, pela sua militância.
E quando o mandato do professor Carlos
Giannazi faz essa opção de outorgar uma medalha, que é a maior honraria do
estado mais rico da nossa Nação, ao Renato, é um reconhecimento, primeiramente,
à trajetória da vida que ele tem. Pela pessoa amorosa que ele é, pelo pai
dedicado, pelas pessoas que ele vai com... todo mundo que conhece um pouco da
intimidade dele, sabe a pessoa que ele é.
Mas também é uma reafirmação desse
projeto de sociedade que a gente quer. A cultura, a música, a arte, ela é uma
essência, uma parte fundamental das nossas vidas. É aquilo que nos identifica
como povo, como gente, porque ele guarda a nossa memória.
Ele guarda o nosso presente, ele nos
prepara para um outro futuro. Trabalha com a nossa imaginação, nos ajuda, nos
dá repertório para gente poder viver em plenitude, viver naquilo que a gente
acredita, que a gente nasce para ser feliz.
E é através da arte, somente da arte,
que a gente pode se ultrapassar. E o Renato significa tudo isso. Com a sua voz,
com a sua música, com o seu repertório.
Ele canta Tim Maia e a gente
enlouquece. Aí ele canta Milton, a gente fala, meu Deus. E ele vai cantando e
nos encantando, nos ensinando a viver, e a resistir, e a ser de outros modos.
Então essa noite é muito importante, porque
hoje a gente está aqui reafirmando que é esse estado que a gente quer, é esse
país que a gente quer, é isso que a gente quer para todo mundo.
A gente quer uma cultura popular, para
que todo mundo tenha acesso a isso, a isso que você representa, a isso que você
faz no seu cotidiano. Então, quero só agradecer à sua vida, à sua existência.
E reafirmar que é fundamental que a
gente possa ter Renato Braz para todo mundo, tocando em todos os lugares. Porque,
certamente, isso nos ajuda a seguir, a compreender melhor o momento que a gente
atravessa e nos dá força para seguir adiante.
Então, viva Renato Braz, viva a sua
vida. E obrigada, Carlos, por ter nos propiciado isso, esse gesto tão
significativo que é reafirmar que essas são as pessoas que precisam ser
homenageadas no nosso país, na nossa cultura.
Então, viva Renato Braz. (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE - O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Renato
para todos, né, minha gente. Ele é a nossa plataforma política. Renato Braz.
Olha, eu quero ainda... Vamos colocar
mais uma intervenção aqui, mais um áudio, na verdade, do grande compositor José
Carlos Capinan, que mandou um áudio também.
*
* *
- É reproduzido o áudio.
*
* *
Capinan, autor de “Soy Loco Por Ti
America”, “Viramundo”, “Ponteio” e de tantas músicas importantes da música
popular brasileira.
Renato, você vai ser o último falar;
você vai ficar só ouvindo aqui. A gente vai finalizar com a sua intervenção.
Então, pode ficar... Eu sei que ele deve estar ansioso aqui, mas você não vai
falar agora, não.
Eu quero chamar, ainda... Nós temos
ainda mais uma intervenção online. Mas, como a Mesa já se pronunciou, eu quero
franquear a palavra a vocês agora, para que vocês possam fazer intervenções.
Mas eu quero chamar o Rubens Carsoni.
Carsoni, faça aqui uma intervenção.
Rubens Carsoni, aqui na tribuna. (Palmas.)
O
SR. RUBENS CARSONI - Boa noite a todas as
pessoas presentes. Bom, é o seguinte: primeiro, a presença do Renato aqui nesta
Casa - esta aqui é uma Casa de guerra, porque é uma Casa de muita disputa e tal
- é um bálsamo.
Falar do Renato é uma coisa muito boa,
porque o Renato, no seu trabalho, na sua obra, trata o Brasil com muito
capricho, com muito zelo; as escolhas do repertório do Renato mostram a alma do
Renato.
Ele grava Paulo Vanzolini, Gilberto
Gil, Caetano, Milton; ele canta Roberto Carlos maravilhosamente bem. Vai lançar
um disco agora cantando Tim Maia, que é lindíssimo.
Gravou agora um clássico do Cassiano,
“A Lua e Eu”, com a Nana, emocionante. Além de ser uma pessoa muito bacana,
muito generosa. E o Renato tem uma coisa legal: é bom encontrar o Renato, faz
bem encontrar o Renato.
Quando nós estávamos na Câmara
Municipal, quando o deputado Giannazi era vereador, a gente sempre se preocupou
em colocar esse lugar um tanto quanto careta, que é a Câmara, que é a
Assembleia Legislativa, para homenagear alguns artistas do Brasil e trazer à
luz a grandeza da cultura brasileira.
Então, a gente aproveitou para falar do
Glauber Rocha, do Raul Seixas, do Jorge Mautner, do Waly Salomão, do Torquato
Neto, dos Mutantes. A gente deu título de cidadã paulistana para a Gal Costa;
foi o maior orgulho para nós. A gente deu um título de cidadão paulistano para
o Gilberto Gil, outro orgulho. Demos um para o Ney, ele não recebeu ainda;
ingrato.
Enfim, mas o Cláudio falou tão bonito,
a Luciene falou tão bonito, o Capinan falou tão bonito. É difícil falar outra
coisa diferente, mas é que o Renato se insere numa tradição de grandes cantores
e intérpretes.
A música brasileira, lá no começo do
século XX, basicamente era de cantores e cantoras: Francisco Alves, Silvio
Caldas, Orlando Silva, Vicente Celestino e outros, maravilhosos. Orlando Silva,
supermoderno. Depois veio João Gilberto e fez uma revolução.
Mas eu vou falar do João Gilberto para
falar de você. O João Gilberto provocou uma revolução no Brasil. Mas a obra do
João Gilberto é de um amor profundo pelo Brasil, pelo que o Brasil tem o
melhor.
Amando o Brasil, ele trata o Brasil com
muito capricho, com muito zelo. Isso, você faz muito bem, maravilhosamente bem
na escolha do seu repertório, nas suas versões maravilhosas.
Você é um grande intérprete. Você não é
só um cantor. Quando você canta uma música de um outro autor, mesmo que ela já
tenha sido gravada, é a sua cara e a sua alma que está ali, entendeu!
Então é isso. É muito bonito falar de
você. Como dizia o Nelson Cavaquinho, naquela música “Quando eu me chamar
saudade”: “Me dê as flores em vida”. A gente está tentando fazer isso com você
agora.
Obrigado por você, pelo seu trabalho,
pela sua figura, pela sua alma.
É isso, boa noite. (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Agora a
última intervenção, por vídeo. Vamos colocar aqui um grande médico do Brasil,
que também é amigo muito próximo do Renato, que é o Massuda, doutor Massuda.
*
* *
- É exibido vídeo.
*
* *
Doutor Massuda fazendo a sua homenagem.
E agora, antes da entrega, do momento final, nós queremos ouvir vocês. Muitas
pessoas querem falar também. O Benja fez a iniciação. Quem gostaria de fazer
uso da tribuna, para fazer a sua homenagem? Vamos lá. (Voz fora do microfone.)
Tem que falar no microfone, porque tem
milhares de pessoas acompanhando pela TV Alesp. Por favor, aqui a tribuna é de
vocês. A Casa é do povo, a Casa é de vocês. Nós somos deputados, nós somos
inquilinos da Casa. Vocês são donos da Casa.
O
SR. - Boa noite, gente. Eu só quero
agradecer ao Renato. Ele embalou, lá no Café Paris, o meu namoro com a minha
esposa, já tem 32 anos.
Só gratidão, Renato, só gratidão.
(Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Quem mais?
Palavra aberta aqui. Quem vai fazer uso da tribuna? Eu vi a Simone Guimarães,
grande compositora. Quem mais?
O
SR. FERNANDO FIALHO - Boa noite a todas e
todos. Meu nome é Fernando Fialho. Eu trabalhei durante muitos anos no Sesc São
Paulo. E tive a oportunidade de convidar o Renato a fazer um show no Sesc.
O primeiro, diz ele, que é minha culpa,
o primeiro show. Mas o segredinho desse show é que eu estava na casa de um
amigo. E esse amigo colocou o CD para tocar, o primeiro CD que o Renato gravou.
E eu fui arrebatado por cada uma das
faixas, cada uma das partes daquele CD. Eu tive que perguntar: “Quem é esse
cara?” Ele me mostrou o encarte. No encarte tinha o contato.
Naquela época, eu trabalhava no Sesc
Ipiranga, e chamei o Renato para fazer esse show. Claro que tinha muito mais
gente fora do teatro do que dentro do teatro, porque as pessoas já conheciam,
sabiam quem era. E, como vocês entendem, essa homenagem é muito justa por causa
disso. Então ele fez o primeiro show conosco, no Sesc Ipiranga.
Uma segunda historinha. A gente tem um
amigo em comum, com quem ele trabalhou em um bar, chamado Vou Vivendo. Era seu
Calixto, que era o mestre. Seu Calixto recentemente, um ano atrás ou dois, fez
80 anos. E o Renato praticamente foi fazer uma serenata para acordá-lo no dia
do aniversário dele.
Então é uma pessoa que, com um carinho
muito grande, se dispôs a ir até lá e fazer essa alegria desse octogenário.
Então, parabéns, Renato.
É um grande prazer estar com você esse
tempo todo. (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Obrigado.
Quem mais? Para falar da tribuna. Vem aqui, Marcio! O Marcio Vidal, por favor.
Poeta, escritor, professor, ativista cultural. Vamos lá na tribuna.
O
SR. MARCIO VIDAL - Boa noite. Eu queria expressar de
alguma forma tudo o que eu sinto quando eu escuto o Renato cantar. Já
obviamente ouvia há muito tempo, mas eu nunca tinha ouvido presencialmente.
Em 2019, numa das atividades do deputado
Carlos Giannazi e do vereador Celso Giannazi, a professora Luciene Cavalcante
falou assim: “Olha, está vendo aquele ali?”. Eu falei: “Estou”. Ela falou
assim: “Ele que é o Renato Braz”. Aí eu falei: “Nossa, estou vendo um monstro”,
né? Isso foi em 2019. Eu nunca o tinha visto presencialmente.
Sempre fez parte, como faz até hoje. Eu
escuto todos os dias. Recomendo para quem está com fone de ouvido. A gente fica
ouvindo sempre, né? E aí você para... você está fazendo as coisas com fone de
ouvido, e aí você fala: “Nossa, que coisa linda que está tocando aqui agora”.
Aí você para. É sempre uma volta, assim, para a realidade quando eu escuto o
Renato cantando.
Eu queria colocar isso aqui e
agradecer. Obrigado por trazer esse sentimento para o dia a dia, que é tão
corrido, que é tão que é tão rude para nós. Aí você vem e é como se
chacoalhasse: “Para!”. E a gente para e fala: “Nossa, eu preciso ouvir isso”.
Eu queria te agradecer de todo o meu coração.
Obrigado. (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Obrigado,
Marcio Vidal. Tem mais palavra aberta, tribuna aberta. Bom, mais uma pessoa?
Vamos lá, gente. Vamos homenagear aqui o Renato Braz. Cristina
Saraiva. (Palmas.)
A
SRA. CRISTINA SARAIVA - Pega um pouco de
surpresa aqui, não é? Não esperava falar, mas eu não podia deixar de falar,
porque é uma noite muito especial, eu acho que especial para a música
brasileira.
É muito legal ver tantos artistas aqui
presentes, é uma justíssima homenagem. A gente costuma ver homenagens não tão
justas, então é uma grande alegria ver uma homenagem tão importante, tão justa
como essa hoje aqui nesta Casa.
Falar do Renato é difícil, né? A gente
se emociona assim, porque, além da pessoa incrível que o Renato é, muito, muito
especial, o Renato é capaz de coisas que que ninguém mais é capaz de fazer,
coisas que só o Renato faz, que nos surpreendem.
Como agora: ele acabou de me falar que
já comprou a passagem para assistir a um show que eu vou fazer com a Simone
Guimarães lá do outro lado de São Paulo, em Ribeirão Preto, Santa Rosa do
Viterbo, e ele já comprou para assistir a gente. Isso não tem preço. Vai de
ônibus só para ver o show e voltar. Esse é o Renato.
Mas eu quero falar de um outro ponto de
vista, eu queria falar agora do Renato como compositora. Alegria maior do que
eu escutar uma música nossa cantada pelo Renato é difícil. Eu diria que você
justifica a existência do compositor. (Palmas.) Eu acho que, se não fosse você,
eu já teria parado, eu já teria parado, porque é muito difícil fazer a música
que a gente faz.
No entanto, quando a gente pensa em
desistir, vem o Renato e grava uma música da gente, e aí a gente não é mais
capaz de desistir, a gente entende que tem uma função a cumprir. E a gente só
consegue cumprir com a ajuda de alguém como o Renato. Então, Renato, obrigada,
obrigada realmente.
Queria contar aqui para o japonês que
ele não entende nada, não conhece o Renato, porque o Renato não é só cantor,
ele é um excelente compositor e eu tenho a honra de ser parceira do Renato.
Quem não conhece as composições do Renato... Porque ele é tímido, sabe, gente?
Ele fica achando que que tem esses
compositores melhores do que ele, que não é essa praia dele, mas ele compõe
lindamente, porque tudo que ele faz é com alma, né? E a música composta com a
alma e com o bom gosto musical que o Renato tem, só pode ser uma obra-prima que
é a vida artística do Renato.
Então queria dizer também aqui que eu
estou falando um pouco em nome da minha parceira, Simone Guimarães, que é muito
envergonhada para falar, mas que pensa como eu. A gente divide esse sentimento,
esse amor e esse respeito profundo. Então obrigada, Renato. Sem você, eu, como
compositora, talvez não existisse mais.
Obrigada. (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Obrigado. Quem
mais tinha levantado da mão? Débora, nossa colega. A Débora é servidora da
Fundação Casa, a encontro nas greves, nas manifestações, na defesa dos direitos
e da dignidade dos servidores e servidoras.
Uma educadora importante, grande
trabalhadora da Fundação Casa e também está em todos os shows. Encontro ela nas
manifestações e nos shows do Renato.
A
SRA. DÉBORA - Isso, exatamente. Bom, boa noite
a todo mundo. Se me conhece, sabe que isto aqui eu odeio, gente. Daqui a pouco
eu começo a ter uma tremedeira aqui, porque eu nunca faço isso. Mas eu não
podia deixar de fazer, porque a gente conhece o Renato acho que há 35 anos.
Ele deve lembrar que ele tocava no Café
Paris muitos anos atrás, e a gente ia ao Café Paris para ver quando ele começou
nos barzinhos da vida, e a gente esperava ele sair e voltar.
Então a gente ficava até as três da
manhã para ver o retorno do Renato Braz. Ele já era parceiro do Bré e, assim,
muito legal, gente. Não sei se era seu apelido, mas a gente chamava você de
mágico. Porque era o que a gente via você fazer naquele palquinho do Café
Paris, com aquele monte de mágicas que você fazia. Não é?
Eu fiquei na dúvida agora. Falei, será
que era o apelido dele? Era mágico o seu apelido, ou foi a gente que deu esse
apelido para você? A gente que deu? O que eu queria contar é que, uma vez,
ouvindo o Renato, a gente trabalhava no Mova, na época da Erundina, eu, a
Rosângela, Nilton, o meu marido, o Ivan, que participava sempre.
E aí a gente falou: “poxa, vai ter uma
formatura dos alunos do Mova, podia convidar o Renato para ir lá cantar”. Aí a
gente: “Ah, mas você acha que ele vai lá na escola da periferia cantar na
formatura dos alunos de alfabetização e tal?”. Aí a gente, um olhou para a cara
do outro e falou: “Ah, o ‘não’, a gente já tem, né? Vamos tentar um ‘sim’”.
Aí a gente chegou para o Renato e fez o
convite: “Olha, a gente vai fazer uma festinha de formatura, tal, dos alunos do
Mova. Você toparia cantar?”. “Lógico!”. Aí a gente olhou. Não é que ele topou?
E o mais incrível não foi isso, é que
ele foi lá, com música popular brasileira, e rapidinho ele percebeu que o
negócio ali era sertanejo. E aí ele começou a cantar o sertanejo, e quando a
gente olhou para o palco estava cheio de alunos cantando com ele.
Então é essa mágica que o Renato faz.
Não é de hoje, trinta e cinco anos que a gente vê essa criatura brilhante, essa
criatura sensível, que eu só tenho a agradecer.
Muito obrigada, Renato.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Obrigado,
Débora. Tem mais. Lucinha? Vamos lá, Lucinha. Grande guitarrista, minha gente,
um ícone da música popular brasileira.
A
SRA. LÚCIA MARIA TURNBULL - Boa noite a todos. Eu
tenho um pouco de pânico de falar em público, mas ele merece. O Renato tem um
misto de vigor e delicadeza quando ele canta que são impressionantes, e é uma
pessoa que eu fico emocionada, que mostra o quanto o ser humano pode ser bom.
E é uma luta que todos estamos tendo
aqui, para que a gente recupere a beleza, a simplicidade, e eu gosto muito de
chamar certos compositores, certas canções brasileiras de música... Não é
brejeira. Eu perdi o nome. Pessoas como, por exemplo, Paulinha Nogueira, que é
uma pessoa que merece muitas homenagens, que acho que nunca teve muitas.
Eu tinha esse nome, era um nome tão
bom, mas é essa coisa brejeira, que a geração de agora ou a passada não tem
muito acesso, e ele traz isso com uma naturalidade, como se essas canções
tivessem sido feitas hoje, porque são eternas.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Obrigado. Quem
mais? Palavra aberta. Quem mais? Nós ficamos sabendo agora, pessoal, que houve
o falecimento de um grande músico brasileiro, Sérgio Mendes.
Morava nos Estados Unidos, e ele foi um
dos grandes divulgadores da música brasileira pelo mundo. E hoje ele faleceu, e
agora, então, fica aqui a nossa homenagem também a ele e a grande contribuição
que ele deu para divulgar a música popular brasileira fora do Brasil.
Viva Sérgio Mendes!
A
SRA. NATÁLIA - Boa noite a todos. Eu me chamo
Natália. Eu venho da Favela Monte Azul. Eu vim aqui nessa noite agradecer
pessoalmente ao Renato pelo trabalho maravilhoso que ele desenvolveu lá na
nossa favela há mais de 25 anos atrás, quando nós encontrávamos dificuldade em
levarmos cultura para a nossa comunidade, para a nossa favela.
Eu não sei como ele apareceu lá, e nós
colamos nele, e assim, a gente não queria que ele fosse embora. Então, cada
show que ele e o Bré, naquela época o Bré já estava junto com ele, fazendo
shows maravilhosos na nossa comunidade, para nossos jovens, para os nossos
adultos tão carentes de cultura.
Então, não tinha como não vir aqui hoje
agradecer pessoalmente e te dar um abraço, Renato. E nós estamos esperando você
na nossa comunidade.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Muito obrigado.
A
SRA. LÚCIA MARIA TURNBULL - Música singela.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Música singela.
Uma canção singela brasileira, que está na canção do Caetano Veloso. Está
chegando a hora aqui do momento, o ápice aqui da nossa sessão solene. Mais
alguém para a gente partir então para o encerramento? Depois vai ter fotos,
depois quem quiser fazer foto com o Renato, a gente vai ter uma sessão de
fotos.
Então vamos lá, pessoal. Vou só seguir
aqui o roteiro. Hoje temos a honra de homenagear um dos grandes nomes da música
contemporânea brasileira, Renato Braz. Nascido em São Paulo, desde cedo
desenvolveu uma relação profunda com a música. Aos 15 anos, começou a se
interessar pela percussão e rapidamente assumiu o posto de baterista, tocando
nas noites da cidade. Não demorou para que sua paixão pela música o levasse a
novos caminhos.
Como vocalista e baterista, Renato
participou de diversos festivais, sempre se destacando pela sua entrega e
talento. Ao longo de sua carreira, Renato Braz teve a oportunidade de dividir o
palco com grandes nomes da música popular brasileira, como Luiz Melodia,
Antônio Nóbrega, Ney Matogrosso e tantos outros.
Essas parcerias e apresentações lhe
renderam reconhecimento tanto da crítica quanto do público, além de inúmeros
prêmios que celebram sua contribuição para a Música Popular Brasileira.
Renato Braz possui uma vasta
discografia, que inclui álbuns como “Renato Braz”, 1996; “História Antiga”,
1998; “Outro Quilombo”, 2002; “Quixote”, 2002; “Por Toda a Vida” (As canções de
Jean e Paulo Garfunkel),
2006; “Papo de Passarim, com Zé Renato”, 2010; “Casa de Morar”, de 2012;
“Silêncio”, 2014; “Villa-Lobos Superstar”, 2014; “Saudade”, 2015; “Canela”,
2015, “Tatanagüê”, 2017;
“Canto Guerreiro - Levantados do Chão”, 2018.
Entre suas muitas conquistas,
destaca-se a indicação ao Prêmio Sharp de Música Brasileira, em 1996, a vitória
no quinto prêmio Visa de Música Brasileira, edição vocal, em 2002, e o prêmio
Rival Petrobras, na categoria cantor popular.
Hoje celebramos não apenas o artista
talentoso, mas também o homem que dedica sua vida a levar música brasileira ao
coração de todos. Renato Braz é um exemplo de dedicação, talento e amor pela
arte.
É uma honra poder prestar esta
homenagem a alguém que tanto contribuiu para a Cultura do nosso País. Muito
obrigado, Renato, por sua música e por sua arte. Parabéns, Renato.
E agora, antes de entregar para você o
colar que está ali - a gente já vai entregar -, eu queria que agora... Isso é
um protocolo, viu, pessoal? Tem que seguir esse protocolo, mas eu queria agora
falar, primeiro, que o Renato Braz, gente, é um dos maiores intérpretes, um dos
maiores cantores do Brasil, hoje.
Eu me lembro que o Nelson Motta - todo
mundo conhece o Nelson Motta, um grande crítico musical. Enfim, tem parcerias com
o Lulu Santos e tantos outros artistas, tantos cantores - uma vez, em uma
entrevista, ele disse que ele é muito procurado. As pessoas mostram para ele:
“Olha, você viu o cantor tal, o novo que apareceu, o novo compositor?”.
As pessoas gostam de mostrar para ele
as novidades. Então, ele diz meio brincando, mas é um pouco sério: “Olha, o que
você vai me mostrar é melhor que o Tom Jobim? É melhor que o João Gilberto? É
melhor que o Chico Buarque? É melhor que o Caetano Veloso? Então, nem me
mostre, se não for”. Porque a referência, a nossa referência de música
brasileira é isso. Infelizmente, nós fomos acostumados com esses caras todos,
com a Bossa Nova, enfim.
E aí eu diria o seguinte, no nosso
nível agora a gente inclui o Renato Braz aí também. É melhor que o Renato Braz?
É melhor que o Tom Jobim? Então, quero te incluir aí, viu, o Renato Braz?
Porque o Renato está nesse patamar, está no mesmo patamar de Tom Jobim, de
Caetano Veloso, de Gilberto Gil, de João Gilberto, de todos, da grande música
brasileira.
Ele resgata toda a cultura musical,
todo o nosso patrimônio musical, resgata também os grandes compositores, os
grandes cantores de toda a história da música brasileira, de todos os
movimentos, porque o Brasil é um dos poucos países do mundo que tem movimento
de música.
Não há música estática. Ela se
movimenta, ela vai se desenvolvendo, como diria o Caetano Veloso, que o
Tropicalismo representava a linha evolutiva da Música Popular Brasileira, que o
primeiro momento foi, sem dúvida nenhuma, como disse o Rubens, a Bossa Nova.
A Bossa Nova é o grande momento, é a
grande revolução, a grande virada da Música Popular Brasileira, que a coloca do
ponto de vista da visibilidade internacional, inclusive.
Então ela é uma grande referência. E
depois você tem outros movimentos: o Tropicalismo, a Canção de Protesto, nós
temos a Jovem Guarda, temos o Rock brasileiro nos anos 80. Enfim, tivemos os
Novos Baianos, Mutantes, Djavan, a Turma do Ceará, o Clube da Esquina, o
Pessoal de Minas, a Família Caymmi. A música brasileira é muito diversa e o
Renato incorpora tudo isso.
Ele passa pelos vários movimentos,
pelos grandes autores. Ele pode cantar Carmen Miranda, Luiz Gonzaga, Ary
Barroso, Lamartine Babo, ele canta o Tim Maia, ele canta Raul Seixas, Roberto
Carlos, Caetano Veloso, Gilberto Gil, todos, sem exceção. Então, ele é isso, o
Renato Braz. Acho que ele é a fina flor da música popular brasileira.
E a voz dele, ele parece um anjo
cantando. Tem uma voz de anjo, não tem? A voz dele é de anjo. É uma voz que...
Quando eu comecei a ouvir o Renato: “Nossa, lembra a Nana Caymmi”, “Não, mas
lembra o Milton Nascimento também”.
É uma mistura dos dois, mas daí é uma
outra coisa também, que é Renato Braz. Não é Nana Caymmi, não é Milton
Nascimento. Ele é Renato Braz, vai além de tudo isso que a gente conhece.
Ele tem técnica, ele tem emoção, ele
canta com a alma, mas ele também, como pessoa humana, nunca traiu as suas
raízes. Ele fala que vem da periferia, e aí nós tivemos a colega que falou do
Monte Azul.
Ele foi recentemente, numa formatura
agora, recentemente, lá na Escola Bernardo O’Higgins - não é isso? -, que era
escola que a deputada federal Luciene Cavalcante foi diretora, em que o Marcio
Vidal, que acabou de falar, trabalhou bastante tempo.
Ele foi numa formatura de EJA, de
Educação de Jovens e Adultos. Foi lá, participou com os alunos, cantou. Então
ele vai, ele vai na periferia. Ele não trai a sua classe social, ele tem um
compromisso social. Esse é o Renato Braz.
E algo que me chama muita atenção no
Renato quando você vai no show dele. Por exemplo, no Sesc, então antes de
começar o show, ele não está no camarim, minha gente, ele está lá na
lanchonete, conversando com as pessoas, e parece que ele depois vai para o
palco, sem fazer maquiagem, sem nada. Ele vai lá e canta, eu fico
impressionado...
É difícil, não é isso? A gente encontra
ele na lanchonete, ele está de bermuda e entra de bermuda e canta e depois
volta para a lanchonete, conversa com todo mundo, dá autógrafo. Ele não é
afetado, não é fresco de ficar “ai, não sei o quê”. Esse é o Renato Braz.
O Renato Braz é o operário da música,
minha gente. Ele se formou nos bares, na noite. Vocês que o acompanham há mais
tempo sabem disso. Foi até cupido de um casamento, dos dois aqui. Então, esse é
o Renato Braz.
Renato, eu não tenho palavras aqui para
te homenagear, porque tanta coisa foi dita. Começou com o Claudio Leal e tanta
gente deu vários depoimentos, mas quero dizer que essa homenagem a gente faz
com muito orgulho, com muita honra, não só em nome do nosso mandato, mas saiba
que essa homenagem foi aprovada pela Assembleia Legislativa de São Paulo. Há
uma resolução, você virou lei. Virou lei do estado inteiro de São Paulo.
Então, viva Renato Braz. Viva o Renato.
Renato Braz para todos e todas. (Palmas.)
Agora, convido todo mundo da Mesa para
ir à frente, porque a gente vai entregar para ele o Colar de Mérito. Depois ele
vai falar, vai cantar. Aí o palco é dele, a tribuna é dele. Pessoal da Mesa,
vamos descer. Você também, Renato.
Agora chegou o derradeiro momento, o
momento mais importante, talvez, da nossa homenagem. É muita responsabilidade
entregar, colocar esse colar sozinho. Quero aqui, gente, fazer uma homenagem ao
Danilo Miranda, que era diretor do Sesc. (Palmas.) Nessa homenagem, quero
chamar a Cléo, que era companheira dele, para colocar comigo.
*
* *
- É feita a outorga do Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo.
*
* *
Agora o Renato
Braz vai falar, acho que ele vai cantar também. Quem sabe, né? Eu falei que, se
ele não cantasse - a Cléo falou -, ele não iria receber a medalha. Então,
recebeu a medalha, vai ter que cantar. Você quer falar da tribuna e depois você
canta? Ele vai falar de onde ele quiser. Vamos voltar para a Mesa.
O SR. RENATO BRAZ - Boa noite.
Primeiramente, queria agradecer ao professor Carlos pela homenagem, pela
iniciativa. A sua plaquinha, quando me perguntaram, eu falei “ela é tradutora”,
mas eu sei que é muito mais do que isso, que você está envolvida com a saúde,
com as traduções, enfim, com tanta coisa; eu não soube muito bem explicar, mas
adorei a sua fala.
Obrigado pelo
bombom de jabuticaba, querido. Além de você ter feito meu primeiro show, você
me apresentou o bombom de jabuticaba.
Eu discordo da
querida Nana. A Nana, para mim, é a melhor cantora, é a cantora mais incrível
que já conheci na vida, mas eu discordo. Essa história de impulsionar a
carreira de alguém, assim como o Massuda disse que eu impulsionei a carreira do
Mário Gil e do Bré, pelo amor de Deus, são dois artistas imensos.
O Mário Gil...
Aliás, aqui temos três, são vários, mas, assim como melodistas, temos três
aqui: o Guilherme Neves, que é de uma geração abaixo da minha, mas da minha
geração, o Mário Gil e a Simone Guimarães, para mim, eu deixaria... Eu me calo,
eu deixaria de cantar para ouvi-los.
Aliás, essa é
um pouco a minha... Prepare-se, Simone, eu vou pedir para alguém. Eu comprei
mesmo a passagem para Santa Rosa de Viterbo. Antes de vir para cá, eu fui até a
rodoviária da Barra Funda, tinha um Danúbio Azul que vai para lá, eu e Bia. A
gente vai amanhã às 9h10 da manhã.
Mas é isso, eu acho que a gente
encontra as pessoas, encontra o Mário, por exemplo, me recebeu. Lembro-me de eu
chegando no Café Paris, onde nós nos conhecemos, de lá onde vocês se
conheceram, e sabe que eu fui responsável por muita separação também. Poucas
foram as uniões que deram certo. (Palmas.) Mas fico muito feliz de...
Eu esqueci onde é que eu estava. E são
pessoas imensas. Assim, o Bré é um dos maiores músicos que eu conheci na vida.
Por acaso, é meu irmão que está comigo. A gente se abraçou lá há 30, 40 anos,
como o Mário Gil, e seguimos juntos sempre.
Eu não sou responsável por impulsionar
a carreira de ninguém. Eu reconheço os meus afetos, e a gente segue junto. Esse
é o grande princípio, acho, reconhecer as pessoas e ter sempre uma ética
interna do respeito, da admiração mútua, do afeto e tal.
Não tenho muito o que falar, já falaram
tanto de mim. Eu sempre fico pensando na minha mãe, que dizia assim, elogio em
boca própria é vitupério.
Mas muito obrigado. Eu agradeço
profundamente a todos aqui que falaram, minhas amigas. Aqui eu tenho a minha
irmã da vida, o meu irmão da vida, o Mário, que é outro irmão da vida, aqui
estou rodeado de afetos, é muito, muito difícil falar num momento desse.
Cristina, uma das letristas mais
incríveis que eu conheci na vida. Junto com a Simone tem uma obra exuberante.
Simone, canta uma música para a gente aqui. Eu te ajudo.
A Simone, a gente viajou juntos, fomos
para fora do Brasil, e um dia, no centro do Brasil, no Mato Grosso, o Mato
Grosso do Sul, onde minha mãe nasceu, onde a minha família toda mora, mas, no
centro do Mato Grosso, ela pega o violão e faz assim para mim, não para mim,
mas para o público. Ela vai assim:
*
* *
- É feita a apresentação musical.
*
* *
E ela me mostrou uma música, e ela me
mostrou, ou trouxe para mim, porque aquilo já tinha passado em algum momento
pela minha... Eu nasci nessa terra, eu sou desse estado que hoje me homenageia,
e essa música é de um compositor daqui. E a Simone é uma compositora daqui
desse estado, de uma cidade noroeste, nordeste de São Paulo, Santa Rosa de
Viterbo.
Simone, canta uma música. Vem cá.
Simone Guimarães. (Palmas.)
E aí ela traz uma música da minha
terra, ela me traz de volta para o lugar de onde eu venho. É muito louco isso,
gente. E está aqui, da minha geração, tem dois aqui, Mário Gil e Simone
Guimarães, dois compositores dos quais eu me orgulho muito de ser parceiro.
A
SRA. SIMONE GUIMARÃES - Ô Bré, você tinha
razão, ele bota a gente na fogueira mesmo.
*
* *
- É feita a apresentação musical.
*
* *
Esse é o meu amigo. (Palmas.) Parabéns.
O
SR. RENATO BRAZ - Simone Guimarães.
A
SRA. SIMONE GUIMARÃES - Vou contar, então,
uma história pequena. Estávamos em Paris, em um prédio, e, de repente, ele
montou um esquema. Aí, a gente abre o elevador, assim, e encontra o Renato
deitado cheio de sangue na boca. Assim, deitado. Só que foi para mim, mas quem
abriu o elevador foi outra pessoa. Conta aí, Renato.
O
SR. RENATO BRAZ - Eu queria pegar a Simone. Eu
queria pegar a Simone. A gente estava hospedado em um hotel, lá tinha Yamandu,
Alaíde Costa, Nelson Sargento, Ná Ozzetti, é assim, o ano do Brasil na França. Era
um hotel lindo, com um jardim de inverno. Era lindo aquele lugar.
A gente descia todo dia de manhã para o
café da manhã, e eu falei: “Hoje eu pego a Simone”. Botei um ketchup no peito,
assim - ketchup, assim -, e deitei no chão do elevador, mas quem abre o
elevador é a Alaíde Costa e a Áurea Martins: “Meu Deus do céu”.
A
SRA. SIMONE GUIMARÃES - Que tristeza. Esse
é o Renato, gente.
O
SR. RENATO BRAZ - Simone Guimarães, gente.
(Palmas.)
A
SRA. SIMONE GUIMARÃES - Obrigado. (Palmas.)
O
SR. RENATO BRAZ - Obrigado, Simone. Bom, é isso,
gente. Muito obrigado. Obrigado, Guilherme. Como é bom ter você aqui. O
Guilherme é um compositor brilhante também, que o meu amigo Homerinho... O
Homerinho era uma puta velha do show business. Era o cara mais incrível,
conhecia tudo.
Uma vez, dentro de um fusca... O fusca
que eu herdei, o fusca que hoje é meu, que eu era considerado o sexto, o sétimo
filho. Eu, dentro do carro, coloquei uma música, e ele ouviu a música do Guilherme
- era o acalanto para a Dora, canção para ninar - e disse assim: “Que música é
essa? É uma música nova do Dori Caymmi? Que música é essa?”.
É a música que eu gravei no disco “Casa
de Morar”, em que eu gravei essa música que eu cantei aqui com a Simone. Eu
acho que talvez seja a primeira música que eu gravei do Guilherme Neves.
Do lado dele, também, meu amigo, meu
irmão querido, que está comigo em uma amizade que já dura uns 40 anos, que é o
Mário Gil, compositor brilhante também. Muito obrigado por ter vindo. Karine
Telles, também cantora maravilhosa. Vamos todos para Santa Rosa de Viterbo
amanhã. Tem bastante lugar no ônibus, eu vi lá. Muito obrigado, gente.
(Palmas.)
Karine, para a gente se despedir, você
pode cantar uma música do João Pernambuco aqui? Eu não tenho a capacidade de
tocar aquele violão, mas eu faço a minha graça. A Simone, talvez, fizesse bem
esse violão. Você conhece, Simone? Você toca isso ou não? (Fala fora do
microfone.)
O Mário não vai conseguir tocar isso.
Acho que ele não conhece. Eu vou tocar, mas mal. Eu, às vezes, armo uma arapuca
para mim mesmo também, não é só para os outros.
“Eu sei que a força da beleza é bem
maior que a tristeza. Quem ouve a voz da natureza, a chama acesa vai guardar. É
só tecer a cada noite o sol, amanhecer a cada luz do amor. É semear o fogo da
canção, é despertar quem não quer mais ver que a terra, para chegar à
primavera, mudou três vezes de estação. E a vida será mesmo bela, com liberdade
e paixão.” (Palmas.) Fernando Brant.
*
* *
- É feita a apresentação musical.
*
* *
Karine Telles. Isso é uma florzinha
nascida no meio do Cerrado mineiro. Danadinha. Obrigado, Karine.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Vou pedir uma
agora, em nome do nosso mandato aqui, que é um mandato tropicalista. Quero
pedir “O amor”, de Caetano Veloso que, na verdade, é um poema musicado pelo
Caetano Veloso. O poema é do Maiakovski.
O
SR. RENATO BRAZ - Traduzido pelo Ney Costa Santos.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Fez parte de
uma peça de teatro no Sesc Anchieta.
O
SR. RENATO BRAZ - Isso, “O Percevejo”. Um dia, no
Sesc, me pediram para fazer um show de poemas musicados e tinha lá alguns
atores, dentre eles o Cacá, o Cacá Carvalho, e aí eu cantei essa música, e ele
disse assim: “eu estava no momento que essa música foi feita”, porque ele era o
ator do “O Percevejo”, dessa peça, e aí ficamos amigos, olha só.
O Cacá Carvalho, depois, onde a gente
encontra, a gente lembra dessa história do “O amor”. E ele disse que estava no
dia que eles fizeram essa música, que o Caetano fez. Mas tu sabes coisa, hein?
Luiz Antônio Martinez Corrêa, era direção dele.
*
* *
- É feita a apresentação musical.
*
* *
Nunca teve tanto, na cidade de São
Paulo, espaço ocioso, tantos imóveis vazios no centro da cidade e tanta gente
morando na rua. Eu sei que esse aqui é um lugar, é a Casa do povo, e sei que
estou aqui diante de pessoas que podem interferir nisso.
É muito importante fazer com que essa
cidade, que há muito tempo tem vocação para receber... Recebeu o papai, quando
tinha 16 anos, vindo da Bahia, de navio. Eu vejo famílias nas ruas de São
Paulo, com crianças, avós.
Eu já fui quase um morador de rua. Eu
não posso contar a minha história, que vocês já contaram demais, mas a gente
precisa mudar isso, e eu sei que vocês são comprometidos com isso. Eu tenho
muito a agradecer a vocês por encarar essa luta. Eu tenho muito orgulho de
receber esse título de um professor. (Palmas.)
Muito obrigado.
*
* *
- É feita a apresentação musical.
*
* *
Obrigado, Lu.
Obrigado, Marcão, por ter vindo.
Obrigado, Beatriz Id, cantora querida.
Carla Ponsi, minha nova amiga, querida, cantora maravilhosa.
Obrigado a todos vocês.
Muito obrigado, do fundo do coração.
(Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Viva o Renato
Braz! Viva o Renato Braz! (Palmas.)
Gente, antes de encerrar, eu quero
dizer que, de hoje em diante, a nossa pauta com as reivindicações, que é uma
pauta ampla, Educação de qualidade para todos, Saúde, SUS, Assistência Social,
a gente vai incluir na pauta também Renato Braz para todos. Na pauta. Viva o
Renato! (Palmas.)
Esgotado o objeto da presente sessão,
está encerrada a nossa sessão.
Muito obrigado.
*
* *
- Encerra-se a sessão às 21 horas e 47
minutos.
*
* *