27 DE FEVEREIRO DE 2025
18ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: PAULA DA BANCADA FEMINISTA e GUILHERME CORTEZ
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - PAULA DA BANCADA FEMINISTA
Assume a Presidência e abre a sessão às 14h06min.
2 - REIS
Por inscrição, faz pronunciamento.
3 - GUILHERME CORTEZ
Por inscrição, faz pronunciamento.
4 - GUILHERME CORTEZ
Assume a Presidência.
5 - PAULA DA BANCADA FEMINISTA
Por inscrição, faz pronunciamento.
6 - PRESIDENTE GUILHERME CORTEZ
Endossa o pronunciamento da deputada Paula da Bancada Feminista.
7 - MAJOR MECCA
Por inscrição, faz pronunciamento.
8 - REIS
Por inscrição, faz pronunciamento.
9 - PAULA DA BANCADA FEMINISTA
Por inscrição, faz pronunciamento.
10 - PAULA DA BANCADA FEMINISTA
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
11 - PRESIDENTE GUILHERME CORTEZ
Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 28/02, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão às 14h48min.
* * *
- Assume a Presidência e abre a sessão a Sra. Paula da Bancada Feminista.
* * *
- Passa-se ao
PEQUENO EXPEDIENTE
* * *
A
SRA. PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs.
Deputados, sob a proteção de Deus iniciamos os nossos trabalhos. Esta
Presidência dispensa a leitura da ata da sessão anterior e recebe o expediente.
Lista de oradores inscritos no Pequeno
Expediente. Deputado Delegado Olim.
(Pausa.) Deputada Márcia Lia. (Pausa.) Deputado Edson Giriboni. (Pausa.)
Deputado Tomé Abduch. (Pausa.) Deputado Reis.
Tem Vossa Excelência o tempo
regimental.
O
SR. REIS - PT
- Saudar a presidenta deputada Paula da Bancada Feminista e também os
funcionários da Assembleia. Cumprimentar os Srs. Deputados e Sras. Deputadas, o
público presente, os integrantes das forças de Segurança, os funcionários
públicos, os vigilantes que pediram para eu falar deles.
Aqui uma
saudação especial a todos os vigilantes, não só da cidade de São Paulo, mas do
estado de São Paulo. E também cumprimentar todos aqueles e aquelas que estão
nos acompanhando pelas redes sociais.
Sra. Presidenta
eu quero deixar registrado a minha fala hoje sobre a Adin 7676, de 2024. E já
pedi para V. Exa. já fazer um requerimento, para V. Exa., para que esse meu
discurso seja encaminhado ao procurador-geral da República, o PGR, o doutor
Paulo Gonet.
Nós fizemos uma
representação junto à Presidência do PT, à presidente nacional do PT, a
deputada Gleisi Hoffmann. Para entrar com uma ação direta de
inconstitucionalidade com relação à Lei 1.354 e também à Emenda Constitucional
49.
É uma emenda
constitucional do Estado de São Paulo, à Constituição Estadual. Por conta do
dispositivo que está lá, tanto na emenda, como na Lei 1.354, no seu Art. 12,
parágrafo 2º, que foi colocado para mais, quando se trata de cinco anos no
cargo, foram acrescentados classe e nível.
E obviamente
que isso tem prejudicado os funcionários públicos do estado de São Paulo,
prejudicado principalmente os policiais penais, os policiais civis, os
policiais técnico-científicos, professores, porque quem tem, na sua carreira,
classe ou nível, se não estiver cinco anos na classe ou no nível, ele é
despromovido.
Então, ele tem
tempo para ser promovido, mas ele pede a sua aposentadoria, e aí deu quatro
anos e nove meses naquela classe ou no nível, ele volta para a classe anterior
ou para o nível anterior, ele é despromovido.
E essa ADIN já
foi respondida pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, foi
respondida pelo Governo do Estado de São Paulo. Ela foi distribuída ao ministro
Flávio Dino, a AGU já se manifestou.
Com base na
manifestação da AGU, o Partido dos Trabalhadores fez um aditamento para estender
também a inconstitucionalidade à Emenda nº 49, porque a ADIN atacava a lei, só
que a AGU falou: “Olha, além da lei, tem a emenda, que também trata dessa
questão”.
E desde o dia 8
de agosto de 2024 está parado lá no PGR, o PGR não se manifestou até o presente.
Então, o meu
pedido para que essas notas taquigráficas sejam encaminhadas ao PGR, para que
ele tome conhecimento deste meu discurso e para que ele dê resposta para essa
questão que, hoje, prejudica tantos funcionários públicos do estado de São Paulo.
Eu não acredito
que o governador de São Paulo tenha feito lobby a respeito disso, de pedir para
o procurador-geral procrastinar esse procedimento, essa ADIN, e não
encaminhasse a sua resposta ao Supremo, porque eu estive lá no Supremo, estive
também na PGR, e lá no Supremo a informação que eu tive da assessoria do
ministro Flávio Dino é que eles estavam, tão somente, aguardando a manifestação
do PGR.
Então, o pedido
que eu faço ao senhor procurador-geral, para que ele, dentro do possível, o
quanto antes, encaminhe a sua manifestação ao Supremo Tribunal Federal, para
que o Supremo possa julgar essa ADIN e declarar a inconstitucionalidade desses
dispositivos, que tanto têm prejudicado os funcionários públicos do Estado de
São Paulo.
Muito obrigado,
Sra. Presidenta.
A
SRA. PRESIDENTE - PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL - Obrigada,
deputado Reis. Seu pedido é deferido.
Seguindo a
lista de oradores inscritos, deputado Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.) Deputado
Rafael Saraiva. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputada
Leci Brandão. (Pausa.) Deputado Rogério Santos. (Pausa.) Deputado Sebastião
Santos. (Pausa.) Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Deputado Caio França. (Pausa.)
Deputado Teonilio Barba. (Pausa.)
Deputada Carla Morando. (Pausa.) Deputado
Rafa Zimbaldi. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Deputado Itamar
Borges. (Pausa.) Deputada Beth Sahão. (Pausa.) Deputado Donato. (Pausa.)
Deputado Dr. Eduardo Nóbrega. (Pausa.) Deputada Delegada Graciela. (Pausa.)
Deputado Dr. Elton. (Pausa.) Deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.)
Deputado Guilherme Cortez, tem V. Exa.
o tempo regimental.
O
SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito boa tarde, presidente, deputada Paula, minha
colega de bancada. Com muito orgulho, nossa candidata a presidente desta
Assembleia.
Gostaria muito
que a gente pudesse, nesses 190 anos de história desta Assembleia, poder ter
pela primeira vez, como a gente está tendo agora, mas todos os dias, a primeira
mulher, e ainda mais a primeira mulher negra, a presidir esta Assembleia
Legislativa, porque eu acho que isso aproximaria muito mais esta Casa e as suas
decisões da realidade do povo brasileiro, da maioria do povo brasileiro. Então
eu fico muito feliz de te ver aí. Espero que em algum tempo isso seja
cotidiano, rotineiro.
Boa tarde aos
meus colegas deputados, aos assessores, aos servidores desta Casa, a quem nos
acompanha através da Rede Alesp ou aqui na galeria.
Presidente, a
gente está na véspera do Carnaval, a maior festa popular brasileira. Nesta
quinta-feira, a maioria das pessoas já está se programando, imaginando, com
aquela vontade de poder aproveitar o Carnaval.
E eu quero
desejar que todo mundo tenha um excelente Carnaval, que as pessoas possam
aproveitar desse patrimônio da nossa cultura para se divertir, para celebrar a
vida, porque a vida presta apesar de todas as adversidades.
Desejar que as
autoridades possam garantir um pleno Carnaval, respeitando os blocos,
respeitando quem trabalha, os comerciantes, e que todo mundo possa aproveitar
ao máximo essa festa, sempre nos lembrando de que nós estamos vivendo um
momento absolutamente atípico por conta da mudança climática, das altas
temperaturas. Portanto, o nosso mandato, como faz todo ano, oficiou os órgãos
responsáveis para tomar as providências cabíveis para garantir a saúde das
pessoas que vão celebrar o Carnaval.
Mas este
Carnaval tem um gosto diferente, porque, além da celebração tradicional, o
Brasil no domingo pode ganhar os seus primeiros Oscars, sua primeira
celebração.
Maior prêmio do
cinema internacional pelo filme “Ainda estou aqui”, dirigido pelo Walter
Salles, brilhantemente protagonizado pela Fernanda Torres e pelo Selton Mello.
O Brasil concorre nas categorias de melhor filme internacional, melhor atriz,
para Fernanda Torres, e melhor filme geral.
E eu tenho
certeza de que pelo menos dois, dessas três categorias, a gente vai trazer para
casa. E semana que vem a gente vai poder celebrar que o Brasil recebeu esse
reconhecimento pelo seu cinema...
Que a gente
sabe que não muda a qualidade do nosso cinema. O cinema brasileiro é riquíssimo
e produziu muita coisa boa. O Oscar é só mais um reconhecimento para tudo o que
o cinema brasileiro, tudo o que o audiovisual do nosso país produz todos os
anos.
Mas é muito
simbólico que o primeiro Oscar para o nosso país venha por esse filme. Um filme
tão sensível, tão bonito. E que, neste momento em que a gente vive no Brasil e
no mundo inteiro, as ameaças do autoritarismo, do ódio, da dissimulação, do
preconceito...
Neste momento
em que aqui no Brasil tantas pessoas - lamentavelmente até deputados que são
eleitos pelo voto popular, utilizam da tribuna para fazer revisionismo
histórico e celebrar uma época de autoritarismo, de medo, de perseguição, que
matou Rubens Paiva, que sequestrou pessoas e que não tem nada a ser
celebrado...
Neste momento é
muito simbólico que o maior prêmio do cinema mundial venha para o nosso país
por um filme que nos relembra que hoje, tantos anos depois do fim da ditadura
militar, as forças do ódio, da mentira, do autoritarismo, ainda estão aqui ao
nosso redor. Ainda estão aqui nesta Assembleia. Ainda estão aqui carcomendo por
dentro a política brasileira. Ainda estão aqui na tentativa de golpe do oito de
janeiro.
E o filme nos
lembra de que passados tantos anos da asquerosa ditadura militar, hoje, no
Brasil ninguém foi punido pelos crimes que foram cometidos pelo regime militar.
Os torturadores, os assassinos de Rubens Paiva, mas não só dele, de tantos
perseguidos políticos pelo regime militar, nunca enfrentaram as contas com a
Justiça e com o povo brasileiro.
O que esse
filme mostra para a gente é que, se a gente não exorciza os nossos fantasmas do
passado, eles voltam para nos assombrar no presente e no futuro. Esse erro a
gente não vai cometer mais uma vez, presidente.
Neste momento
em que o Brasil, pela primeira vez na sua história, pode colocar na cadeia
pessoas que tentaram profanar, mais uma vez, a nossa democracia... Independente
do cargo político, independente da conta bancária, independente da patente
militar dessas pessoas, a gente está aqui para dizer que nós também ainda
estamos aqui.
Ainda estamos
aqui para defender a democracia, a justiça e para dizer que nós não vamos
aceitar, nunca mais, um período de trevas como a ditadura militar. Muita gente,
como Rubens Paiva, como Eunice Paiva, sacrificou a sua vida, a sua saúde, as
suas famílias para lutar para que a gente pudesse hoje estar aqui falando o que
a gente pensa, representando o povo e defendendo a democracia.
Por cada uma
dessas pessoas, a gente vai seguir lutando, para que este País nunca mais
precise perder pessoas por conta do ódio e do autoritarismo.
Para que essas
forças, que ainda hoje sentem falta e nostalgia da ditadura e tentam reeditar
um episódio lastimável da nossa história, que elas voltem para os bueiros e
que, de preferência, elas paguem pelos seus crimes, do passado e do presente.
Então espero semana que vem, no meio do feriado do Carnaval, fazer dessa uma
festa ainda mais bonita, podendo comemorar o primeiro Oscar de filme
internacional do nosso País e o merecidíssimo Oscar de melhor atriz para
Fernanda Torres.
Quero
parabenizar Walter Salles, Fernanda Torres, Selton Mello, todo mundo que
trabalhou no filme por essa enorme conquista que já estamos tendo, mas, acima
de tudo, todo mundo que resiste no cinema e no audiovisual brasileiros, que já
produziram muita coisa boa e que felizmente está podendo ter ainda mais
reconhecimento lá fora, mas principalmente aqui no Brasil.
Ainda estamos
aqui e não nos esqueceremos.
Muito obrigado,
presidente.
A
SRA. PRESIDENTE - PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL
- Muito obrigada, deputado Guilherme Cortez, a quem eu convido para assumir
essa Presidência. Seguindo a lista de oradores inscritos, deputado Rômulo
Fernandes. (Pausa.) Deputado Danilo Campetti. (Pausa.) Deputada Ediane Maria.
(Pausa.) Deputado Marcelo Aguiar. (Pausa.) Deputado Luiz Fernando Teixeira
Ferreira. (Pausa.) Deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputado Marcos Damasio.
* * *
- Assume a Presidência o Sr. Guilherme
Cortez.
* * *
O
SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - E, assumindo
a presidência da sessão, continuo na lista de oradores. Deputado Eduardo
Suplicy. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputada
Paula da Bancada Feminista, que tem o tempo regimental de cinco minutos para
uso da tribuna. Seja bem-vinda, deputada.
A
SRA. PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigada, Sr. Presidente,
deputado Guilherme Cortez. Boa tarde a todos os presentes, aos deputados, aos
funcionários desta Casa, às pessoas que nos acompanham pela galeria e pela Rede
Alesp.
Sr. Presidente,
venho manifestar o meu completo repúdio à fala da deputada Carla Morando, feita
há alguns dias nesta mesma tribuna. A deputada Carla Morando resolveu distorcer
o conteúdo de um ofício encaminhado pelo Núcleo de Direitos Humanos e Cidadania
da Defensoria Pública do Estado de São Paulo à Secretaria de Segurança Urbana,
do município de São Paulo, um ofício baseado em protocolos internacionais,
baseados na legislação brasileira.
A deputada
assomou a esta tribuna para expor três defensoras públicas, que são as
coordenadoras desse núcleo: as defensoras Fernanda Balera, Suhai Liocef e
Gabriela Pimenta, cujos nomes foram mencionados por ela aqui. Defensoras de
excelência, defensoras que cumprem um papel importantíssimo à frente do Núcleo
de Direitos Humanos da Defensoria Pública, defensoras que inclusive tiveram o
seu trabalho reconhecido pelo Prêmio Inovare, no ano de 2024.
Foram premiadas
pelo trabalho que desempenham à frente do Núcleo de Direitos Humanos da
Defensoria Pública; defensoras que provavelmente a deputada Carla não conhece,
mas que eu conheço muito bem.
Têm uma atuação
impecável na defesa da população em situação de rua aqui no estado de São
Paulo, uma atuação impecável na defesa das mães vítimas de violência no estado
de São Paulo, uma atuação impecável na defesa dos Direitos Humanos no estado de
São Paulo.
A deputada
Carla, ao assomar, disse que as defensoras encaminharam um ofício à Secretaria
de Segurança Urbana, do município, pedindo para suspender a utilização do Smart
Sampa, a tecnologia de câmeras e reconhecimento facial que existe na cidade de
São Paulo, e pedindo para que os bandidos, na palavra da deputada, pudessem
circular livremente no carnaval, se estivessem em uma manifestação pacífica.
Eu estou com o
ofício que foi encaminhado pela Defensoria à Secretaria de Segurança Urbana do
município e nada disso está escrito. Nada disso. As defensoras se utilizaram de
um protocolo da ONU, o Protocolo de 31 de janeiro de 2024, o protocolo modelo
para que agentes responsáveis pela manutenção da ordem promovam e protejam os
Direitos Humanos no contexto de manifestações pacíficas. Foi esse o protocolo,
essa lei, utilizado pelas defensoras para pedir cautela durante o Carnaval no
uso de tecnologia de reconhecimento facial. Sabem por quê?
Talvez a
deputada Carla também desconheça esse fato, mas tecnologias têm falhas. A
tecnologia de reconhecimento facial, inclusive, que tem um algoritmo altamente
racista, isso já foi comprovado cientificamente, é uma tecnologia que tem
falhas.
No estado da
Bahia, por exemplo, um inocente já ficou preso por 26 dias porque foi
reconhecido injustamente. No estado de Sergipe, na final do Campeonato
Sergipano, o João Trindade, de 23 anos, também foi preso injustamente, porque
foi reconhecido de forma equivocada pela tecnologia de reconhecimento facial.
No Carnaval,
essa festividade que a gente vai passar nos próximos dias - que já está
acontecendo aqui na cidade de São Paulo -, a Thais Santos, de 31 anos, a mesma
idade que eu tenho, no Pré-Caju, em Aracaju, também foi presa injustamente por
conta de falha no reconhecimento facial.
Então, talvez a
deputada Carla não saiba, mas tecnologias falham, e o papel da Defensoria
Pública do Estado de São Paulo, que - é importante dizer - tem autonomia
funcional, é reconhecer essas falhas na defesa incondicional dos Direitos
Humanos de todas as pessoas do estado de São Paulo. Esse é o papel brilhante
que a Defensoria Pública cumpre por aqui.
Então, eu quero
dizer que foi lamentável o que a deputada Carla fez aqui. A deputada Carla, ao
subir aqui, expôs o trabalho de três defensoras públicas que provavelmente ela
desconhece, pediu o afastamento de três defensoras públicas do cargo que ela
não conhece, cujo trabalho ela não conhece, e disse coisas que nunca foram
ditas em um ofício por essas defensoras públicas.
Então, eu quero
pedir, Sr.
Presidente,
que esse meu pronunciamento seja encaminhado para a defensora pública-geral.
Quero manifestar aqui, mais uma vez, a minha alegria, o meu reconhecimento ao
trabalho prestado pela Fernanda, pela Gabriela e pela Surrailly na coordenação
do Núcleo de Direitos Humanos da Defensoria Pública do Estado de São Paulo. Se
não fossem vocês, se não fosse o brilhante trabalho que vocês desempenham à
frente desse núcleo, provavelmente muito mais injustiças aconteceriam nessa cidade,
neste estado de São Paulo.
Então, muito
obrigada pelo trabalho que vocês desempenham na coordenação do Núcleo de
Direitos Humanos da Defensoria Pública, muito obrigada a essa instituição pelo
papel importante que desempenha.
E quero, mais
uma vez, Sr. Presidente, pedir que esse meu pronunciamento seja encaminhado como
forma de reconhecimento à defensora pública-geral do estado de São Paulo.
Muito obrigada.
O
SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Muito obrigado,
deputada Paula. Será encaminhado, nos termos regimentais, e é importante
destacar todo o nosso reconhecimento e valorização do importantíssimo trabalho
feito pela Defensoria Pública do Estado de São Paulo.
Seguindo na lista de oradores do
Pequeno Expediente, eu chamo a deputada Thainara Faria.
E, passando para a lista de oradores da
lista suplementar, chamo o deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Deputado Luiz
Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Deputado Lucas Bove.
(Pausa.) Deputado Major Mecca. Vossa Excelência tem o tempo regimental de cinco
minutos para o uso da tribuna. Seja bem-vindo, deputado Mecca.
O
SR. MAJOR MECCA - PL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde,
presidente, deputado Guilherme Cortez, que preside esta sessão, aos deputados,
às deputadas, aos nossos funcionários que nos dão suporte ao nosso trabalho
legislativo, a todos que nos acompanham pelas redes sociais e pela TV Alesp.
Eu queria,
antes de iniciar minha fala, ilustrar e mostrar a todos aqui uma ocorrência que
houve em Santos esta semana, em que um policial nosso, uma equipe da Força
Tática foi atacada por criminosos com fuzis, coletes balísticos, e o nosso
policial encontra-se internado na Santa Casa de Santos.
Queria que os
senhores vissem a situação, a condição que ficou a viatura da Polícia Militar,
que foi alvejada com inúmeros disparos de fuzil. Viatura que estava no
patrulhamento ostensivo foi alvejada por criminosos, e o nosso policial militar
foi alvejado e está internado na Santa Casa de Santos.
Aí o povo do
estado de São Paulo pergunta às autoridades: pelo amor de Deus, os senhores
estão do lado de quem? Dos bandidos ou dos trabalhadores, do cidadão que acorda
cedo, sobe em um transporte público, onde o sofrimento é intenso pelas más
condições? Trabalha o dia inteiro. Quando consegue pegar o ônibus... Porque
todos os dias agora é uma notícia de um trabalhador que morreu no ponto de
ônibus na mão de bandido por conta do aparelho celular.
Conversando com
os policiais lá do litoral, a dificuldade que houve para o cerco policial e a
prisão e a localização dos criminosos. Por qual motivo? Por conta de uma
decisão do Supremo Tribunal Federal, que o policial que não estiver com câmera
acoplada à farda dele não pode entrar na favela para prender criminoso.
Ou seja, o
cidadão de bem que mora na comunidade, o cidadão de bem que é 95% do povo que
está ali, sofrendo por conta da ausência do Estado em inúmeros setores.
Saneamento, infraestrutura. Um povo que sofre, sofre porque eu conheço isso há
mais de 30 anos, fazendo até parto dentro de viatura.
O policial não
pode entrar, porque não tem câmera, por uma decisão do STF que houve no dia 26
de dezembro de 2024. E cita lá: “Segundo a decisão, os equipamentos devem ser
usados em três situações: operações de grande envergadura, incursões em
comunidades vulneráveis para restaurar a ordem pública, operações para
responder ataques a policiais militares.” Ou seja, se o policial não recebeu a
câmera, não tem câmera, ele não pode combater o crime.
Ele deixa de
perseguir o bandido, prender o bandido, porque uma decisão do STF, na verdade,
está contribuindo para a impunidade no nosso País. Nós estamos beirando o
absurdo, não só no estado de São Paulo, em todo o Brasil.
É
impressionante como integrantes de órgãos, de instituições se preocupam somente
com o bandido. Será que os senhores têm coração? Será que os senhores têm
consciência do que o povo está passando nas ruas do estado de São Paulo, nas
mãos de bandidos? O povo se pergunta.
Como foi citado
agora há pouco pela deputada aqui na tribuna, a iniciativa da Defensoria
Pública. O povo que é de bem, o povo que quer se divertir... O povo precisa de
segurança, porque o povo está sendo atacado, o povo está sendo saqueado até nos
seus momentos de divertimento e descontração.
Os bandidos
atacam em grupos de dez, 15, roubando celulares, relógios, alianças. E quando
há uma iniciativa para buscar e identificar bandidos, criminosos, a preocupação
e a iniciativa são sempre para preservar os direitos humanos do ladrão. O
ladrão é um coitado.
As vítimas, o
pai de família, a mãe de família, os jovens estudantes, quem realmente quer
sair às ruas e ter segurança, está cada dia mais difícil.
Eu
citei aqui, presidente, na semana passada, um tenente do 16º Batalhão, foi meu
aluno, tomou dois tiros de fuzil. O criminoso foi preso. Inclusive, o fuzil que
ele empunhava também foi apreendido. Foi autuado em flagrante por tentativa de
homicídio. Foi solto no início do mês.
Como se combate
o crime, como se combate facção criminosa com essas iniciativas, com essas
posturas? Impossível. Impossível. E assim segue o crime avançando, crescendo, a
violência cada dia maior por parte dos criminosos, que sabem que não tem
punição, sabem que estão aí os Direitos Humanos para defender os bandidos. O
policial, não apareceu ninguém dos Direitos Humanos lá em Santos, na Santa
Casa. Nunca apareceu.
Quando mataram
quatro veteranos em duas semanas no Guarujá, ninguém deu as caras para defender
os policiais, o aposentado que estava varrendo a calçada da casa dele e foi
executado por dois indivíduos que se encontravam em uma moto. É lamentável nós
testemunharmos isso de autoridades, não só no estado de São Paulo, como em todo
o Brasil.
Muito obrigado,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Obrigado,
deputado Major Mecca. Seguindo na Lista Suplementar de oradores inscritos neste
Pequeno Expediente, eu chamo o deputado Reis. (Pausa.) Chamo novamente a
deputada Paula da Bancada Feminista. O deputado Reis apareceu. Não tinha visto
o senhor, deputado. Desculpe. Então, V. Exa. tem o tempo regimental para uso da
tribuna.
O
SR. REIS - PT -
Cumprimento V. Exa., deputado Guilherme Cortez, que está presidindo os
trabalhos. Eu me inscrevi, deputado Guilherme Cortez, para falar um pouco da
Guarda Municipal.
Tivemos, dentro
da cidade de São Paulo, uma lei que foi questionada no Supremo Tribunal
Federal, uma lei que inclusive foi aprovada na gestão Marta e depois
reformulada na gestão do Fernando Haddad, do professor Fernando Haddad. E já lá
nessa lei, em seu Art. 1º, inciso I, já dizia o papel da guarda, do
policiamento ostensivo comunitário, e isso foi demandado no Supremo, o Supremo
julgou e disse o seguinte: “O tribunal, por maioria, apreciando o Tema 656, da
repercussão geral, deu provimento ao recurso extraordinário a fim de declarar a
constitucionalidade do Art. 1º, inciso
I, da Lei nº 13.866, de 2004”, quando, então, era prefeita de São Paulo a Marta
Suplicy.
Eu fui assessor
dela, e nós passamos por todo esse processo de construção na época da
Secretaria de Segurança Urbana, porque a Guarda era subordinada à Secretaria de
Governo.
Então, criamos
uma secretaria para cuidar exclusivamente da segurança urbana. Lá nessa lei,
ela trazia então, no seu Art. 1º, inciso
I, que a Guarda exerceria o papel de policiamento comunitário. Foi isso que
chegou ao Supremo, foi julgado e o Supremo disse então que isso é
constitucional, ou seja, a Guarda, sim, pode fazer o policiamento ostensivo,
preventivo.
E agora, já com
a discussão da PEC da Segurança Pública, o presidente da República, o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva, determinou ao seu ministro Lewandowski,
da Justiça, para incluir esse tema na PEC da Segurança que está sendo debatida
e vai ser apresentada no Congresso Nacional.
Em São Paulo,
inclusive, hoje, na Câmara Municipal, está prevista a votação da mudança de
nomenclatura de Guarda Civil Metropolitana para Polícia Municipal. E também tem
uma PEC que está tramitando em Brasília que trata dessa questão de colocar no
Art. 144 da Constituição Federal.
Porque lá no
Art. 144 é que diz quais são as instituições que têm o poder de polícia. Então,
lá fala que tem a Polícia Federal, a Polícia Judiciária da União, a Polícia
Ferroviária Federal, a Polícia Rodoviária Federal, depois vem a Polícia Civil,
a Polícia Militar.
E aí, tem lá,
em um dos seus artigos, se eu não me engano o nono, que fala que os municípios
poderiam constituir as suas guardas municipais com a preservação do patrimônio
público municipal. Ou seja, constituir as guardas para a preservação do
patrimônio público e de seus serviços.
Ou seja, o que
o Supremo traz agora e, às vezes, o pessoal fala aqui, não é? Às vezes o
deputado diz: “o Supremo está legislando”; não é que o Supremo está legislando.
O Supremo decidiu em uma ação; foi provocado, não é? A Justiça segue o
princípio da inércia, age quando provocada, se ninguém provocar o Supremo, ele
não fala nada; mas, se provocar, ele tem que decidir.
Então o Supremo
está decidindo em cima de uma ação, que questionou esse dispositivo desta lei e
diz que não, que a Guarda tem papel de policiamento preventivo, de policiamento
comunitário. E a própria lei que a Dilma Rousseff também aprovou, a Lei nº
13.022, traz essa questão do policiamento ostensivo/preventivo - que a Guarda
pode fazer, sim, o policiamento preventivo. Então essa decisão do Supremo traz
segurança jurídica para os guardas.
Agora, se os
municípios vão decidir... Inclusive, aqui na Assembleia o deputado Delegado
Olim também está propondo uma PEC para que os municípios que queiram colocar
Polícia Municipal, que não teria problema em todo o território do estado de São
Paulo. Essas decisões fortalecem o papel de segurança comunitária e fortalecem
o papel da Guarda - hoje, Guarda Civil, e que está para se decidir na Câmara se
muda para Polícia Municipal.
Eu só quero dizer, deixar registrado também
que o programa “Smart Sampa”... Inclusive, a Defensoria Pública foi, entrou com
uma ação na Justiça para que a Prefeitura não use o “Smart Sampa” agora nos
bailes de Carnaval, nos blocos de Carnaval, porque esse programa está prendendo
muita gente sem que o policial precise dar um tiro.
Porque a
polícia, às vezes, prende, mas ocorre, às vezes, muita violência, não é? Esse
programa que faz o reconhecimento facial, que está ligado ao banco de dados da
Polícia de São Paulo, que ali já identifica quem é a pessoa, já identifica o
carro, o veículo. Segundo informações, mais de 1.900 pessoas foram presas sem
que precisasse dar um tiro.
Então é um
programa que está demonstrando a sua eficiência, os seus resultados, tem os
seus questionamentos, inclusive, agora pela Defensoria Pública, mas a gente tem
que entender bem que quem não deve, não teme, não é? Quem não está devendo,
quem não praticou crime, quem não tem uma investigação, um processo e uma
decisão judicial condenando, não precisa se preocupar.
Mas o fato
também de ter prisões em que não haja o excesso de violência é muito benéfico e
bem-vindo para a cidade de São Paulo. E São Paulo está dando assim um exemplo
para o resto do País, porque muito em breve o governo vai ter que construir
mais presídios para atender essa demanda da quantidade de prisões que estão
sendo feitas através do programa “Smart Sampa”.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Muito
obrigado, deputado Reis. Agora sim, chamo a deputada Paula da Bancada Feminista
para utilizar da tribuna pelo tempo regimental de cinco minutos.
A
SRA. PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigada, Sr. Presidente.
Bom, eu volto aqui à tribuna pra dizer que, infelizmente, o Metrô de São Paulo
tem avançado na ofensiva para retirar de vez, de forma definitiva, os
operadores de trem de dentro do monotrilho.
O monotrilho, a
gente sabe, foi uma tecnologia supostamente criada pra que não houvesse
operadores de trem. Essa é a alegação do Governo do Estado de São Paulo. No
entanto, nós já vimos alguns casos, inclusive sérios, de acidentes que
aconteceram com o monotrilho.
Justamente por
isso é muito importante que se reconheça a importância da existência dos
operadores de trem no monotrilho. E o Governo do Estado de São Paulo, o Metrô
do estado de São Paulo, tem tentado, a passos agora largos, retirar de uma vez
por todas os operadores de trem do monotrilho. O primeiro passo adotado pelo
Governo do Estado, pelo Metrô de São Paulo, foi proibir que se isole a área no
monotrilho em que os operadores de trem ficam.
É
muito importante. Antes existia uma espécie de cinturão onde os operadores de
trem ficavam, para que eles pudessem operar o trem com maior segurança, com
maior tranquilidade, especialmente diante da superlotação do transporte
público. Há casos, inclusive, de operadoras mulheres, que são assediadas no
exercício da sua profissão, diante da ausência desse isolamento.
Então,
a primeira coisa que o Metrô fez foi retirar esse isolamento. E a gente sabe
que um operador de trem transporta mais de cinco mil pessoas, em média, por
dia. Não faz nenhum sentido retirar o trabalhador, retirar o operador de trem
do monotrilho e deixar os passageiros mais expostos a uma série de acidentes
que são passíveis de acontecer.
Várias
pesquisas já foram feitas com os usuários do monotrilho, e os usuários
demonstram a sua predileção, a sua preferência para que existam operadores de
trem no monotrilho.
Então,
a gente vem aqui, hoje eu subo aqui para fazer um pedido, somar-me ao pedido do
Sindicato dos Metroviários sobre a necessidade de manutenção dos operadores no
monotrilho. Imaginem vocês andando em um trem com alto índice de acidente sem
que exista um trabalhador treinado para estar lá e operar aquele trem, e poder,
inclusive, evitar a ocorrência de acidentes.
Isso
é quase que inacreditável. A gente sabe que existe um desmonte por parte do
Governo do Estado do transporte público. A privatização está diretamente
alinhada a isso, precarização do serviço público, para trazer como alternativa
a privatização. Nesse caso, no caso do monotrilho, não é diferente.
O
Sindicato dos Metroviários fez uma denúncia ao Ministério Público do Trabalho.
A denúncia foi acatada, transformou isso em inquérito. Então, hoje eu venho
aqui me somar a essa reivindicação do Sindicato dos Metroviários de São Paulo
pela manutenção dos operadores de trem no monotrilho. Isso é bom para os
usuários do monotrilho, isso é bom para os trabalhadores do Metrô.
Então,
deixo aqui a nossa reivindicação e peço, inclusive, que seja encaminhada à
direção do Metrô.
Muito
obrigada, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Será
encaminhada nos termos regimentais, deputada.
A
SRA. PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL - Muito obrigada,
Sr. Presidente.
Solicito o levantamento da sessão.
O
SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - É regimental.
Havendo acordo entre as
lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca
V.Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, sem Ordem do Dia.
Está levantada a presente sessão.
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- Levanta-se a sessão às 14 horas
e 48 minutos.
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