11 DE SETEMBRO DE 2025

122ª SESSÃO ORDINÁRIA

        

Presidência: REIS

        

RESUMO

        

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - REIS

Assume a Presidência e abre a sessão às 14h09min. Convida os sindicatos da área da Segurança Pública para uma reunião sobre a elaboração de um PLC que visa regulamentar a Polícia Civil do Estado de São Paulo, a ser realizado no dia 17/09, no Plenário Dom Pedro I. Comenta acerca de questionamentos a respeito do TAF, teste de aptidão física, para policiais militares enviados ao governador. Lê as respostas aos questionamentos. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 12/09, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão às 14h26min.

        

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ÍNTEGRA

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Reis.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o Expediente.

Enquanto nós vamos aguardar aqui a vinda de alguns parlamentares para fazerem uso da palavra. Eu vou passar alguns informes aqui, para que todos os que estão nos assistindo, nos acompanhando pelas redes sociais, por meio da Rede Alesp, tomem conhecimento. Bom, estou convocando uma reunião para o dia 17/9, às 18 horas, no Plenário D. Pedro I.

Para esta reunião, estamos convidando o Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo, o Sindpesp, estamos convidando o Sindicato dos Investigadores de Polícia do Estado de São Paulo, o Sipesp, o Sindicato dos Policiais Civis de Santos e Região do Estado de São Paulo, o Sinpolsan, o Sindicato dos Policiais Civis de Presidente Prudente e Região, o Sipol, o Sindicato dos Policiais Civis de Campinas e Região, o Sinpol, o Sindicato dos Policiais Civis das Regiões de Jundiaí e Bragança Paulista, o Sirejum, o Sindicato dos Policiais Civis da Região de Sorocaba, Sinpol-Sorocaba, o Sindicato dos Policiais Civis de Ribeirão Preto e Região, Sinpol-Ribeirão Preto, o Sindicato dos Trabalhadores da Área de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Sitraspesp, a Internacional Polícia Associação - Seção São Paulo, também para participar, a Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo, a Associação dos Investigadores de Polícia do Estado de São Paulo, a Associação dos Escrivães de Polícia do Estado de São Paulo, a Associação dos Funcionários da Polícia Civil do Estado de São Paulo e os demais servidores da Polícia Civil.

Também o Sindicato dos Peritos Criminais, o Sincresp, o Sindicato dos Papiloscopistas, a Associação dos Papiloscopistas, dos oficiais administrativos, todos que puderem estar aqui no dia 17/9, às 18 horas, e também integrantes das carreiras policiais, Polícia Técnico-Científica, também a Polícia Civil, estão convidados para a gente começar a discussão sobre a construção de um projeto de lei complementar com o objetivo de regulamentar a Lei nº 14.735, uma lei federal, que disciplina a regulamentação ou que dá as diretrizes para as polícias civis de todo o País.

Como o governo está com muita dificuldade de apresentar um texto, prometeu para maio. Não conseguiu entregar, prometeu agora para o dia 9 de setembro. Também não conseguiu entregar, então, nós achamos por bem fazer essa discussão com os representantes da categoria da Polícia Civil, e, a partir dessa discussão, construirmos o melhor projeto de regulamentação da Polícia Civil do Estado de São Paulo; construirmos um projeto com a participação da categoria, ouvindo a categoria. E, obviamente, colocar esse projeto a ser protocolado aqui na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, tramitá-lo aqui e aprová-lo.

Tudo isso porque o governo não conseguiu, o governo tem dificuldade, o governo está com muita dificuldade para apresentar um simples projeto de lei complementar. Se ele tem dificuldade, nós vamos provar para o governo que os policiais civis, por meio de seus representantes e com o nosso mandato de deputado estadual, apresentarão esse projeto, apresentarão o melhor projeto de lei complementar possível para regulamentar a Polícia Civil do Estado de São Paulo.

Todos estão convidados, todos os integrantes da Polícia Civil estão convidados, e todos esses sindicatos, que já foi informado a eles dessa reunião, também estão convidados. Espero a participação e, com certeza, a gente ter esse projeto de lei complementar para regulamentar essa tão importante lei que traz as diretrizes para a Polícia Civil do Estado de São Paulo.

Também quero deixar aqui registrado requerimento de informação que nós fizemos para o governador com referência ao TAF, porque há muita reclamação dos policiais militares com relação a questões pertinentes ao Teste de Aptidão Física, e nós fizemos um requerimento de informação por conta dessas reclamações. Inclusive os policiais que não fazem o TAF têm problema para desenvolver a lei delegada, a Dejem, a questão das promoções, então uma série de problemas que mexem no dia a dia com o policial militar.

E nós fizemos a seguinte pergunta: “Considerando os diversos relatos que aportam em nosso gabinete, no sentido de que houve mudança nas metas, realizações do Teste de Aptidão Físico, o TAF, considerando a informação de que todos os policiais militares precisam realizar o TAF pelo menos uma vez por ano para se manter aptos para o serviço policial, considerando a preocupação de grande parte dos policiais que, sobrecarregados com a demanda do trabalho, não estão tendo tempo para treinar...”

O que acontece? O policial militar puxa lá o seu plantão, 12 horas. Depois ele vai fazer a delegada, ou a Dejem, ou ele vai fazer um bico. Porque o salário do policial é muito baixo, então, para ele sobreviver, para ele garantir a farmácia, o mercado, garantir a escola do filho, garantir o aluguel, ele tem que se desdobrar em bicos. Por mais que o governo fale que não pode fazer bico, mas você paga um salário irrisório, um salário insignificante.

O governador Tarcísio de Freitas prometeu que a polícia de São Paulo seria a décima polícia melhor paga do País, mas estamos já chegando no último ano da gestão. Pode-se dizer último ano, porque nós vamos ter eleições no ano que vem. Quem saiba, vem um governador que realmente cumpra a palavra, cumpra o que fala, porque ultimamente está difícil.

As pessoas falam, falam, na campanha, mas depois você não vê os resultados. É o que aconteceu com o governador João Agripino Doria, que prometeu que a polícia de São Paulo seria a mais bem paga do Brasil, perdendo só para a Polícia Federal e para a polícia do Distrito Federal, não cumpriu.

Aí veio o governador Tarcísio e trouxe uma promessa, vamos dizer assim, em relação ao João Doria, menos radical. Ele falou assim: “a polícia de São Paulo, eu vou colocar ela”, isso está gravado, está lá na “Jovem Pan”, “como a décima polícia mais bem paga do País”.

Deu um primeiro reajuste escalonado no primeiro ano, no segundo ano não deu nada, no terceiro, com muita briga, deu 5%, mas a promessa dele não está, não cumpriu até agora. Então, o policial tem que se desdobrar fazendo os bicos. E aí como ele vai estar preparado para fazer teste de aptidão física se ele não treina, se ele não tem tempo para treinar? Ele só fica trabalhando, só trabalha, trabalha, trabalha, trabalha, não para de trabalhar.

Então nós fizemos esses questionamentos ao governo, e ele mandou a resposta. “Então, diante de todo o déficit funcional e a sobrecarga de trabalho dos policiais militares, especialmente os operacionais, alguma alternativa para que eles possam ter um período de treino durante a semana?”. Pelo menos um dia por semana, um horário de trabalho, reserva lá um tempo para ele treinar.

“Quais as providências estão sendo adotadas pela Secretaria de Segurança Pública ou pelo comando da Polícia Militar para preparar melhor a tropa? Sala de sessões, deputado Reis.”

Aí o governo me mandou a resposta, e eu vou deixar pública aqui, para que todos tomem conhecimento, porque não adianta ele me mandar a resposta e eu deixá-la guardada na minha gaveta. Então nós fizemos o questionamento e temos que publicizar. Então, a resposta veio da seguinte forma:

“Sr. Secretário-chefe, em atenção ao Requerimento de Informação nº 221, de 2025, de autoria do deputado Reis, que solicita esclarecimento sobre as diretrizes e procedimentos relacionados ao Teste de Aptidão Física, TAF, na Polícia Militar do Estado de São Paulo, informo o que se segue.

O teste de aptidão física está regulamentado pela Diretriz nº PM 3-001/03-2025, de sete de janeiro de 2025.”

Então nós tivemos uma diretriz nesse ano, porque o comando tem aquele poder discricionário, ele pode ir mudando as coisas. Então teve uma diretriz de sete de janeiro, que institui a doutrina e a sistemática de treinamento e avaliação física, o SIS-TAF.

O referido instrumento normativo prevê a obrigatoriedade de realização anual do TAF, assegurando ao policial militar que não obtiver êxito na primeira tentativa o direito a um período de treinamento físico mínimo de um mês, findo o qual poderá se submeter a nova avaliação com vistas à obtenção da pontuação exigida.

Quanto às escalas extraordinárias, como atividade delegada e Dejem, esclarece que o acesso a essas jornadas está condicionado ao atendimento integral das exigências estabelecidas nas normativas internas da instituição, que compreendem critérios éticos, disciplinares e também de rigidez física.

Assim, a não aprovação no TAF inviabiliza, por critérios objetivos, a participação do policial militar nessas atividades, as quais não configuram direito subjetivo, mas sim uma faculdade institucional vinculada à plena aptidão do agente. Ciente das dificuldades enfrentadas pelo efetivo, especialmente...”

Então, o comando, ele tem essa ciência de que os policiais têm dificuldades. Têm dificuldades, porque eles não têm tempo para fazer treinamento. O policial só trabalha. Então, ele fala que está “ciente das dificuldades enfrentadas pelo efetivo, especialmente diante do déficit funcional”.

Déficit funcional, porque não tem gente para trabalhar. Então, o policial tem que trabalhar por dois, três, quatro. Aí a população fica reclamando: “Olha, nós estamos sendo assaltados”. Agora em São Paulo dizem que a cada nove minutos um celular é roubado.

Então, a população está reclamando o tempo todo. A população não tem conhecimento de que o governo não está contratando, no tempo certo, a quantidade de policiais para prover essas vagas.

Então, as vagas estão em aberto e o comando está dizendo: “olha, diante do déficit funcional e da sobrecarga de trabalho”. Ele diz que sacrifica os seus policiais. Quando ele fala em sobrecarga de trabalho, ele está dizendo: “Olha, nós estamos sacrificando os policiais, que estão se desdobrando para ter o mínimo de segurança, já que o governo de plantão, que foi eleito com um monte de promessas, não faz a sua lição de casa.”

Então, ele fala do déficit funcional, da sobrecarga de trabalho. “A polícia adotou medidas organizacionais para viabilizar a realização dos treinamentos físicos dentro da própria jornada de trabalho. Destaca-se a implantação do Treinamento Continuado Institucional, TCI, nos termos da Diretriz nº PM3-001/03, de 2024, de cinco de setembro de 2024, a qual prevê sessões regulares de treinamento físico e técnico-operacional durante o turno de serviço, garantindo que o policial possa se manter em condições adequadas sem prejuízo das funções desempenhadas.”

Aqui o comandante, as respostas que ele está dando, ele ainda fala “durante o turno de serviço”. Nós identificamos um problema na Polícia Penal em que os policiais penais estão fazendo curso na folga. Então, estão trabalhando na folga.

Aqui ele está dizendo “ainda dentro do turno de serviço”, que obviamente está dentro da lógica do respeito ao trabalho policial, que depois de puxar o seu período tem que ter direito à folga. Não é o que está acontecendo na Polícia Penal.

“Além disso, a instituição estabeleceu uma doutrina de preparação física e operacional sustentada em rotinas padronizadas e treinamentos, supervisionados por profissionais capacitados com frequência mínima de duas vezes por semana.

Essas atividades têm duração de 30 a 45 minutos e são adaptadas às peculiaridades das funções exercidas, provendo melhorias no condicionamento físico, na saúde mental e na resistência dos profissionais, o que impacta diretamente na qualidade da prestação do serviço público de Segurança.

Reiteramos, por fim, o compromisso da Secretaria da Segurança Pública com a valorização e o aperfeiçoamento contínuo do efetivo policial por meio de práticas fundamentadas na legalidade, no respeito à dignidade do profissional e na eficiência institucional.”

Aí vem o despacho do secretário. “Devolvo assim a resposta à assessoria técnica da Casa Civil para encaminhar à Assembleia Legislativa. Guilherme Derrite, secretário de Segurança Pública.”

Então, está aqui o registro do retorno dos questionamentos que foram feitos, mas o governo tem que atentar para essa questão de que, pela grande quantidade de horas a que o policial se submete de trabalho, além das escalas extras, além de ter que trabalhar no dia de folga, fazer o bico, fazer o bico oficial, porque essa delegada nada mais é do que um bico oficial.

Além de se submeter a tudo isso, fica muito difícil se o governo não abrir um espaço, durante - se o que está escrito aqui é o que eles estão fazendo - o horário de serviço para fazer o treinamento. Porque se o policial não passa no TAF, não faz o teste de aptidão física, ele tem problema para fazer a lei delegada, e, às vezes, aquela lei delegada é o complemento salarial que ele tem, para fazer a Dejem e também para questões de promoção.

Então, dando publicidade aqui à resposta dos questionamentos que chegaram ao meu gabinete pelos colegas da Polícia Militar e que nós cobramos do governo, e a resposta está registrada.

Eu quero, então, encerrar a sessão, porque eu estava esperando outros colegas aqui para fazerem uso da palavra, mas eu acho que, pela grande quantidade de trabalho que eles estão tendo, fora do território - alguns estão lá em Israel -, não foi possível.

Então, havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, sem Ordem do Dia.

Está levantada a sessão.

Tenham todos e todas uma excelente tarde.

 

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- Levanta-se a sessão às 14 horas e 26 minutos.

 

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