1 DE JULHO DE 2025

94ª SESSÃO ORDINÁRIA

        

Presidência: SOLANGE FREITAS, PROFESSORA BEBEL, BETH SAHÃO, CONTE LOPES e ANDRÉ DO PRADO

        

RESUMO

        

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - SOLANGE FREITAS

Assume a Presidência e abre a sessão às 14h.

        

2 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

3 - DANILO CAMPETTI

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

4 - PRESIDENTE SOLANGE FREITAS

Cumprimenta os vereadores Jorge Luiz de Souza e Elcio Shiyoiti Hirano, de Jaguariúna, e suas respectivas assessoras, presentes no plenário. Convoca sessão extraordinária a realizar-se hoje, às 16 horas e 30 minutos, ou dez minutos após o término da presente sessão.

        

5 - OSEIAS DE MADUREIRA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

6 - PRESIDENTE SOLANGE FREITAS

Determina um minuto de silêncio em respeito ao falecimento do reverendo Jimmy Swaggart.

        

7 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

8 - PRESIDENTE SOLANGE FREITAS

Tece comentários sobre o pronunciamento do deputado Carlos Giannazi. Esclarece acerca de sua relatoria no PL 412/25 e do aceite de emendas, que reforçam prioridades em saúde, educação e desenvolvimento social, de autoria da oposição, ao projeto, equilibrando-as com responsabilidade fiscal.

        

9 - CARLOS GIANNAZI

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

10 - PRESIDENTE SOLANGE FREITAS

Responde ao pronunciamento do deputado Carlos Giannazi. Informa sobre a impossibilidade de inclusão do reajuste do vale-refeição na LDO.

        

11 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

12 - PROFESSORA BEBEL

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

13 - PRESIDENTE SOLANGE FREITAS

Parabeniza a deputada Professora Bebel pela autoria de emenda a favor do Iamspe, incluída no projeto da LDO.

        

14 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

15 - PRESIDENTE SOLANGE FREITAS

Cumprimenta o prefeito Rubens Pinaffi Junior e assessor de Tarabai, presentes no plenário.

        

16 - EMÍDIO DE SOUZA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

17 - PROFESSORA BEBEL

Assume a Presidência.

        

18 - DANILO CAMPETTI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

19 - EMÍDIO DE SOUZA

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

20 - SOLANGE FREITAS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

GRANDE EXPEDIENTE

21 - DANILO CAMPETTI

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

22 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

23 - BETH SAHÃO

Assume a Presidência.

        

24 - CONTE LOPES

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

25 - PRESIDENTE BETH SAHÃO

Cumprimenta os pesquisadores da APqC - Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo, presentes nas galerias.

        

26 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

27 - CONTE LOPES

Assume a Presidência.

        

28 - PROFESSORA BEBEL

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

29 - CARLOS GIANNAZI

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

30 - GUILHERME CORTEZ

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

31 - LECI BRANDÃO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

32 - BETH SAHÃO

Pelo art. 82, faz pronunciamento.

        

33 - PROFESSORA BEBEL

Pelo art. 82, faz pronunciamento.

        

34 - FABIANA BOLSONARO

Pelo art. 82, faz pronunciamento.

        

35 - CARLOS GIANNAZI

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

36 - GUILHERME CORTEZ

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

37 - MARINA HELOU

Pelo art. 82, faz pronunciamento.

        

38 - MARINA HELOU

Solicita a suspensão da sessão, por acordo de lideranças, até as 17 horas.

        

39 - PRESIDENTE CONTE LOPES

Defere o pedido e suspende a sessão às 16h29min.

        

ORDEM DO DIA

40 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Assume a Presidência e reabre a sessão às 17h12min. Coloca em votação e declara aprovados, separadamente, os requerimentos de criação de comissão de representação dos deputados: Rafa Zimbaldi, com a finalidade de participar do “8º Conexidades”, a realizar-se nos dias 04 a 08/08, em Holambra/SP; e Márcia Lia, com a finalidade de participar de agendas parlamentares em Ministérios do Governo Federal, no dia 01/07, em Brasília/DF.

        

41 - GILMACI SANTOS

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

        

42 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 02/07, à hora regimental, com Ordem do Dia. Lembra sessão extraordinária a realizar-se hoje, dez minutos após o término desta sessão. Levanta a sessão às 17h13min.

        

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão a Sra. Solange Freitas.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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A SRA. PRESIDENTE - SOLANGE FREITAS - UNIÃO - Boa tarde a todos. Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente.

Vamos começar, então, na lista de oradores do Pequeno Expediente, Deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Deputado Reis. (Pausa.) Deputado Jorge do Carmo. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino. Tem o tempo regimental de cinco minutos.

Boa tarde.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sra. Presidenta, nobre deputada Solange Freitas, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários e funcionárias da Assembleia Legislativa. Nobre deputada Solange, ontem nós realizamos, aqui na Assembleia, uma audiência pública para tratar sobre as comunidades que denunciam a ameaça de duas mil famílias pela CDHU.

Eu queria, Machado, que passasse rapidamente aqui o vídeo, para que eu possa fazer a minha exposição. Eu queria que passasse o vídeo, Machado. Pessoal da técnica, obrigado.

 

* * *

 

- É exibido o vídeo.

 

* * *

 

Então, são mais de 500 pessoas que estiveram, ontem, aqui na Assembleia Legislativa. Acabaram ocupando dois auditórios para que pudesse ser feita esta reflexão. São mais duas mil famílias, no bairro de Souza Ramos e Iguatemi, as duas da Cidade Tiradentes e outras comunidades também.

Essas duas são as duas que terão o maior número de remoções previstas pela CDHU na zona leste da cidade de São Paulo. Fizemos essa audiência pública, ontem, em parceria com o vereador Alessandro Guedes, que também vem acompanhando o diálogo com as comunidades na região.

São famílias que estão morando nessas comunidades há mais de 55 anos. Uma comunidade que fez 55 anos. Agora, o Governo do Estado, junto com a Prefeitura de São Paulo, vem com o argumento de querer implantar um parque municipal nessa região, na Cidade Tiradentes.

Nobre deputado Suplicy, eles querem tirar duas mil famílias que moram há 55 anos ali, no bairro de Iguatemi e Souza Ramos, para fazer um parque. Não somos contra executar e estruturar parques na cidade de São Paulo, mas não pode remover duas mil famílias que moram há 55 anos simplesmente para fazer um parque na cidade. Então, é possível que, nessa região, seja feita o “Reurb”.

A prefeitura tem feito vários processos de regularização fundiária na cidade de São Paulo. E nessa região da Cidade Tiradentes é possível. Tem que fazer uma ou outra adequação de algumas famílias que moram na área de risco, mas jamais remover 55 mil famílias.

E a proposta que a CDHU está fazendo, queria passar a próxima. Aqui é a proposta da CDHU. Você vai tirar as duas mil famílias, e eles querem tirar já a partir do dia 15 do mês de julho, e as pessoas que hoje moram lá há 55 anos, a proposta da CDHU, nobre de deputado Carlos Giannazi, é que eles sejam removidos e que vão para um apartamento da CDHU, e têm que fazer um financiamento de 30 anos.

Quer dizer, não é chave na chave, não é uma remoção. Primeiro que nós estamos trabalhando para que não haja remoção. Segundo, mesmo que se tivesse que fazer uma remoção nessa área desses dois bairros, os demais bairros da região, tinha que ser chave na chave.

Mas a proposta apresentada pela CDHU, pela Prefeitura de São Paulo, é que eles têm que pagar 30 anos um financiamento da CDHU, e nós sabemos como funciona o financiamento da CDHU. As pessoas que já tiveram algum tipo de (Inaudível.) habitacional estão fora. As pessoas que hoje recebem, estão cadastradas no CadÚnico, que têm um salário baixo, um rendimento baixo, dificilmente conseguem um financiamento pela CDHU, e essa é a proposta que a CDHU está apresentando.

Hoje são duas mil famílias, mas só tem 314 em tese que serão atendidas. As demais serão removidas sem sequer um diálogo com a CDHU. Aí nós trouxemos aqui a pauta, que é algum acompanhamento que nós estamos fazendo já no estado de São Paulo. Hoje o primeiro lugar no ranking nacional de análises de quase dez mil famílias é o estado de São Paulo.

Estamos atuando em outros conflitos fundiários também, não só aqui na Grande São Paulo, mas em 11 municípios. Protocolamos um projeto de lei que possa garantir que o estado faça um acompanhamento, como é feito hoje pelo governo federal. Nós temos o projeto “Minha Casa Minha Vida”.

É possível ter subsídio de 100% de imóveis pelo “Minha Casa Minha Vida”, e o governo do estado de São Paulo não tem nenhum projeto de habitação lá hoje que financie e subsidie 100% de imóveis para baixa renda na cidade de São Paulo.

Então eu queria, Sr. Presidente, que fosse encaminhada essa minha fala ao presidente da CDHU, ao secretário de Desenvolvimento e Habitação do Estado de São Paulo. A data prevista da CDHU de fazer essa remoção é no dia 15 de julho. Convidamos a CDHU para participar dessa audiência pública no dia de ontem, e ela não compareceu.

Então quero que seja encaminhada à CDHU, ao secretário do estado de São Paulo de Desenvolvimento e Habitação, para que eles possam se posicionar antes dessa data do dia 15, para garantir um bom diálogo com a população dessa região, e que possa sair um bom termo, e garantir que esse pessoal entre no processo de “Reurb” na cidade de São Paulo e não seja necessário sair de onde eles moram, há 55 anos, no estado de São Paulo.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

A SRA. PRESIDENTE - SOLANGE FREITAS - UNIÃO - Deputado Marcolino, sua fala será encaminhada pelos termos regimentais.

Muito obrigada.

 

O SR. DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Pela ordem, Presidente. Para uma breve comunicação.

 

A SRA. PRESIDENTE - SOLANGE FREITAS - UNIÃO - Pela ordem, Deputado Danilo Campetti. Pode fazer.

 

O SR. DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - PARA COMUNICAÇÃO - Gostaria de registrar a honrosa presença dos vereadores Jorge e Dr. Elcio, aqui de Jaguariúna. Estão acompanhados das assessoras Cíntia e Aline, que nos honram muito com a presença.

São dois vereadores atuantes no município de Jaguariúna, e neste fim de semana, nós estivemos lá com o governador Tarcísio, com a primeira-dama Cristiane Freitas, entregando certificados daqueles que concluíram brilhantemente os cursos nas carretas da capacitação, do programa “Caminho da Capacitação”.

Então, fica aqui o nosso registro da presença ilustre desses vereadores que apoiaram lá o programa e que também estiveram presentes na solenidade.

Muito obrigado pela presença dos vereadores e das nobres assessoras.

Obrigado, Sra. Presidente.

 

A SRA. PRESIDENTE - SOLANGE FREITAS - UNIÃO - Muito obrigada, Deputado Danilo Campetti. É um prazer receber os vereadores e suas assessoras. Obrigada pela visita aqui na nossa Assembleia Legislativa.

Sras. Deputadas e Srs. Deputados, nos termos do Art. 100, Inciso I, do Regimento Interno, convoco V. Exas. para uma sessão extraordinária a realizar-se hoje, dez minutos após o término da presente sessão, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia.

 

* * *

 

- NR - A Ordem do Dia para a 25ª Sessão Extraordinária foi publicada no D.O. de 02/07/2025.

 

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Agora, seguindo com a lista de oradores do Pequeno Expediente, deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Fábio Faria de Sá. (Pausa.) Oseias de Madureira. Deputado, o senhor tem o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. OSEIAS DE MADUREIRA - PSD - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sra. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, queridos servidores, público aqui presente, queridos vereadores que nos visitam, ali de Jaguariúna, nossa especial saudação aos policiais militares e a todos que aqui assistem.

É com profundo pesar que hoje eu assumo a tribuna desta Casa para registrar a perda de um grande homem, o reverendo Jimmy Swaggart, que hoje, 1º de julho, aos seus 90 anos, após dedicar mais de sete décadas de sua vida ao ministério, impactando muitas, milhares de famílias.

Desde a minha infância, eu acompanhei o ministério do reverendo Jimmy Swaggart ao lado dos meus pais, que sempre faziam questão, aos sábados pela manhã, de nós sentarmos e assistirmos as suas mensagens.

Sua voz marcante, sua paixão pelo evangelho e sua entrega incondicional a Deus atravessou gerações e tocaram milhões de corações. Ele não foi apenas um pregador, foi o maior televangelista da história cristã. Uma voz profética que alcançou lares, famílias, curou feridas da alma e acendeu a chama da fé em incontáveis vidas.

Hoje deixa de fazer parte da história como um pregador, mas, sem dúvida, ele entra para a eternidade, deixando um legado, uma história de fé e, sem dúvida, um homem de Deus.

Nosso líder da Igreja Assembleia de Deus do Brasil, Ministério de Madureira, bispo Samuel Ferreira, foi um homem que teve muito por perto o reverendo Jimmy Swaggart, uma amizade pessoal.

E essa amizade, além do púlpito, era uma amizade de relação profunda, de admiração, de companheirismo e de respeito mútuo. Eu quero só deixar para todos aqueles que aqui estão e também aos que nos assistem.

Ele cantava uma canção que vale a pena nós destacarmos: “Jesus, só ao mencionar o teu nome, as flores florescem, o deserto volta a viver. Como uma brisa no meio da chuva, Jesus, ela é só ao mencionar o seu nome”.

Essa era a fé que o movia, um homem simples, uma fé viva e poderosa. Agora ele descansa em paz. Eu termino o meu discurso com um texto bíblico que está em II Samuel, capítulo três, versículo 38: “Não percebem hoje que caiu um grande homem, um grande líder?”

Sra. Presidente, eu gostaria de pedir um minuto de silêncio para que possamos prestar uma homenagem ao reverendo Jimmy Swaggart.

 

A SRA. PRESIDENTE - SOLANGE FREITAS - UNIÃO - Então vamos fazer um minuto de silêncio.

 

* * *

 

- É feito um minuto de silêncio.

 

* * *

 

O SR. OSEIAS DE MADUREIRA - PSD - Sra. Presidente, muito obrigado.

 

A SRA. PRESIDENTE - SOLANGE FREITAS - UNIÃO - Muito obrigada, deputado. Continuando a lista de oradores, deputado Bruno Zambelli. (Pausa.) Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Deputado Lucas Bove. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputada Professora Bebel. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi. O senhor tem o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sra. Presidente, deputada Solange Freitas, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectador da TV Assembleia, público aqui presente, hoje provavelmente nós votaremos a LDO, que é um dos principais projetos, juntamente com o projeto da Lei Orçamentária, que será votado no ano que vem, que a Assembleia Legislativa debate, faz audiências públicas e vota. Então, a LDO agora, talvez hoje, e a Lei Orçamentária, a LO, no final do ano.

Essas duas leis, esses dois projetos são importantíssimos para financiar as políticas públicas e sociais, logicamente, do estado de São Paulo, sobretudo nas áreas em que nós atuamos e que defendemos, como a Educação pública, a Saúde pública, o SUS, a Assistência Social, a Cultura, o Lazer, o Esporte.

Então, são duas leis fundamentais que serão aprovadas agora, a LDO; mas eu percebo que há uma grande contradição, porque essa LDO, que deveria se preocupar com mais investimentos nas áreas sociais, ela é uma lei antissocial, é um projeto...

O projeto que chegou aqui de LDO, do governo, ele é antissocial e antidemocrático, porque ele não absorveu, não acatou as emendas apresentadas pelo conjunto dos deputados da Assembleia Legislativa, deputados que representam, em tese, uma parcela importante da população.

Eu vejo os discursos dos deputados da base do Governo defendendo a LDO,  mas eu vejo uma contradição, sobretudo porque, neste exato momento, nós estamos vivendo um momento muito difícil no Congresso Nacional, onde o centrão do Congresso Nacional, juntamente com a extrema-direita “protonazifascista”, esses dois segmentos do Congresso Nacional, que são segmentos majoritários neste momento, esse segmento está votando contra o povo brasileiro, não contra o governo Lula; votando contra o povo brasileiro, contra quem mais precisa das políticas sociais.

Como aconteceu agora recentemente com o Imposto sobre as Operações Financeiras, onde houve a derrubada do decreto do presidente Lula. Foi uma derrubada inconstitucional, porque quem tem a prerrogativa de reajustar ou não o IOF é a Presidência da República. Está na Constituição Federal.

O Congresso Nacional, esse setor - o centrão mais a extrema-direita - votou pela derrubada para beneficiar os ricaços, os banqueiros, os investidores da jogatina financeira do Brasil, os grandes grupos econômicos que vivem, sobretudo, dos juros. Então, esses e os dos investimentos na jogatina financeira. Nem posso dizer que isso é investimento.

De qualquer forma, são esses grupos que foram beneficiados com a derrubada do decreto presidencial. Não foi o presidente Lula que foi prejudicado, nem o Fernando Haddad, nem os deputados que apoiam o governo Lula, mas o povo brasileiro foi prejudicado porque esses grupos que citei foram os grandes beneficiados, porque não vão pagar imposto. É um absurdo. Ou seja, os ricaços, os banqueiros, os milionários, os bilionários foram contemplados pelo centrão e pela extrema-direita “protonazifascista” e bolsonarista.

É grave essa situação, sem contar que, alguns dias atrás, eles derrubaram os vetos também, do presidente Lula, o que beneficiou as empresas de energia elétrica, né?

Ou seja, vai aumentar a conta de luz. Então esse grupo centrão mais extrema-direita está militando, votando projetos contra o povo brasileiro. Eles não têm nenhum compromisso. Eles querem desgastar o governo Lula, e que se dane o povo! O povo vai ter que pagar o aumento da conta de luz.

O governo vai deixar de arrecadar mais recursos para investir na Educação, na Saúde. E fora o que eles querem: acabar com os pisos constitucionais na área da Educação, na área da Saúde. Querem desvincular o salário mínimo da aposentadoria, para prejudicar ainda mais os aposentados. Essa é a militância trevosa do centrão e da extrema direita contra o povo brasileiro.

Para concluir, a grande contradição que eu percebo: os partidos que estão nesse centrão e nessa extrema direita são os mesmos partidos da base governista aqui na Assembleia Legislativa. O Republicanos, o PL, a União Brasil, olha, todos eles, MDB, o Novo, o Podemos e todos eles aqui, o PSDB, enfim, esses são os partidos lá do centrão e da extrema direita.

Eles estão aqui compondo a base de sustentação do governo e aprovando uma LDO, repito, antissocial e antidemocrática também contra o povo de São Paulo.

Muito obrigado.

 

A SRA. PRESIDENTE - SOLANGE FREITAS - UNIÃO - Muito obrigada, deputado Carlos Giannazi. Eu queria complementar que eu fui a relatora da LDO, e nós tivemos mais de 1.300 emendas vindas dos Srs. Deputados. Eu aceitei mais de trezentas. A maioria das emendas eram da oposição. A LDO é muito importante porque ela aponta as metas, as prioridades que o governo quer para o ano que vem.

E eu aceitei, incorporei aquelas emendas que reforçam prioridades importantes, tanto na Saúde, na Educação, no Desenvolvimento Social. Mas a gente também tem que aceitar as emendas desejadas pelos deputados, equilibrando também com a responsabilidade fiscal.

Eu acho que as prioridades apontadas na LDO pelo Sr. Governador e as emendas que eu aceitei apontam que realmente as prioridades no ano que vem estão relacionadas à Saúde, à Educação, ao desenvolvimento, geração de empregos. Então eu só gostaria de reforçar essa parte no que diz ao meu respeito na questão da LDO, na qual fui relatora.

Muito obrigada, deputado. Continuando a lista de oradores, deputada Marina Helou. (Pausa.) Deputado Eduardo Suplicy, o senhor tem o tempo regimental de cinco minutos.

Pela ordem, deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Eu gostaria de fazer uma breve comunicação. Só comentando o que V. Exa. disse. Primeiro, parabenizar o trabalho que V. Exa. desenvolveu, fazendo tudo o que era possível dentro das suas atribuições, e acatar emendas que nós apresentamos. Mas nós sabemos muito bem como funciona a Assembleia Legislativa, a mão pesada do governo.

A Assembleia Legislativa não passa de um puxadinho, de um cartório do governo estadual que manda aqui nesta Casa, que controla todas as comissões praticamente, controla a pauta de votação, que controla o que entra e o que não entra para ser votado aqui.

E a gente sabe da pressão do governo para que as emendas que nós apresentamos, emendas significativas, realmente, que poderiam mudar a Saúde pública do estado de São Paulo, a Educação pública, a Assistência Social, essas não foram acatadas.

Até porque o governo não aceita, por exemplo, o aumento do vale refeição para os servidores públicos do estado de São Paulo, que hoje gira em torno dos vergonhosos 12 reais.

É o que o governador Tarcísio de Freitas paga para uma professora, para um agente penitenciário, um policial penitenciário, um policial civil, um policial militar. Então essa emenda que nós apresentamos, apontando na direção de que houvesse nessa LDO um aumento significativo, ela não foi acatada.

A questão do Iamspe também foi acatada de uma forma como subemenda, de uma forma muito tímida. O Iamspe carece de financiamento. Nós temos que aumentar drasticamente, dobrar o financiamento do Iamspe.

Então, esse projeto de LDO aí não é culpa de V. Exa., eu sei que tem as forças políticas, e V. Exa. fez o que foi possível. Mas o governo não aceita que haja mais investimento no Iamspe, na valorização real dos servidores do estado de São Paulo, seja da Educação, da Saúde ou da Segurança Pública.

Então essa é a crítica que eu fiz à LDO, e não ao trabalho desenvolvido por Vossa Excelência.

 

A SRA. PRESIDENTE - SOLANGE FREITAS - UNIÃO - Não, eu entendo, deputado Carlos Giannazi. Só para reforçar: a questão do vale-refeição, que, realmente, é muito pouco o valor do vale-refeição.

Eu fui atrás para ver se a gente conseguiria encaixar na LDO, mas não faz parte da LDO, porque todos nós estamos aprendendo. Então, eu fui atrás para ver se a gente conseguiria. Não cabe na LDO a gente estipular esse valor. A gente pode estipular depois discutindo o Orçamento no final do ano.

Muito obrigada.

Deputado Eduardo Suplicy.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Prezada presidente, deputada Solange Freitas, em primeiro lugar, assim como o deputado Carlos Giannazi, quero cumprimentá-la por seu trabalho como relatora e inclusive por ter aceito muitas das emendas apresentadas pela oposição, inclusive pelo PT.

Espero que hoje se chegue a um entendimento para votarmos um projeto tão importante, com que a deputada Bebel nos brindou, relativo aos professores, para também votarmos, então, a LDO.

Mas eu, com muita alegria, com o recém-findado mês do Meio Ambiente, comunico que acabo de protocolar o Projeto de lei nº 666, para a criação do Parque Morro Grande, cujos limites situam-se majoritariamente no município de Cotia.

O projeto de lei altera a redação da Lei Estadual n.º 1.949, de 4 de abril de 1979, recategorizando a Reserva Florestal do Morro Grande como unidade de conservação, no caso, parque estadual, adaptando-se a Lei Federal 9.985, de 18 de julho de 2000, que cria o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza. A reserva atualmente possui área de 10.870 hectares, situa-se na Baía Hidrográfica do Alto Cotia, abrangendo as matas que envolvem as represas da Cachoeira das Graças e Pedro Beast.

Em junho de 2024, fui recebido pela Sabesp, pelo Movimento que Luta, pela Criação do Parque, em uma visita ao local, e fiquei deslumbrado com a beleza da exuberância da Mata Atlântica preservada no local.

O PL tem por objetivos fundamentais a preservação dos mananciais do território e também dos ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas, atividades de educação ambiental, recreação em contato com a natureza e o turismo ecológico, e com a presença de um conselho gestor que participará da gestão participativa do parque.

A Sociedade Ecológica Amigos do Embu, CAE, que é a organização que lidera os esforços de preservação da reserva há mais de 50 anos, a Pastoral da Ecologia Integral da Diocese de Campo Limpo, e também os pesquisadores Helga Grigorowitschs, Rafael Eichenberger Ummus e Marcos Ummus me procuraram no ano passado para que mobilizássemos esforços pela preservação da área, e hoje finalmente conseguimos materializar o ensejo da população que anseia pela preservação do maior maciço florestal da Região Metropolitana de São Paulo.

Estudos científicos realizados pelo professor Jean Paul Metzger, da USP, desde os anos 2000, atestam a relevância ecológica crítica da reserva, destacando sua elevada biodiversidade e importância como corredor ecológico de serviços ecossistêmicos estratégicos e sua função essencial na segurança hídrica da metrópole.

Em recente manifestação encaminhada ao Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, o mesmo professor sustentou que a categoria de parque estadual é, a princípio, a mais adequada frente ao potencial recreativo, turístico e educacional da área, dada a proximidade com São Paulo e com outros centros urbanos que poderiam se beneficiar da área.

Trata-se, portanto, de uma categoria que permite compatibilizar proteção ambiental rigorosa com acesso ordenado da população a experiências de contato com a natureza, educação ambiental e valorização do patrimônio natural e histórico da região.

Para as deputadas e deputados que se interessarem, ofereço a possibilidade de serem coautores desse importante projeto de lei. Queria lembrar que há alguns anos houve um empenho grande para que houvesse essa reserva florestal.

E dentre as pessoas que, então, defendiam essa proposta está o saudoso e querido Prof. Aziz Ab’Saber. Eu acho que ele era da Sociedade Ecológica Amigos do Embu, e sempre participou dos esforços para em defesa da integridade da reserva. Então eu aqui homenageio Prof. Aziz Ab’Saber, de quem me tornei muito amigo.

Muito obrigado.

 

A SRA. PRESIDENTE - SOLANGE FREITAS - UNIÃO - Muito obrigada, deputado Eduardo Suplicy.

Continuando a lista de oradores, deputado Gil Diniz. (Pausa.) Conte Lopes. (Pausa.) Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Edson Giriboni. (Pausa.) Professora Bebel.

A senhora tem o tempo regimental de cinco minutos.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sra. Presidente. Eu quero agradecer que a senhora tenha incorporado, sim, aquela emenda do Iamspe, porque aquela emenda indica que os recursos adicionais podem ser retirados de verbas do Tesouro. E para nós é importante que o governo necessariamente entrasse com a cota-parte, que é de 2 e 3%; 2% para quem tem até 59 anos, 3% para acima de 59 anos.

Mas eu quero tocar num assunto que vai estar em pauta hoje. Os professores estão vindo, nós estamos trazendo a categoria para acompanhar a votação e ficar de olho aqui na Assembleia Legislativa. Deixaram para o último dia exatamente para tentar alguma manobra, e nós vamos enfrentar essa manobra.

Depois pague o preço lá na frente, mas nós vamos enfrentar as manobras que têm que ser enfrentadas. Espero que V.Exa. acate, é um projeto que a gente conseguiu demonstrar o erro do secretário da Educação quando mandou o projeto. E quando a gente foi batendo os números, a gente admitiu.

E eu acho que a gente deveria ser aplaudido por ter conseguido convencer, porque se tem uma coisa que não se consegue fazer nesta Casa é convencer a ala governista de que alguma coisa não está certa.

E isso deveria ser aplaudido. De qualquer maneira, a gente conseguiu, veio para a Casa. Lamento que tenha sido na última semana, até por... acho que tática, porque para nós não dá o direito à retroatividade. Se não votar hoje, fica a perder de vista, porque é de acordo com a sanção.

Eu vou pedir para os deputados e deputadas porem a mão na consciência. Se o governador votar lá na frente, ele vai sancionar quando ele quiser. Mas pode ser agora, mas tudo bem, mas tem um tempo a mais. A gente vai fazer pressão para que ele sancione.

E lá na frente tem mais luta, como, por exemplo, uma luta que nós vamos ter que fazer agora, que é esse absurdo de mandar professores que tiverem faltas injustificadas, até 5% de faltas, essas sejam injustificadas, porque esses professores, deputado Eduardo Suplicy, vão a médico, levam familiares a médicos e têm a falta, não tem jeito.

Mas eles perdem dinheiro. Perdem também em contar o número de pontos que eles vão ter. Eles já têm a penalidade. Mas eles não querem, o governo não quer isso. O governo quer demitir. É isso que está em questão. Demissão.

Nós temos que nos levantar, porque tem um concurso público de 174.000 aprovados; foram chamados 15.000, 10 mil. Meu Deus, se eu tenho mais de 100.000 professores admitidos em caráter temporário, deputado Emídio, o que eu vou fazer? Eu vou criar, óbvio, um calendário.

Não é simples, todo mundo, o senhor já foi gestor, prefeito, sabe perfeitamente, não é simples pôr 100.000 de uma vez, mas faz um calendário racional. Não. É pingadinho, sabe? Até o concurso caducar e gastar, porque, na verdade, concurso público implica em gasto também. Se chamassem, nós acabaríamos com isso.

Eles não perguntam, deputado Emídio de Souza, por que os 5% que eles aplicam... As causas são o adoecimento, a atribuição de aulas que joga o professor lá longe, aí o professor perde, não tem mobilidade para chegar até o trabalho.

Então nós estamos preparando um relatório e vamos fazer um grande lançamento para parar com essa criminalização do funcionalismo público. Não estou falando de professor mais. Funcionalismo público do estado de São Paulo.

Por isso, na última sexta-feira, nós tivemos aprovação da greve da Saúde. Por conseguinte, se não melhorar as relações, do jeito que está não escapa também no segundo semestre uma nossa. Porque não dá. Você conversa, faz ouvido de mercador.

Para terminar, por incrível que pareça, na semana passada, um mês atrás, foi publicada a comissão de valorização do Magistério. Aí o próprio secretário faz a proposta, ele sozinho, era uma comissão para fazer. Ele fez sozinho a proposta, publicou no “Diário Oficial” da terça-feira e chamou a gente para discutir.

Eu falei: "Eu não vou discutir o que eu não ajudei a elaborar". Ou os senhores retiram para a gente debater, ou então pague o preço de não ter o debate com o sindicato. E eles retiraram na data de hoje.

Acredito que a força... E agradeço até. A gente também não pode ser... Agradeço pelo fato de ser ouvida, deputado Marcolino, até depois, mas pelo menos retirou, vai pôr na mesa de novo, vai abrir para debater. Espera-se isso, um clima menos hostil. Não precisa ter tanto ódio assim para lidar com uma categoria que é a mais importante. Todas são, por óbvio, o funcionalismo público é importante, mas essa? Por favor.

Muito obrigada, Sra. Presidente.

Cumprimento-a por ter sido bem-sucedida no orçamento. Eu sei que a senhora tem alcances e limites. No limite a senhora fez alguma coisa.

Muito obrigada.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Pela ordem, Sra. Presidente.

 

A SRA. PRESIDENTE - SOLANGE FREITAS - UNIÃO - Parabéns, Professora Bebel, pela emenda ao Iamspe, que foi muito boa mesmo e vai ajudar muito os servidores que utilizam o Iamspe.

Pela ordem, deputado Marcolino.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Está presente hoje, Sra. Presidenta, aqui acompanhando os nossos trabalhos, o prefeito Rubens Pinaffi Junior, da cidade de Tarabai - quero pedir para se levantar -, e também o Matheus Brito, seu assessor.

Eu estive na semana passada lá em Tarabai. Eu tenho uma parceria forte com a cidade. É uma cidade que a gente tem orgulho de poder ajudar, acompanhar. Eu queria pedir uma salva de palmas para o nosso prefeito, que hoje nos acompanha aqui, prefeito Rubinho.

Seja muito bem-vindo. (Palmas.)

 

A SRA. PRESIDENTE - SOLANGE FREITAS - UNIÃO - Sejam muito bem-vindos.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Obrigado, presidente.

 

A SRA. PRESIDENTE - SOLANGE FREITAS - UNIÃO - Obrigada, deputado Marcolino.

Continuando a lista de oradores, deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.) Deputado Emídio de Souza, o senhor tem o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. EMÍDIO DE SOUZA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sra. Presidenta, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público que nos acompanha aqui pela TV Alesp e também os nossos visitantes - prefeitos, vereadores que visitam a Casa hoje. Eu queria abordar, Sra. Presidente, essa questão da Sabesp.

Mais uma vez a Sabesp demonstra o prejuízo que ela dá para São Paulo após a privatização que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, enfiou goela abaixo dos 45 milhões de paulistas.

Falo porque, novamente, agora veio à tona a reportagem dizendo que nada menos do que 86 piscinas olímpicas de esgoto estão sendo lançadas, in natura, no Rio Tietê, por conta da incompetência da Sabesp privatizada.

E antes dessa vergonha, a Sabesp passou a cobrar esgoto de quem não tem esgoto, já tinha aumentado de maneira acentuada o valor das tarifas, não só para os cidadãos, para os consumidores, mas também para as empresas.

Essa é a Sabesp privatizada, que maximiza o lucro e diminui a prestação de serviço, como nós avisamos que ia acontecer naquele período. Infelizmente, esta Casa apoiou, a maioria desta Casa apoiou a privatização da Sabesp, e hoje São Paulo colhe o que há de pior.

 

* * *

 

- Assume a Presidência a Sra. Professora Bebel.

 

* * *

 

E o governador ainda vai, com ironia, dizer que o que aconteceu ali na Marginal Tietê, o buraco da Marginal Tietê, que não para, o despejo de 86 piscinas olímpicas de esgoto, diariamente, lá no rio Tietê - tudo isso é um simples efeito colateral da privatização.

Na verdade, eu não sei nem o que dizer, porque o que eu posso dizer é: governador, o senhor é um efeito colateral danoso do bolsonarismo aqui no estado de São Paulo. Porque o senhor só governa para privatizar.

O senhor parece que, não tendo competência para governar, fala: “Eu vou vender essa área porque eu não sei cuidar da Saúde. Eu vou terceirizar hospitais. Ah, eu não sei cuidar da Sabesp, eu vou entregar a Sabesp. Ah, eu não sei cuidar da Educação...”, professora Bebel, “aí vou começar a privatizar as escolas também”, como está fazendo.

Então está muito claro que esse governador não tem nada de moderado, como ele costumava se vender. Ele é tão extremista de direita quanto é o Bolsonaro, como foi agora na Paulista, no domingo passado, para fazer discurso de radicais - radicais da direita que estão trabalhando contra o Brasil.

Aliás, estão trabalhando aqui dentro, no Congresso Nacional, e estão trabalhando lá fora, como o filho do Bolsonaro está. Largou o mandato para ir lá trabalhar contra o Brasil, ficar tentando convencer o governo americano de que o Brasil está virando uma ditadura.

Toma vergonha na cara, bananinha. O Brasil é uma democracia, tem instituições sólidas e não está perto de virar ditadura. Ditadura viraria se o 8 de janeiro não tivesse sido derrotado, como foi. E vocês vão pagar na Justiça pelo que fizeram.

Esse é o Tarcísio, que bate palma para esse tipo de comportamento, igual teve o Congresso Nacional essa semana. Novamente, um Congresso Nacional que se porta contra o povo e a favor da concentração de renda neste país. Sabe?

Um projeto de lei que visa taxar os imensamente ricos, os chamados BBB - as bets, os bilionários e os bancos. Para quê? Para poder isentar do imposto de renda 25 milhões de brasileiros.

O que fez o Congresso Nacional, sob o comando do Hugo Motta e do Alcolumbre, com o apoio de toda a direita brasileira? Vai lá e derruba o decreto do governo. E o governo, em boa hora, Suplicy, está reagindo a isso e hoje está acionando o Poder Judiciário, o Supremo Tribunal Federal, a PGR, para derrubar, para a arguir a inconstitucionalidade dessa lei.

Porque a lei não pode, o Congresso está invadindo competência que é própria do Executivo. E o pior, invadir a competência não é para defender o povo, é para atacar o povo. É para tirar direitos. É para fazer com que este País onde as “bets” viraram uma febre doentia, essas “bets” pagassem por imposto que não querem pagar.

E as operações financeiras, o IOF é exatamente para essa parcela da população que é a mais rica, que é a que nunca pagou imposto nenhum neste País. Sim, os super-ricos precisam pagar mais imposto, precisam pagar algum imposto, porque não pagam nada e precisam aliviar o peso da classe média e da classe trabalhadora brasileira.

 

A SRA. PRESIDENTE - PROFESSORA BEBEL - PT - Obrigada, deputado Emídio de Souza. Chamo o próximo inscrito, deputado Danilo Campetti. Tem V. Exa. o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sra. Presidente, deputada Professora Bebel, quero cumprimentá-la. Cumprimentar as Sras. Deputadas, Srs. Deputados, assessorias, servidores da Casa. Cumprimentar quem nos acompanha pelas galerias, policiais militares, meus irmãos, policiais civis, policiais penais aqui presentes, aqueles que nos acompanham pela TV Alesp.

Nós temos ficado perplexos esses dias, né? Porque a esquerda, a oposição aqui em São Paulo, nos últimos dias, votou contra o maior programa de combate à pobreza. Pode ter as divergências, mas votar contra um programa de combate à pobreza? E agora com todas as suas forças, senhores vereadores, senhoras assessoras que nos acompanham, estão trabalhando para aumentar impostos.

Que papo é esse de que só os ricos vão pagar impostos com o aumento do IOF? Quem tem cartão de crédito, deputada Dani Alonso, paga IOF. Pelo presidente Bolsonaro, o IOF já seria extinto este ano. Mas eles têm uma lógica reversa. Eles querem aumentar impostos, mesmo o governo federal batendo recordes de arrecadação. Por que que o País não entra no eixo?

Por que a senhora e o senhor que está me vendo não vê a diferença nos supermercados? Os preços não baixam? Os combustíveis cada vez mais altos. Por quê? Porque o governo não faz a lição de casa.

O governo federal só gasta, só gasta. E aí não tem ministro da Economia, não tem ministro do STF que dê jeito. Não tem a AGU, que hoje entrou - uma vergonha - querendo convencer os brasileiros de que está trabalhando em prol da população, pedindo aumento de impostos.

E onde que vai redundar isso? Isso não é só a gente aqui no Brasil que está vendo, não. Tivemos aí a “The Economist”, uma revista britânica que fez críticas ao governo, que enxergou lá de fora que o governo é irrelevante internacionalmente, que o governo está na contramão de todas as democracias ocidentais do mundo. E aí a gente passa vergonha lá fora com esse presidente.

Pode colocar o vídeo, Machado.

 

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- É exibido o vídeo.

 

* * *

 

É sempre a mesma coisa. Quando a coisa começa a ficar pesada, a gente volta às origens, deputada Dani Alonso. Aí é o rico contra o pobre, é o homem contra a mulher, é o hétero contra o homossexual, são brancos contra negros. É sempre essa guerra que eles pregam.

E agora, ora querem aumentar impostos, ora querem estabelecer a censura. Eu fico me perguntando, como que a gente explica? E aí eu peguei uma frase do jurista André Marsiglia, que ele diz assim: "Como você explica pro pessoal de fora o seguinte, que você tem políticos anistiados que gritam 'sem anistia', você tem advogados garantistas pedindo prisão e você tem artistas contra tudo o que está acontecendo, pedindo também prisões, artistas que foram censurados, que agora são a favor da censura?”.

Porque essa regulação das mídias nada mais é do que uma etiquetinha, uma etiqueta para censura. E o que foi feito pelo STF, que agora a gente entrou em uma questão de neoconstitucionalismo... Tudo agora vai para o STF, isso é explicado. Então, como a nossa Constituição trata de tudo, tudo pode chegar ao STF.

Então tudo agora é decidido, o STF legisla, o STF diz o que fazer e agora mitigaram os efeitos do Art. 19 do Marco Civil da Internet, que estava estabelecido e regulamentava, que estava em vigência e que atendia ao pleito tanto das “big techs”, quanto ao pleito dos cidadãos. Ou seja, querem tolher o nosso direito de falar.

Só para concluir. Segundo o posicionamento do “The Economist”, segundo a revista, o Itamaraty colocou o Brasil em desacordo com todas as outras economias ocidentais, que ou apoiaram os ataques, ou expressaram preocupação - para concluir, Sra. Presidente -, se referindo ao fato de o presidente Lula condenar com veemência os ataques que livraram o mundo de uma guerra nuclear.

Porque Israel foi o Estado que teve a coragem de ir lá e enfrentar o Irã, que é uma teocracia fundamentalista que apoia todos os “proxy” terroristas desse mundo e que quer a destruição de Israel.

Israel começou e Estados Unidos foi lá, cirúrgico, e acabou com as instalações nucleares. Foi cirúrgico e acabou. Então parabéns a Israel, parabéns aos Estados Unidos por terem salvo o mundo de uma guerra nuclear. Fica aqui o meu registro, Sra. Presidente.

Muito obrigado.

 

A SRA. PRESIDENTE - PROFESSORA BEBEL - PT - Muito obrigada, nobre deputado.

Passo então a continuar a leitura dos próximos oradores.

 

O SR. EMÍDIO DE SOUZA - PT - Pela ordem, presidente, para uma comunicação.

 

A SRA. PRESIDENTE - PROFESSORA BEBEL - PT - Pois não, nobre deputado?

 

O SR. EMÍDIO DE SOUZA - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Apenas para dialogar. Você sabe que às vezes a meia verdade é pior do que a mentira, não é? Porque as pessoas virem aqui, primeiro falar de criação de imposto, só se não quiser ver. Porque ao mesmo tempo que o Congresso, com o apoio da direita inteira, aumentou o número de deputados, criou gastos, quer cobrar o governo de cortar gastos.

Agora quando ele fala em cortar gastos, não está falando de cortar supérfluos, deputado Danilo Campetti, está falando... Sabe o que os partidos de vocês estão falando? De cortar “Bolsa Família”, de cortar, desvincular os salários mínimos da aposentadoria, acabar com a política de reajustes anual acima da inflação do salário mínimo, que é a política de distribuição de renda. Isso é fato.

É o que você chega e fala o seguinte: “Se este país não for para melhorar a situação do equilíbrio de renda, para que nós servimos então? Para que um Congresso que vota tudo contra o interesse do povo quer manter os privilégios sempre?”.

Neste país, historicamente, rico não paga imposto, não pagam os ricos do Agronegócio, não pagam os ricos dos bancos, agora não pagam as “bets”. Agora um partido como o seu se colocar a favor desses ricos, para impedir que quem ganha até cinco salários mínimos deixem de pagar impostos e quem ganha até sete salários mínimos paguem menos dos que pagam hoje, para 140 mil brasileiros super-ricos...

Nós não estamos falando de classe média, nós estamos falando de bilionários, que o senhor fala que cartão de crédito vai pagar. Não falte com a verdade, deputado, cartão de crédito vai pagar em compras no exterior, não é aqui. Porque senão vai dar a impressão de que o cidadão comum está pagando.

Isso não é verdade, o que é verdade é que quem fizer compra no exterior... Agora, quantos por cento da nossa população fazem compra no exterior? Raros. Porque não tem condições de fazer nem no Brasil, quanto mais no exterior.

 

A SRA. PRESIDENTE - PROFESSORA BEBEL - PT - Pela ordem, senhor.

 

O SR. DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Ele me citou, Sra. Presidente.

 

A SRA. PRESIDENTE - PROFESSORA BEBEL - PT - Olha, ele citou, mas vou só pedir... Não, eu tenho que seguir a lista dos oradores. Alguém faz a fala e em seguida já passo para o senhor para a comunicação, por favor.

Sigo então a lista. Deputada Leci Brandão. (Pausa.) Deputado Vitão do Cachorrão. (Pausa.) Deputado Paulo Mansur. (Pausa.) Deputada Solange Freitas. Por favor, V. Exa. tem cinco minutos para fazer uso da fala.

Muito obrigada, deputada.

 

A SRA. SOLANGE FREITAS - UNIÃO - SEM REVISÃO DO ORADOR - Mais uma vez, boa tarde a todos. Vamos falar de pedágios? Vamos fazer essa provocação, mais precisamente, sobre os futuros pedágios da Rodovia Padre Manoel da Nóbrega que atingem, principalmente, a Baixada Santista e o Vale do Ribeira.

Todos que me acompanham nas redes sociais e o meu trabalho aqui na Assembleia Legislativa, sabem muito bem que quando começou, lá atrás, a se falar dessa possibilidade dos pedágios na Padre Manoel da Nóbrega, eu fui totalmente contra.

Participei, inclusive, de uma das audiências públicas sobre o assunto e reafirmei o meu compromisso de lutar contra mais pedágios, mas a privatização aconteceu e os pedágios serão instalados. A gente desiste de lutar? Não, claro que não.

Agora eu estou lutando para diminuir os impactos para os moradores das cidades onde vão ser instalados os “Free Flows”, que são os pedágios eletrônicos. A minha preocupação aumentou quando o prefeito de Pedro de Toledo, Paulinho, me pediu ajuda porque os pórticos dos pedágios já começaram a ser instalados ali no Vale do Ribeira - bem naquela região de Itariri, Pedro de Toledo e Miracatu - e isso me preocupou também.

E aí eu fui atrás das informações para ver o que a gente pode fazer para lutar pelos moradores que utilizam a Padre Manoel da Nóbrega, gente, para ir para o trabalho, para estudar, para ir para a escola, para a faculdade. Eles precisam utilizar a rodovia, a rodovia não é simplesmente para viagem, para passeio, para turismo, é para circular dentro dessas cidades.

Eu fiz uma reunião com a CNL, que é a Concessionária Novo Litoral, que é a empresa que está administrando a Rodovia Padre Manoel da Nóbrega, para tentar entender todo esse processo.

Conversei com o governador Tarcísio para ver a possibilidade da não cobrança do pedágio para os moradores dessas cidades impactadas, que vai de Praia Grande, na Baixa da Santista, até Miracatu, no Vale do Ribeira.

Por que é isso que eu falei, os moradores utilizam a rodovia para circular na cidade, para ir de um bairro a outro e nunca foi cobrado nada deles. Aí, de uma hora para outra, começar a cobrar para eu ir no bairro seguinte, para eu ir trabalhar todos os dias, para eu ir para a escola, para a faculdade? Não é justo eles pagarem, por exemplo, para ir para a escola, para a faculdade, ter que pagar pedágio.

Então vamos lá... E aí me estranhou que não é justo que a cobrança começa a ser feita até nesses pórticos lá no Vale do Ribeira, no “Free Flow”. É “Free Flow”, tudo bem, é fracionado o pedágio, mas os moradores de Itariri, Pedro de Toledo, Miracatu vão começar a pagar o pedágio agora em novembro, justamente, em um trecho da estrada da Padre Manoel da Nóbrega que nem duplicada é? - Ela vai ser duplicada, mas ainda não foi - Então não é justo.

Eu agradeço a empresa por ter me recebido, explicado todo o processo. Agradeço a sensibilidade do governador que me ouviu, entendeu, se preocupou e disse que está analisando com a equipe técnica para ver uma alternativa, mas eu fui além. Eu vou além disso também.

Estou protocolando hoje, nesta Casa, um projeto de lei para garantir que os moradores de Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém, Peruíbe, Itariri, Pedro de Toledo e Miracatu não precisem pagar esse pedágio por pelo menos três anos, que é o tempo estimado de ter todas as melhorias previstas para a rodovia. Então esse projeto de lei está pedindo a isenção do pedágio, pelo menos dois por dia, para os moradores dessas cidades que vão ser impactadas com o pedágio.

E aí eu peço, Sra. Presidente, que esta minha fala seja encaminhada para os gabinetes dos prefeitos e das câmaras dessas cidades envolvidas, para a empresa, para a CNL, para o governador e também para a Artesp.

E eu agradeço, também, ao presidente da Artesp, André Isper, que me ligou agora há pouco, a meu pedido, para tentar entender todo esse processo e ver o que a gente pode fazer para ajudar nessa questão dos pedágios que vão ser cobrados.

Agora, como ameniza a situação dos moradores? Por que não é justo eu ir para a escola, para a faculdade, para o trabalho e ter que pagar pedágio todos os dias para isso.

Muito obrigada.

 

A SRA. PRESIDENTE - PROFESSORA BEBEL - PT - Deputada Solange, é regimental o pedido de V. Exa., então eu peço que V. Exa. entregue aqui para a mesa diretora de trabalhos. Agora eu estou encerrando o Pequeno Expediente e vamos abrir o Grande Expediente. Já cumprimos o horário do Pequeno Expediente.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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A SRA. PRESIDENTE - PROFESSORA BEBEL - PT - Então eu começo... Deixe eu só ler até chegar nos oradores.

Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Para o Grande Expediente. Deputado Dr. Elton. (Pausa.) Deputado Tomé Abduch. (Pausa.) Deputado Reis, tem V. Exa. 10 minutos regimentais.

 

O SR. DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Pela ordem, Sra. Presidente. Para uma comunicação.

 

A SRA. PRESIDENTE - PROFESSORA BEBEL - PT - Dois minutos, está aberto o microfone.

 

 O SR. DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - PARA COMUNICAÇÃO - Só para esclarecer o deputado que me antecedeu: gastos supérfluos são quase um bilhão em diárias e passagens. Gasto supérfluo é levar 150 integrantes para uma viagem para o exterior. Gasto supérfluo é comprar móveis nos valores de 70, 80 mil reais para o Alvorada. Isso não tinha com o governo Bolsonaro, isso não tem com o governador Tarcísio.

Aliás, o governador Tarcísio vai para o exterior captar recursos. Já foram mais de 500 bilhões de reais de recursos captados por este governo aqui do estado de São Paulo. Desses, 230 bilhões já viraram contrato, e o governador Tarcísio vai para o exterior com uma equipe reduzida.

É assim que se faz, que se empreende eficácia na gestão pública. Não é onerar ainda mais um orçamento de 2,3 trilhões, onde um trilhão é só serviço da dívida, deputado Paulo Mansur, mais um trilhão é para pagar benefícios e folha de pagamento, e a gente tem apenas 300 bilhões de um Orçamento que pode fazer um orçamento discricionário para investir no Brasil, que é quase nada.

Então, antes de a gente poder falar em entrega de benefícios, a gente precisa sanear o Estado. Ninguém é contra a entrega de benefícios. O programa “SuperAção SP”, no qual eu fui relator, prevê auxílios, prevê o combate à fome, prevê o combate à insegurança alimentar, mas tem que ser feito dentro das condições do Estado.

Porque, de justiça social... Os justiceiros sociais estão aí desde 2003, com um lapso de quatro anos. E eu pergunto para a população: a vida da senhora e do senhor melhorou?

Os justiceiros sociais estão aí. Querem mais uma platitude, que tudo se encaixe na justiça social. Se eu estou aumentando imposto, é por causa da justiça social. Se eu estou colocando censura, é por causa da justiça social.

Então é isso, Sra. Presidente.

 

A SRA. PRESIDENTE - PROFESSORA BEBEL - PT - Obrigada, nobre deputado. Passo, então, agora, a palavra ao deputado Reis. Tem V. Exa. 10 minutos regimentais. Com a palavra, o deputado Reis.

 

O SR. REIS - PT - Cumprimentar a presidente deputada Professora Bebel. Eu tinha vários temas a tratar, mas acabei que não consegui falar no Pequeno Expediente. Vou tentar falar todos eles nesses 10 minutos.

Bom, primeiro eu quero deixar registrado, deputada Professora Bebel, a insatisfação dos oficiais administrativos com o governo Tarcísio. O governo Tarcísio está tirando tudo o que ele pode tirar dos oficiais administrativos.

Primeiro, ele lançou uma portaria através da Secretaria de Governo e Gestão Digital tirando o abono permanência de centenas de funcionários públicos, mas aqueles funcionários que ganham menos de um salário mínimo. Aqueles funcionários que tem, lá, um salário-base de 702 reais.

O deputado Campetti falou do “SuperAção”, e nós precisamos começar a tratar da superação da pobreza dos funcionários do Governo do Estado de São Paulo. Porque o salário é tão baixo que, quando ele fala que está criando um programa de superação da pobreza, ele precisa começar em casa. Precisa começar dentro de casa.

Então ele foi lá, primeiro... Olha quanta perversidade, olha como o governo Tarcísio é do mal, é malvado. A primeira coisa que ele fez foi reduzir a insalubridade do grau máximo para o grau mínimo dos oficiais administrativos. Aí ele foi lá, tirou o abono permanência.

Inclusive, nós falamos dos carcereiros de polícia, ele fez uma errata e tirou os carcereiros da portaria. Tirou os carcereiros da portaria, mas manteve aqui auxiliares de enfermagem, auxiliares de serviços gerais, oficial administrativo. Os demais ele manteve, mas tirou os carcereiros. E agora, ele fez uma nova portaria.

Deixa-me ver se tenho ela aqui. Um decreto, o Decreto nº 69.557, de 26 de maio de 2025. Esse decreto tira os cargos, aquele pró-labore dos cargos que esses trabalhadores tinham.

Então ele tirou insalubridade, tirou abono permanência e agora ele está extinguindo os cargos e funções e as gratificações. Então, eles ganham muito pouco, o salário é muito baixo e, além de ter um salário muito baixo, o governo Tarcísio está fazendo uma perseguição a eles.

E eu quero repercutir aqui a matéria do “Flit Paralisante”: “O massacre silencioso dos auxiliares administrativos: Quem defende os que realmente fazem o serviço público funcionar? Não aparece em fotos de inauguração, não assina despachos de gabinete, não é chamada para entrevistas coletivas.

Mas está lá, todos os dias, nas delegacias, nos institutos de criminalística, nos IMLs, nos corredores de repartições que só funcionam porque alguém, com salário modesto e dedicação silenciosa, faz o que precisa ser feito - e, muitas vezes, o que não deveria sequer ser sua atribuição.

Esses são os auxiliares administrativos, os trabalhadores de apoio, os ‘pequenos’ da máquina pública paulista. Pequenos apenas no contracheque, porque, na responsabilidade, são gigantes. São eles que atendem o cidadão, organizam documentos, controlam materiais, socorrem chefias, resolvem pepinos e, não raro, seguram a barra quando falta tudo - inclusive reconhecimento.

No entanto, o governo Tarcísio de Freitas, com a frieza dos tecnocratas e a retórica da ‘modernização’, decidiu que era hora de cortar gratificações dos servidores pobres para engordar, ainda mais, os mais ricos.

O Decreto nº 69.557, de 2025, e a Resolução de 27 de junho de 2025 vieram como um rolo compressor, extinguindo funções gratificadas e cargos de confiança que, para centenas desses servidores, eram o único alívio diante de salários que mal pagam o básico.

O discurso é de combate a privilégios. A prática, porém, é a de sempre: sacrificar quem menos tem, para manter intocados os verdadeiros privilégios do topo. A perversidade dessa política não está apenas nos números. Está no impacto humano: famílias que perdem renda, servidores que perdem motivação, cidadãos que perdem qualidade no atendimento.

O auxiliar administrativo, já sobrecarregado - iludidamente mantidos desiludidos há muitos anos -, agora é chamado a fazer ainda mais, por ainda menos. Alguns perderão vantagens que estavam às vésperas de serem incorporadas e contadas para a merecida aposentadoria. E, como sempre, sem voz, sem sindicato forte, sem padrinho político.

Só ‘levando paulada’. Enquanto as “castas douradas” da administração seguem blindadas - salários de cinco dígitos, bônus, carros oficiais, diárias generosas. Quem defende os pequenos? Quem ergue a voz pelos que fazem o serviço público acontecer, mas nunca aparecem na foto?

O massacre dos auxiliares administrativos é silencioso, mas devastador. E revela uma escolha política: a de aprofundar desigualdades, de cortar dos que menos têm para preservar o conforto dos que mais têm. Não se trata de modernização, mas de perversidade.

Não é eficiência, é injustiça. O estado, que deveria ser exemplo de justiça social, opta por esmagar a dignidade dos seus trabalhadores mais essenciais. E, se nada mudar, o resultado será um serviço público ainda mais desmotivado, ineficiente, desumano. Que esta postagem seja, ao menos, um grito em defesa dos invisíveis.

Porque, se ninguém defender os pequenos, o serviço público - e a própria ideia de justiça - estará condenado a virar um deserto de indiferença. Por fim, com todo respeito aos leitores, no meu estilo carioca de ser, de quem é da Baixada Santista: Tarcísio, vai...”. Não posso ler o resto. “E leva consigo o Derrite”.

Então, essa matéria está no “Flit Paralisante” e mostra, demonstra o que o governo está fazendo com os oficiais administrativos. A perseguição, a destruição dessa categoria, cada vez mais, tirando e extinguindo os seus direitos. Esse era o primeiro tema que eu tinha que deixar registrado neste Grande Expediente.

O outro, eu vou deixar para a próxima, para o próximo momento, que não vai dar tempo, que ao menos cinco secretários do governo Tarcísio têm conexão com o setor imobiliário. Não vai dar tempo de falar.

E a questão da Sabesp, que está lançando o esgoto sem tratamento no Rio Tietê, para esvaziar a tubulação rompida na Marginal, também não vai dar tempo para falar. A questão do Derrite, que hoje está em todos os jornais, em todos os meios de comunicação, que tem uma casa de três milhões, três vezes mais aquilo que ele declarou, mas a gente quer repercutir em outro momento isso aqui.

Mas eu quero falar também da manifestação que teve no domingo, uma manifestação vazia do bolsonarismo, lá na Avenida Paulista, e estava lá naquele palanque o Sr. Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, o Sr. Romeu Zema, governador de Minas Gerais, o Sr. Cláudio Castro, governador do Rio de Janeiro, o Sr. Jorginho Mello, governador de Santa Carina, o Sr. Marcos Rogério, senador por Rondônia, Flávio Bolsonaro, senador pelo Rio de Janeiro, Magno Malta, senador pelo Espírito Santo, Valdemar da Costa Neto, presidente do PL, Marco Feliciano, do PL, André do Prado, do PL, Bia Kicis, do PL, Gustavo Gayer, do PL, o PM Coronel Ricardo de Mello Araújo, do PL, vice-prefeito de São Paulo.

Então, o Tarcísio fez um discurso atacando bastante o PT, atacando bastante o governo Lula, mas mesmo no seu discurso de ataque não agradou - isso está nas matérias -, não agradou o bolsonarismo. Não agradou porque, na realidade, o Tarcísio é candidato a presidente da República. E para ele, o que é importante? Que o Bolsonaro não se habilite, porque o que ele quer mesmo é o lugar do Bolsonaro.

Inclusive, tem um videozinho que eu quero passar do Sr. Malafaia. O nome já diz tudo, “Mala Faia”.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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Não sei se o deputado Conte Lopes estava lá, espero que não, nem o deputado Paulo Mansur, porque o que o Malafaia está falando é que todos esses aqui que estavam presentes neste palanque são prostitutos, são vagabundos.

Ele está falando, ele junto com ele está falando, “essa direita aqui é prostituta, é vagabunda”. Ele está dizendo que essa direita se vende. Essa direita que se vende, porque todos que estavam ali são da direita. Todos que estavam naquele palanque são da direita.

Em que pese que o bolsonarismo ficou muito chateado, porque, por exemplo, o governador não atacou o Xandão, porque o êxtase deles é atacar o Alexandre de Moraes.

Claro, o governador é um aliado do Alexandre de Moraes. Tanto é aliado que o procurador-geral de Justiça, e a gente sabe de bastidores, foi indicado a pedido do Xandão. O Tarcísio indicou o procurador a pedido do Xandão, do Alexandre de Moraes.

Então ali, aquele faz de conta, aquele floreamento é um faz de conta. Na realidade, eles estão todos juntinhos. E o Malafaia falou muito bem, é uma direita prostituta e vagabunda.

 

A SRA. PRESIDENTE - PROFESSORA BEBEL - PT - Obrigada, deputado Reis. Eu então vou passar a Presidência agora para a nobre deputada Beth Sahão, que fará a leitura dos demais oradores. Enfim, muito obrigada.

 

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- Assume a Presidência a Sra. Beth Sahão.

 

 

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A SRA. PRESIDENTE - BETH SAHÃO - PT - Obrigada, deputada Bebel. O próximo orador inscrito é o deputado Caio França. Ausente. Deputado Conte Lopes. Vossa Excelência tem o tempo regimental de dez minutos.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Sra. Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, o deputado Reis xinga a todos, com aplauso da plateia, uma parte da plateia, óbvio, e vai embora. É importante colocar, primeiro, o problema do governador Tarcísio de Freitas.

A única vez que eu fui a Brasília visitar o presidente Bolsonaro foi o dia que, no gabinete de Bolsonaro, foi citado que Tarcísio de Freitas seria candidato à governança, poderia ser candidato ao governo de São Paulo.

Eu estava lá com o Frederico d’Avila e com o Coronel Telhada. Alguns: “mas ele não é de São Paulo, é do Rio de Janeiro, ninguém conhece”, aqueles papos de política. Bom, conclusão, Tarcísio foi lançado candidato a governador, veio para São Paulo e ganhou a eleição, ganhou do PT.

Ganhou do PT, ganhou da esquerda aqui em São Paulo, venceu as eleições, queiram ou não. É um homem inteligente? Lógico que é um homem inteligente, engenheiro, inteligente, seus cursos todos aí, em concursos foi sempre o primeiro colocado, são, realmente.

Não tem o estilo de trabalho de outros políticos, porque não ataca ninguém, ele caminha pelo lado dele. Vi alguns deputados ontem criticando a colocação do Tarcísio, “Fora PT”, o que ele vai falar? “Venha PT”? Na política é isso, a situação favorável é aos nossos, e contrária é aos outros, então os outros é fora mesmo, não resta a menor dúvida.

Então, a única coisa que eu achei estranho, e já falei para a nossa bancada, que um dia eu estou aqui sentado e realmente o Tarcísio ia sair candidato a governador pelo Republicanos, então não entendi nada, não é?

Está parecendo o time do Santos, o time do nosso senador Suplicy, que vende os centroavantes, ontem um fez dois gols, e não tem nenhum centroavante no time, nós temos assim, a gente passa para os outros.

Como a gente também devia ter lançado um candidato a prefeito de São Paulo. Nós podíamos ter lançado. O maior partido do Brasil, não lança um candidato a prefeito de São Paulo? Eu falei aqui para o Bolsonaro, para o nosso pessoal, terceiro orçamento do Brasil, segundo é o estado de São Paulo, terceiro é a cidade. Nós não vamos lançar candidato?

Então, realmente me estranhou que o Tarcísio não é do PL, não saiu pelo PL, ele está no Republicanos. E é lógico que no Republicanos ele está conseguindo outros apoios e está tocando a vida dele.

Na política a gente diz, nobre deputado Paulo Mansur, que quando o cavalo passa encilhado, se você não montar, você não monta mais, porque ele passou. E ele está aí, está esperando os acontecimentos.

É um grande candidato a presidente da República? Provavelmente sim. Talvez até um tanto que muita gente do nosso lado não entende, porque acha que eleição se ganha hoje para daqui a dois anos estar ganha a eleição, e não é bem assim, a eleição se ganha no dia. Sempre falei isso.

Até na eleição de 22 eu falava isso aqui todo dia, que tinha que colocar o exército nas ruas, exército de eleitores, pedir voto, ir para a periferia de São Paulo. Infelizmente, naquela campanha não houve um comício na periferia de São Paulo, não houve uma carreata para presidente na periferia de São Paulo.

Fomos em várias igrejas, em igrejas a gente foi muito, tanto é que eu estou tranquilo aí com todos os meus tiroteios da Rota, estou no céu tranquilo. Tanta igreja que eu fui. Então, eu não vejo agora o ataque direto ao Tarcísio.

Mas quem que determinou o ataque ao Tarcísio? Um político que foi deputado comigo aqui em 86, olha como o tempo passa, em 87 chegamos juntos aqui, José Dirceu. É um mago do PT.

José Dirceu, no aniversário dele de 79 anos, ele já dizia, e eu falei aqui nesta tribuna, “o nosso problema é Tarcísio de Freitas, o Tarcisão”, falou o José Dirceu.

Então, o José Dirceu já dizia que provavelmente Tarcísio sairia candidato a governador. Porque na eleição não adianta ser primo do cara, “olha, eu vou lançar meu tio”.

Nobre senador Suplicy, V. Exa. sabe que não é assim, não é? Se fosse assim, nós estaríamos hoje aqui com o filho do Maluf, o filho do Jânio, sobrinho do, sei lá de quem, do Quércia, e a política não é assim, é o cara que vai lá e tem que ganhar voto.

Ele que tem que conquistar o voto, não é ele trazer o nome do outro, senão era uma moleza. A eleição seria hereditária, de pai para filho, não é? Você lança o cara e vai, tudo bem, já está eleito.

Agora, diante dessa situação, quando o José Dirceu colocou do problema Tarcísio, evidentemente que as críticas começaram. E Tarcísio está fazendo um bom governo, não é para mim que eu estou falando, não, ele tem quase 70% da aprovação da população. E é o povo que vota, não sou eu, é o povo. A aprovação dele aqui em São Paulo é 70 por cento.

A área de Segurança Pública é a melhor do Brasil, porque Tarcísio de Freitas não criou nada de mágico, não é que ele achou, que esse cara é o maior do mundo, nada disso. Ele fez aquilo que eu estou pedindo há 40 anos na política e pedia na Rota, para colocar a Segurança Pública na mão de policiais. Só isso.

Não é general do Exército, não é coronel do Exército, não é juiz de direito, não é promotor. Quem tem que ir para a Secretaria de Segurança Pública são policiais. Por exemplo, o deputado Reis é um grande policial. Foi PM, policial civil. Então ele conhece a política.

Agora, você pega uma pessoa que nunca foi nada na polícia, nem sabe onde é o Deic, onde é a Rota, onde é o Denarc e coloca de secretário lá. O que ele sabe? Não sabe nada. Não sabe nada.

Então, a única virtude nesse caso, a inteligência, a coragem do Tarcísio foi colocar a Segurança Pública na mão de policiais, porque quem toca a polícia é o comandante da PM; é, por exemplo, o secretário Nico, que tem 44 anos de polícia, um homem experiente, o Dr. Artur, e os comandantes da Polícia Militar. Hoje, o Coutinho. Então, não precisa mexer com nada, é só deixar a polícia trabalhar. O duro é quando querem atrapalhar a polícia. Aí não vai mesmo.

Então, o que eu vejo hoje: muitas críticas são porque realmente o Tarcísio de Freitas está se consolidando como um candidato. Agora, ele vai brigar? Ele não é burro. Ele vai brigar com o Supremo para quê? Tem uns caras nossos que querem que ele brigue com o Supremo, que ele xingue o Alexandre de Moraes.

Por que ele vai fazer isso? Para se tornar inelegível? Só se ele fosse burro. Ele não é burro, ele é muito inteligente. Vai brigar por que com o Supremo? O que ele tem que ver com o Supremo?

Se ele for concorrer a uma eleição, obviamente ele tem que estar trabalhando para ganhar a eleição. Trabalhar dentro da lei. Ele não tem que brigar com ninguém. Então, ele não é obrigado a xingar ninguém, ele não é obrigado a ofender ninguém.

É obvio: ele foi lançado pelo presidente Bolsonaro. Em uma manifestação do nosso partido, da direita, ele foi e cumpriu a sua ligação até com o Bolsonaro e fez seu discurso.

Agora, não é obrigação dele ficar xingando ninguém, arrumando briga, porque “a briga é minha”. Cada um arruma suas brigas. Cada um que arrume suas brigas e segure as suas brigas. Não resta a menor dúvida.

Agora, que é um candidato que está se colocando muito bem, está. Está aparecendo nas pesquisas? Está. Está empatando com o Lula? Está. O Lula está morto? Não, não está morto. Não adianta a gente achar que o Lula está morto, porque se ele ganhou de nós preso, em cana...

Foram 580 dias que o Lula esteve preso. Não fui eu que contei. Quem contou foi ele e a Janja, que um mandava carta para o outro, 580 cartas. Então, foram os dias que ele ficou preso. E saiu de lá e ganhou.

E não é o Lula sozinho, é a esquerda. Os caras trabalham. Não é que estou elogiando, não. Conheço desde 87, como conheci o José Dirceu aqui. Vi a deputada Erundina, que era deputada comigo em 88, sair e ganhar a eleição de nós para a Prefeitura de São Paulo, com Maluf com quase 80%; ela, ninguém sabia quem era.

A primeira vez que a Erundina apareceu forte, nós estávamos aqui neste plenário. Foi quando houve uma invasão de terra na zona leste e ela apareceu no jornal “Estadão”.

Naquele tempo não tinha internet, era o “Estadão” e a “Folha”. Ela aparece na capa com dois PMs segurando ela e ela chorando, porque ela foi segurar invasão de terra na zona leste. De lá, ela virou prefeita de São Paulo. Ganhou a eleição.

Então, eleição se ganha no dia. Tem que trabalhar para ganhar no dia. Achar que “não, esse aqui está morto...” É no dia. Então, é isso que eu queria colocar. Sr. Presidente. Essa pressão em cima do governador é porque o governador realmente está fazendo um bom governo aqui em São Paulo. Ele queria ficar, continuar no governo de São Paulo. Tem quase 70% de aprovação do povo de São Paulo. Então, por isso, muita crítica da esquerda, Sr. Presidente.

Eu agradeço, obrigado, Sr. Presidente.

 

A SRA. PRESIDENTE - BETH SAHÃO - PT - Dando sequência aos oradores inscritos, o próximo orador é o deputado Dirceu Dalben. Ausente. Deputado Mauro Bragato. Ausente. Deputado Eduardo Suplicy. Tem V. Exa. o tempo regimental de dez minutos.

Deputado Suplicy, me permita, antes de V. Exa. ocupar a tribuna, saudar a presença dos pesquisadores da APqC, da Associação de Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo. (Palmas.)

Eles estão aqui, muito bravamente, como sempre, lutando para a retirada do projeto que acaba, literalmente, com a atividade de pesquisador científico dos institutos de pesquisa aqui no estado de São Paulo.

Obrigada.

Devolvo a palavra para Vossa Excelência.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sra. Presidente, deputada Beth Sahão, também cumprimento os pesquisadores que têm procurado os deputados estaduais, para que a regulamentação sobre a remuneração da carreira seja fruto do diálogo de profundidade entre os pesquisadores e nós parlamentares aqui. Então acredito que precisamos ouvir bem toda a categoria antes da decisão final aqui na Assembleia Legislativa.

Mas, junto à equipe do meu gabinete estou acompanhando a situação dramática de 70 pessoas que ficaram desabrigadas após um incêndio ontem, 30 de junho, em uma ocupação sobre o Viaduto 9 de Julho, no Centro de São Paulo.

O acidente não deixou vítimas e o fogo foi rapidamente controlado, não prejudicando a estrutura. A ocupação, que existe há cerca de oito anos, já enfrentava condições precárias. E foi interditada pela Prefeitura devido à presença de botijões de gás e fiação elétrica exposta.

À noite os moradores receberam marmitas e água, mas resistiram à proposta da Prefeitura, de transferência para um hotel social na Penha, a aproximadamente 12 quilômetros do Centro, por temerem perder seus pertences.

Além disso, muitos trabalham e têm filhos em escolas da região, e não querem ficar longe do local. Os moradores protestaram ontem, reivindicando o direito à moradia, passaram a noite na rua em frente à ocupação em uma noite fria.

Estiveram no local os vereadores Nabil Bonduki, a Luna Zarattini, a Luana Alves, a Keit Lima, para acompanhar de perto a situação e buscar soluções junto aos moradores. Os parlamentares propuseram à Secretaria da Habitação a inclusão dessas famílias no atendimento habitacional do município.

Reivindicaram, além do auxílio emergencial, o auxílio aluguel, para que possam buscar moradia digna em local seguro e próximo de seus empregos e serviços essenciais.

As famílias seguem sem uma solução habitacional adequada. É preciso que o prefeito Carlos Nunes encontre soluções mais adequadas para que essas famílias não fiquem expostas ao frio, sem moradia. É urgente, portanto, a necessidade de políticas habitacionais na região central.

Mas eu gostaria também de falar das audiências públicas que foram realizadas nesses últimos dias. Ontem eu participei de duas importantes audiências públicas aqui na Casa.

A primeira foi a audiência pública com o tema Despejo Zero, Moradia Já, organizada pela Campanha Despejo Zero, em parceria com a deputada Ediane Maria e o deputado Simão Pedro.

A campanha Despejo Zero teve uma mobilização de alcance nacional, e permitiu que muitas famílias permanecessem vivendo em suas residências durante a pandemia da Covid-19. O processo foi tão intenso que viabilizou também a grande conquista da ADPF 828, que suspendeu os despejos até 2022.

O evento foi formidável. Lotou tanto o auditório Paulo Kobayashi, e ainda o Auditório Franco Montoro, onde as pessoas acompanharam pelo vídeo, porque estava superlotado o auditório Kobayashi.

E contou com a presença dos deputados federais Guilherme Boulos e Luiza Erundina de Sousa, da Izadora Gama Brito, da Secretaria-Geral da Presidência, da defensora Taissa Nunes Pinheiro, da Isadora Guerreiro da FAUUSP e, por fim, Sidnei Pita e Felipe Vono, do Despejo Zero.

Ao longo do último ano, acompanhei de perto a questão da Favela do Moinho, que, graças à resistência das famílias, à mobilização de diversos entes e ao protagonismo do governo federal, conseguimos chegar a uma solução habitacional adequada às famílias, que poderia ser referência para outros casos similares.

Recebo, em meu gabinete, muitos pedidos de apoio em diversas situações de ameaças de despejo e reintegração de posses, que estão cada vez mais recorrentes.

Nestes casos, sempre que possível, intervenho politicamente para que as famílias possam permanecer em suas residências e também pressiono o Poder Público para que aja de maneira pacífica e que provenha os serviços de assistência social e atendimento habitacional, caso a remoção seja de fato a última medida.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Conte Lopes.

 

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Estas medidas, no entanto, são paliativas, e devemos seguir lutando juntos para que o Estado garanta o direito fundamental à moradia e pare de criminalizar as famílias que estão apenas tentando sobreviver em cidades cada vez mais caras e hostis.

A segunda audiência pública teve o tema “Violência de Estado - a morte do estudante Marco Aurélio não será em vão”, organizada pelo deputado Paulo Fiorilo e pela deputada Monica Seixas.

O evento contou com a presença da senhora Silvia Mônica Cardenas Prado e do senhor Júlio César Acosta Navarro, pais do jovem Marco Aurélio Cardenas Acosta, que foi morto com um tiro à queima-roupa durante uma abordagem policial em novembro do ano passado.

Infelizmente, a morte do jovem Marco Aurélio não é uma tragédia isolada, como amplamente divulgado pelas mídias e respaldado em dados de renomadas organizações de pesquisas, de órgãos governamentais e do Ministério Público do Estado de São Paulo. A letalidade policial não para de crescer no governo Tarcísio de Freitas, sob a gestão do ex-policial da Rota e atual secretário da Segurança, Guilherme Derrite.

O estado de São Paulo registrou um aumento de 61,31% nas mortes pela polícia, conforme mapa de Segurança Pública de 2025, divulgado no mês de junho pelo Ministério da Justiça.

O mapa mencionado mostra que, enquanto o Brasil apresentou uma queda de 4,02% nas mortes decorrentes de intervenção policial, o estado de São Paulo seguiu tendência contrária. Apenas no ano de 2024, São Paulo, o estado, registrou 813 mortes por intervenção policial contra 504 mortes no ano 2023.

Assim, São Paulo lidera o ranking de crescimento de letalidade policial entre todos os estados da federação. É importante registrar também que entre 2022 e 2024, o estado de São Paulo teve um aumento de 120% no número de mortes de crianças e adolescentes em decorrência de intervenções policiais, conforme mostrou o relatório, as câmeras corporais na Polícia Militar do Estado de São Paulo, mudanças na política e impacto nas mortes de adolescentes, produzido pelo Fundo Nacional das Nações Unidas para a Infância, Unicef, e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

No ano de 2024, em números absolutos, 77 crianças e adolescentes entre 10 e 19 anos foram mortas em intervenções policiais no Estado, mais que o dobro registrado em 2022, 35 vítimas.

No caso do jovem Marco Aurélio, na primeira versão do boletim de ocorrência, os policiais negaram a utilização das câmaras corporais. Mas a versão não se sustentou. Após a visualização da câmera do hotel em que Marco Aurélio foi assassinado, verificou-se que os policiais portavam armas.

Mais uma vez é preciso reforçar a importância de que esse equipamento seja utilizado de maneira ininterrupta durante o turno policial e que seu mecanismo de acionamento seja automático.

Diferentemente da reiterada narrativa de que as mortes resultam de resistência e confronto, as pesquisas e dados denotam que as mortes decorrentes de intervenção policial são resultado de escolhas políticas deliberadas.

A atual gestão desmontou os principais mecanismos de controle da atuação policial, declarou uma guerra contra territórios pobres, atua pela lógica da vingança, com uso desmedido da força de maneira seletiva, com total desrespeito à vida, à legalidade democrática.

Nossos jovens estão sendo executados por aqueles que deveriam protegê-los. Suas mortes exigem investigações rigorosas, bem como punições penais e administrativas exemplares. Mas não é só isso.

É preciso que o estado de São Paulo mude completamente sua política de Segurança Pública. É preciso acabar com o discurso de guerra. É preciso investir em inteligência policial, na capacitação dos policiais, no fortalecimento das estratégias de controle.

Por Marco Aurélio Cardenas Acosta e por cada jovem que teve seu futuro interrompido pela violência de Estado, exigimos o direito à verdade, à responsabilização dos responsáveis, à reparação, bem como mudanças imediatas e profundas na política de Segurança Pública, de forma que, no mínimo, haja segurança de que a atuação policial se dará estritamente em conformidade com as leis e com os princípios constitucionais que informam o Estado Democrático de Direito.

Querido presidente Conte Lopes, permita apenas que eu diga uma palavra aos pesquisadores que hoje estão aqui presentes. (Manifestação nas galerias.)

Com respeito ao PL9, avalio que só deveremos votar essa matéria depois de um diálogo de profundidade com os pesquisadores que serão aqueles objetos da atenção deste PL9. Então acho que é preciso aprofundar este diálogo e aperfeiçoar o projeto sobre a carreira dos pesquisadores. (Manifestação nas galerias.)

E permita ainda, presidente Conte Lopes, dizer que eu, no que diz respeito à Segurança Pública, gosto muito da recomendação e reflexão do viajante português Rafael Hitlodeu, quando no Livro I de Utopia, diante da discussão sobre a pena de morte que havia sido introduzida na Inglaterra no início do século XV e não tinha contribuído para diminuir as mortes violentas, os assaltos, os roubos e os assassinatos, a criminalidade violenta, ele disse: "Muito mais eficaz do que infligir esses castigos horríveis, aqui não tem outra alternativa senão de primeiro tornar-se um ladrão para daí ser transformado em cadáver é você assegurar a sobrevivência das pessoas.”

E esta reflexão ajudou muito o desenvolvimento da proposta da Renda Básica Universal para toda a população brasileira, o que vai ocorrer em breve se os pesquisadores também atentarem para isso.

Muito obrigado.

Parabéns.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Agradecemos as palavras...

 

A SRA. PRESIDENTE - PROFESSORA BEBEL - PT - Obrigada.

Para uma pequena comunicação, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Professora Bebel, V. Exa. tem a palavra.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Eu quero cumprimentar toda essa categoria de luta que está aqui, no plenário, e dizer que nós estamos, sim, contra esse PL 9, que não foi debatido com eles, e que eles podem contar com o nosso apoio. Por óbvio, não entrou na Casa, mas no momento que entrar vai ser de acordo com o que eles debaterem com a categoria deles, Sr. Presidente.

Muito obrigada. (Palmas.)

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Pela ordem, presidente. Para uma breve comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Vossa Excelência tem o prazo regimental.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, Srs. Deputados, eu quero saudar imensamente a presença aqui dos pesquisadores e das pesquisadoras científicas do estado de São Paulo, junto com a APqC, na pessoa da Dra. Helena Dutra e dizer, Sr. Presidente, que nós não vamos deixar que esse PLC, esse famigerado PLC 9, seja votado aqui, na Assembleia Legislativa. (Palmas.) Nem ele, nem o seu substitutivo, que não foi acordado, não teve nenhum acordo, não teve nenhuma contribuição, nenhuma consulta aos pesquisadores científicos do estado de São Paulo.

Esse projeto, na prática, destrói não só a carreira dos pesquisadores e das pesquisadoras do estado de São Paulo, mas é um projeto que ataca a ciência, Sr. Presidente. (Palmas.)

Nós precisamos de mais ciência na área da Agricultura, na área da Saúde, na área do Meio Ambiente. Nós precisamos de ciência, de pesquisa no estado de São Paulo. E esse projeto vai na contramão. Esse projeto é o projeto da terra plana, da cloroquina, Sr. Presidente. E nós aqui queremos ciência para o estado de São Paulo.

Então, nesse sentido, nós manifestamos o nosso total repúdio a esse projeto e tudo faremos para que ele não seja aprovado. O que os pesquisadores precisam é de reajuste salarial, melhoria na carreira. (Palmas.) Eles precisam de valorização, e não dessa reforma fake que o governo apresentou para, na prática, destruir a carreira.

Por fim, Sr. Presidente, também pedir o apoio para que nós possamos votar o projeto que nós apresentamos aqui para a recriação dos institutos de pesquisa. O florestal, o de botânica, o geológico. (Palmas.) Nós precisamos recuperar os institutos que foram, infelizmente, extintos pelo ex-governador Doria, com o apoio aqui da base governista.

Muito obrigado, Sr. Presidente. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Com a palavra o nobre deputado Guilherme Cortez. Vossa Excelência tem o prazo regimental no Grande Expediente.

 

O SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigado, Sr. Presidente, meus colegas deputados, deputadas, servidores desta Casa e quem nos acompanha através da galeria ou da Rede Alesp.

Em primeiro lugar, eu também quero saudar os pesquisadores científicos do estado de São Paulo, nossos amigos da APqC, que estão aqui hoje defendendo não só o seu trabalho, mas defendendo o estado de São Paulo. (Palmas.) Porque não existe estado com desenvolvimento econômico e social se você não tem pesquisa científica.

E, lamentavelmente, a gente tem um governo que só sabe falar da coisa pública quando é para privatizar, quando é para destruir. Então está leiloando as nossas áreas de pesquisa e enviou para cá um vergonhoso projeto de lei para desestruturar a carreira dos pesquisadores. (Palmas.)

Eu tenho muito orgulho da pesquisa científica do nosso Estado, como todo mundo deveria ter, que possibilitou que a gente saísse daquele período terrível da pandemia com a vacina, apesar do negacionismo.

Eu tenho muito orgulho do que eu aprendi na universidade pública como bolsista da Fapesp. Quem desenvolve pesquisa, conhecimento e ciência no nosso estado são os pesquisadores do nosso estado.

É a pesquisa pública, são as nossas universidades e os nossos institutos de pesquisa. Portanto, nada mais justo do que eles terem as condições adequadas para o seu trabalho, e, de fato, não é isso que esse projeto está falando.

Por isso, a gente conseguiu empurrar esse projeto para o próximo semestre, porque é um projeto ruim, que não foi feito em diálogo com a categoria, que não promove melhorias, mas sim retrocessos. No próximo semestre, estaremos aqui lutando contra esse projeto. A gente só vai aceitar mudança na carreira do pesquisador científico se for para melhorar.

Daqui a pouco a gente vai ter a votação da LDO. Nós temos emendas ao projeto para repor o investimento na Fapesp, que, por mais um ano, o governo está retirando o recurso da nossa principal agência de financiamento da pesquisa científica. (Palmas.)

Espero que os deputados, inclusive da base do Governo, estejam junto com a gente, porque a Fapesp presta um serviço importantíssimo, e a gente não pode aceitar esse retrocesso no financiamento.

Dito isso, presidente, outro retrocesso para a população do estado de São Paulo: a partir de hoje, vai ficar mais caro trafegar, andar de carro pelas rodovias do nosso Estado. Isso porque a partir de hoje passa a valer um aumento de 5,31% nos pedágios. É o governador “Taxísio”, o governador do pedágio.

Esse aumento está valendo para a Bandeirantes, Raposo, Anchieta-Migrantes, Tamoios; para várias rodovias do nosso Estado, em que agora o cidadão, o trabalhador que tem que se deslocar por esses trechos, vai ter que pagar mais caro no pedágio.

Isso para não falar do “Free Flow”, que é aquele pedágio que pega a população de surpresa, porque não tem cancela. Você está trafegando na rodovia, um mês depois chega a multa para você. E, se não pagar, são cinco pontos na carteira, fora quase 200 reais de multa.

É um governo que quer ver o oco do povo do estado de São Paulo; que, para financiar os seus amigos, as concessionárias, os acionistas, não tem problema nenhum em aumentar a conta do pedágio, da luz, da água, como a gente está vendo.

Felizmente, o nosso mandato está entrando na Justiça, acionando o Ministério Público para reverter esse aumento nos pedágios. Como, aliás, nós já temos projetos de lei - nesta Casa, inclusive - contra esse pedágio do “Free Flow”, que é uma modalidade muito nociva, porque, sem a adequada informação para a população, muita gente vai ser pega desprevenida e vai perder dinheiro por conta disso.

O estado de São Paulo - daqui a pouco, a gente vai votar as diretrizes orçamentárias do estado - tem dinheiro suficiente, não precisa estar cobrando mais pedágio da população.

Na verdade, esse pedágio, ele está cobrando não por necessidade, mas para aumentar o lucro da concessionária, da Ecovias, das empresas que a gente tem aqui - muitas delas, inclusive, investigadas por escândalo de corrupção, por propina.

Portanto, é um absurdo que nós vamos lutar para barrar. A mesma coisa, aliás, que a gente está vendo na Sabesp. Em 2023, nós, deputados da oposição aqui, falamos até a exaustão que a privatização da Sabesp seria uma má jogada para a população do estado de São Paulo.

Não porque a gente tinha bola de cristal, mas porque no Brasil e no mundo, onde se privatizou a água e o saneamento, o resultado foi o mesmo: o serviço piorou, a conta aumentou, perdeu transparência, aumentou a corrupção. É o que a gente está vendo; e não deu nem um ano.

Em julho, vai completar um ano da privatização da Sabesp, e o que a gente teve? Aumento na conta da população, gente cuja conta aumentou até 600 por cento. Contaminação da população por conta de esgoto clandestino.

Agora a gente teve o absurdo de uma cratera que se abriu lá na Marginal Tietê, despejando o equivalente a 86 piscinas olímpicas de esgoto no rio Tietê, por dia. Por dia. Essa é a cara da privatização.

Era isso que a gente queria evitar que a população tivesse que passar. Mas o governador e a ampla maioria dos deputados da sua base de apoio, que agora não falam nada sobre isso, votaram a favor de entregar a Sabesp para a iniciativa privada.

E a lógica da iniciativa privada é essa, é sobrar mais dinheiro para os seus acionistas. Se, para sobrar mais dinheiro, você tem que aumentar a conta, você não tem que fazer a manutenção direito, eles não estão nem aí. Assim como a Enel não está nem aí, assim como a ViaMobilidade não está nem aí.

E o governador ainda tem a cara de pau de falar que esse escândalo que a gente está vendo na Marginal Tietê é um efeito colateral horrível. Efeito colateral horrível para a população de São Paulo é esse governo, é essa privatização, essa lógica de você transferir serviços essenciais à população para virar negócio, para a gente ganhar dinheiro.

A população do estado de São Paulo tem direito à coleta de esgoto, a água tratada com qualidade. Isso aí não é motivo para uma meia dúzia de acionistas querer aumentar o próprio salário, como eles propuseram, às custas da qualidade do serviço.

E, de maneira tão absurda quanto - no Brasil, que está virando o país das “bets”, da picaretagem -, a gente tem um evento de São João aqui na cidade de São Paulo, evento realizado pela Prefeitura do Ricardo Nunes, que é patrocinada por uma empresa de bet, por uma dessas empresas que fazem jogo de azar.

Está virando uma epidemia, nesse país, de pessoas que estão se endividando, que estão perdendo tudo por conta do vício. É inacreditável que um evento realizado pela Prefeitura de São Paulo, pelo poder público, faça propaganda de uma atividade que faz o mal para a população.

É a mesma coisa que a gente voltar a começar a ter patrocínio de cigarro em eventos públicos como esse. É um absurdo sem tamanho. É o Poder Público incentivando a população a se endividar, incentivando a população a se viciar, o que é absolutamente nocivo.

E por isso o nosso mandato também está representando no Ministério Público para proibir esse patrocínio de um evento público, de uma festa de São João da Prefeitura de São Paulo, fazendo propaganda para uma empresa de “bet” para alimentar mais dinheiro para essa máquina que mói brasileiro, que faz as pessoas se endividarem, perderem a casa, perderem as suas famílias.

E para terminar, Sr. Presidente, eu preciso dizer aqui que a gente está vivendo o pior Congresso Nacional da história. É um Congresso que não tem a mínima vergonha de ser inimigo do povo.

Vamos ver, só na semana passada, a maioria dos deputados lá no Congresso Nacional, da extrema-direita, bolsonaristas e do centrão, aumentaram as emendas parlamentares deles. Cada vez com menos transparência, aumentaram a conta de luz dos brasileiros, que pode ter um aumento de até 9% na sua conta de luz, que agora está na bandeira vermelha. Aumentaram o número de deputados federais, criaram de presente 18 novos mandatos de deputado federal.

Eles só não aumentaram o imposto dos ricos, o IOF. E agora eles estão falando que o governo quer aumentar o imposto do pobre? Não. A medida que o governo está fazendo o IOF ia atingir as pessoas que têm fundo de investimento no exterior.

Eu pergunto para quem está nos ouvindo se você tem fundo de investimento no exterior? Eu não tenho. Quem tem é rico, é bilionário e na história do Brasil, bilionário e rico não pagam imposto.

Imposto é só no lombo do povo. Inclusive a injustiça tributária do nosso País é horrorosa. E a prioridade dos deputados do centrão, da extrema-direita, os bolsonaristas, que dizem que tem que ter cuidado com as contas públicas, que falam de ajuste fiscal, que quando é para investir mais em serviço público falam que não tem dinheiro, mas quando é para preservar e aumentar os seus privilégios sempre tem dinheiro sobrando.

Para abrir mais uma boquinha de deputado sempre tem dinheiro sobrando, para as emendas parlamentares deles sempre tem dinheiro sobrando. Não tem quando é para cobrar tributo, taxar quem é rico que nunca pagou imposto na história deste País.

Não tem, não é prioridade para eles isentar. Se eles estão tão preocupados com o aumento dos impostos, por que que a gente não anda com um projeto do governo para isentar quem ganha até R$ 5.000,00 do pagamento do imposto de renda?

Aí sim, para você beneficiar a ampla maioria do povo brasileiro. Se eles estão tão preocupados com o povo brasileiro, com o povo mais pobre, por que que eles se negam a discutir e aprovar o fim da escala 6x1, que é uma escala de trabalho absolutamente abusiva?

Então, Sr. Presidente, chega de demagogia desse Congresso que não está nem aí para o povo, não está nem aí para o mais pobre. O que eles querem é preservar os privilégios deles próprios e de quem eles estão lá sendo pagos para defender, que são os bilionários neste País. Pra eles nunca pode ter cobrança de imposto, nunca pode ter aumento de imposto.

Para o povão, que é quem sustenta este País e quem de maneira muito injusta e desigual é quem mais sente, apesar da carga tributária, o bafo quente do leão na hora de declarar o imposto de renda, para o povo, eles não tão nem aí.

Eles só querem preservar os próprios privilégios e os privilégios dos amigos bilionários deles. É uma vergonha e acho que já passou da hora do nosso governo, das forças sociais, do povo brasileiro dar uma resposta para isso.

Porque o governo não consegue fazer política para o povo enquanto o essa picaretada sequestrou o nosso Congresso Nacional, o Orçamento, as emendas, tudo para defender os interesses de uma minoria.

A conta do ajuste fiscal, do acerto das contas públicas tem que ser sobre os mais privilegiados, os super-ricos, essa minoria do nosso País que nunca pagou por nada, não sobre o povo que menos ganha.

Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Agradeço suas palavras. O próximo orador inscrito é o nobre deputado Capitão Telhada. (Pausa.) A próxima oradora é a nobre deputada Leci Brandão, em permuta com a deputada Beth Sahão.

Vossa Excelência tem o prazo regimental do prazo remanescente do Grande Expediente.

 

A SRA. LECI BRANDÃO - PCdoB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Excelentíssimo Sr. Presidente, deputado Conte Lopes, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, assessorias, público presente nas nossas galerias, todos sabem que faço parte da Comissão Permanente de Educação e Cultura desde o meu primeiro mandato nesta Casa. É uma forma de reafirmar o nosso compromisso com a Educação e a Cultura.

Nosso mandato recebeu recentemente as professoras Norma Lúcia e Valéria Leão, do Sinesp, Francisca Rocha, da direção da Apeoesp, e Sandra Caballero, do Sinpro. Todas elas relataram que há um verdadeiro ataque à organização sindical da categoria, cuja consequência é a precarização da força de trabalho dos profissionais que educam as crianças e jovens do nosso estado.

Um exemplo disso é a gestão municipal da Capital, que, em maio, de maneira autoritária, afastou 25 diretores de escolas municipais com bases em resultados de avaliações externas, com a justificativa de que deveriam fazer uma formação, que desrespeitosamente chamaram de reciclagem. Essas mesmas medidas também têm sido aplicadas pelo governo do estado.

Essa arbitrariedade fere frontalmente princípios constitucionais, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a LDB, e os fundamentos democráticos que devem orientar a gestão da escola.

O afastamento sumário de gestores com base exclusiva em indicadores aplicados fora de contexto ignora a realidade concreta das comunidades escolares, desrespeita os conselheiros escolares, fere a autonomia das unidades e transforma a política educacional em mecanismo de controle e punição.

Hoje, finalmente, está em pauta um reajuste para os professores do estado. Votaremos para que os profissionais da Educação de São Paulo possam ser reajustados em 5% em seus salários. O nosso voto será favorável, mas faço questão de registar que considero esse reajuste muito aquém da necessidade e do reconhecimento que os nossos valorosos professores merecem.

Quero aproveitar a oportunidade de estar aqui no plenário, de estar aqui nesta tribuna, e dizer que somos a favor da retirada da pauta do Projeto nº 9, que acaba com a carreira dos pesquisadores. (Palmas.)

Aproveito ainda o meu tempo para cumprimentar o nobre deputado, sempre senador, Suplicy pela sua fala. Parabenizar o deputado que acabou de sair aqui, que é o deputado Guilherme.

Hoje estou muito tonta mesmo, mas é a minha saúde que está assim. Guilherme pela sua luta aqui nesta Casa, afinal de contas é um jovem deputado e que tem dado aqui demonstração de que não veio aqui à toa. Afinal de contas, ele é do PSOL, eu sou do PCdoB.

Sempre na minha atuação do que sou, eu estou deputada, mas eu sou uma artista popular e todo mundo sabe disso, sempre cantei para os partidos trabalhadores. Tenho aqui, inclusive, testemunhas de que a Professora Bebel sempre teve o nosso apoio na Apeoesp, também a deputada Beth Sahão, que é uma pessoa que nos acompanha há muitos anos.

Também quero agradecer a ajuda que a deputada Marina Helou, para me levantar dali, porque falei para ela: “Estou com problema aqui de levantar”, porque fico tonta quando levanto.

Hoje é a pressão que não está legal. Mas a gente fica muito feliz e agradecida a Deus pelas coisas que têm acontecido na nossa vida, são muitas homenagens, são muitas pessoas falando da nossa conduta artística.

Mas quero principalmente agradecer ao povo de São Paulo que nos colocou aqui e que tem dado um exemplo de respeito e de carinho com a nossa pessoa. Afinal de contas, os senhores e as senhoras sabem da nossa história, da nossa vida, de onde a gente veio, por onde a gente passou, o que a gente lutou, o que a gente sofreu e estarmos no quarto mandato nesta Casa Legislativa do estado de São Paulo.

Afinal de contas, Sr. Presidente, eu sou carioca, sabe? Mas eu adoro este Estado e esta cidade que virou a chave da minha vida.

Professora Bebel, por gentileza, a senhora quer fazer algum aparte? Então eu peço ao presidente, por favor, Art. 82, indicar a deputada Beth Sahão para usar a tribuna.

Muito obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Agradecemos as palavras da deputada. Nobre deputada Beth Sahão, V. Exa. tem o prazo regimental de cinco minutos pelo Art. 82. É isso?

 

A SRA. BETH SAHÃO - PT - PELO ART. 82 - Obrigada, Sr. Presidente. Eu queria, especialmente, neste momento me dirigir...

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - A senhora gostaria... Vai usar a tribuna?

 

A SRA. BETH SAHÃO - PT - PELO ART. 82 - No 82, eu posso usar lá. Obrigada, deputada Leci. Quero, aqui, aproveitar o meu tempo, Sr. Presidente, para me dirigir especialmente aos pesquisadores que ocupam uma parte desta tribuna hoje. (Palmas.)

Ao pessoal da PQC. (Palmas.) Que a gente trabalha juntos já há alguns anos na Frente Parlamentar em Defesa das Universidades Públicas e dos Institutos de Pesquisa, da qual eu sou coordenadora.

Tivemos, recentemente, uma audiência pública para tratar de várias questões das vendas dos locais, das fazendas experimentais que o governo quer vender a preço de banana - como já fez na cidade de Pindamonhangaba -, e agora quer desvalorizar ainda mais a categoria de pesquisadores mandando este fatídico Projeto de lei nº 9, que nós vamos fazer todos os esforços para poder derrubar, para poder impedir que este projeto tramite e seja votado aqui nesta Casa.

A gente sabe, Sr. Presidente - para vocês terem uma ideia -, que a carreira deles não é uma carreira qualquer, é uma carreira de Estado, portanto eles não podem ficar reféns de governadores de plantão.

A carreira deles é uma carreira consolidada, é uma carreira onde eles prestaram concurso, onde eles se dedicam, diuturnamente, às pesquisas, pesquisas importantes que são feitas e realizadas nos mais de 17 institutos que nós temos aqui.

E o que o governo quer fazer? Quer, simplesmente, acabar com a pesquisa, porque se ele acaba com o pesquisador, ou com as pesquisadoras, ele acaba com a pesquisa também.

E aí em momentos críticos como foi durante a pandemia, onde o Instituto Butantã teve um papel fundamental na criação, na produção da vacina, porque se não, já teriam morrido, naquele momento, muito mais pessoas do que morreram. Graças a vacina produzida ali que milhões de brasileiros puderam ser salvos e graças, sobretudo, ao trabalho que os pesquisadores tiveram.

Então é uma falta de sensibilidade, é uma falta de compromisso com a ciência, é uma falta de compromisso com a pesquisa este projeto que aqui chegou. Muitas ações foram desenvolvidas...

Parte da direção da PQC, nós fizemos uma reunião com o presidente André do Prado, desta Casa, para poder mostrar a ele a inviabilidade desse projeto, quais seriam os resultados nefastos que ele provocaria na carreira de pesquisador e até agora nada foi feito.

Eles também reuniram milhares de assinaturas de pessoas que compreendem que o avançar desse projeto é destrutivo para essa carreira, e no entanto, até agora, o projeto foi mantido.

Disseram que fizeram algumas modificações, mas acredito que essas modificações foram para pior ainda. A grande maioria absoluta dos pesquisadores, Sr. Presidente, não quer que esse projeto evolua aqui na Casa e a gente tem que ter o respeito. (Palmas.)

Quando chegam projetos, deputada Bebel, aqui na Assembleia Legislativa que são prejudiciais a determinadas carreiras é preciso que nós, deputadas e deputados desta Casa, ouçamos e respeitamos também aquilo que aquela determinada categoria, ou aquele segmento, ou aquele setor que está prejudicado, que está sendo destruído, seja ouvido.

Não é possível mais que a gente tenha que engolir o que o governo quer nos colocar goela abaixo um projeto que a gente sabe, por “a” mais “b”, que esse projeto vai destruir uma carreira de tantos anos de trabalho, de luta, de valorização.

Então, governos sérios, e a gente sabe que um país, para se desenvolver, só consegue obter bons resultados de desenvolvimento, de avanços tecnológicos, de inovação tecnológica quando tem investimento, quando tem valorização na Ciência e na pesquisa.

A ciência não cai do céu, Sr. Presidente. A ciência é feita e produzida por pesquisadores, e uma parte deles está aqui. Está aqui para trazer o seu descontentamento, para mostrar para todos os deputados e deputadas desta Casa que nós temos que impedir a evolução e a aprovação desse projeto.

Por isso que nós vamos trabalhar, continuar trabalhando juntos, continuar de olhos bem abertos, vamos fazer todos os trabalhos e todas as pressões necessárias para derrubar esse projeto, para que ele não avance e para que vocês continuem trabalhando com tranquilidade, com o sossego e com a competência que vocês desenvolvem as suas respectivas tarefas.

Contem conosco.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Pela ordem, deputada Professora Bebel.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Eu quero, pela bancada, falar pelo Art. 82.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - A senhora tem o prazo regimental.

 

A SRA. FABIANA BOLSONARO - PL - Pela ordem, Sr. Presidente. Eu também gostaria de falar, após a deputada doutora Bebel, pelo Art. 82.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Como vice-líder do PL, eu indico Vossa Excelência. Então, depois da Professora Bebel, V. Exa. fala pelo Art. 82.

 

A SRA. FABIANA BOLSONARO - PL - Muito obrigada.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - PELO ART. 82 - Boa tarde, Sr. Presidente. Cumprimento a Mesa Diretora de trabalhos, os assessores à minha esquerda, à minha direita, Srs. Deputados e Sras. Deputadas e essa categoria de luta, que tem estado dentro desta Casa todo esse período, lutando contra esse PL que não foi debatido com eles.

Então tem que ter em nós toda a força para dizer o seguinte: quem tem que discutir carreira são os seus profissionais, e os seus profissionais é que sabem a sua forma de evoluir, a sua melhor forma de tratar os seus salários.

Veja, deputada Beth tocou aqui em uma questão que é importantíssima. É o quê? Qual é a importância dos pesquisadores científicos no estado de São Paulo? Ela é estrutural para o desenvolvimento do estado, de um país. Ela é estrutural para garantir vidas. Nós vimos isso durante a pandemia. O governador Doria tentou acabar com o Instituto Butantan, e esta Casa se levantou e derrubou e tirou aquele PL, em PLC.

Portanto, nós vamos ser capazes de tirar do PLC esse PL e garantir para que os senhores e as senhoras tenham uma carreira digna, uma carreira que faça com que a Ciência seja soberana. Porque a gente pode falar em soberania, mas soberania... e hoje, sobretudo, com esses ataques que o próprio presidente Trump está fazendo, por exemplo, na Universidade de Harvard. Veja bem, o que é isso? Tentar acabar com a soberania de um... Primeiro a autonomia, e depois você ataca a soberania.

No nosso país, a mesma coisa, se tenta acabar com a soberania. E soberania é a gente ter mais acesso à Ciência, à tecnologia, ao conhecimento. Não é simplesmente ter mais ou menos dinheiro. Soberania é ter conhecimento, é ter produção de Ciência e tecnologia, é fazer, na verdade, com que todos e toda a sociedade usufrua desse bem que é produzido pelos trabalhadores científicos.

Então eu, da nossa parte, o Partido dos Trabalhadores, não concordamos com esse PL. Vocês têm estado aqui, a deputada Beth tem acompanhado vocês e nós também entendemos que falar desta matéria é muito importante.

A gente entende que necessariamente nós temos que estar juntos, porque vocês estão sendo atacados, mas também todo o funcionalismo vai ser atacado. Eles querem, na verdade, colocar uma espécie de outra forma de contratação, outra forma de pagamento, que é por subsídio. É triste, passou aqui nesta Casa por um voto, lamento dizer que foi por um voto, foi de chorar.

Um voto, um “não” para dar coro, só isso, bastou um voto, um “não” para dar coro. E isso até hoje nós pagamos um preço, por conta dessa política de subsídio. Isso descaracteriza a carreira.

Carreira significa que você tem que olhar no horizonte e dizer, olha, eu poderei chegar até tal nível, ou, se eu quero chegar antes, eu vou produzir, sei lá, um desenvolvimento profissional, uma pesquisa, alguma coisa que vai preenchendo a carreira. É desta forma que a gente discute carreira.

A gente não discute carreira como se fosse tratar trabalhadores do funcionalismo público e pesquisadores científicos como, sei lá, como se vocês recebessem um holerite. Não é isso que a gente quer. O que nos valoriza de verdade é carreira. Isso qualifica o trabalho.

Carreira na nossa perspectiva. Uma carreira que nos trate como um profissional que, de fato, tem condições de desenvolver de forma, com precisão, aquilo que nos é cobrado. E, oferecer para a sociedade, que é outra coisa que, se não, o que nós fazemos?

Então, agradeço. Parabéns pela luta de vocês. Um forte abraço. (Palmas.) Daqui a pouco, os professores da Apeoesp vão estar chegando, porque eles querem ver votado aqui hoje.

Uma merreca, que é 1,27%, e que nós fizemos essa luta durante seis meses. Mas isso aí, só para terminar, não é um reajuste, é um complemento, porque são professores que ganham abaixo do piso salarial profissional nacional, e são 100 mil professores. Até lá.

Muito obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Próxima oradora inscrita, nobre deputada Fabiana Bolsonaro. V. Exa. tem o prazo regimental de cinco minutos.

 

A SRA. FABIANA BOLSONARO - PL - PELO ART. 82 - Boa tarde a todos. Início minha fala com uma triste notícia, e faço aqui a minha nota de pesar ao falecimento do ex-prefeito José Luiz Parrella, do município de Ibaté. Esse ex-prefeito muito querido. Tive a honra de conhecê-lo e dizer que ele teve quatro mandatos. É uma pessoa extremamente querida dentro do município de Ibaté.

Faleceu aos 75 anos ontem. Então, eu quero aqui expressar meu voto de solidariedade aos familiares, meus sentimentos, e saber que assim o legado ele deixou. Uma pessoa gigante por dentro, que simplesmente transformou o município de Ibaté, fez um município de 35 mil habitantes virar uma potência.

Também aqui, preciso dizer sobre... Primeiro, parabenizar o governador Tarcísio, porque ele sancionou a lei que cria o cadastro contra abusadores. Um cadastro que pega o DNA e a foto de estupradores. Pessoas assim... Poxa vida, isso... A gente sabe que não é bater o olho e falar esse daqui é um agressor, esse daqui é um estuprador.

É ruim falar essa palavra, mas o nosso governador foi muito firme em poder sancionar essa lei, e agora sim. Sabemos que podemos ter mais segurança. Eu, como mulher, tenho uma filha menina, tenho mais segurança agora em andar nas ruas. E ainda mais quando esse cadastro estiver ativo. Vai ser uma paz para nós, maior ainda.

Eu também quero dizer sobre domingo, que teve o evento na Paulista, aqui com o nosso sempre presidente Jair Bolsonaro, o nosso governador Tarcísio de Freitas, nossa direita sempre muito forte.

E dizer que não tem outro, em um primeiro momento: é o nosso presidente Bolsonaro que está em primeiro. A Nação grita por ele, o País pede socorro. Vemos as contas, como tudo está pior. Temos muita saudade do Bolsonaro, a Amazônia chora, todo mundo chora.

As contas, é muito imposto, é muita gente que vai ao mercado e simplesmente o recado é: “Se está caro, não compre”. Isso não é uma resposta que se dá para a população. Precisamos de mais estratégia no governo e sabemos que o Bolsonaro é líder em estratégia, em colocar Paulo Guedes e ministros competentes para poderem fazer a gestão de que o Brasil precisa.

Amanhã será o Dia do Bombeiro, uma data muito importante. O Corpo de Bombeiros, são salvadores, heróis da nossa Pátria. Também destinei diversas emendas parlamentares para o Corpo de Bombeiros, que é um local em que tenho muita atuação.

Estou muito feliz. Quero parabenizar os nossos bombeiros, toda a corporação e dizer que contem conosco. Estamos aqui para poder ajudá-los, porque vocês são verdadeiros heróis da nossa Pátria.

Também quero dizer sobre a moção que eu fiz em relação a essa situação do INSS. Manifesto veementemente repúdio à iniciativa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de ingressar no Supremo Tribunal Federal com arguição de descumprimento de preceito fundamental, solicitando a suspensão de processos e decisões judiciais que tratem de responsabilização da União e do Instituto Nacional, ou seja, do INSS.

O que está querendo esconder, que não quer que a gente investigue? Essa é a preocupação. Isso é muito perigoso. A gente não pode usar poder para silenciar ninguém. E eu espero que isso daqui seja anulado, porque isso é um desrespeito com a nossa população, com os nossos idosos e também com os deficientes físicos, porque muitos foram afetados com esses roubos que aconteceram nas contas deles.

E outra moção. Eu quero fazer uma moção de aplausos. Fiz uma moção de aplausos ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, que opinou em seu parecer favoravelmente à manutenção da Lei nº 6.469, de 2023, aprovada pela Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas, que proíbe a participação de crianças e adolescentes na Parada do Orgulho LGBT no estado.

Qual o problema disso? O problema é o seguinte: a gente sabe que existem muitas cenas, muitos momentos com pessoas ficando quase nuas. Esse é o único problema. As crianças não têm que ter...

Eu defendo armas e nem por isso eu quero criança mexendo com arma. Criança tem que simplesmente ser criança. Tem assuntos que não têm que ser tocados. Não tem que ficar vendo gente nua, não tem que ficar ouvindo de sexualidade. É esse o porém. Por isso eu aplaudo o procurador da República, Paulo Gonet.

Muito obrigada, presidente.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Agradecemos as palavras da deputada.

Com a palavra o nobre deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Para uma comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Vossa Excelência tem o prazo regimental de dois minutos.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, eu quero aqui denunciar veementemente o que a Secretaria da Educação está fazendo. Além de todas as maldades, todos os ataques contra o Magistério, contra a escola pública, a Seduc está orientando as diretorias de ensino a fecharem salas agora no meio do ano letivo. Então nós estamos recebendo muitas denúncias de fechamento de salas e de turnos em várias regiões do Estado.

Eu recebi mais uma agora, Sr. Presidente, aqui da nossa região, da Diretoria Sul 1, exatamente da Escola Estadual Messias Freire. Lá a comunidade escolar está sendo informada de que haverá o fechamento de salas do Ensino Fundamental 1 e 2.

Crianças de seis anos, sete anos, oito anos, que estão nas séries iniciais do ensino fundamental, serão prejudicadas, porque haverá, com o fechamento dessas salas, a superlotação de salas.

E tem mais aqui. Há denúncias de que a escola vai juntar crianças em etapas diferentes de aprendizagem. Isso prejudica ainda mais essas crianças e esses adolescentes. Isso aqui é um crime contra a Educação, contra as crianças, contra os adolescentes matriculados na rede estadual de ensino.

Nós já acionamos o Tribunal de Contas para investigar esse fechamento de salas. Já acionamos o Ministério Público Estadual e a Defensoria Pública do Estado para que providências sejam tomadas.

O governo reduziu o orçamento da Educação, aprovando a PEC aqui na Assembleia Legislativa. Quando eu falo “Assembleia Legislativa” não foi a Assembleia não. Foi, na verdade, a base do Governo que aprovou essa PEC 9, no ano passado.

E agora o governo começa a enxugar a rede, Sr. Presidente. Para isso, ele começa com esse processo de fechamento de salas e turnos, de demissão de professores, e enxugamento do Orçamento.

Então, que o Ministério Público tome providências imediatas contra o fechamento de salas de mais uma escola, que é a Escola Estadual Messias Freire, lá na Sul 1.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Só gostaria de responder à deputada Fabiana Bolsonaro, que falou sobre a participação de crianças na Parada do Orgulho LGBT. Eu estive na Parada do Orgulho LGBT, na 19ª edição, que aconteceu esse ano. E posso garantir que não acontece nada em uma Parada do Orgulho LGBT impróprio para quem quer que seja.

A Parada do Orgulho LGBT é um momento muito importante de afirmação dos direitos de uma comunidade que, historicamente, sofre com o preconceito, com a criminalização, com a violência no nosso País, que é apontado como aquele que mais mata pessoas por serem LGBTs.

Então, a preocupação da deputada, ao invés de cercear quem pode ou não, participar de uma parada, deveria ser de resolver essa situação. Aliás, essa não é uma demanda só dos parlamentares que são LGBTs, nem deveria ser só de quem é de esquerda.

Todos os 94 deputados aqui deveriam se inconformar com as estatísticas que a gente fez, de violência contra uma população, só em razão da sua sexualidade ou sua identidade de gênero.

A senhora pode ter certeza que em nenhuma Parada LGBT vai ter político fazendo arminha com a mão de criança. Não vai ter ninguém tentando induzir, dando armas para crianças segurarem, como a gente vê em vários atos da extrema direita.

Aí sim, colocando em risco e ensinando coisas, para as nossas crianças, que elas não deveriam aprender. O que as nossas crianças deveriam aprender é a respeitar a diversidade.

Porque só assim, com conscientização, só com educação, a gente pode ver superada a discriminação que a gente tem, lamentavelmente, no nosso País. Então eu convido a deputada para, na próxima Parada do Orgulho LGBT, a senhora me acompanhar. Quando você conhece a pessoa, quando você vê de perto, você desmistifica todo esse preconceito, todo esse discurso de ódio.

Ela vai ver que não tem nada ali que tem que ser escondido. Pelo contrário, todo mundo é bem-vindo para participar das nossas paradas. São momentos lindos, de afirmação de direitos de uma comunidade que precisa, cada vez mais, de visibilidade. E que, certamente, não tem ninguém que vai se ofender ou se chocar com o que vai ver lá.

O que deveria chocar, de verdade, ofender, enquanto deputados, é a discriminação e os casos de violência que a gente ainda tem aqui no Brasil e no nosso Estado.

Dito isso, eu gostaria de indicar a deputada Marina Helou para falar, em nome da liderança da nossa Federação, pelo Art. 82.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Nobre deputada Marina Helou, tem o prazo regimental Vossa Excelência.

 

A SRA. MARINA HELOU - REDE - PELO ART. 82 - Boa tarde a todas e todos que nos acompanham, a todos que trabalham hoje para que a gente possa ter um avanço na discussão parlamentar do nosso Estado. Presidente, cumprimento o senhor, cumprimento o líder Guilherme, que me passou a palavra.

Infelizmente, subo nessa tribuna hoje por notícias horríveis que nós temos, no dia de hoje, em relação à nossa água, em relação à nossa segurança hídrica, em relação a uma empresa privada, a Sabesp, que foi privatizada por votação nesta Casa.

Nesta semana, despejou esgoto, sem tratamento, de mais de um milhão de usuários, diretamente no Rio Tietê. Não fosse uma reportagem, que descobriu, que clarificou o que está acontecendo, e trouxe a pauta, a gente poderia ainda estar tendo esse mesmo despejo.

Por um problema que aconteceu, certo, mas com uma resolução completamente irresponsável frente ao Meio Ambiente, frente à limpeza do Rio Tietê. São Paulo não bateu as metas de limpeza do rio em 2024.

Aliás, tenho 37 anos e desde que eu nasci existem tentativas de limpar o Rio Tietê, existem projetos para limpar o Rio Tietê. Nós já aprovamos aqui milhões e milhões de reais de empréstimo internacional para se limpar o Rio Tietê. É um esforço hercúleo para pouco resultado.

E quando a gente ainda pode ter algum avanço, a gente tem um retrocesso tão grande quanto esse. Por isso, a gente precisa responsabilizar a Sabesp e todos os entes que foram parte desse processo, para que não se repita.

A gente, pelo mandato, solicitou a apuração das responsabilidades civis e criminais, bem como a adoção de medidas cautelares e de reparação ambiental, porque tem um dano muito grande ao ecossistema do Rio Tietê, e a gente precisa garantir que isso não aconteça nunca mais.

Não pode ser uma solução, ainda que de emergência, despejar esgoto sem tratamento por uma empresa como essa, que fala por aí que é lucrativa, que é superavitária, e tem a responsabilidade de preservar o meio ambiente.

Acho que foi um caso absolutamente escandaloso, e esta Casa não pode se furtar a cobrar a Sabesp e a cobrar todos os responsáveis pelo que aconteceu, para que não se repita.

O Rio Tietê é muito importante, e precisamos questionar, inclusive, a Agência Reguladora de Serviços Públicos, a Artesp, que é responsável por garantir essa licença, é responsável por garantir a boa prestação do serviço público da empresa. Não dá para acontecer isso, é gravíssimo, mas, infelizmente, não é o único caso grave.

Temos outras denúncias, como o que acontece na empresa Billings, como o que acontece no Residencial Espanhola, de que esgotos sem tratamento ou com tratamento mínimo pela Sabesp são despejados em corpos d’água que garantem a nossa própria segurança hídrica. É absolutamente estúpido a gente, como sociedade, permitir que isso continue acontecendo.

Presidente, eu vou aproveitar também para dizer que hoje a gente vota aqui na Casa a LDO, a Lei das Diretrizes Orçamentárias, já assomei à tribuna para falar o quão pouco avanço a gente teve nessa lei tão importante para que a gente possa discutir os problemas presentes, de um orçamento de mais de 380 bilhões de reais, mas a gente conseguiu avançar minimamente a partir de uma emenda que eu protocolei na discussão do projeto, para garantir um mecanismo que municípios que preservam áreas ambientais possam ter recursos e receber maior valorização de recursos por isso.

É um mecanismo importantíssimo porque a gente precisa de estímulo para que os municípios realmente preservem áreas ambientais, e com esse mecanismo a gente vai poder discutir na LOA, na Lei do Orçamento, no final do ano, que vá mais recursos para que a gente possa preservar a nossa mata atlântica, que a gente possa preservar o nosso cerrado, que a gente possa preservar mata nativa.

É muito importante que a gente avance nessas discussões e, infelizmente, a gente ainda vê muitos retrocessos.

Essa LDO perdeu a chance de a gente ter dado orientações muito mais claras em relação à adaptação e resiliência às mudanças climáticas, que já são um problema no estado de São Paulo e que não estão refletidas no orçamento, assim como a gente proteger as nossas crianças, as nossas emendas de primeira infância e de apoio à implementação da lei que tira o celular das escolas não foram acatadas, mas a gente vai continuar lutando para que elas estejam refletidas no Orçamento.

Nos últimos segundos que me restam, quero celebrar também uma indicação que fizemos em relação à união dos escoteiros no Brasil. Quando a gente fala de tirar o celular das crianças, quando a gente fala de tirar redes sociais como o único espaço para crianças e adolescentes, a gente precisa pensar em novas formas por que eles possam se desenvolver. Os escoteiros vêm fazendo isso de forma muito importante, de contato com a natureza, de autonomia, de desenvolvimento da nossa juventude.

A gente quer saudar aqui o Samuel e todos os escoteiros do estado no nome dele. Lembrar que existe uma lei estadual, a Lei nº 16.304, de 2016, que cria o Programa de Estímulo ao Escotismo, mas falta a gente regulamentar essa lei, e a gente vai continuar lutando aqui para que a gente tenha opções de desenvolvimento saudáveis, como os escoteiros são para as nossas crianças e adolescentes.

Obrigada, presidente.

 

A SRA. MARINA HELOU - REDE - Presidente, eu gostaria de garantir, tendo acordo de lideranças, a suspensão da sessão até as 17 horas.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - É regimental. A sessão está suspensa até as 17 horas.

 

* * *

 

- Suspensa às 16 horas e 29 minutos, a sessão é reaberta às 17 horas e 12 minutos, sob a Presidência do Sr. André do Prado.

 

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O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Reaberta a sessão.

Ordem do Dia.

 

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- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

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O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Há sobre a mesa requerimento do nobre deputado Rafa Zimbaldi, com número regimental de assinatura nos termos do Art. 35, do Regimento Interno, para construção de uma Comissão de Representação, com a finalidade de participar do 8º Conexidades, a realizar-se entre os dias 4 e 8 de agosto do corrente ano, na cidade de Holambra, sem ônus para este poder.

Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiveram de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado o requerimento.

Há também sobre a mesa o requerimento da nobre deputada Márcia Lia, com número regimental de assinatura nos termos do Art. 35, do Regimento Interno, para construção de uma Comissão de Representação, com a finalidade de participar de agendas parlamentares em ministérios do governo federal no dia 1º de julho do corrente ano, em Brasília, a ser custeado também via verba de gabinete parlamentar.

Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiveram de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado o requerimento.

 

O SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Pela ordem, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputado Gilmaci Santos.

 

O SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças, eu sugiro a V. Exa. o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental o pedido de V. Exa., deputado Gilmaci Santos, líder do Governo.

Havendo acordo entre as lideranças, esta Presidência dá por levantados os trabalhos e convoca V. Exas. para uma sessão ordinária de amanhã à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia de hoje. Lembrando-os ainda da sessão extraordinária realizada hoje, dez minutos após o termo da presente da sessão.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 17 horas e 13 minutos.

 

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