04 DE SETEMBRO DE 2007

100ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidência: VANDERLEI SIRAQUE, CARLOS GIANNAZI, OLÍMPIO GOMES, JOSÉ BITTENCOURT, MARIA LÚCIA PRANDI, WALDIR AGNELLO, BARROS MUNHOZ E CELSO GIGLIO

 

 Secretário: OLÍMPIO GOMES


DIVISÃO TÉCNICA DE TAQUIGRAFIA

Data: 04/09/2007 - Sessão 100ª S. ORDINÁRIA Publ. DOE:

Presidente: VANDERLEI SIRAQUE/CARLOS GIANNAZI/OLÍMPIO GOMES/JOSÉ BITTENCOURT/MARIA LÚCIA PRANDI/WALDIR AGNELLO/BARROS MUNHOZ/CELSO GIGLIO

 

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - VANDERLEI SIRAQUE

Assume a Presidência e abre a sessão. Anuncia a visita de representantes da Fundação Lugar de Viver Feliz, de Barretos, e de estudantes da PUC.

 

002 - RUI FALCÃO

Cobra providências do Governador para resolver problemas como o aumento dos casos de dengue na Capital, as obras da Linha 4 do Metrô e a falta de segurança nas escolas.

 

003 - CARLOS GIANNAZI

Afirma que o problema da violência nas escolas é disseminado e que a situação da Saúde é de calamidade pública. Questiona campanha apoiada pelo PSDB contra a CPMF, e diz que o PSOL é favorável à sua extinção.

 

004 - OLÍMPIO GOMES

Saúda visitantes da Fundação Lugar de Viver Feliz, de Barretos. Preocupa-se com a tramitação nesta Casa dos PLCs 49 e 57, que reajustam os adicionais salariais para a Polícia.

 

005 - CARLOS GIANNAZI

Assume a Presidência.

 

006 - VANDERLEI SIRAQUE

Cita caso de escola em Perus, na Capital, com graves problemas de segurança. Reclama da intenção do Governo do Estado de demolir escola em Santo André para construção de unidade da Fundação Casa. Pede melhoria na qualidade de ensino.

 

007 - OLÍMPIO GOMES

Assume a Presidência.

 

008 - JOSÉ BITTENCOURT

Soma-se ao descontentamento com anunciada demolição de escola em Santo André e informa que será realizada audiência pública para discutir proposta do prefeito daquela cidade de se construir a unidade da Fundação Casa no bairro de Campo Grande.

 

009 - RAFAEL SILVA

Afirma que o acesso à educação de qualidade para as camadas mais simples da população é o meio para desenvolver o País. Pede a inclusão de Filosofia e Sociologia no currículo escolar.

 

010 - JOSÉ BITTENCOURT

Assume a Presidência. Anuncia a visita do pastor Levi Martins, da Assembléia de Deus de Mairinque.

 

011 - MARIA LÚCIA PRANDI

Reclama de diretriz do Conselho Estadual de Educação de considerar o ensino no ciclo médio de Filosofia e Sociologia não obrigatório, em contradição com norma do Governo Lula. Critica a política educacional no Estado.

 

012 - OLÍMPIO GOMES

Questiona declaração do Governador sobre intenção de terceirizar a manutenção de viaturas policiais, lembrando que isso ocorre há quinze anos, mas que hoje não há verbas para isso, levando ao sucateamento.

 

GRANDE EXPEDIENTE

013 - MARIA LÚCIA PRANDI

Manifesta esperança de se conseguir aprovar, nesta Casa, projeto de iniciativa popular com proposta alternativa ao Plano Estadual de Educação. Critica a política estadual de Educação.

 

014 - RITA PASSOS

Justifica PL que apresentou criando a Política Estadual de Educação Ambiental no Estado.

 

015 - MARIA LÚCIA PRANDI

Assume a Presidência.

 

016 - FERNANDO CAPEZ

Fala da importância para a população carente da Defensoria Pública. Fundamenta a criação da Frente Parlamentar pela defesa da autonomia financeira da Defensoria Pública.

 

017 - WALDIR AGNELLO

Assume a Presidência.

 

018 - JOSÉ BITTENCOURT

Soma-se à manifestação do Deputado Fernando Capez acerca da Defensoria Pública. Propugna recuperação salarial para os servidores da Justiça. Fala do lançamento ontem da Frente de Esquerda, composta pelos partidos PDT, PCdoB, PSB, PHS, PRD e PMN.

 

019 - VICENTE CÂNDIDO

Fala da importância de sua participação, em delegação desta Casa, como coordenador da Frente Parlamentar pela Promoção da Igualdade Racial, em tribunal sobre o furacão Katrina, em Nova Orleans, EUA. Refere-se às conquistas da população negra brasileira.

 

020 - ADRIANO DIOGO

Informa a futura presença nesta Casa do Secretário da Saúde, para prestar esclarecimentos sobre sua pasta. Lê resumo da ata da Conferência Municipal de Saúde de Itaquaquecetuba, ocorrida no último dia 5 de agosto. Cita o livro do professor Aziz Ab'Sáber, "Amazônia do discurso à Praxis", que faz referência à a maior reserva de ferro da crosta terrestre, existente na serra dos Carajás.

 

021 - ADRIANO DIOGO

Pelo art. 82, continua a referir-se ao livro do professor Aziz Ab'Sáber, "Amazônia do discurso à Praxis", que aborda as jazidas minerais da região. Defende a reestatização da Companhia Vale do Rio Doce, e lê trecho de artigo sobre o assunto, do professor Fabio Konder Comparato, publicado na "Folha de S.Paulo".

 

022 - JONAS DONIZETTE

Pelo art. 82, expressa satisfação pela aprovação, nesta Casa de PL de sua autoria que projeto que prevê a devolução do IPVA dos carros roubados e furtados.

 

023 - BRUNO COVAS

Por acordo de lideranças, solicita a suspensão dos trabalhos por 20 minutos.

 

024 - Presidente WALDIR AGNELLO

Acolhe o pedido e suspende a sessão às 16h45min, reabrindo-a às 17h11min.

 

025 - SAMUEL MOREIRA

Por acordo de lideranças, solicita a suspensão dos trabalhos por 20 minutos.

 

026 - Presidente WALDIR AGNELLO

Acolhe o pedido e suspende a sessão às 17h12min.

 

027 - BARROS MUNHOZ

Assume a Presidência e reabre a sessão às 17h37min.

 

028 - ESTEVAM GALVÃO

Por acordo de lideranças, solicita a suspensão dos trabalhos por 25 minutos.

 

029 - Presidente BARROS MUNHOZ

Acolhe o pedido e suspende a sessão às 17h37min.

 

030 - CELSO GIGLIO

Assume a Presidência e reabre a sessão às 18h26min.

 

031 - MÁRIO REALI

Por acordo de lideranças, solicita a suspensão dos trabalhos por 20 minutos.

 

032 - Presidente CELSO GIGLIO

Acolhe o pedido e suspende a sessão às 18h27min, reabrindo-a às 18h44min.

 

ORDEM DO DIA

033 - Presidente CELSO GIGLIO

Põe em votação e declara aprovado requerimento, do Deputado Barros Munhoz, pedindo alteração na Ordem do Dia. Põe em votação e declara sem debate aprovados os PLs 497/06, 737/06, 414/06, 390/06 e 373/06. Põe em votação e declara aprovados "ad referendum" os PLs 370/06 e 220/06.

 

034 - SIMÃO PEDRO

De comum acordo entre as de lideranças, solicita a suspensão dos trabalhos por 05 minutos.

 

035 - Presidente CELSO GIGLIO

Acolhe o pedido e suspende a sessão às 18h56min, reabrindo-a às 19 horas. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 5/9, à hora regimental, com ordem do dia. Encerra a sessão.

 

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O SR. PRESIDENTE - VANDERLEI SIRAQUE - PT - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Convido o Sr. Deputado Olímpio Gomes para, como 2º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da Ata da sessão anterior.

 

O SR. 2º SECRETÁRIO - OLÍMPIO GOMES - PV - Procede à leitura da Ata da sessão anterior, que é considerada aprovada.

 

O SR. PRESIDENTE - VANDERLEI SIRAQUE - PT - Convido o Sr. Deputado Olímpio Gomes para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - OLÍMPIO GOMES - PV - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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-         Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - VANDERLEI SIRAQUE - PT - Srs. Deputados, a Presidência tem a grata satisfação de anunciar a presença dos representantes da Fundação Lugar de Viver Feliz, de Barretos: major Carlos Antonio Alves, Sr. João Carlos Zago e Sra. Juliana Márcia Minaré. Aos senhores as homenagens do Poder Legislativo. (Palmas.)

A Presidência tem também a grata satisfação de anunciar a presença dos alunos da PUC, Pontifícia Universidade Católica, acompanhados da Sra. Daniela Campos Libório di Sarno, Sra. Andréa Haddad e Sr. Antonio Barbosa. A todos vocês as homenagens do Poder Legislativo. (Palmas.)

Tem a palavra o primeiro orador inscrito, nobre Deputado Rui Falcão.

 

O SR. RUI FALCÃO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente em exercício, Deputado Vanderlei Siraque, Srs. Deputados, funcionários, estudantes que acompanham aqui os nossos debates, telespectadores da TV Assembléia, muita gente deve se recordar de quando o atual Governador foi eleito, primeiro Prefeito, depois como trampolim governador. Calcou seu discurso - aliás um discurso muito comum aos tucanos - na definição de prioridades, planejamento, prioridade e eficiência. O Governador anterior chegou até a ser conhecido como gerente Geraldo para ressaltar a qualidade da gestão pública em contraste com uma suposta ineficiência dos governos petistas.

Sr. Presidente, hoje colhi ao acaso algumas notícias pinçadas dos jornais, para ver a quanto anda no nosso Estado, quase nove meses depois da posse do Governador, a quantas anda essa tão propalada eficiência, esse tão decantado planejamento e essa tão elogiada capacidade de gestão. “Dengue cresce em regiões de classe média da capital.” Claro que a capital é governada hoje por um Secretário especial do Governador José Serra que é o Sr. Gilberto Kassab. Mas veja, houve um aumento de 387%, repito, 387% nos casos de dengue na Capital, na comparação com o ano passado.

Isso até o dia 29 de agosto, data da última estatística. É provável que agora no dia quatro de setembro, infelizmente talvez já tenha aumentado esse número. E até então a dengue era uma doença que vitimava principalmente as pessoas mais pobres, da periferia, das favelas, dadas as condições precárias de higiene, de saneamento, mas agora o número de casos cresceu de forma significativa e em bairros da classe média de São Paulo. Talvez agora, fascinado pelos votos da classe média, o Prefeito Gilberto Kassab resolva tomar alguma providência junto com o Secretário de Saúde.

Uma outra notícia também que revela uma grande capacidade de planejamento do atual Governo: a entrega da primeira fase da linha amarela do Metrô vai ocorrer somente no fim de 2009, início de 2010, e sem a estação Pinheiros em funcionamento. Como se recorda, nessa estação as obras estão suspensas por causa daquela cratera que vitimou sete pessoas com a morte, e centenas de outras estão fora de suas casas, morando em hotéis, tendo suas casas agora vendidas a baixo preço, porque foram depreciadas pelo acidente.

A previsão é que o trecho entre a Luz e o Butantã seja entregue no prazo inicial, ou seja, segundo semestre de 2009. Portanto, a tempo ainda das eleições de 2010. Mas a estação Pinheiros vai ficar para 2012. Esse atraso também vai provocar mudanças no cronograma de integração com os trens da CTPM. O Sr. Portela, que é o Secretário incumbido do Metrô, diz que isso vai ocorrer para não prejudicar o todo. É uma questão de praticidade para atender a população mais rápido que puder. Quer dizer, a idéia do planejamento, da previsão, da prioridade dá lugar agora para a praticidade. Nessa praticidade, pulam a estação de Pinheiros, que é um entroncamento grande, com integração, inclusive, com os trens da CTPM, e vai ficar para 2012, Sr. Presidente.

Uma outra notícia pinçada, para terminar: “Alunos de escola estadual ficam confinados para evitar assaltos”, Deputado Olímpio Gomes. “Estudantes da escola estadual Manoel Bandeira, em Perus, passam os intervalos confinados em um pátio interno gradeado para não serem assaltados dentro da escola.” Existem invasões freqüentes da escola, relatos de furtos de material e uso de droga. A Secretaria de Educação diz tratar-se de um caso pontual. Quer dizer, não vamos nos preocupar porque é só uma escola. Mas com assalto os alunos são obrigados a ficar presos dentro da escola. Portanto, com coisas desse tipo, seria importante que tanto o Governador, como o seu Secretário aqui na Capital, o Sr. Gilberto Kassab, tomassem algum tipo de providência, e o nosso papel aqui justamente é estar chamando a atenção das autoridades para que isso não continue ocorrendo, viu Deputado Carlos Giannazi.

Uma escola estadual em que os alunos estão mantidos com grades, cadeados, com medo dos furtos e assaltos freqüentes, dentro da escola. E o Secretário da Educação, diz que isso é um caso pontual.

 

O SR. PRESIDENTE - VANDERLEI SIRAQUE - PT - Tem a palavra o nobre Deputado Vitor Sapienza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Augusto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Samuel Moreira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adriano Diogo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Mário Reali. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alex Manente. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Baleia Rossi. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Prandi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Barbosa. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, público presente, telespectadores da TV Assembléia, quero dar continuidade ao pronunciamento do nobre Deputado Rui Falcão em relação a essa crise da Saúde e a crise da Educação.

Primeiramente dizer que o caso dessa escola estadual aqui em São Paulo não é um caso isolado, é um caso generalizado. A questão hoje da violência nas escolas, ou da violência escolar está generalizada. Nós que estamos fazendo diligências em várias escolas públicas da nossa cidade e do nosso Estado, estamos percebendo claramente isso.

Muitas escolas sitiadas, confinadas pela violência. O narcotráfico tomando conta de escolas públicas, ameaçando profissionais da Educação e alunos. É uma situação gravíssima essa violência escolar, que há muito estamos denunciando aqui desta tribuna, pela imprensa e pelo Ministério Público, como se não bastassem os outros fatores da crise educacional, do verdadeiro “apagão” que estamos vivendo na área da Educação pública, como a superlotação de salas, a falta de vagas, os baixos salários dos profissionais da Educação. Temos isso também que é grave, ou seja, a questão da violência nas escolas. Temos o “apagão” da Educação púbica, aliás, em todo o Brasil, mas principalmente no Estado de São Paulo.

Mas gostaria de falar rapidamente aqui, no pouco tempo que me resta, do “apagão” na área da Saúde pública. Estamos vivendo também hoje uma grande crise nessa área. Os jornais estão noticiando, a imprensa toda noticia um verdadeiro “apagão”, uma verdadeira crise na Saúde pública. A Saúde pública hoje vive em estado de calamidade pública. A Saúde pública está na UTI. Estamos vendo hospitais sendo fechados, vários médicos em todo o Brasil pedindo demissão de seus cargos na área pública, o Estado empurrando a crise para o Governo Federal, esse por sua vez empurrando a crise para os governos estaduais. E quem paga o pato é a população, que fica sem atendimento. Portanto, hoje a situação é muito grave. Temos que ter uma intervenção do Governo Federal, dos governos estaduais nessa crise, porque as pessoas começam a morrer por falta de atendimento em todos os hospitais do nosso País. A crise é generalizada e também afeta com muita força o Estado de São Paulo e a cidade de São Paulo.

Estamos percorrendo principalmente a periferia da cidade de São Paulo e as periferias da grande São Paulo e percebendo claramente também o abandono, a falta de recurso e o caos instalado nos nossos hospitais. A situação é gravíssima e não aceitamos essa situação do Governo Federal culpar o Estado, o Estado culpar o Governo Federal. Ambos são responsáveis pelo investimento na área da Saúde. E até agora nada foi feito. O Governo Federal está liberando dois bilhões de reais para a Saúde pública do Brasil, o que não cria nenhum impacto, porque dois bilhões no nível nacional não tem impacto algum; não vai adiantar. Temos que fazer uma grande reforma no sistema de Saúde, aumentando, por exemplo, as verbas para o SUS, Sistema Único de Saúde. Portanto, algo tem que ser feito.

Não adianta também dizer que tem que aprovar a CPMF, fazer pressão, fazer chantagem, porque a CPMF é outra questão. Na verdade, essa taxa nem deveria mais existir, até porque só uma parte dessa contribuição vai para o sistema de saúde; houve um desvio de finalidade. E nós do PSOL somos contra essa contribuição provisória de movimentação financeira. Se é provisória, como o próprio nome diz, já deveria ter sido extinta há muitos anos.

Só estranho que o PSDB e outros partidos da base aliada aqui em São Paulo estejam fazendo a campanha pelo fim da CPMF. É muito estranho, porque na época do Governo Fernando Henrique Cardoso não fizeram essa campanha aqui em São Paulo, até porque o Governador era Geraldo Alckmin. Mas agora, estranhamente, quem era Governo ontem, começa a fazer oposição à CPMF. Mas não fizeram ontem, quando estavam no governo. Nós, do PSOL, fizemos no passado e continuamos fazendo. Achamos que a CPMF não tem que ser prorrogada, conforme já defendemos anteriormente em outros governos. Então, a coerência tem que ser mantida também pelos partidos que estão agora liderando a grande Frente contra a CPMF.

Nós somos críticos desse imposto, que nem deveria existir, porque o dinheiro não vai para a Saúde. A Saúde continua um verdadeiro caos, desde a implantação da CPMF, em 1996. Houve também um excesso já de arrecadação. A arrecadação tem aumentado. Então, existem já bons motivos para a extinção desse imposto. O fato é que a crise na Saúde tem que ser debelada. Não podemos mais aceitar que as pessoas estejam sem atendimento e morrendo nos hospitais públicos do nosso País. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - VANDERLEI SIRAQUE - PT - Srs. Deputados, tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PV - Sr. Presidente, Srs. Deputados, alunos que nos visitam hoje para conhecer o trabalho da Assembléia Legislativa, funcionários desta Casa, cidadãos que nos acompanham pela TV Assembléia, quero saudar de forma muito especial a visita hoje à Assembléia Legislativa do major da reserva da Polícia Militar, major Carlos Antonio Alves, de Barretos, que é o presidente da Fundação “Lugar de Viver Feliz”, uma Fundação que tem um trabalho maravilhoso.

Vi “in loco” o trabalho desenvolvido com 620 crianças, com os pais dessas crianças, para justamente fomentar condições para se profissionalizar e se alcançar um trabalho. O major Carlos hoje visita a Assembléia, na sua luta incansável para buscar recursos para fazer com a sua Fundação o seu sonho se tornar uma realidade, em pontos onde muitas vezes o Estado se omite.

Seja bem-vindo a esta Casa. O senhor é um orgulho para nós da Polícia Militar, em especial para mim, porque é da minha turma de Barro Branco, e pelo trabalho que o senhor realiza por Barretos e pela região. Sejam muito bem-vindos, o senhor e sua equipe. Continue perseverando. Esta Casa tem mais do que a obrigação de lhe abrir as portas e auxiliá-lo no que for possível.

 

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-              Assume a Presidência o Sr. Carlos Giannazi.

 

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Aproveito o tempo na tribuna para lembrar a esta Casa que hoje completamos 33 dias da publicação do Projeto de lei Complementar 49 e o Projeto de lei Complementar 57, que trata dos reajustes dos adicionais dos Policiais Civis, Militares e da Polícia Técnico-Científica.

Quero lembrar a esta Casa que esse projeto foi encaminhado em regime de urgência, devendo estar pronto para a Ordem do Dia em 45 dias. Temos somente mais 12 dias. Ontem terminou o prazo para que o relator especial da Comissão de Constituição e Justiça que, aliás, é o presidente da Comissão, meu amigo Deputado Fernando Capez, apresente o seu relatório, para ser encaminhado à Comissão de Segurança Pública e para ser apreciado ainda, pela Comissão de Finanças e Orçamento.

E nós só temos mais 12 dias, Senhor Presidente, Srs. Deputados, Srs. líderes de partido, cidadãos policiais. Doze dias! E parece-me que há um jogo de Governo. Em 33 dias não foi sequer relatado na primeira Comissão, dando a impressão nítida de que se quer empurrar com a barriga, para que em 45 dias não se aprecie nada, e se tenha o projeto na íntegra, apresentado pelo Governo, pronto para entrar na Ordem do Dia, desconsiderando-se as 33 emendas, que parlamentares de todos os partidos fizeram a esse projeto.

O projeto em si já é horrível. Ele já discrimina o inativo e a pensionista. Ele faz divisões terríveis em ganhos para os policiais, proporcionalmente ao volume populacional onde servem e a condição hierárquica nas carreiras policiais civis e militares. Mas ele precisa ser apreciado. Os nossos policiais estão à míngua. Estão na miséria. Estão passando fome com as suas famílias. E o Governo, na sua insensibilidade, vai empurrando com a barriga.

É bom que a população e os Deputados desta Casa, se lembrem de que o último artigo do PLC 49 e 57 estabelece que só passa a ser pago o reajuste dos adicionais, a partir do primeiro dia útil do mês subseqüente à aprovação. Ele foi encaminhado no dia dois de agosto, e em 33 dias esta Casa não fez nada. Mais 12 dias e nós temos o feriado da sexta-feira. E temos a segunda-feira, que é o último dia do fim de semana desta Casa, quando não temos Ordem do Dia. Vamos ter a terça, a quarta e a quinta para deliberar, para discutir, para fazer valer emendas mais do que legítimas.

A população há de entender. A Segurança Pública foi apresentada aqui pelos meus antecessores. A Saúde e a Educação estão completamente dilapidadas. Mas a segurança hoje é a principal preocupação do cidadão no Estado de São Paulo. E a segurança está capenga, está carente, exatamente porque o investimento nos recursos humanos é inexistente.

A família policial está carcomida. Que esta Casa não se omita e aprecie de fato. Que não se dobre ante os posicionamentos do Império. Que se lembre de que é um poder independente, e tem que deliberar, mesmo contrariando o Imperador”.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Srs. Deputados, tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vicente Cândido. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vanderlei Siraque.

 

O SR. VANDERLEI SIRAQUE - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, cidadãos do Estado de São Paulo que nos acompanham nas galerias e também através da nossa TV Assembléia, eu estava lendo hoje uma reportagem sobre uma escola de Perus, onde os alunos estão confinados. Ou seja, a escola foi transformada praticamente num cárcere, Deputada Maria Lúcia Prandi, especialista na área da Educação.

O Secretário da Justiça e o Governador José Serra querem demolir, em Santo André, uma escola pública para transformá-la numa Febem. Eu estava fazendo uma análise comparativa entre a escola de Perus, onde os alunos já estão confinados, por medo dos bandidos e dos traficantes; os servidores da Educação, os professores, estão confinados. Em Santo André, o Secretário de Justiça, junto com o Governador José Serra, tentam demolir uma escola pública e lá construir uma Febem.

E o que são as Febems hoje no Estado de São Paulo? São verdadeiros colégios do crime. Primeiro passam pelos colégios, que são as Febem. Depois vão para a Faculdade, que são os presídios. E temos aí a pós-graduação, “strictu sensu”, mestrado e doutorado, que são os presídios de segurança máxima, de onde o crime organizado coordena as rebeliões, os ataques às bases da Polícia Militar, às delegacias da Polícia Civil. Até hoje, as famílias dos policiais civis e militares mortos nesses movimentos não foram indenizadas de forma adequada pelo Estado.

Fico imaginando: violência nas escolas, construção de Febem. Aí, um cidadão, integrante do Ministério Público do Estado de São Paulo vai a Bertioga, descarrega 12 tiros em um rapaz e diz que é legítima defesa. Não que o Ministério Público tenha responsabilidade sobre seus membros, inclusive, no Direito Penal, as pessoas têm que responder individualmente. O problema foi que o Conselho queria dar vitaliciedade a esse cidadão no cargo, com salário de mais de dez mil reais. Felizmente, o Conselho Nacional cassou essa decisão administrativa no Estado de São Paulo.

A sociedade fica defendendo a redução da menoridade penal, quer encarcerar os menores na Febem, no “colégio do crime”. Esses menores, depois, vão para os presídios e assim por diante. Quando a pessoa é da elite, neste Estado ou no País, tentam efetivar no cargo. Apesar de esse cidadão ter sido afastado do Ministério Público - por sorte da população de Jales, Deputado Antonio Mentor -, continua recebendo dez mil reais de salário, oriundo dos tributos pagos pelo cidadão do Estado de São Paulo. Enquanto um delegado de polícia ganha três mil reais por mês, o 27o pior salário do Brasil, esse cidadão assassino foi afastado com o salário de dez mil reais.

Lamentamos. Essa lei tem de ser mudada. Se é de acordo com a lei, a lei precisa ser modificada; não pela Assembléia Legislativa, mas pelo Congresso Nacional.

Às vezes, fico observando os defensores, da redução da menoridade penal para os pobres, para os excluídos, Deputado José Bittencourt. Uma mulher roubou um xampu e ficou presa durante onze meses, pois não tinha defensores. Essa é a Justiça, esse é o princípio da igualdade que está na nossa Constituição.

Não precisamos que sejam construídas Febems. Precisamos que todos sejam julgados de forma igual no Brasil. Precisamos construir escolas, mudar o sistema de educação no Estado de São Paulo, pois 84% das escolas públicas no nosso Estado têm algum tipo de violência. O Governador José Serra e sua Secretaria da Educação não têm essa preocupação, porque a maioria não estudou em escolas públicas, mas no Colégio São Luiz, Colégio Sacré-Coeur, Sagrado Coração. Estudaram nas melhores escolas privadas de São Paulo, onde aprenderam suas doutrinas.

Na escola pública, o que vê, infelizmente, é tráfico de drogas, professores mal remunerados. Em pelo menos 4% das escolas públicas do nosso Estado, houve um assassinato, seja dentro ou na porta da escola. Agora, em Perus, os alunos têm de ficar trancados dentro da escola. Mas isso já aconteceu em Santo André, em Mauá e acontece todos os dias na cidade de São Paulo. A única maneira de se corrigir isso é mudar o sistema de educação no Estado de São Paulo. Também o Governador, de vez em quando, precisa visitar as escolas.

Não é demolir escolas, Governador José Serra, não é construir Febem, mas melhorar o sistema de educação no Estado de São Paulo, que, de acordo com a avaliação feita no ano passado, foi um dos piores.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Olímpio Gomes.

 

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O SR. PRESIDENTE - OLÍMPIO GOMES - PV - Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt.

 

O SR. JOSÉ BITTENCOURT - PDT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, telespectadores da TV Assembléia, pessoas presentes nas galerias, queremos registrar também nosso descontentamento em relação à demolição da Escola Estadual do bairro Sacadura Cabral, em Santo André - conforme indicam as declarações da presidente da Fundação Casa e do Secretário Marrey -, e instalar ali uma unidade da Fundação Casa. Como agentes políticos, precisamos escolher e estabelecer prioridades, sempre de acordo com o interesse público, o interesse social. Isso é princípio elementar da administração pública. Nenhum gestor público deve administrar em desacordo com o interesse da sociedade.

Na Comissão de Meio Ambiente, aprovamos a realização de uma audiência - estamos agendando com o presidente Feliciano Filho - para analisar a proposta do município de Santo André. O Prefeito João Avamileno colocou, à disposição da Fundação Casa, uma área de manancial no bairro do Campo Grande. Mas é preciso analisar para verificar se não há nenhum óbice legal, nenhum tipo de impedimento formal que impossibilite a instalação dessa unidade da Fundação Casa.

Não vou entrar no mérito da questão Febem. Todos os municípios têm os chamados menores infratores, que estão em conflito com a lei, por causa de conduta anti-social. É evidente, portanto, que o município tem de ter em seu território uma unidade da Febem para atender os seus próprios menores. O Prefeito João Avamileno colocou essa área à disposição do Estado. Vamos analisar a viabilidade da área, sua legalidade, e esgotarmos todas as vias do entendimento, para atender o interesse social. O que não se aceita é a demolição de uma escola para a construção de uma unidade da Febem. Do ponto de vista emblemático, não é aceitável. Temos de reativar a escola e encontrar outro local.

Aliás, isso parece que é chover no molhado. O Deputado Siraque fala, eu falo assim como outros Deputados da região, mas parece que é chover no molhado. Mas não vamos arredar o pé. No dia 15 estaremos na frente dessa escola no bairro Sacadura Cabral, que está para ser demolida pela Secretaria, ou pelo Governo, com os agentes políticos da cidade. O Secretário Luiz Antonio Marrey disse que estaria o local. Dessa forma, vamos dialogar com a sociedade, com a população. É interessante notar que há um anseio da população do bairro Sacadura Cabral de transformar aquela unidade escolar, visto que está desativada, num centro recreativo para a própria comunidade.

Sr. Secretário Luiz Antonio Marrey e Sr. Governador José Serra, entrem efetivamente na condução desse caso e vamos solucionar esse problema. Eu defendo que no município de Santo André deva ter uma unidade da Fundação Casa para abrigar os menores infratores de Santo André, porque isso é um problema da sociedade de Santo André. Não é um problema de São Paulo, não é problema de uma outra cidade. Cada cidade tem que administrar os seus menores infratores que estão em conflito com a lei.

Chega de ficar nesse impasse com a população sofrendo e nesse limbo indecisório sem ter a devida ação governamental adequada!

 

O SR. PRESIDENTE - OLÍMPIO GOMES - PV - Tem a palavra o nobre Deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Hamilton Pereira. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Vanessa Damo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Conte Lopes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Cido Sério. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Bruno Covas. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Fernando Capez. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Celso Giglio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rafael Silva.

 

O SR. RAFAEL SILVA - PDT - Sr. Presidente e nobres colegas: Ouvi o Deputado José Bittencourt reclamando do limbo. Não ouvi o seu discurso na totalidade, mas ouvi a sua insatisfação. Insatisfação em razão da ausência do Governo, da ausência de decisão. Ouvi também outros oradores falando sobre o problema da violência que acontece nessa Nação, sobre o problema das escolas públicas, da falta de qualidade, da falta de condições que o pobre tem para uma boa educação.

 

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- Assume a Presidência o Sr. José Bittencourt.

 

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Sabemos que o grande hiato social que existe dentro das nações atrasadas tem relação direta com a péssima condição de educação, principalmente das pessoas mais simples. É através da educação que os filhos do pobre conseguem condições para subir um degrau, um outro degrau. E muitas vezes conseguem condições para chegar numa posição situada no topo da sociedade, senão em termos de situação financeira, em termos de prestígio, de valor. Quando a pessoa vem de camadas mais simples e ela atinge essa situação, realmente ela demonstra o seu valor e demonstra o valor da oportunidade que teve.

Mas como podemos analisar a realidade de um país quando ouvimos pelo rádio e pela televisão a informação de que o sujeito carregou uma bolsa com 3 milhões de reais entre muitas bolsas que ele carregou para um senador que está lá em Brasília, presidente do Senado e automaticamente presidente do Congresso? Como podemos acreditar num país que demora tanto tempo para tomar uma decisão? Digo um país e não uma cúpula política, não. A cúpula política existe em razão do pensamento do povo.

Há uma obra de um autor brasileiro, sobre a qual falarei daqui a alguns dias.  Esse autor fez muitas pesquisas que indicam que as pessoas mais simples e desprovidas de uma condição melhor de intelectualidade não discutem se existe corrupção, ou não; não se preocupam se o governo é corrupto, ou não é corrupto; se existem parlamentares corruptos, ou não. E essas pessoas representam a maioria. Essa maioria cresce na medida em que a qualidade do ensino fica comprometida. E essa qualidade comprometida compromete o futuro do povo.

A realidade de hoje do Brasil é pior do que a realidade do passado, de 50 a 60 atrás. Lembro-me que na década de 60 o estudante ia para as ruas e questionava. O estudante pensava.

Apelo ao Governo do Estado para que faça com que o estudo de Sociologia e de Filosofia seja implantado realmente na escola pública em todos os níveis. Na medida que o jovem e o adolescente tiverem a oportunidade de conhecer um pouco de Filosofia e de Sociologia, eles terão condições de refletir, de pensar e de entender que eles existem. Descartes falou “penso, logo existo.” E eu digo “repenso, critico, discuto, questiono.” Quem pensa, existe. Quem repensa, questiona, discute, participa. A Educação realmente é o único caminho para que uma nação deixe de ser uma nação atrasada e para que o povo deixe de ser um povo escravizado, enganado e desrespeitado.

Encerrando, Sr. Presidente, gosto muito de discursos, mas gosto de discursos lastreados numa conduta interior, ética, moral, séria. A grande maioria de Deputados desta Casa tem essa condução. Mas eu não gosto de quem bate no peito e afirma “sou cristão” e desrespeita o semelhante. Não gosto de ouvir alguém que fala em ética e não pratica a ética no seu pequeno campo de atuação. Se não no pequeno, no campo mais próximo de sua atuação.

À medida que a pessoa muda o seu comportamento e ajuda a mudar o comportamento das pessoas que estão ao seu redor, ela pode dizer que está desempenhando o seu papel de cidadania. E com essa vontade, essas pessoas podem ajudar a mudar um dia, num campo mais amplo, a realidade de uma nação como a Nação Brasileira. Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOSÉ BITTENCOURT - PDT - Esgotada a lista de oradores inscritos para falar no Pequeno Expediente, vamos passar para a lista suplementar.

Tem a palavra o nobre Deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Fernando Capez. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Célia Leão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rafael Silva. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Chico Sardelli. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Giriboni. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Estevam Galvão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Waldir Agnello. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Jonas Donizette. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luis Carlos Gondim. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Augusto. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Prandi.

 

O Sr. Presidente - José Bittencourt - PDT - Srs. Deputados, esta Presidência anuncia a visita do pastor Levi Martins, da cidade de Mairinque, Presidente da Assembléia de Deus daquela região. Receba os nossos cumprimentos. (Palmas.)

 

A SRA. Maria Lúcia Prandi - PT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, senhores visitantes, público que nos dá a honra de sua atenção, boa tarde!

Hoje, vários Deputados - os Deputados Rui Falcão, Carlos Giannazi, Vanderlei Siraque e Rafael Silva - abordaram a questão da Educação sob diferentes aspectos, mas todos com a mesma preocupação, no sentido da importância da Educação na construção da cidadania, bem como do abandono da escola pública no Estado de São Paulo.

Nobre Deputado Rafael Silva, devo dizer-lhe que o Presidente Lula - um peão, sem curso universitário - determinou a obrigatoriedade das disciplinas de Filosofia e Sociologia no ensino médio. Pasmem, senhores, tínhamos essas ciências no ensino médio. No entanto, elas foram retiradas do currículo escolar durante a ditadura militar e reinseridas no processo de redemocratização do país, no Governo de Franco Montoro. Na reforma neoliberal, feita pela Secretária Rose Neubauer, sob o comando de governadores do PSDB, essas matérias foram novamente retiradas do currículo. Por diversas vezes, esta Casa aprovou projeto nesse sentido, sabendo das limitações do Legislativo para alteração curricular.

Qual não foi a nossa surpresa e a nossa decepção? Estamos contatando o Conselho Federal e o Ministério da Educação porque o Conselho Estadual de Educação do Estado de São Paulo resolveu que essas disciplinas não são obrigatórias, que tanto o Presidente Lula como o Conselho Federal não têm a competência legal para determinar a inclusão de Filosofia e Sociologia no ensino médio, enquanto disciplinas tratadas como obrigatórias.

Isso quer dizer que não há, na verdade, uma falta de projeto por parte do Governo do Estado. Há, sim, um projeto nitidamente tecnicista, mecanicista, de empobrecimento da escola pública estadual.

É outro caso do segundo professor em sala de aula, que faz parte do mote da campanha do Governador José Serra. Insisto aos senhores pais em que não há - nem haverá - o segundo professor em sala de aula nas séries iniciais. O que há é um aluno estagiário, conveniado, não sei de que modo, com algumas entidades que responderão à sua escola, ao seu instituto. Muitas dessas entidades nem são universidades e responderão ao seu instituto de Educação, e não ao professor da sala de aula.

Quando a ex-Secretária de Educação esteve nesta Casa, indaguei-lhe. Agora, o Sr. Governador faz propaganda televisiva, dizendo que é a hora da Educação e anunciando as Etecs, que sempre chamamos de ETEs, as escolas técnicas do Estado. Ele esquece-se de dizer que foi o Governo do PSDB que confiscou de milhões de jovens do ensino médio a possibilidade de um ensino profissionalizante.

A ex-Secretária disse que não faria a volta do ensino profissionalizante, que isso não estava na pauta do Governo. De certo modo, a atual Secretária anunciou o tema agora e estamos aguardando a vinda dela à Comissão de Educação. Na verdade, há uma intenção deliberada de uma escola pública que se apequena diante dos desafios da sociedade, porque uma escola pública que não valoriza ciências humanas está fadada ao fracasso. Obrigada.

 

O Sr. Presidente - José Bittencourt - PDT - Srs. Deputados, tem a palavra o nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rafael Silva. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. Olímpio Gomes - PV - Sr. Presidente, cidadãos que nos assistem pela TV Assembléia, volto à tribuna, estupefato, por uma matéria que li hoje nos jornais “Jornal da Tarde” e “O Estado de S.Paulo”, em que o Governador do Estado responde a uma matéria, que saiu ontem nesses dois jornais, a respeito da manutenção da frota da Polícia Civil e da Polícia Militar.

Vejo o título: “Serra defende parcerias”. A matéria de ontem era muito clara e trazia o título “A Polícia de rabo preso”. Os componentes da Polícia Civil e a Polícia Militar são obrigados a partir para a extorsão cívica de mendigar à sociedade peças de viatura, manutenção para a frota. Pior ainda, quando policiais inescrupulosos acabam procurando peças para viaturas nas “robautos” da vida, nesses desmanches, ainda sem controle pelo Governo do Estado.

Pior do que tudo isso é desconhecer o que se está administrando. O Governador deu uma resposta, dizendo que vai estudar a terceirização de manutenção e o Secretário de Segurança disse que vai aguardar o posicionamento do Governador. Só que essa terceirização de manutenção já ocorre na Secretaria de Segurança Pública do Estado há, pelo menos, 15 anos. Eles não sabem nem o que estão administrando, para responder o que não é possível responder. Quando perguntaram ao Governador qual seria a providência ou por que isso está acontecendo, ele disse: “Vou estudar a manutenção terceirizada, de parcerias”. Isso já existe! Só não está acontecendo, porque o Estado não dá recursos.

O coronel José Vicente, reportando-se à época em que foi comandante de Batalhão em São José dos Campos, disse: “Nunca pedi à comunidade, sempre paguei”. Talvez, na época em que ele foi comandante, o Governo disponibilizasse recursos, mas hoje, não disponibilizam para os atuais comandantes.

Ninguém quer pedir à sociedade, se expor e “vender” a não paralisação da viatura ou, mesmo, colocá-la em ponto de estacionamento privilegiado para poder ser contemplado com a peça necessária para a manutenção da viatura.

Senhor Governador, acorde para o que está administrando! A Segurança Pública é a maior preocupação no Estado de São Paulo. Temos um centro de manutenção e as Motomecs nas unidades operacionais da Polícia Militar, e quando V. Exa. fala em estudar manutenção para a frota, 90% das atividades já são terceirizadas, sim, com oficinas credenciadas pelo Estado. Mas, essa oficina não pode operar se não receber, e não pode o comandante se empenhar, se não receber!

E dizer que vai apresentar pedra filosofal para isso é mentir à população, é tentar enganar. Ou, pior ainda, demonstrar que não sabe o que está administrando, desconhece profundamente. E o Secretário de Segurança, até para ser cortês com seu chefe, disse “não vou me posicionar”, porque se desconhecer também essa manutenção terceirizada de frota, aí estamos perdidos mesmo! Aí estamos na mão de improvisadores mesmo!

Não dá para ouvir ou ler uma resposta, de que a matéria está criticando o envolvimento insidioso das polícias com próceres da sociedade. Muitas vezes estão querendo ajudar aqui para cobrar mais caro, ali na frente. Muitas vezes, vemos policiais buscando peças de viatura, de origem duvidosa ou criminosa, fazendo papel que deve ser do Estado.

Ninguém está falando em parcerias. Responder que vai terceirizar frota, Senhor Governador, o Senhor está 15 anos atrasado! Há 15 anos o Estado já faz isso. Acorde para administrar!

 

O SR. PRESIDENTE - JOSÉ BITTENCOURT - PDT - Srs. Deputados, esgotado o tempo destinado ao Pequeno Expediente, vamos passar ao Grande Expediente.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - JOSÉ BITTENCOURT - PDT - Srs. Deputados, tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga.

 

A SRA. MARIA LÚCIA PRANDI - PT - Sr. Presidente, por cessão de tempo solicito utilizar o tempo regimental do nobre Deputado Donisete Braga.

 

O SR. PRESIDENTE - JOSÉ BITTENCOURT - PDT - Tem a palavra, por cessão de tempo do nobre Deputado Donisete Braga, a nobre Deputada Maria Lúcia Prandi, pelo tempo remanescente de quatro minutos e 13 segundos.

 

A SRA. MARIA LÚCIA PRANDI - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, público presente, já tive a oportunidade de usar a palavra no Pequeno Expediente e fiz algumas referências sobre a política educacional do Estado de São Paulo. Continuarei fazendo essas reflexões.

Solicitamos na Comissão de Educação a realização de uma audiência pública para a discussão do Plano Estadual de Educação. Temos o Plano Nacional de Educação aprovado no Governo Fernando Henrique Cardoso e, lamentavelmente, veto do Sr. Presidente aos recursos destinados à educação, que eram previstos 7% do Produto Interno Bruto, e até hoje o Congresso Nacional não avaliou esse veto, que é uma grande luta de toda a sociedade em defesa da escola pública.

Em nosso Estado, o governo anterior encaminhou o Plano Estadual de Educação para esta Casa. O plano apresenta inúmeros conflitos com o Plano Nacional e com os anseios da sociedade civil e dos educadores que, de maneira bastante organizada, através de um fórum em defesa da educação pública, esses diversos segmentos encaminharam um projeto de iniciativa popular a esta Casa, com uma proposta alternativa do Plano Estadual de Educação.

O nosso regimento é arcaico e, toda vez que se fala em alterá-lo são estudadas inúmeras reformas, só se aprova e se vota, lamentavelmente, pedaços do regimento que interessam para a tramitação de projetos do governo: menos tempo de discussão e coisas assim.

Até hoje não está regulamentada em nosso regimento a tramitação de um projeto de iniciativa popular. Por isso, o nobre Deputado Carlinhos Almeida, na época presidindo a Comissão de Educação, eu e vários outros Deputados, demos prosseguimento a esse projeto de iniciativa popular para que a Casa aprecie. E estamos aguardando, já aprovada pela Comissão de Educação, a realização de uma audiência.

Uma sociedade não pode ficar à mercê dos governantes ou de partido. Há políticas que são de Estado e não de Governo. E a Educação é uma delas. A Educação é uma política de Estado que deve ser gestada pela sociedade brasileira - e já foi, de certo modo -, e, no caso, pela sociedade do Estado de São Paulo.

Embora haja uma Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, ela é aberta em diversos aspectos, e está correta nisso porque o Brasil tem diferentes realidades, mas não se pode ficar a cada governo, de quatro, oito, 12, ou 13, como é o nosso, à mercê das idéias de cada Secretário. Tivemos no mesmo Governo do PSDB o fechamento de 154 escolas da rede estadual. Depois, veio outro secretário e apresentou a Escola da Família. A secretária que veio depois disse que tinha uma Escola da Família em frente à outra e reduziu em 80%, e agora a outra recém-empossada vem com novas idéias. Entendo que houve uma geração que foi confiscada, lesada no seu direito a uma escola pública de qualidade nesses 13 anos de PSDB.

 

O SR. PRESIDENTE - JOSÉ BITTENCOURT - PDT - Esta Presidência convidamos a ilustre parlamentar Maria Lúcia Prandi para assumir a Presidência, visto ser ela a 4ª Secretária desta Casa, com a prerrogativa de assumir os trabalhos.

Tem a palavra a nobre Deputada Rita Passos.

 

A SRA. MARIA LÚCIA PRANDI - PT - Sr. Presidente, poderei assumir a Presidência e agradeço a honra. Porém, lamentavelmente, daqui a alguns minutos terei um compromisso, lembrando V.Exa. que assumirei com honra como 4ª Secretária, embora essa norma não seja seguida. Normalmente, muitos outros Deputados assumem a Presidência mesmo com a presença do 2º, 3º ou 4º Secretários. Mas, para atender sempre a gentileza de V.Exa., assumirei-a.

 

O SR. JOSÉ BITTENCOURT - PDT - Nós agradecemos a compreensão de Vossa Excelência. A generosidade de V.Exa. é evidente.

 

A SRA. RITA PASSOS - PV - SEM REVISÃO DA ORADORA - Sr. Presidente, Srs. Deputados, no início do mês de agosto, na volta do recesso parlamentar, tive a honra de apresentar um projeto de lei que reputo ser o mais importante instrumento sobre política de educação ambiental já feito em nosso Estado.

Trata-se do projeto de lei que institui, de forma definitiva, a Política Estadual de Educação Ambiental no Estado de São Paulo. Construído a várias mãos, o texto foi objeto de inúmeros debates e discussões em diversas regiões do Estado de São Paulo, visando a construção coletiva dessa política, pactuando desta forma, responsabilidades e estratégias da gestão compartilhada da Educação Ambiental em São Paulo.

Faço questão de enfatizar. O texto da Política de Educação Ambiental, que serviu de base para a elaboração deste projeto de lei, foi obtido de forma participativa, envolvendo vários setores da sociedade. Fizeram parte da consulta pública as Secretarias de Estado do Meio Ambiente e da Educação, o órgão gestor da Política Nacional de Educação Ambiental, representantes de universidades, organizações não-governamentais, os elos da Repea, coletivos educadores e de jovens. Foram realizados 18 pré-encontros e, por fim, no último Encontro Estadual de Educação Ambiental, estivemos reunidos durante dois dias em grupos de trabalho para a organização final do documento, gerando o projeto de lei que ora apresento para discussão e aprovação desta Casa. Mas afinal, o que vem a ser uma Política de Educação Ambiental? Qual a sua importância?

Educação Ambiental é um processo permanente de aprendizagem, reflexão, conhecimentos, atitudes e competências, visando à melhoria da qualidade da vida e uma relação sustentável da sociedade humana com o ambiente que a integra. Trata-se de um componente essencial e permanente da educação, que deve estar presente em âmbitos estadual e municipais.

Mas, para que isso aconteça, cabe ao Governo do Estado implementar a Educação Ambiental, por meio de suas Secretarias de Estado. A Secretaria da Educação, por exemplo, deverá promover alteração nos currículos escolares, integrando a Educação Ambiental como prática educativa contínua e permanente em todos os níveis do ensino formal. Por sua vez, a Secretaria do Meio Ambiente, em parceria com outros órgãos públicos, instituições privadas e sociedade civil organizada, deverá coordenar, fomentar e promover a educação ambiental, em especial nas questões referentes aos licenciamentos ambientais.

E qual o papel que cabe aos 645 municípios do nosso Estado, para a efetiva a implantação da política de educação ambiental, respeitada a autonomia de cada um deles? Aos nossos prefeitos fica a incumbência de promover o desenvolvimento da educação ambiental de acordo com as diretrizes da política nacional e estadual, em conformidade com o Plano Diretor da idade e a legislação ambiental do seu município.

Minhas amigas, meus amigos, a Política de Educação Ambiental que pretendemos ver transformada em lei é responsabilidade de todos. Por isso, os demais setores da sociedade também devem dar sua contribuição. Vejamos alguns exemplos: as escolas da rede privada deverão promover a Educação Ambiental de maneira interdisciplinar integrada aos programas educacionais que desenvolvem; já os meios de comunicação de massa, tais como emissoras de TV, rádios, jornais e até mesmo a internet, deverão disseminar e democratizar as informações de maneira ativa e permanente, na construção de práticas socioambientais; caberá às empresas, entidades de classe, instituições públicas e privadas promover programas destinados à formação dos trabalhadores e empregadores, visando à melhoria e ao controle efetivo sobre o ambiente de trabalho, bem como as repercussões do processo produtivo no meio ambiente; as indústrias também terão papel fundamental nesse grande mutirão em prol do meio ambiente, inserindo a educação ambiental, permeando o licenciamento, assim como no planejamento e execução de suas obras, nos empreendimentos imobiliários, na exploração de recursos naturais de qualquer espécie, sob o enfoque da sustentabilidade e da melhoria da qualidade ambiental e da saúde pública; as ONGs e os Movimentos Sociais não poderiam ficar fora dessa. Serão responsabilidades desses organismos o desenvolvimento de programas, projetos e produtos de Educação Ambiental para estimular a formação crítica do cidadão e o exercício de seus direitos e deveres constitucionais em relação à questão ambiental, além do controle social dos atos dos setores público e privado.

Enfim, todos nós somos agentes dessa grande transformação. A população pode e deve exercer o controle social sobre as ações da gestão pública na execução da política ambiental, seja com atuação individual ou coletiva, mas sempre voltadas para a prevenção, a identificação e solução de problemas socioambientais.

Sr. Presidente, Senhores Deputados, finalizo minha intervenção reafirmando minha convicção na construção de uma sociedade ecologicamente responsável, economicamente viável, culturalmente diversa, politicamente atuante e socialmente justa. A implantação da lei que regerá a Política Estadual de Educação Ambiental terá como conseqüência o fortalecimento da cidadania, a auto-determinação dos povos e a solidariedade como fundamentos para o futuro da humanidade. Assim, peço o apoio de todos os meus pares nesta Casa na aprovação deste Projeto de Lei.

Até porque não podemos apenas nos conscientizar do que acontece no nosso planeta, com relação ao meio ambiente. Não adianta só nos conscientizarmos, mas precisamos ter ações, precisamos colocar em prática as nossas atuações. Temos realmente que ajudar nesse sentido. Assim, peço o apoio de todos os meus pares, na aprovação deste projeto de lei que já está tramitando na Casa. Muito obrigada.

 

A SRA. PRESIDENTE - MARIA LÚCIA PRANDI - PT -Tem a palavra o nobre Deputado Fernando Capez, que utilizará o tempo do nobre Deputado Roberto Massafera, por permuta de tempo, por 15 minutos regimentais.

 

O SR. FERNANDO CAPEZ - PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembléia, público presente nas galerias do plenário, há questão de uns 15 dias, uma moça, que trabalhou como cozinheira em minha casa, afastou-se por problemas de saúde, não conseguia mais ficar em pé, manejando as panelas, os temperos, na difícil arte de cozinhar, e pediu afastamento, pediu demissão e não mais trabalhou em casa.

Daí a dez dias, ela entrou uma das cadeias de lojas Marisa para efetuar uma compra com o salário que recebeu, com a diferença que levantou do Fundo de Garantia. Ela gastou desmedidamente, mas era dinheiro que ganhou honestamente. Ela fez uma compra de 400 reais. Pagou 400 reais na compra de mercadorias. Mas, na hora que essas mercadorias foram colocadas na sua sacola, junto com elas, por uma distração da caixa, foi colocado também um óculo de plástico no valor de 18 reais, menos de cinco por cento do valor da sua compra. Ela saiu, e aqueles alarmes, que detectam mercadorias magnetizadas, soaram. Houve uma discussão: “Ladra!” “Não sou ladra. Trabalhei a vida toda. Tenho mais de 40 anos. Sou uma trabalhadora honesta. Não me chame dessa maneira”. “Ladra!” “Fiz a compra aqui e gastei 400 reais nesta loja.”

Os fiscais da Loja Marisa, de Osasco, foram com ela até o Distrito Policial. Ela para registrar uma queixa de calúnia, e eles para registrar aquilo que imaginaram que seria um furto no Código Penal, que eles deveriam ter estudado. Essa moça humilde, pobre, que fez uma compra de 400 reais nas Lojas Marisa, e que junto com as compras foi colocado um óculo de plástico, de 18 reais, foi levada sob a acusação de furto, ou tentativa de furto. Sabem o que aconteceu? O 5° Distrito Policial, de Osasco, lavrou auto de prisão em fragrante. Essa moça humilde, sem saúde, foi presa em fragrante pela tentativa de furto de um óculo de plástico de 18 reais numa compra de 400 reais que ela havia feito. Colocada na cela, no dia seguinte seria transferida para uma cela comum onde ficaria na companhia de 20 presas. Ela estava com princípio de pneumonia.

Fui comunicado. Contatamos um amigo advogado criminalista. O advogado pediu liberdade provisória, que já foi concedida. O inquérito vai ser arquivado. Provavelmente ela entrará com uma ação de indenização.

Ela teve a sorte de ter trabalhado na casa de uma pessoa que conhece o Direito Penal, que conhece advogados e que tem acesso à justiça. Pergunto como fica a imensa gama de necessitados, excluídos, que não conhecem o sistema jurídico, não têm condições de contratar um advogado, não podem muitas vezes se defender de uma acusação criminal formulada e que não tem as mesmas chances de pessoas economicamente mais favorecidas de proceder a defesa do mais sagrado dos bens depois da vida, que é a liberdade.

A Constituição Federal, ao consagrar o perfil político constitucional do Estado Democrático de Direito, consagrou no rol de direitos e garantias individuais a garantia à ampla defesa com todos os meios e recursos a ela inerentes. No Art. 5°, inciso 74, determinou que o Estado deveria prestar assistência jurídica gratuita aos necessitados.

Abro aqui a Constituição do Estado de São Paulo e vejo nela o Art. 3º - que o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que declararem insuficiência de recursos. Essa norma constitucional, no Art. 3º, logo na primeira página da Constituição, curiosamente no título Fundamentos do Estado, determina que o Estado disponha de meios para garantir a assistência integral e gratuita a quem dela necessite. E esse dispositivo é um desdobramento do primeiro direito básico democrático: todos são iguais perante a lei; todos devem ser tratados com igualdade perante a lei. Mas, para que isso se efetive, é necessário que o Estado garanta a todos a igualdade de armas quando enfrentar um processo seja ele cível, que pode reduzir a pessoa à insolvência total, seja ele criminal.

Vamos, então, ao Art. 103, da Constituição do Estado de São Paulo, que procura dar efetividade ao direito básico de todo cidadão de ter acesso a uma assistência jurídica em processo cível ou criminal, quando necessitado. Art. 103 - a Defensoria Pública uma instituição essencial. O que significa imprescindível, o que significa que sem ela não há. A Defensoria Pública, instituição essencial à função jurisdicional do Estado, que é a função pela qual o Estado distribui justiça, compete orientação jurídica e a defesa dos necessitados em todos os graus.

Esse órgão, tão importante que tem a função essencial da justiça, está aqui, hoje, em visita à Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo. Temos aqui defensores públicos, aqui sentados, também pelo presidente da Associação, Dr. Davi Depiné. Temos, também, não presente aqui, mas representado e com um trabalho incansável e corajoso, a Dra. Cristina Guelfi, defensora pública geral. Essas pessoas são valorosas e pioneiras porque estão tendo a coragem de desbravar uma nova função.

A Defensoria Pública já aprovou, no seu primeiro concurso, mais de cem novos defensores, aos quais se somaram 80 procuradores do Estado, que optaram por essa carreira e ganharam menos, mas foram para lá por idealismo, instituindo aquilo que será uma instituição essencial, imprescindível, forte à disposição das pessoas necessitadas. Essa instituição é representada por esses profissionais valorosos. Essa Defensoria Pública que está sendo instituída aqui no Estado de São Paulo. O penúltimo Estado da Federação a instituir a Defensoria Pública precisa e merece receber, desta Casa Legislativa, o irrestrito apoio para que possa ter estrutura, a fim de dar vazão a sua imensa gama de atividades.

Quem passar pela Av. da Liberdade, se não me engano, nº 62, próxima à praça João Mendes, verá uma fila de pessoas aguardando o seu momento de receber uma orientação jurídica, seja no âmbito do Direito de Família, seja numa causa cível, que pode reduzir à insolvência, ou pode ser o único meio de garantir a subsistência, seja numa acusação criminal da qual merece pelo menos o direito de um processo justo de uma acusação imparcial e equilibrada.

Para que isto seja possível, para que o Estado possa prestar esse serviço com qualidade necessitamos de uma defensoria pública bem estruturada, em que se invista no profissional. É necessário que a carreira seja competitiva, principalmente em relação ao mercado privado, porque já nesse último concurso a defensoria que aprovou mais de 160 candidatos já está perdendo valores. Uns vão advogar, outros para outras carreiras da área jurídica. Nós que sabemos da importância desse órgão precisamos trabalhar para implementar o disposto no parágrafo 2º do Artigo 103 da Constituição Estadual que diz: “À Defensoria Pública é assegurada autonomia funcional e administrativa e a iniciativa de sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na Lei de Diretrizes Orçamentárias e subordinação ao disposto no Artigo 99 parágrafo 2º da Constituição Federal.

De nada adianta prever a Defensoria Pública no papel; de nada adianta garantir na Constituição Federal e na Constituição Estadual o direito à assistência jurídica integral - repito o adjetivo - integral e gratuita aos necessitados se o Estado não contar com órgão equipado de agentes políticos - os defensores públicos -, que por sua vez devem ser equipados com serviços auxiliares, contratação de pessoal capaz de dar vazão a toda essa infindável gama de atribuições.

Apoiamos, sim, uma Defensoria Pública autônoma, uma Defensoria Pública estruturada, e não por ser interesse dos defensores públicos. Os órgãos públicos pertencem à sociedade. Quando se fala na correta remuneração de um agente público, na boa estruturação e autonomia de um órgão público, o que se quer é a melhoria na prestação do serviço público. Pelo menos nessa área da assistência judiciária, pelo menos nessa área daquele que é carente de uma prestação jurisdicional justa, pelo menos nessa área, que não negligenciemos as necessidades públicas.

Por essa razão que estamos lançando em conjunto com inúmeros outros Deputados desta Casa, de todos os partidos, porque esta causa não é deste Deputado, mas desta Casa de leis, é a causa da sociedade, a Frente Parlamentar pela Defesa da autonomia financeira da Defensoria Pública. Porque, no dia em que a Defensoria Pública tiver sua autonomia financeira, tiver a capacidade de bem estrutura seus próprios serviços, no dia em que a Defensoria Pública estiver equipada da área central até ao mais longínquo rincão desta cidade, deste estado, quando a pessoa necessitada de assistência jurídica puder sair de sua casinha, de seu barraco e ter essa assistência próxima talvez possamos dizer que o estado democrático de direito, que tem como meta fundamental não apenas a igualdade formal, utópica, de fantasia no plano da lei, mas, sobretudo uma igualdade concreta, efetiva, social na essência, aí sim o estado democrático começará a ser atingido.

Srs. Parlamentares, que estejamos preparados para prestigiar maciçamente o lançamento da Frente Parlamentar em defesa da autonomia da Defensoria Pública por todos aqueles que necessitam e anseiam por uma Justiça que não faça diferença entre necessitados e os financeiramente aquinhoados. (Palmas.)

 

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- Assume a Presidência o Sr. Waldir Agnello.

 

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O SR. JOSÉ BITTENCOURT - PDT - Sr. Presidente, peço para utilizar o tempo do meu colega Deputado Rogério Nogueira.

 

O SR. PRESIDENTE - WALDIR AGNELLO - PTB - É regimental. Por cessão de tempo do nobre Deputado Rogério Nogueira, tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt.

 

O SR. JOSÉ BITTENCOURT - PDT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, queremos manifestar nosso total apoio às palavras do brilhante nobre Deputado Fernando Capez a respeito da reivindicação de uma melhor estruturação da Defensoria Pública no nosso estado. As palavras de S. Exa. foram claras e objetivas no que tange à necessidade dessa instituição tão importante para a acessibilidade do carente à Justiça.

Sabemos que nosso estado, se não me falha a memória, é o penúltimo da federação a institucionalizar a Defensoria Pública. E realmente não basta só a institucionalização, é preciso que se agregue à Defensoria a estrutura necessária para uma boa funcionalidade, e quem ganha é a população, o hipossuficiente, o cidadão que de repente não tem acesso à Justiça.

Defendo e sempre disse desta tribuna que os Poderes que compõem o Estado - Legislativo, Executivo e Judiciário -, são poderes autônomos e harmônicos, independentes, e que precisam evidentemente estar fortalecidos para o equilíbrio na própria administração pública, não podendo haver um poder mais forte que o outro sob pena de as relações institucionais ficarem comprometidas.

É preciso que a Defensoria Pública tenha a estrutura necessária e que a frente parlamentar, da qual somos signatários, e capitaneada pelo Deputado Capez e outros colegas que a ela já aderiram, seja efetivamente levada a cabo na sua finalidade e que tenhamos nesta Casa um grande debate, que tenhamos resposta para a população. Porque o interesse da população é que nos move. É o interesse maior, o interesse social que move nossa ação política no maior parlamento estadual do Brasil.

Defendemos que o Judiciário também tenha a sua estrutura necessária no que tange à autonomia financeira. O Judiciário precisa de autonomia financeira, assim como a Defensoria Pública. É preciso valorizar o pessoal e não somente dar a estrutura necessária, as condições de trabalho do ponto de vista material, estrutural para o bom desempenho do servidor da Justiça. Mas é preciso que se valorize o funcionário público, o servidor da Justiça, quanto a sua carreira, quanto a sua contraprestação. É preciso que se tenha uma política salarial definida. É preciso valorizar o funcionário que serve a esse Poder do Estado, o Poder Judiciário.

Quero fazer algumas colocações não apenas corroborando em número, gênero e grau o brilhante discurso do Deputado Fernando Capez, mas também dizer que o presidente do Tribunal de Justiça esteve em Diadema e Santo André. Instalou a Primeira e Segunda Vara da Fazenda Pública em Santo André e uma Vara da Fazenda Pública em Diadema. Instalou o Juizado Especial Cível. Houve um esforço muito grande do Presidente do Tribunal de Justiça, Dr. Celso Luiz Limongi, em melhorar o Judiciário do nosso Estado instalando Varas em diversas comarcas provendo, assim, os cargos necessários não só para a magistratura, como para o quadro do funcionalismo como um todo.

Nós também temos de fazer um apelo, aliás, esse é o reclamo das associações que representam a classe: a solicitação ao Executivo da previsão orçamentária para a recuperação salarial dos servidores da Justiça, senão esse debate fica inócuo aqui na Casa. Este último semestre será palco de disputa política, de embate político, de reflexão e de discussão da Lei Orçamentária, peça fundamental para a administração do Estado em 2008. Nós temos de debatê-la até o final deste semestre.

Logo, logo, o Executivo estará encaminhando para esta Casa a peça orçamentária prevendo receitas e despesas, os gastos que serão nominados nas diversas áreas da administração. Portanto, compete ao presidente do Tribunal de Justiça fazer, no planejamento orçamentário daquele órgão, a previsão necessária para a recuperação do salário dos servidores, a fim de que o Executivo encaminhe a esta Casa dentro do Orçamento. Não estou falando em aumento real. Estou falando em recuperação salarial que atenda o que diz a Constituição Federal no seu Art. 37, inciso X, quanto ao cumprimento da data-base.

Nós fizemos um esforço tremendo nesta Casa para aprovar a data-base para o funcionalismo da Justiça, mas é preciso que haja o devido dispositivo orçamentário que atenda a essa norma legal que aqui produzimos quanto a fixação da data-base para aumento salarial dos servidores da Justiça. Nós coordenamos a Frente Parlamentar com uma ampla maioria dos Deputados desta Casa em defesa do servidor da Justiça e da própria autonomia do Judiciário, mas é preciso que haja encaminhamento ao Poder Executivo por parte do Presidente que representa aquele Poder solicitação para previsão orçamentária para recuperação salarial dos servidores da Justiça. Esta a colocação mais veemente que queríamos fazer, afirmando que justiça tardia não é justiça, já dizia Rui Barbosa. É injustiça.

Quando alguém se socorre do Judiciário e este não responde a tempo e a hora, a prestação jurisdicional deixa de ter sentido, fica no vazio. Existem medidas urgentes, mas mesmo em se tratando de medidas urgentes se o Judiciário não tiver o aparelhamento necessário para se manifestar de forma urgente, não teremos o atendimento do direito para aquele que pleiteia ou para o jurisdicionado. É importante falarmos isso.

Esta é uma Casa plural, uma Casa política, onde tem de imperar o espírito democrático, o diálogo, o entendimento, a compreensão. Sempre debaixo do estigma do interesse social é que temos de nos movimentar neste Parlamento. Vamos continuar cobrando se a Defensoria Pública necessita de estrutura. Interessante dizer que não se pede aqui nada pessoalmente. Aliás, nesta Casa ninguém proclama um entendimento, ninguém reivindica nada pessoalmente. Nós reivindicamos aqui para a população, de quem somos seus representantes e em nome de quem temos de falar.

Foi-nos outorgado um mandato que não é nosso. Nós somos constituídos. O mandato que nos foi outorgado não é nosso, é da população. Nós representamos uma parcela da população e em seu nome devemos falar. Por isso temos a autoridade, a legitimidade e a liberdade necessária para reivindicar aquilo que é de interesse da população sem jamais desprestigiar este ou aquele gestor público, sem jamais pessoalizar o debate porque aí deixa de existir o diálogo. Não se faz democracia sem diálogo, sem entendimento. Nós vivemos num estado democrático de direito onde deve imperar o entendimento, a compreensão e, acima de tudo, a conversação. Nós somos contra a tirania da minoria, como também não podemos nos manifestar como rolo compressor, conforme diz um colega nosso.

Para finalizar, quero registrar que ontem, à tarde, estivemos no Palácio dos Trabalhadores, na rua Galvão Bueno, 782, no lançamento da Frente de Esquerda: PDT, PCdoB, PSB, PHS, PRD e PMN. As grandes figuras históricas deste país, Miguel Arraes, Leonel Brizola, dois grandes socialistas, e tantos outros que poderia aqui citar. Mas o fato é que, com a presença de Ciro Gomes, Luiza Erundina e tantos outros ilustres da política nacional de tradição, construiu-se esse bloco que tem liderança no Congresso Nacional através do Paulinho da Força Sindical. É o que vislumbramos de novo na política nacional.

O PT fez o seu 3º Congresso Nacional; tomou decisões, algumas boas e positivas. O PT, como um grande partido político, tem o direito também de participar do processo democrático, inclusive indicando nome para a sucessão. Mas agora não é momento - no nosso entender - de indicação de nomes. Agora é momento de discussão em torno de um grande projeto para que a esquerda continue mobilizada neste país e não retornemos àquele período de outrora, um período em que imperava o neoliberalismo, como costuma dizer o meu amigo Deputado Adriano Diogo.

 

O SR. PRESIDENTE - WALDIR AGNELLO - PTB - Tem a palavra o nobre Deputado Vicente Cândido, pelo tempo restante reservado ao Grande Expediente.

 

O SR. VICENTE CÂNDIDO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Deputado Waldir Agnello, Srs. Deputados, público presente, ontem usei esta tribuna para fazer um breve relato da viagem feita na semana passada por mim e pelo Deputado José Cândido, que ainda continua em viagem - deve estar chegando hoje ao Brasil. Participamos do tribunal sobre o furacão Katrina, em Nova Orleans, Estados Unidos. Quero continuar aqui fazendo o relato porque foi uma visita importante. Esta Casa custeou a nossa ida, proporcionando-nos essa viagem com mais quatro representantes do Brasil. Participaram 12 países e a nossa delegação foi muito importante.

Hoje de manhã participei de um debate na TV. Uma das perguntas de um eleitor telespectador questionava por que fazer uma visita a uma cidade como aquela com tantos problemas em São Paulo e no Brasil para resolver. Disse que em primeiro lugar era um ato de solidariedade do mundo com aquele povo que sofreu um dos maiores desastres ecológicos do planeta, mas sofreu por negligência comprovada - pelos estudos dos peritos, dos técnicos - do governo americano.

Também queríamos discutir, e ver de perto, o comportamento do governo americano em relação à reconstrução daquela cidade. Desde o furacão e do alagamento da cidade alguns setores da imprensa e as entidades do mundo e daquela cidade dizem que há indício de prática de racismo por parte do governo americano. Fomos lá para conferir e não conseguimos acreditar até agora no que pudemos presenciar nos depoimentos e na visita.

O que se percebe claramente é que houve uma postura por parte do governo americano em dizimar toda uma comunidade negra, já que 70% da população de Nova Orleans são de negros. Também podemos denunciar para o mundo que há uma visível negligência por parte do governo em não ter nenhum plano de reconstrução da cidade. E percebemos que se alastra também pela sociedade americana, principalmente pelas outras cidades ali do sul dos Estados Unidos, esse comportamento do governo americano e de setores da chamada elite branca, voltando para o pensamento corrente das décadas de 50 e 60, quando ali foi travado um dos maiores embates pela ascensão do negro à cidadania, pelo reconhecimento de seu papel na sociedade americana.

Sou coordenador da Frente Parlamentar pela Promoção da Igualdade Racial. Tivemos na sociedade americana um forte referencial e ascensão da comunidade negra, da qualidade de vida, da cidadania, uma conquista maior aos cargos públicos e privados. Então temos aqui um papel importante de denúncia. O racismo ainda é problema em várias partes do mundo. Algumas sociedades avançam mais nesse tema, outras estão recuando, como é o caso da sociedade americana, e não gostaríamos de ver essa conquista dos negros americanos se perder num momento tão triste, mas também devido a uma política deliberada do governo republicano.

Queremos trazer esse debate para o Brasil. Os negros vêm avançando em suas conquistas em nosso país. Hoje podemos fazer um balanço mais positivo de algumas conquistas, como cotas nas universidades federais, cotas em locais de trabalho, como é o caso do Sindicato dos Comerciários na cidade de São Paulo, programas de algumas empresas privadas e públicas na ascensão e reparação do negro na sociedade brasileira.

Temos uma proposta de fazer um simpósio internacional em 20 de novembro, trazendo experiências positivas e negativas do mundo, sobretudo da sociedade americana, para que aqui no Brasil, numa corrente mundial de solidariedade, possamos avançar nesse momento importante da vida do Brasil, momento de ampliar a democracia, os espaços sociais e a inclusão dessas comunidades vulneráveis que sofreram muito no processo de construção do Brasil: índios, negros e outras etnias que por ventura tenham sofrido discriminação em todo o processo da História do Brasil.

Sr. Presidente, cedo o restante do meu tempo para o meu companheiro de bancada, Deputado Adriano Diogo.

 

O SR. ADRIANO DIOGO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, em primeiro lugar agradeço a cessão de tempo do Deputado Vicente Cândido.

Deputado Agnello, agradeço imensamente os pronunciamentos que V. Exa. tem feito na área da Saúde, e dizer que é bem possível que o Secretário venha a esta Casa, na terceira ou quarta semana de setembro. Parabéns pela sua insistência. Estou fazendo um convite a V. Exa. na qualidade de Presidente em exercício, bem como a todos os demais Srs. Deputados, que finalmente o Secretário de Saúde parece que vai vir a esta Casa.

Ainda na questão da saúde, acuso o recebimento de um requerimento do Vereador Edson de Souza Moura, da Câmara Municipal de Itaquaquecetuba, através de um oficio, solicitando a publicação no “Diário Oficial” do resumo da ata da Conferência Municipal de Saúde de Itaquaquecetuba. O Vereador Edson de Souza Moura envia a deliberação do Conselho Municipal de Saúde do seu órgão máximo, da plenária da Conferência Municipal, realizada em 5 de agosto de 2007, homologada por unanimidade por indicação das entidades para compor o Conselho Municipal de Saúde para o Biênio 2007/2009, dos membros abaixo relacionados. Nesse sentido, peço publicação no “Diário Oficial” da transcrição da referida ata. Neste momento passo a ler o seguinte:

Prefeitura Municipal de Itaquaquecetuba

Secretaria da Saúde

Conselho Municipal de Saúde de Itaquaquecetuba

O Conselho Municipal de Saúde de Itaquaquecetuba faz saber a todos que, seu plenário, órgão máximo de deliberação, aprovou por unanimidade e a Conferência Municipal de Saúde de Itaquaquecetuba realizada no dia 05 de agosto de 2007, homologou por unanimidade as indicações das entidades para compor o Conselho Municipal de Saúde para o biênio 2007/2009 dos seguintes membros:

I - do Governo Municipal

a) Um representante da Secretaria Municipal de Saúde:

Titular:Mario Fernandes Ascenção Filho

Suplente: Ivanete Giovanini Campos

b) Um representante da Secretaria Municipal de Finanças:

Titular:Jofre Barbosa de Moraes

Suplente: Clodoaldo de Jesus Pascinho

c) Um representante da Secretaria Municipal de Promoção Social:

Titular:Roseli Aparecida Costa Andreoni

Suplente: Antonia de Fátima Mosca Cintra

d) Um representante do Hospital Municipal:

Titular:Jorge Luiz Curi

Suplente: Laura Aparecida Biancheti

II - dos prestadores de serviços públicos e privados:

a) Um representante dos prestadores de serviço de saúde do setor privados contratados pelo SUS;

Titular:Vera Aparecida Guindaline Deliberato

Suplente: Carla Roberta Dias

III - dos Trabalhadores do SUS

a) Um representante dos profissionais da área da Saúde, órgão ou Entidade Privada participantes do SUS:

Titular:Robson Prado

Suplente: Cristiane Lopes Cavalcante

b) Um representante dos profissionais das UBS - Unidade Básica de Saúde;

Titular:Jonas Meneses Cutia

Suplente: Silvana Domingos Teixeira

c) Um representante dos profissionais da área da Saúde Municipal ou Entidade Representativa:

Titular:Dalton Luis Dename

Suplente: Andréia Gorks

d) Um representante dos trabalhadores da área do serviço pública da Saúde Estadual;

Titular:Kátia Aparecida dos Santos

Suplente: Sonia Felipe dos Santos

e) Um representante dos trabalhadores dos prestadores de serviços de saúde da área filantrópica contratados pelo SUS ou Municipal;

Rodrigo Vitor de Andrade

Suplente: Sonia Maria dos Santos

IV - dos usuários

a) Um representante de Entidade Beneficente de Assistência de cunho exclusivamente filantrópico:

Titular:Alice da Conceição Crescencio

Suplente: Maria Aparecida Alcântara de Souza

b) Um representante de Associações de Moradores de Bairro:

Titular:Dogimar Barbosa Silva

Suplente: Erivaldo Cardoso de Oliveira

c) Um representante de Associações de Moradores de Bairro:

Titular:Florisvaldo da Silva.

Suplente: Sonia Maria Gonçalves

d) Um representante dos sindicatos ou entidades de trabalhadores com sede no

Município de Itaquaquecetuba:

Titular:Aparecido Ribeiro de Almeida

Suplente: Welington Jorge Silva

e) um representante das associações ou movimentos de portadores de necessidades especiais;

Titular: Maria Aparecida Alves da Silva

Suplente: Simone Aparecida Santos Peixinho

f) um representante de entidades religiosas:

Titular:Eliziel Soares Rocha

Suplente: Davi Gonçalves Rocha

g) Um representante de entidade de defesa de direitos coletivos ou da cidadania;

Titular: Cedric Darwin Andrade de Paula Alves

Suplente: Affonso de Rogattis

h) Um representante de entidade de Defesa dos Direitos da Mulher:

Titular:Darci Souza dos Reis

Suplente: Maria José de Castro Marques

i) Um representante da associação de aposentados ou da terceira idade:

Titular:Oswaldo Ferreira

Suplente: Maria Lúcia Cavenago

j) Um representante de movimentos sociais;

Titular:Salaciel Fabrício Vilela

Suplente: Adilson Pinheiro Santos

Itaquaquecetuba, 06 de agosto de 2007.

Aparecido Ribeiro de Almeida

Relator Geral/Pres. CMS”

Ainda no tempo que tenho disponível, venho para falar do plebiscito promovido pelas entidades brasileiras, sobre a questão da Companhia Vale do Rio Doce. Está em andamento um plebiscito em todo o território nacional organizado pela Igreja Católica e por entidades sociais políticas, sobre se deve ser revisto ou não o programa do Vale do Rio Doce.

E qual é a grande surpresa? É o lançamento do livro do professor Aziz Ab’Sáber, “Amazônia do discurso à Praxis”, esse maravilhoso livro da editora da USP, com esta capa, um livro de um custo relativamente baixo, acessível a grande parte dos brasileiros, um livro da Edusp, do professor Aziz Ab’Sáber.

E qual foi o capítulo que mais me chamou atenção? O capítulo “Da Serra Pelada à Serra dos Carajás”. Olha que foto impressionante tem aqui no livro da Serra Pelada quando havia o garimpo de ouro, coordenado lá pelo coronel Curió, um grande assassino do povo brasileiro. Mas o que este Deputado queria dizer? O professor Aziz Ab’Sáber nesse livro descreve como foi descoberta a maior reserva de ferro da crosta terrestre na serra dos Carajás. E exatamente este patrimônio da humanidade, é a maior reserva de ferro da humanidade, descoberta na crosta terrestre.

 

O SR. PRESIDENTE - WALDIR AGNELLO - PTB - Srs. Deputados, está esgotado o tempo destinado ao Grande Expediente. Fica resguardado o tempo de quatro minutos e 19 segundos para a próxima sessão ao nobre Deputado Adriano Diogo.

 

O SR. ADRIANO DIOGO - PT - PELO ART. 82 - E nesse maravilhoso livro do professor Aziz Ab'Sáber, o que o professor descreve? O tamanho da jazida de ferro e de outros minerais. Para que as pessoas tenham uma idéia, lógico que não tenho como transcrever toda essa reportagem, mas o que o professor descreve? O que é essa província metalográfica, de que é constituída? Além de ser a maior jazida de ferro, que tem um estoque de ferro para os próximos 400 anos, qual a constituição dos minerais já descobertos? Em 1996, em Sereno, minério de manganês, em 1967, minério de ferro em Carajás, em 1967, em Buritirama, minério de manganês, em 1970, em Velho Guilherme, Cassiterita.

Não vou ler as localidades, me restringindo a ler somente os minerais. Cassiterita, minério de manganês, cromita, minério de níquel, cassiterita, minério de níquel, minério de cobre, bauxita, metalúrgica, minério de cobre, ouro, minério de cobre, ouro, ouro, ouro, wolframita e cromita. Esta coisa assombrosa, repito, se todos os brasileiros pudessem ler o livro do professor Aziz Ab’Sáber, sobre a descoberta da mina de Carajás, e saber o que o Governo anterior privatizou com moedas podres, por, repito, três bilhões de reais, um patrimônio hoje avaliado em 100 bilhões de reais.

E o meu colega Hamilton Pereira, me passava o artigo publicado na “Folha de S.Paulo” pelo professor Fábio Konder Comparato, onde ele descreve a legalidade ou não dessa privatização. E ele diz num determinado trecho “mas a entrega de mão beijada da Vale, ao capital privado, foi também um desmando político colossal, nessa era da globalização. O Estado desfez-se da maior exportadora mundial de minério de ferro, exatamente no momento em que a China iniciava seu avanço espetacular na produção de aço. Hoje a China absorve da Vale, isto é, de uma companhia privada, e não do Estado brasileiro, quase 30% da produção desse minério. Além disso, a companhia que possuía um completo mapa geológico do nosso território, já era ao ser alienada concessionária da exploração, de quase um bilhão de toneladas de cobre, 678 milhões de toneladas de bauxita, além da lavra de dois minérios de alto valor estratégico, o nióbio e o tungstênio. O trunfo político considerável foi, literalmente, jogado fora. O povo brasileiro, não vai aguardar passivamente que os seus mal intitulado representantes se decidam a cumprir o dever de legislar em beneficio do país, ou que o poder judiciário julgue com 10 anos de atraso, as 103 ações populares intentadas contra o fraudulento negócio. Nessa Semana da Pátria realiza-se em todo o território nacional, por iniciativa dos movimentos populares, um plebiscito para que o povo possa enfim, dizer não a esse crime de lesa pátria”.

Pois bem, estou citando dois brasileiros ilustres, que não têm nenhum vínculo com nosso partido, professor Aziz Ab’Sáber, e professor Fábio Konder Comparato, críticos inclusive do Governo Lula, e do PT. Senhoras e senhores, quem vai julgar como foi feita a privatização da Companhia Vale do Rio Doce? Repetindo o trecho do poema Navio Negreiro, de Castro Alves - repetirei quantas vezes for necessário - “Que povo é esse que sua Bandeira empresta, para encobrir tal infame covardia? Que povo é esse?” A Vale do Rio Doce é nossa, e vai voltar para as mãos do povo brasileiro, seus traidores, lambe botas, criminosos de lesa-pátria.

 

O SR. JONAS DONIZETTE - PSB - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Srs. Deputados, uso a tribuna pelo art. 82 na tarde de hoje, para registrar um agradecimento, agradecimento esse a todos os pares desta Casa, entre os trabalhos que o Deputado desenvolve, temos a questão de fiscalização do Executivo, a participação nas Comissões nesta Casa, o acompanhamento da execução orçamentária - nós que fazemos parte da Comissão de Finanças e Orçamento -, mas o pressuposto número um do trabalho do legislador é a feitura de legislação, é a criação de leis que possam beneficiar o povo do nosso Estado.

Na semana passada eu tive a grata satisfação, o senhor ou a senhora que está acompanhando os trabalhos pela TV Assembléia, de ter aprovado por esta Casa, protocolado em 2005, no meu primeiro mandato, um projeto que passou por todas as Comissões e ficou pronto para a Ordem do Dia. Tivemos um trabalho nesta Casa para que esse projeto pudesse ser votado e aprovado.

É o projeto que prevê a devolução do IPVA dos carros roubados e furtados. É uma questão de justiça tributária. O imposto tem que ser justo na sua aplicabilidade. É inconcebível que uma pessoa pague imposto sobre um bem que já não lhe pertence. No caso do IPVA, o imposto é pago no princípio do ano. Ou a pessoa paga de uma vez, à vista, com desconto, ou ela parcela em três vezes. Esse imposto é pago para o ano todo. Vamos supor que num determinado mês do ano esse veículo seja roubado ou furtado. A pessoa pagará, daquele mês em diante, até o final do ano, por algo que ela já não possui.

Então, o nosso projeto foi feito com base em critérios objetivos. Não existe nada de demagógico. Colocamos a devolução do imposto de maneira proporcional, ou seja, nos meses em que a pessoa esteve com a posse do bem, o imposto está pago; depois do roubo, ela teria o direito à devolução.

E essa devolução pode ser feita de duas maneiras: por dinheiro e temos também a opção de crédito tributário. Por quê? Porque o Estado pode se adequar a essa lei. A pessoa fica com aquele crédito porque até mesmo no caso de veículos que têm seguro, que a seguradora dá um veículo novo para a pessoa que teve o seu carro roubado, ela vai ter que pagar imposto sobre aquele imposto novo também.

Nosso projeto foi aprovado na semana passada. Foi uma iniciativa minha, mas costumo dizer que “o projeto é do Deputado até o momento em que ele apresenta; depois de aprovado ele é um projeto da Assembléia Legislativa”, porque todos os Deputados colaboraram votando “sim” àquele projeto. É algo que a Assembléia faz. Nós, que estamos na política, temos que ser permeáveis a críticas quando erramos. Mas também temos que passar para a população os nossos acertos, o que fazemos em benefício da população.

Agradeço aos colegas que votaram favoravelmente. O projeto agora está sendo encaminhado ao Governador José Serra. Quero, junto com a minha satisfação de ver esse projeto aprovado, registrar nesta tribuna a minha confiança de que ele será sancionado pelo Governador, porque é um projeto que embute justiça ao cidadão.

Temos que valorizar, é claro, em primeiro plano a vida; é o bem mais precioso que temos, mas não podemos também deixar de olhar para a questão econômica. Uma pessoa muitas vezes luta com tanto sacrifício para adquirir um bem, e depois aquele bem lhe é subtraído. De uma hora para outra, ela deixa de ter a posse de algo, um veículo no caso, pela qual ela lutou tanto para conseguir.

Sabemos que essa modalidade - roubo e furto de automóveis - tem trazido grandes prejuízos para a população. Queremos com o projeto reparar essa injustiça tributária, queremos que o Estado possa fazer valer a sua função, o seu dever, na questão da segurança pública para todos os cidadãos que vivem no nosso Estado. É um indicativo também para que o Estado ofereça mais segurança à população. Muito obrigado, Sr. Presidente, Srs. Deputados.

 

O SR. BRUNO COVAS - PSDB - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças partidárias com assento nesta Casa, solicito a suspensão dos trabalhos por 20 minutos.

 

O SR. PRESIDENTE - WALDIR AGNELLO - PTB - Srs. Deputados, tendo havido acordo entre as lideranças, a Presidência acolhe o solicitado pelo nobre Deputado Bruno Covas e suspende a sessão por 20 minutos.

Está suspensa a sessão.

 

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- Suspensa às 16 horas e 45 minutos, a sessão é reaberta às 17 horas e 11 minutos, sob a Presidência do Sr. Waldir Agnello.

 

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O SR. SAMUEL MOREIRA - PSDB - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças partidárias com assento nesta Casa, solicito a suspensão dos trabalhos por 20 minutos.

 

O SR. PRESIDENTE - Waldir Agnello - PTB - Srs. Deputados, tendo havido acordo entre as lideranças, a Presidência acolhe o solicitado pelo nobre Deputado Samuel Moreira e suspende a sessão por 20 minutos.

Está suspensa a sessão.

 

* * *

 

- Suspensa às 17 horas e 12 minutos, a sessão é reaberta às 17 horas e 37 minutos, sob a Presidência do Sr. Barros Munhoz.

 

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O SR. ESTEVAM GALVÃO - DEM - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças partidárias com assento nesta Casa, solicito a suspensão dos trabalhos por mais 25 minutos.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Srs. Deputados, tendo havido acordo entre as lideranças, a Presidência acolhe o solicitado pelo nobre Deputado Estevam Galvão e suspende a sessão por mais 25 minutos.

Está suspensa a sessão.

 

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- Suspensa às 17 horas e 37 minutos, a sessão é reaberta às 18 horas e 26 minutos, sob a Presidência do Sr. Celso Giglio.

 

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O SR. MÁRIO REALI - PT - Sr. Presidente, solicito a suspensão dos trabalhos por mais 20 minutos.

 

O SR. PRESIDENTE - CELSO GIGLIO - PSDB - É regimental. A Presidência suspende os trabalhos por mais 20 minutos. Está suspensa a sessão.

 

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 - Suspensa às 18 horas e 27 minutos, a sessão reaberta às 18 horas e 49 minutos, sob a Presidência do Sr. Celso Giglio.

 

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ordem do dia

 

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O SR. PRESIDENTE - CELSO GIGLIO - PSDB - Srs. Deputados, Proposições em Regime de Urgência. Há sobre a mesa requerimento, do Deputado Barros Munhoz, com o seguinte teor:

“Requeiro, nos termos regimentais, que a disposição das proposituras da presente Ordem do Dia seja alterada na seguinte conformidade:

1 - Item 319, PL 497, de 2006, passe a figurar como Item 1;

2 - Item 328, PL 737, de 2006, passe a figurar como Item 2;

3- Item 317, PL 414, de 2006, passe a figurar como Item 3;

4 - Item 314, PL 390, de 2006, passe a figurar como Item 4;

5 - Item 313, PL 373/2006, passe a figurar como Item 5;

6 - Item 344, PL 370/2006, passe a figurar como Item 6;

7 - Item 343, PL 220/2006, passe a figurar como Item 7, renumerando-se os demais itens.”

Em votação o requerimento. Os Srs. Deputados que estiverem de acordo queiram permanecer como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Item 1 - Discussão e votação - Projeto de lei nº 497, de 2006, de autoria do Sr. Governador. Autoriza o Departamento de Estradas de Rodagem - DER a alienar, mediante doação, ao município de Presidente Alves, faixa de terra nele situada, destinada à utilização como via pública. Pareceres nºs 437 e 438, de 2007, respectivamente, da Comissão de Justiça e de relator especial pela Comissão de Transportes, favoráveis.

Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. Os Srs. Deputados que estiverem de acordo queiram permanecer como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Item 2 - Discussão e votação - Projeto de lei nº 737, de 2006, de autoria do Sr. Governador. Autoriza o Departamento de Estradas de Rodagem - DER a alienar, mediante doação, e a transmitir, mediante cessão gratuita, direitos possessórios sobre imóvel localizado no município de Campos Novos Paulista. Pareceres nº 441 e 442, de 2007, respectivamente da Comissão de Justiça e de relator especial pela Comissão de Transportes, favoráveis.

Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. Os Srs. Deputados que estiverem de acordo queiram permanecer como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Item 3 - Discussão e votação - Projeto de lei nº 414, de 2006, de autoria do Sr. Governador. Autoriza o Departamento de Estradas de Rodagem - DER a transferir ao município de Altinópolis, mediante doação, o domínio, e a ceder, gratuitamente, os direitos possessórios que detém sobre faixas de terra com benfeitorias, situadas no trecho de acesso à sede do município pela SP-351 (Altinópolis - Divisa do Estado de Minas Gerais/Rodovia SP - 22/351), destinadas à utilização como via pública. Pareceres nº 433 e 434, de 2007, respectivamente da Comissão de Justiça e de relator especial pela Comissão de Transportes, favoráveis.

Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. Os Srs. Deputados que estiverem de acordo queiram permanecer como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Item 4 - Discussão e votação - Projeto de lei nº 390, de 2006, de autoria do Sr. Governador. Autoriza a Fazenda do Estado a alienar, mediante doação, ao município de Viradouro, imóvel nele situado, a fim de manter sua destinação como anfiteatro. Pareceres nºs 843 e 844, de 2007, respectivamente, da Comissão de Justiça e de relator especial pela Comissão de Obras Públicas, favoráveis.

Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. Os Srs. Deputados que estiverem de acordo queiram permanecer como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Item 5 - Discussão e votação - Projeto de lei nº 373, de 2006, de autoria do Sr. Governador. Altera a Lei n 6.543, de 1989, que autoriza a Fazenda do Estado a alienar, mediante doação, ao município de Espírito Santo do Pinhal, imóvel nele situado. Pareceres nºs 678 e 679, de 2007, respectivamente, da Comissão de Justiça e de relator especial pela Comissão de Obras Públicas, favoráveis.

Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. Os Srs. Deputados que estiverem de acordo queiram permanecer como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Item 6 - Votação "ad referendum" - Projeto de lei nº 370, de 2006, de autoria do Sr. Governador. Autoriza a Fazenda do Estado a alienar, mediante permuta pura e simples, imóvel localizado no município de Barueri, para instalação do Departamento da Criança da Secretaria Municipal de Cultura, Lazer e Criança. Parecer nº 1495, de 2007, da Comissão de Justiça, favorável. Aprovado pela Comissão de Serviços e Obras Públicas, em seu Parecer nº 1496, de 2007.

Em votação. Os Srs. Deputados que estiverem de acordo queiram permanecer como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Item 7 - Votação "ad referendum" - Projeto de lei nº 220, de 2006, de autoria do Sr. Governador. Autoriza o Departamento de Estradas de Rodagem - DER a transmitir, por cessão gratuita, ao município de Presidente Epitácio, os direitos possessórios que detém sobre faixa de terra, destinada à utilização como via pública. Parecer nº 1325, de 2007, da Comissão de Justiça, favorável. Aprovado pela Comissão de Transportes em seu Parecer nº 1326, de 2007.

Em votação. Os Srs. Deputados que estiverem de acordo queiram permanecer como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Item 8.

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças partidárias com assento nesta Casa, solicito a suspensão dos trabalhos por cinco minutos.

 

O SR. PRESIDENTE - CELSO GIGLIO - PSDB - Srs. Deputados, tendo havido acordo entre as lideranças, a Presidência acolhe o solicitado pelo nobre Deputado Simão Pedro e suspende a sessão por cinco minutos.

Está suspensa a sessão.

 

* * *

 

- Suspensa às 18 horas e 56 minutos, a sessão é reaberta às 19 horas, sob a Presidência do Sr. Celso Giglio.

 

* * *

 

O Sr. Presidente - CELSO GIGLIO - PSDB - Srs. Deputados, esgotado o objeto da presente sessão, esta Presidência, antes de encerrá-la, convoca V. Exas. para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental, com o remanescente da Ordem do Dia de hoje.

Está encerrada a sessão.

 

* * *

 

- Encerra-se a sessão às 19 horas.

 

* * *