18 DE ABRIL DE 2024

48ª SESSÃO ORDINÁRIA

        

Presidência: EDUARDO SUPLICY, MAJOR MECCA e REIS

        

RESUMO

        

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - EDUARDO SUPLICY

Assume a Presidência e abre a sessão às 14h12min.

        

2 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

3 - MAJOR MECCA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

4 - PRESIDENTE EDUARDO SUPLICY

Tece comentários acerca de ocorrência policial em Paraisópolis que deixou uma criança ferida.

        

5 - MAJOR MECCA

Assume a Presidência.

        

6 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

7 - LUCAS BOVE

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

8 - PRESIDENTE MAJOR MECCA

Endossa o pronunciamento do deputado Lucas Bove.

        

9 - CONTE LOPES

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

10 - PRESIDENTE MAJOR MECCA

Endossa o pronunciamento do deputado Conte Lopes.

        

11 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

12 - PRESIDENTE MAJOR MECCA

Rebate o pronunciamento do deputado Reis acerca da sanção presidencial da Lei nº 14.483/24 com veto.

        

GRANDE EXPEDIENTE

13 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

14 - REIS

Assume a Presidência.

        

15 - CONTE LOPES

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

16 - EDUARDO SUPLICY

Assume a Presidência.

        

17 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

18 - REIS

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

        

19 - PRESIDENTE EDUARDO SUPLICY

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 19/04, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão às 15h36min.

        

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Eduardo Suplicy.

 

* * *

                                                                                             

- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente.

Pequeno Expediente, vou chamar os oradores inscritos. Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Deputada Dani Alonso. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.) Delegado Olim. (Pausa.) Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Carlos Cezar. (Pausa.) Professora Bebel. (Pausa.) Paulo Fiorilo. (Pausa.) Rafa Zimbaldi. (Pausa.) Thainara Faria. (Pausa.) Conte Lopes. (Pausa.) Donato (Pausa.)

Deputado Paulo Reis tem a palavra pelo tempo regimental.

 

O SR. REIS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Bem, presidente Suplicy, cumprimentar os funcionários desta Casa, os integrantes da Polícia Civil, da Polícia Militar, da Polícia Penal, da Polícia Técnico-Científica; cumprimentar também todos aqueles e aquelas que estão nos acompanhando pela Rede Alesp.

Sr. Presidente, deputado Eduardo Suplicy, na segunda-feira nós vamos ter aqui, às 17 horas e 30 minutos, no Plenário, no Auditório Paulo Kobayashi, uma audiência pública para tratar das questões relacionadas ao Iamspe e, obviamente, ao Hospital do Servidor Público.

Eu quero repercutir a carta que eu recebi das entidades SindSaúde, Simesp, Afiamspe, Amiamspe, que representam os trabalhadores do Iamspe. E eles vieram, mandam através desse protocolado aqui, ou desse expediente, para que seja discutido nessa audiência pública temas como, por exemplo, a venda de parte do complexo hospitalar do Hospital do Servidor Público.

Os servidores públicos estaduais de São Paulo, que criaram o Instituto há mais de 60 anos, com a missão de garantir assistência à Saúde do funcionalismo público do Estado e de seus familiares e o mantêm com as contribuições em folha, sem a contrapartida devida do governo.

Não foram consultados sobre a venda desse prédio do Hospital do Servidor do Iamspe, onde fica a administração do Iamspe. Esse prédio é o coração do hospital-escola. Sua venda significa o desvio da finalidade de parte do patrimônio da Saúde do Iamspe para servir a interesse de especuladores imobiliários em detrimento da assistência dos servidores públicos do Estado.

“O Iamspe, Hospital do Servidor Público Estadual, terá reduzido as possibilidades de ampliar serviços, comprometendo a excelência da assistência, ensino e pesquisa prestados por seus profissionais há décadas, destacando a residência médica mais concorrida da América Latina, que forma profissionais para todo o País. Estamos muito preocupados com a excelência da assistência, ensino e pesquisa do Iamspe - Hospital do Servidor Público. Apresentamos necessidades urgentes e reivindicamos apoio para sua providência.

No hospital, evitar descontinuidade de serviço e tratamentos, principalmente nas doenças oncológicas e outras. Reduzir as filas nos atendimentos eletivos; para isso, é necessário manter e ampliar quadros profissionais da Saúde próprios, devidamente remunerados, e evitar a perda desses para terceirizados, rotativos e sem vínculo, cujos contratos renovados com valores menores prejudicam a continuidade do serviço.   Modernizar o parque tecnológico, diagnóstico, tratamento cirúrgico do Hospital do Servidor.

No Iamspe, instalar o Conselho Administrativo e Fiscal, com paridade de representantes. Ampliar convênio no interior. Implementar carreira própria do Iamspe para concursados, baseada no PL 52, de 2018, com estudo específico para médicos e cirurgiões-dentistas.

Na Secretaria de Gestão e Governo Digital, chamar os 170 médicos remanescentes de concursos anteriores, solicitação que já foi feita pelo Amiamspe à SGGD, em agosto de 2023.” Então eles reivindicam que sejam chamados esses médicos que já foram aprovados. “Abrir concurso em conformidade com solicitação enviada à Secretaria de Gestão e Governo digital.

Abertura de concursos para todas as áreas. Pagamento de bônus de resultados anual aos trabalhadores do Iamspe pelo bom desempenho de atividade e funções que, desde 2011, é forma de valorização dos funcionários do Iamspe. Publicação das metas a serem avaliadas referente a 2023. Gratificação e equiparação com o prêmio de incentivo da Secretaria de Saúde, é a gratificação GDAMSPE.”

Então os dirigentes dessas entidades de classe estão reivindicando que o Estado promova essas demandas dos servidores do hospital e que nós façamos também, no dia 22, às 17 horas e 30 minutos, na audiência, a discussão sobre essas questões.  Obviamente eu mandei o convite para o secretário de Gestão e Governo Digital, para que ele esteja presente, porque nós vamos promover essa discussão.

Principalmente, o que diz aqui na carta é: “O que pegou todos de surpresa é o governo é ter colocado o prédio do Iamspe, onde fica a administração do Iamspe, para ser vendido”.

Isso está causando muita apreensão entre todos os servidores públicos e principalmente aqueles que trabalham lá na gestão do instituto e do Hospital do Servidor Público do Estado de São Paulo.

Muito obrigado, presidente. 

           

            O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Cumprimento o deputado Reis pela defesa do Iamspe. Agora vamos passar a palavra para o deputado Rafael Silva. (Pausa.) Deputada Leci Brandão. (Pausa.) Deputado Dr. Elton. (Pausa.) Deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.) Deputado Major Mecca. Tem V. Exa. a palavra pelo tempo regimental.

 

O SR. MAJOR MECCA - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, presidente. Boa tarde aos deputados, às deputadas, aos funcionários da Assembleia que dão suporte ao nosso trabalho, aos nossos policiais militares, civis que aqui estão, uma honra estar com os senhores; gostaria de informar a todos que hoje, pela manhã, 18 de abril, estivemos na Secretaria de Segurança Pública.

O deputado Conte Lopes, que está aqui, nos acompanhou numa reunião com o secretário, Guilherme Derrite, e amanhã, dia 19 de abril, o governador Tarcísio de Freitas assina um decreto que trata do pagamento da bonificação por resultados dos policiais militares, dos policiais civis e dos policiais técnico-científicos.

Esse esforço que nós fazemos para esse reconhecimento, essa valorização dos policiais do estado de São Paulo é principalmente porque nós sabemos do sacrifício, do esforço desses homens e dessas mulheres em prestar o melhor serviço para a nossa população, o que passam esses policiais combatendo o crime nas ruas do nosso Estado combatendo o crime organizado.

Então, esse esforço nosso é também para reconhecer todos esses nossos irmãos operadores de segurança pública a quem nós honramos e estamos aqui para trabalhar por eles.

E em nome deles, eu faço a observação, e é importante chamar a atenção porque ontem a Polícia Militar foi atacada no plenário desta Casa por conta de uma ocorrência na comunidade do Paraisópolis, onde uma criança de sete anos foi atingida por um projétil secundário. Para quem não sabe, projétil secundário pode ser um pedaço de tijolo, alguma outra coisa onde possa ter batido um tiro e algum estilhaço atingiu próximo à sobrancelha da criança.

Essa criança foi socorrida ao hospital, está bem, graças a Deus, porque a nossa missão de todos nós policiais é defender a nossa população, nossas crianças, cidadãos de bem das mãos do crime, que era o que os policiais militares estavam fazendo dentro do Paraisópolis, combatendo o crime.

E nos chama a atenção o impulso que os partidos de esquerda, que o Sr. Ouvidor, o Sr. Cláudio tem em atacar os policiais. Deputado Conte, analisadas imagens das câmeras corporais, outras imagens, não tem policial nenhum fazendo alteração de local de crime, recolhendo alguma coisa que seja do ponto onde houve agressão a tiros aos policiais, e os policiais em defesa fizeram o revide.

Eu não sei até onde os senhores acreditam que é benéfico a população defender bandido, porque quando nós nos deparamos com uma ocorrência policial, o normal é nós apoiarmos o policial.

Haverá, como sempre há, uma investigação do que houve ali naquele local para que haja responsabilização de quem praticou um crime, mas o PT e o PSOL fazem questão de bate-pronto criticar os policiais militares, apontar que os policiais praticaram fraude processual.

Isso não aconteceu, é até mesmo uma postura de respeito a esses profissionais da Segurança Pública que os senhores tenham mais cautela antes de querer indicar um policial a uma prática criminosa. Não façam isso, é um desserviço à população de bem, ao cidadão que acorda cedo, que trabalha, que sustenta a sua família.

Não é possível que os senhores não perceberam ainda que, defendendo bandido, os senhores estão permitindo a falência desse País, que os senhores apoiam bandido, e hoje tem bandido em tudo quanto é canto, tem bandido na política, seja na esfera estadual, municipal, federal, é bandido para tudo quanto é lado.

A gente não vence de pagar impostos, não tem sossego para sair na rua, para passear com a esposa, com os filhos, e os senhores contribuem com essa insegurança dando a mão para o bandido, defendendo o bandido e querendo crucificar quem os defende, que são os nossos policiais.

Reflitam. Chamo a atenção aqui: Congresso, derrube o veto do Sr. Luiz Inácio ao Projeto de lei nº 2253, das saídas temporárias. Derrubem o veto desse presidente que está trabalhando para proteger bandido.

Muito obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - É importante, Major Mecca, que a criança ferida, felizmente, está então melhor e provavelmente continuará vivendo, embora ferida na sua vista por algum instrumento, algum objeto que acabou acontecendo. Agora, tem a palavra do deputado Itamar Borges. (Pausa.) Alex Madureira. (Pausa.) Marta Costa. (Pausa.) Sebastião Santos. (Pausa.)  Teonilio Barba. (Pausa.) Rui Alves. (Pausa.) Gil Diniz. (Pausa.) Rafael Saraiva. (Pausa.) Enio Tatto. (Pausa.) Ricardo Madalena. (Pausa.) Dr. Eduardo Nóbrega. (Pausa.) Paulo Mansur. (Pausa.) Eduardo Suplicy.

Você quer fazer a honra de presidir a sessão enquanto eu falo?

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Major Mecca.

 

* * *

 

 

O SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Assumindo a Presidência do Pequeno Expediente. Dirige-se à tribuna o deputado Eduardo Suplicy, que terá cinco minutos regimentais para o uso da palavra.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Presidente deputado Major Mecca, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, eu aqui quero expressar a minha solidariedade à vereadora Paolla Miguel, de Campinas.

Considero intransigente e desproporcional a ação da Câmara Municipal de Campinas, que está pedindo a cassação do mandato da vereadora Paolla Miguel, alegando que ela teria responsabilidade pelo conteúdo apresentado em evento para o qual destinou a emenda parlamentar.

Nem a própria Secretaria de Cultura de Campinas tinha conhecimento da alteração do conteúdo das apresentações e foi quem liberou as emendas indicadas pela vereadora, que também não foi notificada.

Soa como uma perseguição a cassação de um mandato de uma parlamentar jovem, negra, de origem pobre, que vem trabalhando com sucesso no atendimento aos mais necessitados.

Assim, expresso a minha solidariedade à vereadora Paolla e apelo pelo bom senso dos parlamentares da Câmara Municipal de Campinas. Acontece que ela foi denunciada por ter destinado uma verba de via parlamentar à festa Bicuda, onde houve registro de cenas de nudez, simulação de sexo em espaço público.

O pedido de abertura da comissão parlamentar foi aprovado com 24 votos favoráveis e 6 contrários e agora essa comissão tem o prazo de até 90 dias para apurar a acusação e apresentar relatório, que deve ser votado em plenário pela cassação ou não do mandato.

Eu espero que o bom senso venha a fazer com que possam os vereadores em Campinas não permitir que a vereadora Paolla Miguel, que tem tido excelente atuação, venha a ser prejudicada.

Eu gostaria também de comentar esta notícia da CNN Brasil. Mais de duas semanas depois do pedido para uma exposição sobre o cânhamo industrial, “a Câmara dos Vereadores de São Paulo segue mantendo totens e banners escondidos dos olhares de quem circula pelo Parlamento paulistano. O pedido foi feito no dia 2 de abril, pelo vereador Adriano Santos, do PT.”

Depois, a Câmara pediu informações complementares, enviadas no dia 4 de abril, mas até agora “a Mesa Diretora não chegou a uma decisão sobre liberar ou não a exposição para os visitantes e funcionários. A anuência de pelo menos três dos cinco vereadores que compõem a Mesa é necessária, mas nunca foi um problema, segundo vereadores”.

“A polêmica é inédita e acontece, não por acaso, em um ano eleitoral. ‘Toda cessão de uso de espaço da Câmara, independentemente do tema, precisa de autorização da Mesa Diretora por meio da maioria do colegiado’”.

Essa exposição do Instituto InformaCann já passou tanto pela Câmara dos Deputados, em Brasília, inclusive, também, pela Assembleia Legislativa, no salão de exposições por um mês.

“É uma exposição educativa, que tem a madeira do cânhamo, alimentos não psicoativos, que não contém o CDB, THC, que não contém moléculas medicinais, mas sim a semente que é altamente nutritiva. Eles não querem que a gente mostre do que uma fibra sustentável é capaz, por pura ignorância’,” disse Manuela Borges, do InformaCann.

“Os totens e banners produzidos falam sobre o uso do cânhamo, caule da planta da maconha, para a produção de tecidos e bioplásticos, além da madeira e das sementes da planta para uso alimentar. ‘Até onde eles vão ignorar e negar uma planta medicinal?’”.

“A Câmara alega que a Mesa Diretora tem até 30 dias para tomar esse tipo de decisão, o que ainda não ocorreu. E diz que um dos pontos em avaliação é que a exposição inclui material comercial e de propaganda de produtos, ‘o que é um impeditivo para uso do espaço da Câmara e também demanda mais análise por parte da Mesa’.       

A intenção da exposição é estritamente educativa - e não comercial. Dos cinco vereadores que compõem a mesa, dois já se manifestaram contrários à exposição. São parlamentares que contam com o voto evangélico e acham a pauta muito sensível. Um terceiro vereador defende que ela seja realizada.

O desempate pode vir do presidente, Milton Leite, que está ainda sendo considerado até como vice na chapa do prefeito Ricardo Nunes, ex-vereador.

A exposição é apoiada por associações que produzem a cannabis para fins medicinais, como a Flor da Vida, de Franca, interior de São Paulo. Enor Machado é presidente da entidade e se envolveu no debate após ver um sobrinho ser diagnosticado com autismo.

‘É importante para o desenvolvimento da indústria e do agronegócio. O maior potencial do mundo para produção de cânhamo está no Brasil. E a gente não planta uma planta sequer no País. China e Estados Unidos já cultivam de forma milenar’, disse Enor Machado à CNN.”

Eu espero que possa a Mesa da Câmara repensar e aprovar que ali também se realize esta exposição, que foi mostrada por um mês na Assembleia Legislativa e antes na Câmara dos Deputados.

 

O SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Para concluir, deputado.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Obrigado, deputado. Dando sequência à relação dos oradores inscritos no Pequeno Expediente, deputado Felipe Franco. (Pausa.) Deputado Atila Jacomussi. (Pausa.) Deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Deputado Guilherme Cortez. (Pausa.) Deputado Vinícius Camarinha. (Pausa.) Deputada Ana Perugini. (Pausa.) Deputada Solange Freitas. (Pausa.) Deputado Caio França. (Pausa.) Deputada Beth Sahão. (Pausa.)

Dando sequência, na Lista Suplementar, deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Deputado Lucas Bove. Tem V. Exa. cinco minutos regimentais para o uso da tribuna.

 

O SR. LUCAS BOVE - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente, meu querido colega de trincheira aqui, Major Mecca, boa tarde a todos os policiais civis e militares, servidores da Casa que nos acompanham hoje, aos demais deputados aqui presentes, a quem nos acompanha pelas tribunas e pelas mídias sociais, pela TV Alesp.

Primeiramente, parabenizá-lo, Major Mecca, pelo brilhante trabalho à frente da Comissão de Segurança Pública, pela sua luta incessante em prol das nossas forças de Segurança Pública, em especial dos policiais militares, porque de fato não é uma batalha fácil.

O senhor, que já trocou tanto tiro com bandido na rua, hoje em dia acho que trava a mais difícil das suas batalhas, que é dentro da política aqui, porque daqui a gente não consegue ver de onde vem o tiro; muitas vezes, aqui a situação é mais complicada. Mas parabéns.

O senhor, junto com o Conte Lopes, com o Gil Diniz, com o Capitão Telhada, tem feito um trabalho excelente aqui na Assembleia, levando as demandas ao secretário. E tenho certeza de que se esse pagamento de bônus está saindo, é claro que tem o trabalho do governador Tarcísio, de toda a sua equipe, do secretário Derrite, que vem fazendo um excelente trabalho.

Mas tem, sem dúvida nenhuma, muito dedo do senhor, muito trabalho do senhor e de todos os que compõem a bancada da Segurança Pública aqui. Então, parabéns, comandante; que o senhor continue contando conosco.

Mas infelizmente eu vim trazer um outro assunto aqui hoje. Eu gostaria que, se possível, nosso amigo Machado colocasse na tela a manchete da matéria. Eu vou puxar para mim a pauta agora aqui, e vou falar um pouquinho de Educação.

Gente, hoje de manhã, o Palácio da Alvorada amanheceu com grevistas em frente ao prédio, protestando contra a desvalorização que o governo federal, que o presidente Lula, e que todos aqueles que compõem a Educação, a nível federal, vêm promovendo na Educação brasileira.

Não é só salário. Existe, obviamente, uma questão salarial muito importante. Mas existe também uma questão de valorização do profissional, de investimento, de reestruturação das carreiras. Enfim, eu só tenho uma coisa a dizer para esses grevistas, infelizmente: bem-vindos à realidade. Dizer que o Lula só valoriza a Educação na mídia é, para nós, que somos oposição ao governo Lula, chover no molhado.

Não é só em relação à Educação que ele é somente midiático, que as suas palavras não são seguidas de ações. É assim em tudo. O mesmo governo Lula criticava, por exemplo, a gestão do presidente Bolsonaro.

Graças à gestão do presidente Bolsonaro, durante a pandemia, o Brasil está em uma situação econômica, hoje, muito melhor do que poderia estar. Ele criticava que não tinha vacina, contava um monte de mentira, na verdade.

Porque o Brasil foi um dos primeiros países a comprar vacina, assim que ela estava disponível. O Brasil foi um dos primeiros países a vacinar, inclusive, assim que a vacina estava disponível.

Hoje o governo federal não tem vacina, nem para a Covid. O último lote foi comprado em 2022. Sabe quem era o presidente em 2022? Jair Messias Bolsonaro. Foi o último presidente a comprar vacina para a Covid.

E, vejam, em uma época onde a vacina era disputada a tapa por todos os países do globo. Hoje em dia tem vacina sobrando, mas eles não conseguem comprar. Da dengue, então, meu Deus do céu, estamos com uma epidemia de dengue, um surto de dengue, e não tem vacina. Tem vacina para 3% da população, e olhe lá. E não é só. É o mesmo presidente Lula que dizia, na mídia e na Justiça, que era um pai de família, que era contra o aborto.

Agora, recentemente, saiu uma nota técnica, da ministra da Saúde, Nísia Trindade, querendo liberar o aborto até os nove meses de gestação. Graças à pressão popular, e de nós, deputados de direita, isso não foi adiante, essa nota técnica foi cancelada. Aliás, nem vamos falar em Ministério da Saúde aqui, porque eu acho que vai complicar bastante a situação para o PT.

Tivemos também, no mesmo UOL, quem quiser ver lá notícia, é só abrir o UOL. Antigamente era assim: “despiora”, eles tentavam plantar más notícias. Hoje é de verdade.

Então tem lá escândalo de desvio de verba do Ministério da Saúde. E vejam que, na outra ponta, quem está lá? O mesmo grupo, em uma prefeitura, no Maranhão, comandada pela irmã do Juscelino Filho, que é ministro das Comunicações do presidente Lula.

O Lula que dizia, na mídia, que era a alma mais honesta do Brasil, que talvez fosse até mais honesto do que Jesus Cristo. Vejam a heresia. Então é esse mesmo presidente Lula, que na mídia fala uma coisa e na prática faz outra.

Então eu sinto muito pelos professores, sinto muito pela Educação, sinto muito pelos mais pobres. Aliás, fica aqui mais uma dica, para quem estiver nos assistindo. Estão voltando a discutir a taxação de compras internacionais até 50 dólares.

Esse é o governo do amor. Não tem jeito, senhoras e senhores. O governo, o estado não produz riqueza, nenhuma riqueza. Não produz um real de lucro. O lucro vem do tributo, vem do imposto.

Se aumenta o custo, tem que aumentar o tributo, não tem outra solução. É isso que eles estão fazendo: aumentando imposto, aumentando imposto, aumentando imposto. Só que, ao invés de, ao menos, trazer um retorno, investir, não: a situação é essa.

A Educação está uma vergonha, a Saúde não tem vacina. Segurança Pública, nem se fala. Nós vimos ontem, no Congresso Nacional, a vergonha dos militares. Se bem que muitos deles merecem passar essa vergonha.

Mas a vergonha daqueles militares, indo lá pedir recurso para conseguir se manter, se sustentar. Então, se eles não estão conseguindo comprar nem o rancho, nem a comida, quem dirá proteger as nossas fronteiras.

Aí do outro lado vem o presidente e veta a lei das saidinhas, que acaba com as saidinhas. Então nós estamos enxugando gelo. Porque, enquanto nós tivermos uma Educação nesse nível, enquanto nós tivermos um presidente que não valoriza os professores, que não valoriza a Segurança Pública, que não valoriza a Saúde, a tal da ciência, infelizmente não vai adiantar aumentar salário e dar bônus para policial. Porque os nossos policiais vão seguir enxugando gelo, com uma população deseducada, ignorante, não pronta para o mercado de trabalho e com todos os benefícios, com todas as benesses que o governo promove ao crime organizado, ao crime desorganizado, enfim, a todos aqueles que não querem cumprir a lei.

Sinto muito aos grevistas, têm o nosso apoio, mas a realidade é essa. Já disse o presidente Bolsonaro nos seus últimos dias de mandato: “Eles ainda vão sentir saudades da gente”. Esse dia chegou muito antes do que muitos esperavam.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Muito obrigado, deputado Lucas Bove, pelo seu trabalho, pelo seu apoio a todos os policiais do estado de São Paulo. O senhor sempre esteve do nosso lado em todas as vezes que precisamos dialogar e mostrar ao governador o valor desses heróis que defendem o povo de São Paulo.

Dando sequência à relação dos oradores inscritos, deputado Gil Diniz. (Pausa.) Deputada Beth Sahão. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Conte Lopes.

Vossa Excelência tem cinco minutos regimentais para uso da tribuna.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Sr. Presidente Major Mecca, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, hoje, juntamente com o deputado Major Mecca, que preside nossos trabalhos, estivemos na Secretaria de Segurança Pública com o secretário Derrite. Fomos acompanhados também do Dr. Olim, deputado Delegado Olim.

Foi-nos apresentado o trabalho bonito que a Polícia de São Paulo tem prestado e que gerou bonificações aos policiais militares, civis e técnico-científicos. Então realmente vai ser pago isso. O governador assinou um decreto. Uma luta bastante do nosso deputado Major Mecca. Então, o importante é que vai ser pago.

Agora, o bonito dessa reunião foi a demonstração do trabalho da polícia, de toda a polícia, caindo todos os índices de criminalidade. Uma demonstração de que, quando a polícia quer, quando a polícia pode e tem condição, tem apoio, ela produz.

Então, essa bonificação vai trazer benefícios também para a sociedade. De que forma? Se houver mais segurança, evidentemente vai haver mais arrecadação. O povo pode ir para as ruas, pode sair para as ruas, o turismo melhora. Então, é necessário realmente que se valorize a polícia.

Temos que dar condição para a polícia trabalhar e dar segurança para a população. Até foi conversado a respeito disso, o trabalho unido da Polícia Civil e Militar. Isso é muito importante.

Eu espero que se aprimore mais ainda, porque a polícia tem que servir à sociedade. Não é servir ao coronel, ao delegado. Tem que servir à sociedade. A sociedade tem que ver que polícia ela quer, para valorizar esses homens. Então, é necessário isso. A gente fica feliz de ver o trabalho da polícia, os índices todos caindo, favorecendo a população de São Paulo.

Então, é o contrário do que muita gente fez. A aceitação do nosso governador Tarcísio de Freitas, que está bem avaliado junto ao povo de São Paulo, uma das matérias é a Segurança Pública, é o combate à criminalidade na Capital, no interior, no litoral. Então, a gente fica feliz com isso. É importante isso.

E a área política também. Vimos ontem o ministro Alexandre de Moraes ir ao Congresso Nacional pedindo apoio ao presidente Lula. Não sei se o presidente Lula vai apoiar o Supremo Tribunal Federal. Não sei.

O Lula também foi parar na cadeia, ficou 600 dias na cadeia por conta de decisão do Supremo, o mesmo Supremo que está aí. Será que o Lula está tão contente assim com o Supremo? Será? Não sei, não é problema meu. Também não sei se a gente pode falar isso ou não, não é?

Outro dia veio uma pesquisa na imprensa: avaliação do Supremo Tribunal Federal. Mas espera aí, Justiça se avalia ou cumpre a lei, o que é certo ou errado? Eu acho que a Justiça é isso, não é para ser avaliada. Alguns jornalistas felizes: “Olha, deu 30%, 40% de ‘ótimo’ e ‘bom’”.

Mas, espera aí, estão avaliando a Justiça? A Justiça tem que cumprir a lei. O cara matou ou não matou, é isso que a Justiça tem que falar. Falar se o cara roubou ou não roubou, corrompeu ou não corrompeu, não há outra função na Justiça.

 Agora, vamos ver o que vai acontecer a partir daí. Parece que a coisa está meio mudando de figura. Mas eu cheguei a falar nesta Casa, só para terminar, até o deputado Reis não entendeu muito bem quando eu falei que o presidente Lula, nomeando o Zanin, advogado dele, como ministro do Supremo e também depois o próprio senador como ministro do Supremo, acabou abalando o próprio Supremo. Eu falei sobre isso.

Agora está o Supremo correndo atrás do Congresso, por quê? Porque estavam prendendo todo mundo. Agora o Congresso quer fazer uma lei que não precisa ter mais realmente foro privilegiado, que eu sou favorável. Por que foro privilegiado? Por exemplo eu mesmo como policial, com meus tiroteios com bandidos, quando cheguei nesta Casa, fui julgado pelo Pleno, 25 desembargadores.

Quer dizer... Eu fui absolvido, graças a Deus, minhas ocorrências foram normais, reais. E se eu fosse condenado, ia recorrer para quem? É a mesma coisa que está acontecendo hoje no Supremo.

Quem é condenado no Supremo às vezes nem foro privilegiado tem. É jornalista, é o pedreiro que pegou a bandeira no Brasil e foi no dia oito em frente ao quartel, e está sendo julgado pelo Supremo Tribunal Federal, 17 anos de cadeia.

O bandido Mizael matou a irmã do nosso amigo, colega nosso, o Marcio Nakashima, dentro do carro atirou, afogou, enfiou dentro do... Nós ajudamos a encontrar o corpo na época.

O Mizael está nas ruas e nós estamos condenando vovô, como eu, e vovó com a Bíblia embaixo do braço a 17 anos de cadeia, porque estava em frente ao quartel do Exército. Como dizia hoje o deputado Lucas Bove, estão pedindo ajuda. É para tomar cuidado, é duro a ajuda que se pode dar nisso aí. Mas vamos aguardar.

Para terminar, eu queria cumprimentar a polícia de São Paulo pelo trabalho bonito e a queda do índice de criminalidade.

Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Muito obrigado, deputado Conte Lopes. Realmente as polícias de São Paulo, como sempre, estão prestando um brilhante trabalho. Hoje eles trabalham e têm o apoio do governador e do secretário. Nos governos anteriores, eles trabalhavam mesmo sem ter o apoio do Governo e sendo perseguidos.

Dando sequência à relação de oradores inscritos, deputado Reis, tem V. Exa. cinco minutos regimentais.

 

O SR. REIS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, é que hoje nós temos vários assuntos para tratar aqui. Pelo que eu vejo do tempo, talvez vamos entrar no Grande Expediente para continuar os debates, porque hoje a Casa está bastante produtiva.

Mas eu quero dizer para o deputado Major Mecca, que está presidindo a sessão no momento, que o projeto da “saidinha”, Major, só houve um veto, 90% do projeto foi aproveitado.

O único veto que teve foi com relação aos presos no regime semiaberto. O que são os presos no regime semiaberto? São os presos que podem trabalhar, que podem estudar e à noite dormem na cadeia.

Então, não teria nexo você dizer para essas pessoas que já estão em um regime semiaberto que eles não teriam direito de visitar os seus familiares. É uma coisa simples para as questões lá de roubo, os crimes graves, crimes hediondos, não tem saidinha mais, não existe saidinha mais.

Agora, o único veto que tem no projeto é do regime semiaberto. Não sei se V. Exa. leu o veto. Não sei se V. Exa. atentou para esse detalhe, que o que foi vetado foi que os presos que estão no regime semiaberto vão ter o seu direito de fazer suas visitas, porque eles já estão no regime semiaberto.

E os presos, eles cumprem um sexto da pena no regime semiaberto, depois eles progridem para o regime aberto. Eles não ficam tanto tempo nesse regime onde eles trabalham e à noite vão dormir na cadeia.

Isso vale para os policiais militares também, para os policiais civis, porque os policiais militares também, quando praticam delitos, eles ficam presos lá no Romão Gomes. Os policiais civis ficam presos lá no Presídio da Polícia Civil.

Então, aqueles policiais também que estão no regime semiaberto, muitos deles trabalham durante o dia e à noite vão dormir na cadeia, eles não tiveram esse direito tirado.

É isso que a gente tem que entender no projeto, porque se não a gente fica fazendo uma campanha contra o presidente, uma coisa: “não, porque ele vetou”. Não, ele vetou simplesmente o artigo que trata dos presos que estão no regime semiaberto, e isso precisa ser explicado, senão dá a impressão que todo o projeto foi desmontado, todo o projeto foi destruído, e o veto, como é o caso aqui do governador, que veta tudo, e muitas vezes matérias de segurança, matérias importantes para a polícia também foram vetadas pelo governador aqui.

Matérias inclusive que V. Exa. produziu, projetos de V. Exa., projetos do deputado Conte Lopes tiveram vetos. Agora, a diferença é que lá em Brasília provavelmente vão derrubar o veto.

Sabe por que eles vão derrubar o veto, deputado Major Mecca? Porque a última palavra não é do presidente da República, a última palavra não é do governador, a última palavra não é do prefeito, a última palavra é do povo. E quem representa o povo? Os deputados.

Mas lá em Brasília me parece que os deputados têm coragem de representar o povo e derrubar o veto do presidente da República. Não é o caso de São Paulo. Não é o caso de São Paulo, porque os deputados aqui se escondem, desaparecem, e o governador faz o que quer, o que bem entende.

Eu não vejo esta Casa aqui com coragem para derrubar vetos do governador Tarcísio, de vários projetos, inclusive da polícia. Inclusive o projeto que eu apresentei aqui, para que o policial não fosse despromovido. Porque hoje o policial civil é despromovido. Se ele não tiver cinco anos na classe, ele é despromovido. Uma matéria inconstitucional que esta Casa aprovou.

Aliás, esta Casa é expert em aprovar matérias inconstitucionais do Executivo, do Tribunal de Justiça. É só ver o projeto da delegação cartorária que estão surrupiando de Santa Isabel e levando para Arujá, por uma canetada, por um projeto de lei, quando deveria se fazer um projeto de lei criando um concurso. Concurso, não do jeito que veio o projeto do TJ, mas para o TJ, para o governador, os deputados acabam dizendo amém.

Eu entendo que não dá para dizer amém para tudo, e que várias matérias que tramitam aqui nesta Casa, que o governador vai lá e veta, os deputados, representando o povo, falando em nome do povo, eles poderiam, sim, derrubar o veto do governador, como é o caso que vai acontecer em Brasília, que vão derrubar o veto do presidente.

Porque lá realmente o Parlamento está dizendo: “aqui nós somos o povo, e é o povo que decide”. E a última palavra não é do presidente, não é do governador, não é do prefeito, não é do Executivo.

A última palavra é do povo, e esse povo é representado pelos parlamentares. É representado no município pelos vereadores. É representado no estado pelos deputados estaduais e representado lá em Brasília, no País, pelos deputados federais.

Porque o Senado não representa o povo. O Senado representa a pessoa jurídica do estado. No Senado, cada estado tem três representantes. Então, o Senado representa a pessoa jurídica. Quem representa o povo? Os deputados.

E eles vão e eles lá estão dizendo: “olha, em que pese que o presidente vetou, mas nós, povo, não concordamos com o veto”. E deveria ser assim também aqui nesta Casa, em que pese que o Sr. Tarcísio vetou, o “vetador-geral do Estado”. Nós, povo, não concordamos com ele e vamos derrubar.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Deputado Reis, eu li sim o projeto e é justamente sobre o semiaberto a que eu me refiro. Não devem ter direito à saída temporária, que foi justamente vetado pelo presidente Lula. E acreditamos sim, o povo do estado de São Paulo e o povo do Brasil, que o Congresso vai derrubar o veto.

 

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- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Fechando o Pequeno Expediente e entrando para o Grande Expediente, dou início à lista dos oradores inscritos: deputado Eduardo Suplicy, tem V. Exa. dez minutos regimentais para uso da tribuna.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, agora deputado Reis, que substituiu o Major Mecca, que logo virá a esta tribuna outra vez.

Em primeiro lugar, quero aqui expressar a minha preocupação com a continuidade da guerra tão violenta que está acontecendo ali entre Israel e a Palestina, assim como também entre a Ucrânia e a Rússia. Matéria da CNN Brasil hoje diz que quase 14 mil crianças morreram em casa desde o início da guerra com Israel, segundo a Unicef. Entidade da ONU aponta, ainda, que cerca de 19 mil crianças estão órfãs em meio ao conflito entre Israel e Hamas.

Mais de 13.800 crianças foram mortas na Faixa de Gaza desde o início da guerra entre Israel e Hamas, segundo a diretora executiva do Fundo das Nações Unidas para a Infância, Catherine Russell. “Milhares de pessoas ficaram feridas e milhares estão à beira da fome”, disse ela durante uma entrevista coletiva em Nova York.

Numa declaração separada, a ONU Mulheres - entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres - afirmou que “uma criança é ferida ou morre a cada dez minutos” em Gaza.

Além disso, a entidade afirma que mais de dez mil mulheres foram mortas em Gaza desde o início da guerra, e seis mil delas deixaram 19 mil crianças órfãs para trás.

A especialista em comunicação da Unicef, Tess Ingram, que visitou recentemente o enclave, disse em Genebra, na terça-feira, que o que a impressionou foi o número de crianças feridas que viu.

“Não apenas nos hospitais, mas nas ruas, nos seus abrigos improvisados, vivendo as suas vidas agora permanentemente alteradas”, informa a CNN, que não pôde verificar de forma independente os números de mortes devido à falta de acesso da mídia a Gaza.

Eu quero aqui renovadamente expor a minha preocupação, que é também de toda a humanidade de pessoas que tanto têm se preocupado, a começar pelo Papa Francisco, mas os chefes de Estado de todos os países, o próprio presidente Lula.

Nós precisamos pensar em como os seres humanos poderão agir de uma maneira que não signifique o uso de armas mortíferas como as que, infelizmente, estão sendo utilizadas todos os dias nessas guerras.

Sr. Presidente, eu achei bastante relevante a entrevista do ministro-corregedor nacional de Justiça Luis Felipe Salomão para a revista “Isto É”, onde ele ressalta que não deve o Judiciário ser trampolim para a política. E ele, aos 61 anos, tem um papel constitucional, o de ser o juiz do juiz, ou seja, acompanhar os processos disciplinares envolvendo os 18 mil juízes federais e brasileiros.

Ele defende o Poder Judiciário, dizendo que os magistrados do País são os que mais trabalham no mundo, dando conta de 80 milhões de processos por ano, quase um para cada dois habitantes.

Defende que, além dos militares também magistrados e procuradores da República, deveriam ser submetidos a uma quarentena de pelo menos oito anos para deixarem a carreira e ingressarem na atividade política.

Assim evitaríamos o uso da toga e da carreira do Judiciário como trampolim para a carreira política. Nascido em Salvador, Salomão deve retornar ao STJ em agosto. Na condição de um dos maiores magistrados do País, ele lembra que o bilionário Elon Musk deve se submeter ao império das leis brasileiras ou ficar sujeito às sanções previstas dentro do estado de direito.

Para ele, o País esteve à beira de uma ruptura democrática, mas as instituições mostraram que amadureceram o suficiente para não aceitar novas aventuras golpistas.

Pergunta Germano Oliveira, da “Isto É”: “O senhor julga que as acusações do bilionário Elon Musk ao ministro Alexandre de Moraes significam uma ameaça à soberania nacional?”

Responde Luis Felipe Salomão: “O ministro Alexandre de Moraes, cujo trabalho acompanhei no TSE, é um guardião da democracia. Ele, com enorme sacrifício pessoal, vem por meio de suas decisões garantindo efetividade da nossa democracia, e todas as empresas nacionais ou estrangeiras devem se submeter ao império das leis brasileiras e das decisões dos tribunais superiores.”

Quando isso não ocorre, ficam sujeitas às sanções. E é simples assim em um país que respeita o estado de direito. “O senhor entende que o Poder Judiciário foi fundamental para impedir a recente tentativa de golpe de estado? Responde Salomão: o Judiciário cumpriu um papel muito relevante nesse processo da garantia da democracia, não só do processo eleitoral, em que o TSE teve um papel de centralidade, criando precedência, julgando questões em que coibiam notícias falsas”.

O TSE assentou que disparar fake news por meio de mensagem eletrônica pode desequilibrar o pleito e gerar cassação de mandatos. O TSE chegou a cassar o deputado Fernando Franceschini, do Paraná, que atentou contra as urnas eletrônicas. O tribunal foi criando jurisprudência, o que cristalizou a defesa da democracia e do sistema eleitoral, garantiu as eleições e impediu qualquer atentado contra o processo democrático.

Também o Supremo Tribunal Federal teve um papel central, garantindo as decisões do TSE; ao mesmo tempo, garantiu decisões importantes, como na questão da vacina durante a pandemia, época em que havia um negacionismo muito grande.

O tribunal foi firme também quanto aos atentados do dia 8 de janeiro de 2024. O ministro Alexandre, de forma corajosa, tem conduzido os processos com equilíbrio e muita determinação, proferindo sentenças considerando o contraditório, mas aplicando as sanções mesmo quando se trata de militares.

Acho que o Supremo foi muito feliz no momento em que colocou a questão da inexistência do poder moderador das Forças Armadas, como foi reconhecido pelos próprios militares.

O ministro Gilmar Mendes chegou a dizer que um militar que desejar participar de política tem que deixar a farda, o senhor concorda com essa postura? Acho que não só o militar tem que ter uma quarentena, também para os juízes, para membros do Ministério Público e para autoridades policiais e militares.

Acho que precisa haver uma quarentena para se sair da carreira e ingressar na atividade política, porque se não tiver a quarentena pode haver alguns desvios, como aconteceu em alguns casos recentes em que o uso da toga e da carreira do Judiciário foram utilizados como trampolim para a carreira política.

Em nenhum país do mundo isso é possível, tem que ser uma quarentena razoável de no mínimo oito anos. O senhor acha que estivemos muito próximos de uma ruptura democrática? Enfrentamos um período muito grave, foi uma situação limite o que aconteceu no 8 de janeiro.

Eu diria que houve riscos, mas que as instituições funcionaram: o Supremo Tribunal Federal funcionou, o TSE funcionou, o Judiciário do 1º Grau funcionou, a Corregedoria e o CNJ funcionaram assim como o Congresso, o Executivo e o Ministério da Justiça. Todas as instituições brasileiras funcionaram para rechaçar esse risco que foi real. Tanto é verdade que todos os que cometeram crimes no 8 de janeiro estão sendo julgados.

Assim, Sr. Presidente, eu recomendo a leitura da entrevista na sua integralidade, mas avalio que essas opiniões de bom senso e com conhecimento jurídico e da Constituição em especial, o juiz Luis Felipe Salomão, atualmente ministro do Superior Tribunal de Justiça e corregedor nacional de Justiça me parecem de muito bom senso.

Muito obrigado.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Reis.

 

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O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Seguindo a lista de oradores do Grande Expediente, chamo para fazer uso da palavra o deputado Caio França. (Pausa.) Deputado Felipe Franco. (Pausa.) Deputado Rafael Saraiva. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Guilherme Cortez. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Deputado Jorge do Carmo. (Pausa.) Deputado Gil Diniz. (Pausa.) Deputado Conte Lopes.

 

O SR. CONTE LOPES - PL -  Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, volto a esta tribuna para falar primeiro a respeito do deputado Reis, que dizia que realmente o povo está nesta Casa, na Assembleia, o povo está no Congresso Nacional, na Câmara dos Deputados e eu acho real, é o povo que manda.

Inclusive, deputado Reis, é o povo que deve saber quem é candidato ou não, porque você torna uma pessoa inelegível porque eu sou... o Poder Judiciário não gosta daquela pessoa eu acho um absurdo. Quer dizer, eu defino quem vai ser o candidato a governador, a prefeito, a presidente? Então, tudo isso tem que ser analisado.

Nós vivemos, infelizmente, no Brasil numa roda-gigante. Vimos, há tempos atrás, Sérgio Moro era o ídolo, era a muralha, como alguns outros ministros hoje são em revista, capa de revista a muralha.

Cadê o Sérgio Moro na muralha? Uma coisa é certa, nobre deputado, senador Suplicy, e nobre deputado Reis, política é para profissional. Não é para qualquer um não, e a gente está aqui há 40 anos. Não é para qualquer um, não, é para profissional.

Por exemplo, se eu tivesse autoridade, eu não chamaria Sérgio Moro, que prendeu Lula, para ser ministro da Justiça do meu governo. Se fosse Bolsonaro, eu não chamaria. E se eu fosse o Sérgio Moro, mesmo que eu tivesse a intenção de ser presidente da República, eu não iria ser ministro do governo do Bolsonaro, é evidente que não. É evidente que não.

Então, esses discursos, essas colocações, até do próprio senador, colocou aqui, são pessoas que têm interesse no que estão falando. É o jogo da política. Por que os ministros agora do Supremo Tribunal Federal vão atrás do Lula pedindo uma certa proteção no Congresso? Porque o Congresso também está se manifestando, não está gostando de ver o ataque que sofreu durante todo esse tempo.

A lei é clara, é cristalina. Ela diz lá quando um deputado pode ser preso ou não. Não é porque o juiz quer prender o tal deputado que ele vai lá, prende e pronto. Não é assim. A lei é clara. É em flagrante delito. Se o cara for preso em flagrante delito e por crime inafiançável, ele pode ser preso.

Então a verdade também é essa. Vi, esta semana, ministros do Supremo Tribunal Federal atrás do presidente Lula pedindo um apoio no Congresso, porque o Congresso também está se defendendo. Para toda ação tem uma reação. É questão de tempo.

Por isso que eu falei de Sérgio Moro. Errou quando foi ser ministro de Bolsonaro e também Bolsonaro errou quando o levou, porque daí chegou lá e ele queria mandar mais que o Bolsonaro, porque ele era juiz, ele não era político.

Oito de janeiro. Várias vezes, deputado Reis, eu aqui, desta tribuna, na época da campanha, eu dizia que estava na hora de colocar o Exército nas ruas. Eu falei várias vezes. O exército de cabos eleitorais, de eleitores. Não é exército de Exército. O Exército ficava aqui.

Várias vezes o deputado Carlos Giannazi falou: “não consegui entrar na Assembleia porque o povo está reunido aí”. Agora, eu pergunto, por que o Exército deixou o povo reunido em frente aos quarteis? Por quê? Vai lá e manda embora. Enfia o pé no traseiro do povo e manda o povo embora. Não para deixar o povo lá 90 dias, e depois prender o povo, um monte de velhinho como eu e velhinha.

Mas que golpe é esse? Cadê as armas do golpe? Cadê? Eu posso achar o que eu quiser, pensar o que eu quiser, mas tenho que executar alguma coisa. Invadiram? Invadiram. Invadiram esta Casa aqui também. Os professores invadiram a Assembleia. Eu estava aqui. Quebraram tudo. Ficaram um mês aqui dentro.

Estava na Câmara Municipal, deputado Reis, quando também invadiram a Câmara Municipal e tiveram que fazer a reunião em outro lugar. E aí? A vida continuou.

Então eu só acho que tem muita gente se alvorando em tudo. Então, pessoas que hoje acham que são Deus, que são a muralha, o suprassumo, amanhã podem não ser mais. Amanhã podem não ser mais. A vida é uma roda-gigante. Na política, principalmente. Quem está aqui embaixo, amanhã estará lá em cima.

Está aí o Bolsonaro sendo julgado porque importunou uma baleia. É piada isso, gente. O Poder Judiciário, o Ministério Público gastar tempo, dinheiro para abrir um inquérito de uma baleia, as vacinas, o Cid.

O Cid era capitão, como a gente tem aqui, até o presidente da Casa tem um ajudante de ordem, carrega a mala dele para lá e para cá. Se ele tomou alguma atitude, ele que responda por ele.

O Bolsonaro sempre falou que nunca tomou vacina. Por que ele ia fazer um atestado de vacina se ele fala que não tomou? E da própria filha que era menor de idade. Agora, se o cara fez porque ele quis, é problema dele, ele que assuma a bronca dele. Ele que assuma, o problema é dele. Ele que responda pelos seus atos.

Eu só estou dizendo isso porque agora eu vejo pessoas... E o presidente Lula? Ficou 600 dias preso pelo mesmo Supremo. Não sei se pode falar isso. Hoje eu não sei, nobre deputado, senador Suplicy, se pode falar isso ou não. Mas ficou. E ele falava que era inocente.

Namorou a Janja, 560 cartas trocaram, deputado Reis. Ele falou, trocaram 560 cartas. O cara ficou preso, e agora é o presidente da República. E aí? Essa roda-gigante não pode virar e o Bolsonaro amanhã estar lá em cima de novo? A história é assim, a história vira. Só estou dizendo isso, quer dizer, o mesmo Supremo que condenou o Lula a quase 600 anos de cadeia é o mesmo que o absolveu?

Então, eu tenho medo disso. Honestamente, eu tenho medo. É de acordo com a cara do freguês? Porque o que eu aprendi na polícia, nos tempos de Rota, é que cometeu o crime, paga pelo crime que praticou. O deputado Reis sabe disso. Na delegacia, é a mesma coisa: fez, é autuado em flagrante; não fez, não é autuado em flagrante.

Então, até me causa espanto quando a grande imprensa fala que fizeram uma pesquisa da opinião pública sobre o Supremo Tribunal Federal. Mas pera aí, a Justiça é para ser analisada pelo povo sobre se é boa ou se é ruim, ou é para aplicar a lei?

Então, de acordo com o político que o cara não gosta, eu também não gosto... Então, mudo de acordo com a situação. Eu só queria colocar isso, senador Suplicy. Cada um dá a opinião que quer sobre tudo isso.

Agora, condenar velhinhas e velhinhos a 17 anos de cadeia... Não deve ser analisar a Justiça, porque eu estou no plenário aqui, né. No plenário, eu posso falar, pelo menos até agora. Cabe a cada um. “Ah, porque vai ter que mudar a lei, o cara entra na internet, o que ele fala...”. A lei existe. Se o cara entrou para falar besteira, ele vai ser condenado.

Eu fui procurado aqui, tempos atrás, deputado Reis, por delegados de polícia, no meu início aqui, quase 30 anos atrás. Um dos delegados é o Dr. Angerami, denunciando compras fajutas de munição da Polícia Civil, que comprou munição que não tinha. As delegacias que foram construídas. Concurso para delegado, que passaram até traficantes no concurso.

E os delegados vieram aqui no meu gabinete, junto com o capitão Nakahara, os delegados; eu comprei a banca, eu denunciei aqui nesta tribuna. Cometi um erro, né. Eu falei que o delegado-geral entendia de calibre. E eu fui condenado, deputado Reis, porque saiu na imprensa: 500 mil reais.

Então, veja que a lei existe. Quem se sentir injustiçado com alguma coisa, vai e denuncia, ué. Tem isso; V. Exa. sabe disso. É só denunciar. E fui condenado injustamente.

E digo mais, deputado Reis: estávamos eu, a Dra. Helena e a Neide, que trabalham comigo, o juiz que me condenou me deu a mão, falou: “olha, que prazer conhecer o deputado, sempre respeitei o seu trabalho e tal”.

Só que depois ele foi promovido, Fleury e tal. Então, um monte de coisa né. Alguns já não estão mais vivos aqui, como o governador Fleury. E sobrou para mim, mas tudo bem. Na verdade, é que eu segurei. Mas acharam, então não teve jeito, né.

Mas é o que eu estou dizendo: existe a lei, não precisa mudar lei nenhuma. “Ah, precisamos mudar o Congresso...”. A pessoa fala na internet o que quiser; o outro que acha que não deve falar vai lá e denuncia na delegacia, por calúnia, difamação, injúria.

Não são os tipos penais, grande jurista policial Reis? São os tipos penais. Agora, você não pode falar o que eu quero ouvir? Você fala mal do juiz, você fica preso? Você achou injusta a decisão dele...

Então, eu acho que nem tanto ao mar nem tanto à terra, né. Mas vamos aguardar os acontecimentos. Então, é aquilo que eu falei: eu não acho que está certo também o Poder Judiciário falar: “pera aí, eu não quero mais que o deputado senador Suplicy seja candidato”.

Então, inelegível; por dez anos, ele não vai ser mais candidato. Eu acho que não é por aí também, né. Porque serve para o PT, para o PL, para qualquer um, qualquer pessoa.

Obrigado, Sr. Presidente.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Eduardo Suplicy.

 

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O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Obrigado, deputado Conte Lopes. Agora, deputado André Bueno. (Pausa.) Deputado Luiz Fernando Ferreira. (Pausa.) Deputada Thainara Faria. (Pausa.) Deputado Rui Alves. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.)

Deputado Lucas Bove. (Pausa.) Deputado Vinicius Camarinha. (Pausa.) Deputado Tomé Abduch. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Ricardo Madalena. (Pausa.) Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Márcia Lia. (Pausa.) Rafa Zimbaldi. (Pausa.) Itamar Borges. (Pausa.) Valdomiro Lopes. (Pausa.) Delegado Olim. (Pausa.) Carlos Cezar. (Pausa.) Deputado Reis.

Tem a palavra pelo tempo regimental de 10 minutos.

 

O SR. REIS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Saudar o presidente Suplicy, deputado Conte Lopes, público presente.

Eu vou deixar registrado aqui, na Assembleia Legislativa, a insatisfação que eu estou identificando, no dia a dia dos policiais civis, com o atual governador. Eu tenho visitado as delegacias, os departamentos de Polícia Judiciária, os Deinter, Decap, Demacro, seccionais.

Identificando a insatisfação, já como foi o tratamento do reajuste salarial no ano passado, quando a Polícia Civil teve, quando a gente divide a quantidade de recursos que foi distribuída entre as duas polícias, ela teve 20,5% e a Polícia Militar 25 por cento. Então tiveram reajustes diferenciados, e para a Polícia Civil ficou bem menor.

A questão do vale-refeição, para ter direito ao vale-refeição. Para a Polícia Militar, foram 229 unidades fiscais e para a Polícia Civil foram 154 unidades fiscais. Ou seja, para a Polícia Militar o teto é 7 mil e 811 reais, e para a Polícia Civil o teto é 5 mil e 400 reais.

Então isso também já gerou uma insatisfação. A outra insatisfação são as operações, que aconteceram com relação à Transwolff, com relação às empresas de ônibus, que não se chamou os investigadores, porque aquela investigação foi feita pela Polícia Civil, em conjunto com o Ministério Público.

Na hora de cumprir os mandados de prisão, das diligências que foram feitas, não se prestigiou a polícia judiciária. Então isso também gerou uma insatisfação. A outra insatisfação, que hoje está em todos os jornais, V. Exas. podem acompanhar nos sites e nos jornais, é a questão do termo circunstanciado que, segundo o noticiário, o governador quer implantar nos batalhões de Polícia Militar, para que eles façam os TC, que hoje é trabalho com exclusividade da Polícia Civil de São Paulo.

“Com o argumento de desafogar as delegacias, o governo Tarcísio de Freitas deu início a um conjunto de ações para que agentes da Polícia Militar exerçam atividades de investigação no Estado.”

Então a Polícia Civil, a Polícia Judiciária, está entendo que o governo quer usurpar, quer que a outra polícia usurpe a função dela.

“As medidas constam em uma ordem preparatória, à qual o ‘Metrópoles’ teve acesso...”

Isso aqui está no site do “Metrópoles.

“...para implementar o Termo Circunstanciado Policial Militar, um tipo de registro feito para ocorrências consideradas de ‘menor potencial ofensivo’.  Atualmente, esses casos são conduzidos pela Polícia Civil em São Paulo. O documento é assinado pelo atual subcomandante da PM, coronel José Augusto Coutinho, o nº 2 da corporação e ex-comandante das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar, a Rota. Nele, a gestão Tarcísio prevê, ainda, reforma em batalhões e um rápido treinamento para soldados, cabos e outros agentes para lidar com assuntos da legislação criminal. As ações preparatórias já começaram neste mês e há expectativa de que estejam implementadas até o fim deste ano. Na prática, o Termo Circunstanciado/PM vai permitir que agentes da corporação paulista realizem diligências, como requisitar exames e apreender provas.”

Que hoje são atividades de Polícia Judiciária.

“Segundo juristas, a medida abre margem para que a PM faça até oitiva de testemunhas.”

Olha, agora ela vai ouvir as testemunhas.

“A implementação repercutiu negativamente entre integrantes da Polícia Civil. Para a classe, o ato representa ‘usurpação das suas funções’. O Termo Circunstanciado é lavrado em casos de contravenção penal ou de crimes com pena máxima de até dois anos de detenção. Com julgamentos mais rápidos, esses casos tramitam em juizados especiais.

A medida tem como objetivo dar mais celeridade ao atendimento ao cidadão, otimizar recursos e garantir condições à Polícia Civil para o fortalecimento das investigações de crimes de maior potencial ofensivo, diz a pasta.”

É o que está falando o governo. “Com base em decisões do STF, a secretaria afirma que a lavratura do Termo Circunstanciado não é atribuição exclusiva da Polícia Judiciária.

Trata-se de um procedimento administrativo para o registro de crimes de menor potencial ofensivo que tenham pena máxima de até dois anos. A PM prevê, no documento, que os batalhões sejam preparados ainda neste ano para cumprir as diligências requisitadas e zelar pelo material apreendido. Atualmente, essas atribuições são exclusivas da Polícia Civil.”

Ou seja, a Polícia Militar vai ter que ter um cofre para guardar as armas, guardar aquilo que é apreendido, porque também isso cabe à guarda de quem faz os procedimentos.

“Para isso, a ordem preparatória estabelece que toda companhia da PM crie um compartimento de apreensões, com no mínimo 40 metros quadrados, para armazenar provas daquela ocorrência, como droga ou arma, até o fim de novembro deste ano. O valor do investimento não foi informado ainda pelo governo.

A ordem não cita ou descreve o protocolo para realização de eventuais oitivas de testemunhas ou interrogatórios, caso em que, pela legislação brasileira, o suspeito tem direito de ser acompanhado por um advogado.

Por ser tratar de um procedimento conduzido pela corporação, juristas analisam que esses atos devem acontecer dentro do batalhão. Todos os militares precisam estar preparados para cumprir o devido rito legal, sob pena de qualquer eventual punição ao infrator ser anulada pela Justiça mais tarde.

O texto da PM destaca que as ações têm respaldo em decisões do Supremo. Também afirma já ter feito reuniões conjuntas com o TJSP, visando um termo de cooperação para discutir o funcionamento do Termo Circunstanciado da Polícia Militar.

A presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia de São Paulo, Sindpesp, a Dra. Jacqueline Valadares, diz que a implementação do TC/PM pode representar riscos para a população e tem sido recebida com maus olhos por integrantes da Polícia Civil. Recentemente, a ausência da Polícia Civil em megaoperações contra o Primeiro Comando da Capital também provocou revolta entre delegados.

A partir do momento que Secretaria da Segurança Pública distribui para a PM funções que são da Polícia Civil, como realizar o Termo Circunstanciado, isso acirra uma disputa entre as corporações, diz a Dra. Jacqueline. ‘Cada uma tem sua função. Se a PM está registrando essas ocorrências, quem vai fazer o patrulhamento da rua? Quem vai atender as ligações do 190?’”

Ou seja, hoje já faltam policiais para fazer o patrulhamento, para fazer as rondas. Se eles vão fazer a burocracia, se eles vão lavrar Termos Circunstanciados, quem vai fazer o policiamento ostensivo?

Então, vai ficar todo mundo no papel? Vão preencher papel? E o dia a dia? Não é à toa que, na pesquisa da Genial/Quaest, o quesito “segurança” do governo está mal avaliado. O governo está indo bem em várias áreas, mas quando chega saúde e segurança, ele está mal avaliado, sendo ele um ativista dessa área.

“A Dra. Jacqueline contesta, ainda, a prerrogativa de soldados, cabos e outros policiais militares para definir o que seria um crime de menor potencial ofensivo e então lavrar um Termo Circunstanciado.

Uma pessoa ferida, por exemplo, pode ter sido vítima de uma lesão corporal, passível de Termo Circunstanciado, ou de uma tentativa de homicídio, que seria um Boletim de Ocorrência. O delegado é a autoridade que está preparada, a partir da sua formação jurídica, para definir o tipo penal. Se essa ocorrência deixar de ser apresentada na delegacia, há um prejuízo para toda a sociedade’, diz a Dra. Jacqueline. Para se tornar delegado é preciso ser formado em Direito.

Em nota enviada ao “Metrópoles”, a Secretaria da Segurança Pública confirma que a Polícia Militar tem adotado as medidas administrativas necessárias para eventuais adequações institucionais à elaboração do Termo Circunstanciado. A medida tem como objetivo dar mais celeridade ao atendimento ao cidadão, otimizar recursos e garantir condições à Polícia Civil.

Com base em decisões do STF, afirma que a lavratura do Termo Circunstanciado não é atribuição exclusiva da Polícia Judiciária. Trata-se de um procedimento administrativo para o registro de crimes de menor potencial ofensivo.”

Foi o que respondeu a Secretaria de Segurança para o site que fez o questionamento, porquanto os jornalistas identificaram, e eu também estou identificando no dia a dia, essa insatisfação que tem dentro da Polícia Civil, por conta de como o governo está tratando a Polícia Judiciária, de como o governo enxerga a Polícia Judiciária, e tirando atribuições que são da Polícia Civil, passando para a Polícia Militar.

Obviamente que desde o primeiro dia, quando este governo tomou posse, eu falei que ele tinha criado uma secretaria, a Secretaria da Polícia Militar. Não mais a Secretaria da Segurança Pública.

É só visitar a secretaria, que nós vamos ver que a Polícia Militar tomou conta dela desde o primeiro andar até o último, e nos cargos, nos cargos de assessoria, nos cargos que acompanham o secretário e assim por diante.

Eu acho que o governador poderia criar então a Secretaria da Polícia Civil, melhorar as condições da Polícia Civil, reestruturar as carreiras, como tem agora a lei orgânica nacional, que estabelece que tem que ser reestruturada, e obviamente melhorar as condições salariais, que eu acho que talvez ia reduzir um pouco essa insatisfação que nós estamos identificando no dia a dia com relação ao tratamento que está se dando para a Polícia Militar e ao tratamento que está se dando para a Polícia Civil.

 

O SR. REIS - PT - Sr. Presidente, havendo acordo de lideranças, eu requeiro de V. Exa. que sejam levantados os trabalhos na data de hoje.

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Muito bem, deputado Reis. Havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, sem Ordem do Dia.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 15 horas e 36 minutos.

 

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