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21 DE SETEMBRO DE 2011

105ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidentes: JOOJI HATO, LUIZ CLAUDIO MARCOLINO, RITA PASSOS, CAUÊ MACRIS e BARROS MUNHOZ

 

Secretário: OLÍMPIO GOMES

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - JOOJI HATO

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

002 - DONISETE BRAGA

Destaca o discurso da Presidente Dilma Rousseff na abertura da Assembleia Geral da ONU, ocorrida hoje. Informa que a autoridade é a primeira mulher a pronunciar-se abrindo os trabalhos da organização internacional. Enaltece o crescimento do espaço político das mulheres brasileiras. Cita os desafios da economia nacional.

 

003 - Presidente JOOJI HATO

Anuncia a presença de alunos da Escola Municipal de Líderes, da cidade de Limeira, acompanhados das professoras Carla Marino Rodrigues da Cruz Maduro, Ana Maria Provinciatto, Kátia Nones Herédia, Adilma Rita Albertine de Godói e Sonia Stella Basso.

 

004 - JOSÉ CÂNDIDO

Informa que "O Dia do Rio Tietê" será comemorado em 22/09. Anuncia a realização de passeio ciclístico em homenagem à data, a realizar-se no dia 25/09, na cidade de Suzano. Defende a preservação do meio ambiente.

 

005 - OLÍMPIO GOMES

Informa o lançamento da Frente Parlamentar em Defesa da Segurança Pública, em 21/09, às 15h30min, no Auditório Franco Montoro, nesta Casa. Comunica que, na oportunidade, deverá ser entregue a Medalha Constitucionalista ao coronel da reserva da Polícia Militar Nilson Giraldi. Destaca os feitos do homenageado. Questiona a respeito da aprovação das emendas apresentadas aos PLCs 47, 48, 49, 50 e 51/11. Informa que poderão ocorrer paralisações dos policiais civis e militares caso suas reivindicações não sejam atendidas.

 

006 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Defende sistema financeiro forte, com trabalhadores qualificados e bem remunerados. Divulga dados acerca do crescimento do lucro dos bancos brasileiros neste ano em relação ao período anterior. Endossa as reivindicação dos bancários. Informa que deverá ocorrer assembleia destes trabalhadores no dia 26/09, com indicativo de greve.

 

007 - ROBERTO ENGLER

Comenta artigo, de sua autoria, publicado no DCI, denominado "Unidos. Não Partidos". Elogia a cooperação entre a Presidente Dilma Rousseff e o Governador Geraldo Alckmin visando a realização de obras no Estado de São Paulo. Defende a desconsideração das barreiras partidárias e ideológicas em benefício do interesse público.

 

008 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Assume a Presidência.

 

009 - CARLOS GIANNAZI

Manifesta apoio à paralisação dos trabalhadores dos Correios, contra a privatização da empresa pública, por melhores condições de trabalho e reajuste salarial. Critica a postura do sindicato representativo da categoria. Informa acerca de movimento reivindicatório nacional de médicos. Considera ínfima a quantia que os profissionais da saúde recebem dos convênios particulares. Critica a mercantilização da saúde.

 

010 - JOOJI HATO

Alerta para os riscos da drogas lícitas e ilícitas. Comemora aprovação, em 20/09, de projeto, de autoria do Governo Estadual, que proíbe a venda de bebidas alcoólicas para menores. Lamenta o esgotamento de recursos públicos com a violência e a "guerra fiscal". Defende a aprovação de projetos de lei, de sua autoria, que tramitam nesta Casa, contra a prática da garupa em motos e a venda de bebidas alcoólicas a motoristas.

 

011 - LUIZ CARLOS GONDIM

Informa sobre a paralisação nacional dos médicos visando melhores salários. Lamenta as más condições de trabalho a que estes profissionais são submetidos. Defende a prática da medicina preventiva. Pede que os estudantes do EJA recebam educação anti-drogas. Sugere, como alternativas às drogas, a cultura, o esporte e o ensino profissionalizante.

 

012 - JOOJI HATO

Assume a Presidência.

 

013 - WELSON GASPARINI

Pede revisão da decisão do Governo de São Paulo a respeito do estabelecimento de presídio na região de Ribeirão Preto. Informa que a localidade já abriga diversas unidades prisionais. Defende a construção de penitenciárias regionais para atender as demandas de cada localidade.

 

GRANDE EXPEDIENTE

014 - DONISETE BRAGA

Menciona pesquisa enviada pela Frente Parlamentar de Enfrentamento ao Crack aos municípios do Estado de São Paulo questionando suas políticas de combate às drogas. Exibe documento com dados relativos à pesquisa. Tece comentários a respeito das estatísticas obtidas. Defende a apresentação de emendas ao Plano Plurianual e ao Orçamento, no sentido de garantir mais verbas ao combate às drogas.

 

015 - WELSON GASPARINI

Lê e comenta ofício contrário a instalação de centro de detenção provisória no distrito de Jurucê, em Jardinópolis, enviado ao Governador Geraldo Alckmin. Menciona abaixo-assinado, com 20 mil assinaturas, solicitando ao Executivo que reconsidere a questão. Sugere que os detentos sejam mantidos nos presídios de sua região. Ressalta a importância de programas de reintegração social dos presidiários. Lamenta assalto ocorrido na Câmara Municipal de Ribeirão Preto.

 

016 - MARCOS MARTINS

Lê carta com temas discutidos em conferência de Saúde, realizada na cidade de Serra Negra. Destaca a necessidade de melhorias do SUS.

 

017 - RITA PASSOS

Assume a Presidência.

 

018 - HAMILTON PEREIRA

Recorda que, hoje, a Presidente Dilma Rousseff foi a primeira oradora da Assembleia-Geral da ONU. Lamenta o número de pessoas que desaparecem diariamente no Estado de São Paulo. Comenta projeto, de sua autoria, sobre o tema. Exibe vídeo de reportagem sobre o cadastro nacional de pessoas desaparecidas, ainda não colocado em prática no Estado de São Paulo.

 

019 - CAUÊ MACRIS

Assume a Presidência.

 

020 - RITA PASSOS

Apoia o pronunciamento do Deputado Hamilton Pereira sobre o desaparecimento de pessoas. Dá conhecimento dos resultados obtidos pela "Campanha do Agasalho". Comenta a "Campanha do Brinquedo", que visa arrecadar brinquedos em boas condições para crianças carentes. Destaca os benefícios de uma infância saudável.

 

021 - Presidente CAUÊ MACRIS

Registra a visita do Vereador Carlos Fontes, da Câmara Municipal de Santa Bárbara D'Oeste.

 

022 - CARLOS GIANNAZI

Pelo art. 82, tece comentários sobre proposta, de sua autoria, que reivindica reajuste do vale-refeição dos servidores públicos. Indigna-se com a postura da bancada governista, que não aprova projetos de melhorias para o funcionalismo. Critica o Governador Geraldo Alckmin e seus antecessores pelo arrocho nos salários e nos benefícios da categoria.

 

023 - JOÃO ANTONIO

Pelo art. 82, comenta pronunciamento do Deputado Campos Machado, ontem, sobre convênios assinados entre os Governos Estadual e Federal. Elogia a Presidente Dilma Rousseff pela destinação de recursos ao Estado de São Paulo. Manifesta apoio às ações que visem o interesse público, independentemente de posição partidária. Enfatiza as divergências políticas entre as legendas. Defende a ampliação da participação popular, para que a democracia seja aperfeiçoada. Critica o Governo tucano, a quem chamou de centralizador, por não acatar as reivindicações apresentadas nas audiências públicas.

 

024 - MARCOS MARTINS

Para comunicação, fala de participação em manifestação ocorrida ontem, na Capital, de apoio à criação do Estado da Palestina. Destaca a defesa da Presidente Dilma Rousseff, nesse sentido, durante discurso de abertura da Assembleia Geral da ONU.

 

025 - MARCOS MARTINS

Solicita a suspensão da sessão por uma hora, por acordo de lideranças.

 

026 - Presidente CAUÊ MACRIS

Acolhe o pedido e suspende a sessão às 16h47min.

 

027 - Presidente BARROS MUNHOZ

Assume a Presidência e reabre a sessão às 17h57min.

 

028 - EDINHO SILVA

Pelo art. 82, tece comentários sobre o Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência, comemorado hoje. Defende a melhoria no transporte público oferecido aos deficientes. Critica falhas no sistema de saúde, que não dispõe de aparato para atendimento de doenças raras. Cita PL 648/11, de sua autoria, que trata do assunto. Cobra o debate da matéria em Plenário. Repudia os critérios, desta Casa, para apreciar projetos de Deputados. Destaca caso ocorrido em Araçatuba, em que paciente foi transferido para a Capital para tratamento médico.

 

ORDEM DO DIA

029 - Presidente BARROS MUNHOZ

Coloca em votação e declara sem debate aprovado requerimento, do Deputado Reinaldo Alguz, de urgência, ao PL 830/08.

 

030 - VINÍCIUS CAMARINHA

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

 

031 - Presidente BARROS MUNHOZ

Registra a solicitação. Presta esclarecimentos sobre a deliberação de projetos parlamentares. Convoca sessão extraordinária a realizar-se hoje, com início 10 minutos após o término da presente sessão.

 

032 - JOÃO ANTONIO

Para comunicação, manifesta apoio ao pronunciamento do Deputado Edinho Silva, quanto à apreciação de proposituras de Deputados. Informa que retirara três artigos de projeto de sua autoria, fato que garantiria a sanção da matéria, que terminou vetada. Pede explicações ao Líder do Governo na Casa, Deputado Samuel Moreira, sobre o assunto.

 

033 - SAMUEL MOREIRA

Para reclamação, indigna-se com argumentos apresentados pelo Deputado João Antonio, no sentido de que houvera compromisso na aprovação da matéria citada. Reitera que não houve e não haverá garantias de que projetos parlamentares sejam sancionados pelo Governador, atribuição desta autoridade.

 

034 - JOÃO ANTONIO

Para reclamação, argumenta que houvera desencontro de informações sobre o projeto citado.

 

035 - SAMUEL MOREIRA

Para reclamação, ratifica sua manifestação anterior.

 

036 - Presidente BARROS MUNHOZ

Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 22/09, à hora regimental, com ordem do dia. Lembra a realização da sessão extraordinária, hoje, com início às 19 horas. Levanta a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Olímpio Gomes para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - OLÍMPIO GOMES - PDT - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados, tem a palavra o primeiro orador inscrito, nobre Deputado Orlando Morando (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Geraldo Vinholi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga, coordenador da Frente Parlamentar anticrack, que fez uma belíssima reunião hoje apresentando importante trabalho pela cidade de São Paulo. Parabéns, deputado.

 

O SR. DONISETE BRAGA - PT - Agradeço, Sr. Presidente Deputado Jooji Hato, pelas palavras e presença de V.Exa. nessa importante frente. Às 15 horas e 30 minutos vou fazer uma apresentação do quadro que encontramos no Estado de São Paulo. Cumprimento os parlamentares em plenário, Roberto Engler, Marcolino, os servidores da Assembleia, a juventude presente nas galerias acompanhando os trabalhos desta Casa.

Primeiramente gostaria de destacar a fala da presidente da República, Dilma Rousseff, que hoje inaugura novo marco na história da ONU. Ela é a primeira mulher a fazer a abertura numa importante organização mundial.

Em segundo lugar quero registrar e valorizar o papel da mulher brasileira que deixou sua condição de segundo plano e hoje, felizmente, está galgando espaços fundamentais no Brasil. O nobre Deputado Marcolino presidiu o importante Sindicato dos Bancários, por exemplo, e passou o bastão para a nossa companheira Giovania que hoje preside esse sindicato, o maior do nosso estado.

Falando como cidadão, para nós, quanto mais a mulher brasileira ascender aos espaços profissionais de direção de empresas; até mesmo aqui no Parlamento é uma grande minoria. O nosso partido inaugurou um processo muito rico estabelecendo a participação das mulheres nas direções e nos cargos eletivos. Entendemos que isso é um reconhecimento fundamental, uma valorização da mulher brasileira. Quando a nossa Presidente Dilma fala, hoje, representando o nosso país e fala para o mundo, sem dúvida temos que deixar em segundo plano as questões partidárias e valorizar o significado do nosso país para o mundo. Queremos cada vez mais dar oportunidades.

A juventude se faz presente aqui, hoje, e seguramente há um processo de qualificação, de formação. Vocês já começam inclusive a escolher o segmento profissional em que irão atuar. Poderão ser médicos, pesquisadores, poderão representar um município, um governo de estado e isso é o que queremos para o Brasil. Não queremos apenas sonhar, mas acima de tudo transformar os nossos sonhos em realidade. Isso que queremos expressar ao vermos nossa presidente Dilma Rousseff falar para o mundo.

Enfrentamos desafios em relação à economia internacional; há uma crise e graças a Deus o nosso país tem se organizado para manter a segurança na economia, nos investimentos em políticas públicas de saúde, de segurança, na juventude, eis que queremos erradicar o analfabetismo no Brasil e proporcionar que toda a juventude, homens e mulheres possam frequentar uma universidade pública gratuita e de qualidade; que possamos restabelecer a inclusão social no país.

Acredito ser esse o grande sentimento de uma nação, daí a Nação brasileira aguardar com muita expectativa esse movimento expressado pela presidente Dilma na ONU, falando para o mundo, mas principalmente representando o nosso Brasil.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Quero registrar a presença dos ilustres visitantes, alunos e alunas da Escola Municipal de Líderes da linda cidade de Limeira, acompanhados das professoras Carla Marino Rodrigues da Cruz Maduro, Ana Maria Provinciatto, Kátia Nones Herédia, Adilma Rita Albertine de Godói e Sonia Stella Basso.

Esta Presidência solicita uma salva de palmas aos ilustres visitantes. (Palmas.)

Tem a palavra o nobre Deputado Edinho Silva. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Cândido, pelo tempo regimental.

 

O SR. JOSÉ CÂNDIDO - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, professores e alunos da cidade de Limeira, sejam todos bem vindos a esta Casa. É importante a presença de vocês, é aqui que se exerce a cidadania e que se projeta o futuro do nosso Estado e do nosso país.

Sr. Presidente, hoje, eu quero fazer um pequeno comentário sobre o momento em que vivemos, pois ele é muito importante para mim. No hemisfério Sul, o dia 23 de setembro marca o início da primavera. Nessa estação a natureza parece recuperar toda a vida que estava adormecida nos dias frios de inverno.

O Brasil tem fortes laços com a cultura indígena, tendo em vista que ela deu origem a esse país. Uns desses laços são o amor e o respeito pelas árvores pois elas são as maiores representantes da imensa riqueza natural que o Brasil possui.

Há 30 anos o país formalizou o dia 21 de setembro como sendo o “Dia da Árvore”, para confirmar seu carinho e seu respeito pela natureza. Esse dia marca um novo ciclo para o meio ambiente. Por isso este é o tempo para reforçarmos os apelos de conscientização em favor do meio ambiente.

Eu fiz essa introdução, Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público que nos assiste pela TV Assembleia, imprensa e funcionários, para dizer que o dia 22 de setembro é também considerado como “Dia do Rio Tietê”.

Nesta quinta feira, 22 de setembro, é comemorado o aniversário do Rio Tietê. Como consta na história, ele nasce em Salesópolis, após percorrer 1.136 km, deságua em no Rio Paraná, em Itapura. Seu nome é de origem indígena e significa rio verdadeiro, ou rio muito bom, na língua tupi. Mas como todos nós sabemos, vivemos um caos ambiental em relação à situação dos nossos rios, tantos afluentes do Rio Tietê como ele próprio.

Todos os anos, Sr. Presidente, como defensores do meio ambiente, fazemos um passeio ciclístico. Cada ano tem seu itinerário, mas, na maioria das vezes, ele foi realizado no centro da minha cidade, Suzano. Desta vez iremos fazer um traçado diferente para o evento que irá ocorrer no dia 25 de setembro. O nosso mandato em parceria com a Associação de Moradores Caminho do Sol, de Suzano, irá fazer o percurso ciclístico pela várzea do Rio Tietê. O evento recebeu o nome de “Tietando o Tietê” em homenagem ao rio. O percurso será pela várzea do rio. Desse modo os participantes poderão conhecer as áreas limites da cidade, Suzano e Mogi das Cruzes. O objetivo também é mostrar aos participantes problemas como: níveis de poluição, ocupação da várzea do Rio Tietê e locais de vazamento de gasolina de um duto da Transpetro.

Esse passeio tem como proposta a reflexão acerca da recuperação do rio, para que assim possamos continuar respirando o ar livre. E, desse modo iremos continuar denunciando a degradação do meio ambiente.

O passeio ciclístico irá ocorrer neste domingo, dia 25 de setembro, às 9 horas, em Suzano. O local de saída será a rotatória, após a ponte do rio, na Rua João Batista Fittipaldi, que dá acesso ao nosso rio que, infelizmente, está bastante poluído.

Isso é uma pequena parcela que podemos fazer em favor da conscientização sobre o meio ambiente. Mostrar que a água é um bem finito e precisa estar limpa para que, além de curti-la e contemplá-la, possamos aproveitá-la em beneficio a nossa saúde.

Para encerrar, Sr. Presidente, ontem, eu tive a oportunidade de coletar assinaturas para a constituição de uma Frente Parlamentar em Defesa da Água Limpa. Quero agradecer porque, prontamente, a maioria dos Deputados aos quais eu solicitei apoio, assinou o requerimento. Assim, logo iremos protocolar para dar continuidade a essa Frente Parlamentar que já existia no meu mandato anterior. Iremos reconduzir essa Frente Parlamentar, para que dessa maneira possamos continuar a conscientizar o Brasil e o mundo sobre a necessidade de água limpa, despoluída e descontaminada. Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Marco Aurélio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes, pelo tempo regimental.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputados, funcionários desta Casa, cidadãos que nos acompanham pela TV Assembleia, daqui a pouco, às 15 horas e 30 minutos, no auditório Franco Montoro, teremos o lançamento da Frente Parlamentar em Defesa da Segurança Pública. Provavelmente, contaremos com a presença de profissionais da Segurança Pública; de cidadãos dos Conselhos comunitários; de representantes da imprensa policial; da OAB; do Ministério Público; e de órgãos federais, estaduais e municipais.

Aproveito para convidar a todos os Srs. Deputados e Sras. Deputadas para que auxiliem e participem desse esforço. A Assembleia Legislativa não pode ter o papel de ser um catalisador de políticas públicas, de sugestões e de reclamações relativas à Segurança.

Na mesma oportunidade, iremos homenagear com a entrega da Medalha Constitucionalista, a maior condecoração da Assembleia Legislativa, ao Coronel da reserva, Nilson Giraldi, símbolo do esforço e da luta pela Segurança Pública. Ele criou o “Método de Giraldi”, usado como treinamento de tiro defensivo pela polícia do Estado de São Paulo. Sem receber nenhum beneficio financeiro e voluntariamente, Giraldi tem se dedicado, desde 1997, a formar multiplicadores e instrutores do método de tiro que revolucionou o treinamento tático da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Esse método já foi estendido praticamente a todas as polícias brasileiras, foi o sistema adotado pela Cruz Vermelha Internacional, por várias polícias no mundo e, numa justa homenagem da Assembleia Legislativa, o velho soldado de polícia, Nilson Giraldi, e digo "velho soldado" porque começou a sua carreira como soldado da Polícia Militar e aposentou-se no posto de coronel, e que é um grande exemplo para a Segurança Pública do Estado de São Paulo.

Convido todos para esse ato, que dá início a uma série de eventos que serão propagados pela Frente: a criação de um banco de projetos e sugestões, as comissões temáticas de Segurança Pública no plano comunitário, no plano profissional e no plano político, e procurando essas três agendas um encadeamento para apoiar os órgãos de Segurança Pública do Estado, da União, os órgãos que atuam no sistema prisional e, não menos importante também, o apoiamento ao Ministério Público, à Defensoria Pública, aos órgãos do Poder Judiciário.

Gostaria também, Sr. Presidente, de dizer que estamos ansiosos pela reunião do Colégio de Líderes, às 16 horas, quando o Líder do Governo deve apresentar a nós, líderes partidários, bem como a todos os parlamentares, quais as emendas que foram acolhidas pelo Governo, para serem debatidas e aproveitadas no PLC 47, 48, 49, 50 e 51.

Temos uma grande expectativa em relação a isso, porque foram 157 emendas e três substitutivos. Não pode haver simplesmente um descarte, como se queria fazer, um congresso de comissões para se desprezar as emendas.

As associações e sindicatos estão mobilizados. Se necessário for, teremos os policiais, através dos sindicatos e associações. Vão às ruas, sim, se tentarem votar esses projetos da forma como foram encaminhados, com tantas injustiças com a Polícia Militar, com a Polícia Civil, com a Polícia Técnico-Científica, com os agentes penitenciários, com os agentes de escolta e vigilância. Nós poderemos ter inclusive o desencadeamento de um movimento de paralisação sem tempo definitivo por órgãos da Segurança Pública.

Não se trata de ameaça, e sim simplesmente o que está sendo deliberado pelas associações e sindicatos. Não adianta o Governo vir com meia conversa, como aconteceu ontem, até porque, graças a Deus, a esmagadora maioria das lideranças partidárias e dos parlamentares está querendo debater as emendas e aproveitar para aperfeiçoamento desses projetos.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Esta Presidência parabeniza o nobre Deputado Major Olímpio e deseja muito sucesso na Frente Parlamentar pela Segurança, tão importante para o nosso Estado e País.

Tem a palavra o nobre Deputado Reinaldo Alguz. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Fernando Capez. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Caramez. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlão Pignatari. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alex Manente. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários da Assembleia Legislativa, alunos da Cidade de Limeira, que nos acompanham no plenário, durante todo o primeiro semestre e início do segundo semestre, muito se debateu aqui sobre a questão das regiões metropolitanas, a importância de um Estado forte, a importância do Estado de São Paulo também para o desenvolvimento do Brasil.

Não acredito que seja possível um Estado forte, um Estado que cresça, um Estado pujante, se não tiver também um sistema financeiro forte. Mas para que haja um sistema financeiro forte, é necessário que haja também trabalhadores qualificados, trabalhadores bem remunerados do sistema financeiro, que criem condição, a partir dos empréstimos que são concedidos nos locais de trabalho, às políticas de desenvolvimento que têm, e poder atender bem à população.

O sistema financeiro brasileiro, com sede principalmente na Cidade de São Paulo, não tem o mesmo entendimento. Quando o Estado cresce, quando o Brasil cresce, o sistema financeiro também cresce, mas é necessário que esse crescimento, esse lucro que vem sendo acumulado pelos bancos tem que ser redistribuído de alguma forma: um bom atendimento para a população e um bom salário para os seus trabalhadores.

Ontem levantamos alguns dados, comparando o lucro dos bancos no 1º semestre de 2011 com o de 2010. Os bancos lucraram - até junho de 2010 - 22,1 bilhões de reais. E no 1º semestre deste ano, foi para 26,5 bilhões de reais. Estamos falando de uma variação de 20%, de um ano para outro.

Esse foi o crescimento, o lucro dos bancos acumulado, e aqui estamos falando de alguns: Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bradesco, Itaú, Santander e Safra. Acumularam mais de 4,4 bilhões.

Mas, pasmem, Srs. Deputados. Ontem houve uma negociação com a categoria bancária, de que fui representante por longos anos, fui presidente por dois mandatos, seis anos. Os bancos apresentaram aos trabalhadores um aumento real de apenas 0,37%. Houve um crescimento do lucro dos bancos de 19.98, e propuseram aos trabalhadores bancários apenas 0.37 de aumento real no salário.

Os banqueiros, mais uma vez, estão levando a categoria bancária para uma greve, uma categoria forte, uma categoria organizada. Os bancos têm uma falta de sensibilidade, tendo lucros crescentes e permanentes a cada ano, e isso é fruto do trabalho do bancário, é fruto também da cobrança abusiva que os bancos têm, de forma permanente, para a venda de produtos.

Muitas das pessoas que estão me ouvindo neste momento entram numa agência bancária e têm que comprar um cartão de crédito, um seguro, um plano de capitalização. Só com receita de prestação de serviços, que são as tarifas bancárias, o cliente chega a pagar, e os bancos arrecadam, no ano, 50 bilhões de reais. É o quanto os bancos arrecadam por ano, só com tarifa bancária, só com receita de prestação de serviço. E no momento de valorizar os trabalhadores, pagando aumento real, uma PLR justa, vem com apenas 0.37.

Em relação aos clientes, uma das grandes reivindicações é o aumento do número de funcionários. Se você tem mais funcionário na agência bancária, é menos tempo na fila, é uma qualidade de atendimento, diminuição do estresse dos trabalhadores.

São essas reivindicações, justas, que os trabalhadores apresentaram e os banqueiros, mesmo lucrando 20% - 20% de crescimento no período de junho de 2010 a junho de 2011 - apresentaram apenas 0.37 de aumento real de salários. Portanto, os bancários fazem uma assembleia amanhã, uma nova assembleia no dia 26, com grande chance de sair greve a partir do dia 27.

É importante que o cliente que está nos ouvindo, os bancários que estão nos ouvindo, atentem: é claro, os bancários estão entrando em greve a partir do dia 27, por pura responsabilidade do sistema financeiro brasileiro, que não tem percebido que quem gera o desenvolvimento do Brasil, e quem cria condição para o desenvolvimento do Estado também é o sistema financeiro.

Mas é necessário haver a contrapartida do cliente, a contrapartida dos trabalhadores. Se os bancários entrarem em greve é irresponsabilidade, ou melhor, é irresponsabilidade do sistema financeiro brasileiro. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Gerson Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Engler.

 

O SR. ROBERTO ENGLER - PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, tive a ousadia de escrever um artigo que foi publicado ontem no DCI intitulado “Unidos e não partidos”. Participei de dois eventos recentemente que foram historicamente inéditos. Tenho seis mandatos, 21 anos de deputado, nunca vi nada parecido.

Há menos de um mês no Palácio dos Bandeirantes, a Presidenta Dilma Rousseff se juntou ao Governador Geraldo Alckmin para, em conjunto, delinearem formas de fazer a unificação dos programas de complementação de renda na região Sudeste do País. A Dilma e o Geraldo. E, na plateia, parlamentares do PT com parlamentares do PSDB. Nunca tinha visto isso.

Poucos dias atrás, mais um evento no Palácio dos Bandeirantes. A Presidenta Dilma Rousseff e o Governador Geraldo Alckmin que, vindos de Araçatuba, onde inauguraram uma fábrica de barcaças, anunciaram investimentos de mais de um bilhão de reais para a recuperação do Rio Tietê, para a recuperação de eclusas, alargamento do rio, para fazer o transporte de cargas, da riqueza do Brasil por uma via rápida e econômica. De lá, foram ao Palácio dos Bandeirantes. Foram falar da participação do Governo Federal em 900 milhões de reais para fazer o Trecho Norte do Rodoanel. A Presidenta disse: “O Governador quer fazer o ferroanel, que deve acompanhar o Trecho Norte do Rodoanel. Eu aceito. E não é empréstimo, é fundo perdido.” Ela falou três vezes: “o que é bom para São Paulo é bom para o Brasil”. Nunca tinha visto isso. Unidos e não partidos.

Uma observação: dos dois lados houve um ranger de dentes. Do lado tucano, muitas pessoas vão perguntar: “E o nosso projeto de 2014.” O nosso projeto? É projeto do povo. E do lado dos petistas, um observador falou que, quando Geraldo Alckmin falava, nenhum deles aplaudia.

Resolvi falar sobre isso. Historicamente, inédito. É um objetivo bíblico. É o rompimento da armadura, do egoísmo, de pensar apenas em si ou nos companheiros. Pois, pensando nos companheiros, também vai fazer bem para mim. De repente, romper essa barreira de egoísmo e pensar no outro, pensar naquilo para o qual fomos eleitos, pensar no povo, um povo que não aceita essa classe política que só pensa nela. Eles não querem saber nossa cor ideológica ou partidária, se somos azuis, vermelhos ou amarelos. Eles querem resultado. O interessante é que a nossa atividade política é tentar fazer o bem para o povo. Só que muita gente entende que é o bem para nós mesmos. O ato feito pelo Governador e pela Presidenta tem de ser louvado aos quatro ventos. É inédito. De repente, não interessa mais os partidos, as barreiras ideológicas. O que interessa é o cumprimento das responsabilidades para as quais fomos eleitos, que a nossa população paulista e brasileira acredita que somos capazes de fazer. Superar esses obstáculos. Arrebentar os grilhões desse conservadorismo. Aprenderam a se somar, a dialogar.

Vejam os efeitos anunciados e os que deverão acontecer. Percebemos o discurso da Presidenta: o que é bom para São Paulo é bom para o Brasil e estou nessa. Vejo que o Governador Geraldo Alckmin também soube abrir o governo: vamos somar, vamos conversar, vamos construir juntos a política que o povo paulista e o povo brasileiro esperam de cada um de nós.

Parabéns, Presidenta Dilma Rousseff. Parabéns, Governador Geraldo Alckmin.

Com 21 anos de mandato, nunca vi nada parecido. Registro esse fato fantástico como o começo, quem sabe, de um novo tempo no qual a política possa ser vista com mais respeito pelo cidadão comum. Muito obrigado.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Luiz Claudio Marcolino.

 

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O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Hamilton Pereira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Dilmo dos Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vitor Sapienza. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Telma de Souza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Orlando Bolçone. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alencar Santana. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Carlos Gondim. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Celso Giglio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Welson Gasparini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, gostaria de manifestar o nosso apoio a dois movimentos importantes que estão ocorrendo hoje em nível nacional. O primeiro movimento é a paralisação dos trabalhadores dos Correios. Estão paralisados, primeiramente, contra a privatização dos Correios. Recentemente, foi aprovado um projeto de lei no Congresso Nacional criando a possibilidade para a privatização dos Correios.

Além desse tema, os trabalhadores dos Correios também reivindicam o cumprimento de acordos feitos e não cumpridos. Hoje o piso salarial de um trabalhador dos Correios é de apenas 800 reais. Além disso, há uma outra reivindicação importante, a respeito do déficit de funcionários. Hoje, os carteiros e demais funcionários têm um trabalho extremamente excessivo e estressante porque a empresa estatal não tem feito a contratação de mais servidores. Por isso, hoje há um movimento de paralisação. Só que até agora não houve negociação. A estatal se recusa a negociar com esses trabalhadores.

Existe uma entidade que deveria representar de fato esses trabalhadores, mas que não está cumprindo seu papel. Uma entidade que, no passado, foi combativa, hoje, segundo denúncias dos trabalhadores que organizam esse movimento, é uma entidade cooptada pelo próprio Governo Federal. É um sindicato pelego, chapa branca. Isso nas palavras dos próprios trabalhadores dos Correios, que estão se organizando por conta própria. É um movimento que não tem a participação dos sindicatos. O sindicato tornou-se um inimigo dos trabalhadores. Isso vem acontecendo no Brasil com vários movimentos que foram cooptados, que viraram movimentos estatizados, sindicatos estatizados, centrais sindicais estatizadas, entidades de estudantes estatizadas. Por exemplo, onde está a União Nacional dos Estudantes (UNE)? Hoje, é uma entidade chapa branca, estatizada pelo Governo Federal.

Mas a população sempre se organiza. Quando ela é traída por essas organizações, busca outras formas de organização. Não há domínio total na sociedade: existem outras lacunas e outras formas de movimentação. E é isso também a que estamos assistindo. São novas formas de organização, de denúncia em relação a esses aspectos todos. Então, o nosso total apoio ao movimento dos Correios. Exigimos que a estatal que controla os Correios abra o diálogo, negocie com os trabalhadores.

O segundo movimento que gostaria de citar é o dos médicos. Hoje, estamos tendo uma grande paralisação dos médicos, em todo o território nacional. Existem médicos de convênio que recebem apenas 15 reais por consulta, de um plano de Saúde. é um absurdo e é por isso que existe esse movimento, o qual apoiamos.

Já temos a falência da Saúde pública. O Sistema Único de Saúde (SUS), que é tão importante, defendido na Constituição Federal de 1988, não vem funcionando porque o Governo não investe em recursos. Do outro lado, quase metade da população que consegue pagar um convênio médico é também pessimamente atendida, também não tem garantia de que será atendida com qualidade.

Há crise nesse setor. Esses convênios médicos, além de explorarem os contribuintes, exploram também os médicos. É inaceitável que no nosso País um médico receba um honorário de 15 reais por consulta. E aí cobramos: onde está o Ministério da Saúde, onde está a Agência Nacional de Saúde para fiscalizar? O poder público é omisso porque, infelizmente, esses convênios são poderosos, têm o poder político-econômico, têm representantes no Congresso Nacional, nos parlamentos, no Ministério da Saúde e na Agência Nacional de Saúde.

Dessa forma, o Poder Público torna-se um aliado desses planos de Saúde, dessas empresas mercadoras da saúde, que transformaram a saúde numa mercadoria. Quem paga a conta é a população usuária desse serviço, que não consegue utilizar, e os médicos, que chegam a receber 15 reais por consulta.

Todo o nosso apoio a esse movimento. Exigimos que o Governo Federal tome medidas imediatas para coibir esse tipo de exploração, que nos remete ao início da Revolução Industrial. Muito obrigado.

 

O Sr. Presidente - Luiz Claudio Marcolino - PT - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, tem a palavra o nobre Deputado Milton Vieira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato.

 

O SR. Jooji Hato - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, não conseguiremos ter o direito de ir e vir, o direito à vida, o direito à segurança se não apostarmos na educação, na cultura, no esporte. Não teremos segurança, não teremos qualidade de vida se não apostarmos na geração de emprego, na religião e, principalmente, se não controlarmos as drogas. Não importa se são drogas ilícitas ou lícitas. Temos que controlar, sim, principalmente as drogas oficializadas, as bebidas alcoólicas, seguidas das drogas ilícitas heroína, cocaína, crack, oxi e tantas outras.

Ontem, aprovamos uma lei. Parece até redundância, parece até algo trágico-cômico. Aprovamos uma lei que diz que é proibido vender bebida alcoólica a menores de idade. O projeto foi enviado a esta Casa pelo Governador mais poderoso deste País, Geraldo Alckmin, porque São Paulo é o estado-chefe da Nação.

Em nossa Capital, uma das maiores metrópoles do mundo, e em várias cidades do Estado convivemos com pessoas que vendem bebidas alcoólicas a menores adolescentes, crianças de dez, onze anos. São maus comerciantes, pais irresponsáveis, adultos irresponsáveis, que dão a menores bebida alcoólica, a porta de entrada para as drogas ilícitas.

Que País é este? Somos obrigados a aprovar uma lei, enviada pelo Governador, que já existe e não é cumprida. Nunca vi ninguém ser preso ou processado por ter vendido bebida alcoólica para alguém. Desconheço, pode ser que exista.

Aprovamos uma lei que tem no bojo, na vocação, o que é mais importante: a fiscalização, dar aos comerciantes a responsabilidade de fiscalização. O Estado não tem condições de pagar tantos fiscais, até porque a violência consome todos os recursos. Não damos recursos às Santas Casas, que estão falidas. Nos hospitais, não temos leitos de UTIs, não temos leitos cirúrgicos, porque são consumidos pela corrupção, pela violência e pela guerra fiscal. Quanto o Estado de São Paulo perde na guerra fiscal, na guerra do ICMS? O orçamento vai embora e não temos qualidade de vida.

A violência consome muito. A violência consome leitos fundamentais, consome cirurgias, leitos de UTIs. Os Deputados Ulysses Tassinari, Luiz Carlos Gondim e Donisete Braga sabem disso. O Deputado Donisete Braga fez uma reunião hoje. Estivemos falando com o Secretário da Segurança. Às vezes, ouvimos que combater a droga é enxugar o gelo ou limpar o chão com a torneira aberta. Ficamos desanimados, mas não podemos perder a esperança. Temos que continuar firmes, lutando. Não por nós, não por nossos filhos, que já estão vivendo o curso dessa história tão inaceitável, mas temos que lutar por nossos netos, bisnetos, tataranetos, a futura geração.

Temos que esperança. Temos que combater a violência controlando, principalmente, a bebida alcoólica e as drogas. Esta é a nossa grande tarefa.

Ao finalizar a nossa intervenção gostaria de dizer que sonho em ver aprovado o projeto da moto sem garupa, moto que tem um indivíduo, que usa um capacete que serve como máscara e em cima de um veículo rápido que nem a Polícia consegue pegar e um outro também que está pegando em todo País. Aprovado há 10 anos na Câmara Municipal de São Paulo foi vetado, mas está sendo aplicado em Ribeirão Pires, em Mauá pelo Prefeito Oswaldo Dias e há questão de 20 dias em São Caetano, como em várias cidades do Rio de Janeiro, Rio Grande Sul, Paraná. O projeto proíbe a venda de bebida alcoólica em postos de combustíveis e lojas de conveniência, ou seja, a venda de bebida alcoólica para motorista.

Infelizmente o nosso Estado, o estado para forte da União, ainda continua vendendo bebida alcoólica para menores e motoristas, que depois vão sair dirigindo pelas estradas. Um absurdo.

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Tem a palavra o nobre Deputado Aldo Demarchi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vinicius Camarinha. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Antonio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Mentor. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Geraldo Cruz. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Tobias. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Ed Thomas. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Bigardi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Massafera. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Milton Leite Filho. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Grana. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Regina Gonçalves. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Paulo Rillo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Afonso Lobato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Neves. (Pausa.)

Esgotada a lista de oradores inscritos no Pequeno Expediente vamos passar à Lista Suplementar.

Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Fernando Capez. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Dilmo dos Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Moura. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Orlando Bolçone. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Carlos Gondim.

 

O SR. LUIZ CARLOS GONDIM - PPS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, iremos abordar alguns temas hoje no Pequeno Expediente.

Primeiramente quero falar da paralisação dos médicos. Aqui em São Paulo estamos fazendo esta paralisação parando os pediatras num dia, os vasculares noutro dia, os cirurgiões noutro de modo a chamar a atenção contra os baixos salários que recebem. Os médicos têm de ter dois, três, às vezes cinco empregos para poder ganhar um salário digno: dois mil reais em cada um.

Os médicos, além de levarem uma vida muito estressante, não têm um bom salário. Então que aquela empresa que contrate um médico, seja ela pública ou privada, pague bem, pelo menos 15 salários-mínimos para que possa receber cinco mil, sete mil reais. Que fique ali aquela manhã toda, aquele dia para dar uma atenção especial aos pacientes.

Não se cumpre uma segunda tarefa: o médico fazer o ambulatório pela manhã e cirurgia à tarde. Sem isso, os médicos são obrigados a trabalhar em vários empregos, além do quê os convênios médicos pagam mal: de 15 a 40 reais a hora. Somando 1600, 2000, 2500 reais por mês. Nesse sentido, apoiamos a paralisação que eles fazem.

Nobre Deputado Jooji Hato, quero fazer um comentário em cima da sua fala.

Trabalharmos na prevenção às drogas não é enxugar gelo. Nós estamos chamando a atenção para que o Governo Federal, o Governo Estadual e os governos municipais invistam em cultura, em esporte e ofertem empregos aos jovens. Os jovens precisam ocupar o seu tempo com algo de bom.

Enquanto se fizer apenas clínicas para tratamento, não iremos resolver o problema. Aí é enxugar gelo. Mas se fizermos a medicina preventiva, a exemplo do que é feito em relação às drogas, poderemos resolver o problema.

Hoje ouvi o Deputado Donisete Braga, na rádio, falar sobre as drogas. Parabéns. É isso mesmo. A Frente Parlamentar tem de fazer este trabalho. Temos a experiência de que se não trabalharmos a prevenção primária e secundária não obteremos nenhum resultado. Aí, sim, poderá dizer-se que banana vai comer macaco.

Portanto, a nossa luta é trabalharmos pela medicina preventiva. O Governo do Estado tem de investir na medicina preventiva. ‘Ah, mas temos as clínicas de tratamento.’ Só que temos uma vaga para cada município. Isso é um absurdo. Quem faz a prevenção terciária em relação às drogas são as igrejas.

O Governo poderia fazer convênios com essas entidades, oferecer psiquiatra, fazer um trabalho dentro do EJA mostrando a ação das drogas e orientando os pais dessas crianças a ocuparem o tempo de seus filhos com tarefas. O ensino profissionalizando ajuda a fazer o segundo tempo do ensino no sentido da prevenção às drogas. Então temos muitas coisas a serem feitas. Estamos engatinhando.

É possível vencer esta luta. Não são as clínicas, que fazem a prevenção terciária, que vão resolver. O Governo é obrigado a fazer essas clínicas e a dar vagas para internação desses jovens. Do contrário, não vamos ganhar essa luta. Mas esta é a condição terciária. O mais importante é investir na condição primária que é trabalhar na prevenção às drogas’, na orientação ao adolescente com psicólogo, psiquiatra para não entrar nas drogas e ocupar o tempo desses jovens oferecendo o quê? Cultura, esporte e ensino profissionalizante.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra a nobre Deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rafael Silva. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Mentor. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vinicius Camarinha. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Welson Gasparini.

 

O SR. WELSON GASPARINI – PSDB - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, na manhã de hoje levei ao Palácio do Governo documento pedindo revisão da decisão do Governo de São Paulo em construir um presídio na divisa de Ribeirão Preto com Jardinópolis porque aquela região não suporta, a meu ver, mais uma unidade prisional. Para se ter uma idéia: a capacidade da penitenciária de Ribeirão Preto é para 792 detentos e ela está com 1354. Como é possível uma coisa dessas? Nessa região, ainda, a Penitenciária 1, de Serra Azul, tem capacidade para 768 presos e está com 1434; já a Penitenciária 2, também em Serra Azul, tem capacidade para 768 e atualmente  abriga 1529 presos; nossa região, enfim, não agüenta mais. O mais grave é que essa unidade prisional do distrito de Jurucê, município de Jardinópolis, está mal localizada e deverá ter mais de mil detentos; sua população deverá ficar menor, assim, do que a de presidiários.

Vou apresentar documentos sobre essa situação. Defendo que cada região fique com os seus bandidos. É o certo. Devem ser construídas penitenciárias regionais para atender à demanda de cada região. Não é justo bandidos condenados e presos de São Paulo e de outros lugares acabarem indo para uma cidade completamente diferente. Voltarei a abordar esse assunto no Grande Expediente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados, esgotado o tempo do Pequeno Expediente, vamos passar ao Grande Expediente.

 

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- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Por permuta com o nobre Deputado Rui Falcão, tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga.

 

O SR. DONISETE BRAGA - PT - Sr. Presidente Jooji Hato, Srs. Deputados, servidores. Tivemos a pretensão de fazer um levantamento sobre a proliferação do crack no Estado de São Paulo, que compreende 15 regiões administrativas e 645 municípios. Associo-me à intervenção do nobre Deputado Luiz Carlos Gondim e devo dizer que vários parlamentares têm se associado ao nosso movimento. Entendo que discussões sobre política de combate ao álcool, às drogas em geral devem ser classificadas como políticas de estado. É fundamental o processo de articulação entre as esferas municipais, estadual e principalmente a federal.

No mês de abril iniciamos o levantamento perguntando aos municípios quais as ações e iniciativas de combate ao crack em cada região administrativa e em cada município. Recebemos resposta de 325 municípios, o que dá um total de 76% da população que compõe o Estado de São Paulo, portanto, quase 30 milhões, de um total de 40 milhões de moradores.

A iniciativa foi minha e do Deputado Enio Tatto e hoje há uma frente suprapartidária, com 29 parlamentares, e a grande maioria participou das atividades realizadas.

Aqui estão as 15 regiões administrativas. Infelizmente nas regiões de Barretos, Marília, Registro e Ribeirão Preto não conseguimos atingir o percentual de 50%. Nas demais conseguimos avançar muito. Inclusive na região metropolitana de São Paulo, composta de 39 municípios, conseguimos atingir 95% da população, o que era um dado fundamental para nós. Dos 645 municípios participantes, 325 participaram da enquete. Da população total, praticamente quase 32 milhões representando os 325 municípios responderam ao questionário. Das drogas mais presentes nos municípios paulistas a primeira é o álcool, droga lícita, com 49%; o crack, com 31%, a primeira droga ilícita, um dado alarmante; a cocaína com 10%; a maconha com 9% e as drogas sintéticas com 0.59.

Das drogas presentes no município paulista nós fizemos uma separação por número de habitantes. Até 5 mil habitantes apareceu o álcool com 66%, o crack com 21. De 5001 a 50 mil habitantes 45% o álcool; 32% o crack. Um dado alarmante é que na população de 50 mil e 1 a 100 mil habitantes percebemos o empate entre o álcool e o crack; 38% dos questionários que recebemos dos prefeitos que compreendem a população de 50 a 100 mil habitantes. Na população acima de 100 mil habitantes, o álcool com 51%, uma terrível coincidência, e o crack com 34%. Aí as drogas sintéticas praticamente não apareceram, apareceram mais na população de 50 mil a 100 mil. A droga sintética apareceu fortemente na região de Bauru e de Ribeirão Preto.

Na análise de leitos públicos dos municípios perguntamos às prefeituras se têm ou não leitos públicos; 21% responderam que têm, que atendem, e 79% responderam que não. Fizemos uma avaliação por população em que até 5 mil disseram que 91% não têm leitos públicos, até 50 mil 85%, até 100 mil 75% e acima de 100 mil 69%, apenas 31% afirmaram que dispões de leitos públicos.

Na análise por faixa etária é importante dizer que temos um público muito jovem que utiliza o crack no Estado de São Paulo na faixa de 16 a 35 anos 80.73. As demais idades 19.27. Um dado que chamou atenção é justamente a faixa etária de 9 a 15 anos. Apareceram crianças e pré-adolescentes em 5regiões: Ribeirão Preto, Campinas, Vale do Ribeira e São José do Rio Preto.

Quanto ao índice de reincidência, a pergunta: qual o índice de reincidência nos tratamentos de dependentes químicos: o grau de reincidência até 50%, 54% dos municípios que responderam; reincidência maior que 50% - 10%; aliás, 36% reincidência até 50%; reincidência maior que 50% - 54%; e 10% dos indagados não responderam o questionário.

Auxílio às entidades comunitárias ou comunidades terapêuticas, se os municípios ajudam as instituições de alguma forma financeira: 37% responderam “sim” e 63% responderam “não”. Dos municípios até cinco mil habitantes, 75 % responderam “não”; 5001 a 50 mil habitantes, 60,5 % responderam "não"; de 50.001 a 100.000 habitantes, 71% responderam "sim"; acima de 100 mil habitantes, 53% responderam "sim".

Auxílio do governo do estado. Dos municípios perguntados 5% responderam "sim", que recebem algum recurso do governo estadual; 95% responderam "não". Portanto, nas bases dos municípios temos um patamar que fica na casa dos 90 a 97% que disseram que não recebem ajuda do governo do estado. O único índice que se equilibra é acima de 100.000, recebem entre 7 a 10% recursos do governo do estado.

Auxílio do governo federal: 89% responderam "não" contra 12% que responderam "sim", que recebem auxílio; portanto, uma média muito parecida com o governo do estado. Portanto, nossa preocupação nesse processo da articulação e da integração das políticas. Há políticas muito fracionadas, muito secundarizadas. Entendemos que é fundamental essa articulação. Apenas nos municípios acima de 100.000 habitantes tem um patamar acima de 35% de ajuda do governo federal.

Portanto, é esse o breve relato que apresentamos hoje de manhã. Enviaremos a todos os deputados estaduais esse estudo mais detalhado, porque queremos fazer um acompanhamento periódico da evolução ou da redução do crack no Estado de São Paulo.

Além de fazer essa fiscalização, apresentamos emendas ao Plano Plurianual, exercício 2012/2015, no valor de 400 milhões de reais, que em breve votaremos nesta Casa, e também faremos um grande movimento para garantir uma emenda parlamentar da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo para o Orçamento 2012. Esse é nosso objetivo para que possamos colocar recursos, para que possamos ter uma política da prevenção do combate às drogas.

No início do mês de outubro a Presidente Dilma Rousseff irá lançar o Programa Nacional de combate ao crack. E em breve queremos trazer à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, para que o mesmo possa apresentar os investimentos e recursos para o governo do Estado de São Paulo.

Ontem, juntamente com os deputados Jooji Hato, Marcos Martins, Afonso Lobato, Hamilton Pereira, entregamos ao Secretário de Segurança Pública esse mapeamento. Queremos entregar pessoalmente ao governador do Estado de São Paulo e ao Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, para que possamos iniciar um processo para que o Estado de São Paulo possa rapidamente se não erradicar a questão do crack no estado, pelo menos ter políticas para ajudar os dependentes químicos do nosso estado. Esse é o maior objetivo desse levantamento e entendemos que precisamos adotar políticas que envolvam os entes públicos, sobretudo, políticas de estado.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Esta presidência parabeniza o deputado Donisete Braga e todos os deputados da Frente Parlamentar de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas, bem como a todos os deputados desta Casa que apóiam essa luta tão difícil, que é uma luta de todos nós, que é a luta contra o crack, que é o grande instrumento na busca da qualidade da vida, da segurança, do direito à vida do direito de ir e vir. Não é fácil, mas junto com a sociedade organizada e com os órgãos competentes certamente teremos uma vitória para nossos futuros herdeiros.

Por permuta com o nobre Deputado Celino Cardoso, tem a palavra o nobre Deputado Welson Gasparini, pelo tempo regimental.

 

O SR. WELSON GASPARINI - PSDB - Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, na manhã de hoje levei ao Palácio do Governo um ofício sobre a questão da construção de um centro de progressão penitenciária de Jardinópolis, na rodovia Cândido Portinari, distrito de Jurucê, município de Jardinópolis, divisa com o município de Ribeirão Preto e na divisa também com o município de Brodósqui.

A correspondência encaminhada ao governador diz o seguinte:

“Exmo. Governador:

O governo do Estado de São Paulo, através da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária, autorizou a construção do centro de Progressão Penitenciaria de Jardinópolis, na rodovia Cândido Portinari, km 323, no distrito de Jurucê, município de Jardinópolis, divisa com o município de Ribeirão Preto.

A região não aguentará a instalação de mais uma unidade prisional que terá, conforme o decreto que declarou de utilidade pública para fins de desapropriação bens imóveis necessários para a instalação dessa unidade, uma área de 187 mil metros quadrados.

Na região de Ribeirão Preto, já se encontram instaladas oito unidades prisionais, com uma população carcerária de 7.508 presos, conforme estamos demonstrando nesse ofício. Para se ter uma idéia, na cidade de Ribeirão Preto, a Penitenciária de Ribeirão Preto, com capacidade para 792 presos, está atualmente com 1.354; a Penitenciária I, de Serra Azul, com capacidade para 768 presos, está com 1.434; a Penitenciária II, também de Serra Azul, com capacidade para 768 presos, está com 1.529 - praticamente o dobro.

O mais grave: conforme previsto no próprio site da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária, na região de Ribeirão Preto, estão previstas as construções do Centro de Progressão Penitenciária de Jardinópolis e mais três unidades, aumentando em quase quatro mil a população carcerária na região de Ribeirão Preto. Então, além de todos os atuais presídios, teremos ainda mais quatro presídios na região de Ribeirão Preto.

Não é possível!  Como resultado disso, tivemos uma grande movimentação em toda a região. São prefeituras, Câmaras municipais, entidades de classe pedindo uma revisão ao Governador de São Paulo que, pelo menos, mudasse a localização no próprio município de Jardinópolis, em outra área já indicada mas, infelizmente, ainda sem resposta.  

Nesses argumentos que apresentamos ao Governador reunimos cópias de vários documentos: ofícios da Câmara Municipal de Ribeirão Preto; reportagens dos jornais da região; ofício da Associação Comunitária do Distrito de Jurucê; ofício da Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto;  ofício e carta aberta à imprensa da Associação Comercial e Industrial de Jardinópolis;  relatório da Comissão Especial da Câmara Municipal de Brodósqui;  resoluções das Câmaras municipais da região;  resolução do Conama, também contra e, ainda,  uma manifestação da Câmara Municipal de Ribeirão Preto que instalou uma Comissão Especial de vereadores, sob a Presidência do Vereador Dr. Jorge Parada, com a finalidade de analisar e protestar contra a construção do novo presídio na Rodovia Cândido Portinari, entre Ribeirão Preto e Jardinópolis.

Junto com todas essas manifestações entregamos, no Palácio dos Bandeirantes, um abaixo-assinado com 20 mil assinaturas, pedindo ao Governo de São Paulo que determine um reestudo nesta questão.

O que defendemos? Nós temos a certeza da necessidade de construir mais presídios. Pelo menos de momento não há outra solução rápida. Temos muita gente condenada e não cabe mais ninguém nos presídios. Estão todos superlotados. Então, é preciso construir mais presídios, mas que isto tenha pelo menos um significado, conforme defendemos: que cada região receba os presos que cometeram os crimes naquela região principalmente porque é comum, quando se instala um presídio numa determinada região, muitos amigos e familiares desses presos acabam indo para essas cidades.

Agora mesmo, esse novo presídio possibilitará, durante o dia, mais de mil presos saírem para trabalhar.  Haverá, contudo, emprego para toda essa gente? Como vai ser essa situação? É preciso, realmente, primeiro parar com a fábrica de bandidos.

E aqui quero cumprimentar o Deputado Donisete Braga e o nosso Presidente Jooji Hato por todo o trabalho desenvolvido no sentido do controle de bebidas e das drogas em geral, os  grandes responsáveis pelo aumento da criminalidade em nosso Estado e em nosso País. Mas, além de parar com a fábrica de bandidos, é muito importante um planejamento integrado para a recuperação desses presos.

Há três dias a imprensa divulgou que, num presídio da Cidade de Franca, na região de Ribeirão Preto, os presos estão produzindo calçados. Franca é a capital dos calçados e lá está sendo feito um trabalho muito bonito de recuperação dos presos. Eles estão trabalhando. Como poderão trabalhar os presos de um presídio onde cabem 800 e estão 1600 detidos? Como eles podem ser recuperados? É muito mais difícil.

Gostaria de fazer essa indicação ao Governador do Estado para que ele determine, aos órgãos competentes, um estudo sério dessa questão e principalmente divida o Estado de São Paulo em regiões e cada presídios seja localizado nos municípios para onde forem destinados em comum acordo com as autoridades municipais que conhecem bem as condições locais e podem colaborar na localização mais adequada.

E, principalmente, que se faça um trabalho muito sério no sentido da recuperação dos marginais. Pura e simplesmente recolhê-los nos presídios, com o dobro das lotações, sem lhes dar a oportunidade de trabalhar ou aprender uma profissão, não ensejará a desejada recuperação; quando terminar a sentença, quase certamente voltarão ao crime!

A propósito tivemos, na última sexta-feira, na minha Ribeirão Preto, uma sessão de grande importância da Câmara Municipal para discutir o futuro do município; o que tecnicamente a cidade precisa, num sentido genérico, e como a administração local deve dirigir os seus projetos.

A sessão terminou às 10 horas e 30 minutos da noite e cada um foi para sua casa. De madrugada, assalto na Câmara municipal de Ribeirão Preto. Roubaram de todos os caixas eletrônicos o dinheiro que lá estava.

Ou nós conseguimos realmente reformular os conceitos sociais, criando padrões de valores morais e espirituais no povo em geral, nessa nova juventude, ou então  precisaremos construir milhares de presídios e, ainda assim, faltará lugar para colocar tanta gente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Parabéns pelo pronunciamento, nobre Deputado Welson Gasparini. Realmente os marginais estão muito ousados.

Há uma permuta entre o nobre Deputado Carlos Grana e o nobre Deputado Marcos Martins. Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins.

 

O SR. MARCOS MARTINS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, aqueles que nos acompanham pelo serviço de alto-falantes da Casa, estivemos hoje pela manhã na atividade da Frente Parlamentar de combate ao crack.

Gostaria de trazer aqui novamente o tema da Saúde. Estivemos na conferência de Saúde em Serra Negra, onde foi aprovada a Carta de Serra Negra. Tivemos representantes da Secretaria de Saúde do Estado, do Ministério da Saúde e diversas delegações de cidades.

Segue abaixo a Carta de Serra Negra que contém um resumo da 6ª Conferência Estadual de Saúde de São Paulo, com destaque para os seguintes pontos: maior financiamento para a saúde pública do país; regulamentação da EC 29 com garantia de financiamento; valorização dos profissionais de saúde; priorização da Atenção Básica como porta de entrada do SUS e ordenadora do sistema regionalizado; luta por um SUS 100% público; participação do Estado de São Paulo nas políticas públicas de Saúde.

Carta de Serra Negra

Nós delegados e delegadas reunidos para a 6ª Conferência Estadual de Saúde de São Paulo trazemos a público nossa defesa do SUS universal, integral, equânime, descentralizado e estruturado no controle social. E destacamos que ao mesmo tempo em que o SUS é reconhecido como o melhor Sistema Público de Saúde do mundo, passa por diversos ataques aos seus princípios e diretrizes.

Defendemos que a saúde deva estar assegurada ao povo brasileiro como direito de todos e dever do Estado. Esta Plenária entende que Direitos são compromissos traçados pela sociedade para garantir qualidade de vida para todos. Só existe a plenitude do Direito para quem assume e conhece conscientemente a legislação.

Para tanto deve haver transparência nas leis, ações, propostas e programas por parte do Estado e inserção imperiosa do cidadão e sua participação nas decisões políticas. Este é o caminho para construir o SUS que queremos, necessitamos e merecemos.

Desejamos colocar nossa defesa intransigente em favor do SUS como política de Seguridade Social. O SUS deve efetivamente garantir seus preceitos constitucionais como dever de Estado e direito de todos. Isso só será garantido por políticas singularizadas por região, em espaços geográficos delimitados, com acesso e integralidade do cuidado.

Entendemos ainda que a garantia desse direito deva ser fortalecida através das decisões políticas destacadas.

Consideramos de vital importância a estruturação da Lei de Responsabilidade Sanitária, visando à superação das amarras colocadas pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), e a garantia de fontes de financiamento ao SUS. Para tanto é imprescindível a Regulamentação da Emenda Constitucional 29/2000, a elevação do percentual do montante da Receita Bruta que garanta o mínimo de 10% do PIB Nacional. Na mesma lógica, defendemos o fim da Desvinculação das Receitas da União (DRU) e destinação de percentual de arrecadação tributária aplicada aos produtos danosos à saúde (álcool, cigarro, químicos, etc.) para que integrem o orçamento do Ministério da Saúde.

Para cumprimento de sua missão o SUS deve adotar o modelo que prioriza a Atenção Básica como porta de entrada com o incremento das ações desde a Vigilância em Saúde, Promoção, Prevenção, Recuperação e Reabilitação, incluindo também a Vigilância Ambiental, Saúde do Trabalhador e Saúde Mental.

É imprescindível que exista um Controle Social forte, atuante e popular com participação da comunidade para assegurar a consolidação e sustentabilidade do SUS.

Como política de inclusão social e movimento civilizatório da sociedade brasileira.

É necessário que se respeite, efetivamente, o caráter deliberativo dos Conselhos e Conferências de Saúde e que sejam assumidas as responsabilidades sanitárias por todos os atores. Deve-se adotar a estratégia de Educação Permanente para a capacitação e qualificação do Controle Social e também acesso às informações e estratégias de Comunicação Social.

Para a plena implementação do SUS é fundamental a valorização de todos os trabalhadores envolvidos no setor saúde, fortalecendo as mesas de negociação permanentes do SUS e os comitês de desprecarização do trabalho em saúde. O trabalhador da saúde, para cumprir plenamente suas atribuições não pode prescindir de planos de cargos, carreiras e salários; Educação Permanente; ambientes adequados de trabalho e respeito à autonomia profissional.

O SUS, historicamente, propõe sua organização em redes hierarquizadas e regionalizadas. Todavia, o Estado de São Paulo não respeita estes princípios e, há 23 anos, estamos sem redes estruturadas, sem definição de serviços nos níveis de atenção básica, secundária e terciária.

Considerando essa precariedade, o nosso Estado é o que possui a menor cobertura da Estratégia de Saúde da Família, com mortalidade materna não aceitável, e se utiliza prioritariamente, de mecanismos contrários à Lei 8.080/90. É urgente estruturar os serviços do Estado de São Paulo, em redes regionalizadas e hierarquizadas, tendo a Atenção Básica de saúde como eixo estruturante desta rede. Todos os serviços devem ser humanizados, considerando os indivíduos em sua totalidade e com a compreensão de que o acolhimento depende das relações entre todos os sujeitos envolvidos. Que a formação das Redes Regionalizadas de Atenção à Saúde tenha efetiva participação de todos os segmentos dos Conselhos de Saúde e dos Colegiados de Gestão Regional.

Lembramos que hoje, o Estado de São Paulo é conhecido nacionalmente por vender serviços do SUS a planos e convênios privados de saúde (como na Lei 11.131/2010). Declaramos que esta ação do governo paulista é um ataque direto ao SUS em seus princípios. Afirmamos, também, que esta ação irresponsável é consequência da omissão do Estado de seu dever constitucional de garantir saúde a seus cidadãos, delegando-o às Organizações Sociais de Saúde e outros entes privados.

Conclamamos toda a sociedade a defender a grande conquista do povo brasileiro, que é o SUS universal, equânime, integral e 100% público.

Para o SUS ser de todos tem que ser 100% público!

Serra Negra, 2 de setembro de 2011

 

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- Assume a Presidência a Sra. Rita Passos.

 

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A SRA. PRESIDENTE - RITA PASSOS - PV - Tem a palavra o nobre Deputado Hamilton Pereira, por permuta de tempo com o nobre Deputado Enio Tatto.

 

O SR. HAMILTON PEREIRA - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, as mulheres hoje estão de parabéns. Pela primeira vez uma mulher abre a Assembleia Geral da ONU. A nossa Presidenta Dilma Rousseff falou, durante 25 minutos, sobre questões do desarmamento, do crescimento econômico com cooperação entre os povos, sobre a paz, sobre a importância que o crescimento econômico das nações se dê com distribuição de renda, com combate à miséria e à pobreza. Estão de parabéns os brasileiros todos, extraordinariamente representados pela Presidenta Dilma Rousseff. Estão de parabéns, mais especialmente, as mulheres, que estão cada vez mais galgando espaços de poder neste País.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, neste ano, apresentei um projeto que propõe a criação de uma Política Estadual de Busca a Pessoas Desaparecidas.

Por algumas vezes, já ocupei esta tribuna para falar sobre esse projeto de lei e sobre essa questão que aflige milhares de pessoas, em nosso Estado e no País. São Paulo é o estado em que tudo tem que ser tratado com a especificidade do gigantismo que ele tem e exige. São Paulo é o estado com o maior número de habitantes, 42 milhões, portanto, é compreensível que seja o estado em que mais desapareçam pessoas.

O fenômeno do desaparecimento tem levado milhares de famílias a curtirem essa angústia e esse desespero de não encontrar notícias acerca de seus entes queridos. Desaparece a pessoa de uma família, os familiares vão à delegacia mais próxima de sua casa, registram o desaparecimento e aguardam que as autoridades públicas investiguem esse desaparecimento.

Dados da Segurança Pública do Estado de São Paulo, levantados pela Polícia Civil, tendo como base os boletins de ocorrência sobre os desaparecimentos, dão conta de que, de janeiro de 2008 a fevereiro de 2011, desapareceram no nosso Estado 13.089 pessoas, o que dá uma média de 11 pessoas por dia.

Apresentei esse projeto, não sem antes conversar com várias entidades, organizações não governamentais, que hoje trabalham na busca dos desaparecidos. Orientado por eles, apresentamos uma política de busca a desaparecidos no Estado de São Paulo que prevê a integração entre os órgãos públicos e os órgãos policiais com essas entidades da sociedade civil organizada no âmbito do Estado e dos municípios, na interação entre os órgãos policiais do Estado e as guardas civis municipais, para que possamos, com a criação de um banco de dados com as características físicas e genéticas das pessoas desaparecidas, dotar o Estado de uma política que favoreça o encontro dessas pessoas, algumas desaparecidas há muitos anos.

Passaremos a assistir uma reportagem que trata desse assunto.

 

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- É feita a apresentação de vídeo.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Cauê Macris.

 

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O SR. Hamilton Pereira - PT - Gostaria de fazer um apelo aos pares desta Casa no sentido de acelerarmos a votação desse projeto, dotando o Estado de São Paulo de uma Política de Busca a Pessoas Desaparecidas.

O Cadastro Nacional a que essa reportagem da TV se refere é o Infoseg, do Ministério de Justiça do Governo Federal. Ele não funciona porque os estados não abastecem esse cadastro com as informações dos estados, dos desaparecidos que foram notificados.

Queremos que isso funcione. Para tanto, estamos disponibilizando em nosso site, www.hamiltonpereira.org.br, um abaixo-assinado eletrônico. Pedimos que nos ajudem nesse abaixo-assinado. Queremos fazê-lo chegar à mão do Ministro da Justiça, dos Secretários Públicos do Estado de Justiça, dos Direitos Humanos e da Segurança Pública, para que efetivamente coloquemos em prática uma Política Pública de Busca a Pessoas Desaparecidas. Essas famílias não podem ficar por si mesmas procurando as pessoas desaparecidas, porque essa é uma questão do Estado. O Estado de São Paulo tem que se responsabilizar pelo desaparecimento das pessoas. Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Por permuta de tempo com a nobre Deputada Regina Gonçalves, tem a palavra a nobre Deputada Rita Passos.

 

A SRA. RITA PASSOS - PV - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público que nos assiste, primeiramente quero parabenizar o Deputado Hamilton Pereira pela questão levantada em relação às crianças desaparecidas. São muitas as pessoas desaparecidas, um grande número são adolescentes e crianças. Esta questão de municiar os estados é importante para se ter sucesso. Tem o meu apoio.

Quando estive na Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social já estávamos levantando esta problemática e colocando estratégias para avançar e ajudar nessa questão. A gente sabe a dor que sente a família, que fica sem dormir e comer, como vimos no depoimento apresentado.

Parabéns, deputado. Vamos à luta. Temos de levantar as questões que precisam ser mais trabalhadas para ajudarmos a nossa sociedade.

Também falarei sobre a questão social.

Sou Presidente da subcomissão das questões sociais. Como no mês de outubro teremos o dia das crianças, nada mais justo fazermos a campanha do brinquedo. No mês de agosto encerramos a campanha do agasalho entregando aos moradores de rua e agora vamos nos dedicar ao dia da criança. Já colocamos na Casa caixas de arrecadação de brinquedos novos e seminovos, mas que estejam em ótimo estado. Não vamos dar um brinquedo velho e estragado. Depois entregaremos aos núcleos de maior pobreza, onde as crianças querem um brinquedo especialmente nesta data. Na televisão começam as propagandas de venda de brinquedos, há uma comercialização muito grande nesse sentido e as crianças pobres, que não têm condições de comprar aquele brinquedo, ficam até doentes. Não nos custa doar um brinquedo.

Se cada um que pode ajudar, que pode comprar um brinquedo, não só ver o que tem em casa, mas ir a uma loja comprar o brinquedo e mandar embrulhar para presente, com certeza estaremos fazendo a nossa parte, pois temos a obrigação de ajudar àqueles que mais precisam e ajudar uma criança alegra o coração e especialmente a Deus.

O brinquedo é uma oportunidade de desenvolvimento da criança, ainda que seja uma boneca, uma bola. Ainda que não seja um brinquedo pedagógico pode ajudar muito no desenvolvimento da criança, primeiramente porque ela vai viver a sua infância, ela vai brincar. Hoje em dia as pessoas estão se esquecendo de brincar.

Lembro que quando criança a gente brincava na rua de casa até o anoitecer, evidentemente com os pais sempre vigiando, mas tínhamos brincadeiras com bonecas com bolas. Era muito gostoso. A gente sente muita saudade disso.

Brincando, a criança experimenta, descobre inventa, aprende e confere habilidades. Além de estimular a curiosidade, a autoconfiança e autonomia, proporciona o desenvolvimento da linguagem, do pensamento e da concentração e atenção.

Brincar é indispensável à saúde física, emocional e intelectual da criança. Irá contribuir, no futuro, para a eficiência e o equilíbrio do adulto.

Ao brincar, exploram e refletem sobre a realidade e a cultura na qual estão inseridas, interiorizando-as e, ao mesmo tempo, questionando as regras e papéis sociais. Incrível o que umbrinquedo pode fazer.

O brincar potência o desenvolvimento, já que assim aprende a conhecer, aprende a fazer, aprende a conviver e, sobretudo, aprende a ser.

O brinquedo representa uma oportunidade de desenvolvimento. Niguém pode pular essa fase da vida da criança, a sua infância. Ele traduz o real para a "realidade infantil", suavizando o impacto provocado pelo tamanho e força dos adultos, diminuindo o sentimento de impotência da criança. Os problemas que surgem na manipulação dos brinquedos, jogos, etc, fazem a criança crescer através da procura de soluções e alternativas. Por exemplo, um boneco pode ser um bom companheiro e aliado; uma bola, um promotor do desenvolvimento motor; um quebra-cabeças estimula o desenvolvimento cognitivo. Isso faz com que a criança tenha uma vida adulta sadia.

O desempenho psicomotor da criança enquanto brinca, por exemplo, a correr atrás de uma bola, alcança níveis que só mesmo a motivação intrínseca consegue. Simultaneamente, estimula-se a atenção, a concentração, a imaginação e, por consequência, contribui para que fique mais calma, relaxada e aprenda a pensar, estimulando a sua inteligência e autonomia.

Com esta Campanha - e aproveito a oportunidade para pedir a colaboração de todos, não só das pessoas que trabalham na Assembleia Legislativa mas também de vocês que nos assistem pela TV para que também ajudem encaminhando brinquedos para doarmos a quem precisa. Que as fábricas e as lojas de brinquedos façam a sua contribuição também - pretendemos presentear as crianças ajudando-as no seu desenvolvimento de modo a se tornarem adultos equilibrados.

O desafio que se abre para a humanidade contemporânea, nos próximos anos, é conseguir enxergar a felicidade nas coisas mais simples da vida. A sorte está lançada. Colabore, gente! Vamos divulgar essa campanha realizando doações de brinquedos novos e seminovos, em ótimo estado, em bom estado, nas caixas de arrecadação espalhadas na Assembleia. Que Deus toque o coração de todos lembrando que um futuro feliz só é possível formando-se uma sociedade feliz. Peço, então, a colaboração de vocês. Sozinhos nós não conseguimos fazer nada. Se cada um fizer a sua parte ajudaremos especialmente as pessoas que mais precisam.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Esta Presidência quer agradecer a presença nesta Casa do Vereador Carlos Fontes, da cidade de Santa Bárbara D’Oeste, vizinha a minha cidade natal de Americana.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, esgotado o tempo do Grande Expediente, peço para falar pelo Artigo 82.

 

O SR PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - É regimental. Tem V.Exa. a palavra pelo artigo 82.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Srs. Deputadas, público presente, telespectador da TV Assembleia, volto a esta tribuna para rapidamente tratar de dois assuntos. O primeiro refere-se a um projeto de lei que apresentei duas vezes aqui. A proposta foi apresentada em 2007, no nosso primeiro mandato. Agora reapresentamos a mesma proposta, o Projeto de lei 132 de 2011. É um projeto que representa uma reivindicação histórica, mas, sobretudo, uma necessidade vital dos servidores do Estado de São Paulo - servidores da educação, da segurança pública, do sistema prisional, da saúde, ou seja, quase 90% do funcionalismo público estadual. O projeto de lei garante o reajuste do vale refeição dos servidores.

Hoje, o valor do vale refeição é 4 reais. Não entendemos como que o servidor consegue se alimentar com 4 reais. Não tenho notícias de nenhuma categoria profissional neste país que tenha acesso a esse benefício e receba um vale refeição de apenas 4 reais. Na verdade isso não é um benefício, pois o estado tem obrigação de oferecer um vale refeição digno. Aqui no nosso estado, estranhamente, desde 1998, ano em que foi criado o vale refeição, não houve reajuste. Pasmem os senhores e as senhoras, mas essa é a situação dos servidores do Estado de São Paulo.

Já fizemos inúmeros pedidos, ofícios, indicações, manifestações e gestões junto ao governo no sentido do reajuste. O vale foi apelidado de vale coxinha, justamente, pelos professores e demais servidores.

O apelo que faço aqui, de imediato, Sr. Presidente, é que nosso projeto seja aprovado. O outro projeto está tramitando aqui e pedimos urgência. Mesmo com obstrução da bancada do PSDB. O PSDB tem obstruído. A bancada do PSDB é mais realista do que o rei. Não só o Governador Alckmin, Goldman e especialmente o ex-Governador José Serra que são contra os servidores públicos. A bancada do PSDB às vezes afronta mais os direitos e a dignidade dos servidores do que o próprio Executivo. É mais realista do que o rei, não deixa sequer o projeto tramitar nas comissões.

O nobre Deputado João Antonio deu parecer favorável ao projeto por entender que ele é constitucional. V. Exa., agora, é um jurista também, um operador do Direito e fundamentou muito bem dizendo que o nosso projeto é constitucional, é legal. Infelizmente a bancada tucana obstruiu, pediu vistas. Ela vem fazendo isso não apenas com nossos projetos, mas também com os de outros deputados que versam sobre benefícios aos servidores deste estado.

Nós apelamos primeiro que a Assembleia Legislativa não seja mais realista do que o rei, que pelo menos deixe o projeto tramitar, chegar ao plenário para debate e votação. Daí, se o projeto for aprovado, caberá ao governador sancionar ou vetar. Mas a bancada do PSDB se prestar a ser capataz, a obstruir os projetos dos servidores é um verdadeiro absurdo.

Fica aqui o nosso apelo no sentido de rompermos esse círculo vicioso, que a bancada do PSDB deixe os projetos que representam os interesses dos servidores tramitarem nesta Casa. A partir de agora vamos denunciar, a nominar os deputados que estão obstruindo os projetos dos servidores. E vamos começar com esse do vale refeição. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. JOÃO ANTONIO - PT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, nobres Deputados, aqueles que nos assistem pela TV Assembleia, venho a esta tribuna porque ontem ouvi atentamente o Deputado Campos Machado falar sobre os recentes eventos públicos no estado ocorridos por conta da aprovação da assinatura de convênios do governo federal com o estadual. O governo federal está investindo no Rodoanel em São Paulo e em uma série de outras necessidades do estado, fazendo um bem para a população paulista ao ajudar o Estado de São Paulo com recursos públicos para melhorar mais a qualidade de vida do povo paulista.

Obviamente que estava por trás da fala do nobre Deputado Campos Machado uma espécie de elogio, mas que soava como uma crítica, até como ironia, o fato de o PT e o PSDB e o governador tucano estarem juntos nessa medida. O fato é que quero aqui registrar que tudo que vem ao encontro do interesse do povo nós somos favoráveis. Foi assim no governo Lula. Nós não olhávamos bandeiras partidárias, ideologias. Se fosse para satisfazer o interesse público estávamos sempre prontos a atender qualquer estado, qualquer cidade. Essa tem sido a postura da Presidente Dilma. Fazer o bem, promover o desenvolvimento integral do ser humano. Esta é a função primeira do estado. E aqueles que são dirigentes de estados têm essa função e é isso que estamos fazendo, em primeiro lugar.

Parabéns, Dilma, por essa atitude republicana, acima dos interesses partidários. Queremos somar esforços para que o Brasil possa dar outra qualidade de idas à população, independente da condução política.

Mas é obvio que temos divergências políticas de concepção de estado. Por exemplo, quando nós no governo federal desenvolvemos diversos projetos para fazer com que a população pudesse de forma institucional participar mais das decisões do estado, quando nós desenvolvemos em todas as áreas do governo e órgãos governamentais mecanismos de participação popular, ampliando a participação do povo na condução do estado, a concepção é de que quanto maior a participação do povo, quanto mais facilitar a população popular, mais qualificada estará a democracia. Desenvolvemos diversos mecanismos em vários municípios como os orçamentos participativos, o povo decidindo onde o dinheiro público vai ser gasto, quais as suas prioridades.

Pois bem, não é o que ocorre na condução do Estado de São Paulo, em termos do governo do PSDB. Aqui no Estado de São Paulo, recentemente, aprovamos na Lei de Diretrizes Orçamentárias o orçamento regionalizado para poder facilitar a fiscalização pelo povo, dar mais eficiência à aplicação do dinheiro público em cada região. Esse item foi vetado pelo governador, que é uma necessidade de dialogar com as diversidades regionais no Estado de São Paulo para que possamos fazer o dinheiro público chegar com eficácia em cada região do estado. Não foi possível. O governo quer o dinheiro centralizado na mão dele para, de maneira discricionária, decidir onde politicamente convém investir mais ou menos. Essa é uma visão de estado, de que um só tem o direito de decidir sobre tudo.

Para terminar, quero registrar é uma visão de que quanto menos os cidadãos aptos a participar da vida do estado, melhor para eles. Não desenvolvem mecanismos de participação institucional, como os conselhos gestores, os diversos mecanismos que temos que facilitar para que o povo participar da vida do estado. Ele nada faz. É uma visão completamente diferente. Talvez uma visão muito mais próxima do conceito tradicional do que Aristóteles e outros falavam da aristocracia, poucos decidindo sobre a vida do estado. Essa é a verdadeira aristocracia. É isso que pensa o governo dos tucanos no Estado de São Paulo em contraposição anos, que pensamos que quanto mais povo participando da vida do estado, mais aperfeiçoada estará a democracia, mais transparente será a aplicação dos recursos públicos, mais transparente será a medida de qualquer de governo.

Não tenha medo do povo, PSDB! Povo faz bem para a democracia. Vamos fazer com que o povo possa participar muito mais da vida do nosso estado, porque aí teremos uma democracia fortalecida e, com certeza, com conseqüências muito melhores na vida da população desse estado. Muito obrigado.

 

O SR. MARCOS MARTINS - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, ontem acompanhamos uma manifestação no centro da cidade, que culminou em frente à Câmara Municipal, de apoio à criação do estado da Palestina e sua admissão na ONU, onde estavam presentes quatro deputados representando nossa bancada e o partido, seis centrais sindicais, diversos partidos políticos e a comunidade que tem direta ou indiretamente algum tipo de ligação com os palestinos, inclusive o embaixador da Palestina no Brasil.

Hoje a nossa Presidente Dilma Rousseff, na abertura da Assembleia da ONU, declarou que o Brasil é favorável à criação do estado palestino para que haja paz naquela região, inclusive em Israel.

É importante registrar esse fato na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, porque a criação do estado palestino é uma luta pela paz mundial, é extremamente importante. Portanto, quero deixar registrado nosso apoio à criação do estado palestino e que seja admitido na ONU como membro permanente.

 

O SR. MARCOS MARTINS - PT - Havendo acordo de lideranças, requeiro a suspensão dos trabalhos por uma hora.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Havendo acordo entre as lideranças, esta Presidência suspende a sessão por uma hora.

 

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- Suspensa às 16 horas e 47 minutos, a sessão é reaberta às 17 horas e 57 minutos, sob a Presidência do Sr. Barros Munhoz.

 

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O SR. PEDRO BIGARDI - PCdoB - Sr. Presidente, indico o nobre Deputado Edinho Silva para usar a palavra pelo Art. 82, em nome da Minoria.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Edinho Silva, pelo Art. 82.

 

O SR. EDINHO SILVA - PT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, hoje, dia 21 de setembro, é o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência. Portanto, é um dia em que se unificam, no Brasil inteiro, todas as iniciativas daqueles que querem construir uma sociedade mais democrática, em que cada brasileiro tenha o direito de construir sua vida com dignidade. Sem dúvida já avançamos muito na luta para que a sociedade brasileira se abrisse às questões das pessoas com deficiências físicas e mentais. Muito avançamos do ponto de vista arquitetônico, do ponto de vista da adaptação dos espaços urbanos, da democratização do transporte público, mas sem dúvida alguma, ainda há muito que lutar e trabalhar.

Sr. Presidente, quero falar de uma iniciativa que tivemos, o Projeto de Lei nº 648, de 2011, que tramita nesta Casa, que trata da implementação de um sistema de atendimento às pessoas com doenças raras. Hoje, Sr. Presidente, esses cidadãos não têm na estrutura do Sistema de Saúde no Estado de São Paulo nenhum aparato de atendimento para que tenham condições de enfrentar as suas enfermidades e viver com qualidade de vida.

Apresentamos o Projeto 648/2011, fruto de uma audiência pública que realizamos nesta Casa para tratarmos das pessoas que sofrem com as doenças raras. Envolvemos profissionais da área da Saúde, instituições e entidades, formulamos um Projeto de Lei e encaminhamos à Assembleia Legislativa. Esse projeto tramita nesta Casa. No final do ano, havia um acordo de lideranças de que esse projeto seria trazido a Plenário. Infelizmente, isso ainda não aconteceu. O projeto não foi debatido, não conseguiu ser inserido na Ordem do Dia.

Estive com representantes da Secretaria Estadual de Saúde. Em uma solenidade, tive a oportunidade de conversar com o Governador Geraldo Alckmin e lhe disse que havia uma iniciativa parlamentar, de nossa autoria, que propunha a criação dessa rede de atendimento. E não é propor uma estrutura. Fui prefeito, sei que esta Casa não pode instituir ou aprovar projetos que gerem despesa. Na verdade, trata-se de adaptar a estrutura já existente no Estado para atender as pessoas com doenças raras. O Governador Geraldo Alckmin se interessou pelo projeto e me disse que pediria uma cópia para que pudesse estudá-lo.

Sei que esta Casa passa por um impasse: a dificuldade, no Colégio de Líderes, de construirmos uma Ordem do Dia que priorize os projetos dos parlamentares. Diversas vezes, falei a várias lideranças desta Casa que gostaria que esse projeto fosse trazido a Plenário.

Talvez o meu projeto não seja apreciado no Plenário por eu ser do Partido dos Trabalhadores; talvez por ser ainda o projeto do Presidente do Partido dos Trabalhadores do Estado de São Paulo. Pode ser uma questão política. Que venham e debatam. Não vejo como problema se o Governo do Estado encaminhar para esta Casa um projeto semelhante ao meu. Retiro o meu projeto, se for questão política. O que quero, Sr. Presidente, é que exista uma rede de atendimento às pessoas com doenças raras no Estado de São Paulo. O que quero, Sr. Presidente, é que essas pessoas sejam tratadas com dignidade.

Hoje, pessoas que trabalham comigo, no meu gabinete na Assembleia Legislativa, fizeram um esforço de arrumar transporte para uma criança com doença rara para ser atendida às pressas em São Paulo. Na região de Araçatuba, uma das principais cidades do Estado, não tem uma unidade sequer que atenda pessoas com doenças raras.

Concluo mostrando a minha indignação no Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência. Gostaria muito, Sr. Presidente, que as questões político-partidárias fossem colocadas num segundo plano. Ontem, debatemos um projeto e louvamos a aliança Dilma/Alckmin, colocando em primeiro plano os interesses do povo paulista. Possamos pautar os projetos dos deputados e que o projeto deste parlamentar que ocupa a tribuna seja pautado porque, efetivamente, as pessoas com doenças raras precisam ser atendidas no Estado de São Paulo. Muito obrigado.

O Sr. Presidente - Barros Munhoz - PSDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, vamos passar à Ordem do Dia.

 

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- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

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O Sr. Presidente - Barros Munhoz - PSDB - Há sobre a mesa requerimento solicitando tramitação em Regime de Urgência para o Projeto de lei nº 830/2008, do nobre Deputado Chico Sardelli. Assina o Deputado Reinaldo Alguz, Líder do PV.

Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

 

O SR. Vinícius Camarinha - PSB - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, solicito o levantamento da presente sessão.

 

O Sr. Presidente - Barros Munhoz - PSDB - Antes de deferir o levantamento, esta Presidência quer esclarecer que está, como de costume, envidando todos os esforços no sentido de se colocar para votação os projetos consensuais de deputados.

Não por comodismo ou qualquer outra razão, a não ser por uma razão de ordem prática, os projetos que não obtêm consenso e que são submetidos à discussão e votação realmente podem provocar uma paralisação ainda maior na Casa.

Esta Presidência sempre defendeu - e continua defendendo - que isso é tanto quanto possível. Quando não é possível, tem que se colocar os projetos na pauta. Se o Deputado não tem o direito de ter o projeto aprovado, e não tem, tem o direito de ter o projeto votado.

Portanto, esta Presidência vai assegurar o respeito a esse direito e já está convocando, neste momento, uma Sessão Extraordinária a realizar-se hoje, às 19 horas, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia:

- Projeto de lei nº 828/2008, de autoria do Deputado Estevam Galvão;

- Projeto de lei nº 830/2008, de autoria do Deputado Chico Sardelli;

- Projeto de lei nº 300/2006, de autoria do Deputado Marcelo Bueno.

 

O SR. JOÃO ANTONIO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, ouvi atentamente a fala do meu Presidente, Deputado Edinho Silva, e quero me somar aos argumentos de Sua Excelência.

Fizemos um acordo na Casa e o Deputado não está querendo nenhum compromisso de sanção. Ele quer ver a matéria sendo discutida e votada neste Parlamento. E é um compromisso do Líder do Governo, de final de ano, pautar neste plenário um projeto de cada deputado. Por que o projeto do Deputado Edinho Silva não vai ser pautado? É claro que o nosso Líder está cuidando disso, mas gostaria de registrar.

E vou além, Sr. Presidente. Apresentei um projeto pró-teatro, que incentiva o teatro nas escolas, e o Líder do Governo nesta Casa, Deputado Samuel Moreira, me fez cortar três artigos com o compromisso de que se os cortasse haveria a sanção do Governador. Cortei os três artigos. Nesta semana, na leitura do Diário Oficial, fui brindado com o veto do Governador ao meu projeto de lei.

Se fosse para ser vetado, não teria cortado os três artigos, a pedido do Líder do Governo nesta Casa. Fui Líder da Prefeita Marta, tenho maior respeito pelo Líder Samuel Moreira, mas Parlamento se faz com acordos, e acordos para serem cumpridos. Quando o Líder do Governo faz um acordo e não cumpre, os acordos e os entendimentos vão ficando banalizados. Qualquer um de nós poderá dizer: “Não, aqui não tem palavra”.

Não quero acreditar que o Líder do Governo não esteja cumprindo a sua palavra de pautar um projeto de cada deputado para ser votado, muito menos que não tenha feito nenhum esforço para que o meu projeto de lei fosse aprovado.

Acabei de falar, Deputado Samuel Moreira, que cortei três artigos do meu projeto pró-teatro com o compromisso de sanção, do contrário não teria feito isso. Se não fosse para sancioná-lo eu não teria cortado. Votava-se na íntegra.

Quero repetir as minhas últimas palavras: tenho uma excelente relação com o Deputado Samuel Moreira e não quero crer que estas matérias não estejam sendo pautadas por vontade de Sua Excelência. Existe algum outro problema burocrático ou político impedindo que esses projetos sejam pautados na Casa e gostaria de ouvir uma explicação acerca do veto ao meu projeto que incentiva os teatros na escola mesmo depois de cortar, a pedido, três artigos.

 

O SR. SAMUEL MOREIRA - PSDB - PARA RECLAMAÇÃO - Ouvi atentamente as palavras do Deputado João Antonio e não pude deixar de vir aqui para manifestar minha indignação.

Em momento algum houve compromisso deste Líder do Governo como não há compromisso do Colégio de Líderes para sanção do Governador a projetos de deputado. Sempre haverá o esforço da nossa equipe no sentido de contribuir para a melhoria dos projetos, mas não há e não haverá, ainda que este Líder possa concordar com a visão de algum deputado, esse compromisso de sanção, que é de autonomia e independência do Governador do Estado por diversas razões e que serão preservadas nesta Casa.

Sr. Presidente, V. Exa. sabe tanto quanto eu e os demais líderes que não houve e não haverá compromisso deste Líder com relação a sanção de projetos, que é de autonomia do Governador do Estado.

 

O SR. JOÃO ANTONIO - PT - PARA RECLAMAÇÃO - Deputado Samuel Moreira, não foi isso que me informaram. Eu dialogo com o líder da minha bancada, não dialoguei diretamente com V. Exa. portanto não tenho como questioná-lo se é verdadeiro ou falso, não estou entrando nesse mérito, mas objetivamente falando é que chegou a minha assessoria a informação para que eu fizesse uma nova propositura, digamos assim, cortando três artigos, para facilitar a sanção do projeto porque se eu não tivesse pelo menos esta garantia, por que cortaria três artigos do projeto? No mínimo está havendo falta de informação entre nós. Mas há também a questão do Deputado Edinho Silva, que em sua manifestação disse da necessidade de se cumprir o acordo com os deputados que ainda não tiveram seus projetos apreciados pelo pleno desta Casa.

 

O SR. SAMUEL MOREIRA - PSDB – PARA RECLAMAÇÃO - O esclarecimento do Deputado João Antonio para mim basta, mas que fique claro, até porque ouvi claramente do Deputado, que por parte deste Líder não houve compromisso de sanção do Governador. Não houve e não haverá por respeitar-se a autonomia do Sr. Governador.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Em face do acordo entre as lideranças esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia de hoje lembrando-os ainda da Sessão Extraordinária a realizar-se hoje, às 19 horas.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 18 horas e 14 minutos.

 

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