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22 DE SETEMBRO DE 2011

106ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidentes: JOOJI HATO e GERALDO CRUZ

 

Secretário: JOÃO CARAMEZ

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - JOOJI HATO

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

002 - JOÃO CARAMEZ

Informa que, hoje, é comemorado o "Dia do Rio Tietê". Lamenta a poluição do rio. Destaca os esforços do atual Governo no sentido de despoluí-lo. Comunica a realização da "Segunda Jornada Comemorativa à Semana do Rio Tietê". Dá conhecimento de investimento a ser realizado em hidrovia que percorre o Tietê. Responsabiliza o número de automóveis pelos índices de emissão de gás no Estado de São Paulo. Sugere a adoção de meios de transporte menos poluentes.

 

003 - ANA DO CARMO

Para comunicação, informa a realização de audiência pública, amanhã, em Ribeirão Preto, com o intuito de discutir a greve dos médicos do Hospital das Clínicas da cidade. Lamenta não haver sido possível a realização do evento neste Legislativo.

 

004 - Presidente JOOJI HATO

Anuncia a visita de alunos do Colégio Axis Mundi, de Campinas, acompanhados do professor Alcir Silva; e do Parlamento Jovem de Jaboticabal, acompanhado dos professores Murilo Gaspardo Antonio de Andrade, Gustavo Caetano Pozzi da Cunha, Cláudia Ribeiro de Oliveira, Regina Helena Gonçalves Teixeira e Maria Pinheiro Souza Queiroz, a convite do Deputado Reinaldo Alguz.

 

005 - EDINHO SILVA

Destaca a aprovação, ontem, no Congresso Nacional, da Emenda 29, que fixa os percentuais mínimos a serem investidos anualmente em Saúde pela União, por Estados e municípios. Informa que o Sistema Único de Saúde é referência mundial em sistemas universais de saúde. Recorda que a responsabilidade pela manutenção do SUS é de todos os entes federados. Afirma que o PT foi favorável à aprovação da emenda.

 

006 - EDSON FERRARINI

Relata encontro com o Secretário de Gestão Pública, Júlio Semeghini, para tratar de emendas apresentadas aos projetos de reajuste salarial das Polícias Militar e Civil. Dá conhecimento do teor de algumas das emendas apresentadas. Informa que deve propor frente parlamentar contra a legalização da maconha. Ressalta a necessidade de prevenção contra o consumo das drogas.

 

007 - OLÍMPIO GOMES

Relata sua participação em reunião com a presença do Secretário de Gestão Pública. Afirma que todos os Deputados deste Legislativo concordam com a necessidade de que sejam aprovadas emendas aos projetos de reajuste salarial dos profissionais da Segurança Pública. Propõe que o reajuste a ser concedido aos policiais seja retroativo a primeiro de junho. Questiona justificativas do Governo Estadual de que não há verba suficiente para a aprovação de emendas.

 

008 - SIMÃO PEDRO

Comenta sua participação na Quarta Conferência Estadual de Segurança Alimentar, realizada na cidade de São José dos Campos. Considera que houve desatenção por parte do Executivo paulista quanto ao evento. Parabeniza todos os envolvidos na conferência. Dá conhecimento de municípios paulistas com problemas crônicos de alimentação. Recorda que a iniciativa de lei de segurança alimentar deve ser do Executivo.

 

009 - MARCOS MARTINS

Comenta o pronunciamento do Deputado Simão Pedro sobre segurança alimentar. Afirma que, com a aprovação da Emenda 29, será mais fácil constatar se os Estados estão, de fato, investindo em Saúde. Lamenta a frequência de ataques a caixas eletrônicos na cidade de Guarulhos. Enaltece a criação, em Osasco, de Conselho de Cultura Municipal. Destaca decisão do Congresso Nacional por aprovar projeto que cria a Comissão da Verdade.

 

010 - SEBASTIÃO SANTOS

Exibe e comenta vídeo sobre a prisão de homem acusado de crime de pedofilia. Informa que, dia 11 de outubro, em Piracicaba, deverá ser lançada a Frente Parlamentar contra a Pedofilia.

 

011 - ORLANDO BOLÇONE

Sugere a utilização do turismo como estratégia de desenvolvimento para o Estado de São Paulo. Ressalta a contribuição que eventos esportivos, como as Olimpíadas e a Copa do Mundo, devem trazer à área. Cita exemplos de atrativos turísticos do Estado. Enumera avanços que podem ser obtidos com os recursos provenientes do setor.

 

012 - Presidente JOOJI HATO

Registra a visita do Vereador Luís Otávio Collus de Paula, da Câmara Municipal de Ilha Solteira, do Diretor de Turismo Darley Barros Júnior, e da assessora parlamentar Vilma Duarte, a convite do Deputado Milton Vieira; e dos ex-Prefeitos José Vidal de Oliveira, de Itapirapuã Paulista; Jonas Dias Batista, de Ribeira; e Maria Anunciata da Silva, de Barra do Chapéu, a convite do Deputado Milton Leite Filho.

 

013 - LUIZ CARLOS GONDIM

Para comunicação, tece comentários sobre audiência pública, ocorrida ontem, para discutir a problemática dos planos de saúde com médicos e pacientes. Parabeniza o Deputado Ulysses Tassinari, organizador do evento, pela iniciativa. Informa que encaminhará ofício à Presidente Dilma Rousseff e ao Ministro da Saúde, solicitando atenção especial à classe médica e aos usuários de planos de saúde.

 

GRANDE EXPEDIENTE

014 - OLÍMPIO GOMES

Destaca o lançamento da Frente Parlamentar em Defesa da Segurança Pública, que aconteceu ontem. Agradece aos Deputados que compareceram e apoiaram o evento. Cita objetivos da frente, como a de ser o interlocutor entre a sociedade e os órgãos de classe. Critica a lentidão no processo de negociações com o Governo do Estado, no que tange ao reajuste salarial de policiais. Lamenta o conteúdo das emendas apresentadas aos projetos do Executivo. Cumprimenta o ex-Deputado Conte Lopes, em visita a este Parlamento (aparteado pelo Deputado Fernando Capez).

 

015 - PEDRO BIGARDI

Para comunicação, parabeniza a União da Juventude Socialista, pelo aniversário de 27 anos. Cita bandeiras defendidas pela UJS. Elenca autoridades políticas que passaram pela instituição.

 

016 - CARLOS BEZERRA JR.

Discorre acerca da reunião, de ontem, da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, da Cidadania, da Participação e das Questões Sociais, com a presença de representantes da Zara, para esclarecimentos sobre denúncias de trabalho escravo. Considera evasivas as respostas dos representantes, que negaram irregularidades. Sugere a criação de CPI para apurar este e outros casos. Apela para que este Parlamento exija a reparação financeira e moral dos prejuízos dos  trabalhadores.

 

017 - GERALDO CRUZ

Assume a Presidência.

 

018 - FERNANDO CAPEZ

Reitera questão de ordem sobre os critérios para apreciação de projetos da ordem do dia. Discorre sobre proposituras do Executivo, que versam sobre as carreiras de policiais civis e militares. Informa que emendas foram apresentadas pela maioria dos Deputados, com o objetivo de melhorar a matéria. Cita a emenda, de sua autoria, que propõe a extinção de cargos de 3º sargento e a criação de vagas de subtenente. Explica que o objetivo é promover os policiais de forma ascendente, contemplando todos os cargos. Mostra tabela de gastos atual com folha de pagamento. Argumenta que, se implementada, sua proposta gerará economia aos cofres públicos.

 

019 - JOOJI HATO

Fala de sua preocupação quanto à reforma administrativa da Segurança Pública. Defende aumento de salários para os policiais. Questiona o Governo, que alega não dispor de recursos para tanto. Discorre acerca dos efeitos do alcoolismo e das drogas. Repudia a violência. Defende a manutenção da base familiar. Cita a greve de médicos e elenca os motivos que a teriam desencadeado. Recrimina a combinação álcool e direção. Cita projeto de lei, de sua autoria, que visa fechar os bares da Capital até a uma hora da manhã. Enfatiza a lei aprovada, nesta Casa, que proíbe a venda de bebida alcoólica a menores de idade.

 

020 - CARLOS GIANNAZI

Pelo artigo 82, critica anúncio feito pelo Ministro da Educação, Fernando Haddad, a respeito do aumento dos dias letivos no ensino público. Defende maiores investimentos para a Educação. Lamenta o baixo desempenho das escolas públicas no Enem. Lembra que, em 1996, com a aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, o ano letivo foi estendido, sem aumento da qualidade no ensino. Cita propostas, de sua autoria, sobre o financiamento da Educação.

 

021 - JOOJI HATO

Assume a Presidência.

 

022 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Pelo art. 82, informa sua presença em reunião da Comissão de Finanças e Orçamento, nesta Casa. Comenta a reunião do Colégio de Líderes, com a presença do Secretário Estadual de Gestão Pública Júlio Semeghini. Conclui que há sobras orçamentárias que permitiriam a aprovação de emendas aos projetos de lei referentes ao reajuste salarial dos policiais civis e militares.

 

023 - SIMÃO PEDRO

Pelo art. 82, informa que solicitou ao Ministério Público investigação a respeito de contrato, sem licitação, entre a Prodesp e a empresa de escutas Fence. Desconsidera as justificativas da Secretaria de Gestão Pública e da Prodesp em contratar a pessoa jurídica sem prévia licitação. Comunica que o Governador, quando questionado sobre a questão, determinou o cancelamento imediato e unilateral do contrato. Defende abertura de CPI a fim de averiguar o caso. Pede as demais providências sobre a questão.

 

024 - SIMÃO PEDRO

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

 

025 - Presidente JOOJI HATO

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 23/09, à hora regimental, sem ordem do dia. Levanta a sessão.

 

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Jooji Hato.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado João Caramez para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - JOÃO CARAMEZ - PSDB - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o primeiro orador inscrito, o nobre Deputado João Caramez.

 

O SR. JOÃO CARAMEZ - PSDB - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectador da TV Assembleia, quero inicialmente cumprimentar os alunos do Colégio Axis Mundi, do município de Campinas, acompanhados do responsável Sr. Alcides Silva. Cumprimento também o Parlamento Jovem de Jaboticabal, com Murilo Gaspar, Antonio de Andrade, Gustavo Caetano, Cláudia Ribeiro, Regina Helena e Maria Pinheiro.

Sejam bem-vindos à Assembleia Legislativa. Agradecemos a presença de todos.

Dia 22 de setembro comemoramos o Dia do Rio Tietê, este rio tão importante para o desenvolvimento do nosso Estado.

O Rio Tietê, o principal rio de São Paulo, faz parte na nossa história; por ele os índios se locomoviam e os bandeirantes desbravaram nossas terras. Sua importância se reflete no abastecimento, na irrigação para a agricultura, na geração de energia, transporte e lazer. Mas enquanto no interior suas águas são limpas e propícias para a prática esportiva, turística e pesqueira, na região metropolitana – que é a maior mancha urbana do mundo - vemos um rio totalmente deteriorado e poluído.

O Rio Tietê, dentro da nossa metrópole, percorre cerca de 60 quilômetros, por áreas densamente povoadas e industrializadas. Por aqui é um rio totalmente poluído, em decorrência dos detritos, dejetos, esgoto sanitário e esgoto industrial que nele acabam sendo despejados.

O investimento que o Governo vem fazendo já há 20 anos na coleta de esgoto, no tratamento de água e no reuso da água, conseguiu reduzir essa poluição em 160 quilômetros.  Mas isso ainda é pouco, o governo ainda tem muito trabalho pela frente e a população também tem que fazer a sua parte.

Por isso hoje iniciamos aqui na Assembleia Legislativa a segunda jornada em comemoração à semana do Rio Tietê, uma jornada que visa mobilizar os agentes públicos e a sociedade em geral para a adoção de práticas de preservação do Rio Tietê.

Temos uma lei de minha autoria, aprovada por esta Casa, que  instituiu a semana do dia 22 de setembro como a semana de preservação do Rio Tietê.  Por isso, já há alguns anos, temos realizado várias atividades nesse período, sempre em conjunto com o Departamento Hidroviário da Secretaria de Logística e Transportes, que visam promover a consciência ambiental, voltada para a importância do nosso rio. E o fazemos divulgando a Exposição do Projeto Tietê nas Escolas, composto de painéis fotográficos e  maquetes, que dão uma idéia da multiplicidade de usos do rio Tietê, especialmente no que se refere ao transporte hidroviário.

O Rio Tietê tem no Estado de São Paulo 1.136 quilômetros de extensão, dos quais 800 são navegáveis. É essa hidrovia paulista, que irá receber um aporte financeiro de mais ou menos um bilhão e meio de reais, graças a uma parceria entre governo do estado e governo federal que possibilitará a sua extensão e a realização de  obras que vão proporcionar maior agilidade das barcaças, aumentando a diversidade e a competitividade dos produtos transportados.

Em que pese todo esse problema que temos na grande metrópole com um rio Tietê poluído, eu quero crer que esses investimentos, tanto do estado quanto da União, que refletem que esses governos incluíram em sua agenda de políticas públicas o modal hidroviário, também contribuirão para a despoluição do nosso rio. Isso é muito importante, principalmente no momento em que vivemos; o aquecimento global requer uma mudança no comportamento das pessoas, porque ele é decorrente do péssimo cuidado que estamos tendo com o nosso planeta. O maior vilão dos gases de efeito estufa no Estado de São Paulo é o transporte rodoviário. São os congestionamentos. Sob o ponto de vista do país, a maior visão são os desmatamentos. Mas aqui em São Paulo não há desmatamentos, mas congestionamentos, que elevam as emissões de CO2, um dos principais gases responsáveis pelo efeito estufa.

Essa discussão vem em boa hora porque o transporte hidroviário é utilizado em vários países do mundo. Há países que constroem canais artificiais para implantação do modal e, aqui no Brasil, temos aquilo que a própria natureza, a mão Divina nos deu. O Brasil tem a maior bacia hidrográfica do mundo, que infelizmente não é utilizada para a navegação.

No dia 22 de setembro, dia em que comemoramos o Dia do Rio Tietê, é também um dia bem propício para comemoramos a atitude dos nossos governantes de tratar o modal hidroviário com visão de estadista, aliando desenvolvimento com sustentabilidade.  Nós, da Frente Parlamentar das Hidrovias, que desde a sua criação temos lutado pelo fomento desse modal de transportes, só podemos comemorar com muito entusiasmo essa importante conquista que, sem dúvida, também se refletirá na saúde do nosso rio Tietê.

 

A SRA. ANA DO CARMO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, minha comunicação é sobre uma audiência pública. Nesta tarde quero fazer um comunicado no sentido de que há mais de 50 dias que os médicos do Hospital HC de Ribeirão Preto estão em greve. Eles estão atendendo emergências, mas as cirurgias estão suspensas. Eles chegaram a esta Casa depois de várias reuniões no Emílio Ribas e em outros hospitais. A categoria se mobilizou, esteve aqui na Assembleia solicitando que a Comissão de Saúde debatesse esse assunto e fizesse uma audiência pública para discutir aqui a situação dos médicos, principalmente do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto. Há mais de 50 dias que 503 médicos estão em greve.

Infelizmente, não foi possível fazer essa audiência pública aqui porque não houve consenso na Comissão e não foi aprovado. Mas meu mandato vai fazer essa audiência pública amanhã, em Ribeirão Preto, na Câmara Municipal, às 17 horas. Convido os nobres deputados, principalmente os da região, para estarem presentes. Toda região estará presente - São Simão, Serro Azul, Serrana, Bebedouro assim como várias autoridades, vereadores, prefeitos, entidades. Fica então o convite.

Registro também um repúdio pelo fato de essa audiência pública não poder ter sido feita pela Comissão de Saúde, se existe a Comissão, se existe o debate e por se tratar de assunto muito sério, uma vez que é a saúde das pessoas que está em jogo. E também a audiência pública que eu gostaria de fazer em São Bernardo não foi aprovada na Comissão de Meio Ambiente.

É lamentável o que está acontecendo nesta Casa. Fala-se tanto em democracia, mas na verdade não é isso que prevalece aqui. Fica, então, minha indignação e o meu repúdio contra a má política da Saúde no Estado de São Paulo.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Esta Presidência tem a grata satisfação de anunciar ilustres visitantes nesta Casa, alunos do Colégio Axis Mundi, da linda cidade de Campinas, acompanhados do professor Alcir Silva, e do Parlamento Jovem de Jaboticabal, cidade tão bem administrada, acompanhado dos professores Murilo Gaspardo Antonio de Andrade, Gustavo Caetano Pozzi da Cunha, Claudia Ribeiro de Oliveira, Regina Helena Gonçalves Teixeira e Maria Pinheiro Souza Queiroz, a convite do colega nobre Deputado Reinaldo Alguz. Sejam bem-vindos e tenham aqui uma feliz experiência na visita ao maior Parlamento da América Latina. (Palmas.)

Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Tobias. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edinho Silva, ilustre presidente do PT de São Paulo.

 

O SR. EDINHO SILVA – PT – Muito obrigado, Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, minha saudação ao público que nos assiste em casa e que nos visita hoje, estudantes representantes de nossa comunidade. Quero utilizar esse espaço regimental para falar de uma imensa vitória que obtivemos ontem no Congresso Nacional ao aprovarmos a regulamentação da Emenda 29. Sem dúvida alguma conseguimos uma vitória fruto da organização, da mobilização da sociedade civil organizada, dos movimentos sociais. Uma vitória daqueles que, efetivamente, defendem a construção do sistema SUS. Muitos são aqueles que incorretamente criticam o SUS. É bom ressaltarmos que hoje o mundo procura um sistema público de financiamento para a saúde e muitos países se inspiram no modelo de saúde brasileiro. Portanto, o SUS, hoje, é inspiração para muitos países.

Evidente que a criação de um modelo de atendimento na área da saúde que seja universal – no qual cada cidadão que bata à porta de uma unidade de saúde tem o direito de ser atendido - não é uma tarefa simples.

Muitas vezes, Sr. Presidente, de forma incorreta, muitos criticam o Governo Federal e jogam a ele todas as atribuições da gestão da Saúde. Mas o Sistema Único pressupõe que a Saúde seja financiada pela gestão Tripartite, ou seja, a União, os Estados e os Municípios. Por essa razão, a qualidade do atendimento e de prestação de serviço na área da Saúde é uma atribuição de todos os entes federados. É nesse contexto, Sr. Presidente,  que ressalto a importância da aprovação da regulamentação da Emenda 29. De forma incorreta, atualmente, a imprensa tenta dizer que a aprovação da emenda 29 é uma derrota do Governo e do Partido dos Trabalhadores. Mas, ninguém lutou mais do que o Partido dos Trabalhadores para a aprovação e regulamentação dessa emenda. Portanto, a aprovação da emenda 29 pelo Congresso Nacional é uma vitória de todos aqueles que defendem o SUS. Por isso, ela também uma vitória do Partido dos Trabalhadores.

É uma vitória, Sr. Presidente, porque agora teremos condições de ver, efetivamente, quem investe na construção do SUS. Muitas vezes, vimos os Estados custeando programas de assistência social e obras de infraestrutura com o recurso da Saúde. Eles justificavam que estavam investindo em saneamento básico. Isso é investir em Saúde, de fato, Sr. Presidente, mas o dinheiro para custeio do SUS não pode ser desviado para obras de infraestrutura. Ele deve ser investido, efetivamente, na melhoria do atendimento da rede pública de Saúde.

Para concluir, Sr. Presidente, digo a V. Exa., a todos os Deputados e Deputadas desta Casa e ao público que nos assiste aqui e em casa pela TV Alesp, que ontem,  a aprovação da regulamentação da Emenda 29 é uma vitória de todos aqueles que acreditam e que defendem no Sistema Único de Saúde. A partir de agora, ficará explicito à sociedade quem, efetivamente, acredita e investe na construção do SUS.  

Muito obrigado Sr. Presidente, Srs Deputados e Sras. Deputadas. 

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Fernando Capez. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini, pelo tempo regimental.

 

O SR. EDSON FERRARINI - PTB - Sr. Presidente, Deputado Jooji Hato, Srs. Deputados, Sras. Deputadas e alunos que visitam esta Assembleia, exercendo assim sua cidadania, parabéns professores por esse belíssimo trabalho, venho a essa tribuna para dizer que tivemos há poucos instantes um encontro com o Secretário Júlio Semeghini.

O que ele veio fazer aqui? Veio discutir as nossas emendas para melhorar o projeto que recebemos acerca da reestruturação da Polícia, da Polícia Civil e da Polícia Militar. Desejo mil vezes parabéns ao Secretário Júlio Semeghini pelo trabalho que fez e por mostrar toda sua dedicação.

Nos últimos cinco encontros que tive com o Governador Geraldo Alckmin e com o Comandante-Geral, eu falei que ele deveria devolver o posto imediato aos oficiais, já que os praças têm esse posto, mas os oficiais o perderam. Quando diziam que o oficial iria ganhar 75% do que ganha o promotor, era mentira.

Neste momento o Governo não deve se preocupar com o que ele irá gastar com a reestruturação da Polícia Civil e da Polícia Militar. Por exemplo, quando se concede o posto imediato para o oficial, o que ocorre com os que estão na reserva há dez anos e não foram contemplados com esse beneficio? Dentro da mesma turma estarão os oficiais de primeira e segunda classe. Quando eu argumentava ao Governador em favor do retorno do posto imediato de oficiais, eu dizia a ele que já tinha um trabalho da administração de pessoal da PM de aposentar no máximo 15 oficiais por mês. Isso não deve chegar a 50 mil reais por mês de despesa para o Estado.

O Governador entendeu e agora nos enviou esse projeto. Mas, a matéria não atende a esse pessoal que não exerce a função há dez anos. Nesse momento estamos falando sobre essa questão, mas outras emendas serão debatidas como a pecúnia da substituição do oficial pelo praça, apresentada pela Deputada Analice Fernandes, entre outras.

Deputado Donisete Braga, Presidente pela Frente Parlamentar de Enfrentamento ao Crack, da qual eu tenho orgulho em participar, 98% dos meus pacientes viciados em cocaína começaram pela maconha. Por essa razão, eu propus a criação de uma Frente Parlamentar para combater a liberação da maconha no Brasil. Liberação da maconha no Brasil, nunca.

Então, trabalharemos juntos ao Deputado Donisete Braga que tem atuado fantasticamente. Lutaremos juntos contra a legalização da maconha para acabar com isso e mostrar aos defensores da liberação que eles estão equivocados. Vamos juntos trabalhar!

Sabem o que está faltando no nosso Estado e no nosso município? Falta a prevenção. Falta alguém falar com os nossos jovens antes deles se tornem usuários de drogas. Estes meninos e meninas que vieram nos visitar neste Parlamento precisam ser alertados.

Trabalhei 35 anos na Polícia Militar, fui Comandante da Rota, em todo esse período nunca vi alguém se viciar em drogas por que foi ameaçado com uma arma na cabeça, por um traficante. A droga sempre vem pela mão de um amigo, muitas vezes, pela mão do melhor amigo. Por isso, esses jovens precisam ser alertados. Isso é o que esta faltando no nosso Estado e nos nossos municípios.

No Estado de São Paulo e em nível federal não se investe nada em prevenção às drogas. Tudo isso são notícias boas que estou trazendo aos Senhores neste Pequeno Expediente.

Digo que iremos continuar em defesa da família, contra as drogas e pela não legalização da maconha, sempre ao lado do Deputado do Donisete Braga, pois sua Frente Parlamentar acordou São Paulo, acordou o Governo e fez um trabalho integrado com várias Secretarias.

Deputado Jooji Hato, médico, sempre ao lado dessa batalha, iremos continuar! Podem acreditar que não iremos perder essa guerra. As famílias podem acreditar.

Mas, isso não é uma luta só do Estado. É preciso que as empresas, a sociedade, a escola e as famílias estejam de mãos dadas para que assim possamos enfrentar essa guerra de igual para igual. Muito obrigado, Sr. Presidente Jooji Hato.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes, pelo tempo regimental.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários desta Casa, cidadãos que nos acompanham pela TV Assembleia, como diz a música do Roberto Carlos, "tudo estava igual como era antes, quase nada se modificou".

Esse foi o enredo que nós tivemos agora da reunião, bastante amistosa, técnica, respeitosa, por parte do Secretário Júlio Semeghini, de Gestão. Pude assistir a Deputados líderes de partidos, da situação e da oposição, de mãos dadas, encabeçados pelo Presidente da Assembleia, de mãos dadas, dizendo que não é possível esse tratamento que está sendo dado às polícias, e mesmo aos agentes penitenciários e agentes de escolta.

Foram feitas várias ponderações acerca das emendas. Temos 157 emendas. Quando se vai falar da questão do posto imediato dos oficiais, tirar esse maldito pedágio de dois anos, todos, inclusive o Secretário, dizem que "realmente é injusto, mas não é possível avançar neste momento, em função do quanto vai custar".

Para não implicar nada em aumento de despesa, temos que fechar a Assembleia Legislativa. Você põe o nome de uma escola, vai custar a placa da escola. Não pode aumentar a despesa. E para investir nos recursos humanos, nas pessoas, vai ter que aumentar a despesa, sim. Temos questões que são fundamentais de serem revistas, em relação aos policiais civis, aos delegados de polícia, aos escrivães e investigadores, que têm nível superior e recebem menos do que carreiras com nível médio, dentro da própria Polícia Civil, nesse "samba do crioulo doito".

Quero dizer à família policial que se tentarem dizer a vocês que Deputado A, B ou Casa, ou partido A, B ou C, é que estão colocando obstáculo na votação dos projetos, não é verdade. Todos os partidos da Casa, inclusive o PSDB do Sr. Governador, que o Presidente mandou por escrito as emendas de que o partido não abre mão.

Se não vamos respeitar a lei com o cumprimento da data-base em março, pelo menos que seja retroativo a 1º de junho, como foi feito para os profissionais da Educação. O Deputado Marcolino estava lá representando o PT e brilhantemente expôs todas as emendas apresentadas, sintetizou, porque o PT sozinho apresentou mais de 60 emendas.

E são emendas que o Governo vem e não consegue dizer que não são justas. E dizem: nós sabemos que são justas, vamos continuar avançando, mas neste momento só é possível fazer isso. Nós vamos avançar quando?

Quando estão mandando um projeto com 15% agora e 11% no ano que vem, Deputado Gondim, V. Exa. tem muito mais experiência e tempo de Casa que eu, qual é o recado que o Governo está dando? Até 31 de dezembro de 2012 nós não conversamos mais com a polícia nem com agente penitenciário, não. Vamos matar a fatura é agora.

Então, avançou muito pouco. Queremos votar os projetos. Ninguém torce para que não se avance, mas as emendas que cada parlamentar apresentou, que cada bancada apresentou, não foi porque nós sonhamos, não. É exatamente porque profissionais da área, entidades de associações e sindicatos nos procuraram, debateram, mostraram. Nenhum Deputado é insano, "olha, vou fazer isto aqui porque eu vi na internet", tanto que quando vai para o debate, o Governo sai dizendo: olha, concordo, é justo, é moral, é legal, é ético, mas por enquanto não dá, porque vai implicar em aumento de despesa.

Existe uma máxima na Segurança que diz que "segurança é caro, incomoda, e o resultado ainda é duvidoso".

Nós vamos ter que investir mais. Quero agradecer muito a todos os partidos políticos. Agora não é o Deputado, é o velho policial dizendo: "muito obrigado pelo que todos os partidos da Assembleia Legislativa estão fazendo neste momento, para que o Governo tome uma atitude decente em relação à polícia de São Paulo".

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Reinaldo Alguz. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vitor Sapienza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro.

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público que nos acompanha pela TV Assembleia, está se encerrando neste momento a 4ª Conferência Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional, convocada pelo Governo do Estado, e que teve início no dia 20 à tarde, quando estive presente na sessão de abertura, acompanhando a Secretária de Agricultura, Sra. Mônika Bergamaschi.

A Conferência se estendeu pelo dia todo ontem, e 500 delegados eleitos em conferências municipais e regionais foram até a Cidade de São José dos Campos, para debater propostas do Estado de São Paulo para a Conferência Nacional, que a Presidente Dilma convocou para novembro, no Estado da Bahia, para discutir as diretrizes, legislações, políticas públicas relacionadas ao tema.

Foi a 20ª Conferência estadual, ou seja, é um sucesso. Outros Estados ainda realizarão por este mês e início do mês seguinte. Todos estaremos lá na Bahia, em novembro, para debater as diretrizes e as políticas para o Brasil, a partir das propostas da conferência no Brasil todo. É um processo de muita discussão nos municípios.

Reconheço o esforço da Secretária, o apoio do Secretário da Casa Civil, Sidney Beraldo. Estive com os dois, solicitando o apoio, solicitando que o Governo do Estado convocasse, chamamos para a Assembleia o então Presidente do Consea em São Paulo. Mas quero fazer, antes de qualquer crítica, uma homenagem a todos os delegados que estão lá em São José dos Campos debatendo, tirando propostas e diretrizes para o Estado de São Paulo e as diretrizes para as políticas nacionais.

Reconheço que a Conferência poderia ter sido muito melhor se o Estado se preocupasse com esse tema. O Estado nunca deu importância. O Governo anterior, do Governador José Serra, acabou com o Consea, que era um Conselho estruturado no gabinete do Governador. A primeira atitude do Governador José Serra foi cortar qualquer orçamento do funcionamento do Consea, encaminhou em seguida para a Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social, que não o quis.

Na época o Secretário era o Sr. Rogério Amato, não quis que ficasse lá e jogaram na Secretaria de Agricultura. Quando a Secretária entrou, em junho, foi tomar ciência da situação. Felizmente, ela abraçou a ideia, fez um esforço muito grande e fizemos a conferência. Mas temos problemas crônicos. Se analisarmos o mapa da miséria no Brasil e no Estado de São Paulo, vemos que há problemas crônicos, famílias vivendo na miséria, suscetíveis ao problema da fome, da má alimentação, aqui na Grande São Paulo. Cidades como Carapicuíba e Itaquaquecetuba são muito pobres, receberão a ação do “Brasil sem Miséria”. Isso só aqui na Grande São Paulo, mas temos regiões como o Pontal do Paranapanema, do Vale do Paraíba, Vale do Ribeira e outras cidades na Região Metropolitana com problemas crônicos de crianças subnutridas, desnutridas.

Um Estado como São Paulo, com a agricultura pujante como a nossa, com a estrutura de pesquisa, universidades, poderia ter uma estruturação de políticas muito mais efetivas, dando inclusive condições importantes para o Brasil no desenvolvimento de outras políticas. Mas é um Estado que sempre se negou. Espero que o Governador Geraldo Alckmin, como foi sensível no seu governo anterior para esse tema, pelo menos acolheu a ideia de estruturar o Consea, dê prosseguimento.

Relatei uma CPI da segurança alimentar, iniciativa do Deputado Bruno Covas, hoje Secretário do Meio Ambiente. Encerramos a CPI no dia 9 de março, entregamos um relatório. Fiquei sabendo que o Presidente desta Casa tomou a iniciativa de dar prosseguimento a todas as recomendações feitas pela CPI. As nossas indicações são básicas, como a necessidade de haver uma lei de segurança alimentar no Estado de São Paulo. Isso tem de ser iniciativa do Executivo, que cria estrutura, organiza as conferências estaduais, o Consea. Precisamos de uma lei orgânica. Precisamos regulamentar a lei de combate à obesidade e sobrepeso aprovada por esta Casa, já sancionada. Precisamos ter estrutura para a sociedade civil participar. Há muito o que fazer.

Essas ideias foram sancionadas pelos delegados na conferência e serão encaminhadas ao Governador. Espero que o governo passe a dar uma atenção maior, já que na semana passada aprovamos uma lei que permite a compra dos produtos da agricultura familiar e dos assentamentos para os presídios, merenda escolar, hospitais. O Estado é um mercado institucional muito grande. Temos o Viva Leite, alguns programas, mas isso precisa ser estruturado. Precisamos de uma política de estado. A partir dessa conferência, do exemplo que os delegados na quarta conferência deram de participação, de superação das dificuldades, de comparecimento no interior, na Cidade de São José, espero que o governo se sensibilize e, de fato, abra um diálogo. Espero que as propostas da nossa CPI e da conferência sejam implementadas para que não tenhamos problema nenhum de famílias desnutridas, de doenças derivadas da má alimentação, para fortalecermos programas de educação alimentar. O Estado de São Paulo tem condições para isso. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra a nobre Deputada Regina Gonçalves. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Welson Gasparini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins.

 

O SR. MARCOS MARTINS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, ouvi atentamente o pronunciamento do nobre deputado que me antecedeu a respeito da segurança alimentar. Espero que o Governo do Estado não continue usando o dinheiro da saúde para outras finalidades, como o Viva Leite e a alimentação de presidiários. Com a aprovação da Emenda nº 29, esperamos que isso possa ficar mais claro. Há estados que não cumprem, usam dinheiro da saúde para a educação. Isso não pode continuar acontecendo. E, depois, reclamam que há pouco investimento na saúde, mas pelo menos o que existe, que seja aplicado na saúde. Isso é o que esperamos no Estado de São Paulo.

Outro assunto que gostaria de abordar é que continuam os ataques aos caixas eletrônicos. A Cidade de Guarulhos tem sido vítima, é um atrás do outro. Vemos que a segurança pública continua insegura. Queremos saber o que o Secretário de Segurança Pública, com toda a estrutura, está fazendo. Isso tem de ter um limite. Quantos caixas eletrônicos já foram atacados? É uma quantidade imensa. A população não tem mais confiança, esses caixas estão sendo retirados dos mercados, dificultando o acesso da população a bancos. Em vez de colocar agências bancárias e, de preferência, com portas de segurança, há banco querendo tirar. Esperamos que seja derrubado o veto ao nosso projeto para que os bancos continuem mantendo as portas de segurança, para que os bancos não façam projeto já retirando as portas de segurança para economizar dinheiro. Quem vai pagar o pato é a população, os clientes e os próprios funcionários pela falta de interesse nos bancos em investir naquilo que é responsabilidade deles. Os caixas eletrônicos são uma realidade. Colocam esses caixas sem segurança nenhuma, passam a responsabilidade para outros e o banco continua com lucro.

Gostaria também de cumprimentar o Prefeito Emidio de Souza, da Cidade de Osasco, que ontem sancionou a criação do Fundo de cultura e do Conselho de Cultura para que haja uma participação maior dos promotores de culturas nas decisões e no controle desse tema tão importante e necessário para o Estado, para as cidades e para o país.

Outro assunto importante é a questão da Comissão da Verdade, aprovada no Congresso Nacional. A população que teve seus entes desaparecidos precisa ter uma explicação. Precisamos saber como as pessoas desapareceram. Essas Comissões da Verdade certamente serão implantadas em estados, em cidades para que haja o acompanhamento da sociedade civil a respeito dos crimes que ocorreram contra a população na época da ditadura. Esse é um assunto extremamente importante.

Para finalizar, gostaria de dar um aviso aos moradores do Jardim Baronesa, na Cidade de Osasco. O Secretário de Segurança Pública nos afirmou, quando visitamos a Comissão de Combate ao Crack, que a delegacia 24 horas do Jardim Baronesa não será fechada. Os deputados ouviram o Secretário fazer essa afirmação. Esperamos que não seja fechada uma delegacia 24 horas, que tem uma demanda enorme, e que tenha delegados, escrivães, tenha condições de funcionamento. Deixemos registrado esse problema sério, a questão da segurança naquela região. Muito obrigado.

 

O Sr. Presidente - Jooji Hato - PMDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Engler. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Gerson Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Dilmo dos Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Morais. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Geraldo Cruz. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alex Manente. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Sebastião Santos.

 

O SR. SEBASTIãO SANTOS - prb - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, tomamos conhecimento de um fato que nos deixa com muito mais determinação de trazer o tema da pedofilia a esta Casa para ser discutido e levado a todo o Estado e ao País, para que nos mobilizemos rapidamente contra esse mal.

Vamos assistir a um vídeo que mostra um pedófilo, que é avô, e abusou de cinco crianças.

 

* * *

 

- É feita a apresentação de vídeo.

 

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O SR. SEBASTIãO SANTOS - prb - Vejam a frieza. A denominação dada foi muito boa, monstro, porque é um monstro que estava solto. E quantos estão aí, fazendo essas barbaridades, desfilando no nosso Estado. São pessoas que armam redes para ir contra crianças e adolescentes.

É por isso que estamos coordenando a Frente Parlamentar contra a Pedofilia. Quero convidar os Srs. Deputados para estarem conosco, às 10 horas, no dia 11 de outubro, na Cidade de Piracicaba, onde será lançada a Frente Parlamentar contra a Pedofilia. Faremos um grande trabalho para combater a pedofilia no Estado.

Sr. Presidente, conto com a presença de V. Exa. e dos demais pares para, juntos, combatermos esse tema. Sei que V. Exa. tem sido combatente em relação às drogas, ao álcool. Convido também V. Exa. para estar conosco nesse tema. Obrigado.

 

O Sr. Presidente - Jooji Hato - PMDB - Esta Presidência saúda o nobre Deputado Sebastião Santos e deseja muita felicidade e muito sucesso na Frente Parlamentar contra a Pedofilia, que é um grave problema.

Com certeza, V. Exa. terá o apoio dos 94 Deputados desta Casa, e também da turma do bem.

Tem a palavra o nobre Deputado Orlando Bolçone.

 

O SR. ORLANDO BOLÇONE - PSB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, servidores desta Casa, público presente nas galerias, acredito ser de extrema relevância o tema que me traz a esta tribuna. Trata-se da questão de vermos o turismo como uma estratégia de desenvolvimento.

O Estado de São Paulo, assim como o Brasil, enfrenta um grande desafio: preparar-se para as Olimpíadas, para a Copa do Mundo e para a atividade econômica do turismo, que, nos próximos cinco anos, deverá ser a principal atividade econômica, superando o petróleo e outras fontes de riqueza.

Hoje, o Estado de São Paulo apresentou o seu portal, através do Secretário Márcio França. Tive a honra de representar a Deputada Célia Leão, que coordena a Frente de Apoio ao Turismo e o Portal de Turismo do Estado, que trata de cinco vertentes: sol e praia; esporte e aventura; artes e cultura; turismo rural; turismo religioso. O lema é: “São Paulo. Um Estado, muitos destinos”.

A característica fundamental do tratamento dado pelo turismo no Estado de São Paulo e, acredito, no Brasil, é uma visão sistêmica, ou seja, de ver o turismo como um instrumento de desenvolvimento, como um instrumento que se completa com outras atividades. O portal, apresentado brilhantemente pelo Secretário Márcio França e por sua equipe, caracteriza o nosso Estado, integrando de forma sistêmica a questão histórica, a questão de nosso solo privilegiado, abençoado por Deus. Temos riquezas, desde água em grande quantidade - por exemplo, água com vanádio, na região de Ibirá; os Grandes Lagos, que caracterizam a região noroeste paulista; o nosso litoral extenso, um dos mais bonitos do País.

São Paulo recebe 40 milhões de visitantes ao longo do ano. Essa estratégia da Secretaria de Turismo vai colocar o turismo no seu devido lugar como uma atividade que deve ser uma fonte de busca histórica tal qual a rota dos jesuítas e dos bandeirantes; de busca para nossas riquezas, o orgulho que devemos ter do nosso solo e subsolo; da nossa relação fraterna. Somos uma sociedade totalmente diferente como lembrava Darcy Ribeiro. O povo brasileiro é um povo fraterno. Aqui convivem pessoas das mais diferentes etnias. Este povo atrai muitos visitantes e o turismo vai ser um grande indutor do desenvolvimento porque o turismo leva à melhoria das condições de habitabilidade, ou seja, melhores condições de vida, de moradia, de Saúde; leva a melhores condições de visitação, as pessoas procuram as cidades desenvolvidas, além do que o turismo é uma grande fonte de investimentos. Enfim, essa abordagem sistêmica, essa abordagem ampla apresentada pelo Secretário Márcio França é prestigiada por todos os segmentos do turismo e vai marcar a vida deste Estado, a sua história, a sua economia e em especial o seu desenvolvimento.

O desenvolvimento deve ser local, integrado, sustentável e em especial social. Nesse sentido, o turismo com certeza é uma estratégia essencial para esta realidade.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Sras. Deputadas e Srs. Deputados, esta Presidência quer anunciar a ilustre presença dos visitantes de Ilha Solteira.

Estão presentes o Diretor de Turismo Darley Barros, a assessora parlamentar Vilma Duarte e o nobre Vereador Aloísio Otávio. Eles se fazem acompanhar do nobre Milton Vieira.

Esta Presidência solicita uma salva de palmas aos nossos visitantes. (Palmas.)

Esta Presidência ainda tem a grata satisfação de anunciar a ilustre presença do ex-Prefeito de Itapirapuã Paulista José Vidal de Oliveira; do ex-Prefeito de Ribeira, Jonas Dias Batista e da ex-Prefeita de Barra do Chapéu Maria Anunciata da Silva. Eles se fazem acompanhar do nobre Deputado Milton Leite Filho.

Esta Presidência solicita uma salva de palmas aos ilustres visitantes. (Palmas.)

 

O SR. LUIZ CARLOS GONDIM - PPS - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, ontem o Deputado Ulysses Tassinari realizou uma audiência pública, da qual participamos, para discutir a greve dos médicos em relação aos planos de saúde. Trata-se de uma greve justa, pois os médicos ganham apenas 30 reais por hora de trabalho. Eles querem chegar a 60, 80 reais por hora de trabalho.

Estavam presentes o Dr. Dante, do Sindhosp; o Dr. Cid Carvalhais, do sindicato dos médicos; o Dr. Jorge Curi, da APM; Renato Azevedo, Presidente do Cremesp e representantes dos médicos que atendem planos de saúde e dos usuários de planos de saúde.

Durante a discussão, achamos por bem convidar um representante da ANS para na Comissão de Saúde esclarecer a falta de atenção para com os usuários de planos de saúde. Faremos também uma moção à Presidenta Dilma e ao Ministro da Saúde pedindo uma atenção especial a esta problemática dos médicos e usuários dos planos de saúde.

A greve vai continuar. A greve ocorre de forma paulatina e por especialidades: segunda pediatria, terça uma outra especialidade e assim por diante para que a população não sofra. Os serviços de urgência e emergência não pararão nos hospitais que atendem planos de saúde.

Parabenizo, portanto, o Deputado Ulysses Tassinari pela realização da audiência pública. Daremos total apoio aos representantes da classe médica, bem como aos usuários dos planos de saúde.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Esgotado o tempo destinado ao Pequeno Expediente vamos passar ao Grande Expediente.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários desta Casa, cidadãos que nos acompanham pela TV Assembleia, ontem tivemos no Auditório Franco Montoro o lançamento da Frente Parlamentar em Defesa da Segurança Pública, aliás, Deputado Jooji Hato, agradeço a presença e o apoio de Vossa Excelência. Tenho certeza de que vamos contar com a participação efetiva de V. Exa. em defesa da Segurança Pública, que já vem defendendo a vida e a segurança desde os tempos da Câmara Municipal nos seus projetos para diminuição da violência, na sua luta em relação ao uso do álcool, ao uso de drogas. Estou muito agradecido pela presença de V. Exa. como de outros colegas que por lá passaram: os Deputados Ed Thomas, Donisete Braga, Ana do Carmo, Carlos Giannazi, que se pronunciou reforçando o comprometimento como representante dos servidores públicos nesta Casa e também colocando o seu partido o PSOL como um intransigente defensor da votação da PEC 300 tanto na Câmara dos Deputados como no Senado. Agradeço a V. Exa. e ao partido.

Uma frente parlamentar tem de ter objetivos concretos e o nosso é simplesmente fazer com que essa frente possa criar um balcão de projetos, de ideias; possa trazer personalidades, agregar força para o Legislativo ser um interlocutor entre a sociedade e os órgãos que interagem no sistema de persecução criminal desde a polícia ostensiva à polícia investigativa, passando pelo Ministério Público, dono da ação penal; pela Justiça com o julgamento; pelo sistema prisional com o encarceramento de presos e à reinserção no contexto da sociedade.

Espero contar com o apoio da população, dos 19 deputados que já são signatários da frente. Que toda a Assembleia Legislativa se mobilize nesse esforço.

Mas, Sr. Presidente, eu não poderia deixar de levar neste momento algumas informações à família policial no Estado de São Paulo - Polícia Civil, Polícia Técnico-Científica, Polícia Militar - à família que também é minha família, já que meu pai é agente penitenciário aposentado, a família de servidores, a Secretaria de Assuntos Penitenciários que pouco ou quase nada avançou até agora o processo de negociação dos deputados da Assembleia Legislativa com o governo do estado que encaminhou os Projetos de lei Complementar de nºs 47, 48, 49, 50 e 51. Digo que pouco avançou porque acabamos de sair de uma reunião no Colégio de Líderes em que se fez presente o secretário de Gestão Julio Semeghini. Ele fez a sua contra-argumentação após a argumentação de todos os líderes partidários e poucas vezes eu vi uma união de esforços tão grande entre partidos diversos, ideologias e correntes partidárias diversas como vi nessa reunião. Do PSDB, partido do Sr. Governador, ao PCdoB, ao PSOL, ao PT que são partidos que estão na oposição, todos os líderes partidários defendendo as emendas que foram apresentadas ao projeto. Independente, até, se a emenda era de um parlamentar do partido ou não.

O Deputado Pedro Tobias, presidente estadual do PSDB, mandou inclusive uma manifestação por escrito dizendo do posicionamento do partido em relação ao acolhimento de emendas, como o posto imediato dos oficiais ser retroativo a 91, porque é uma terrível injustiça, e acabar com esse maldito pedágio de dois anos para passar para a inatividade se for requerer o posto imediato doravante.

O Deputado Marcolino, representando o PT, defendeu as emendas apresentadas, mas todas elas estão demonstrando as grandes injustiças que apresenta esse projeto. Em determinado momento, na sua contra-argumentação, o secretário Semeghini, que foi extremamente respeitoso com a Assembleia Legislativa, respeitoso com a postura de todos os parlamentares, disse ‘a gente verifica que tem uma injustiça em relação ao posto imediato’. E depois, o próprio Presidente da Assembleia, Barros Munhoz, contra-argumentou: ‘Mas se há injustiça, cada segundo que se perpetua uma injustiça não está fazendo valer a nossa condição nesta Casa.

Estou dizendo que pouco avançou, muito embora haja ânimo dos parlamentares para aperfeiçoar esses projetos.

O Deputado Fernando Capez tem projeto e manifestação em prol da passagem para a inatividade dos policiais femininos com tempos distintos dos masculinos, e somos signatários nessa proposta. O secretário diz que é um processo que está em desenvolvimento, que realmente é uma coisa que tem que acontecer, mas que no momento isso implica em aumento de despesas, e tudo que implicar em aumento de despesas, por enquanto, a resposta do governo é ‘Não’.

Ora, vamos manter a prova oral no concurso para delegados? É um desejo da categoria, reforça, sedimenta, fortalece? Não tem a menor dúvida. Não vai implicar aumento de despesa, mas isso acaba sendo coisa que é obrigação da Assembleia corrigir.

Concedo um aparte ao nobre Deputado Fernando Capez.

 

O SR. FERNANDO CAPEZ - PSDB - Primeiro parabenizar V.Exa. pela postura sempre independente e coerente não apenas na defesa dos servidores da área da segurança pública mas também nesta área. Infelizmente, se o Poder Legislativo não cumprir a sua função típica e legislar sobre direitos que estão consagrados na constituição, é lamentável dizer isso, mas, o Poder Judiciário mais uma vez vai fazer o nosso papel e emitir um comando normativo sobre a questão dos 25 anos da aposentadoria das policiais femininas. É triste, mas acho que vai se encaminhar para o Poder Judiciário determinar a imediata aplicação dessa regra constitucional.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Deputado Capez, depois das manifestações que vi do governo, acho que o caminho é aposentarmos, fazermos um escritório de advocacia e advogar causas contra a Fazenda Pública em que estejam envolvidos direitos mais do que legítimos de servidores públicos. Porque, quando ouvimos do próprio governo que a injustiça é flagrante e que precisa ser corrigida, mas que no momento não vai ser possível, e já houve avanços.

E devo dizer, por exemplo, em relação ao projeto das policiais femininas, já que V.Exa. estava convalescendo, com problemas de saúde e está aqui na Casa, agora, num esforço que imaginamos qual seja, não pôde estar presente naquele momento. Em relação ao posto imediato o próprio secretário falou ‘não, nós vamos consultar, porque, mesmo os oficiais estão em dúvida se deva ser retroativo e deva se tirar os 2 anos. Fui obrigado, como estou fazendo de público, a dizer: secretário, não tenha o comandante geral pelos oficiais. Hoje são 5 mil oficiais e são 5 mil contra 1. Eu disse no Colégio de Líderes como estou dizendo agora. Se perguntar para ele, ele está vendo a conveniência própria, está preocupado com os 20% que já estão garantidos.

 

O SR. FERNANDO CAPEZ - PSDB - V.Exa. fala agora sobre o posto mediato? Não imediato. Mediato? Aquele que demora 2 anos?

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Mediato, que é a contar de 2 anos. Vi muita sinceridade no secretário Semeghini. Sei que ele anotou tudo com muita atenção e preocupação, mas agora é o momento da Assembleia Legislativa. Bem disse o Deputado Fernando Capez e cumprimento V.Exa. por uma questão de ordem apresentada quando fala sobre o processo legislativo de votação de projetos nesta Casa, de projetos que estejam na Ordem do Dia, ser para valorização do Legislativo.

Chegou a hora de a Asssembleia tomar uma atitude, discutir, votar as emendas e vamos ver se o governo vai vetar essas emendas mais do que justas e legítimas. Ao falar de segurança pública aproveito para anunciar a presença nesta Casa do nosso sempre representante e sempre Deputado Roberval Conte Lopes, que é um exemplo para todos nós. Seja sempre bem-vindo, deputado.

 

O SR. PRESIDENTE - JOJI HATO - PMDB - Seja bem-vindo, nobre Deputado Conte Lopes, ex-vice-presidente desta Casa.

 

O SR. PEDRO BIGARDI - PCdoB - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, queria comunicar que neste dia é aniversário da União da Juventude Socialista, a UJS, conhecida nacionalmente. São 27 anos de vida da UJS e quer parabenizar essa entidade que participa dos principais movimentos estudantis do Brasil, tem participado nos últimos 20 anos - a União Nacional dos Estudantes, União Estadual de Estudantes, de São Paulo, União Brasileira de Estudantes Secundaristas, União Paulista de Estudantes Secundaristas, numa atuação muito forte. Tem mais de 100 mil filiados com muita militância e muita participação.

Dentre as bandeiras recentes que a UJS tem defendido temos os 50% dos recursos do pré-sal para serem aplicados em educação, ciência e tecnologia, uma batalha importante. Estiveram aqui na Assembleia debatendo esse tema com o presidente; 10% do PIB para a educação, outra bandeira importante, além de outras importantes como passe-livre estudantil no transporte público, a democratização da comunicação no Brasil. Ao longo desses 27 anos, tivemos personagens importantes, alguns do meu partido, como deputado federal Aldo Rebelo, que passou pelo UJS, ministro dos Esportes, Orlando Silva, e outros personagens importantes da historia do Brasil. Quero cumprimentar e dar aos parabéns à União da Juventude Socialista - UJS, pelos seus 27 anos e desejar que ela continue nessa luta importante do movimento estudantil em defesa de grandes bandeiras do nosso país.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Por permuta com a nobre deputada Analice Fernandes, tem a palavra o nobre deputado Carlos Bezerra Jr., pelo tempo regimental.

 

O SR. CARLOS BEZERRA JR. - PSDB - Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, público aqui presente, assessores da Casa, você que nos acompanha pela TV Alesp, muito boa tarde.

Venho à tribuna nesta tarde para fazer um relato daquilo que aconteceu na reunião de ontem na Comissão de Direitos Humanos desta Casa. Vocês sabem que a partir das graves denúncias envolvendo a multinacional Zara, grife de roupas espanhola presente no Brasil e no mundo, sobre a utilização de trabalho escravo em oficinas subcontratadas, com o apoio da maioria dos deputados que assinaram um pedido de CPI de minha autoria, venho desenvolvendo um trabalho de enfrentamento e de investigação em relação às explorações que estão acontecendo não apenas na Zara, mas também no caso das denúncias que vêm sendo feitas de utilização de mão-de-obra escrava, especialmente na indústria têxtil, na cidade e no Estado de São Paulo.

Nesse sentido, não posso esconder minha frustração nesta tarde. Na tarde de ontem, na reunião da Comissão de Direitos Humanos, com a presença dos senhores Enrique Huerta González, presidente da Zara Brasil Ltda., e Jesus Echeverria, presidente da Zara Internacional, nós tínhamos uma expectativa enorme de que esses senhores que representam essa multinacional pudessem trazer uma explicação não só aos deputados desta Casa, mas à sociedade paulista sobre o que está acontecendo.

As denúncias são gravíssimas: trabalhadores em condições degradantes, trabalhadores sendo aviltados nos seus mais básicos direitos humanos. As fotos mostradas ontem de oficinas de costura que produzem exclusivamente para a Zara são impressionantes: fios desencapados, trabalhadores em jornadas de 15, 16 horas por dia. Chamou-me a atenção uma imagem trazida pelo auditor fiscal, Dr. Luiz Alexandre Faria, responsável pelas operações que libertaram 15 trabalhadores em condição análoga ao trabalho escravo das oficinas da Zara, de uma trabalhadora boliviana que amamentava o filho enquanto costurava, numa clara demonstração de que não havia possibilidade que aquela trabalhadora parasse pelos menos por alguns minutos para amamentar o próprio filho. Imagens que nos constrangeram e ao mesmo tempo reforçaram em mim as convicções de que precisamos, imediatamente, dar uma resposta à sociedade paulista.

Esse parlamento tem uma oportunidade histórica em oferecer uma resposta à sociedade paulista. Uma resposta que venha através da instalação imediata de uma CPI que vai investigar, que vai trazer aqui as pessoas responsáveis por esses crimes, que vai esclarecer e, mais do que isso, vai recolher subsídios para que possamos desenvolver políticas públicas que possam trabalhar no sentido de erradicarmos definitivamente essa grande chaga da sociedade moderna, que impensavelmente ainda é presente, que é a chaga do trabalho escravo no século XXI.

Mas eu falava da minha frustração porque a sensação que tenho é que as respostas não foram dadas. Quando perguntamos aos responsáveis pela Zara se eles sabiam da ocorrência de trabalho escravo nas oficinas que eles contratavam, nenhum deles sabia. É impressionante. Eles nunca tiveram a curiosidade de visitar uma dessas oficinas. Pessoalmente perguntei ao presidente da Zara Brasil: Por coincidência apresentaram ontem o balancete de lucro recorde do semestre na Zara mundial, com mais de 700 milhões de euros de lucros. Vocês não perceberam que enquanto o lucro vinha aumentando, às custas do trabalho nessas oficinas, o número de empregos formais ia baixando? Vocês não perceberam isso? Vou explicar a vocês o que é isso.

O que estava acontecendo é que havia uma maior produtividade à custa de menos empregados formais, porque iam aumentando os empregos informais e invisíveis à custa do trabalho escravo de trabalhadores imigrantes, que acabam se submetendo a essa condição por estarem vulneráveis. Eles não responderam absolutamente nada. Quando perguntados sobre que tipo de solução iriam dar a essa questão, disseram que iriam criam um 0800. Perguntei: para que o 0800? Como será o encaminhamento desse 0800, qual será o fluxo, para onde serão encaminhadas essas pessoas, como serão atendidas, que tipo de apoio psicológico, moral, financeiro e social terão essas pessoas?

O que está acontecendo é o seguinte: ao fazerem essas denúncias, essas pessoas foram para a rua, ficaram sem emprego nem moradia, sem acesso à educação para seus filhos, sem absolutamente nada, ficaram a esmo. E esses que se utilizaram do trabalho escravo desses trabalhadores indefesos, têm sim responsabilidade com eles. Não apenas responsabilidade financeira, mas responsabilidade moral diante deles.

Fiz uma proposta aos senhores da Zara na tarde de ontem, na Comissão de Direitos Humanos, da qual sou vice-presidente: que se fizesse o cálculo de quanto auferiram em lucros a partir da descoberta de 15 trabalhadores em condições de escravidão. Mas as estimativas do Ministério Trabalho apontam que são 300 trabalhadores envolvidos no caso Zara. Para se ter uma ideia, foi apresentado como dado que apenas uma piloteira, uma costureira, em três meses, fez 46 mil peças para a Zara. A média do preço final de venda dessas peças é 140 reais cada. Aproximadamente 15 mil peças por mês. Multiplicando-se por 140 reais dá uma média de dois milhões de reais por trabalhador, por mês, na indenização. É obrigatório, é imediato, é justo que os senhores da Zara imediatamente se antecipem ao Ministério Público e façam uma indenização financeira digna, devolvendo os lucros auferidos com o trabalho escravo a esses que foram escravizados. Mais do que isso, garantindo condições de subsistência a cada um deles e a suas famílias. É urgente que isso se faça.

Meu sentimento é de enorme frustração, porque ao fazer essa proposta, imaginem qual foi a reação daqueles que auferem lucros dessa forma? Não houve. Confio na Justiça brasileira. Confio nesta Casa. Se os senhores da Zara não derem resposta aos trabalhadores invisíveis, que foram massacrados, que foram explorados com o trabalho escravo, estaremos incorrendo num grave erro. Esta Casa não pode tapar os ouvidos, não pode fechar os olhos àquilo que está acontecendo neste momento, debaixo do nariz da sociedade paulista.

É urgente que esta Casa seja a voz do povo paulista, faça as perguntas que têm que ser respondidas e exija justiça, mas, mais do que justiça, exija reparação a esses trabalhadores. É hora, é tempo. E é momento histórico, para que esta Casa não se cale e instaure imediatamente uma CPI para investigação do trabalho escravo, não apenas da cidade, mas em todo o Estado de São Paulo.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Geraldo Cruz.

 

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É moral e é justo. Mesmo que não consigamos - e venho fazendo uma luta hercúlea com muitos companheiros aqui nesta Casa -, mesmo que interesses maiores tentem impedir essa investigação, eu não economizarei esforços do meu mandato para investigar a fundo o que está acontecendo, para responsabilizar, para penalizar aqueles que auferiram lucros a partir do trabalho escravo. Mais, para ressarcir minimamente, em nome da Justiça, financeira e moralmente aqueles que foram explorados.

Esse, tenho convicção, não é um papel apenas meu, e não é compromisso apenas meu. É um compromisso de toda esta Casa. Mas eu reafirmo meu compromisso, compromisso do meu mandato, que é de dar voz aos que não têm voz, que é de dar visibilidade aos que são invisíveis. E este é o tempo, este é o momento histórico.

Repito um texto bíblico, do Livro do Profeta Amós, da minha tradição protestante, muito utilizado pelo irmão de fé, o reverendo Martin Luther King, na campanha pelos direitos civis nos Estados Unidos, na década de 60: que a Justiça flua, corra como um rio no nosso Estado. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GERALDO CRUZ - PT - Tem a palavra o nobre Deputado Fernando Capez, por permuta.

 

O SR. FERNANDO CAPEZ - PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, encaminhei na terça-feira, pelos canais formais, uma questão de ordem à Mesa Diretora dos trabalhos desta Casa, a fim de que responda se os projetos que se encontram prontos para serem votados na Ordem do Dia podem permanecer indefinidamente, sem serem discutidos e votados, ou se eles devem ser colocados imediatamente para apreciação.

Esta Casa Legislativa tem condições de votar, ou pelo menos de discutir e votar os quase 500 projetos que estão parados na Ordem do Dia, aguardando deliberação. E é uma cruzada que fazemos para que aqui seja cumprida a Constituição Federal e a Constituição estadual.

Desde o primeiro dia do meu mandato anterior, em 2007, integro a Comissão de Constituição e Justiça. Luto para que nos projetos sejam observados os parâmetros constitucionais. Se o projeto é inconstitucional, não pode ter tramitação. Se o projeto está de acordo com a Constituição, que tramite, entre na Ordem do Dia, seja discutido e seja votado.

Por essa razão, gostaria de trazer à baila e discussão um tema que diz respeito a um projeto que se encontra nesta Casa, um projeto encaminhado pelo Poder Executivo, e que está para ser votado. É um projeto muito importante porque diz respeito às carreiras dos policiais civis e militares.

Em que sentido isso interessa à coletividade? Se nós tivermos policiais civis e militares que se sintam prestigiados no exercício de suas funções, que se sintam reconhecidos por parte do Governo e da sociedade, que se sintam prestigiados pela Assembleia Legislativa, eles certamente irão trabalhar com motivação, com serenidade, com muito mais dedicação, e isso redundará em proveito para a coletividade.

É por essa razão que aos Projetos de lei Complementar 47, 48 e 49, que dizem respeito às carreiras das polícias civis e militares, quase todos os Deputados apresentaram emendas. Essas emendas não são para atrapalhar, não são para atrasar a tramitação. Essas emendas têm por objetivo aperfeiçoar os projetos, melhorar ainda mais a condição da carreira desses policiais.

Apresentei a emenda nº 7 ao PLC 49/01. E o que diz essa emenda? Existem vários cargos na estrutura da Polícia Militar, que não estão preenchidos, portanto, são cargos vagos, que aguardam a abertura de concurso para o seu provimento, e aguardam que haja promoções para o seu preenchimento. Esses cargos, repito, estão vagos, não são preenchidos neste momento por nenhum servidor.

Estamos postulando que sejam extintos esses cargos vagos, que não estão sendo ocupados por ninguém. Estamos propondo que sejam extintas 1641 vagas de 3º sargento. Você tem, depois de soldado e cabo, 3º sargento, 2º sargento, 1º sargento e subtenente. Estamos propondo a extinção de 1641 cargos vagos, não preenchidos, de 3º sargento.

E no lugar desses 1641 cargos, estamos propondo a criação de 1124 vagas de subtenente. Tanto os 1641 que vão ser extintos, quanto os 1124 que vão ser criados, são cargos vagos, ou seja, não estamos extinguindo cargo de ninguém que esteja no exercício da função. Extinguimos 1641 e criamos 1124; saem 1641 vagas de 3º sargento e surgem 1124 vagas de subtenente.

Para que isso? Para que a pirâmide hierárquica da Polícia Militar não tenha uma base tão larga e um ápice tão estreito. Estamos querendo alargar um pouco mais essa pirâmide. Estamos querendo dar aos 3º sargentos condição de promoção. Se eu extingo cargos de 3º subsargento e, no seu lugar, crio cargos de subtenentes, tendo mais cargos de subtenente vai acontecer o quê? O 1º sargento postula promoção a subtenente. O 2º sargento postula promoção a 1º sargento. O 3º sargento, a 2º sargento. O cabo, a 3º sargento. E o soldado, a cabo. Crio uma movimentação positiva na carreira. Essa movimentação dá estímulo psicológico ao policial que antevendo a possibilidade de uma promoção, vai trabalhar com muito mais motivação. Vamos lembrar que essa é uma das carreiras mais estressantes do mundo, a que tem o mais alto índice de suicídio por profissão no mundo. Tudo que pudermos fazer para dar mais conforto, mais motivação para que o policial se sinta prestigiado, reconhecido, devemos fazer. Esse foi o intuito da nossa Emenda nº 7 ao Projeto de lei Complementar nº 49, de 2001.

Qual a grande questão que se coloca? Essa emenda vai aumentar a despesa? No mérito é uma emenda muito boa. Inclusive, o nosso Secretário de Gestão, Deputado Julio Semeghini, com uma postura sempre irrepreensível, homem competente, de técnica irretorquível, com uma carreira pública indiscutível, notória, reconhecida, orgulhou-nos muito com sua presença. Hoje, infelizmente, meu estado de saúde não é lá essas coisas, estou aqui procurando me equilibrar, mas vim aqui para cumprir essa nossa obrigação para com a sociedade. O Secretário Julio elogia a emenda no mérito. “É muito boa sua emenda, Capez, ela dá mesmo motivação, mas será que aumenta despesa?”

Vamos ver agora, telespectador da TV Assembleia. Atualmente, o gasto total bruto da folha de pagamento das praças de policiais militares, só de subtenente, 1º, 2º e 3º sargento, é de R$ 44.758.895,13. Se a nossa emenda for acolhida, essa emenda que foi elogiada quanto ao mérito, uma emenda boa, que cria motivação, que dá reconhecimento, que é boa para a Polícia Militar, que é boa para a sociedade, se a nossa a emenda for acolhida, os gastos caem, são reduzidos de 44 milhões para R$ 43.954.463. Se a nossa emenda for acolhida, vai provocar uma economia mensal para os cofres do contribuinte. Essa emenda que os praças querem, a sociedade quer, o governo acha boa quanto ao mérito, essa emenda vai provocar uma redução de 0,16%, ou seja, R$ 804.431,55 de economia mensal. Isso significa que, multiplicando isso por 13 meses, temos 12 milhões de economia por ano. Em quatro anos, 50 milhões de reais de economia aos cofres públicos.

Uma emenda que a Polícia Militar quer, que o Deputado Vinicius Camarinha, que estourou de reconhecimento pelo seu trabalho na Cidade de Marília, o deputado estadual proporcionalmente mais bem votado do Estado na sua região, sabe que os policiais militares da sua região vão perguntar para ele e ele vai dizer: “esta emenda que apoiamos é uma boa emenda, vai permitir a movimentação vertical na carreira e vai economizar 50 milhões de reais em quatro anos”.

Pergunto: qual o defeito dessa emenda? O defeito é que ela foi apresentada no Poder Legislativo? Será que nós deputados não temos condições de melhorar os projetos? Será que não temos experiência? Será que tenho 23 anos no Ministério Público, dou aula há 20 anos, tenho meus livros publicados, atuo na área de segurança ativamente há pelo menos 15 e será que nada podemos contribuir? Não creio. Esta não é uma emenda demagógica, é uma emenda que fiz para valer. É uma emenda que reduz despesa, que não aumenta a despesa, que não viola a Lei de Responsabilidade Fiscal. Só que, se ela não for acolhida, como vou fazer? Não tenho iniciativa. Nenhum deputado tem a iniciativa para apresentar projeto de lei sobre as carreiras policiais, sobre vencimentos de policiais, sobre benefícios para servidores públicos. É agora ou não será mais. Por isso, peço o esforço, a compreensão para analisar esse tipo de emenda. Não é uma emenda que interesse apenas aos policiais militares, é uma emenda que interessa à coletividade, terá policiais mais motivados e mais reconhecidos no exercício do seu trabalho. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GERALDO CRUZ - PT - Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato, por permuta de tempo.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, assomo à tribuna para dizer que todos nós estamos preocupados com a reforma administrativa da nossa segurança, da Polícia Civil e Militar. Estamos preocupados com o aumento do salário dos policiais. Percebemos que talvez não haja tanto aumento assim para fazer justiça salarial porque o governo está dizendo que não tem recursos.

Bato sempre na mesma tecla: qual a razão de não ter esse recurso? É porque o recurso se esvai, escoa pelo ralo por meio da corrupção, da falta de arrecadação, da perda de arrecadação na guerra fiscal. Perdem-se grandes recursos com a violência, a violência que causa tantos males, que mata, que desagrega, que destrói e consome grandes recursos do SUS, como já falei muitas vezes. Temos males físicos que a bebida alcoólica e as drogas causam. Temos males psicológicos, males econômicos, males sociais.

Como exemplo dos males físicos, a bebida alcoólica causa cirrose hepática, gastrite, câncer gástrico, até impotência sexual. Quanto aos males psicológicos, temos grandes internações nos hospitais psiquiátricos, temos internações, depressões, violência, agressividade, crime. Nos males sociais, nem se fala. Temos, principalmente, a desagregação familiar. A família é a célula-mater, a mais importante na sociedade. Quando a família se desagrega, ocorre o que estamos vendo na sociedade: menores abandonados, embebedando-se, drogando-se. É só ir à Cracolância ou a outros pontos da Capital e do interior. Temos acidentes de trânsito, que causam tanto prejuízo. Temos brigas familiares. Temos amigo esfaqueando amigo. Temos trabalhadores faltando ao serviço, perdendo emprego.

E os males financeiros? A Polícia ganha mal, o funcionário público ganha mal. o Governo não tem recursos porque gasta com o SUS, com a Segurança Pública. Cada vez que o consumo da bebida alcoólica e de outras drogas aumenta, é preciso contratar mais policiais, construir mais delegacias. Não tem fim, é um ciclo vicioso, é uma roda-viva: Santas Casas e hospitais falidos; médicos fazendo greve, ganhando mal; a população sem atendimento médico-hospitalar.

Qual é a causa disso tudo? Corrupção, guerra fiscal, em que o Estado de São Paulo perde, e principalmente a violência. Quanto não se consome com a violência? Mas tem uma parte que, talvez, aumente a geração de emprego e a arrecadação. O Brasil é o terceiro maior produtor de cerveja do mundo. É claro que gera emprego, riqueza, mas também arrebenta os nossos jovens, que estão nas lojas de conveniência, nos postos de combustível, bebendo. Motorista que bebe e sai dirigindo, como se a direção e o álcool combinassem. Nunca combinou, em lugar algum, e não vai combinar neste País.

Em Londres, na Inglaterra, muito tempo atrás, o rei descobriu que os seus súditos bebiam pela madrugada e, no dia seguinte, não conseguiam trabalhar. No dia seguinte, faltavam ao emprego e a Inglaterra não tinha produtividade, não tinha desenvolvimento. O rei pensou: outros países controlam, fecham mais cedo as tabernas. É por isso que os “pubs”, em Londres, fecham às 23 horas.

Fiz a Lei Seca e a Lei do Silêncio. Isso não veio da minha cabeça. Outras cidades do mundo fecham esses estabelecimentos mais cedo: Londres, às 23 horas; Tóquio, às 21 horas; Moscou, às 20 horas; Nova Iorque, às 23 horas. Diadema, que seguiu a nossa lei, fecha às 23 horas. Na Cidade de São Paulo, consegui fechar à uma hora da manhã, o que é muito tarde. Estou apresentando um projeto de lei nesta Casa, para que todas as cidades do Estado fechem os bares às 22 ou 23 horas. Aí, teremos mais eficácia. Hortolândia seguiu a nossa lei. Lá, eram assassinadas 33 pessoas por mês. Quando o prefeito da cidade decretou o fechamento dos bares às 21 horas, esse número zerou.

O nosso País é um grande produtor de cerveja, mas não pode vender bebida alcoólica para menores de idade. Precisamos controlar, e o nosso Governador Geraldo Alckmin fez isso. Anteontem, esta Casa aprovou uma lei, extremamente importante se tiver eficácia. Só que o que aprovamos exclui os proprietários de bares e restaurantes. Por exemplo, se um pai pedir bebida alcoólica e der ao filho menor, o dono do estabelecimento não vai ter nenhum problema. Será penalizado o pai ou uma pessoa qualquer, um cidadão maior que comprou a bebida ou que o dono do estabelecimento contratou para ser responsabilizado. Quando for inquerido, dirá que comprou a bebida e deu para o jovem. Então, não haverá nenhuma penalização.

Peço ao Governador Geraldo Alckmin que vete esse item do projeto que foi aprovado. Infelizmente, não consegui impedir. Se deixar como está, não vai ter eficácia porque o dono do boteco vai continuar a vender. Ele pega um cidadão, até mesmo um funcionário, e diz para ele assumir se alguém vier reclamar que vendeu bebida alcoólica para menor de idade.

Essa é a nossa reivindicação. Essa lei será extremamente importante. Estão dizendo que vão fazer uma força-tarefa na fiscalização, blitz. A proibição da venda de bebida alcoólica para menores já existe, é uma punição criminal, mas criminalmente não tem nenhuma eficácia. No bojo desse projeto, quando se faz a punição administrativa com 87 mil reais de multa e depois o fechamento do estabelecimento, aí, sim, teremos eficácia.

Acredito no Governador, quero acreditar, porque acredito em Deus. Essa lei vai ser extremamente importante se conseguirmos controlar a bebida alcoólica de modo geral, não somente para adolescentes. Por isso, temos que tirar essa banalização da venda de bebida alcoólica em qualquer lugar, por dez, vinte centavos. A nossa cachaça é de má qualidade e traz doenças irreparáveis. Acima de tudo, temos que controlar essa banalização, com a diminuição dos pontos de venda de bebida alcoólica. Está de parabéns o Governador Geraldo Alckmin, que é médico e sabe da importância que tem esse projeto de lei. Mas é preciso excluir esse item, que vai tirar a responsabilidade dos donos dos estabelecimentos.

 

O SR. Carlos Giannazi - PSOL - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Sras. Deputadas, público presente, telespectador da TV Assembleia, assomo à tribuna para, primeiramente, registrar a postura crítica do PSOL em relação ao anúncio feito pelo Ministro da Educação, Fernando Haddad, da possibilidade de aumento dos dias letivos no Brasil como forma de tentar resolver a crise educacional.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato.

 

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Nós que somos da área da Educação, nós que somos profissionais da Educação entendemos que não precisa aumentar a carga horária principalmente na área da educação básica, que corresponde à Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio. O que precisamos hoje no Brasil é de um choque de investimento por isso a nossa luta em todo o território nacional pela aprovação de um artigo no Plano Nacional da Educação garantindo 10% do PIB na área educacional, na escola pública brasileira, ou seja, que o Brasil invista no mínimo, num período de 10 anos, 10% de todo o seu Produto Interno Bruto. Esta é a saída para a Educação pública no Brasil, um choque de investimento. O aumento da carga horária não vai resolver o problema.

Recentemente tivemos o anúncio das notas do Enem. A imprensa fez o ranking das escolas melhores posicionadas e ficou muito claro que a escola pública continua nos piores lugares por conta da falta de investimento. Essa medida de aumentar a carga horária, na nossa opinião, não deixa de ser marqueteira pois não cumpre nenhuma finalidade até porque já tivemos uma experiência em relação a esse tópico.

Em 1996, na aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, houve aumento da carga horária e dos dias letivos também. Até 1995 a educação básica tinha 180 dias letivos. A partir da aprovação da Lei 9394/96 avançamos para 200 dias e a qualidade de ensino não melhorou por conta disso. Portanto, esta é uma medida que não resolve o grave problema da Educação, que é a falta de investimento. Precisamos fazer uma ampla reforma educacional no nosso País e garantir mais investimento para as escolas públicas. Temos dinheiro para isso. Inclusive há várias propostas apresentadas na forma de emendas ao plano nacional de Educação. Temos mais de três mil emendas no Congresso Nacional muitas delas versando sobre o financiamento da Educação. Há uma emenda importante que defendemos: a canalização, a drenagem do lucro das empresas estatais para o orçamento da Educação. A emenda diz que 5% do lucro de estatais como a Petrobras e o Banco do Brasil seja destinado ao orçamento da Educação - e temos mais de cem estatais que poderiam contribuir muito caso a emenda seja aprovada.

Nesse diapasão ainda não posso deixar de registrar um outro projeto de lei que aumenta o percentual mínimo a ser investido em Educação de todos os entes federativos, dos municípios, dos estados e da própria União. Segundo a proposta, a União que hoje investe 18% passaria a investir 25% em Educação. Estados e municípios que hoje investem pela Constituição Federal e pela Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional 25% passariam a investir 30 por cento. Então temos fontes de financiamento, temos propostas. Há ainda a proposta do pré-sal, qual seja, que 50% do fundo social do pré-sal seja destinado para a Educação pública, enfim, é dessa forma que entendemos a possibilidade de resgatar a Educação pública gratuita, estatal e laica de qualidade para todos os nossos alunos de escolas públicas: alunos matriculados na Educação Infantil, no Ensino Fundamental, no Ensino Médio, no Ensino Superior, em educação de jovens e adultos, em educação especial e em cursos profissionalizantes. Esta é a saída para a Educação.

Aumentar a carga horária numa situação de caos e com falta de investimento não resolve a situação da crise educacional.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, nesta semana começamos a debater na Comissão de Finanças e Orçamento as contas do Governador.

No dia de hoje também no Colégio de Líderes tivemos a presença do Secretário Júlio Semeghini para ponderar sobre os cinco projetos de lei que debateremos nos próximos dias em relação à Polícia Militar. O maior argumento do Secretário é que não há recursos para acatar as emendas apresentadas pelo Partido dos Trabalhadores.

Fizemos alguns levantamentos em relação a algumas Secretarias do Governo Serra e das informações apresentadas pelo Governo a Secretaria de Segurança Pública, Emprego e Trabalho, Meio Ambiente, Planejamento, Transportes Metropolitanos e Administração Penitenciaria gastaram menos do que a previsão orçamentária para o exercício de 2010.

Para se ter uma referência de valores, de 149 bilhões previstos, apenas 147 bilhões foram executados, ou seja, temos uma sobra de caixa de mais de dois bilhões de reais só nessas Secretarias.

A conta hoje apresentada no Colégio de Líderes para aprovar algumas das emendas apresentadas pela Bancada do Partido dos Trabalhadores dentre outras bancadas está na casa de um bilhão e meio, porque algumas emendas são de 20 milhões de reais, outras de 70 milhões, outras de 50, outras de um milhão e trezentos mil. Estamos falando de um impacto de um bilhão e meio para as principais emendas apresentadas pelas bancadas no Colégio de Líderes ao Secretário. Só com estas Secretarias que nominei já seria possível acatar as emendas apresentadas.

Na Secretaria da Administração houve uma redução significativa.

Levantamos também os investimentos por Secretarias no ano de 2010. Os investimentos realizados ficaram no mesmo patamar dos investimentos previstos. Porém, diversos órgãos apresentaram uma queda significativa.

Vamos prestar atenção quais órgãos tiveram uma redução significativa em 2010 e continuam tendo em 2011: na Defensoria Pública 45%; na Secretaria da Juventude e no Procon 37%; no Itesp 23%; na Secretaria de Administração Penitenciária - um dos debates com o Secretário no Colégio de Líderes - 53.5%; na Secretaria da Cultura 8.7%; na TV Cultura que ainda estava no orçamento foi de 18.38%; na Secretaria da Habitação 77%; na Secretaria do Meio Ambiente 38%; na Secretaria dos Transportes Metropolitanos 18%; na Secretaria de Planejamento 21%; na Secretaria de Segurança Pública 12 por cento. Daí vemos problemas no Metrô, na CPTM. Tivemos redução significativa, no ano passado, em várias áreas sociais e deveriam ser aplicados quase 9 bilhões de reais, que foi o que sobrou do Orçamento do Estado no ano passado. Arrecadação acima do previsto mais o contingenciamento que foi feito.

Então nós não admitimos que o secretário, no Colégio de Líderes, converse com todas as bancadas e diga que não tem recursos suficientes para garantir as emendas apresentadas pelas bancadas nos cinco projetos da Polícia Militar.

Na próxima semana discutiremos, avaliaremos as Constas do Governador executadas no ano passado. Muitos problemas que estamos vivenciando neste ano são em virtude da não utilização dos recursos corretamente no ano passado. Não é possível admitir que não haja recursos. Houve sobras, houve contingenciamento. Dinheiro existe e queremos que seja ele seja bem investido.

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente desta sessão, nobre Deputado Jooji Hato, demais colegas deputados, quero também cumprimentar o público que nos acompanha pela TV Assembleia. Acabo de retornar do Ministério Público onde protocolei na Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social da Capital, ao Dr. Saad Mazloun, uma representação solicitando ao Ministério Público que investigue um problema muito grande, um caso muito complicado que a imprensa denunciou na semana passada.

É uma reportagem do jornal ‘O Estado de S. Paulo’, da revista ‘Carta Capital’ e de outros veículos de comunicação dizendo que a Prodesp, um órgão de processamento de dados e empresa pública que presta serviços inclusive para esta Assembleia Legislativa, mantinha um contrato feito sem licitação com uma empresa com sede no Rio de Janeiro que não tem CNPJ em São Paulo, cujo dono, um ex-coronel do extinto SNI, coronel já na Reserva que trabalhou em órgãos da Abinc, desenvolveu aparelhos de escutas telefônicas. Esse contrato, por dispensa de licitação e por quase 1 milhão de reais por ano, feito em 2009, renovado em 2010, e, para nossa surpresa, também renovado em julho deste ano na Prodesp, que mantinha contrato com uma empresa chamada Fence, especialista em detectar varreduras de telefones, mas que, suspeita-se, também fazia escutas telefônicas de forma clandestina, com dinheiro público e instalada num órgão público para se tentar dar um ar de legalidade.

Recebi essa denúncia, fui ao Tribunal de Contas, pedi cópias do contrato, fiz uma análise e achei absurdas as alegações da Secretaria de Gestão e da Prodesp para contratar essa empresa sem licitação, dizendo que é a única empresa que tem um sistema de fazer varreduras para detectar se há escutas telefônicas instaladas na Prodesp, sendo que há vários tipos de sistemas para fazer isso, sendo que a Secretaria de Segurança Pública, se houvesse suspeitas de grampos instalados em algum órgão, poderia ser acionada. Conversei com o secretário de Segurança Pública hoje, Dr. Ferreira Pinto, que me informou que a Secretaria tem departamentos para fazer varreduras, para saber se há aparelhos instalados para fazer escutas clandestinas, mas um contrato que consumiu mais de 2 milhões de reais dos cofres públicos do Estado. E quando o repórter perguntou à Assessoria de Imprensa do governador Geraldo Alckmin o que tinha a dizer sobre esse contrato o governador determinou o seu cancelamento imediato, unilateral.

O Dr. Julio Semeghini, secretário de Gestão, para dar explicações, colocou-se à disposição, tentou explicar o porquê desse contrato dizendo que fez uma espécie de separação amigável, um cancelamento amigável. Para nossa surpresa, quando recebi cópia do procedimento de cancelamento do contrato, ele dá uma espécie de aviso prévio, ou seja, o contrato ainda está em vigor, o que é um absurdo. O governador alegou, evidentemente, que não foi feito com licitação, mas é uma empresa de consultoria empresarial com sede na Barra da Tijuca, no Rio, e muito suspeita no serviço.

Solicitamos, então, que o Ministério Público faça uma ampla investigação. Estou coletando assinaturas para abertura de uma CPI e já consegui 28. Espero convencer alguns dos colegas a assinar a CPI para protocolar e fazer uma investigação aqui. Porque, se de fato essa empresa fazia escutas telefônicas em áreas de interesse da Prodesp, a própria Assembleia Legislativa pode ter sido grampeada, assim como o Ministério Público, o Tribunal de Justiça e todos os órgãos para os quais a Prodesp presta serviços.

Trata-se de uma denúncia muito grave, de um assunto que merece toda a atenção dos órgãos públicos. O governador, assim que soube da existência desse contrato, determinou o seu cancelamento, mas nós não estamos satisfeitos. Nós achamos que esta Assembleia e o Governo têm que explicar onde que a Prodesp e essa empresa Fence faziam as tais varreduras. Que órgãos públicos eles investigaram. Que tipo de equipamento era utilizado. O pagamento, como era feito? Por varredura? Por órgãos onde fizeram os tais serviços?

É um assunto tão complicado, tão cabeludo! É uma herança deixada ao atual governo. Lembrando que essa empresa prestou serviços ao Ministério da Saúde. A informação que eu tenho é de que o próprio José Serra, ex-governador, que determinou a sua contratação. É uma empresa cujo dono esteve envolvido em escutas clandestinas no caso Lunus, que detonou com a candidatura da atual governadora do Maranhão e ex-pré-candidata a presidente da República.

É, então, uma empresa suspeita, e queremos investigar esse caso a fundo. Achamos que a Assembleia Legislativa não pode se omitir. Fiquei muito feliz com a receptividade do Ministério Público, hoje, e estarrecido com as informações que o secretário da Segurança Pública, Dr. Ferreira Pinto, nos passou, de que a própria Secretaria tinha condições de fazer esse serviço se solicitada. Então a Prodesp precisa vir aqui explicar. O Dr. Julio Semeghini se colocou à disposição inclusive para vir à Assembleia. Vou solicitar à Comissão de Ciência e Tecnologia e de Segurança Pública que faça um debate, uma audiência sobre esse assunto para que isso seja esclarecido. Não podemos admitir serviços de arapongagem em qualquer lugar se não for autorizado pela justiça e ainda mais pago com o dinheiro público. Isso precisa ser esclarecido. Espero que esta Casa não se omita neste caso. Vamos acompanhar o trabalho do Ministério Público. Quero convidar meus colegas a acompanhar os debates nas comissões. Espero que as comissões aprovem o requerimento convocando o presidente da Prodesp para que venha explicar, para que seja definitivamente esclarecido e se tiver responsabilidade que os responsáveis sejam devidamente punidos.

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças, solicito o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Nobre deputado Simão Pedro, desejamos que V.Exa. tenha sucesso nessa empreitada. Se isso for verdade, constrange a todos nós. A liberdade é agredida e isso não pode acontecer.

Sras. deputadas e Srs. Deputados, havendo acordo entre as lideranças, antes de dar por levantados os trabalhos, esta presidência convoca V.Exa. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, sem Ordem do Dia.

Está levantada a presente sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 16 horas e 51 minutos.

 

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