29 DE ABRIL DE 2024
54ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: LECI BRANDÃO, CARLOS
GIANNAZI e EDUARDO SUPLICY
RESUMO
1 - LECI BRANDÃO
Assume a Presidência e abre a sessão às 14h04min. Lamenta o
falecimento do soldado Matheus Henrique Pereira, pertencente ao efetivo da
assessoria policial militar da Alesp.
2 - CARLOS GIANNAZI
Para comunicação, faz pronunciamento.
3 - PRESIDENTE LECI BRANDÃO
Determina, a pedido do deputado Carlos Giannazi, que se faça
um minuto de silêncio em homenagem ao soldado Matheus Henrique Pereira,
falecido em 27/04.
4 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
5 - CARLOS GIANNAZI
Assume a Presidência.
6 - EDUARDO SUPLICY
Por inscrição, faz pronunciamento.
7 - LECI BRANDÃO
Por inscrição, faz pronunciamento.
8 - EDUARDO SUPLICY
Assume a Presidência.
9 - ALTAIR MORAES
Por inscrição, faz pronunciamento.
10 - ALTAIR MORAES
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
11 - PRESIDENTE EDUARDO SUPLICY
Anota o pedido. Tece críticas acerca de desapropriações
realizadas pela Der na Região de Campinas. Informa que esteve na Unicamp para
palestrar e debater sobre a utilização da cannabis medicinal. Comenta a visita
que fez às cidades de Amparo e Serra Negra para encontro com pré-candidatos do
PT.
12 - CARLOS GIANNAZI
Para comunicação, faz pronunciamento.
13 - PRESIDENTE EDUARDO SUPLICY
Cumprimenta o vereador Castor Andrade, de Cotia, presente no
plenário.
14 - CARLOS GIANNAZI
Assume a Presidência.
Cumprimenta e parabeniza o vereador Castor Andrade, de Cotia, presente
no plenário.
15 - EDUARDO SUPLICY
Por inscrição, faz pronunciamento.
16 - EDUARDO SUPLICY
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
17 - PRESIDENTE CARLOS GIANNAZI
Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão
ordinária do dia 30/04, à hora regimental, com Ordem do Dia. Levanta a sessão
às 15h02min.
*
* *
-
Assume a Presidência e abre a sessão a Sra. Leci Brandão.
*
* *
- Passa-se ao
PEQUENO
EXPEDIENTE
*
* *
A
SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Presente o
número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus,
iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da
sessão anterior e recebe o expediente.
Antes de dar início a esta sessão, é
com extremo pesar que o chefe da APMAL informa o falecimento do soldado PM
Matheus Henriques Pereira, pertencente ao efetivo da Assessoria Policial
Militar da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, na noite de sábado,
27 de abril de 2024.
O soldado Matheus tinha 33 anos,
ingressou na Polícia Militar em 6 de junho de 2019, e exerceu suas funções ao
longo dos anos da grande dedicação e zelo com o que lhe era confiado. Sendo um
profissional dedicado, amigo e exemplar, deixa dois filhos.
Nesse momento de dor, unimos nossos
sentimentos aos da família e elevamos nossos pensamentos a Deus, rogando-lhe
que, por meio do seu grande amor, possa consolar os corações e curar as feridas
dessa separação.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Pela ordem, Sra.
Presidente, deputada Leci Brandão.
A
SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Pois não,
deputado Carlos Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Eu
queria lamentar a morte do colega, trabalhador da Segurança Pública, Matheus
Henrique, prestar toda a nossa solidariedade à família dele, todo o nosso
apoio, e aos colegas da Polícia Militar que trabalham com ele, todos os
servidores, e pedir um minuto de silêncio em homenagem a ele.
*
* *
- É feito um minuto de silêncio.
*
* *
A
SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Vamos proferir
agora os oradores inscritos no Pequeno Expediente. Deputado Delegado Olim.
(Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputada Beth Sahão.
(Pausa.) Deputado Conte Lopes (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi. Tem V. Exa. o
uso da palavra pelo tempo regimental.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sra. Presidente, deputada Leci Brandão, deputado
Suplicy, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectador da TV Assembleia.
Sra.
Presidente, eu quero aqui repercutir essa matéria que saiu hoje na “UOL” sobre
o pagamento do bônus. Tenho aqui até a matéria que saiu agora há pouco, pela
manhã, dando conta de que a Secretaria da Educação já tinha anunciado na semana
passada o pagamento do bônus, inclusive, na verdade, para tentar evitar uma
grande manifestação que houve na última sexta-feira, na Praça da República, da
Apeoesp, dos professores. Mas não conseguiu, porque a manifestação foi muito
grande e importante, Sra. Presidente.
Mas olhe só as
novas regras: “Professor de São Paulo receberá bônus se a turma melhorar nota
na sua disciplina. Governo Tarcísio muda critérios e a escola deverá ter pelo
menos 80% de frequência dos alunos para os docentes serem beneficiados. O
aumento maior poderá render dois salários extras.”
Na verdade, o
que o governo está propondo, Srs. Deputados e Deputadas, é a criminalização do
professor; dos professores e dos servidores - como um todo - da escola, jogando
a responsabilidade de todo o processo nas costas dos profissionais da Educação.
Por exemplo,
essa questão da frequência, tem vários fatores que extrapolam o poder e a
influência da escola: tem fatores econômicos, financeiros, sociais, familiares,
que interferem na frequência do aluno nas nossas escolas públicas. Todos sabem
disso. E também a própria infraestrutura da escola interfere.
Nós temos salas
superlotadas, salas sem oficinas, sem bibliotecas, sem salas de leitura. Nós
temos escolas de lata no estado de São Paulo, que desestimulam o aluno a
frequentar a escola.
E aí a culpa
não é do professor, não é da direção da escola, não é do agente de organização
escolar. A culpa é do próprio Estado, que não faz o investimento. E aqui em São
Paulo piora, porque o governador pretende reduzir o orçamento da Educação.
Então, isso é
muito sério. Mais uma vez, o governo criminaliza os profissionais da Educação
do estado de São Paulo; agora, através do pagamento dessa bonificação, que todo
ano é a mesma coisa. É um verdadeiro caos. Os professores recebem valores
irrisórios, porque o governo faz tudo para pagar esses valores extremamente
irrisórios.
E tem um outro
assunto, Sra. Presidente, deputada Leci Brandão, que tem a ver com esse também,
que é o do ALE, do Adicional de Local de Exercício. O governo também, na semana
passada, para tentar neutralizar e impedir as manifestações - o ato, a assembleia
dos professores, na Praça da República -, anunciou que fará o pagamento -agora,
no dia 30, através de uma folha suplementar - do ALE, que ele tinha sabotado
durante dois meses, praticamente. Ele não tinha editado o decreto e não estava
pagando.
Acontece que
ele já lançou os pagamentos - os professores têm acesso pela internet, na folha
suplementar - e os professores estão horrorizados. E os agentes de organização
escolar também, os diretores e diretoras de escolas idem, porque os valores são
extremamente baixos - tem desconto no Imposto de Renda nesse ALE, tem desconto
do INSS - e os valores foram extremamente reduzidos.
As reclamações
estão em todos os lugares, vindo de todas as regiões do Estado - das escolas do
interior paulista, da Baixada Santista, da Capital, da Grande São Paulo. Várias
denúncias de redução do ALE. É um absurdo isso.
O governo fez
os anúncios do pagamento do bônus e do ALE para tentar neutralizar o movimento.
Vai pagar o ALE amanhã, na folha de pagamento, com valores reduzidos. Tem professor
que vai ganhar menos do que ele ganhava no ano anterior.
E a
bonificação, que já vem de forma polêmica - culpando, criminalizando os
professores, os profissionais da educação -, atribuindo aos profissionais da
Educação a não aprendizagem dos alunos, as faltas dos alunos, que, repito, tem
outros fatores que o governo não leva em consideração.
O próprio fator
governamental de não investimento em Educação, repito, com salas superlotadas,
com escolas sucateadas, degradadas, com falta de espaços físicos adequados para
a realização das aulas, com escolas de lata em várias regiões do Estado.
Além da questão
da frequência, o governo coloca agora como critério para criminalizar o
professor: se o aluno não vai para a escola, a culpa é do professor. É isso que
o governo está dizendo, não levando em conta também os fatores econômicos,
sociais e familiares.
E nós não vamos
aceitar, Sra. Presidente.
Nós vamos
reagir à altura denunciando essa farsa do ALE e do bônus.
Muito obrigado.
A
SRA. PRESIENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Obrigada,
deputado Carlos Giannazi. Vossa Excelência sempre com a sua atenção e o seu
respeito à classe dos professores. Vou pedir à V. Exa. que ocupe a Presidência.
Obrigada.
*
* *
- Assume a Presidência o Sr. Carlos
Giannazi.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Dando
sequência à lista de oradores inscritos no Pequeno Expediente, com a palavra o
deputado Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.) Com a palavra o deputado Reis. (Pausa.)
Com a palavra o deputado Rogério Santos. (Pausa.) Com a palavra o deputado Enio
Tatto. (Pausa.)
Com a palavra o deputado Felipe Franco.
(Pausa.) Com a palavra o deputado Caio França. (Pausa.) Com a palavra a
deputada Professora Bebel. (Pausa.) Com a palavra a deputada Andréa Werner.
(Pausa.)
Com a palavra o deputado Eduardo
Suplicy, que fará o suo regimental da tribuna.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Querida deputada Leci Brandão, caro presidente Carlos
Giannazi. Como vocês fizeram, também gostaria de iniciar o meu discurso expressando
a profunda consternação e tristeza diante do recente falecimento de valoroso
policial militar.
Perdemos um dos
nossos operadores de segurança pública
para um ato de desespero e dor, que é o suicídio. Segundo o anuário de 2023 do
Fórum Brasileiro de Segurança Pública,
testemunhamos um número alarmante de suicídios entre os policiais estaduais. O
suicídio de 19 pessoas é um fenômeno que exige nossa atenção imediata e ação
decisiva.
Segundo a
matéria da Ponte Jornalismo, conforme dados obtidos da Secretaria de Segurança Pública através LAI, em
2023, 31 policiais cometeram suicídio, o maior número em 11 anos e um aumento
de 63% em relação ao ano anterior. Foi a segunda causa mais frequente de mortes
de policiais, atrás da morte natural.
Cada vida
perdida é uma tragédia que não pode ser ignorada e devemos fazer tudo ao nosso
alcance para prevenir futuras perdas. É com pesar que registro que o soldado PM
Matheus Henriques Pereira, de 33 anos, se suicidou na noite de sábado.
Sua partida
deixa um vazio irreparável em sua família, na corporação e em nossa comunidade
como um todo. Expresso a minha solidariedade à família, amigos e colegas do
soldado Matheus.
Quero retomar
as ações para dialogarmos sobre a importância crucial do cuidado da saúde
mental dos policiais do estado de São Paulo. É imperativo reconhecer que
nossos policiais enfrentam desafios únicos e intensos em seu trabalho diário, o
que pode impactar profundamente sua saúde mental e emocional. Devemos
proporcionar a esses profissionais os recursos e o apoio necessários para lidar
com o estresse, o trauma e as pressões que enfrentam em sua rotina de trabalho.
Nesse sentido,
estou empenhado em organizar um grande seminário na Assembleia Legislativa do Estado de São
Paulo, tendo em
vista o pedido do Sr. Claudinho Silva, o ouvidor das polícias, onde poderemos
reunir especialistas, profissionais de saúde, representantes da corporação
policial e membros da comunidade para discutir estratégias eficazes para
promover e proteger a saúde mental de nossos policiais.
É fundamental
que reconheçamos a importância vital de cuidar daqueles que arriscam suas vidas
diariamente para garantir a nossa segurança e bem-estar. Devemos honrar a
memória daqueles que perdemos tomando medidas concretas para garantir que
nenhum policial se sinta só ou desamparado em sua luta contra os desafios
mensais.
Que a memória
de Matheus Henriques Pereira nos inspire a agir com compaixão, determinação e
solidariedade, em prol daqueles que servem e protegem a nossa comunidade.
Sr. Presidente,
também quero aqui registrar outro assunto, referente a um prédio da parceria
público-privada no Centro de São Paulo, que segue vazio, três meses após a
inauguração.
Depois de ser
inaugurado pelo governador Tarcísio de Freitas no dia do aniversário de São
Paulo, 25 de janeiro, o Residencial João Otaviano Machado Neto, na Avenida
Cleveland, no Centro da Capital paulista está praticamente vazio. Apenas dez
dos seus 190 apartamentos foram ocupados até agora.
Enquanto os
imóveis seguem sem moradores, famílias que estavam na fila para receber os
apartamentos afirmam que auxílio-aluguel pago pela Prefeitura é insuficiente
para equilibrar as contas, 400 reais por mês. O prefeito Ricardo Nunes também
participou do evento de entrega das chaves. Três meses depois, apenas dez
famílias estão no local.
O Governador
Tarcísio de Freitas, do Republicanos, anunciou a entrega das chaves em 25 de
janeiro. “Hoje passamos necessidade. A gente só não passa fome porque as
igrejas entregam doação”, diz Andréa Raquel, de 54 anos, uma das cadastradas
para receber as chaves.
O conjunto
residencial foi construído pelo programa PPP de habitação, em uma parceria do
governo estadual com a iniciativa privada. O terreno pertencia à Prefeitura de
São Paulo e foi cedido à Administração estadual para receber o empreendimento.
A ideia inicial
das duas gestões era que os apartamentos fossem entregues a 190 famílias
retiradas de pensões e cortiços nas quadras 37 e 38 da Rua Helvétia em 2021,
para um projeto da Prefeitura na região, que já foi epicentro da Cracolândia. Três
anos depois de ser retirada da pensão em que vivia na Rua Helvétia, Raquel se
emociona ao falar sobre os prédios vazios. “A gente olha e chora”, diz ela.
José, um outro
personagem vê com descrédito o projeto do governo para o Centro. “A mesma
história dali”, diz ele, citando obra da Prefeitura prevista na quadra 37, e
que nunca aconteceu.
Então, o
eletricista afirma que não recebeu nenhuma previsão de quando poderá fazer a
mudança para o local. Gostaria de chamar atenção das autoridades responsáveis pela
habitação, de que o procedimento aqui registrado merece novas diretrizes de
procedimento.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Com a palavra
o deputado Paulo Mansur. (Pausa.) Com a palavra o deputado Simão Pedro.
(Pausa.) Com a palavra o deputado Major Mecca. (Pausa.) Com a palavra o
deputado Rui Alves. (Pausa.) Com a palavra o deputado Donato. (Pausa.) Com a
palavra o deputado Ricardo Madalena. (Pausa.) Com a palavra o deputado
Sebastião Santos. (Pausa.) Com a palavra o deputado Capitão Telhada. (Pausa.)
Com a palavra a deputada Leci Brandão,
que fará uso regimental da tribuna.
A
SRA. LECI BRANDÃO - PCdoB -
SEM REVISÃO DO ORADOR -
Excelentíssimo Sr. Presidente,
deputado Suplicy, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, funcionários desta Casa,
funcionários dos serviços gerais e da nossa TV Alesp, no sábado, 27 de abril,
nós comemoramos o Dia da Empregada Doméstica, mesma data em que se celebra o
Dia de Santa Zita, considerada a padroeira das domésticas. De acordo com a
Agência Brasil, da EBC, a PEC das Domésticas completou dez anos em 2023.
Trata-se de uma
legislação que prevê igualdade de direitos trabalhistas entre domésticas e os
demais trabalhadores, tais como salário-maternidade, auxílio-doença, fundo de
garantia, seguro-desemprego e aposentadoria por invalidez, idade e tempo de
contribuição. Ela também limitou a jornada de trabalho em, no máximo, oito
horas por dia e 44 horas semanais.
Acontece que a
legislação não foi suficiente para enfrentar a difícil realidade dessas
trabalhadoras. Mais de 65% das pessoas que exercem a profissão são mulheres
negras e uma grande percentagem trabalha informalmente. Além disso, a maioria
está acima dos 40 anos e tem renda média inferior a um salário mínimo.
Aqui, nesta
Casa, nós temos a honra de contar com uma representante legítima e totalmente
comprometida com a classe. Estamos falando da Exma. Sra. Deputada Ediane Maria.
Assim que ela assumiu o seu posto apresentou o PL 584/23, que institui o
Programa Estadual Casa da Doméstica.
No mesmo ano,
ela apresentou também o PL 1.611/23, que institui o Dia Estadual da
Trabalhadora Doméstica e de Cuidados, incluindo no calendário oficial do nosso
Estado.
Nem preciso
dizer que essas propostas contam com o total apoio do nosso mandato. Deputada
Ediane, na sua pessoa eu parabenizo e saúdo todas as empregadas domésticas
deste País e que nós possamos juntas conquistar um futuro melhor e mais digno
para essas trabalhadoras.
Quero também
cumprimentar o deputado de Eduardo Suplicy pelo pronunciamento em relação ao
falecimento do soldado PM Matheus, uma pessoa que inclusive na última
quinta-feira teve a gentileza de nos ajudar até a sentar aqui no plenário, que
ele viu a nossa dificuldade para puxar a cadeira e ele de forma muito gentil
fez isso aí.
A gente não
podia imaginar que ia acontecer essa infelicidade. Agradeço o Sr. Presidente e
desejo também condolências à família do soldado Matheus.
Muito obrigada,
Sr. Presidente.
*
* *
-
Assume a Presidência o Sr. Eduardo Suplicy.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Cumprimento a
deputada Leci Brandão e nossa solidariedade também. Tem a palavra agora o
deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Deputado Leonardo Siqueira. (Pausa.) Carla
Morando. (Pausa.) Rafael Saraiva. (Pausa.) Lista suplementar: Delegado Olim.
(Pausa.)
Deputado Altair Moraes, tem a palavra
pelo tempo regimental.
O
SR. ALTAIR MORAES - REPUBLICANOS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente e todos que estão
nos assistindo na Rede Alesp. Primeiro, minhas condolências a todos os
familiares do soldado Matheus.
Nós recebemos
essa notícia com muita tristeza, com muito pesar. Que o Espírito Santo console
toda a sua família, porque não é fácil passar o que eles estão passando, todo o
nosso respeito.
Sr. Presidente,
eu venho hoje falar sobre o Detran, algo que o deputado Giannazi tem falado
aqui e que é muita injustiça. Porque 180 funcionários foram tirados do Detran
para outras secretarias de origem - preste atenção, secretaria de origem -, por
onde eles passaram por contratos.
Eles fizeram
concursos para servir em outras secretarias. O Detran precisou, o Governo do
Estado tem o direito de usar o funcionário que ele quiser em qualquer órgão que
ele quiser, e usava esses funcionários no Detran.
O que aconteceu?
Em 2020, houve um concurso do Detran. Quatrocentas pessoas, 200 de ensino médio
e 200 de curso superior. Agora, o Detran convocou essas pessoas que passaram no
concurso do Detran, especificamente para o Detran. Convocou essas pessoas, e
esses 180 funcionários que são do governo, não são do Detran, estão sendo
distribuídos para outras secretarias.
É isso o que
está acontecendo. Aí a gente vê o maior carnaval aqui, uma pirotecnia, uma
politicagem idiota dizendo que o governo não pode fazer isso, que o secretário
está errado. O seu Aggio, que está na frente do Detran, tem feito um trabalho
de excelência. Eu tenho acompanhado de perto. Eu tenho visto de perto o
trabalho, com digitalização.
O Detran, na
verdade, senhores, era uma caixa preta há mais de vinte anos. Não se mexia. Aí
agora vem o deputado Giannazi e outros falando “Ah, mas como é que pode? Ele já
tem tempo no Detran.” É verdade. E não pode mexer? Agora são os funcionários
que mandam no governo? A verdade é uma só, meus amigos.
É muito estranho
o que está acontecendo, porque nenhum deles vão perder salário, nenhum deles
vão perder os direitos que têm, nenhum deles foram colocados para fora. O
Governo do Estado, segundo o seu Aggio... Eu falei com ele, com o José Hott
também. Sabe o que eles falaram? Eles falaram assim: “Não, deputado, o que está
acontecendo...”.
Eu fui pegar
satisfação, é claro. Cento e oitenta pessoas sendo mexidas. Está muito óbvio.
Não, o que está acontecendo é o seguinte: estão voltando para as suas
secretarias e nós tivemos o cuidado de saber o seguinte. O camarada mora em
Jundiaí. Ele vai sair desse órgão do Detran e vai ficar em uma secretaria perto
de sua casa. Qual é o interesse de estar no Detran?
Olha, meu
irmão, é muito difícil. A gente fica com o pezinho muito atrás. Como assim?
Quer dizer que é o funcionário que exige onde vai trabalhar? O Governo do
Estado está certíssimo.
O Sr.
Governador Tarcísio de Freitas acertou em cheio em convocar essas 400 pessoas
que fizeram concurso, que prestaram concurso, que passaram no concurso. Estão
sendo chamadas para aquele órgão específico.
Será possível
que tudo é politicagem? Uma coisa excelente que está sendo feita no Detran.
Sobem deputados e pessoas e até a imprensa falando mal sem ter a origem real da
coisa.
Um verdadeiro
carnaval, politicagem. A pergunta é a seguinte: qual é a intenção? Qual a
intenção? Só quero saber, porque não está perdendo salário, não está perdendo
nada, absolutamente nada. Não está mexendo um real do seu bolso.
Eles estão
sendo transferidos para as secretarias de origem, para onde eles deveriam
estar. Infelizmente, o Detran precisou e estava usando. E, agora, houve um
concurso que vai suprir essas vagas. Aí é o escarcéu. “Não pode. Mas eles têm
estabilidade.” Tem estabilidade, é claro, são concursos. Mas estabilidade para
trabalharem onde o Governo do Estado colocar e ponto.
Eu vou dizer
uma coisa mais: eu admiro o presidente do Detran, o Aggio. Que cara paciente,
rapaz. O camarada teve o cuidado de ver “Ah, fulano de tal mora lá em Jundiaí.
Vamos colocar ele ali pertinho de casa”. Quase levando no colo. O outro: “Ah
não, eu moro em São José do Rio Preto. Lá tem uma secretaria, uma (Inaudível.)
de algo?” “Ah, mas ele pode fazer parte desse que é mais perto da casa dele.
Pega no colinho, leva, deixa lá”.
Pelo amor de
Deus. E ainda vem gente criticar? Ainda vem gente subir e falar do excelente
trabalho que está sendo feito? Então, meu respeito ao presidente do Detran, o
seu Aggio, e ao Sr. Vice-presidente, José Hott, um grande parceiro que nós temos
aqui e sabemos que faz um excelente trabalho. Um forte abraço para o Sandro,
que é o superintendente lá de Osasco, e de muitos outros que têm feito um
trabalho de excelência.
Eu admito que
se defenda o funcionário público. Eu estou aqui defendendo também. O que nós
não podemos ser é levianos e mentirosos, dizer que eles estão sendo
prejudicados. Isso é mentira. Eles estão sendo realocados para as secretarias
de origem e é lógico, é óbvio, existem 400 pessoas que prestaram concurso e
estão sendo chamadas para estar no Detran.
Então, vamos
parar dessa palhaçada aqui, vamos parar dessa politicagem besta de ficar
colocando nas costas do governo algo que ele não tem culpa, muito pelo
contrário. O trabalho do Detran é excelente.
A caixa-preta está sendo aberta. É como um
enxame de moscas, de abelhas, sei lá, quando se mexe, sabe? Aí, vem todo o
vespeiro. É assim que está acontecendo no Detran - um rebuliço, meu irmão. Mas,
sabe por quê? Porque a coisa, agora, está começando a ter um direcionamento
sério.
Então, parabéns
ao ágil presidente do Detran, ao vice José Hott, ao Governo do Estado, porque
convocou esses funcionários, pelo cuidado que vocês estão tendo com essas
pessoas, com essas 180 pessoas que prestaram serviço para o Detran e estão
sendo relocadas, não vão perder nada com isso.
Então, vamos
parar e falar a verdade, porque o que importa é a verdade.
Muito obrigado,
senhores.
O
SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Caro presidente...
Deputado Altair não poderá presidir, então, agora? Uma agenda? Tudo bem. Tudo
bem.
O
SR. ALTAIR MORAES - REPUBLICANOS - Sr.
Presidente, havendo acordo com as lideranças, eu peço o levantamento da
presente sessão, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Se me
permitir, eu falarei uma breve palavra.
O
SR. ALTAIR MORAES - REPUBLICANOS - Por favor,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - E daí, farei
o levantamento da sessão. Está bem?
O
SR. ALTAIR MORAES - REPUBLICANOS - Sim, senhor.
O
SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Eu gostaria
de registrar que nesses últimos três dias eu fiz uma viagem a Campinas, a
Amparo e a Serra Negra com diversas finalidades.
Na visita a Campinas, eu tive a
oportunidade de ver como estão as obras realizadas pelo DER, com a cooperação
da Prefeitura de Campinas, ali na Rodovia Miguel Melhado de Campos, que teve a
sua construção suspensa por uma passagem e pelo protesto que está havendo por
parte dos moradores, os quais visitei nas suas residências.
Eles estão muito preocupados, porque,
enquanto aquela reforma parece ser feita para melhorar as condições
habitacionais de pessoas de alto padrão aquisitivo, para essas famílias muito
modestas, elas estão perdendo o seu direito à moradia com uma simples oferta de
auxílio-aluguel, que não irá corresponder àquilo que essas famílias hoje estão
vivendo. Então, eu gostaria aqui de fazer um apelo ao DER, para que tenha um
diálogo construtivo com essas famílias que estão ali esperando.
Gostaria também de informar que
visitei, na Universidade de Campinas, o Centro de Informação e Assistência
Toxicológica, CIATox de Campinas, no Hospital das Clínicas, e ali observei como
são realizadas as análises das amostras de óleo de cannabis, além de todo o
atendimento realizado em caso de intoxicação, picadas de insetos, entre outros.
Foi muito positivo poder ver com a ciência tem avançado em prol da melhoria da
qualidade de vida da população
Em seguida, proferi uma aula pública na
Frente Parlamentar da Cannabis Medicinal e Cânhamo Industrial, na Unicamp,
sobre a distribuição de cannabis medicinal no Sistema Público de Saúde.
Foi um debate muito importante,
realizado na universidade pública, que é um espaço onde a ciência brasileira é
feita, inclusive, a respeito das propriedades terapêuticas da Cannabis.
Agradeço à vereadora Paolla Miguel pelo convite, à
vereadora Mariana Conti, à neurologista Luana Oliveira, ao Enor Carvalho, da
Associação Flor da Vida, e à Mônica Dallari, que me acompanharam nessa visita
ao Coletivo, em frente à Unicamp, pela mediação e organização conjunta, além de
todas as pessoas presentes.
Em seguida, no dia seguinte, eu estive em Amparo, onde
pude encontrar os pré-candidatos a vereador e a prefeito naquela cidade do PT e
dos partidos afins, bem como os candidatos das cidades vizinhas, então foi algo
muito positivo.
Em seguida, eu segui para Serra Negra, onde pude também
encontrar os pré-candidatos a prefeito e a vereador de toda a região. Naquela
bonita cidade nas montanhas, pude apreciar o quanto ela é muito bem frequentada
por pessoas de todo o Brasil para aproveitar as qualidades excepcionais de
Serra Negra.
O SR. CARLOS
GIANNAZI - PSOL - Pela ordem, Sr. Presidente, para uma comunicação.
O SR. PRESIDENTE
- EDUARDO SUPLICY - PT - Pela ordem, deputado Carlos Giannazi.
O SR. CARLOS
GIANNAZI - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Eu queria
registrar a honrosa presença do vereador Castor Andrade, vereador combativo da
cidade de Cotia, que está aqui debatendo com o nosso mandato uma questão
gravíssima que vem acontecendo não só em Cotia, mas em toda aquela região da
Raposo Tavares, que é esse anúncio do governador Tarcísio de Freitas em
praticamente privatizar a Raposo Tavares, implantando praças de pedágio.
Isso tem causado uma polêmica imensa,
porque os impactos serão cruéis e perversos para toda a população de Cotia, das
cidades em torno da Raposo Tavares e para a própria cidade de São Paulo.
Não houve transparência, a população
não participou desse debate, e o nosso colega vereador Castor veio trazer aqui
a proposta de uma audiência pública com a Artesp lá na Câmara Municipal de
Cotia, porque isso é fundamental. Nós estamos pedindo uma aqui também na
Assembleia Legislativa.
Nós já estamos tomando providências
em relação ao que vem acontecendo, mas a iniciativa de V. Exa. é muito
importante, vereador Castor, de promover lá na cidade, para que o povo
participe.
O povo tem que saber dos efeitos
nefastos desse projeto. Vai ter pedágio, e a cidade de Cotia vai ficar
praticamente ilhada no meio desses pedágios. Vai piorar o trânsito, sem dúvida
nenhuma, e o benefício será apenas para as empreiteiras que farão a construção
dos pedágios e da reforma, da ampliação da Raposo Tavares.
O que nós defendemos é pedágio.
Pedágio não, é metrô. Tem que estender a linha de metrô até Cotia. Já tem um
projeto, o governo tem que investir recursos. Então pedágio não, metrô sim,
metrô até Cotia.
Isso ajuda a amenizar a questão do
trânsito, e outras propostas que já foram apresentadas pelos movimentos
sociais, pelos vereadores, por Vossa Excelência. Então parabéns pela sua luta e
conte com nosso total apoio, vereador Castor.
O SR. PRESIDENTE
- EDUARDO SUPLICY - PT - Seja muito bem-vindo à Assembleia Legislativa
de São Paulo, e que possamos sempre, nós aqui, parlamentares, deputados
estaduais, colaborar com o município de Cotia. Estamos à disposição também.
Prosseguindo a lista de oradores, deputado Enio Tatto. (Pausa.) Deputado Carlos
Giannazi, outra vez, tem a palavra pelo tempo regimental.
O SR. CARLOS
GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO
ORADOR - Sr. Presidente, deputado
Suplicy, de volta à tribuna no dia de hoje, eu queria aqui anunciar e informar
a todos que, na semana passada, a Câmara dos Deputados aprovou na Comissão de
Educação o Projeto de lei 2.531, de 2021, que institui o piso nacional para os
servidores do quadro de apoio escolar. É um projeto que estipula um piso mínimo
de 2.164,68 reais, é o piso.
Para que as
pessoas tenham uma ideia, São Paulo mal paga o salário mínimo nacional para os
servidores do quadro de apoio escolar. Então, esse projeto foi aprovado
recentemente nessa primeira comissão, agora ele segue para a Comissão do
Trabalho, mas já é uma vitória importante.
Lembrando que
essa aprovação é fruto de mobilização. Eu tenho que destacar aqui uma
mobilização importante que nós fizemos aqui em São Paulo com os servidores do
QAE e do QSE em 2021, que pressionou o governo estadual, e tenho certeza de que
ajudou nessa aprovação também.
Tem aqui as
fotos desse movimento que nós fizemos em 2021, está aqui o professor Luiz
Ferreirinha, que participou ativamente da organização - se o Machado conseguir
colocar aqui as fotos dessa importante e histórica mobilização dos servidores
do quadro apoio escolar no estado de São Paulo...
Foi talvez a
maior de todos os tempos, foi histórica, mas nós também tivemos a ajuda da
deputada Federal Luciene Cavalcante, que logicamente deu voto favorável e,
antes da aprovação desse projeto, - aqui está ela, na frente do movimento em
São Paulo - nós realizamos, recentemente, ela realizou, ela chamou, pela
Comissão de Educação, uma audiência pública sobre esse tema.
Foi importante,
porque isso ajudou a fazer com que o projeto fosse debatido e aprovado na
comissão. Eu até participei também dessa audiência. Ela convidou, inclusive,
servidores aqui de São Paulo, tanto da rede estadual como da rede municipal de
São Paulo.
Então, São
Paulo foi muito bem representada pelo nosso colega Robson, que é um agente de
organização escolar combativo que ajuda a fazer a luta em todo o estado de São
Paulo e também pela nossa colega da cidade de São Paulo, que é do quadro de
apoio escolar.
Foi um
movimento importante de mobilização, de pressão, de audiência pública na Câmara
dos Deputados, de mobilização aqui em São Paulo com os agentes de organização
escolar nas ruas. Agora nós tivemos a aprovação do projeto. Então, o piso está
aprovado na Comissão de Educação, agora ele segue para a Comissão de Trabalho.
Nós vamos
acompanhar, pressionar, convencer os deputados a votarem favoravelmente ao
projeto em todas as comissões, depois no plenário. Mas vamos, sobretudo, pedir
a agilização, porque os agentes de organização escolar estão com os salários
arrochados, defasados há muitos anos, não têm direito a nada praticamente,
sobretudo aqui no estado de São Paulo.
Porém, a LDB já
os reconhece como profissionais da Educação, e a nova lei do Fundeb também, que
já autoriza o pagamento dos salários dos agentes de organização escolar com as
verbas do Fundeb. Então, já é meio caminho andado, porque já tem de onde pagar
os agentes de organização escolar, como pagar o piso.
É simples:
através da nova lei do Fundeb que já autoriza o pagamento do piso, é um avanço
essa luta. Nós vamos continuar acompanhando, a deputada Federal Luciene
Cavalcante, que é aqui de São Paulo, tem feito um trabalho importante; o
vereador Celso Giannazi acompanhando toda a rede municipal, porque ele
participou também dessa audiência pública, ele tem projetos importantes para o
quadro de apoio escolar da rede municipal de ensino.
Nós vamos
continuar lutando aqui, porque o agente de organização escolar é fundamental
para o funcionamento da escola: ele que abre a escola, ele que fecha a escola,
ele que cuida do pátio lá da escola na hora do intervalo, ele que recebe os
alunos, ele que atende a comunidade, ele
é o responsável pela elaboração do histórico escolar, pelo pagamento dos
funcionários, dos professores e até mesmo do diretor da escola.
Sem o agente de
organização escolar a escola não funciona, ela nem abre, praticamente. Então,
eles são, de fato, profissionais da Educação e merecem um salário digno. É
pouco ainda esse salário aqui por 40 horas de apenas 2.164 reais. É pouco, foi
aprovado agora, mas nós lutaremos para aumentar esse valor.
E
é um absurdo, quero ainda aqui protestar, Sr. Presidente, antes de encerrar o
meu pronunciamento, dizendo que é um absurdo o que o governo está fazendo com
os agentes de organização escolar, por exemplo no ALE, no Adicional de Local de
Exercício.
Os
agentes de organização escolar têm valor do ALE menor do que os professores e
os diretores, sendo que eles estão na mesma escola e trabalham oito horas, nove
horas dentro dessa escola. Deveriam ter o mesmo valor, até um valor superior à
dos outros profissionais da Educação.
Essa
é uma denúncia que eu tenho feito aqui exaustivamente e pressionado o governo
para aumentar esse valor, equiparar esse valor do ALE, do agente de organização
escolar, ao dos outros servidores, dos professores e dos gestores.
E
também, Sr. Presidente, não posso deixar aqui de registrar a nossa indignação
em relação ao não pagamento da gratificação aos agentes de organização escolar
que estão trabalhando nas escolas PEI.
São
2.200 escolas PEI que não pagam a gratificação para os agentes de organização
escolar. Isso é um absurdo, todos os outros profissionais ganham a
gratificação, menos o agente de organização escolar.
Então,
é uma discriminação, é uma política de ódio contra esses servidores que são
extremamente importantes. Falo isso como professor de escola pública, como
diretor de escola pública; o diretor precisa, necessariamente, do trabalho dos
agentes de organização escolar.
Então...
E tem mais aqui em São Paulo, Sr. Presidente, agora para concluir de fato, que
são tantas denúncias do descaso do governo em relação aos agentes de
organização escolar que eu ficaria aqui horas falando.
E
mais uma é praticamente o congelamento das promoções, a falta de
reenquadramento, por exemplo, dos secretários de escola. Não houve ainda o
reenquadramento, porque esses cargos foram colocados em extinção.
Olha
o absurdo, e os cargos ficam congelados, não tendo mais nenhum direito de
evolução, de reenquadramento. E as progressões, as promoções também estão
congeladas praticamente para todos os servidores. O governo tem que agilizar
esse processo, Sr. Presidente, urgentemente.
Então
é isso. Nós estamos aqui agora pressionando a Câmara dos Deputados para que o
projeto do Piso Nacional do Quadro de Apoio Escolar seja aprovado na Comissão
do Trabalho.
Eu
tenho certeza que nós vamos avançar, principalmente porque lá nós temos agora
alguém movimentando essa pauta para valer, que é a deputada federal Luciene
Cavalcante, aqui em São Paulo, na capital, o vereador Celso Giannazi e nós aqui
na Assembleia Legislativa.
Muito
obrigado, Sr. Presidente.
E
havendo acordo entre as lideranças... Ainda não?
O
SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Solicito ao
deputado Carlos Giannazi que possa presidir a sessão para mais uma fala na
Lista Suplementar.
*
* *
- Assume a Presidência o Sr.
Carlos Giannazi.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Dando sequência
à lista de oradores inscritos no Pequeno Expediente, já na Lista Suplementar,
com a palavra o deputado Eduardo Suplicy.
E mais uma vez aqui parabenizando
o vereador Castor Andrade, presente aqui na Assembleia Legislativa, defendendo
a cidade de Cotia e se colocando contra esse absurdo, que é a implantação de
pedágios na Raposo Tavares, que vai penalizar toda a população, vai deixar a
cidade ilhada.
Vereador, parabéns pela sua luta.
O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Presidente
Carlos Giannazi, eu quero colocar aqui alguns elementos a mais sobre o trecho
da obra de duplicação da Estrada Miguel Melhado.
Pois
a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo, Cetesb, responsável por
fiscalizar a obra de duplicação da Rodovia Miguel Melhado de Campos, SP-324, em
Campinas, suspendeu a construção de uma passagem inferior de veículos e de
pedestres até que o DER, Departamento de Estradas de Rodagem, comprove a
relocação das famílias afetadas.
O
projeto prevê a duplicação e alteamento de três quilômetros de rodovia. Com o
alteamento, que será de cerca de cinco metros, há a necessidade de viabilizar
passagens tanto para veículos quanto de pedestres.
A suspensão da
obra ocorreu exatamente na Passagem 1, P1, que será construída a cerca de um
quilômetro da saída para a pista que dá acesso ao Aeroporto Internacional de
Viracopos. As obras de duplicação e melhorias da rodovia começaram em setembro
de 2022. O investimento previsto é de R$ 100,5 milhões, e o prazo para entrega
do trecho entre os quilômetros 87,4 e 90,6 é de 24 meses.
A construção
virou um impasse entre 116 famílias e o DER, porque, com a ampliação do trecho,
todos os imóveis na área de construção devem ser demolidos. O número poderá ser
ainda maior, segundo o advogado das famílias atingidas, Augusto César Gandolfo.
Ele afirma que
outros levantamentos apontaram cerca de 200 famílias. A solução apresentada
pela Secretaria Municipal de Habitação e pela Companhia de Habitação Popular de
Campinas, Cohab, um auxílio-aluguel de R$ 605 para quem sair do local, foi
aceita por 19 famílias, mas foi alvo de críticas por conta do valor,
considerado baixo.
Além disso, o
pacote de obras inclui intervenções nos trechos de intersecção da Rodovia José
Roberto Magalhães Teixeira, Anel Viário de Campinas, até a Rodovia Santos
Dumont e acesso ao Aeroporto Internacional de Viracopos. São afetados pela
duplicação os seguintes bairros: Jardim São Domingos, Jardim Marisa, Jardim
Campo Belo, Cidade Singer.
Qual o motivo
do impasse? A área de domínio do DER abrange 25 metros à esquerda e outros 25 à
direita da faixa amarela, no meio da rodovia. Sendo assim, qualquer imóvel
construído nessa área é considerado irregular, sem necessidade de processo de
desapropriação.
Mas, com o
avanço das obras, 19 famílias aceitaram os recursos oferecidos pela secretaria
de Habitação e Cohab e saíram. As demais, no entanto, alegam que o valor
oferecido no auxílio-aluguel é muito baixo e dizem que estão em terrenos
comprados há mais de 30 anos.
Para a
professora de urbanismo da PUC-Campinas, Vanessa Figueiredo, uma obra de
tamanho impacto para a população só poderia ter começado após um acordo com
todas as partes envolvidas.
Além disso, a
especialista questiona o valor oferecido às famílias. “Qual seria a pertinência
de fazer um investimento desse porte, que vai segregar ainda mais esse bairro
que já é na periferia, já é afastado e já tem uma série de problemas de
qualidade urbanística e de inclusão socioespacial?”
O advogado das
famílias completa, ainda, que o projeto prevê o alteamento da pista sem
considerar a priorização obrigatória do transporte não motorizado e do
transporte público coletivo. Isso porque as passagens inferiores deram vantagem
ao transporte motorizado e subjugou a mobilidade urbana local.
Quais as
soluções propostas? Segundo o DER, o aluguel social foi oferecido desde o
início das obras para as famílias que residem no local, R$ 605, mas para os
comerciantes foi sugerida a transferência para trecho do antigo traçado da
Rodovia Santos Dumont, que pertence ao departamento.
Bem, a dona de
casa Maria Nunes, que mora às margens da rodovia, há um ano demoliu um cômodo
que estava na faixa de domínio do DER, colocou a cama na cozinha e agora ficou
sabendo que a casa toda terá que ser demolida, por conta da duplicação.
‘O quarto era
construído em cima do que é deles, segundo eles. Aí eu fui, paguei para o
pedreiro quebrar o quarto; aí eu, cedendo o pedaço, eu ficava tranquila. Só que
não: na semana seguinte, falaram que não era só esse pedaço, que eles queriam o
terreno todo. Quando eu comprei, ninguém me falou se era do DER, de quem era’.
Quem também mora na área de domínio
do DER é a dona de casa Leda Maria Lacerda, junto a outras sete pessoas em uma
casa comprada em 2014. ‘Ali comprei por R$ 50 mil, ali não foi
invadido. E ali comprei por R$ 50 mil, mas hoje ela vale mais de R$ 200
mil, que é o sobrado ali’.
Já o comerciante João Batista diz que
‘Eu vivo aqui
e eu dependo daqui para sobreviver. E se tirar eu daqui, aí eu vou fazer o quê?
Com 60 anos, né? Não tem mais. Para ir arrumar emprego em firma, ninguém vai
querer mais’, lamenta.”
E assim eu concluo, reiterando o
pedido de atenção do DER e da Companhia Habitacional de Campinas, para que
possam ter um diálogo construtivo e que respeite os direitos dos moradores ali
desse local de Campinas.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE - CARLOS
GIANNAZI - PSOL - Havendo acordo... Vossa Excelência
pediu o levantamento?
O SR. EDUARDO SUPLICY - PT
- Eu peço, havendo acordo de todas as lideranças, o
levantamento da sessão, presidente Carlos Giannazi.
O SR. PRESIDENTE - CARLOS
GIANNAZI - PSOL - Sim, deputado Suplicy. Havendo
acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos,
convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com a
mesma Ordem do Dia da última quarta-feira.
Está
levantada a sessão.
*
* *
-
Levanta-se a sessão às 15 horas e 02 minutos.
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