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06 DE OUTUBRO DE 2011

115ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidentes: JOOJI HATO, BARROS MUNHOZ e VINÍCIUS CAMARINHA

 

Secretário: OLÍMPIO GOMES

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - JOOJI HATO

Assume a Presidência e abre a sessão. Reitera a convocação para a reunião conjunta das Comissões de Constituição e Justiça e Redação; de Administração Pública e Relações do Trabalho; de Segurança Pública e Assuntos Penitenciários; e de Finanças e Orçamento e Planejamento, hoje, às 15 horas. Registra a visita de alunos da Escola Nebam - Núcleo de Ensino Básico Municipal Ayrton Senna da Silva, de Tatuí, acompanhados do professor Francisco Antonio de Souza Fernandes, a convite do Deputado Samuel Moreira.

 

002 - ED THOMAS

Cita Deputados que representam a Região Oeste de São Paulo, considerada a mais distante da Capital. Tece comentários sobre a guerra fiscal entre os Estados. Destaca a redução nas vagas de empregos, em decorrência da distância e da falta de investimentos na Região. Apoia o êxodo urbano para o Interior. Informa que o fechamento de frigorífico, em Presidente Epitácio, resultou na perda de 1200 empregos. Lamenta a mudança de fabricante de produtos da Disney, para o Mato Grosso do Sul. Destaca o município sul-mato-grossense de Três Lagoas como a nova "Zona Franca". Apela ao Governo do Estado que busque soluções para a criação de indústrias e empregos.

 

003 - WELSON GASPARINI

Cita sequência de notícias sobre instalação de novos presídios em cidades do Interior. Destaca o Jornal de Americana, que critica a construção de um Centro de Progressão Prisional em Limeira. Relata manifestações de repúdio contra a decisão, por parte de câmaras municipais e da população. Pede a intervenção deste Parlamento, junto ao Executivo, no sentido de alterar o local desses projetos. Alega que a região não comporta tantas unidades presidiárias, que estão superlotadas. Elogia medida, em presídio de Franca, que foi transformado em fábrica de calçados. Chama a atenção para a produção de mil pares de sapatos por dia. Elogia a iniciativa pela remuneração dos detentos e sustento de suas famílias. Destaca que 74% deles não têm o ensino fundamental, nem profissão.

 

004 - ALENCAR SANTANA

Menciona funções dos Parlamentares, como legislar, fiscalizar e assessorar o Executivo, além de defender os municípios que representam. Manifesta-se acerca de denúncias sobre venda de emendas. Comenta matéria em que o Governador solicita ao Deputado Roque Barbiere que nomeie os possíveis Deputados envolvidos. Acrescenta que a bancada do PT é favorável à instalação de uma CPI para apurar o caso. Cita Secretários de Estado que estariam cientes do esquema denunciado.

 

005 - Presidente BARROS MUNHOZ

Assume a Presidência. Comunica a alteração, para as 16 horas de hoje, da reunião conjunta das Comissões de Constituição e Justiça e Redação; de Administração Pública e Relações do Trabalho; de Segurança Pública e Assuntos Penitenciários; e de Finanças e Orçamento e Planejamento.

 

006 - VITOR SAPIENZA

Comenta reunião de CPI, em Taubaté, para apurar possíveis irregularidades no ensino superior privado no Brasil. Destaca a importância da Educação para o desenvolvimento do Brasil. Relata solicitação sobre o tema, feita ao Deputado Federal Milton Monti. Cita faculdade municipal, em Taubaté, que passa por dificuldades financeiras. Acrescenta que a instituição tem levado ao Serviço de Proteção ao Crédito, alunos inadimplentes, o que tem gerado muitos transtornos. Pede providências das autoridades sobre o caso. Alerta para a presença de grupos estrangeiros no domínio de faculdades brasileiras.

 

007 - Presidente BARROS MUNHOZ

Parabeniza o Deputado Isac Reis pelo seu aniversário.

 

008 - OLÍMPIO GOMES

Comenta a reunião, do congresso de Comissões, agendada para esta tarde. Contesta o Governo sobre os benefícios para a Polícia. Lembra confronto, ocorrido em 2008, entre policiais civis e militares. Lamenta o veto ao PL 1374/09, de sua autoria, que daria a denominação de "1º Tenente PM Carlos Henrique Santos Pontual" ao 31º Batalhão, em Guarulhos. Justifica que, outras proposituras, com o mesmo objeto, já foram sancionadas pelo Governador.

 

009 - ORLANDO BOLÇONE

Manifesta dificuldades enfrentadas pela Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, que está entre as dez melhores do Brasil. Cita histórico da instituição. Ressalta as excelentes avaliações da entidade e seu papel na formação de médicos. Menciona processo de adaptação com relação ao quadro de funcionários e sua reestruturação. Informa que a faculdade inova na criação de produtos, como marcapasso e navegador cerebral, utilizados em cirurgias complexas, como AVC. Enfatiza a importância do ensino médio para o desenvolvimento dos municípios. Comenta classificação da USP entre as 200 melhores universidades do mundo, momento oportuno para se investir no ensino superior do Estado. Lamenta a morte de Steve Jobs.

 

010 - VINÍCIUS CAMARINHA

Assume a Presidência.

 

011 - RAFAEL SILVA

Enaltece o conhecimento do Deputado Orlando Bolçone sobre o tema habitação. Discorre acerca da violência. Sugere análise das origens da criminalidade. Cita os filósofos Jean-Jacques Rousseau e Thomas Hobbes. Lembra reflexões de Sigmund Freud no que se refere a aspectos da personalidade humana. Relata diferenças culturais entre orientais e ocidentais.

 

012 - JOOJI HATO

Assume a Presidência.

 

013 - VINÍCIUS CAMARINHA

Apresenta relatório, em resposta à crítica do Deputado Olímpio Gomes, sobre reivindicações de servidores. Considera que projetos do Governador trarão impactos positivos para diversas categorias do funcionalismo. Menciona setores que serão beneficiados. Informa os efeitos financeiros no orçamento do Estado. Relata que 14 carreiras da Polícia Civil estão sendo extinguidas da 4ª para a 3ª classe, o que representa promoção automática. Destaca que 170 delegados e mais de mil policiais civis serão contemplados.

 

014 - Presidente BARROS MUNHOZ

Assume a Presidência.

 

015 - JOOJI HATO

Solicita a suspensão da sessão, por acordo de lideranças, até as 18 horas e 55 minutos.

 

016 - Presidente BARROS MUNHOZ

Registra a solicitação. Reconvoca reunião conjunta das Comissões de Constituição e Justiça e Redação; de Administração Pública e Relações do Trabalho; de Segurança Pública e Assuntos Penitenciários; e de Finanças e Orçamento e Planejamento, para hoje, às 18 horas. Suspende a sessão às 15h31min; reabrindo-a às 18h56min. Reconvoca a reunião conjunta das comissões supracitadas, para hoje, às 19 horas e 05 minutos. Explica que a realização das reuniões anteriormente convocadas não foi possível tendo em vista a falta de quórum para abertura dos trabalhos, bem como a realização de reunião do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar.

 

017 - OLÍMPIO GOMES

Para reclamação, questiona a realização, ainda hoje, de reunião conjunta de comissões, tendo em vista a desmobilização das entidades policiais que a acompanhariam. Afirma haver sido informado de que a reunião seria realizada em data futura.

 

018 - Presidente BARROS MUNHOZ

Responde que não houve nenhuma informação neste sentido. Nega o interesse de qualquer Liderança na ausência das entidades da Polícia. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 07/10, à hora regimental, sem ordem do dia. Encerra a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Olímpio Gomes para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - OLÍMPIO GOMES - PDT - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Esta Presidência, reitera a convocação, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, nos termos do Art. 18, inciso III, alínea D, combinado com o Art. 68, ambos do Regimento Interno, de reunião conjunta das Comissões: Constituição, Justiça e Redação; Administração Pública e Relações do Trabalho; Segurança Pública e Assuntos Penitenciários; e Finanças, Orçamento e Planejamento, a realizar-se hoje, 6 de outubro de 2011, às 15 horas, no Plenário Tiradentes, com a finalidade de apreciar os Projetos de Lei Complementar nºs 49 e 47/11.

Esta Presidência tem a grata satisfação de anunciar a ilustre visita dos alunos da Escola Nebam - Núcleo de Ensino Básico Municipal - Ayrton Senna da Silva, da cidade de Tatuí, a convite do Deputado Samuel Moreira, acompanhados pelo professor responsável Francisco Antonio de Souza Fernandes. Esta Presidência deseja boas-vindas e solicita uma salva de palmas aos ilustres visitantes. (Palmas.)

Tem a palavra o primeiro orador inscrito, nobre João Paulo Rillo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Ed Thomas, pelo tempo regimental.

 

O SR. ED THOMAS - PSB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Um abraço ao meu companheiro Deputado Olímpio Gomes, é uma alegria também cumprimentar o Sr. Presidente, Jooji Hato, os Srs. Deputados, as Sras. Senhoras Deputadas, os telespectadores e telespectadoras da TV Assembleia e, em especial, aos trabalhadores da Assembleia Legislativa pelo trabalho que também desempenham em prol do meu mandato, muito obrigado.

Quero saudar também a todos os alunos que estão na nossa galeria. Sejam bem-vindos à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Sr. Presidente, muitas vezes recebemos visitas de pessoas que querem obter informações sobre como ocorre os trabalhos.

Esta sessão foi aberta, neste instante pelo Presidente que comanda os trabalhos, nosso amigo Deputado Jooji Hato. Em primeiro momento, temos o Pequeno Expediente, neste os Deputados inscritos usam a palavra por 5 minutos, até as 15 horas e 30 minutos. Depois desse horário, ocorre o Grande Expediente até as 16 horas e 30 minutos, feito também por Deputadas e Deputados inscritos que fazem uso palavra por 10 minutos. Esta é uma tribuna livre com um microfone democrático para abordarmos os assuntos que quisermos debater, reivindicarmos, cobrarmos, fiscalizarmos e para atuarmos, ou seja, para darmos transparência ao nosso mandato.

Sr. Presidente, eu, o Deputados Reinaldo Alguz e o Deputado Mauro Bragato, com certeza, somos os Deputados que moram mais distantes da capital de São Paulo, aproximadamente 600 km, na região de Presidente Prudente, do Pontal do Paranapanema, da Alta Paulista, e de onde o senhor é filho da bonita Pacaembu. Então, somos dessa região. Muitas vezes usamos o microfone para colocar situações pontuais, situações distritais que não deixa de ajudar todo o Estado de São Paulo.

Não é a primeira vez que uso do microfone para falar da guerra fiscal de estados que roubam empregos do Estado de São Paulo, que levam as nossas empresas mediante incentivos fiscais. E aí eu tenho um professor que é meu companheiro, meu amigo, de quem sou aprendiz, o Deputado Orlando Bolçone, que entende de números, um grande deputado da nossa linda São José do Rio Preto. Mas o Estado de São Paulo continua sofrendo com a perda de empresas e empregos. Na minha região não é diferente.

O oeste paulista, cuja capital regional é Presidente Prudente, está a 80 quilômetros de Mato Grosso e a 70 quilômetros do Paraná, onde a voracidade é muito grande para levar o empresário para lá e o fazem mediante incentivos, retirando a carga tributária e sabemos que a carga tributária neste País é uma baleia enorme que come a todos. Resultado: as empresas acabam indo embora.

Dez anos atrás, período em que com muito orgulho fui vereador e presidente da Câmara de Presidente Prudente, já alertávamos para uma alíquota diferenciada pelo menos para as mercadorias que eram produzidas ali. Uma alíquota diferenciada seria uma solução? Quem sabe, sim.

Sabemos que a região metropolitana de São Paulo atrai as pessoas, todos querem se estabelecer aqui, mas hoje temos de fazer o êxodo urbano, levar as pessoas para o campo, para o interior e o Governador, juntamente com os deputados, tem um papel muito forte para juntos buscarmos uma solução.

Presidente Epitácio perdeu 1200 empregos do JBS-Friboi, que foi embora para o Mato Grosso, sem falar de outras unidades que foram fechadas no Estado. Bem antes, perdemos uma empresa chamada Regina Festas, uma fabricante dos produtos da Walt Disney, uma empresa muito forte, cuja matriz ficava em Presidente Prudente - tem também na Argentina - e o que aconteceu? Perto de mil empregos foram para a cidade de Bataguassu também em Mato Grosso. Três Lagoas cresce muito no Mato Grosso. Lá está sendo construída talvez a maior fábrica de celulose do País. Há quem diga que Mato Grosso, depois de Presidente Epitácio, em Bataguassu, seria uma nova zona franca e Presidente Prudente seria esse corredor.

Portanto, São Paulo tem perdido muito e precisamos buscar juntos uma solução para empresários e desempregados. Sabemos que o Supremo discute esse processo, há pedido de vista desse processo no Supremo para que essa guerra fiscal termine.

Nós precisamos participar desse processo - São Paulo é um estado muito importante, é um estado rico - como forma de encontrarmos soluções para os nossos problemas e não para lamentarmos pelo que nos tiram. Temos instrumentos para isso e esta Casa é um grande instrumento para debater essa problemática.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Parabéns pela manifestação, nobre Deputado Ed Thomas.

Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Bigardi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Geraldo Cruz. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roque Barbiere. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Milton Leite Filho. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Massafera. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Célia Leão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Afonso Lobato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Milton Vieira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Reinaldo Alguz. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Tobias. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Caramez. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Welson Gasparini.

 

O SR. WELSON GASPARINI - PSDB - Sr. Presidente Jooji Hato, sua  atuação nesta Casa tem merecido,  de todos nós,  respeito e elogios não só pela sua conduta como parlamentar mas, também,  pela maneira como preside os  nossos trabalhos. Mas, Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, quero me reportar a uma sequência de notícias: o “Jornal de Piracicaba”, por exemplo, fala de uma manifestação das autoridades e da população contra a obra de um novo presídio  programado para a cidade. Isso ficou evidente porque, por 12 votos a três, a Câmara Municipal fez uma moção de repúdio contra essa construção; o “Jornal de Americana” mostra que a construção de um Centro de Progressão Penitenciária em Limeira, perto do limite com Santa Bárbara D’Oeste, predominou em debate na Câmara Municipal de Santa Bárbara. Vereadores contrários a esta obra decidiram pedir ajuda aos deputados da região para influenciarem o Governo do Estado por mudança de local.

Há poucos dias falei desta tribuna do repúdio dos moradores da cidade de Jardinópolis e cidades vizinhas à construção de um presídio naquele município. Agora, também moradores de Guariba e Pontal estão revoltados com a decisão do Governo de São Paulo de construir presídios naquela cidade. Dizia que a região não suporta mais novos presídios, tanto são os já existentes!

Ao mesmo tempo, uso da tribuna neste momento para falar da necessidade urgente do Governador determinar aos seus setores administrativos um exame cuidadoso desta situação. Todos sabem serem os presídios no Estado de São Paulo insuficientes para conter a grande onda de violência com conseqüentes condenações  à prisão. Presídios para 700 presos estão, atualmente, com cerca de 1400, 1500, o dobro da sua capacidade.

Mas, ao mesmo tempo, tomamos conhecimento de notícias boas.

A "Folha de S.Paulo" dá conhecimento de um presídio de Franca virar fábrica de calçados.

Detentos do Centro de Detenção Provisória de Franca estão produzindo cerca de 240 pares de sapatos diariamente; ganham salário mensal e, para cada três dias trabalhados, tem sua pena reduzida em um dia. Informa ainda que, dentro em breve, essa fábrica de calçados hoje produzindo cerca de 240 pares de sapatos todos os dias vai passar a produzir mil pares diariamente.

É disso que precisamos! Que nos presídios do Estado de São Paulo sejam colocadas fábricas dando, aos detentos, a oportunidade de trabalhar e, com o resultado do seu trabalho, ajudar seus familiares do lado de fora ou colocar o dinheiro numa poupança para saírem tendo uma profissão e algum dinheiro.

Segundo estatística oficial, 74% dos presos não têm ensino fundamental; 74% dos presos não têm uma profissão. Então, a meu ver, esse exemplo de Franca deve ser seguido. Em todos os presídios devem ser instaladas escolas para alfabetizar essa gente, oficinas para aprenderem uma profissão e, ao mesmo tempo, oportunidade de trabalhar e ter um rendimento.

Era essa observação que gostaria de fazer, Sr. Presidente; espero que o Governador Geraldo Alckmin, tão dinâmico em sua atuação administrativa e política,  invista no sistema penitenciário do Estado de São Paulo de maneira a fazer  os detentos cumprirem a pena e, ao mesmo tempo, se alfabetizarem e se profissionalizarem.”

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edinho Silva. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Sebastião Santana. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alencar Santana.

 

O SR ALENCAR SANTANA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, nobres colegas deputados, público presente, estudantes, funcionários desta Casa e cidadãos que nos acompanham pela TV Asssemleia, compete constitucionalmente a esta Casa e a todas as casas legislativas legislar, fiscalizar e, ao mesmo tempo, de certa forma, assessorar o Poder Executivo reivindicando, sugerindo ações, cobrando do Executivo determinadas medidas, determinados investimentos, determinadas intervenções nas diferentes cidades.

Nesta Casa, ontem, foi muito debatido, mas eu não tive oportunidade de me manifestar sobre as emendas. É responsabilidade nossa, compete aos 94 deputados fiscalizar o Poder Executivo e a utilização dos recursos públicos, bem como nos compete defender nossos municípios, defender que haja investimentos.

Hoje o governador do estado deu uma declaração que está nos jornais pedindo que o Deputado Roque Barbiere dê nomes, dizendo que ele deve citar as pessoas envolvidas. Concordo e acho que ele deve dar mais nomes. Alguns já foram citados literalmente. E o governador não se pode fazer de rogado, não pode dizer que não tem conhecimento. Afinal de contas, 2 secretarias estão envolvidas diretamente. O deputado disse que comunicou à Casa Civil e dá o nome da delegada Rose. O deputado disse que comunicou à Secretaria do Planejamento, cujo secretário é Emanuel Fernandes.

Então, os nomes foram dados, e esta Casa pode instalar uma CPI. Vamos ter, agora, reunião do Conselho de Ética, que vai apurar também, mas que não tem a mesma competência e poder. É importante que o cidadão que acompanha pela TV Assembleia saiba disso. Não tem o mesmo poder que tem a CPI de convocar secretários, convocar representantes de empresas, de quebrar sigilo, de convocar parlamentares e, enfim, fazer uma apuração rigorosa. A CPI tem todo o poder de polícia para investigar. Mas, infelizmente, alguns colegas não querem assinar. Então, governador, se o senhor que mais nomes, além dos seus secretários da Casa Civil e do Planejamento, peça a seus deputados que apoiem a CPI.

Aliás, tem outro nome citado. Ele mesmo disse, não foi nem o Deputado Roque. É o Deputado Bruno Covas, hoje secretário do Meio Ambiente. Ele citou um caso que ocorreu com ele. Então, só se o governador não conseguiu ouvir isso. Mas, se não ouviu, está aqui registrado e está na imprensa.

Então, não podemos deixar que essa denúncia, que essa suspeita, que essa nuvem paire sobre a Assembleia Legislativa. Isso não é bom para ninguém deste estado, não é bom para os estudantes que estão aqui, hoje, acompanhando esta sessão, ter conhecimento de que existe uma denúncia e que toda a Assembleia está envolvida, pois afinal não há o devido esclarecimento.

As dúvidas têm que ser sanadas. Tem que ter uma apuração rigorosa, o cidadão tem que ter pleno conhecimento e precisa saber que esta Casa é responsável com o dinheiro dele que é recolhido para os cofres do Estado. Que quem for culpado seja responsabilizado.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Barros Munhoz.

 

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O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Srs. Deputados, esta Presidência quer reconvocar reunião conjunta das Comissões de Constituição e Justiça e Redação, de Administração Pública e Relações do Trabalho, de Segurança Pública e Assuntos Penitenciários, Finanças, Orçamento e Planejamento, que estavam convocadas para as 15 horas. Será às 16 horas no plenário Tiradentes, com a finalidade de apreciar os Projetos de lei Complementar nºs 49 e 47 de 2011.

Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Engler. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vitor Sapienza.

 

O SR. VITOR SAPIENZA - PPS - Sr. Presidente, grande amigo, colega Barros Munhoz, meus senhores e minhas senhoras, público que nos honra com sua presença, ontem foi um dia muito importante para mim. Estive presente em dois grandes eventos. No primeiro, ousei participar de um debate gravado pela TV Assembleia com presença dos presidentes do Sport Clube Corinthians Paulista e da Sociedade Esportiva Palmeiras. Eu, como conselheiro do Palmeiras, nascido no Bairro do Bom Retiro, e amigo de ambos, tive oportunidade de passar uma hora relembrando o meu passado. Nobre Deputado corintiano Major Olimpio, V.Exa. sabe que a minha família materna era toda corintiana e eu não o sou por muito pouco. Meu pai casou-se com minha mãe e salvou alguns tios mais jovens. Mas isso é um detalhe. O outro evento foi uma sessão da CPI que procura apurar a situação do ensino superior privado no Brasil, realizada na cidade de Taubaté. Major Olímpio, V. Exa. zela pelo interesse e o bem comum, precisa ficar um pouco preocupado, porque está em moda a aquisição de diversas Universidades e Faculdades por grupos que mantêm ações na Bolsa, e não sabemos o que poderá acontecer no futuro.

Nessa CPI tive a oportunidade de cobrar a Presidente da Confederação dos Funcionários de Ensino Superior Privado, sendo ela membro do Partido dos Trabalhadores, para que reivindique a instalação de uma CPI em Brasília.  Pode ser que não aconteça nada, mas você começa a minar a resistência de um país através da educação dos jovens.

Neste plenário, por ocasião da outorga da comenda de economistas a várias figuras do nosso Estado de São Paulo, eu, sentado ao lado do Deputado Federal Milton Monti, sugeri a ele uma iniciativa desse porte, uma vez que ele faz parte da base aliada do Governo Federal.

Retornando ao tema da reunião de Taubaté. A cidade tem uma Faculdade sui generis. Ela é uma autarquia municipal e está passando por dificuldades financeiras, o que os levou a adotar uma providência arrojada; levaram ao Serviço Central de Proteção ao Crédito os alunos inadimplentes. Tal medida gerou um mal-estar junto à União Estadual dos Estudantes, que formalizou denúncia na CPI. 

Estiveram presentes, eu, o Presidente Celso Giglio e o Deputado Simão Pedro, autor do pedido. Chegamos à reunião sugestionados pela denúncia e fomos surpreendidos com a exposição realizada por representante da Universidade de Taubaté: por ser uma autarquia municipal não podem receber subsídios estaduais ou federais, e com a inadimplência crescente passaram a comunicar o SCPC após 90 dias de atraso nos pagamentos.

Ficou convencionado que a CPI irá debater com os alunos e com a reitoria a possibilidade de uma solução satisfatória para ambos.

Preocupa-nos a sorte dos alunos, mas não podemos esquecer que a Universidade tem compromissos tais como luz, água, folha de pagamento, manutenção e não há onde recorrer.  Numa CPI você tem que ouvir os dois lados para chegar a algumas conclusões. Se ouvirmos somente um corremos o risco de tirar conclusões precipitadas.

Deputado Major Olímpio, briguento e aguerrido, tem mais uma bandeira para tentar segurar, ou seja, a invasão de grupos estrangeiros no domínio de Faculdades e Universidades brasileiras.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Esta Presidência quer se congratular com o nobre Deputado Isac Reis, aniversariante do dia. Parabéns e muitas felicidades. (Palmas)

Tem a palavra o nobre Deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários desta Casa, cidadãos que nos acompanham pela TV Assembleia, possivelmente hoje teremos congresso de comissões, talvez debates e votação dos PLCs 47 e 49, que tratam de revisão de salários, vantagens, promoções de carreiras de policiais civis e militares.

Já votado o projeto em relação aos delegados de polícia, o Governo vem mentindo para a opinião pública, falando do valoroso pacote de benefícios. E a resposta: "Associação dos Delegados de Polícia vai pagar para delegados deixarem São Paulo". O vice-líder do Governo, Vinícius Camarinha, trouxe dados exultantes a respeito dos avanços em relação à política salarial, mas a Associação dos Delegados está dizendo que "São Paulo não tem mais jeito".

É uma desgraça só, um desrespeito total. A Associação está custeando passagem e inscrição para fazer concurso em outro Estado. É melhor ser policial em qualquer Estado brasileiro do que no Estado de São Paulo. As associações e sindicatos de policiais civis e militares estão se mobilizando.

Nós vamos fazer esse congresso de comissões agora, sem aproveitamento de emendas. Mas, cuidado, Governo. Que os senhores saibam que no dia 16 serão completados três anos daquele dia da vergonha, do confronto de policiais civis e militares. É num domingo. Possivelmente iremos ao Palácio dos Bandeirantes, com alguns milhares de policiais civis, militares, inativos, familiares, para agradecer ao Governador tudo de mal que ele está fazendo pela polícia de São Paulo. Vergonhoso!

E quando se faz qualquer avanço nesse sentido, através de emendas - e devo reconhecer o esforço do Presidente da Casa e de vários líderes - mas a intransigência governamental é total no acolhimento das reivindicações mais justas, e digo de forma especial em relação à reivindicação do posto imediato, pela atitude que V. Exa., Deputado Barros Munhoz, tentou tomar em defesa do que é justo e legítimo. Sou testemunha e eternamente serei agradecido pelo seu gesto com a família policial militar. Pena que o Governo se mantenha insensível e quer pagar para ver.

Aproveito para lamentar profundamente o veto do Governador. Não é porque foi um projeto de iniciativa, não. É um projeto de denominação. Está vetando o nome do Tenente Carlos Henrique Santos Pontual, o Tenente Pontual, que morreu em 2009, crivado com balas de fuzil, quando a serviço na via Dutra, em Santa Isabel.

O Comando da região pediu, à época, que tivesse o nome do Tenente Pontual no 31º Batalhão. Filho do Tenente Pontual, velho Tenente Pontual, hoje na Escola de Educação Física. Que vergonha que tenho, de ver essa exposição de motivos! Não culpo o Governador, não. Está aqui. "A despeito dos méritos que se pretende homenagear, ressaltada a justificativa apresentada, não posso acolher a proposta levando em conta as razões oferecidas pela Secretaria de Segurança Pública, ouvido o Comando Geral, que se manifestou contrariamente à medida. De acordo com o Comando, segundo orientação interna adotada para denominação de organizações policiais, ou suas frações, as homenagens da corporação devem se restringir à denominação de instalações internas".

Nunca pensei ver o Comandante Geral da Polícia Militar orientando errado e faltando a verdade com o Governador.

Sr. Presidente, há quatro projetos meus que o Governador Serra sancionou - nome do Comando do policiamento da Capital, do Coronel Hermínio; nome do 18º Batalhão, Sargento Paiva; nome do 43º Batalhão, Soldado Lamas, primeiro soldado morto crivado com bala de fuzil, também na zona Norte; Coronel Ivan Macedo, quinto projeto sancionado.

Nunca pensei na minha vida, desculpe, Pontual, desculpe, policiais do 31º Batalhão, desculpe, família do Tenente Pontual, por essa vergonha. O Governador foi mal orientado, por questões pessoais, pelo Comandante Geral da Polícia Militar.

Peço que a minha fala seja encaminhada ao gabinete do Governador, do Secretário da Segurança Pública e do Comandante da Polícia Militar de São Paulo.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Tem a palavra a nobre Deputada Vanessa Damo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adriano Diogo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlão Pignatari. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Orlando Bolçone.

 

O SR. ORLANDO BOLÇONE - PSB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, que conduz esta Casa com sabedoria e exemplo para todos nós de liderança, de vida, serviço à causa pública; Deputado Vinícius Camarinha, uma das mais jovens revelações e, ao mesmo tempo, um dos mais experientes e dedicados parlamentares desta Casa, o que me traz a esta tribuna é uma preocupação, em especial, com a nossa Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto. Ela se coloca entre as dez melhores faculdades do Brasil. Foi estadualizada em 1994 e vem passando por um processo de evolução extremamente produtivo, tendo excelentes avaliações, além de formar grandes profissionais da área médica e da área de enfermagem, além de prestar serviços por meio do Hospital de Base de São José do Rio Preto para uma região de mais de dois milhões de habitantes. Passa por um processo de adaptação do seu quadro de funcionários. Essa reestruturação foi votada nesta Casa no ano de 2010. Agora, estamos em discussões com a Secretaria de Ciência e Tecnologia, que caminham bem, no sentido de promover o referido concurso e preencher seus quadros.

Temos representantes de cidades importantíssimas sobre o desenvolvimento da questão de saúde, como o Deputado Ulysses Tassinari, o Deputado Jooji Hato, que sabem tão bem quanto é importante tanto a prevenção quanto o trabalho de prestação de serviços. O nobre Deputado Rafael Silva representa uma região tão importante, a região de Ribeirão Preto, sabe da importância também do ensino médico e do ensino da saúde como parte integrante do processo de desenvolvimento de uma cidade como Ribeirão Preto, tão bem representada pelo Deputado Rafael Silva.

A USP acaba de ser reconhecida entre as 200 melhores universidades do mundo. Entre as 10 melhores universidades da América Latina, três estão no Estado de São Paulo. É um momento em que há que se pensar com carinho especial. Temos certeza de que o Secretário Paulo Alexandre Barbosa, sensível, passou por esta Casa, conhece a importância de nossas faculdades nesse processo de desenvolvimento pelo qual o Estado de São Paulo vem passando. A nossa faculdade, a Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, tem um papel fundamental no sistema paulista de parques tecnológicos, a tecnologia que desenvolve, por criar produtos extremamente inovadores em São José do Rio Preto.

Hoje o assunto do dia é inovação, tão lembrado na saudosa figura de Steve Jobs, a importância que tem uma faculdade que desenvolveu em seu bojo pesquisas de pericárdio bovino, que se transformou em marcapasso de coração; de um produto que hoje é um navegador de cérebro para desenvolver as cirurgias finíssimas de AVC, cirurgia cerebrais; além do próprio marcapasso cerebral, que tem a função de dar equilíbrio em especial àquelas crianças que nascem com alguma dificuldade. Por meio da pesquisa, da ciência e da tecnologia desenvolvida em São José do do Rio Preto, podem ter suas vidas melhoradas. Daí a atenção que solicitamos ao Governador, ao nosso Secretário Paulo Alexandre Barbosa e a esta Casa em especial, que tenho a honra de pertencer. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Vinícius Camarinha.

 

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O SR. PRESIDENTE - VINÍCIUS CAMARINHA - PSB - Tem a palavra o nobre Deputado Rafael Silva.

 

O SR. RAFAEL SILVA - PDT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia: Falou antes de mim o nobre Deputado Orlando Bolçone, um dos homens que mais conhece o problema de habitação deste País, que inclusive desenvolveu alguns projetos sobre lotes urbanizados, projetos vitoriosos que deram resultados positivos onde foram implantados. Parabéns, Deputado Orlando Bolçone, por sua história de vida, por sua carreira de homem público brilhante.

 É comum ouvirmos nos órgãos de comunicação pessoas que falam da violência. Falam de como cuidar da violência ou cuidar dos violentos. Mas muita gente se esquece de uma análise mais profunda, a análise que diz respeito à origem da violência. Por que a violência nasce? Será que é tendência do indivíduo virar bandido, virar assassino, ladrão? Ou será que ele está sendo produzido pela sociedade?

Jean Jacques Rousseau, que nasceu em 1712 e morreu em 1778, falou “o homem nasce bom; a sociedade o corrompe.” Thomas Hobbes falava da necessidade do contrato social para que pudéssemos controlar o comportamento do indivíduo. Ele fala do estado natural da pessoa. E ele é antigo - 1588 a 1679. Muita gente já falou do problema da violência e já falou das origens desse grave problema.

Temos alguns estudiosos da área da psicologia que falam que se pegarmos 10, 12 crianças de um ano, poderemos programar o futuro dessas crianças. Elas poderão ser médicos, advogados, engenheiros ou assassinos. Freud falou que as pessoas trazem dentro de si uma condição de agressividade e de violência e, num momento ou noutro, colocarão para fora essa violência, esta agressividade. Jung, que foi discípulo e parceiro de Freud, falou que o homem é criminoso, gênio ou santo. Aprendemos ao longo de nossa vida pesquisando essa área, que as pessoas são produzidas, são programadas e condicionadas. Um exemplo que gosto de citar é que se você enviar uma criança à China com um ou dois anos de idade, ela vai se acostumar a comer carne de cachorro, barata, rato, escorpião, besouro e outros bichos.

Voltando ao Brasil, todos acharão esse costume esquisito, e irão querer saber se o costume a esses hábitos alimentares, se ocorreu naturalmente ou se foi programada e condicionada a se alimentar desses bichos.

Em algumas regiões, o homem tem várias esposas e elas aceitam e convivem em harmonia, porque faz parte de sua cultura. O crime acontece porque foi colocado na cabeça das pessoas de um jeito ou de outro. Alguns indivíduos poderão dizer que existem alguns casos patológicos e às vezes irrecuperáveis, que representam uma ínfima minoria.

Se visitarmos as penitenciárias, encontraremos pessoas analfabetas ou semi-analfabetas, que não tiveram estrutura familiar, oportunidade, uma escola adequada, instrução e nem tiveram orientação.

Sr. Presidente e nobres colegas, a realidade é muito mais triste do que parece porque, as pessoas são contra a construção de penitenciárias, e ficamos sem ter aonde colocar os presos. O que faremos com os presos? Vamos matá-los? Vamos matar o filho do pobre, que amanhã ou depois poderá ser um bandido? Ou vamos mudar a estrutura social deste País, para que todo mundo tenha oportunidade de se desenvolver? Vamos eliminar essas graves barreiras profundas e sociais, que leva o indivíduo a frustração, que é uma das mães da violência.

Será que precisamos pensar, ou devemos ouvir discursos bonitos e inflamados, desprovido de qualquer conhecimento mais profundo? O Brasil precisa de gente que pensa e que tenha também vontade de agir. Apenas isso, Sr. Presidente.

 

 

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- Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato.

 

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O Sr. Presidente - Jooji Hato - PMDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, tem a palavra o nobre Deputado Roberto Morais. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Cândido. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marco Aurélio. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Orlando Morando. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Ana Perugini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alex Manente. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Dilmo dos Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Hamilton Pereira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Grana. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Geraldo Vinholi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Fernando Capez. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adilson Rossi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Celso Giglio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Carlos Gondim. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Regina Gonçalves. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Cauê Macris. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vinícius Camarinha.

 

O SR. Vinícius Camarinha - PSB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, nobre Deputado Jooji Hato, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, ouvi atentamente a manifestação do Deputado Olímpio Gomes.

Posso dizer, antes de mais nada, que o Governador Geraldo Alckmin tem dado demonstrações de que quer realmente enfrentar o problema do funcionalismo público. Tanto é verdade que, no primeiro semestre de governo, Geraldo Alckmin já mandou para esta Casa projeto de lei de reajuste salarial para a área da Educação; depois, o projeto do Centro Paula Souza; agora, enviou um grande projeto envolvendo as cinco Polícias; e já enviou o projeto de reajuste salarial para a área da Saúde. Antecipo aos senhores que o reajuste salarial para a Saúde gera - não é despesa, mas investimento - quase 700 milhões de reais a mais na folha de pagamento.

O fato é que, hoje, esta Casa discute o projeto relacionado aos policiais. Muitos deputados, principalmente os da oposição, disseram das suas reivindicações de emendas, das quais, evidentemente, muitas são justas. Às vezes, por problemas fiscais ou de orçamento, momentaneamente não foi possível ao Governo atender às reivindicações. Mas não podemos desprezar essa vontade política do Governo de atender às principais reivindicações das categorias.

Poucas pessoas estão assomando à tribuna para falar de alguns números que são relevantes para o Estado e para os funcionários. Por exemplo, o Governo vai dar 27,7% de aumento, em duas etapas: 15%, agora; 12% no ano que vem. Isso beneficiará 150 mil servidores da ativa e 103 mil aposentados e pensionistas, num total de 253 mil pessoas, das quais 89 mil são policiais militares, 34 mil são policiais civis e 26 mil são agentes penitenciários. Num primeiro momento, o impacto será de 700 milhões de reais e, num segundo momento, quando os 27% estiverem sendo repassados aos funcionários, o impacto será de um bilhão e 360 milhões de reais.

Também houve avanços fundamentais no aspecto de carreira. O Governo atendeu a uma grande reivindicação das categorias. Estamos extinguindo a quarta classe de 14 carreiras da Polícia Civil - escrivão, investigador, agente -, da Polícia Científica - fotógrafo, desenhista, atendente de necrotério - e de outras categorias. Estamos extinguindo a quarta classe e, automaticamente, essas pessoas serão promovidas para a terceira classe. Além do reajuste salarial, haverá um ganho por conta dessa promoção de carreira, o que vai beneficiar 170 delegados e 1.000 funcionários das carreiras de policiais civis do Estado.

Não dá para desprezar esses números. São números importantes, significativos para o Estado de São Paulo. O Governo dá um gesto extraordinário de boa vontade, buscando resolver e enfrentar esses problemas no primeiro semestre. Os governantes costumam dar esses aumentos ao final dos mandatos. O Governador está dando o reajuste no começo da sua gestão. Restará, evidentemente, muito espaço para atender às outras reivindicações no segundo, terceiro e quarto anos de governo. É importante o passo que o Governo dá, Sr. Presidente.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Barros Munhoz.

 

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O SR. JOOJI HATO - PMDB - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças partidárias com assento nesta Casa, solicito a suspensão dos trabalhos até as 18 horas e 55 minutos.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - O pedido de V. Exa. é regimental. Antes de suspender a sessão, esta Presidência convoca novamente o Congresso de Comissões às 18 horas, envolvendo as Comissões de Constituição e Justiça e de Redação, de Administração Pública e Relações do Trabalho, de Segurança Pública e Assuntos Penitenciários e de Finanças, Orçamento e Planejamento, no Plenário Tiradentes, com a finalidade de apreciar os Projetos de lei Complementar nºs. 49 e 47.

Sras. Deputadas, Srs. Deputados, tendo havido acordo entre as lideranças, a Presidência acolhe o solicitado pelo nobre Deputado Jooji Hato e suspende a sessão até as 18 horas e 55 minutos.

Está suspensa a sessão.

 

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- Suspensa às 15 horas e 31 minutos, a sessão é reaberta às 18 horas e 56 minutos sob a Presidência do Sr. Barros Munhoz.

 

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O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Sras. Deputadas e Srs. Deputados, nos termos do disposto no Art. 18, inciso III, alínea “d”, combinado com o Art. 68, ambos do Regimento Interno, convoco reunião conjunta das Comissões de Constituição, Justiça e Redação, Administração Pública e Relações do Trabalho, Segurança Pública e Assuntos Penitenciários e Finanças, Orçamento e Planejamento a realizar-se às 19 horas e 5 minutos, no Plenário Tiradentes, com a finalidade de apreciar os PLC nº 49 e 47, de 2011.

Esta convocação é feita em função de não ter sido possível a realização desses congressos às 15 horas, às 16 horas e nem tampouco às 18 horas, tendo em vista a realização da reunião do Conselho de Ética para tratar de um assunto que, lamentavelmente, vem polarizando as atenções da Casa e de grande parte da população paulista e, obviamente, não podia ser interrompida.

Fazemos, então, a convocação para as 19 horas e 5 minutos.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT – PARA RECLAMAÇÃO - Sr. Presidente, ainda no encerramento dos trabalhos lá na Comissão de Ética, foi transmitido a todos os parlamentares que não haveria Congresso de Comissões e foi desmobilizado todos os representantes associativos sindicais da Polícia que lá estavam.

Solicito a V. Exa. para que seja feita uma reflexão sobre esse Congresso de Comissões porque vai ficar parecendo um esvaziamento. Mandaram embora as entidades que estavam acompanhando desde 14 horas para realizar isso sem a presença de ninguém.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Deputado Olímpio Gomes, lamento se isso aconteceu. Só posso acreditar que tenha acontecido em função da manifestação de V. Exa., mas, obviamente, não houve nenhuma orientação desta Presidência e, ao que consta, também nenhuma orientação de Liderança do Governo ou alguma liderança interessada em que isso pudesse acontecer.

Quem pediu que a sessão fosse até 18 horas e 55 minutos foi exatamente para dar tempo de tomar alguma providência que se fizesse necessária nesses 5 minutos.

Esgotado o tempo da presente sessão, esta Presidência, antes de dá-la por encerrada, convoca as Sras. e os Srs. Deputados para a Sessão Ordinária a realizar-se amanhã, à hora regimental, sem a Ordem do Dia.

Está encerrada a sessão.

 

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- Encerra-se a sessão às 19 horas.

 

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