28 DE OUTUBRO DE 2010

130ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidentes: OLÍMPIO GOMES e VANDERLEI SIRAQUE

 

Secretário: VANDERLEI SIRAQUE

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - OLÍMPIO GOMES

Assume a Presidência e abre a sessão. Convoca sessão solene, a realizar-se no dia 26/11, às 20 horas, pelos "50 Anos do Primado Organização Federativa da Umbanda e Candomblé no Brasil", a requerimento do Deputado Simão Pedro.

 

002 - VANDERLEI SIRAQUE

Dá conhecimento de representações sobre licitações da linha Lilás do Metrô em várias instituições jurídicas. Informa que a Bancada do PT ingressou com ação junto ao Ministério Público sobre a questão. Discorre sobre os meios legislativos sobre licitações. Recorda noticiário sobre a distribuição de oito lotes de obras a empreiteiras. Lembra denúncias contra Paulo Vieira, vinculadas ao PSDB. Questiona obras do Rodoanel. Propõe CPI sobre as obras do Metrô e apresenta sugestões sobre o assunto.

 

003 - VANDERLEI SIRAQUE

Assume a Presidência.

 

004 - OLÍMPIO GOMES

Tece considerações sobre a fala do Deputado Vanderlei Siraque sobre denúncias contra obras do Metrô. Questiona declarações do presidenciável José Serra sobre o caso. Argumenta que o fato gera atraso nas obras do sistema. Combate a formação de cartéis. Recorda as dificuldades para obtenção de assinaturas para abertura de CPI nesta Casa.

 

005 - CARLOS GIANNAZI

Comunica a realização de audiência pública, agendada para o dia 19/11, às 19 horas, nesta Casa, contra o fechamento, pelas secretarias da Educação do Município e do Estado de São Paulo, de salas de aula  para adultos e jovens do ensino supletivo.  Cita tratativas sobre o tema. Recorda dispositivos constitucionais sobre o acesso à educação.

 

006 - OLÍMPIO GOMES

Assume a Presidência.

 

007 - CARLOS NEDER

Apresenta relatos do Denasus (Departamento de Auditoria do SUS) sobre o desvio de 400 milhões de verbas do órgão em vários estados da Federação. Cita matérias da revista "Carta Capital" sobre o assunto. Informa que, em São Paulo, os valores constaram como do Tesouro estadual. Repudia a aquisição de medicamentos contrariando normas federais. Argumenta que o Estado deve ressarcir a União. Destaca problemas sobre o caso em São Bernardo do Campo. Cita matérias de jornais da região sobre o caso.

 

008 - VANDERLEI SIRAQUE

Requer o levantamento da sessão, com a anuência das lideranças.

 

009 - Presidente OLÍMPIO GOMES

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 29/10, à hora regimental, sem ordem do dia. Levanta a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Olímpio Gomes.

 

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O SR. PRESIDENTE - OLÍMPIO GOMES - PDT - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIII Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Vanderlei Siraque para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - VANDERLEI SIRAQUE - PT - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - OLÍMPIO GOMES - PDT - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, esta Presidência, atendendo solicitação do nobre Deputado Simão Pedro, convoca V. Exas., nos termos do Art. 18, Inciso I, alínea “r”, da XIII Consolidação do Regimento Interno, para uma Sessão Solene, a realizar-se no dia 26 de novembro, às 20 horas, com a finalidade de homenagear os 50 anos do Primado do Brasil, Organização Federativa de Umbanda e Candomblé do Brasil.

Srs. Deputados, Sras. Deputadas, tem a palavra o primeiro orador inscrito, nobre Deputado Mozart Russomanno. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Davi Zaia. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Augusto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Tobias. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vicente Cândido. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Giriboni. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Massafera. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Geraldo Vinholi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlinhos Almeida. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Reinaldo Alguz. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Uebe Rezeck. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Felício. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Hamilton Pereira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adriano Diogo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vanderlei Siraque.

 

O SR. VANDERLEI SIRAQUE - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, como já foi noticiado pela imprensa, entrei com diversas representações em relação ao processo licitatório do Metrô em São Paulo, da Linha Lilás, na Corregedoria Geral da Administração Pública, que é um órgão interno ao próprio Poder Executivo, no Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, que tem o objetivo também de auxílio a nossa Casa Legislativa, ao Ministério Público do Estado de São Paulo e também com uma ação popular.

A Bancada do PT também entrou com uma representação no Ministério Público, com relação a essa questão do Metrô, e também temos a proposta de CPI, do Deputado Major Olímpio.

Entrei com a ação popular como cidadão. Os juízes às vezes até estranham quando chegamos com uma ação popular, sendo que nós deveríamos investigar na qualidade de deputado, pois somos o órgão investigador do Poder Executivo.

É permitida a suspensão, através de Decreto Legislativo, de licitação e de contrato. Mas, em quase 12 anos que estou nesta Casa, não vi nada que pudesse, de fato, garantir a função dos Deputados, de fiscalização, e por isso recorremos ao Ministério Público do Estado de São Paulo e também diretamente ao Poder Judiciário, que ontem nos concedeu uma liminar.

Vi o ex-Governador de São Paulo, que está concorrendo às eleições, dizer que existe um conluio entre as empresas. Vi também o atual Governador, Alberto Goldman, dizer o mesmo. Na verdade, o problema está no edital, que é um edital dirigido. O meu questionamento não é em relação às empresas, nem A nem B, estou questionando o edital do Governo do Estado, do Metrô, do poder público estadual do Executivo.

O edital dividiu e organizou a licitação em oito lotes. Até aqui tudo bem, pode ser organizado em um, em dois, em três. O problema é que se a empresa concorre no lote 1, ela não pode mais concorrer no lote 2; se ela ganha o lote 3, ela não pode concorrer no lote 4, e assim subsequentemente.

Esse edital permitiu que as empresas - e aqui não estou criticando as empresas - fizessem um conluio. Se existem oito lotes e oito empresas, elas combinam: eu fico com o um, você fica com o dois, e assim por diante. E aí os preços, da forma como o edital foi publicado, tendem a se elevar, de um lote para outro, porque basta as empresas combinarem, e foi o que aconteceu.

Quem teve um Paulo de Souza na administração também não está por trás dessa questão do Metrô?  Quem esteve por trás da Jacu-Pêssego, no Rodoanel, que também deveria ter uma CPI nesta Casa, vai dizer que isso também não está por trás dessa questão do Metrô? Esse edital do Governo do Estado é dirigido. O que tem de ser anulado não é só quem ganhou ou deixou de ganhar a licitação, mas a cláusula do edital que proíbe a empresa ganhadora de um lote participar de outro, pois isso impede a concorrência, que é salutar para a qualidade das obras públicas e também para que os preços sejam menores. Isso é um verdadeiro escândalo, como temos o escândalo da construção do Rodoanel, da Jacu-Pêssego e também agora das obras do Metrô, além o buraco do Metrô, que esta Casa não investiga. Isso é um verdadeiro escândalo e tem responsável. A Assembleia Legislativa deveria fazer uma CPI não só no caso da Linha Lilás, mas sobre o buraco do Metrô, outras obras do Metrô e, quem sabe, até para economia processual, já colocar o trecho Sul do Rodoanel e as obras da Jacu-Pêssego.

Não estarei mais nesta Casa a partir da próxima legislatura, mas espero que os deputados reeleitos e os novos deputados consigam realizar essa CPI, porque “nesse mato tem coelho”. Há grandes problemas nessas obras do Metrô, obras importantíssimas para o Estado de São Paulo, assim como é o trecho Sul do Rodoanel e a Jacu-Pêssego. Defendemos as obras. Vi Governador dizendo: eles são contra. Somos a favor, queremos inclusive que o Metrô chegue ao ABC. Aliás, não chegou porque se gasta muito numa linha e não se consegue fazer as outras linhas. Gasta-se muito num ramal e não se consegue fazer outro ramal. Talvez se fizesse um preço justo, se fizessem as concorrências de forma adequada, que atendessem ao interesse público, ao interesse do cidadão e não ao interesse dos governantes, quem sabe daria para fazer muito mais quilômetros do Metrô, essencial para o transporte das pessoas, para garantir o direito de ir e vir da população de toda a Região Metropolitana. Aliás, é metrô, mas de metropolitano não tem nada, até porque não sai da Cidade de São Paulo. Metropolitano tinha de percorrer pelo menos uma boa parte das cidades do Estado de São Paulo.

Esperamos que o Ministério Público, que o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, que a Corregedoria Geral de Administração Pública tomem as providências. Quanto ao Poder Judiciário, entendo que estamos satisfeitos com a liminar concedida pela juíza da 9ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

          O SR. PRESIDENTE - OLÍMPIO GOMES - PDT - Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Vanderlei Siraque.

 

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O SR. PRESIDENTE - VANDERLEI SIRAQUE - PT - Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários desta Casa, cidadãos que nos acompanham pela TV Assembleia, inicialmente gostaria de cumprimentar o nobre Deputado Vanderlei Siraque pela feliz iniciativa da ação popular, cuja pretensão foi acolhida, ainda que de forma de liminar, pela juíza. Vossa Excelência, até pela experiência, agora que já está deixando a Casa para ir à Câmara dos Deputados, buscou o caminho como cidadão, que também se acostumou a ver a Assembleia Legislativa se omitir.

Propus uma CPI para a apuração de crimes que estão mais do que caracterizados. Para a tristeza da população, não fomos nós, pela Assembleia Legislativa, que identificamos, não foi o Tribunal de Contas, que tem a obrigação de fazer e não faz, não foi o Ministério Público, foi a própria imprensa que acabou identificando seis meses a antes. Tomou conhecimento como? Alguém insatisfeito com a maracutaia - aliás, dizem que maracutaia é todo bom negócio em que você não está no meio. Se estiver no meio, é bom negócio, se não estiver, é maracutaia. Alguém ficou fora do bolo ou não ganhou nenhuma fatia resolveu denunciar para a imprensa. “Olha, quer saber quem vai ganhar isso aqui? Esses 4,2 bilhões de reais?” Um por cento disso são 42 milhões de reais. Dizem que administrador público brasileiro é muito religioso: só conversa com um terço na mão. Se 1% dá 42, 30%, então, meu Deus do céu! E se o dinheiro já foi adiantado para pagar a campanha? E agora? Vem o governador e diz: já que estava errado, estou cancelando tudo, não vale mais nada, esqueça o passado, deixa pra lá, não foi gasto nada com isso. Como não foi gasto? E todo o processo licitatório? Pessoas trabalhando nisso? E o atraso que será provocado? A formação do cartel já caracteriza crime, mas a formação do cartel só se caracteriza por um acerto empresarial visando a buscar vantagens para um grupo e alijando a possibilidade da livre concorrência. Só isso já caracteriza um crime.

Quando se faz esse tipo de acerto há um conluio criminoso das empresas que vão faturar mais porque vão ter de pagar mais, é aí os princípios fundamentais da lei de licitação dos critérios de menor preço, de qualificação técnica, tudo isso se torna uma coisa de menor importância porque importante, 180 dias antes já estava amarrado. A CPI seria fundamental para que a Assembleia Legislativa não caísse em descrédito, nobre Deputado Vanderlei Siraque. É a Assembleia que se desmoraliza ao não cumprir sua obrigação de fiscalizar. Vossa Excelência, como deputado, é signatário de CPI, é proponente de CPI, busca, por meio da justiça, em ação popular. Mas somos 94 deputados que escreveram nos santinhos de campanha, antes até de legislar: o papel da Assembleia é de fiscalizar. Fica parecendo que estamos falando para o nada. Ninguém quer se meter com isso. “Olha, o Olímpio acha que a Assembleia Legislativa é uma delegacia de polícia, porque ele não ficou na polícia?” Repito: na atividade policial o jogo é até mais transparente, o ladrão agiu, está lá a polícia.

No setor público, muitas vezes, o ladrão age e quem tinha a obrigação de fiscalizar, de identificar e até de levar ao impeachment - se a lama chegar à Av. Morumbi, nº 4.500 - fica absolutamente quieto, faz de conta que não está acontecendo nada.

Com o requerimento de instauração de CPI em mãos, falo com alguns deputados e parece que o sujeito está vendo o capeta na frente: “Não, preciso conversar com as bases, com o partido, com os amigos. Depois, dou uma resposta...” E não acho mais o sujeito, que não tem moral de olhar em meus olhos e dizer: “Não vou assinar porque sou conivente com isso.”

É bom que a população conheça, realmente. Se eu estivesse no Governo, seria o primeiro a orientar a bancada toda: “Assinem logo isso! Se não tem “rabo preso”, vamos apurar. Se está só na área técnica, vamos apurar.” Muito embora o Morumbi esteja bem no alto da Cidade de São Paulo, às vezes a lama é tão grande que pode chegar ao número 4.500.

Aí, mais uma vez, a população vai ficar sem saber e não serão incriminados os verdadeiros responsáveis, aqueles que estão usufruindo os benefícios desses crimes e suas próximas gerações.

 

            O Sr. Presidente - Vanderlei Siraque - PT - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. Carlos Giannazi - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público presente, telespectador da TV Assembleia, gostaria de reafirmar o convite que fizemos ontem em relação a uma grande audiência pública, a ser realizada no próximo dia 19, às 19 horas, no Plenário Teotônio Vilela desta Casa.

Trata-se de uma audiência pública contra o fechamento de salas de Educação de Jovens e Adultos (EJA). O Governo Estadual e também a Prefeitura de São Paulo estão fechando salas destinadas a jovens e adultos, deixando de atender uma parcela importante da população que não teve acesso ao Ensino Fundamental em idade própria.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Olímpio Gomes.

 

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A Constituição Federal e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) garantem o acesso dessas pessoas ao Ensino Fundamental, principalmente aquelas que não tiveram essa oportunidade em idade adequada. É por isso que existem os cursos de Supletivo. No entanto, há um bom tempo estamos observando uma violação do poder público em relação a esse direito, prejudicando milhares de jovens e adultos que estão nessa situação e também os professores que lecionam, tanto na Rede Municipal como na Rede Estadual. Diversas escolas estão sendo fechadas no período noturno, principalmente nesta Capital.

Essa audiência pública vai organizar um movimento em São Paulo. Vamos acionar o Ministério Público, a imprensa, a população e denunciar esse fato gravíssimo na área da Educação voltada a jovens e adultos.

Além de reforçar esse convite, gostaria de manifestar a nossa indignação com a Prefeitura de São Paulo, que, na semana passada, publicou uma portaria diminuindo o número de vagas na área da Educação Infantil. O município tem a obrigação de atender à demanda desse segmento. A Prefeitura soltou uma portaria que vai prejudicar o atendimento de crianças de zero a três anos de idade na Cidade de São Paulo.

Na cidade mais rica e populosa do Brasil, há mais de 500 mil crianças fora da Educação Infantil. Hoje, na Cidade de São Paulo, é impossível para uma mãe conseguir vaga numa creche. A situação não é muito diferente na Pré-Escola, que abriga crianças de quatro a cinco anos de idade. Faço até um desafio ao telespectador da Capital para que procure vaga numa creche. Ele não vai encontrar; vai entrar numa lista de espera de até 600 crianças.

Nesses dias, fui a um Centro de Educação Infantil (CEI) na zona leste, a uma creche. Lá, havia uma lista de mil crianças esperando a desistência de uma vaga. Uma afronta às crianças pequenas, que não estão sendo atendidas. Para piorar a situação, a Prefeitura soltou uma portaria, criticada hoje no editorial da “Folha de S.Paulo”, dando conta da gravidade dessa situação: o não-atendimento de uma área estratégica e importante para o desenvolvimento cognitivo e emocional das nossas crianças na área da Educação Infantil.

Portanto, temos uma Prefeitura sonegando vagas para crianças na área da Educação Infantil, e fechando salas para jovens e adultos na área de Educação de Jovens e Adultos, em cumplicidade com a Secretaria Estadual de Educação.

É contra isso que estamos nos organizando, colhendo dados, denúncias. Em breve, vamos acionar o Ministério Público Estadual e pedir a intervenção da Comissão de Educação desta Casa nesse assunto. A Comissão de Educação não pode ficar alheia: tem que se manifestar, tem que investigar todos esses ataques à Educação no Estado de São Paulo. Muito obrigado.

 

O Sr. Presidente - Olímpio Gomes - PDT - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, Tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Prandi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rodrigo Garcia. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Ed Thomas. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luis Carlos Gondim. (Pausa.)

Esgotada a lista de oradores inscritos para falar no Pequeno Expediente, vamos passar à Lista Suplementar.

Tem a palavra o nobre Deputado Mozart Russomanno. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Augusto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adriano Diogo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Neder.

 

O SR. CARLOS NEDER - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia e todos que nos acompanham pelo Diário do Legislativo, o Departamento Nacional de Auditoria do Sistema Único de Saúde (Denasus), de ofício, resolveu fazer um acompanhamento de 21 estados da federação para saber como é que os recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) vêm sendo utilizados.

Fez isso, inicialmente, analisando o período de 1999 a 2009. Qual não foi a surpresa de todos que atuam no SUS quando o Denasus constatou que, infelizmente, em vários estados houve um desvio significativo de recursos do SUS para finalidades desconhecidas. No Estado de São Paulo, o valor que foi desviado do SUS nos últimos dez anos corresponde a cerca de 400 milhões de reais, período sob gestão do PSDB no nosso Estado.

A revista “Carta Capital” trouxe a primeira matéria denunciando esse fato e se apoiando na auditoria feita pelo Denasus, quando o repórter Leandro Fortes, em 26 de fevereiro de 2010, escreveu um artigo cujo título é “Remédios por juros”. Neste artigo, este jornalista mostra, através de uma investigação competente, que não houve aplicação devida de pelo menos 12% dos recursos na Saúde do Estado de São Paulo. E mais grave do que isso: recursos repassados pelo Governo do Estado de São Paulo foram aplicados no mercado financeiro, e parte desses recursos acabou sendo utilizada na área da Saúde como se fossem do orçamento próprio do Tesouro estadual, numa manobra contábil em que recursos do Governo Federal eram aplicados no mercado financeiro e o Governo do Estado utilizava parte desses recursos como se fosse do seu próprio Tesouro. Ficou também constatada nessa auditoria a aquisição de medicamentos em desacordo com a relação nacional de medicamentos definida para o Sistema Único de Saúde em âmbito nacional, e o favorecimento de determinadas empresas e indústrias farmacêuticas em desacordo com aquilo que define o Sistema Único de Saúde.

Em outra matéria mais recente da “Carta Capital”, esta datada de 26 de outubro de 2010, também do mesmo repórter, diz o seguinte: “Auditoria comprova sumiço de recursos federais em SP. Governador eleito terá de dar conta de verba assim que assumir o estado.” E diz então o jornalista: “Quando assumir, pela terceira vez, o governo do estado de São Paulo em 1º de janeiro de 2011, o tucano Geraldo Alckmin terá que prestar contas de um sumiço milionário de recursos federais do Ministério da Saúde, dimensionado, em março passado, pelo Departamento Nacional de Auditoria do Sistema Único de Saúde (Denasus). O dinheiro, quase 400 milhões de reais, deveria ter sido usado para garantir remédios de graça para 40 milhões de cidadãos do estado de São Paulo, mas desapareceu na contabilidade dos governos do PSDB nos últimos 10 anos. Por recomendação dos auditores, com base na lei, o governo paulista terá que explicar onde foram parar essas verbas do SUS e, em seguida, ressarcir a União pelo prejuízo.”

Não bastasse o problema que já está constatado no Governo do Estado de São Paulo, agora temos uma denúncia semelhante no município vizinho da Grande São Paulo, em São Bernardo do Campo. Naquele município, ao contrário do que acontece na cidade de São Paulo e no Estado de São Paulo, em que o Conselho de Saúde vem sendo tolhido nas suas atividades fiscalizatórias, o Conselho Municipal de Saúde de São Bernardo do Campo, por entender que havia desaparecido o montante de 160 milhões de reais só naquela cidade, acionou o Departamento Nacional de Auditoria do Sistema Único de Saúde para que também lá fosse feita uma investigação sobre o uso desse recurso. E agora, neste mês, vem uma manifestação do Denasus comprovando que, também naquele município, os recursos foram desviados quando da gestão do então Dib, hoje filiado ao PSDB.

Os jornais da cidade e do Grande ABC mostram este fato. Por exemplo, o “Diário do Grande ABC”: “SUS denuncia sumiço de R$ 160 mi em S.Bernardo.” Outro jornal, também da região, o “ABCD Maior” na sua edição de nº 256 diz: “Conselho quer devolução de R$ 160 mi desviados na gestão Dib em S.Bernardo. Dinheiro gasto com contrato regular daria para Prefeitura construir um hospital de clínicas.” E aí mostra a reportagem que o Conselho Municipal de Saúde, acompanhando os dados do Denasus e a partir da investigação feita a seu pedido, resolveu acionar o Tribunal de Contas da União, o Tribunal de Contas do Estado, o Ministério Público Estadual, o Ministério Público Federal e a Câmara Municipal de São Bernardo do Campo para que investigue quem se beneficiou do desvio de cerca de 160 milhões reais durante o Governo do PSDB na cidade de São Bernardo do Campo.

Portanto, Sr. Presidente, observamos que não é apenas na área do Metrô, em transporte público e em outras áreas. É extremamente importante no Estado de São Paulo em que essas denúncias vêm sendo apresentadas, mas infelizmente também na área da Saúde tal problema ocorre, e mais uma vez quero aqui chamar atenção para o fato de que a maioria formada pelo PSDB, os Democratas e os partidos aliados, na Assembleia Legislativa de São Paulo, tem impedido sistematicamente os deputados de instalarem CPI, como é o caso desta em que o Deputado Olímpio Gomes propõe investigarmos a destinação de recursos de forma direcionada para as atividades do Metrô do Estado de São Paulo. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. VANDERLEI SIRAQUE - PT - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, solicito o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - OLÍMPIO GOMES - PDT - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, esta Presidência vai levantar a sessão. Antes, porém, convoca V. Exas. para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental, sem Ordem do Dia.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 15 horas e 16 minutos.

 

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