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10 DE NOVEMBRO DE 2011

134ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidentes: JOOJI HATO e ULYSSES TASSINARI

 

Secretário: ULYSSES TASSINARI

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - JOOJI HATO

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

002 - WELSON GASPARINI

Informa haver sido eleito prefeito de Ribeirão Preto por quatro vezes. Relata visita aos Estados Unidos enquanto chefe do Executivo da cidade. Ressalta prioridade dada ao Meio Ambiente durante sua primeira gestão. Menciona destaque dado à Cultura, à construção de avenidas e ao saneamento básico em suas administrações. Informa que Ribeirão Preto foi considerada a segunda melhor cidade do Brasil em saneamento básico.

 

003 - ORLANDO BOLÇONE

Menciona encontro da Frente Parlamentar de Enfrentamento ao Crack com o responsável pela Fazenda Esperança, Frei Hans. Destaca os resultados obtidos pela frente. Cita estudos sobre os males causados pelas drogas à sociedade. Sugere a ampliação de leitos para o tratamento de usuários de crack no Estado de São Paulo.

 

004 - Presidente JOOJI HATO

Convoca as seguintes sessões solenes, a realizarem-se: dia 24/11, às 10 horas, para "Prestar Homenagem ao Ano Internacional da Química", a requerimento do Deputado Carlos Grana; 02/12, às 10 horas, para "Prestar Homenagem à Marinha do Brasil e ao seu patrono Almirante Joaquim Marques Lisboa, Marquês de Tamandaré, e comemorar o Dia do Marinheiro", a requerimento do Deputado Fernando Capez; 02/12, às 20 horas, para "Comemorar os 150 anos da criação da Caixa Econômica Federal", a requerimento do Deputado Antonio Mentor; 05/12, às 20 horas, com a finalidade de "Realizar a 15ª edição do Prêmio Santo Dias de Direitos Humanos", a requerimento do Deputado Adriano Diogo; e 09/12, às 10 horas, com a finalidade de "Prestar Homenagem à Advocacia Pública Nacional e realizar a entrega do título de Patrono da Advocacia Pública Nacional ao Ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo", a requerimento do Deputado Fernando Capez.

 

005 - ULYSSES TASSINARI

Assume a Presidência. Convoca sessão solene, a realizar-se dia 12/12, às 20 horas, para "Comemorar os 10 anos da Câmara Brasil-China de Desenvolvimento Econômico", a requerimento do Deputado Itamar Borges.

 

006 - JOOJI HATO

Pede pela colaboração da imprensa na luta contra o consumo de bebidas alcoólicas. Comemora parecer favorável da Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal a projeto que visa criminalizar a condução de veículos por motoristas alcoolizados. Informa o teor do projeto. Relata a visita do Frei Hans, criador da Fazenda Esperança, a este Legislativo.

 

007 - OLÍMPIO GOMES

Tece comentários acerca do movimento "Paz na Terra Santa", que tem por fim estabelecer a paz no território palestino. Lamenta a morte de cinegrafista da TV Bandeirantes durante cobertura de operação policial. Considera insuficiente a proteção garantida pelo colete que o profissional utilizava. Critica a qualidade dos equipamentos de segurança da polícia do País.

 

008 - CARLOS GIANNAZI

Lamenta a aprovação, pelo Congresso Nacional, da DRU, Desvinculação das Receitas da União, que permite a livre utilização de 20% da receita obtida com impostos, mesmo aqueles com vinculação constitucional. Combate cortes que o Governo Federal operou na Saúde. Pede por mais investimentos na área. Critica a gestão do PSDB no que tange à administração da Saúde estadual. Considera insuficiente o salário base de 414 reais, pago aos médicos paulistas.

 

009 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Comenta projeto, apreciado ontem, neste Plenário, sobre a criação de plano de carreira para os profissionais da Saúde. Lamenta a rejeição de emendas propostas pela oposição. Exibe holerite de médico paulista, com salário base de 414 reais. Comenta mudanças implantadas pelo projeto.

 

010 - JOSÉ BITTENCOURT

Destaca a atuação do Hospital do Homem, na Avenida Brigadeiro Luís Antônio. Dá conhecimento das especialidades tratadas pela instituição. Comenta os malefícios do consumo do sal. Faz menção à necessidade de exames preventivos em homens.

 

GRANDE EXPEDIENTE

011 - ANA PERUGINI

Lembra a votação do PLC 60/11, em 09/11, referente ao reajuste salarial dos trabalhadores da Saúde. Considera excessiva a instalação de postos de pedágios no Estado de São Paulo. Apresenta vídeo sobre a população do distrito de Cascata, em Paulínia, que está deixando o município devido à instalação de pedágios que dividem bairros da cidade. Cita demais localidades em que ocorre problema semelhante. Informa a realização de movimentação em Campinas em protesto sobre o tema.

 

012 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Pelo art. 82, informa reunião com o Secretário de Habitação da Prefeitura de São Paulo, agendada para o dia 11/11, às 10 horas, a respeito da desapropriação de prédio na Avenida São João, nesta Capital. Pede o estrito cumprimento das leis no que se refere à questão.

 

013 - OLÍMPIO GOMES

Pelo art. 82, corrobora o pronunciamento do Deputado Luiz Claudio Marcolino a respeito da reintegração de posse, realizada forçosamente pela Polícia Militar, na região central de São Paulo, sem mandado judicial. Lamenta a ausência de parlamentares, em 10/11, neste Legislativo. Informa que o Deputado Roberto Engler deixou a relatoria do projeto do orçamento por haver enviado documento aos seus Pares sobre o valor máximo da destinação de verbas através de emendas orçamentárias.

 

014 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Para comunicação, informa reunião com o Secretário de Habitação da Prefeitura de São Paulo, agendada para o dia 11/11, às 10 horas, a respeito da desapropriação de prédio na Avenida São João, nesta Capital. Pede o estrito cumprimento das leis no que se refere à questão.

 

015 - PEDRO BIGARDI

Para comunicação, informa a realização de atividade, em 10/11 , nesta Casa, a fim de debater a questão dos resíduos sólidos. Anuncia que o evento contou com a presença de integrantes das frentes parlamentares de Logística e Transporte, de Reforma Urbana e de Cooperação Regional e Ambientalista, além de outras autoridades ligadas ao caso.

 

016 - CARLOS GIANNAZI

Pelo art. 82, informa que, em 16/10, deverá ser realizada audiência pública, no Plenário Paulo Kobayashi desta Casa, a fim de debater a Resolução nº 44, de 2011, que dividiu as férias dos professores da rede pública estadual em dois períodos. Critica a falta de investimento governamental em Educação pública de qualidade. Considera que a divisão do período de férias de janeiro para o magistério estadual é danosa à saúde dos trabalhadores. Anuncia que protocolou, nesta Casa, projeto de decreto legislativo e projeto de lei contrários a esta resolução.

 

017 - CARLOS GIANNAZI

Pelo art. 82, convida a todos para ato, em 10/11, às 19 horas, nesta Casa, em apoio ao Deputado Estadual Marcelo Freixo, do PSOL no Rio de Janeiro, ameaçado de morte após investigação das milícias no Estado. Informa que o parlamentar está exilado no Exterior com apoio da Anistia Internacional. Lamenta o poder do crime organizado e das milícias, em especial contra a população pobre. Pede por ações efetivas no que diz respeito à Segurança Pública no País.

 

018 - CARLOS GIANNAZI

Requer o levantamento da sessão, com assentimento das lideranças.

 

019 - Presidente ULYSSES TASSINARI

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 11/10, à hora regimental, sem ordem do dia. Levanta a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Ulysses Tassinari para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - ULYSSES TASSINARI - PV - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o primeiro orador inscrito para falar no Pequeno Expediente nobre Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlão Pignatari. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alencar Santana. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Welson Gasparini.

 

O SR. WELSON GASPARINI - PSDB – Exmo. Presidente Sr. Deputado Jooji Hato, cujo procedimento nesta Casa tem sido digno de todos os elogios; Sras. Deputadas, Srs. Deputados: fui prefeito de Ribeirão Preto quatro vezes e, nesse período longo em que estive à frente do executivo daquela cidade, sempre vi como fundamental a realização de obras voltadas para beneficiar o ser humano, as pessoas. Tive a honra de, já na minha primeira administração, moço ainda, ter visitado os Estados Unidos, naquela oportunidade a convite do governo americano, quando me apaixonei pela causa do meio ambiente, uma prioridade total do então presidente Kennedy. Chegando em Ribeirão Preto, trabalhei pelo meio ambiente e fui chamado, nessa  minha primeira administração, de o prefeito das praças,  tantas as praças publicas que implantei; ainda hoje, sinto-me honrado por guardar esse titulo.

Na segunda administração fui chamado de o prefeito da Cultura - infelizmente uma área pouco priorizada pelas administrações públicas. Naquela época comecei a restauração do nosso Teatro Pedro II, então há 12 anos abandonado após sofrer um incêndio. Construí o Teatro Municipal e o Teatro de Arena; instalei o Museu de Arte de Ribeirão Preto e inaugurei o Arquivo Histórico da cidade. Fiquei contente de, também, ter sido o prefeito da Cultura.

No terceiro mandato, com a cidade crescendo bastante e necessitando de um trânsito mais fluente, tive a honra de ser chamado de o prefeito das avenidas. Construí mais de 15 avenidas em Ribeirão Preto, dando um novo dispositivo para propiciar um crescimento urbano da cidade sem maiores problemas no  seu sistema viário.

Mas, dessas três etapas da minha vida, meu orgulho maior aconteceu na minha quarta administração que resultou, conforme estudo apresentado recentemente pela revista “Veja”, na classificação de Ribeirão Preto em segundo. Lugar no Brasil entre as melhores cidades em termos de saneamento básico. Fiquei muito contente porque, como prefeito, peguei a minha cidade com apenas 60% do esgoto tratado e, em 2008, no último ano de meu governo, entreguei-a com quase 100% do esgoto coletado e tratado.

Tenho a honra e orgulho de dizer: Ribeirão Preto tem, hoje, um abastecimento de água atingindo praticamente 100% da população; água convenientemente tratada, e, ainda, enriquecida com flúor. Poucas cidades no Brasil têm esse sistema de abastecimento de água. E ainda, é como eu disse: quase 100% - 98,6% - do esgoto coletado e tratado convenientemente.

Ao lado desse relato dos meus quatro períodos administrativos e da satisfação de ver a minha cidade classificada como a segunda melhor do Brasil em saneamento básico  gostaria de solicitar ao governador de São Paulo e a presidente da República para adotarem como prioridade a área de saneamento básico. Nesse período que precede a Copa do Mundo 2014, penso que o futebol realmente precisa de verbas para construção de estádios mas, parte dos muitos bilhões investidos nesses estádios suntuosos poderiam, muito bem, ser destinados ao tratamento e, principalmente, à instalação de redes de esgotos sanitários. Hoje, no Brasil, apenas 60% das famílias têm esgoto ligado em suas casas e o esgoto, devidamente tratado, é um importante fator de bem estar da população e de saúde pública”.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Engler. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alex Manente. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Paulo Rillo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Milton Vieira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Orlando Bolçone.

 

O SR. ORLANDO BOLÇONE - PSB - Sr. Presidente, nobre Deputado Jooji Hato, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, pessoas que nos assistem na galeria e pela TV Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, a Frente Parlamentar de Enfrentamento ao Crack dá mais uma contribuição ao receber o Frei Hans, fundador da Fazenda Esperança, para que aqui ele relate suas experiências, visto que a Fazenda Esperança, localizada no Vale do Paraíba, tem um histórico de 28 anos e recuperado mais de 15 mil dependentes de drogas.

O objetivo deste pronunciamento é discorrer sobre os avanços e desafios ocorridos nas Políticas Públicas sobre Drogas, em especial o crack, hoje um dos maiores flagelos que pairam sobre nossa população.

Avanços significativos ocorreram nos últimos seis meses, e este Parlamento, em especial pela ação e dedicação da Frente Parlamentar de Enfrentamento ao Crack e outras drogas deu contribuições fundamentais.

A contribuição maior da Frente se deu ao chamar a atenção da sociedade para um assunto, que embora latente, era observado na maioria das vezes apenas pelas pessoas que eram afetadas diretamente pelo flagelo, como os profissionais da saúde, comunidades terapêuticas, familiares e escolas.

Atualmente, o assunto vem sendo tratado intensivamente pela mídia, e tornou-se alvo de debates intensos e produtivos pelos parlamentos, tanto o federal, quanto os estaduais e municipais. Entre os muitos eventos ocorridos nesta Alesp, pode-se citar o seminário realizado em outubro, pela Comissão Especial de Políticas Públicas sobre Drogas (Cedroga) da Câmara dos Deputados.

O seminário constatou que o Proerd (Programa Educacional de Resistência às Drogas) é uma boa ação do governo federal, mas que necessita de ampliação de escala e de avaliação dos resultados.

Outro bom programa são os CAPS - Centro de Atenção Psicossocial, mas que também são em número insuficiente para acolher todas as pessoas que necessitam desse serviço.

O Governo do Estado de São Paulo em sua Política Estadual de Enfrentamento às Drogas informa que o número de leitos deverá ser duplicado até final de 2012, mas atingirá apenas 900 leitos.

Já em dezembro de 2010 a Confederação Nacional dos Municípios realizava pesquisa que identificou a presença do crack em 98% dos municípios pesquisados. No último dia 07 de novembro a CNM informava que as drogas provocam impacto negativo na saúde, na segurança, na assistência social e na educação em todos esses municípios pesquisados.

Há ainda um sério problema de gestão e integração, pois dos R$ 124 milhões destinados a programas de preservação e tratamento de pacientes usuários de drogas em 2010, no Fundo Nacional Antidrogas, apenas R$ 5 milhões (menos de 5%) foram executados.

A Frente de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas desta Alesp realizou levantamento abrangendo a maioria dos Municípios Paulistas, onde constatou que hoje o Crack já atingiu praticamente todos os 645 municípios, e que só é superada pelo álcool, que se trata de uma droga lícita.

Mais de 90% dos municípios declararam não receber recursos destinados à recuperação de dependência de drogas. Nesta situação, as comunidades terapêuticas, laicas ou religiosas, se apresentam como uma alternativa excelente, mas ainda insuficiente para o enfrentamento eficaz do problema, no que tange às pessoas que não dispõem de recursos.

Outro desafio é a extensão das fronteiras brasileiras, que dispõe de apenas 900 homens para seu policiamento. Se não resolvermos essa questão das fronteiras não resolveremos o problema do crack, afirmou o psiquiatra Ronaldo Laranjeira, um dos estudiosos do tema.aHasn

Assim, no dia de hoje estamos recebendo o Frei Hans, e estará presente o Presidente da Mesa, Jooji Hato. Acolheremos experiências, será um momento de reflexão para lembrarmos que esse problema de ordem policial, de ordem social, de ordem educacional, de ordem de saúde abrange todas as instâncias legislativas, mas também toda a sociedade. Muitos ainda são os desafios a serem enfrentados: hoje, futuro remoto e em futuro próximo. Há que se lembrar Dom Helder Câmara, que dizia que o importante é começar bem; mais importante ainda é persistir. Mas a graças das graças é não desistir nunca. Esse é o desafio aos membros da nossa Frente: deputados major Olímpio, Ulysses Tassinari, Ana Perugini, Alencar Santana e Jooji Hato.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Dilmo dos Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vitor Sapienza. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rafael Silva. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Geraldo Vinholi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Caramez. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Caramez. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Reinaldo Alguz. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Tobias. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edinho Silva. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Morais. (Pausa.)

Esta presidência, atendendo solicitação do nobre deputado Carlos Grana, convoca V.Exas. nos termos do Art. 18, inciso I, letra “r”, da XIV Consolidação do Regimento Interno, para uma Sessão Solene a realizar-se no dia 24 de novembro de 2011, às 10 horas, com a finalidade prestar homenagem ao Ano Internacional da Química,

Nos mesmos termos, atendendo solicitação do nobre deputado Fernando Capez, esta presidência convoca V.Exas. para uma Sessão Solene a realizar-se no dia 02 de dezembro de 2011, às 10 horas, com a finalidade de prestar homenagem à Marinha do Brasil e ao seu patrono Almirante Joaquim Marques Lisboa, Marquês de Tamandaré, e comemorar o Dia do Marinheiro.

Nos mesmos termos, atendendo solicitação do nobre deputado Antonio Mentor, esta presidência convoca V.Exas. para uma Sessão Solene a realizar-se no dia 02 de dezembro de 2011, às 20 horas, com a finalidade de comemorar os 150 anos da criação da Caixa Econômica Federal.

Nos mesmos termos, atendendo solicitação do nobre deputado Adriano Diogo, presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da pessoa Humana, da Cidadania, da Participação e das Questões Sociais, esta presidência convoca V.Exas. para uma Sessão Solene a realizar-se no dia 05 de dezembro de 2011, às 20 horas, com a finalidade de realizar a 15ª edição do prêmio Santo Dias de Direitos Humanos.

Nos mesmos termos, atendendo solicitação do nobre deputado Fernando Capez, esta presidência convoca V.Exas. para uma Sessão Solene a realizar-se no dia 09 de dezembro de 2011, às 10 horas, com a finalidade de prestar homenagem à Advocacia Pública Nacional e realizar a entrega do título de Patrono da Advocacia Pública Nacional ao Ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Ulysses Tassinari.

 

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O SR. PRESIDENTE - ULYSSES TASSINARI - PV - Nos mesmos termos, atendendo solicitação do nobre deputado Itamar Borges, esta presidência convoca V.Exas. para uma Sessão Solene a realizar-se no dia 12 de dezembro de 2011, às 20 horas, com a finalidade de comemorar os 10 anos da Câmara Brasil-China de Desenvolvimento Econômico.

Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, venho a esta tribuna para trazer um sentimento de alegria. Lutamos, brigamos, reivindicamos. Lutamos contra as drogas, contra a bebida alcoólica oficializada, que traz tantos malefícios. Ontem, em um encontro promovido pelo deputado Donisete Braga, coordenador da frente parlamentar, em um auditório da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, comentamos com o deputado major Olímpio: Essa luta é tão difícil, parece que não ganhamos, perdemos uma batalha e mais outra, e essa guerra precisamos ganhar. Há muitas dificuldades: não apoio total da imprensa, há uma oposição grande pessoas que só vêem o interesse econômico, não ajudam, não combatem esse consumo tão nefasto que mata, que atropela, que assassina, que deixa tantas famílias desagregadas, que deixa tantos pais órfãos. Mas hoje vimos uma notícia tão importante na mídia. Às vezes o povo pergunta de que adianta o Congresso Nacional, o Poder Legislativo, as Assembleias e as Câmaras Municipais. Parece que esse tipo de pensamento é contrariado principalmente com a notícia que vem do Senado. Parece até sonho.

Eu que sempre reivindiquei e lutei pela tolerância zero na cidade de São Paulo e em outras cidades, eu que sempre defendi que é preciso punir os pequenos delitos para não ter os grandes delitos, vi com alegria essa aprovação da tolerância zero do álcool pelo Senado. Digo sempre que se não controlarmos a bebida alcoólica e as drogas ilícitas jamais teremos segurança, jamais teremos qualidade de vida. Vai continuar a acontecer: neto que assassina a avó, como aconteceu no bairro de Indianópolis; um pai que chega a matar por acidente um filho drogado e sofre para sempre.

A lei tem que ser rigorosa, tem que ser cumprida. Espero que a Presidente Dilma Rousseff sancione essa lei, que é um anseio da população. Que Deus abençoe nossa querida Presidente Dilma Rousseff.

O projeto é de autoria do Senador Ricardo Ferraço, do PMDB, do Espírito Santo. E Vitória, capital do estado, é a cidade mais violenta do país. Talvez esse fato tenha levado nosso querido senador, companheiro de partido, a apresentar esse projeto.

Para conhecimento de todos, passo a ler o seguinte:

“CCJ do Senado aprova álcool zero para motoristas e CCJ da Alesp aprova seu PL que proíbe comércio de bebidas em locais públicos.

Duas notícias boas em relação à luta contra o excesso de álcool em nossa sociedade.

A primeira vem da Comissão de Constituição e justiça do Senado, que aprovou a tolerância zero para o álcool.

Se for confirmado pela Câmara dos Deputados e sancionado pela Presidente Dilma Rousseff, será crime conduzir veículos após consumir bebidas alcoólicas, passando para zero a tolerância de nível alcoólico de quem estiver dirigindo, sob pena de multa, e até prisão.

A medida estabelece punições rigorosas.

O projeto aprovado é de autoria do Senador Ricardo Ferraço, do PMDB do Espírito Santo, e prevê que pena de seis meses a três anos para quem for pego dirigindo sob a influência de bebidas.

As penas aumentam para os alcoolizados sem habilitação ou os flagrados perto de escolas, hospitais e lugares com grande concentração de pessoas. Serão punidos com rigor os que estiverem transportando menores, idosos ou gestantes.

Além disto, quem provocar morte no trânsito, sob efeito de álcool ou drogas psicoativas, corre o risco de ser condenado de dez a dezesseis anos de prisão.

A atual legislação indica penas de dois a quatro anos para quem matar no trânsito, o que é considerado um homicídio culposo (sem intenção).

A pena para quem causar lesões gravíssimas no trânsito será de oito a doze anos.

A medida altera o Código de Trânsito Brasileiro. Aquele que provocar lesões graves poderá cumprir pena de três a oito anos, e o que causar lesões leves, de um a quatro.

A proposta ainda visa facilitar a punição e admitir novos indícios contra os infratores, além do teste do bafômetro, também passariam a valer outras provas, como vídeos, testemunhas e sinais de embriaguez.

A proposta busca conter a violência no trânsito e evitar a impunidade.

E outra notícia que nos deixa bastante satisfeito, vem da Comissão de Constituição e Justiça desta Casa, que aprovou parecer favorável ao Projeto de Lei 486/2011, de minha autoria, que proíbe em locais públicos do Estado a prática de venda, compra e ingestão de bebidas alcoólicas.

Agradeço aos nobres pares e ressalto a importância da aprovação desta medida, porque se nós sairmos por qualquer cidade deste Estado e em especial a capital, encontraremos bebidas alcoólicas sendo comercializadas nas calçadas, em barraquinhas, em trailers, nas ruas, praças...

Na periferia da capital, a cachaça é vendida tão barata, que é possível ficar bêbado com 2 ou 3 reais.

Temos que dificultar o acesso. Aumentar os preços. Taxar com altos impostos e proteger nossa população, o máximo possível, deste vício tão pernicioso.”

Sr. Presidente, agradeço pela tolerância. Haveremos de restabelecer a ordem pública neste País. Está presente hoje na Assembleia Legislativa o Frei Hans, uma pessoa que construiu várias Fazendas da Esperança, com um alto índice de recuperação, mais de 80% dos internados. Frei Hans, seja bem-vindo a esta Casa. Vossa Senhoria vai ajudar os nossos adolescentes, os futuros herdeiros. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - ULYSSES TASSINARI - PV - Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Bigardi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adilson Rossi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Afonso Lobato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Antonio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adriano Diogo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Bezerra Jr. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Cândido. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Célia Leão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Carlos Gondim. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roque Barbiere. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Telma de Souza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Cauê Macris. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Celso Giglio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Massafera. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Ed Thomas. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Hamilton Pereira. (Pausa.)

Srs. Deputados, esgotada a lista de oradores inscritos para falar no Pequeno Expediente, vamos passar à Lista Suplementar. Tem a palavra o nobre Deputado Rafael Silva. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários desta Casa, cidadãos que nos acompanham pela TV Assembleia, saúdo os cidadãos aqui presentes hoje na Assembleia Legislativa e no seu entorno, que estão fazendo uma mobilização denominada Paz na Terra Santa, um movimento pacifista que já é desenvolvido há muitos anos pelo Dr. William Soto, e que neste momento mobiliza cidadãos em todo o mundo para buscar uma saída, uma solução negociada para a criação do Estado Palestino, mas também, logicamente, com o reconhecimento do Estado Palestino pelo Estado judeu.

Qualquer iniciativa que busque a paz e a harmonia deve ser muito bem-vinda. Sejam bem-vindos a esta Casa, e tomara que tenham sucesso na mobilização em todo o mundo. E contem conosco, como mais um agente multiplicador do trabalho que é desenvolvido por todos vocês.

Aproveitando o gancho da paz, aprendi, desde os bancos acadêmicos, da Academia de Polícia Militar do Barro Branco, uma máxima em latim: "vis pacem para bellum", se queremos a paz, que nos preparemos para a guerra.

Venho fazer esta fala no intuito de dar uma contribuição para procurarmos evitar tragédias como a que aconteceu no Rio de Janeiro, no último final de semana, quando o jornalista da TV Bandeirantes, o câmera Gelson Domingos da Silva, acabou sendo morto por um tiro de fuzil, enquanto fazia a cobertura de uma operação policial.

Devo dizer que aí existe uma irresponsabilidade generalizada, de governos principalmente, e até das empresas jornalísticas, que mandam os seus profissionais para coberturas de altíssimo risco, em zonas que em qualquer país seriam zonas de guerra deflagrada.

Até trouxe o meu velho capacete de proteção balístico, para mostrar exatamente o seguinte: por que falei em irresponsabilidade governamental? A polícia do Rio de Janeiro, podem perceber em todas as imagens, os policiais, seja do Bope, seja do Choque, que estavam acompanhando aqueles jornalistas, todos usam boina, ou nada, na cabeça. Para o filme do Capitão Nascimento, para aparecer o rosto bonito do ator Wagner Moura, talvez seja interessante, mas para a proteção de profissionais, horrível.

A polícia está totalmente desequipada para entrar num confronto onde, notadamente, se a polícia se apresenta com fuzis, é porque há potencialmente o confronto com armas de igual calibre pelos marginais.

As Forças Armas têm autorizado as empresas jornalísticas a que os profissionais que fazem cobertura de operações policiais possam utilizar colete com nível de proteção até o chamado nível 3A, que segura impactos balísticos até o 9 mm em rajada, o 45, armas de porte e armas convencionais. Fuzis, seja o 556, seja o fuzil 762, têm munições; se uma munição 9 mm alcança 340 m/seg, uma munição de fuzil, de 800 a 1.200 m/seg. É muita velocidade, muita energia cinética. Colocar um colete de proteção balístico 3A, que segura impactos de armas convencionais, uma perfuração de tiro de fuzil é como se estivesse entrando com o dedo numa manteiga.

Sou especialista em armas e munições. Escrevi livros a respeito, e fico envergonhado ao ver o Exército brasileiro dizer: "olha, nós regulamentamos até o nível 3A". Mas eles estão usando esse equipamento em áreas onde isso é absolutamente nada.

Então, que não aconteça aqui em São Paulo, e no Rio de Janeiro, essa mentira, de a notícia ser mais importante, para tentar credibilidade ao sistema de Segurança Pública, que é mal proporcionado pelo Governo Federal, que é porcamente feito pelo Governo do Rio de Janeiro, expondo os policiais a risco, "ah, mas um capacete de proteção balístico é para segurar impacto de fuzil, ele custa 1.200 a dois mil dólares".

Quanto custa a vida do profissional de Segurança Pública? Quanto custa a vida daquele jornalista que foi morto, coitado, fazendo o seu trabalho, e achando que estava protegido? É bisonho ver autoridades públicas, depois, para tentar justificar o injustificável. Tentaram muitas vezes dizer: "não, mas o tórax estava protegido". A cabeça completamente desprotegida, os membros completamente desprotegidos. Tiros de fuzil.

Muitas vezes o indivíduo morre porque a energia cinética desenvolvida é de tal intensidade que quando o projétil passa pelo corpo, e raramente ele permanece, é extremamente transfixiante, a energia cinética liberada faz que as artérias e veias entrem em fibrilação, provocando coágulos e muitas vezes matando o indivíduo, não pela hemorragia, não pelo impacto, mas por parada cardíaca. Fica aqui a minha recomendação. Fiz um texto e encaminhei à Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro, vou encaminhar para a nossa Secretaria. Pelo amor de Deus, não vamos colocar a vida das pessoas em risco da forma como está, totalmente desprotegidas e à mercê da sorte de tomarem uma bala de fuzil seja em qualquer região do corpo, seja especificamente na cabeça.

 

O SR. PRESIDENTE - ULYSSES TASSINARI - PV - Tem a palavra a nobre Deputada Ana Perugini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alex Manente. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlão Pignatari. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Massafera. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Dilmo dos Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Mentor. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Celso Giglio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Carlos Gondim. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Telma de Souza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, gostaria de lamentar que ontem na Câmara dos Deputados foi aprovado um projeto do Executivo Federal que prorroga a existência da DRU - Desvinculação das Receitas da União -, mecanismo criado durante a implantação do Plano Real, ainda no Governo do ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso, do PSDB. Esse mecanismo permite que o Governo Federal retire da saúde, da assistência e da previdência 20% desses orçamentos. Até recentemente inclusive a educação estava incluída nesse sequestro. O fato é que conseguimos depois de muita luta retirar a educação desse desconto da DRU. Mas o fato concreto é que o projeto aprovado ontem, para o nosso lamento e a nossa decepção, foi aprovado em primeiro turno. Faltam mais um turno na Câmara dos Deputados e dois turnos no Senado Federal. Mas já começou mal porque o Governo Federal conseguiu aprovar esse projeto prorrogando a DRU até 2015.

Na prática, isso significa que vamos ter menos dinheiro, menos investimentos em saúde pública, em assistência e também na previdência. É um rapto do dinheiro público, do orçamento obrigatório para essas áreas. Isso representa um verdadeiro retrocesso primeiro porque quando a Presidenta Dilma assumiu, já fez um corte de 50 bilhões de reais no orçamento, já prejudicando a educação, a saúde, a assistência, a previdência. Agora o Congresso Nacional aprova a continuidade da Desvinculação das Receitas da União. Quem perde com isso não é a oposição, mas sim a população porque sabemos qual o fim desse dinheiro. Esse dinheiro não será redistribuído para as outras áreas sociais. Vamos perder quase 70 bilhões de reais por ano que serão destinados, drenados para criar o superávit primário. Essa é a verdade, ou seja, dinheiro que será drenado para a especulação da dívida pública, usado para beneficiar e contemplar os rentistas e especuladores desta dívida e, sobretudo os banqueiros internacionais e os nacionais.

É no sentido de encontrarmos formas de investimentos nessas áreas, principalmente na Saúde Pública, que fizemos ontem um grande debate sobre esse setor do Estado de São Paulo que mostrou claramente aos Deputados a falência da Saúde do nosso Estado, o processo de privatização que vem sendo imposto pelo Governo do PSDB e que está destruindo a Saúde Pública, privatizando e entregando todos os nossos hospitais às organizações sociais de caráter privado. Estamos tendo um verdadeiro ataque a Saúde do Estado de São Paulo. A criação da dupla porta, a utilização da estrutura pública para beneficiar os convênios médicos, inclusive, com projetos aprovados pelos Deputados da base governista.

A nossa grande luta vem sendo no sentido de obrigar o Poder Público a investir mais recursos na área da Saúde Pública. Até porque, todos nós sabemos e lemos ontem o manifesto dos médicos do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto que estão em greve desde o mês de Junho.junho. Há quatro meses o Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto estaestá paralisado, pois se o médico do Estado de São Paulo tem um salário -base de R$ 414,00 imagino então qual será o salário -base das enfermeiras e atendentes. É aviltante que um médico do Estado de São Paulo tenha um salário -base de R$ 414,00 mesmo que ganhe gratificações e bonificações. Isso é uma afronta e só demonstra que o Governo Alckmin não é um governo sério e não se preocupa com a Saúdesaúde da população. Um governo que paga esteesse salário a um médico comete uma afronta e viola os direitos da cidadania e da população que paga impostos.

Isso acontece em todo o funcionalismo público. Um professor da Rede Estadual ganha R$800,00 como salário -base para uma jornada básica. Um Delegado de Polícia ganha R$ 4.000,00 enquanto um Delegado da Polícia Federal ganha R$20.000,00. Essa política salarial de arrocho e compressão é uma humilhação e um ataque aos servidores do Estado de São Paulo que além de prejudicar os nossos servidores, prejudica imensamente os 42 milhões de habitantes que pagam impostos e dependem dos serviços públicos. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

 O SR. PRESIDENTE - ULYSSES TASSINARI - PV - Srs. Deputados e Sras. Deputadas, tem a palavra o nobre Deputado Luiz ClaudioClaudio Marcolino.

 

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários da Assembleia Legislativa e população que nos acompanham pelas galerias, ontem debatemos nesta Casa um projeto de lei de reajuste salarial dos professores e trabalhadores da área da Saúde. É importante valorizar que o projeto apresentado que foi pouco discutido em relação ao processo de negociação do auxilio auxílio-saúde e as entidades representativas durante todo o primeiro semestre de 2011.

Alguns Deputados da base governista apresentaram ontem, como a sétima maravilha do mundo, a proposta de reajuste para os trabalhadores da área da Saúde e, inclusive desmerecerão, desmereceram boa parte das emendas apresentadas pelo PT, PSOL, pelo Major Olímpio, do PDT e emendas de alguns Deputados da base do Governo. Existem alguns pontos importantes nesse processo que foi negociado e indicado pelo sindicato e um deles é em relação ao auxiliar de enfermagem que hoje pode ser promovido a técnico de enfermagem internamente, até então isso não existia, e garante uma valorização de parcela dos funcionários que tenham experiência, cursos. Com isso, cria-se a condição de ter concurso interno, que não existia.

Outro ponto apresentado no projeto aprovado ontem é em relação ao quinquênio e à sexta-parte, que, até então, eram calculados sobre o valor do salário base. Agora, é sobre todos os vencimentos. É importante que as pessoas tenham essa dimensão.

Temos reclamado do salário dos médicos, dos profissionais da área da Saúde. Peço que a TV Assembleia mostre uma imagem. Aqui, temos o ordenado de um médico: R$ 414,00 é o salário base, uma gratificação de R$ 1.010,00 e plantão médico de R$ 650,00, totalizando R$ 2.068,00. Isso é quanto ganha um médico hoje, no Estado de São Paulo. Se pegarmos o salário de um enfermeiro, de um técnico de enfermagem ou de qualquer outro profissional na área de Saúde, esse valor será menor ainda. É desse jeito que o Governo do Estado de São Paulo trata os profissionais da Saúde.

Por isso a proposta que o sindicato defendeu, o quinquênio e a sexta-parte, que eram calculados sobre o valor de R$ 414,00. Agora, calcula-se sobre o valor total dos vencimentos, o que implica num valor maior para quem tem mais tempo de casa.

Dois pontos simples foram resolvidos no projeto aprovado, mas havia vários outros que poderiam ter sido construídos e aprovados também. Há outra ação que envolve alteração no cargo, que terá uma única denominação de agente técnico de Saúde. E o que acontece com os psicólogos, nutricionistas, assistentes sociais? Pela proposta do Governo do Estado, serão chamados apenas de agente técnico de Saúde. Os trabalhadores que têm nível superior perderão a identidade na estrutura pública de Saúde do nosso Estado: psicólogos, nutricionistas, assistentes sociais terão a denominação de agente técnico de Saúde, o que é uma perda de identidade.

Outro ponto que também seria fácil de ser resolvido. Poderia ter ficado do jeito que estava. Não tinha custo algum para o Governo do Estado. As emendas que apresentamos não podiam ser absorvidas porque geravam custo. Essa não gerava custo: era só manter a carreira do jeito que está hoje. Agora, os trabalhadores perdem a identidade com a nova proposição do Governo do Estado de São Paulo.

A regularização da jornada de 30 horas para os cargos administrativos também não tem custo algum. Hoje, os trabalhadores administrativos já fazem 30 horas semanais, só que todo o tempo existe a ameaça da administração pública para acabar com essa jornada. Havia algumas proposições apresentadas pela Bancada do Partido dos Trabalhadores que resolveriam a questão facilmente. Eram proposições sem custo, mas não existe vontade política do Governo Estadual para efetivamente resolver a questão salarial, de carreira e de valorização dos trabalhadores da Saúde Pública do nosso Estado.

Foi importante a aprovação do projeto de lei? Foi, mas daria para avançar muito mais - sem custo, reafirmo -, se houvesse vontade por parte do Governo do Estado de representar e trazer dignidade aos trabalhadores da área da Saúde.

 

O Sr. Presidente - Ulysses tassinari - PV - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt.

 

O SR. José Bittencourt - PSD - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, telespectadores da TV Assembleia, público que nos assiste neste instante, imprensa presente, funcionários desta Casa, tem muita gente que não sabe que, em São Paulo, na Av. Brigadeiro Luiz Antônio, nº 2.651, tem um Hospital do Homem, com todos os tipos de consulta, e grátis.

O Governo do Estado investiu dois milhões na compra de equipamentos de ultrassom, urologia, litotripsia (que destrói o cálculo renal através de ondas de impacto) para equipar o Hospital do Homem, que ocupa uma área de 1,1 mil .

A unidade reúne especialidades médicas como andrologia, patologias da próstata e urologia, além dos núcleos de alta resultabilidade (check-up) e de ensino e pesquisa. O departamento de patologias da próstata é dividido em dois setores: diagnóstico e tratamento das DSTs, prostatites (infecções da próstata causadas por bactérias e vírus) e uma série de outros procedimentos.

Já na área de urologia, o Centro conta com profissionais de nefrourologia (hipertensão renovascular e transplante renal), endocrinourologia, neurourulogia (disfunções da vesícula, uretrais e incontinência urinária) e urologias geriátrica e plástica.

Fiz questão de repercutir o e-mail que recebi, pedindo para que divulgasse esse hospital, que é importante para a saúde do cidadão de São Paulo. Aliás, precisamos sempre utilizar a ferramenta do veículo de comunicação para conscientizar, persuadir e convencer o homem de que ele precisa se cuidar. É necessária uma alimentação balanceada, evitar comida com excesso de sódio. Sal é extremamente nocivo para a saúde porque retesa as coronárias, retém líquido e complica as funções renais no seu trabalho natural. Os rins trabalham com maior força.

É importante frisarmos isso. No Brasil, há um movimento de conscientização para que a mulher faça o exame papanicolau, o auto-toque. Câncer de mama é curável no início do diagnóstico. Precisamos ter isso também para o lado masculino. O homem precisa precaver-se. A partir dos 40 anos, com histórico familiar, ele tem que se submeter a exames regulares da próstata, que é o segundo ou terceiro maior índice de mortalidade masculina. O Dr. Tassinari, que é médico e preside os nossos trabalhos, sabe do que estou falando. A terceira causa de morte masculina é de câncer de próstata, que é curável quando detectado no início. São três os exames básicos: ultrassom, PSA e toque. É preciso que o homem se submeta a este exame, de toque, saindo dessa linha de machismo para se precaver, e a partir dos 45 anos para quem não tem histórico familiar. Mas é preciso que se faça anualmente.

Deixo essa dica e penso ser importante trazer essa reflexão. Quem sabe tenhamos em São Paulo a semana de saúde masculina, levando à conscientização e informação para que o homem se cuide em relação às doenças normais e naturais, não só decorrentes do processo degenerativo, mas dos que aparecem e eclodem a partir de uma certa idade.

 

O SR. PRESIDENTE - ULYSSES TASSINARI - PV - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, esgotado o tempo destinado ao Pequeno Expediente, vamos passar ao Grande Expediente.

 

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- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - ULYSSES TASSINARI - PV - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, tem a palavra, por permuta com a nobre Deputada Célia Leão, a nobre Deputada Ana Perugini.

 

A SRA. ANA PERUGINI - PT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários, venho à tribuna depois de ontem à noite, na Sessão Ordinária e na Sessão Extraordinária, quando discutimos o projeto da Saúde, o plano de carreira dos funcionários da Saúde. E houve toda sorte de manifestações nesta Casa. Temos a lembrança ainda do desejo de tratar o funcionalismo público e a Saúde com o devido respeito.

Neste momento, trago mais uma vez uma das faces das injustiças cometidas no Estado de São Paulo. Falo da injustiça em relação à cobrança de pedágios. Solicito que o vídeo de uma matéria jornalística, da EPTV, seja exibido no telão.

 

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- É feita a exibição de vídeo.

 

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Depois desta matéria na EPTV, houve uma resposta ao pedido, e hoje temos na cidade a isenção para as viaturas da GM. Na época, os moradores ficaram mais de um ano sem ter acesso, exceto em chamadas de urgência à GM que, também, tinha de pagar a tarifa de pedágio. E depois, através de uma negociação com a prefeitura, ficou estabelecido que a GM estaria liberada para passar pela praça de pedágio, que interrompeu a comunicação entre bairro e centro da cidade.

Essa é apenas uma face. São 106 famílias e as placas deVende-seestão estampadas ao longo do bairro. Mas a região de Cascata e do Bonfim tem 1200 famílias, e elas estão reivindicando o direito de chegar ao centro da cidade de Paulínia, que é a sua cidade, sem o pagamento da tarifa de R$ 5,90, para ir e para vir.

Temos também a cidade de Itatiba, que recebeu três praças de pedágio. E uma delas também isolou um bairro da cidade. Os moradores também estão sofrendo com isso. É uma questão que deve ser levada em consideração por esta Casa. Das três praças de pedágios da cidade de Itatiba, duas delas isolam bairros da cidade e estão em rodovias simples.

O Governo anunciou - e no dia 11 levará esse anúncio até a cidade de Campinas - um novo estudo para que o Estado de São Paulo tenha, durante o período de um ano, uma previsão da cobrança por quilômetro rodado, da cidade de Sorocaba até a cidade de Campinas. Hoje está na média de 0,16 centavos, enquanto que na Fernão Dias é de 0,02 centavos. Mas temos de agradecer, embora ela seja de forma pontuada.

Em relação à manifestação dos moradores à concessionária, após a matéria publicada pela EPTV - quando um morador disse claramente que, de 40 funcionários, passou a ter 30, depois, 20, e agora, até março do ano que vem, 10 funcionários; depois não sabe o que fazer -, lançamos o texto dizendo que as praças de pedágio têm uma concessão onerosa e com altíssimo custo. Temos o pedágio da Anchieta/Imigrantes que custa R$ 20,10. Isso inviabiliza a economia do Estado de São Paulo. A cidade de Campinas, por exemplo, está ilhada por praças de pedágios; saindo da grande metrópole para ir a qualquer cidade no nosso entorno, 81% das nossas estradas têm pedágio. Temos agora a notícia de que pode acontecer de a Foxcom chegar até Campinas.

É claro que o discurso, de que isso inviabiliza o crescimento econômico de uma cidade, cai quando olhamos pontualmente o que acontece com cidades ricas. Mas não podemos deixar de levar em consideração que colocarmos praças de pedágio aleatoriamente nas cidades como Engenheiro Coelho, Cosmópolis, numa cidade que sequer tem um cemitério, que não tem um núcleo ainda, exceto a agricultura com corte de cana, é por demais irresponsável. E receber da concessionária a resposta de que a cobrança é regular e legítima nos cabe uma reflexão. Muitas vezes, o que é legal, é imoral. E, quando isso acontece, não podemos nos calar diante daquilo que é legal.

Hoje, temos 59 km de estradas, com três praças de pedágios interrompidos, inclusive nos municípios. Temos que levar em consideração a nossa responsabilidade aqui dentro desta Casa.

O Governador do Estado precisa ponderar mais contundentemente porque o prazo de um mandato é de quatro anos. Só podemos postergar isso na frente para viabilizar o estudo de um pequeno trecho, deixando que pessoas saiam de sua casa, do local onde sempre viveram, em função de não conseguirem mais estar nesse local para dar manutenção à sua qualidade de vida mínima com a praça de pedágio separando o bairro do seu centro.

Temos, hoje, no Estado de São Paulo, 241 praças de pedágios em 117 cidades: 14 cidades com pistas num único sentido e 113 em dois sentidos. Temos 13 praças de pedágios aqui no Rodoanel. Então, se algo que não podemos mais calar é em relação à imoralidade da legalidade que está acontecendo em relação às praças de pedágios.

Quero aqui deixar a minha manifestação pessoal e a de toda equipe. Quero dizer que no dia 25 de novembro, durante todo o dia, na região de Campinas, vamos tratar sobre o tema através de protestos pontuados com fechamento à noite na cidade de Campinas. Será uma oportunidade para refletir sobre a injustiça, sobre os pedágios abusivos no Estado de São Paulo. Muito obrigada.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, tenho utilizado de forma permanente esta tribuna para fazer a defesa dos trabalhadores da Saúde, Educação, Movimento da Moradia, bancários, Segurança Pública do Estado de São Paulo.

Amanhã, trarei aqui as fotos e a filmagem de uma reintegração de posse, hoje, na Região Central de São Paulo. O Movimento de Moradia da Região Central de São Paulo, desde a madrugada do último domingo até o dia de hoje, está com diversos prédios ocupados na Região Central por falta de uma política habitacional da Prefeitura de São Paulo, do Governo do Estado de São Paulo para a Capital.

São 53 prédios hoje ocupados na Região Central e hoje quase mil famílias estão cadastradas para o Projeto Habitacional na Região Central e até agora não existe uma política concreta.

Vimos acompanhando toda atuação e o trabalho do Movimento de Moradia na Região Central. Inclusive, o prédio, na Av. São João, já tinha uma ordem de desapropriação pelo Poder Público para o dia de hoje. Ele faz parte de um projeto de construção de moradia popular na Região Central e até agora sequer uma parede foi alterada, sequer uma família foi cadastrada para diminuir o déficit habitacional na cidade de São Paulo.

Anteontem, o juiz expediu uma ordem de reintegração de posse, mas, no momento em que ocorria essa reintegração e que conversávamos com a polícia e com os advogados, identificamos um item importe na lei que dizia que a desapropriação só poderia ocorrer com o acompanhamento da Prefeitura e se houvesse uma solução para as famílias envolvidas.

Hoje, de manhã, no momento que soubemos que haveria a reintegração de posse, eu e outros Deputados integrantes da Frente Parlamentar pela Moradia Digna e Reforma Urbana, Deputado Simão Pedro e Deputado Isac Reis, juntamente com o nobre Deputado Adriano Diogo e Vereadora da Cidade de São Paulo, Juliana, comparecemos ao local. Estávamos dialogando com os trabalhadores da Cidade de São Paulo até que chegou a Polícia Militar. Cobramos o mandado e a presença do oficial de justiça, mas não havia nada disso.

Mesmo sem esses requisitos, a Polícia Militar chegou com a Tropa de Choque empurrando todos os moradores, as crianças, as mulheres, os deputados, empurraram até a Vereadora Juliana. Eles simplesmente chegaram empurrando!

Então, cobramos deles a ordem judicial, pois se houvesse o documento iríamos cumpri-lo, visto que somos cumpridores da lei. Da mesma forma que fazemos as leis, queremos que elas sejam cumpridas.

Estranhou-me muito, hoje, o despreparo do Comando da Polícia Militar que estava hoje no Centro sem uma ordem judicial e sem um oficial de justiça que só chegou depois de cinco a dez minutos depois que cobramos por sua presença. A Polícia Militar chegou antes do oficial de justiça e da Assistência Social da Prefeitura. Nós cobramos diálogo, mas não queriam conversar.

Amanhã iremos apresentar, aqui no plenário, as fotos da truculência, não da Polícia Militar, sim de uma parte do Comando que estava hoje na reintegração de posse da população, ocorrida na Av. São João.

É uma luta justa a da moradia. Por isso a moradia deve ser tratada como uma questão social, não como um caso de polícia. Dessa forma não podemos aceitar a truculência de uma parcela da Polícia Militar.

Vocês são provas que sempre defendemos a Polícia Militar do Estado de São Paulo, os trabalhadores. Sempre defendemos a instituição Polícia Militar do Estado de São Paulo. Mas não podemos aceitar que algumas pessoas queiram descumprir a lei e a ordem na tentativa de destruir uma organização séria que é o Movimento Social de Moradia.

Moradia não pode ser tratada como caso de polícia. Pois ela é um problema social, por essa razão deve ser tratada como tal. Amanhã iremos apresentar a truculência da Polícia Militar, ocorrida hoje, na região central. E iremos requerer uma posição da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo acerca do fato. Não podemos aceitar a falta de preparo de alguns policiais que querem estar acima da lei e da ordem.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, funcionários desta Casa e cidadãos que nos acompanham pela TV Assembleia, a determinação de um juiz para a reintegração de posse está embasada, amparada do Artigo 503 ao 524 do Código de Processo Civil que trata do esbulho possessório.

Conheço muito bem esses artigos porque fui comandante na região central do Estado de São Paulo e seguia rigidamente a legislação. O Deputado Luiz Claudio Marcolino fez uma lembrança muito própria do que a legislação diz. Então eu quero fazer um esclarecimento, pois não é a Polícia Militar que faz qualquer reintegração de posse, quem promove essa reintegração é o oficial de justiça com a determinação do juiz e a força policial vai para esses locais requisitada pelo juiz para dizer: está aqui a presença do Estado. Então se numa reintegração de posse não há a figura do oficial de justiça - muitas vezes isso aconteceu comigo, eu era comandante e quando a imprensa me perguntava: o senhor não vai fazer a reintegração? Não, eu não posso, a lei diz que eu não posso’ - não há como cumprir uma legislação. A lei é clara: quem faz a reintegração de posse é o oficial de justiça com a determinação específica da autoridade judiciária. Como autoridade de Polícia, não tenho competência para isso, como nenhum comandante de Polícia tem a competência para resolver uma questão desta ordem. Se se processou esse tipo de acontecimento não é o procedimento da instituição Polícia Militar.

Devo dizer ao Deputado Marcolino que se aconteceu - e não duvido - da forma como foi o relato de S. Exa., temos um vício insanável de não cumprimento da legislação do nosso País. Sabemos quão duro é, Deputado Pedro Bigardi, Deputado Marcolino, fazer uma reintegração de posse. Para a grande maioria dos policiais que lá estão - estou falando com vocês porque são de dois partidos que defendem um melhor salário aos policiais como a qualquer outro servidor - dói demais no coração porque muitas daquelas pessoas, mulheres, crianças, acabam fazendo uma projeção da sua própria família. Um quarto dos policiais não tem moradia própria. Estão morando em favelas, cortiços, pensões, uma situação muito penosa.

Em havendo esse tipo de conduta - e tínhamos lá vários parlamentares - que fosse oficializado à estrutura de Segurança Pública cobrando informações, bem como ao Ministério Público, na forma da lei, exigindo que aquele que vai para cumprir a lei também esteja integralmente dentro da lei. Todas as orientações emanadas pela administração da Polícia Militar são sempre no intuito de minimizar os efeitos do que já é uma tragédia social e jamais potencializá-los.

Se já não está dentro dos requisitos legais, se não havia a presença daquele que é a peça fundamental - deveria estar o juiz e às vezes é mais fácil assinar à distância, mas a legislação diz que o representante da autoridade judicial é quem vai conduzir todo o processo - temos o não cumprimento de uma legislação.

Gostaria de aproveitar os minutos finais para dizer que não estou entendendo nada. Achei que hoje o plenário estaria lotado, com a base do Governo com os seus 66 deputados ávida por votar o projeto porque ontem o Governo acabou tomando uma grande derrota por desarticulação da própria base do Governo. Não estão se entendendo, tinha gente querendo se pegar na mão - a gente não pode dizer isso, mas - uma coisa feia e hoje a Assembleia esvaziada, o plenário completamente vazio.

Os jornais diziam que o Deputado Roberto Engler seria o relator do orçamento, mas S. Exa. caiu na besteira de mandar um documento pedindo que fizéssemos o encaminhamento das emendas, os dois milhões de emendas e alguns que tinham quatro, cinco, seis milhões de emendas ficaram com o pé queimado porque diziam que nunca existiu a tese de dois milhões de emendas, que na verdade era muito mais que isso para todo mundo. Como o coitado do Deputado Roberto Engler, um parlamentar respeitável, de quatro mandatos, relator do orçamento uma série de vezes, caiu na besteira de dizer “encaminhem seus dois milhões de emendas que vamos processar e dar transparência até em conformidade com o que foi votado nesta Casa”, derrubaram o homem.

Arrancaram o Deputado Roberto Engler da relatoria do orçamento, com todo respeito à deputada que vai substituí-lo, segundo disse o jornal, porque aqui, principalmente nós que somos da oposição, sabemos das coisas pelos jornais. Mas ontem se mostrou a desarticulação do Governo, todo mundo batendo cabeça, todo mundo brigando, todo mundo reclamando. Cadê as emendas, cadê o pagamento das emendas, cadê as nomeações?

É assim que se obtém a convicção dessa chamada base do Governo? Este é o procedimento para que os 66 deputados votem sempre com convicção? Ontem não compareceram e hoje não tem ninguém aí. Lamentável.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT – PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, até para concluir a intervenção em relação à questão da desapropriação do prédio na São João quero ainda dizer que depois com a intervenção dos deputados presentes - este Deputado e os Deputados Isac Reis, Simão Pedro e Adriano Diogo - depois do empurrão da Polícia Militar com a tropa de Choque inclusive, conseguimos a partir de um diálogo fazer com que as pessoas saíssem de lá por livre e espontânea vontade. Saíram sem um confronto mais intenso com a Polícia Militar. Conseguimos também uma reunião com o Secretário da Habitação e o Secretário de Relações Institucionais da Prefeitura de São Paulo para o dia de amanhã, às 10 da manhã.

Então amanhã o Deputado Enio Tatto mais a Frente Parlamentar de Moradia da Assembleia Legislativa e o movimento de moradia estarão dialogando com a Prefeitura de São Paulo tentando buscar uma solução. Reafirmando: a melhor forma de resolver um conflito é com o diálogo. Esperamos que nas próximas oportunidades a Polícia Militar se prime também pelo cumprimento da lei, se prime pelo processo do diálogo, que é isto que sempre trabalhamos nesta Casa: construção de leis, cumprimento de leis. Amanhã estaremos apontando o despreparo de alguns comandantes da Polícia Militar que no dia de hoje, na reintegração de posse na região central de São Paulo, chegaram com truculência, sem o oficial de justiça, sem a assistente social da prefeitura. Primeiro chega a Polícia Militar para depois chegarem os responsáveis pelo cumprimento da lei.

Amanhã, então, às 10 horas, teremos essa negociação com a Prefeitura de São Paulo a partir da intervenção dos parlamentares e da organização do movimento unificado de moradia.

 

O SR. PRESIDENTE - ULYSSES TASSINARI - PV - Sucesso para todos os deputados amanhã.

 

O SR. PEDRO BIGARDI - PCdoB - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, hoje fizemos uma atividade de grande qualidade ao debatermos a questão dos resíduos sólidos, agradecendo inclusive a presença de V. Exa., promovida por três frentes parlamentares, a saber: Frente Parlamentar de Logística e Transporte, que tem minha coordenação, Frente Parlamentar de Reforma Urbana e Cooperação Regional sob a coordenação do Deputado Beto Trícoli e Frente Parlamentar Ambientalista cuja coordenação está a cargo do Deputado Alex Manente. Tivemos a participação de representantes da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, do Ministério do Meio Ambiente, da Fundação SOS Mata Atlântica, além de instituições, ONGs, entidades ligadas à questão ambiental, representantes de associações da indústria do vidro, limpeza pública, Fiesp, prefeituras, foi uma atividade de grande vulto.

Iremos transformar esta atividade num documento para encaminhar a todos os deputados desta Casa e às entidades que participaram e criar uma agenda de trabalho em relação à legislação dos resíduos, uma legislação muito recente - 2010 - muito ampla que envolve municípios, empresas, Estado e a Federação. Vamos criar uma agenda permanente de debate sobre um tema muito atual que envolve a cidade, a vida das cidades. Fiquei muito feliz por ter participado dessa atividade, hoje, nesta Casa, que foi realmente de muita valia.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público presente, telespectadores da TV Assembleia, primeiramente gostaria de informar a todos que vamos realizar no próximo dia 16 uma audiência pública na Assembleia Legislativa, no plenário Paulo Kobayashi, às 14 horas e 30 minutos, chamada pela Comissão de Educação para debater e sobretudo organizar a luta contra a Resolução 44 de 2001, publica em julho no Diário Oficial. Essa Resolução dividiu as férias dos professores em 2 períodos, 15 dias em janeiro e 15 dias em julho. Essa Resolução é uma decisão danosa, nefasta da Secretaria Estadual da Educação caiu como uma bomba sobre o magistério estadual, categoria já muito atacada pelo governo estadual em vários níveis - salarial, com política salarial de arrocho e compressão, as precárias condições de funcionamento das escolas, tanto materiais como humanas.

Temos denunciado exaustivamente esse processo de degradação, de falência até material das escolas estaduais. Sem falar da falta de recursos humanos. Faltam funcionários do quadro de apoio nas escolas estaduais, não há inspetor de alunos e muitas não têm funcionários de limpeza.

Isso está relacionado com a falta de investimentos. O governo não investe em educação pública neste estado. Além de todas essas mazelas apresentadas no processo de discussão, quando o tema vem à tona, há agora a notícia dessa Resolução publicada no Diário Oficial do dia 7 de julho de divisão das férias em 2 períodos.

Isso afronta Direito Trabalhista e a própria OIT diz claramente que a profissão de professor é a segunda mais desgastante do mundo, só perde para os mineiros que ficam embaixo da terra.

É inconcebível que o Governador Geraldo Alckmin autorize que as férias de janeiro sejam diminuídas para os professores da rede estadual. Estamos indignados e perplexos com mais esse ataque ao magistério estadual.

Já tomamos medidas para resolver essa situação; apresentamos 2 projetos que já tramitam nesta Casa, um PDL objetivando revogar a Resolução 44 e o Projeto de lei que vai institucionalizar as férias de janeiro em 30 dias para que não fiquemos reféns dos humores das decisões do secretário da Educação e dos governos que porventura estejam no comando do estado.

A audiência é importante até porque, no dia 30, o secretário deverá vir á Comissão de Educação para depor. Um dos temas que aprovamos para o debate, acho que talvez seja essa a grande discussão da vinda do Secretário, seja exatamente essa discussão sobre a divisão das férias que é algo abominável, Sr. Presidente. É abominável dividir as férias dos professores da rede estadual, aliás, é uma categoria em que tudo já vem muito dividido.

O reajuste salarial aprovado aqui na Assembleia Legislativa foi dividido em quatro anos. A Lei nº 1.093 acabou de esfacelar ainda mais as categorias dos professores. Existem várias categorias: categorias O, L, F e muitas delas são marginalizadas, tanto do ponto de vista salarial como do ponto de vista da escolha de aula, do processo de atribuição. Algumas delas não têm os mesmo direitos que outras categorias do próprio Magistério têm. É divisão em todos os níveis para os professores: divisão de férias, divisão do reajuste em quatro anos, divisão em categorias L, O, F e tantas outras.

E assim caminha o Magistério, Sr. Presidente, sempre enfrentando os duros ataques da Secretaria Estadual da Educação e do Governo do PSDB que tem destruído no Estado de São Paulo a carreira do Magistério.

Nesse sentido é importante a participação não só de professores, dos profissionais da Educação, mas de todas as pessoas que lutam em defesa da escola pública gratuita e de qualidade, porque só por intermédio da Educação Pública poderemos potencializar de fato o desenvolvimento humano, social, cultural, econômico, ambiental e tecnológico do nosso Estado e do nosso País.

A Educação é um instrumento importante para esse desenvolvimento, mas ela precisa de investimentos. Nós temos que garantir o acesso e a permanência, mas, sobretudo também a qualidade de ensino nas escolas públicas. Não podemos mais aceitar e tolerar que a escola estadual, que tem a maior rede de ensino desse país, que tem o maior número de alunos matriculados, seja uma rede que não oferece qualidade de ensino porque não há investimentos. E o Governo tenta jogar a culpa nos professores, dizendo que eles são os culpados da crise educacional. Na verdade a culpa é do próprio Governo.

Então é importante a participação de todas as pessoas, que pensam dessa maneira na Audiência Pública, no próximo dia 16, às 14 horas e 30 minutos, no auditório Paulo Kobayashi.

Sr. Presidente, eu gostaria ainda de ficar utilizando a tribuna pelo Artigo 82, mas agora pela vice-liderança da Minoria.

 

O SR. PRESIDENTE - ULYSSES TASSINARI - PV - É regimental o pedido de Vossa Excelência.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PELO ART. 82 - Muito obrigado, Sr. Presidente. Temos hoje aqui um grande ato. Já fiz o convite aqui, durante a semana, mas quero reforçar que será hoje um ato de apoio ao Deputado Estadual do PSOL do Rio de Janeiro, Marcelo Freixo, que foi o Presidente da CPI que investigou as milícias no Rio de Janeiro.

O Deputado Marcelo Freixo desde 2008 quando presidiu e investigou as milícias, que é um crime organizado do Rio de Janeiro, está sendo ameaçado de morte, não apenas ele, mas toda sua família.

O Deputado é um homem marcado para morrer no Rio de Janeiro, assim como morreu uma juíza recentemente. Ele está na lista de pessoas que provavelmente serão executadas no Brasil. Tem uma lista enorme. Ele já recebeu vários alertas. Inclusive semana passada, o Deputado Marcelo Freixo, do PSOL, teve que deixar o país com o apoio e até por sugestão da Anistia Internacional. Devido a essa violência, ele está hoje na Europa. Ele teve que sair no Brasil até que essa situação seja resolvida. Até porque as milícias controlam no Rio de Janeiro mais de 300 áreas. São comunidades controladas pelas milícias que são constituídas, sobretudo por policiais ou ex-policiais, com apoio até de ex-vereadores e ex-deputados que estavam ou estão envolvidos. Então, tem um braço do próprio poder público na constituição dessas milícias que nessas comunidades controlam o abastecimento de gás, o transporte público e o serviço de telefonia. Além do poder físico, do poder das armas, essa milícia tem o poder econômico.

E o deputado Marcelo Freixo mexeu na ferida, denunciou, colocou mais de 250 pessoas na cadeia, indiciou outras 500 entre as mil investigadas, e o nome dele está na lista de pessoas marcadas para morrer. É notícia nacional que não há segurança em nosso país. Se juízes são mortos, deputados são ameaçados, jornalistas são mortos e ameaçados, promotores e defensores públicos também são mortos e ameaçados, ficamos imaginando a população que mora nessas comunidades que ficam extremamente reprimidas, assediadas, extorquidas pelo crime organizado, não só do narcotráfico, mas também das milícias, porque não existe muita diferença. A população acaba sendo cada vez mais oprimida, pelo próprio estado e pelo estado paralelo. E temos que dar um basta a essa situação.

Esse ato que estamos organizando hoje nesta Casa, juntamente com o diretório municipal do PSOL de São Paulo é um ato em defesa da vida do deputado Marcelo Freixo, mas também é um ato em defesa de uma política de segurança pública no Brasil. A situação não é diferente no Estado de São Paulo. Em muitas regiões da nossa cidade e do nosso estado existem máfias, setores do crime organizado, inclusive, impondo o toque de recolher e ameaçando pessoas. Vamos também abordar a questão de São Paulo que é vítima do crime organizado; várias regiões do nosso estado e, principalmente, da grande São Paulo, da Baixada Santista, e aqui na capital, nas nossas periferias - Grajaú, Jardim Ângela, Brasilândia, Guaianases.

O ato será realizado hoje, às 19 horas e 30 minutos, no plenário José Bonifácio. Todas as pessoas estão convidadas a participar. Será um ato e um debate em defesa da vida do deputado estadual Marcelo Freixo, mas também em defesa da segurança pública, da cidadania e, sobretudo, dos direitos humanos, porque é inconcebível que juízes sejam ameaçados de morte, deputados tenham que sair do Brasil porque estão ameaçados de morte. O deputado estadual Marcelo Freixo, do Rio de Janeiro, um dos principais estados do país, precisa ir para o exterior porque o estado não oferece segurança, o estado não consegue coibir o crime organizado. Pior, ainda, vários setores da própria Polícia do Rio de Janeiro estão envolvidos com o crime organizado, principalmente esse relacionado às milícias. E me parece que o governador Sérgio Cabral nada faz de concreto para combater as milícias; só faz marketing e operações para inglês ver. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças, solicito o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - ULYSSES TASSINARI - PV - Sras. Deputadas e Srs. Deputados, havendo acordo entre as lideranças, esta Presidência, antes de levantar os trabalhos, convoca V. Exas. para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental, sem Ordem do Dia.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 16 horas e 14 minutos.

 

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