16 DE NOVEMBRO DE 2010

138ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidentes: CÉLIA LEÃO, VINÍCIUS CAMARINHA e DAVI ZAIA

 

Secretário: VINÍCIUS CAMARINHA

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - CÉLIA LEÃO

Assume a Presidência e abre a sessão. Registra a presença de alunos do Educandário Allan Kardec, acompanhados dos professores Renato Marco e Patrícia Sartori.

 

002 - OLÍMPIO GOMES

Relata e lamenta a morte do tenente Flávio, integrante do 12º Batalhão da Polícia Militar, executado em Santo André. Informa que o tenente só foi morto pois os assaltantes o identificaram como policial. Comunica que, no Estado de São Paulo, morre um policial por semana.

 

003 - JOSÉ BITTENCOURT

Adota postura contrária ao número de vetos do Governo aos projetos de lei dos Deputados desta Casa. Menciona projetos de sua autoria que foram vetados. Esclarece que alguns Deputados propõe matéria, mesmo tendo conhecimento de sua inconstitucionalidade. Destaca a necessidade de se discutir o Orçamento.

 

004 - VINÍCIUS CAMARINHA

Retoma fala acerca do problema que afeta a Rodovia do Contorno, localizada na região de Marília. Solicita a exibição de fotos que demonstram a situação da estrada. Pede mais atenção do Secretário de Transportes ao caso.

 

005 - ADRIANO DIOGO

Dá conhecimento de matéria do jornal "Folha de S. Paulo", segundo a qual a TV Cultura continuará a prestar serviços à TV Assembleia. Considera curta a duração do contrato por três meses. Informa que a medida ensejará a demissão de vários funcionários.

 

006 - VINÍCIUS CAMARINHA

Assume a Presidência.

 

007 - OLÍMPIO GOMES

Questiona a não aplicação do abono de permanência aos servidores militares. Combate a decisão e recorda que os policiais militares possuem regime previdenciário diferenciado.

 

008 - ADRIANO DIOGO

Requer a suspensão dos trabalhos até as 16 horas e 30 minutos, com a anuência das lideranças.

 

009 - Presidente VINÍCIUS CAMARINHA

Defere o pedido e suspende a sessão às 15h10min.

 

010 - DAVI ZAIA

Assume a Presidência e reabre a sessão às 16h32min.

 

ORDEM DO DIA

011 - Presidente DAVI ZAIA

Coloca em votação e declara aprovado requerimento, da Deputada Beth Sahão, de comissão de representação, para acompanhar, junto ao Ministério do Turismo, o desenvolvimento e os resultados do Programa Turismo Sustentável e Infância, em Brasília, no dia 17/11.

 

012 - MARCOS MARTINS

Para comunicação, registra a presença, nas galerias, de pessoas vítimas do amianto, integrantes da Abrea. Combate projeto que visa revogar lei, de sua autoria, que bane o uso do amianto. Solicita que a matéria não seja deliberada. Faz referências à reunião da Comissão de Saúde, que tratou do câncer de mama.

 

013 - MARCOS MARTINS

Requer o levantamento da sessão, com a anuência das lideranças.

 

014 - Presidente DAVI ZAIA

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 17/11, à hora regimental, com ordem do dia. Levanta a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão a Sra. Célia Leão.

 

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A SRA. PRESIDENTE - CÉLIA LEÃO - PSDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIII Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Vinícius Camarinha para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - VINÍCIUS CAMARINHA - PSB - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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A SRA. PRESIDENTE - Célia Leão - PSDB - Para nós é sempre muita honra recebermos todos os visitantes, mas, especialmente, os alunos que vêm conhecer de perto como funciona a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

Queremos agradecer a visita do Educandário Allan Kardec. Sejam bem-vindos a esta Casa de Leis! Agradecemos também aos professores Renato Marco e Patrícia Sartori por terem a sensibilidade, junto com o diretor do educandário, de trazer os alunos para conhecer o Parlamento mais importante da América Latina, do México à Argentina - respeitando os demais parlamentos -, tal a sua pujança e a representatividade de mais de 40 milhões de habitantes do Estado de São Paulo.

Gostaríamos de deixar registrado também o abraço do Presidente efetivo desta Casa, Deputado Barros Munhoz, que só não está presidindo esta sessão por estar comandando o Estado como Governador substituto.

Sras. Deputadas, Srs. Deputados, tem a palavra o primeiro orador inscrito, nobre Deputado Davi Zaia. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vitor Sapienza. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Beth Sahão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Augusto. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Prandi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado André Soares. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Mentor. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlinhos Almeida. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adriano Diogo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. Olímpio Gomes - PDT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, cidadãos que nos acompanham pela TV Assembleia, funcionários desta Casa, jovens presentes nas galerias, assomo à tribuna para lamentar a perda de mais um guardião da população do Estado de São Paulo.

Ontem, em Santo André, o Tenente Flávio foi verdadeiramente executado. Ele não estava em serviço. Trabalhava no 12º Batalhão, que abrange as regiões de Ibirapuera, Moema, Congonhas. No seu horário de folga, estava à porta da casa da sua tia quando foi abordado, aparentemente numa ocorrência de roubo. Os marginais, percebendo que existia um baú para transporte de material na sua motocicleta, fizeram com que o tenente o abrisse. Ao encontrarem fardas da Polícia Militar, identificaram o Tenente Flávio como policial e o sentenciaram à morte impiedosamente, sem qualquer chance de defesa e sem que tivesse ocorrido qualquer reação do tenente à abordagem.

Lamento mais ainda pelo fato de ser o Tenente Flávio um jovem policial militar, com 24 anos de idade, recém-formado na Academia do Barro Branco. Aliás, ele formou-se em 12 de dezembro de 2009 e foi promovido a 2º tenente no último 25 de agosto, Dia do Soldado. Não existe forma de minimizar a dor que sentem seus familiares e colegas de profissão. Um menino, no início de sua atividade como oficial da Polícia Militar, no auge da sua vibração, foi executado simplesmente por ter no baú da sua motocicleta uniformes da Polícia Militar.

Isso mostra o espírito de vingança que a marginalidade tem com relação àqueles que juram, com o sacrifício da própria vida, defender a sociedade do crime e dos criminosos. Sinto na carne, por ser um policial militar, por um dia ter sido cadete na Academia do Barro Branco e ter sonhado em defender a sociedade. Depois, fui instrutor de cadetes no Barro Branco. Vejo no Tenente Flávio a figura de centenas de jovens, dos quais tive a oportunidade de ser comandante. Todos os dias, eu os via sedimentando nos bancos, nos pátios, nos campos de treinamento do Barro Branco, nos estágios operacionais, o sonho de uma sociedade mais segura, mais justa, mais tranquila, mas com o pensamento sempre focado, se necessário for, em que a vida como policial não tenha um valor maior do que a defesa da vida do cidadão.

Naquele momento, o Tenente Flávio tornou-se vítima da falta de uma política séria de Segurança Pública no nosso Estado, transformando-se em mais um herói morto simplesmente porque foi identificado como policial militar. Mais um caso que vem ocorrendo sistematicamente no nosso Estado.

Enquanto as autoridades tentam mentir à opinião pública dizendo que a criminalidade está sob total controle e, finalmente, chegamos a indicadores criminais como os centros mais seguros do mundo, a verdade é que um policial é executado a cada semana no Estado, em serviço ou fora de serviço. Se contarmos os que estão fora de serviço, são mais de dois policiais mortos por semana. Fazem isso com os policiais. Imaginem o que são capazes de fazer com o cidadão.

Fica aqui o meu lamento, o meu profundo sentimento de pesar à dor dos familiares, à Polícia Militar, aos companheiros do 12º Batalhão. Que o sangue do tenente Flávio não tenha sido derramado em vão e que a resposta da Segurança Pública seja o esclarecimento, a prisão e a retirada do seio da sociedade de facínoras matadores de policiais.

 

A SRA. PRESIDENTE - CÉLIA LEÃO - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt.

 

O SR. JOSÉ BITTENCOURT - PDT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sra. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, público presente nas galerias, quero fazer a seguinte reflexão: só de minha autoria tenho seis vetos de projetos de lei que nós, num acordo com a Liderança do Governo, com todas as bancadas - portanto, sem nenhuma oposição -, conseguimos votar. Foi cumprido o procedimento regimental e encaminhado para a sanção do Governo. Porém, houve o veto, o que é constitucional. Temos todo o direito de discutir a constitucionalidade do veto e o interesse público, que são os critérios que valerão para que o chefe do Executivo exare o veto. O veto é encaminhado para a Casa, passa pelas comissões e é designado um relator. Se obtiver parecer favorável, virá a segunda etapa que, no meu entender, é a mais homérica possível: derrubar o veto.

É preciso então uma articulação ampla na Casa, consenso no Colégio de Líderes e entendimento entre os parlamentares para derrubar o veto. E que o Governo se utilize de instrumento legal para entrar com ação declaratória de inconstitucionalidade. O ônus político não pode ser desta Casa, e se o Governo veta, que venha então colher ônus político do veto e entre com medida jurídica cabível.

Vou citar um dos meus seis vetos que obrigava os bancos a colocarem uma redoma de vidro para proteger o correntista, na boca do caixa, de algum mau elemento que estivesse na fila, ou dentro do banco, observando a operação. Isso diminuiria o chamado “crime da saidinha”. Aprovamos o projeto nesta Casa, mas o Governo vetou.

Quando houver negociação, o primeiro que vou colocar em pauta é justamente este veto relacionado com as normas de segurança para o correntista, no momento em que estiver fazendo a sua operação bancária. O Deputado Olímpio Gomes tem um projeto em tramitação que proíbe - em vários estados do Brasil isso já é lei - o uso do telefone celular.

Outra coisa que ocorre nesta Casa é um deputado copiar projeto de outro deputado. Às vezes, o próprio Executivo copia por uma série de razões. A iniciativa pode ser de competência exclusiva do Legislativo do Governo. Aí tenho de dar a mão à palmatória, é preciso reconhecer isso. Às vezes, o deputado propõe um projeto de lei, mesmo sabendo que há vício de iniciativa, para criar a discussão política em torno daquela temática.

Não sei se ainda dá tempo nesta legislatura - porque temos de discutir a Peça Orçamentária de 2011, que precisa ser discutida à exaustão - para que o Judiciário não fique sem os recursos necessários. Precisamos ver as principais emendas aprovadas pela Comissão de Finanças e Orçamento, resultado daquelas audiências públicas, e ver se o relator as acolherá regimentalmente.

É necessário ficarmos atentos para que nestes últimos meses desta legislatura possamos produzir algo de positivo para a cidadania de São Paulo.

 

A SRA. PRESIDENTE - CÉLIA LEÃO - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Vanderlei Siraque. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luis Carlos Gondim. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Célia Leão. (Na Presidência.) Tem a palavra o nobre Deputado Alex Manente. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Hamilton Pereira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vinícius Camarinha.

 

O SR. VINÍCIUS CAMARINHA - PSB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sra. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, volto a esta tribuna para dar encaminhamento a um pleito que fizemos na semana passada em relação a um grave problema na minha Cidade de Marília. Isso não ocorre só com Marília. É uma reivindicação que atenderia a toda região administrativa de Marília e aos usuários da Rodovia do Contorno do nosso município. Temos essa rodovia que é na verdade um acesso das rodovias estaduais, mas que é muito utilizada pela própria população de Marília, que vai de um bairro a outro, da zona Sul à zona Norte. É lamentável a situação em que se encontra a Rodovia do Contorno, que é uma obra de 20 anos. Mas até agora só foram feitos tapa-buracos, sem ter feito nenhum recapeamento que desse uma conservação contínua.

Estive aqui fazendo esse pleito na semana passada ao Governador e ao secretário. Fui recebido na sexta-feira na Secretaria de Estado dos Transportes, que se posicionou favoravelmente à obra com uma medida de urgência. Gostaria que a técnica mostrasse a situação em que se encontra a rodovia que é que utilizada por aproximadamente 10.000 veículos/dia. Vejam que não há mais espaço para fazer o tapa-buraco do dia a dia rotineiro, fazendo-se necessário um recapeamento asfáltico urgente, porque não é mais problema de escoamento de produção - é um problema até de acidentes. Aliás, tivemos vítimas fatais, principalmente motociclistas, que perderam a vida nesse trecho.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, o Deputado Olímpio Gomes estava dizendo da nossa responsabilidade para com a nossa região, e essa é a situação da Rodovia do Contorno, da cidade Marília, onde nós temos, como eu já disse, mais de 10 mil veículos que se utilizam dessa passagem.

Sr. Presidente, gostaria de novamente reiterar ao Sr. Governador, hoje em exercício, o Deputado Barros Munhoz, Presidente da Assembleia Legislativa, que dê ordens ao Secretário de Estado de Transportes para que nós possamos resolver esse problema imediatamente. E na sexta-feira o Secretário de Transportes deu a sinalização de que iria determinar a ordem de serviço para as obras, mas não posso continuar assomando à tribuna cobrando essa importante reivindicação, porque as imagens por si só dizem mais do que este Deputado. Vejam que há má conservação da rodovia, que precisa também de uma passarela no trecho Santa Antonieta, que é um bairro populoso, que interliga as escolas e o parque industrial. A situação é lamentável, caótica e não condiz com as rodovias de Estado de São Paulo. Não existe uma passarela nesse trecho todo na Rodovia do Contorno, na cidade de Marília.

Por isso, peço o apoio dos Srs. Parlamentares, porque se trata de uma demanda regional, não é só para o município de Marília, mas é um entroncamento de diversas rodovias da nossa região.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, conto com o apoio de todos os Parlamentares e tenho esperanças de que depois da audiência na sexta-feira, o Secretário de Estado dos Transportes vai dar seguimento à ordem de serviço dessa importante reivindicação. Muito obrigado.

 

A SRA. PRESIDENTE - CÉLIA LEÃO -PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Mozart Russomanno. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alex Manente. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Augusto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlinhos Almeida. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vinícius Camarinha. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adriano Diogo.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Vinícius Camarinha.

 

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O SR. ADRIANO DIOGO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, público presente nas galerias do plenário, alunos, funcionários, hoje trago uma boa notícia que vamos projetar no telão. “Trata-se do Processo nº 6527, de 2008, que foi assinado sobre a recontratação pela TV Cultura dos serviços da TV Assembleia, sobre o contrato administrativo celebrado entre o Poder Legislativo e a Fundação Padre Anchieta, Centro Paulista de Rádio e Televisão Educativa, para a prestação de serviço de produção e geração de programas para TV Assembleia. Inclusive a distribuição de sinais da TV, via satélite para retransmissão por todas as operadoras de TV a cabo do Estado de São Paulo, através do Portal Alesp, via TV Web e a transmissão digital UHF através do canal de multiprogramação da TV Câmara Federal, conforme convênio firmado entre a Alesp e a Câmara Federal.”

Por trás de toda boa notícia, há uma má notícia: “Contratada no sentido de não ter interesse para a prorrogação do ajuste por mais doze meses, mas tão somente a dilação de prazo de execução por um período adicional de três meses.” Os três meses, já que isso foi assinado no dia 15 de novembro, a publicação é anterior, qual é a data da dilação de prazo? Dia 15 de fevereiro. Qual é o intuito do meu pronunciamento? Se o prazo de renovação da TV Assembleia for por três meses, pergunto: por que não quatro meses, que coincidiria com o dia 15 de março, quando teremos a nova Mesa Diretora? E até lá, nós não sabemos se João Sayad continuará na Secretaria de Cultura. Então, esse atentado, esse crime, que está sendo feito pelo Governo do Estado, em particular, pela Secretaria de Cultura, da não renovação do contrato com a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, por 12 meses, contratada no sentido de não ter interesse na prorrogação do ajuste por mais 12 meses, mas tão somente com a dilação de prazo de execução por um adicional de três meses, de forma a permitir a transição harmoniosa sem que haja solução de continuidade.” O que quer dizer solução harmoniosa? É a demissão de todos os trabalhadores da TV Cultura sem que tenham direito aos recursos financeiros advindos dessa demanda trabalhista. Por que o grupo de transição do Governo não avoca para si esse movimento de João Sayad, rompendo os contratos além da TV Assembleia, da TV Senado?

“Comunicação e com as razões suscitadas e com tal prazo de prorrogação às folhas 328 de sua manifestação, às folhas 31, verso que acolhe, considerando que a proposta apresentada pela contratada, à vista do comparativo de preços de mercado realizado pelo serviço de compras sintetizado em sua manifestação, nos termos ratifica, exarada pela Procuradoria desse poder, à vista da manifestação a existência de recursos orçamentários suficientes para a realização de despesa ora pretendida.”

Em função disso, vamos autorizar com fundamento no artigo 57, inciso II, da Lei Federal 8666/93, bem como na cláusula 4º: aditamento ao contrato firmado entre este Poder e a Fundação Padre Anchieta - Centro Paulista de Rádio e TV Educativa -, para prestação de serviço de produção e geração de programas da TV Assembleia, inclusive a distribuição dos sinais por TV via satélite e a televisão para todas as operadoras de TV.

Sras. e Srs. Deputados, a notícia é esta: foi conseguida pelos trabalhadores da TV Assembleia e pela Mesa da Casa mais uma vitória parcial e insuficiente, no meu entender. Estou fazendo um apelo para que a Mesa Diretora me receba, receba uma representação sindical do presidente do Sindicato dos Jornalistas e uma representação sindical dos trabalhadores da TV Assembleia, para que ouçamos da direção da Mesa da Assembleia Legislativa qual a sua posição sobre esse rompimento unilateral da Secretaria de Cultura, do Secretário de Cultura.

Gostaríamos, também, de reiterar, meu querido amigo Ronaldo Bianchi, uma audiência com o Sr. João Sayad e por que não dizer com os Deputados que têm contato com o grupo de transição, para que a Deputada Célia Leão, que valoriza os trabalhos legislativos, em particular a TV Assembleia, o Deputado Major Olímpio Gomes, o Deputado Fernando Capez e outros Deputados, que estão sempre presentes no plenário, nas comissões e que fazem relação com o público, com os seus eleitores, através desse instrumento tão importante como a TV Assembleia, saibam quais poderes absolutistas tem o Sr. João Sayad a ponto de fazer esse tipo de pressão, de manipulação na relação dos Poderes.

Enquanto Poder Legislativo, estamos sentindo totalmente atingidos por essa interferência: qual grupo político ou grupo econômico ou grupo de comunicações irá assumir a TV Assembleia.

Se não representa um atentado à liberdade de imprensa, de comunicação, impedir que a TV Cultura continue prestando serviço à TV Assembleia, imaginem os senhores se fosse o Governo Federal, que o Governo Federal rompesse o convênio de transmissão da TV Senado ou da TV Câmara Federal ou de algum órgão do serviço judiciário.

Estamos diante de um gravíssimo precedente, que é o rompimento do contrato da TV Cultura com a TV Assembleia, com a demissão dos seus funcionários e com uma programação que não sabemos qual o dirigismo que ela vai ter. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - VINÍCIUS CAMARINHA - PSB - Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários da Casa, cidadãos que nos acompanham pela TV Assembleia, foi publicado o Decreto 56.386, de 9 de novembro de 2010, que faz alterações em relação ao Decreto 52.859/08, que regulamentou a Lei 1.012/07. Lei exaustivamente discutida que mudou o sistema de Previdência dos Servidores Públicos do Estado de São Paulo e que estabelece em um de seus artigos, na Lei 1.012 específica dos servidores civis, a possibilidade do pagamento de um abono permanência.

A cada ano que o servidor permanece ativo, após ter o tempo mínimo para passagem para inatividade, ele recebe um abono pela sua permanência. Isso tem causado centenas de manifestações de procura através de e-mail, questionamentos através do site de relacionamento, por telefone se existe aplicação concreta desse decreto que regulamentou a Lei do Pagamento do Abono de Permanência também aos policiais militares. A resposta é que não se aplica aos servidores militares do Estado de São Paulo. Tanto é que foram votadas a Lei 1.010, que se aplica aos servidores militares, e a Lei 1.012, que se aplica aos servidores civis.

Esse decreto já alterou o decreto anterior que regulamentou a Previdência dos Servidores Públicos Civis do Estado de São Paulo. Portanto, não existe a possibilidade de os policiais militares serem beneficiados também com o abono de permanência.

Quando da discussão aqui desses projetos, exaustivamente os debatemos, lutamos, de todas as formas, para que as perdas fossem minimizadas aos servidores civis e militares. A argumentação para que não tivesse o abono de permanência aos servidores militares foi justamente por estar sujeito a um regime de trabalho diferenciado com o regime que prevê uma passagem para a inatividade com tempo diverso do que é exigido ao servidor civil.

Houve até uma grande luta das entidades representativas ao dizer, à época, que se houvesse a contemplação de abono permanência também aos militares do Estado as carreiras estariam completamente estagnadas, porque o que normalmente acontece com a passagem para inatividade quando do tempo mínimo vencido deixaria de ser uma realidade, o que já vem acontecendo tristemente com o adicional de local de exercício em que um policial completa seu tempo de passagem para inatividade e ele não passa para não perder o adicional de local de exercício.

Fica aqui a minha manifestação e orientação a toda família policial militar que a alteração desse decreto em nada se atém à condição dos militares do Estado e sim dos demais servidores do Estado. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. ADRIANO DIOGO - PT - Sr. Presidente, solicito a suspensão da sessão até as 16 horas e 30 minutos.

 

O SR. PRESIDENTE - VINÍCIUS CAMARINHA - PSB - O pedido de V. Exa. é regimental.

Em face do acordo, a Presidência suspende a sessão até as 16 horas e 30 minutos.

Está suspensa a sessão.

 

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- Suspensa às 15 horas e 10 minutos, a sessão é reaberta às 16 horas e 32 minutos sob a Presidência do Sr. Davi Zaia.

 

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O SR. PRESIDENTE - DAVI ZAIA - PPS - Vamos passar à Ordem do Dia.

 

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- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

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O SR. PRESIDENTE - DAVI ZAIA - PPS - Há sobre a mesa o seguinte requerimento: “Requeiro nos termos do Art. 35, da XIII Consolidação do Regimento Interno, a constituição de uma comissão de representação com a finalidade de participar de uma reunião junto ao Ministério do Turismo para acompanhar o desenvolvimento e os resultados do Programa Turismo Sustentável e Infância, a realizar-se em Brasília - DF, no dia 17 de novembro de 2010”. Requerimento assinado pela Deputada Beth Sahão com número regimental de assinaturas.

Em votação. Os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas que forem favoráveis permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

 

O SR. MARCOS MARTINS - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, quero registrar a presença nas galerias das vítimas do amianto que continuam acompanhando com muita preocupação o desenrolar do projeto que quer revogar na prática a lei que proíbe o uso do amianto no Estado de São Paulo. Não acredito que os mesmos deputados desta Casa que aprovaram a lei permitirão que haja esse retrocesso. Mas como continua na pauta, à revelia de muitas bancadas que protocolaram ofício pedindo para que não fosse pautado, esperamos que não seja permitida a votação desse projeto que traz retrocesso ao invés de avanço na proteção da saúde pública e do meio ambiente. Se porventura entrar em votação pedimos aos deputados que votem contra e não permitam que isso aconteça.

Então, deixo essa mensagem a todos aqueles que são vítimas de câncer provocado pelo amianto ou qualquer tipo de câncer. Hoje, na reunião da Comissão de Saúde, tivemos um debate sobre o câncer de mama. Venha de onde vier, o câncer é nocivo à saúde pública e temos que evitá-lo. Sabendo que o amianto é cancerígeno, por que usar esse produto?

Era esse o registro que gostaria de fazer e quero cumprimentar os membros da Abrea - Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto, pela persistência, pela participação, pela dedicação e pelo trabalho que têm realizado.

 

O SR. MARCOS MARTINS - PT - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, solicito o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - DAVI ZAIA - PPS - Srs. Deputados e Sras. Deputadas, havendo acordo de líderes, antes de dar por levantados os trabalhos esta presidência convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia da sessão ordinária de hoje.

Está levantada a presente sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 16 horas e 35 minutos.

 

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