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21 DE NOVEMBRO DE 2011

139ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidentes: JOOJI HATO e ITAMAR BORGES

 

Secretário: OLÍMPIO GOMES

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - JOJJI HATO

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

002 - CARLOS GIANNAZI

Informa que, no Brasil, 62 juízes estão sendo investigados pela Corregedoria do Conselho Nacional de Justiça. Recorda entrevista da corregedora Eliana Calmon sobre a corrupção no Judiciário. Menciona haver tentado CPI com o intuito de investigar o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Considera insuficiente a quantia destinada ao Judiciário no Orçamento do ano passado. Pede melhorias nas condições de trabalho dos servidores do Poder. Recorda greve realizada pela categoria no ano passado.

 

003 - OLÍMPIO GOMES

Informa que policiais civis aposentados ainda não receberam o reajuste salarial votado nesta Casa. Combate o argumento, apresentado pelo Governo, quanto ao tema. Critica a retirada dos supedâneos (bases policiais móveis) da Avenida Paulista. Recorda denúncia realizada junto ao Ministério Público sobre a ocupação inadequada de policiais por Parlamentares deste Legislativo.

 

004 - ITAMAR  BORGES

Assume a Presidência.

 

005 - JOOJI HATO

Lamenta o assassinato de Carlos Eduardo Mendes de Jesus, filho do coreógrafo Carlinhos de Jesus, morto nesse final de semana, no Rio de Janeiro. Recorda conversa com o político Anthony Garotinho. Faz menção a crimes ocorridos no Estado de São Paulo. Pede por política de tolerância zero contra a violência.

 

006 - ENIO TATTO

Menciona reportagem do jornal "Folha de S. Paulo" sobre determinação judicial que afastou o presidente do Metrô, Sérgio Avelleda, e paralisou as obras da linha 5. Combate a maneira como foi realizada a licitação para as obras da referida linha. Atribui ao Governador o prejuízo sofrido pela população com a paralisação das obras.

 

007 - JOOJI HATO

Assume a Presidência.

 

008 - ORLANDO MORANDO

Afirma que a população de São Paulo é contrária à paralisação das obras do Metrô. Recorda problemas do Governo Lula com aeroportos. Defende a conduta do presidente do Metrô como homem público. Faz menção ao número de ministros afastados no Governo da Presidente Dilma Rousseff. Destaca a excelência do trabalho realizado pelo Metrô de São Paulo.

 

009 - ENIO TATTO

Para reclamação, defende a chegada do Metrô à zona Sul da Capital. Destaca o caráter apartidário do Ministério Público e do Judiciário. Afirma que o Deputado Orlando Morando não entrou no mérito da licitação, motivo maior das críticas do PT às obras da linha 5 do Metrô. Lembra problemas ocorridos durante a construção da linha 4 do sistema.

 

010 - ORLANDO MORANDO

Para reclamação, defende o presidente do Metrô, Sérgio Avelleda, quanto à assinatura de contratos da linha 5. Faz esclarecimentos quanto ao trâmite da ação judicial que determinou a paralisação da obra. Lamenta os prejuízos que a medida deve causar ao Estado de São Paulo. Questiona as denúncias realizadas pelo jornal "Folha de S. Paulo". Defende a postura do Governador Geraldo Alckmin quanto ao tema.

 

011 - CARLOS GIANNAZI

Lamenta a suspensão das obras do Metrô na zona Sul da Capital. Destaca a necessidade de investimentos em transporte público. Cita bairros que necessitam da chegada do Metrô. Afirma que as denúncias de superfaturamento dessas obras devem ser investigadas.

 

012 - ENIO TATTO

Para reclamação, lamenta a paralisação das obras do Metrô. Recorda problemas ocorridos durante a construção da linha 4. Defende o investimento em transporte coletivo pelo Executivo Estadual. Afirma que, em maio, a bancada do PT entrou com representação pedindo a investigação do tema. Questiona a maneira como foi realizada a licitação das obras.

 

013 - ORLANDO MORANDO

Para comunicação, destaca o número de pessoas transportadas diariamente pela Linha 4 do Metrô. Posiciona-se contrariamente à paralisação das obras, que considerou danosa à população de São Paulo. Questiona a decisão do MP sobre o tema.

 

014 - CARLOS GIANNAZI

Pelo art. 82, exige a revogação da Resolução 44/11, que fragmenta as férias de professores da rede Estadual de ensino em duas quinzenas, em janeiro e em julho. Lembra que as férias de 30 dias, a serem desfrutadas integralmente em janeiro, é um direito garantido pela Constituição Federal. Apela ao Secretário Estadual de Educação que reveja a questão. Comenta os baixos salários e as precárias condições de trabalho do Magistério, além da falta de estrutura humana e material. Lamenta o reajuste, parcelado em quatro anos, concedido à categoria.

 

015 - CARLOS GIANNAZI

Pelo art. 82, dá continuidade à defesa de melhores salários aos professores. Tece comentários sobre a instituição de jornada extraclasse, cuja meta nacional é de 33% para este fim, por determinação do STF. Explica que, em São Paulo, professores passam 17% da carga horária em atividade fora da sala de aula. Acusa o Governador Geraldo Alckmin e os ex-Governadores José Serra e Alberto Goldman de descumprirem a lei. Reivindica a revisão da jornada de trabalho de professores, adequando-a, para que estes não precisem acumular empregos. Faz críticas às gestões do PSDB.

 

016 - CARLOS GIANNAZI

Requer o levantamento da sessão, com assentimento das lideranças.

 

017 - Presidente JOOJI HATO

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 22/11, à hora regimental, com ordem do dia. Levanta a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Olímpio Gomes para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - OLÍMPIO GOMES - PDT - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre deputado Carlos Giannazi, pelo tempo regimental.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Jooji Hato, deputado major Olímpio, telespectador da TV Alesp, inicialmente gostaria de comentar a informação de 62 juízes no Brasil estão sendo investigados pela corregedoria do conselho nacional de Justiça. Essas investigações se referem ao enriquecimento ilícito desses juízes e também a venda de sentenças, que é uma denúncia decorrente no nosso país em relação ao Poder Judiciário. Não foi à toa que a corregedora Eliana Calmon recentemente fez um pronunciamento extremamente polêmico, mas importante, porque ela mexeu na ferida do Poder Judiciário, que não é controlado pela sociedade. O fato é que ela falou dos "bandidos de toga". Queremos que haja uma profunda investigação em relação não só a esses casos, mas a outros casos envolvendo também o Poder Judiciário.

Não podemos deixar de lembrar - quando nós acompanhamos esse tipo de investigação - que aqui na Assembleia Legislativa, no ano passado, nós propusemos exatamente uma CPI para investigar o Poder Judiciário, para investigar o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Conseguimos as 32 assinaturas, e V. Exa., Sr. Presidente, não estava aqui ainda, era vereador na Câmara municipal. O Deputado Major Olímpio foi um dos primeiros a assinar, participou da luta em defesa dos servidores do Judiciário.

No entanto, a nossa CPI foi boicotada, foi sabotada aqui na Assembleia Legislativa, mesmo com as 32 assinaturas necessárias. Forças que são aliadas logicamente a esse setor do Judiciário se movimentaram para sabotar a nossa CPI.

Temos uma grande crise no Poder Judiciário, principalmente aqui em São Paulo. Essa crise é agravada ainda mais com os cortes orçamentários. O último corte, feito pelo Governador Geraldo Alckmin, em relação ao orçamento de 2012, foi um corte criminoso, de 50% do orçamento enviado para o Palácio dos Bandeirantes. O Governador praticamente cortou seis bilhões de reais do Poder Judiciário.

Com isso continuaremos com os nossos fóruns sucateados em todo o Estado de São Paulo, funcionando muitas vezes sem alvará de funcionamento, sem as condições mínimas de segurança, chegando ao ponto de um exemplo que nós mostramos aqui no telão da Assembleia Legislativa, do Fórum da Lapa, onde audiências são realizadas na calçada, por falta de acessibilidade.

Portanto, faz-se urgente, primeiro, a recomposição do orçamento do Judiciário. Todo o nosso apoio ao Conselho Nacional de Justiça, que tem que ser, cada vez mais, fortalecido no País. O Poder Judiciário tem que ser controlado também pela sociedade, não pode ser um poder sem controle, não pode ser uma caixa-preta. Temos que controlar inclusive o orçamento. Nós aqui na Assembleia Legislativa aprovamos o orçamento do Judiciário, mas não controlamos, não fiscalizamos o orçamento do Poder Judiciário.

Enquanto isso, nossos fóruns estão abandonados, estão numa verdadeira penúria, como disse o próprio Presidente do STF, Cezar Peluzo. Os nossos mais de 40 mil servidores do Judiciário trabalham em condições extremamente precárias, com um dos piores salários da Federação, do ponto de vista do Poder Judiciário. São servidores que trabalham por 10 ou por 15, porque faltam servidores. Não há realização de concursos públicos e nem a contratação de servidores para repor o quadro que vem se aposentando, ou mesmo saindo, porque os servidores do Judiciário ganham tão mal no Estado de São Paulo que muitos prestam concursos em outras instituições e saem na primeira oportunidade, sem contar as condições precárias de trabalho, as denúncias que fizemos aqui, que nós recebemos na Assembleia Legislativa, de assédio moral e até de assédio sexual contra servidoras do Poder Judiciário.

É dentro desse diapasão que vamos continuar pressionando a Assembleia para recompor o orçamento do Judiciário. Queremos que o Judiciário tenha os 13,2 bilhões de reais, que foi o orçamento enviado para o Palácio dos Bandeirantes. E o Governador Geraldo Alckmin fez um corte criminoso.

Vamos continuar também pressionando o Tribunal de Justiça para que invista na modernização e melhoria dos nossos fóruns, mas, sobretudo na melhoria salarial e das condições de trabalho dos nossos mais de 40 mil servidores do Poder Judiciário. Assim nós beneficiaremos toda a população. Vamos beneficiar os 42 milhões de habitantes, porque o Tribunal de Justiça tem uma dívida histórica com os servidores, principalmente com os acordos assinados na greve do ano passado, na heroica e democrática greve do ano passado, que mostrou para a sociedade o que está acontecendo no Poder Judiciário do Estado de São Paulo. Aquela greve também foi importante por isso. Mas o Tribunal de Justiça não cumpriu ainda os acordos assinados naquela ocasião.

Diante disso, reafirmamos o nosso apoio ao Conselho Nacional de Justiça e a todas as investigações em curso hoje no Brasil. Também vamos continuar cobrando o Governador Geraldo Alckmin e a Assembleia Legislativa para que o Orçamento do Poder Judiciário seja reconstituído, os acordos firmados com os servidores na greve do ano passado sejam cumpridos e os reajustes salariais sejam também oferecidos aos nossos servidores, que são vítimas também de um verdadeiro processo de arrocho salarial. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rafael Silva. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Celso Giglio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Geraldo Vinholi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários desta Casa, cidadãos que nos acompanham pela TV Assembleia, na sexta-feira já me manifestei no plenário pedindo providências urgentes à SPPrev - São Paulo Previdência - em função do não recebimento de reajustes salariais por parte de policiais civis da folha suplementar que foi paga no último dia 18, sexta feira. Hoje, em contato com a Associação dos Oficiais da Polícia Militar, também tomei contato com holerites de oficiais. Devem também existir centenas, para não dizer milhares de praças reformados e pensionistas cujos holerites vieram zerados, sem valor nenhum de reajuste salarial. Isso é um absurdo.

Está aí o nobre Deputado Enio Tatto, líder do PT, o nobre Deputado Carlos Giannazi, líder do PSOL, parlamentares que procuraram até o último instante esticar a corda tentando ver alguma coisa melhor para a família policial. Na hora de pagar, centenas e centenas de aposentados não estão recebendo seus reajustes, Deputado Enio Tatto. Foi passada a informação ao Sindicato dos Investigadores de Polícia pela SPPrev que o aumento não contemplava policiais que passaram para a inatividade antes de 2008, antes da edição da SPPrev. Isso é um absurdo tão grande, não tem em nenhum item, nenhum artigo do que foi votado nesta Casa. O tempo todo, V. Exas. se lembram muito bem, o próprio Governo batia no peito dizendo “estamos fazendo um reajuste linear, é 15% no padrão, mas é linear, extensivo aos inativos e pensionistas.”

Regimentalmente solicito à Assembleia Legislativa que interceda, também faremos isso, já estamos fazendo com a SPPrev e todo o sistema de pagamento do Estado porque não cabe interpretação do que foi votado em relação ao reajuste ser extensivo a todos, ativos, inativos e pensionistas. Uma coisa é clara. Centenas - para não dizer milhares - de policiais e pensionistas já não receberam seus reajustes. É necessário fazer uma nova folha suplementar. Não dá para esperar o mês que vem porque os gastos, principalmente dos inativos e pensionistas que já pela idade são cometidos por sequelas, por doenças, e precisam dos recursos para remédios, para custear a vida. Eles não podem ficar esperando.

Gostaria também de me solidarizar com a comunidade de comércio e moradores da região da Av. Paulista contra a retirada de estrutura de policiamento ostensivo. Há pouco, na Rádio Jovem Pan, dizia que os comerciantes e moradores estão desesperados. Há alguns anos, a Polícia Militar colocou, em parceria com a comunidade da região da Paulista, os chamados supedâneos, que são estruturas de fibra com as inscrições da Polícia Militar e telefone de emergência. O policial fica num plano mais elevado que os transeuntes e, com isso, ele é mais visto e vê mais.

No princípio, eu tinha até restrições técnicas contra o supedâneo, pela exposição e o risco maior que corre o policial, mas, sem dúvida alguma, o policial consegue ver mais e consegue ser visto. Agora, retiraram todos os supedâneos da região sob a argumentação de falta de policiais.

Na quinta-feira, estive na região do Morumbi e a população continua a ser assolada por uma onda de criminalidade. Seguranças privados são mortos nas ruas, pessoas viram reféns. Enquanto houve a crise maior divulgada pela mídia, colocaram policiamento na chamada Operação Colina Verde. Quando a mídia parou de veicular notícia, retiraram a estrutura, e o povo ficou à mão.

Vemos essa falta de policiamento gerada pela inconsequência do então Governador José Serra, que, no primeiro dia de administração, assinou a suspensão dos editais de todos os concursos públicos. Em um ano e nove meses, nenhum edital de concurso público para Polícia Civil ou Polícia Militar foi feito. Deu esse buraco, essa grande falta de efetivo que estamos sentindo agora.

Enquanto falta efetivo, aqui, no reino da perfeição, na Assembleia Legislativa, há um contingente de 126 policiais. E o Presidente da Casa ainda disponibiliza policiais para gabinetes de deputados. Representei, no Ministério Público, para que se faça uma suspensão disso que entendo ser um ato de improbidade administrativa. Mas continuo encarecendo ao bom senso, ao compromisso público dos deputados que têm policiais nos seus gabinetes, para que, em nome do interesse público, em nome da segurança da população, devolvam esses policiais para a sua atividade original.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Itamar Borges.

 

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O Sr. Presidente - ITAMAR BORGES - PMDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vitor Sapienza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Antonio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato.

 

O SR. Jooji Hato - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, assomo à tribuna, de certa forma, até constrangido. Faço mea-culpa porque, no Rio de Janeiro, assassinaram Carlos Eduardo Mendes de Jesus, 32 anos, músico, filho do coreógrafo Carlinhos de Jesus. Dois homens em uma moto atiraram no Carlos Eduardo, durante a madrugada, dois dias atrás, quando ele saía de um bar. Foram oito tiros.

Eu me sinto até impotente diante de um quadro como este. Meu caro Deputado Itamar Borges, estivemos com o Governador Anthony Garotinho quando ele ainda pertencia ao PMDB, num almoço no Hotel Jaraguá, perto da Câmara Municipal de São Paulo no centro de São Paulo. Na ocasião, quando ainda era vereador, disse a ele “Governador, o Rio de Janeiro está mergulhado num grau de violência sem precedentes. É muito ruim à cidade maravilhosa, que atrai tantos turistas.” Disse-lhe que havia vários projetos de lei em São Paulo, de minha autoria, e que o conjunto dessas leis é, na verdade, a Tolerância Zero. Perguntei “Por que o senhor não aplica essas leis que temos em São Paulo e dar ao Rio de Janeiro um pouco de sensação de segurança ao povo? E assim continuar atraindo turistas, nacionais e internacionais?” Ele respondeu “Vereador, você pode enviar esses projetos para mim?” Enviei-lhe, assim, todos os projetos de lei, inclusive o da Moto Sem Garupa. Naquela oportunidade disse ao Governador que o capacete vira uma máscara, pois os marginais escurecem o visor, ou usam-no espelhado, de tal modo a dificultar o reconhecimento. Disse-lhe ainda “A moto é muito rápida. Ela é usada em Cali e Medellín para assassinar as pessoas na guerra do narcotráfico.” O prefeito local então proibiu o uso da garupa, ocorrendo o mesmo em Bogotá e em várias cidades italianas e espanholas.

Houve então preocupação dos governantes para proibir a garupa de moto. Infelizmente, eu ainda não consegui isso em São Paulo durante todos esses anos. Há mais de uma década tenho lutado para que seja retirada a garupa por um período de seis meses, ou um ano, em caráter experimental. Assim, o filho do nosso Governador Geraldo Alckmin, Thomas, talvez não tivesse sido assaltado, na Marginal Pinheiros, em plena luz do dia; o mesmo com o ministro Melo, que foi assaltado em Congonhas. No dia 12 de novembro, há nove dias, um vigilante que estava trabalhando e estava dentro do carro estacionado, próximo ao Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi, recebeu ordem para sair do carro. Aí mandaram ele tirar o colete à prova de balas, depois que ficasse de joelhos. Aí eles atiraram na sua cabeça.

Isso ocorre porque os marginais se sentem impunes estando com uma moto, que é rápida, e usando capacetes - ninguém os reconhece. Na sexta-feira passada, um contabilista de 43 anos voltava do seu trabalho pela Marginal Pinheiros. De repente, ele foi assaltado. Os assaltantes mandaram-no correr. Na fuga, ele foi atropelado por um Honda Civic cinza, e depois por uma van. Era de manhã, por volta das nove, nove e meia.

Tudo isso é muito triste. São fatos que poderiam ser evitados se tivéssemos aprovado este projeto que está tramitando nesta Casa. Quero dizer a todos os deputados que esta Casa de Leis pode aprovar uma lei que vai salvar vidas, que vai ajudar a todos nós termos incentivo para pouco mais de segurança e darmos exemplo a outras cidades.

Tivemos, por exemplo, em Campinas, a suspeita de que quem matou o Toninho, prefeito de Campinas, estava na garupa de uma moto. Há inúmeros casos como da Preta Gil, Luciano Huck que, felizmente, não foram assassinados.

Termino a minha fala agradecendo a Deus por esta oportunidade na tribuna. Tenho a esperança de que esta Casa vote, o mais rápido possível, o projeto de lei da moto sem garupa para trazermos um pouco mais de segurança para a nossa cidade e para o nosso País. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - ITAMAR BORGES - PMDB - Tem a palavra a nobre Deputada Regina Gonçalves. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roque Barbiere. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Gerson Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adilson Rossi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Orlando Bolçone. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vinicius Camarinha. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Fernando Capez. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Itamar Borges. (Na Presidência.) Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Cândido. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlão Pignatari. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adriano Diogo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público que nos assiste, a ‘Folha de S.Paulo” publicou no último dia 19 que a Justiça afastou o presidente do Metrô por conta das irregularidades da Linha 5, a Linha Lilás, da região Sul onde moro e também o Deputado Carlos Giannazi. Infelizmente, quem sofre com isso é a população dessa região.

Há muitos anos que pedimos e aguardamos a construção do metrô. Essa região começou errado desde a época de Mário Covas. Quando ele construiu um pedaço de metrô, que começava no Capão Redondo e terminava no Largo 13, foi batizado de “metrô que não chegava a lugar nenhum”.

Naquela época, já questionávamos por que construir o metrô num bairro da Zona Sul de São Paulo até o Largo 13, e que não tinha ligação com mais nada, nem com o trem da CPTM, nem com outra linha do metrô.

Depois de muito tempo, a população cobrando, os parlamentares cobrando, veio a licitação dessa Linha 5 que está causando muitos problemas porque o Governo do Estado de São Paulo errou. Diferentemente de outras linhas, ele adotou um método que só poderia dar nisso que deu. A ‘”Folha de São Paulo”, seis meses antes, denunciou quem iria ganhar os lotes.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato.

 

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O que o Governo fez? Ele colocou que dos oitos lotes dessa licitação quem ganhasse um lote não poderia concorrer com os demais lotes. O que aconteceu? Uma empresa ganhou o primeiro lote, depois não pode mais concorrer aos demais, a segunda, terceira, quarta, assim por diante. Isso fez, obviamente - e essa foi a denúncia -, com que houvesse um acordo entre os concorrentes e elevasse o preço tirando o primeiro lote dos demais lotes.

Para se ter uma ideia, o primeiro lote uma empresa ganhou no valor de 304 milhões e o segundo lote em diante ficou na faixa de 327 milhões. Por quê? Porque quem tinha um preço mais baixo, como tinha ganho os outros lotes, automaticamente ficou fora da licitação. Um método totalmente equivocado que só podia dar no que deu: o Ministério Público embargar as obras. O Governador recorreu. Depois de um período de paralisação das obras, prejudicando a população, prejudicando aquela região, o Governo retomou as obras ignorando as denúncias da "Folha de S.Paulo" e a decisão do Ministério Público.

No último dia 19 o Ministério Público pediu o afastamento do presidente do Metrô, o responsável pela licitação, e a imediata paralisação das obras. Caso isso não ocorra, o Estado pagará uma multa pesada, aliás, a população pagará. Um erro grotesco do Governo do Estado, uma licitação com cartas marcadas que elevou o preço prejudicando o Estado de São Paulo, prejudicando a população do Estado e agora esse imbróglio com a Justiça. O Governador disse que hoje iria recorrer e que parar a obra representa um prejuízo para a população por conta das multas que terá de pagar às concessionárias que ganharam a licitação. Erro do Governador, que teimou em fazer errado o processo desde o início. A "Folha de S.Paulo" recebeu esta denúncia, foi atrás e hoje o Ministério Público está comprovando este erro na Linha Lilás na zona sul de São Paulo. Esta é a forma de o PSDB governar.

Quem não se recorda da Linha 2 do metrô? Quem não se recorda do desabamento da Estação Pinheiros da Linha 4 do metrô? Pedimos uma CPI de vez que se comprovou que o método era equivocado e que daria prejuízo aos cofres públicos do Estado e agora temos todos esses problemas na zona sul de São Paulo, onde a população precisa de um transporte mais eficiente, problemas, aliás, que vêm desde a época do então Governador Mário Covas, uma obra equivocada, feita de forma incompetente e a população é quem sofre. Com isso, não se sabe quando se dará a inauguração dessa linha tão esperada que liga o Largo Treze à Chácara Klabin.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Bezerra Jr. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Orlando Morando.

 

O SR. ORLANDO MORANDO - PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, julgando que a oposição usasse de bom senso, não imaginava que viéssemos discutir este assunto, apesar de que a tribuna é para isso, a democracia se constitui de pontos de vista divergentes. Mas lamento profundamente esta crítica injusta feita pelo Deputado Enio Tatto, Líder do PT, por vários motivos e vou começar pelo mais importante na minha avaliação.

O que estamos colocando em jogo com esta decisão do Ministério Público - eu não quero entrar no mérito por enquanto - é o tamanho do prejuízo que a zona sul de São Paulo terá. Ainda hoje ouvia uma rádio importante da cidade entrevistando a população, a quem representamos aqui. As pessoas profundamente indignadas com a paralisação da obra.

Deputado Enio Tatto, V. Exa. que é um homem da zona sul de São Paulo, eu achava que V.Exa. torcia para que a obra chegasse o mais rapidamente possível em Santo Amaro, pois a zona sul clama por uma linha de metrô. Todavia, V.Exa. demonstra incoerência.

Hoje pela manhã fiz questão de cumprimentar o Presidente Lula - veja que absurdo - e o senhor sabe da grande divergência que tenho para com o seu partido, especialmente com o Presidente Lula, com quem já combati em eleições municipais. Mas, no ano passado, quando o Tribunal de Contas da União mandou parar as obras em aeroportos do país, o que fez em público o Presidente Lula? “No meu governo mando eu. Se o Tribunal de Contas quiser investigar é direito dele, mas, parar obra nem pensar.”

Acho que o presidente estava certo. Estou confiante de que ele estava certo, da mesma forma que está correto o Governador Geraldo Alckmin em defender o presidente do Metrô, Dr. Sérgio Avelleda, homem sério, respeitável, profissional de carreira da CPTM e que não tem na sua biografia um único arranhão em relação à transparência, à honestidade, à sua trajetória como homem público.

Usar desse artifício para fazer uma pirotecnia?! Quem nomeia os ministros da Dilma é o Ministério Público ou a Dilma? Não podemos aceitar que outras instâncias de poder interfiram. Têm todo o direito e devem apurar, devem investigar, devem ir aos limites do que se deve fazer, mas, afastar um presidente de Metrô, como foi feito, não concordo. Isso numa sexta-feira, às três e meia da tarde, sem que se possa dar margem de tempo para recorrer da decisão, indo a uma esfera colegiada onde mais de uma cabeça possa buscar a melhor sentença.

Acima de tudo, o que foi afetado é uma empresa pública que não é do Alckmin, não é do Avelleda, não é minha, nem de nenhum de nós, mas do povo de São Paulo! A companhia Metrô é uma das empresas mais respeitadas em São Paulo e no mundo pela capacidade de transporte que oferece. Mais de 3 milhões de passageiros/dia pela qualidade do serviço, pela eficiência, pelo nível de satisfação dos seus profissionais. O Metrô exporta tecnologia para o Brasil inteiro. E cidades, estados inclusive governados pelo PT veem buscar tecnologia no Metrô de São Paulo. Que não é do PSDB, apesar de em quase 20 anos o nosso partido ter colaborado muito para a história do Metrô. Agora, usar desse mecanismo para aplaudir a paralisação de uma nova linha de metrô, que vai conectar com a Linha 2, que vai conectar com a Linha 20? E São Paulo está esperando a Copa do Mundo!

O que eu esperava de V.Exa., nobre Deputado, era uma prestação de contas para saber como vão as obras - o senhor que é do PT - do Aeroporto Internacional de Guarulhos. Lá, gostaríamos até que o Ministério Público tivesse interferido, porque teríamos a certeza de que teria um contrato assinado para uma obra. O que vemos, hoje, é um apagão nos aeroportos do Brasil, principalmente em São Paulo. Acho que no aeroporto de Congonhas, hoje, tem mais gente do que no terminal rodoviário do Tietê, e nada de obra nova, nada de investimento, só blábláblá e discurso. Condenar e criticar um governo que realiza é a especialidade do PT.

Não concordamos. Estamos esperando que haja justiça, e não digo que a obra possa imediatamente ser retomada, porque não foi paralisada, pois segundo informações até ao meio dia o Metrô ainda não havia sido notificado, mas que essa liminar caia e que se garanta ao presidente do Metrô, Dr. Sérgio Avelleda, sua permanência. E, o que é mais importante, que no menor tempo possível o povo de São Paulo possa se orgulhar e usar a Linha 5 do Metrô.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - PARA RECLAMAÇÃO - Sr. Presidente, percebo que o líder do PSDB realmente veio bastante nervoso para defender o Governador Geraldo Alckmin, e se confundiu ao acreditar que eu estava vibrando. Sou morador da Zona Sul e V. Exa. também conhece a necessidade de um metrô nessa região. É por isso que os Deputados Carlos Giannazi, Major Olímpio e eu lutamos muito para que a estação da Adolfo Pinheiro fosse mudada. Conseguimos mudar pela primeira vez o projeto executivo do metrô através de uma luta enorme juntamente com a população e os lojistas. Sobre a Linha 5, é a Justiça quem fala e não eu. E pelo que eu saiba o Ministério Público não é do PT e nem de nenhum outro partido, ele é suprapartidário. Além da juíza, essa ação foi assinada por mais três promotores que são Silvio Antonio Marques, Marcelo Duarte Daneluzzi e Luiz Ambra Neto. Isso vem se arrastando por muito tempo, o que é errado.

O Deputado Orlando Morando entrou no mérito da licitação, não sei se ele está ciente da minha intervenção, na qual fiz uma retrospectiva apresentando que o erro foi que dentre os oito lotes, as empresas que ganhassem não poderiam concorrer nos demais. Quando se elimina a concorrência, eleva-se o preço. E foi o que ocorreu e é isso que o Ministério Público questiona: a elevação do preço. O primeiro lote teve um valor e os demais tiveram valores acima que o Ministério Público chegou à conclusão de 327 milhões a mais.

Queremos o metrô, a população precisa e não é bom que a obra pare, mas que seja uma licitação verdadeira, não seja camuflada e que não seja desta forma que foi denunciada pelo jornal “Folha de S. Paulo”, e que agora o Ministério Público comprova.

Deputado Orlando Morando, eu respeito muito Vossa Excelência, mas não vamos nos misturar com o aeroporto, deixe que os Deputados Federais discutam isso. O que nós queremos é discutir as obras e os investimentos aqui do Estado de São Paulo, pois o dinheiro precisa ser bem empregado e V. Exa. sabe bem disso porque, inclusive, fizemos um debate semelhante com a Linha 4 do metrô, ou lá também não aconteceu nada? Agora depois de inaugurada ela funciona muito bem, mas demorou e foi gasto muito além do que havia sido previsto. Sem contar com o desabamento da Estação Pinheiros que resultou em sete mortes, além de muitas pessoas ainda não terem o seu problema acerca da indenização resolvido atualmente.

Queremos o metrô e precisamos dele, inclusive que se estenda à região do ABC, Osasco e de Guarulhos. Precisamos de mais metrô para a Zona Sul visto que é o único meio de transporte que resolverá o problema da acessibilidade e do trânsito na capital de São Paulo. Mas que seja de forma correta e honesta e não da forma que vem acontecendo com a Linha Lilás que comprovadamente apresenta falcatruas.

 

O SR. ORLANDO MORANDO - PSDB - PARA RECLAMAÇÃO - Sr. Presidente, fico abismado com a incoerência. Primeiro, do Deputado Enio Tatto. Eu não sou funcionário e não participei da licitação, mas conheço o processo, e como Deputado acredito que seja uma obrigação de todos nós conhecermos a Lei nº 8666 que regra as licitações públicas do País. O Presidente do Metrô, Dr. Sérgio Avelleda, não assinou o contrato, o que claramente não justificaria o seu afastamento. E por que pediram o afastamento somente dele? A decisão foi colegiada de toda a diretoria do metrô.

Não estou aqui condenando. O Ministério Público tem seus direitos e corrijo que a juíza não assinou a ação, ela deu a sentença. São os promotores que assinam o pedido de liminar. Ela só concedeu a liminar e é este o trâmite do processo judiciário.

Segundo, não tem ninguém nervoso. Quem deve estar nervosa é a população da Zona Sul de São Paulo que está sem saber o porquê da paralisação da obra, e eu acredito que seja uma das mais importantes da Zona Sul de São Paulo.

Eu, como morador do ABC, se tivesse sido dada a ordem de serviço para o nosso futuro metrô, pode ter certeza que eu estaria muito preocupado e nervoso porque a mobilidade urbana é o grande desafio das regiões metropolitanas de São Paulo, do Brasil e do mundo. Não estamos discutindo temores mais calorosos de um ou de outro e, sim, que não se paralise uma obra de 4 bilhões como esta. O senhor se esqueceu de falar que a não continuação do Governo resultaria em indenizações milionárias, porque o processo licitatório não tem nenhuma contradição.

Quando o Governo assinou o contrato, assinou confiante de todo o trâmite. O que existe até agora, é uma denúncia de jornal. Fato comprovado, absolutamente nenhum! Nenhum fato concreto. Agora, imaginar que mediante denúncias se paralisa obras? Quando caiu o Ministro Alfredo Nascimento, foi denunciada que algumas obras estariam superfaturadas em mais de 1 bilhão.

Eu não vim aqui para condenar. Ainda não houve investigação, não tem uma decisão, e não podemos fazer um pré-julgamento e execração pública que em minha avaliação é o que tentam fazer, mas não vão conseguir com o Presidente do Metrô, Sérgio Avelleda. Acima de tudo, a importância da obra! Nós precisamos mais do que a Linha 5. Precisamos de cinco a seis linhas de metrô o mais rápido possível em São Paulo.

Qual é o custo para a população de São Paulo em não ter esta linha de metrô? Olha o tamanho do prejuízo! Cada dia parado pode chegar a 100 mil reais por dia a multa que o Estado tem que pagar para o consórcio ganhador. Não vamos fazer uma inversão de valores. Que se investigue e apure, mas paralisar a obra, não!

Eu fiz referência aqui, ao grande líder de vocês, que foi o Lula, que quando o Tribunal de Contas da União mandou parar a obra, ele falou: “Não, quer investigar, investiga, mas parar obra pública, não.” E olha que vocês nunca me viram aqui enaltecer alguma ação do Lula! Teve boas ações dele, não vou negar, mas quem governa, tem que ter pulso.

É com esse mesmo pulso que o Governador Alckmin durante todas as suas entrevistas se posicionou com muita clareza e muita transparência, inclusive, anunciando que o Governo do Estado está recorrendo da ação. Esperamos que no menor prazo possível, a Justiça dê o seu veredicto. Especialmente por parte deste Deputado, esperamos que a obra seja retomada.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Pela Lista Suplementar, tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi, pelo tempo regimental.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas e telespectadores da TV Assembleia, em relação a esse tema extremamente polêmico que foi a denúncia feita inicialmente pelo jornal “Folha de S. Paulo” sobre uma licitação fraudada, feita de forma irregular que trouxe para o Estado de São Paulo, um prejuízo de mais de 300 milhões de reais, lamentamos primeiro a suspensão da obra do Metrô da Linha 5, da nossa região na Zona Sul, em Santo Amaro. É uma luta histórica que temos pela construção de metrô, e também da ampliação da Linha Ferroviária, para que possamos atender a população e aperfeiçoar a mobilidade naquela região por meio do transporte sobre trilhos, que é a grande saída não só para a cidade de São Paulo, mas para toda a Região Metropolitana de São Paulo e para o interior também. Porque temos aqui a ditadura do transporte individual, feito por meio do automóvel, imposta pela indústria automobilística no Brasil há muitos anos, e todos sabemos disso.

Agora nós temos que fazer uma verdadeira inflexão nesse processo, até porque temos a questão do aquecimento global, e cada vez mais, temos que pressionar o Poder Público, os três entes federativos a Prefeitura de São Paulo, o Governo Estadual e o Governo Federal. Buscando também a ajuda externa como financiamentos do BID, do BIRD, e do Banco Mundial para que possamos financiar a expansão das linhas de Metrô e da CPTM não só na capital e na Grande São Paulo, mas também na Baixada Santista e no interior paulista. Essa tem sido a nossa luta e a nossa defesa aqui na Assembleia Legislativa, junto como os movimentos de transportes do nosso Estado.

Nesse caso específico da nossa região, como eu disse, é uma luta histórica que travamos há muitos anos, desde a década de 70, que lutamos pela expansão do metrô. A Zona Sul, foi muito penalizada neste aspecto porque nunca teve linha de Metrô, nem transporte ferroviário. Só agora, depois de muita luta, de muita dificuldade, conquistamos a extensão da linha Jurubatuba até a região do Grajaú, e a partir do ano que vem a CPTM vai fazer uma nova expansão do Grajaú até a região do bairro do Varginha. O que é pouco ainda. Temos que avançar pelo menos até a região de Marsilac, para atender toda a população de Parelheiros, de Vargem Grande, da Colônia, do Marsilac, e de tantos outros bairros. Temos mais de 200 mil habitantes daquela região que estão abandonados pelo estado. Nesse sentido lamentamos a paralisação da Linha 5 Lilás do Metrô.

Exigimos que ela seja retomada imediatamente, mas não podemos fechar os olhos para uma grande denúncia de corrupção, um prejuízo, um desvio, um superfaturamento de mais de 300 milhões de reais. Não é qualquer coisa. É um valor altíssimo que poderia ser utilizado para ampliação da Av. Belmira Marin, na região do Grajaú; daria para ampliar a estrada de M’Boi Mirim, uma região extremamente estrangulada. Inclusive, na semana passada, tivemos duas grandes manifestações: uma na própria estrada de M’Boi Mirim e outra na região da Belmira Marin, no Grajaú. Movimentos protestaram contra o caos no transporte público na nossa região.

O deputado Enio Tatto também é de lá e tem lutado muito, é um dos mais empenhados na luta em defesa do transporte público de qualidade em toda a região. Então, não podemos permitir que mais de 320 milhões de reais sejam superfaturados. Temos obrigação de fiscalizar. É obrigação do Ministério Público, é obrigação da Justiça e de todos os 94 deputados da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Não é obrigação só da oposição. Nesse sentido fazemos coro com o deputado Enio Tatto. Concordamos que tem que investigar. Temos que investir na expansão da linha férrea da CPTM, em toda a São Paulo, sobretudo na região da Capela do Socorro, M’Boi Mirim e Campo Limpo. E também na extensão do Metrô. Vamos acompanhar e exigir que haja a imediata liberação da obra. Na verdade a obra não foi paralisada. Queremos que ela nem seja paralisada, queremos que ela tenha continuidade e seja entregue no prazo correto. Temos que investigar. Não vamos tolerar isso. São 300 milhões de reais. Queremos que esse dinheiro seja investido em transporte público, principalmente na região da Capela do Socorro e M‘boi Mirim. Muito obrigado.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, queremos registrar a posição da nossa bancada. Não vimos aqui comemorar suspensão de construção de Metrô; muito pelo contrário, lamentamos. A população da zona sul lamenta. Mas é grande a quantidade de erros que vêm acontecendo na construção do Metrô em São Paulo. falei aqui, mas a mais simbólica foi a Linha 4. Foi mudado totalmente o método de construção. Onde deveria ter sido o tatuzão, ele não foi usado e aconteceu o que acontece, e deve ter muitos processos na Justiça. Isso é uma perda para o Estado de São Paulo, atrasa a obra, a população não tem metrô, que é um transporte eficiente, de qualidade.

Na zona sul há uma luta enorme para melhorar o transporte. É uma região em que o Metrô está chegando tarde demais. Trinta anos atrás se pedia o Metrô para a zona sul. A linha da CPTM chegou até Jurubatuba, agora chegou até o Grajaú. Há uma reivindicação e fizemos uma grande reunião, dois meses atrás, para levar a estação da CPTM até a estação varginha, onde tem o terminal do ônibus. É isso que queremos. Queremos que se resolva o problema da Belmira Marin, o problema do M’Boi Mirim. Agora tem a promessa do monotrilho. Mas, tudo isso em cima da coisa legal, da coisa justa, da coisa bem feita. Depois das discussões aqui, o que sobra é o dinheiro do imposto, das taxas, para pagar esses prejuízos.

E, queira ou não, assim como a Linha 4 do Metrô, que teve um acréscimo enorme, a Linha 5 também vai ter um acréscimo enorme, além desse problema da licitação. O Ministério Público nada mais está colocando, que se realmente fosse um processo bem feito, obedecendo às normas, obedecendo à legislação, o metrô de lá seria mais barato, e muito mais rápido, porque não ocorreriam essas suspensões, essa briga judicial, denúncias de jornal, que estão sendo comprovadas.

A Bancada do PT, desde o início, em maio, entrou com uma representação, não para parar a linha, mas que o Ministério Público apure. E o Ministério Público está apurando e chegando a essa conclusão. Infelizmente a decisão da Justiça, do Ministério Público, é de suspender, de afastar o Presidente, o que é muito ruim para a população.

Na verdade, quem errou, e está sendo comprovado, tem que ser afastado mesmo. Mas a obra não pode parar. Quem sofre realmente é a população. Essa é a posição da Bancada do PT, que vem trabalhando em cima desse assunto desde o início, desde inclusive a mudança do projeto executivo, junto com o Presidente e demais parlamentares, para que fosse construído o metrô lá, mas de forma correta. Um erro não justifica outro. Não é porque o metrô é necessário, precisamos, a Capital de São Paulo precisa, a região metropolitana precisa, que pode ser feito da forma como poucos pensam que pode ser feito.

Houve aqui realmente um equívoco, nessa questão do método de dividir por lotes: quem ganha um lote não pode concorrer em outro. Sabemos muito bem, Deputado Orlando Morando, V. Exa. sabe muito bem, que quem tem condições de construir metrô aqui em São Paulo e no Brasil, são seis ou oito empresas. Na medida em que são eliminadas duas ou três empresas, porque ganharam um lote, e concorrer com as demais, é óbvio que o preço vai subir. É óbvio que não vai ganhar quem tem o menor preço.

E foi comprovado. Na medida em que o Ministério Público determinou que fossem abertos os envelopes, o Ministério Público chegou a essa conclusão. Não é "chutômetro", não. Chegou-se a 327 milhões a mais porque os envelopes foram abertos, uma medida do Ministério Público, e ali se constatou que se a empresa que ganhou o primeiro lote tivesse ganho os demais consórcios, o custo da Linha Lilás seria de 327 milhões a menos. E não teríamos todos esses problemas.

Quero deixar bem clara a posição da Bancada do PT. Essa história de acharem ser favorável à suspensão de construção de metrô, isso é conversa. Ninguém é favorável. Queremos metrô, muitos quilômetros de metrô que, aliás, está muito atrasado na Capital e no Estado de São Paulo.

 

O SR. ORLANDO MORANDO - PSDB - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, começou a melhorar. O Deputado Enio Tatto já disse que não defende a paralisação da obra. Já melhorou, já está mudando do que começou. Mais um pouco de discussão e penso que ele defenderá a permanência do Sérgio Avelleda.

A Linha 4 - Amarela, só para recapitular, já transporta 400 mil passageiros por dia. Se dependesse da intervenção feita à época do acidente, o PT também queria parar a obra, o que nós não defendemos. Nós defendemos que se investigue, que se apure, mas parar obra, não, pelo contrário, São Paulo precisa de velocidade nas obras.

Quero fazer uma correção. Ele falou sobre o modelo "turn-key". O "turn-key" é um pacote global que se contrata. Na verdade, nada tem a ver. Os dois métodos discutidos para fazer metrô são o "shield", o famoso tatuzão, ou é o método mineiro, que é o chamado método para escavação. Só conheço pela convivência, não sou engenheiro. Minha formação é em Administração, em Direito, e me limito àquilo que me transmitem, e então não quero entrar nos métodos, que é o menos importante.

O importante é que a obra seja retomada, melhor, que a obra não seja paralisada, porque São Paulo clama, a Zona Sul quer. E a Justiça vai tomar a decisão. O que ocorreu foi uma decisão de primeira instância, que tenho até o direito de não concordar, mas respeito. O Governo do Estado está recorrendo, e a Justiça dará o seu veredicto.

A nossa preocupação é com uma interdição, uma paralisação da obra, até porque São Paulo iria pagar a conta disso. É o que não queremos. É exatamente por respeitar o dinheiro público que estamos contrapondo estas posições, porque entendemos que elas não são favoráveis à população de São Paulo. Esse valor trazido por ele, que a obra foi acrescida, isso é opinião do Ministério Público, é uma parte falando. Não podemos achar que uma petição tem valor de sentença, de causa decidida. É importante ter cuidado para que não façamos um pré-julgamento e deixemos pessoas honestas, corretas passarem por uma execração pública. Isso não vamos permitir.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, esgotado o tempo destinado ao Pequeno Expediente.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, gostaria de continuar insistindo numa exigência que estamos fazendo há um bom tempo pela tribuna da Assembleia Legislativa, na Comissão de Educação e na última audiência pública realizada pela própria Comissão de Educação em relação às férias dos professores da Rede Estadual de Ensino. Vamos continuar falando semanalmente, denunciando a Secretaria da Educação enquanto não revogar a Resolução nº 44, de 2011, que fragmentou as férias de janeiro dos professores da Rede Estadual. Dividiu em 15 dias em janeiro e 15 dias em julho.

Já estamos partindo para o encerramento do ano letivo. Hoje é dia 21 de novembro, dentro de alguns dias a Rede Estadual começa seu processo de recesso escolar. Até agora a Secretaria da Educação não revogou essa danosa e perversa resolução que ataca frontalmente um direito dos professores garantido pela Constituição, as férias de 30 dias no mês de janeiro.

Fizemos uma pesquisa e não encontramos nenhuma Rede Pública de Ensino que tenha apenas 15 dias de férias no mês de janeiro para os professores. Isso é um ataque frontal, mais uma maldade realizada pelo Governo Estadual contra os profissionais da Educação, os nossos professores, que já são prejudicados com os baixíssimos salários, com as precárias condições de trabalho, com a falta de estrutura humana e material para que haja o desenvolvimento correto do processo ensino-aprendizagem. Os professores, que enfrentam a superlotação de salas, a violência nas escolas, agora são atacados por mais uma medida do Governo. Em vez de o Governo melhorar essas condições que estamos apresentando, o Governo cria mais uma dificuldade para o Magistério estadual. Isso tem prejudicado muito a Rede, tem gerado um verdadeiro terrorismo psicológico com os professores da Rede Estadual.

Exigimos a imediata revogação dessa resolução. Da nossa parte, já tomamos providências, já pedimos a convocação do Secretário da Educação na Comissão de Educação. Parece que ele estará presente no dia 30. O principal ponto da pauta será essa discussão da divisão das férias. Também apresentamos dois projetos que já tramitam pelas comissões da Assembleia Legislativa. O primeiro deles é em relação à institucionalização das férias de 30 dias. Vamos transformar as férias de 30 dias em janeiro numa lei estadual para que nenhum outro secretário ou governador tome uma medida tão autoritária e danosa para os professores como a tomada pelo atual Secretário de Educação.

Ao mesmo tempo, também protocolizamos outro projeto importante para revogar a Resolução nº 44, de 2011. É nesse sentido que apelamos novamente e exigimos que o Secretário Estadual de Educação não cometa mais esse crime, mais essa maldade contra o Magistério Municipal, que já tem a sua vida funcional repartida em categorias - L, O, F -, que são prejudicadas no processo de atribuição de aulas, nos salários.

O Governador apresentou um ínfimo reajuste salarial, que não repõe nem as perdas inflacionárias do passado, nem paga o passivo trabalhista com os servidores da Educação. Mesmo assim, o Governador parcelou esse percentual em quatro anos, até 2014, esvaziando completamente qualquer possibilidade de reajuste real dos salários, que dê conta de compensar minimamente as perdas inflacionárias. Nem afirmamos que seja reajuste salarial, é uma compensação das perdas salariais de tantos anos que não foram pagas aos servidores de uma forma geral, sobretudo aos servidores da Educação.

Para os professores tudo se reparte: dividem as férias, dividem as categorias, dividem também os reajustes. No entanto, as dívidas dos professores não são repartidas dessa maneira. É nesse sentido que vamos continuar a exigir, principalmente no dia 30, que o Secretário venha a esta Casa já com a proposta de revogação da divisão das férias dos professores da Rede Estadual.

 

O SR. Carlos Giannazi - PSOL - Sr. Presidente, como meu tempo terminou, gostaria de utilizar a tribuna pela vice-Liderança da Minoria.

 

O Sr. Presidente - Jooji Hato - PMDB - É regimental o pedido de Vossa Excelência.

 

O SR. Carlos Giannazi - PSOL – PELO ART. 82 - Sr. Presidente, ainda no diapasão de cobrar a Secretaria da Educação em relação à não divisão das férias no mês de janeiro, o que é uma afronta aos professores da Rede Estadual, gostaria também de aproveitar a oportunidade e cobrar que o Governo Estadual cumpra a lei federal que criou o piso nacional salarial dos professores das escolas públicas.

Essa legislação foi aprovada há três anos pelo Congresso Nacional, sancionada pela Presidência da República e, mais do que isso, julgada pelo Supremo Tribunal Federal. Essa lei está em plena validade em todo o território nacional, mas o Estado de São Paulo não respeita a legislação e, sobretudo, não respeita o artigo que versa sobre a instituição da jornada do piso, que tem que ser, no mínimo, de 33% da jornada de trabalho.

Está na lei, no entanto, o Governo de São Paulo não respeita. O professor da Rede Estadual só tem direito a 17% da hora-atividade do trabalho que ele desenvolve fora da sala de aula, preparando as aulas, corrigindo as avaliações, fazendo leituras, atendendo pais de alunos, fazendo reuniões pedagógicas. Apenas 17% da jornada de trabalho são utilizados para esse fim, no Estado de São Paulo, quando a média nacional é de 30 por cento.

Agora, a nova lei, que está em pleno vigor no Brasil, exige que 33% da jornada de trabalho sejam destinados à hora-atividade, a esse trabalho importante que o professor realiza fora da sala de aula.

O Estado de São Paulo não cumpriu a lei aprovada em 2008. A lei não foi cumprida nem pelo ex-Governador José Serra, nem pelo ex-Governador Alberto Goldman e nem pelo Governador Geraldo Alckmin, que está praticamente encerrando o primeiro ano do seu mandato.

A legislação está sendo afrontada e, com isso, o Magistério Estadual é afrontado, os professores da Rede Estadual são afrontados. Mais do que isso, os grandes prejudicados são os mais de cinco milhões de alunos matriculados nas mais de cinco mil escolas da Rede Estadual. Esses são os maiores prejudicados por conta do arrocho salarial em cima dos professores, da compressão salarial e, sobretudo, da manutenção de uma jornada que afronta a legislação federal. É uma jornada extremamente estafante, perversa até porque impede que o professor se dedique à pesquisa, ao atendimento da comunidade e, principalmente, a sua própria formação continuada, fundamental para que possamos oferecer qualidade de ensino. É a lição de casa que qualquer governo tem de fazer para melhorar a Educação do seu estado e pagar salários dignos para os profissionais da Educação, estabelecendo uma jornada adequada de trabalho para que os professores não tenham de acumular muitos cargos em várias escolas. E, de preferência, trabalhando numa escola só, mas com salário satisfatório e com jornada adequada.

O terceiro item é o investimento em formação continuada. É por isso que defendemos que a cada três anos fique durante um semestre estudando, fazendo cursos de formação. A Secretaria da Educação pode muito bem fazer convênios com as universidades públicas como a Unicamp, a USP, a Unesp, inclusive com as federais, fazendo convênios para que os professores tenham acesso aos cursos de formação, e com remuneração, logicamente.

Esse é o verdadeiro investimento em Educação. Se o Governo fizesse pelo menos essa lição de Casa, que se constitui basicamente em três pontos básicos como elenquei aqui, já teríamos resolvido 70% da crise educacional do Estado de São Paulo, que hoje patina com uma Educação de péssima qualidade por falta de investimento. Nem ao menos temos o Plano Estadual de Educação. A Educação de São Paulo está à deriva, sem norte e sem sul, não temos um projeto pedagógico definido pela sociedade, pelos professores. O que temos são programas fragmentados e improvisados do PSDB que se arrastam há muito tempo. Isso não dá certo porque não tem adesão da rede, não foram construídos coletivamente pelo Magistério estadual, nem pela comunidade estadual.

Exigimos, além da anulação da Resolução 44, de 2011 - que dividiu as férias dos professores, que o Governo estadual cumpra a jornada do piso da lei federal, juntamente com a jornada desse piso que é de no mínimo 33 por cento. A média do Brasil é de 30% e o Estado de São Paulo é um dos que menos investe: apenas 17 por cento. O Estado Mato Grosso investe 50% da jornada só em hora-atividade para que o professor possa se dedicar à pesquisa, à preparação das aulas e das avaliações, bem como à correção dessas avaliações.

Estamos no Estado mais rico da Federação, mas é São Paulo é um dos estados mais omissos e levianos com a Educação. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, solicito o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Esta Presidência, cumprindo determinação constitucional, adita a Ordem do Dia com o Projeto de lei nº 698, de 2011, vetado.

Sras. Deputadas, Srs. Deputados, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, esta Presidência vai levantar a sessão. Antes, porém, convoca V. Exas. para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia da Sessão Ordinária do dia 17 de novembro, com o aditamento ora anunciado.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 15 horas e 45 minutos.

 

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