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22 DE NOVEMBRO DE 2011

140ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidentes: JOOJI HATO, LUIZ CARLOS GONDIM, JOÃO CARAMEZ e BARROS MUNHOZ

 

Secretário: OLÍMPIO GOMES

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - JOOJI HATO

Assume a Presidência e abre a sessão. Registra a visita de alunos da Etec Maria Augusta Saraiva, do Centro Paula Souza, da Capital, acompanhados do Sr. Luis Marcos Pregnolatto. Transfere a data das seguintes sessões solenes: a pedido do Deputado Edson Ferrarini, do dia 02/12, às 20 horas, para o dia 12/12, às 10 horas, para "Homenagear os 180 anos de existência da Polícia Militar do Estado de São Paulo"; e, a pedido do Deputado Antonio Mentor, do dia 09/12, às 20 horas, para o dia 02/12, às 20 horas, para "Comemorar os 150 anos da criação da Caixa Econômica Federal". Saúda os Vereadores Mirins de Rio Claro, acompanhados do Vereador Juninho da Padaria, a convite do Deputado Aldo Demarchi.

 

002 - OLÍMPIO GOMES

Lê e comenta matéria, publicada no "Jornal da Tarde", de hoje, intitulada "Tucano teve 4.6 milhões de reais em emenda, fora do mandato", Critica Deputados que se recusam a assinar pedidos de CPIs, em troca de liberação de mais recursos por parte do Governo Estadual. Acusa a base aliada de negociar votações de matérias, de acordo com os interesses do Executivo.

 

003 - DONISETE BRAGA

Informa que, em breve, será divulgado relatório referente às ações desenvolvidas pela Frente Parlamentar de Enfrentamento ao Crack. Anuncia debate sobre as drogas, que deve ocorrer neste Parlamento. Reproduz reportagem, divulgada no programa "Fantástico", da Rede Globo, no último domingo, sobre o tema. Defende a previsão orçamentária de recursos específicos para o tratamento de dependentes químicos. Acrescenta que o problema das drogas tornou-se uma questão de saúde pública e de política de Estado.

 

004 - JOÃO CARAMEZ

Parabeniza o trabalho contra as drogas, realizado pelo Deputado Donisete Braga. Reconhece a importância da atuação das Guardas Municipais e da Polícia Militar, no sentido de inibir a presença de traficantes nas portas de escolas. Lembra a municipalização da Educação em Itapevi, ocorrida em 1996, ocasião em que ocupava a Prefeitura. Considera que a medida trouxe avanços para o setor, uma vez que houve maior liberação de investimentos do Fundep. Cita denúncia de professor, que acusa o atual Secretário de Educação de desviar recursos do Fundep para fins irregulares. Pontua que, há 7 anos, o Executivo Municipal está sob a gestão do PT.

 

005 - CARLOS GIANNAZI

Discorre acerca do compromisso do Brasil em erradicar o analfabetismo, o que, a seu ver, não tem acontecido. Alega que o País nunca combateu, de fato, o problema. Repudia a taxa de 28% de pessoas acima de 60 anos ainda analfabetas. Acrescenta que 9% dos adolescentes acima de 15 anos encontram-se na mesma situação. Combate o índice de 6,52% de crianças que, embora matriculadas em escolas públicas, são consideradas analfabetas. Diz que o cenário retrata a falência da política educacional, nos últimos anos. Sugere a elaboração de um Plano Estadual de Educação. Pleiteia que 10% da riqueza do País sejam investidos na Educação. Lamenta o piso salarial dos professores, de 1.187 reais, para uma jornada de 40 horas semanais.

 

006 - LUIZ CARLOS GONDIM

Assume a Presidência. Registra a visita de alunos da Escola Estadual Professora Josephina Galvão de França Andreucci, de Socorro, acompanhados das professoras Marlene Rizzato Azevedo e Selma Alves Pereira, a convite do Deputado Edmir Chedid.

 

007 - JOOJI HATO

Tece comentários sobre os prejuízos causados à sociedade, devido ao alcoolismo, como a falta de vagas em UTIs hospitalares. Elogia a lei que proíbe a venda de bebida alcoólica para menores. Atribui o sucesso aplicativo da norma à fiscalização de estabelecimentos, com punição por meio de multas. Informa o número do Disque-Denúncia, disponível para a população que queira delatar comerciantes que descumprem a legislação.

 

008 - JOOJI HATO

Assume a Presidência.

 

009 - LUIZ CARLOS GONDIM

Destaca perigos decorrentes do uso do raio laser. Comenta episódio vivenciado durante vôo que retornava de Brasília. Ressalta alerta por parte do comandante da aeronave, que sugere a elaboração de projeto de lei que proíba, no Brasil, o uso do laser com mais de 5 miliwatts. Relata fatos, ocorridos em Pernambuco e em Fortaleza, em que feixe de luz de raio laser quase provoca acidentes fatais, durante o pouso de aeronaves. Dá conhecimento de informações sobre o uso de raio laser, com ênfase aos riscos para a saúde e a aviação. Discorre sobre solenidade, ocorrida em Mogi das Cruzes, hoje, para a regularização de assentamento. Ressalta a presença do superintendente do Incra/SP, José Giácomo Bacarin, e do diretor de Obtenção de Terras do Incra, Synésio Sapucahy. Acrescenta que foi formalizada a posse da Fazenda Vargem do Rio Jundiaí, num total de 141 hectares de terra, que atenderá 44 famílias.

 

010 - CARLOS GIANNAZI

Comenta sua posição contrária ao PL 840/11, que versa sobre a privatização da Previdência no Estado. Ressalta o desconto de 20% para a Previdência, em folha de pagamento, que considera significativa redução nos salários do funcionalismo. Critica a aprovação de projeto que transforma em autarquia o Hospital das Clínicas, bem como o que destina 25% dos leitos hospitalares para atendimento a pacientes com planos de saúde. Repudia a privatização de parques estaduais, incluindo cachoeiras e cavernas.

 

GRANDE EXPEDIENTE

011 - JOSÉ ZICO PRADO

Cumprimenta o superintendente do Incra/SP, Senhor José Giácomo Baccarin, e o diretor de Obtenção de Terras do Incra, Synésio Sapucahy, pela defesa da reforma agrária. Comenta denúncias de repórter da "Folha de S. Paulo", a respeito de irregularidades na licitação em obras da Linha 5 do Metrô. Informa que a Comissão de Infraestrutura desta Casa, a qual preside, deverá tomar providências quanto ao caso. Critica a privatização do Metrô em São Paulo. Informa que a integração entre o terminal de ônibus de São Mateus até Piraporinha ou Diadema era gratuita até a privatização destas linhas pelo Governo Estadual. Combate o alto valor dos postos de pedágios em todo o Estado.

 

012 - TELMA DE SOUZA

Comenta a postura privatista do Governo Estadual quanto às estradas. Lembra sua estadia na Catalunha, Espanha, enquanto Deputada Federal, quando acompanhou discussão sobre quais bens estatais poderiam ser privatizados. Questiona se os pedágios não constituiriam bitributação, sendo pago em conjunto com o IPVA. Considera altos os preços dos pedágios. Informa que a Comissão de Saúde desta Casa deverá realizar inspeção no Hospital Guilherme Álvaro, de Santos, que teve UTI pediátrica fechada. Cumprimenta o "Jornal da Orla" e a Guarda Portuária, ambos de Santos, pelos respectivos aniversários. Convida os Parlamentares para evento da Marcha dos Prefeitos, hoje, no Auditório Franco Montoro desta Casa (aparteada pelo Deputado José Zico Prado).

 

013 - JOÃO CARAMEZ

Assume a Presidência.

 

014 - JOOJI HATO

Tece comentários sobre a questão das drogas e do alcoolismo. Lembra caso de cozinheira que esfaqueou a mãe e o padrasto, dia 20/11, em Franco da Rocha, ao descobrir que estes davam bebida alcoólica ao seu filho de oito meses. Defende lei, de sua autoria enquanto vereador, conhecida por "lei seca", que trata do fechamento de bares e do controle de bebidas alcoólicas. Comenta outros municípios que adotaram a medida (aparteado pelo Deputado Roberto Massafera).

 

015 - TELMA DE SOUZA

Informa participar da Frente Parlamentar de Combate ao Crack desta Casa. Considera que a compulsão por drogas pode ser substituída pela fé religiosa. Comenta lei, do Governador Geraldo Alckmin, que proíbe a venda de bebidas alcoólicas aos menores de 18 anos. Lembra que o Estado não pode se furtar ao seu papel fiscalizador em relação a esta questão. Cita as sessões solenes que presidiu, nesta Casa. Discursa a respeito da Marcha dos Prefeitos, que ocorre hoje, neste Legislativo. Considera que este evento poderá propiciar a discussão sobre a criação de regiões metropolitanas no Estado.

 

16 - JOOJI HATO

Assume a Presidência

 

017 - JOÃO CARAMEZ

Comenta decisão judicial que determinou a paralisação das obras da linha 5 do Metrô e pelo afastamento do presidente da empresa estatal, Doutor Sérgio Avelleda. Enaltece a conduta da autoridade. Lamenta que a população deva aguardar para ter acesso ao transporte público. Critica a sentença proferida e comunicou que houve decisão judicial anterior com parecer diverso.

 

018 - ENIO TATTO

Solicita a suspensão dos trabalhos por 30 minutos, com assentimento das lideranças.

 

019 - Presidente JOOJI HATO

Defere o pedido e suspende a sessão às 16h29min.

 

020 – Presidente BARROS MUNHOZ

Assume a Presidência e reabre a sessão às 16h59min.

 

021 - JOOJI HATO

Requer a suspensão dos trabalhos por 20 minutos, por acordo de lideranças.

 

022 - Presidente BARROS MUNHOZ

Defere o pedido. Convoca, para hoje, reuniões conjuntas das Comissões: de Constituição, Justiça e Redação, Segurança Pública e Assuntos Penitenciários e Finanças, Orçamento e Planejamento, às 17h02min; e de Constituição, Justiça e Redação, Defesa dos Direitos da Pessoa Humana e Finanças, Orçamento e Planejamento, às 17h10min. Suspende a sessão às 17 horas; reabrindo-a às 17h19min. Convoca sessão extraordinária, a realizar-se hoje, com início 10 minutos após o término desta sessão.

 

023 - EDSON FERRARINI

Requer o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

 

024 - Presidente BARROS MUNHOZ

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 23/11, à hora regimental, com ordem do dia. Lembra a realização da sessão extraordinária, hoje, às 19 horas. Levanta a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Olímpio Gomes para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - OLÍMPIO GOMES - PDT - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Sras. Deputadas e Srs. Deputados, esta Presidência tem a satisfação de anunciar a ilustre presença dos alunos da Etec Maria Augusta Saraiva, do Centro Paula Souza-SP, acompanhados do professor Luiz Marcos Pregnolatto.

Sem bem-vindos. Recebam as homenagens da Assembleia Legislativa. (Palmas.)

Esta Presidência atendendo solicitação do nobre Deputado Edson Ferrarini transfere a Sessão Solene convocada para o dia 2 de dezembro, às 20 horas, com a finalidade de homenagear os 180 anos da existência da Polícia Militar do Estado de São Paulo para o dia 12 de dezembro às 10 horas.

Esta Presidência atendendo solicitação do nobre Deputado Antonio Mentor transfere a Sessão Solene convocada para o dia 9 de dezembro, às 20 horas, com a finalidade de comemorar o Sesquicentenário da fundação da Caixa Econômica Federal para o dia 2 de dezembro às 20 horas.

Esta Presidência ainda saúda em nome de todos os parlamentares os vereadores mirins de Rio Claro, que nos visitam no dia de hoje acompanhados pelo responsável Vereador Juninho da Padaria. Eles visitam a Casa a convite do Deputado Aldo Demarchi.

Recebam as homenagens da Assembleia Legislativa. (Palmas.)

Tem a palavra o primeiro orador inscrito para falar no Pequeno Expediente nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Cláudio Marcolino. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Telma de Souza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vitor Sapienza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlão Pignatari. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adriano Diogo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alencar Santana. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Aldo Demarchi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários da Casa, cidadãos que nos acompanham pela TV Alesp, jovens cidadãos presentes nas nossas galerias acompanhando o dia a dia da Assembleia Legislativa, hoje o jornal "O Estado de S.Paulo" traz matéria com o seguinte teor: “Tucano teve R$ 4,6 mi de emendas fora do mandato”. A matéria expressa uma interpretação sobre os dados oficiais divulgados pelo governo do estado de relação de emendas parlamentares indicadas por deputados desta Casa. Diz que o atual chefe da Casa Cível, Sidney Beraldo, que era secretário de Gestão no mandato anterior, fez a indicação de 4,6 milhões de emendas.

Nobre Deputado Carlos Giannazi, nem vou perguntar quanto V.Exa., no exercício dos 4 anos, um dos deputados mais presentes e mais atuantes desta Casa conseguiu de convênios de indicações de emendas suas. Esse deputado, que ficou deputado somente de janeiro a abril, 4 meses, conseguiu 4 milhões e 600 por ano.

A resposta oficial o governo: “Qualquer cidadão pode fazer indicação de necessidades públicas e o governo entender que é uma necessidade pública.” Então, já misturou as circunstâncias, e, vergonhosamente, fica demonstrado que não há, não havia e continua não havendo o menor critério de necessidade pública.

Entendo, agora, nobre Deputado Carlos Giannazi, porque muitas vezes o governo consegue encher o lado da sua base parlamentar para votar projetos de interesse do governo. Põe, na salinha, ali, a subsecretária Rosemary Correa, que cuida das emendas de parlamentares, o líder do governo Samuel Moreira fica igual bedel, na porta do colégio, controlando os deputados, e os deputados constrangidos, como numa fila para sacrifício de gado no frigorífico vão entrando alinhadinhos e gritando sim, sim, muitas vezes sem saber o que estão votando.

Está aqui. O pagamento desse constrangimento é isso: liberação de recursos parlamentares, cala-boca, fora de colocar de joelhos, prostrar. É isso que assistimos.

Quando se fala na comercialização de emendas, que agora está em fase de apuração no Ministério Público, porque a Assembleia Legislativa com a sua democrática maioria não quis fazer apuração do caso. Continuamos com 30 assinaturas para instalação da CPI das Emendas. Está aqui, como é que se faz para deputado não assinar CPI para apurar desvios criminosos de emendas. É assim. Não precisa nem estar em mandato que consegue indicar 5 milhões por ano. Os deputados que estão em mandato se não se prostrar, se não se curvar e não vender literalmente a alma, no pior sentido da palavra, não consegue ter emendas encaminhadas por maior que seja a necessidade pública.

Venho, então, aqui, para mais uma vez lamentar o comportamento da Assembleia Legislativa por apenas 30 deputados assinarem a CPI das Emendas e 64 deputados - nobre Deputado Donisete Braga, V.Exa. e seu partido até fizeram o encaminhamento da CPI. Nós podemos dormir com a consciência tranquila. Mas quando se fala nessa questão de emendas... coisa pequena.”Olha, se votar com o governo você tem 2, 4 milhões, 6 milhões... Não precisa estar em mandato.” Se você não votar com o governo nem metade dos 2 milhões que estariam rubricados no Orçamento serão cumpridos. É o que aconteceu em relação às minhas indicações, em relação à indicação do Carlos Giannazi, indicação de deputados do PCdoB e indicação de deputados do PT. Pequenez, coisa mesquinha!

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga.

 

O SR. DONISETE BRAGA - PT - Caro Sr. Presidente Deputado Jooji Hato, quero cumprimentar V.Exa., os Parlamentares em plenário e saudar o público que nos acompanha nas galerias, o telespectador que nos acompanha pela TV Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo.

Sr. Presidente, estamos coordenando com 29 parlamentares da Frente de Combate ao Crack no Estado de São Paulo. Ainda neste ano vamos preparar um relatório dos trabalhos dessa Frente e fazer um grande debate nesta Casa aproveitando o debate que haverá nos próximos dias sobre o Orçamento par o exercício de 2012. Isso para poder garantir mais recursos e financiamento paras as políticas de prevenção e de combate ao crack no Brasil e especialmente no estado de São Paulo.

Vou reproduzir a matéria do “Fantástico” do último domingo sobre a questão do crack neste estado, uma pesquisa da Confederação Nacional dos Municípios. Seria importante que quem não acompanhou o programa possa ver essa importante matéria.

 

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- É exibido o vídeo.

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Fiz questão de tratar desse tema mais uma vez porque entendo que temos a nobre missão de enfrentar esse problema. Hoje o crack é questão de saúde pública e política de estado. Mais do que nunca temos que cobrar para que os governos municipal, estadual e federal possam integrar as políticas públicas com investimentos para que possamos vencer essa guerra.

Fizemos uma pesquisa que retratou exatamente a pesquisa da Confederação Nacional dos Municípios. Dos 645 municípios do nosso estado, temos 50 com população entre 50 e 100 mil habitantes, nos quais a droga lícita, o álcool, aparece com 38 % empatado com o crack. É um dado preocupante.

Portanto, através da Frente Parlamentar de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas queremos fazer um amplo debate no Estado de São Paulo e também esperamos que nos próximos dias a presidente Dilma Rousseff lance o Programa Nacional de Combate às Drogas para que possamos recuperar essas pessoas que partiram para esse caminho sem volta. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Antonio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adilson Rossi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Celso Giglio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Bezerra Jr. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Caramez, pelo tempo regimental.

 

O SR. JOÃO CARAMEZ - PSDB - Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, senhores e senhoras presentes nas galerias, inicialmente quero parabenizar o trabalho que o Deputado Donisete Braga vem desenvolvendo em relação ao combate ao crack. Realmente é um desafio muito grande que temos pela frente no sentido de combater esse mal que, sem dúvida nenhuma, é questão de saúde pública. Tanto o governo do estado quanto o governo federal tem obrigação de encontrar políticas públicas e meios para que consigamos vencer esse grande mal que assola a humanidade.

Costumo dizer que a droga não escolhe local, classe social, etnia ou religião. Todos nós, independentemente da classe social ou da posição ocupada, corremos o risco de ter alguém próximo envolvido com drogas, se não for bem instruído e bem orientado.

Penso que as prefeituras têm ferramentas nas mãos que muito podem ajudar: as guardas patrimoniais e as escolas municipais. Sabemos que o grande foco do traficante é a porta da escola; é lá que ele alicia o jovem, que poderá vir a ser seu possível comprador e, muito provavelmente, um futuro dependente químico. Por isso creio que as guardas municipais podem colaborar muito para que isso não ocorra, complementando as ações da Polícia Militar, a quem compete fazer o policiamento ostensivo e repressivo. A guarda municipal cuida do patrimônio público, e a escola é um dos maiores patrimônios públicos. Além do prédio, temos os jovens lá dentro, e a presença da guarda municipal pode inibir a atuação do traficante. Para isso precisaríamos também de professores e diretores estimulados e motivados a fazer um grande trabalho nesse sentido. E o grande estímulo e a grande motivação vêm a partir do reconhecimento do seu trabalho através de bons salários.

Então, minha vinda à tribuna é justamente para trazer uma denúncia que recebi de um professor da minha cidade de Itapevi, atualmente governada pela prefeita Ruth Banholzer, do PT.

Em Itapevi, a educação foi municipalizada em 1996, quando eu era prefeito daquela cidade. Fui um dos primeiros prefeitos a municipalizar a educação porque como professor entendia, e continuo entendendo, que o ensino público precisa estar mais próximo da administração municipal. Quem foi prefeito naquela época sabe da dificuldade que havia até para trocar um vidro quebrado de uma janela de escola; não havia dotação orçamentária para isso. Era necessário fazer uma ginástica para poder atender aquele pequeno conserto. E através da municipalização veio o recurso. Naquela oportunidade, através do FUNDEF e atualmente do FUNDEB - Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação. E uma das imposições da lei que criou esse fundo é no sentido que, pelo menos, 60 % de todo o recurso do FUNDEB deve ser aplicado na remuneração dos profissionais do magistério em efetivo exercício.

 Há sete anos, Itapevi é governada pelo PT e, pelas reclamações que ouvi, parece que durante esse tempo os professores não têm recebido tudo o que tem direito através dos recursos do FUNDEB.

O denunciante pede desculpas por permanecer no anonimato em decorrência da represália que teme sofrer diante da sua identificação. Mas vejo, na denúncia, que o secretário da educação de Itapevi não teve o menor problema em dizer que não iria  pagar o Fundeb porque, segundo ele, esse dinheiro deveria ser usado para reforma de escola – o que não pode; e para contratação de diretores adjuntos – o que também não pode. Acho que diretor adjunto virou sinônimo de cabo eleitoral. Todos sabemos que se aproxima a campanha eleitoral e é preciso estar atento para que a finalidade desse recurso não seja desviada.

Então, trago a denúncia desse funcionário público da prefeitura de Itapevi, já encaminhada ao Ministério Público, e cujo teor dou conhecimento a todos e peço que seja publicado no Diário Oficial.

“Prezado Deputado João Caramez,

Segue cópia de denúncia encaminhada ao Ministério Público de São Paulo, sobre “Desvio de Recursos do FUNDEB” em Itapevi. Neste sentido, peco-lhe que cobre as providências cabíveis.

Desde já, agradeço.

Primeiramente, informo-lhes que faço a presente denúncia de forma anônima por receio de represálias. Resolvi endereçar esta denuncia ao Ministério Público, logo após, tomar conhecimento de recente reunião entre o Sr. Ralph, Diretor da Escola Municipal “Bemvindo Moreira Nery” (localizada em Itapevi), e os professores daquela unidade escolar. Na quinta-feira (10/11/2011), ocasião em que ocorreu a referida reunião, o referido gestor escolar, disse que os professores do município não receberão o Bônus referente ao FUNDEB (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação). O Sr. Ralph alegou que de acordo com o Secretario Municipal de Educação, Sr. Edgard José Fiuza, o dinheiro do FUNDEB foi gasto com “reforma de unidades escolares, mudança de nível de docentes e contratação de professores adjuntos”. Uma das professoras presentes na ocasião, indignada com a resposta, disse que tal procedimento caracteriza “desvio de recursos do FUNDEB”, pois de acordo com a lei, este dinheiro não pode ser aplicado para tais fins.

O município de Itapevi, administrado pela prefeita Dra. Ruth Banholzer, já foi alvo de condenações por parte do Ministério Público de São Paulo, pois não realizava concursos públicos para a carreira docente, com o intuito de manter altos salários, de professores contratados (então denominados professores assessores) vínculos ao partido dos trabalhadores e demais partidos de sustentação ao governo, que faziam das escolas, currais eleitorais. Perante tal ilegalidade, o ministério público exigiu a abertura imediata de concurso público (em 2009). Porém, as irregularidades, na administração municipal, referentes ao setor educacional permanecem.

Os gestores (diretores, vice-diretores e coordenadores pedagógicos) das unidades escolares de Itapevi, são todos comissionados (cargos de confiança da prefeita). Nunca houve concurso público para ocupação de tais postos.

Apesar do concurso de 2009 para a carreira docente, a maioria dos profissionais aprovados em tal concurso, “intencionalmente”, não foram convocados. Ao invés de convocar estes educadores, com o intuito de manter “cabos eleitorais” deslocados de suas unidades educacionais de origem ou contratados nas escolas de Itapevi, a atual gestão vem praticando as seguintes ilegalidades:

- Diversos Professores de Educação Básica I (ensino de 1° ao 5° ano da Educação Básica), ligados a base de sustentação do governo, que legalmente não podem lecionar para o ensino Fundamental 2 (que exige formação especifica em Letras, História, Geografia, Artes, Matemática, Ciências e Educação Física), foram deslocados de suas escolas de origem para atuar na CEMEB - Governador Franco Montoro (única escola da cidade que oferece ensino de 6° ao 9° ano). A ilegalidade é explícita, pois todos sabem que profissionais que possuem apenas o magistério ou curso de pedagogia, não podem assumir aulas de matérias para os quais não tem formação.

- Inúmeros estagiários contratados - estudantes de faculdade ligados ao PT e demais partidos de sustentação do governo, tem assumido classes e aulas em escolas de Itapevi, a exemplo da mencionada CEMEB- Governador Franco Montoro. A irregularidade é tamanha, a ponto de um estudante de educação física lecionar, comprometendo a integridade física e a vida de alunos. A lei é nítida, ao proibir estudantes de educação física em lecionar.

- Não há transparência no uso de recursos da Secretaria Municipal de Educação, há rumores entre os funcionários públicos de uso de recursos, inclusive do FUNDEB, para a formação de caixa 2 para a campanha eleitoral de 2012.

- A administração municipal não realiza concurso para diretores e vice-diretores de escolas e coordenadores pedagógicos, para fazer das escolas feudos eleitorais, constantemente políticos usam as dependências das escolas para suas campanhas. Além disso, não há transparências no uso de verbas repassadas às escolas, a exemplo da mencionada CEMEB - Governador Franco Montoro.

Neste sentido, peço ao Ministério Público do Estado de São Paulo, que investigue e tome as providências cabíveis.

 

Desde já, agradeço pela atenção!

 

E-mail e endereço de pessoas e setores mencionados:

Secretário de Educação e Cultura - Edgard José Fiuza

Rua Dimarães Antônio Sandei, 123

Vila Nova – Itapevi/SP

CEP 06693-080

sec.educacao@itapevi.sp.gov.br

Telefone: (11) 4143-8400

 

CEMEB Bemvindo Moreira Nery

Av. Pedro Pauiino, 74 - COHAB

4141-4966

 

CEMEB Gov. André Franco Montoro

R. Pedro Martins Gonçalves, 125 - Cardoso

4142-8400”

 

Acho um crime o que está ocorrendo na Educação da nossa cidade de Itapevi, administrada pela Dra. Ruth Banholzer, filiada ao Partido dos Trabalhadores.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - É regimental o pedido de V. Exa e esta Presidência solicita a publicação integral desse texto.

Srs. Deputados e Sras. Deputadas, tem a palavra o nobre Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras Deputadas, Srs Deputados, alunos e professores aqui presentes e telespectador da TV Assembleia, gostaria de comentar os dados apresentados na semana passada pelo IBGE em relação a Educação Pública no Brasil e especificamente a questão do combate ao analfabetismo que tem se tornado um verdadeiro fracasso no Brasil. Desde 1988 quando nós aprovamos a Constituição Federal, a Constituição Federal Cidadã segundo o ex-Deputado Federal Ulysses Guimarães, que em seu Art. 214 havia uma clara menção à erradicação do analfabetismo no Brasil. O fato é que de 1988 até agora muitos anos se passaram e o Brasil continua com uma taxa altíssima de analfabetismo porque essa chaga social nunca foi tratada de forma adequada e não se combateu de fato através de uma política educacional com financiamento próprio essa situação.

Os dados são assustadores, pois ainda temos no Brasil 28% de pessoas acima dos 60 anos que são analfabetas, e nos adolescentes acima de 15 anos temos mais de 9% que são analfabetos. O dado mais assustador é em relação às crianças de 10 anos. Temos 6,52% de crianças nessa situação. Crianças que inclusive estão matriculadas em escolas públicas e mesmo estudando são analfabetas. Esses números são altíssimos e demonstram a falência da política educacional do Brasil nos últimos anos. Sem contar com as outras áreas referentes à qualidade da educação nos outros níveis de ensino, na educação infantil, ensino fundamental, ensino médio.

Essa crise na Educação é fruto, Sr. Presidente, da falta de investimento e da falta sobretudo da construção de um plano estadual de educação que seja construído coletivamente e determine o investimento de no mínimo 10% do PIB - Produto Interno Bruto - em escolas públicas do nosso País. O Brasil é um dos países que menos investem em Educação pública na América Latina e é por isso vivemos essa situação na qual não conseguimos combater o analfabetismo existente nas mais diversas faixas etárias da população brasileira. Segundo demonstram pesquisas do IBGE 6,52 % de crianças de 10 anos não sabem ler e nem escrever; acima de 15 anos temos aproximadamente 9% de adolescentes que se encontram nessa situação, e acima de 60 anos temos os dados de mais de 28% de pessoas analfabetas.

Diante disso, erguemos a bandeira dos 10% do PIB em Educação. Estamos lutando muito hoje em todo o Brasil juntamente com os movimentos sociais e as mais variadas entidades para pressionar o Congresso Nacional a votar no Plano Nacional de Educação, esse dispositivo que obriga o Brasil a investir os 10% da sua riqueza na Educação Pública. Só assim poderemos avançar em direção a um desenvolvimento sustentável, econômico, social, humano, tecnológico e ambiental.

Não há saída para o Brasil fora da Educação pública, porque 90% das crianças brasileiras estão matriculadas nas escolas públicas. O Brasil precisa hoje de um choque de investimento na escola pública, e, sobretudo de um choque de investimento no Magistério público, que vem sendo penalizado. Mesmo com a aprovação recente do piso nacional salarial dos professores, não tivemos avanços, porque o piso é muito baixo. O Brasil paga apenas um salário de 1.187 reais para uma jornada de 40 horas semanais para um professor. Esse é o piso para os professores das escolas públicas no País. Tínhamos que, no mínimo, dobrar esse valor, e ainda seria pouco.

E muitos Estados não respeitam esse piso, e muitos Estados ainda, como o Estado de São Paulo, não vem respeitando nem a jornada desse piso, que seriam os 33% da jornada de trabalho, que o professor teria para fazer o seu trabalho pedagógico fora da sala de aula, como preparar aulas, fazer pesquisas, leituras, preparar as avaliações, como também corrigi-las. O Estado de São Paulo libera apenas 17% dessa carga horária de trabalho.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Luiz Carlos Gondim.

 

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Temos que fazer uma grande reforma educacional no nosso País, que tem que ser construída coletivamente com os professores, com quem trabalha realmente dentro da sala de aula, com quem está dentro do sistema educacional, acompanhando o cotidiano das nossas escolas públicas.

Também temos que ter um verdadeiro choque de investimento em Educação, com no mínimo 10% do PIB, para que possamos avançar na oferta da qualidade de ensino. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CARLOS GONDIM - PPS - A Presidência tem a grata satisfação de anunciar a presença dos alunos da Escola Estadual Professora Josephina Galvão de França Andreucci, do município de Socorro, acompanhados dos professores Marlene Rizzato Azevedo e Selma Alves Pereira, a convite do nobre Deputado Edmir Chedid. A todos as homenagens do Poder Legislativo. (Palmas.)

Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, uma pesquisa nacional aponta as maiores preocupações dos brasileiros: saúde, violência e drogas.

Costumo dizer que jamais resolveremos o problema da segurança, da saúde, se não controlarmos a bebida alcoólica que é oficializada, e também as drogas ilícitas, que certamente causam um prejuízo enorme para o SUS, colocando vários pacientes enfileirados nos pronto-socorros, nos hospitais, que não têm leitos cirúrgicos, leitos clínicos, leitos de UTI. O médico, na porta do pronto-socorro, é obrigado a escolher quem vai viver e quem vai morrer.

Se não tivermos uma retaguarda, leitos, as condições para salvar aquelas pessoas, certamente esses pacientes vão morrer. Não há vagas, é só ligar para qualquer hospital hoje, aqui na Cidade de São Paulo e muitos do interior. É uma loucura total.

E ficamos aqui alimentando essa violência, de braços cruzados. Precisamos reagir. Não podemos aceitar mais adolescentes pelas ruas de São Paulo, pelas ruas das cidades do interior e em locais de alto risco, sendo utilizadas por traficantes, fazendo uso de drogas inclusive, e sendo até exploradas sexualmente. Precisamos mudar esse curso.

Quero aqui, neste instante, parabenizar uma lei que aprovamos nesta Casa: a lei que proíbe venda de bebidas alcoólicas para menores. Essa lei foi enviada pelo Governador Geraldo Alckmin e está tendo sucesso, porque agora está tendo fiscalização. Essa lei já é antiga, mas ela não punia juridicamente aqueles que vendem, e sim na forma penal com processos, mas eu nunca vi ninguém ser processado ou preso por vender bebidas alcoólicas para menores. Mas agora, não! Agora fecha o boteco, fecha o restaurante, fecha os estabelecimentos dos maus comerciantes que vendem bebidas alcoólicas para adolescentes.

Neste sábado, iniciando a fiscalização com a aplicação desta lei, tivemos pelas ruas das cidades do Estado de São Paulo, por 645 municípios, foram 1.168 estabelecimentos inspecionados com aplicação de multas.

O primeiro estabelecimento a ser multado, foi um que fica à Rua Augusta, aqui na Capital, mas houve aplicação de várias multas, sendo que na Capital foram oito, na Região Metropolitana foram duas e houve dez atuações em outras cidades, que vendiam bebidas alcoólicas para adolescentes.

Eles não conseguem ainda entender, mesmo com a aprovação da lei, o malefício que causa, vendendo bebidas alcoólicas. Eu não digo o mal que causa apenas para adolescentes, mas para marmanjos também.

Eu quero dizer aqui, meu caro Presidente, que várias cidades foram fiscalizadas: Santo André, Mogi das Cruzes - cidade que V. Exa. reside, Campinas, Franca, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Santos, Sorocaba, Taubaté, enfim, várias cidades.

Quero também dizer, que a população pode ajudar muito. Os telespectadores que estão nos ouvindo, podem ajudar muito.

Existe o Disque-Denúncia que vocês podem utilizar, ligando para o número 08007713541 e denunciar aqueles maus comerciantes que vendem bebidas para menores. Há também um formulário no site da Lei Antiálcool.

Quero terminar nossa fala aqui, meu caro Presidente, dizendo que a multa pode chegar até a 87 mil e duzentos reais; uma interdição do estabelecimento por 30 dias; ou até a perda da inscrição e seu fechamento.

Quero ainda dizer que, dois dias antes do Governador Geraldo Alckmin ter sancionado a nova Lei Antialcool, a reportagem do R7 flagrou que a venda de bebidas para menores em bares, lanchonetes, lojas de conveniências, e postos de combustíveis na cidade de São Paulo, ocorria livremente.

Termino nossa fala aqui, meu caro Deputado Gondim, dizendo que essa lei caiu do céu, para salvar nossos adolescentes - nossos futuros herdeiros, desse malefício do século.

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CARLOS GONDIM - PPS - Tem a palavra a nobre Deputada Regina Gonçalves. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Geraldo Cruz. (Pausa.)

Srs. Deputados, Sras. Deputadas, esgotada a lista de oradores inscritos para falar no Pequeno Expediente, vamos passar à Lista Suplementar.

Tem a palavra o nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edinho Silva. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Fernando Capez. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Aldo Demarchi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Celso Giglio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alex Manente. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alencar Santana. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Orlando Bolçone. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adriano Diogo.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Carlos Gondim.

 

O SR. LUIZ CARLOS GONDIM - PPS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, vindo de Brasília, na quarta-feira, estava ao lado de um comandante que já tinha cumprido seu horário de voos. Ao pousarmos em Guarulhos, por volta das 22 horas, o avião recebeu um feixe de raio laser próximo da cabine e do primeiro assento, onde eu estava voando.

Fui a Brasília para resolver um assunto do Incra, um assentamento, e aconteceu esse fato. O comandante que estava a meu lado me perguntou se havia a possibilidade de eu fazer uma legislação para proibir o uso de raio laser, principalmente com mais de cinco miliwatts no Brasil. Em todos os lugares já existe uma legislação, menos no Brasil.

Fui me aprofundar da matéria. Descobrimos que, em Fortaleza, na aproximação de um voo próximo a uma zona urbana, o piloto recebeu esse feixe de raio laser e a aeronave praticamente não pousou, e sim se jogou. Esses aviões são feitos para, no pouso, jogarem-se e não acontecer nada. Mas poderia ter acontecido. Ele poderia ter batido de bico.

Gostaria de ler o que apuramos em relação ao raio laser:

“O grande perigo das canetas laser. O uso irrestrito das canetas laser vem causando problemas. Os feixes de luzes verdes e vermelhas escapam às salas de aula e consultórios médicos e chegam a festas, estádios de futebol e até aos aeroportos. O que pouca gente sabe é que o que se tornou brincadeira pode se tornar perigoso.

Recentemente, a torre de controle do Aeroporto Internacional Pinto Martins, em Fortaleza (CE), acionou a Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops), para denunciar o uso de feixes de luz emitidos por canetas de laser verde, no entorno. De acordo com a ocorrência, as luzes estavam dificultando a visibilidade dos tripulantes no momento das aterrissagens.

As luzes podem desviar a atenção da equipe e, se aeronave estiver a pouca altura, é possível que não dê tempo para acionar algum comando. Neste caso, a brincadeira pode ser fatal.

Oftalmologistas afirmam que qualquer luz jogada direto na visão faz a pupila dilatar, provocando ardência nos olhos e ofuscamento momentâneo, mas que a exposição exagerada ao laser das canetas pode prejudicar a saúde ocular. Ele explica que os danos podem variar quanto à cor, ao comprimento da onda do raio laser e à amperagem.

Em relação à amperagem, o médico diz que os lasers a partir de 200 miliwatts (mW) já são capazes de causar graves lesões na retina.”

Estamos fazendo uma proibição de venda de canetas de laser de até cinco miliwatts. Você pode dar aula com uma caneta daquelas, mas não vai usar para um crime. É o caso do campo de futebol, que todos conhecem. A bola está se aproximando e eles jogam sobre o goleiro.

“Se for uma focalização direta, pode causar uma coagulação da mácula ocular (camada da retina), que é uma queimadura e, dependendo do grau, levar à cegueira.

Não é difícil ter acesso ao brinquedo. As canetas são vendidas livremente em lojas de eletrônicos e na Internet. Não há legislação para o uso do laser. Os produtos podem custar de R$ 19,90 até R$ 300,00. Há sites que oferecem lasers com leitura máxima de 420mW e que prometem alcançar até três quilômetros de distância na escuridão. A maioria das canetas é importada e não vem com informações em português. Mas é possível ver em destaque a palavra em inglês “dangerous”, que significa perigo.”

Pedimos que os deputados tomem conhecimento desse assunto e passem-no para a Comissão de Saúde, para que possamos ter uma legislação, pelo menos estadual.

Sr. Presidente, gostaria de comunicar os Srs. Deputados que hoje, junto com o Presidente do Incra, Sr. Baccarin, e com o Sinésio, estivemos em Mogi das Cruzes para o primeiro assentamento na Chácara dos Baianos, no Conjunto Santo Ângelo, próximo ao Rio Jundiaí. É uma luta, porque ainda faltam 388 famílias a serem assentadas, mas vamos vencê-la, temos certeza.

Portanto, o primeiro assentamento foi feito hoje, envolvendo 44 famílias, em 131 hectares de terra. Quero agradecer ao Incra e a todos os deputados que se empenharam nessa frente parlamentar. Muito obrigado.

 

O Sr. Presidente - Jooji Hato - PMDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. Carlos Giannazi - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público presente, telespectador da TV Assembleia, há pouco, participava da reunião de Líderes e recebemos um material da SPPrev, da São Paulo Previdência, explicando a proposta dos conteúdos que estão consolidados no PLC 840/2011, que institui no Estado de São Paulo a Previdência Complementar, que, na prática, nada mais é do que a privatização da Previdência dos servidores públicos do Estado. O projeto é de autoria do Governador Geraldo Alckmin e já tramita pelas comissões desta Casa de Leis.

Há muito, assim que o projeto foi protocolado aqui, estamos criticando essa medida, até porque há uma onda privatizante no Estado de São Paulo. Vários projetos que estão sendo discutidos correspondem a essa onda privatizante, a essa farra das privatizações, que é algo inerente aos governos do PSDB.

Assistimos à privatização da Saúde, na semana passada, pela aprovação de um projeto que praticamente privatiza o Hospital das Clínicas do Estado. Recentemente, também foi aprovado um projeto de lei que entrega 25% dos leitos hospitalares e das consultas médicas dos hospitais públicos para os convênios médicos.

E assim vai, sem contar as outras intenções do Governo em privatizar, em terceirizar, em entregar o Hospital Psiquiátrico da Água Funda para uma organização social de caráter privado, o que, na prática, é privatização. Houve até mesmo um anúncio recente do Governador Geraldo Alckmin de privatizar também os parques estaduais, junto com as cavernas estaduais, as cachoeiras estaduais, as florestas estaduais.

Nesse contexto é que discutimos agora o PLC 840/2011, que privatiza a Previdência dos servidores públicos do Estado de São Paulo. O nosso voto é totalmente contrário, pois é um absurdo que a Previdência seja privatizada.

O nome Previdência Complementar significa, na prática, privatização, imposição de mais perdas, do ponto vista previdenciário, aos trabalhadores do Estado de São Paulo.

De acordo com o material, a SPPrev considera esse projeto de lei uma medida pioneira entre os Governos Estudais e entre os Estados da Federação. Realmente, o Estado de São Paulo que tem sido governado há 17 anos pelo PSDB, nesse período ele tem sido um Estado pioneiro em privatizar. Sr. Presidente, este Estado tem sido, ao longo desses 17 anos, um grande laboratório das grandes privatizações.

É nesse sentido que fazemos oposição: nós, do PSOL, iremos votar contra a privatização da Previdência Social. Não podemos permitir isso! Sei que as bancadas do PSOL, do PT, do PCdoB e o Deputado Olímpio Gomes irão votar contra essa proposta pois ela visa penalizar os servidores que já foram penalizados com a reforma da Previdência, de 2007, em que houve aumento do desconto na folha de pagamento de todos os servidores do Estado de São Paulo.

Se este PL 840/11 for aprovado, os novos servidores que ingressarem no aparelho do Estado, como professores, médicos, e outros, terão quase 20% de desconto de previdência no seu holerite. Isso é um ataque frontal ao salário dos servidores do Estado de São Paulo. Por isso, conclamamos a todos os partidos, a todos os Deputados e Deputadas a votarem contra esse projeto. Já chamamos também todas as entidades representativas dos servidores do Estado de São Paulo a se mobilizarem haverá uma grande batalha nesta Assembleia Legislativa para barrar a aprovação desse nefasto e perverso projeto contra os servidores do Estado de São Paulo. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, esgotado o tempo destinado ao Pequeno Expediente, vamos passar ao Grande Expediente.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados, tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado, pelo tempo regimental.

 

O SR. JOSÉ ZICO PRADO - PT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários desta Casa e telespectadores que nos assistem pela a TV Assembleia, primeiramente, Deputado Luiz Carlos Gondim, eu quero dizer que foi uma satisfação ver V. Exa. cumprimentar, desta tribuna, o nosso superintendente do Incra José Giacomo Baccarin que já foi prefeito em Jabuticabal e Deputado Estadual nesta Casa. Em um curto espaço de tempo, ele viabilizou essa questão, para fazer justiça àquelas famílias que estavam no local há tanto tempo sem ser proprietários da terra.

Registro então, meus cumprimentos ao Baccarin que agora é superintendente Digo que nós todos estamos torcendo muito para que ele faça uma grande gestão no Incra. Sabemos da sua capacidade e de seu empenho, principalmente, pela causa da reforma agrária no Brasil que foi um dos temas que ele sempre defendeu.

Quero aproveitar para comentar um pouco sobre a questão da Linha 5 do Metrô que a bancada do PT tem denunciado há muito tempo nesta Casa. Primeiro, pela privatização dessa linha. Depois, durante toda a licitação, teve um repórter da “Folha de S.Paulo” que denunciou e registrou em cartório quais eram as empresas que ganhariam, trecho por trecho, a licitação. E o que ele registrou foi o que aconteceu. A Comissão de Infraestrutura da Assembleia Legislativa, da qual sou Presidente, pediu a convocação do consórcio para vir a esta Casa para dar esclarecimento. Convidamos primeiro o repórter da “Folha de S.Paulo”, mas a empresa informou que o ele está no exterior e voltará apenas em 2013. Não teremos, portanto, a confirmação do repórter.

Fizemos depois a consulta na Procuradoria da Assembleia Legislativa e constatamos que a Assembleia pode convocar o consórcio. É isso que pretendemos fazer amanhã na reunião da Comissão de Infraestrutura. Antes de a Assembleia Legislativa tomar iniciativa, o Ministério Público já tomou a decisão e suspendeu as obras. Penso que aí tenho um pouco de dúvida porque isso penaliza a população e atrasa o processo de um transporte público de alta capacidade. E a responsabilidade é do Governador, principalmente do ex-Governador José Serra que fez essa licitação. Isso foi confirmado pelo Governador Geraldo Alckmin.

Essa é a questão. Não podemos aceitar passivamente. Queremos esclarecimento porque a população não pode ser penalizada mais uma vez por um erro do Governo, que faz uma licitação fraudulenta e entregou um patrimônio do Estado para a iniciativa privada. E ela vai querer apenas o lucro dessa linha.

Registro então a minha indignação contra a privatização do Metrô em São Paulo da forma com que o ex-Governador José Serra e o Governador Geraldo Alckmin vêm fazendo com o transporte público. O pior é o que acontece no Terminal São Mateus. É uma luta que este Deputado travou há muitos anos. Lá, a integração era livre nos embarques. Quando o terminal foi inaugurado era ainda Governador Fleury, e quem desembarcasse nos troles poderia pegar ônibus e ir até Diadema sem pagar uma nova passagem. Foi uma luta difícil, mas vencemos. E a população, nesses 20 anos, não pagava para desembarcar em São Mateus, Piraporinha e Diadema.

Hoje, com a privatização daquela linha, mais uma vez o Governador Geraldo Alckmin vai penalizar a população pela irresponsabilidade em ter entregue a linha para a iniciativa privada. E agora alega que as contas não estão fechando e está cobrando um real na parte da manhã aos que tomam ônibus, e mais um real à tarde. Isso tem penalizado a população de São Mateus, de Piraporinha e de Diadema em mais dois reais por dia.

Vamos enfrentar essa batalha. Não vamos aceitar esse abuso do Governo, autorizando concessões onerosas. E agora dizem que o próprio Governador está reclamando do preço dos pedágios. Quem fez o preço dos pedágios foi o Governador Geraldo Alckmin que, na época, era o Presidente das PPAs. Foi ele que sinalizou e autorizou, na época vice-governador, a entregar as rodovias paulistas para a iniciativa privada, com todos esses reajustes feitos anualmente, acima da inflação. Hoje é o pedágio mais caro do mundo. Só neste ano a arrecadação dos pedágios no Estado de São Paulo soma em mais de cinco bilhões de reais.

Isso é um absurdo. Na época questionava o Secretário de Transportes dizendo que ele estava entregando uma mina de ouro para a iniciativa privada. Eu dizia que não tinha nada no mundo que desse mais lucro do que a concessão de rodovias neste Estado. E é isso que está acontecendo. Hoje, os próprios banqueiros são os maiores interessados nesse tipo de concessão porque dá mais lucro do que ser dono de banco. Para ir daqui até a Baixada Santista - a Deputada Telma sabe o quanto o cidadão paga - o pedágio é de R$ 20,10. Os que vão até a Praia Grande há mais um pedágio; até Peruíbe é outro pedágio. E paga na ida e na volta.

Estamos vendo o crime que este Governo vem cometendo neste Estado com essa questão das concessões das rodovias. E agora quer fazer uma experiência nova, cobrando por quilômetro rodado na região de Campinas. É um absurdo! Lá há um pedágio que constata que a maioria da população daquele trecho anda num espaço que não tem pedágio. Vai então constatar que os que não pagam hoje, depois que for por quilômetro rodado, terão de pagar. Não está então fazendo nenhum privilégio, não está melhorando em nada nessa questão do preço dos pedágios. Hoje paga quem passa pela praça. Depois, todos que saem da Indaiatuba e vai à cidade de Campinas vão pagar por quilômetro rodado. Hoje custa 17 centavos o quilômetro rodado, enquanto que no Governo Lula, na concessão das rodovias federais, tem cobrado 0,02 centavos por quilômetro.

Veja a diferença. E aí quando você fala com os tucanos nesta Casa, eles falam “Veja a qualidade da rodovia.” Pegue a Fernão Dias por exemplo. Hoje é uma rodovia segura. Talvez não tenha tanta pavimentação como ostentam as rodovias do Estado de São Paulo, mas a Fernão Dias está segura. Você pode viajar a Belo Horizonte com segurança, sem pagar um preço exorbitante.

Conclamo a toda a população de Diadema e de São Mateus: não vamos aceitar mais essa cobrança de pedágio no Terminal de São Mateus.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra, por permuta de tempo com o nobre Deputado Carlos Grana, a nobre Deputada Telma de Souza.

 

A SRA. TELMA DE SOUZA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, gostaria de continuar o que disse o Deputado José Zico Prado.

Moro exatamente na cidade de Santos, cidade que é ligada a São Paulo como todas as cidades da Baixada Santista pelo complexo Anchieta/Imigrantes. Esse completo é dos mais modernos do nosso Brasil e, diria até, em níveis mundiais.

Hoje, temos 40 minutos para fazer o percurso de Capital São Paulo a Santos. O nosso pedágio custa 20 reais e 10 centavos, mais aqueles outros, que já foi colocado aqui. No nosso entender, por mais que possam ser boas as rodovias ou os túneis, eles fazem parte de uma visão privatista que coloca as estradas como a possibilidade de não serem bens do Estado, mas bens a serem mantidos pelos usuários, pela comunidade, enfim.

Há algumas décadas, não são dois ou três anos, as nossas estradas não eram privatizadas pelo custo do pedágio. Estive uma vez na Espanha por conta do meu mandato de Deputada Federal e soube que na Catalunha, onde os socialistas realmente avançaram, lamentavelmente perderam a eleição no domingo na Espanha toda por conta da crise europeia, havia uma discussão de fundo sobre o que poderia ou não ser privatizado. A questão de fundo era: o que no estado de direito de um país pode ser privatizado sem ferir a soberania desse País. A saúde pode? Com certeza, não. A educação pode? Com certeza, não.

Para fazer uma relação público-privada, a questão das estradas entrou à baila e foi permitida uma relação. Estou contando da Espanha, não sei as experiências dos outros países. Houve uma situação diferenciada em relação a essa questão particular.

Eu até tolero a questão privatista das estradas. Não acho que a soberania de um país, como é no caso do petróleo, da saúde, da educação, possa ser autuada. Mas o preço, isto sim, precisamos discutir profundamente.

Vai haver um movimento contra esses preços dos pedágios, na sexta-feira. Quero levantar a questão que esse movimento não é contra o pedágio em si, embora até houvesse argumento nesse sentido. O pedágio é uma bitributação? Pagamos o IPVA para podermos andar com nossos carros pelas estradas. Verdadeiramente, já não pagamos esse valor para trafegar e será que o pedágio não se constituiria num segundo imposto ou, vice-versa, o IPVA no segundo imposto? Mais do que isso, quando se aumenta um pedágio, principalmente nas cargas, nos fretes, repassa para mercadoria o preço desse pedágio porque a mercadoria fica mais cara. Quando é alimento, tem-se de longe uma situação fantasticamente perversa de fazer com que isso chegue à mesa de pessoas mais caro. Essa é uma questão de fundo que ainda haveremos de discutir muito.

Aqui tem uma relação de clareza de como se cobra o quilômetro rodado para o pedágio.

 

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- Assume a Presidência o Sr. João Caramez.

 

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O SR. JOSÉ ZICO PRADO - PT - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Deputada Telma de Souza, na época eu era Deputado Estadual, aqui, já nas concessões das rodovias. A justificativa do secretário, na época, era para manutenção porque o Estado não tinha condição de manter as rodovias do Estado.

Essa discussão de manutenção é porque ela se tornou muito lucrativa. Era essa justamente a questão que levantávamos na época e que a Bancada do PT votou totalmente contra. Achamos que as estradas têm que ter uma boa manutenção. Lá passa vidas e vidas o dia todo. Então ela tem que ser muito segura, mas de 17 para 02 é muito. É isso que temos questionado. O problema não é o pedágio. O problema é o preço do pedágio.

 

A SRA. TELMA DE SOUZA - PT - Muito obrigada, Deputado José Zico Prado.

Terminando, quero dizer que penso que temos que discutir porque essa questão acaba inferindo e tendo consequências no direito de ir e vir das pessoas.

Estamos falando em pedágio, aumento de preço e também as questões de que não se suportava dirigir as questões básicas de manutenção das estradas, por isso precisava-se ter um plus? A mesma coisa aconteceu, na semana passada, em relação ao Hospital das Clínicas. Também a saúde não pode ser gerenciada? Então, os planos de saúde têm de ser passada adiante, terceirizada. Aí, uma discussão de fundo sobre como é que deve ser um Estado, se ele tem que ser de um tamanho exato para dar respostas a funções que se espera de uma nação ou se ele pode ser particularizado e privatizado com relações de lucro. Parece-me que a primeira hipótese é a melhor.

Por falar em Saúde, quero convidar as Sras. e os Srs. Deputados, senhoras e senhores, pessoas que se interessam pela questão da saúde para estarem comigo e com os Deputados da Comissão de Saúde na próxima sexta-feira, às 15 horas, no Hospital Guilherme Álvaro de Santos, um hospital estadual, que teve sua UTI Pediátrica fechada e já com dois óbitos de crianças por falta de condições para que elas fossem tratadas. É um escândalo particular da Baixada Santista e estamos para fazer uma averiguação na próxima sexta-feira, às 15 horas. Convido todos que estiverem nos ouvindo.

Por outro lado, quero fazer dois cumprimentos às aniversariantes deste ano: O “Jornal da Orla”, que temos há pelo menos 38 anos, fundado em 18 de novembro de 1973. É um seminário que, em 1996, passou a ser chamado “O jornal de todos” e ser dirigido por Edison Carpentieri enquanto seu editor-chefe, depois, também, em 1996, criar o “Jornal Local”, do mesmo grupo, para atender especificamente as informações da Zona Noroeste e Morros de Santos. Parabéns ao “Jornal da Orla” pela sua resistência em quase quatro décadas de existência.

A Guarda Portuária de Santos faz 98 anos. São 100 anos de atividades, tendo passado pela ação da ditadura e outros momentos difíceis que cercaram o Porto de Santos.

Passo a ler algumas questões informativas sobre essa Guarda Portuária:

“Criada em 17 de fevereiro de 1893, a partir do “Regulamento da Companhia Docas de Santos”, instituído por Floriano Peixoto, que deu à CDS, atribuição de policiamento interno do Porto de Santos. No entanto, só em 20 de novembro de 1913, foi baixado pelo então presidente da Companhia Docas, Cândido Gafrée, o primeiro regulamento para o serviço interno de Administração e Polícia. Por isso, a corporação comemora seus 98 anos, embora, oficialmente, esteja chegando aos 120 anos.

Originalmente, era uma guarda patrimonial. Com o crescimento do Porto, a Guarda ganhou projeção, tornando-se um órgão efetivamente de segurança. Em 27 de janeiro de 1966, no período militar, a corporação retrocede com o Decreto Lei n° 3. A coroporação ficou subordinada aos Capitães dos Portos. Era vedada toda e qualquer vinculação ou atividade de caráter sindical. Somente em 1988, a Guarda retornou ao comando da Companhia Docas, a esta altura já Docas do Estado de São Paulo, estatal vinculada ao Governo Federal e não mais propriedade das famílias Gafrée e Guinle, concessionárias do porto.

Hoje, a corporação funciona como um importante instrumento auxiliar das autoridades do porto, servindo à Alfândega, Polícia Federal, Capitania dos Portos, Polícias Civil e Militar, saúde sanitária, meio ambiente, usuários e trabalhadores.

A partir de 2003 as atividades tornaram-se ainda mais importante. Com a criação do ISPS Code, um código internacional contra terrorismo em portos, obrigou-se que as guardas de todo o mundo recebessem um serviço de inteligência. Atualmente, todo o cadastro e o controle de acesso de pessoas e veículos ao Porto de Santos é feito pela Guarda.

Em todo o Brasil, o principal pleito da categoria é ser elevada à condição de Polícia Portuária Federal. Há, inclusive, a PEC 59 para transformação em órgão autônomo, vinculado diretamente ao Ministério da Justiça, assim como ocorre com a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária.

Em sua simplicidade, a Guarda Portuária é nobre pelo leque de atividades múltiplas. Cabe aos representantes da nação ouvirem as vozes roucas das ruas, que clamam pela consolidação da instituição, porque o seu perfil sempre revelará os traços importantes da personalidade do caráter da Segurança Portuária a partir da Codesp.

O respeito, a manutenção e o aprimoramento da corporação é andar para frente no que tange à segurança portuária para que prevaleça sempre o público, legítimo e constitucional sucesso prático da Autoridade Portuária no âmbito dos portos brasileiros e do Porto de Santos, por onde passa 30% do Produto Interno Bruto da Nação.”

Termino fazendo um elogio à organização da Marcha dos Prefeitos que acontece no Auditório Franco Montoro desde ontem. A propósito, convido todos os deputados a participarem porque cada um terá, com toda certeza, o que referendar, o que oferecer aos senhores prefeitos presentes e àqueles que estão sendo representados por Secretários. Muito obrigada pela tolerância, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOÃO CARAMEZ - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato, por permuta de tempo com o nobre Deputado Carlos Grana.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectador da TV Alesp, de volta à tribuna quero reafirmar que há três grandes problemas que preocupam a população brasileira: a saúde, a violência e as drogas.A todo instante vivenciamos problemas com bebidas alcoólicas e drogas. Quantos acidentes não temos pelas ruas, pelas estradas de São Paulo e do País? Pessoas são mutiladas por atropelamentos, pessoas brigam em casa, nas ruas por motivos fúteis. Noventa e dois por cento das agressões por motivos fúteis são praticadas por pessoas alcoolizadas ou drogadas. Isso leva uma legião de pacientes aos prontos-socorros e aos hospitais. São leitos cirúrgicos e UTIs que não temos. Isso traz prejuízo ao SUS. Isso faz com que não se dê um atendimento médico hospitalar decente para a nossa população. Todos sofrem, todos pagam e o pior: pagam com a vida. Por isso digo: é preciso controlar a bebida alcoólica - essa droga oficializada - para diminuirmos a violência, segunda maior preocupação da população. Essa violência traz um infortúnio muito grande às famílias brasileiras.

Tivemos um caso muito triste na cidade vizinha de Franco da Rocha, dia 20. Uma cozinheira de 32 anos esfaqueou a própria mãe e o padrasto ao descobrir que o casal havia dado bebida alcoólica ao filho de oito meses para ele adormecer. Vejam a que ponto chega o ser humano! O fato ainda depende de confirmação, está dependendo de exames laboratoriais para responsabilizar estas pessoas que deram bebida alcoólica a uma criança de oito meses para fazê-la adormecer. A cozinheira havia acabado de chegar em sua casa e encontrou o bebê adormecido com cheiro de álcool na boca. Após uma discussão, a mulher pegou duas facas e golpeou a mãe no abdome. O padrasto, que tentou defender a companheira, também foi esfaqueado. Ele correu e teve de pular o muro da residência para escapar. Os dois foram socorridos pelos vizinhos e levados ao pronto-socorro. A agressora foi encontrada pela polícia sentada no chão chorando com o filho no colo. Vejam: é a bebida alcoólica ao lado das drogas que levam a fatos como este.

Nesse sentido, quero recordar um projeto de lei que aprovamos há mais de 10 anos na Câmara Municipal: o projeto de fechamento dos bares, também chamado de lei do silêncio ou lei seca. Este projeto se propagou por várias cidades do País, inclusive em Diadema diminuiu-se a violência por meio do controle da bebida alcoólica em mais de 80 por cento. Imaginem se déssemos cultura, educação, esporte aos nossos adolescentes ao lado do controle da bebida alcoólica?! Certamente iríamos construir um País melhor, uma sociedade melhor. Diadema adotou esta medida após a aprovação da nossa lei na Capital. Em Barueri o então Prefeito Gil Arantes, hoje deputado desta Casa, também sancionou a lei no município e diminuiu a violência. Em Hortolândia tínhamos 33 assassinatos por mês. Zerou quando o prefeito de Hortolândia aplicou a lei seca, a lei que fecha os botecos, a lei que fecha os bares. Fico muito feliz porque o País inteiro está aderindo a esta lei, mas quanto sofrimento não tive, quantas vezes uma parte da imprensa não me criticou. Eu tive uma oposição ferrenha, uma minoria barulhenta contra uma maioria silenciosa que nos apoiava. A Datafolha à época dava 62% de aprovação ao projeto. Um outro jornal de grande circulação que dizia que a população não apoiava o projeto dava 45% contra.

Quero dizer que vale a pena lutarmos; vale a pena fazer desta Casa uma trincheira contra essas drogas que invadem nossas casas, nossas escolas nossas universidades e nosso país causando prejuízos enormes em termos de acidentes são apenas automobilísticos, de trânsito, mas familiares. Como o caso de uma mãe que ao defender o filho de 8 meses esfaqueia a mãe e o padrasto, porque os dois deram bebida alcoólica ao filho de 8 meses para ele adormecer, nobre Deputado Massafera, que foi grande prefeito de Araraquara. Certamente aquela cidade chamada Morada do Sol, ordeira, pacífica talvez não tenha tantas pessoas que se embebedam, como acontece pelas ruas da Vila Madalena, do Itaim, de Moema, Santana e Tatuapé, que infernizam todo o entorno, que não deixam as pessoas dormirem.

 

O SR. ROBERTO MASSAFERA - PSDB - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Muito obrigado, nobre Deputado. Infelizmente esse é o assunto em pauta. Lembro-me de que há 15 anos, quando fui prefeito de Araraquara, esse era um problema também lá, na nossa cidade. Não só em toda a região. Esse é um problema cultural. As pessoas mais humildes, os trabalhadores braçais, aqueles que cortam cana, que apanham laranja, da qual a nossa região é muito rica, às vezes, por falta de comida, misturam um pouco de pinga com água e dão na mamadeira para as crianças.

Então, é um problema cultural que temos que corrigir pela educação. Mais até do que pela lei, pela educação. O álcool provoca lesões irreversíveis no cérebro da criança. Infelizmente, nobre Deputado, é um problema cultural e geral no Estado de São Paulo e no Brasil.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - Eu desconhecia esse fato, nobre Deputado, e fico muito triste, até porque a nossa cachaça é da pior qualidade. Somos o maior produtor de cachaça do nosso país, o que acarreta um malefício muito grande. Sabemos, hoje, que a maconha é que levava ao crack e ao oxi. Hoje sabemos que é justamente a bebida alcoólica que leva ao crack, cujo número de usuários hoje empata com o de pessoas que ingerem bebida alcoólica em demasia.

Temos que fazer, sim, desta Casa, uma grande trincheira, contra bebida alcoólica e drogas para diminuir a violência. Se não fizermos isso jamais teremos segurança, porque bebida alcoólica e drogas ilícitas levam a um grau muito grande de violência, e, se não controlarmos a violência jamais teremos saúde, eis que a violência leva as pessoas a ocuparem leitos que deveriam ser ocupados por pessoas com outras patologias.

Tenho esperança de que nós da Frente Parlamentar Antidroga, Anticrack, coordenada pelo Deputado Donisete Braga e outros deputados faremos desta Casa um grande trincheira para ajudar este país a resgatar o direito dos adolescentes ao futuro, à vida, à saúde. Agradeço a condescendência de V.Exa., Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOÃO CARAMEZ - PSDB - Tem a palavra a nobre Deputada Telma de Souza, por permuta com o nobre Deputado Marco Aurélio.

 

A SRA TELMA DE SOUZA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público que nos acompanha pela TV Assembleia, volto a esta tribuna para fazer um comentário sobre o assunto abordado pelo nobre Deputado Jooji at Hato, ou seja, às drogas.

Faço parte da Frente de Combate ao Crack e vejo com muita preocupação algumas situações que se avizinham de nós no tocante às drogas de maneira geral. Até hoje, por todas as linhas de psicologia, de psicanálise que temos tido no país e até mundialmente falando, apenas um fator tem tirado verdadeiramente o dependente de droga da dependência. É o fato de a compulsão ser substituída pela compulsão da religião. Não menosprezo a religião no sentido da fé, mas quero dizer que existe uma lacuna interna nas pessoas dependentes de drogas, quaisquer que sejam, algumas mais vorazes do que outras, que com certeza ainda não estamos chegando perto.

Nobre Deputado Jooji Hato, que se pronunciou sobre o tema, antes de mais nada tivemos na época da depressão dos Estados Unidos - anos 20-30 -, a Lei Seca. Há filmes a respeito. Nem por isso o álcool deixou de ser consumido. Por outro lado, se ele é uma porta aberta para outras drogas, acho que a compulsão para o uso dele, especialmente por parte dos mais jovens, a compulsão é de um modelo de sociedade que empurra nossos jovens e nossos adultos a uma ausência de perspectiva de futuro e a uma falta de sentido da vida. Não digo que o jovem esteja engajado nessa ou naquela situação. Falo de uma sociedade que traz valores particularmente isolados no sentido da existência humana e que faz com que essa solidão e outras situações internas e também neurológicas, fisiológicas e genéticas possam estar atuando.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato.

 

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Longe de mim eu achar que vamos ter uma solução para isso. É louvável que o Sr. Governador de São Paulo, por exemplo, faça uma lei para coibir o consumo de drogas pelos jovens, mas ele não pode ao vetar o artigo 5º da lei, que votaremos novamente ainda este ano, repassar aos comerciantes, aos donos de loja de conveniência e postos de gasolina a responsabilidade do Estado de fiscalizar. Seremos obrigados a debater essa questão aqui. Em Santos, na minha cidade, um jovem filho de uma pessoa muito conhecida na comunidade, numa madrugada em que foi comprar cerveja com o cartão de crédito o vigia do posto de gasolina, pessoa de idade, não permitiu e acabou falecendo. Uma situação dramática.

Então, há condições neurológicas, há condições fisiológicas, há condições de isolamento psicológico ou de outro fator psicológico além de toda indução que a propaganda faz para consumo da droga, qualquer que seja ela, direta ou indiretamente.

Voltaremos a este assunto que é bastante árduo e profundo. Aproveitarei o restante do meu tempo para discutir algumas ações a que me referi rapidamente. Uma delas é a possibilidade que tive nesta Casa de fazer quatro sessões solenes. Por ordem: em homenagem ao Santos Futebol Clube, pela conquista do Campeonato Paulista, deste ano; na comemoração dos 50 anos da Universidade Santa Cecília: ontem pela manhã, a comemoração dos 60 anos da Universidade Católica de Santos - Unisantos, pela qual sou formada; e finalmente a comemoração dos 50 anos da melhor arte que a cidade de Santos pode oferecer, que é o Coral Madrigal Ars viva, que canta do popular ao erudito, inclusive musica sacra, belíssimas peças de Nepomuceno, Vivaldi, Mozart e outros.

Após essas diversas homenagens, pude ver que venho de uma região que realmente tem o que oferecer além do pré-sal e além do porto de Santos, para todo Brasil. Ao mesmo tempo quero fazer uma ligação entre esta fala e a referida Marcha dos Prefeitos, que está acontecendo nesta Casa. Os prefeitos estão vindo com muita humildade a esta Casa para falar sobre questões de meio ambiente, de transporte, de saúde. Mas existe uma questão básica que precisa ser tratada e que só esta Casa tem autoridade para fazê-lo, que é legislar sobre o território, ou seja, o conceito de região metropolitana. Não entendo que uma unidade da federação, um estado, possa estar melhor credenciada para agir em defesa das comunidades que pertencem a ela, nas regiões metropolitanas, do que a própria comunidade e as ações que constituem a troca de informações, a troca de discussão.

Três meses atrás, votamos a criação da Região Metropolitana da Grande São Paulo. Isso foi extraordinário porque essa votação se arrastava pro algum tempo. No entanto, mesmo com essa votação não conseguimos colocar na força da lei ações de constituição do conselho popular da comunidade. Quando falo popular, não falo apenas do cidadão comum que vai falar das suas necessidades mais imediatas, a falta de escola, de saúde pública ou o buraco da rua. Falo de técnicos que pertencem às comunidades e que podem dar extraordinárias informações e sugestões para o conceito de região metropolitana e seu aperfeiçoamento.

Na minha região, a Agência Metropolitana da Baixada Santista é extremamente fechada nela mesma. Ela é uma repercussão do governo, seja ele do partido que for. Precisamos quebrar esses laços para que as pessoas que nela estejam postadas não sejam braços de determinado partido político, de determinada visão política, mas sim da múltipla ação e das múltiplas facetas que uma sociedade tem, qualquer que seja ela.

Faço essa sugestão porque às 17 horas vamos ter o encerramento com a Carta dos Prefeitos, no auditório Franco Montoro. O deputado Marco Aurélio, de cujo tempo estou me beneficiando para fazer essa fala, está empenhado em criar a Região Metropolitana do Vale do Paraíba, e eu mesma que tento mudar as dimensões geográficas e o contorno geográfico da Região Metropolitana da Baixada Santista, e outras regiões como a de Sorocaba, para cuja questão se volta o deputado Hamilton Pereira. Nós dois somos da Comissão de Assuntos Metropolitanos da Casa. Nada do que pedem os prefeitos poderá acontecer se não tivermos trazido para a estrutura local, para aqueles que são protagonistas da sua própria história, as decisões dos seus problemas. Não acho que sabem mais ou menos do que as estruturas do Estado de São Paulo. Mas acho que ao se fazer essa integração todos sairemos ganhando porque a democracia se fortalece, as visões políticas também, e mais, a população será ouvida, participante e protagonista da sua própria história. Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados e Sras. Deputadas, tem a palavra o nobre Deputado João Caramez, por permuta de tempo com o Deputado Geraldo Vinholi.

 

 

O SR. JOÃO CARAMEZ - PSDB - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, senhoras e senhores que nos assistem pelas galerias e pela TV Assembleia, venho a esta tribuna para falar de assunto que foi muito debatido no decorrer desta semana em decorrência da notícia que tivemos no fim de semana a respeito da decisão da juíza em paralisar as obras da linha 5 do metrô e determinar o afastamento do Presidente Sérgio Avelleda. Soube, há pouco, que o Desembargador José Roberto Bedran, do Tribunal de Justiça julgou o recurso do Governo do Estado determinando a retomada imediata das obras por não vislumbrar risco de lesão à ordem, à saúde e à economia pública. Manteve, entretanto, o afastamento do Presidente do metrô, Sérgio Avelleda.

Apesar dessa decisão vir da Justiça, manter o afastamento desse competentíssimo profissional é uma das maiores injustiças que se faz. Advogado, Sergio Aveleda tem história no Metrô, e além de ser um homem íntegro, justo, honesto e capacitado,  não teve participação nenhuma no processo licitatório da linha 5 do metrô, questionada na justiça, porque naquela oportunidade ele exercia a presidência da CPTM.

Infelizmente a decisão foi tomada. Lamentamos profundamente que isso tenha ocorrido porque Sérgio Avelleda é um jovem empreendedor, um homem que não vê a cor partidária. Ele tem em suas ações uma única bandeira, que é a do povo de São Paulo. Povo que precisa urgentemente de mobilidade, de transporte público eficiente. E nós sabemos que só o transporte sobre trilhos poderá resolver esse grave problema. Mas, justamente, no momento em que o Governo tem feito um amplo investimento nas linhas da CPTM e do metrô, a justiça retira de cena esse importante gestor do transporte público paulista. Lamentamos profundamente, porque toda troca provoca atraso e o povo de São Paulo não merece esperar mais a expansão do metrô em São Paulo.

 Aliás, por contendas judiciais já tivemos vários atrasos. A Juíza, Dra. Simone Gomes Rodrigues Casoleti, tomou esta decisão no final de semana, na sexta-feira por volta das 15:30 e as 16:00hs e o metrô já estava sendo notificado. Essa mesma juíza tem também em suas mãos uma ação popular movida por um ex-deputado do PT, Vanderlei Siraque. Pois bem, essa ação está desde o dia 23 de setembro de 2010 em suas mãos.. Passado um ano, depois de terem sido feitos todos os procedimentos licitatórios, inclusive assinaturas e contratos, a juíza não tomou nenhuma providência. Suspendeu essa ação popular, para julgar a ação movida pela "Folha de S.Paulo". Essa é a Justiça que nós temos.

  Tive a oportunidade de observar algumas coisas na sentença da meretíssima juíza. Antes, porém, quero dizer que houve já uma sentença a respeito do lote um, em que o impetrante foi a vencedora do lote um, que queria que o seu envelope fosse aberto junto a outros lotes. Houve uma decisão, uma sentença nesse sentido, onde o juiz, naquela oportunidade, finaliza que "diante do exposto, julgo improcedente o pedido para denegar a segurança pleiteada na inicial, ante a inexistência de comprovação do direito líquido e certo". Isso foi em abril de 2011.

  A juíza teve tempo suficiente para tomar qualquer providência em relação a essa questão. No entanto, passado mais de um ano, nenhuma providência foi tomada. E, às pressas, fez uma sentença onde - eu não sou advogado, sou professor de Matemática - qualquer pessoa, lendo, vai entender e vai ver suas incoerências como, por exemplo, ela diz que "consta, às folhas 451, ofício da empresa jornalística Folha da Manhã, por meio de seu advogado, informando que o Metrô foi informado sobre a possibilidade de examinar os documentos da reportagem do Ricardo Feltrin, na sede da empresa, e para tanto nunca houve recusa".

  Pergunto: será que o Instituto de Criminalística levaria todos os equipamentos à empresa Folha da Manhã, para que pudesse fazer a verificação da autenticidade? Que privilégio teria a Folha? Será que o Instituto de Criminalística teria essa capacidade? Essa é uma de tantas incoerências com que deparei, na sentença da juíza.

  Uma outra: grande parte da sentença se refere ao Presidente Sérgio Aveleda que, digo mais uma vez, não participou do processos licitatório, nem assinou nenhum contrato com as empresas vencedoras. Ela diz o seguinte "ocorre que o réu, com base no parecer da gerência jurídica do Metrô, favorável à assinatura dos contratos diante da impossibilidade de fraude na licitação, levou adiante a empreitada, prosseguiu com as assinaturas dos contratos.”

  Ora, isso ela escreveu no dia 18 de novembro de 2011, sexta-feira. E os contratos já estavam assinados desde setembro de 2010. Como ela pode alegar uma situação dessas?

  Seguindo, "ademais, é uma obra de grande porte e a possível existência de conchavo...”, quer dizer, nem ela garante que houve conchavo, para dar essa sentença. Ela declara: "diante da possível existência de conchavo".

  E vai mais adiante. Por exemplo, "a sua permanência no cargo, neste atual momento, apenas iria demonstrar a conivência do Poder Judiciário com as ilegalidades praticadas por administradores que não respeitam as leis, a moral e os demais princípios que devem nortear a atuação de todo agente público, visto que poderá no mínimo destruir provas".

  Ora, é uma informação muito perigosa. Que provas? Como poderia destruir as provas se o processo administrativo se encerrou em maio de 2011, e todo o processo consta da ação? Essa é mais uma das incoerências, assim como essa outra que vou mencionar, dita por alguém, que com certeza não conhece o transporte público de São Paulo.Não sabe da dificuldade que os trabalhadores têm para se locomover da sua casa ao trabalho; não sabe da dificuldade que tem de ir e vir, praticamente todos os dias, por falta de mobilidade urbana.

Ela escreve na justificativa o seguinte: "no mínimo é indecente, configura desprezo para com a população que teria que" - vejam os termos que a juíza usa - "engolir uma obra". Engolir significa fazer algo que não é importante para a população. Engolir significa fazer alguma coisa com dinheiro público, que não vai servir à população. O Governo não está colocando, goela abaixo, a Linha 5 do Metrô, não. Muito pelo contrário, o Governo está cumprindo suas obrigações, seus deveres de, pelo menos, tentar diminuir o sofrimento da população.

  Mas são termos esdrúxulos, dantescos, que estamos vendo nessa sentença. E vai mais, diz que a obra está acima do preço de mercado. Muito pelo contrário, é outro equívoco dentro da sentença. A obra está dentro do valor confirmado por laudo da FIPE e orçamento feito pelo Metrô.

  Sr. Presidente, o mais importante de tudo é que além de o Sr. Sérgio Aveleda não ter participado do processo licitatório, o edital dessa obra foi feito no Governo anterior, de José Serra. Aquele Governo teve todo o cuidado para publicar um edital que configurasse a transparência e a seriedade, tanto que esse edital já foi, inclusive, aprovado pela Justiça, em uma sentença dada em ação de um dos impetrantes. Esse edital foi também aprovado pelo Conselho Superior do Ministério Público e pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo.

  Em parte se recuperou o prejuízo, pelo menos a decisão do juiz foi de retomar as obras e dar continuidade. Mas quero aqui registrar a minha indignação, pela decisão de afastar o presidente do Metrô; um homem íntegro, um homem honesto, um homem trabalhador, que não vê a cor partidária um homem que veio com a missão de dar ao Governo do Estado de São Paulo e à população de São Paulo um transporte digno e de qualidade.

  Sentimos muito, lamentamos profundamente por essa decisão tomada, mas ainda esperamos que a justiça seja feita e ele retorne ao seu cargo e ao trabalho que São Paulo tanto precisa. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, está esgotado o tempo destinado ao Grande Expediente.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - Sr. Presidente, temos uma comissão reunida, com convidado, e necessitamos de mais uma meia hora para o término da sessão. Nesse sentido, havendo acordo entre as lideranças partidárias com assento nesta Casa, solicito a suspensão dos trabalhos por 30 minutos.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, tendo havido acordo entre as lideranças, a Presidência acolhe o solicitado pelo nobre Deputado Enio Tatto e suspende a sessão por 30 minutos.

Está suspensa a sessão.

 

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- Suspensa às 16 horas e 29 minutos, a sessão é reaberta às 16 horas e 59 minutos, sob a Presidência do Sr. Barros Munhoz.

 

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O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, nos termos do disposto do Art. 18, inciso III, alínea “d” combinado com o Art. 68, ambos do Regimento Interno, convoco reunião conjunta das Comissões de Constituição, Justiça e Redação, de Segurança Pública e Assuntos Penitenciários, de Finanças e Orçamento e Planejamento, a realizar-se hoje, no Salão Nobre da Presidência, com a finalidade de apreciar o PL nº 485, de 2011, de autoria do nobre Deputado Jooji Hato, a partir das 17 horas e dois minutos.

Convoco também reunião conjunta das Comissões de Constituição, Justiça e Redação, Defesa dos Direitos da Pessoa Humana e Finanças, Orçamento e Planejamento a realizar-se hoje, às 17 horas e 10 minutos, no Salão Nobre da Presidência, com a finalidade de apreciar o PL 929/11.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - Sr. Presidente, havendo acordo de lideranças, peço a suspensão da sessão por 20 minutos.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Sras. Deputadas e Srs. Deputados, havendo acordo de lideranças, esta Presidência suspende a sessão por 20 minutos.

Está suspensa a sessão.

 

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- Suspensa às 17 horas, a sessão é reaberta às 17 horas e 19 minutos sob a Presidência do Sr. Barros Munhoz.

 

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O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Sras. Deputadas e Srs. Deputados, nos termos do Art. 100, inciso I, da XIV Consolidação do Regimento Interno, convoco V. Exas. para uma Sessão Extraordinária a realizar-se hoje, às 19 horas, com a finalidade de apreciar a seguinte Ordem do Dia:

 

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- NR - A Ordem do Dia para a 45ª Sessão Extraordinária foi publicada no D.O. de 22/11/11.

 

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O SR. EDSON FERARINI - PTB - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças, solicito o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - É regimental. Sras. Deputadas e Srs. Deputados, havendo acordo de lideranças esta Presidência, antes de levantar os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia de hoje, lembrando-os da sessão extraordinária a realizar-se hoje, às 19 horas.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 17 horas e 20 minutos.

 

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