29 DE NOVEMBRO DE 2010

147ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidentes: EDSON FERRARINI e JOSÉ ZICO PRADO

 

Secretário: JOSÉ ZICO PRADO

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - EDSON FERRARINI

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

002 - JOSÉ ZICO PRADO

Assume a Presidência.

 

003 - EDSON FERRARINI

Comenta as ações militares ocorridas contra traficantes no "Complexo do Alemão" e Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro, na semana passada, com prisões e apreensão de drogas e armamentos. Considera que o Estado fora omisso sobre a questão por muitos anos. Faz reflexão sobre a vontade política que gerou a referida ação, após incêndio de veículos. Lamenta as falhas na legislação, que levam à impunidade. Comunica que a Polícia carioca é mal paga, o que favorece a corrupção. Recorda o caso do jornalista Pimenta da Veiga, que assassinou a namorada. Ressalta a necessidade de ser investigada a origem do ingresso no País de armamentos e drogas, bem como da fiscalização das fronteiras.

 

004 - EDSON FERRARINI

Assume a Presidência.

 

005 - JOSÉ ZICO PRADO

Lembra que os policiais paulistas também são mal pagos. Fala de sua expectativa quanto à gestão do governador eleito Geraldo Alckmin. Recorda a inauguração, no período eleitoral, e solicita a conclusão de obras para o combate às enchentes na zona Leste da Capital. Tece considerações sobre os impactos ambiental e social, provocadas pelo Rodoanel, na zona Norte de São Paulo, na Cantareira e Horto Florestal. Comenta abraço simbólico, ocorrido no sábado passado.

 

006 - Presidente EDSON FERRARINI

Endossa a manifestação do Deputado José Zico Prado sobre os salários dos policiais paulistas. Fala da tramitação da PEC federal nº 300.

 

007 - JOSÉ ZICO PRADO

Requer o levantamento da sessão, com anuência das lideranças.

 

008 - Presidente EDSON FERRARINI

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 30/11, à hora regimental, com ordem do dia. Levanta a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Edson Ferrarini.

 

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O SR. PRESIDENTE - EDSON FERRARINI - PTB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIII Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado José Zico Prado para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - JOSÉ ZICO PRADO - PT - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - EDSON FERRARINI - PTB - Tem a palavra o primeiro orador inscrito para falar no Pequeno Expediente nobre Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vitor Sapienza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Geraldo Vinholi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alex Manente. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Felício. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Celso Giglio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Aldo Demarchi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.)

 

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- Assume a Presidência o Sr. José Zico Prado.

 

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O SR. PRESIDENTE - JOSÉ ZICO PRADO - PT - Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini.

 

O SR. EDSON FERRARINI - PTB - Sr. Presidente, Srs. Deputados, amigos da TV Assembleia, tivemos um fim de semana com problemas no Rio de Janeiro. Fato que ocupou a mídia brasileira e mundial e muitas reflexões podem ser feitas a partir desses acontecimentos. Vimos a apreensão de 40 toneladas de maconha, de 50 a 100 fuzis e 20 a 50 pessoas foram presas. Tudo bem, o Estado retomou o seu lugar, retomou o Morro do Alemão, a Favela Cruzeiro. Mas vimos, também, o quanto o Estado foi omisso durante muitos anos. Até pouco tempo, o slogan do Rio de Janeiro poderia ser “Visite antes que acabe”; vimos que a organização do tráfico não era tão elaborada como se imaginava. Eles foram se instalando e o Estado se omitindo, eles foram se instalando e o Estado se afastando.

O Estado do Rio de Janeiro entregou as favelas para o banditismo, sendo que 99% - ou mais do que isso -, das pessoas que moram lá são pessoas de bem, ordeiras, trabalhadores e um pequeno grupo lá se instalou. Vimos que a omissão do Estado era tamanha, que os bandidos empunhavam um fuzil AR-15, mas estavam com sandália Havaiana. Eram pessoas com uma organização mínima. Vimos que não foi muito difícil a sua desarticulação, pela maneira como fugiram. Houve apenas vontade política, houve apenas o desejo de dizer “chega” a tanta provocação. Ao incendiarem 80 automóveis no dia anterior, o Estado foi provocado. Por aí vemos: quando há vontade política, resolvem-se os problemas. Uniram-se a Secretaria de Segurança Pública com a Polícia Militar e Civil, o Exército, a Aeronáutica, a Marinha; os blindados da Marinha foram decisivos, pois os tiros não os atingem, as rodas não são furadas porque são lagartas. Então, basta ter vontade política.

O que vemos no âmbito de Brasil? A nossa legislação é falha. Muitos daqueles bandidos já foram presos 3, 4, 5, 10 vezes. O bandido que matou Tim Lopes, que foi preso, estava foragido desde 2007. Será que não é hora de rever essas visitas de dia dos pais, das mães, essas sete vezes por ano em que o bandido pode sair? Porque ele sai e não volta mais.

Outra coisa que chamou muito a atenção, é que a Polícia Civil e a Polícia Militar do Rio de Janeiro são as mais mal pagas do Brasil há muito tempo. Então, os erros saltam aos olhos. A omissão do Estado é muito grande, e, quando o Estado se organiza um pouco, ele consegue resolver o problema. As prisões aí estão. No Brasil, o crime compensa. O cidadão é preso e tem uma série de regalias, o que é uma aberração. O jornalista Pimenta da Veiga matou a sua namorada, confessou, matou de forma covarde, brutal e está solto porque completou 70 anos de idade. Será que essa legislação não tem de ser revista? Pode condenar a 200 anos de cadeia. Se ele conseguir protelar até chegar a 70 anos de idade, ele fica em casa dormindo.

Então, o Rio de Janeiro quantos erros são cometidos, nos mostra que no estado falido o crime ocupa um lugar de destaque. Mas não é o crime organizado. É o crime com fuzil AR-15, que não é fabricado no Brasil. Eles são trazidos pelas estradas. O morro não fabrica maconha nem cocaína; e lá estavam 40 toneladas. Então é hora de fazer uma avaliação. O Exército foi muito útil, não é uma tropa totalmente preparada; 60% dos que lá estavam foram ao Haiti e têm muita prática de combate urbano.

Sabemos que o Brasil tem seis mil quilômetros de costa marítima - a mesma distância aérea de São Paulo a Lisboa, e de Lisboa a Moscou - que precisa ser policiada pela Marinha e pela Aeronáutica.

O Rio de Janeiro nunca deve esquecer que a sua Polícia Militar foi, e ainda é, a mais mal paga do Brasil.

Esses governadores muitas vezes foram pedir votos para o povo e o povo não percebeu que o dinheiro que eles estavam economizando era maldito porque estava jogando o policial no bico, empurrando-o para o crime.

 

O SR. PRESIDENTE - JOSÉ ZICO PRADO - PT - Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Mentor. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Reinaldo Alguz. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adriano Diogo. (Pausa.)

 

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- Assume a Presidência o Sr. Edson Ferrarini.

 

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O SR. PRESIDENTE - EDSON FERRARINI - PTB - Tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado, pelo tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. JOSÉ ZICO PRADO - PT - Sr. Presidente, funcionários da Casa, público das galerias, quero lembrar ao cel. Ferrarini que esse debate sobre a questão salarial da Segurança Pública deve nos deixar preparados para fazer uma grande revolução. Também os policiais de São Paulo são mal pagos. Precisamos valorizar os trabalhadores da Segurança Pública, que têm prestado grande serviço e têm enfrentado muita dificuldade no combate ao crime. Sabemos que muitos policiais estão em cadeiras de rodas. O governador Geraldo Alckmin, que assumirá no dia 1º de janeiro, precisa estar preparado porque a Polícia Militar precisa ter um grande reajuste de salário - não vou dizer um grande reajuste - para que ela possa fazer o enfrentamento que vem fazendo o Governador do Rio de Janeiro contra o crime.

Mas queria aproveitar a minha fala, Sr. Presidente, para comentar sobre a situação de São Mateus, do Jardim Iguatemi, de toda a extensão do prolongamento da Jacu/Pêssego, que foi inaugurada no período eleitoral, uma estrada fechada. Sua marginal ainda não está pronta, e estamos esperando que o Governador do Estado, o Sr. Alberto Goldman, termine essa obra antes das enchentes, porque senão centenas de famílias estarão debaixo d'água. As ruas por onde passaram os caminhões pesados com o material para a construção da obra foram totalmente danificadas. Portanto, todas essas ruas têm que ser recuperadas. E são muitas. Assim, pedimos ao Governador Alberto Goldman, ainda no Governo do Estado, que não permita que em janeiro, durante as chuvas, todas essas famílias da região sejam afetadas. E para isso a canalização do córrego também tem que ser feita.

E gostaria também de falar sobre outro trecho do Rodoanel, o Trecho Norte. Foram discutidos três projetos e o Governador Serra e o Governador Goldman escolheram o mais barato. Mas é o que mais próximo da cidade passa. Do centro da cidade até ele, são 12 quilômetros. Nem um trecho do Rodoanel é tão próximo do Marco Zero da cidade como esse. E ele vai criar um impacto ambiental muito grande, porque vai passar pelo pé da Serra da Cantareira, pelo Horto Florestal. Mas há também o impacto social, porque vai segregar muitas e muitas famílias que moram na região.

Estou acompanhando, continuarei acompanhando de perto, porque acho que não adianta economizar para fazer o Rodoanel. É uma obra importante para o Estado, principalmente se pensarmos na Copa do Mundo 2014 e nas Olimpíadas de 2016. Mas acima de tudo precisamos preservar as famílias que estão lá, deixando-as continuar morando na região. E os outros dois traçados do Rodoanel podem ser muito bem discutidos. Provavelmente o custo financeiro será maior, mas beneficiará muito mais a população e, com certeza, o meio ambiente.

No sábado passado, às 3 horas da tarde, a população da Zona Norte, toda a população do entorno do Rodoanel, deu um abraço simbólico no parque, e pedimos ao Governador do Estado que não pense em fazer economia, deixando milhares de famílias desabrigadas, dividindo a cidade de São Paulo em duas partes: a do lado de lá do Rodoanel e a do lado de cá. Muito obrigado.

 

            O SR. JOSÉ ZICO PRADO - PT - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, solicito o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - EDSON FERRARINI - PTB - Deputado José Zico Prado, concordo com as palavras de V. Exa. no que diz respeito ao salário da Polícia de São Paulo, que precisa ser melhorado, sem dúvida, e também torço pela aprovação da PEC 300, em Brasília, porque melhorará o piso salarial de todas as Polícias do Brasil.

Srs. Deputados, Sras. Deputadas, esta Presidência, cumprindo determinação constitucional, adita à Ordem do Dia o Projeto de lei nº 94, de 2010, vetado. Nos termos do Art. 239, § 6º, da XIII Consolidação do Regimento Interno, esta Presidência adita ainda à Ordem do Dia o Projeto de Decreto Legislativo 51/10.

Havendo acordo de líderes, antes de dar por levantados os trabalhos, esta Presidência convoca V. Exas. para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental, com a Ordem do Dia de 25 de novembro de 2010 e mais os aditamentos ora anunciados.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 14 horas e 55 minutos.

 

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