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23 DE OUTUBRO DE 2012

147ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidentes: JOOJI HATO e ULYSSES TASSINARI

 

Secretário: OLÍMPIO GOMES

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - JOOJI HATO

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

002 - OLÍMPIO GOMES

Informa estar em curso no País projeto de iniciativa popular que torna hediondo o crime de atacar agentes da lei. Comenta dificuldades enfrentadas por estes funcionários no desempenho de sua função. Destaca evento, realizado pelo Deputado Luiz Carlos Gondim, na região de Mogi das Cruzes, em apoio ao projeto. Pede o apoio dos demais parlamentares e da população para que o número constitucional de assinaturas seja obtido.

 

003 - ITAMAR BORGES

Cumprimenta o Deputado Jooji Hato pela eleição de seu filho, George Hato, à Câmara Municipal de São Paulo. Relata participação em evento, realizado pela Uvesp na cidade de São José dos Campos, para a formação de agentes especializados em turismo. Parabeniza o Governador Geraldo Alckmin pelos investimentos realizados em rodovias estaduais. Destaca curso, realizado pela Frente Parlamentar do Empreendedorismo, voltado aos pequenos e micro empresários. Informa que a cidade de Porto Alegre inaugurou Frente Parlamentar de Apoio às Santas Casas e Hospitais Filantrópicos.

 

004 - ULYSSES TASSINARI

Assume a Presidência.

 

005 - JOOJI HATO

Lamenta o número de casos de violência que ocorrem diariamente no Estado de São Paulo. Recorda o período em que atuou como médico. Comenta o número de crimes ocorridos por meio do uso de garupa de moto. Pede a realização de blitz do desarmamento. Considera necessário o endurecimento da legislação penal.

 

006 - EDSON FERRARINI

Apoia projeto de iniciativa popular que torna hediondo o crime de atacar agentes da lei. Pede pelo pagamento de precatórios por parte dos poderes executivos municipal, estadual e federal. Enaltece o número de cartas de motorista que o Detran deve expedir esse mês. Destaca o trabalho realizado pelo Hospital Lacan no tratamento de dependentes químicos. Pede pela destinação de mais leitos ao Hospital.

 

007 - JOOJI HATO

Assume a Presidência.

 

008 - ALEX MANENTE

Agradece à população de São Bernardo do Campo pelos votos recebidos durante a campanha eleitoral deste ano. Aponta problemas no sistema de transporte coletivo da cidade. Informa que seis vereadores do PPS foram eleitos à Câmara Municipal da cidade. Considera excessivos os valores gastos com campanhas eleitorais.

 

009 - LUIZ CARLOS GONDIM

Comenta evento, organizado por este Parlamentar na cidade de Mogi das Cruzes, em apoio a projeto de iniciativa popular que torna hediondo o crime de atacar agentes da lei. Solicita maiores investimentos do Executivo Estadual à PM. Reflete acerca da possibilidade de que policiais aposentados voltem à ativa.

 

010 - SEBASTIÃO SANTOS

Destaca o número de candidatos eleitos pelo PRB no Estado de São Paulo. Lamenta as dificuldades enfrentadas pelas Santas Casas e pela PM de cidades do interior de São Paulo. Comenta pronunciamento da Presidente Dilma Rousseff, que deve destinar verbas à pesca.

 

011 - CARLOS GIANNAZI

Apela ao Supremo Tribunal Federal por decisão definitiva quanto a Adins que tratam da extinção da Carteira Previdenciária do Ipesp, decretada por meio da lei 13549/09. Lamenta o fato de que o projeto tenha sido aprovado por esta Casa. Questiona investimentos realizados pelos administradores da carteira no banco Cruzeiro do Sul. Pede que o Executivo Estadual cumpra decisão do Supremo quanto ao tema.

 

GRANDE EXPEDIENTE

012 - MARCOS MARTINS

Pelo art. 82, comenta os frequentes "apagões" elétricos no Estado. Relata casos de quedas de energia em Osasco e na Capital. Afirma que esses acontecimentos aumentam a criminalidade por conta das áreas sem iluminação. Informa que chegou a esta Casa proposição do Executivo que trata do plano de carreira dos médicos. Pede que a matéria seja debatida em audiência pública.

 

013 - CARLOS GIANNAZI

Pelo art. 82, afirma que o Governo do Estado não tem investido adequadamente em segurança pública. Critica o Governador Geraldo Alckmin por não tomar atitudes para mudar este fato. Cita diversos acontecimentos que demonstram o aumento dos índices de criminalidade. Comenta que Deputados da base do Governo obstruem propostas de esclarecimentos sobre a questão da segurança, levantadas por esta Casa.

 

014 - CARLOS GIANNAZI

Pede o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

 

015 - Presidente JOOJI HATO

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 24/10, à hora regimental, com ordem do dia. Levanta a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Olímpio Gomes para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - OLÍMPIO GOMES - PDT - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários da Casa, cidadãos que nos acompanham pela TV Assembleia, está em curso em todo o País a coleta de assinaturas para a apresentação do projeto de iniciativa popular que aumenta o volume de penas e modifica o sistema de cumprimento dessas penas para todos aqueles que atacam os agentes da lei, compreendendo como agentes da lei todas aquelas categorias profissionais que se enquadram dentro do chamado ciclo de persecução criminal que se inicia exatamente com ações ostensivas, seja das Guardas Municipais, Guardas Portuárias, passando pelas atividades da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros, também das ações de Polícia Judiciária com atividades da Polícia Federal, das Polícias Rodoviária Federal e Ferroviária Federal, da Polícia Civil nos estados, da Polícia Técnico-Científica, passando pelo Ministério Público para o Poder Judiciário tanto da proteção dos magistrados como a dos servidores do Judiciário.

Tivemos um triste fato aqui, em São Paulo, essa semana que passou, com um indivíduo com problema psiquiátrico. Um oficial de justiça trazia uma determinação judicial junto com o corpo clínico para que ele fosse internado compulsoriamente. O indivíduo acabou reagindo violentamente com o uso de arma de fogo, baleando no peito um oficial de justiça. Isso demonstra o quão perigoso é a atividade de ser um agente encaminhador das ações da Justiça, chegando também no sistema prisional com os agentes penitenciários, em alguns estados chamados de guardas prisionais, agentes de escolta e vigilância, agentes e funcionários da Fundação Casa ou dos similares dos estados a esses reformatórios de menores infratores.

Enfim, essa campanha é para coletar 1 milhão e 400 mil assinaturas - 1% do eleitorado brasileiro.

Quero agradecer a todos os segmentos da sociedade que estão participando, a todos os partidos políticos, que estão fazendo a divulgação promovendo ações nas suas regiões, aos conselhos comunitários, à Associação Comercial de São Paulo que está participando ativamente dessa mobilização.

Pela legislação, a forma em que vamos dar proteção àqueles que nos protegem é ampliando as penas e modificando o sistema de cumprimento dessas penas para intimidar a criminalidade a não mais atacar os agentes da lei.

No sábado, o Deputado Gondim fez um evento maravilhoso no Centro de Mogi das Cruzes. Ele abraçou a campanha na sua região - e eu lá estive presente para cumprimentá-lo -, também as associações policiais, a Associação Comercial da cidade.

Centenas de cidadãos coletaram assinaturas para esse projeto de iniciativa popular. Cada parlamentar também pode desenvolver isso na sua região, como uma iniciativa do mandato de cada parlamentar, que será muito bem-vindo.

Deputado Luiz Carlos Gondim - que agora está entrando no plenário -, só posso dizer a V. Exa. que o Estado de São Paulo lhe é muito grato pela sua atitude. Foi um sábado maravilhoso onde se mostrou cidadania no Município de Mogi das Cruzes. Eu vi no brilho dos olhos das pessoas o entusiasmo de poder participar. Mas isso aconteceu justamente por sua iniciativa.

Eu dizia, antes da sua chegada no plenário, que tomara que demais deputados sigam a atitude de V. Exa. e produzam na sua região, junto onde mantém sua atividade política mais intensa, ações semelhantes a essa.

É a Assembleia Legislativa de São Paulo que está se mobilizando para mudar a legislação brasileira para proteger aqueles que nos protegem 24 horas por dia.

Gostaria de dizer às pessoas que basta ingressar no site do Congresso Nacional, clicar em Petição Pública, na proposta Reaja Brasil e fazer a sua assinatura eletrônica. Ou ingressar no site da própria Assembleia Legislativa, no site dos Parlamentares que já aderiram e que estão encabeçando a proposta. E tenho certeza, que em um espaço de tempo muito curto, teremos 1,4 milhões de assinaturas e daremos entrada, porque somos nós, povo, população do Estado de São Paulo, que chegaremos ao Congresso Nacional dizendo: “É a população que está exigindo”, como prevê o Art. 61, quando estabeleceu a iniciativa popular. É a população exigindo alteração na legislação.

Muito obrigado, Deputado Luiz Carlos Gondim. Que o exemplo de V. Exa. possa ecoar para os nossos colegas Deputados, para os nossos vereadores dos mais variados partidos políticos, para os nossos prefeitos, enfim, a todos que querem uma sociedade melhor. E para termos mais segurança em uma sociedade melhor, temos que proteger aquelas pessoas que nos protegem 24 horas por dia. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados e Sras. Deputadas, tem a palavra o nobre Deputado Itamar Borges.

 

O SR. ITAMAR BORGES - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigado, Sr. Presidente, nobre Deputado Jooji Hato, aliás, permita-me iniciar a minha fala reafirmando meu cumprimento pela importante eleição para a Câmara de São Paulo do seu filho, George Hato. Importante liderança que vem somar eco a esse trabalho que, por sete mandatos, sete legislaturas, o Deputado Jooji Hato fez na Câmara Municipal e, agora, aqui Assembleia Legislativa. E com certeza terá o Vereador George Hato, com muitos outros parceiros, fazendo um importante trabalho na sequência, seja na defesa de uma segurança cada vez melhor, na defesa de uma São Paulo cada vez melhor.

Parabéns ao líder que mostra aí importância dessa participação e integração que se faz em uma política de qualidade e de interesse público. Parabéns, Deputado.

Cumprimento os Srs. Deputados, as Sras. Deputadas, os funcionários desta Casa, os telespectadores da TV Alesp e a todos que acompanham os trabalhos da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo nesse momento em que vivemos o intervalo entre o primeiro e segundo turno das eleições que acontecerão no próximo domingo. Além desse, gostaria de dizer que temos tido momentos importantes, aliás, estou chegando de São José dos Campos. Hoje, pela manhã, fui a São José dos Campos, em um evento da Uvesp com a Secretária Estadual de Turismo de capacitação e formação de agentes públicos que trabalharão no novo projeto de lei do Governador Geraldo Alckmin. Inclusive esse projeto nasceu de uma Comissão da qual faço parte e que é coordenada pelo Deputado João Caramez e pela Deputada Célia Leão, que é da nova categoria de municípios de interesse turístico do Estado de São Paulo, que será o primeiro degrau para depois alcançar a condição de estância turística. Mais um momento importante em que diversas cidades do interior, diversas cidades do nosso Estado participaram para buscar esse espaço que se abre.

Gostaria de dizer que temos acompanhado durante todo esse período e nessa caminhada de campanha eleitoral, caminhando pela região, viajando pela região de Rio Preto, Araçatuba e Barretos pude me deparar com aquilo que eu vejo do dia a dia sempre que vou para minha região: um resultado de importantes investimentos que acontece nas rodovias estaduais. Cumprimento o Governador Geraldo Alckmin; o Secretário dos Transportes, Saulo; o Superintendente do DER, Clodoaldo; o Moacir Rossetti, Superintendente-adjunto e toda a equipe do DER do Estado de São Paulo.

Temos lá, em fase final, mais dois meses, a Rodovia Euclides da Cunha, 180 km de duplicação, Sr. Presidente Jooji Hato, a obra está sendo concluída para ser entregue com mais segurança, Deputado e Coronel Edson Ferrarini, que tanto defende a segurança em todos os seus aspectos. É importante para aquela região essa rodovia que beneficia o desenvolvimento e a segurança. Outra rodovia importante é a Faria Lima, na região de Barretos, ligando Colômbia a Barretos, que também está em estágio avançado de obra. Quanto à Feliciano Sales Cunha, Governador já colocou os editais nas ruas, alguns trevos estão sendo licitados e em breve teremos o início dessas obras que vão beneficiar muito o desenvolvimento da nossa região, Deputado Sebastião Santos, nós que atuamos naquela região. Da mesma forma a Rodovia Assis Chateaubriand, que liga Rio Preto a Barretos: o primeiro trecho de Barretos já está sendo concluído agora até o Rio Tietê e depois interligará a Rio Preto. E finalizando, falaria da Eliezer Montenegro Magalhães, que liga Jales a Araçatuba.

São importantes obras, intervenções que eu cumprimento. E ao mesmo tempo nesse momento que o Orçamento está na Casa, é importante que tenhamos a destinação de recursos complementares para fazer as obras de arte e as obras complementares nos acessos dessas cidades com essas rodovias.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Ulysses Tassinari.

 

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Destaco ainda, nessa minha participação na tribuna no dia de hoje, a importância de uma ação realizada com a Frente Parlamentar do Empreendedorismo que coordenamos juntamente como Deputado Luiz Claudio Marcolino e o Instituto do Legislativo Paulista: um curso importante de compras governamentais. Sessenta prefeituras se inscreveram e participaram aqui na Assembleia Legislativa, por dois dias do Curso de Compras Governamentais, preparando os micro e pequenos empresários para vender ao governo, ter oportunidade de vender para o Estado e para os municípios. Um importante curso que vai encurtar a distância que a lei geral criou, mas que o pequeno empreendedor tem dificuldade para vender para Poder Público, principalmente o Estadual e, em alguns casos, o Municipal.

Saliento que a Frente do Empreendedorismo, Sr. Presidente, Ulysses Tassinari, fará um encontro no próximo dia 05, segunda-feira, sobre substituição tributária, discutindo com as universidades, o Sescon, a Fiesp, a Fecomercio e a Facesp, aqui nesta Casa. Convido os colegas a participarmos juntos para que possamos buscar um desenvolvimento maior e uma justiça tributária aos micro e pequenos empresários.

Concluo a minha intervenção neste momento, falando sobre as ações importantes que temos com a Frente Parlamentar das Santas Casas. Na última semana, sexta-feira, Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, inaugurou a 4ª Frente Parlamentar de Apoio às Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do País. A primeira foi aqui em São Paulo, a nossa; a segunda foi em Minas Gerais; a terceira em Santa Catarina; a quarta em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul; a próxima será no Rio de Janeiro e a seguinte no Espírito Santo. Com isso, forma-se um eco, um coro para que este Estado e País se unam em busca de mais recursos para a Saúde junto ao Ministério da Saúde, principalmente para os hospitais filantrópicos e para as nossas Santas Casas.

Mais uma vez, fica o meu agradecimento por todas essas parcerias e o apoio importante de todos os parceiros Deputados nessas causas que trabalhamos juntos.

Muito obrigado, Sr. Presidente. E parabéns à Assembleia Legislativa por mais uma vez dar a sua contribuição em ações tão importantes para o povo de São Paulo e para o desenvolvimento do nosso Estado.

 

O SR. PRESIDENTE - ULYSSES TASSINARI - PV - Srs. Deputados e Sras. Deputadas, tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vitor Sapienza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Antonio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Dilmo dos Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Ulysses Tassinari, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários desta Casa e telespectadores da TV Alesp, está muito difícil ler os jornais. Parece-me que quando esprememos os jornais sai sangue. Está muito difícil assistir a TV, aos jornais, aos noticiários, toda hora é assassinato, sequestro, estupro, arrastões em pizzarias, restaurantes, em prédios. Caro Deputado Marcos Martins, como V. Exa disse: é um assassinato, massacre. Está muito difícil sim. O que nós iremos fazer? Assistir a isso? Continuar deixando rolar isso? Se for assim, vou embora, vamos todos embora, porque não adianta construirmos hospitais, equiparmos pronto-socorros, formarmos médicos e enfermeiras nas universidades, nas faculdades de medicina, construirmos nossas casas, termos nossos carros. De que adianta isso? Se você vai usar o carro você é assaltado e assassinado. Se você vai para um hospital baleado acaba morrendo porque não tem como salvar aquela vida. Está muito difícil! Eu não vejo dificuldades para resolver isso. É simples. Claro que precisamos de Educação, precisamos fortalecer a crença nas religiões. Quem tem Deus no coração não pratica o crime. Claro que precisamos do esporte para combater a violência. Claro que precisamos da geração de emprego, tudo isso sabemos, mas é preciso desarmar os marginais. Tirar as metralhadoras dos marginais.

Em Osasco, na Cidade de Deus, houve um período em que trabalhei na Fusam como cirurgião. Sei o que é Osasco. Recebia pessoas baleadas, esfaqueadas, além dos acidentados na Castello Branco, nas marginais.

Num boteco em Osasco, a uma hora da manhã, a 200 metros da delegacia, dois indivíduos numa moto passam metralhando. Vejam a ousadia. A moto é muito rápida, o capacete funciona como uma máscara. Como fazer a identificação do indivíduo?! A Polícia não consegue pegar. Eles com uma metralhadora mataram três e mandaram cinco para hospitais.

Meu caro Deputado Edson Ferrarini, V. Exa. que é militar sabe do que estou falando. As armas dos cidadãos de bem já foram tiradas. Hoje quem tem arma são os marginais. Qual a dificuldade em tirar essas armas? É só fazer blitz para o desarmamento em pontos estratégicos todo dia. Não se faz isso nos estádios? Por que não se faz nas ruas, nos pontos de ônibus, nos botecos? Vê um suspeito? Para e tira essa arma que não está engatilhada porque engatilhada na mão do marginal ele não perdoa.

Mataram uma menina de 15 anos num bairro nobre da cidade. Foi em Higienópolis, próximo da Santa Casa, próximo da Angélica, próximo do Pacaembu. Caroline vinha de um aniversário com o namorado e de repente foi assaltada. Ela só quis proteger a bolsa e os três marginais sanguinários, crápulas depois de pegar a bolsa ainda deram dois tiros nela.

O nobre Deputado Luiz Carlos Gondim fez uma manifestação em Mogi das Cruzes, com a qual concordo, pedindo que seja considerado crime hediondo aquele perpetrado contra um agente da lei. Mas acho que deveríamos pedir também prisão perpétua a esses marginais que matam um policial. Eu não posso pedir pena de morte porque sou médico, mas sou a favor da prisão perpétua para aquele indivíduo que mata um policial, como também para aquele indivíduo sanguinário e covarde que mata uma jovem de 15 anos. A mãe dessa moça, Maria Lee, está pedindo 40 anos de prisão. Não. Tem de ser prisão perpétua. É isso que temos de trazer ao nosso País. Eu não posso pedir a morte de um sujeito porque a minha função é prolongar a vida das pessoas, mas posso pedir prisão perpétua.

Tivemos também três ônibus incendiados. Enfim, esta é a nossa cidade, o nosso Estado, o nosso País. O Estado mais pujante do país deveria exportar também “know-how” em segurança e qualidade de vida. Exportamos “know-how” em tecnologia, em medicina, em ciência, mas em segurança estamos devendo muito. Precisamos tomar providências. Façam blitz para o desarmamento. Tirem as armas dos marginais. Este é o nosso apelo.

 

O SR. PRESIDENTE - ULYSSES TASSINARI - PV - Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Celso Giglio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini.

 

O SR. EDSON FERRARINI - PTB - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, amigos da TV Alesp, lutamos por segurança há muito tempo. Trabalhamos na Polícia Militar já há muitos anos e temos mostrado que o problema é como fazer com que o delinquente, aquele que comete o crime, fique na cadeia. Este é o problema no Brasil. Leis temos. Tomara que possamos aprovar como crime hediondo aquele perpetrado contra um agente da lei. Aliás, já abrandaram a pena para os crimes hediondos. Hoje já temos a progressão da pena. Ele cumpre três quintos da pena e já vai para o semiaberto. Vai para a casa no dia das crianças, no dia dos pais, no dia das mães. O problema no Brasil é como fazer com que ele fique na cadeia. Nós tiramos o bandido de circulação, mas enfrentamos problemas no Poder Judiciário.

Um milhão e meio de processos por ano deixam de ser apreciados em São Paulo pelo Poder Judiciário por falta de efetivo. Por isso temos algumas aberrações, como os precatórios. Os precatórios também não são julgados. Os precatórios é uma vergonha, é o mensalão oficializado pelos governadores, prefeitos e presidentes da República. Precatório é um direito do cidadão. A sua casa foi desapropriada para passar o Metrô. Ele entrou com uma ação e ganhou em todas as instâncias. É direito dele. Mas na hora em que tem de pagar o governo fala ‘virou precatório’. Pode esperar mais 10, 15 anos para receber. O Estado só pode gastar 1,5% do orçamento com precatórios. Quem fez essa lei foi o Senador Renan Calheiros.

Já pensou se eu pudesse pagar só 1,5% do IPTU, do IPVA? Não, não! Se você não pagar o Estado tira tudo o que você tem. Agora quando o Estado lhe deve, ele transforma em precatório. São essas mazelas que estamos combatendo.

Hoje pela manhã estive no Palácio do Governo em reunião que anunciou a expansão do projeto de reestruturação do Detran.

O Detran era uma vergonha. Em São Paulo todos reclamavam. O Detran tinha uma aprovação zero e 110% de reclamação. O Governador retirou da Secretaria de Segurança Pública, passou para a Secretaria da Administração e agora está transformando em autarquia.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato.

 

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Imagine a importância do Detran! Para termos uma ideia de sua importância, só no mês passado, ele expediu 490 mil cartas de motoristas e agora está atendendo no padrão do Poupatempo. O que é isso? O Governador anunciou hoje e funciona da seguinte forma: o cidadão que tirou sua carteira de motorista aos 18 anos de idade, após um ano, irá retirar sua carteira definitiva se não tiver nenhum problema com a Justiça nesse período; hoje, ele tem que ir mais três vezes ao Detran e pagar o imposto no banco. Receberá a sua carta em casa que chegará pelo correio. Esse é o padrão Poupatempo que está sendo descentralizado em vários municípios de São Paulo.

Quero cumprimentar Júlio Semeghini, esse Secretário que é tão trabalhador e lutador e que está à frente de tudo isso; e o Coordenador do Detran Daniel Annenberg.

O Governador me recebeu para que eu pudesse levar dois homens que cuidam do único hospital de São Paulo, aonde se consegue internar alguém com problemas de drogas: o Hospital Lacan.

A Secretaria da Saúde tem convênio com esse hospital e a boa notícia é que há algum tempo o Governador foi lá e assinou 15 leitos para atender as grávidas da Cracolândia. O que fazer com uma menina menor de idade e grávida? O único lugar aonde ela poderia ir é lá, no Hospital Lacan. Ontem nasceu a primeira criança cuja mãe era usuária de crack inveterada, mas essa criança nasceu saudável e a mãe agora está com outra cabeça.

Eu, o Doutor João, que é administrador do hospital, e o Doutor Cabral, o psiquiatra, fomos recebidos pelo Governador para que sejam aparadas algumas arestas. Eu tenho ido ao Hospital Lacan e posso dizer que é aonde se pode encaminhar ou internar uma pessoa. Esse hospital fica em São Bernardo do Campo. O Governador se comprometeu e, como sempre, tem ajudado o Hospital Lacan.

Quero parabenizar ao Doutor João, ao Doutor Cabral e dizer que esse hospital é conveniado à Secretaria da Saúde e está sendo dirigido pelo Hospital Bandeirantes.

Também quero parabenizar ao Governador pela iniciativa de implantar o padrão Poupatempo no Detran, que é 100% reconhecido pela população. Essas são as boas notícias. Muito obrigado, Deputado Jooji Hato.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alex Manente.

 

O SR. ALEX MANENTE - PPS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados aqui presentes, público que nos acompanham pela TV Assembleia, venho hoje à tribuna, depois das eleições municipais que ocorreram no primeiro turno, para agradecer à população de São Bernardo do Campo que me deu a honra de receber 123 mil votos na cidade. Foram mais de 31% dos votos válidos no dia 7 de outubro.

Eu quero agradecer a essa população que confiou nas nossas propostas, naquilo que levamos de mensagens ao eleitor são-bernardense; debatendo efetivamente a qualidade do serviço público de São Bernardo, a segunda cidade mais rica do Estado de São Paulo e que tem um orçamento que no próximo ano ultrapassará os 4 bilhões de reais. Nós conseguimos levar a mensagem daquilo que efetivamente acreditamos para melhorar a vida das pessoas.

Tivemos a oportunidade de promover esse debate em alto nível e a população escolheu a continuidade do prefeito do PT, Luiz Marinho. Então, quero agradecer a população que nos deu essa grande votação.

Quero falar que o nosso mandato como Deputado continuará ativo e lutando pelos interesses da nossa população para conseguirmos levar as conquistas que a população merece em todas as áreas, mas especialmente na área da Saúde, onde pudemos observar a falta de profissionais naquela cidade que possam dar conta dos problemas que ocorrem rotineiramente com a nossa população.

Pudemos debater efetivamente a qualidade do transporte coletivo. Tivemos a oportunidade durante o processo eleitoral de levar o Secretário de Transportes Metropolitanos Jurandir Fernandes a São Bernardo para falar da chegada do metrô ao Grande ABC, que passará por São Caetano e chegará a São Bernardo até o final de 2014, e certamente será uma grande conquista. Mas nós falamos da necessidade de ter uma melhor integração do sistema de transporte coletivo, pois vivemos ali em São Bernardo um problema grave do nosso sistema viário que está completamente congestionado, estrangulado e sem alternativas para a nossa população conseguir o acesso de ir e vir com tranquilidade. Por isso esse debate continuará.

A eleição é um momento oportuno para nós falarmos dos problemas, mas também fora do momento eleitoral, através dos nossos mandatos, nós temos a oportunidade de levar a mensagem do que acreditamos e as conquistas através do nosso mandato em parceria com o Governador Geraldo Alckmin para atender as necessidades de São Bernardo.

Quero agradecer e parabenizar nossa grande bancada de vereadores do PPS, pois foram seis vereadores eleitos e mais dois do PSDB que fazem parte da nossa coligação.

Quero parabenizar os oito vereadores eleitos da oposição, que certamente combaterão e estão ali fiscalizando, fazendo o trabalho, para que a população tenha a certeza de que nós estamos cumprindo o papel e representando com muita honradez os 123 mil eleitores que acreditaram nas nossas propostas de melhoria para a cidade numa campanha economicamente desproporcional, algo que precisa ser debatido, Sr. Presidente. Não é possível vivermos num País democrático onde a diferença econômica numa eleição é tão preponderante, especialmente numa cidade como São Bernardo que tem praticamente um milhão de habitantes, dos quais 600 mil são eleitores, mas não existe televisão e não existe rádio, e em que o número de contratados faz muita diferença na hora da população julgar.

Mas independente disso, conquistamos o nosso espaço e o papel de cumprir nesses próximos quatro anos de mandato do atual Prefeito um papel fiscalizador cobrando efetividade, cobrando execução do plano de governo. Porque os planos de governo são colocados à população e, certamente, precisam ser cumpridos.

Eu ouvi a fala do Deputado Edson Ferrarini sobre os problemas que enfrentamos com a dependência química e temos o Hospital Lacan, em São Bernardo, mas que a Prefeitura utiliza pouquíssimas vagas porque não concorda com o procedimento desse hospital, o que é um absurdo. Temos ali muitos problemas da ordem dos dependentes químicos que deveriam ser tratados, e ali é uma referência, Deputado Gondim. São Bernardo tem referência com o Hospital Lacan, que trata dependentes grávidas, mas não é utilizado adequadamente pela Prefeitura de São Bernardo do Campo. O hospital é sabotado pela Prefeitura. É exatamente isso.

Então, nós teremos a oportunidade, através do nosso mandato, de levar essas questões à avaliação da população, honrando quem confiou e acreditava num processo de oposição na cidade, mas fazendo, sobretudo o bom debate das conquistas que a nossa população necessita.

Quero agradecer aos eleitores da cidade e dizer que contem com o nosso trabalho; com o nosso mandato como Deputado; e a fiscalização efetiva daquilo que a população são-bernardense merece. Muito obrigado a todos os eleitores da nossa cidade.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Esta Presidência parabeniza o nobre Deputado Alex Manente pela sua disputa democrática. Vossa Excelência recebeu votos equivalentes a mais de quatro estádios do Pacaembu lotados. Vossa Excelência é jovem, tem muito futuro e não perdeu a disputa, apenas deixou de ganhar.

Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Carlos Gondim, pelo tempo regimental.

 

O SR. LUIZ CARLOS GONDIM - PPS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente em exercício, nobre Deputado Jooji Hato, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público presente, telespectadores da TV Assembleia, lançamos em Mogi das Cruzes a campanha reage São Paulo. Fizemos esse trabalho junto com a APAs, a Associação dos Portadores de Deficiência Policiais, a Associação de Cabos e Soldados, Associação de Sargentos, e fomos às ruas coletar assinaturas.

Para a nossa surpresa vimos a população vindo até nós para assinar a petição, que dizia o seguinte: “Gondim, ajude a proteger quem protege você” (vocês; nós).

Esse trabalho, realmente, não visa só a Polícia. Nós já estamos visando uma mudança no código penal para tornar crime hediondo a esses crimes bárbaros que estão ocorrendo: assassinato de uma menina de 15 anos, assaltos à mão aramada - “ah, não tem o que fazer; ela olhou feio, eu matei”; quer dizer, a banalidade do crime.

E o que nós estamos querendo? Além de torná-lo crime hediondo, ao mesmo tempo duplicar essa pena; isso é muito importante!

E nós aqui em São Paulo não podemos ficar reféns do medo e não sairmos às ruas. Temos, isto sim, que ajudar a Polícia Militar, a Polícia Civil e o judiciário a resolver esse problema que está todo incluso nesse projeto de lei de ação popular, onde queremos tornar crimes hediondos a esses crimes cometidos a agentes da lei.

E o que nós fizemos também? Uma rádio de Ribeirão Preto, a Jovem Pan, fez uma entrevista comigo e no começo da entrevista disse o seguinte: “É claro e cristalino que o nosso efetivo em Ribeirão Preto é muito pequeno. O que vocês deputados estão fazendo para aumentar o efetivo e o que o Governo pode fazer para aumentar esse efetivo e mandar mais policiais para cá?”.

Eu dei o exemplo: na minha cidade, em Mogi das Cruzes, nós temos 200 homens a menos do que o necessário (uma falta de 200 homens). Esses homens estão trabalhando hoje sem colete, não trabalham com carro blindado. Então, é fácil atirar neles; qualquer tiro transpassa um carro daqueles. Eles estão totalmente inseguros pela maneira como têm que trabalhar. Eles são fortes, são corajosos, porque mesmo assim vão à luta, enfrentando esse crime organizado; parabéns à Polícia Militar.

Mas não podemos deixá-los sem colete, sem carro blindado, sem armas ideais para o combate ao crime.

Então, Sr. Governador, nós temos que aumentar esse efetivo. Essa ideia nossa de elaborar um projeto de lei agora para que o policial que se aposenta com 49, 50 ou 51 anos possa pedir para voltar ao trabalho; ele aposenta como Cabo e vai para Sargento. Ele volta a trabalhar como Sargento, passa quatro anos se aposenta com mais uma patente. Então ele sai de uma patente de sargento para 2º sargento, e de 2º sargento para 3º sargento, de tal maneira que ele vá aumentando as suas patentes, recebendo 5% de aumento durante esse tempo que ele voltou a ser voluntário. Um homem com experiência, 49 a 54 anos, jovem, experiente, condição de combater o crime, de estar ajudando a Polícia nessa luta contra a criminalidade e ainda aumentar o efetivo.

Para se preparar um policial leva cerca de quatro anos. Já esse homem - o policial aposentado - está pronto, com saúde. O que ele tem que fazer? Apenas um exame de saúde para ver se está apto ou não, e voltar para o Quartel. Então, é muito importante que aprovemos um projeto como esse. Esperamos que o Governo abrace um projeto de lei como esse, para quando fornos perguntado “e os Deputados o que estão fazendo pela Segurança Pública?” podermos dizer que estão todos debruçados aqui, pensativos e preocupados como resolver. Hoje são policiais; amanhã poderá ser jornalistas e depois podem ser políticos.

Então, temos que nos preocupar e dar condições para que sejam julgados esses criminosos e que seus crimes cometidos sema considerados crimes hediondos. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Morais. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edinho Silva. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Baleia Rossi. (Pausa.) Srs. Deputados, Sras. Deputadas, esgotada a lista de oradores inscritos para falar no Pequeno Expediente, vamos passar à Lista Suplementar. Tem a palavra o nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlão Pignatari. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Tobias. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Sebastião Santos, pelo tempo regimental.

 

O SR. SEBASTIÃO SANTOS - PRB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente em exercício, nobre Deputado Jooji Hato, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários da Assembleia Legislativa, telespectadores da TV Assembleia, senhores e senhoras presentes às galerias desta Casa, após um breve tempo que estivemos longe desta tribuna, gostaria de ressaltar hoje a importância da democracia no nosso Estado , no nosso País, e ao ver que as siglas partidárias estão se estruturando de alguma forma e ajudando a este País a debater assuntos de extrema necessidade para a população.

Quero ressaltar aqui, Sr. Presidente, que o Partido Republicano Brasileiro nesta eleição teve êxito em várias cidades do nosso Estado. Tivemos a satisfação de eleger na região Noroeste do Estado de São Paulo, três prefeitos dos quatro eleitos no primeiro turno no Estado, sendo eles: São João das duas Pontes - que foi a reeleição - Santa Clara D’Oeste e Macaubal; tivemos aqui também a eleição do Prefeito de Santo Antonio da Posse. Elegemos cinco vice-Prefeitos. São eles: vice-Prefeito de São João das Duas Pontes, Barra Bonita, Rosana, Pompéia, e São Pedro do Turvo.

Já, na esfera legislativa, conseguimos eleger 134 vereadores, dos quais 52 destes são da região Noroeste e Oeste do Estado de São Paulo. O que isso significa? Significa que uma cidade como Pereira Barretos, que elegeu 4 vereadores e que lá moram mais de 3000 pescadores, terão agora uma representação naquela cidade, e unido com todas as outras cidades, côo Rosana onde elegemos um vereador, elegemos o vice-Prefeito, Macaubal, onde elegemos três vereadores e o Prefeito, com certeza desceremos lá do Oeste do Estado, do Noroeste do Estado, para audiências do Governo do Estado de São Paulo, com Secretários do Estado de São Paulo, para debater as causas vindas lá do interior, as necessidades que aquela população tem passado. É muito importante que essa eleição trouxe nomes novos, pessoas comprometidas com o social, como pode observar aqui o Deputado Itamar Borges. O nobre colega falava sobre a Frente Parlamentar em prol das Santas Casas.

As Santas Casas do interior estão todas falidas. Poucas são aquelas que sobrevivem de leilões realizados pela população que ajuda a se manter os funcionários, enfim, ajuda a manter sua estrutura.

Mas esses 52 vereadores eleitos no Noroeste e Oeste paulista, certamente virão a esta Casa e estarão debatendo muitos temas que esta Casa tem trazido à população. Estarão levando essas ações todas juntas como um processo regional para levarmos muito recurso e assim beneficiarmos àqueles que estão morando sem infraestrutura, sem Saúde, sem Educação.

Com relação a Segurança Pública, Sr. Presidente, temos cidades onde só temos dois policiais militares. Quando V. Exa. fala da necessidade de mais policiais aqui no centro do Estado, lembro que no interior nós temos cidades com seis mil habitantes com dois policiais, com uma viatura ultrapassada, com equipamentos, com armas totalmente despreparadas para combate do crime. Então, o Partido Republicano Brasileiro estará, sim, debatendo com o Governo do Estado, com o Governador Geraldo Alckmin. Estaremos em todas as vezes em que o Governador lá estiver, com um grupo muito grande de vereadores para falar das necessidades e dos anseios daquela população.

Sr. Presidente, também gostaria de ressaltar que ontem, ouvindo a “Voz do Brasil”, tive a grata satisfação de ouvir a Presidenta Dilma falando sobre uma verba que chegará para a pesca em nosso país. Esperamos que o Estado de São Paulo, que a Cetesb, que a Secretaria de Meio Ambiente dêem condição de sobrevivência à aquicultura, à piscicultura e aos pescadores do nosso Estado. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Welson Gasparini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público presente, telespectadores da TV Assembleia, ontem aqui fiz um apelo ao Supremo Tribunal Federal, ao Ministro Presidente do Supremo, Carlos Ayres Britto, no sentido de que ele coloque em votação os embargos declaratórios das duas Adins que já foram julgadas pelo próprio Supremo, as Adins 4291 e 4429. A primeira foi a nossa e a segunda da OAB Federal.

Tivemos uma vitória importante, porque o Supremo Tribunal Federal reconheceu a inconstitucionalidade de um aspecto da Lei 13549, que colocou em processo de extinção a Carteira Previdenciária do Ipesp. O Supremo reconhece que o Estado tem obrigação, o Estado é responsável pela carteira, ele tem deveres com a carteira previdenciária, inclusive deveres financeiros, porque foi o Estado que criou a carteira, em 1959.

Mas temos outra questão colocada, que não deu tempo de abordar ontem por conta do nosso tempo, que era muito curto. É referente ao Banco Cruzeiro do Sul, que foi liquidado pelo Banco Central, e que está sendo investigado pelo Banco Central, e é um banco que é acusado, hoje, de fraudes contábeis, de indícios de operações de créditos fictícios, e um banco que acabou golpeando vários investidores, entre eles também os advogados do Ipesp.

Por quê? A Superintendência da Carteira do Ipesp investiu mais de 60 milhões de reais do orçamento da carteira, de um orçamento aproximado de um bilhão de reais, que é o orçamento hoje da Carteira Previdenciária dos Advogados do Ipesp. E esse grupo que administra a Carteira do Ipesp, que é um grupo que não se relaciona com os seus maiores interessados, que são os advogados, investiu 60 milhões num banco desconhecido, que é esse Banco Cruzeiro do Sul, cujo proprietário foi preso, ontem, pela Polícia Federal, só que agora os advogados, além de já terem sido golpeados, prejudicados tanto pelo Governo do Estado, pelo Governo do PSDB, pelo ex-Governador José Serra, como também pela Assembleia Legislativa, que aprovou o Projeto de lei do Palácio dos Bandeirantes, agora os advogados contribuintes da Carteira do Ipesp estão sendo prejudicados também pelo autoritarismo, pela falta de transparência dos gestores da carteira.

Não há uma assembleia pública, não há comunicação, não há transparência em relação ao que vem acontecendo com essa carteira. Os advogados estão se reunindo aqui todas as quartas-feiras para discutir os destinos da carteira, mas não há uma comunicação, porque a carteira é administrada hoje sem transparência. O fato é que queremos de volta os 60 milhões, porque esse dinheiro pertence aos advogados que contribuem mensalmente com seu sistema previdenciário. Os advogados foram já prejudicados com a Lei 13549, que tentamos revogar através da nossa Adin, mas agora estão sendo prejudicados por essa falta de transparência.

Já pedi a convocação do Superintendente, Dr. Carlos Flori, na Comissão de Direitos Humanos. O requerimento já foi aprovado e esperamos que nos próximos dias ele esteja presente para depor, para explicar todas essas irregularidades, esse investimento num banco que ninguém conhecia, um banco sem credibilidade no mercado financeiro. Inclusive os advogados que estão se reunindo na Assembleia reclamam que houve aí uma afronta a uma portaria expedida pela própria carteira, de que os investimentos deveriam ser feitos em instituições sólidas e consistentes.

Eu não conhecia esse Banco Cruzeiro do Sul; acho que ninguém conhecia, mas os administradores da carteira investiram 60 milhões num banco totalmente desconhecido e sem credibilidade. Agora o banco faliu, houve intervenção do Banco Central e os advogados não têm nenhuma garantia de que poderão receber de volta o investimento feito nesse banco.

Também quero ressaltar ainda que o Estado não está respeitando a decisão do Supremo Tribunal Federal. O Supremos determinou que o Estado é responsável pela Carteira Previdenciária. Entendemos que o desconto, hoje, nos proventos dos aposentados e pensionistas de 20% afronta a decisão do Supremo Tribunal Federal. Por isso queremos que o Estado respeite a decisão do Supremo e desconte apenas 5% dos proventos, e que faça o reajuste dos salários dos aposentados pelo salário mínimo, como determinava a legislação antes da aprovação da Lei 13549, que ficou provado, agora, que ela tem aspectos inconstitucionais. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, esgotado o tempo destinado ao Pequeno Expediente, vamos passar ao Grande Expediente.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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O SR. MARCOS MARTINS - PT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, público presente, gostaríamos de voltar a um tema corriqueiro aqui no nosso Estado, que são os apagões de energia elétrica. É claro que tem da segurança pública também, um apagão que todos os deputados acabam abordando aqui com bastante frequência. A Eletropaulo continua despreparada para atender o fornecimento de energia elétrica no Estado. De domingo para segunda, tivemos lá na região de Osasco alguns bairros sem energia elétrica: Jardim das Flores, Vila Quitaúna, Vila Yolanda. Na Vila Yolanda é só ameaçar chover que apaga tudo. E aqui na Assembleia, de vez em quando, apaga também, e temos que suspender sessões para aguardar a volta da energia elétrica.

Tomei a liberdade de ligar, para obter informação. É uma gravação: detectamos falta de fornecimento de energia elétrica em tais e tais bairros. Você não tem com quem falar, pelo menos para obter alguma informação. Previsão de retorno: 23 horas. Eu liguei às 19 horas. Sabem a que horas voltou a energia? À uma e meia da manhã.

Imaginem a população às escuras. Justamente nessa região onde aconteceu a matança, as execuções, também ficou tudo escuro. Essa região toda pertence à Vila Quitaúna, a que V.Exa. fez referência, e a 200 metros de uma delegacia: três mortos e cinco feridos. Havia crianças e mulheres no barzinho. Duas pessoas encapuzadas, de moto, metralharam e foram embora.

A informação passada é que estavam procurando uma pessoa que teria ligações com o crime organizado. Mas quem estava procurando pode ser a polícia. Não estou fazendo uma afirmação, mas, o que está acontecendo a 200 metros de uma delegacia, Sr. Presidente? A escuridão facilita ainda mais.

E a Segurança Pública? Há um projeto de ir para Brasília. Daqui a uns dias, a continuar assim, em vez de termos policiamento, estrutura, polícia científica, vai começar a voltar a criminalização na barriga da mulher: com o filho na barriga já ser criminalizado. Será que isso vai resolver?

É responsabilidade do Estado de São Paulo a Segurança Pública. A população está insegura e nós gostaríamos que o Governo do Estado assumisse esse papel.

Outra coisa que me preocupou é com relação às autarquias. Um Deputado aqui fez a menção de que o Detran também vai ser autarquia. A Cidade Universitária e o Iamspe, estão falando em transformar em autarquia. Daqui a pouco a Assembleia Legislativa vira uma autarquia também, Sr. Presidente. Não sei como vai ser o funcionamento aqui. Servidores, fiquem espertos. Já pensaram a Assembleia virando uma autarquia? É uma situação preocupante.

Por último, gostaria de falar que chegou o projeto do Governo do Estado sobre o programa de cargos e salários de médicos. Gostaríamos que houvesse uma audiência pública aqui. Foi cobrado há tanto tempo, e o Governador fez o pronunciamento no Dia dos Médicos, mas nós queremos que esse projeto seja debatido com os profissionais, com os Deputados, para podermos, eventualmente, aprimorar, melhorar. Que não seja uma comissão especial, um relator especial que dê o parecer, sem passar pela Comissão de Saúde. Quero deixar aqui esse registro e essa preocupação.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público presente, telespectadores da TV Assembleia, gostaria de fazer duas considerações, uma em relação ao tema que é muito debatido aqui na tribuna por vários Deputados e vários partidos, o tema da Segurança Pública.

Já manifestei aqui a minha posição e a posição do PSOL em relação ao tema, no sentido de afirmar que estamos vivendo um verdadeiro colapso na área da Segurança Pública no Estado de São Paulo, por conta da falta de investimento. Não há investimento nessa área, não há investimento nos servidores da Segurança Pública, não há investimento na inteligência da polícia.

Ou seja, estamos aqui à deriva nessa área também, como estamos na área da educação pública, da saúde pública. Há também uma falta muito grande de investimento nessas áreas. O Estado de São Paulo não tem um projeto de fato, de Segurança Pública.

Isso é fácil de notar. Já fui, e continuo indo e conversando com vários comandos da Polícia Militar, em várias regiões, não só aqui da Cidade de São Paulo e da Grande São Paulo, mas também do interior paulista, e a situação é sempre a mesma: falta efetivo nos batalhões, nos comandos da Polícia Militar, faltam viaturas, faltam equipamentos, faltam coletes à prova de bala. Falta o básico.

O Governador Geraldo Alckmin não investe no básico da Segurança Pública, que é contratar policiais para que o quadro seja completo em cada região. Em todo lugar, em toda região que eu visito e converso, os responsáveis pela Polícia Militar e pela Polícia Civil reclamam da falta de funcionários, da falta de policiais. O quadro nunca está completo, em todas as regiões. É a principal reclamação hoje dos comandantes, das pessoas que organizam a Polícia Militar e a Polícia Civil em cada região do Estado.

Logicamente há a questão salarial, que é gravíssima também. Os salários dos servidores da Segurança Pública do Estado de São Paulo têm sido os mais baixos e aviltantes de toda a federação. Todos sabem disso. Há uma grande insatisfação dos policiais civis e militares, em relação à questão salarial, como há também dos professores, dos servidores da Saúde.

Esse é um tema importante, e devemos aprofundar. Mas a Assembleia Legislativa também é omissa. Os Deputados no geral, principalmente os da base governista não pressionam o Governo para que haja investimento.

Apresentei um requerimento pedindo a convocação do Secretário estadual de Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, para que ele venha depor e explicar o crescimento da criminalidade no Estado de São Paulo, as mortes que vêm acontecendo, os assaltos, os homicídios, os ataques aos policiais que estão de folga, esse enfrentamento com o crime organizado.

Mas há resistência, porque os Deputados da base do Governo obstruem a convocação do Secretário de Segurança Pública aqui na Assembleia Legislativa. E o Governador Geraldo Alckmin finge que não está acontecendo nada no Estado de São Paulo, porque tem medo que a população perceba que ele perdeu o controle da Segurança Pública no nosso Estado.

A Assembleia Legislativa não pode ficar omissa. Vejo aqui os Deputados falando o tempo todo, mas é preciso tomar providências e pressionar o Governo. São Deputados da base do Governo que não estão pressionando. Falam aqui em defesa da Segurança Pública na tribuna, mas lá nas comissões obstruem os nossos requerimentos e as nossas propostas de convocação do Governo aqui na Assembleia Legislativa. Ficam fazendo média e atendendo aos apelos do Governo estadual. Não vejo aqui os Deputados criticando o Governador Geraldo Alckmin. Não vejo aqui os Deputados da base do Governo, que reclamam tanto, dizendo que a falta de Segurança Pública aqui tem causa, tem uma raiz, que é a falta de investimento.

Não há investimento em Segurança Pública no Estado de São Paulo. Por isso chegamos ao fundo do poço. Nesse sentido, eu gostaria de falar da nossa posição, da posição do PSOL. Nós vamos continuar cobrando o Governador, cobrando os Deputados e, principalmente, lutando para convocar o Secretário da Segurança Pública.

A Assembleia Legislativa não pode se curvar, não pode ficar omissa ao que vem acontecendo no Estado de São Paulo. As pessoas estão, literalmente, morrendo no nosso Estado, e nenhuma providência é tomada nessa área.

Portanto, o Governador tem que investir na Segurança Pública do Estado de São Paulo. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, solicito o levantamento da presente sessão.

 

O Sr. Presidente - Jooji Hato - PMDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, esta Presidência vai levantar a sessão. Antes, porém, convoca V. Exas. para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia da sessão de hoje.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 15 horas e 40 minutos.

 

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