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05 DE DEZEMBRO DE 2011

149ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidentes: JOOJI HATO, LUIZ CLAUDIO MARCOLINO e SIMÃO PEDRO

 

Secretário: OLÍMPIO GOMES

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - JOOJI HATO

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

002 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Tece comentários sobre o processo de expansão de rede de atendimento do INSS, iniciado na gestão do ex-Presidente Lula. Ressalta que o fortalecimento do órgão visa a uma melhor prestação de serviços ao trabalhador. Destaca o tempo gasto pelo cidadão para efetivar o processo de aposentadoria, estimado em meia hora. Comunica que vários municípios paulistas farão licitação para a construção de novas unidades da Previdência, entre eles, Ilha Solteira, Biritiba-Mirim, Bastos, Itapevi, Teodoro Sampaio, Casa Branca, Santa Isabel, Caieiras, Piedade, Tremembé.

 

003 - OLÍMPIO GOMES

Lamenta que não tenha sido enviado projeto de lei, do Executivo, para reajustar o salário de pesquisadores científicos do Estado. Faz críticas ao Governador, a quem acusa de não cumprir seu compromisso com a categoria. Comunica que dia 06/12 representantes do setor estarão presentes na reunião do Colégio de Líderes, num ato de protesto. Manifesta preocupação quanto à votação do projeto de lei que cria a previdência complementar de servidores públicos. Sugere a regularização de lei federal, sobre a matéria, a fim de se adequar o texto estadual.

 

004 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Assume a Presidência.

 

005 - JOOJI HATO

Comenta visita realizada, nesta manhã, ao Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, nesta Capital, para a inauguração de 19 leitos de UTI e um centro de treinamento. Reconhece o investimento do Governador Geraldo Alckmin na Saúde. Lamenta caso de jovem de 22 anos que, sem conseguir vaga em unidade de terapia intensiva, veio a falecer. Informa o assassinato de duas pessoas, ontem, em Osasco. Parabeniza o Corinthians pela conquista do título de "Campeão Brasileiro 2011".

 

006 - SIMÃO PEDRO

Tece comentários acerca de déficit de moradias em São Paulo. Parabeniza o desembargador Rubens Rio, do Tribunal de Justiça, pelo cancelamento da eleição do Conselho Municipal de Habitação, após constatação de irregularidades no processo de votação. Critica manobra do Prefeito Gilberto Kassab, que resultou em eleição por chapa e não por pessoa. Defende o avanço de políticas sociais de direitos e atribui ao Estado o dever de viabilizar a instituição de órgãos representativos. Apela ao Secretário Municipal de Habitação, Ricardo Pereira Leite, que dialogue com os movimentos de moradia de forma transparente, estabelecendo as regras para a nova eleição do Conselho Municipal de Habitação.

 

007 - JOOJI HATO

Assume a Presidência.

 

008 - CARLOS GIANNAZI

Repudia o corte de 50% para o Judiciário, feito no orçamento. Opina que a crise da Justiça vai prejudicar mais de 40 milhões de usuários. Frisa que a redução frustra os servidores, que aguardam o reajuste salarial e das perdas inflacionárias. Cita que outras áreas serão prejudicadas, como a Coordenadoria da Infância e da Juventude, que reivindica a criação de novas varas e a contratação de mais funcionários.

 

009 - SIMÃO PEDRO

Assume a Presidência.

 

010 - JOOJI HATO

Parabeniza a Senhora Adriana Spernega, em nome de todos os voluntários, cujo dia comemora-se hoje. Lembra a morte de motoqueiro e de esposa grávida, na semana passada. Apresenta matéria, exibida no programa "Profissão Repórter", da TV Globo, sobre abusos cometidos por motociclistas em vias públicas. Informa que encaminhará cópia da reportagem à Presidente Dilma Rousseff.

 

011 - CARLOS GIANNAZI

Informa visita realizada à Escola de Música Tom Jobim, no Bairro do Brooklin, no sábado. Demonstra perplexidade com o anúncio de fechamento da escola. Diz que a medida viola direitos previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente. Acrescenta que a notícia gera revolta em pais e alunos, que deverão ser transferidos para outra unidade. Pede explicações ao Secretário de Cultura, Andrea Matarazzo, e à Organização Santa Marcelina, responsável pelo gerenciamento da Tom Jobim. Cita denúncias de indícios de improbidade administrativa no episódio. Pede que o Tribunal de Contas investigue o cancelamento do projeto pedagógico musical.

 

012 - JOOJI HATO

Assume a Presidência.

 

013 - SIMÃO PEDRO

Divulga agenda das Comissões de Finanças e Orçamento e de Educação e Cultura para esta semana. Comenta notícia de sabatina, feita pelo site UOL, aos pré-candidatos do PSDB à Prefeitura de São Paulo. Critica o ataque sutil que teriam feito ao Ministro da Educação, Fernando Haddad, pré-candidato petista ao cargo. Desmente que a escolha de Haddad tenha sido imposta pelo ex-Presidente Lula. Justifica o processo de decisão do partido, que teria definido o nome do Ministro após desistência dos Senadores Marta e Eduardo Suplicy. Elogia a atuação de Fernando Haddad em prol da Educação. Informa que prévias ocorreram em diversos municípios, fato que não se deu em São Paulo devido ao consenso quanto ao candidato.

 

014 - CARLOS GIANNAZI

Pelo art. 82, solicita a aprovação do PL 1046/11, que versa sobre a organização do pagamento de horários vagos de professores da rede estadual de ensino, conhecidos como "hora janela". Dá conhecimento da tramitação do projeto na Casa. Combate o Executivo por, segundo o Deputado, não respeitar o piso salarial da categoria. Considera insuficiente o salário pago ao Magistério estadual. Fala sobre o trabalho extra-sala realizado pelos professores.

 

015 - CARLOS GIANNAZI

Pelo art. 82, combate projeto, de autoria do Executivo Estadual, que institui plano de previdência complementar para os servidores públicos estaduais. Dá conhecimento da existência de matéria semelhante em tramitação no Congresso Nacional. Posiciona-se contrariamente aos dois projetos. Explica o funcionamento da matéria.

 

016 - CARLOS GIANNAZI

Requer o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

 

017 - Presidente JOOJI HATO

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 06/12, à hora regimental, com ordem do dia. Lembra a realização da sessão solene, hoje, às 20 horas, pela "15ª Edição do Prêmio Santo Dias de Direitos Humanos". Levanta a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Olímpio Gomes para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - OLÍMPIO GOMES - PDT - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Fernando Capez. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alex Manente. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adilson Rossi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários da Casa, nos últimos anos o Governo Federal tem feito, a partir da Previdência Social, um processo de expansão na rede de atendimento do INSS.

Na verdade, é uma política permanente que foi iniciada pelo Presidente Lula. Agora com a Presidente Dilma Rousseff tem feito um processo de fortalecimento da estrutura da Previdência Social com a expansão das redes de atendimento do INSS em todo o País.

É importante dizer que essa política permanente de fortalecimento da Previdência Social garante não só um bom atendimento dos trabalhadores depois de 35 anos de trabalho e as mulheres virem a se aposentar aos 30 anos.

É necessário dar uma atenção especial aos trabalhadores que deram sua vida, seja pelo fortalecimento do País, seja pelo fortalecimento do Estado e dos municípios, para que possa consolidar uma aposentadoria de forma mais tranqüila e hoje já é possível a partir do fortalecimento da Previdência Social no Brasil.

Hoje não é mais ônus do trabalhador apresentar o registro de trabalho nas empresas. É responsabilidade das empresas comprovarem se esse trabalhador porventura trabalhou ou não nessa empresa, uma vez que a carteira de trabalho está assinada. Então dá à empresa a responsabilidade do recolhimento da contribuição do INSS, que antigamente era responsabilidade do trabalhador.

Outro ponto é o tempo. Hoje o trabalhador consegue se aposentar em meia hora. No futuro breve, o trabalhador brasileiro poderá se aposentar. O próprio Governo Federal vai avisar o trabalhador que ele já tem tempo suficiente para adquirir a aposentadoria da Previdência Pública Federal.

É importante dizer que nesse processo de expansão da rede de atendimento do INSS já temos vários municípios no Estado de São Paulo ou que já estão no processo de licitação que começa agora, essa semana, ou na próxima semana para várias cidades do Estado de São Paulo. São cidades onde já estão em andamento os projetos, já têm os terrenos que foram cedidos ou adquiridos pela Previdência ou cedidos pela Prefeitura Municipal, cidades que já têm os projetos de engenharia. Então, são cidades que estão preparadas para que seja feita a licitação e iniciar a obra ainda este ano ou no começo do ano que vem para a construção de novas estruturas da Previdência Social em municípios.

Temos algumas cidades importantes no nosso Estado, como as Cidades de Ilha Solteira, Biritiba Mirim, Francisco Morato, Piracaia, Bastos, Itapevi, Conchal, Teodoro Sampaio, Cajuru, Casa Branca, Municípios de Santa Isabel, Caieiras, Apiaí, Cabreúva, Guapiara, Piedade e Tremembé. Todas essas cidades já estavam com os projetos estruturados com os terrenos ou cedidos pela Prefeitura ou comprados pela Previdência Social e já têm um terreno designado para a construção da nova sede da Previdência Social.

Temos percebido a expansão não só aqui em São Paulo, mas em todo o Brasil Então é mais um direito da população que hoje precisa de uma licença maternidade, precisa de um auxílio-doença numa enfermidade que venha a ter ao longo da sua vida laboral. O mesmo na aposentadoria. Cada vez mais se tem criado condições para melhorar a vida do trabalhador depois de 30, 35 ou 25 anos de trabalho, dependendo da profissão, para obter uma aposentadoria digna.

Estamos vendo mais uma vez o Governo Federal preocupado com o trabalhador no momento da sua aposentadoria, na concessão do auxílio-doença, na concessão da licença-maternidade. É o Governo Federal preparando cada vez mais nas cidades a infraestrutura da Previdência Social, garantindo a ampliação da rede de atendimento. Entre esta semana e a próxima, as licitações vão acontecer nessas cidades para que a população possa ser atendida de forma mais qualificada em nosso Estado.

É o trabalhador, mais uma vez, sendo beneficiado por ações do Governo Federal. É o governo dos trabalhadores voltado para os trabalhadores, demonstrando o seu compromisso com os trabalhadores do Estado de São Paulo.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado José Cândido. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado André Soares. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Carlos Gondim. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários da Casa, cidadãos que nos acompanham pela TV Alesp, lamento que o Governo de São Paulo não tenha encaminhado ainda para esta Casa o projeto de reajuste salarial dos pesquisadores científicos do Estado de São Paulo. Foi um compromisso do Governo manifesto com representantes dos pesquisadores no Palácio do Governo e lamento que hoje, 5 de dezembro, com mais seis sessões até que se encerre a discussão e votação do orçamento e esta Casa entre em recesso no dia 16 de dezembro, o projeto não tenha dado entrada na Assembleia Legislativa. Ainda que venha em regime de urgência, por mais célere que tente ser a Assembleia Legislativa, dificilmente algo poderá ser feito. É o Governo empurrando com a barriga a situação para não cumprir o seu compromisso com estes servidores do Estado.

Amanhã os representantes dos pesquisadores científicos estarão aqui no Colégio de Líderes para manifestar a sua apreensão, mas pouco pode fazer ou quase nada pode fazer a Assembleia neste momento a não ser cada parlamentar, cada bancada ou a direção da Casa manifestar ao Governador a tristeza do não cumprimento do compromisso assumido. Tenho certeza de que dando entrada na Casa o projeto, toda celeridade será dada para a sua votação ainda este ano. Mas o tempo anda contra. A pauta da Assembleia Legislativa está comprimida no tempo e até este momento o Governo não cumpriu a sua palavra com os nossos servidores pesquisadores científicos.

Devo manifestar também, deputados Luiz Claudio Marcolino e Carlos Giannazi, parlamentares que estão em plenário hoje nessa segunda-feira brava, quando 27 senhores deputados assinaram a lista de presença. O desejo do governo de pautar a partir de amanhã, e se possível votar o projeto que cria a previdência complementar dos servidores públicos do Estado de São Paulo, também é outro motivo de grande preocupação. Tanto que o deputado Luiz Claudio Marcolino avançou mais que os demais parlamentares indo a Brasília, no Ministério da Previdência e no Congresso Nacional, para saber como está o andamento do projeto de previdência complementar federal, e trouxe uma série de interrogações mais do que próprias em relação à previdência complementar para mulher, que tem tempo e aposentadoria especial, as categorias de servidores que têm tempo especial para aposentadoria e que não chegarão à integralidade dos vencimentos no atual sistema, e que acabamos sem entender.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Luiz Claudio Marcolino.

 

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Por que votar esse projeto de afogadilho se podemos esperar que a lei federal, que pode trazer no seu conteúdo impeditivos a artigos, ou a uma parte ou à totalidade da legislação estadual? Mas São Paulo foi pioneiro com a previdência complementar, fez antes até do que União. E se a legislação federal for restritiva a circunstâncias que estão na legislação estadual que nós vamos discutir e votar?

Então, quero manifestar aqui minha preocupação, a certeza que farei o máximo de obstrução possível. Tenho certeza que assim será com a bancada do PT, com o deputado Carlos Giannazi. E não por fazer oposição ou porque queremos atrapalhar o governo do estado. Ao contrário, não queremos que os servidores públicos do estado paguem, mais uma vez, a conta da incompetência de gestão do estado nos últimos 50 anos. Queremos sim que haja um processo justo e que seja feito de forma equilibrada e equalizada, para que não haja mais perdas aos servidores.

Vamos ver se haverá sensatez do governo para aguardarmos a votação do projeto federal que está tramitando no Congresso Nacional, para daí darmos os encaminhamentos em relação à legislação estadual. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Tem a palavra o nobre deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Celso Giglio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alencar Santana. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato, pelo tempo regimental.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, telespectadores da TV Alesp, estive hoje no Instituto Dante Pazzanese, próximo à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, juntamente com o governador Geraldo Alckmin, com o Secretário da Saúde, Giovanni Guido Cerri, e lá encontramos vários médicos e funcionários. Queremos parabenizar o senhor governador e também a superintendente daquele hospital, Dra. Amanda Guerra Moraes Rego Sousa, que faz um trabalho excelente, com atendimento médico-hospitalar de ponta, de primeiro mundo, na área da cardiologia. Hoje foram inaugurados mais 19 leitos de UTI, juntamente o Centro de Simulação e Treinamento. Esse 19 leitos de UTI se juntam a mais de 70 leitos que o hospital tem.

Queremos parabenizar o Governador, o Secretário da Saúde, Giovanni Cerri, e a Dra. Amanda Guerra. Essa inauguração ajuda muito a Cidade de São Paulo, vai ajudar a minorar o sofrimento da população. Infelizmente temos uma carência enorme de vagas em UTI, na cirurgia, ortopedia e emergências.

No final de semana retrasado uma moça de 22 anos, no Hospital da Pedreira, precisava de um leito de UTI, e nós não conseguimos. Batemos em muitas portas, mas as vagas estavam cerradas. O centro de controle de internação estava abarrotado. E essa moça acabou por falecer.

Sempre preconizo que a violência consome recursos fundamentais do SUS. A violência consome leitos que não temos. Se fizéssemos prevenção aos acidentes e à violência, certamente não teríamos a necessidade de criar mais leitos. Mas infelizmente isso não acontece. A violência cresce cada vez mais, e a procura de leitos para os politraumatizados aumenta cada vez mais, por causa desse trânsito caótico.

Quero parabenizar o Corinthians, pelo campeonato brasileiro. Foi uma alegria muito grande ver o povo de São Paulo e do Brasil feliz com a vitória do time.

Em Osasco dois homens em moto mataram duas pessoas, na tarde do domingo, quando o Corinthians estava jogando no Pacaembu. Os feridos foram levados para o Hospital Regional de Osasco e para o Hospital Universitário. Duas pessoas foram mortas, assassinadas. O garupa tem uma máscara, o capacete, e com a moto, um veículo muito rápido, eles se tornam muito ágeis. A polícia então não consegue detê-los. E essas pessoas feridas vão para os pronto-socorros.

Enfim, o Hospital Dante Pazzanese inaugurou hoje 19 leitos de UTI, mas com certeza terá necessidade de mais leitos, porque não estamos conseguindo coibir essa violência. Se não controlarmos a violência, mesmo construindo mais pronto-socorros e mais hospitais, com mais leitos, ainda assim não daremos conta.

O grande segredo é fazer que esses pacientes não precisem ir ao pronto-socorro. Se tivermos segurança, se fizermos a segurança preventiva, certamente as pessoas não estariam necessitando de pronto-socorro, ocupando esses leitos, que seriam ocupados por pessoas acometidas por outras patologias.

Termino a nossa fala dizendo que o nosso grande segredo é fazer a prevenção na área da segurança, diminuir a criminalidade, a violência, fazer com que não tenhamos tantos acidentes no trânsito. Garupa de moto aumenta em 70% a instabilidade da moto. Por isso aprovamos a lei no nosso Estado. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vitor Sapienza. (Pausa.)

Srs. Deputados, Sras. Deputadas, esgotada a lista de oradores inscritos para falar no Pequeno Expediente, vamos passar à Lista Suplementar.

Tem a palavra o nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlão Pignatari. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Hamilton Pereira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Antonio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. SIMÃO PEDRO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, assomo à tribuna na tarde de hoje para fazer um comentário e um apelo. Na sexta-feira, os movimentos sociais que lutam por mais moradias principalmente para a parcela da sociedade com renda mais baixa - mais de 500 mil famílias precisam de uma moradia na Capital - conseguiram suspender a eleição do Conselho Municipal de Habitação na Justiça. Numa determinação do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, o relator de um pedido de liminar, Desembargador Rubens Rio, decidiu suspender o processo da eleição do Conselho Municipal de Habitação devido a uma série de irregularidades.

A primeira irregularidade constatada pelos movimentos é que o governo municipal, numa manobra, decidiu que a eleição seria por chapa, e não por cidadãos que queiram ser membros do conselho, como era tradição desde quando, na gestão da Prefeita Marta Suplicy, foi instituído o Conselho Municipal de Habitação. As pessoas podem se articular, mas a eleição era individual.

Segundo, o governo municipal determinou que as pessoas teriam de se inscrever previamente. Em relação a isso, não há problema, mas houve um inflacionamento. Mais de cem mil pessoas se inscreveram num prazo muito exíguo, gerando uma série de discussões de problemas que ocorreriam e essa eleição não terminaria bem.

É lamentável. O instrumento de participação da população e dos movimentos interessados num determinado tema é uma conquista da sociedade civil brasileira já prevista na nossa Constituição. Sempre falo aqui que os governos modernos têm de trabalhar com essa ideia da participação da sociedade. Isso não tira o papel do Parlamento, dos parlamentares, aperfeiçoa o processo de tomada de decisões a respeito de como vai ser gasto o dinheiro público. Nesta Casa, o Deputado Luiz Claudio Marcolino, eu e outros temos participado de audiências públicas para discutir o Orçamento feitas pela Comissão de Finanças e Orçamento da Assembleia Legislativa. É muito bom para a democracia, é muito bom para o Governo. É muito bom que os governos se abram ao crivo da opinião dos cidadãos, dos contribuintes, isso de forma a ser, por exemplo, no momento de consulta. Mas também são muito importantes os instrumentos que já estamos construindo e que estão sendo consolidados nos processos democráticos: os Conselhos e as Conferências.

O Conselho Municipal de Habitação, assim como o Conselho Estadual de Habitação que nós ajudamos a criar, através de uma lei votada neste Parlamento, é um instrumento que precisa ser aperfeiçoado e não pode ser motivo de manobra. São conhecidas e parceiras do Poder Público as entidades que se organizam para lutar por moradia, assim como as lideranças desses movimentos que são constituídas por cidadãos conhecidos e reconhecidos pela sociedade.

A sociedade precisa avançar nas políticas sociais e nos direitos, e o Estado tem a obrigação de executar para que isso ocorra. Principalmente no caso da moradia que é um tema que mobiliza sonhos, interesses e isso tem a ver não só com as quatro paredes, mas com a segurança e a projeção do futuro das famílias, e aqui em São Paulo, um Estado com 40 milhões de habitantes, e que ainda existe mais de 1 milhão de pessoas que não possuem suas casas próprias, um tema muito forte nas regiões metropolitanas e aqui na capital.

O apelo que fazemos é para que o Secretário Municipal de Habitação do Governo Kassab, Dr. Ricardo, reconstrua o processo do Conselho Municipal de Habitação e a eleição que será realizada em outro momento, pois em função de uma série de irregularidades ela foi cancelada pela Justiça, e infelizmente teremos com isso um vácuo e alguns problemas, mas é melhor assim do que um processo viciado, Deputado Jooji Hato. Pedimos ao Secretário que se reúna com os principais movimentos, acerte o processo como dever ser feito, estudando como será realizado o processo de inscrição; em relação à eleição, quem terá o direito de se candidatar; acerca da votação, como será feita e que regras serão utilizadas, e que o Secretário combine o jogo com as lideranças e com os movimentos, pois eles são os atores mais importantes. São essas pessoas que organizam o povo, que por sua vez luta e espera ter o apoio do Estado para conseguir sua moradia, e assim ter o direito de ser completamente feliz, construindo sua trajetória nesta cidade, garantindo a segurança da sua família e saindo do aluguel. Este é o nosso apelo.

Parabenizo as entidades, os movimentos e o próprio Desembargador Rubens Rio, que tomou esta iniciativa de suspender o processo fazendo justiça aqui na capital. Esperamos que isso não volte a ocorrer, e que também possamos no âmbito do Estado de São Paulo aperfeiçoar os instrumentos de participação popular, principalmente nesta área tão importante, que é a área da moradia. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados e Sras. Deputadas, tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, nobre Deputado Jooji Hato, Deputados Simão Pedro e Luiz Cláudio Marcolino, telespectador da TV Assembleia, gostaria de fazer novamente um apelo aos 94 Parlamentares da Assembleia Legislativa para que possamos reconstituir e repor o Orçamento do Judiciário que foi encaminhado para o Palácio dos Bandeirantes. Este Orçamento de 13,2 bilhões de reais foi cortado em, praticamente, cinquenta por cento. Com este corte continuaremos com a grande crise no Judiciário do Estado de São Paulo. Prejudicando toda a população do nosso Estado, os 42 milhões de habitantes, que são usuários e precisam acionar constantemente a Justiça paulista.

Primeiramente queremos frisar que esse corte no Orçamento significa na verdade um golpe frontal e mortal nos servidores do Judiciário que há muito esperam a reposição salarial, inclusive a reposição referente ao acordo que houve durante a greve no ano passado, quando foi assinado pelo Tribunal de Justiça, para fazer a recomposição salarial das perdas inflacionárias. Até agora isso não ocorreu.

O Governo Estadual ao invés de ajudar, prejudica ainda mais esse acordo e os servidores do Judiciário, que já trabalham em precárias condições com um dos piores salários da Federação. Sem contar, Sr. Presidente, que outras áreas também foram prejudicadas como, por exemplo, a Coordenadoria da Infância e da Juventude, que no projeto original do Orçamento tinha o valor de 63 milhões de reais. Houve aí um corte e reduziu-se o valor que chegou para aprovação aqui na Assembleia Legislativa. É o que o Governo Estadual quer destinar para essa área da Infância e da Juventude. E com isso um golpe mortal também, por exemplo, para a criação de 11 Varas da Infância e da Juventude, que não serão criadas.

Temos muitas Varas de Execução Criminal, por exemplo, acumulando com Varas da Infância e da Juventude. O mesmo juiz e os mesmos funcionários que trabalham na Vara de Execução Criminal, trabalham também na Vara da Infância e da Juventude, sendo que uma área não tem relação com a outra.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Simão Pedro.

 

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Então, 11 Varas que seriam criadas a partir desse Orçamento de aproximadamente 60 milhões não serão criadas no Estado de São Paulo. Com isso não teremos a contratação de psicólogos, não teremos a contratação de assistentes sociais, nem funcionários e nem de juízes, para dar conta ao atendimento dessa demanda estratégica e importante no Estado de são Paulo.

Nós não podemos tolerar e permitir que esse corte seja mantido aqui na Assembleia Legislativa. Os Deputados e as Deputadas podem reverter, podem mudar o curso desse Orçamento. Podemos na votação final do Orçamento restituir esse valor ou pelo menos uma parte significativa desse valor para que crianças e adolescentes e os servidores do Estado de São Paulo não sejam prejudicados, porque já são extremamente prejudicados com os baixíssimos salários e com as precárias condições de trabalho.

Hoje, por exemplo, temos um déficit de mais de 15 mil servidores porque o Estado não autoriza as contratações, não temos concursos públicos para contratação e não há reposição do quadro humano dos nossos servidores. Muitos são exonerados, muitos se aposentam e não há reposição. Com isso um servidor do Poder Judiciário do Estado de São Paulo trabalha por dez, por quinze e até por vinte pessoas, fazem horas extras sem receber por essas horas e não têm os direitos básicos dos trabalhadores.

Então, é nesse sentido que nós apelamos à Assembleia Legislativa, aos 94 Deputados e Deputadas, para que possamos reverter essa situação na hora da aprovação do Orçamento do Judiciário.

É inconcebível, finalizando Sr. Presidente, que o Governador tenha feito um corte criminoso no Orçamento do Judiciário, de quase 50 por cento. Com isso, vamos prejudicar várias áreas, entre elas, essas que citei.

Quero frisar aqui que a Coordenadoria da Infância e da Juventude será golpeada de morte com esse criminoso corte do Governador Geraldo Alckmin. Vamos deixar de atender do ponto de vista judicial crianças e adolescentes. O Poder Judiciário não poderá contratar funcionários nessa área como psicólogos, pedagogos, assistentes sociais, não poderá comprar os equipamentos, e não poderá criar as 11 Varas que necessitamos.

Isso porque não falei aqui das mais de 360 Varas que já foram aprovadas, mas não foram instaladas nos Fóruns. Aprovamos aqui a criação de três fóruns que não foram concretizados. São três aqui na Capital - Fóruns de M’Boi Mirim, de Capela do Socorro e de São Mateus -, mas até hoje os fóruns não foram aprovados. Temos então um déficit gravíssimo de varas, de fóruns em todo o Estado de São Paulo, e o caso mais exemplar é o Fórum da Lapa, que não tem acessibilidade e funciona em condições precárias. Parece-me que nem autorização de funcionamento tem do Corpo de Bombeiros, nem alvará de funcionamento, mas funciona em condições precárias aqui na Capital.

Imaginamos a situação de outros fóruns do interior, que estão abandonados, sucateados, sem infraestrutura, nem processo de informatização. É o caos, o abandono. Como disse o próprio Presidente do Supremo Tribunal Federal, Cezar Peluso, a Justiça de São Paulo está na maior penúria. E, no entanto, o Governador faz esse criminoso corte de 50% no Orçamento. Vamos lutar até o momento final para que esse Orçamento seja reposto, e o Judiciário possa atender minimamente a população com dignidade. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, hoje é Dia dos Voluntários, dessas pessoas que trabalham no anonimato dando algo de si às pessoas que precisam de ajuda. Cumprimento, em nome da Sra. Adriana Spernega, voluntária que dá aulas de inglês numa creche e ajudando no Natal Solidário, a todos os voluntários no dia de hoje. Deixo o nosso pleito de respeito e gratidão.

Desejamos que nós tivéssemos um bom Natal, com muita saúde, e não ter a infeliz sorte como a daquela pessoa que sofreu acidente na Ponte João Dias, no domingo retrasado. O piloto bateu numa mureta e morreu juntamente com a esposa, grávida. Os médicos tentaram operá-la no HC, mas essa garupa de moto - com o piloto e o filho que se acomodava no ventre - acabou falecendo. No domingo de ontem tivemos o assassinato de mais duas pessoas com garupa de moto em Osasco.

Como gostaria que todos tivessem um Natal feliz, com muita saúde, gostaria de passar novamente o vídeo do programa de Caco Barcellos.

 

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- É feita a execução de vídeo.

 

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Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, quero dizer que em dez anos aconteceram no nosso País 65 mil mortes por acidente de moto. É mais que na guerra do Vietnã. Se o Governador assistir essa reportagem do jornalista Caco Barcellos, da Rede Globo, no programa “Profissão Repórter”, com certeza ele irá sancionar a lei que aprovamos aqui.

Estou procurando entregar ao nosso Vice-Presidente da República, Michel Temer, e à Presidente da República, Dilma Rousseff, uma cópia desse documentário porque, certamente, assistindo-o, vai aprovar uma lei nacional. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectador da TV Alesp, público presente, gostaria de informar que estivemos no último sábado num encontro na Escola de Música Tom Jobim mantido pelo Estado de São Paulo, que era na verdade a antiga Universidade Livre de Música do Estado de São Paulo que leva o nome do nosso soberano maestro Tom Jobim, um dos maiores músicos da história deste País e com certeza um dos maiores músicos do mundo.

Nessa reunião que tivemos juntamente com os pais de alunos, com os alunos, com os professores, com representantes da Secretaria da Cultura do Estado, com representantes da organização Santa Marcelina, que é a responsável pela gestão e administração da escola, ficamos extremamente perplexos, estarrecidos com a decisão de fechamento da escola. Uma escola que é um centro de excelência de ensino de Música, que traz toda tradição do projeto ainda original, antes dessa terceirização, antes da privatização.

A Secretaria estadual da Educação soltou um documento agora, no apagar das luzes, no finalzinho do mês de novembro, quando os alunos já entram em recesso escolar, comunicando aos pais que a escola vai fechar, que os alunos serão transferidos, se quiserem, para o bairro da Luz, na unidade central, pois aquele projeto será desativado na unidade Brooklin.

Isso gerou revolta, gerou indignação dos pais, dos alunos, dos professores, de toda comunidade escolar. Aquele equipamento é uma escola pública, tem comunidade escolar. Crianças e adolescentes terão as suas expectativas, os seus sonhos frustrados, é um impacto extremamente negativo do ponto de vista emocional, do ponto de vista psicológico. Estamos falando de uma criança que estuda já há algum tempo, que criou, como eu disse, sonhos, expectativas. E agora a escola será fechada do dia para a noite. Consideramos isto um ato criminoso, que viola o Estatuto da Criança e do Adolescente.

Nesse sentido, pedimos a convocação do Secretário da Cultura e de um representante da organização social Santa Marcelina, que tem uma faculdade privada nessa área, na Comissão de Educação e Cultura. Nós estranhamos o desmonte deste projeto pedagógico porque depois que a Universidade Livre de Música, depois que a Escola Estadual de Música foi privatizada, foi terceirizada, foi entregue para esta organização social, estamos assistindo o desmonte, a destruição do projeto pedagógico. Vários professores já foram demitidos por esta organização. Professores extremamente qualificados, de reconhecimento até internacional foram demitidos sumariamente pela Santa Marcelina. O currículo foi alterado para pior, a carga horária dos cursos foi reduzida. Ou seja, há uma destruição do projeto original e como se não bastasse esse processo de destruição a organização Santa Marcelina com o apoio da Secretaria Estadual da Cultura, do Secretário Andrea Matarazzo, dá um golpe mortal no que ainda restava de resistência desse projeto, que é o fechamento da unidade Brooklin.

Nós vamos reagir não só aqui na Assembleia Legislativa. Vamos acionar também o Ministério Público Estadual, vamos acionar o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, que inclusive já detectou um grave erro no contrato. Um grave erro não. O Tribunal de Contas faz uma denúncia gravíssima de improbidade administrativa, de malversação de dinheiro público, num contrato de mais de 60 milhões de reais entre a Secretaria de Cultura e a organização Santa Marcelina. Há fortes indícios de malversação do dinheiro público, de improbidade administrativa. Vamos agora pedir para que o Tribunal de Contas também investigue essa questão de fechamento, de destruição do projeto pedagógico. O Tribunal de Contas tem que investigar. Estamos tomando as providencias nesse sentido porque é inconcebível que a Secretaria da cultura tenha terceirizado praticamente metade do seu orçamento, que foi entregue às organizações sociais de caráter privado. Ou seja, parece que a Secretaria da Cultura não vê na cultura algo estratégico e importante, porque normalmente se terceiriza e se privatiza aquilo que não é importante para o estado. Ao o estado joga pra a iniciativa privada, para as organizações sociais. Agora, a cultura é estratégica no desenvolvimento de uma cidade, de um estado e de um país. Metade do orçamento é terceirizado. Tem algo muito errado aí. Parece-me que a terceirização virou um grande negócio. Não é à toa que tem essa investigação pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo dando malversação do dinheiro público, de improbidade administrativa, de uma situação que pode comprometer o próprio contrato com a Organização Santa Marcelina.

Vamos continuar, então, tomando todas as providencias para que a Escola de Música do Estado de São Paulo Tom Jobim, unidade Brooklin, não seja desativada; ao contrário que ela atenda mais alunos. Ela atende pouco, precisa atender mais aluno, o governo tem que investigar mais no ensino de música. Até porque Música é disciplina obrigatória no ensino fundamental, nas escolas públicas e privadas, a partir do ano que vem. O Congresso Nacional aprovou essa lei. É urgente que a escola atenda o maior número de alunos nesse projeto que funciona bem. Agora, tudo que funciona bem o governo terceiriza e destrói. Então, é contra isso que estamos nos movimentando.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro, pelo tempo remanescente do Pequeno Expediente.

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, fiz questão de voltar à tribuna no dia de hoje porque amanhã, a partir das 14 horas e 30 minutos, teremos reunião da Comissão de Finanças e Orçamento. Estamos na reta final para votar o Orçamento para o ano que vem. Na quarta-feira teremos reunião da Comissão de Educação e Cultura, para discutir o pedido da deputada Leci Brandão sobre os clubes negros. Então, não poderia deixar de me manifestar sobre o que li hoje na internet a respeito de uma sabatina que o portal UOL fez com os pré-candidatos do PSDB à prefeitura de São Paulo: deputado Bruno Covas, atual Secretário do Meio Ambiente, os deputados Trípoli, José Aníbal e o Secretário da Cultura, que estará aqui no dia 14. Eles falaram porque querem ser candidatos. Mas ao invés de falar sobre a cidade e seus problemas, eles resolveram atacar o PT e nosso pré-candidato Fernando Haddad, não diretamente, porque não tiveram coragem de fazer isso, mas dizendo que a cidade de São Paulo está cansada de eleger poste, de que a candidatura do Fernando Haddad, nosso Ministro da Educação, é imposição do presidente Lula, que eles sim são democratas porque farão uma prévia, que não se sabe quando vai ser.

O Governador Geraldo Alckmin quer adiar a prévia do PSDB na capital para março, mas os pré-candidatos querem fazer em janeiro. Ou seja, o PT, legitimamente, fez um processo de 33 debates na periferia, não é nem nos jornais, não é no UOL, não é em site. É na periferia, em cada diretório, com cinco pré-candidatos. A ex-prefeita Marta Suplicy, o senador Eduardo Suplicy, os Deputados Jilmar Tatto e Zarattini e o Ministro da Educação, um debate de alto nível, com a presença de 200 a 300 militantes filiados, que compareceram para fazer perguntas, ouvir os pré-candidatos e, por consenso, por aprofundamento, por discussão, porque nós do PT fazemos isso, conversamos exaustivamente, esgotamos as possibilidades, discutimos.

A ex-prefeita Marta, até ouvindo a Presidenta Dilma, resolveu que vai continuar no Senado, função que acabou de assumir neste ano, porque tem um papel muito importante a cumprir no Senado, ajudando a Presidenta Dilma a cuidar das coisas do País. Eduardo Suplicy é a mesma coisa, tem mais quatro anos como senador.

Por unanimidade escolhemos, não precisamos ir a votação. Foi um processo democrático, rico. O nosso atual Ministro da Educação instalou um conselho político com todas as forças, incluindo os quatro pré-candidatos que com ele concorreram, no trabalho interno, ou seja, um trabalho profundo, democrático.

O Ministro Haddad vem cumprindo um papel; não existe na história deste País um ministro que serviu a três governos: o primeiro Governo Lula, o segundo Governo Lula, e agora no primeiro Governo da Presidenta Dilma. Aliás, o Ministro até queria entregar o cargo; foi dialogar com a Presidenta, e ela pediu que ele fique, até porque temos ainda que votar o Plano Nacional de Educação, um plano fundamental para o futuro da Educação no nosso País, para o futuro do nosso País. Espero que seja votado até o final do ano, essa é a nossa expectativa. O Ministro está trabalhando para isso.

Penso que cada partido tem que fazer o seu processo. O PCdoB da Deputada Leci Brandão está discutindo, o PSOL está discutindo como vai escolher, para que possamos ter eleições no ano que vem com os melhores candidatos, as melhores propostas.

Prévia, nós fizemos. O nosso partido fez prévia ontem em Indaiatuba, em Suzano, em Sete Barras no sábado. Não foi por falta de prévias que o nosso partido deixou de escolher os seus candidatos. A prévia é quando não existe consenso, é quando as forças políticas, os pré-candidatos não chegaram a um entendimento.

Aliás, a prévia foi um instrumento instituído pela primeira vez no Partido dos Trabalhadores. Nós já fizemos inclusive para a Presidência da República, quando o Senador Eduardo Suplicy e o Presidente Lula concorreram no processo. No aspecto da convergência nosso partido está unido, para trazer de volta a Cidade de São Paulo para a democracia, para resgatar as políticas sociais, os projetos.

A cidade está paralisada. O Governo não consegue colocar em prática projeto nenhum. Vejam a situação das creches em São Paulo, são 120 mil crianças aguardando uma vaga. Essa prefeitura não consegue fazer uma creche. Os corredores de ônibus, o caos que se tornou a Cidade de São Paulo, fora dos períodos de férias, a falta de hospitais.

Eu me lembro que na campanha passada o Prefeito Kassab, a ex-Prefeita Marta Suplicy e os demais candidatos, acho que foi o Ivan Valente, debatiam a necessidade e saiu o compromisso de construção de mais três hospitais. Até hoje nem projeto existe.

A cidade precisa pensar o seu futuro, precisa resgatar as melhores coisas para uma boa convivência, para que possamos olhar o futuro, que as pessoas que moram aqui possam ter felicidade, possam gostar da cidade, aqui viver e trabalhar, tocar a sua vida, desfrutar dessa bela cidade que é São Paulo.

E vamos fazer esse debate na hora certa. Li que os pré-candidatos do PSDB foram orientados pelo Governador Geraldo Alckmin que, ao invés de falar mal de Kassab, da Cidade de São Paulo, é melhor atacar o PT, que é o adversário.

Nós acabamos de escolher o nosso candidato. Nós vamos formular um programa de governo, nós vamos iniciar o processo quando for importante, no momento adequado, que é o ano que vem. Penso que o PSDB precisa acertar a sua situação interna primeiro, precisa buscar um rumo. Eles precisam definir quem será o candidato, qual a melhor alternativa, que a população precisa conhecer, e assim termos um debate de alto nível, que é o que esperamos a partir do ano que vem, que, aliás, São Paulo e a sua população tanto merecem. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, gostaria de pedir apoio para aprovação do projeto que apresentamos, o Projeto de lei nº 1.046, de 2011. Esse projeto de lei foi construído coletivamente, junto com vários professores da Rede Estadual de Ensino.

O projeto versa sobre o pagamento da hora excedente, da hora janela, em que o professor permanece na escola sem ter o recebimento salarial pelo trabalho que presta. Quando é organizado o horário, muitos professores são prejudicados por conta das janelas. Às vezes, o professor dá a primeira, segunda, terceira aula, fica a quarta e quinta sem dar aula e tem de voltar na sexta aula. Então, ele fica trabalhando dentro da escola. Fica preparando avaliações, corrigindo provas, fazendo leituras. O professor não está ali sem fazer nada. Está produzindo dentro do processo educacional. Mas essas horas não são remuneradas. Algumas redes de ensino já remuneram a hora janela.

O Estado de São Paulo, além de não remunerar, até hoje não cumpriu a jornada do piso, uma jornada estabelecida pela lei federal. Essa lei foi aprovada em 2008, sancionada pela Presidência da República e já julgada pelo Supremo Tribunal Federal. A Lei nº 11.738, de 2008, não é cumprida pelo Governo Estadual.

Além de não pagar a hora-janela, o Estado também não implantou até agora a jornada do piso. A Apeoesp, o sindicato dos professores da Rede Estadual, entrou com uma ação na Justiça e conseguiu uma liminar para obrigar o Estado, a partir do ano que vem, a cumprir a lei. Mesmo assim, gostaria de registrar que o Estado de São Paulo é o Estado com a menor jornada do piso. Os professores da Rede Estadual têm apenas 17% da sua jornada de trabalho para desenvolver os trabalhos que chamamos de trabalhos extraclasse, como preparação e correção de avaliações, leituras, atendimento à comunidade, aos pais, reunião pedagógica. A média nacional é de 30 por cento. A lei federal aprovada em 2008 obriga as Secretarias de Educação a mudar esse quadro, instituindo no mínimo um terço da jornada em hora-atividade. Além do não cumprimento do piso da jornada e de manter uma jornada extrassala extremamente baixa - o maior Estado da federação deveria dar o exemplo, não o antiexemplo para o Brasil nessa área da Educação - o Governo Estadual também não remunera os professores que estão trabalhando na hora-janela.

O nosso projeto de lei, o Projeto de lei nº 1.046, de 2011, vem atender essa reivindicação justa e histórica do Magistério estadual. O nosso projeto já começa a tramitar pelas comissões da Casa. Esperamos o apoio de todos os deputados e deputadas comprometidos com a Educação pública gratuita e de qualidade e com a valorização do Magistério paulista porque primeiramente precisamos respeitar a legislação.

Se nós tivéssemos uma jornada minimamente satisfatória estaríamos mais avançados na questão da oferta e da qualidade do ensino no Estado de São Paulo, Sr. Presidente. A escola estadual vai mal hoje porque ela não recebe investimento e porque não temos uma jornada adequada de trabalho para os nossos profissionais da Educação. Os nossos professores são obrigados a trabalhar em duas, três ou até quatro escolas por dia para poder sobreviver. E isso ocorre por conta dos baixíssimos salários e dessa jornada fragmentada que nós temos e que não valoriza esse tempo que é fundamental no processo educativo. O momento que o professor precisa para se preparar, fazer leituras, pesquisas, preparar e corrigir as avaliações, preparar as aulas, estudar e discutir o projeto pedagógico da escola. Esse momento precisa ser visto dentro da política educacional do Estado de São Paulo que por sua vez mantém a menor jornada de trabalho extraescolar do Brasil.

É nesse sentido que continuaremos lutando. Primeiro para que no próximo ano o Governo Estadual, pelo menos, respeite a liminar que foi ganha pela Apeoesp, pois se não respeita a lei federal, precisa ao menos respeitar a decisão da Justiça. Faremos aqui um empenho imenso para que o nosso PL nº 1.046/11 seja aprovado, projeto que obriga o Estado pagar a hora-janela aos professores da Rede Estadual de Ensino.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PELO ART. 82 - Hoje, os Deputados Major Olímpio e Luiz Claudio Marcolino, debateram e discutiram aqui a questão do Projeto de lei nº 840, que institui a Previdência Complementar. O projeto já tramita aqui na Assembleia Legislativa, e já ocorreu uma audiência pública na qual tivemos a presença do Superintendente da SPPrev, mas o projeto além de criar a Previdência Complementar ele também cria uma nova instituição que é a SPPrevCom - São Paulo Previdência Complementar. Essa proposta do Governo atingirá os servidores que ingressarem no serviço público estadual após a aprovação desse projeto de lei. Esse projeto de lei é inspirado e quase semelhante ao que já tramita no Congresso Nacional, um projeto encaminhado pelo Governo Federal e que também cria a Previdência Complementar no âmbito federal, para os servidores federais da Administração Pública da União.

Na prática nós sabemos o que significa, e traduzindo para a população ela é uma privatização da Previdência dos servidores públicos. Nós, do PSOL, somos totalmente contra esses projetos, tanto o que tramita aqui na Assembleia Legislativa como também o que tramita no Congresso Nacional. Ambos são privatizantes e contra os servidores públicos do Estado de São Paulo e do Brasil. Declaro que a bancada do PSOL já se encontra em obstrução a esse projeto, e tudo faremos para que ele não seja nem colocado em votação. Vamos obstruir este projeto que é um atentado e um crime contra os servidores do nosso Estado.

Teremos aqui mais uma reforma da Previdência. É disso que se trata. Já tivemos a reforma da Previdência em 2007, que criou a SPPrev, representada pela Lei nº 1.010, de 2007, que elevou a contribuição dos servidores públicos de 6% para 11 por cento. Essa reforma que virá com a Previdência Complementar, elevará para quase 17% ou 18% a Previdência para os novos servidores que ingressarem.

Muitos servidores pensam: “Se é para os novos, nós temos direito adquirido.” Direito adquirido entre aspas, porque tivemos duas reformas da Previdência no Brasil: uma em 98, e a outra em 2003, a Emenda 41-, e ambas não garantiram o direito adquirido.

Todos os trabalhadores foram penalizados, tanto os da iniciativa privada como os servidores públicos. Então temos que tomar cuidado com essa afirmação, porque esse PL 840 que ira privatizar a Previdência dos Servidores do Estado de São Paulo abre caminho para que em seguida o Governo possa também prejudicar os servidores da ativa.

Até porque, com a crise econômica nos Estados Unidos e na Europa, vemos o que está acontecendo, Sr. Presidente, os governos cortam na Previdência. A crise já começa a chegar ao Brasil, e os penalizados serão os trabalhadores, não temos dúvidas que os cortes ocorrerão.

Vamos ter mais reformas na Previdência se não fizermos nada, se não houver reação das centrais sindicais, das entidades que representam os trabalhadores de iniciativa privada e também dos servidores públicos. Já estamos preparados para esse embate. O Governo vai cortar direitos no Brasil, assim como vem ocorrendo na Inglaterra, em Portugal, na França, na Itália, na Grécia, na Islândia e na Finlândia. Todos esses países já recebem os cortes e a principal área afetada e cortada é sempre a Previdência, e nós aqui estamos encaminhando para isso.

Não vamos aceitar que esse Projeto 840 seja aprovado aqui, porque ele já abre caminho para outras medidas contra os trabalhadores do Estado de São Paulo.

Então neste sentido, Sr. Presidente, quero registrar aqui nossa obstrução e a nossa luta contra o PL 840 que privatiza a Previdência do Estado de são Paulo. Muito obrigado.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, solicito o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, esta Presidência vai levantar a sessão. Antes, porém, convoca V. Exas. para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental, informando que a Ordem do Dia será a mesma da 147ª Sessão Ordinária. Lembrando-os ainda da Sessão Solene a realizar-se hoje, às 20 horas, com a finalidade de realizar a “15ª Edição do Prêmio Santo Dias de Direitos Humanos”, solicitada pela Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, da Cidadania, da Participação e das Questões Sociais”.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 15 horas e 48 minutos.

 

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