1

DIVISÃO TÉCNICA DE TAQUIGRAFIA                    151ªSO

DATA:991130

 

RODs.Nºs: 02/03/04/05/06/07/08/09/10/11/12/13/14/15/16/17/18/19/20/21/22/23/24/25/26/27/28/29/30/31/32/33/34/35/36/37/38/39/40/41/42/43/44/45/46/47/48/49/50/51         DATA:30/11/99         (d)

 

-              Passa-se ao

 

                                     PEQUENO EXPEDIENTE

             

                          *          *          *

 

O SR. PRESIDENTE – NEWTON BRANDÃO – PTB – Tem a palavra o nobre Deputado Luis Gondim. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Morais. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Celso Tanaui. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Sidney Beraldo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Junji Abe. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rodrigo Garcia. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Nelso Salomé. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Mori. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Célia Leão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Petterson Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Salvador Khuriyeh. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Aparecido. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alberto Turco Loco Hiar. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Campos Machado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Márcio Araújo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlinhos Almeida. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Claury Alves Silva. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Eduardo Soltur. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Faria Júnior. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Walter Feldman. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Cesar Callegari. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Mariângela Duarte. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Rezende. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Jorge Caruso. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Henrique Pacheco. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Carlos Stangarlini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alberto Calvo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Jamil Murad. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marquinho Tortorello.

 

  O SR. MARQUINHO TORTORELLO – PPS(Entra leitura)

 

  O SR. PRESIDENTE – NEWTON BRANDÃO – PTB -  Tem a palavra o nobre Deputado Reynaldo de Barros Filho. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Sampaio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Arnaldo Jardim. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Zarattini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vanderlei Siraque. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Milton Flávio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Gouveia. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Nivaldo Santana. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Paulo Julião. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Jilmar Tatto.

 

O SR. JILMAR TATTO – PT – SEM REVISÃO DO ORADOR – Sr. Presidente, Srs. Deputados e público presente, estive participando na última semana no 2º Congresso do Partido dos Trabalhadores que se realizou na cidade de Belo Horizonte, no Estado de Minas Gerais.

 Foi um Congresso bastante produtivo, onde 950 delegados discutiram em quatro dias os rumos do nosso País além da eleição do novo presidente do novo Diretório Nacional do PT.  Quero aqui parabenizar o Deputado Federal José Dirceu, pelo terceiro mandato consecutivo a frente desse partido que é o principal partido da oposição no País,  e que tem José Dirceu como nosso grande dirigente.

Discutimos nestes  dias também sobre a política brasileira e sobre os desafios para o próximo período, definimos que para nós é importante derrotarmos essa política neoliberal do Governo Federal e a necessidade da esquerda brasileira estar unida no próximo período, principalmente nas eleições do ano 2000, e  precisamos cada vez mais ter um projeto político neste País onde estejam presentes não apenas os partidos de esquerda, mas também as personalidades, os artistas, o povo; ou seja, aqueles que querem ver um país diferente. É por isso que  para derrotar esta política de Fernando Henrique Cardoso,  é preciso cada vez mais da esquerda unificada, para que façamos  a partir do primeiro semestre do ano que vem grandes mobilizações, como foi a marcha  dos 100 mil, em Brasília. Temos que nos mobilizar para que no primeiro semestre do ano que vem tenhamos não mais 100 mil, mas 500 mil pessoas  em Brasília, protestando e reivindicando para que esse Governo comece a mudar a sua política econômica.

Definimos lá, além de uma política de aliança acertada a meu ver, aberta e programática, aonde coloca que nós precisamos nos aliar a todos os setores democráticos desse País, a nos aliarmos além do PC do B, do PSB, do PDT, do PSTU, também com dissidentes do PMDB, aqueles que não concordam com a política neoliberal de Fernando Henrique Cardoso, dissidentes inclusive do PSDB e de outros partidos, para que possamos derrotar o Fernando Henrique no próximo ano. Além disso, tiramos uma resolução aonde fica claro que o Brasil precisa fazer uma negociação da dívida externa com autonomia, com independência. Não dá mais para ficarmos refém da política do Fundo Monetário Internacional, não dá para o Brasil ficar perdendo divisas, fruto de uma imposição do FMI.

 Definimos também que é importante darmos um basta a essa política de desnacionalização do País imprimida pelo Governo Federal. Essas resoluções são importantes para sinalizarmos que o povo brasileiro  não agüenta mais esse Governo. E legitimamos, dizemos com todas as letras na resolução que é legítimo o movimento social brasileiro das entidades democráticas , principalmente do funcionalismo público. Não só é legitimo dizer que o “Fora FHC” é uma palavra legitima, mas dizer a esse Governo, que  do jeito que está levando o País, desnacionalizando, envergonhando essa nação diante de outros países  de uma forma bastante explícita,  que basta, chega, fora Fernando Henrique, V. Exa.  está acabando com o País.

  Por isso vamos juntos nessa luta, com aquilo que já está no Congresso,  o crime de responsabilidade, que foi protocolado no primeiro semestre deste ano pela bancada do PT para que seja apurado o desmando que houve no Sistema Telebrás, sistema de privatização das telecomunicações.

  A partir daí quem sabe  vamos começar um grande movimento e dizer: Não dá mais, ou mudamos esse Governo e colocamos um governo democrático, nacionalista, que defendo o povo brasileiro ou esse País vai acabar de vez.

 

  O SR. PRESIDENTE –NEWTON BRANDÃO - PTB – Tem a palavra o nobre Deputado Geraldo Vinholi. (Pausa.)   Tem a palavra o nobre Deputado Wadih Helu. (Pausa.)   Tem a palavra o nobre Deputado Gilberto Nascimento. (Pausa.)   Tem a palavra o nobre Deputado Cicero de Freitas. (Pausa.)   Tem a palavra o nobre Deputado Edmur Mesquita. (Pausa.)   Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Tobias. (Pausa.)   Tem a palavra o nobre Deputado Rodolfo Costa e Silva. (Pausa.)   Tem a palavra o nobre Deputado Newton Brandão. (Pausa.)   Tem a palavra o nobre Deputado Hamilton Pereira. (Pausa.)   Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.)   Tem a palavra o nobre Deputado Rosmary Corrêa. (Pausa.)   Tem a palavra o nobre Deputado José de Filippi Júnior. (Pausa.)   Tem a palavra o nobre Deputado Wilson Morais.

 

  O SR. WILSON MORAIS - PSDB  - SEM REVISÃO DO ORADOR – Sr. Presidente, Srs. Deputados, assomo esta tribuna aproveitando a oportunidade para dizer  que os velhinhos - como sempre os chamamos - já estão cansados de visitar esta Casa há mais de cinco anos em busca de justiça. Essa justiça os nobres Deputados já o fizeram aprovando o Projeto de lei nº 321 e a Emenda n  3 que foi vetado pelo nosso Governador Sr. Mário Covas, projeto esse que se encontra aqui  para a derrubada do veto ou não. É um projeto polêmico que tem apoio da maioria das entidades de classe, não tem apoio da nosso comando-geral  da Polícia Militar, mas tem o apoio da maioria dos Srs. Parlamentares desta Casa. Já fiz um apelo há algum tempo e volto a fazê-lo novamente: que coloquem esse Projeto de lei nº 321 em pauta para que seja votado de uma vez por todas. É preciso que tenha uma solução. Chega desse impasse. Há vários anos  essas pessoas visitam esta Casa ordeiramente, educadamente, sempre pedindo aos deputados. Muitos deles, Sr. Presidente, já não se encontram em nosso meio. Esta galeria vivia cheia de sargentos, primeiros-sargentos e subtenentes e, a cada dia que passa, vai esvaziando não pelo desânimo mas porque muitos deles já se foram. Recentemente foi mais um dos companheiros que freqüentavam diariamente esta Assembléia Legislativa.

  Por isso faço esse apelo ao Colégio de Líderes que sempre está se reunindo para colocar em votação o projeto. É muito importante  que esses cidadãos de cabelos brancos tenham no final das suas vidas essa promoção. Eles não estão preocupados em querer ser segundo-tenentes ou oficiais; estão preocupados em melhorar os seus salários.  Os salários estão aviltados, há três anos os praças não recebem aumento; há cinco anos os oficiais não recebem aumento. Entendo a situação do Estado, faço parte do partido do governo, mas infelizmente, como está indo, daqui a pouco o policial não terá mais condições nem de pagar o seu aluguel. É preciso que realmente se derrube  o veto.

  Todos sabem e já falei para a minha bancada que não posso trair meus companheiros militares, não posso votar com o meu Governador esse projeto, já assinei esse compromisso com os meus  companheiros. Sou dirigente de classe, venho lutando com eles há vários anos e não teria como votar contra a derrubada do veto porque é preciso que se faça justiça, é preciso que realmente esse pessoal tenha essa promoção não só pelo fato de estarem sempre aqui reivindicando ordeiramente, mas por  justiça, Sr. Presidente. Se não tivesse sido unificada a Guarda Civil com a Força Pública em nove de abril de 1970, a maioria deles já seria primeiro-tenente, capitão e muitos até majores  na corporação. E hoje ainda são primeiro-sargentos e subtenentes, e isso  graças a governadores anteriores que reconheceram essa injustiça e deram algumas promoções. Mas, para se fazer realmente justiça, é preciso que eles tenham mais esta a promoção, a segundo-tenente da reserva da Polícia Militar.

Assim sendo, mais uma vez esta Casa estará fazendo justiça a esses companheiros policiais militares que dedicaram 30 anos de suas vidas em defesa da sociedade  , apesar de  muitos deles não chegarem a cumprir os 30 anos porque morreram no meio da jornada. Obrigado, Sr. Presidente.

 

  O SR. PRESIDENTE - NEWTON BRANDÃO – PTB – Tem a palavra o nobre Deputado Ary Fossen. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Gonzaga Vieira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Dorival Braga. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Conte Lopes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Elói Pietá. (Pausa.) Encerrada a lista de inscritos para o Pequeno Expediente, passemos à lista suplementar. Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Sampaio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Duarte Nogueira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edmir Chedid. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Edir Sales. 

 

  A SRA. EDIR SALES – PL – SEM REVISÃO DA ORADORA – Sr. Presidente e nobres Srs. Deputados, imprensa, amigos presentes e funcionários da Casa, estamos enviando uma moção ao Sr. Governador, Engº Mário Covas, e ao Desembargador Márcio Martins Bonilha, a qual passo a ler :

 

              ( ENTRA LEITURA )

 

  O SR. PRESIDENTE – NEWTON BRANDÃO – PTB – Tem a palavra o nobre Deputado Paschoal Thomeu . (Pausa.)  Tem a palavra o nobre Deputado Dimas Ramalho. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Wadih Helu. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado César Callegari .

 

  O SR. CÉSAR CALLEGARI - PSB – SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, senhores telespectadores da TV Legislativa, na última sexta-feira a Assembléia Legislativa viveu de fato um momento histórico, quando aqui tomaram posse 94 Deputados do Parlamento Jovem Paulista, uma iniciativa inédita no plano do Poder Legislativo, a nível nacional, e para a qual foram mobilizados muitas escolas. 

  Segundo os nossos cálculos, aproximadamente 500 mil estudantes do Estado de São Paulo, de todas as regiões, Capital, Grande São Paulo, Interior, participaram direta ou indiretamente do processo de eleição dos 94 Deputados pelos diferentes partidos temáticos que se fizeram representar. 

  A maior bancada, como não poderia deixar de ser, até pela atividade desses jovens do nosso Estado, foi a da Educação, seguida da Bancada dos Direitos Humanos, da Bancada da Segurança, da Bancada da natureza, enfim. Os jovens Deputados deram uma demonstração clara e objetiva da fantástica sensibilidade que demonstram ter a respeito dos problemas da atualidade, a respeito dos problemas vividos pela população do nosso Estado nos mais diferentes campos da atividade humana. Mais ainda: esse jovens, na faixa etária entre 13  e 14 anos, demonstraram uma extraordinária capacidade ao criar soluções para os problemas vividos no Estado de São Paulo e em alguns casos até para os vividos pelo nosso país. É importante que se diga, para fazer a devida homenagem à presença desses Deputados jovens do nosso Estado, que diferentemente daquilo que acontece em alguns setores da política brasileira, todos os 94 Deputados jovens, assim como os demais candidatos que não lograram, desta vez, vencer a eleição, concorreram ao processo eleitoral a partir de propostas objetivas sobre problemas reais da sociedade. Nenhum desses Deputados jovens fez essa prática condenável de tentar comprar votos a partir de oferendas de camisetas, bonés, cestas básicas, enfim, de promessas vazias, porque deram uma demonstração concreta de que a política do Século XXI pode ser diferente se estiver baseada concretamente em idéias, em propósitos corretos de melhoria das condições de vida da grande maioria da população.

  Os Deputados jovens demonstraram aqui, numa brilhante jornada de trabalho, que esta iniciativa deve ser vista como uma das mais importantes no campo educacional e até político porque, na realidade, o propósito da Assembléia Legislativa foi o de formar líderes para o século XXI, não apenas líderes políticos, mas líderes sindicais, líderes enquanto profissionais liberais, enfim, homens e mulheres capacitados a serem protagonistas do seu próprio tempo e, portanto, contemporâneos da sua própria história.

Sr. Presidente, muito se falou do Parlamento Jovem, mas faço aqui, mesmo que de maneira singela, uma homenagem e reconhecimento a todos aqueles que colaboraram e que freqüentemente não aparecem para que um evento dessa natureza pudesse ser tão bem sucedido.

O Parlamento Jovem foi um sucesso absoluto, estamos felizes, mas poderíamos esquecer que ele só pôde ser bem sucedido graças ao trabalho daqueles quase que anônimos funcionários da Assembléia Legislativa de São Paulo que não mediram esforços, nesses últimos meses, para que a concretização do Parlamento Jovem de São Paulo fosse realmente bem-sucedido. Quero, portanto, de uma maneira muito singela, porque se tivesse de nominar todos correria o risco de cometer uma terrível injustiça, dizer que a participação de praticamente toda a Assembléia legislativa se deu a começar da  Secretaria Geral Parlamentar, capitaneada pelo Dr. Auro, cujos técnicos e funcionários não mediram esforços para fazer com que o Parlamento Jovem fosse uma realidade.

  Quero também parabenizar toda a equipe da nossa companheira, Chefe da área de Comunicações da Assembléia, Tereza Cristina, que foi essencial para que o Parlamento Jovem pudesse realmente ser visto e sentido. O mesmo com relação ao Cerimonial da Casa, que deu toda a assistência necessária para que esses garotos e seus familiares pudessem ser recebidos com toda segurança e tranqüilidade em São Paulo, à área administrativa, à área financeira, enfim, eles, sim, talvez tenham sido os principais responsáveis para que um projeto desta natureza e com essa importância para a Assembléia Legislativa, enquanto Instituição, pudesse ser um programa de sucesso absoluto. A esses anônimos que trabalharam, rendemos aqui o nosso mais  carinhoso agradecimento. Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - NEWTON BRANDÃO - PTB - Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Mori.

 

O SR. PEDRO MORI - PDT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, caro amigo César Callegari, V.Exa. acaba de agradecer a todos que participaram desse trabalho, mas eu quero agradecer a V.Exa., juntamente com a Deputada Célia Leão, pela oportunidade que nos deram de ver concretizado esse projeto do Parlamento Jovem. Caro Deputado C´sesar Callegari, a honra é toda sua pela sua iniciativa.

Após esse registro, quero voltar à tônica daquilo que defendo com muita determinação, que é o estado de direito, sobre o qual passo a ler o seguinte documento:

 

(Entra leitura)

 

  Meu caro Presidente, são esses os grandes problemas que temos em São Paulo. De outro lado, vemos que parte dos municípios, Por exemplo, o Prefeito de Guarujá já sofreu várias intervenções decretadas pelo município, e diz que dele ninguém vai ouvir que não pagará precatório algum, talvez influenciado pela falsa afirmação de que o Sr. Governador não nomeará um interventor para esse município. Nesse caso, também sabemos das inúmeras propostas de acordos judiciais protocoladas pelo interesse junto à Prefeitura.

Meu caro Presidente, só para concluir, não podemos permitir isso, e quero dizer ao Presidente da Comissão, nobre Deputado Willians Rafael,  bem como do relator João Caramez, que possamos convocar os seus prefeitos, o Sr. Secretário, para que venham aqui justificar o não pagamento dos precatórios, decisão já sem nenhum recurso judicial cabível e que tem essas protelações.

Nobres Srs. Deputados, de que adianta nós aprovarmos a lei aqui na Assembléia, pois quem manda é o Executivo; se paga ou se não paga, se se faz ou se não se faz. Há pouco o nobre Deputado dizia aqui dos projetos de lei que estão nesta Casa, sem serem cumpridos, conforme o PL nº 321/95.

  Infelizmente, nobre Presidente, voltarei aqui para discutir o problema dos precatórios, porque vou solicitar a convocação de todos os prefeitos para virem a esta Casa darem uma satisfação, não só a nós, mas à sociedade, principalmente ao estado de direito existente em nosso País.

 

  O SR. PRESIDENTE – NEWTON BRANDÃO – PTB – Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Zarattini.

 

  O SR. CARLOS ZARATTINI – PT – SEM REVISÃO DO ORADOR – Sr. Presidente, Srs. Deputados, gostaria de manifestar hoje a minha preocupação sobre as formas como vêm sendo procedidas as investigações sobre as absurdas irregularidades no Detran, sobre as quais já solicitamos a  esta Casa  a instauração de uma Comissão de Inquérito que investigue, de forma aprofundada, não só a chamada “Máfia do Detran”, mas também por que até agora nenhuma das autoridades tomou qualquer medida para evitar que isso acontecesse. Todos sabem há quanto tempo ouve-se falar no desbloqueio de multas, na evasão de recursos. Divulgamos, inclusive, a existência de um relatório da Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo, em que mais de 300 mil multas deixaram de ser pagas – só multas de radares deixaram de ser pagas, por conta da ação dessa máfia que opera dentro do Detran.

  A Diretoria da CET não se manifestou sobre o assunto. Estranhamos inclusive, porque é um dinheiro que é vinculado à própria CET. É um dinheiro que vai para os seus cofres, que tem que ser usado na educação do trânsito, na melhoria do trânsito da Cidade de São Paulo, que aliás, é estupidamente caótico.

  Sentimos também a falta de vontade da Secretaria da Fazenda, que constatava que milhares de automóveis não pagavam corretamente o IPVA, e nunca foi verificar isso.

  A evasão de recursos era praticada com o conhecimento de altas autoridades do nosso Estado e do nosso Município.

  Estranhamos também a declaração feita hoje pelo Corregedor do Detran – Departamento Estadual de Trânsito, Delegado Antonio Mestre Júnior, que no “Jornal da Tarde” de hoje afirma que não vê ainda uma articulação entre os funcionários do órgão num esquema de corrupção, dizendo: “Notícias de articulação aqui é idéia lá do GAECO – Grupo de Autuação Especial e Repressão ao Crime Organizado, do Ministério Público, que também investiga o órgão.  Pega um e pega outro para fazer a cadeia de sucessão de ligação entre as pessoas, mas até agora não brotou nada. Então, a responsabilidade está sendo individualizada. As investigações vão comprovar se o caso é isolado ou se não é. Do organograma não se tem nada.”

 

Portanto, para o Corregedor do Detran, lá não existe máfia. É só ação dos despachantes, e é só a visão do GAECO que está criando a tal Máfia do Detran e as investigações dos jornalistas. Como se lá no Detran não existisse nenhum problema.

  Abrimos então  um outro jornal de hoje e ficamos sabendo que no sábado, em plena investigação sobre existência de esquema de corrupção no Detran, despachantes, funcionários administrativos do Departamento e policiais da Divisão de Crimes de Trânsito confraternizaram-se num emocionante final de campeonato de futebol disputado no campo do Sítio Cachoeira,, km 190, da Via Dutra. O sítio pertence à empresa Casa Verre Indústria e Comércio Ltda, que até o mês passado era contratada do Detran para emplacamento de placas no interior.

  Estavam lá se confraternizando os despachantes, os funcionários e outros policiais do Departamento de Crime de Trânsito. Ou seja, existe uma total sintonia entre todos aqueles que trabalham naquele ambiente do Detran. Sintonia, aliás, que vem prejudicando qualquer cidadão que vá ao Detran e queira licenciar seu carro por conta própria, resolver um problema de multa ou de transferência. Um cidadão comum é prejudicado por esse esquema que existe dentro do Detran de São Paulo e que se repete em outros centros como nos Ciretrans, no interior do Estado, prevalecendo esse esquema, que é do conhecimento de altas autoridades do nosso Estado.

Diante dessa declaração do corregedor, gostaríamos de solicitar ao líder do Governo, nobre Deputado Walter Feldman, que interceda imediatamente junto ao Secretário de Segurança, no sentido de substituir o corregedor do Detran, colocando outro que não tenha vínculos, que haja com boa vontade e que colabore com a investigação do Ministério Público, a qual precisa ser feita. O Ministério Público tem que ter autoridade para ir fundo.

Solicitamos aos líderes desta Casa que aprovem o nosso pedido de CPI, para que possamos colaborar com essa investigação. Por que até agora as autoridades de São Paulo não tomaram medidas? Para evitar aquilo que é histórico, que é a corrupção no Detran. Precisamos resolver esse problema. O Governador Mário Covas tem que tomar atitudes para que se vá fundo e se resolva o problema do Detran. O cidadão comum não pode continuar sofrendo com isso.

O Tesouro do Estado, que é tão bem cuidado, como diz o Secretário Nakano, também não pode perder o dinheiro que vem perdendo, tem que evitar que se crie esse esquema lá e se garanta a Receita do Estado de São Paulo. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE – NEWTON BRANDÃO – PTB – Tem a palavra o nobre Deputado Cicero de Freitas.

 

O SR. CICERO DE FREITAS – PFL – SEM REVISÃO DO ORADOR – Sr. Presidente, Srs. Deputados e amigos incansáveis do plenário, precisamos derrubar o veto, porque o Projeto 321/95 precisa cair a qualquer preço. Contem comigo! Há aproximadamente três dias, eu disse, desta tribuna, que estranhei a atitude do Governador ou do Secretário da CDHU, quando alguém me falou que o Sr. Edson Marques seria o segundo, talvez, a comandar aquela secretaria, o que me causou um grande espanto. Está estampado, hoje, nos jornais que o Sr. Marques está realmente desvinculando os mutirantes,  da Zona Leste, de uma grande associação, para ceder a uma empresa chamada AP - Ação Popular – que, segundo os jornais de hoje, dizem que essa associação apoiou o Sr. Edson Marques. Gostaria que o Sr. Governador e o Sr. Secretário apurassem realmente se essas notícias de hoje, do Diário Popular, realmente estão corretas, porque, se estiverem corretas, temos que nos posicionar; esta Casa tem que agir. Nós, os deputados, temos que nos juntar aos mutirantes da Zona Leste e de toda região de São Paulo que se encontram sendo prejudicados 

Parabenizo o Grupo Pão de Açúcar  por reabrir hoje o Extra Mapin que alguns deputados desta Casa, como é o caso dos Deputados José Zico Prado, Henrique Pacheco, lutamos junto com o Sr. Medeiros e o Sindicato dos Comerciários. Realmente, se outra empresas e outros grupos fizessem o mesmo o Grupo Pão de Açúcar, o Sr. Abílio Diniz, talvez diminuísse o índice de desemprego em nosso Estado e também no Brasil.

  Quero, mais uma vez, ressaltar e parabenizar esse grupo. Não sei se por curiosidade, mas o público que compareceu na reabertura do Extra Mappin foi um público  fabuloso, muito importante,. Isso fez com que outras grandes lojas vizinhas fizessem promoções e baixassem os preços em cinco por cento ou  seis por cento Outras redes de lojas levaram até dançarina Carla Peres para fazer shows, dar autógrafo na porta das lojas para tentar atrair o público que estava se desviando para o Extra Mappin.

  Sr. Presidente, se outras empresas também começassem a se empenhar quem sabe um dia não reabriríamos a G. Aronson ou outras lojas que fecharam suas portas por falta de incentivo do Governo. Já que o Governo não dá incentivo, o BNDES e  alguns grupos brasileiros estão preocupados também com o desemprego no País. Então, quero parabenizar e saudar esse grupo que assumiu o Extra Mappin e aos seus funcionários. Como antigo cliente do Mappin, retornarei àquela casa. Não é uma propaganda mas apenas um elogio. Muito obrigado.

 

  O SR. PRESIDENTE – NEWTON BRANDÃO - PTB – Tem a palavra o nobre Deputado Wadi Helu. (Pausa.)   Tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado.

 

  O SR. JOSÉ ZICO PRADO - PT  - SEM REVISÃO DO ORADOR – Sr. Presidente, Srs. Deputados, nesta Casa tem, há mais de dois anos, vários projetos que legalizam o transporte alternativo nas regiões metropolitanas e no Estado de São Paulo. Esse projeto tem sido muito polêmico  e tem tido discussões em vários municípios, em várias regiões do Estado de São Paulo. Temos visto que essa prática de transporte alternativo não tem sido feita só nos grandes centros urbanos. Em todo o interior do Estado de São Paulo, temos até serviços de moto-boy. Isso acontece porque o Estado nunca prestou um serviço de qualidade para os transportes no Estado de São Paulo e nas regiões metropolitanas. Surgiu perueiro, transporte alternativo porque o Estado  não cumpriu seu papel. E agora, temos projetos aqui, na Assembléia Legislativa, que, por sinal, são nove, que queremos que entre na Ordem do Dia para discussão.

Sabemos que existe, hoje, uma grande máfia nos transportes alternativos, mas temos também lá dentro trabalhadores que pegaram seu Fundo de Garantia e investiram em perua Kombi, em uma Van para poder sustentar sua família nesse momento de crise com desemprego muito forte neste País. É sobre o transporte que queremos discutir aqui. Ou o Estado trata  melhor esses trabalhadores ou vamos continuar com tudo que estamos vendo, hoje, na região metropolitana do Estado de São Paulo. O Estado tem obrigação de legalizar o transporte alternativo pois, enquanto não fizer isso, continuará essa baderna, esse desregulamento no Estado de São Paulo. Digo isso porque queremos que volte o debate, aqui na Assembléia Legislativa, a importância de se fazer uma grande discussão sobre a questão do transporte no Estado de São Paulo. Quero deixar registrado que vou voltar mais vezes a esta tribuna para comentar e defender o projeto do transporte alternativo na Região Metropolitana.

  Muito obrigado, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados.

 

O SR. PRESIDENTE - NEWTON BRANDÃO – PTB – Encerrado o tempo destinado ao Pequeno Expediente, vamos passar ao Grande Expediente.

 

                                     *     *     *

- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

                                      *     *     *

 

  O SR. PRESIDENTE - NEWTON BRANDÃO – PTB – Tem a palavra o nobre Deputado Jilmar Tatto, por permuta de inscrição com o nobre Deputado Rafael Silva.

 

  O SR. JILMAR TATTO – PT – SEM REVISÃO DO ORADOR – Sr. Presidente, nobres Srs. Deputados, agradeço ao nobre Deputado Rafael Silva, do PDT, pela cessão de tempo a este deputado. Queria aqui, Sr. Presidente, nesses 15 minutos, fazer uma análise de como anda a política brasileira do Governo Fernando Henrique Cardoso. Ele está há cinco anos na Presidência da República e, nesses cinco anos, conseguiu destruir esta nação, resultado de um esforço coletivo não só dos governantes mas de todo o povo brasileiro que, em 50 anos, criou as condições, a base principal para o desenvolvimento deste país, principalmente a partir do Governo Getúlio Vargas, do surgimento da Petrobrás, da CSN, da Vale do Rio Doce, das ferrovias num período pouco anterior, do sistema portuário, do sistema de rodovias, do sistema energético. Esse governo conseguiu, em cinco anos, destruir tudo isso.

  O sistema Telebrás ele privatizou em sete meses, entregando uma empresa brasileira lucrativa para os espanhóis, no caso de São Paulo a Telefônica, num valor de 26 bilhões, quando Sérgio Mota, então Ministro das Telecomunicações, dizia que valia 40 bilhões. Desmontou este sistema brasileiro fazendo com que perdêssemos a nossa autonomia, o nosso brio. Fez isso em sete meses quando na Inglaterra, com Margareth Tatcher, os britânicos demoraram dez anos para privatizar e quem comprou as ações foi o povo inglês. Foi o cidadão inglês que comprou as ações e não os estrangeiros. O mesmo aconteceu nos Estados Unidos. No processo de quebra do monopólio americano, no sistema de telecomunicações, novamente, a quebra do monopólio só foi permitida desde que fossem empresas americanas participando do processo. Aqui, o governo brasileiro simplesmente não deixou que empresas brasileiras entrassem na disputa.

No sistema energético aconteceu a mesma coisa, a privatização foi um escândalo, com o leilão da empresa Tietê/Paraná, vendida por 958 milhões para a empresa A  & Americana. E mais ainda, o escândalo maior :  o BNDES emprestou dinheiro para a AS americana para disputar e ganhar o leilão do Sistema Tietê-Paraná.

  Quero aqui dar uma resposta,  debater e dialogar com o Deputado Rodolfo Costa e Silva, que ontem fez um pronunciamento bastante nacionalista, falando sobre a proteção do governo francês que não estava permitindo que a Coca-Cola comprasse uma empresa francesa. Criticando, inclusive, a falta de autonomia do governo brasileiro em relação às empresas estrangeiras. Estão querendo importar até o papel moeda do Canadá.

  A área do Deputado Rodolfo Costa e Silva é a de saneamento básico, e quero dizer que há o projeto nº 266 no Senado e no Congresso do senador José Serra, atual Ministro da Saúde, que estatiza e remete para o Estado a concessão de saneamento, que hoje é dos municípios. O que é isso se não o caminho para privatizar o saneamento brasileiro, como está acontecendo na Bahia e em Santa Catarina? E querem fazer aqui também com a Sabesp, que o poder de concessão seja do Estado, do PSDB,  do partido dos tucanos,  do partido de Fernando Henrique Cardoso e de Mário Covas. Temos que tomar cuidado quando falam em defender a empresa nacional, a nossa autonomia, aquilo que o povo brasileiro suou e sofreu para construir nesse período, porque quem está desmontado é justamente o tucanato com a sua aliança PFL e PTB principalmente, e setores importantes do PMDB.

  Por isso não é sério e não é para valer, precisa-se de coragem principalmente nesses setores que se dizem nacionalistas, que falam que defendem a nação e o povo brasileiro. Que se rompa definitivamente com esse governo que mostrou nesses cinco anos de que lado está: na hora de emprestar dinheiro do BNDES empresta  para as empresas estrangeiras disputarem com as empresas nacionais. Está aí o Sr. Antonio Ermírio de Morais, rico e brasileiro, que perdeu o leilão do Sistema Tietê – Paraná porque não foi emprestar dinheiro do BNDES, apesar de que esse banco emprestou muito dinheiro a esse senhor. Mas pelo menos dá riqueza e emprego que permanecem aqui.

O que a Telefônica está fazendo em São Paulo? Ela não atende apenas  a concessão do serviço de telefonia, mas está  importando equipamentos. Na medida em que importa equipamentos de fora, deixa de gerar emprego brasileiro. É equipamento, é tecnologia. Por isso precisamos dar um basta. No próximo ano teremos eleições municipais e é verdade que o rumo da política brasileira nem sempre estará em jogo, mas precisamos derrotar o governo, essa aliança neoliberal do PSDB-PFL no Brasil porque está fazendo mal ao povo brasileiro. Todos os índices sociais estão mostrando que o governo brasileiro não está investindo na área social. Até hoje todo o dinheiro da privatização foi para pagar juros da dívida e não foi para investir nas fábricas, em equipamentos e em tecnologia brasileira, ao contrário, foi remetido para fora. É importante que a esquerda brasileira se unifique principalmente na cidade de São Paulo. É errado ter essa divisão, é preciso que o PT, PSB, PDT, PC do B e  PSTU se unam, principalmente na cidade de São Paulo.

O Sr. Emerson Kapaz do PPS, a Sra. Luiza Erundina do PSB, a Sra. Marta Suplicy do PT, o candidato do PC do B, todos precisam se reunir e conversar sobre a recuperação da cidade de São Paulo, que há quase oito anos está abandonada. Mais do que isso, precisamos ter um projeto de reconstituição desta cidade, além de um prefeito que sinalize que somos contra essa política imprimida pelo Governo Federal e pelo Governador Mário Covas. Agora o Sr. Mário Covas deu para brigar na rua, virou briguento, começou a bater boca. No começo achávamos que era um episódio isolado, mas o Governador não pode sair às ruas que começa a bater boca com professor, com funcionário público, com garotos da FEBEM. Isso não pode acontecer, ele é Governador de São Paulo. É verdade que ele está perdido, é verdade que ele perdeu totalmente o controle sobre a área de segurança pública, é verdade que na FEBEM, até hoje, não houve uma alternativa. É verdade que falta coordenação política neste Governo. A sociedade brasileira está percebendo que não existe coordenação política, a ponto do Governador de São Paulo sair do Palácio e ir pessoalmente cuidar do problema da FEBEM, como se não tivesse Secretário, assessores. Se estes são incompetentes, demita-os.

 

                                      * * *

 

-                                                                                             Assume a Presidência o Sr. Milton Flávio.

 

                                     * * *

 

O SR. PRESIDENTE – MILTON FLÁVIO – PSDB – Esta Presidência interrompe o orador que está na tribuna para anunciar a visita do Embaixador Sebastião do Rego Barros,  Embaixador Brasileiro na Argentina, juntamente com o representante do Itamaraty em São Paulo, Embaixador Renato Prado Costa, grande amigo desta Assembléia.

O Embaixador Sebastião do Rego Barros fará agora uma palestra no Fórum Parlamentar para Assuntos Latino-americanos, expondo aos deputados desta Casa as mudanças que deverão ocorrer nas relações Brasil-Argentina com a posse do Presidente daquele país.

Em nome da Assembléia quero agradecer aos Embaixadores Sebastião do Rego Barros e Renato Prado Costa pela presença nesta Casa, pela nossa estadia em Buenos Aires e pela assistência ali prestada aos deputados desta Casa, o que propiciou uma ampliação e aprimoramento das relações entre Brasil e Argentina.

 Muito obrigado. (Palmas.)

Esta Presidência devolve a palavra ao nobre Deputado Jilmar Tatto.

 

                                                       *   *   *

           Assume a Presidência o Sr. Newton Brandão.

 

                                     * * *

 

O SR. JILMAR TATTO – PT – Quero dar as boas-vindas da Bancada do PT ao Sr. Embaixador. Aproveito a oportunidade para parabenizar o Deputado Milton Flávio por esta grande iniciativa de discutir políticas e a necessidade cada vez maior do Brasil se incorporar e ajudar a viabilizar o Mercosul, tão importante para o País do ponto de vista político, econômico e cultural.

Esperamos do governo brasileiro, que esse governo defendesse mais o Mercosul, defendesse o País primeiro, que  é obrigação de quem foi eleito, está na Constituição defender o País, nem isso o Presidente Fernando Henrique tem feito, mas também o Mercosul, como uma aliança de intercâmbio do ponto de vista político-cultural.

  Porque um produto brasileiro quando entra nos Estados Unidos é sobretaxado, e exportamos principalmente o suco de  laranja, mas é taxado, quando vem para cá não é taxado.

  Queríamos nós, pela importância política-econômica, que o governo brasileiro iniciasse uma grande aliança no mundo, com os países pobres, com os países que estão fora dessa lógica do Grupo dos Sete. Imaginem vocês, se tivéssemos um Presidente da República, que patrocinasse uma grande reunião, uma reunião não com os Estados Unidos, com a Inglaterra, França,  Itália, Japão, não, uma reunião com a Índia, com a China, com a Austrália, com o México, fizesse uma reunião até com Portugal, uma reunião em que se discutisse uma política em que a lógica não fosse a lógica, que está hoje no mundo.

  Com certeza, na hora da negociação, na hora da decisão sobre livre comércio, na hora da tributação, da taxação dos produtos desses países, iria ter mais força, e o governo brasileiro não faz isso. não faz isso porque não defende o povo brasileiro. Porque aceita pressão, aceita vantagem, principalmente de Bill Clinton, do governo americano. Eles podem tudo, nós não podemos nada. E toda a lógica de desmonte desta nação, que foi patrocinada por esses países.  Na área das comunicações, entraram os espanhóis; na área do saneamento, estão vindo os franceses e britânicos;   na área energética, estão vindo os americanos, e agora querem disputar também os recursos hídricos. Já estão de olho inclusive no nosso lençol freático. E não temos governo para defender esse País. Infelizmente não temos governo. É um governo que desmontou, desnacionalizou, desnacionalizou o país, proivatizou aquilo que poderia ser o elemento principal do nosso desenvolvimento econômico. Do ponto de vista cultural, basta verificarmos nas televisões, um monte de lixo que passa na televisão, é lixo puro, lixo, lixo. Esses programas não têm informação, não têm formação, e não são sobretaxados.

  O nosso cinema, ao nossa televisão, os nossos artistas, até nessa área o governo brasileiro, não somos contra, que venham para cá tudo. Mas, quando é lixo, tem que ser sobretaxado. Tem que taxar, para que a empresa brasileira possa sobreviver. Para que o povo brasileiro tenha uma formação cultural.

  Precisamos nos unir e entrar o ano 2000, primeiro, com um programa democrático popular para este País; segundo: unificar toda a esquerda, nas principais cidades deste País; terceiro: fazer uma aliança com o movimento social, com a OAB, com a CNDB, para que possamos derrotar esse governo. Derrotar, essa é a palavra. Derrotar o governo no ano que vem, porque ainda temos três anos desse governo, infelizmente, e precisamos criar as condições para esse governo não destrua ainda mais essa nação. Muito obrigado.

 

  O SR. PRESIDENTE - - segue Irene

 

  O SR. PRESIDENTE - NEWTON BRANDÃO - PTB - Tem a palavra o nobre Deputado João Caramez, por permuta de inscrição com o nobre Deputado Ary Fossen.

 

  O SR. JOÃO CARAMÊZ - PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Senhores da galeria, em primeiro lugar quero agradecer a gentileza do nobre Deputado Ary Fossen pela cessão do seu tempo, para que pudéssemos fazer aqui alguns esclarecimentos, tendo em vista que hoje tivemos a felicidade, o prazer de receber a visita de companheiros da nossa região, do município  de Carapicuiba, alguns vereadores e o Secretário de Governo.  E os nobres  Deputados desta Casa receberam em seus gabinetes um dossie da Câmara Municipal de Carapicuíba onde eles colocam as dificuldades que o município vem atravessando,  como se fosse a regra a exceção, mas infelizmente não é, e pleiteando  a liberação de um recurso do Governador do Estado através do FUNEF , da compensação financeira,  da ordem de 41 milhões de reais. Num determinado  trecho  do documento os signatários esclarecem que através dos anexos - cópias de jornais e demais documentos - onde o   Sr. Governador divulga a liberação de verbas a municípios vizinhos, no resgate da região oeste, onde claramente Carapicuiba, a mais carente dessas cidades, não está  inclusa.

  Em um dos anexos há uma reportagem na qual este Deputado aparece, por ocasião do despacho com o Governador do Estado, quando realmente alguns recursos foram liberados para algumas cidades da nossa região. Realmente, naquele dia, Carapicuiba  não foi beneficiada.  Mas quero aqui esclarecer aos signatários desse documento que Carapicuiba, no decorrer do Governo de Mário Covas, foi tremendamente  beneficiada em relação a alguns recursos que foram liberados, os quais passo a enumerar neste momento:

  Carapicuiba, no mês de novembro de 1999 - até este mês,  teve um investimento da  ordem de 79 milhões de reais, sendo que 4 milhões na agricultura, 2 milhões e 600 mil reais na área da assistência e no desenvolvimento social; 259 mil e duzentos na defesa civil; 18 milhões e quinhentos reais na educação; 693 mil e 300 reais na  energia; 16 mil  reais no esporte e turismo; 49 mil e 900 reais na Fusesp; 1 milhão e 900 mil reais no meio ambiente; 22 milhões e 600 mil em recursos hídricos; 23 milhões na área da saúde; 303 mil na área de  segurança pública e 7 milhões e 200 mil reais na área de  transporte metropolitano, totalizando a quantia de 79 milhões e 200 mil reais fora os  investimentos  regionais  que foram  da ordem de 272 milhões.

O DAE está realizando obras de rebaixamento e ampliação da calha do rio Tietê  naquela região no valor de 128 milhões e 800 mil reais, sendo que Carapicuiba importou o valor de 31 milhões e 400 mil reais e várias outras coisas.       Eu hoje estou fazendo  questão  de relatar isso, até porque Carapicuiba é uma cidade vizinha  à  minha e está passando por uma séria crise financeira, não por culpa do Sr. Governador do Estado, não por culpa do governador do Estado, não por culpa da liberação dos recursos pelo Governo  do Estado. Acredito que essa crise financeira que a Prefeitura esta passando é  decorrência da péssima administração de recursos públicos . Para os senhores terem uma idéia,  recentemente o Ministério da Saúde precisou  intervir no Sistema Único da Saúde, na gestão plena daquele município, cancelando a gestão plena daquele município, em decorrência dos fechamentos de algumas unidades básicas de saúde, em decorrência do fechamento de alguns pronto socorros, porque o Governo do Estado,  durante a sua campanha eleitoral,  assumiu o compromisso de assumir todas as obras de hospitais que estavam paralisadas desde o Governo anterior. Em nossa região nada mais nada menos do que cinco hospitais  estavam paralisados, hospitais de duzentos e vinte  leitos. E Carapicuiba foi um dos municípios agraciados e beneficiada com a construção desse grande hospital e hoje temos lá um hospital de 220 leitos, com todas as especialidades e atendendo à população não só de Carapicuiba mas  a população da Região Oeste da Grande São Paulo. Mas todos nós sabemos que o programa daquele hospital é para ser um hospital de referência, um hospital para internação. O Sr. Prefeito, querendo se ver livre do seu compromisso na área da saúde, simplesmente determinou o fechamento dessa unidades e fez com que a população começasse a procurar esse hospital , passando de um hospital de referência para um hospital de pronto-socorro, atrapalhando tremendamente o funcionamento daquele hospital . Como se isso não bastasse, o fechamento daquelas unidades básicas de saúde  impediu  que o faturamento enviado ao SUS fosse reduzido naquele município, alertando até os diretores da saúde daquela região e fazendo com que se realizasse uma auditoria no SUS daquele município para verificar  o que, realmente, estava acontecendo. E, diante da auditoria feita, algumas irregularidades foram encontradas, como por exemplo, a aquisição de cinqüenta mil quilos de açúcar com o dinheiro da saúde.  Pergunta-se  aonde vai tanto açúcar assim para os doentes daquele município? Temos também notas fiscais de um laboratório de |Minas Gerais e quando vai se procurar remédio no estoque só se encontra remédio da FURP, da fundação do remédio popular, não se encontrando nenhum remédio de laboratórios  de outro Estado: como por exemplo, uso de recursos da saúde para a compra de gêneros alimentícios para diversas secretarias  da Prefeitura com exceção da Secretaria da Saúde e principalmente para o gabinete. Então esses são alguns tópicos que foram encontrados nessa auditoria. E percebe-se claramente que, diante do levantamento desse dados, comprova-se a malversação do dinheiro público naquele município, a despreocupação do administrador público em realmente gerir  da melhor maneira possível os recursos da população daquela cidade, população que  tanto luta e tanto contribui para que aquele   município possa alcançar o seu real valor, o seu real destaque. E fico triste, fico constrangido quando eu vejo um relatório desse tipo e fazem questão de dizer que o Governador do Estado tem uma certa discriminação  para  com essa cidade, quando  não acontece isso. Muito pelo contrário. Nessa oportunidade, quando o Governador estava liberando alguns recursos que vou dizer agora dois milhões para a cidade de Itapevi, seiscentos e quarenta mil reias para a cidade de Jandira, seiscentos mil reais para a cidade de Pirapora do Bom Jesus e duzentos e oitenta mil reais para a prefeitura de Araçariguama . Naquele mesmo momento o  Governador do Estado, através da Secretaria da Segurança Pública, estava determinando a instalação de uma Seccional de Polícia no Município de Carapicuíba. Como se isso não bastasse estava também, juntamente com a Seccional, determinando a instalação do 27º Batalhão da Polícia Militar para aquela região, especificamente na cidade de Carapicuíba. Isso significa que aquela cidade e aquela região,  a partir do momento que esse batalhão estiver em pleno funcionamento, estarão recebendo não apenas as viaturas que se fazem necessárias, mas acima de tudo 600 policiais para cuidar da segurança daquela população. Então, quero dizer ao Sr. Presidente da Câmara de Carapicuíba, Sr. Sérgio Izere,  e aos Srs. Vereadores Nivaldo de Sousa, Carlos José Carlão de Barros Pereira, João Randal da Silva e Roberto Ribeiro da Silva, cinco vereadores de uma Câmara  com  21 cadeiras - apenas cinco  assinaram o documento -, que se preocupassem em realmente  verificar para onde e de que maneira estão indo os recursos daquele município Sabemos que os municípios estão passando por fase crítica financeira. Sabemos que há queda de arrecadação no Estado concomitantemente  à queda  da arrecadação do município  que  cai sensível e consideravelmente.          E nesse momento que é necessário um espírito empreendedor,  nesse momento que é necessário ter-se um espírito criativo. É nesse exato momento que se deve ter união  da classe política desses municípios,    que realmente sofrem com a queda da arrecadação,  no sentido de conseguir encontrar uma solução para os problemas que os afligem, para que a população não sofra mais do que já está sofrendo.

  A população de Carapicuíba é uma população ordeira, constituída de famílias sérias. Conheço aquele município desde a minha infância, foi lá que  consegui concluir o 2º grau dos meus estudos, pois era o único município na região que tinha escola de 2º grau, naquela época. Então eu   conheço perfeitamente como aquele povo sofre. É necessário que os políticos também tenham um pouco de responsabilidade, pois afinal de contas, foram eleitos para corresponder às expectativas da população daquela cidade.

  Quero dizer àqueles que subscreveram esse documento pedindo a liberação  de recursos do FUMEF, que de todos os municípios que têm direito a sua compensação financeira, Carapicuíba foi o município que mais recebeu recursos do Governo Mário Covas. De 1995 a 1999 foram liberados pelo FUMEF, pela compensação financeira, nada mais nada menos do que 6.049.744,12. E no período de 95  a 99 foram autorizados e repassados à Prefeitura de Carapícuíba 1.239.615,00 para os contratos FUMEF – contrato 015/92, no valor de 580 mil reais para recapeamento e recuperação da Avenida Inocêncio Seráfico. Contrato FUMEF 023/92, no valor de 220 mil reais, para implantação da Avenida Marginal Esquerda do Ribeirão Carapicuíba. Contrato FUMEF 205/93, no valor de 439.615,00 para a pavimentação de passagem e transportes coletivos da Vila Silviânia.         Então, é o que eu dizia anteriormente. Falta de recursos não foi. Se hoje os funcionários daquele município estão em greve porque há três meses não recebem os seus salários e há mais de cinco meses os funcionários da área da saúde estão em greve, porque também não recebem os seus salários não é por culpa da liberação de recursos do Governo do Estado, mas da incompetência e da irresponsabilidade dos governantes que administram aquele município.  Afinal de contas, é muito fácil organizar caravanas e comitivas, pegar ônibus e trazer as pessoas para um município, até porque o prefeito daquela cidade é proprietário de uma empresa de ônibus. Ficamos felizes em receber os vereadores e a população nesta Casa, pois esta Casa é do povo; é aqui que a população de São Paulo vem buscar guarida, uma mão estendida e uma palavra amiga. Ficamos orgulhosos e honrados em receber a comitiva de Carapicuíba, mas  gostaria que houvesse uma reflexão profunda sobre tudo aquilo que está acontecendo no município. Solicitaria às autoridades municipais que se juntassem a nós e aos deputados da região leste para que juntos possamos realmente dar uma condição de vida para aquela população. Muito obrigado.

 

  O SR. WILLIANS RAFAEL – PL – Sr. Presidente, peço a palavra para falar pelo Artigo 82.

 

  O SR. PRESIDENTE – NEWTON BRANDÃO – PTB – Esta Presidência abre uma exceção e concede a palavra a V. Excelência.

 

O SR. WILLIANS RAFAEL – PL – PELO ARTIGO 82 - Sr. Presidente, gostaria apenas de registrar a nossa alegria e satisfação em estar recebendo hoje a comitiva que vem de Carapicuíba, representando os mais diversos seguimentos da sociedade carapicuibana e dizer que esta Casa é a caixa de ressonância da nossa sociedade e que estamos na condição de um dos deputados eleitos pela região oeste, o que nos faz sentir a necessidade de hipotecar apoio às  reivindicações de Carapicuíba  que hoje passa por uma situação muito difícil, , tal qual fiz com Osasco, quando vim aqui pedir socorro por ela, pois passava por dificuldades e teve um final feliz com a encampação por parte da Sabesp, onde  um convênio assumiu o departamento de água e esgoto do Município de Osasco, e    houve um  novo alento para a cidade. Tal qual Osasco, Carapicuíba não é diferente dos quase 5500 municípios do Brasil que passam por uma dificuldade muito grande. São três meses de salários atrasados, a saúde pública parou; enfim tudo parou em Carapicuíba e hoje eles estão aqui para fazer um apelo ao Sr. Governador no sentido de que libere os recursos do Funef que se encontram retidos naquela Secretaria. Estive recentemente com o Sr. Secretário, que reconhece as importâncias devidas para Carapicuíba, mas evidentemente que reconhece que têm muitos problemas para poder repassar esse valor, pois existem vários municípios que passam pela mesma dificuldade.   Carapicuíba reconhece o Governador Mário Covas  sempre a socorreu. E  o que   ela quer hoje, com essa delegação, é sensibilizar os Srs. Deputados a conversarem  com  o Governador para que S. Exa. continue a ajudar Carapicuíba. Gostaria de me associar aos esforços do nobre Deputado João Caramez e Pedro Mori, que também são representantes da região oeste, para que Carapicuíba também tenha todos os seus problemas resolvidos, pois ela passa por uma situação muito difícil e pede socorro. E esta Casa  não vai negar o socorro que ela está pleiteando. Muito obrigado.

 

O SR PRESIDENTE - NEWTON BRANDÃO - PTB - Tem a palavra o nobre Deputado Vanderlei Siraque.

 

                                   ***

 

- Assume a Presidência o Sr. João Caramez .

 

                                     ***                                                                      

 

  O SR. VANDERLEI SIRAQUE - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR – Sr. Presidente, Srs. Deputados, assomo à tribuna para falar sobre a execução orçamentária do Governo do Estado de São Paulo que está uma lástima.

A Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo aprova a receita e as despesas para o Sr. Governador, mas, na verdade, S. Exa. não consegue gastar o dinheiro arrecadado com os tributos pagos pelos cidadãos do Estado no que é de interesse público da nossa população, como se estivéssemos na Dinamarca onde não há problema social.

Vejamos o “Diário Oficial”, que não mente, porque são dados do Sr. Governador, da Secretaria da Fazenda e, portanto, tem fé pública, do dia 16 de outubro: até o mês de agosto o Sr. Governador do Estado arrecadou 25 bilhões, 587 milhões, 522 mil, 496 reis e 69 centavos e gastou 22 milhões, 485 mil e 272 reais tendo um superávit de aproximadamente três bilhões e 100 milhões de reais. Aí o Sr. Governador, através da assessoria de imprensa, diz que este Deputado, à época, estava agindo de má fé, pois os números não correspondiam à realidade, embora publicado no “Diário Oficial” dizendo que até a próxima publicação a execução orçamentária estaria mais ampliada. Mas não foi isso que aconteceu. Estamos aqui com o “Diário Oficial” do dia 18 de novembro de 1999 que diz que a arrecadação do Estado de São Paulo subiu para 28 bilhões, 491 milhões, 640 mil, 187 reis e 35 centavos para uma despesa de 25 bilhões, 401 milhões, 151 mil e 163 reais. O superávit continua aproximadamente de três bilhões e 100 milhões de reais, isso com relação ao mês de setembro. Então quem estava agindo de má fé era a assessoria de imprensa da Secretaria da Fazenda. Alguns jornais, inclusive, não têm publicado esse superávit não sei por quê. Não sei qual o interesse em não publicar o superávit do Estado de São Paulo. Vamos chegar a dezembro e aí temos a venda da CESP-Tietê, inclusive financiada com o dinheiro público do BNDES. Portanto, vai aumentar o superávit do Sr. Governador do Estado de São Paulo.

Ora, para quê os contribuintes pagam imposto? Sem falar ainda que o Sr. Governador do Estado de São Paulo, através do incompetente Secretário de Segurança Pública, queria instituir a Tele-Taxa, cobrar dois reais e 50 centavos, de forma inconstitucional e ilegal, tendo em vista a discriminação de pessoas que são proprietários de telefone. Vejamos o caso da Febem, vejamos a área da saúde pública.

  Por falar em saúde pública, eu, como membro da Comissão de Saúde não agüento mais tanta reclamação, porque toda semana tem algum movimento. Numa semana estão lá os renais crônicos porque não têm medicamento no Hospital das Clínicas; noutra semana estão lá os pacientes portadores do vírus do HIV também por falta de medicamento; noutra semana são os pacientes que têm pressão alta, que precisam de medicamentos simples, de uso contínuo e estes faltam nas unidades básicas de saúde; noutra semana são os pacientes com hepatite C , por exemplo, que não precisam de vacina, mas necessitam de medicamentos de alta complexidade para que possam ter uma sobrevida maior. Hoje, compareceram os estudantes da USP, da Cidade Universitária, e os moradores vizinhos. O que estão fazendo no Hospital Universitário da USP? Tem um superintendente que, graças a Deus, parece ter sido demitido ontem, Dr. Tolosa, que é um autoritário convicto. Resolveu criar fila dupla também no Hospital Universitário, ou seja, o hospital deixa de fazer atendimento para pacientes carentes, deixa de fazer atendimento digno para os pacientes do SUS para atender às  pessoas que têm planos de saúde, como por exemplo, o Saúde Bradesco. Se já não bastasse o Bradesco ganhar milhões de reais com a desvalorização imposta pelo Governo Federal, agora também estão ganhando em cima do Sistema Público de Saúde. Então está lá o Saúde Bradesco, cujos pacientes têm atendimento na Sala Vip com funcionários educados, treinados, com exames feitos na hora. Há outros pacientes que não têm convênio, que também podem ser atendidos desde que paguem a taxa imposta pelo Hospital Universitário. Por exemplo: a diária de um apartamento é de 200 reais; diária de berçários: 100 reais; sala de porte médio, com dois ou três pacientes, paga 84 reais e assim por diante. Então quem paga corta a fila e quem não paga, pega a fila e quando chega no final da fila é dispensado. Quando o paciente, morador de favela, tenta ser atendido, pedem-lhe o carnê de IPTU ou uma conta de água ou de energia – que ele não tem porque mora clandestinamente ali. Como não tem, mandam-no pegar a fila do convênio, que ele também não tem e como não pode pagar consulta particular, a pessoa é dispensada, volta para casa para morrer ou até que chegue algum Deputado ou algum funcionário – porque lá existem muitos médicos que têm dignidade, que cumprem suas funções com ética, inclusive correndo risco de serem punidos – que o atende, porque essa é a obrigação dos médicos. É isso que estamos assistindo no Estado de São Paulo: fila dupla no Hospital Universitário, fila dupla no Hospital das Clínicas, fila dupla no INCOR, falta de medicamentos. Já estão querendo fazer fila dupla na cidade de Ribeirão Preto; quem sabe se em Marília já não existe fila dupla, talvez porque a população seja menos consciente e não conhece os seus direitos, seja menos organizada e não vêm até a Comissão de Saúde procurar os Srs. Deputados aqui na Assembléia Legislativa. Então, é um vergonha o que está acontecendo aqui no Estado de São Paulo e no Brasil afora. Eles queriam privatizar, privatizaram a Telesp e vemos a “porcaria” que está o serviço de telefonia. Privatizaram o sistema de energia elétrica e vimos que além do “caladão”, vimos  os “apagões”. Privatizaram as rodovias e as encheram de pedágios, qual a justificativa ?   Na época, os liberais, justificaram dizendo que o Estado tinha que ser um Estado mínimo, não podia ser um Estado patrimonialista, nem Estado empresário porque o Estado tinha que cuidar da segurança pública, da educação, da saúde pública e da assistência social, mas o que estamos observando é o que Estado através desse governo não está cuidando da segurança pública coisíssima nenhuma e não está mandando o orçamento para a Segurança Pública, tanto é que o Sr. Secretário queria criar uma taxa de R$ 2,50 para os proprietários do telefone.

  O Estado não está cuidando da saúde pública e nem da educação pública tanto é que está privatizando de maneira oblíqua, saindo pela tangente as nossas universidades. É isso que estamos vendo. Talvez esse governo do PSDB não possa nem ser chamado de liberal, porque os liberais dos países do Primeiro Mundo se preocupam com a educação, com a saúde, com a segurança pública e com o mínimo da assistência social para a sua população.

  A impressão que dá é que esse pessoal está mais para Bacunin do que para os liberais da Escola de Chicago, porque aqueles lá defendiam pelo menos o Estado mínimo. Esse pessoal parece que está mais para anarquistas porque não cuidam de nada : não cuidam da saúde, nem da educação e nem da segurança pública. Parece que não querem Estado, estão desmontando-o, e aí chegaremos ao Bacunin, que era a anarquia, a ausência de Estado, fica cada um para si e Deus, não sei para todos ou se para alguns. Porque não são as pessoas mais pobres que não são atendidas, são as pessoas mais carentes que, infelizmente, é a maioria da população brasileira já que temos 30% da população abaixo da linha da pobreza. Essas são as pessoas mais carentes e que necessitam dos serviços públicos, principalmente da saúde e da educação.

  Precisam da saúde para poderem continuar sobrevivendo e da educação para que possam sair um dia da sua condição que hoje lhe é imposta. Um modo da pessoa carente sair da sua condição é através da educação pública, gratuita e com qualidade. Embora a educação possa até esperar um pouquinho, a saúde não pode esperar, porque quando as pessoas ficam sem atendimento médico, elas morrem.

  O Sr. Governador do Estado talvez não esteja preocupado porque quando estava doente e todos nós torcemos pela sua recuperação foi atendido pelos melhores médicos e pela melhor equipe. Achamos que foi ótimo por ter sido assim atendido porque V.Exa. é um cidadão como outro cidadão e, portanto, merece o melhor atendimento. Só que o Sr. Governador tem que dispensar  esse mesmo atendimento para os contribuintes, os cidadãos do Estado de São Paulo. Porque não é possível que fique jogando apenas a responsabilidade para os municípios, que já estão falidos pelo Fundep, e pela forma como é feita a distribuição de tributos no Brasil.

  Os municípios assumiram as obrigações na área do ensino fundamental, e acabam assumindo a municipalização da saúde mas os tributos correspondentes porque esses são segurados pelo governo estadual  para pagar as suas dívidas junto ao Governo Federal.

O Governo Federal não distribui os tributos para os serviços públicos, porque tem que cumprir seus compromissos com o FMI, com o Banco Mundial e com os países credores do Brasil, a juros. Não sabemos para onde foi o dinheiro desses empréstimos, talvez para nas notas frias de algumas prefeituras, por falta de fiscalização, pela corrupção existente neste País e pela inexistência de controle social. Fui um daqueles cidadãos do Estado de São Paulo, até porque estudei em universidade pública, que mais defendeu a autonomia universitária. Hoje estamos vendo algumas pessoas se utilizando dessa autonomia, não para a defesa da ciência, da democracia, mas sim para impor suas vontades contra os interesses da população.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOÃO CARAMEZ – PSDB – Tem a palavra o nobre Deputado Newton Brandão, pelo restante do tempo destinado ao Grande Expediente.

 

O SR. NEWTON BRANDÃO – PTB – SEM REVISÃO DO ORADOR – Sr. Presidente, Srs. Deputados, assessoria, imprensa, amigos, pretendia falar a respeito do encontro do Parlamento de São Paulo com o Parlamento da Província de Buenos Aires. Como o nosso tempo é muito restrito, este tema será abordado no nosso próximo encontro, amanhã, no Grande Expediente.

Aproveito a oportunidade para tratar de um assunto que pretendo comentar. Lá no ABC, no passado, houve uma telefônica de empresa multinacional péssima, horrorosa. Houve um clamor público e homens de bem daquela região se reuniram e fizeram a CTBC, da nossa região, que atende outras cidades muito importantes. Mas a vontade daqueles experientes e determinados homens não vale. Este Estado opressor é o Deus Baal, é o dinheiro. O que aconteceu? Primeiro, a própria Força Militar achou que deveria fazer uma companhia não regional, mas nacional. Para nós causou problemas, mas interpretamos como um gesto nacionalista, digno, apesar de muitas vezes a nossa vaidade ser arranhada.

Passo a ler um editorial da “Folha do ABC” de São Bernardo, com o qual concordo plenamente:

“A Telefônica, multinacional espanhola, em um comunicado lacônico denominado de fato relevante, publicado na imprensa no último dia 04/11 anuncia: a CTBC – Companhia Telefônica da Borda do Campo – será incorporada e extinta.”

Uma frase fria e sem rodeio põe por terra o trabalho pioneiro realizado por empreendedores locais que, em 1954, constituíram a Companhia Telefônica da Borda do Campo para operar o serviço telefônico no ABC, porque outra multinacional, a Companhia Telefônica Brasileira, não tinha mais interesse e nem competência, na época, para dirigir o serviço. O serviço telefônico, na época, era coisa para estrangeiros. A CTBC, desses ilustres pioneiros, vou nominar: Oliver Cognato, Vicente Martins, Ângelo Rafael  Pelegrino e Jorge Bereta -  aqui não fala do nosso prefeito da época, talvez por um lapso.

  A prefeitura teve uma atuação do Sr. João Paulo,  homem digno que não ficou com uma ação, não foi acionista; ele viu o bem comum, o bem público, as necessidades da nossa comunidade. Os fundadores e primeiros diretores, como era uma coisa que só estrangeiro atendia, parecia não ter vida longa, mas o dinamismo, a dedicação e o amor à causa, amparado inclusive pelos clubes de serviço da região, tornou-se uma empresa vencedora e conceituadíssima, sendo uma das primeiras empresas regionais do País.  Chegou aos 45 anos, completado no primeiro semestre deste ano, esvaziada e humilhada pelos novos proprietários, pois as reuniões da diretoria eram realizadas aqui em São Paulo. O esforço e a dedicação do nosso povo não tinha significado, era o famoso deus do metal. Era este mercantilismo atroz, onde os valores  muitas vezes são esquecidos e os aventureiros são enaltecidos. Essa companhia serviu de exemplo.

Quero deixar a minha homenagem àqueles pioneiros e, agora que esta empresa termina, cumprimentamos todos os que sonharam em edificar no nosso solo esse trabalho, que muito honrou os empresários da nossa região e muito orgulha a todos nós, seus habitantes.

Sr. Presidente, voltarei amanhã para tratar do assunto dos transgênicos e da nossa reunião com os deputados da Argentina. Obrigado.

 

  O SR. GILBERTO NASCIMENTO – PMDB -  PELO ARTIGO 82 -  Sr. Presidente, gostaria de dizer da minha felicidade por ter visto esta Casa, na sexta-feira passada, reunir-se para aqui termos  o Parlamento Jovem - deputado por um dia.

  Talvez algumas pessoas não entendam qual é o reflexo disso, porque, aparentemente, para algumas pessoas isso não tenha nenhum significado. Porém, se analisarmos com pouco mais de profundidade vamos ver o grande significado da sessão da última sexta-feira, até porque foi um evento que ocorreu depois de milhares de alunos estarem se mobilizando em todo o interior do nosso Estado,  encaminhando projetos, dizendo o que significava um evento como esse e até porque foram escolhidos.

Quero também parabenizar o Deputado Cesar Callegari,  que teve essa feliz idéia, também a nobre Deputado Célia Leão, porque com isso marcaram na vida  de muitas crianças que aqui estiveram, crianças escolhidas nas suas escolas pelos seus diretores, crianças que poucas vêm a São Paulo como um garotinho de Apiaí, que mora na roça,  de quatorze anos, exatamente  para tomar posse como Deputado do Parlamento Jovem. É uma coisa simbólica, mas para esse garoto, um garoto criado na roça,  um garoto que talvez tenha visto a Assembléia Legislativa uma ou outra vez na vida pela televisão, um garoto que  poucas vezes tenha visto um deputado, tinha muito a ver, porque, com essa iniciativa, veio à  Assembléia Legislativa,  veio sentir o que é ser um deputado e a articulação feita por vários partidos para ter a própria direção da Mesa diretora naquele dia. O Presidente do Parlamento Jovem articulou-se até a madrugada. Dizia ele, no hotel, conversando com os outros partidos formados  aqui - todos logicamente simbólicos - que já estavam fazendo uma articulação para assumir a Presidência do Parlamento Jovem. Todas essas coisas, Sr. Presidente, nos trazem muitas alegrias, porque, infelizmente, estamos vivendo uma fase só de notícias ruins. Só  vemos as FEBEMs da vida, os jovens drogados, as jovens já caminhando para uma gravidez precoce e, num determinado momento, tudo isso nos leva a ter uma imagem de que teremos um futuro para a nossa juventude. Sr. Presidente, quando aqui cheguei e pude já conversar com aqueles garotos e na sexta-feira, quando eles aqui tomaram posse,   pudemos vislumbrar um futuro melhor para este País, observar que ainda temos pessoas que ainda estão preocupadas, porque garotos vieram a esta tribuna falar sobre meio ambiente, sobre qualidade de vida, sobre nossos recursos hídricos, sobre a própria segurança, garotos e garotas que vieram mostrar que têm solução para os problemas, logicamente com a sua ingenuidade, mas, de qualquer forma, está demonstrando também que eles têm vontade de ver alguma coisa acontecer, vontade de ver um Brasil melhor,  vontade de que, no próximo milênio, possamos ver alguma coisa melhor.

Sr. Presidente e Srs. Deputados, eu, nesta oportunidade de falar pelo artigo 82, mais uma vez quero dizer que saí daqui na sexta-feira realizado, saí feliz por ver adolescentes de 13, 14, 15 anos  discutindo com seriedade, como quem  manda recado para cada um de nós e que a responsabilidade está, por enquanto, nas nossas mãos. Quem sabe, num futuro próximo, porque são garotos com treze, quatorze anos, com dezoito, dezenove anos eles já serão prefeitos nas suas cidades, e talvez um dia serão nossos deputados estaduais e federais, nossos governadores, presidentes da república e assim por diante.

  Portanto, Sr. Presidente, quero deixar mais uma vez registrada a minha confiança no futuro deste Estado e desta Nação, por ver aqueles 94 deputados jovens aqui, cada um trazendo uma mensagem de vida e dando um recado a cada um dos deputados desta casa, como se estivessem dizendo: “Olha, espero mais dos senhores; tenho expectativa neste Estado e neste País, e os senhores têm a responsabilidade de levar este Estado até um certo ponto, para que daí por diante, nós  - eles no Parlamento Jovem, possam tomar conta e continuar a direção deste Estado.

  Sr. Presidente, mais uma vez quero deixar aqui minha gratidão ao nobre Deputado Cesar Callegari, à nossa Deputada Célia Leão, ao Presidente desta Casa, à Mesa, como um todo, ao nosso querido Auro, grande Assessor desta Casa, assessorando de forma tão precisa os Deputados jovens nesta Casa.

  Estamos também de parabéns por vermos tamanha festa cívica instalada nesta Casa, na sexta-feira.

  Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

  O SR. NEWTON BRANDÃO – PTB – PELO ART. 82 – Sr. Presidente, quero manifestar o meu contentamento por ter podido participar na semana próxima passada de um grande encontro nesta Casa, que foi a Comissão Representativa desta Assembléia, de cinco ilustres Deputados que nos representaram no Parlamento da Província de Buenos Aires.

  Receberam a visita dos parlamentares daquele Estado, e aqui trataram de vários assuntos que interessam ao Mercosul. E tivemos a felicidade de ouvir a palavra do nosso Secretário de Agricultura. Fiquei muito feliz com o que ouvi, acho o Sr. Secretário um homem culto, preparado, conhecedor dos assuntos da sua pasta, e tenho a certeza que a sua palestra deve ter impressionado, vivamente, os Deputados argentinos, presentes nesta Assembléia.

  A delegação desta Casa foi o nosso ilustre Presidente Vanderlei Macris, o nobre Deputado Milton Flávio, o grande líder do PTB, Deputado Claury Alves Silva, Deputado Henrique Pacheco e outros. Nosso ilustre Secretário fez uma palestra muito interessante e usou uma frase do antigo Presidente da Argentina: “Tudo deve nos unir e nada nos separar.” E os temas por ele propostos foram temas já de certa concordância, porque abordamos temas que estamos todos de acordo, depois passamos a analisar conjuntamente os temas nos quais podemos ter eventuais divergências, o que é natural tratando-se de economia, política e outros assuntos. Hoje recebemos nesta Casa a visita do ilustre Embaixador do Brasil na Argentina, que já é um reflexo deste encontro, Dr. Sebastião de Rego Barros. Sabemos que os diplomatas são designados primeiramente para Washington, para Paris, para Londres, para a Argentina e para Portugal, onde temos um interesse não só da língua, mas de implementação de economias. O nobre Deputado Arnaldo Jardim ainda teve a oportunidade de colocar o tema dos transgênicos, pois no Brasil há ainda uma moratória. Apesar de um dos ministérios ter permitido o seu plantio, o juiz derrubou isto e várias entidades ambientalistas são contra este tipo de atividade. Num primeiro impacto, somos favoráveis àquilo que temos de novidade científica. Agora vimos no jornal que estas preocupações são válidas. Temos que ter um pouco de paciência para permitirmos esta construção neste País.

  Sr. Presidente, há um gene que deixa a semente improdutiva; ou seja, quem compra esta semente uma vez, tem que repeti-la sempre. O Sr. Secretário mencionou que a soja, quando em determinadas temperaturas, não produz e tem defeitos de toda ordem. Ao invés de ampliar a produtividade ela diminui, tornando-se uma produção anti-econômica. Portanto, esta moratória que de início parecia romântica, porque nesta Casa alguns deputados apresentaram projeto criando a moratória, eles fizeram esse projeto baseados na sua sensibilidade, mas preocupados com a situação, passou a ser uma certeza do seu propósito. Através de laboratório, hoje é possível identificar se um produto é transgênico. Isso é muito importante, pois antes se comprava um produto transgênico sem saber, o que não acontece mais. Encerraremos o discurso com a seguinte frase: “A arte é longa, a vida é breve.” Muito obrigado. 

   

O SR. PRESIDENTE - JOÃO CARAMEZ - PMDB - A Presidência suspende a sessão por cinco  minutos.

Está suspensa a sessão.

                                              *   *   *

- Suspensa às  16 horas e 50 minutos, a sessão é reaberta às 16 horas e 58 minutos, sob a Presidência do Sr. João Caramez.

                                           *     *     *

 

  O SR. PRESIDENTE – JOÃO CARAMEZ – PSDB – Esgotado o tempo destinado ao Grande Expediente, vamos passar à Ordem do Dia.

                                     *     *     *

- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

                                       *     *     *

 

O SR. PRESIDENTE – JOÃO CARAMEZ – PSDB - Sobre a mesa vários requerimentos solicitando urgência. Acordado pelo Colégio de Líderes, esta Presidência colocará em votação.

  Requerimentos dos seguintes teores:

  “Requeiro, nos termos regimentais, tramitação em regime de urgência para o Projeto de Lei nº 903, de 1999, de iniciativa do Governador do Estado que autoriza a Fazenda do Estado a doar o Município de Bertioga.” Assina o Deputado Edmur Mesquita, com número regimental de assinaturas.

Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. Os Srs. Deputados que estiverem de acordo, queiram permanecer como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

“Requeiro, nos termos regimentais, tramitação em regime de urgência para o Projeto de Lei nº 943, de 1999, de iniciativa do Governador do Estado que dispõe sobre a adoção de medidas de defesa sanitária vegetal no âmbito do Estado e dá outras providências.” Assina o Deputado Roberto Engler, com número regimental de assinaturas.

Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. Os Srs. Deputados que estiverem de acordo, queiram permanecer como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

  “ Requeiro, nos termos regimentais,  tramitação em regime de urgência ao Projeto de lei nº 905, de 1.999, de iniciativa do governador, que introduz alteração na legislação do imposto sobre operações relativas á circulação de mercadorias e sobre prestação de serviços de transporte interestadual, intermunicipal e de comunicação – o ICMS. Assina o Deputado Walter Feldman com número regimental de assinaturas.”

  Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. Os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

  “Requeiro, nos termos regimentais do Artigo nº 226, da IX Consolidação do Regimento Interno, tramitação em regime de urgência para o Projeto de lei nº 353/99, de autoria do Deputado Rafael Silva. Assina o Deputado Salvador Khuriyeh, líder do PDT.”

  Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. Os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

  “Requeiro nos termos do Inciso II do Artigo nº170 da IX Consolidação do Regimento Interno da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo,  tramitação em regime de urgência para o Projeto de lei nº 412/99, de autoria do Deputado Pedro Tobias, que altera a Lei nº 9.361, de 5 de julho de 1.996, que institui o Programa Estadual de Desestatização . Assina o Deputado Salvador Khuriyeh, líder do PDT.”

  Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. Os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

  “Requeiro, nos termos do Inciso II do Artigo nº170 da IX Consolidação do Regimento Interno da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo,  tramitação em regime de urgência para o Projeto de lei nº 677/99, de autoria do Deputado Geraldo Vinholi, que dispõe sobre a obrigatoriedade da inclusão da laranja in natura ou suco no cardápio da merenda das escolas estaduais. Assina o Deputado Salvador Khuriyeh, líder do PDT.”

  Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. Os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

  “Requeiro, nos termos do Inciso II do Artigo nº170 da IX Consolidação do Regimento Interno da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo,  tramitação em regime de urgência para o Projeto de lei nº 821/99, de autoria do Deputado Pedro Mori, que  acrescenta dispositivos ás Leis nºs1.817 de 1.978 e 9.193 de 1.995, que dispõem sobre a compensação financeira aos municípios integrantes da região metropolitana da Grande São Paulo. Assina o Deputado Salvador Khuriyeh, líder do PDT.”

  Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. Os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

  “Requeiro, com fundamento no Artigo nº226, Inciso II do Regimento Interno consolidado,  urgência para a tramitação do Projeto de lei nº 427, de 1.999, de iniciativa do Deputado Roberto Morais, que isenta do IPVA e de penalidades por infração de trânsito, o proprietário de veículo objeto de furto, roubo ou extorsão. Assina o Deputado Vítor Sapienza, líder do PPS.”

Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. Os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

 “Requeiro, nos termos regimentais,  tramitação em regime de urgência para o Projeto de lei nº 244, de 1.999, de autoria do nobre Deputado Faria Júnior, que dispõe sobre a proibição de trote quando realizado sob pressão, agressão física, moral ou qualquer outro constrangimento que possa colocar em risco a saúde e a integridade física dos calouros da escolas superiores mantidas pelo Poder Público. Assina a nobre Deputada Rosmary Corrêa, líder do PMDB.”

Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. Os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

 “Requeiro, nos termos regimentais  do Artigo nº226 da IX Consolidação do Regimento Interno,  tramitação em regime de urgência para o Projeto de lei nº 231/99, de autoria do Deputado Arthur Alves Pinto. Assina o Deputado Wiliians Rafael, líder do PL.”

Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. Os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

 

 “Requeiro, nos termos regimentais do art. 226 da IX Consolidação do Regimento Interno, tramitação em regime de urgência para o PL 836/99, de autoria do Deputado José Rezende. Assina o Deputado Willians Rafael, líder do PL.”

Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. Os senhores deputados que estiverem de acordo, permaneçam como estão. (Pausa.) Aprovado.

“Requeiro, nos termos regimentais, tramitação em regime de urgência para o PL 757/99, de autoria do Deputado Vanderlei Siraque, que autoriza o Poder Executivo, através da Secretaria de Educação, a instituir o Programa de Desenvolvimento de Atividade e Pesquisa Discente sobre temas incorporados no projeto pedagógico das unidades escolares de ensino médio. Assina o Deputado Elói Pietá, líder do PT.”

Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. Os senhores deputados que estiverem de acordo, permaneçam como estão. (Pausa.) Aprovado. Há, sobre a mesa, dois requerimentos de urgência solicitando alteração da Ordem do Dia, um do Deputado Campos Machado e outro do Deputado Salvador Khuriyeh, solicitando que o PL 321 figure como item 1º.

Em votação o requerimento do Deputado Campos Machado, que precede o segundo. Os senhores deputado que estiverem de acordo, permaneçam como estão. (Pausa.) Aprovado. Fica, portanto, prejudicado o requerimento do Deputado Salvador Khuriyeh.

 

1-                     Veto - Discussão e votação do Projeto de lei nº 321, de 1995, (Autógrafo nº 23826), vetado totalmente, apresentado pelo Sr. Governador, dispondo sobre promoção de Praças da Polícia Militar. Parecer nº 187, de 1998, de relator especial pela Comissão de Justiça, favorável ao projeto. (Artigo 28, § 6º da Constituição do Estado).

Em discussão. Tem a palavra, para discutir contra, o nobre Deputado Milton Flávio. (Pausa.) Tem a palavra, para discutir a favor, o nobre Deputado Wilson Morais, por 30 minutos.

O SR. WILSON MORAIS – PSDB – SEM REVISÃO DO ORADOR – Sr. Presidente, Srs. Deputados, mais uma vez vou usar esta tribuna, como o fiz no Pequeno Expediente, para falar sobre a segurança pública e sobre o PL 321 que beneficia os primeiro  sargentos e subtenentes que ingressaram na Polícia Militar até 09/04/70. Esse projeto tramitou pela Casa durante um bom tempo, foi aprovado pelos parlamentares e vetado totalmente pelo nosso Governador Mário Covas. Daí essa situação: os 1º Sargentos e Subtenentes esperando uma promoção desde 1995, aliás, muito antes de 95 já existia um projeto nessas condições. E esses homens de cabelos brancos vêm aqui todas as terças-feiras na esperança de verem, de uma vez por todas, fazer-se justiça a essa classe tão laboriosa.  Sou sabedor, bem como o nosso Deputado Campos Machado, do compromisso  que tenho com o Sr. Governador, do compromisso que tenho com a Bancada do PSDB. O nobre Deputado Campos Machado é aliado do Governo, mas temos de ter liberdade para julgar o que achamos ser de justiça. O meu Comandante Geral, Coronel Rui César Melo, é contra a aprovação deste projeto porque ele vai prejudicar os policiais da ativa, porque vai inverter a ordem, porque vai ser prejudicial à hierarquia na Polícia Militar. Discordo da posição do meu Comandante Geral, porque esses policias, além de terem sido injustiçados no passado, tinham a possibilidade de chegar talvez até a Capitão ou Major ainda na ativa, mas tiveram a sua carreira interrompida na unificação e hoje querem justiça. Portanto, nada mais justo do que aprovar este projeto e dar essas promoções a esses policiais militares incansáveis, que já tiraram 30 anos de serviço, muitos deles há mais de dez anos na inativa. Alguns não tiveram a mesma felicidade, a mesma sorte divina de estarem aqui hoje acompanhado os nossos trabalhos, porque já se foram e não conseguiram ver esse sonho realizado. Por isso, Sr. Presidente, toda vez que for preciso fazer justiça aos policiais, a minha Corporação, aqui estarei para defendê-los, ainda que para isso eu não vote com o Governo.

  Tenho certeza de que o nosso Governador Mário Covas, que sempre foi um homem justo, irá respeitar a decisão dos Parlamentares, dando oportunidade para esses policiais serem promovidos a 2º Tenente.

  Por outro lado, também fazendo justiça aos policias militares que se encontram na ativa hoje, quero dizer que o Sr. Governador Mário Covas tem um compromisso com os policiais militares da ativa, qual seja, um projeto de plano de carreira. A Associação de Cabos e Soldados vem lutando há anos para que também esses policiais da ativa tenham a possibilidade de promoção por antigüidade. Estivemos, juntamente com outras entidades da PM há vários anos, elaborando um projeto nesse sentido. Encaminhamos ao Comando Geral da Corporação, depois ao Professor José Afonso. O Comandante Geral à época, Coronel Carlos Eduardo de Camargo, achou justo para com os policiais militares da ativa e foi por isso que aceitou as nossas reivindicações, dando oportunidade para que os policiais militares da ativa também tivessem essa possibilidade de galgar cargos superiores em razão dos relevantes serviços prestados à Corporação. Foi encaminhado ao Comando Geral da Policia Militar, o então Coronel Carlos Alberto de Camargo, foi encaminhado ao professor José Afonso da Silva, o então secretário da Segurança e, finalmente, ao Governador do Estado. Em razão da doença do Governador, o projeto ficou parado lá no Palácio dos Bandeirantes, não foi encaminhado para esta Casa de Leis. No mês passado estive reunido com o Sr. Governador Mário Covas e pedi que se fizesse justiça também a esses policiais da ativa. O Governador me prometeu que agora no meio de dezembro encaminhará esse plano de carreira, promovendo os policiais militares da ativa. Cinqüenta por cento das vagas existentes continuarão sendo preenchidas por meio de concurso e os cinqüenta por cento restante das vagas serão preenchidas por antigüidade e por relevantes serviços prestados à Corporação. O soldado depois de longo tempo de carreira e de experiência vai ter a oportunidade de ser promovido a Cabo, o Cabo vai ter oportunidade de ser promovido a 3º Sargento e assim sucessivamente. Inclusive o 2º Sargento tem oportunidade também de cinqüenta por cento das vagas destinadas ao CAS, Curso de Aperfeiçoamento de Sargentos. Cinqüenta por cento das vagas serão para os sargentos mais antigos, cinqüenta por cento das vagas continuarão pelo concurso. A mesma coisa a lei que promove o quadro auxiliar de oficiais, os Subtenentes. Também haverá uma modificação. Os Subtenentes antigos terão oportunidade de ser promovidos a 2º Tenente ainda na ativa e com a possibilidade de chegar a Capitão ainda na ativa na Polícia Militar. Com isso, senhores, haverá oxigenação dentro da PM,  criará a tão esperada alto estima dentro da Polícia Militar, porque esses policiais serão reconhecidamente valorizados por essas promoções. Hoje se ingressa na Polícia Militar depois de completar trinta anos de serviço, ele tem o posto imediato. A partir do encaminhamento desse Projeto de lei, pelo Sr. Governador Mário Covas, que o policial - e praticamente aqueles jovens que estão ingressando hoje na Polícia Militar, ou até aqueles que têm cinco anos de policial militar - tenham a possibilidade de ainda na ativa, conseguir chegar a sub-tenente. Chegando ao posto de 2º Tenente na inatividade, alcançando assim o que queremos com esse Projeto de lei nº 321/95.  Isso é válido, pois cria essa auto-estima do policial. O policial hoje está desestimulado porque não tem essas promoções.

  O policial hoje trabalha oito horas na Polícia Militar, depois sai do serviço policial e vai enfrentar o tal bico, onde  trabalha por  mais oito ou dez horas, completando com isso uma jornada de trabalho de 16 a 18 horas. Há ainda o tempo de deslocamento entre o trabalho, que no mínimo é mais uma hora, sendo muitas vezes um percurso de duas horas. Com isso o nosso policial fica cansado e estressado, não tendo condições de dar assistência aos seus familiares, nem condições de prestar um grande serviço à população, porque depois de trabalhar 16 a 18 horas de serviço está praticamente esgotado e não tem tempo para mais nada. É justamente aí, nobres companheiros, nessa jornada do bico que 85% dos nossos policiais militares fazem bico para complementar o seu salário. Nesse bico é que acontece a tragédia; é exatamente nesses bicos que o policial morre.

  Os senhores são sabedores que só este ano já ultrapassaram 40 policiais mortos em serviço e mais de 240 policiais em razão de serviços nos bicos; chegando a quase 300 policiais militares mortos em razão desses serviços. Se for colocar os companheiros da Polícia civil ultrapassa os 300 policiais mortos em serviço, em razão de serviço, em nossa Polícia Militar e em nossa Polícia Civil do Estado de São Paulo,

  Pasmem os senhores, que a nossa Polícia  de São Paulo é hoje a que mais perde policiais militares. A polícia que mais morre no mundo é a nossa Polícia Militar do Estado de São Paulo.

  Sr. Presidente e nobres companheiros, temos que ajudar; não adianta só criticarmos a Segurança Pública. É preciso haver um trabalho voltado à melhoria da Segurança , com o apoio dos Deputados e do Governo.

  Sabemos do empenho do Governador Mário Covas, na área de Segurança. Foi o Governador quem comprou os coletes à prova de bala, porque não tínhamos nenhum. Sabemos que foi o Governador que comprou 30 mil armas novas, quando tínhamos armas ainda da  Força Pública e da Guarda Civil, e até hoje há alguns que estão usando esses revólveres calibre 38 – que há 20 anos que as polícias  de Primeiro Mundo deixaram de usar.

  Sabemos da compra dessas 30 mil armas; sabemos das compras de seis mil viaturas. Sabemos desse emprenho do Sr. Governador. Msas digo com conhecimento de causa que ainda é muito pouco. Sabemos que pegamos a polícia sucateada de governos anteriores, porém, é pouco o investimento na Segurança Pública. Deve-se investir mais, pois são caras as armas, as viaturas, os rádios, os coletes, mas mais caro que tudo é a vida do policial. Nos últimos 11 meses foram mortos mais de trezentos policiais civis e militares. 

Srs. Deputados, em apenas um dia estive em dois enterros de policiais, um pela manhã, no do policial do 8º Batalhão, e outro à tarde, no do soldado da ROTA, que foi assassinado em uma favela localizada nesta cidade. É duro, como policial militar, perde a cada dia mais companheiros.

Governador Mário Covas, é preciso que se dê prioridade para a Segurança Pública, é preciso esse plano de carreira, é preciso a promoção destes velhinhos para que incentivem aqueles que estão na Corporação a continuar o seu trabalho, é preciso a compra de mais coletes à prova de bala, para que cada policial tenha o seu colete individual, assim como é preciso que se dê dignidade ao policial civil e militar, pois esta é a única profissão que, com o sacrifício da própria vida, defende quem nem mesmo ele conhece, que é a sociedade. Foi assim que mais de 300 policiais civis e militares morreram em defesa da sociedade. É preciso também valorizar o homem, o policial, dando a ele dignidade, moradia e oportunidade de adquirir o seu imóvel, tirá-los das favelas, dos cortiços e do aluguel. Já foram  construídas quase três mil unidades habitacionais pela Associação dos Cabos e Soldados para soldados, cabos, sargentos e subtenentes graças à participação do Governo do Estado e da Caixa Econômica Federal. Para que realmente tenhamos uma polícia de Primeiro Mundo é preciso, além deste investimento, o investimento no salário do profissional, é preciso que esta profissão seja valorizada e tenho certeza absoluta de que o meu Governador Mário Covas vai saber reconhecer isso.

Em dezembro, juntamente com 15 entidades da Polícia Militar, teremos uma audiência com o Governador Mário Covas, quando apresentaremos as nossas reivindicações. A primeira será um piso salarial de 10 salários mínimos para os soldados de 2ª classe, ou seja, aquele que está iniciando a sua carreira na Polícia Militar. Se o soldado de 2ª classe ganhar dez salários mínimos, obviamente que o soldado de 1ª classe vai ganhar mais, o cabo vai ganhar mais e chegando-se ao posto de capitão e terá que fazer uma alteração no salário. Queremos a valorização daquele que enfrenta a bandidagem, daquele que é a linha de frente, que está aí no dia a dia sendo sacrificado, prendendo os marginais, tomando tiro, morrendo e sendo ferido. Além da reivindicação do piso salarial das entidades de classe que irá levar ao Sr. Governador Mário Covas, está também, dentro das reivindicações, os meios e as condições de trabalho, que é justamente a compra de mais armas, mais viaturas, coletes à prova de bala individual, rádios, enfim, melhorias de condições de trabalho.

Por último, as entidades estão pleiteando ao Sr. Governador Mário Covas a questão da Previdência. Todos sabem que, nesta Casa, esta tramitando o PL nº 11 que muda a Previdência dos servidores públicos. Nesse projeto, todos sabem, nós, policiais militares, civis e os servidores públicos, pagamos atualmente para previdência seis por cento. Agora os  policiais e os servidores civis comuns, que ganham de 600 a 1200 reais, passariam de 6% para 16%, quem ganha acima de 1200 reais  de 6% para 20%, e  acima de 2.500 reais para 25 por cento.

Vejam Sr. Presidente, Srs. Deputados, já faz três anos que os praças e alguns servidores públicos civis não recebem nenhum tipo de aumento. Os oficiais da Polícia Militar e os delegados de polícia, também não recebem aumento salarial há cinco anos. Esse projeto irá justamente reduzir os salário do policial, dos servidores que já estão ganhando pouco. Quer dizer, além de não ter aumento salarial durante esse tempo, ainda teriam que reduzi-lo. Foi por isso que fiz minha manifestação contra esse projeto de lei. Mesmo sendo de meu partido, de meu Governador, sou contrário a esse Projeto de lei. Mas o Tribunal Federal já julgou que não se pode cobrar além da alíquota única de 11 por cento. Então, vamos aguardar o Sr. Governador retirar esse projeto e encaminhar outro ou  esta Casa irá apresentar um substitutivo a esse PL 11, nas mesmas condições dos servidores públicos federais. É o que queremos. Somos diferenciados, pela Constituição Estadual e pela Constituição Federal, dos servidores públicos comuns. Então, não queremos mais nada que o tratamento dado às Forças Armadas. Assim como foram diferenciados os servidores públicos das Forças Armadas, Exército, Aeronáutica e Marinha também queremos esse mesmo tratamento, ou seja, queremos continuar pagando os mesmos 6% para a Caixa Beneficente da Polícia Militar do Estado de São Paulo, que já mostrou sua eficiência.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, era o que tinha a dizer neste momento.                                                                                      *  *  *

 

- Assume a Presidência o Sr.Vanderlei Macris .

 

                                                 *   *   *

                                               

O SR. PRESIDENTE – VANDERLEI MACRIS - PSDB – Continua em discussão. Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Sua excelência desiste da palavra. Tem a palavra o nobre Deputado Salvador Khuriyeh. (Pausa.) Sua Excelência desiste da palavra. Tem a palavra o nobre Deputado Newton Brandão. (Pausa.) S. Exa. desiste da palavra. Tem a palavra o nobre Deputado Milton Flávio. (Pausa.) S. Exa. desiste da palavra. Tem a palavra o nobre Deputado Edson Aparecido. (Pausa.) S. Exa. desiste da palavra Tem a palavra o nobre Deputado Walter Feldman. (Pausa.) S. Exa. desiste da palavra.  Está encerrada a discussão. A Presidência anuncia que está em votação o Projeto de Lei nº 321, de 1995.

 

  O SR. CAMPOS MACHADO – PTB – Sr. Presidente, solicito a palavra para encaminhar a votação pelo PTB.

 

  O SR. PRESIDENTE - VANDERLEI MACRIS – PSDB  Tem a palavra o nobre Deputado Campos Machado, para encaminhar a votação pelo PTB por dez minutos regimentais.

 

O SR. CAMPOS MACHADO – PTB – Sr. Presidente, Srs. Deputados, senhores parlamentares que se encontram em seus gabinetes, a Assembléia vive hoje um dia histórico. A Assembléia que, na sexta-feira,  instalou o Parlamento Jovem dando uma demonstração a todo o País da sua grandeza, de sua história, das suas tradições e de seu passado hoje tem a grande oportunidade de mostrar a sua  independência, a sua dignidade. A Assembléia hoje – e estou convencido disso – vai dar um exemplo para todo o País.          Tratamos aqui, Srs. Deputados, do veto ao Projeto de Lei nº 321. Quero fazer, e preciso fazê-lo, uma comparação entre comportamento desses homens que há oito anos aqui vêm silenciosamente, educadamente, sem jamais apupar ou mesmo aplaudir qualquer dos deputados, respeitando o Regimento. Muitos deles já morreram, mas  aguardam que esta Casa lhes faça justiça. Há menos de um mês, essa galeria foi ocupada por trabalhadores, ambulantes da CPTM, dignos do nosso respeito, mas que vaiaram, ofenderam e pressionaram os deputados desta Casa. Está aí o título do jornal: “Camelô ocupa Assembléia para pressionar deputados”. E esses homens, há oito anos, nunca levantaram suas vozes. Temos aqui, Srs. Deputados 76 assinaturas de deputados desta Casa, que assumiram o compromisso de derrubar o veto ao projeto nº 321. Quero ver aqui deputado por deputado dizer que não assinou esse manifesto, voltar atrás desse manifesto, rasgar a sua decência e pisotear a sua dignidade.  Irei sentar-me aqui para conferir voto por voto, comportamento por comportamento, e não venham me dizer que se equivocaram. Esses homens não terão uma outra oportunidade, essa é a última chance que eles terão na vida. Será que vamos recuar na entrada do Terceiro Milênio, quando a Assembléia de agiganta com o Fórum 2.000 ? Será que os deputados vão cair de quatro ? Será que os deputados irão fazer jus ao seu nome ? Ou vão trocar de identidade como se pertencessem  ao serviço de proteção ás testemunhas ? Será que algum deputado vai ter coragem de votar contra a sua assinatura nesse manifesto ? Não sei os motivos que levaram o meu amigo Deputado Walter Feldman, líder do governo, a concordar rapidamente com essa votação. Já me causa perplexidade, já sinto e percebo uma sombra de preocupação, já antevejo no horizonte quem sabe uma mudança, mas não posso admitir que os deputados desta Casa mudem de cara.

O grande Papini dizia que um homem tem que ser como a lua e mostrar apenas uma das suas faces. Se sair à noite é impossível olhar para o céu e ver ao mesmo tempo a lua cheia e a lua minguante, ou se vê uma ou se vê  a outra. Como dizia Papini, os homens devem ter apenas uma cara, e é essa cara que quero ver nesta tarde caminhando para a noite, mas a esperança que está dentro de mim diz que iremos dar hoje uma lição de civismo e uma demonstração inequívoca de dignidade. Digo em alto e bom som que sou aliado sim do Governador Mário Covas. Os jornais de quando em quando, com algumas pontas de ironia, dizem: “o maior aliado de Covas”. Mas aliado não significa alienado e esta Casa não tem alienados.

Portanto, Srs. Deputados, chegou o momento da verdade e de colocar a consciência  na mão direita e a dignidade na mão esquerda. Chegou o momento de dizer sim a esses homens. Chegou o momento de fazer justiça.

Peço aos deputados que estão em seus gabinetes ouvindo este humilde deputado que venham até este plenário prestar homenagem a esses homens. Ou será que nesta Casa só se vota sob pressão? Ou será que o nosso povo tem que agir como os camelôs, que xingaram os deputados de mentirosos, malandros. Será que para ganhar alguma coisa nesta Casa é preciso ofender os deputados? Hoje eu quero assistir à verdadeira demonstração de hombridade, de decência, de honradez. Está aqui a lista. Vou compará-la nome a nome. Quero sentar-me com a caneta na mão, mas com o coração no peito e anotar os votos do painel um a um, para saber se os que assinaram aqui vão votar sim.

Aproveito para perguntar se existe algum roteiro de votação, de que maneira vamos votar esse projeto. Não adianta votá-lo apenas na cabeça e querer iludir esses homens. O veto tem que ser por inteiro, não existe meia gravidez. Ou se vota por inteiro este projeto, ou não se vota.

Portanto, Sr. Presidente, vou quedar-me neste plenário para assistir, com a tranqüilidade batendo forte dentro de mim. Amo esta Assembléia, à qual o Presidente Vanderlei Macris faz questão de declamar amor da manhã à noite. Vou sair daqui para um Encontro Municipal do PTB na Câmara Municipal, com 43 diretórios, com duas mil pessoas esperando e vou começar o meu pronunciamento dizendo que tenho orgulho de pertencer a esta Assembléia. Nesta noite falou-se em coragem, dignidade e justiça. Senhores inativos, não percam a esperança. Hoje esta Casa vai fazer justiça aos senhores.

 

O SR. CICERO DE FREITAS – PFL – Sr. Presidente, solicito a palavra para encaminhar a votação em nome do PFL.

 

O SR. PRESIDENTE – VANDERLEI MACRIS – PSDB – Tem a palavra o nobre Deputado Cicero de Freitas, para encaminhar a votação em nome do PFL, por dez minutos.

 

O SR. CICERO DE FREITAS – PFL – SEM REVISÃO DO ORADOR – Sr. Presidente, Srs. Deputados, funcionários, amigos da imprensa, amigos da galeria, em nome da Bancada do PFL quero dizer que acredito que todos os líderes do Governo estão a favor do projeto e contra o veto do Governador. Todos os que estavam inscritos para falar a favor do veto defendendo o Governo desistiram. Se eles desistiram, com certeza estão contra o veto e a favor do projeto.

  Com essas palavras, que venho também a clamar, e assino embaixo o discurso do nosso ilustre Deputado Campos Machado, pois acho que se os Deputados, que assinaram aquela lista, defendendo o 321, somos Deputados, homens e mulheres, não somos sacos vazios.

  Temos que ter dignidade. Podemos perder tudo na vida, menos a nossa dignidade, e hoje, para sermos dignos, temos que derrubar  o veto e aprovar o Projeto  nº 321/95.

  Quero dizer a todos, contem com o apoio deste Deputado e com a Bancada do PFL, e vamos sim derrubar o veto do Sr. Governador, porque não é justo. Quando o governo federal clama, acabando com as aposentadorias por tempo de trabalho de serviço, da classe das empresas privadas, está chegando e ameaçando o governo, no que estamos entendendo, quer que nenhum cidadão consiga se aposentar, dizendo que são as aposentadorias que estão levando o País à falência.

  Por outro lado, Sr. Presidente, quem assistiu o Jornal Nacional ontem, e também o jornal do Canal 9,  a altas horas da noite, deu para perceber quando existe, e o governo sabe quem são os maiores devedores da Previdência Social, mas o governo não tem coragem, não tem peito, de peitá-los para que eles paguem  a sua dívida, e quer descarregar  seu caminhão de melancias podres em cima dos trabalhadores. Quando digo trabalhadores, estou incluindo todos os trabalhadores de empresas privadas e funcionários públicos,. Não somos obrigados  a pagar as despesas do governo. Não somos obrigados a responder pela incapacidade de o governo de administrar este País, não. Somos trabalhadores, temos fidelidade a nós mesmos. Mais uma vez, vou aclamar a todos os Srs.  Deputados desta Casa, como disse o Deputado Campos Machado, hoje será um dia histórico, porque este veto do 321 há de cair, porque se aqui os Deputados votarem pensando em suas bases, nos seus compromissos com os trabalhadores que os elegeram e com os seus eleitores. São essas as nossas palavras, em nome da Bancada do PFL. Muito obrigado.

 

  O SR. PRESIDENTE – VANDERLEI MACRIS – PSDB -  Em votação.

 

  O SR. SALVADOR KHURIYEH – PDT -  Sr. Presidente, solicito a palavra para encaminhar a votação pela  Bancada do PDT.

 

  O SR. PRESIDENTE – VANDERLEI MACRIS – PSDB – Tem a palavra o nobre Deputado  Salvador Khuriyeh, para encaminhar a votação pelo PDT, pelo tempo regimental.

 

  O SR. SALVADOR KHURIYEH – PDT -  Sr. Presidente, Srs. Deputados, senhoras e senhores aqui presentes, senhores praças, que já acompanham os trabalhos desta Assembléia Legislativa, há vários anos, ansiosos pela aprovação do projeto de interesse dos senhores, que neste instante, significa a derrubada do veto do Sr. Governador ao Projeto de lei nº 321/95, quero trazer, em rápidas palavras, e até pela ansiedade, Sr. Presidente, pela vontade de entrarmos no processo de votação o mais rápido possível, deste projeto, não faremos uso dos dez minutos a que temos direito pelo regimento desta Casa.

Manifestamo-nos, neste instante, apenas para poder dizer que chegou a hora de decidir se mantemos o veto do Governador ao PL 321 ou o derrubamos, fazendo justiça a esses praças que acompanham os trabalhos desta Casa, há longos anos, postulando seus direitos de modo respeitoso, pacífico e ordeiro.

Existem discussões controversas no sentido de argumentar se este projeto, do modo como está sendo submetido à apreciação desta Casa é constitucional ou não. Mas a grande verdade, e temos persistido em dizer isso, é que esta Casa não pode se submeter à vontade do Governador. Esta Casa tem que procurar fazer justiça, e justiça neste instante significa votar a favor da derrubada do veto do Governador ao PL 321, dando esperança a esses praças, que nos acompanham há anos, de poder ter seus direitos adquiridos. É desse modo que o PDT vai votar. Encerramos o processo de discussão, estamos vivendo o processo de encaminhamento e tenho muita convicção de que vamos votar esse projeto ainda esta noite.

Como líder do PDT, em nome dos deputados de nossa Bancada, quero clamar aos líderes das outras bancadas que ainda não se manifestaram, para não fazer uso do tempo regimental a que têm direito, para que possamos votar o mais rápido possível.

Quero aqui manifestar nosso apoio, mais uma vez, a esses praças que estão aqui ansiosos, maduros, conscientes das dificuldades que enfrentaram ao longo desses anos e que poderão enfrentar futuramente com a argüição do Governador ao Judiciário, no sentido de poder levantar a inconstitucionalidade deste projeto de lei. É desse modo que o PDT vai votar, cumprindo a palavra  dada nesta tribuna, desde o primeiro instante, reconhecendo o direito desse projeto, a justiça que se faz aos praças e assumindo um compromisso público de votar a favor da derrubada do veto ao PL 321/95.

Quero chamar a atenção dos demais líderes, seguindo as palavras do nobre Deputado Campos Machado, especialmente aqueles que assinaram um documento assumindo compromisso com os praças, para que venham a esse plenário honrar a assinatura, cumprir o compromisso dado aos praças que aqui se encontram.

Sr. Presidente, estamos ansiosos para entrar, o mais rápido possível no processo de votação. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE – VANDERLEI MACRIS – PSDB – Em votação.

 

O SR. EDSON FERRARINI – PL   Sr. Presidente, peço a palavra para encaminhar a votação pela Bancada do PL.

 

O SR. PRESIDENTE – VANDERLEI MACRIS – PSDB – Tem V.Exa. a palavra por dez minutos regimentais.

 

O SR. EDSON FERRARINI – PL – SEM REVISÃO DO ORADOR – Sr. Presidente, Srs. deputados, dentro de alguns instantes esse painel vai mostrar se aqui nesta Casa, se aqui nesta Assembléia de São Paulo, se mantém a palavra dada, porque este documento foi assinado por 76 deputados, se comprometendo em fazer justiça aos integrantes da Polícia Militar, aprovando o PL 321, com a emenda nº 3.

Sr. Presidente, não é comprar viaturas, coletes à prova de bala; é preciso investir no maior bem que a segurança pública possui, que é o homem. E este homem, quando passa à inatividade, está com as mãos cheias de trabalho dedicado à sociedade. Esses que aqui estão, sobreviveram, porque muitos morreram em defesa da sociedade. É hora de se fazer justiça, porque,  se não houvesse a fusão da  Força Pública com a Guarda Civil, hoje eles seriam oficiais. O que eles estão querendo? Quem fez a fusão não foram eles.  Então, é necessário que o veto do Sr. Governador seja derrubado. E tenho  certeza que ao ser derrubado  o Sr. Governador vai se tranqüilizar, fazer justiça e promovê-los ao posto de 2º Tenente.       Nessa demonstração de perseverança que os senhores deram, nos próximos instantes vamos ter a oportunidade de saber se estas pessoas que assinaram este documento vão manter a sua palavra. E os senhores vão publicar em todos os jornais e todas as entidades que aprovam o Projeto nº 321, o nome daqueles que traíram os senhores; os nomes daqueles que não encamparam a idéia da justiça. Os senhores vão publicar em todo o Estado de São Paulo os nomes daqueles que faltaram com a verdade. E este Deputado, ao defender a Polícia Militar, defende a Segurança de São Paulo, e tenho  certeza de estar falando em nome de 34 milhões de pessoas que querem agradecer o trabalho dos senhores. E a melhor maneira de agradecer é atendê-los. Certamente vamos ter algumas justificativas do Governo, que irá dizer que é caro e que isto vai custar para os cofres. Mas segurança pública, justiça e dignidade não têm preço. É hora de chegarmos a essa votação. Quero deixar registrado o meu apoio aos senhores, meu apoio aos companheiros da Polícia Militar.

Encerro agora o meu pronunciamento para que o tempo corra a nosso favor. Parabéns, inativos da minha querida Polícia Militar. Parabéns!

 

O SR. PRESIDENTE – VANDERLEI MACRIS – PSDB – Em votação.

O SR. ELÓI PIETÁ – PT – Sr. Presidente, peço a palavra para encaminhar a votação em nome do PT.

 

O SR. PRESIDENTE – VANDERLIE MACRIS – PSDB – Tem a palavra o nobre Deputado Elói Pietá, para encaminhar a votação em nome do PT, por 10 minutos.

 

O SR. ELÓI PIETÁ – PT – SEM REVISÃO DO ORADOR – Sr. Presidente, Srs. Deputados, Srs. Policiais Militares aqui presentes, demais pessoas que nos ouvem ou assistem, como fizeram outros líderes partidários, em homenagem  aos denodados policiais militares, que há anos têm persistido nesta Casa na busca de direitos pelo longo tempo de exercício que tiveram na defesa da Segurança Pública, não vamos usar todo o tempo concedido para o encaminhamento da votação porque  muitas  vezes aqui já  nos pronunciamos favoráveis à aprovação do Projeto de lei 321/95.

Como Líder da Bancada do Partido dos  Trabalhadores quero expressar o nosso voto favorável à aprovação do projeto, portanto contrário ao veto do Governador do Estado, reconhecendo que aqueles que têm 30 anos de serviços prestados,  evidentemente que eles têm direito também à promoção que tiveram aqueles que já exerciam a graduação de subtenente ou de primeiro sargento. A Bancada do PT, como sempre demonstrou aos Srs. Líderes das associações que defendem este projeto, vai   votar favorável ao projeto e contrário ao veto do Governador. Além disso, queremos deixar claro que no colégio de líderes sempre defendemos a colocação e votação deste veto, que era sempre uma pretensão  e um desejo dos policiais militares, que vínhamos acompanhando durante anos, numa demonstração de persistência, de espírito corporativo e de luta pelos seus direitos, que é exemplar para todos nós. Todas as terças-feiras os senhores aqui vinham conversar com os deputados nos corredores desta Casa, no plenário assistindo os debates, na busca de assinaturas dos deputados e apoio à sua proposta. Os senhores servem de exemplo para nós todos, de persistência em busca de um resultado legítimo e  os senhores neste resultado representam todo um conjunto de policiais militares que serviram durante tanto tempo à segurança pública do Estado de São Paulo. Reitero o apoio da Bancada do PT ao projeto e o nosso voto pela rejeição do veto que o Governador apôs a esse projeto. Esperamos que essa luta tão longa tenha hoje o seu dia de vitória. Muito obrigado.

 

O SR. JAMIL MURAD – PC DO B – Sr. Presidente, peço a palavra para encaminhar a votação em nome da Bancada do PC do B.

 

O SR. PRESIDENTE - VANDERLEI MACRIS – PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Jamil Murad, para encaminhar a votação pela Bancada do PC do B, por dez minutos.

 

O SR. JAMIL MURAD – PC DO B – SEM REVISÃO DO ORADOR -  Sr. Presidente e Srs. Deputados, venho à tribuna em nome da Bancada do PC do B, representando também o nobre Deputado Nivaldo Santana, para não só declarar mais uma vez o apoio ao Projeto Nº 321, que faz justiça aos aposentados da Polícia Militar, mas solicitar o apoio da Bancada do Governo, porque afinal de contas a segurança pública diz respeito ao Governo, que constitucionalmente necessita oferecer segurança pública para a população.  E os senhores, de maneira paciente, aguardam que o Governo lhes faça justiça. Ao não fazê-la desanima e perturba a mente dos policiais da ativa

com  graves conseqüências para a Segurança Pública. É comum o governante vir para cima do aposentado, seja policial militar ou outros aposentados, porque já não precisa mais deles. Mas, neste caso em particular, todo o desprezo e abandono do Poder Público  reflete diretamente no estado de ânimo dos policias da ativa dificultando e piorando ainda mais a segurança público em nosso Estado. Nesse sentido vemos que há necessidade de se aprovar ainda hoje esse projeto. Por isso, o nobre Deputado Salvador Khuriyeh, Líder do PDT, propôs a inversão da pauta colocando o Projeto de lei nº 321, de 1995, logo no início de todos os projetos para serem votados. Dessa forma, podemos resolver esse problema ainda hoje. Muitas vezes os senhor acham que o Governo está economizando para servir à população. Mas ainda hoje, com o nobre Deputado Pedro Tobias, com o representante do nobre Deputado Vanderlei Siraque e o Promotor de Justiça, Dr. Alexandre Morais, fomos na farmácia do Hospital das Clínicas e na farmácia do Incor. Os senhores não vão acreditar no que vimos lá. Fui 10 anos médico daquele hospital, com muito orgulho, e o Hospital das Clínicas, através de seu dirigente maior, o superintendente do hospital, declara que falta 25% da lista de medicamentos. No Incor, faltava Digoxina. Para uma clínica especializada em coração faltar Digoxina que é um tônico do múltiplo insuficiente do coração, faltava Captobril para baixar a pressão arterial dos hipertensos, faltava Furosemide cujo nome comercial mais conhecido é Lazix e outros itens necessários e essenciais para o funcionamento de que clínica.

Portanto, é inaceitável que isso aconteça. Diz o superintendente que a Secretaria Estadual de Saúde permite até um certo gasto. Depois daquilo, tudo que é produzido não é pago, é gozado como no linguagem burocrática comumente usada. Além de não pagar todos os serviços que o hospital faz o Governo baixou a verba. Agora vimos o Secretário-Adjunto da Saúde ser degolado pelo Sr. Governador.

Portanto, o sacrifício, quando não dá promoção para os senhores não é para a saúde pública.  Se fosse para a saúde pública não faltava medicamentos no maior hospital da América Latina, não faltava medicamento especializado no Incor. O dinheiro está sendo desviado para pagar banqueiro, para pagar aqueles que estão abarrotados de dinheiro. Para isso, não se conta nada, para isso não falta dinheiro. Falta para pagar e fazer justiça ao aposentado, para comprar remédio para aquele que perdeu a saúde e que antes de perder a saúde muito contribuiu para o desenvolvimento de nosso Estado e de nosso País.

  Portanto, em nome da bancada do PC do B queremos, mais uma vez, nos comprometer, em meu nome e em nome do nobre Deputado Nivaldo Santana, que votaremos a favor do Projeto de lei nº 321, contra o veto do Governo e repetiremos esse voto quantas vezes forem necessárias até que seja feita justiça aos senhores.

Um grande abraço.

 

  O SR. PRESIDENTE - VANDERLEI MACRIS – PSDB – Em votação.

 

  O SR. WALTER FELDMAN – PSDB – Sr. Presidente, peço a palavra para encaminhar a votação em nome da Liderança do Governo.

 

  O SR. PRESIDENTE - VANDERLEI MACRIS – PSDB – O pedido de V. Exa. é regimental. Tem a palavra o nobre Deputado Walter Feldman para encaminhar em nome da Liderança do Governo, pelo tempo regimental de 10 minutos. 

 

O SR. WALTER FELDMAN – PSDB – Sr. Presidente, nobres Srs. Deputados, como dizia Nelson Rodrigues, “a unanimidade é burra ou desinteligente”. Ouvimos aqui um conjunto de deputados, todos eles se pronunciando favoravelmente à rejeição desse veto. Até o Deputado Cabo Wilson, componente da Bancada do PSDB manifestava a sua simpatia pela matéria e particularmente a simpatia pela luta dos amigos e companheiros que durante mais de cinco anos vêm batalhando com esse objetivo de aprovar algo que definitivamente os beneficie. Tive a oportunidade, nobres Deputados Campos Machado e Edson Ferrarini, na última discussão do Projeto de lei nº 321, de ler quase na íntegra o documento que nos foi enviado pelo Comandante Geral da PM, o Coronel Rui César Melo, aonde expõe em detalhes os inconvenientes, as dificuldades em relação às críticas que tem dentro da própria corporação militar ou as dificuldades orçamentárias ou as dificuldades que terá no sentido de cumprir aquilo que, para a PM, é a pedra de toque, a regra fundamental que leva em conta a sua unidade, ou seja, a hierarquia e a disciplina necessárias para a consecução dos seus objetivos e das suas tarefas. Não tive a oportunidade, nobre Deputado Campos Machado que há anos vem batalhando pela aprovação dessa matéria em sua integralidade, de dar ciência da última página do documento que nos foi enviado pelo Comandante Rui César e que coloca, na sua essência, os conceitos pelos quais o levam a recomendar a desaprovação da rejeição do veto em questão. Diz ele que a concessão de promoções sem critérios técnicos e para satisfazer apenas a grupos de policiais militares traz inúmeros problemas para a estrutura da corporação, começando por desmerecer o valor do policial, fazendo com que ele não mais se preocupe em ascender profissionalmente e valorizando essa ascensão quando concretizada pelo seu próprio esforço, visto que mais cedo ou mais tarde será beneficiado por alguma lei. O mais preocupante é que a aprovação de qualquer legislação concedendo esse tipo de promoção desperta em outros grupos de policiais militares a sensação de injustiça e os motiva a pleitearem também outras promoções por intermédio do meio político, derrubando-se assim os valores cultivados pela instituição e causando um desestímulo àqueles que se submeteram a concurso de seleção e curso de formação para ascenderem profissionalmente. É imperiosa a necessidade de findar-se toda e qualquer tentativa de correção de supostas injustiças existentes na legislação de promoções da PM sob pena de permitirmos que alguns poucos continuem a ser privilegiados em detrimento da corporação como um todo.

  Os integrantes da PM devem buscar a valorização profissional  no serviço ativo. Quero lembrar àqueles que ainda não se detiveram em relação à essa matéria que esse projeto caracteriza uma promoção na inatividade, fato já acontecido no passado e que se repetirá com essa movimentação, porque acredito, nesse momento, ser majoritária a rejeição desse veto aposto pelo Sr. Governador.

  Nobres Srs. Deputados, diz ele para encerrar: “observando os mecanismos normais de promoção que além de requisitos, regras e princípios indispensáveis estabelecem um fluxo de carreira em consonância com a existência de vagas e o mérito de cada um. Propostas como essas não devem prosperar, pois não atendem ao interesse público, não criam condições de melhoria na qualidade do serviço do policial militar e, ao contrário, só serve para conturbar a rotina da corporação.

Fico imaginando as dificuldades conceituais, até ideológicas que, neste momento, habitam a consciência do Deputado Ferrarini, um homem que, até pela função que tem de liderança dentro da corporação da Polícia Militar galgou todos os postos, acredito, por promoção, por antigüidade ou por qualificação no serviço prestado neste momento, vendo-se impelido a aprovar uma matéria que, segundo o Comandante Geral da PM, agride frontalmente a hierarquia e a disciplina tão defendida pelo Coronel Ferrarini no decorre de mais de quatro décadas.

Diz o Coronel Rui César Melo, no encerramento dessa manifestação, que coloca-se absolutamente à disposição para continuar debatendo a matéria e encontrando mecanismos que possam corrigir eventuais injustiças cometidas no passado.

Os nobres Deputados que, neste momento, estão. presentes no plenário desta Assembléia acompanharam a nossa disposição de encerrar a discussão, propiciar o encaminhamento da votação pelas mais variadas bancadas, colocando a sã consciência a serviço daqueles que querem definitivamente ver essa matéria apreciada. Portanto, não cabe na avaliação nenhum instrumento adicional de prorrogação, de procrastinação ou de utilização do Regimento Interno para que a matéria dos companheiros e amigos que, durante cinco anos, vieram elegantemente a esta instituição, conversar com os senhores deputados, seja mais uma vez adiada.

O Governo acha importante, neste momento, a manifestação livre e soberana dos Srs. Deputados que, através do voto, darão o seu veredicto final, não impedindo que o Governo ainda possa, no uso das suas atribuições, encaminhar para a Justiça, através de uma ação direta de inconstitucionalidade, a apreciação definitiva desta matéria. É isto que acreditamos ser necessário acontecer.

Os senhores deputados por vários motivos, seja de consciência, seja de manifestação de simpatia, de apreço pessoal, de amizade assinaram um documento que foi cobrado nesta tribuna por vários deputados, particularmente pelo Deputado Campos Machado, que parece ser um divisor de águas daqueles que têm um compromisso efetivo em relação à corporação da Polícia Militar e aqueles que têm uma relação mais direta e pessoal com aqueles que, de maneira paciente e elegante, fizeram a sua pressão, o seu lobby democrático, a sua interferência para que essa matéria fosse definitivamente apreciada. Não acredito que cabe razão ao Coronel Ferrarini quando se diz o vanguardista e o que realizará a salvaguarda das assinaturas que foram colocadas nesse documento. Irá ele, sim, cobrar a manifestação de cada deputado, pela imprensa ou através de discursos que, acredito, poderá repetir nesta  tribuna ou nas tribunas que costuma assumir na sua atividade profissional o legislativa. Não cabe ao Coronel Ferrarini esse papel de corregedor ou de acompanhador das assinaturas daqueles que, num determinado momento, quiseram dar a sua manifestação de apreço e de apoio ao andamento dessa matéria.

Caberá à população, à sociedade, aos eleitores e, em particular, à Polícia Militar do Estado de São Paulo. Esta, sim, uma instituição com quase dois séculos de serviços prestados à população do Estado de São Paulo e que ganhou critérios para que o seu funcionamento interno pudesse se dar no decorrer desse longo período, sem sobressaltos e sem o questionamento da opinião pública. Neste momento, acredito ser necessária essa manifestação livre, soberana e de sã consciência  do Deputado Campos Machado que, como ninguém, foi à luta defender essa matéria, acreditando nas suas emendas e na aprovação daquilo que acredita ser necessário neste momento. Não é a posição do Governo, Deputado Campos Machado. Recebi todas as recomendações, apesar de ter participado de várias audiências com esse segmento para que algum mecanismo fosse encontrado de meio termo, de acomodação, de negociação, para que nenhum dos lados fosse radicalmente prejudicado. Isso não foi possível. Chegamos a uma votação definitiva, que agrada o Governo. É necessário que, neste momento, não através de votos de situação ou de oposição, mas com a livre consciência dos deputados essa manifestação possa ser dada.

A recomendação do Governo neste momento é pela aceitação do veto, respeitando a hierarquia e a disciplina da corporação Polícia Militar do Estado de São Paulo.

 

O SR. CONTE LOPES – PPB – Sr. Presidente, solicito a palavra para encaminhar a votação em nome do PPB.

 

O SR. PRESIDENTE – VANDERLEI MACRIS – PSDB – Tem a palavra o nobre Deputado Conte Lopes, para encaminhar a votação em nome do PPB, por dez minutos.

 

O SR. CONTE LOPES – PPB – SEM REVISÃO DO ORADOR – Sr. Presidente, Srs. Deputados, o Coronel do Comando Geral da Polícia Militar, Rui César Melo, diz que o PL 321 atinge a disciplina e a hierarquia.

Volto a dizer que o Comandante Geral da Polícia Militar é o terceiro escalão em termos de hierarquia no Estado, depois do Governador e do Secretário de Segurança Pública. Obviamente se, de alguma forma, esse projeto atingisse o Governo do Estado, ele não deveria chegar a esta Casa, nem receber emendas da base governista. Portanto, tudo o que está acontecendo com o PL 321 é o que acontece na área de segurança pública. É a taxa 190. Primeiro cria-se a taxa, faz-se uma propaganda e depois se explica que ela não vai mais funcionar e que será retirada. Tudo isso se refere ao quadro crítico da segurança pública, que se vive em São Paulo. Os projetos que chegaram a esta Casa são os do Governador. Da mesma forma que o Governo acha que vai gastar muito com aqueles que trabalharam durante 30 anos na Polícia Militar, ele manda o PL 803, para pagar uma quantia em dinheiro às pessoas que foram presas durante a Revolução de 64. Isso não é problema meu, mas um Governo que diz não ter dinheiro para dar aumento para o policial militar e civil tem dinheiro para pagar quem foi preso, torturado, sei lá o que em 1964? Volto a repetir que não tenho nada com a ditadura militar. Em 64 eu era civil e estudava. Tem gente que confunde, tanto é que houve reunião nesta Casa em que disseram que foram presos no Paraná, no Rio de Janeiro.

Quero  saber como o governo vai reter dinheiro para pagar o projeto 803 para todos. São certas coisas que chegam a esta Casa, que os próprios líderes do governo não conseguem explicar. Essa é a realidade. O próprio governo não consegue explicar o que acontece.

  Dizem também que se o governo perder, que é uma derrota para o governo, é evidente, se perder ele recorre na justiça. É problema do governo. Vamos votar pelo PPB, vamos votar pela derrubada do veto, os senhores que estão aqui há mais de cinco anos, acompanham esta Casa, realmente batalharam, lutaram, vamos esperar o resultado da votação de hoje. Acho que a secretaria, o  governo, a polícia civil e militar deveriam pensar um pouco mais antes de tomar certas atitudes, que depois não sabem nem o que estão fazendo, como falava ontem o Sr. Governador Mário Covas, na Televisão Cultura: “ A polícia está trabalhando mais. É a violência que está crescendo.” Isso é o maior absurdo que existe. Se a violência está crescendo, a polícia está trabalhando menos. É uma questão de inteligência. É óbvio. O 40º DP é invadido por 15 presos armados. Isso nunca aconteceu na história de São Paulo. Nunca. Desde quando bandido pensava em invadir delegacia de polícia? Dominar delegado, investigador, colocar todos no chão deitados, abrir as celas e ainda balear um sargento da polícia militar fardado que estava trabalhando na delegacia? Faço a pergunta para quem fala em segurança. E a população, pede socorro para quem? Quando o delegado é dominado, o investigador dominado, o sargento baleado, a população pede socorro para quem? Aonde é que o povo vai? Confiar em quem? E vai dizer que o crime está caindo? É brincadeira! Está na hora de esta Casa se compenetrar da responsabilidade que os Deputados têm aqui. Essa é a realidade, sobre tudo isso que está acontecendo na área de segurança pública. Tem muita coisa que está quebrando mais do que hierarquia e  disciplina, porque quem está tendo hierarquia e disciplina é o bandido.

  O que eu fazia na minha época de ROTA, que juntavam 10, 15 policiais para pegar bandido, numas quatro, cinco viaturas, cercando às vezes uma favela, uma área, qual é o bandido que faz? A hierarquia e disciplina estão com o bandido. Quando o bandido coloca o delegado de quatro no chão e pisa na cabeça dele, o bandido está tomando conta. Quando o bandido olha o coitado do sargento lá ferido no chão, caído no chão, e alguém fala: cuidado que o tiozinho é ligeiro e dá um tiro de 45 nas costas do sargento, pelo amor de Deus! Que disciplina e hierarquia!? O nosso Partido vota favorável ao projeto nº 321/95,  e contra o veto do Sr. Governador. Muito obrigado.

 

  O SR. PRESIDENTE – VANDERLEI MACRIS – PSDB -  Em votação. Os Srs. Deputados que forem contrários ao projeto e favoráveis ao veto, queiram conservar-se como se encontram. (Pausa.)

  Rejeitado o projeto e mantido o veto.

 

  O SR. EDSON FERRARINI – PL -  Sr. Presidente, solicito uma verificação de votação.

 

  O SR. PRESIDENTE – VANDERLEI MACRIS – PSDB -  O pedido de V. Exa. é regimental. Esta Presidência vai proceder à verificação de votação pelo sistema eletrônico. Os Srs. Deputados que forem  contrários ao projeto e  favoráveis ao veto, deverão registrar o seu voto como “sim”, os que forem contrários deverão registrar o seu voto como “não”.

 

                                     *          *          *

   -É feita a verificação de votação pelo sistema eletrônico.

                                     *          *          *

 

  O SR. PRESIDENTE – VANDERLEI  MACRIS – PSDB – Srs. Deputados, nos termos do artigo 100, inciso I, da VIII Consolidação do Regimento Interno, convoco  V.  Exas. para uma sessão extraordinária, a realizar-se hoje, sessenta minutos após o término da presente sessão, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia:

 

N.R. ( A Ordem do Dia foi publicada no “Diário Oficial” do dia 01/12/99)

 

Srs. Deputados, nos termos do disposto no artigo 18, inciso III, alínea “D”, combinado com o artigo 68 da  Consolidação do Regimento Interno, convoco reunião conjunta das Comissões de Constituição e Justiça de Serviços e Obras Públicas, a realizar-se cinco minutos, após o término da presente sessão, com a finalidade  de apreciar o Projeto de Lei  903/ 99.

  O SR. PRESIDENTE – VANDERLEI MACRIS – PSDB – Participaram do processo de votação 70 Srs. Deputados, 57 votarão “sim” 12 Deputados votaram “não”, e este Deputado na Presidência, resultado que dá por aprovado o Projeto 321/95, sendo rejeitado o veto. (Palmas.)

 

  O SR. WALTER FELDMAN – PSDB – Sr. Presidente, parece-me que existe acordo entre os Srs. Líderes para que a presente sessão seja levantada. Se não houver manifestação em contrário, requeiro a V. Exa., que encaminhe dessa maneira. Antes, gostaria de manifestar a nossa consideração sobre o fato ocorrido neste momento, uma votação democrática e aberta, em que o Governo realizou o seu trabalho de convencimento, de argumentação e foi derrotado, como não era esperado por aqueles que acreditam que o Governo compõe blocos articulados de maioria, de rolo compressor, dificultando o trabalho daqueles que têm posições contrárias às opiniões, manifestações e ao tipo de Governo que o Governador Mário Covas vem realizando.

  Portanto, é uma manifestação que deve ser registrada, para demonstrar como Governo Mário Covas age em relação à Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo.

 

  O SR. PRESIDENTE – VANDERLEI MACRIS – PSDB – Havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, esta Presidência, antes de levantar a presente sessão, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, sendo que a Ordem do Dia será o remanescente da Ordem do Dia de hoje, lembrando V. Exas. da sessão extraordinária, a realizar-se 60 minutos após o término da presente sessão e de uma reunião conjunta das Comissões de Constituição e Justiça e Serviços e Obras, já convocada.

              Está levantada a sessão.

 

                          *          *          *

-Levanta-se a sessão às 18 horas e 44 minutos.

             

                          *          *          *