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13 DE DEZEMBRO DE 2011

155ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidentes: CARLOS GIANNAZI, WELSO GASPARINI, CAUÊ MACRIS, BARROS MUNHOZ e JOOJI HATO

 

Secretário: OLÍMPIO GOMES

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - CARLOS GIANNAZI

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

002 - OLÍMPIO GOMES

Discorre acerca da última semana de trabalhos, na Casa, que deverá culminar com a votação da peça orçamentária. Pede a atenção dos pares para a revisão salarial de carreiras do funcionalismo. Reivindica melhores condições de trabalho para estes servidores, para que a qualidade do atendimento não fique comprometida. Informa que fará todas as obstruções regimentalmente possíveis, no sentido de se votar projetos que beneficiem a parcela mais carente da sociedade. Manifesta apoio à presença, nas galerias, de representantes de classes trabalhistas, com suas respectivas demandas.

 

003 - WELSON GASPARINI

Assume a Presidência.

 

004 - EDSON FERRARINI

Comenta participação, ontem, em programa da TV Alesp, para debater questões relacionadas à Segurança Pública. Ressalta características do sistema prisional brasileiro. Informa que, só no Estado de São Paulo, há 152 mil foragidos. Aponta falhas do Direito Penal. Elogia a atuação da Polícia Militar, que, adita, é a mais eficiente do País.

 

005 - CARLOS GIANNAZI

Apela pela apreciação do PLC 71/11, que versa sobre o fim da duzentena para os professores da rede Estadual de ensino. Cita problemas criados pela Lei 1093 à categoria. Defende emendas, de sua autoria, apresentadas para melhorar o PLC. Manifesta repúdio ao PL 840/11, que cria a previdência complementar para servidores estaduais. Explica que matéria similar tramita no Congresso Nacional. Elenca problemas advindos da propositura. Combate o PLC 65/11, de autoria do Deputado Campos Machado, que, a seu ver, é inconstitucional.

 

006 - JOSÉ BITTENCOURT

Destaca o entendimento que surge entre representantes da Defensoria Pública e da OAB. Acrescenta que, por isso, o PLC 65/11 deverá ser apreciado no início de fevereiro de 2012, a fim de se prolongar o tempo de debate da matéria. Reconhece o aspecto polêmico da propositura, por colocar em risco os direitos do cidadão mais carente, no que tange à assistência jurídica gratuita. Lembra sua luta para a criação da Defensoria Pública no Estado. Defende a contratação de mais defensores e de juízes de paz.

 

007 - CAUÊ MACRIS

Assume a Presidência.

 

008 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Elogia a participação popular, nesta tarde, nas galerias. Dá conhecimento de pauta de reivindicação da União dos Movimentos de Moradia da Grande São Paulo e Interior. Lê itens de ofício encaminhado ao Secretário Estadual de Habitação, Sílvio Torres, e ao Presidente da CDHU, Antonio Carlos do Amaral Filho, pelo Movimento. Destaca, entre as demandas apontadas, a regularização e urbanização de favelas, mais moradias em áreas centrais, liberação de terras para moradia e aporte do Governo do Estado para o Programa Minha Casa, Minha Vida Entidades. Faz menção à discussão que acontecerá hoje, nesta Casa, para definir interesses da Defensoria Pública. Declara posicionamento favorável do Partido dos Trabalhadores, pelo fortalecimento da categoria.

 

009 - WELSON GASPARINI

Relata reivindicações feitas ao Governador Geraldo Alckmin durante audiência, ontem. Agradece a autoridade pela liberação de investimentos, na ordem de 7 milhões de reais, para reforma e ampliação de escola técnica de Ribeirão Preto, além da construção de um viaduto no município. Destaca a possibilidade de instalação de uma Faculdade de Tecnologia em Ribeirão Preto. Considera a importância do trabalho da Defensoria Pública em prol da população carente. Pede mais recursos financeiros para o órgão. Lamenta o número pequeno de defensores, em detrimento à demanda popular. Sugere a união de esforços entre Defensoria Pública e a OAB, uma vez que ambas as entidades têm grande expressão na vida da sociedade.

 

010 - ALENCAR SANTANA

Discorre acerca do PLC 65/11. Opina sobre a presença de membros da Defensoria Pública, nas galerias, considerada de fundamental importância para se impedir a aprovação da matéria. Lembra que o Estado de São Paulo foi um dos últimos da Federação a instituir a Defensoria. Pontua que a aprovação deste projeto caracteriza um retrocesso. Ressalta o papel do defensor, que, a seu ver, garante minimamente os direitos do cidadão carente. Combate argumentos apresentados pelo autor do projeto, Deputado Campos Machado.

 

GRANDE EXPEDIENTE

011 - EDSON FERRARINI

Critica legislação penal brasileira, que considera branda. Combate a liberação da maconha. Defende que o combate às drogas seja realizado, essencialmente, através da prevenção. Elogia o Proerd (Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência), de iniciativa da Polícia Militar, que visa à educação preventiva ao uso de drogas nas escolas de nível fundamental. Informa a distribuição gratuita de livro, de sua autoria, que trata do tema.

 

012 - Presidente CAUÊ MACRIS

Inibe manifestações dos presentes nas galerias, de acordo com o Regimento Interno da Casa.

 

013 - WELSON GASPARINI

Combate a corrupção na vida pública brasileira. Lamenta a superlotação dos presídios no Estado de São Paulo. Cita estatísticas sobre o aumento de divórcios no País. Pede pelo respeito aos valores morais e cívicos. Menciona a realização de marchas contra a corrupção em diversas cidades do Brasil. Pede providências quanto à situação nas próximas eleições.

 

014 - WELSON GASPARINI

Assume a Presidência.

 

015 - CAUÊ MACRIS

Solicita a suspensão dos trabalhos até as 16 horas e 30 minutos, por acordo de lideranças.

 

016 - Presidente WELSON GASPARINI

Defere o pedido e suspende a sessão às 15h55min; reabrindo-a às 16h34min.

 

017 - CAUÊ MACRIS

Solicita a suspensão dos trabalhos até as 17 horas e 30 minutos, por acordo de lideranças.

 

018 - Presidente WELSON GASPARINI

Defere o pedido e suspende a sessão às 16h35min.

 

019 - Presidente BARROS MUNHOZ

Assume a Presidência e reabre a sessão às 17h32min. Informa aos manifestantes, presentes nas galerias, que o PLC 65/11 não deve ser deliberado neste ano.

 

020 - CARLOS GIANNAZI

Pelo art. 82, ressalta o papel desempenhado pela Defensoria Pública do Estado de São Paulo. Pede mais verbas para a instituição. Solicita a aprovação do PLC 71/11, que revoga artigos da lei 1093/09. Faz sugestões quanto ao tema. Informa que dia 14/12 deve ocorrer o julgamento, no STF, de duas Adins sobre a extinção da carteira previdenciária do Ipesp. Questiona o posicionamento do Deputado Campos Machado sobre o tema.

 

021 - CAMPOS MACHADO

Pelo art. 82, responde ao pronunciamento do Deputado Carlos Giannazi sobre a extinção da carteira do Ipesp. Questiona a capacidade da Defensoria Pública de atender à população carente paulista. Reflete acerca das competências da instituição.

 

022 - ALENCAR SANTANA

Pelo art. 82, responde ao Deputado Campos Machado quanto às competências da Defensoria Pública. Cita dispositivos constitucionais sobre o órgão. Informa que a bancada do PT é contrária ao PLC 65/11, do Deputado Campos Machado, que dispõe sobre a instituição. Destaca o papel social da Defensoria Pública.

 

023 - JOSÉ ZICO PRADO

Para comunicação, endossa movimento de moradores de Diadema, que reivindicam integração gratuita para terminal de ônibus da região. Entrega ao Presidente Barros Munhoz abaixo-assinado sobre o tema, com 45 mil assinaturas.

 

024 - SEBASTIÃO SANTOS

Pelo art. 82, relata encontro com o Governador Geraldo Alckmin com o intuito de discutir o encaminhamento de verbas a pequenos municípios paulistas. Combate a possível construção de obra que, segundo este Deputado, causaria danos ambientais à região Noroeste do Estado de São Paulo. Parabeniza a Marinha Brasileira pelo trabalho realizado na região.

 

025 - ENIO TATTO

Pelo art. 82, parabeniza os servidores da Defensoria Pública pela mobilização nas galerias. Considera necessário o envio de mais verbas ao órgão. Pede a realização de concurso público com o intuito de contratar mais advogados para a instituição. Apoia abaixo-assinado favorável à integração em terminal de ônibus de Diadema. Solicita a aprovação de emendas ao orçamento. Informa que dia 14/12 deve ser votado projeto que cria a Região Metropolitana do Vale do Paraíba.

 

ORDEM DO DIA

026 - Presidente BARROS MUNHOZ

Coloca em votação o PL 840/11.

 

027 - SAMUEL MOREIRA

Solicita a prorrogação da sessão por 02 horas e 30 minutos e por 02 horas e 29 minutos.

 

028 - Presidente BARROS MUNHOZ

Coloca em votação e declara aprovada a prorrogação da sessão por 02 horas e 30 minutos. Coloca em votação e declara aprovado requerimento, do Deputado Samuel Moreira, de método de votação ao PL 840/11. Coloca em votação a emenda aglutinativa substitutiva ao PL 840/11.

 

029 - JOÃO ANTONIO

Encaminha a votação da emenda aglutinativa substitutiva ao PL 840/11, pelo PT.

 

030 - CARLOS GIANNAZI

Encaminha a votação da emenda aglutinativa substitutiva ao PL 840/11, em nome do PSOL.

 

031 - CAMPOS MACHADO

Encaminha a votação da emenda aglutinativa substitutiva ao PL 840/11, em nome do PTB.

 

032 - RITA PASSOS

Encaminha a votação da emenda aglutinativa substitutiva ao PL 840/11, em nome do PSD.

 

033 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Encaminha a votação da emenda aglutinativa substitutiva ao PL 840/11, pela Liderança da Minoria.

 

034 - PEDRO BIGARDI

Encaminha a votação da emenda aglutinativa substitutiva ao PL 840/11, em nome do PCdoB.

 

035 - OLÍMPIO GOMES

Encaminha a votação da emenda aglutinativa substitutiva ao PL 840/11, em nome do PDT.

 

036 - SAMUEL MOREIRA

Encaminha a votação da emenda aglutinativa substitutiva ao PL 840/11, em nome da Liderança do Governo.

 

037 - Presidente BARROS MUNHOZ

Coloca em votação e declara aprovada a emenda aglutinativa substitutiva ao PL 840/11.

 

038 - CARLOS GIANNAZI

Solicita verificação de votação.

 

039 - Presidente BARROS MUNHOZ

Defere o pedido e determina que se proceda a verificação de votação pelo sistema eletrônico. Registra a presença do Ministro da Saúde Alexandre Padilha. Elogia o trabalho realizado pelos Parlamentares desta Casa. Parabeniza a bancada do PT pelas recentes visitas de Ministros de Estado a esta Casa.

 

040 - ENIO TATTO

Para comunicação, parabeniza o Presidente Barros Munhoz pela maneira como conduziu a negociação do PLC 65/11.

 

041 - CARLOS GIANNAZI

Declara obstrução da Bancada do PSOL ao processo de votação.

 

042 - ENIO TATTO

Declara obstrução da Bancada do PT ao processo de votação.

 

043 - PEDRO BIGARDI

Declara obstrução da Bancada do PCdoB ao processo de votação.

 

044 - Presidente BARROS MUNHOZ

Informa o resultado da verificação de votação, que confirma a deliberação anterior. Informa que restaram prejudicados o projeto e as emendas.

 

045 - ENIO TATTO

Informa que a bancada do PT encaminhava à publicação declaração de voto contrário.

 

046 - Presidente BARROS MUNHOZ

Registra a manifestação. Anuncia a visita do Ministro Alexandre Padilha, da Saúde.

 

047 - ALEXANDRE PADILHA

Ministro da Saúde, parabeniza o trabalho realizado por frentes parlamentares desta Casa, em especial àquelas ligadas à Saúde e ao combate às drogas. Comenta plano nacional de combate ao crack, divulgado pela Presidente Dilma Rousseff.

 

048 - CARLÃO PIGNATARI

Para comunicação, saúda a visita do Ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

 

049 - LUIZ CARLOS GONDIM

Para comunicação, saúda a visita do Ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Defende programa "vaga zero" para pacientes com câncer.

 

050 - ORLANDO MORANDO

Para comunicação, agradece a visita do Ministro da Saúde, Alexandre Padilha a este Parlamento.

 

051 - ENIO TATTO

Para comunicação, cumprimenta o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

 

052 - ESTEVAM GALVÃO

Para comunicação, parabeniza o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha pelo seu trabalho.

 

053 - RITA PASSOS

Para comunicação, saúda a visita do Ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

 

054 - ITAMAR BORGES

Para comunicação, agradece a visita do Ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Pede atenção especial para os hospitais filantrópicos.

 

055 - OLÍMPIO GOMES

Para comunicação, felicita o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha pelo trabalho desenvolvido.

 

056 - VANESSA DAMO

Para comunicação, agradece a visita do Ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

 

057 - PEDRO BIGARDI

Para comunicação, saúda a visita do Ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

 

058 - ED THOMAS

Para comunicação, cumprimenta o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

 

059 - JOSÉ BITTENCOURT

Requer a suspensão dos trabalhos por 30 minutos, por acordo de lideranças.

 

060 - Presidente BARROS MUNHOZ

Registra o pedido. Convoca reunião conjunta das Comissões de Constituição, Justiça e Redação e Finanças, Orçamento e Planejamento, a realizar-se cinco minutos após a suspensão dos trabalhos. Suspende a sessão às 19h44min.

 

061 - JOOJI HATO

Assume a Presidência e reabre a sessão às 20h15min. Convoca os Srs. Deputados para uma sessão extraordinária, a realizar-se hoje, com início dez minutos após o término desta sessão.

 

062 - OLÍMPIO GOMES

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

 

063 - Presidente JOOJI HATO

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 14/12, à hora regimental, com ordem do dia. Lembra a realização da sessão extraordinária, com início às 20 horas e 25 minutos de hoje. Levanta a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Carlos Giannazi.

 

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O SR. PRESIDENTE – CARLOS GIANNAZI - PSOL - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Olímpio Gomes para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO – OLÍMPIO GOMES - PDT - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Srs. Deputados e Sras. Deputadas, tem a palavra o primeiro orador inscrito, nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vitor Sapienza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes, pelo tempo regimental.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários desta Casa, cidadão que nos acompanham pela TV Assembleia e aqueles que lotam as nossas galeria hoje esperando que as mais justas reivindicações sejam atendidas. Estamos ingressando, talvez, na última semana de debates e votações neste exercício na Assembleia Legislativa. Isso poderá ou deverá culminar com a votação do Orçamento.

Contudo, continuo insistindo a todos os Deputados desta Casa da importância de aperfeiçoarmos e votarmos os projetos encaminhados pelo Governador, que é quem tem a competência e a iniciativa de fazê-lo em relação à revisão salarial de algumas carreiras, esquecidas, do serviço público.

Foi dada a entrada nesta Casa dos Projetos de lei Complementares nºs 73, 74, 75, 76 e77 que versam sobre carreiras de pesquisadores científicos, técnicos da área de Agricultura, analistas de gestão e especialista em políticas públicas.

Nós não podemos votar o Orçamento e entrarmos em recesso sem fazer justiça a essas categorias profissionais que estão se extinguindo por não haver sequer o ânimo da permanência no serviço público nessas áreas. Por exemplo, nas carreiras de especialistas e analistas de políticas públicas da Secretaria de Gestão, bons quadros de funcionários estão deixando à carreira. Eles estão comprometendo os serviços vitais e essenciais para o aperfeiçoamento da Gestão Pública do Estado e às carreiras de serviços públicos e outros. Isso porque há uma defasagem muito grande entre o próprio mercado privado ou em outras atividades congêneres do próprio Estado, e essas esquecidas carreiras.

Tenho a dizer que sendo Líder do partido, que tem na sua essência o trabalhismo, vou fazer toda obstrução possível que o Regimento proporcionar, em todas as matérias, se nós não tivermos o compromisso de votarmos esses projetos ainda este ano. E com autógrafo que segue encaminhamento para a sanção do Governador para que não haja maior prejuízo ao serviço público.

Podem dizer, muitas vezes, que o Deputado Olímpio Gomes é um corporativista em relação ao serviço público. Mas não se trata disso, o problema é que se nós não prestigiarmos aqueles que fazem mover em todas as direções a máquina de atendimento à população mais carente, a sociedade poderá sofrer os prejuízos assim como temos uma discussão sobre a Defensoria Pública do Estado de São Paulo em se quer comprometer sua estrutura ou o seu fim, que também não iremos permitir de forma nenhuma!

Quero dizer, Sr. Presidente, que me dá uma alegria muito grande ver a Casa cheia, ver vários segmentos da população, e cidadãos e servidores de várias áreas descobrirem o caminho da Assembleia Legislativa e virem aqui. Não é fazer pressão, é exigir que esta Casa se posicione em prol do cidadão e da cidadania.

Espero que todos os partidos e todos os Parlamentares entrem em sintonia para que possamos terminar o exercício de 2011 com a justiça feita, que nenhum projeto relativo à remuneração ou revisão sobre as carreiras de servidores públicos fique para trás, e que possamos fazer o devido aperfeiçoamento e modificações fundamentais no Orçamento de São Paulo. Temos 164 bilhões que precisam estar à disposição do cidadão e não onde a máquina de Governo quer ou onde existam os interesses políticos, partidários e pessoais em jogo. Volto em oportunidade futura para discorrermos sobre outras matérias. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

 

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- Assume a Presidência o Sr. Welson Gasparini.

 

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O SR. PRESIDENTE - WELSON GASPARINI - PSDB - Srs. Deputados e Sras. Deputadas, tem a palavra o nobre Deputado João Antonio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alencar Santana. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Milton Vieira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini.

 

O SR. EDSON FERRARINI - PTB - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, amigos que nos acompanham pela TV Assembleia e cidadãos que nos visitam, ontem fizemos um debate nesta Casa em relação ao problema da Segurança Pública. Tivemos a oportunidade de chegar à seguinte conclusão: São Paulo se tornou uma terra onde a Polícia Militar faz o que pode. Entendam! A polícia prende os criminosos e o Sistema Judiciário os beneficia, através de sua legislação. No Brasil o crime compensa! Se o cidadão for condenado a 18 anos, ele corre o risco de cumprir apenas três anos de pena. O pior é que hoje temos nos presídios de São Paulo 173 mil presos, e infelizmente 72% das pessoas que saem das cadeias acabam voltando para o crime. Setenta e dois por cento de 173 mil, vejam estes números. A polícia irá prendê-lo novamente e este homem que entrou no primário do crime volta à sociedade formado. Precisamos investir no Sistema Judiciário, porque no Brasil qualquer pessoa que cometer um homicídio levará 60 meses, cinco anos, para ser julgado. No nosso País e principalmente em São Paulo 72% da população carcerária voltará para o crime. Assim sendo a polícia “enxugará gelo”, pois terá que capturá-los novamente. Temos somente em nossa cidade, neste momento, 152 mil foragidos. Vejam como a situação da Segurança Pública esta delicada.

A nossa luta é para que na Cracolândia seja criada a internação compulsória que consiste em apanhar os dependentes químicos e interná-los, mesmo contra sua vontade, por meio de decisões judiciais, medida que a meu ver não é eficiente. Por outro lado se o indivíduo encontra-se preso por 5 ou 10 anos à disposição do Estado, por que o Estado não investe no Sistema Judiciário e proporciona a este homem condições para que ele se insira na sociedade novamente? O que o Estado está fazendo, um depósito de presos? É esse investimento que temos pedido ao Governador e ao Secretário de Assuntos Penitenciários.

Precisamos que este investimento seja realizado, pois hoje temos um preso que finge que trabalha porque a cada três dias é diminuído um dia da sua pena. Temos outro agravante que é a legislação brasileira que é um convite ao crime: uma vez que o cidadão comete uma sequência de crimes da mesma natureza, ele responde apenas por um, acrescido de um terço da pena. Olha que convite! E quanto mais ele assaltar é melhor porque se torna crime continuado. Diante dessa situação temos duas alternativas ou investimos mais nessa área ou a Segurança Pública continuará precária.

Ontem fiz nesta Casa uma solenidade aos 180 anos da Polícia Militar, para os 100 mil homens efetivos, reservas e pensionistas. A PM faz o que pode, mas mesmo equipados de 23 helicópteros, 6 aviões e 16 mil viaturas nas ruas é muito difícil manter a segurança. Por que não investimos no indivíduo que está preso? Por que nós não evitamos que esse homem volte corrompido para as ruas? Poderíamos utilizar, inclusive, as igrejas evangélicas que fazem um belo trabalho dentro dos presídios como nossa aliada para resolvermos essa questão. Onde está o psicólogo para atender os detentos? Nos presídios não existem nem médicos de outras especialidades.

Não podemos transformar as Casas de Detenção em depósito de presos, porque estes cidadãos sairão corrompidos da penitenciária e nós os encontraremos novamente. A nossa Polícia Militar é muito eficiente e a melhor do Brasil, mas precisamos nos conscientizar que somente ela não resolverá o problema. Por esta razão pedimos que a sociedade preste atenção ao que está acontecendo nas nossas cadeias e que o Governo faça alguma coisa. Há alguns anos tínhamos 29 presídios se rebelando ao mesmo tempo, o que pudemos perceber com essa situação é que o crime está organizado dentro das cadeias e o Estado está absolutamente desorganizado. O Estado julga não ter condições de recuperar os detentos, porém se a máquina governamental tiver vontade política e investir no Sistema Judiciário ela poderá melhorar este quadro. Muito obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE - WELSON GASPARINI - PSDB - Srs. Deputados e Sras. Deputadas, tem a palavra o nobre Deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público aqui presente, servidores da Defensoria Pública, e telespectadores da TV Assembleia, em primeiro lugar gostaria de registrar o nosso apelo para que, praticamente, na última semana do ano legislativo de 2011 possamos votar em caráter de extrema urgência o PLC nº 71, que versa sobre o fim da quarentena para os professores da Rede Estadual de Ensino.

Quase 80 mil professores dessa rede ainda são admitidos e contratados em caráter excepcional através da Lei nº 500, de 1974, ou pela atual Lei 1.093. O fato é que se essa legislação - perversa e danosa não só para os professores, mas para os nossos cinco milhões de alunos - não for alterada a partir da apresentação deste PLC nº 71, vamos correr um sério risco de iniciar o ano escolar de 2012, na rede estadual, com atraso ou sem professores. Essa legislação aprovada na Assembleia Legislativa pela base de sustentação de Governo em 2009 causou uma grande confusão e um grande prejuízo para professores e alunos da rede estadual.

Nesse sentido, temos de aprovar esta semana o PLC nº 71. Nós, do PSOL, já apresentamos emendas a este projeto para que ele seja melhorado. Do jeito que ele foi apresentado pelo Governador Geraldo Alckmin, resolve apenas parcialmente o problema que apresentei. As nossas emendas acabam corrigindo definitivamente os efeitos perversos da Lei 1093 aprovada pelo PSDB, pela base de sustentação do Governo estadual. Peço então apoio a todos os Deputados e Deputadas. Temos uma pauta de projetos estratégicos para os 42 milhões de habitantes do Estado de São Paulo, e eles devem ser votados com prioridade nesta última semana.

Gostaria também de registrar o nosso total repúdio ao PL 840, de 2011, que vai privatizar a Previdência dos servidores públicos do Estado de São Paulo. O projeto já foi discutido, já há emenda aglutinativa publicada no Diário Oficial, e provavelmente este projeto deve entrar na pauta de votação hoje. O Governo estadual vai criar a Previdência Complementar para os servidores do Estado de São Paulo que, na prática, é pura privatização. Este projeto do Governador Geraldo Alckmin é cópia do projeto que tramita no Congresso Nacional, o de nº 1.992, de 2007, que também privatiza a Previdência no âmbito nacional. E nós somos contra. A nossa bancada do PSOL, em Brasília, faz obstrução a esse projeto porque ele significa privatização, é o projeto do ajuste fiscal, da Reforma da Previdência que, mais uma vez, prejudicará os trabalhadores dos serviços públicos. Parece-me que no Brasil, de quatro em quatro anos, temos uma reforma previdenciária para prejudicar os trabalhadores, ou da iniciativa privada ou mesmo dos servidores públicos. Estamos assistindo a essa reforma agora, tanto na Assembleia Legislativa como também em Brasília, no Congresso Nacional.

Já declaramos o nosso voto contrário à privatização da Previdência Complementar dos servidores públicos do Estado de São Paulo. Não existe mais na prática a aposentadoria de tempo integral para os servidores. A política salarial de arrocho e de compressão salarial, principalmente no Estado de São Paulo, organizada através de bônus e de gratificação, tem corroído o salário-base dos servidores, e os servidores se aposentam com salário-base, que é muito baixo. Na prática não existe para o servidor público a aposentadoria integral. Logo, essa proposta de aposentadoria complementar é inócua e falsa, uma cantilena do ajuste fiscal em que, na verdade, o Estado vai organizar uma poupança quase que compulsória, privada, e que vai correr os riscos do mercado financeiro especulativo.

Gostaria de registrar o nosso total e mais absoluto repúdio ao PLC nº 65, de 2011, projeto que tenta atacar e ferir de morte a Defensoria Pública do Estado de São Paulo, que foi uma das últimas a ser criada no Estado de São Paulo. (Manifestação nas galerias.) Ela funciona precariamente, com falta de investimento. Só temos 500 defensores públicos no Estado de São Paulo, com 42 milhões de habitantes. É um absurdo. O financiamento ainda da Defensoria é pequeno e insignificante diante da grandeza do Estado de São Paulo. O PLC foi apresentado pelo Deputado Campos Machado, que é advogado e, me parece, ele representa a Frente Parlamentar em Defesa dos Advogados. Isso é estranho porque um advogado não pode apresentar um projeto inconstitucional porque fere vários artigos da Constituição Federal e da Constituição estadual. (Manifestação nas galerias.) Além de ser inconstitucional, o projeto tenta esvaziar a Defensoria Pública do Estado de São Paulo.

Voltaremos no momento oportuno a esse debate no Grande Expediente. Muito obrigado, Sr. Presidente. (Manifestação nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE - WELSON GASPARINI - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado André Soares. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Celso Giglio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt.

 

O SR. JOSÉ BITTENCOURT - PSD - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, telespectadores da TV Assembleia, todos que estão aqui presentes, funcionários, estamos vendo que está quase surgindo um entendimento sobre esta pendência que envolve a Defensoria Público em São Paulo, e a OAB. Hoje o Dr. Márcio Costa e a Dra. Daniela estiveram com o Presidente efetivo desta Casa, Deputado Barros Munhoz, e está surgindo entendimento de cessão de pensamentos, de parte a parte, até para não pautarmos o Projeto de lei nº 65, e deixarmos para o início de fevereiro uma discussão mais aprofundada e alongada a respeito.

Nós somos defensores do entendimento, pela conciliação. Aliás, o CNJ, recentemente, ultimou uma campanha nacional, cujo êxito, na mobilização de todos os tribunais do País, chegou a cinquenta e pouco por cento de conciliação das demandas e das pendengas judiciais que estão aí se arrastando há muito tempo nos tribunais pátrios. Nós, neste Parlamento, sem entrar em discussão de mérito que ainda não é a fase em relação a esse PLC 65, do Deputado Campos Machado, estamos esgotando essa fase de discussão e de entendimento, apelando aos interessados, à direção da Defensoria e da OAB, para que possamos encontrar um caminho com calma. Isso é inato do próprio exercício da advocacia na instalação de uma audiência, não só a inicial como a de instrução, de debates e de julgamento. O juiz sempre insta as partes para o entendimento, de tal modo que temos de ter a grandeza de sairmos do campo da paixão ao analisarmos uma questão tão delicada, que envolve interesse dos menos favorecidos, do carente, do hipossuficiente, para encontrarmos um caminho da conciliação. A Defensoria Pública não ganha com esse embate e quem é que perde? Todos perdem e perdem mais ainda o carente que precisa de assistência judiciária gratuita.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Cauê Macris.

 

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Entendo e vejo no Art. 109, da Constituição do Estado, que pode ter um árbitro maior para provocar as partes, instar as partes, convidar as partes interessadas para que tomem a iniciativa nessa linha de entendimento.

A Constituição fala em Poder Executivo. Utilizam-se dois instrumentos tremendos para a prestação de assistência judiciária ao carente, com base no que diz o próprio comando constitucional, Art. 3º da Constituição do Estado. Ele se utiliza da Defensoria Pública, o Poder Executivo, e de advogados indicados pela OAB, através do convênio de Assistência Judiciário.

É preciso se desapaixonar dessa questão e buscar um entendimento. Certamente quem vai ganhar é a cidadania, o carente que precisa de assistência judiciária. Sou favorável.

Lutamos, quando chegamos aqui no primeiro mandato, em 2003, para cá para que fosse votada e criada a Defensoria Pública aqui no Estado. Lutamos para que essa instituição fosse criada e, ao ser criada, todos os projetos do interesse da Defensoria que aqui chegam, na Casa, sejam votados.

Entendo que faltam defensores no Estado. Poderíamos ter dois mil, três mil defensores, mas isso é um processo de construção ao longo do tempo. Também faltam outras questões aqui no Estado no que tange à parte da Justiça. Por exemplo, não temos aqui, com base no Art. 98, inciso II, o Juizado de Paz. Não temos juízes de paz, como dizem o Art. 98, inciso II da Constituição Federal. Falta no Estado de São Paulo. São Paulo foi o penúltimo Estado do Brasil a instituir a Defensoria Pública.

Sr. Presidente, estamos aqui para encerrar a minha fala com a bandeira da conciliação, a bandeira do entendimento. Agora, na hora da discussão de mérito, evidentemente nos posicionaremos e vamos nos posicionar em defesa da cidadania.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Fernando Capez. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Neves. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Mentor. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários da Casa, população que nos acompanha das galerias, há uma parcela de professores, também os pesquisadores do Estado de São Paulo participando dos debates da Assembleia Legislativa.

É muito importante ter as galerias da Casa com a população acompanhando os projetos importantes do nosso Estado, porque, a partir da participação popular, vamos conseguindo evoluir as ações do nosso Estado.

Sr. Presidente, nesse final de semana, participei junto com a União dos Movimentos de Moradia, no Pico do Jaraguá, do desenvolvimento do primeiro projeto de crédito solidário, um projeto de moradia habitacional no Estado de São Paulo, moradia construída pelo próprio Movimento de Moradia.

Esse crédito solidário é uma parceria do Governo do Estado, do Governo Federal e a gestão é dos próprios trabalhadores, do próprio Movimento de Moradia. Eles entregaram o primeiro projeto aprovado pelo Presidente da República, até então o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, demonstrando a capacidade do Movimento de Moradia fazer a autogestão.

Quero aproveitar a oportunidade para dizer que a União dos Movimentos de Moradia entregou ao Secretário Estadual de Habitação Silvio Torres, ao Presidente da CDHU Antonio Carlos Amaral Filho e ao Dr. Antonio Lajarin, assessor da Secretaria Estadual de Habitação, uma proposta de diálogo com o Governo do Estado, primeiro, pela retomada do Programa de Mutirão; produção de novas unidades de habitacionais em regime de autogestão; regularização e urbanização de favelas; moradia em áreas centrais, visto que o programa de moradias para a área central finalizou em 2010 e até agora não deu continuidade ao projeto de moradia para a área central; terra para moradia; aporte para o Programa Minha Casa, Minha Vida Entidades; desburocratização e contratação dos seguintes empreendimentos que estão em análise: Zorilda, em Suzano; Florestan Fernandes, em São Paulo; José Maria Amaral, em São Paulo; Dom José I, em São Paulo; Avenida Ipiranga, em São Paulo; Sítio do Campo, em P. Grande; Raios do Sol, em B. Paulista; Muro Azul, em Americana; Alexius Jafet, em São Paulo; Dom José 2, em São Paulo; Santa Sofia, em São Paulo; Barra do Jacaré, em São Paulo; Cidade Tiradentes, em São Paulo; Santa Josefina, em São Paulo; Maria Domitila, em São Paulo; 5 de Dezembro, em Suzano; Tânia Maria, em Suzano; Área 1, em T. da Serra; Área 2, em T. da Serra; Cidade Tiradentes, São Paulo; Guaianazes Jambeiro, em São Paulo; Granja Sertanejo, em Sertãozinho; Jd. Caraguá, em São Paulo; Presidente Wilson, em São Paulo; licenciamento dos empreendimentos; habilitação das entidades sem fins lucrativos; atendimento aos idosos; solução de processos antigos com o Tucuruvi B 18 - Agilização das liberações financeiras, aferição dos serviços executados em conjunto com a associação e assessoria, construção do muro de arrimo do empreendimento; Campo Limpo L 8 - Viabilização de área para realização do empreendimento, conforme compromisso estabelecido em 2000 e até agora o compromisso firmado não saiu do papel; Jaraguá, ali no Alexius Jafet; Hospital 21 de Abril (Bresser); Conde de São Joaquim; área da Henriqueta e a retomada da discussão de alguns outros projetos até então apresentados.

Foi solicitado audiência pública com a Secretaria de Habitação do Estado e com o presidente da CDHU. Por que é importante o debate da moradia popular no Estado de São Paulo? O nosso déficit habitacional está em 7 milhões de habitação hoje no País, com a previsão de 1 milhão e meio no Estado de São Paulo. A previsão do Governo do Estado é a construção de apenas 150 mil residências a partir da CDHU para os próximos quatro anos. Então, bem abaixo da necessidade efetiva dos trabalhadores que hoje estão nos movimentos de moradia.

Hoje, na Casa, teremos um debate em relação à Defensoria Pública e o nosso partido, o Partido dos Trabalhadores, já tem posicionamento pela defesa dos defensores públicos do Estado de São Paulo, pelo fortalecimento da Defensoria Pública do Estado de São Paulo.

Fiz questão de trazer aqui a pauta da moradia. Hoje, o movimento da moradia seja ele da região Central, da Zona Sul, Zona Noroeste, Zona Leste de São Paulo, quem está efetivamente ao lado dos movimentos sociais no Estado de São Paulo, principalmente da moradia, é a Defensoria Pública do Estado de São Paulo. Então, todo nosso apoio ao movimento. Somos contrários ao projeto de lei, vamos fazer todo o esforço para que o projeto não seja pautado no dia de hoje.

Sr. Presidente, passo a ler a pauta de reivindicação da União dos Movimentos de Moradia, para que fique registrado no “Diário Oficial” do Estado de São Paulo:

“União dos Movimentos De Moradia

Rua Conselheiro Furtado, 692 sala 3 - Liberdade - São Paulo-SP

Fone: 11 3667-23O9 - ummsp@uol.com.br

São Paulo, Dezembro de 2011

Ex. Sr. Dr. Silvio Torres

MD Secretário Estadual de Habitação

Ex. Sr. Dr. António Carlos do Amaral Filho

MD Presidente da CDHU

Ex. Sr. Dr. António Lajarin

MD Assessor da Secretaria Estadual de Habitação

Paz e Bem!

A União dos Movimentos de Moradia da Grande São Paulo e Interior, UMM/SP, é uma entidade que, há 23 anos, reúne movimentos de moradia no Estado de São Paulo, nas três regiões metropolitanas (São Paulo, Campinas e Baixada Santista) e diversos municípios do interior do Estado. Atuamos junto a famílias sem-teto, faveladas, encortiçadas, moradoras de áreas de risco, mutirantes na luta pelo direito à moradia e à cidade. Solicitamos urgente reunião para tratarmos andamento esta pauta abaixo relacionada.

Retomada do Programa de Mutirão - Produção de novas unidades habitacionais em regime de autogestão: reivindicamos a formulação, com participação dos movimentos populares, de um novo Programa, garantindo:

-   Definição de critérios para seleção pública das entidades;

-   Autonomia das associações na escolha de assessoria e projetos;

-   Auto Gestão do inicio da obra até final, desburocratizando a questão técnica e jurídica.

-   Indicação das demandas dos movimentos, com critérios públicos e transparentes;

-   Destinação de no mínimo 10% dos recursos estaduais para habitação para tal programa;

-   Produção de 50.000 unidades habitacionais nesse programa;

Também reivindicamos a implementação da Lei da Compra da Terra (Lei 10.535), a fim de viabilizar terra urbanizada e bem localizada para os empreendimentos de habitação popular.

Regularização e urbanização de favelas: Famílias a serem removidas em processos de urbanização de favelas, deveriam ser incorporadas por empreendimentos da CDHU na própria região, o que não vem ocorrendo com as famílias totalmente desassistidas por parte do Governo do Estado.

Moradia em áreas centrais: O Programa de Atuação em Cortiços (PAC) chegou ao final em dezembro de 2010. É preciso a elaboração de um novo programa, que atenda às famílias encortiçadas e moradoras das áreas centrais, com renda até 5 salários mínimos, em projetos habitacionais nessas áreas, com a desapropriação de prédios e terrenos e a viabilização de empreendimentos habitacionais e utilização dos recursos oriundos do retorno das cartas de crédito. Propomos a criação de parceria com os movimentos de moradia para novos empreendimentos na região e prioridade para as famílias organizadas nos movimentos.

Terra para moradia: A questão da terra foi um item que também não avançou, pelo contrário, agravou-se, principalmente nas regiões metropolitanas. A questão da terra tem sido o maior obstáculo para a construção de uma política de habitação com escala e qualidade. É fundamental a ação do Governo do Estado junto aos municípios para garantir terrenos bem localizados e a um custo compatível, para empreendimentos de baixa renda. É fundamental garantir um estoque de terras bem como a implementação da Lei nº 10.335.

Aporte para Programa Minha Casa Minha Vida Entidades: Propomos que a Secretaria de Habitação dê continuidade à parceria com o Governo Federal, para a complementação de recursos de empreendimentos financiados pelo Programa Minha Casa Minha Vida Entidades em parceria com os movimentos populares. Reivindicamos que o orçamento destinado a esta parceria seja compatível com os projetos em contratação com o Programa.

2- Desburocratização e contratação dos seguintes empreendimentos que estão em análise:

 

Projeto                                          Cidade                 Associação responsável

Zorilda

80

Suzano

CEMOS

 

Florestan Fernandes

198

São Paulo

Leste 1

 

José Maria Amaral

198

São Paulo

Leste 1

 

Dom José 1

200

São Paulo

UMMIZS

 

Av. Ipiranga

120

São Paulo

ULC

 

Sitio do Campo

146

P. Grande

Ass Sitio do Campo

 

Raios de Sol

75

B. Paulista

Raios de Sol

 

Muro Azul

120

Americana

Cooperteto

 

Alexius Jafet

1104

São Paulo

Noroeste / Anjos da Paz/ AH D

 

Dom José 2

200

São Paulo

UMMIZS

 

Santa Sofia

240

São Paulo

MOHAS

Barra do Jacaré

600

São Paulo

Ass dos Trabalhadores da Zona Noroeste

Cidade Tiradentes

910

São Paulo

Movimento de Moradia do Centro

Santa Josefina

200

São Paulo

UMMIZS

Maria Domitila

247

São Paulo

Unificação das Lutas de Cortiços

5 de Dezembro

56

Suzano

Ass Jd. Míriam

Tania Maria

88

Suzano

AssJd. Míriam

Área 1

500

T. da Serra

Pastoral da Moradia de Taboão da Serra

Área 2

600

T. da Serra

Pastoral da Moradia de Taboão da Serra

Cidade Tiradentes

700

São Paulo

Ass. Dos Trabalhadores Sem Terra Leste 1

Guaianazes Jambeiro

1500

São Paulo

Sudeste/U LC

Granja Sertanejo

1000

Sertãozinho

ASTT de Sertãozinho e ULC

Jd. Caraguatá

600

São Paulo

Movimento de Moradia Sudeste

Presidente Wilson

250

São Paulo

Movimento de Moradia Sudeste

 

Licenciamento dos empreendimentos: É preciso agilizar os processos de aprovação de projetos especialmente nos órgãos ambientais, especialmente para habitação de interesse social, pois os processos continuam morosos. Continuamos dispostos a estabelecer parceria com a CDHU para que os empreendimentos possam ser regulares, sem o emperramento da burocracia para sua aprovação.

Habilitação das Entidades sem fins Lucrativos: Solicitamos a imediata publicação das entidades habilitadas no ultimo processo de seleção de Entidades junto a CDHU.

Atendimento aos idosos: Reivindicamos o atendimento de famílias de idosos em todos os programas do Governo Estadual, respeitando o Estatuto dos Idosos e a ampliação das "Vila Dignidade".

Solução de processos antigos: Solicitamos que sejam dados encaminhamentos concretos para projetos antigos conveniados entre a CDHU e associações filiadas a UMM:

Tucuruvi B 18 - Agilização das liberações financeiras, aferição dos serviços executados em conjunto com a associação e assessoria, construção do muro de arrimo do empreendimento.

Campo Limpo L8 - Viabilização de área para realização do empreendimento, conforme compromisso estabelecido em 2000.

Jaraguá (empreendimento da CDHU ao lado do Alexíus Jafet) - Definição de empreendimento com 50 unidades, conforme comprometido com a CDHU.

Hospital 21 de Abril (Bresser) - Conclusão da desapropriação do imóvel e viabilização do projeto para a demanda comprometida com o movimento desde 2000.

Conde de São Joaquim - Retomada dos empreendimentos e do diálogo com o movimento.

Área da Henriqueta (Av. Cursino, 4900) - Desapropriação, conforme compromisso com o movimento.

Retomada da discussão: para o atendimento das famílias que não foram contempladas no empreendimento Pari A e famílias moradoras de cortiços que são acompanhadas pelo movimento e estão em processo de reintegração de posse. Retomada da discussão da compensação do projeto em torno da Rua do Ouvidor.

Reintegração de Posse: Reivindicamos a suspensão imediata das ações de reintegração de posse do Estado, com a criação de uma comissão mista composta com membros dos movimentos para busca de soluções pactuadas, para que as famílias possam ser devidamente assistidas e encaminhadas para programas habitacionais da CDHU nas regiões de origem.

Atenciosamente,

Coordenação Executiva”

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Bezerra Jr. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marco Aurélio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Dilmo dos Santos. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Welson Gasparini.

 

O SR. WELSON GASPARINI - PSDB - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados; gostaria de transformar minhas palavras iniciais em agradecimentos ao governador Geraldo Alckmin com quem me reuni, ontem, em audiência no Palácio Bandeirantes. O governador, atendendo solicitação minha e do Deputado Federal Duarte Nogueira, possibilitou a Ribeirão Preto uma solução das mais importantes relacionada ao sistema viário liberando a construção do viaduto da Avenida Henry Nestlé.

Pedi ainda a atenção do Governador para com o acesso da cidade através da Avenida Castello Branco,  na interligação das Rodovias Anhanguera, Abrão Assed e Duarte Nogueira. O referido trecho tem sido um problema constante para motoristas que utilizam essa entrada da cidade de Ribeirão Preto, diariamente congestionado principalmente pelos veículos trafegando com  destino a Serrana, Cajuru, Mococa, Araraquara, São Carlos, Altinópolis, Batatais, Franca, São Paulo e muitas outras cidades.

Gostaria também de registrar minha alegria por ter o Governador Geraldo Alckmin autorizado a liberação de sete milhões de reais para reforma e ampliação da Escola Técnica José Martiniano da Silva, cujo projeto executivo já está em fase de conclusão para, logo em seguida, sair a licitação para contratação da empresa que realizará a obra.

Nesta audiência com o Governador do Estado tratei também da instalação de uma Faculdade de Tecnologia em Ribeirão Preto. O Governador se mostrou muito interessado em acelerar o processo para a Fatec de Ribeirão Preto. Ligou na hora para a professora Laura Laganá, do Centro Paula Souza, determinando prioridade a essa  questão, pedindo-me ainda para eu acompanhá-la de perto e lhe transmitir informações sobre o andamento do processo licitatório.

Quero também falar um pouco sobre a  Defensoria Pública, de grande importância para o povo, principalmente para a população mais simples e mais carente.

 O governo do Estado de São Paulo precisa entender a importância da Defensoria pública e fornecer-lhe os recursos  necessários para torná-la  cada vez mais eficiente.

Sabemos  que o número de advogados da Defensoria Pública, infelizmente, é pequeno para atender a grande demanda; é muito importante, assim, o bom  relacionamento da Defensoria Pública com a Ordem dos Advogados do Brasil para o aperfeiçoamento do convênio existente possibilitando o atendimento a um numero maior de pessoas necessitadas da advocacia gratuita.

As informações que tenho é de haver um bom diálogo entre a direção da Defensoria Pública e a direção da OAB, duas entidades de grande expressão e de grande alcance na vida do nosso Estado. A Defensoria Pública tem um ideal e uma realização importante; a OAB  também. Um bom diálogo é importante para beneficiar o povo tanto com a ação direta da Defensoria Pública como através do convênio com a Ordem dos Advogados do Brasil.

Nesta Casa, o que pudermos fazer para prestigiar e fortalecer a ação da Defensoria Pública nós faremos porque dela necessita a população mais humilde do nosso Estado na sua busca por Justiça!  

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Moura. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alencar Santana.

 

O SR. ALENCAR SANTANA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, cidadãos que nos acompanham pela TV Alesp, em especial os defensores, os representantes dos movimentos populares, entidades ligadas à questão dos direitos humanos, demais funcionários públicos, afinal temos projetos que dizem respeito a outros setores da administração pública.

Quero também me manifestar a respeito do PL 65.

Primeiramente quero parabenizar todos os que estão aqui hoje e aqueles que estiveram na semana passada praticamente até quase uma hora da manhã acompanhando o desenrolar dos debates nesta Casa. Não tenham dúvida de que a presença de vocês é fundamental para podermos impedir que o PL 65 seja votado e aprovado. Esta é a posição da Bancada do PT desde o início. Sou advogado. Fui estagiário à época da PGE e depois participei do convênio via OAB, aliás, a Constituição Federal e Estadual dizem das funções essenciais da justiça e elenca a defensoria pública. Infelizmente o Estado de São Paulo foi um dos últimos estados a criar a sua defensoria pública, aliás, diga-se de passagem, fruto da luta popular, fruto da luta política.

Este projeto de uma certa forma significaria um retrocesso. Recebemos e-mails, telefonemas e em conversas com alguns advogados representando a OAB nos pedem que votemos favoravelmente ao projeto. Explicamos a cada um deles que a não aprovação do projeto não é um ‘não’ à advocacia. Reconhecemos e sabemos da importância do advogado para a justiça, mas também sabemos da importância do defensor para garantir o acesso de pessoas ou de movimentos ao órgão jurisdicional. Os senhores e as senhoras sabem que às vezes a pessoa fica até temerosa de procurar a defensoria por pensar que ela não tem direito. Aí o papel do defensor é de extrema importância porque garante o mínimo, mas que é um direito sagrado de todos terem acesso à justiça.

Portanto, nós nos posicionamos contrariamente ao projeto e esperamos que no Colégio de Líderes esta proposta não venha a votos. Que haja sensibilidade das lideranças partidárias, para que não votarmos algo que atenta contra a Constituição Estadual e contra a Constituição Federal. E mais do que isso, atenta contra alguns direitos fundamentais. Devemos, sim, lutar. O deputado Campos é autor do PL 65 e não está presente no momento, mas com certeza terá conhecimento da nossa fala. Ele disse que isso fortaleceria e favoreceria o atendimento às pessoas que demandam acesso à justiça e não têm condições de pagar advogado.

Deputado Campos, devemos lutar para que a Defensoria Pública do Estado de São Paulo tenha mais investimentos por parte do governo estadual, tenha mais estrutura, mais profissionais. De fato, assim garantiremos a Justiça para todos, indistintamente, principalmente àquelas pessoas que precisam de auxílio, de orientação e de uma ação judicial para pleitear o seu direito. Parabéns a todos vocês!!!

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Encerrado o tempo destinado ao Pequeno Expediente, vamos passar ao Grande Expediente.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Por permuta com o nobre Deputado Roque Barbiere, tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini, pelo tempo regimental.

 

O SR. EDSON FERRARINI - PTB - Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, amigos da TV Assembleia, pessoas que visitam esta Casa, estava dizendo do problema da Segurança Pública pela gravidade da situação em São Paulo.

Esta Casa é uma casa de debates, toda a sociedade aqui se reúne. Mas a Segurança Pública é algo que está nos preocupando muito. Estamos vendo que a legislação vigente é um convite ao crime. Os equivocados e filósofos podem questionar por que não se constroem mais escolas do que cadeias, por que não se constroem mais igrejas do que cadeias. O crime acompanha o homem como a sua própria sombra. No início existiam Caim, Abel, e mais meia dúzia de pessoas; Caim matou Abel. Então, o crime é comum, acompanha a existência humana. Mas é necessário criar condições para que a sociedade possa fluir. Aqui em São Paulo estamos vendo que a situação está se tornando difícil. Vimos, por exemplo, que a Presidente Dilma assinou a lei 12.403, em julho desse ano, a lei pela qual o cidadão sabe que se a pena for inferior a quatro anos nunca será feito o flagrante. Sabemos que aqui no Brasil as pessoas têm direito à Lei Fleury. O que quer dizer isso? Significa que todo mundo tem direito a um homicídio amostra grátis. Ele mata uma pessoa, o advogado diz que ele tem residência fixa e responde em liberdade. Estamos vendo que essa situação precisa ser alterada.

Em 50% dos casos a droga leva as pessoas para a cadeia. Nenhum país do mundo liberou a droga. Quando as pessoas pedem a liberação da maconha cometem um estelionato mental dizendo que a Holanda liberou. Nenhum país do mundo liberou. Primeiro, a Holanda é do tamanho do estado do Espírito Santo. A Holanda cabe 14 vezes dentro de Minas Gerais, 208 vezes dentro do Brasil. A Presidente Dilma assinou um projeto de quatro bilhões. Mas o principal é prevenção, que tem um enfoque muito discreto.

Visitei a Cracolândia, há 15 dias. As pessoas que lá estão não têm mais cura. O máximo que podemos fazer é estacionar o vício. O mundo não tem remédio que possa curar um dependente de drogas. Mas, investir na prevenção é o caminho. São Paulo é um estado que não investe nada nisso. A Secretaria da Educação, no que diz respeito à prevenção às drogas, é falida. Em nível de Brasil, não se faz nada. Por isso as Cracolândias já estão instaladas em 17 capitais do Brasil. Prevenção é a única forma. A prevenção através da escola e através da família. Parece incrível que o consumo a droga tenha aumentado tanto e nós estamos sendo derrotados por cinco frases.

Eu que lido com pessoas drogadas, que trato de drogados há 40 anos, trabalhei 35 anos na Polícia Militar do Estado de São Paulo, nunca soube de uma pessoa viciada por um traficante ou por alguém que apontou um revólver e disse: “Cheira essa carreira de cocaína, fuma esse cigarro de maconha”. Vem pela mão do melhor amigo, sempre. Vem pela mão do namorado, do colega, do companheiro, que fala cinco mentiras na hora de oferecer: “Entra nessa, experimenta uma vez só, isso não faz mal, está na moda, está todo mundo usando”. Nessa hora, nosso filho tem de estar preparado para dizer uma única frase: “Estou fora, não quero”. Mas é muito difícil ele fazer isso, porque quando fuma o primeiro cigarro de maconha ou dá a primeira baforada no cachimbo de crack, isso fica registrado na memória química do cérebro, e o mundo não tem um remédio para acabar com isso, para curar. O mundo não cura diabetes, o mundo não cura alguns tipos de câncer; outros já têm 100% de cura. E a prevenção é o ideal, é nisso que temos de investir.

Outro dia estive com o Secretário da Educação de São Paulo buscando essa orientação, buscando conversar com ele. Em São Paulo tem o Proerd, que funciona há 18 anos, um projeto que veio dos Estados Unidos, só pode ser aplicado pela policial fardado, e já existe nos 27 estados do Brasil. Dura 10 dias, já é muito, já é bastante. Mas por que não fazemos isso com o professor usando a sua didática, e ele tem o ano inteiro para orientar os alunos?

De cada 100 quilos de drogas fabricados no mundo, as melhores polícias dos países mais avançados do mundo só conseguem apreender 20 quilos, 20%; 80% chegam aos consumidores.

Então, cabe a nós orientarmos o nosso filho, cabe ao estado, à escola orientá-lo. Estamos fazendo esse trabalho vendo as Cracolândias crescendo. Quem fala com o filho? Esquecem de falar. A escola não fala, a família não fala. Quem fala? A boca maldita do traficante.

Então, a prevenção é o ponto principal para nós podermos enfrentar esse problema. Em São Paulo a Cracolândia é o cartão de visita mais negativo que podem ter o prefeito e o governador. É o cartão mais insuportável que se possa imaginar. Mas o que está fazendo de prevenção o município? Nada. O estado? Nada. A Presidente Dilma agora investiu quatro bilhões na prevenção às drogas. Aonde a droga se encontra com o crime? As primeiras doses eles conseguem, pequenos furtos em casa depois. Em seguida, ele começa, para manter o seu vício, a fazer pequenos tráficos. Depois já não dá mais, ele se junta a uma quadrilha, aparece o revólver, vai para o assalto. E aí a droga se encontrou com o crime. É assim que 50% dos presos lá estão.

E daí, leis vão sendo criadas para esvaziar os presídios. Pai que está nos assistindo, tenho um livro grátis para você. Entre no meu site, e eu mando para você, para sua igreja, quantos você precisar. É um livro, não paga nada. É uma orientação.

Nesta semana condecorei um soldado aqui neste lugar. Ele bebia um litro de pinga por dia. Eu tinha que expulsá-lo, mas não o fiz. Ele se chama Heraldo Serpa. O alcoolismo não tem cura, mas pode estacionar. Dei a ele um troféu, porque ele está há 40 anos sem uma gota de álcool na boca. É possível estacionar, é preciso aprender a investir. Transformei a vida desse homem e, graças a Deus, ele, hoje com 13 netos, é Primeiro-Sargento da Polícia Militar. Eu não o expulsei. Não o joguei na sarjeta. A família e a escola precisam entender que é assim que se faz.

A polícia de São Paulo faz o que pode, prende. Aquele telefone 190 toca 150 mil vezes por dia, nos 645 municípios, mas a prevenção é o melhor caminho. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Quero fazer uma ressalva a todos do plenário. O Art. 280 do Regimento Interno da Assembleia Legislativa diz que os espectadores deverão aguardar em silêncio, não lhes cabendo e nem sendo lícito aplaudir ou reprovar o que se passa em plenário, sob pena de o Presidente ter que esvaziar o plenário. Penso que não será necessário qualquer tipo de ação nesse sentido. Vocês estão aqui democraticamente, para poderem fazer os seus pleitos e colocarem os seus pontos de vista, mas peço a todos que não se manifestem durante o discurso dos oradores, até porque estamos apenas fazendo cumprir o nosso Regimento Interno.

Tem a palavra o nobre Deputado Welson Gasparini, por permuta com o nobre Deputado Roberto Engler.

 

O SR. WELSON GASPARINI - PSDB - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas: ouvi atentamente o Coronel Ferrarini, ilustre Deputado desta Casa.

Sinto a Nação brasileira vivendo um dos piores momentos da sua história no relacionado ao setor de atendimento da vida. Além dessa questão de droga, a violência hoje no País é uma constante em todas as grandes, médias e pequenas cidades, agora também atingindo a zona rural.

Além da violência, a corrupção é outra tragédia em nosso País: basta ler um jornal ou ouvir uma emissora de rádio, ou acompanhar um programa de televisão, para tomarmos conhecimento da corrupção do dia, de quanto roubaram de dinheiro público que deveria  ir para a Educação, para a Saúde e vai para os bolsos de espertalhões.

Na  realidade estamos vivendo uma crise de caráter geral impressionante. Falou-se aqui sobre esse problema de drogas, do problema da violência: nossos presídios não comportam mais um preso sequer. Presídios com capacidade para 800 presos, estão hoje com 1.600 a 1.700. Então, se a polícia conseguisse  mais recursos e fosse prender todos aqueles com ordem de prisão decretada pela Justiça, precisaríamos de quase o dobro dos  presídios existentes hoje no Brasil.

Não é preciso só construir mais presídios; precisamos, sim, acabar com a fábrica de bandidos. Como fazer isso? É formando o caráter; é fazendo nossa juventude e as pessoas entenderem o verdadeiro sentido da vida. Mas, para isso, é necessário ter uma formação. E quem está dando essa formação hoje? As famílias, infelizmente estão desorganizadas. Li em um jornal que só num ano, no  Brasil, tivemos 160 mil pedidos de divórcio, de separação  de casais. E os filhos? Como vai ficar isso? Pode, em algum momento, o casal partir para a separação, mas, hoje, lamentavelmente, está sendo quase uma regra geral. A pessoa já vai para o casamento pensando assim: deu certo, tudo bem; se não der certo, a gente se separa.

Mas os filhos sofrem conseqüências muito sérias dessas separações. Muitos casais não estão separados, mas não estão unidos, não estão cuidando da formação dos seus filhos. Atualmente, por exemplo, o pai trabalha e a mãe trabalha. Chega à noite os dois estão cansados e vão para frente da televisão. E quando há o diálogo com os filhos? Qual é a oportunidade dos pais transmitirem aos filhos os valores morais, os valores de vida? Tenho a certeza de que, se for feita uma pesquisa nas residências, dificilmente nós vamos encontrar o tempo dedicado pelos pais para  a formação dos seus filhos.

Quem sabe, as escolas? As nossas escolas estariam transmitindo esses valores morais e cívicos da  importância de respeitar e até amar o seu próximo? Quem está ensinando isso nas escolas? Não acredito que estejam ensinando. Até nas letras, nas artes, na cultura, nem nisso praticamente as nossas escolas estão tendo uma aprovação razoável;  o que dizer  na formação do caráter da nossa juventude?

Está valendo hoje,  principalmente, a  frase: o crime compensa. Por quê? Quantos anos demora a Justiça para julgar um caso de furto, de roubo, de homicídio? Temos processos correndo pelos tribunais por cinco, 10, 15 anos; as pessoas, às vezes,  praticam delitos graves e ficam na cadeia, numa prisão temporária, de 10 dias ou um mês -  e dali a pouco já estão na rua de novo.

Então o crime, quando compensa, é um estímulo para quem não tem formação, não tem um bom caráter. Aí ele tem um estímulo para ir para esse caminho e poder, em curto espaço de tempo, ganhar dinheiro. E para quem não tem uma formação moral e religiosa, o Deus passa a ser o dinheiro, a parte material.

Hoje,  infelizmente, a maior para nossa juventude, a maior parte das pessoas quer saber como “levar vantagem”, sequer indagando se  isso vai prejudicar o próximo ou se é moral essa conduta.

Gostaria, ainda, de fazer uma observação: é muito importante reagirmos a tudo isso. Mas que reação está havendo? Apontei como um dos  itens que envergonha a Nação Brasileira  a corrupção. Surgiram alguns movimentos em algumas cidades. Em várias delas havia 50 pessoas. Numa, havia 15 pessoas. Que marcha é essa? O que se busca nessa marcha? Nem sequer há uma definição correta se tem sobre quais os objetivos da busca do combate à corrupção.

Como vamos fazer, efetivamente, a mudança da cara do Brasil? Em primeiro lugar, participando da política. Foi feita uma pesquisa, principalmente entre os jovens, perguntando o que pensavam  sobre a política. 82% responderam: ódio, raiva, nojo. A segunda pergunta: você pretende participar da política? Noventa e dois por cento disseram: ” nunca”.

Como vamos consertar a Nação Brasileira? Temos dois caminhos para buscar mudanças na política, na sociedade, nas nossas leis; um é por meio de uma revolução, pegando em armas e tirando  quem está nos governando ( a história, entretanto, mostra que, numa revolução, morre muita gente e, no final, às vezes, um ditador despreparado é quem acaba assumindo o poder no país). O outro caminho, o caminho ideal, é o da democracia. A democracia exercida por meio do voto. É deixar de votar em malandro e votar em gente boa, em gente honesta. Se o eleitor não julgar ninguém honesto que se filie a algum partido, ingresse na política e passe a exercitar suas prerrogativas constitucionais.

Vamos ter, em 2012, eleições municipais. Já disse desta tribuna: nenhum partido consegue, sequer, completar sua chapa de vereadores. Onde estão os bons? Por que não entram como candidatos? Podem dizer ser muito difícil ganhar uma eleição. É difícil. Mas se tiver fé, energia forte, saia de casa em casa, principalmente na eleição municipal, onde não é necessário dinheiro para  ser eleito vereador ou prefeito. Vá conversar com o povo, visite os bairros. Se nas eleições municipais conseguirmos a eleição de líderes honestos, capazes, idealistas, mudaremos a cara do Brasil. Mas, se cada um ficar acomodado, não reagir, teremos uma Nação inteira anestesiada enquanto é roubada pelos maus políticos. É fácil falar que “político não presta” e “é tudo ladrão”. Não é bem assim. Há muitos políticos bons e se não há mais políticos bons é porque muitos se acovardam e não se apresentam para as disputas dos mandatos eletivos. “

 

 

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- Assume a Presidência o Sr. Welson Gasparini.

 

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O SR. CAUÊ MACRIS - PSDB - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças partidárias com assento nesta Casa, solicito a suspensão dos trabalhos até as 16 horas e 30 minutos.

 

O SR. PRESIDENTE - WELSON GASPARINI - PSDB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, tendo havido acordo entre as lideranças, a Presidência acolhe o solicitado pelo nobre Deputado Cauê Macris e suspende a sessão até as 16 horas e 30 minutos.

Está suspensa a sessão.

 

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- Suspensa às 15 horas e 55 minutos, a sessão é reaberta às 16 horas e 34 minutos, sob a Presidência do Sr. Welson Gasparini.

 

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O SR. CAUÊ MACRIS - PSDB - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças partidárias com assento nesta Casa, e em decorrência da reunião do Colégio de Líderes, solicito a suspensão dos trabalhos até às 17 horas e 30 minutos.

 

O SR. PRESIDENTE - WELSON GASPARINI - PSDB - Srs. Deputados, tendo havido acordo entre as lideranças, a Presidência acolhe o solicitado pelo nobre Deputado Cauê Macris e suspende a sessão até as 17 horas e 30 minutos.

Está suspensa a sessão.

 

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- Suspensa às 16 horas e 35 minutos, a sessão é reaberta às 17 horas e 32 minutos, sob a Presidência do Sr. Barros Munhoz.

 

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O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Antes de conceder a palavra para o nobre Deputado Carlos Giannazi, faço um comunicado em respeito aos nossos ilustres visitantes, e desejamos que continuem conosco, pois é muito bom sermos agraciados com a visita de pessoas que acompanham os nosso trabalhos, é nosso dever dizer que o Colégio de Líderes, depois de muita ponderação e atenção em relação a um assunto importante para São Paulo, o PLC nº 65, deliberou não votar esse Projeto e só voltar a discuti-lo na segunda quinzena de fevereiro de 2012, se não houver o entendimento que, hoje pela manhã, caminhou entre a Defensoria e a OAB. (Manifestação das galerias.)

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público aqui presente, servidores e defensores da Defensoria Pública, temos aqui várias entidades que estão aliadas nesta grande luta em defesa da Defensoria Pública e, sobretudo em defesa de mais investimentos nesse setor. Precisamos fazer um esforço concentrado, principalmente, na aprovação do Orçamento para que mais recursos sejam canalizados para essa área que opera no Estado de São Paulo em condições precárias, pois hoje ela possui apenas 500 defensores em um Estado que possui 42 milhões de habitantes. Eu diria que esse número é insignificante para atender a grande demanda e principalmente as camadas menos favorecidas que não têm condições para pagar um advogado. A nossa luta desde que chegamos à Assembleia Legislativa, em 2007, tem sido apresentar emendas para que o orçamento da Defensoria seja aumentado. Parabenizamos todos os militantes dessa causa os quais tiveram uma participação importante contra a aprovação do PLC nº 65.

Faço um apelo a esta Casa para que possamos, de fato, votar ainda nesta semana o PLC nº 71, porque se ele não for aprovado iniciaremos o ano letivo de 2012 na Rede Estadual sem professores e com atraso nas aulas. O projeto de lei do ex-Governador José Serra, que se tornou a Lei nº 1.093, está prejudicando imensamente milhares de professores, admitidos sob ela, e, sobretudo os nossos 5 milhões de alunos matriculados na Rede Estadual que correm o risco de iniciar o ano letivo sem 10 mil professores caso esta lei não seja alterada através do PLC nº 71. Apresentamos emendas a esse projeto para acabar com a famigerada quarentena que foi imposta por essa lei, e na época da votação alertamos aqui a base do Governo e os partidos que davam e continuam a dar sustentação, que são os mesmos, ao Palácio dos Bandeirantes e ao Governo do PSDB de que o projeto era ilegal e inconstitucional. No entanto a base governista não nos ouviu e aprovou o projeto. Agora o Governo do Partido da Social Democracia Brasileira fez uma autocrítica e enviou o PLC para que pudéssemos alterar essa legislação, porém o Projeto de Lei Complementar faz um reparo parcial porque ainda mantém a quarentena. O professor só pode ser contratado durante um ano e por determinação dessa perversa Lei nº 1.093 ele fica obrigatoriamente fora da Rede Estadual durante um ano, ou seja, o docente abandona, praticamente, os seus alunos e não cria vínculos com o projeto pedagógico da escola, com a comunidade escolar e com os próprios professores. Por isso a imensa maldade dessa legislação.

O projeto não resolve totalmente esta questão e diminui a famosa quarentena que passará de 200 para 45 dias, contudo o projeto ainda continua cruel porque o professor será contratado durante um ano, porém não terá férias ao final dos 12 meses porque os 45 dias serão descontados, justamente, nesse período. O profissional da Educação será prejudicado com essa situação, pois trabalhará o ano inteiro e não terá direito as férias. É uma verdadeira afronta a um direito básico trabalhista que nós já conquistamos na Constituição Federal. Por isso temos que aprovar com urgência e com as nossas emendas esse projeto para acabar de uma vez por todas com esse período, denominado quarentena, e também com as falsas avaliações representadas pelas “provinhas e provões” para os professores OFAs e ACTs.

Friso que amanhã teremos o julgamento das duas Adins no Supremo Tribunal Federal. Uma delas é a que nós impetramos no STF em 2009, quando a Assembleia Legislativa votou a lei colocando em processo de extinção a Carteira Previdenciária dos Advogados do Ipesp. Nós, pelo PSOL, fomos ao Supremo e ingressamos com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade, e em seguida, seis ou sete meses depois, a OAB Federal entrou com outra. O julgamento será realizado amanhã às 13 horas. Nesse horário esperamos que o STF faça justiça e recomponha os direitos dos advogados contribuintes da carteira do Ipesp.

Lamentavelmente a Casa votou uma lei, em nossa opinião, inconstitucional. Igualmente o PLC nº 65, que também é um projeto inconstitucional e que alguns deputados gostariam de votar, seguindo a orientação do Deputado Campos Machado o PLC 65, que também é um projeto inconstitucional. Eu estranho porque naquela votação, em 2009, o Deputado Campos Machado votou praticamente contra os 40 mil advogados. E agora o deputado aparece dizendo que está defendendo os advogados. Não entendo qual é a verdadeira posição do Deputado Campos Machado, que é advogado e preside uma suposta Frente Parlamentar em Defesa dos Advogados, mas apresenta projeto inconstitucional. (Manifestação nas galerias.) Não dá para entender o que está acontecendo na Assembleia Legislativa. Muito obrigado, Sr. Presidente. (Manifestação nas galerias.)

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, nobre Deputado Barros Munhoz, acabamos de ouvir um expert em Direito Constitucional: professor primário, Carlos Giannazi. (Manifestação nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Esta Presidência ressalta que o Art. 280, do Regimento Interno, determina explicitamente: “Os espectadores não poderão estar armados e deverão guardar silêncio, não lhes sendo lícito aplaudir ou reprovar o que se passar no Plenário.” Esta Presidência solicita então aos defensores e aos demais presentes que observassem este dispositivo para que os trabalhos prosseguissem da melhor forma.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Sr. Presidente, assistindo a revoada de andorinhas que deixam o plenário, batendo asas, gostaria de dizer inicialmente que o Deputado Carlos Giannazi entende tanto de Direito Constitucional quanto entende de fecundação animal. Ele é especialista em Direito Constitucional, professor Carlos Giannazi, mas quero me referir agora ao Dr. José Carlos Dias, ex-Ministro da Justiça que escreveu um artigo hoje em defesa da Defensoria. O que diz o Dr. José Carlos Dias? Pautando a conduta alheia pela própria, diz ele que este Parlamentar apresentou o projeto a pedido do Presidente da OAB de São Paulo, Luiz Flávio Borges D’Urso. Ele sim, Presidente da OAB de São Paulo, é que escreveu este artigo, atendendo a Defensoria Pública.

Quem é que está falando que este projeto é inconstitucional não entende. Temos um milhão de processos por ano, e a Defensoria, de maneira arrogante, se intitula Ministério Público 2 - o sonho deles é se transformar no Ministério Público 2. Veja bem, como é que eles podem atender o carente? O carente não tem dono! Qual é o freio jurídico que a Defensoria quer? E a dona Maria - dizia noite dessas - lá do Vale do Ribeira, que tem a sua honra ofendida, vilipendiada e acusada injustamente? Enquanto a Defensoria cuida de trinta e poucas comarcas, a OAB cuida de quase 400.

Esse é o conceito que a Defensoria e seus aliados têm? Estou começando a compreender que o PT não gosta de pobre, muito menos o PSOL. Como é que eles podem imaginar que 500 defensores públicos poderão defender um milhão de processos anuais. Eles falam do Fundo. É estelionato pretender usar o dinheiro do convênio para a Defensoria. Vou avisar uma vez mais: esta semana entrarei com uma representação criminal junto ao Ministério Público para que me expliquem os convênios. Dezessete convênios firmados pela Defensoria ao arrepio da lei, e eles falam: “O dinheiro é nosso.” Como o dinheiro é de vocês? O dinheiro é para atender a Assistência Judiciária do Estado, Deputado Cauê.

Mas não pensem que o caso terminou. Não, foi dada uma trégua - que eu não queria - entre a OAB e a Defensoria para que possam se entender, mas segundo o que foi acordado no Colégio de Líderes, na segunda semana de fevereiro se não tiver um acordo que ajude aos humildes e ajude aos carentes, o Presidente Barros Munhoz, assumiu o compromisso de pautar esse projeto.

O José Carlos Dias da Vida e aqueles que se julgam acima do bem e do mal, aqueles que acham que a arrogância deixou de ser a espuma da vaidade, estarei aqui novamente aqui e vão correr e vão voar como se fossem andorinhas todas às vezes que assomo esta tribuna. Na noite do dia 7 de dezembro, Sr. Presidente, eu pude atentar que quando eu assomava a Tribuna, a ilustre galeria abandonava esse plenário e desfilava pelos corredores da Casa. Quando voltavam os membros do PT, lá voltava a legião de andorinhas.

Quero deixar claro aqui, Deputado José Bittencourt, que o pobre, que o carente, não pode ficar a mercê de uma Defensoria Pública arrogante, que na semana passada se arvorou em Ministério Público e propôs uma ação contra a Prefeitura de São Paulo, relativamente a uma enchente.

Eu pergunto: Isso é competência da Defensoria Pública, Deputado Bittencourt? Não! É do Ministério Público. Mas eles foram lá. Eles querem o poder pelo poder.

Portanto, Deputado Barros Munhoz, me dirijo ao Deputado Carlos Giannazi e já passo também de relance pelo Deputado João Antonio - julgam-se os constitucionalistas, perfeitos - mas eu tenho pareceres. Já me perguntaram por qual motivo eu não trouxe aqui na galeria milhares de advogados, porque ao contrário do PT e do PSOL, não há como pressionar a consciência dos deputados.

Pedi ao Presidente: “Não ponha gente aqui, porque consciência não recua, não se curva.” E eu sou vassalo apenas da minha consciência. Portanto, meus amigos, meus companheiros de plenário, nós estamos acompanhando o correr dos fatos e eu estou convencido de que a arrogância chegará ao fim. E que a petulância tem marquises para impedir o seu prosseguimento com a palavra ‘lei’. Não aquela interpretada pelos nobres Deputados Giannazi e João Antonio.

 

O SR. ALENCAR SANTANA - PT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público presente, funcionários e cidadãos que nos acompanham pela TV Assembleia, eu já utilizei esta tribuna hoje, estive no auditório Franco Motoro e manifestei minha opinião em relação ao Projeto de Lei 65, e também os demais colegas deputados pelo PT. Mas diante da manifestação de quem me antecedeu aqui, achei também na obrigação e no direito de vir aqui manifestar.

Foi falado um pouco aqui e o Deputado Campos Machado, advogado, experiente deputado aqui de vários mandatos, conhecedor da lei, da Constituição, deu aqui exemplo de uma ação que, em tese, a Defensoria estaria usurpando de sua competência e fazendo o papel de outro órgão.

Mesmo que assim tivesse agido, quem tem que dizer se a ação foi competente ou não é o próprio Poder Judiciário. A outra parte pode-se manifestar. O Poder Judiciário pode de pronto dizer que a ação é inepta, dizer que não cabe, dizer que não é competente o órgão, no caso a Defensoria Pública, ter peticionado.

Acho que foi bom esse debate nesse período sobre o papel da Defensoria Pública porque estamos falando, de fato, de justiça. Estamos discutindo aqui a nossa Constituição Federal, estamos discutindo aqui direitos fundamentais, como previsto no Art. 5º, quando fala do acesso à justiça. Estamos discutindo aqui as funções de Estado, onde - eu já manifestei aqui hoje - a Defensoria é parte dela. A Defensoria é quem garante.

Não é que o Deputado Campos Machado é dono de “a” ou de “b”, mas é a própria Constituição diz que o Estado deve prover aquela pessoa que não tem condições ou acesso à justiça. E diz, claramente, que quem é competente para isso é a Defensoria Pública.

Sabemos que a demanda é grande por isso ainda existe o convênio. Aliás, já me manifestei aqui porque fui advogado, à época era PGE que administrava.

Deputado Campos Machado, imagine se o Judiciário, a Promotoria, a Procuradoria Geral do Estado ou qualquer outro órgão estatal como a Polícia Civil, a Polícia Militar, e se nós aqui falássemos que não tem condições de atender toda a demanda. O que vamos fazer? Contratar outros juízes fora do Estado para julgar? Fazer convênio com uma entidade para atuar no papel do promotor? Fazer contratos com empresas de segurança privada para fazer o papel da polícia?

Este o debate que estamos fazendo. O que é necessário, Deputado Campos Machado.

Mais uma vez fiz esse pedido nesta tribuna. Aí, V. Exa., que defende o acesso à justiça, pela sua concepção tem que mudar o local de gestão.

O nosso Líder, Deputado Enio Tatto, está aqui e quero parabenizá-lo porque o nosso líder, em todo momento, desde o início disse à nossa bancada e posicionou que seremos contra porque estamos tratando de algo fundamental, que mexe com a estrutura do Estado, que mexe com acesso à justiça. Quero parabenizá-lo por ter, no Colégio de Líderes, resistido em nome de um projeto que consideramos fundamental.

Deputado Campos Machado, se V. Exa. considera fundamental o acesso à justiça, mais uma vez repito que devemos lutar para fortalecer a Defensoria Pública. Pode até existir o convênio, mas jamais podemos tirar a gestão desse fundo. Seria bom, seria literalmente ótimo. Tenho certeza que os senhores defensores pensam que não há necessidade do fundo para que a Defensoria Pública existisse. Todo recurso fosse de fato do orçamento em condições de contratar mais defensores, pagar seus funcionários, manter a estrutura e fazer o atendimento. Seria excelente. Mas, infelizmente, é necessário o fundo e, ele não pode passar para outro órgão de Governo sob pena. Esse também é o pensamento que está por detrás do projeto.

A Defensoria foi acusada. Ela não pode entrar com uma ação contra o Poder Público? Lógico que pode! Se for em defesa do necessitado, em busca do direito, é lógico que pode. Talvez esta seja uma das principais intenções para evitar, impedir, que um cidadão que às vezes busca medicamentos, vaga para seu filho na escola, e direitos que envolvem o Poder Público, seja municipal, estadual ou federal, tenha um Defensor Público para representá-lo e acionar o Judiciário para que a nossa Constituição e legislação seja respeitada e, principalmente, mais do que a lei, que a justiça seja feita! Mais uma vez, parabéns a vocês.

 

O SR. JOSÉ ZICO PRADO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, hoje, alguns deputados e eu recebemos um manifesto do movimento em defesa da integração gratuita do trólebus da linha de São Mateus à Diadema e Jabaquara.

Queremos entregar nas mãos de V. Exa. esse manifesto e comunicar que a Assembleia Legislativa, por meio desse grupo de Deputados, já estivemos com o Secretário e fizemos audiência pública e ato em Diadema e em São Mateus, e fomos recebidos pelo o Secretário Jurandir Fernandes.

Por isso, hoje, queremos lhe entregar este documento. Desejamos que a Assembleia Legislativa faça coro com esse movimento para que os trabalhadores de Diadema, Santo André e São Bernardo do Campos não paguem 1 real a mais de manhã e outro à tarde, de aumento abusivo no transporte usado por essa população local e as que vivem em suas mediações.

Por essa razão, nosso grupo de Deputados - Ana do Carmo, Luiz Claudio  Marcolino, Carlos Grana, Adriano Diogo e Alencar Santana - recebemos e queremos passar para suas mãos esse manifesto que acabamos de receber. Consta nele um abaixo- assinado com 45 mil assinaturas. Queremos pedir que V. Exa. publique essa nota no Diário Oficial de amanhã. Era isso o que eu tinha para dizer, Sr. Presidente.

 

O SR. SEBASTIÃO SANTOS - PRB - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, hoje, estamos felizes porque estivemos, há alguns instantes, com o Governador do Estado de São Paulo. Ele foi sensível às necessidades da maioria dos municípios do nosso Estado, assinou convênio com mais de 200 municípios, na Casa Civil.

Pudemos ver, claramente, a necessidade das emendas, que muitas vezes são propostas pelos Srs. Deputados, que beneficiam aos municípios. Estivemos com pessoas que receberam condição de assinar convênios para a Saúde, para a infraestrutura, para a Agricultura, municípios que assinaram convênios para a construção de casas, tudo isso graças ao empenho desta Casa por parte dos deputados que vão até suas bases eleitorais, colhem as necessidades de cada região e apresentam na forma de indicação, de requerimentos, que discutem com o Governo.

Quero parabenizar o Sr. Governador por ver essa necessidade do nosso Estado. Muitos são municípios de pequeno porte, com pequeno orçamento, que dependem principalmente dessas emendas dos parlamentares.

Estamos recebendo em nosso gabinete várias moções que traduzem a preocupação na área do meio ambiente, da cultura, do planejamento do Estado na questão da destruição da cachoeira do Talhadão no município de Palestina, onde se prevê a construção de uma PCH, uma mini usina hidrelétrica. Nós estamos esperando ainda neste fim de ano várias moções que devem chegar porque queremos montar um calhamaço de delas e mostrar tanto ao Secretário da Cultura como do Meio Ambiente que a construção dessa PCH vai destruir a última cachoeira do nosso município, vai destruir a fauna a flora, vai destruir o berçário dos peixes nos Rios Grande e do Turvo. Muito em breve passaremos às mãos de V. Exa. estas moções para que esta Casa também possa cooperar com a natureza, com toda a região noroeste do Estado não permitindo a construção dessa PCH.

Quero, por último, externar minha homenagem à Marinha brasileira que hoje, 13 de dezembro, festeja o trabalho, o empenho desses homens e mulheres que deixam suas famílias e saem pela costa brasileira navegando pelo mar, cuidando das águas.

No noroeste paulista, próximo do Rio Paraná, temos a capitania fluvial do Tietê/Paraná que hoje está sob o comando do Capitão dos Portos e Fragatas Luis Fernando Batistella, que tem documentado as necessidades dos pescadores profissionais. Deixo registrado nos Anais da Casa a nossa homenagem à Marinha brasileira.

 

O SR. SAMUEL MOREIRA - PSDB - Sr. Presidente, requeiro a prorrogação dos nossos trabalhos por uma hora.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - O pedido de V. Exa. é regimental e a Presidência colocará em votação oportunamente.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - Sr. Presidente, solicito a palavra para falar pelo Art. 82, pela Bancada do PT.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Tem V. Exa. a palavra para falar pelo Art. 82.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - PELO ART 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público que nos assiste, em especial os defensores públicos do Estado de São Paulo, os profissionais da defensoria pública, quero parabenizar todos vocês pela luta, pelo empenho, pela perseverança, pela peregrinação que fizeram na Assembleia Legislativa nos últimos 15 dias. A decisão de não se pautar o Projeto 65 foi fruto principalmente dessa manifestação que vocês fizeram nestes últimos 15 dias, em especial no dia de hoje. (Manifestação das galerias.)

Valores e princípios a gente não negocia. Isso ficou bem claro em relação a este projeto. O projeto foi tirado de pauta, mas pode voltar no ano que vem. Mas a Bancada do Partido dos Trabalhadores não negociará em cima deste projeto porque queremos uma defensoria pública forte, autônoma e independente. Respeitamos o convênio com a OAB, achamos importante o serviço prestado pelo convênio com a OAB, mas a defesa do Partido dos Trabalhadores é para que a assistência jurídica às pessoas necessitadas seja prestada exclusivamente pelos defensores públicos do Estado de São Paulo. (Manifestação das galerias.)

Para isso vamos continuar cobrando da tribuna, como fizemos ao longo de todo esse tempo, que o Governo aumente o número de defensores no Estado. Há apenas 500. Precisamos de pelo menos 1500 e vamos continuar cobrando isso insistentemente. Além disso, defenderemos a autonomia financeira da defensoria pública cobrando do Governo que coloque dinheiro inclusive neste orçamento a ser aprovado neste mês. A defensoria pública precisa de aporte financeiro para se estruturar e atender bem a população do Estado de São Paulo.

Parabéns a todos vocês e a todos os deputados por terem evitado que fosse a votos o PL 65, que transfere o Fundo da defensoria para a Secretaria de Justiça do Estado de São Paulo. (Manifestação das galerias.)

Quero também parabenizar a mobilização que houve em Diadema, Deputado Grana, traduzido por esse abaixo-assinado encabeçado por V. Exa. e pelos deputados da região. Estamos num período de diminuir o custo do transporte para aquele que precisa do transporte coletivo e o que se pretende vem na contração daquilo que nós pregamos e queremos para a população. Parabéns pela mobilização e pelas 45 mil assinaturas que trouxeram aqui à Assembleia Legislativa. Contem com o apoio da bancada do Partido dos Trabalhadores.

Há uma pauta acertada para hoje, mas queríamos que se avançasse nas reivindicações, principalmente em relação às sugestões colhidas nas audiências públicas que a Comissão de Finanças e Orçamento realizou em todo o Estado de São Paulo. Percebo que a pauta que está sendo elaborada é muito tímida, precisa avançar mais. Para quê ouvir a população do Estado de São Paulo se a gente não pode mexer no orçamento? O que está sendo proposto é muito tímido. Precisamos de mais dinheiro para a justiça, para a defensoria pública, para o esporte, para o lazer, para a criança e adolescente, atendendo à reivindicação do Desembargador Malheiros e tantas outras sugestões no sentido de melhorar o orçamento do Estado.

Tínhamos expectativa de votar hoje o projeto da região metropolitana do Vale do Paraíba. Inclusive foi divulgado pelos parlamentares da região, que fizeram um trabalho bonito nas audiências públicas. Esperamos que este projeto, independente de qualquer outro acordo, entre em pauta e seja votado amanhã para o bem daquela região do Vale do Paraíba.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Vamos passar à Ordem do Dia.

 

* * *

 

- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

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O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Proposições em Regime de Urgência:

1 - Votação adiada - Projeto de lei nº 840, de 2011, de autoria do Sr. Governador. Institui o regime de previdência complementar no âmbito do Estado de São Paulo, fixa o limite máximo para a concessão de aposentadorias e pensões de que trata o artigo 40 da Constituição Federal, e autoriza a criação de entidade fechada de previdência complementar, na forma de fundação. Com 57 emendas. Emenda aglutinativa substitutiva apresentada nos termos do § 2º do artigo 175 do Regimento Interno. (Artigo 26 da Constituição do Estado).

 

O SR. SAMUEL MOREIRA - PSDB - Sr. Presidente, requeiro a prorrogação dos nossos trabalhos por duas horas e 30 minutos e por duas horas e 29 minutos.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - O pedido de V.Exa. é regimental. Em votação. Os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas que forem favoráveis queiram conservar-se como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Sobre a mesa requerimento nos seguintes termos: “Requeiro nos termos regimentais que a votação do Projeto de lei 840, de 2011, constante da presente Ordem do Dia se processe na seguinte conformidade:

1 - Emenda Aglutinativa Substitutiva;

2 - Projeto de lei 840, de 2011, salvo emendas;

3 - Emendas de nº 1 a 57.

Em votação o requerimento. Os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas que forem favoráveis queiram conservar-se como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Em votação a Emenda Aglutinativa Substitutiva.

 

O SR. JOÃO ANTONIO - PT - Sr. Presidente, peço a palavra para encaminhar a votação em nome da Minoria.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Tem V.Exa. a palavra, pelo tempo regimental.

 

O SR. JOÃO ANTONIO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, telespectadores da TV Alesp, venho a esta tribuna primeiramente para saudar todos os líderes desta Casa por terem conseguido ao longo desse debate da questão previdenciária avançar nos acordos. O projeto vai à votação hoje, e também outras matérias. Isso é próprio do parlamento. Obviamente o deputado Marcolino, que vai encaminhar em nome da bancada do PT, vai pontuar algumas divergências que temos em relação a esse projeto, mas é assim, o Legislativo tem seu tempo, tem seu modo de trabalhar.

Quero também registrar meu contentamento pela retirada da pauta do PL 65. O deputado Campos Machado e o líder Enio Tatto promoveram um encontro entre OAB e Defensoria Pública, e conseguimos chegar ao entendimento de adiar esse debate. É um debate importante para o Estado de São Paulo, mais ainda é um debate da mais alta importância para quem defende o direito de acesso à Justiça de forma isonômica. Quando a Constituição de 88 determinou que o Estado prestasse um serviço de excelência aos necessitados, por trás daquele inciso do Art. 5º há exatamente essa concepção, que é a de garantir pelo menos, na democracia brasileira, a igualdade formal para todos os cidadãos.

É claro que divergimos daqueles que vêem a liberdade como a liberdade do ponto de vista de garantir o patrimônio, a propriedade, um conceito liberal de liberdade. Nós não. Nós colocamos no centro da preocupação do estado exatamente o estado como impulsionador dos direitos do cidadão. Ao Estado cabe defender o desenvolvimento integral do ser humano. Essa é a nossa concepção. Portanto, garantir um ordenamento jurídico que seja de fato efetivado, e que o acesso à Justiça seja também garantido para os pobres, é fundamental para nós, para a concepção de estado que temos. E para isso a constituição de 88 foi sábia ao defender que haverá um órgão específico em cada estado federativo para defender os pobres e necessitados.

Quando permitimos o Estado de São Paulo mutilar a Defensoria Pública, retirando dela o Fundo de Assistência Judiciária, e quando permitimos quebrar a autonomia funcional da Defensoria Pública, estamos de fato ferindo de morte a Constituição da República, que garante a esse organismo, que vai defender os pobres e necessitados e garantir a isonomia dos serviços judiciais. Essa é a essência e a nossa diferença. Por isso digo que nada temos contra. Pelo contrário. Sou advogado. Queremos uma OAB cada vez mais fortalecida, queremos advogados trabalhando no mercado cada vez com mais competência, e queremos que cada vez mais tenha mais mercado para o advogado trabalhar. É diferente. Cabe exclusividade à Defensoria Pública a defesa dos necessitados. É isso que estamos fazendo ao defender que esse projeto não entre em pauta porque o que queremos é fortalecer a Defensoria Pública, fazer mais concursos públicos para ampliar o número de defensores públicos no Estado de São Paulo, porque assim vamos assegurar o acesso isonômico à Justiça. Sem uma Defensoria Pública com autonomia funcional, com dedicação exclusiva do seu tempo de trabalho, do seu potencial intelectual para defendermos pobres e necessitados desse estado, a democracia brasileira será manca e incompleta.

Por isso estamos aqui parabenizando esta Casa por tirar da pauta esse projeto. Por isso estamos aqui parabenizando a Defensoria Pública por sua capacidade de mobilização, porque foi através dela que conseguimos sensibilizar o conjunto dos deputados para voltar a debater esse tema com mais tranquilidade e serenidade no ano que vem. Queremos que a resultante desse debate seja o fortalecimento da Defensoria Pública como órgão exclusivo de defesa dos pobres desse estado. (Manifestação nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Em votação.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, peço a palavra para encaminhar a votação pela liderança do PSOL.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Tem V.Exa. a palavra pelo tempo regimental.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, público aqui presente, telespectador da TV Assembleia, venho a esta tribuna para encaminhar contrariamente à aprovação do PL 840, que trata da criação da São Paulo Previdência Complementar que para nós, na prática, não passa de uma privatização da previdência dos servidores públicos. É isso que entendemos. Tanto o PL 840 como também o PL 1992, de autoria do governo federal, que tramita no Congresso Nacional, tratam do mesmo tema: a privatização. Ambos os projetos têm como meta central criar superávit fiscal para o pagamento dos juros da dívida pública. É isso que está em jogo no Brasil.

Sabemos que no nosso país de quatro em quatro anos tem uma reforma da previdência, e sempre contra os trabalhadores, tanto da iniciativa privada quanto do serviço público. Estamos assistindo a mais uma previdência que vem disfarçada com esse nome de Previdência Complementar. Não vamos cair nessa cantilena. Faço um apelo aos deputados para que votem contrariamente a esse projeto. Até porque a grande cantilena é que, por exemplo, o projeto é importante porque o servidor público já tem hoje direito à aposentadoria integral. Isso é um mito. Isso não existe na prática.

Conhecemos muito bem, principalmente aqui em São Paulo, a política de arrocho e compressão dos salários e a política organizada pelo PSDB, de gratificações e bonificações e de destruição do salário-base dos servidores do Estado de São Paulo. Quando o servidor se aposenta, ele se aposenta com salário-base, não tem incorporação de gratificação, de bonificação, de premiação. Ele se aposenta com salário às vezes muito mais baixo do que o trabalhador da iniciativa privada. Temos que destruir esse mito de que existe aposentadoria integral para os servidores do Estado de São Paulo. Na prática ela não existe. Então, o projeto perde aqui o seu discurso, perde o seu fundamento.

Uma outra questão colocada para justificar a aprovação dessa proposta é a questão de que a Previdência é deficitária, que a Previdência está em crise. Isso não é verdade, tanto do ponto de vista federal como do ponto de vista do Estado de São Paulo. Aqui em São Paulo nós sempre lembramos que o Estado deve mais de 100 bilhões de reais para os servidores, um dinheiro que foi retirado historicamente do Ipesp, que sempre foi a carteira dos servidores do Estado de São Paulo, dos advogados, dos economistas, dos cartorários extra-judiciais.

O dinheiro dessa carteira foi sequestrado, foi retirado pelo Estado ao longo dos anos. E com isso temos uma dívida de 100 bilhões. O Estado tem que devolver o dinheiro para a Previdência dos servidores públicos. Então, a nossa carteira não é deficitária. O Estado tem que devolver o dinheiro.

Sabemos também que existe uma dívida bilionária com a Previdência social brasileira. O patronato não pagou, sonegou; as empresas, as autarquias que sonegaram também o dinheiro da Previdência. Não é o trabalhador que sonega, porque não há como ele sonegar: o desconto já vem no seu holerite, no seu pagamento.

Temos esse mito, que tem que ser destruído. A Previdência do Brasil na verdade não é deficitária. Existe a sonegação, a sonegação do Estado, das empresas, das autarquias. A própria Petrobras é sonegadora de dinheiro da Previdência, temos várias denúncias e vários relatórios mostrando isso. O próprio Ministério da Previdência já apresentou esses dados. E que história é essa agora, de cobrar dos trabalhadores da iniciativa privada e dos servidores? Nesse sentido, nós do PSOL nos posicionamos contra a aprovação do PL 840, que vai ser votado agora, aqui no plenário da Assembleia Legislativa, e que é contra os servidores do Estado de São Paulo, e nos posicionamos com muita coerência também contra o PL 1992/07, que também está no mesmo diapasão.

Aliás, o projeto do Governador Geraldo Alckmin é cópia, é inspirado no projeto Federal. Tem algumas diferenças, logicamente, mas é na verdade a farra das privatizações. Aqui em São Paulo temos essa epidemia de privatização. A Assembleia Legislativa votou, há alguns dias, a privatização do HC e agora estamos acompanhando o anúncio da entrega do Hospital Psiquiátrico da Água Funda, para uma Organização Social de caráter privado. É a privatização do Hospital Psiquiátrico de São Paulo, que é um centro de referência em saúde mental, que já realizou a última reforma psiquiátrica, que dá um atendimento humanizado para os pacientes. Esse hospital que é modelo hoje no Brasil será entregue para uma OS de caráter privado, e aquele projeto será destruído, vai se perder.

O mesmo acontece com - não posso deixar aqui de registrar - o fechamento da Escola Estadual de Música, unidade Brooklin, antiga Universidade Livre de Música, que está sendo destruída pela Santa Marcelina. Depois que essa organização assumiu a Universidade Livre de Música Tom Jobim, que era um centro de excelência no Brasil e no mundo, em ensino de Música, ela foi terceirizada, foi privatizada, foi entregue para a Faculdade Santa Marcelina, que destruiu o projeto original e está fechando vagas. Vai fechar agora a unidade Brooklin.

Nós pedimos a convocação do Secretário de Cultura, Andrea Matarazzo, e esperamos que ele reverta essa situação amanhã, aqui na Comissão de Educação e Cultura.

Temos vários exemplos de como o PSDB é ávido em privatizar, em entregar o patrimônio público para a iniciativa privada. O PSDB não pode ver, aqui no Estado de São Paulo, um órgão público funcionando, uma escola, uma entidade pública, que ele já entrega para as empresas, para as ONGs, para as Oscips, para as OSs, porque terceirizar, privatizar significa um grande negócio para essas entidades, ditas de caráter social, como também para o próprio Governo, que tem os seus benefícios. É dentro desse contexto que a Assembleia Legislativa vai votar mais um projeto privatista.

Não posso me esquecer de dizer que o Governador Geraldo Alckmin anunciou também a possível privatização dos parques estaduais, as cavernas e cachoeiras estaduais. Uma pessoa paga hoje dois reais para visitar a Caverna do Diabo, e vai ter que pagar 10 ou 20 reais, com a privatização. O Governador vai entregar as nossas cavernas, cachoeiras e parques estaduais para as ditas OSs e Oscips.

É privatização, é terceirização. É o Estado se ausentando da sua função, da sua responsabilidade, vai se livrando da administração de áreas essenciais para a população. É só pegarmos aqui a Secretaria da Cultura, que tem metade do seu orçamento comprometido com as terceirizações. Ela entrega todos os equipamentos para as OSs de caráter privado. O Estado vai se desresponsabilizando de administrar. Essa tem sido a prática histórica do PSDB no Brasil, e sobretudo aqui em São Paulo. É uma privatização do Estado, que é realizada através dessas Oscips, de ONGs, de OSs, de Fundações, principalmente nas nossas três Universidades públicas. É o desmonte do Estado a todo vapor.

É lamentável que a Assembleia Legislativa seja cúmplice de todo esse crime, impetrado contra o patrimônio público e contra os serviços do Estado de São Paulo. Nós, do PSOL, somos contra o PL 840 e em Brasília tanto a nossa bancada na Câmara dos Deputados como no Senado Federal também votará contra o PL 1992/07, que privatiza também a Previdência Federal.

Repito, ambos os projetos têm como objetivo central criar superávit fiscal para o pagamento dos juros da dívida, às custas dos salários dos servidores públicos. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Sr. Presidente, para encaminhar pelo PTB.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Campos Machado, para encaminhar pelo PTB, pelo prazo regimental.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Sr. Presidente, nobre Deputado Barros Munhoz, dos melhores Presidentes que esta Casa já teve, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, verifico que as andorinhas já bateram asas, já foram.

Deixaram a galeria ouvindo as manifestações ardorosas dos Deputados da Bancada do PT. Diz o Deputado Enio Tatto que a Defensoria saiu vitoriosa, tão vitoriosa que aquela arrogância de início caiu por terra. Já estão conversando. Já estão dialogando. Vejam a diferença de comportamento. Poderia pedir que viessem 20 mil advogados aqui, mas preferi não expor esta Casa.

O Deputado Enio Tatto falava demonstrando um ar de vitória, quando a derrota se mostra no horizonte, quem é essa Defensoria Pública, Deputado João Caramez? Por que o PT e o PSOL se arvoram falando em princípios? Quais são os princípios que norteiam a Defensoria Pública? Defender os mais carentes? Defender os mais humildes, que era a obrigação dela? Não. A Defensoria agora se julga acima do bem e do mal. Com 500 defensores públicos, pretende fazer com que um milhão de processos anuais possam ter assistência judiciária.

Fala-se no aspecto constitucional. Canta-se em prosa e verso o artigo público na “Folha de S.Paulo” de hoje do ex-Ministro José Carlos Dias. Espero que meu artigo saia na quinta-feira. Onde está a inconstitucionalidade? Ao contrário do nobre Deputado João Antonio, meu amigo, a quem quero fazer um elogio, um guerreiro, um lutador, um vencedor, temos divergências sobre esse aspecto. Não acho que é inconstitucional. O Poder Executivo é quem responde pela garantia da extrajudiciária aos mais humildes, aos mais carentes.

Sabe, Deputado Gil Arantes, mais de 160 Câmaras Municipais decidiram por unanimidade da necessidade de ter a OAB defendendo os mais carentes, os mais humildes. Até em Araraquara, terra do meu amigo Deputado Edinho Silva, presidente estadual do Partido dos Trabalhadores, leio esta nota: “O projeto de lei que redefine o comando do convênio entre Defensoria Pública e OAB parece que criou um racha dentro da Bancada do PT na cidade. Uns apoiam o Edinho, outros abandonam o barco.”

Fui a Mogi das Cruzes ontem, em reunião com os três presidentes do PTB municipal, PP municipal e o PT. O presidente do PT municipal, pré-candidato a prefeito da cidade, lamentava o comportamento da bancada petista. O presidente da OAB de Mogi das Cruzes, Deputado Alencar Santana, seu aliado, não é meu aliado, dizia ser contrário à posição da Bancada do Partido dos Trabalhadores. Como é possível?

É inadmissível, Deputado Alex, que 51 mil advogados que representam os mais pobres - parece que o PT não gosta mais de pobre, de humildes, uma palavra pela qual o PT tem repugnância agora, pois frequenta as páginas da Sonia Racy, do jornal “O Estado de S.Paulo”. Deputada Analice Fernandes, preste atenção nas colunas de Sonia Racy e Mônica Bergamo, ressaltam o PT, o ex-partido dos pobres, o ex-partido dos carentes. Deputado Celso Giglio, V. Exa. acha que é justo submeter uma população carente e humilde a 500 defensores públicos, quando são necessários 10 mil?

E o fundo? É bom que se diga, o PT está dando uma interpretação equivocada a esse fundo. Esse fundo não pertence à Defensoria. É usado e utilizado - ou deveria ser usado e utilizado - para o convênio com a OAB. Mas estão fazendo convênios agora. A Defensoria Pública tem 17 convênios agora. Convênios com faculdades particulares. Desde quando um estagiário tem condição jurídica de defender um carente, um humilde, um pobre? A se julgar pela arrogância, pensam os defensores públicos que lá só tem Márcio Thomaz Bastos, só advogados de renome.

Imaginemos um crime: uma tentativa de furto de uma caneta num supermercado lá em Rifaina. O autor é preso, autuado em flagrante delito. A caneta era para seu filho estudar à noite. Onde vai achar um defensor público para patrocinar a defesa dessa pobre mãe que furtou uma caneta BIC do supermercado? Não tem defensor público. Quem vai defender essa pobre mãe? Até o defensor público chegar a Rifaina, essa mulher já foi condenada e já cumpriu sua pena. O problema é político? É político sim. Não podemos entender qual é o raciocínio lógico e racional que justifica, que embasa, que alicerça essa defesa radical da Defensoria Pública. Querem o quê? Já disse várias vezes: o poder do Ministério Público. Querem ter o poder do Ministério Público.

Dia desses dizia que a Defensoria Pública propôs uma ação contra um prefeito da capital, pretendendo que um córrego da Zona Leste pudesse ter uma solução radical. Quem é que tem essa obrigação, Deputado João Antonio? Vossa Excelência é jurista, sabe muito bem que é competência do Ministério Público. Mas do jeito que os deputados petistas desfilaram aqui hoje por esta tribuna, dá-se a impressão de que os defensores saíram como vencedores. O que é isso, minha gente? Onde está a vitória dos senhores defensores? Quanta coisa surgiu à tona? Quantos fatos foram revelados? Quanta inconsequência se desenhou no horizonte?

Sr. Presidente, há seis meses visitou esta Casa o Prefeito do PTB Aidan Ravin. Estava sem gravata. Foi saudado pelo Deputado Vinicius Camarinha. Mas eis que o Deputado Adriano Diogo pediu a palavra e disse que o Prefeito Aidan Ravin não estava vestido adequadamente porque a Mesa corresponde ao prolongamento do Plenário.

Mas na última quarta-feira, visitou esta Casa o Vereador Professor Edgar Nóbrega, do PT de São Caetano do Sul, acompanhado do Deputado Donisete Braga. Esta é a Casa do Povo, não podia criar um constrangimento ao Deputado Donisete Braga e ao Vereador do PT. Mas o Deputado Adriano Diogo - há quatro meses quero falar isso - criou um constrangimento, questionando a vestimenta, a falta de gravata do Prefeito Aidan Ravin. Essa é a bancada que defende a Defensoria Pública. Arrogância com arrogância só pode dar, efetivamente, em vaidade.

 

A sra. Rita passos - PSD - Sr. Presidente, peço a palavra para encaminhar a votação pela Bancada do PSD.

 

O SR. PRESIDENTE - Barros Munhoz - PSDB - Tem a palavra a nobre Deputada Rita Passos.

 

A sra. Rita passos - PSD – SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público que nos assiste pela TV Assembleia. Gostaria de dizer o quanto estou triste pelas acusações feitas por um jornal da Cidade de São Paulo, que mencionou que eu realizei uma contratação ilegal nesta Casa.

Manoel Davi é vereador e exerce a função de auxiliar parlamentar, lotado em meu gabinete. Esclareço que, na ocasião dessa contratação, perguntei ao RH da Assembleia Legislativa se tinha algum problema em contratá-lo. A Assembleia informou-me que não havia nenhuma ilegalidade nisso. Não satisfeita em fazer uma consulta verbal, solicitei também uma certidão que esclarecesse isso, se eu estava fazendo alguma coisa ilegal ou não na contratação de um vereador em meu gabinete. Solicitei um documento certificando que ainda exercendo o mandato de vereador no Município de Tietê, havendo compatibilidade dos horários, seria possível acumular as funções.

Na Câmara Municipal de Tietê, são realizadas sessões nas três primeiras segundas-feiras do mês. O inciso III, do Art. 38, da Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988, mostra que não existe, nesse caso, nenhuma ilegalidade. O acúmulo de funções pode ocorrer com advogado, com médico. Inclusive, há deputados que são médicos e, em algum período do dia, atendem em seus consultórios. Da mesma forma, os advogados, as pessoas que trabalham em rádios. Não há problema algum nisso, desde que não prejudique o trabalho na Casa.

O jornal que fez a matéria não buscou fontes que dessem base jurídica. Em nenhum momento, fui procurada por esse veículo para prestar esclarecimentos sobre essa contratação. Simplesmente, colocaram uma matéria que me prejudicou bastante. Na minha região, as pessoas que estão mais perto de mim vieram falar comigo como se eu tivesse feito uma coisa ilegal - e eu não fiz nada ilegal. Se há algo que prezo é a organização e as coisas certas. E assim, como já falei, fiz desse jeito.

Só não entendo por que o jornal me escolheu para essa matéria. Certamente, ele deu ouvido a uma fonte que quis me prejudicar, alguém que não gostasse do Vereador, alguém que não gostasse de mim ou alguém que não gostasse desta Casa. Senti-me prejudicada moralmente perante a população pela forma expressa, dizendo que foi uma Deputada que comete atos ilícitos. Isso não é verdade.

Peço que a câmera focalize a certidão que solicitei no momento da contratação. Vocês podem ver que a data foi a da ocasião da contratação. Não foi agora que fui atrás para buscar algum respaldo. Na ocasião, já me orientei, perguntei se podia ou não e não vejo, realmente, nenhuma imoralidade nisso.

Gostaria que esse jornal mostrasse a verdade, que esse jornal esclarecesse que eu não fiz nada de errado. Do jeito que foi escrito, dá a impressão que esta Casa é uma bagunça e que esta Deputada fez algo ilegal, o que não é verdade. Temos documentos dizendo que não tem nenhum problema, até porque o Vereador tem uma função e pode ter outra atividade para os seus rendimentos, desde que não prejudique o trabalho.

Como já disse, gostaria muito que esse jornal se retratasse comigo, já que tive prejuízo moral devido à informação incorreta. Obrigada.

 

O SR. PEDRO BIGARDI - PCdoB - Sr. Presidente, como vice-Líder da Minoria, indico o Deputado Luiz Claudio Marcolino para encaminhar pela Minoria.

 

O SR. PRESIDENTE - Barros Munhoz - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino.

 

O SR. Luiz Claudio Marcolino - PT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, em relação ao Projeto 840/2011 é importante o debate e o posicionamento da nossa bancada.

Começamos o ano de 2011 muito bem, com dois debates. Um deles era o das prerrogativas legislativas, no qual todas as bancadas apresentaram que a atuação do Legislativo Paulista estava abaixo não só da capacidade da nossa legislatura, mas também que éramos podados para legislar em relação a vários itens do nosso Estado.

Na sequência, debatemos a necessidade da criação da Região Metropolitana da Grande São Paulo. A bancada de oposição - o Partido dos Trabalhadores, o PSOL, o PCdoB - foi construindo um entendimento de que era necessário pensar em outra forma de fazer ações na Assembleia Legislativa. Essa primeira lei, mais debatida, mais aprofundada, criou a condição de irmos a vários municípios, de várias regiões, e mudarmos completamente a proposta que tinha vindo do Executivo.

Primeiro mandato, assumido no dia 1º de março, imaginava que essa seria a tônica da Assembleia Legislativa. A partir de projetos que o Executivo encaminhou a esta Casa ou a partir de projetos apresentados pelos deputados, faríamos adaptações, melhoras e criaríamos condições da população do Estado de São Paulo ser muito bem representada.

Sendo assim, o primeiro semestre foi rico. Concluímos o primeiro semestre aprovando, pela primeira vez na história, pelo menos nos últimos anos, uma LDO de forma consensual - todos os partidos e líderes -, conseguindo apresentar algumas diretrizes fundamentais para o exercício de 2012.

Vamos agora concluindo o primeiro ano desta legislatura e vamos percebendo que as coisas vão mudando ao longo do tempo. Fizemos várias audiências públicas discutindo Orçamento do Estado e debatemos nesta Casa os projetos da Educação, da Saúde, da Defensoria Pública, da Polícia Militar. Quero fazer um paralelo com o início do mandato e o que vem acontecendo no segundo semestre. Estamos hoje aprovando um projeto que todos reconhecem que tem imperfeições: as mulheres que serão penalizadas, os futuros aposentados que ficarão cinco, sete, 12 anos sem receber a aposentadoria complementar. E nós propusemos o seguinte nesta Casa: “Vamos construir um fundo que garanta a aposentadoria enquanto vida tiver para o trabalhador e para a trabalhadora.”

Queremos reestruturar o projeto criando condições para que as mulheres não sejam prejudicadas no projeto que ora será apreciado nesta Casa. Veja: vem o projeto para a criação da Região Metropolitana e houve entendimento da necessidade de se valorizar o Legislativo do Estado de São Paulo. Houve alterações, debates e construímos um projeto de lei reestruturando a Região Metropolitana, que agora é referência; fizemos todo um debate para o Funcionalismo do Estado de São Paulo, e hoje percebemos no Orçamento que daria para ter feito muito mais do que foi feito; daria para ter melhorado a carreira da Polícia Militar, da Educação, dos trabalhadores da Saúde pública; daria para ter repensado na estrutura total da Defensoria Pública; e assim por diante.

Amanhã iniciaremos o debate do Orçamento na Comissão de Finanças e Orçamento. Conversamos há duas semanas com secretários responsáveis pela área. Pegando as audiências públicas do Legislativo e do Executivo, percebemos que há vários itens em que os prefeitos apontaram como sendo de referência para o trabalho na região. E a população apresentou uma série de itens. Qual era a intenção? Pegue o que foi consensual, ou que tenha possibilidade de implementação do orçamento descentralizado e regionalizado a partir da audiência pública. Vamos aí construir um orçamento voltado à população do Estado de São Paulo. O que vemos hoje em relação ao Projeto 840, da Previdência Complementar? Que a maioria dos deputados e líderes partidários sabe que a mulher será prejudicada, que os futuros aposentados serão prejudicados. No Orçamento é a mesma coisa. Todos os deputados foram à audiência pública e ouviram sugestões da população. E agora a relatora apresenta um projeto que não leva em consideração o que foi debatido nas audiências públicas.

Começamos tão bem o ano de 2011 e poderíamos ter concluído na mesma proporção. Se houve vontade política em discutir a Região Metropolitana, de construir uma LDO de forma consensual, é porque tinha diretrizes que dialogavam com toda a base social do Estado de São Paulo. E existem diretrizes em relação à Previdência Complementar e então deveria ter o mesmo entendimento e encaminhamento. Não queremos prejudicar as mulheres, a maioria dos deputados não deseja isso, mas vai aprovar o projeto que, depois de 35 anos de contribuição, de 25 anos de fundo, os homens e as mulheres do Estado de São Paulo, servidores e servidoras públicas, serão penalizadas porque terão sobrevida e não terão aposentadoria complementar.

É este o debate que está colocado na Casa. Foram três meses de trabalho árduo, com a comissão indo de cidade em cidade, e todos os deputados participaram do Orçamento no Estado de São Paulo. E agora vem um orçamento de 100 milhões de reais para remanejar em todas as áreas: Agricultura, Saúde, Educação. São vários itens.

Poderíamos acabar o ano de 2012 bem, do mesmo jeito que se iniciou. O Deputado Campos Machado demonstrou que é possível construir algumas ações e conseguimos tirar o Projeto da Defensoria Pública do debate. E o debate da Previdência Complementar poderia ser jogado para o ano de 2012. O projeto em Brasília, que trará alterações e que vai beneficiar os homens e as mulheres no fundo de sobrevivência, não foi aprovado ainda. Então por que não esperar até 2012, do mesmo jeito que houve acordo para Defensoria?

É isso que muitas vezes vai demonstrando para o Estado de São Paulo, para os servidores, que poderíamos ter mais força. É isso que vai desgastando o Parlamento. Quando podemos mostrar a nossa força para a população para o Funcionalismo do Estado de São Paulo, que o Parlamento do Estado pode fazer a diferença, a gente abaixa a cabeça para o Executivo. É o que está acontecendo com o Projeto de lei 840, da Aposentadoria Complementar. Poderíamos deixar para o ano que vem e fazer as alterações necessárias. O debate do Orçamento, que começará amanhã, foi consensual nas audiências públicas para fortalecer as regiões, a contrapartida no Iamspe, para discutir a data-base do funcionalismo, para melhorar o investimento na Saúde e na Educação.

Tudo isso é consenso entre os deputados de todos os partidos, mas quando chega hora de votar, os partidos abaixam a cabeça para o Governador e votam o projeto do jeitinho que o projeto foi encaminhado. É por isso que o Partido dos Trabalhadores é contrário ao Projeto 840, que começa a ser apreciado daqui a pouco. Poderia deixar para o ano que vem e fazer algumas alterações que de fato beneficiaria a população do Estado de São Paulo. Deixamos a Defensoria para o ano que vem porque sabíamos que o projeto era polêmico, tinha problemas e que não seria um debate tranquilo. E as bancadas tiveram sabedoria e deixaram para o ano que vem.

O Projeto 840 da Previdência Complementar também é polêmico. Tínhamos então de ter maturidade e votar os projetos de acordo com a vontade do Parlamento, dos deputados, dos trabalhadores que querem mudança significativa para o Legislativo paulista. E a forma de fazer isso é aprovando os projetos de lei que beneficiam o Estado de São Paulo, com o Orçamento descentralizado, e o Projeto 840 de acordo com o entendimento dos deputados da Assembleia Legislativa. Não queremos penalizar as mulheres e queremos criar o fundo de sobrevivência para garantir que homens e mulheres do futuro não sejam penalizados. Por isso, a bancada do PT votará contrário ao projeto ora apresentado.

 

O SR. PEDRO BIGARDI - PCdoB - Sr. Presidente, para encaminhar pela Liderança do PCdoB.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Bigardi, para encaminhar, pela Liderança do PCdoB.

 

O SR. PEDRO BIGARDI - PCdoB – SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público presente, telespectadores da TV Assembleia, este projeto já foi amplamente debatido, foram mais de seis horas de discussão e agora novamente nos encaminhamentos, mas quero deixar clara a posição do PCdoB em relação ao Projeto de Previdência Complementar.

Algumas polêmicas surgiram no projeto e uma delas é a questão da retroatividade deste projeto. A Bancada do PCdoB é contrária à retroatividade e isso foi mantido no projeto. No entanto, não foi resolvida uma questão essencial no projeto aqui, bem abordada pelo Deputado Luiz Claudio Marcolino e, também, pelo Deputado Olímpio Gomes, quando da discussão deste projeto da aposentadoria das mulheres. Este projeto tem um diferencial em relação ao homem pela legislação e não vai ser totalmente contemplada.

A segunda questão, também muito bem colocada pelo Deputado Luiz Marcolino, a do Fundo de Sobrevivência. Já fizemos aqui diversos ensaios em relação a este projeto. A partir de certa idade, o servidor não teria condição de ser totalmente atendido pela questão da idade no projeto. Então, o Fundo de Sobrevivência seria exatamente criado.

Este o debate que está sendo criado nacionalmente. O Fundo de Sobrevivência seria criado para atender especificamente as mulheres e aqueles que têm 77 a 78 anos de idade. Infelizmente, essa discussão não aconteceu.

A alíquota do patrocinador subiria de 7.5% para 8, 8.5%, como o debate nacional está sendo feito, e não conseguimos atender essas questões. Portanto, o PCdoB vai ser contrário à aprovação deste projeto, até porque tem uma questão importante: foi acrescentado na emenda aglutinativa e não chegou ao Colégio de Líderes um artigo que diz que esse projeto pode ser implantado em até 240 dias; ou seja, em oito meses. Está lá colocado. Isso não estava na última emenda aglutinativa que chegou ao Colégio de Líderes.

Na publicação, chegou um artigo que fala em 240 dias. Ora, se pode implantar em até 240 dias, por que não esperar o fechamento da discussão nacional que pode acontecer hoje, amanhã, nos próximos dias e então seguirmos a regra nacional para poder atender o Fundo de Sobrevivência, a aposentadoria das mulheres e daqueles que têm uma idade avançada? Portanto, vamos ser contrário a este projeto de lei. Quero deixar aqui a posição do PCdoB exatamente firmada. Sr. Presidente, obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Para encaminhar a votação pelo PDT, tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários da Casa, cidadãos que nos acompanham pela TV Assembleia, cidadãos que estão aqui ocupando as galerias vigilantes para que as garantias do exercício da cidadania seja mantida, venho a esta tribuna para ratificar a minha posição frontalmente contrária a este PL nº 840, exatamente porque estamos partindo para criar um Fundo de Previdência Complementar e que ele vá atingir todos os servidores de todos os Poderes a partir da sanção desta lei.

Então, o nosso intuito é fazer uma lei que dure pelo menos 30, 35, 40, 100 anos. Já foi assim na criação da SPPrev, só que na SPPrev tivemos um debate mais amplo, quase três anos de debate. Eu não era parlamentar nesta Casa quando se iniciou a discussão. No final do processo, eu já era parlamentar e pude verificar que para a criação da SPPrev, mais uma vez o servidor público foi penalizado pela incompetência da gestão de 50 anos, penalizado pela malversação de recursos públicos.

Eu recordo que tinha um próprio do Ipesp, na Av. Tancredo Neves, onde funcionava um bingo já clandestino e alguns anos sem pagar o aluguel.

Em todo aparelhamento do Estado que foi feito a partir dos anos 60, com a construção de quartéis, fóruns, delegacias de polícia, escolas com o recurso da Previdência, acabaram por gerar um imenso passivo atuarial, que ainda está por ser equacionado.

Estamos com um projeto bastante semelhante tramitando no Congresso Nacional, mais precisamente na Câmara dos Deputados Federais. O rolo compressor governamental assim quer e a Assembleia Legislativa, infelizmente, continua a se prostrar diante do poder imperial do Palácio dos Bandeirantes.

Vamos votar o projeto que ainda, em decorrência da lei federal, pode ter implicações neste projeto, mas, mesmo assim, vamos votá-lo. Vou votar contra a questão que não está resolvida, hoje.

Os jornais estão dizendo que o Governo Federal, o Poder Executivo, está aquiescendo para que se vote o projeto com a alíquota de 8%, podendo chegar a 8.5%, justamente para ter a possibilidade da criação do Fundo de Sobrevivência, como disse o Deputado Luiz Claudio Marcolino.

Se não tivermos esse fundo, podemos criar ao longo do tempo a figura do desaposentado ou do aposentado parcial porque aquele que sobreviver e chegar a uma elevada idade, vai chegar o momento em que a sua conta complementar será extinta para ele ficar garantido no teto da Previdência.

Em relação às mulheres que têm a aposentadoria especial: “Ah, mas temos poucas categorias”. Professoras, por exemplo, ela já tem um salário miserável. Mas será que não chegaremos um dia onde teremos o reconhecimento do valor dos profissionais da Educação, que já tiveram no passado, e que possam ter, sim, os professores do Estado o reconhecimento salarial igual a outras categorias do Estado valorizadas pela importância para a sociedade?

O que vai acontecer em relação às mulheres que tiverem a sua aposentadoria especial? Aí, faço um apelo às 11 Deputadas, do sexo feminino, desta Casa. Quero saber se elas irão votar contra o projeto porque estarão votando contra as mulheres que vão ter que contribuir por muito mais tempo, cumprindo um pedágio de cinco, dez anos. Sei que pouca importância tem o que qualquer parlamentar fale no encaminhamento de projetos, mas tomara que a consciência de cada um dos parlamentares possa provocar em cada um dos senhores e senhoras pelo menos uma reflexão: da injustiça que vão praticar logo mais, porque vamos votar o orçamento, porque vamos encerrar o ano, porque o Governo quer. Talvez tenhamos a definição da alíquota de 8% no projeto federal ainda hoje na Câmara dos Deputados, talvez oito e meio. Mas não!

O Governador quer porque quer que seja votado hoje para que o Estado de São Paulo seja o primeiro estado a criar a previdência complementar. E aí a regulamentação para 240 dias. Por que não aguardamos o trâmite da legislação federal para verificar exatamente qual a alíquota da contribuição previdenciária que deverá ser adotada no País? Que não vai ficar no 7,5% para constituir esse fundo de sobrevivência para garantir os idosos, para garantir as mulheres. Eu não dormiria de consciência tranquila se não viesse a esta tribuna manifestar a minha convicção de que estaremos cometendo um grande equívoco ao aprovar este projeto desta forma. E para reparar graves injustiças muito brevemente teremos - ou vamos sonhar - a possibilidade de em algum momento algum governo encaminhar para esta Casa um projeto equilibrado atendendo a todos os segmentos e ao longo do tempo ir equilibrando essa difícil equação da previdência dos servidores.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Continua em votação.

 

O SR. SAMUEL MOREIRA - PSDB - Sr. Presidente, peço a palavra para encaminhar a votação.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Tem V. Exa. a palavra para encaminhar a votação.

 

O SR. SAMUEL MOREIRA - PSDB – SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, a previdência é algo muito sério, precisa ser tratada com muita responsabilidade. O Governo enviou este projeto bastante preocupado com a situação da previdência no Estado de São Paulo. É importante destacar que a previdência é um problema nacional. Estou aqui inclusive com as páginas amarelas da Veja onde o Ministro da Previdência faz algumas considerações. Ele diz: “Meu primeiro objetivo é aprovar o projeto da previdência que transforma a previdência do servidor público federal. As resistências hoje existentes são dos sindicatos e dos parlamentares ligados a eles. É uma forma distorcida de ver o problema. Os sindicatos que deveriam ser de esquerda às vezes são mais conservadores que os conservadores de direita.”

Por que o ministro diz isso? Por que do projeto do Governo de São Paulo? Porque é preciso enfrentar o problema da previdência. Hoje o déficit da previdência é de nove bilhões. Todo ano o Governo coloca nove bilhões para cobrir o que se arrecada da contribuição com o benefício que é cedido aos aposentados. Não tem sustentabilidade nenhuma. E cresce 10% ao ano. Novecentos milhões por ano. Por quê? Porque a população está envelhecendo, graças a Deus, a população está vivendo mais. Em 2000 a população de idosos era de 14 milhões; em 2010 vinte milhões. A expectativa é de que em 2050 sejam 64 milhões.

Eu falei do déficit do Estado de São Paulo, que é de nove bilhões, mas vou falar agora um pouquinho do déficit nacional. O déficit que o Governo Federal banca é de 91 bilhões só com o funcionário público federal, crescendo a 10 por cento. É preciso enfrentar. Previdência é coisa séria e São Paulo está enfrentando dessa forma, enviando um projeto sério, bem discutido, bem avaliado e que contempla toda categoria do servidor público: Tribunal de Justiça, Ministério Público, universidades, Governo do Estado. Então encaminho no sentido de que os deputados da base aliada e também deputados de outros partidos votem favoravelmente a este projeto.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Em votação a Emenda Aglutinativa Substitutiva nº 58/11. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo queiram permanecer como se encontram. (Pausa.) Aprovada.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, requeiro uma verificação de votação.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - O pedido de V. Exa. é regimental. Esta Presidência vai proceder à verificação de votação pelo sistema eletrônico. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que forem favoráveis deverão registrar o seu voto como “sim”, os que forem contrários como “não” ou registrar abstenção em seus terminais.

Enquanto aguardamos os quatro minutos a Presidência quer registrar com muita satisfação a visita a esta Casa do Ministro da Saúde Alexandre Padilha. Aliás, esta Casa tem desenvolvido diariamente um sem número de atividades importantes. Pena que a imprensa só registre as atividades de plenário, como se o deputado só fizesse isso, como se não participasse das reuniões das comissões permanentes, não participasse das reuniões de comissões temporárias, de frentes parlamentares, de audiências, de luta em favor das cidades onde ele é votado, enfim. Mais do que nunca temos tido aqui discussões profundas, discussões sérias a respeito dos mais importantes assuntos do nosso Estado e do nosso País.

Quero parabenizar a Casa por ter exigido que duas vezes por ano os Secretários de Estado aqui estejam. Quero parabenizar a bancada do PT pela iniciativa de ter trazido na semana passada o Ministro da Justiça e nesta semana o Ministro da Saúde, duas pastas extraordinariamente importantes. Sem falar dos outros ministros que já estiveram aqui também. Fico muito feliz de poder fazer este registro, especialmente o da vinda do dinâmico e combativo Ministro Alexandre Padilha.

 

O SR. ENIO TATTO - PT – PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, quero parabenizá-lo pela forma como conduziu esse processo da negociação da defensoria pública com a OAB do Estado de São Paulo. A retirada de pauta deste projeto deve-se muito à Assembleia Legislativa sob sua Presidência.

Parabéns pela sua condução.

 

* * *

 

- É feita a verificação de votação pelo sistema eletrônico.

 

* * *

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, para declarar que a bancada do PSOL está em obstrução.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - Sr. Presidente, para declarar que a bancada do PT está em obstrução.

 

O SR. PEDRO BIGARDI - PCdoB - Sr. Presidente, para declarar que a bancada do PCdoB está em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Srs. Deputados e Sras. deputadas, participaram do processo de votação 80 Srs. Deputados: 57 votaram “Sim”, 22 votaram “Não”, este deputado na presidência, não sendo registrada nenhuma abstenção. Resultado que aprova a Emenda aglutinativa Substitutiva nº 58, de 2011.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - Sr. Presidente, para comunicar que a bancada do PT justificará seu voto contrário por escrito.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - É regimental a manifestação de V. Excelência.

O Projeto de lei 840/11 salvo emendas fica prejudicado, e as emendas de nº 1 a 57 também.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - Sr. Presidente, passo a ler declaração de voto da Bancada do PT ao PL 840/11.

“A Bancada do Partido dos Trabalhadores expressa, nesta declaração de voto, as razões de seu voto contrário ao Projeto de Lei nº 840, de2011.

O Governador do Estado enviou o Projeto de Lei n° 840, de 2011 à Assembleia Legislativa do Estado, pretendendo instituir o regime de previdência complementar no âmbito do Estado de São Paulo, fixar o limite máximo para a concessão de aposentadorias e pensões de que trata o artigo 40 da Constituição Federal, e a criar entidade fechada de previdência complementar, na forma de fundação, além de outras providências correlatas.

No prazo regimental, foram apresentadas 57 emendas, das quais 31 da Bancada do PT. Nove delas foram sugeridas pelas entidades representativas da totalidade dos servidores públicos do Estado de São Paulo: FESSP-ESP (Federação dos Sindicatos dos Servidores Públicos do Estado de São Paulo); FESPESP (Federação das Entidades dos Servidores Públicos do Estado de São Paulo; e FENALE (Federação Nacional dos Servidores dos Poderes Legislativos Estaduais e do Distrito Federal).

O Projeto de Lei n° 840, de 2011 decorre da necessidade de o Estado de São Paulo obedecer ao disposto no artigo 40 da Constituição Federal e nas Leis Complementares Federais n° 108 e 109, de 2001, que estabelecem os parâmetros e as diretrizes gerais de implantação da previdência complementar pelos entes da Federação.

O PL 840/2011 foi aprovado na forma da emenda aglutinativa proposta, cujo texto incorporou as emendas nºs 28, 30, 32, 46 e 51, apresentadas pela Liderança do Partido dos Trabalhadores. Eis o resultado da contribuição do PT ao aperfeiçoamento do texto:

1.      os demonstrativos contábeis da SP-PREVCOM serão publicados no Diário Oficial e no sítio oficial da instituição e não apenas num dos locais;

2.      a possibilidade de o ex-diretor prestar serviços a qualquer órgão da administração pública, com garantia de remuneração equivalente à do cargo de diretor, durante  a quarentena, após o término do mandato;

3.      a previsão, na lei, da existência do Conselho de Ética e Conduta,com as principais regras: de confidencialidade dos dados, de prevenção de conflito de interesses e de proibição de operações dos dirigentes com partes relacionadas, prevendo-se a ampla divulgação do referido Código entre conselheiros, dirigentes, empregados e participantes assistidos;

4.      o modo como deverão ser prestadas as informações sobre as políticas de investimento, as premissas e hipóteses atuariais, a situação econômica e financeira, os custos incorridos na administração dos planos de benefícios e a situação de cada participante ou assistido perante seu plano de benefícios;

5.      a previsão de um programa de educação financeira.

Apesar disso, há vários outros aspectos que nos levaram ao posicionamento contrário:

 

1.      Pouco tempo para discussão do Projeto de Lei

 

Enquanto que, no âmbito federal, projeto com idêntico objetivo tramita no Congresso Nacional desde 2007 - o Projeto de Lei n° 1.992, de 2007, que tem por objetivo instituir o regime de previdência complementar no âmbito da União, voltado a atender os servidores públicos federais dos três Poderes – a Assembleia Legislativa tomou conhecimento do projeto estadual apenas no mês de agosto último, ou seja, tivemos apenas quatro meses para analisá-lo e deliberar sobre o tema.

Além de o projeto de lei federal já ter sido apresentado em 2007, havendo enorme tempo para conhecimento e análise por parte do Congresso Nacional, o governo do Presidente Lula e, agora, o governo da Presidenta Dilma têm mostrado disposição de dialogar tanto com os parlamentares federais, como com outros setores da sociedade, tendo promovido inúmeras reuniões e audiências com o objetivo de aperfeiçoar e propiciar avanços ao projeto originalmente apresentado.

Somente no dia 22 de novembro, o Diretor-Presidente da São Paulo Previdência – SPPREV, Carlos Henrique Flory, participou de reunião do Colégio de Líderes, no sentido de postular a aprovação do PL n° 840/2011. No dia 24 de novembro, fez nova reunião, com a presença de alguns assessores de mandatos e lideranças partidárias. No dia 29 de novembro, participou de audiência pública para expor os argumentos do governo do Estado, com vistas à obtenção de apoio à aprovação do PL 840/2011.

Tanto a reunião com assessores como a audiência pública tiveram pequena participação, ante o fato de as convocações terem sido divulgadas com curtíssimo tempo de antecedência e não ter havido qualquer esforço por parte do governo ou da base governista, para mobilização dos setores interessados.

 

2.      Fundo de sobrevivência

 

No plano federal, o Congresso Nacional, o Governo Federal e as entidades representativas dos servidores públicos negociam a criação de um “fundo de sobrevivência”, destinado a cobrir o pagamento do benefício naqueles casos de longevidade, quando o assistido sobrevive muito além do prazo previsto em seu plano de benefícios.

Na proposta apresentada pelo Governador do Estado de São Paulo, sequer se cogitou dessa possibilidade. Aquelas pessoas que viverem muito além do previsto no plano contratado passarão o final de suas vidas sem receber o benefício ao qual pensam ter direito através da previdência complementar.

 

3.      Compensação para mulheres e professores

 

Como as mulheres e aqueles que têm direito a aposentadoria especial, como os professores, contribuem por um tempo menor (30 anos), já que se aposentam com menor tempo de trabalho, ao final de sua carreira, quando começarem a receber o benefício contratado no plano de previdência complementar, terão reservas menores do que os homens e aqueles que contribuem por tempo maior (35 anos).

No âmbito federal, está-se discutindo a proposta de criação de um fundo para compensação da diferença d aqueles que contribuem durante 35 anos e aqueles que contribuem durante 30 anos para o Regime Geral de Previdência.

Para criar esse fundo de compensação, o governo federal estuda a possibilidade de elevar a alíquota de contribuição, quer dos participantes e assistidos, quer dos patrocinadores, para 8,5% (oito e meio por cento), ao invés de 7,5% (sete e meio por cento).

Este é outro ponto que foi esquecido na proposta aprovada aqui em São Paulo.

 

4.      Participação paritária entre representantes em todos os órgãos

 

Outro avanço da proposta federal em relação a estadual é o fato de que, lá, o governo federal prevê a participação paritária entre representantes dos patrocinadores e dos participantes assistidos, em todos os órgãos implicados na gestão da previdência complementar, desde a Diretoria Executiva, os Conselhos Deliberativos, os Conselhos Fiscais, tanto dos Comitês Gestores e de Investimentos, dos planos que vierem a ser criados.

Todas as emendas apresentadas pela Bancada do Partido dos Trabalhadores e que objetivavam a democratização da escolha dos membros dos Conselhos e da Diretoria Executiva e a garantia da paridade entre os representantes dos patrocinadores e dos participantes foram rejeitadas.

 

 

5.      Prazo para operação dos planos de benefícios

 

Outro problema relevante que merece destaque na proposta paulista é quanto ao prazo para operação dos planos de previdência. De última hora, a Emenda Aglutinativa Substitutiva apresentada ao Projeto de Lei n° 840, de 2011, e acatada pelo Plenário, embutiu um novo artigo 37, que alonga demasiadamente o prazo para operação dos planos de previdência. O prazo será de 240 (duzentos e quarenta) dias, contados da data da publicação da lei, para constituição e funcionamento da SP-PREVCOM, e mais 240 (duzentos e quarenta) para instituir e operar os planos de benefícios previdenciários complementares.

 

6.      Punição, em caso de atraso de pagamentos ou transferências

 

A lei federal prevê punição, na forma de pagamento de mora, em caso de atraso para pagamento ou transferência dos valores à entidade de previdência complementar, bem como sanções penais e administrativas aos responsáveis pelo atraso. No projeto aprovado nesta Casa não há qualquer dispositivo semelhante.

 

7.      Ausência de responsabilização do patrocinador, em caso de déficit futuro.

 

Em caso de eventual déficit futuro, não há previsão de cobertura por parte dos patrocinadores. A proposta aprovada contraria a Lei Complementar Federal nº 109, de 29 de maio de 2001, pois não prevê a intervenção, para resguardar os direitos dos participantes e assistidos, e muito menos a liquidação extrajudicial.

 

8.      Possibilidade de o participante se transferir para outros Poderes, no âmbito do Estado, ou para outros Estados.

 

Não fica clara, no texto aprovado, a garantia de a portabilidade do plano de previdência complementar se estender à transferência do participante para outro Poder, no âmbito do Estado, ou mesmo para outro Estado da Federação.

 

9.      Possibilidade de aguardar a aprovação da lei federal

 

Não bastassem essas substanciais diferenças, respeitadas a legislação superior, muito embora a legislação não obrigue o governo do Estado ao regime de previdência complementar dos servidores da União, seria boa medida que tivéssemos aguardado a aprovação da lei federal, que deverá ocorrer dentre do poucos dias, para aí, adequar a lei estadual aos avanços lá alcançados.

Os argumentos acima desenvolvidos justificam plenamente a posição da Bancada do Partido dos Trabalhadores contra a aprovação do PL nº 840, de 2011.

Deputado Enio Tatto - Líder da Bancada do PT”

 

 

 

O SR. PRESIDENTE – BARROS MUNHOZ – PSDB - Esta Presidência pede desculpas ao nosso querido Ministro, por ter terminado o processo de votação, mas tem a grande satisfação, já havia até dito isso, Ministro Padilha, de recebê-lo aqui no Parlamento paulista hoje. Vossa Excelência é um Ministro operoso, trabalhador, dedicado, cuja missão é extremamente difícil, complicada, complexa, talvez das mais difíceis do Brasil. Tem que tirar leite de pedra, mas V. Exa. tem correspondido com um trabalho muito dedicado, muito competente, muito árduo, muito esforçado. Receba as homenagens desta Assembleia Legislativa. (Palmas.)

Gostaria de franquear o microfone, para que V. Exa. faça uma saudação. É com muita honra que abrimos os microfones para Vossa Excelência.

 

O SR. ALEXANDRE PADILHA - Muito obrigado, Presidente Barros Munhoz. Agradeço a todos os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas, em especial à Comissão de Saúde, à Frente Parlamentar em defesa das Santas Casas, à Frente Parlamentar em defesa da Saúde e à Frente Parlamentar de combate ao crack e às drogas, que promoveram hoje uma reunião, no âmbito da Comissão da Saúde, juntando todas as Frentes.

Saúdo e agradeço a todos os Deputados que estiveram lá. É com muita alegria que vim apresentar o plano do Governo Federal de combate ao crack, plano de enfrentamento ao crack e outras drogas, construído com as Secretarias estaduais e municipais. Temos aqui no Estado de São Paulo a parceria com a Secretaria estadual de Saúde, com as Secretarias municipais de Saúde.

Saio daqui muito feliz, Sr. Presidente, porque os Deputados e as Deputadas nessa reunião da Comissão nos ajudaram a aprimorar ainda mais o plano. O Estado de São Paulo vai ter todas as condições de se unir em torno desse tema, unir-se com a sociedade, com um grande apoio dos parlamentares, para que possamos transformar em um tema de união aqui no Estado de São Paulo, independente das colorações partidárias, independente das opções que cada um possa ter.

Em primeiro lugar está a vida, de paulistas como nós, de jovens paulistas como nós, e temos, sim, condições de vencer essa guerra contra o tráfico, contra o contrabando e contra as drogas no nosso Estado e no nosso País.

Agradeço a esta Casa. É uma grande honra poder estar aqui neste momento no plenário. Um grande abraço a todos. (Palmas.)

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, gostaria de cumprimentar o Ministro, que vem sempre trazendo boas notícias para o Estado de São Paulo, e está fazendo um trabalho cada vez melhor no Ministério da Saúde. É um Ministro operoso, que desde quando era Ministro da Integração fazia um trabalho atendendo aos parlamentares e atendendo aos municípios. Parabéns, Ministro Padilha.

 

O SR. LUIZ CARLOS GONDIM - PPS - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Ministro, sou da Comissão de Saúde e gostaria de cumprimentá-lo pelo seu trabalho. Mas gostaria que V. Exa. levasse um pedido pela população que hoje fica mais velha no Brasil e no Estado de São Paulo.

Vaga zero para pacientes com câncer. O paciente com câncer tem que começar o tratamento imediatamente, como aconteceu com o nosso Presidente Lula. Estamos passando por problemas seriíssimos no Estado de São Paulo e no Brasil inteiro. Não temos vagas para quimioterapia, radioterapia e cirurgias oncológicas. Vossa Excelência leve este pedido da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Obrigado.

 

O SR. ALEXANDRE PADILHA - Certamente.

 

O SR. ORLANDO MORANDO - PSDB - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Ministro Padilha, como Líder do PSDB, queremos também fazer a nossa saudação e agradecer por sua vinda a São Paulo. Tenho certeza de que dentro do seu plano de trabalho V. Exa. tem que destacado, mas acima de tudo realmente São Paulo tem a maior população do País, e alguns querem levar o estigma de que tem recursos suficientes para fazer tudo, e não é verdadeiro.

Queremos dar as boas-vindas e cumprimentá-lo pelo trabalho. Ainda hoje esteve presente aqui o Tonico Ramos, ex-Presidente desta Casa, pleiteando em nome da Santa Casa de São Paulo, onde inclusive V. Exa. esteve. A Santa Casa de São Paulo é uma referência dentre tantas outras unidades hospitalares do nosso Estado, que precisam da ajuda do Governo Federal, principalmente no aumento do custeio.

Vossa Excelência sabe, conhece, é médico, é experiente, mas queremos fazer este registro. Agradecemos pelo seu empenho e principalmente, ao lado do Deputado Donisete Braga, que comanda a Frente Parlamentar do enfrentamento ao crack, da qual faço parte, juntamente com outros Deputados, para que realmente possamos focar essa epidemia que se alastra em São Paulo e no Brasil. Desejo a V. Exa. muita saúde e boa sorte à frente desses desafios. Um grande abraço.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, para agradecer ao Ministro que, além da boa gestão que está fazendo, é um Ministro presente, viajando por todo o Brasil, indo aos municípios, atendendo à população.

É inédito na Assembleia Legislativa que no primeiro ano como Ministro ele já veio à Assembleia debater com todos os Deputados, nas comissões e nas frentes, duas vezes em um único ano. É inédito na nossa Assembleia. Muito obrigado e parabéns. Sucesso lá.

 

O SR. ESTEVAM GALVÃO - DEM - PARA COMUNICAÇÃO - Em nome do DEM, com muito carinho, não apenas respeito pelo Ministro, porque respeito é obrigação, mas tenho razões de sobra muito fortes, laços de família, um irmão meu tem um relacionamento muito próximo ao Ministro, e me emociona até bastante quando falo.

O Ministro, hoje de uma forma desprendida, comentou com o Deputado Edinho e o pessoal do PT sobre esse relacionamento de amizade. Mas, antes até que eu soubesse de tudo isso, eu já comentava um dia, no gabinete do Presidente Barros Munhoz, sobre a competência do Ministro, sobre o trabalho que ele vem desenvolvendo, e principalmente um trabalho que ele faz suprapartidariamente. Ele se preocupa com o povo, com a qualidade de vida do povo, com a saúde.

Todos sabemos, principalmente os Deputados, que andamos pelos bairros, das dificuldades que esse povo tem para o acesso à Saúde. Essa iniciativa sobre o crack é a bola da vez, merece muito aplauso. Se nós, com os governos estaduais, com os municípios, se todos nos unirmos, por que não vamos acabar com o crack? Se o País está acabando com a fome, que seria muito mais difícil, nós vamos também acabar com o crack. Parabéns ao Ministro e a todos nós, e vamos juntos, vamos à luta. Obrigado.

 

A SRA. RITA PASSOS - PSD - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, em nome da Bancada do PSD queremos cumprimentar o Ministro Padilha. É uma honra recebê-lo aqui na Casa. Sua visita muito nos engrandece. Parabéns pela sua atuação, pelo seu trabalho.

A doença não pode esperar, e é preciso um trabalho forte. O crack mata em pouco tempo, e ficamos felizes em saber que o Ministro está se atentando a essa situação. Tenho a certeza e fé em Deus que ele vai reverter essa situação, porque tem garra, tem trabalho, tem atuação. É uma pessoa que está conosco ouvindo as pessoas, trocando ideias. Parabéns. Vossa Excelência está no caminho certo. Que Deus lhe dê muita saúde, para concretizar todos os planos do Governo.

 

O SR. ITAMAR BORGES - PMDB - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, quero agradecer ao Ministro. No movimento liderado por V. Exa., e que temos o privilégio de coordenar junto com esta Casa, com a Comissão de Saúde, que é a Frente Parlamentar das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos, tivemos conquistas, de mãos dadas com o Ministro e o Governo de São Paulo.

Agradeço em especial hoje pelo compromisso, que V. Exa. anunciou já para fevereiro, a Comissão de Saúde, a Frente Parlamentar das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos, Deputado Donisete Braga e todos os parlamentares da Saúde, para anunciar, diagnosticar e propor novas medidas de apoio às Santas Casas e Hospitais Filantrópicos. Parabéns e muito obrigado.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - PARA COMUNICAÇÃO - Ministro Padilha, em nome da Bancada de PDT gostaria de agradecer a presença de V. Exa. nesta Casa, os anúncios que fez de ações concretas que serão encaminhadas pela Pasta da Saúde, mas que transcende a todas as Secretarias de Estado da Saúde, a todas as Secretarias Municipais. Isso nos traz um grande alento. Ficamos extremamente felizes com sua vinda nesta Casa, com anúncios concretos. Foi de uma importância ímpar sua presença. Como membro da Frente Parlamentar de Enfrentamento ao Crack não participei nem da reunião do Colégio de Líderes porque sabia que V. Exa. traria grandes notícias, grandes investimentos e uma expectativa muito grande para que haja o tratamento digno a dependentes químicos não no Estado de São Paulo, mas em todo o nosso País. Sucesso e força na empreitada.

 

A SRA. VANESSA DAMO - PMDB - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, gostaria de cumprimentar o Ministro Padilha em nome da Bancada do PMDB e em nome de outro segmento que represento, a juventude. Sou a deputada mais jovem desta Casa. Hoje sabemos que muitos dos jovens estão se perdendo nesse caminho sem volta, o caminho da droga. Quero parabenizá-lo pela luta, pelo enfrentamento às drogas. Vossa Excelência hoje dá força a todos os deputados que fazem parte da Frente Parlamentar de Combate ao Crack. Quero parabenizar o nobre Deputado Donisete Braga, de Mauá, Deputado Itamar Borges, do PMDB. É uma luta justa. Certamente, onde há justiça, trabalho, há bons resultados. Pode contar comigo e com todos os demais deputados desta Casa. Parabéns.

 

O SR. PEDRO BIGARDI - PCdoB - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, em nome da Bancada do PCdoB quero cumprimentar o ministro e agradecer sua visita. A Deputada Leci Brandão, que representa a bancada, acompanhou toda a visita de V. Exa. na Casa. Quero cumprimentar a Frente Parlamentar de Combate ao Crack. Essa luta é de todos nós, todos os partidos e parlamentares. O crack tem sido um grande mal da nossa sociedade. Parabéns, ministro. Parabéns a todos os deputados.

 

O SR. ED THOMAS - PSB - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, quero agradecer a visita que o digno Ministro fez a Presidente Prudente entregando obras importantes. Vossa Excelência traz dignidade a este País com seu trabalho, pelo profissional que é, pela sensibilidade que tem. Estive com V. Exa. no Congresso do PSB em Brasília. Sua participação teve unanimidade de todos os líderes de todo o País. Muito obrigado. Força, ânimo e coragem.

 

O SR. JOSÉ BITTENCOURT - PSD - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças partidárias com assento nesta Casa, solicito a suspensão dos trabalhos 30 minutos.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - É regimental.

Srs. Deputados, Sras. Deputadas, esta Presidência, nos termos do disposto no Art. 18, inciso III, alínea “d”, combinado com o Art. 68, ambos da XIV Consolidação do Regimento Interno, convoca V. Exas. para uma reunião conjunta das Comissões de Constituição, Justiça e Redação, Finanças, Orçamento e Planejamento a realizar-se hoje, daqui a cinco minutos, no Salão Nobre da Presidência, com a finalidade de apreciar o Projeto de lei nº 1.139, de 2011, o Projeto de lei nº 1.140, de 2011, e o Projeto de Resolução nº 37, de 2011.

Ministro Padilha, leve o abraço, consideração, estima e respeito dos 94 deputados da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Um grande abraço.

Srs. Deputados, Sras. Deputadas, tendo havido acordo entre as lideranças, a Presidência acolhe o solicitado pelo nobre Deputado José Bittencourt e suspende a sessão por 30 minutos.

Está suspensa a sessão.

 

* * *

 

- Suspensa às 19 horas e 43 minutos, a sessão é reaberta às 20 horas e 15 minutos, sob a Presidência do Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Sras. Deputadas e Srs. Deputados, esta Presidência vai fazer a seguinte convocação:

Nos termos do Art. 100, inciso I, do Regimento Interno, convoca V. Exas. para uma Sessão Extraordinária a realizar-se hoje, às 19 horas, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia: PLC nº 45/11, de autoria do Tribunal de Contas; PR nº 37/11, de autoria da Mesa; PL nº 1140/11, de autoria da Mesa; PL nº 1139/11, de autoria da Mesa; PL nº 1008/11, de autoria do Governador; PL nº 883/11, de autoria do Governador. Esta Presidência retifica o horário da sessão: 10 minutos após o término desta sessão.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, havendo acordo de líderes, solicito o levantamento da sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Sras. Deputadas e Srs. Deputados, havendo acordo de líderes, esta Presidência, antes de levantar os trabalhos, convoca V. Exas. para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental, com o remanescente da Ordem do Dia de hoje, lembrando-os ainda da Sessão Extraordinária a realizar-se hoje, 10 minutos após o término desta sessão.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 20 horas e 17 minutos.

 

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