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09 DE NOVEMBRO DE 2004

169ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidência: MARQUINHO TORTORELLO/VANDERLEI SIRAQUE/SIDNEY BERALDO

 

Secretário: ORLANDO MORANDO, ROSMARY CORRÊA, JONAS DONIZETTE, RICARDO CASTILHO e GERALDO “BISPO GÊ” TENUTA

 

DIVISÃO TÉCNICA DE TAQUIGRAFIA

Data: 09/11/2004 - Sessão 169ª S. ORDINÁRIA  Publ. DOE:

Presidente: MARQUINHO TORTORELLO/VANDERLEI SIRAQUE/SIDNEY BERALDO

 

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - MARQUINHO TORTORELLO

Assume a Presidência e abre a sessão. Anuncia a vista do Prefeito de Águas de São Pedro, Marcelo da Silva Bueno, acompanhado por comitiva e pelo Deputado José Bittencourt.

 

002 - PEDRO TOBIAS

Tece reflexões acerca do processo eleitoral, ressalvando o que considera excesso de preocupação do TRE.

 

003 - ORLANDO MORANDO

Saúda o novo presidente da Fiesp, Paulo Skaf, a cuja posse compareceu hoje. Afirma que o Governo Alckmin irá cumprir os compromissos que assumiu com a região do ABC.

 

004 - CONTE LOPES

Rebate declaração do Ministro da Justiça de que o Poder Público estaria vencendo a guerra contra a violência. Preocupa-se com os casos de seqüestro em andamento no Estado.

 

005 - SIMÃO PEDRO

Comenta declaração do Secretário de Segurança Pública no sentido de que as invasões de imóveis ociosos na Capital tenham ocorrido por falta de política habitacional do município.

 

006 - JOSÉ  BITTENCOURT

Expressa satisfação com parecer do Conselho Nacional de Educação que valida os cursos de Teologia.

 

007 - MARIA LÚCIA PRANDI

Afirma que, há mais de quatro anos, protocolou requerimento pedindo providências do Governo do Estado em relação a doença que atinge bananais e que, pelo que considera incompetência, os recursos para cuidar do problema foram liberados apenas agora. Anuncia a assinatura pelo Governo Federal, de sete convênios com o Governo do Estado fornecendo 32 milhões de reais para melhoria do trabalho policial.

 

008 - VANDERLEI SIRAQUE

Comenta matéria jornalística sobre a prisão de dois falsos policiais, que assaltavam empresários. Discorre sobre PL que proíbe a comercialização de equipamentos de uso policial.

 

009 - CÂNDIDO VACCAREZZA

Tece considerações sobre o resultado benéfico para o Partido dos Trabalhadores conquistado nas eleições municipais.

 

010 - VANDERLEI SIRAQUE

Assume a Presidência.

 

GRANDE EXPEDIENTE

011 - CÂNDIDO VACCAREZZA

Fala sobre o posicionamento do PT frente a nova administração da Capital a partir de janeiro de 2005. Faz retrospectiva das realizações da Prefeita Marta Suplicy.

 

012 - MARQUINHO TORTORELLO

Discorre sobre a política educacional para crianças portadoras de necessidades especiais em São Caetano do Sul e as parcerias com a Fundação Sullivan e a Apae local.

 

013 - VALDOMIRO LOPES

Preocupa-se com a abertura do Mercosul para produtos agrícolas oriundos da União Européia, pois poderá trazer grandes prejuízos aos pequenos produtores brasileiros, devido aos altos subsídios oferecidos pelos governos europeus.

 

014 - MARQUINHO TORTORELLO

Assume a Presidência.

 

015 - CARLINHOS ALMEIDA

Considera que a não-instalação do CPIs nesta Casa cassa seu poder fiscalizador. Pede a votação de projetos de autoria dos Deputados, lamentando que este Poder tenha se transformado em mero homologador dos atos do Executivo. Critica dispositivos da lei do Orçamento para 2005, que contém corte de verbas em setores essenciais.

 

016 - Presidente SIDNEY BERALDO

Assume a Presidência.

 

017 - ENIO TATTO

Preocupa-se com o andamento dos trabalhos desta Casa. Pede votação da lei específica da represa do Guarapiranga e a acolhida de emendas de parlamentares ao Orçamento.

 

ORDEM DO DIA

018 - Presidente SIDNEY BERALDO

Põe em votação e declara sem debate aprovados os seguintes requerimentos de urgência: do Deputado Vanderlei Macris, para o PLC 22/04; da Mesa, para o PR 19/04; e do Deputado Valdomiro Lopes, para o PL 667/04. Põe em votação e declara aprovado o requerimento de urgência do Deputado Antonio Mentor para o PL 108/00. Põe em votação e declara sem debate aprovados os seguintes requerimentos de urgência: do Deputado Cândido Vaccarezza, para o PL 435/04; do Deputado Rodrigo Garcia, para o PL 862/03; da Deputada Ana Martins, para o PL 318/04; e do Deputado Valdomiro Lopes,  para os PLs 1150/03 e 1064/03. Põe em votação e declara sem debate aprovado requerimento, da Deputada Célia Leão, pedindo formação de Comissão de Representação para participar, dias 25 e 26 de novembro, em Vitória, ES, do I Encontro Nacional das Deputadas Estaduais.

 

019 - ENIO TATTO

Requer verificação de presença.

 

020 - Presidente SIDNEY BERALDO

Acolhe o pedido e determina que seja feita a chamada, que interrompe ao constatar quorum. Nos termos regimentais, passa a consulta sobre a admissibilidade de alteração da ordem do dia, que dá por aprovada.

 

021 - ENIO TATTO

Solicita verificação de votação.

 

022 - Presidente SIDNEY BERALDO

Acolhe o pedido e determina que proceda a verificação pelo sistema eletrônico, que constata quorum insuficiente para a deliberação. Convoca os Srs. Deputados para sessão extraordinária, hoje, com início 60 minutos após o término desta sessão. Põe em discussão o PL 676/00.

 

023 - CAMPOS MACHADO

Discute o PL 676/00 (aparteado pelos Deputados Cândido Vaccarezza, Ubiratan Guimarães, Vaz de Lima e Jorge Caruso).

 

024 - CAMPOS MACHADO

Para questão de ordem, pergunta à Presidência sobre a discussão do PL 676/00.

 

025 - Presidente SIDNEY BERALDO

Responde ao Deputado. Anuncia a visita do Prefeito eleito de Ferraz de Vasconcelos, Doutor Jorge, e do Vereador eleito do mesmo município, Olavo Santana, acompanhados pelo Deputado José Bittencourt.

 

026 - ORLANDO MORANDO

Solicita a prorrogação da sessão por cinco minutos.

 

027 - Presidente SIDNEY BERALDO

Registra a manifestação, prometendo votação oportuna.

 

028 - JORGE CARUSO

Requer verificação de presença.

 

029 - Presidente SIDNEY BERALDO

Acolhe o pedido e determina que seja feita a chamada, que interrompe ao constatar quorum.

 

030 - ANTONIO MENTOR

Discute o PL 676/00.

 

031 - Presidente SIDNEY BERALDO

Põe em votação e declara rejeitado o pedido de prorrogação dos trabalhos por 5 minutos solicitado pelo Deputado Orlando Morando. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 10/11, à hora regimental, com ordem do dia. Lembra-os da sessão extraordinária, hoje às 20 horas. Encerra a sessão.

 

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O SR. PRESIDENTE - MARQUINHO TORTORELLO - PPS - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Convido o Sr. Deputado Orlando Morando para, como 2º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da Ata da sessão anterior.

 

O SR. 2º SECRETÁRIO - ORLANDO MORANDO - PL - Procede à leitura da Ata da sessão anterior, que é considerada aprovada.

 

O SR. PRESIDENTE - MARQUINHO TORTORELLO - PPS - Convido o Sr. Deputado Orlando Morando para, como 1º Secretário "ad hoc", proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - ORLANDO MORANDO - PL - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE -MARQUINHO TORTORELLO - PPS - Srs. Deputados, a Presidência tem a grata satisfação de anunciar a presença do Prefeito de Águas de São Pedro, Sr. Marcelo da Silva Bueno, acompanhado de Amauri Lopes Ribeiro, Orlando Romero e Guido Romero, todos convidados do nobre Deputado José Bittencourt. A todos as homenagens do Poder Legislativo. (Palmas.)

Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Tobias.

 

O SR. PEDRO TOBIAS - PSDB - Sr. Presidente, Srs. Deputados, presentes neste plenário, telespectadores da TV Assembléia, esta é a primeira vez que falamos depois das eleições, sobre as quais quero fazer algumas reflexões.

Acho que a democracia ganhou. A votação foi tranqüila, com apuração rápida, mas houve alguns fatos que, a meu ver, fora, um pouco de abuso da Justiça Eleitoral. Cassar mandato de candidato que recebeu o Governador a 100 km de sua cidade é uma censura de mandato. É o caso do nobre Deputado Luiz Gonzaga, que recebeu o Governador fora de sua cidade e teve o seu registro cassado; depois ele recuperou, às vésperas da eleição, no T.S.E. Entendo que o Tribunal Regional Eleitoral em São Paulo atuou com um censor em algumas situações. Não é porque um candidato foi a determinado lugar que ele vai ganhar a eleição ou não. Se existe reeleição, por que outro candidato não pode acompanhar o Governador?

No geral, para nosso partido foi uma vitória. Mas a vitória maior foi da democracia. Nenhum partido foi hegemônico. Houve um equilíbrio de forças. A vitória de Serra em São Paulo foi uma vitória da competência e da experiência de nosso candidato. A vitória do PSDB no Estado de São Paulo foi, a meu ver, graças a nosso Governador Geraldo Alckmin, porque para todos nós e para a população é um exemplo de administração séria.

Mas continuaremos com salto baixo. Lutaremos para que todos os Prefeitos eleitos façam uma boa administração, uma gestão em parceria com o Governo do Estado. Assim, a população ganha. Quero citar um exemplo desse governo. Acabada a eleição, como fazíamos antes, neste sábado realizamos novamente um mutirão no hospital estadual de Bauru. Compareceram 1.500 pacientes da região toda. Só na minha área foram marcadas 70 cirurgias de ginecologia.

E já acabou a eleição. Não se trata de um mutirão eleitoreiro, como muitos diriam. O hospital tem 400 leitos e estamos realizando esse mutirão acima da capacidade do hospital, operando sábado e domingo. Muitos da oposição criticaram esse sistema de organização social que hoje é modelo para nós no Estado de São Paulo. Muitos vêm de outros estados para São Paulo para verem como funcionam esses hospitais. Não é o diretor, nem é  o médico que decide o que e quem vai ser  atendido. É a demanda. Existe uma demanda reprimida. Junto com secretários municipais de saúde, mensalmente, eles discutem qual é a demanda da região e obrigam o hospital a realizar determinada cirurgia. Se a demanda reprimida é de próstata, vai haver mais cirurgia de próstata. Se a demanda reprimida é de varizes, haverá mais operação de varizes.

Assim é mais democrático, porque, muitas vezes num hospital público e até no Universitário ou Santa Casa, eles fazem o que querem e não o que o paciente precisa. Cada um faz o que acha melhor para ele, como profissional, para pesquisa etc. Em alguns hospitais eles dizem qual o exame ou tipo de cirurgia dá mais lucro. Nesse sistema, que foi implantado por Covas e Geraldo, não é o médico ou diretoria de hospital que decide.

Mais uma vez parabéns para a população de São Paulo. Foi uma eleição tranqüila, apesar de um problema ou outro, que eu lamento, como o ocorrido no Bairro da Capela do Socorro, com Serra. Fomos recebidos por pessoas desqualificadas e armadas, que diziam que somente o PT e o pessoal da Marta poderiam entrar. Foi lamentável, porque democracia não é proibir o candidato ou grupo político de entrar em uma região. Foi lamentável o caso de Capela do Socorro. Mas, felizmente, a maioria entendeu que o melhor para a cidade de São Paulo é José Serra. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - MARQUINHO TORTORELLO - PPS - Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Romeu Tuma. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vitor Sapienza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Geraldo Vinholi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Felício. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Geraldo Lopes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Paulo Sérgio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Aldo Demarchi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Jonas Donizette. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Orlando Morando.

 

O SR. ORLANDO MORANDO - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembléia, ouvintes da Rádio Assembléia, leitores do “Diário Oficial”, quero cumprimentar o povo de São Caetano do Sul pela belíssima escolha feita no último pleito eleitoral.

Participamos na noite ontem de um grande ato político e empresarial, a posse do novo presidente da Fiesp, meu amigo Paulo Skaf. Desejamos um mandato muito profícuo, de muitas realizações, o que é do seu feitio, como quando esteve à frente da Abit, Associação Brasileira da Indústria Têxtil. Já foi uma grande revelação, levou o Brasil a ser competitivo no cenário internacional da indústria têxtil paulista e brasileira. Ontem, no Museu do Ipiranga, participamos de um belíssimo evento no qual estiveram as maiores personalidades políticas, entidades empresariais, empresários, sindicatos. Foi uma posse digna de um grande presidente da Fiesp. Queremos desejar muita felicidade, muitas realizações, porque é disso que o Brasil precisa: empresários que realizam, não que pregam semear, mas que efetivamente semeiam todos os dias. Queremos cumprimentar o presidente Paulo Skaf e toda sua diretoria pela organização do evento e que nos próximos três anos possa ter um mandato realizador. Não tenho dúvida disso, pois é um empresário de dinamismo, competente e comandará a Fiesp com toda a sua capacidade.

Sr. Presidente, tenho ouvido após o segundo turno os Prefeitos petistas do Grande ABC, especificamente o Prefeito Avamileno e o Prefeito Fillipi, dizerem que vão cobrar as promessas feitas pelo Governo do Estado. Estive em todos os momentos de campanha com o Governador no Grande ABC, acompanhei seus discursos. Desafio todos a mostrarem alguma gravação com promessa de campanha. Não foram feitas promessas da forma que a imprensa está colocando. Estão querendo depreciar a imagem do Secretário Meirelles e do Governador Geraldo Alckmin. Isso não é verdade. A verdade tem de ser dita.

No primeiro turno da eleição em São Bernardo do Campo o Ministro Olívio Dutra - e temos gravação feita - esteve ao lado do candidato Deputado Vicente Paulo da Silva dizendo que, se ele fosse eleito, São Bernardo do Campo receberia mais investimentos. Quero cobrar o Ministro Olívio Dutra: por que não dar os mesmos investimentos ao Prefeito Dib, eleito com uma vitória esmagadora sobre o petista, derrotando não só o Vicentinho, mas o Lula, que também esteve lá, toda a sua equipe de ministros, que também estiveram lá? Isso sim tem de ser dito, porque temos provas concretas. O Ministro Olívio Dutra falou que se o petista Vicentinho fosse eleito, dariam mais investimentos para São Bernardo.

Discriminação político-partidária? Que jogo é esse? É cômodo atirar pedras. Eles esqueceram que se tornaram vitrines e que também têm rabo de palha. Prometeram, falaram tudo o que queriam, o Ministro ameaçou a população falando que aquele povo deveria ser retirado das áreas de mananciais. Não conhece a realidade. Foi para lá mal informado. Até o perdôo, foi mal instruído e mal acompanhado. Falou com todas as palavras: “Vamos aumentar os investimentos se um petista for eleito.” Tem de ir lá agora dar os investimentos ao povo daquela cidade, e não fazer um discurso discriminatório como fez.

Não vejo ninguém se manifestar em relação a isso. Faz parte do cenário político a situação e a oposição, mas acima de tudo a verdade tem de ser dita, senão parece uma democracia monopartidária. Isso não existe. Estamos aqui para trazer os fatos da verdade. Quem quiser, pode entrar no meu site que mando cópias dos documentos, inclusive cópia da fita da declaração do Ministro. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - MARQUINHO TORTORELLO - PPS - Tem a palavra o nobre Deputado Conte Lopes.

 

O SR. CONTE LOPES - PP - Sr. Presidente, Srs. Deputados, ontem o Ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, que está Ministro da Justiça, mas é advogado, esteve em São Paulo junto com o Governador e o Secretário de Segurança Pública trabalhando em cima do projeto do desarmamento. Desarmamento que desarma o cidadão de bem, o policial, o segurança, e deixa o bandido armado.

Uma das frases do Ministro diz que não estamos perdendo a guerra. Infelizmente, Ministro, em termos de banditismo, já perdemos a guerra faz tempo. Quando o filho do Presidente da República é assaltado em Santo André, seu segurança é baleado, quando o filho do Governador é assaltado em São Paulo, o segurança é morto, que dirá o resto da população? A guerra já se perdeu há muito tempo. Se não querem colocar a guerra na imprensa para que o povo não saiba o que está acontecendo, é outro problema.

Quando o comando da Polícia Militar retira a arma dos policiais militares que vão para casa, que combatem o crime organizado, determinando que esse policial vá para casa desarmado, a partir daí, a guerra é só do bandido. Já começa que o policial tem um 38 velho que não serve para nada. Nem esse 38 ele pode ter para defender a si e sua família, porque muitas vezes o policial é atacado na sua casa, ou a caminho da sua casa ou a caminho do serviço. É uma inversão de valores.

Todos querem fazer bonitinho com todos, ninguém quer ouvir a verdade. Um exemplo típico está aí: a mãe do jogador Robinho foi seqüestrada num churrasco às nove e meia da noite. Por quê? Porque os bandidos sabem que ninguém mais tem armas, só eles. Fazem o que bem entenderem. Batem palmas na casa, invadem, estupram, matam, seqüestram, fazem o que bem entenderem, só eles estão armados. O mundo inteiro está preocupado com a Dona Marina, mãe do Robinho. O que se faz no Brasil? Segredo de Justiça, ninguém fala mais nada. Alguns policiais dão algumas declarações: “Achamos que são amadores, porque fizeram isso de cara limpa.” E fizeram num sábado, seqüestro tem de ser de segunda a sexta. Eu, como policial, fico até triste de ouvir um caso como este. Quando eu era oficial da Rota, para eu resolver um problema, não tinha que dar declaração antes.

Ora, se são amadores, eu acredito que é muito mais fácil para a polícia agir e solucionar o problema. A função da polícia é: primeiro, não deixar acontecer; segundo, em acontecendo, solucionar o mais rápido possível. Há também a segunda tese, até para desqualificar a própria vítima, que pode ser que não seja seqüestro.

Meu Deus do céu! Qualquer pessoa que for levada de dentro da sua casa por pessoas armadas e contra a sua vontade, ela está sendo seqüestrada. Não resta a menor dúvida. Ser levada contra a sua vontade é um crime bárbaro. Agora, a polícia tem que dar a solução. Não é discutir a hipótese do que está acontecendo. Então, esperamos que os bandidos sejam presos, porque o mundo inteiro está preocupado. Mas o que percebemos é que não há o intuito de pegá-lo rapidinho. Hoje, em São Paulo, temos oito pessoas em cativeiro, que devem estar presos em buraco, em uma favela. Em algum lugar temos oito pessoas de bem algemadas, amarradas e sendo torturadas por bandidos.

E querem acabar com o crime hediondo. Parece que aqui no Brasil há o interesse de proteger os bandidos. Acabam fazendo tudo para proteger o bandido. E temos hoje de oito a 10 pessoas em poder dos seqüestradores. Agora, qual o caminho que as nossas autoridades acham? Não informam a sociedade, a imprensa não pode divulgar, e o povo, coitado, está crente que está tudo bem até a hora em que acontecer com o filho dele. Porque o brasileiro é mais ou menos assim: quando está acontecendo com o vizinho, com a mãe do Robinho, com o filho de não sei quem, o cara dá risada e acha engraçado. Mas quando é com o seu filho, com a sua esposa, ou com o seu parente, quando ele sente na pele, vê que a coisa está muito feia. Obrigado, Sr. Presidente e Srs. Deputados.

 

O SR. PRESIDENTE - MARQUINHO TORTORELLO - PPS - Tem a palavra o nobre Deputado Souza Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro.

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente desta sessão, Deputado Marquinho Tortorello, Sras. e Srs. Deputados e público que nos acompanha daqui das galerias e pela TV Assembléia, quero comentar nestes cinco minutos do Pequeno Expediente uma declaração, publicada pelos jornais ontem e reproduzida hoje também, do Secretário da Segurança Pública, Sr. Saulo de Castro, a respeito do fato de alguns movimentos sociais que lutam por moradia, principalmente no centro da cidade de São Paulo, terem tentado ocupar alguns prédios públicos e prédios privados.

A praxe da Tropa de Choque, a pedido e por orientação da Secretaria da Segurança Pública, tem sido a repressão e a violência contra os movimentos de uma forma que não temos visto em outras ocasiões. Isto já foi denunciado aqui e há um requerimento para ser discutido na Comissão de Direitos Humanos.

Qual o problema? O Secretário ontem partidarizou esse problema, dizendo que o problema é que a Secretaria Municipal de Habitação, ou seja, a Prefeitura de São Paulo não dá conta, não tem política habitacional e por isso os movimentos estão ocupando os prédios. Ora, Sr. Presidente, tenho feito discussão da política habitacional aqui na tribuna e na Comissão de Obras e Serviços, a qual presidimos. Inclusive, há dois meses tivemos a presença do Secretário Estadual de Habitação para prestar contas para a Assembléia Legislativa e para os Deputados a respeito da política habitacional no Estado de São Paulo.

Quem disse que não há política habitacional no Estado de São Paulo não é o PT, não são só os movimentos, mas o próprio setor empresarial, o Sinduscon, por exemplo, que reclamam da falta de transparência do Governo do Estado quando não repassa os recursos adicionais para a habitação que esta Assembléia Legislativa, a pedido do Governo, aprova desde 1991. Vamos apreciar novamente - e espero que ainda seja neste bimestre - o 1% a mais do ICMS para a habitação.

As denúncias dos movimentos, dos Deputados e de setores empresariais são de que o Governo não utiliza o recurso. Vou dar um exemplo: no ano passado, nos meses de junho e julho, houve uma série de ocupações em prédios públicos no Centro de São Paulo e o Governo Estadual anunciou - como vem anunciando já há muitos anos - que iria construir três mil unidades dentro do Programa de Apoio aos Cortiços, o PAC. Até agora, esses apartamentos e moradias não saíram do papel. Novamente, no Orçamento deste ano, o Governo envia uma proposta para atender a esse programa, diminuindo para 1.800 unidades, mas não sai do papel, não executa e isso vai criando tensão.

Tenho uma visão e não quero discutir os métodos dos movimentos porque eles têm autonomia, têm os seus problemas, têm as suas formas de organizar, de lutar, de colocar em pauta os seus temas e os seus problemas. Mas não dá para partidarizar um problema grave como a falta de moradia, que o próprio Governo reconhece, que atinge 900 famílias no Estado de São Paulo e uma grande parte, pelo menos 70% delas, na Grande São Paulo.

Quando há alguma tensão, algum problema, como é o caso neste momento de um movimento, ou dois, que fazem a ocupação, não dá para partidarizar e acusar a Prefeitura. Acho que temos que lidar com muita seriedade esse problema da falta de moradia, das estratégias e uso dos recursos para que eles tenham eficácia e destino certo que é construir moradias não só nas periferias, mas no centro da cidade onde temos muitos prédios abandonados, sem utilização, sejam eles privados, ou públicos. Precisamos dar destinação, fazendo moradias onde tem hospital, onde tem metrô, onde tem cinema, ou seja, onde as pessoas possam viver e trabalhar sem gastos adicionais como para condução e assim por diante.

Então, Sr. Presidente, esta é a minha crítica a essa postura do Secretário, que, além de usar de uma repressão brutal contra os movimentos, tenta partidarizar tirando a responsabilidade do Governo do Estado neste tema tão importante que é a falta de moradia para milhares e milhares de famílias no nosso Estado. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - MARQUINHO TORTORELLO - PPS - Tem a palavra o nobre Deputado José Dílson. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt.

 

O SR. José Bittencourt - PTB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembléia, quero fazer um registro sobre um parecer emitido pelo Conselho Nacional de Educação, de nº 63 de 2004 e publicado no “Diário Oficial” da União em 01 de abril de 2004, cujo teor, em síntese, autoriza o aproveitamento de disciplinas a portadores de diploma de bacharel em Teologia formados em cursos livres, possibilitando-lhes a convalidação desse curso de Teologia e o reconhecimento pelo Ministério da Educação. Isso foi um avanço.

Atualmente, existem no Brasil muitos institutos e muitas faculdades teológicas, alguns tradicionais, como a Universidade Metodista, a Faculdade Presbiteriana, a Faculdade Mackenzie e a PUC, com cursos reconhecidos pelo Ministério de Educação. Enfim, este parecer vem ao encontro do anseio de um sem-número de alunos que se formaram em institutos teológicos e que tinham uma grade curricular, atendendo aos requisitos mínimos de um curso de graduação, de um curso de nível superior. Com esse parecer, há a possibilidade do reconhecimento por parte do Ministério da Educação.

Existem alguns institutos tradicionais de Teologia no Brasil, como o Ibad, Instituto Bíblico das Assembléias de Deus; o Ibes, Instituto Betel de Ensino Superior; a Etad, Escola Teológica das Assembléias de Deus. Estou falando apenas com relação à Assembléia de Deus. Há outros institutos vinculados a diversas instituições religiosas no nosso país. A decisão do Conselho Nacional atende à reivindicação do Conselho Teológico das Assembléias de Deus no Brasil, no sentido de alterar as normas para validação do diploma de inúmeros estudantes de Teologia, que se enveredaram para o despertar vocacional sacerdotal para poderem exercer o seu ministério pastoral.

Rendo minhas homenagens ao Conselho Nacional de Educação, que emitiu esse parecer, do qual sou adepto. Tenho uma moção de apelo ao Congresso Nacional - moção é um instrumento legislativo, regimental - a fim de que inclua na classificação de ocupações do Brasil o teólogo, aquele que conclui o curso de bacharel em Teologia, que precisa ser reconhecido como uma pessoa que tem a formação adequada na área de Humanas e que, portanto, está habilitado para ministrar e exercer a docência nas áreas de História ou Filosofia, dependendo da sua formação teológica. Deixo esta colocação. Foi um avanço.

O que precisamos mesmo neste país é disseminar mais o estudo teológico, um estudo que se concentra basicamente na especulação da ciência divina: estuda Deus, em síntese. Isso quer dizer que é a ciência mais profunda que existe. Filosofia e Teologia são duas grandes ciências que andam irmanadas na produção do conhecimento e na elevação e no aperfeiçoamento do espírito humano.

 

O Sr. Presidente - Marquinho Tortorello - PPS - Tem a palavra o nobre Deputado Alberto Turco Loco Hiar. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Prandi.

 

A SRA. Maria Lúcia Prandi - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, cidadãos presentes em nossas galerias, senhoras e senhores, gostaria de chamar a atenção para o quanto o Governo do Estado tem sido lerdo e incompetente na suas ações e cito o “Diário Oficial” do Estado do dia 05 de novembro.

Esta Deputada protocolou nesta Casa, sob o nº 297/2000, em 15 de agosto de 2000, um Requerimento de Informações alertando sobre as ações que o Governo do Estado estaria fazendo para combater uma doença, uma peste chamada Sigatoga Negra, que atingia os bananais do Estado de São Paulo. Insisto, este requerimento foi protocolizado no ano de 2000 e, lamentavelmente, respondido depois de muito e muito tempo, de maneira absolutamente evasiva. As informações sobre essa peste chegaram a mim através dos bananicultores do Vale do Ribeira e, desde então, empenhei-me para que o Governo do Estado tomasse alguma atitude.

Pasmem, senhoras e senhores. O Governo anuncia com grande alarde, quatro anos e dois meses depois, a liberação de dois milhões de reais para proteger o bananal de doença destrutiva. O Secretário da Agricultura afirma que desde junho foram feitos esforços no sentido da pesquisa e do estudo a respeito da doença que atinge e acaba com os nossos bananais, prejudicando os agricultores. O Secretário Duarte Nogueira diz: “desde o aparecimento do primeiro foco no Vale do Ribeira, em junho, nossos técnicos têm trabalhado com os produtores no isolamento das áreas infectadas.” Em junho de 2004, quando as reivindicações - seja dos técnicos da Secretaria da Agricultura, dos institutos de pesquisas e dos próprios bananicultores - foram feitas em 2000.

Assim age o Governador Alckmin: com extrema lentidão e irresponsabilidade. Agora, ele libera dois milhões de reais cabendo a cada beneficiário, depois da sua plantação exaurida, R$ 36.486,00, se conseguir todas as formalidades que o Feap exige para liberar esse recurso. Quero deixar registrado que o Governo não ouve esta Casa, não ouve os representantes da população e não ouve os próprios técnicos da Secretaria da Agricultura.

Outra questão pouco anunciada nesta Casa e também pouco anunciada pelo próprio Governador, tendo em vista que só esta Deputada estava presente na cerimônia ontem, que foi o repasse do Governo Federal, após as eleições, do Sr. Ministro da Justiça que veio, sim, para a campanha do desarmamento, mas que assinou sete convênios com o Governo do Estado liberando 32 milhões e 100 mil reais para a melhoria do aparelhamento, para o entrosamento das polícias, para a digitalização, enfim, para aquilo que chamamos de Polícia Científica ter instrumentos mais eficazes para combate ao crime. Jornais desavisados publicaram, no lugar de 32 milhões, três milhões e 200 mil. O Governo Federal trabalha e repassa os recursos que são direitos de cada estado ou de cada município, mesmo após as eleições.

Quando perguntado sobre os presídios federais o Sr. Ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, deu as respostas adequadas, ou seja, que dois presídios se encontram quase em fase de acabamento, e três em fase de licitação. Assim, tenho o dever de informar corretamente a população, até porque muitas vezes o próprio “Diário Oficial” do Estado não dá o devido respeito aos requerimentos, às respostas que os Deputados desta Casa devem ter por parte do Sr. Governador. Muito obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - MARQUINHO TORTORELLO - PPS - Srs. Deputados, tem a palavra a nobre Deputada Rosmary Corrêa. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Fausto Figueira. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Ana Martins. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rogério Nogueira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Cândido Vaccarezza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Sebastião Almeida. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vanderlei Siraque.

 

O SR. VANDERLEI SIRAQUE - PT - Senhor Presidente, Srs. Deputados, cidadãos do Estado de São Paulo, ontem, mais uma vez, falsos policiais cometeram crimes e foram presos. As notícias dos jornais dão conta que: "A polícia paulista prendeu dois homens acusados de participar de uma quadrilha que se fazia passar por agentes da Polícia Federal para assaltar empresários. A polícia obteve informações que o bando havia assaltado um executivo em Tatuí e que integrantes estariam voltando para a Capital.”

Esses dois marginais foram presos com coletes com a inscrição da Polícia Federal, com identidades falsas da Polícia Civil de São Paulo e com insígnias também da Polícia Civil ou da Polícia Federal. Esses assaltos com pessoas usando fardamentos da Polícia Militar, coletes da Polícia Civil e da Polícia Federal têm se tornado rotina no Estado de São Paulo. Ultimamente têm acontecido mais casos. Há algum tempo atrás tivemos inclusive seqüestros, como o do Washington Olivetto, o assalto à Central Única dos Trabalhadores, falsas blitzes parando pessoas nas rodovias. O último caso de que tivemos notícia ocorreu na via Anchieta, onde o motorista do caminhão foi parado por falsos policiais.

Nós, aqui da tribuna da Assembléia Legislativa ou em reuniões que fazemos com as lideranças, nas Comissões, não temos o papel apenas de criticar o Governo do Estado pela falta de segurança. Temos a obrigação, enquanto Deputados, de propor soluções. Para este caso específico propomos uma solução talvez não definitiva. Apresentamos um projeto de lei a esta Casa proibindo que no Estado de São Paulo fossem comercializadas fardas, distintivos, coletes e qualquer equipamento que possa ser utilizado pelos agentes de segurança pública, seja da Polícia Federal, seja da Polícia Civil ou da Polícia Militar.

Apresentamos um projeto para a apreciação dos Srs. Deputados, o qual foi aprovado pela Assembléia Legislativa o ano passado, mas foi vetado pelo Governador Geraldo Alckmin. O Governador vetou o projeto a pedido dos lobistas, daqueles que vendem fardas e equipamentos na Avenida Tiradentes. Ou seja, o lobby dos comerciantes desses produtos foi mais forte do que os clamores da população do Estado de São Paulo e os clamores desta Casa de leis.

Estávamos corretos, primeiro, porque fardas não devem ser comercializadas; segundo porque a Polícia Civil e a Polícia Militar do Estado de São Paulo devem receber - isso também consta do nosso projeto -, gratuitamente os seus equipamentos de trabalho do Governo do Estado. Não é possível que um policial tenha que comprar uma farda para poder trabalhar. Não é possível que a Polícia Civil tenha que comprar o seu colete, porque, se continuarmos nesta linha, neste pensamento do Governo do Estado, daqui a pouco os policiais terão que fazer vaquinha para comprar as suas armas, munições e até mesmo viaturas e combustível.

Neste sentido, lamentamos que este projeto tenha sido vetado, porque a comercialização de fardas, coletes e de qualquer outro equipamento de uso exclusivo dos agentes de segurança pública do Estado de São Paulo só favorece os bandidos e prejudica os policiais, e conseqüentemente prejudica a nossa população. Esperamos que esta Casa derrube o veto do Sr. Governador a este projeto porque ele atende aos interesses da segurança pública do Estado de São Paulo e a prova disso é mais esse caso ocorrido na cidade de Tatuí.

 

O SR. PRESIDENTE - MARQUINHO TORTORELLO - PPS - Srs. Deputados, tem a palavra o nobre Deputado Cândido Vaccarezza.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Vanderlei Siraque.

 

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O SR. CÂNDIDO VACCAREZZA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, população que nos assiste pela TV Assembléia, assomo à tribuna para falar sobre o resultado das eleições.

O PT saiu vitorioso nas eleições municipais de 2004. Fomos o partido mais votado no país. Obtivemos no primeiro turno 16,32 milhões de votos e quase sete milhões no segundo turno. Ampliamos a nossa votação em todo o território nacional: nas cidades grandes, nas médias e nas pequenas. Mais do que dobramos o número de Vereadores. Elegemos nossos candidatos às Prefeituras em 9 capitais, contra seis na eleição de 2000. Reelegemos 44% de nossos Prefeitos, mais do que qualquer outro partido. Crescemos de 187 para 411 Prefeituras em todo o país, uma evolução de 120% em relação a 2000, o que prova o crescimento constante do partido em seus 24 anos de existência. Além disso, conquistamos o terceiro mandato consecutivo em 14 Prefeituras. O PT administrará, a partir de 2005, 23 grandes cidades brasileiras, mantendo-se assim como o partido com o maior número de Prefeituras nos grandes municípios.

O PT cresceu nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, consolidando-se como partido de implantação nacional. Esses dados mostram que as políticas públicas concebidas e implementadas pelo PT são reconhecidas como forma de melhorar as condições de vida da população e mostram que estamos no caminho certo. A grande polarização nacional foi a disputa entre a coalizão PSDB/PFL contra PT e aliados. Neste confronto nós ganhamos, crescemos mais.

No Estado de São Paulo, o PT conquistou algumas cidades importantes como Osasco e teve vitórias significativas em Guarulhos e Santo André e, no interior, Hortolândia e Sumaré. Consolidamos uma importante relação com os partidos da base aliada do governo federal, através de diversas coligações formadas em várias cidades. Um modelo disto foi a política de alianças desenvolvida durante os quatro anos de governo municipal. Política esta que permitiu concretizar um conjunto de propostas. Alianças que no plano eleitoral uniram, junto ao PT, o PCdoB, o PTB e o PL, parte do PMDB, entre outros.

É verdade que perdemos a eleição em algumas cidades importantes, mas isso não reduziu a nossa força estratégica, nem comprometeu nosso espaço político nacional. Fomos derrotados em Ribeirão Preto, Piracicaba e em Campinas, onde apoiamos, no segundo turno, o candidato eleito pelo PDT.

No segundo turno, nas cidades onde perdemos as eleições, os nossos candidatos obtiveram de 45% a 49% dos votos, o que representa um grande capital político e mostra que estamos em condições de igualdade para disputar as próximas eleições e defendermos os avanços econômicos e sociais ensejados pelas políticas públicas que implementamos quando estávamos no governo.

 

O SR. PRESIDENTE - VANDERLEI SIRAQUE - PT - Peço vênia ao Deputado Cândido Vaccarezza. Esgotado o tempo destinado ao Pequeno Expediente, vamos passar ao Grande Expediente.

 

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- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - VANDERLEI SIRAQUE - PT - Continua com a palavra o nobre Deputado Cândido Vaccarezza, por permuta de tempo com o Deputado Milton Vieira.

 

O SR. CÂNDIDO VACCAREZZA - PT - Muito obrigado, Presidente. Quero agradecer ao Deputado Milton Vieira e continuo meu pronunciamento.

Na cidade de São Paulo tivemos uma derrota eleitoral e não uma derrota política. A aprovação com mais de 80% do governo Marta, sendo 48% avaliados como ótimo/bom, mostra o reconhecimento dos paulistanos à administração do PT na maior cidade do país. Foram quase 2.750.000 votos obtidos pela Prefeita nas eleições municipais. 45, 14% de mulheres e homens que afirmaram, no voto, a vontade de ver Marta reeleita. A votação de Marta foi maior e mais significativa na periferia da cidade, com resultados como em Grajaú-Parelheiros, com 74% dos votos; em Piraporinha, com 65%; em Capão Redondo, com 58%; em São Mateus, com 64%; em Guainases, com 66%; no Itaim Paulista, com 57%; em Sapopemba, com 54%; em São Miguel, com 54%; em Pirituba, com 53%; em Brasilândia, com 52% e assim também em outras regiões da periferia da cidade. Foi, talvez, a administração com perfil mais à esquerda da história política recente do país. Também foi importante o voto conquistado nos bairros de classe média, que variou entre 30% e 40% em quase todo o centro expandido. Para todos esses eleitores, além do agradecimento, o nosso compromisso é o de continuar batalhando em defesa das conquistas alcançadas.

Em raros períodos de sua história, São Paulo teve uma administração tão voltada ao desenvolvimento, inclusão social, geração de empregos e distribuição de renda como no governo de Marta.

A administração de Marta é um exemplo do modo petista de governar: prioridade para as maiorias e combate à exclusão social; gestão ética democrática e eficiente; participação popular e controle social das ações do governo, e a marca contundente do desenvolvimento econômico e descentralização administrativa.

Perdemos as eleições e vamos fazer uma transição civilizada, mas não vamos abrir mão das conquistas sociais obtidas na gestão de Marta. Vamos lutar para que não haja elevação de tarifa do Bilhete único - que com Marta não teria nenhum aumento em 2005. Vamos trabalhar para que sejam construídos mais 26 Centros Educacionais Unificados e para que todo o sistema educacional seja articulado com a rede CEU, como estava previsto. Queremos que as crianças continuem a receber refeições, material escolar, Vai e Volta e dois uniformes por ano. Precisamos manter e aumentar os números de Telecentros, Passa-Rápido em várias obras iniciadas em nosso governo. Estamos deixando todas as condições para que o CEU Saúde seja implantado. Todos os centros de saúde e hospitais municipais estão funcionando normalmente. Inclusive reformamos grande parte das 189 unidades, que é bom ressaltar, recebemos do Estado quando da municipalização, em péssimas condições.

Vamos colaborar, mesmo na oposição, nas negociações com o governo federal, para equacíonar a dívida mal negociada da época Pitta/Fernando Henrique. Faremos oposição, responsável, não como o PSDB faz em Brasília e como fez na Câmara Municipal de São Paulo, sempre objetivando o desastre sem se preocupar com as conseqüências para a população. Nossa oposição será qualificada, propositiva e em defesa da cidade. O nosso maior objetivo é melhorar cada dia mais as condições de vida da população.

Durante a campanha eleitoral, o PSDB teve de camuflar sua ausência de programa, teve de esconder a administração temerária que fizeram por 8 anos com FHC. Os tucanos precisaram mascarar a desastrosa administração de 10 anos no governo paulista, que vendeu 2/3 do patrimônio estadual para pagar a dívida e a elevou de 34 bilhões quanto eles assumiram em 95 para mais de 130 bilhões.Os tucanos não mostraram na campanha que retraíram os investimentos e promoveram o maior arrocho salarial já sofrido pelo funcionalismo público no Estado de São Paulo. Mentiram sobre as taxas, muitas delas implantadas em seus governos municipais e esconderam os valores exorbitantes dos pedágios e IPVA. Camuflaram a deficiência nas áreas da segurança pública, da saúde e da educação sob a responsabilidade do governo estadual. Todos esses fatos foram encobertos pelo conservadorismo do PSDB de Alckmin e Serra. O mesmo manto que esconde as desigualdades sociais aprofundadas pela política neoliberal tucana.

Boa parte da grande imprensa desempenhou um papel abertamente contrário a nós e favorável aos tucanos. Os principais jornais de São Paulo que durante todo o mandato da Marta tentaram descaracterizar as ações da Prefeitura, ao mesmo tempo se mostraram condescendentes com governador Geraldo Alckmin. Pouco se falou sobre denúncias importantes como o superfaturamento do Rodoanel, o atraso comprometedor nas obras do metrô, os desmandos na Febem e a máfia dos vampiros do sangue incrustada no governo estadual, por exemplo. Isto sem falar na situação financeira do Estado de São Paulo que é de responsabilidade direta dos tucanos.

Ao contrário de Marta, Serra vai iniciar a administração da cidade em boas condições, por conta dos projetos e obras desenvolvidos e implementados pela administração municipal. Serra poderá, se quiser, continuar a pujante obra da Prefeita Marta na intervenção urbana, na construção de casas populares, na regulamentação dos diversos setores da cidade e no embelezamento e na promoção de melhor qualidade de vida para os paulistanos. E ainda, o investimento e o tratamento respeitoso ao funcionalismo público, mantendo o funcionamento da Câmara Permanente de Negociação, concedendo ajustes salariais adequados e formando e capacitando os servidores, como fizemos nestes quatro anos.

A Prefeita herdou uma cidade destruída pela má administração e corrupção que existiam em grande parte da máquina pública durante os dois últimos governos. A dívida do município que era de R$ 4,5 bilhões no governo Erundina passou para R$ 22 bilhões nas administrações de Paulo Maluf e Celso Pitta. Hoje está em R$ 27,6 bilhões. E mesmo com 13% do orçamento comprometidos com o pagamento dos juros da dívida, Marta reconstruiu a cidade, devolveu a auto-estima aos paulistanos e enfrentou a crise com iniciativas criativas e corajosas. Marta preferiu enfrentar o desgaste político ao cobrar taxas para realizar obras e nos tirar gradualmente do desequilíbrio social herdado, do que apenas aumentar a dívida, como outros irresponsavelmente fizeram.

As taxas oneram mais quem usa mais os serviços, isentam os pobres da cidade e são uma maneira de transferir renda dos mais ricos para os mais pobres.

Por todas as atitudes de enfrentamento e pela comprovada capacidade administrativa, Marta deixa a Prefeitura de São Paulo e se firma como uma liderança nacional e conta, também, com o reconhecimento internacional. Como poucos governantes já fizeram, Marta cumpriu o programa de governo e isso deve servir de exemplo para o aperfeiçoamento da democracia no país. O Prefeito eleito herdará da administração de Marta Suplicy uma cidade reconstruída e preparada para o futuro. Desejamos boa sorte ao novo governo.

Srs. Deputados, esta minha manifestação tem caráter político de posicionamento na oposição qualificada, responsável, propositiva e contundente que aponta caminhos e defende os interesses da maioria das cidades para o desenvolvimento, distribuição de renda e criação de empregos. Não há paralelo com a oposição desqualificada e desastrada que faz o PSDB.

Na Câmara Municipal, não houve nenhuma responsabilidade com os habitantes de São Paulo. Na Câmara Federal e no Senado, total irresponsabilidade e o não-compromisso com o País. Foi assim o Governo Fernando Henrique, quando venderam mais da metade do nosso País para pagar dívida, e elevaram a dívida interna de 64 bilhões para quase 700 bilhões.

É assim no Senado: os tucanos fizeram a Assembléia aprovar um projeto mal acabado de Parcerias Público-Privadas, e até hoje nada foi efetivado, porque o projeto, além de inconstitucional, é inconcebível. Não havia parâmetros nacionais definidos e criaram a empresa com interesses ainda não esclarecidos. E lá, no Senado Federal, a votação do Projeto de Parcerias Público-Privadas de que o País necessita é obstruída até hoje.

Estamos nos posicionando firmes na oposição da cidade de São Paulo para defender os avanços que a Prefeita Marta Suplicy, juntamente com os nossos aliados, empreendemos. A tudo que é bom para a nossa cidade, vamos votar a favor. Vamos fazer propostas para melhorar o projeto, como fazemos aqui na Assembléia, diferente da oposição desastrada dos tucanos.

Finalizo o meu discurso cumprimentando todos os Prefeitos eleitos, em particular os nossos colegas desta Casa, de todos os partidos, mas personalizo as figuras do nosso querido Emidio de Souza, Primeiro Secretário, do nosso querido Marcelo Cândido como Prefeito de Suzano, entre outros eleitos. Desejo que, além da boa sorte, imprimam nas suas Prefeituras um governo voltado para o desenvolvimento social e econômico para a distribuição de rendas e criação de empregos, articulado com os grandes projetos que o Presidente Lula tem desenvolvido em nosso País, resgatando a dignidade do nosso povo.

Desejo a todos que participaram dessa eleição - nós, políticos e vocês eleitores - uma boa sorte. Cumprimento o nosso País que, com esse processo eleitoral ético, bonito e disputado, aprofunda a democracia que se firma cada vez mais forte, servindo de exemplo para outros países do mundo, mesmo àqueles que possuem a democracia há muito tempo. Votamos num domingo e, três ou quatro horas depois, sabemos do resultado eleitoral com pouca contestação, com uma verdadeira festa do povo que, através do seu voto, escolhe a melhor opção para aquele momento e escolhe o caminho que ele quer que a cidade siga. E as grandes conquistas são feitas com as boas escolhas. Assim encerramos, desejando a todos um bom início de governo no dia 1º de janeiro de 2005.

 

O SR. PRESIDENTE - VANDERLEI SIRAQUE - PT - Tem a palavra o nobre Deputado Vitor Sapienza. (Pausa.)

 

O SR. MARQUINHO TORTORELLO - PPS - Sr. Presidente, usarei da palavra por cessão de tempo do nobre Deputado Vitor Sapienza.

 

O SR. PRESIDENTE - VANDERLEI SIRAQUE - PT - Tem a palavra o nobre Deputado Marquinho Tortorello, por cessão de tempo do nobre Deputado Vitor Sapienza.

 

O SR. MARQUINHO TORTORELLO - PPS - Sr. Presidente, Srs. Deputados, antes mesmo de iniciar minhas palavras de hoje, gostaria de parabenizar a Secretaria Geral Parlamentar desta Casa na pessoa do Dr. Auro Augusto Caliman, nosso Secretário Geral e grande esteio, a Divisão Técnica de Taquigrafia, na pessoa da Diretora Vera Márcia Máximo de Carvalho Garbosa, e a Divisão de Apoio ao Plenário, na pessoa do Diretor Orlando Machado, pelo belíssimo trabalho realizado na produção dos CDs contendo os discursos dos Deputados neste plenário em áudio e em transcrição.

Novamente os servidores desta Casa demonstram sua competência e dedicação para o aprimoramento cada vez maior do maior Parlamento Regional do Brasil. Mais uma vez nossos servidores demonstram ser modelo para todo o País. A todos os envolvidos pela produção desse material, meus sinceros parabéns e agradecimentos.

Senhor Presidente, Senhoras Deputadas, Senhores Deputados, público das galerias, da Rádio e da TV Assembléia, na declaração dos direitos da pessoa portadora de necessidades especiais, aprovada pela assembléia geral da ONU de 1975, lemos que gozarão de todos os direitos de seus concidadãos, inclusive os direitos civis e políticos.

A declaração diz, ainda, que têm direitos a medidas especiais que visem capacitá-las a tornarem-se tão autoconfiantes quanto possível, e serem protegidas contra discriminações de qualquer tipo.

Especificamente, a nossa lei de diretrizes e bases da educação nos diz, no seu capítulo V - que portadores de necessidades especiais deverão ser atendidos no sistema regular de ensino, contando com apoio de serviços especializados, sempre levando em conta as condições próprias do aluno, com currículo, organizações adequadas, professores especializados, parcerias e todos os recursos para promover sua inserção social.

Nesse sentido, gostaria de demonstrar o bom exemplo de política educacional no município de São Caetano do Sul, considerado modelo de estrutura de ensino no país.  Lá, as crianças com necessidades especiais recebem tudo aquilo previsto na Resolução da ONU, naquilo determinado pela lei de diretrizes e bases do ensino, e principalmente todo o apoio, a atenção e o carinho da administração pública e da sociedade.

Gostaria de falar sobre a Fundação Anne Sullivan e a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais, a Apae local, para que tanto os prefeitos quanto os vereadores recém eleitos tenham conhecimento do que é realizado nessa tão importante área.

A Fundação Anne Sullivan (FUMAS) mantém uma unidade de ensino e uma unidade de atendimento clínico para portadores de necessidades especiais.  Criada em 15 de setembro de 1977, a instituição é uma referência nacional e internacional.  A Anne Sullivan é especializada no atendimento nas áreas de surdez, surdo-cegueira, paralisia cerebral e autismo infantil.

Atende atualmente perto de 300 alunos com cursos de ensino básico infantil, fundamental e médio e de educação específica.  A unidade de atendimento clínico, que atualmente presta serviço a cerca de 100 crianças, oferece terapias a estudantes matriculados na rede regular de ensino com dificuldades de aprendizagem atuando nas áreas de serviço social, psicologia, psicopedagogia e fonaudiologia.  Também possui duas piscinas para tratamento de fisioterapia e para aulas de Educação Física, com acompanhamento de profissionais especializados em todas as áreas.

A escola ainda faz o acompanhamento de alunos portadores de necessidades especiais em processo de inclusão na rede regular de ensino, oferece cursos de libras, a língua brasileira de sinais, a pais, comunidades e profissionais de áreas afins, além de promover variados cursos, palestras e supervisões nas áreas de especialização.  Empresas e entidades bancárias procuram a fundação para darem treinamento a seus funcionários, para atendimento de surdos e mudos.  Seus cursos são abertos a pais, educadores e à comunidade, para promover maior integração entre as crianças, suas famílias e a sociedade.

Com o objetivo de trocar informações sobre estudos e tratamentos clínicos mais atuais para a surdez, surdo-cegueira, paralisia cerebral e autismo infantil, mantém intercâmbio mensal com entidades estrangeiras (Estados Unidos, Argentina, Inglaterra e Espanha), e recebe freqüentemente delegações de especialistas e educadores de outros países latino-americanos e de outros continentes interessados em assimilar os métodos e conteúdos empregados nessa escola municipal.

Nos últimos oito anos, a gestão Tortorello apoiou intensamente os trabalhos da fundação, tanto defendendo-a dos efeitos negativos do artigo 11 da lei de diretrizes e bases do ensino médio, que proíbe o investimento educacional em outros setores que não o ensino fundamental, quanto incentivando as parcerias capazes de manterem e melhorarem cada vez mais seu funcionamento.

Outro exemplo de atitude decidida para o aprimoramento foi a parceria com a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais, criando o Centro de Equoterapia, Recreação e Lazer Luiz Alberto Castro, no qual as crianças podem praticar equitação em cavalos preparados para essa finalidade, e acompanhadas por instrutores especializados.

O terreno de 5,6 mil metros quadrados foi cedido pela Eletropaulo e a obra realizada pela prefeitura. É composta por uma arena, baias e alojamentos, e uma arquibancada para 300 pessoas. Essa técnica estimula a capacidade de aprendizado e de superação de dificuldades das crianças, dando-lhes mais confiança e ampliando seus horizontes quanto ao que podem fazer.

Fundada em 10 de junho de 1964, a Apae de São Caetano do Sul iniciou suas atividades de maneira modesta, mas firme e decidida, e hoje se orgulha de possuir uma área de mais de 10.000 m², onde estudam mais de 370 alunos, e são atendidos 500 pacientes particulares e conveniados.

É referência na prevenção, no tratamento e na pesquisa de deficiências humanas, contando com laboratório próprio especializado no teste do pezinho, atingindo mensalmente média de 30 mil exames em convênio com hospitais particulares e sistemas de saúde.

Sempre buscando a vanguarda na área da prevenção e tratamento, contam com uma moderna policlínica com atendimento multiprofissional especializado, aberta à comunidade por meio de convênio-saúde particular.

Preparando o futuro de pessoas especiais, praticam a gestão de novas perspectivas para direcionar o futuro da própria entidade, e como resultado imediato, foi a primeira Apae a conquistar o certificado ISO 9001/2000, que confirmou a condição de pioneirismo e competência das resoluções adotadas.

A Apae de São Caetano do Sul oferece, aos alunos e à comunidade, educação precoce, educação infantil, ensino fundamental, educação de jovens e adultos (1ª a 4ª séries), laboratório de informática, oficinas pedagógicas/terapêuticas, oficinas de trabalho para montagem e embalagens de peças, num intercâmbio empresa/escola, atendimento clínico, clínica odontológica, biblioteca, centro de hidroterapia e o já mencionado centro de equoterapia.

Estes dois exemplos, senhores deputados, mostram que quando há vontade política e espírito de serviço, as coisas acontecem, há êxito nos empreendimentos da administração pública, mesmo se o orçamento for apertado e as condições para sua realização forem difíceis. O grande segredo do sucesso dessas duas entidades voltadas a portadores de necessidades especiais são resultado do trabalho administrativo sério e eficiente, de parcerias e principalmente feito com amor e preocupação transparente pela sociedade.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - VANDERLEI SIRAQUE - PT - Tem a palavra o nobre Deputado Valdomiro Lopes.

 

O SR. VALDOMIRO LOPES - PSB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembléia, senhoras e senhores presentes na galeria, assomo hoje à tribuna no Grande Expediente para falar de um assunto muito importante para todos nós de São Paulo e para todo o povo brasileiro, obviamente, que é a questão do Mercosul e a abertura que se quer fazer de seu mercado para alguns produtos importados da União Européia.

Todos sabemos que os produtos oriundos da agricultura e da pecuária produzidos pelos países que integram a União Européia são altamente subsidiados. Para se ter uma idéia, na Suíça, um produtor de leite, só pelo fato de ter vacas produtoras de leite, tem por cada animal em lactação um subsídio anual de 900 dólares. Se ele tiver 100 vacas produzindo leite vai ter 90 mil dólares por ano de subsídio para ajudar na manutenção e produção desses animais.

Portanto imaginem, Srs. Deputados, o que significa isso em termos de ajuda para o produtor de leite na Suíça. O leite vai ser produzido em grande quantidade por um preço extremamente gratificante e barato para o produtor. Conseqüentemente esse produto, quer seja o leite in natura, quer seja na forma de derivados, como iogurte, queijos e outros, vai ser altamente competitivo não só dentro do país mas também se for exportado.

Qual não foi a nossa preocupação quando há algum tempo começamos a ver o Mercosul abrir as suas portas e entrar num processo de zeramento gradativo da alíquota para a importação de produtos da União Européia. E estou citando o exemplo do leite porque esse produto é de primeira necessidade, isso em qualquer lugar do mundo, mas é um produto importante por que quem produz leite no Estado de São Paulo e no Brasil? A maioria é composta de pequenos, micro e médios produtores rurais, mas a esmagadora maioria é composta por pequenos e microprodutores.

Como competir com os produtores, por exemplo, da Suíça? Quando se liberam de forma gradativa as alíquotas para que os produtos de lá venham para cá chegando até a alíquota zero, como é que pode o nosso produtor rural, que não tem sequer um grão de milho de subsídio, competir nesse mercado internacional? E isso uma coisa criada pelo próprio Mercosul, do qual o Brasil é o principal integrante, o principal parceiro, o elemento de maior peso na sua estrutura.

 

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-         Assume a Presidência o Sr. Marquinho Tortorello.

 

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Então fica aqui para nós um pensamento, uma reflexão importante. O Governo brasileiro, através do Ministério da Agricultura e das Relações Exteriores, tem que atuar junto ao Mercosul protegendo o consumidor nacional, obviamente, mas dando condições para o nosso produtor também competir em igualdade de condições com o produtor europeu, porque se não vamos simplesmente acabar com os produtores de leite brasileiros.

Quando temos a comparação com outros produtos, como a pecuária de corte, produção de alguns tipos de grãos, o Brasil, mesmo não tendo subsídios, ainda se torna extremamente competitivo porque temos tecnologia, garra por parte do produtor, inventividade, boas terras, fatos que fazem com que sejamos muito competitivos internacionalmente. Mas quando se trata desse específico segmento de produção de leite preocupa-nos sobremaneira, até porque a pecuária de leite é uma geradora de empregos dentro do segmento do agronegócio muito forte, porque enquanto um pecuarista de corte tem mil bois cuidados na sua fazenda por um único empregado, para se ter cem cabeças de gado leiteiro de vacas produzindo é preciso três, quatro, cinco para cuidar desse gado, por ser um gado mais fino, que precisa de ração, que não fica a campo, que requer maiores cuidados sanitários para obtenção de um produto de boa qualidade.

Portanto, andei discutindo nesta semana com produtores de leite do Estado de São Paulo, da região norte e noroeste, com produtores associados a uma associação chamada Láctea Noroeste. A Láctea Noroeste é uma associação importante da região Norte e Noroeste do Estado de São Paulo, região de São José do Rio Preto e municípios adjacentes. E a preocupação desses produtores de leite era muito grande com essa abertura do mercado para importação de derivados do leite e de tal forma com o zeramento gradativo dessa alíquota para importação.

Quero tocar talvez no assunto mais importante dessa nossa fala de hoje, aqui no Grande Expediente. O Dr. Kachan, presidente da Láctea Noroeste, que é engenheiro agrônomo, atua na área de veterinária cuidando não só da Láctea Noroeste mas também do seu próprio rebanho leiteiro, da sua preocupação com a liberação da importação e alíquota zero de todos esses produtos, até porque também está liberada a importação de soro de leite.

Há alguns dias, fiz uma denúncia desta tribuna sobre indústrias brasileiras que com o soro do leite produzem uma bebida chamada bebida láctea, sem sabor, composta por uma parte de leite e por outra de soro do leite, que não chega nem perto das vitaminas e propriedades nutritivas do leite puro, do leite integral. Algumas empresas estão recompondo e fazendo esta bebida láctea sem sabor e vendendo como se fosse leite e com o nome de bebida láctea sem sabor. A bebida láctea com sabor nós a conhecemos, é aquela com sabor morango, chocolate. Aquilo tem uma parte de leite e uma parte de soro de leite que é resíduo, que é sobra da produção de queijo, da produção de iogurte.

Mas o grande perigo da alíquota zero de imposto de importação desses produtos é que também está liberada a importação de soro de leite. E as indústrias querem na verdade produzir um produto barato, para que a população de baixa renda possa comprar. Mas na verdade é um produto que tem custo barato, mas o custo-benefício acaba saindo caro porque não tem as qualidades nutritivas do leite. Só que esta bebida láctea, depois de recomposta, fica com um aspecto branco como se fosse leite, mas na verdade não é leite.

Em alguns supermercados a bebida láctea, que eles chamam de leite reconstituído, é colocada na prateleira ao lado da caixinha do leite longa vida, do leite integral, e as pessoas de mais baixa renda, vendo a diferença do preço de um para o outro, acabam optando por levar para a casa a bebida láctea sem sabor, pensando que estão levando leite para os seus filhos e para as pessoas idosas que precisam de elementos nutritivos como cálcio, como vitaminas, que estão contidas no leite integral e que são importantes para a manutenção da saúde e da rigidez orgânica - vamos dizer assim - para o indivíduo ter uma boa saúde, uma boa alimentação. Estão pagando mais barato por aquilo, pensando que estão levando leite, mas estão levando aquela bebida para casa, quando na verdade não se trata de leite, mas de uma bebida láctea recomposta com uma parte de leite e uma parte de soro de leite. Isso tem que servir para nós como uma reflexão importante.

Dizia eu ao pessoal da Láctea Noroeste que temos de fazer uma ação forte aqui no Estado de São Paulo e já estamos tomando as devidas providências. Como Deputado Estadual, sou autor de um projeto de lei que proíbe a comercialização dessa bebida láctea que visa enganar o consumidor paulista para ser vendida como se fosse leite, na mesma prateleira do leite. Este projeto vai ser aprovado, se Deus quiser, vai se tornar lei no Estado de São Paulo, e diz que a bebida láctea vai ter que ser vendida como bebida láctea. Quem for comprar esse produto, tem que saber que aquilo não é leite, não é leite puro, não é leite de boa qualidade. Aquilo, como já dissemos, é uma bebida láctea, composta por uma parte de leite e uma parte de soro de leite, que fica muito aquém das qualidades nutricionais do leite puro, do leite integral.

Estamos proibindo esta comercialização no Estado de São Paulo, mas temos que pensar nisso não só em nível do Estado de São Paulo. A nossa atuação está sendo forte no Estado de São Paulo, porque como Deputados estaduais só podemos legislar para o nosso Estado. Mas queremos levar essa discussão também para o Congresso Nacional, para o Governo do Presidente Lula, para o Ministro da Agricultura, para que repense esta questão para a liberação de importação de produtos muitas vezes de qualidade duvidosa. Quem não se lembra do leite de Chernobyl, que veio importado para o Brasil, extremamente barato, mas contaminado até por elementos radioativos? Quem não se lembra de outros episódios de importação de produtos lácteos baratos da Europa, da União Européia que vieram para o Brasil para ser vendidos à população, denúncias foram feitas, muitas mercadorias foram apreendidas e não foram vendidas? Mas quantas chegaram ao consumidor final, ao nosso povo brasileiro?

Sou Deputado, sou médico, mas também entendo muito dessa questão da produção agrícola e do agronegócio, porque na minha região do interior, norte e noroeste do Estado de São Paulo, temos uma grande quantidade de bons produtores de leite. Temos que nos unir em defesa do pequeno, do médio e do microprodutor de leite que gera emprego, que produz um produto de boa qualidade e que não pode ter essa concorrência desleal, nem deixar que a nossa população sofra também com a presença de produtos importados de qualquer forma e que vêm para o Brasil na verdade para fazer um produto, como é o caso por exemplo da bebida láctea sem sabor, para enganar as pessoas, produzindo um produto de preço mais barato, mas de qualidade nutritiva muito aquém do leite integral que conseguimos produzir aqui no nosso Estado e no nosso País.

Portanto, Sr. Presidente, deixo hoje aqui no Grande Expediente uma mensagem muito importante que precisa servir de reflexão. Já começamos a implementar ações no Estado de São Paulo. Mas queremos levar essas ações também para Brasília, para o Governo Federal, para que o Ministério das Relações Exteriores, para que o nosso Ministério da Agricultura implemente essa medida no Mercosul e impeça que sejam importados esses produtos para o Brasil zerando a alíquota, fazendo uma concorrência desleal com o produtor de leite nacional e mais do que isso, que venham de lá produtos de qualidade duvidosa para o nosso povo e para a nossa gente. Um abraço a todos e muito obrigado.

 

O SR. CARLINHOS ALMEIDA - PT - Sr. Presidente, na qualidade de vice-líder, farei uso da palavra no lugar do nobre Deputado Mauro Menuchi.

 

O SR. PRESIDENTE - MARQUINHO TORTORELLO - PPS - Tem a palavra o nobre Deputado Carlinhos Almeida, pelo tempo regimental de quinze minutos.

 

O SR. CARLINHOS ALMEIDA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, cidadão que nos acompanham através da TV Assembléia, funcionários da Casa, a Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, terminado o processo eleitoral, vive uma situação de dificuldade extrema de cumprir o seu papel em função da ação que o Governo do Estado vem fazendo nesta Casa, já há muito tempo.

É uma ação, na verdade, de tentar impedir que a Assembléia Legislativa de São Paulo possa cumprir a sua função, que é fiscalizar o Poder Executivo, para verificar se as políticas públicas estão sendo aplicadas de maneira correta, fiscalizar o Executivo para verificar se o dinheiro público está sendo aplicado de maneira correta, e para isso a Assembléia tem vários instrumentos que devem ser utilizados.

Mas a função da Assembléia também é discutir os problemas do Estado de São Paulo e avaliar propostas apresentadas, projetos apresentados tanto pelo Poder Executivo quanto pelos Deputados. E o Governo do Estado vem, sistematicamente, através da maioria que possui nesta Casa, impedindo de avaliarmos e votarmos aqui projetos de autoria dos Deputados. Praticamente, só votamos aqui iniciativas e propostas do Poder Executivo, do Governador. Isso é muito ruim, porque várias vezes fizemos aqui um debate e foram assumidos aqui compromissos de que votaríamos projetos de iniciativa dos Deputados.

Infelizmente, há uma enorme dificuldade para se avançar nesse sentido. Reconhecemos até o esforço de vários Deputados, lideranças, até mesmo da base governista. Mas quando se avança um pouquinho, vem a voz do Palácio dos Bandeirantes dizendo que não aceita esse projeto, não aceita aquele projeto, de maneira que o Governador tem dois momentos de vetar o projeto que o Deputado apresenta.

Um, que é o único que ele deveria ter, pela lei, pela Constituição, depois que a Assembléia vota e aprova um projeto. Ele recebe e pode vetar e devolver à Assembléia, para que ela analise novamente o projeto aprovado. Mas o Governo acaba exercendo aqui um outro veto - e este é indevido - que é impedir que os projetos sejam votados. Isso não acontece apenas com o trabalho de fiscalização e com o nosso trabalho de apresentar projetos de lei e tê-los avaliados pelos Deputados.

Isso acontece também quando nós discutimos o Orçamento do Estado de São Paulo. Estamos, mais uma vez, em vias de discutir o Orçamento do Estado. Orçamento é, com certeza, a lei mais importante que nós votamos aqui todos os anos, porque é ele que vai estabelecer quanto se prevê arrecadar e como esses recursos serão aplicados na área da Educação, Saúde, Segurança Pública, Transporte, Habitação, Agricultura, Desenvolvimento Econômico.

O fato de o Orçamento passar pela Assembléia não pode ser uma mera formalidade, como vem se transformando na Assembléia de São Paulo, em que o Governador com seus técnicos e secretários elaboram uma proposta, essa proposta chega aqui, vai para a mão do relator que aceita uma ou outra modificação, muito pequena, e praticamente a Assembléia se transforma num mero homologador daquilo que foi proposto pelo Governador. Isso é errado. Se o projeto passa pela Assembléia, se a Assembléia analisa o Orçamento, é para avaliar a proposta que está colocada ali e identificar o que é bom dessa proposta e, portanto, deve ser aprovado e o que precisa ser aperfeiçoado. Para isso, seria necessário que pudéssemos fazer uma discussão muito mais ampla do Orçamento.

Por exemplo, pegando lá na Comissão de Finanças e Orçamento, e nas demais Comissões, porque todas acabam tendo relação com a discussão do Orçamento, grupos de Deputados para analisar cada área orçamentária - aliás, como se faz em Brasília, no Congresso Nacional - e verificar a fundo se os investimentos que estão previstos para a área da Educação são adequados e estão alocados da maneira mais correta, se os recursos que estão indo para a Saúde estão sendo distribuídos de maneira correta e se é o suficiente.

Fazer esse debate não apenas envolvendo os Deputados, mas chamando a sociedade. Sou defensor, desde que entrei nesta Casa, do orçamento participativo, para que o cidadão possa conhecer o Orçamento e possa dar a sua opinião. Infelizmente, todos os anos, discute-se aqui e nega-se ao Deputado e às Bancadas até o direito de ver avaliada uma emenda que, por exemplo, propõe um investimento numa determinada cidade ou numa determinada região. Até isso é negado.

O Deputado é eleito, chega aqui com o voto popular, chega com o apoio de segmentos da sociedade, seja dos professores, seja da área de Segurança, ou de uma região do Estado de São Paulo, ou da região metropolitana de São Paulo, e quer ver avaliada e votada uma proposta que seus eleitores entendem que é importante para melhorar o Orçamento. Mas até isso se nega aqui. Criou-se a figura das chamadas emendas pontuais. Essas emendas são colocadas de lado e não são sequer avaliadas.

É preciso que façamos uma revisão desse processo. A Assembléia tem que analisar em profundidade o Orçamento, e tem que interferir no produto final que vai ser votado aqui. Afinal de contas, a população nos confiou essa tarefa, essa missão. Temos compromisso com aqueles que nos elegeram aqui de analisar em profundidade o Orçamento, propor mudanças e fazer mudanças onde elas forem necessárias.

Por exemplo, o orçamento da Habitação, previsto para este ano, é menor do que o da Habitação previsto para o ano passado. Houve uma queda de mais de 20% nas verbas para a área da Habitação. E nós acabamos de ter um processo eleitoral aonde vimos, muitas vezes, candidatos a Prefeito, junto com representantes do Governo, Secretários, e às vezes o próprio Governador, prometendo programas habitacionais. Na minha cidade, por exemplo, o candidato que venceu as eleições prometeu construir, em parceria com a CDHU, mil casas por ano. Ora, se estão reduzindo a verba da habitação, que já não é suficiente para atender a demanda, como vão cumprir essas promessas que foram feitas?

Mas não é apenas na área da Habitação que nós tivemos problemas dessa natureza. Na área da Saúde, o orçamento prevê menos de 11%, quando a Constituição exige a aplicação de 12% nessa área. Nós verificamos, por exemplo, na minha cidade, Governo Federal contribui com mais de 40 milhões de reais por ano, para a área da Saúde, enquanto o Governo do Estado entra com uma verba meramente simbólica. Às vezes, não chega a 200, 300 mil reais.

Mas não é apenas na área da Saúde e Habitação que temos problemas na proposta orçamentária. Tivemos uma redução nas verbas para o policiamento escolar. Sabemos como é grave o problema da violência nas escolas. Sabemos o desespero de professores, diretores de escola, pais, alunos, com o problema da violência nas escolas. Às vezes, o professor não tem nem cabeça, nem tranqüilidade para preparar uma aula, aperfeiçoar os seus conhecimentos, porque ele está preocupado com uma ameaça que sofreu ou com uma violência que aconteceu na sua escola e a proposta de orçamento apresentada pelo Governador reduzindo pela metade os investimentos para o policiamento escolar.

Em relação às Fatecs, por exemplo, que são tão importantes para o desenvolvimento do conhecimento do nosso Estado de São Paulo, para a preparação dos nossos jovens para o mercado de trabalho, as Fatec’s que são reivindicadas em todo o Estado de São Paulo - eu mesmo tenho um projeto aqui na Assembléia pedindo a instalação de uma Fatec em São José dos Campos, apresentei uma emenda ao orçamento pleiteando recursos para a instalação de uma Fatec na cidade de São José dos Campos - vamos ver no Orçamento, apesar de o Governador ter prometido quando candidato à reeleição que iria investir na ampliação das Fatecs, que não praticamente nenhum investimento para a criação de novas Fatecs. E o que é pior: nem os recursos necessários para a manutenção das atividades das atuais Fatecs são garantidos. A todo momento verificamos problemas em unidades da Fatec, dificuldades para pagar salários, conceder reajustes, manter laboratórios funcionando, manter equipamentos, enfim.

Portanto, é preciso que a Assembléia se debruce sobre a peça orçamentária em profundidade. É preciso mudarmos essa prática. É preciso que todas as emendas apresentadas pelos Deputados sejam analisadas e avaliadas. Apresentei uma emenda prevendo a instalação de uma Fatec na cidade de São José dos Campos. Mas também apresentei uma emenda prevendo a instalação de um campus da Unesp no município de Jacareí, assim como apresentei emendas para ampliar os recursos da CDHU e da Habitação que, como acabei de dizer, foram reduzidos na proposta orçamentária. Estamos aqui tanto para pensar os problemas do Estado de São Paulo como um todo, como para atender as necessidades, reivindicações, aspirações legítimas das regiões onde atuamos, das cidades onde atuamos.

Acho que nessa discussão do Orçamento temos de romper com essa prática nesta Casa e permitir ao Deputado que tenha o direito sagrado de que todas suas emendas sejam analisadas.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Sidney Beraldo.

 

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O SR. PRESIDENTE - SIDNEY BERALDO - PSDB - Srs. Deputados, está esgotado o tempo destinado ao Grande Expediente.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembléia, ouvintes da Rádio Assembléia, assomo à tribuna para manifestar uma preocupação enorme sobre o andamento dos trabalhos desta Casa neste término de ano.

Existe uma pauta extensa proposta pelo Presidente no Colégio de Líderes com projetos importantes para o Estado de São Paulo e preocupa-me o andamento das articulações e dos acordos nesta Casa. Basta lembrarmos o que foi acordado na semana passada no Colégio de Líderes, ou seja, a aprovação de quatro requerimentos de urgência: do Tribunal de Contas, do Ministério Público, da Polícia Militar e também para um projeto que tenho tratado com muito carinho, mesmo porque é da região onde moro, o projeto da lei específica do Guarapiranga. Estava tudo acordado, pronto para ser votado na semana passada. Quando veio a plenário, houve divergência na bancada governista, principalmente no PSDB, e o que tivemos foi o descumprimento do acordo do Colégio de Líderes.

Se continuar ocorrendo isso, não sei como vamos chegar até o final do ano com tantos projetos importantes para serem votados, além do Orçamento, que é um momento nobre desta Casa. Se não se respeitam acordos feitos no Colégio de Líderes, vejo enormes dificuldades para avançamos nas questões essenciais desta Casa.

Além do mais, vem-se discutindo nesta Casa a necessidade de se aprovar projeto de Deputados. O nosso mandato está servindo única e exclusivamente para apreciarmos e aprovarmos aquilo que é enviado do Executivo. Esse é um descontentamento que vem crescendo entre todos os parlamentares desta Casa, porque todos querem aprovar algum projeto de sua autoria, projetos que são importantes para a população do Estado de São Paulo. Temos de pautar os projetos de Deputados, discutir mesmo que não haja acordo no Colégio de Líderes.

Por outro lado, a Bancada do Partido dos Trabalhadores vê com muita preocupação os mais de 180 vetos do Governo do Estado que não são apreciados na Casa. uma interferência do Executivo nesta Casa que não deixa derrubar os vetos, nem apreciar os projetos de Deputados. Imaginem quando começarmos a apreciar o Orçamento, que é uma outra batalha, pois as emendas apresentadas pelos Deputados também não são acatadas. A reclamação geral. Gostaríamos que neste ano tivéssemos uma outra forma de apreciar tudo aquilo que é proposto pelos parlamentares.

Cada parlamentar tem sua região, sua extensão eleitoral e gostaria que algumas emendas fossem aprovadas. Por exemplo, conversei com o diretor da Santa Casa de Santo Amaro e apresentei uma emenda pleiteando verbas para tentar minimizar a crise por que passa a Santa Casa, que faz um belo trabalho na região Sul de São Paulo. Estão fazendo o possível e o impossível. Peço a compreensão principalmente da base governista para que acate as emendas dos Deputados, assim como coloque na Ordem do Dia como prioridade projetos como a lei específica da Guarapiranga e a cobrança pelo uso da água, projetos que têm com consenso, mas que não são apreciados nesta Casa.

 

O SR. PRESIDENTE - SIDNEY BERALDO - PSDB - Vamos passar à Ordem do Dia.

 

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- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

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O SR. PRESIDENTE - SIDNEY BERALDO - PSDB - Srs. Deputados, há sobre a  Mesa requerimento de autoria do Deputado Vanderlei Macris, com número regimental de assinaturas dos Srs. Deputados, que requer nos termos regimentais tramitação em regime de urgência para o Projeto de lei Complementar nº 22, de 2004, de autoria do Tribunal de Justiça, que altera a organização e a divisão judiciárias do Estado e cria cargos necessários para o quadro do Tribunal de Justiça.

Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão.

Em votação. Os Srs. Deputados que estiverem de acordo queiram permanecer como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Requerimento, de autoria da Mesa, que requer nos termos do Art. 226, § 1º da XI Consolidação do Regimento Interno, seja dada tramitação em regime de urgência para o Projeto de Resolução nº 19, de 2004, que dispõe sobre a fruição de licença-prêmio no âmbito da Assembléia Legislativa de São Paulo.

Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão.

Em votação. Os Srs. Deputados que estiverem de acordo queiram permanecer como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Requerimento de autoria do Deputado Valdomiro Lopes, Líder do PSB, que requer tramitação em regime de urgência para o Projeto de lei nº 667, de 2004, que altera o Decreto de Lei nº 257, de 29 de maio de 1970 e na redação dada pela Lei nº 11.125, de 11 de abril de 2002.

Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão.

Em votação. Os Srs. Deputados que estiverem de acordo queiram permanecer como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Requerimento de autoria do Deputado Antonio Mentor que requer tramitação em regime de urgência para o Projeto de lei nº 108, de 2000, da Deputada Maria Lúcia Prandi, que dispõe sobre a implantação de Programa de Prevenção e Atendimento à Gravidez na Adolescência.

Em votação. Os Srs. Deputados que estiverem de acordo queiram permanecer como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Requerimento de autoria do Deputado Cândido Vaccarezza, Líder do PT, que requer tramitação em regime de urgência para o Projeto de lei nº 435, de 2004, que veda a produção, comercialização, utilização de captores e de iônicos radioativos em sistema de proteção contra descargas atmosféricas instalados em estruturas de edificações públicas, comerciais, industriais, agrícolas ou residenciais.

Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão.

Em votação. Os Srs. Deputados que estiverem de acordo queiram permanecer como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Requerimento de autoria do Deputado Rodrigo Garcia, Líder do PFL, que requer nos termos regimentais tramitação em regime de urgência para o Projeto de lei nº 862, de 2003, de autoria do Deputado Gilson de Souza.

Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão.

Em votação. Os Srs. Deputados que estiverem de acordo queiram permanecer como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Requerimento de autoria da Deputada Ana Martins, Líder do PCdoB, que requer nos termos regimentais tramitação em regime de urgência para o Projeto de lei nº 318, de 2004, que obriga as empresas de transporte rodoviário intermunicipal a informar os passageiros sobre o direito de indenização a que têm as vítimas de acidentes, de autoria do Deputado Nivaldo Santana.

Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão.

Em votação. Os Srs. Deputados que estiverem de acordo queiram permanecer como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Requerimento de autoria do Deputado Valdomiro Lopes, Líder do PSB, que requer nos termos regimentais tramitação em regime de urgência para o Projeto de lei nº 1150, de 2003, de autoria do Deputado Vinicius Camarinha, que dispõe sobre a reserva de 4% das unidades habitacionais do Estado de São Paulo para policiais civis, militares, agentes de segurança penitenciária e agentes de escolta e vigilância penitenciária.

Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão.

Em votação. Os Srs. Deputados que estiverem de acordo queiram permanecer como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Requerimento de autoria do Deputado Valdomiro Lopes, Líder do PSB, que requer nos termos regimentais tramitação em regime de urgência para o Projeto de lei nº 1064, de 2003, de autoria do Deputado Vinicius Camarinha, que dispõe sobre a criação da Faculdade de Tecnologia de Marília como unidade de ensino do Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza.

Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão.

Em votação. Os Srs. Deputados que estiverem de acordo queiram permanecer como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Requerimento de autoria da Deputada Célia Leão sob nº 1.720/04, que dispõe sobre a constituição de Comissão de Representação a fim de participar do I Encontro das Deputadas Estaduais do Brasil, a ser realizado na cidade de Vitória, Espírito Santo, nos dias 25 e 26 de novembro.

Em votação. Os Srs. Deputados que estiverem de acordo, queiram permanecer como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - Sr. Presidente, solicito regimentalmente uma verificação de presença.

 

O SR. PRESIDENTE - SIDNEY BERALDO - PSDB - O pedido de V. Exa. é regimental. Convido os nobres Deputados Rosmary Corrêa e Jonas Donizette para auxiliarem a Presidência na verificação de presença ora requerida.

 

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- É iniciada a chamada.

 

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O SR. PRESIDENTE - SIDNEY BERALDO - PSDB - Srs. Deputados, a Presidência constata número regimental de Srs. Deputados em plenário, pelo que dá por interrompido o processo de verificação de presença e agradece a colaboração dos nobres Deputados Jonas Donizette e Rosmary Corrêa.

Dando continuidade aos nossos trabalhos, há sobre a mesa seis Requerimentos, dois do Deputado Vanderlei Macris e o restante do Deputado Cândido Vaccarezza. Nos termos do Art. 224 do Regimento Interno, esta Presidência consulta os Deputados presentes no Plenário se desejam a alteração da Ordem do Dia.

Os Srs. Deputados que forem favoráveis à modificação da Ordem do Dia, queiram permanecer como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

 

O SR. Enio Tatto - PT - Sr. Presidente, regimentalmente solicito uma verificação de votação.

 

O SR. PRESIDENTE - SIDNEY BERALDO - PSDB - O pedido de V. Exa. é regimental. Esta Presidência vai proceder à verificação de votação pelo sistema eletrônico. Os Srs. Deputados que forem favoráveis deverão registrar o seu voto como “sim”, os que forem contrários deverão registrar o seu voto como “não”.

 

* * *

 

- É feita a verificação de votação pelo sistema eletrônico.

 

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O SR. PRESIDENTE - SIDNEY BERALDO - PSDB - Srs. Deputados, participaram do processo de votação 36 Srs. Deputados: 34 votaram “sim”, um votou “não”, 15 se abstiveram e este Deputado na Presidência, quorum insuficiente para deliberação, permanecendo inalteradas as disposições da Ordem do Dia.

Srs. Deputados, nos termos do Art. 100, inciso I, da XI Consolidação do Regimento Interno, convoco V.Exas. para uma Sessão Extraordinária, a realizar-se hoje, sessenta minutos após o término da presente sessão, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia:

Projeto de Lei Complementar nº 19, de 2004, que dispõe sobre o efetivo da organização da Polícia Militar do Estado de São Paulo.

Proposições em regime de urgência - 1 - Discussão e votação adiada - Projeto de lei nº 676, de 2000, de autoria do Sr. Governador. Dispõe sobre a cobrança pela utilização dos recursos hídricos de domínio do Estado. Com 29 emendas. Parecer nº 153, de 2001, de relator especial pela Comissão de Justiça, favorável ao projeto, às emendas de nºs 4 a 29, e contrário às demais. Pareceres nºs 154 e 155, de 2001, de relatores especiais, respectivamente, pelas Comissões de Meio Ambiente e de Finanças, favoráveis ao projeto, às emendas de nºs 8, 20, 21, 22, 25 e 29, e contrários às demais. Com 29 emendas apresentadas nos termos do inciso II do artigo 175 da XI Consolidação do Regimento Interno. (Artigo 26 da Constituição do Estado).

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Senhor Presidente, gostaria de saber quanto tempo discutimos este projeto, se há oradores inscritos, e se eventualmente, no caso de se encerrar a discussão, há algum roteiro a ser votado.

 

O SR. PRESIDENTE - SIDNEY BERALDO - PSDB - Nobre Deputado Campos Machado, já discutimos mais de 12 horas, e o nobre Deputado Edson Ferrarini está inscrito para discutir a favor do projeto.

Srs. Deputados, tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini.

 

O SR. EDSON FERRARINI - PTB - Sr. Presidente, cedo o meu tempo ao nobre Deputado Campos Machado.

 

O SR. PRESIDENTE - SIDNEY BERALDO - PSDB - Srs. Deputados, tem a palavra, por cessão de tempo do nobre Deputado Edson Ferrarini, o nobre Deputado Campos Machado, pelo prazo regimental de 30 minutos.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Sr. Presidente e Srs. Deputados, acabamos de sair de uma grande batalha eleitoral. Disputa acirradíssima em todo o Estado de São Paulo. Mas quero me dirigir àqueles parlamentares que perderam as eleições para dizer que a vitória e a derrota são irmãs gêmeas, uma não existe sem a outra, é como a alegria e a tristeza. Para saber como é boa a alegria, temos de sentir como dói a tristeza.

Embora com conversas paralelas no plenário, com Deputados dialogando assuntos que nada têm a ver com a Casa, atrapalhando o orador, quero fazer um apelo à concórdia, à paz e ao entendimento.

Gostaria que os Deputados Cândido Vaccarezza, Vaz de Lima, Rodrigo Garcia, Arnaldo Jardim, Valdomiro Lopes, minha amiga Ana Martins, Conte Lopes estivessem em plenário para que pudéssemos encontrar um caminho para esta Casa. É preciso esquecer as eleições. Três de outubro é passado, 31 de outubro também é passado. Por que, Deputado Ricardo Castilho, não fazemos um grande acordo nesta Casa? Por que essa intransigência?

Infelizmente não vejo o Líder da Bancada do PT, meu amigo Deputado Cândido Vaccarezza, o que impede que o diálogo caminhe e avance. Eis que chega o Deputado Cândido Vaccarezza. Com a sua chegada, quem sabe não tenhamos o prenúncio da chegada da concórdia e da paz nesta Casa?

O que nós, da Bancada do PTB, queremos é que esta Assembléia recupere a sua história, a sua tradição e possamos cumprir com os nossos compromissos. O que não se pode admitir é que esta Casa se transforme em dois pólos: PT e PSDB. A se aceitar essa situação, há que se mudar também o nome da Assembléia: Assembléia Legislativa do PT e do PSDB. Por isso a Bancada do PTB, de maneira ativa, constante, vigilante e permanente, vai trabalhar para evitar que esta Casa receba rótulos de donos ou de proprietários.

Faço um apelo. Estamos caminhando para realizar o sonho dos parlamentares, que é a aprovação de projetos de Deputados. Iríamos começar hoje com 21 projetos, mas começo a perceber que esse sonho começa a se esvair, como se fosse a água correndo pelas mãos.

Tenho um imenso respeito pelo Deputado Cândido Vaccarezza, a quem concedo um aparte. O Deputado enobrece esta Casa e lidera uma bancada muito aguerrida. Antes, quero lembrar Che Guevara, que disse: “Hay que endurecerse pero sin perder la ternura jamás.”

 

O SR. CÂNDIDO VACCAREZZA - PT - Meu querido amigo, Exmo. Deputado Campos Machado, fazemos parte da bancada de sustentação do Governo Federal, fizemos parte da campanha em várias cidades. O destino do PT e do PTB é caminharem juntos. Não há risco de esta Assembléia, uma Casa honrada, virar Assembléia deste ou daquele partido. Estamos juntos lutando para que ela não seja subserviente ao Governador do Estado e ao PSDB, porque a Assembléia Legislativa de São Paulo é um poder e como tal ela tem de se afirmar. Luto nesta Casa, junto com V. Exa. e outros colegas, para aprovarmos projetos de Deputados. Esta é uma Casa onde a palavra deve prevalecer. V. Exa. não estava, portanto não está responsabilizado em cumprir esse acordo, mas este Deputado, representando a Bancada do PT, fez um acordo com personalidades expressivas desta Assembléia e do PSDB, qual seja, votarmos, logo na retomada dos trabalhos legislativos do segundo semestre, vários projetos de Deputados, dentre os quais, nove do PT. Até agora não foi votado nenhum, nem do PT, nem do PSDB, nem do PFL, nem do PP ou do PTB. É uma vergonha e um amesquinhamento o nosso papel como Deputado. Mas estamos debatendo agora uma coisa importante: a reestruturação da PM.

O PT quer para a reestruturação da PM:

1º) Que não fixemos apenas em 93.000 o número de PMs. Tenho certeza de que toda PM de São Paulo apóia esse pleito.

2º) Que se pague hora extra para a Polícia Militar e para a Polícia Civil. Por quê? Porque quando há um crime sendo investigado às seis horas da tarde, aqueles policiais responsáveis trabalham de graça. Outros, abandonam.

3º) Que uma mulher possa ser comandante da PM. É uma vergonha para o Estado de São Paulo essa discriminação com as mulheres.

Por último, que se reduza o grau de burocracia e de hierarquia na PM. Para que ter subtenente se exerce a mesma função de tenente? Queremos que todos os subtenentes sejam transformados em tenentes. Por isso que aqui na Assembléia o PT, juntamente com vários partidos, faz uma oposição qualificada e propositiva ao Governo do PSDB. Não a desqualificação que o PSDB, que dizia aqui que era importante o PPP, faz bravata em Brasília obstruindo, numa oposição desqualificada, sem propósito e desastrada.

Muito obrigado pelo aparte e quero mais uma vez reafirmar o carinho, o respeito e a consideração que eu, a minha bancada e o PT temos por Vossa Excelência.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Deputado Cândido Vaccarezza, V.Exa., apesar de todo o brilhantismo, apenas confirma, Deputado Giba Marson, aquilo que eu disse inicialmente. Preste bem atenção. O Deputado Cândido Vaccarezza afirmou que este parlamentar, que este líder de uma bancada de 10 Deputados não havia participado daquela reunião em que teria ficado acertado com expressivas figuras da Casa um acordo.

Que acordo é esse, Deputado Giba Marson, que V.Exa. também desconhece? Que o Deputado Jorge Caruso também desconhece? Que a Deputada Havanir Nimtz também desconhece e que este Deputado também desconhece? Se todos desconhecemos esse acordo, como se falar em acordo? Com quem foi celebrado esse acordo? Ah, com o Líder do Governo? Por acaso o Líder do Governo fala por esta Casa? Ah, com o líder do PSDB? Por acaso o Líder do PSDB fala por esta Casa toda? Não. Não foi feito acordo com a Bancada do PTB. Se tivesse sido feito o acordo nós teríamos cumprido, razão pela qual estamos insistindo para que esta Assembléia comece a votar hoje os projetos de Deputados. Não vou aceitar mais, da parte de quem não quer votar projetos hoje, que queira votar amanhã.

O Deputado Cândido Vaccarezza, meu companheiro e meu amigo, equivocou-se quanto ao projeto que está sendo discutindo. Estamos tratando aqui da questão do uso da água e não da Polícia Militar. Por falar em Polícia Militar verifico que hoje, Deputado Ubiratan Guimarães, é dia 9 de novembro. Se não votarmos o projeto que estrutura a Polícia Militar, que cria batalhões e que aumenta a segurança até o dia 25 deste mês, o Estado de São Paulo corre o gravíssimo risco de ficar sem a criação de novos batalhões da Polícia Militar. Quem vai ser responsável por isso? Quem vai assomar à tribuna e dizer “eu sou responsável”? Que bancada vai ser responsável?

É preciso que haja sensibilidade. Não dá para votar esse projeto no mês de dezembro. É preciso votar agora. Mas parece que nesta Casa se prega aos ventos. Ninguém escuta, ninguém ouve, ninguém age, ninguém nada diz. Mas, na hora em que acontece uma ameaça à segurança da população, quando há uma violência, seqüestro, assalto se clama pela polícia, por segurança.

Que responsabilidade temos nós, nesta Assembléia, se estamos postergando a votação de um projeto importante? Há quem diga, Deputado Pedro Tobias, que o Deputado Campos Machado é aliado do Governo. Sou sim, nunca disse o contrário. Posso até ter alguns problemas com o PSDB, ter até algumas divergências, mas quero ressaltar aqui o carinho especial, o apreço, a amizade que tenho pelo Governador. Nunca escondi isso, Deputado Pedro Tobias. Digo alto e em bom som que a minha aliança aqui não é com o PSDB. A minha aliança aqui é com o Governador Geraldo Alckmin, que merece o respeito do nosso partido, o carinho do PTB que faz com que este líder e sua bancada assumam posições favoráveis ao seu Governo. Lealdade é fundamental, é a cicatriz da alma de um político. Lealdade é o carimbo do coração de um político, e fazemos da lealdade a nossa maneira de viver.

Cedo um aparte ao nobre Deputado Ubiratan Guimarães, meu amigo e meu irmão de fé, um dos melhores Deputados deste Estado.

 

O SR. UBIRATAN GUIMARÃES - PTB - Muito obrigado. Apenas corroborando as palavras de V.Exa. para que possamos, de fato, aproveitar as vagas na Polícia Militar, precisa haver uma antecedência para que possam ser preenchidas. Portanto, o quanto antes este projeto for aprovado nós teremos condições - nós, digo em nome da Polícia Militar -, até o dia 15 de dezembro que é o dia das promoções, de poder preencher todos os novos batalhões a serem criados e todas as companhias. Era só um dado técnico que queria acrescentar à fala de Vossa Excelência.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Quero aproveitar as palavras do Deputado Ubiratan Guimarães para pedir ao Deputado Cândido Vaccarezza, ao Deputado Enio Tatto, vice-Líder, pelo menos uma trégua para votar o projeto da Polícia Militar. Vamos deixar que as questões outras, Deputado Pedro Tobias, os outros embates sejam realizados em outros dias.

O Deputado Ubiratan Guimarães, coronel reformado da Polícia Militar, trouxe aqui as suas preocupações e a Bancada do PT, sempre zelosa, bem liderada pelo Deputado Cândido Vaccarezza, precisa assumir a sua responsabilidade histórica. Não dá para correr risco, Deputado Enio Tatto, vice-Líder. Vossa Excelência, com a responsabilidade de vice-líder não pode permitir que o nosso estado permaneça com a espada de Dâmocles na cabeça, da insegurança, do caos. Imagine, nobre Deputado Ubiratan Guimarães, se esse projeto não for aprovado, quem vai responder, quem vai ser o responsável pela não aprovação desse projeto? Aquele acordo, que não sei quem fez, como diz o nobre Deputado Cândido Vaccarezza, um acordo com expressivas lideranças da Casa. Quais são as expressivas lideranças da Casa que eu desconheço, Deputado Giba Marson? O PV não foi consultado. O PTB não participou da reunião. Então, quem participou? Que reunião secreta foi essa que ninguém sabe? Onde foi a reunião? Na Calábria? No Vietnã? No Iraque? Como podemos cumprir um acordo de que não participamos? Nós queremos começar a votar, e concordamos, embora com ressalvas, que hoje se começasse a votar os 21 projetos de Deputados; é o ponto de partida.

Mas verifico a chegada do nobre Deputado Emidio de Souza, que foi eleito Prefeito da cidade de Osasco, com o apoio do PTB. Aceite, nobre Deputado Emidio de Souza, nossas felicitações. Osasco passa, a partir de 1º de janeiro de 2005, a ser governada por um homem de bem, que não conhece a palavra arrogância; que não conhece a palavra prepotência; que não é arbitrário; que não volta as costas aos amigos; que não trai companheiros; que não joga fora o partido que o elegeu, como se fosse um copo descartável.

Daí, publicamente, nós que indicamos o candidato a vice-Prefeito de Osasco, contra um candidato que foi eleito duas vezes, pelo meu partido, e que no palanque, desrespeitando a história de um partido de 50 anos, rasgou a ficha de filiação. Poderia ter assinado a ficha do PSDB, sem ter rasgado a do PTB; rasgando a história, a tradição, 50 anos de vida.

É por isso, que nesta tarde, paro o meu pronunciamento, para festejar a chegada do nobre Deputado Emidio de Souza, que saiu de uma situação desconfortável, mas que teve o povo a seu lado. Ganhou as eleições porque tem cara de povo, tem cheiro de povo, tem alma de povo.

Faço este desabafo porque a eleição, nobre Deputado Emidio de Souza, em Osasco, coligado com o Dr. Cury, nosso vice do PTB, passou a ser uma questão de honra do PTB. Nós lavamos a alma, nobre Deputado Jorge Caruso, em Osasco. Todas as nossas angústias, todas as nossas ofensas recebidas, todas as traições de que fomos vítimas, foram lavadas num dia só.

Mas, voltando, nobre Deputado Pedro Tobias, à questão do projeto da Polícia Militar, quero cobrar, tenho que cobrar de alguém, da Bancada do PT. Ora, o nobre Deputado Jorge Caruso, meu amigo, Deputado atuando, perspicaz, inteligente, sensível, e que tem sido grande companheiro da Bancada do PT nesta Casa, foi sensível hoje pela manhã, no Colégio de Líderes. Entendeu o nobre Deputado Jorge Caruso, falando pela sua bancada, que teria o apoio dos companheiros do PT para que pudéssemos votar o Projeto da Polícia Militar, juntamente com os 21 iniciais projetos dos Deputados.

Qual foi a nossa proposta? Que ficasse marcada uma data: 17 de novembro, 16, para que na terça ou quarta-feira, votássemos esse projeto, que não é meu, que não é seu, que não é do PT, não é do Sr. Governador. É do Estado de São Paulo o projeto que trata da segurança. E que votássemos hoje, os 21 projetos do s Deputados. Mas, não senti a menor reação da bancada petista. Agem, como se não fosse com eles, como se estivessem na Assembléia do Pará ou do Paraná. O projeto da Polícia Militar parece não dizer respeito a eles. Por mais respeito que eu tenha à Bancada do PT, não dá para aceitar.

Agora, vem a Bancada do PT e diz: queremos votar todos os nossos projetos, por aquele acordo feito não se sabe onde nem quando. E eu indago: como é que fica a Bancada do PTB? Também queremos votar todos os nossos projetos. Aí vem a Bancada do PV, que tem que seguir a trilha. E eu indago: onde está a palavra acordo? Nós queremos fazer o acordo, mas que todos participem, não aquelas figuras proeminentes, que eu não sei quais são, nobre Deputado Giba Marson. Espero saber até o final da sessão. Verifico que foi um acordo de que devem ter participado três ou quatro partidos políticos, como se a Assembléia toda se resumisse a três, quatro partidos políticos.

Estou aguardando que a liderança ou a vice-liderança do PT se manifeste, que diga se vale a pena correr o risco de não ter aprovado um projeto da Polícia Militar que vai criar batalhões. Vão dizer: mas, é um projeto do Sr. Governador. Quem vai ganhar é o Sr. Governador. Mas, espera um pouco: se nós colocarmos mais soldados na rua, quem ganha? Quem ganha com dois, três ou quatro mil homens na rua, nobre Deputado Ubiratan Guimarães? Mais batalhões, mais viaturas, mais armamentos. Quem ganha? É o povo de São Paulo. É esta a pergunta que deixo aqui. Esta é a pergunta que eu faço, e cadê a resposta? Onde está a resposta?

Gostaria de ouvir, por parte dos nobres Deputados do PT, a razão pela qual a bomba relógio não está sendo desarmada. Eu quero uma explicação só, nobre Deputado Pedro Tobias. Uma só. Estou aqui há 30 minutos. Ouço o silêncio. O silêncio dos bons, é o silêncio pairando sobre esta Casa. Nada se diz, nada se fala, só se contempla. Só recebo olhares. Eu quero respostas. Não quero olhares. Eu quero posições. Eu quero definições. Quero que alguém aqui venha e diga que não há necessidade de votar este projeto, e prove que não votamos. Diga que São Paulo não precisa mais de soldados, mais de policiais, mais de viaturas, mais de armas.

Diga “eu aceito” uma cidade que não tem mais seqüestros, que não tem violência, que a segurança é total! Vou acabar me convencendo mesmo, Deputado Pedro Tobias, que não há necessidade mais de aumentar. Tem é que diminuir. Não tem crime! Estou começando a achar, Deputado Ubiratan, pela postura da Bancada do PT que tem policial militar demais, e arma demais. Não tem bandido! Está tudo calmo.

Ora, Srs. Deputados, essa perplexidade bate forte em mim. Já começou com aquele acordo. Estou pensando em contratar o FBI para localizar quando foi o acordo, e quem dele participou! Tenho que saber, Deputado Carlinhos Almeida, quais foram os participantes desse acordo que o meu amigo Deputado Vaccarezza disse que houve. E tem que ser a polícia americana, pelo jeito. O FBI tem que localizar quando foi, a que horas foi, em que lugar foi, em que estado foi, em que país foi, e quem participou.

Em nome desse acordo, que nunca ouvi dizer, é que esta Casa está parada. Daí, meus amigos, daí, Srs. Deputados, eu fazer este apelo. É o 59º apelo que faço nesta tarde. Quem não quer votar este projeto é preciso que venha a esta tribuna e diga que ele não serve, que ele não é necessário. Este projeto não tem por quê. A segurança é total, os quartéis estão abarrotados de soldados, o armamento é moderno, as viaturas são moderníssimas, o crime desapareceu, só está no Código Penal, não está na rua.

Mas se ninguém diz nada, Deputado Pedro Tobias, como é que ficamos? E estou aqui não apenas como aliado do Governador Geraldo Alckmin, não. Estou aqui porque estou defendendo a necessidade da premência, da pressa. Não dá para aguardar mais. E quero, antes de encerrar esta sessão, ter a felicidade de ouvir de qualquer membro da Bancada Petista - aliás, uma bancada composta por excepcionais Deputados, alguns injustiçados que se candidataram nas suas cidades, reuniram todas as condições para serem eleitos, e não foram porque o destino é como dizem os gregos: arrasta as pessoas que consentem e destroem as pessoas que resistem. É uma bancada acostumada a enfrentamentos. É uma bancada séria. É uma bancada que anda de cabeça erguida, que dá uma explicação. Gostaria que qualquer um dos 23 Deputados do PT, qualquer um, do líder a qualquer outro ilustre Deputado que justificasse o risco de uma bomba-relógio armada contra nossa população.

Temos que pesar mais essa bomba, porque se não votarmos este projeto invoco o testemunho de Deputados que pertençam à corporação, como o Deputado Ferrarini, o Deputado Conte Lopes, o Deputado Ubiratan, que não seriam levianos de virem aqui...

 

O SR. PRESIDENTE - SIDNEY BERALDO - PSDB - Nobre Deputado, passaram-se seis minutos e ainda estamos aqui ouvindo seu brilhante pronunciamento, mas realmente temos que comunicar que seu tempo já está esgotado.

Tem a palavra, inscrito para se manifestar a favor, o nobre Deputado Geraldo Lopes.

 

O SR. GERALDO LOPES - PMDB - Sr. Presidente, cedo meu tempo ao nobre Deputado Campos Machado.

 

O SR. PRESIDENTE - SIDNEY BERALDO - PSDB - Srs. Deputados, tem a palavra, por cessão de tempo do Deputado Geraldo Lopes, o nobre Deputado Campos Machado, pelo prazo regimental de 30 minutos.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Sr. Presidente, recomeço com uma indagação. Deputado Bittencourt, V. Exa. sabe que Cícero no Senado romano era um grande orador. E ele constantemente tinha debates com Catilina. E ficou histórica uma frase de Cícero que quero parafrasear: “Quosque tanden abutere, Catilina, patientia nostra”. Até quando, ó PT, abusarás deste Deputado? Só Cícero para explicar o que se passa nesta Casa.

 

O SR. CÂNDIDO VACCAREZZA - PT - Deputado Campos Machado, V. Exa. sabe, porque além de ser um Deputado arguto, competente, que este projeto do Governo de reestruturação da Polícia Militar não vai resolver o problema dela, nem se insere numa reestruturação profunda.

Chamando a atenção de Vossa Excelência, quero dizer que vi Deputados do PSDB dizerem que estão propondo criar um batalhão no ABC. Quem lê o projeto sabe que isso não está lá. E não é preciso que se faça uma lei para criar um batalhão no ABC. Isso é uma medida administrativa interna.

O que o projeto tem de reestruturação? Ele consolida 93 mil efetivos da PM. Não aumenta nenhum. Ele consolida uma discriminação odiosa, absurda que há na lei de São Paulo, que é uma reivindicação do PT, de outros partidos, essa separação da carreira feminina e da masculina. Vossa Excelência é testemunha de um debate que houve comigo em que um Deputado do PSDB disse que nesse caso iria entrar mais mulher do que homem, o que é uma bobagem. No ato do concurso pode-se dizer que se abrem tantas vagas para mulher, e tantas para homem. Por que separar as duas carreiras? Só para impedir que uma coronel chegue ao comando geral da PM. É possível unificar a carreira. Você teria uma coisa importante para a cidade de São Paulo.

V. Exa. sabe que quando se está investigando um crime cometido às 7 horas da noite e o plantão do policial termina às oito, se ele for um policial responsável e não um relapso, que é a minoria, a maioria da PM não é assim, ele continua trabalhando de graça, o PM não tem hora extra, além do mais, seria possível, quando se tem grandes eventos, a PM cobrar dos promotores destes eventos a cobertura, mas o projeto nem toca neste assunto.

V. Exa. sabe que existe uma estamentação, desculpe o neologismo, mas existem vários estamentos na Polícia Militar que deveriam ser reduzidos para permitir que as pessoas progridam na carreira com mais rapidez. Imagine o número de pessoas que ingressam como tenente e apenas um ou dois de cada turma chega a coronel. Podemos aumentar o número de coronéis, podemos aumentar o número de capitães, de tenentes. Queremos acabar com a figura do subtenente.

Nobre Deputado Campos Machado, nós queremos uma reestruturação profunda, positiva, que melhore para a PM. Deputado Campos Machado, permita-me mais uma última observação.

O Comandante da PM esteve nesta Casa - V. Exa. estava presente - esteve no Colégio de Líderes e disse que se o projeto de reestruturação fosse aprovado, iria implementá-lo já a partir de 15 de dezembro. Por que esse açodamento do Governo em querer votar isso hoje sem discussão? A Comissão de Justiça não foi acionada para debater. Tivemos a nomeação de um relator especial para dar o parecer da matéria. Aliás, a Bancada do PT quer acabar com essa figura anacrônica do Regimento Interno. Queremos reformar o Regimento e acabar com certos aspectos negativos do Regimento. A Comissão de Finanças e Orçamento também não analisou o projeto. Tivemos a nomeação de um relator especial. A comissão específica para avaliar o projeto também não foi ouvida. E tem um outro problema que não está sendo debatido: a transformação dos oficiais médicos e dos oficiais músicos em combatentes.

O que quer o PT? Que fortaleçamos a Polícia Militar; que façamos uma reestruturação positiva da PM; que acabemos com essa discriminação de a mulher não poder ser comandante; que aumentemos o efetivo da Polícia Militar; que aumentemos o número de coronéis, de capitães e tenentes; que tenhamos na PM hora extra. Por que não? O coronel Ubiratan Guimarães não é mais da ativa, portanto, pode se manifestar nesse sentido. Não deve ter uma pessoa sequer na Polícia Militar que seja contra a se pagar hora extra. É um absurdo o que o Governo faz com a Polícia Militar aqui em São Paulo. O PT quer fortalecer a PM, o que vai ser bom para todos nós no Estado de São Paulo.

 

O SR. PRESIDENTE - SIDNEY BERALDO - PSDB - Nobre Deputado Campos Machado, a Presidência pede vênia a V. Exa. para anunciar a presença, entre nós, do Dr. Jorge, Prefeito eleito de Ferraz de Vasconcelos, e do Vereador também eleito Olavo Santana, que se fazem acompanhar do nosso querido Deputado José Bittencourt.

Sejam bem-vindos. (Palmas.)

 

O SR. VAZ DE LIMA - PSDB - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Eu precisei me ausentar um pouco do plenário, nobre Deputado Campos Machado, e agora que retorno, inclusive é uma pergunta que faço a V. Exa., vejo que o assunto em discussão é outro. Estávamos discutindo o projeto da cobrança do uso da água e para minha surpresa vejo a discussão do projeto da Polícia Militar. Eu queria saber se inverteu a pauta neste período em que estive ausente ou se de fato continuamos discutindo o projeto da cobrança do uso da água. Estou solicitando esta informação para depois continuar meu aparte.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Nobre Deputado Vaz de Lima, V. Exa. sabe que a sensibilidade fala mais alto nesta Casa. O projeto de cobrança do uso da água está na Casa há vários anos. Como temos a preocupação, o receio desse projeto da Polícia Militar não ser votado a tempo, de maneira a trazer paz, tranqüilidade e segurança a nossa gente, o Deputado Cândido Vaccarezza trouxe à tona esta discussão. Eu aceitei, tendo em vista a minha preocupação. Estamos com a bomba relógio ligada. Se não votarmos esse projeto rapidamente de maneira que até 15 de dezembro se tenha tempo de fazer todas as adaptações, corremos o risco de presentear o Estado de São Paulo e a população com mais insegurança. O que queremos é mais segurança. Daí a razão de estarmos discutindo neste momento não a cobrança do uso da água, mas o projeto da Polícia Militar, que foi trazido pelo nobre Deputado Cândido Vaccarezza e depois com um aparte do nobre Deputado Ubiratan Guimarães.

 

O SR. VAZ DE LIMA - PSDB - Então eu gostaria, em nome da Bancada do PSDB, de me colocar sobre as duas questões.

Em relação ao projeto que estamos discutindo, que é o da cobrança do uso da água, a posição da Bancada do PSDB é amplamente favorável a que votemos o projeto, que está na Casa desde o ano de 2000.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Nobre Deputado Vaz de Lima, permita-me perguntar se V. Exa. defende que o projeto de cobrança do uso da água seja votado sem um roteiro específico, que possa dar uma conformação mais adequada, ou se pretende votá-lo como se encontra?

 

O SR. VAZ DE LIMA - PSDB - Nobre Deputado Campos Machado, vivemos numa Casa política, muitas emendas foram apresentadas, muitas discussões foram feitas com todos os segmentos interessados no projeto, pelo que a Bancada do PSDB entende que o projeto precisa ser votado. Protelar essa discussão não faz bem para nós paulistas. É preciso fazer um roteiro, é preciso encontra uma saída para que possamos efetivamente votá-lo, da mesma forma como no momento aprazado a Bancada do PSDB quer discutir, sim, em profundidade o projeto da Polícia Militar e espera fazê-lo na Sessão Extraordinária que já foi convocada para esse fim. De forma que nós gostaríamos de continuar discutindo o projeto da água e daqui a pouco, assim que pudermos, voltar para este plenário e discutirmos - e de preferência votarmos - o Projeto da Polícia Militar.

No demais, gostaria de continuar ouvindo V.Exa., que tão bem está discorrendo sobre o uso da água aqui no nosso estado.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Nobre Deputado Vaz de Lima, perplexidade talvez não seja a palavra que possa ser utilizada nesta tarde. Fico meio perplexo quando ouço V.Exa. fazer esse aparte.

Mas, em consideração ao apreço, ao carinho que tenho em relação a V.Exa., só vou afirmar, deixando de lado outras considerações, que a Bancada do PTB também é favorável a esse projeto. O que nós não queremos, já deixei patente aqui há muito tempo, é a criação de capitanias hereditárias. Queremos que seja feita uma divisão justa.

Daí estarmos aguardando o nobre Deputado Rodrigo Garcia, que ficou de apresentar uma sugestão intermediária. O que não podemos aceitar é votar o projeto como se encontra, porque é criar, repito, algumas capitanias, e sabe bem o Deputado Caruso, que conhece bem esse projeto, que somos contra capitanias hereditárias. Mas estamos aguardando que as sugestões que devem ser apresentadas pelo nobre Deputado Rodrigo Garcia sejam trazidas à tona, discutidas e debatidas.

Não somos contra esse projeto. Somos contra alguns pontos desse projeto, de favorecimento, de criação de lideranças superficiais no interior. Somos contra esses pontos. Nunca a Bancada do PTB foi contrária a esse projeto. Enganam-se aqueles que pensam que somos contra. Queremos discutir alguns aspectos e não querem que nós discutamos esses aspectos.

Esses aspectos o Deputado Caruso conhece bem. Não há um entrave. Não há obstrução a esse projeto. Queremos discutir apenas alguns pontos que nós achamos importantes. Estamos aguardando as tais emendas aglutinativas que ficaram de ser apresentadas.

Dá até a impressão, aos desavisados, que só a Bancada do PTB é que não quer votar o projeto do uso da água, ou a Bancada do PMDB. Queremos votar, sim, desde que corrigidas as suas distorções. O que estamos tratando aqui, Deputado Vaz de Lima, é da premência. A premência está no horizonte.

Não concordo com o Deputado Vaccarezza quando diz que se pode esperar. Lei perfeita não existe. Diz o Deputado Vaccarezza que ele defende e eu acho justo que possa uma mulher comandar a PM. Mas tem que ser com lei específica, emenda constitucional e não é nesse projeto. Estou disposto, Deputado Vaccarezza, a assinar com V.Exa. essa emenda constitucional que faça com que uma mulher possa comandar a Polícia Militar. O que não dá mais é ter que aguardar até o começo de dezembro. O que defendo aqui é que fixemos um prazo. Vamos votar 16 ou 17 de novembro. É preciso um prazo para fazer com que a Polícia Militar tenha condições. Gostaria até que o Deputado Ubiratan, meu companheiro de bancada, desse um aparte e trouxesse mais luz a essa questão.

 

O SR. UBIRATAN GUIMARÃES - PTB - Ouvimos o nobre Deputado Vaccarezza, no seu pronunciamento; o que está sendo tratado nesse projeto é a reestruturação operacional da Polícia Militar. É a redistribuição dos efetivos no estado todo. São criados batalhões, são criados comandos de policiamento de área, companhias na nova distribuição do efetivo da Polícia Militar, que agora se chegou a um ponto: de acordo com a demanda, com o crime, de acordo com a população, o chamado efetivo matricial. Esse projeto é isso.

Nos outros, naquilo que falou o nobre Deputado Cândido Vaccarezza, concordo com ele. Essa foi sempre uma luta. Nós que vivemos na rua, nós que fizemos o policiamento, quantas vezes no término do serviço, às 22 horas, nós ficávamos fazendo um flagrante até as seis horas do dia seguinte, meio-dia do dia seguinte e o homem no dia seguinte tinha que entrar em serviço.

Concordo plenamente com o Deputado Vaccarezza nesse aspecto. Tem o meu apoio, nobre Deputado, mas isso seria discutido num outro projeto. Agora, esse é a reestruturação operacional e que se tem urgência em razão das datas de promoção e das datas marcadas que estão no calendário da Polícia Militar. Muito obrigado pelo aparte.

 

O SR. JORGE CARUSO - PMDB - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Entendo perfeitamente, em nome da bancada do PMDB, a questão da urgência do projeto de reestruturação da Polícia Militar. É bom salientarmos que depois de 10 anos de Governo do PSDB veio essa reestruturação para cá. Isso, nos 10 anos, Deputados experientes ligados à área da Polícia, debatendo, denunciando as mazelas, as ausências de efetivos, os problemas nas suas respectivas regiões. Então, esse projeto apareceu agora.

É um projeto importante, colocado como a salvação da Segurança Pública do Estado de São Paulo. Nós, Deputados, temos que realmente discutir esse projeto com cautela, apoiá-lo, mas também ver os pontos eventualmente divergentes naquilo que nós possamos aprimorar o projeto, e temos um pouquinho de tempo ainda. Temos até o final do mês para fazer eventuais correções, porque não sabemos quando novamente a opinião dos Srs. Deputados será respeitada com relação ao que ocorre na segurança no Estado de São Paulo.

Com relação ao projeto da cobrança da água, Deputado Campos Machado, e a discussão é efetivamente sobre isso, o PMDB em momento algum se manifestou de forma contrária à cobrança. Lá atrás - esse projeto vem desde 1998 nesta Casa, projeto 20/98 - o projeto era vergonhoso. O projeto foi substituído, foi modificado com a ajuda de muitos Deputados da Casa. Ficou um projeto muito bom mas ainda há alguns pontos controversos.

O que queremos salientar e isso, acima de tudo, não foi explicado a toda a população, é que a cobrança do uso da água é mais uma taxa para cada cidadão deste estado. Isso, curiosamente, não foi difundido. É explicado como algo positivo e, é claro, são mais recursos para serem aplicados no meio ambiente. Como vão ser aplicados esses recursos, quem vai gerenciar todos esses aspectos temos discutido mas ainda não se chegou a um ponto comum.

Mas é importante salientar que quando chegarmos à votação desse projeto, mais uma vez, apesar de nosso estado, talvez, ser beneficiado com isso, do meio ambiente ser beneficiado, quem vai pagar a conta é a população. Então, é bom deixarmos bem claro isso, e esse é um dos aspectos que nós sempre procuramos não obstruir, mas justificar nossa postura no projeto da cobrança da água, porque desde lá de trás o valor que queriam cobrar era realmente absurdo, e esta Casa tentou colocar todos os óbices possíveis para que a população não fosse penalizada.

O que percebemos, em algumas alterações que se pretende fazer nesse projeto para ser levado a voto, é que muitos segmentos serão beneficiados. O espírito do projeto da cobrança do uso da água será desvirtuado e esse projeto será, na verdade, um novo caça-níquel para as contas do governo, para o governo gastar às custas do bolso da população.

Essa é a nossa grande preocupação. Que seja um projeto justo acima de tudo, que nós tenhamos a certeza da aplicação desse dinheiro e daí a importância da discussão. Por isso vemos com certa ressalva justamente essa postura de algumas pessoas cobrando, inclusive da nossa Bancada, a aprovação desse projeto. Só que é bom que se diga, a aprovação desse projeto do jeito que está, novamente falo aqui, só vai incidir sobre o bolso da população e vai ser mais um imposto ou taxa muito mal esclarecido. Daí a nossa preocupação e a nossa insistência de que este projeto ainda não pode ser levado a votos.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Sr. Presidente, gostaria que V. Exa. informasse este Deputado, de maneira expressa, quais foram os parlamentares que já utilizaram o tempo deste projeto, que discursaram a favor ou contra, de maneira que possamos verificar a possibilidade de inscrição de novos parlamentares para que possam discutir de maneira mais intensa este projeto.

 

O SR. PRESIDENTE - SIDNEY BERALDO - PSDB - Nobre Deputado Campos Machado, manifestaram-se a favor do projeto os nobres Deputados Vanderlei Siraque, Emidio de Souza, Campos Machado, Donisete Braga, Antonio Mentor, Carlinhos Almeida, Rodolfo Costa e Silva...

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Sr. Presidente, quando levanto uma questão de ordem, entendo que o relógio deveria ser paralisado. E o relógio andou com uma rapidez admirável. Gostaria que retornasse ao ponto de origem.

 

O SR. PRESIDENTE - SIDNEY BERALDO - PSDB - Retornaremos e daremos todo o tempo que V. Exa. julgar necessário para compensar essa questão de ordem.

 

O SR. ORLANDO MORANDO - PL - Sr. Presidente, solicito a prorrogação dos trabalhos por cinco minutos.

 

O SR. PRESIDENTE - SIDNEY BERALDO - PSDB - É regimental. Esta Presidência colocará em votação em momento oportuno.

 

O SR. JORGE CARUSO - PMDB - Sr. Presidente, solicito regimentalmente uma verificação de presença.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Sr. Presidente, antes que seja procedida a verificação, gostaria que o nobre Deputado Antonio Mentor concordasse com o pedido que deixo pronto de suspensão dos trabalhos por cinco minutos, para que possamos encadear as negociações de maneira a solucionar questão pendente na Casa.

 

O SR. PRESIDENTE - SIDNEY BERALDO - PSDB - Convido os nobres Deputados Ricardo Castilho e Geraldo "Bispo Gê" Tenuta para auxiliarem a Presidência na verificação de presença ora requerida.

 

* * *

 

- É iniciada a chamada.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - SIDNEY BERALDO - PSDB - Srs. Deputados, a Presidência constata número regimental de Srs. Deputados em plenário, pelo que dá por interrompido o processo de verificação de presença e agradece a colaboração dos nobres Deputados Ricardo Castilho e Geraldo "Bispo Gê" Tenuta.

Respondendo à questão de ordem do nobre Deputado Campos Machado, já se pronunciaram a favor do projeto os nobres Deputados Vanderlei Siraque, Emidio de Souza, Campos Machado, Donisete Braga, Antonio Mentor, Carlinhos Almeida, Rodolfo Costa e Silva, Cândido Vaccarezza, Maria Lúcia Prandi, Renato Simões, Sidney Beraldo, Luiz Gonzaga Vieira, Ary Fossen, Marcelo Bueno, Mário Reali, Afonso Lobato, Sebastião Arcanjo, Paulo Sérgio, Ricardo Castilho, José Bittencourt, Edson Ferrarini, Geraldo Lopes.

Manisfestaram-se contra os nobres Deputados José Zico Prado, Edson Gomes, Nivaldo Santana, Antonio Salim Curiati, Conte Lopes e Vitor Sapienza.

 

O SR. JORGE CARUSO - PMDB - Sr. Presidente, não acompanhei o começo da lista, este Deputado já usou da palavra?

 

O SR. PRESIDENTE - SIDNEY BERALDO - PSDB - Nobre Deputado Jorge Caruso, V. Exa. ainda não se manifestou com relação a este projeto.

Continua com a palavra o nobre Deputado Campos Machado.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Sr. Presidente, Srs. Deputados, inicialmente gostaria, como bem salientou o nobre Deputado Antonio Mentor, que o relógio voltasse ao original, fixando exatamente o tempo que este Deputado tem para falar, considerando que eu havia solicitado questão de ordem àquela oportunidade.

 

O SR. PRESIDENTE - SIDNEY BERALDO - PSDB - Nobre Deputado, acrescemos ao seu tempo mais dois minutos.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Agradeço, nobre Presidente.

Sr. Presidente, temos dois projetos caminhando paralelos numa mesma tarde: o projeto da Polícia Militar e o projeto de cobrança pelo uso da água.

Inscrevi-me para tratar sobre o projeto de cobrança pelo uso da água quando o nobre Deputado Cândido Vaccarezza, em seu primeiro aparte, trouxe à baila a questão da Polícia Militar. Aí, o Deputado Vaz de Lima, no seu aparte, disse que estávamos discutindo um projeto que não era o da pauta. Fiz referência sobre a questão da premência, da pressa, da exigüidade do tempo. Não dá para aguardar por mais tempo que este Projeto da Polícia Militar não seja discutido e votado.

Este projeto é perfeito? Não. É carregado de imperfeições, mas é o que tem. Como disse o nobre Deputado Ubiratan Guimarães, é um projeto que vai reestruturar a Polícia Militar, vai dirigir as regiões onde impera a insegurança.

A preocupação que me assalta é porque nós podemos perder o trem da História buscando um projeto perfeito, se nem Cristo foi perfeito. E, buscando o projeto perfeito, podemos nos perder nos detalhes, deixando de lado a oportunidade de votar um projeto. Se ele não é perfeito, pelo menos é o mais adequado para a situação.

Sobre a questão da cobrança pelo uso da água, assalta-me uma nova preocupação, um projeto defendido pela Bancada do PSDB e pela Bancada do PT que, de mãos dadas, corações colados, almas gêmeas, se uniram para votar este projeto e não querem levar em consideração as observações feitas pelas demais bancadas desta Casa.

A Bancada do PTB não é contra o projeto, fizemos algumas observações. A Bancada do PMDB também tem as suas observações. A Bancada do PV tem um trabalho muito bem feito pelo nobre Líder do PV, Deputado Giba Marson, que é dedicado à questão ambiental.

Nobre Deputado Giba Marson, o que queremos ver são as nossas ponderações discutidas à luz da razão. Não dá para aceitar essa união jaconça, jacaré com a onça, jacaré petista e a onça tucana nascida neste plenário, neste projeto. Nós queremos simplesmente ser ouvidos. É só o que pedimos: ser ouvidos. É muito pedir para ser ouvido?

O Deputado, Líder do PSDB, disse que o projeto está na Casa há anos, mas não trouxe nenhuma novidade, basta ler o número do projeto. Não trouxe nada de novo na Casa. Mas será que o nobre Líder do PSDB, Deputado Vaz de Lima, não é sensível às ponderações da Bancada do PTB? Ou S. Exa. se fecha, se enclausura e não quer debater questões pontuais? Esta é a questão. Este é o problema.

Deputado Antonio Mentor, queremos exaurir todo o questionamento. O Deputado Jorge Caruso de quando em quando é mal interpretado, porque defende com ardor a sua posição. O PMDB também não é contra este projeto.

No caso da Guarapiranga, defendemos a posição do Deputado Ricardo Trípoli, Presidente da Comissão de Constituição e Justiça, que fez indagações que ele quer que venham ao bojo do projeto. Sr. Presidente, para terminar, é possível que eu volte dentro de instantes, pois gostaria de continuar as mesmas colocações sobre a Guarapiranga.

 

O SR. PRESIDENTE - SIDNEY BERALDO - PSDB - Tem a palavra a nobre Deputada Ana do Carmo, inscrita para se manifestar a favor.

 

A SRA. ANA DO CARMO - PT - Sr. Presidente, cedo o meu tempo ao nobre Deputado Antonio Mentor.

 

O SR. PRESIDENTE - SIDNEY BERALDO - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Mentor, pelo tempo regimental de 30 minutos.

 

O SR. ANTONIO MENTOR - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, o projeto de cobrança pelo uso da água é, talvez, uma das mais importantes e necessárias medidas apresentadas a esta Casa pelo Governador do Estado, que tem contado com o apoio da Bancada oposicionista, o Partido dos Trabalhadores, por considerarmos a iniciativa fundamental para que se possa gerar recursos capazes de financiar a recuperação das nossas bacias, das nossas nascentes, da mata ciliar. São investimentos na área de tratamento de esgoto que são alardeados por todos os governos municipais e pelo Governo do Estado que, no entanto, têm sido protelados nesta Casa há mais de seis anos.

Quero aqui repetir o pronunciamento do nobre Deputado Campos Machado de que é possível que esta Casa perca o bonde da História. O adiamento constante que se verifica na votação deste projeto pode ter como conseqüência um dano irreparável ao Estado de São Paulo, considerando que a Agência Nacional de Águas já toma providências no sentido de que a cobrança pelo uso da água seja feita pelo Governo Federal.

Portanto, a paciência que é apresentada quanto a este projeto, que não é a mesma que se verifica quando se discute nesta Casa outros temas também relevantes como, por exemplo, o projeto de reestruturação da Polícia Militar, que chegou à Assembléia Legislativa há poucos dias. Esse também não é um projeto perfeito, como não era perfeito o projeto de cobrança pelo uso da água, que foi modificado, recebeu emendas, foi retirado, reapresentado pelo próprio Governador do Estado e mesmo na sua reapresentação, suscitou enormes dúvidas e foi aperfeiçoado novamente, com emendas das diversas bancadas que têm assento neste Parlamento para que se pudesse, ao final, ouvindo todos os segmentos políticos desta Casa, a sociedade civil, os setores que estão interessados no tema, os comitês de bacia, os consórcios de bacia, a indústria, a agropecuária, os ambientalistas, chegar não à perfeição, mas aproximar-se daquilo que pode ser compreendido por todos nesta Casa como o mais razoável projeto de lei relativo à cobrança pelo uso da água.

Portanto, não há explicação que se possa oferecer que justifique a procrastinação, a não ser a falta de vontade sincera do Governador Geraldo Alckmin, porque quando o Governador quer alguma coisa desta Casa, quando o Governador deseja, sinceramente, que esta Casa vote um projeto, ele age junto à sua base de sustentação de maneira incisiva, determinada, de modo que os projetos que lhe interessam são votados nesta Casa com uma celeridade assombrosa, o que não acontece com esse projeto de cobrança pelo uso da água, inexplicavelmente.

A base de sustentação do governo, que já esgotou o debate sobre esse tema, que já tentou por várias vezes uma emenda que contemplasse as várias opiniões, não se interessou, de fato, pela votação de uma matéria tão importante como essa. Observem, é um projeto de autoria do Governador do Estado que conta com o apoio da oposição nesta Casa, que quer, sim, votá-lo. Queremos votar para ajudar o Governador. É o Governador o autor da proposta. Não estamos fazendo aqui como os partidos de oposição ao Governo Federal têm feito, por exemplo, na votação de matérias importantes para o Brasil, de interesse da sociedade, como as Parcerias Público-Privadas, cujo projeto está sendo obstruído no Congresso nacional pela intransigência de setores da oposição comandados pelo PSDB e PFL no Senado e na Câmara Federal.

O projeto das Parcerias Público-Privadas está à mercê da vontade da oposição no Congresso Nacional apesar de todos, sem nenhuma exceção, entenderem a necessidade de investimentos privados, especialmente na área de infra-estrutura no Brasil. Oposição por oposição, o PSDB e o PFL não permitem que o projeto seja votado no Congresso.

Isso faz mal para o Brasil, não para o Governo. Isso faz mal para o Brasil, que experimenta, neste momento, uma escalada de desenvolvimento - com o crescimento do PIB, geração de empregos - que necessita de investimentos na área de infra-estrutura para garantir o desenvolvimento sustentado do País.

No entanto, por conta de picuinhas, de questões menores, o projeto não é votado no Congresso nacional, comportamento que não tivemos nesta Casa quando votamos o projeto do Governador para as Parcerias Público-Privadas. Votamos aqui, aprovamos aqui e oferecemos para o Governador do Estado um instrumento para garantir investimentos privados no Estado de São Paulo por quê? Porque isso é importante e necessário para o povo paulista, como é importante e necessário também para o povo brasileiro e os partidos de oposição ao governo na área federal negam-se, terminantemente, a votar.

A nova lei de falências, uma legislação moderna, atual, que conta com o apoio da sociedade civil, do empresariado, dos trabalhadores e das centrais sindicais, também é objeto de obstrução. É uma norma legal que poderá, desde que em vigor, garantir investimentos, garantir que empresas continuem trabalhando mesmo quando estiverem enfrentando dificuldades financeiras, de modo a poderem recuperar a sua capacidade de faturamento. Mas a oposição no Congresso Nacional furta-se da sua obrigação, nega-se a votar, encontra motivos mesquinhos para não cumprir a sua obrigação e responsabilidade com a Nação brasileira, não com este ou aquele governo.

Aqui, diferentemente desse comportamento, nós, da oposição, queremos oferecer para o Governador do Estado um instrumento importante para que haja investimentos em um setor fundamental: a preservação ambiental dos nossos mananciais, da mata ciliar, o tratamento de esgoto.

Sabe-se lá por que o Governador não pede à sua bancada, como ele faz quando entende ser necessário, para votar a matéria. E nós queremos votar.

Ora, se nos pedem para votar em 10 dias um projeto que chegou a esta Casa há pouco mais de 15 dias, também um projeto importante, sem dúvida nenhuma, depois de dez anos de governo do PSDB eles conseguiram elaborar um projeto para reestruturar a Polícia Militar e nos pedem para votar em dez dias - existem falhas gritantes no projeto, que foram objeto de emendas, queremos tratar dessas emendas com a Liderança do Governo - por que não aceitam um pedido nosso para votar um projeto que está aqui há mais de seis anos. Que comportamento diferenciado e estranho observamos na avaliação de um e de outro projeto, na tramitação de um e de outro projeto! Evidentemente todos sabemos que a segurança pública no Estado de São Paulo precisa de uma reestruturação, aliás, precisa há dez anos, e não somente agora. Há dez anos ela está sendo objeto de uma avaliação extremamente negativa pelo povo paulista.

O Governador do Estado, que é um homem polido e educado, tem pecado mortalmente no que diz respeito à segurança pública do Estado. O Governador Geraldo Alckmin, que é uma pessoa de bom trato, tem se mostrado de alguma forma incompetente para enfrentar as questões de segurança pública no Estado de São Paulo, levando-se em conta a escalada de violência que se observa na nossa cidade, no interior do estado. Violência que tem migrado, inclusive, para outras regiões e não apenas na região metropolitana de São Paulo. Os índices de homicídio, latrocínio e seqüestros cresceram e vem crescendo e continuam crescendo no estado. Portanto, não há aquele que não esteja de acordo com uma nova proposta que possa garantir melhora na segurança pública de São Paulo. Nós também defendemos isso.

Sabemos que este projeto não é perfeito e precisa ser aprimorado. Esta Casa tem se debruçado sobre ele, apresentando propostas e mudanças através das emendas para que ele possa garantir o resultado que a sociedade espera. A sociedade quer, precisa, exige uma melhoria na segurança pública.

O Governador do Estado de São Paulo, do PSDB, depois de dez anos conseguiu mandar a esta Casa um projeto de reestruturação da Polícia Militar que não pode ser votado, evidentemente, em dez dias. É preciso que quem esperou dez anos possa também oferecer um pouco mais de tempo para que os Deputados desta Casa cumpram a sua tarefa e examinem o projeto com maior detalhe. Se são dez anos de espera, por que não podemos aguardar mais alguns dias e verificar a eficácia desse projeto? O Governador é um homem paciente, de fino trato e não pode imaginar que uma Casa composta por 94 homens e mulheres resolva uma questão desta relevância num prazo tão curto de tempo, por mais importante que seja a questão em tela.

Por mais esforço que o Governador faça nos seus discursos para demonstrar que a segurança pública vai bem, o povo do Estado de São Paulo sabe e sente que a segurança vai mal.

Vinha ouvindo hoje um debate sobre um movimento que se cria a partir do Estado de São Paulo, que visa resguardar o pouco que resta da Mata Atlântica do Brasil - apenas 7% da Mata Atlântica que existia no nosso país ainda estão mantidos. Nasce em São Paulo um movimento que pretende se expandir por todo o Brasil para defender esse resíduo da Mata atlântica brasileira, que atinge todo o nosso litoral, do norte até a região sul. E se a sociedade se manifesta relativamente a uma questão dessa natureza, o que dirá a sociedade ao saber que há seis anos tramita nesta Assembléia Legislativa um projeto de lei que visa a criar um fundo que possa financiar as atitudes, ações, os comitês de bacia para garantir o que resta dos nossos mananciais?

Ora, se é verdade que é preciso reestruturar a Polícia Militar e que essa reestruturação chegou a esta Casa depois de dez anos de governo do PSDB, querem que nós Deputados possamos decidir essa questão em dez ou 15 dias? O que dirá a sociedade a respeito da demora em votar o projeto de cobrança pelo uso da água? Será que o Governador Geraldo Alckmin, um homem gentil, atento, que tem como slogan cuidar das pessoas, conhece as razões pelas quais esta Casa não vota o projeto de sua autoria, que garante recursos para o tratamento de esgoto, para a recuperação da mata ciliar e das nossas nascentes? Será que ele sabe disso? E se souber, por que será que não toma uma iniciativa junto a sua bancada, ao líder do governo, às bancadas que sustentam o seu governo nesta Casa, uma maioria bastante larga, e solicita aos Deputados da sua base; com a cordialidade que sempre marcou as suas ações e a suas relações com a Assembléia Legislativa chama a base ao palácio ou manda para cá um emissário para dizer que o Governador Geraldo Alckmin encarece pela votação do projeto de cobrança pelo uso da água e pede aos Srs. Deputados, com o carinho que ele sempre tratou os Deputados da sua base, que votem este projeto? Pode até argumentar pela importância da votação deste projeto. Há argumentos de sobra que o Governador poderia apresentar, mas o maior deles é que se trata de um projeto de sua própria autoria. Será que isso não sensibiliza a base de sustentação do Governador Geraldo Alckmin? Ou será que por conta dessa forma carinhosa, afetuosa e gentil que o Governador trata as pessoas ele não tem autoridade para pedir que esta Casa vote este projeto fundamental para o Estado de São Paulo?

 

O SR. PRESIDENTE - SIDNEY BERALDO - PSDB - Deputado Antonio Mentor, esta Presidência pede vênia a V.Exa. para colocar em votação o requerimento do Deputado Orlando Morando, de prorrogação dos nossos trabalhos por cinco minutos.

Em votação. Os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Rejeitado.

Devolvo a palavra ao Deputado Antonio Mentor.

 

O SR. ANTONIO MENTOR - PT - Muito obrigado, Sr. Presidente.

Vinha comentando sobre a pressa e todos nós reconhecemos a importância de alguns projetos que tramitam nesta Casa, em especial o projeto que reestrutura a Polícia Militar. Estamos de acordo, achamos que há urgência nisso. Gostaríamos que ele tivesse vindo a esta Casa há cinco ou oito anos. Com certeza essa reestruturação já teria produzido efeito, teria trazido conseqüências positivas para o povo de São Paulo. Mas ele demorou dez anos para chegar a esta Casa. Precisamos agora verificar se efetivamente essa reestruturação trará os benefícios necessários à Segurança Pública do nosso Estado. Justo que façamos isso porque todos estamos preocupados com a situação caótica em que se encontra a Segurança Pública.

O Governador e o Governo do PSDB, nesses dez anos não deram conta dessa tarefa; não deu conta dessa tarefa. Não deu conta de cuidar da gente que precisa da Segurança Pública. Já trocou Secretário, mudou aqui e ali, procurou uma solução mais publicitária, já apresentou seus investimentos nos equipamentos e na estrutura da Polícia Militar, com a ajuda recursos federais da Secretaria Nacional de Segurança Pública. Muitas vezes a origem não é revelada, mas muitos recursos estão sendo aplicados na Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, vindos do Governo Federal. Seria justo, inclusive, que o nosso querido Governador, além das viaturas e equipamentos adquiridos, dissesse que eles foram adquiridos com recursos do Governo Federal, apenas por uma questão de justiça. Sabemos que o Governador é um homem justo, às vezes comete algumas injustiças como essa que estou revelando, mas sabemos que S. Exa. é um homem dedicado, comete erros como cometeu durante esses dez anos de Governo do PSDB na Segurança Pública, entre outros.

Estamos assistindo também uma situação bastante delicada no que diz respeito aos interesses dos profissionais da Educação, dos nossos jovens, das nossas crianças, até mesmo a estrutura física da Educação no Estado de São Paulo está absolutamente deteriorada. Só se vê uma escola bem arrumada e pintada em duas situações. Primeira, quando a Associação de Pais e Mestres da Escola, vendendo pizza e fazendo quermesse consegue arrecadar algum recurso e, de moto próprio, faz a reforma necessária para garantir o mínimo de aparência para aquele prédio. A outra é quando uma Prefeitura que prioriza a Educação, de fato, traz para si a responsabilidade de fazer a manutenção das escolas. Caso contrário, se dependermos exclusivamente do Governo do Estado, apesar de termos observado a dedicação do Governador na administração pública do nosso Estado, infelizmente ele não tem correspondido às nossas necessidades do setor educacional.

Voltando à questão da cobrança pelo uso da água, muito se tem debatido nesta Casa, digo, repito e insisto, são seis anos. É um projeto que já foi, voltou; foi retirado e voltou a esta Casa. Imaginem se demorarmos seis anos para votar a reestruturação da Polícia Militar. O que seria desta Casa se demorássemos esse tempo para votar um projeto da importância que é o da reestruturação da Polícia Militar, tão importante quanto é o projeto de cobrança pelo uso da água. Não tem o efeito imediato, mas tem um efeito fundamental para a qualidade de vida do nosso Estado. Razão pela qual temos insistido, a Bancada do Partido dos Trabalhadores, que tem sido uma opositora rigorosa, questionadora das ações do Governo do PSDB, tem exigido medidas do Governador, nas mais diversas áreas, tem feito suas críticas sempre no sentido de garantir resultados positivos para o povo do nosso Estado.

No entanto, temos uma certa consideração para com a figura humana do Governador, apesar de reconhecermos sua incapacidade na solução dos problemas do Estado nesses últimos dez anos.

Queremos sim que haja uma ordem cronológica na votação desses projetos. Não dá para votarmos agora o projeto que está na Casa há dez ou quinze dias e deixarmos de votar um projeto que está na Casa há seis anos. Queremos votar os dois projetos, mas queremos que não se espere que aquele projeto que já está mais maduro caia de podre; que não se espere que ele termine a sua gestação de modo que se possa sofrer nesta Casa as mais duras críticas da sociedade. Queremos votar o projeto de cobrança pelo uso da água. Queremos ouvir, como já ouvimos, os mais amplos setores interessados na questão. Queremos ouvir, principalmente as opiniões da Liderança do Partido Trabalhista Brasileiro, meu nobre colega, companheiro e amigo Campos Machado. Queremos que o nobre Deputado traga ao bojo do projeto as suas observações, e nós, com certeza vamos acatá-las para que se possa votar. Não se pode, em nome do detalhe, esquecer daquilo que é fundamental. E o projeto de Cobrança pelo Uso da Água é fundamental para os interesses da nossa gente.

Como diz o Governador: “Cuidar da nossa gente”. Queremos cuidar da nossa gente, votando e oferecendo recursos para a preservação ambiental no Estado de São Paulo.

Sr. Presidente, concluindo minha intervenção, dizia que há que se considerar a ordem cronológica dos fatos. O projeto de Cobrança pelo Uso da Água foi protocolado nesta Casa há seis anos; o projeto que reestrutura a Polícia Militar, há 15 dias. Evidentemente, são duas propostas importantes para o Estado de São Paulo. Uma chega a esta Casa com 10 anos de atraso. Mas chegou, é importante, e é bom que chegou.

Essa reestruturação da Polícia Militar, da Segurança Pública, já deveria ter ocorrido logo no início do Governo do PSDB. Todos nós sabíamos da deficiência que permanece nos últimos 10 anos na Segurança Pública. Mas, tudo bem, chegou o projeto. Vamos analisar e aperfeiçoá-lo para que possa efetivamente ser submetido a votos nesta Casa.

Todos nós queremos melhorar a Segurança Pública do Estado de São Paulo. Aliás, nós queremos já há muito tempo melhorar essa flacidez que existe na Segurança Pública do Estado de São Paulo. A escalada da violência está aí nas ruas, e a nossa gente, o Governador, percebe isso. A nossa gente sabe que este Governo, há 10 anos, vem claudicando sistematicamente na Segurança Pública. Mas, nós também sabemos, e a nossa gente também sabe da importância da cobrança pelo uso da água. Portanto, cronologicamente, votaremos a cobrança pelo uso da água. Em seguida, votaremos a reestruturação da Polícia Militar. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - SIDNEY BERALDO - PSDB - Srs. Deputados, esgotado o tempo da presente sessão, esta Presidência adita a Ordem do Dia da Sessão Ordinária de amanhã, com os Projetos de lei nº 155/02 que institui o fundo especial de despesa na Secretaria de Agricultura e Abastecimento, e de nº 209/01 que altera a Lei nº 95.016/97 que autorizou o Departamento de Estrada e Rodagem - DER, e o Departamento de Água e Energia Elétrica - DAEE a doarem imóveis à Fazenda do Estado, e esta a transferir à CDHU, de autoria do Sr. Governador, que tramitam em regime de urgência.

Srs. Deputados, esgotado o tempo da presente sessão, esta Presidência, antes de encerra-la, convoca V.Exas. para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental, informando que a Ordem do Dia será a mesma da sessão de hoje, e o aditamento mencionado.

Está encerrada a sessão.

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- Encerra-se a sessão às 19 horas e dois minutos.

 

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