16 DE MAIO DE 2023

40ª SESSÃO ORDINÁRIA

        

Presidência: GILMACI SANTOS, DIRCEU DALBEN, SEBASTIÃO SANTOS e ANDRÉ DO PRADO

        

RESUMO

        

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - GILMACI SANTOS

Assume a Presidência e abre a sessão. Convoca os Srs. Deputados para reunião conjunta das Comissões de Constituição, Justiça e Redação, Administração Pública e Relações do Trabalho, Finanças, Orçamento e Planejamento, a ser realizada na data de hoje, às 14 horas e 30 minutos.

        

2 - THAINARA FARIA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

3 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

4 - DIRCEU DALBEN

Assume a Presidência.

        

5 - AGENTE FEDERAL DANILO BALAS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

6 - SIMÃO PEDRO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

7 - SEBASTIÃO SANTOS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

8 - SEBASTIÃO SANTOS

Assume a Presidência.

        

9 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

10 - SIMÃO PEDRO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

GRANDE EXPEDIENTE

11 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

12 - SIMÃO PEDRO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

13 - VITÃO DO CACHORRÃO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

14 - MÁRCIA LIA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

15 - PAULO MANSUR

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

16 - JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR

Para questão de ordem, faz pronunciamento.

        

17 - PRESIDENTE SEBASTIÃO SANTOS

Acolhe a questão de ordem do deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor, para respondê-la oportunamente.

        

18 - DONATO

Pelo art. 82, faz pronunciamento.

        

19 - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS

Pelo art. 82, faz pronunciamento.

        

20 - LEONARDO SIQUEIRA

Pelo art. 82, faz pronunciamento.

        

21 - JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR

Solicita a suspensão da sessão, por acordo de lideranças, até as 18 horas.

        

22 - PRESIDENTE SEBASTIÃO SANTOS

Defere o pedido e suspende a sessão às 15h57min.

        

23 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Assume a Presidência e reabre a sessão às 18h10min. Convoca as comissões de Constituição, Justiça e Redação, de Administração Pública e Relações do Trabalho, e de Finanças, Orçamento e Planejamento, para uma reunião conjunta, a realizar-se, hoje, às 19h20min.

        

24 - CARLOS GIANNAZI

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

25 - PAULO FIORILO

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

ORDEM DO DIA

26 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Coloca em votação requerimento, do deputado Guilherme Cortez, de criação de comissão de representação para "participar do Dia de Enfrentamento à Violência contra as Pessoas LGBTQIA+, a realizar-se 17/05, em Brasília".

        

27 - GIL DINIZ

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

28 - CARLOS CEZAR

Encaminha votação do requerimento, em nome do PL.

        

29 - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

30 - CARLOS GIANNAZI

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

31 - CARLOS CEZAR

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

32 - GUILHERME CORTEZ

Encaminha votação do requerimento, em nome do PSOL.

        

33 - GIL DINIZ

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

34 - GILMACI SANTOS

Encaminha votação do requerimento, em nome do Republicanos.

        

35 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Convoca sessão extraordinária a realizar-se hoje, às 21 horas e 30 minutos. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 17/05, à hora regimental, com Ordem do Dia. Encerra a sessão.

 

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Gilmaci Santos.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o Expediente.

Convocação. Sras. Deputadas e Srs. Deputados, nos termos do disposto no Art. 18, inciso III, alínea “d”, combinado com o Art. 68, ambos do Regimento Interno, convoco reunião conjunta das Comissões de Constituição, Justiça e Redação; de Administração Pública e Relação do Trabalho; e de Finanças, Orçamento e Planejamento, a realizar-se hoje, às 14 horas e 30 minutos, no Salão Nobre da Presidência, com a finalidade de apreciar o Projeto de lei Complementar nº 75, de 2023, de autoria do Sr. Governador.

Neste momento, passaremos ao Pequeno Expediente, chamando, para fazer uso da palavra, o nobre deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Deputado Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Reis. (Pausa.) Deputado Donato. (Pausa.) Deputado Rafael Saraiva. (Pausa.) Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Deputado Guilherme Cortez. (Pausa.) Deputada Ediane Maria. (Pausa.) Deputada Thainara Faria.

 

A SRA. THAINARA FARIA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito boa tarde, Sr. Presidente em exercício, deputado Gilmaci. Boa tarde aos servidores, aos policiais da Casa, a todos e a todas que nos acompanham em Casa, muito boa tarde, São Paulo.

Reiterando o meu compromisso com a situação da pessoa em situação de rua, mais uma vez quero fazer a cobrança de que o Sr. Prefeito Ricardo Nunes e o Sr. Governador Tarcísio de Freitas possam me receber para falar sobre esse assunto. Esta é a segunda sessão em que eu faço a cobrança e continuarei contando.

Mas hoje eu quero falar com vocês, com os senhores e as senhoras, a respeito de um assunto urgente. Nós estamos acompanhando a tramitação do PLV nº 9, de 2023, no Senado, em seus Arts. 11 e 12, que falam sobre o corte de 5% das verbas destinadas ao Sesc e ao Senac, o remanejamento para a Embratur.

Isso nos causa muita preocupação porque nós sabemos que o Sesc e o Senac promovem um serviço de muita qualidade a várias cidades e esse corte de 5% pode vir a ocasionar o encerramento de atividades em mais de 100 cidades.

Mais de 260 milhões poderão deixar de ser investidos no Sesc e no Senac. Isso causaria um transtorno muito grande. Há cidades que precisam e, muitas vezes, têm o Sesc e o Senac como único meio, única atividade cultural, educacional.

Então eu quero falar de alguns dados, com muita segurança para vocês, que nós recebemos. A redução do orçamento pode acarretar no encerramento das atividades do Sesc e do Senac em mais de 100 cidades brasileiras e mais de 260 milhões deixariam de ser investidos em atendimentos gratuitos oferecidos à população.

No caso do Sesc, seriam fechadas 36 unidades, com o corte de 1.944 empregos. E haveria a redução de 2,6 milhões de quilos de alimentos que são distribuídos hoje pelo programa Mesa Brasil, do Sesc. Além disso, haveria a suspensão de milhares de exames de saúde, 37 mil atendimentos de lazer deixariam de ser feitos por conta desse corte de cinco por cento.

No caso do Senac, mais de 31 mil matrículas gratuitas seriam encerradas, e 7 milhões de horas de aulas teriam sido reduzidas com os seus cursos, além da demissão de 1.623 pessoas.

Então, hoje, o nosso tema mais urgente, que será discutido amanhã, no Senado, é a defesa dos recursos do Sesc e do Senac. Esses 5% não podem ser remanejados. Eles não podem ser tirados de instituições que estão dando tanto retorno positivo, social, para a sociedade brasileira.

O estado de São Paulo conta com várias unidades do Sesc e do Senac, que prestam serviços culturais e educacionais fundamentais para a população. E nós estaremos, então, em estado de mobilização permanente, para que a gente possa garantir o pleno funcionamento do Sesc e do Senac.

Então, faço esse apelo aos senadores, faço esse apelo a todo o Congresso Nacional, a todos os políticos, a toda a sociedade civil organizada. Que se manifestem em defesa dos recursos do Sesc e do Senac.

Nós temos esse repasse, ok, para a Embratur. Mas a promoção do Brasil no exterior não pode estar acima da promoção da Cultura, do Esporte, do Lazer e da Educação dentro do nosso País.

Nós precisamos garantir que o Sesc continue com pleno funcionamento, que o Senac continue com pleno funcionamento, com condições, não só para os alunos, mas todo o corpo técnico que faz esse atendimento.

Todos nós sabemos que os preços, muitas vezes, de shows maravilhosos, são irrisórios. E a população em geral, inclusive a hipossuficiente, consegue ter acesso à cultura, a muitos cursos gratuitos. O programa Mesa Brasil é fundamental para centenas de milhares de pessoas que têm acesso à alimentação de qualidade.

Então vou reforçar agora o nosso compromisso com a defesa para que, sim, possa ter o recurso para a Embratur, desde que ele não seja retirado do Sesc e do Senac, que estão funcionando bem, mas podem deixar de atender milhões de pessoas caso esse recurso seja retirado.

Muito obrigada pela atenção.

Boa tarde a todos.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Muito obrigado, nobre deputada Thainara Faria. Com a palavra, o deputado Eduardo Suplicy.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, eu queria hoje destacar aqui a matéria da “Folha de S. Paulo”, que diz que o Brasil pode ser pioneiro na corrida global para regular a inteligência artificial, informando que há uma reflexão bastante grande, no Congresso Nacional, para que o Brasil venha bem disciplinar o progresso cada vez mais forte da inteligência artificial.

Junto com esta matéria, há um artigo, do Pedro Olinto, economista sênior do Banco Mundial “Destruição Criativa Acelerada dá Nova Perspectiva à Renda Básica Universal”.

Assim, eu gostaria de ler esse artigo, porque fala de como o Brasil, além de poder ser pioneiro no avanço da inteligência artificial, tem tudo para ser pioneiro na implantação da renda básica universal. Diz o artigo:

“O livro ‘Mortes por Desespero e o Futuro do Capitalismo’ de Anne Case, e Angus Deaton, vencedor do Prêmio Nobel de Economia, aborda como a classe média americana foi prejudicada pelos avanços tecnológicos e pela globalização, levando à desilusão, à frustração e até a impulsos antidemocráticos que culminaram na invasão do Capitólio, em 3 de janeiro de 2021.

Diante da aceleração da inovação em inteligência artificial e robótica, é fundamental atualizar as políticas públicas para enfrentar efetivamente os impactos sociais dessas mudanças e, quem sabe, mitigar tendências populistas e autoritárias.

O economista austríaco Joseph Schumpeter cunhou o termo “destruição criativa” para descrever o processo em que a inovação e o progresso tecnológico geram ciclos de crescimento e disrupção socioeconômica. No livro ‘A Segunda Era das Máquinas: Trabalho, Progresso e Prosperidade em uma Era de Tecnologias Brilhantes’, Erik Brynjolfsson e Andrew McAfee argumentam que o ritmo desses Ciclos Schumpeterianos vem acelerando globalmente em todos os setores.

Diante do avanço da automação e das transformações tecnológicas, é relevante repensar a ética do trabalho convencional e refletir sobre os potenciais benefícios de políticas como a renda básica universal.

No livro ‘Renda Básica’: Uma Proposta Radical para uma Sociedade Livre e uma Economia Sã’, de 2017, Philippe Van Parijs e Yannick Vanderborght exploram o papel da renda básica universal no enfrentamento dos desafios apresentados pela automação e a aceleração dos Ciclos Schumpeterianos.’

Esse livro foi já publicado no Brasil com meu prefácio e é da maior autoridade sobre esse tema. “Segundo os autores, a renda básica universal possibilitaria a realização de trabalhos mais gratificantes, eliminando a necessidade de se dedicar a atividades repetitivas e monótonas para garantir a subsistência.

Experiências da renda básica universal ao redor do mundo demonstram sua eficácia. Na Finlândia, houve melhoria no bem-estar e saúde mental dos beneficiários. Em Stockton, Califórnia, ao contrário do que muitos temiam, observou-se maior empregabilidade, além da melhora na saúde mental.

Em Ontário, os participantes tiveram maior estabilidade financeira e buscaram mais educação e treinamento profissional. No Quênia, o projeto GiveDirectly resultou em aumento do consumo, investimento em educação e saúde e melhor bem-estar psicológico.

Programas focalizados como o Bolsa Família são mais baratos, mas demandam um processo burocrático para a seleção de beneficiários, o que pode ser contraproducente em um mercado de trabalho cada vez mais volátil e em crises que exigem resposta rápida, como durante a recente pandemia.

Em contrapartida, a renda básica universal oferece uma rede de segurança constante que não requer ativação a cada disrupção ou crise econômica aguda. Além disso, a renda básica universal pode se tornar mais focalizada se combinada com um imposto de renda mais progressivo.

A aceleração dos Ciclos Schumpeterianos também tem implicações para as políticas educacionais. É necessário preparar os jovens para um mercado de trabalho em constante evolução.

Avanços tecnológicos aumentam o risco de obsolescência do capital humano e geram maior incerteza sobre as perspectivas de carreira. Um estudo da Deloitte projeta que, ao longo dos próximos 15 anos, a demanda por advogados nos Estados Unidos sofrerá uma redução de 10% em decorrência da inteligência artificial.

Para enfrentar esse desafio, é crucial promover o aprendizado ao longo da vida e o desenvolvimento de habilidades transferíveis, incluindo adaptabilidade, pensamento crítico, criatividade e capacidade de resolução de problemas.”

Para concluir, Sr. Presidente, “Os ciclos Schumpeterianos tendem a se acelerar no futuro, tornando essencial repensar as políticas de Educação e transferência de renda, desde já fomentando a adaptabilidade, incentivando a aprendizagem contínua ao longo da vida.

Elaborando políticas e transferências, como uma renda básica universal, é possível construir uma sociedade mais resiliente em um mundo em constante transformação, e talvez prevenir o fortalecimento de movimentos antidemocráticos e guerras, como aquelas que acontecem na Rússia e na Ucrânia”.

Assim, Sr. Presidente, agradeço muito a sua atenção para comigo, mas era importante destacar esse artigo hoje.

Obrigado.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Dirceu Dalben.

 

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O SR. PRESIDENTE - DIRCEU DALBEN - CIDADANIA - Muito obrigado, deputado Eduardo Suplicy. Dando sequência aqui à lista de inscritos, Deputado Gil Diniz. (Pausa.) Deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.)

 

O SR. AGENTE FEDERAL DANILO BALAS - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, todos que nos acompanham pela TV Assembleia, servidores desta Casa.

Uma boa notícia vinda do Governo do Estado de São Paulo. Mais uma boa notícia em relação à Educação. Governo lança edital de concurso para contratar 15 mil professores efetivos.

As provas agora no mês de agosto, seis de agosto, provas objetiva, discursiva, prática e de títulos. O salário inicial, cinco mil reais para aqueles que se dedicarem 40 horas semanais, Sr. Presidente. Excelente notícia. Parabenizar o governador Tarcísio de Freitas, e também o secretário da Educação, Renato Feder.

E o mais legal, olhe só, aqueles doadores de sangue são isentos da taxa de inscrição. Parabéns, Secretaria de Educação, parabéns, governador do estado de São Paulo, também por enxergarem a importância da doação de sangue no estado de São Paulo.

Este deputado apresentou, logo em 2019, um projeto de lei, o nº 735, de 2019, que incentivava a doação de sangue no estado de São Paulo, mas, infelizmente, o ex-governador, João Agripino Doria Júnior, entendeu que a doação de sangue não era prioridade no estado de São Paulo.

Agora, o governo de São Paulo, o Tarcísio de Freitas e o secretário de Educação colocam este artigo no edital, isentando da taxa de inscrição aqueles que são doadores de sangue. Parabéns. Isso demonstra a preocupação com a área da Educação, atrelada à área da Saúde também.

Mudando, Sr. Presidente, um pouquinho de assunto, mas é um assunto que está na TV e nos jornais todos os dias, praticamente, é algo que observamos, mais um absurdo do governo federal, daquele líder do Partido dos Trabalhadores, que fomenta o crime, fomenta as invasões de terra no Brasil.

Dados aqui que trazemos a esta Casa. Invasões de terra aumentam 143% no Brasil. Senhores, Sr. Presidente, nos quatro primeiros meses do governo Lula, do governo do Partido dos Trabalhadores, tivemos 56 invasões de terra pelo Brasil. Em quatro anos, de 2019 a 2022, no governo Jair Bolsonaro, em quatro anos, 62 invasões de terra.

Onde chegaremos, Sras. Deputadas e Srs. Deputados? Em quatro meses, Lula já incentiva a invasão de terras por todo o Brasil, o que aconteceu em quatro anos do governo Bolsonaro.

Então, aqui em São Paulo, linha dura contra criminosos, governo Tarcísio de Freitas, junto à Secretaria de Segurança Pública, determinação de barrar invasores criminosos, aqueles que afrontam a Constituição de 88, afrontam o estado brasileiro, afrontam o Código Penal, o Código de Processo Penal, praticando crimes variados, crimes de dano, invasão de propriedade, ameaça, extorsão, sequestro.

Então, a organização criminosa tenta se instalar em São Paulo, mas aqui não. O governo Tarcísio de Freitas é linha dura contra essa organização.

E aí conclamo à Frente Parlamentar da Agropecuária a continuar dialogando não só em Brasília, mas aqui em São Paulo também. Somos proponentes da Frente Parlamentar, deputado Sebastião Santos, da Agropecuária, que apoia aquele pequeno produtor, médio e o grande produtor.

Aquele que produz soja, que tem o gado leiteiro ou o gado de corte, o gado nelore na pastagem. Aquele pequeno produtor que tem vendido a sua produção para municípios. É isso que nós defendemos, defendemos o produtor rural, seja pequeno, médio ou grande, aquele que tem a sua propriedade produtiva.

Enquanto defendemos aqui, presidente, a agropecuária, aqueles que acordam três, quatro horas da manhã para trabalhar, lá no governo federal o MST ganha página de apoio em site do governo. Olhem que absurdo, em um site do governo federal, o MST ganha um site, uma página de apoio.

O grupo invasor de terras ainda é descrito como responsável pela formação de cidadãos. Não é mais a escola, não é mais a família, é o MST, deputados, que forma os cidadãos segundo a Controladoria-Geral da União. Isso está em uma sessão vinculada à CGU.

E mais, o MST, segundo a CGU, é um movimento ao qual só cabem elogios, é um absurdo o que está acontecendo lá em Brasília, o fomento ao crime, a invasões de terras e aqui em São Paulo, mais uma vez, temos um governo de verdade, o governador Tarcísio de Freitas, que não admite e não admitirá crimes e invasões de terras aqui no estado de São Paulo.

E aqui a Assembleia Legislativa, a grande maioria, a base do Governo, também estará lado a lado ao governador, à Secretaria de Segurança Pública, ao secretário Derrite, comandante-geral da Polícia Militar, coronel Cássio, delegado-geral, Dr. Dian. Todas as polícias combatendo o crime, o crime travestido de um movimento popular denominado MST.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - DIRCEU DALBEN - CIDADANIA - Dando sequência aos oradores inscritos, deputado Tomé Abduch. (Pausa.)

Lista Suplementar. Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputada Paula da Bancada Feminista. (Pausa.) Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Deputada Márcia Lia. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Atila Jacomussi. (Pausa.) Deputado Caio França. (Pausa.) Deputado Simão Pedro. Com a palavra, deputado.

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, eu queria abordar aqui neste Pequeno Expediente, em cinco minutos, dois assuntos.

Um é para saudar uma imensa categoria de trabalhadores e trabalhadoras que atuam em todo o Brasil. Aqui em São Paulo são 120 mil trabalhadores distribuídos em 40 mil postos de trabalho, que é a categoria das trabalhadoras e trabalhadores de limpeza pública.

Os garis, esse pessoal que varre rua, que coleta os nossos resíduos de porta em porta, aqueles trabalhadores que trabalham aqui também limpando os ambientes internos, e essa categoria é reunida pelo sindicato dos respectivos trabalhadores e trabalhadoras denominado Siemaco.

Estive hoje em uma rápida cerimônia lá no sindicato e eu quero dizer que admiro muito essa categoria. Tive a oportunidade de lidar diretamente com eles quando fui secretário de serviços aqui em São Paulo, reconhecer o valor que eles têm, e muitas vezes a sociedade não enxerga. São trabalhadores às vezes invisíveis aos nossos olhos, não enxergamos a sua importância; são importantes não só para a questão da área ambiental, mas também para a área da saúde.

Lembro-me, Sr. Presidente, que durante a pandemia, essa categoria foi fundamental para manter as nossas cidades limpas, com os resíduos recolhidos, permitindo assim que a gente não tivesse caos e mais problemas ainda relacionados à saúde.

Então quero dar um abraço aqui no presidente André; nos diretores, como o Lagoa, como o Moacir; dar um abraço no sindicato que representa muito bem e torna essa categoria uma categoria muito forte, saudando esse dia importante.

É evidente que a gente fala do dia específico que é comemorado hoje, mas a gente lembra que nos 365 dias do ano esses trabalhadores estão de dia e de noite fazendo um serviço fundamental para a nossa sociedade.

Parabéns às trabalhadoras e aos trabalhadores da limpeza pública do nosso país, especialmente aqui de São Paulo, que são de uma categoria imensa representada pelo Siemaco.

Sr. Presidente, também queria reservar esses dois minutos e meio que me faltam para saudar o presidente Lula, saudar o presidente da Petrobras, o Prates, que na data de hoje anuncia o fim da paridade internacional de preços.

Durante esses últimos anos, desde quando o presidente Temer assumiu, depois do golpe contra a presidente Dilma, eles atrelaram os preços dos produtos da Petrobras, ou seja, os combustíveis ao preço internacional, ao dólar, como se determinando que o que seria cobrado aqui na bomba dos cidadãos brasileiros fosse calculado com base nos preços, como se esses produtos fossem importados da Rússia, da China, da Europa e assim por diante.

Por isso que os preços se elevaram tanto, o que fez com que a Petrobras tivesse lucros astronômicos, e a maior parte desses lucros distribuídos para os acionistas privados.

Então, um enriquecimento de acionistas privados, muitos deles internacionais, em detrimento da produção, do aumento da inflação e de tantos prejuízos que essa política causou no Brasil.

Hoje então o presidente anuncia o fim e já anuncia um barateamento dos preços. A gasolina tem uma redução de 40 centavos hoje nos preços, menos 12,6%; o diesel, menos 44 centavos, menos 18,8%; o gás de cozinha, o GLP, uma redução de 8,97 reais, menos 21,3%, só para dar alguns exemplos.

Então era um compromisso de campanha do nosso presidente, um compromisso nosso, como parlamentares que concorríamos à reeleição - no meu caso, à eleição. Nós dizíamos: esse é um compromisso que o presidente Lula vai fazer, e assim ele fez e assim ele está cumprindo, ou seja, abrasileirar os preços.

Porque não tem sentido um país que é produtor de petróleo, tem refinarias, produz os combustíveis consumidos pelo nosso povo no dia a dia, e os preços da venda serem calculados como se fossem preços importados.

Então, parabéns ao presidente Lula, parabéns ao presidente Prates, da Petrobras, que toma essa atitude, e a gente vira essa página de um grande prejuízo, um grande mal que se fez a esse país nesses últimos seis anos.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - DIRCEU DALBEN - CIDADANIA - Muito bem, dando sequência aqui à lista dos oradores inscritos, lista suplementar, deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputada Fabiana Barroso. (Pausa.) Deputado Leonardo Siqueira. (Pausa.) Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputada Professora Bebel. (Pausa.) Deputada Ediane Maria. (Pausa.) Deputada Solange Freitas. (Pausa.)

Nobre deputado Vitão do Cachorrão. (Pausa.) Deputado Lucas Bove. (Pausa.) Deputada Carla Morando. (Pausa.) Deputado Capitão Telhada. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Com a palavra, deputado Sebastião Santos.

 

O SR. SEBASTIÃO SANTOS - REPUBLICANOS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, todos os funcionários, pessoas que nos assistem pelas redes sociais, uso a tribuna nesta tarde justamente para parabenizar toda a equipe que realizou o evento na cidade de Birigui neste final de semana, sexta, sábado e domingo, três dias de um evento muito importante: a primeira Virada Automobilística em Birigui.

O automobilismo se tornou, em Birigui, uma atração de turismo, uma atração que tem competições tanto da cidade, do estado, da região, nacionais, como internacionais também.

Pude estar com muitas pessoas naquela oportunidade, mas, principalmente, a quem quero parabenizar aqui, o presidente do Speed Park, Ricardo Gracia, que é um empresário, uma pessoa que se dedica - o seu filho é um dos campeões e hoje corre pela Fórmula de Kart lá em Portugal - e tem esse local realmente específico para o kart e todo entretenimento do automóvel.

Foram aproximadamente três dias. O evento teve 48 horas ininterruptas de atrações diversas para toda a família. Temos imagens, se puder colocar as imagens.

A recepção e todo o carinho de estar mostrando o que ele estava realizando naquele local. Toda competição em tempo real pelo Facebook e pelo YouTube, mostrando realmente um recurso do estado de São Paulo, porque o evento teve a participação da Secretaria de Esportes.

Quero parabenizar a nossa coronel Helena, nossa secretária de Esportes, do Republicanos, que tem feito um trabalho brilhantíssimo, brilhante, por todo o estado. É esporte em todo lugar, inauguração em todo lugar, e esse evento trouxe a oportunidade para todos que gostam de automobilismo estarem ali.

Foram mais de 25 atrações durante essas 48 horas. Além disso, o kartódromo ficou movimentado 24 horas. É um kartódromo internacional e o Governo do Estado de São Paulo, através da secretaria de estado, realizou esse importante evento, que foi a Virada Automobilística.

Na pista principal, as primeiras três horas foram do “track day” de carros e motos, onde alguns motoristas também puderam acelerar pelas pistas com seus carros. Os karts para crianças... Os karts - é uma novidade também - são todos elétricos e utilizados pelas crianças. Todos os karts que foram utilizados pelas crianças eram sustentáveis e renováveis. É o futuro chegando ao nosso país.

Tivemos também um espaço de jogos eletrônicos e tenho certeza de que, na próxima edição, nós teremos lá pessoas que tenham alguma deficiência para participar também, porque um dos itens que conversamos muito foi colocar lá o autista, as pessoas que tenham alguma deficiência também serem incluídas nesse importante evento.

Jogos eletrônicos, simuladores também ficaram à disposição de todo o público. Também foi realizado o desafio Endurance, uma prova que mostra a resistência. Foram aproximadamente seis horas de duração com o público ali assistindo.

Após esse desafio, foi a vez da pista principal ficar com os pilotos profissionais de kart, que disputaram duas baterias por categorias, além de exposição de carros antigos, espaços do Memorial do Automobilismo e atrações direcionadas às crianças como o Kartoon, o Dino Parque, o Speed Drift, mini karts elétricos, karts infantis e o Senninha. Estive junto lá com o secretário.

Esteve presente o secretário de Estado, Roberto Luciano, vendo essa importante ação do Turismo também com uma outra categoria, agora ligado ao carro; não o carro velho. O carro novo, todo amante do automobilismo. Também estivemos lá com o prefeito de Birigui.

Quero agradecer o prefeito Leandro, vereadores, e também agradecer a coronel Helena, nossa secretária de Esportes, mas deixar o nosso abraço todo especial a todos os participantes e também ao presidente do Speed Park, Ricardo Garcia.

Então, mais um evento, Sr. Presidente, importantíssimo para o nosso estado que traz o turismo. Domingo, quando estive lá, tinha 300 pessoas trabalhando. Geração de emprego e renda no turismo.

Parabéns a todos.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - DIRCEU DALBEN - CIDADANIA - Muito obrigado, deputado Sebastião Santos. Dando sequência à lista dos inscritos, convido a usar a tribuna o deputado Eduardo Suplicy e solicito ao deputado Sebastião Santos que assuma a Presidência momentaneamente para que este deputado possa participar do congresso de comissões.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Sebastião Santos.

 

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O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Sebastião Santos, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, eu gostaria, em primeiro lugar, de fazer uma breve observação.

Ontem eu mencionei que o Sr. Guilherme Piai, que foi designado presidente do Itesp, por ter dito que não conhecia ainda algum quilombo, foi objeto de crítica, inclusive da minha parte.

Mas eu ontem tive a oportunidade junto ao secretário da Agricultura, Antonio Julio Junqueira de Queiroz, e do próprio Guilherme Piai, que receberam os representantes da Frente Nacional pela Liberdade de Campo e Cidade... E eu quero dizer que ambos foram muito atenciosos e tiveram um diálogo muito produtivo com os representantes da FNL Campo e Cidade.

E inclusive o Guilherme Piai tinha dito que havia tido diversos diálogos anteriormente com o José Rainha Júnior, que é da FNL, e eu espero que em breve ele seja colocado em liberdade. E gostaria aqui de assinalar uma informação importante sobre o anúncio feito pela Petrobras ontem de reduzir em 21,3% o gás de cozinha, 12,6% a gasolina e 12,8% o diesel.

O presidente Jean Paul Prates fez anúncio ao lado do ministro de Energia, Alexandre Silveira, e, no início da manhã, a estatal anunciou o fim da paridade de importação do petróleo e nova política de preços. Ele anunciou a redução dos preços de gasolina, do óleo diesel e do gás de cozinha.

Os novos preços valem a partir desta quarta-feira, dia 17 de maio. Segundo Jean Paul Prates, as reduções nas distribuidoras serão: gasolina “A”, redução de 40 centavos por litro menos 12,6 %; diesel “A” redução de 0,44 por litro, menos 12,8 % e gás de cozinha redução de R$8,97 por botijão de 13 quilos ou menos 21,3 por cento. Segundo a Petrobras, com essa redução, o preço do botijão de gás para o consumidor final pode cair abaixo dos cem reais. O valor praticado na revenda, no entanto, não é controlado diretamente pelo Governo.

As denominações gasolina “A”, diesel “A” se referem ao combustível puro, antes da mistura com álcool e biodiesel, respectivamente. Destaca-se que o valor efetivamente cobrado ao consumidor final no posto é afetado também por outros fatores como impostos, mistura de biocombustíveis, margem de lucro da distribuição e da revenda.

Abrasileirar os preços significa levar as nossas vantagens em conta, porém, sem tirar o Brasil do contexto internacional, conforme o presidente da Petrobras. No início da manhã, a Petrobras anunciou uma nova política de preço para os combustíveis no mercado interno.

Com isso, fica revogada a fórmula da paridade de preços de importação, PPI, baseada nas oscilações do dólar e do mercado internacional de óleo e que contabilizava também os custos logísticos com transporte e caixas portuárias, por exemplo.

Essa nova política, além de servir a uma política comercial adequada, que é competir internamente e tornar os preços mais atrativos para o consumidor, vai diminuir o impacto na inflação, e vai ajudar o Brasil inclusive a sensibilizar, por exemplo, o Banco Central, para que a gente possa diminuir a nossa taxa de juros.

Disse o ministro Alexandre Silveira: “A Petrobras vai se livrar de muitas amarras que a colocavam muitas vezes mal posicionada porque a volatilidade era obrigatoriamente cumprida por ela, muitas vezes de forma a prejudicar o consumidor e a própria empresa”.

Portanto, ganha o governo, mas ganha, principalmente, as brasileiras e os brasileiros.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - SEBASTIÃO SANTOS - REPUBLICANOS - Eu que agradeço, deputado Suplicy. Continuando a lista suplementar, quero chamar o deputado Simão Pedro para fazer uso da tribuna. O senhor tem cinco minutos pelo tempo regimental.

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público que nos acompanha, para a Ordem do Dia de hoje provavelmente debateremos o PL que propõe reajustes à Polícia Civil e à Polícia Militar. Infelizmente, deixou de fora os policiais penais. Mas vamos tentar aqui no plenário, no Colégio de Líderes e no Congresso de Comissões tentar sensibilizar o Governo a incluir a categoria dos trabalhadores policiais penais no benefício do reajuste, tão necessário.

Quero conversar, infelizmente o deputado Balas fez uma fala e saiu, não ficou, e este é um momento de reflexão, de a gente expor nossas posições, senador Suplicy. Esse fim de semana toda a imprensa, a grande imprensa, a pequena imprensa, a imprensa alternativa, noticiou muito a Quarta Feira Nacional da Reforma Agrária, organizada pelas cooperativas do MST aqui no Parque da Água Branca.

Vinte e quatro estados, produtores de 24 estados estavam ali representados, 1.700 produtores estiveram aqui para expor desde a... expor e vender, comercializar nessa feira a sua produção, seja de orgânicos, seja de artigos semi-industrializados, industrializados pelas cooperativas, pelos laticínios. Foi uma feira gigantesca onde se comercializou mais de 300 toneladas.

Ao final, no domingo, coisa muito bonita, o MST doou para entidades sociais aqui de São Paulo 32 toneladas de alimentos, na maioria orgânicos, pautando esse tema da necessidade de a gente aumentar a produção de alimentos no Brasil, alimentos de qualidade, de preferência sem veneno, que infelizmente no Brasil é um liberou geral a questão dos agrotóxicos.

O setor, o grande setor exportador não aceita qualquer regulamentação, mas foi uma coisa bonita, porque nós tivemos ali 30 pratos da culinária internacional. Nunca se viu uma coisa dessa.

Então, eu quero saudar mais uma vez o MST para mostrar esse lado que muita gente desconhece porque, infelizmente, setores da mídia só destacam, e aqui os deputados mais ligados ao grande agronegócio exportador, só destacam a questão de ocupação de terra, que eles chamam de invasão. O MST não faz invasão, faz ocupação de área improdutiva ou áreas que têm problemas judiciais, dívidas com a sociedade, com o país.

Então, aí sim, agora não se faz invasão, faz ocupação. No estado de São Paulo não teve nenhuma, no Brasil tivemos no Abril Vermelho menos de 50 ocupações. Então foi uma coisa até pequena, pelo tamanho, pela dimensão de injustiça que nós temos de concentração de terras. Então, eu queria saudar o MST e esse lado da produção de alimentos saudáveis.

Nós temos problemas, presidente. Por exemplo, nós temos problema de fome no Brasil. Segundo os dados oficiais, 32 milhões de brasileiros ainda passam fome. Provavelmente esse dado tenha se alterado, nesses últimos cinco meses, mas é uma situação grave que a gente vê na periferia.

Ou seja, as pessoas às vezes têm um alimento ali perto, está ali no supermercado, tem a feira, mas as pessoas não têm renda para poder comprar.

Por isso é necessário a recuperação da renda dos trabalhadores, a política do salário mínimo, o Bolsa Família para que as pessoas possam comprar alimentos, de preferência alimentos saudáveis, direto da feira do produtor, porque isso é que traz saúde, diferente dos alimentos processados, do excesso de refrigerante, por exemplo, que têm causado um outro problema, que não é o excesso... que é o problema da obesidade.

Obesidade virou uma epidemia no Brasil, mas não é por consumo excessivo de alimentos, é a má alimentação. Então, nós temos que ter política de educação alimentar, combate à obesidade tem que ser política pública, além do combate à fome e de permitir a população ter acesso.

Agora, esse tema, eu vi ontem o presidente do BNDES falando, Aloizio Mercadante, na TV Cultura, que o BNDES vai participar junto com o governo federal do anúncio do Plano Safra 2023, onde o governo federal vai colocar muito recurso para garantir a safra de produção de alimentos, seja para o consumo interno, seja para a exportação recorde, o que mostra que o presidente Lula não tem esse problema.

Ele vai na Agrishow agora, lá na Bahia, o governo Lula dialoga com o grande agronegócio assim como dialoga com o MST, com o pequeno produtor, com o assentado também, como foi nessa feira.

Agora, nós queremos dialogar em cima de incentivar com os subsídios, com recursos à produção de alimentos que não desmata, que não usa agrotóxicos, dialogando com uma pauta importante do mundo inteiro hoje, que é permitir uma alimentação saudável, ter menos desmatamento, menos ocupações de áreas indígenas irregulares, como acontece hoje aqui no Brasil.

Então, esse o tema que eu quero discutir aqui com os meus colegas deputados nesse plenário, numa próxima oportunidade.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - SEBASTIÃO SANTOS - REPUBLICANOS - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, esgotado o tempo destinado ao Pequeno Expediente, vamos passar ao Grande Expediente.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - SEBASTIÃO SANTOS - REPUBLICANOS - Encerrando, então, o Pequeno Expediente, passamos para os oradores inscritos no Grande Expediente.

Quero chamar para fazer uso da tribuna o Major Mecca. (Pausa.) Solange Freitas, nossa deputada. (Pausa.) Deputada Ana Perugini. (Pausa.) Deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Deputado Rui Alves. (Pausa.)

Deputado Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.) Deputado Luiz Fernando. (Pausa.) Deputada Márcia Lia. (Pausa.) Deputado Lucas Bove. (Pausa.) Deputado Capitão Telhada. (Pausa.) Deputado Paulo Mansur. (Pausa.) Deputada Professora Bebel. (Pausa.) Deputado Eduardo Suplicy. O senhor tem dez minutos pelo tempo regimental para uso da tribuna.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, tal como o deputado Simão Pedro também gostaria de aqui fazer algumas reflexões sobre a fala, há pouco, do deputado Balas, uma vez que alguns pontos importantes merecem ser destacados.

Primeiro, o governador Tarcísio de Freitas permitiu, diferentemente do que havia sido feito pelos governadores anteriores, que no Parque da Água Branca se realizasse, como foi realizada, a 4ª Feira Nacional da Reforma Agrária, que contou com dezenas de milhares de pessoas, estima-se.

João Paulo, um dos dirigentes do MST, me informou que no sábado e domingo a presença de pessoas visitando a feira era da ordem de 100 mil pessoas, que ali puderam conhecer os produtos agrícolas, todos sem agrotóxicos, de mais de mil produtores, em geral agricultores familiares organizados em cooperativas e que foram levar seus alimentos, inclusive que foram oferecidos ali em refeições de quem estava visitando o Parque da Água Branca.

Houve, ali, diálogos bastantes interessantes, inclusive com a presença do vice-presidente Geraldo Alckmin - acho que foi no sábado - e, também, do ministro Paulo Teixeira, da Agricultura e da Reforma Agrária.

Isso foi considerado muito positivo. Hoje, os membros do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra querem muito continuar esse diálogo, inclusive com as autoridades do governo federal e estadual, a respeito de como dar maior atenção aos que se beneficiam da reforma agrária.

Inclusive, conforme eu há pouco citei, cumprimento o secretário de Agricultura do Estado de São Paulo Antonio Julio Junqueira de Queiroz, que, juntamente com o diretor-executivo do Itesp, Instituto de Terras do Estado de São Paulo, Guilherme Piai, recebeu ontem os dirigentes da FML campo e cidade.

Então, quero enaltecer esse diálogo entre os movimentos dos sem terra com as autoridades do governo federal e estadual.

Mas gostaria hoje de lembrar uma pessoa que muito honrou o Partido dos Trabalhadores, eu me refiro a Luiz Gushiken. Gostaria de ler algo que preparei, inclusive, quando era senador e ele, infelizmente, nos deixou.

O apelido de samurai não era à toa. Foi um guerreiro desde sempre. Lutou por direitos, pela democracia, pela sua vida e saúde sempre e o tempo todo. Seja em um carro de som no Sindicato dos Bancários, na presidência do Partido dos Trabalhadores, seja como ministro da Secretaria de Comunicação do governo do presidente Lula, onde ele entrou e lutou por um mundo mais justo e fraterno.

Conheci Luiz Gushiken na Escola de Administração de Empresas de São Paulo. Ele era aluno e eu professor. Tivemos na nossa vida e trajetória inúmeros momentos em que dividimos palanques, manifestações, campanhas, trocas de ideias, batalhas e debates.

Nascido na pequena cidade de Osvaldo Cruz, interior de São Paulo, em uma grande e humilde família que morava em casa de ricos, aos doze anos, Luiz Gushiken começou a trabalhar em uma fábrica local e ajudar na renda familiar. Eram seis irmãos e os tempos não eram fáceis.

Mudou-se para São Paulo em 1968, auge da ditadura, onde inicia os seus estudos de administração na Fundação Getúlio Vargas pela manhã, e à noite estuda filosofia na Universidade de São Paulo. Prestou e passou no concurso Banespa aos 19 anos, pouco depois passa a fazer parte da diretoria do Sindicato dos Bancários, e ali começou a sua vida e batalha política.

Ainda nos anos 70, iniciou uma luta que marcaria toda a vida de Gushiken, um câncer nos testículos o obriga a um pesado tratamento radioterápico. Nos anos 80, participa da fundação do PT e da CUT, torna-se presidente do Sindicato dos Bancários, se elege deputado constituinte, e em 1987, lidera a histórica greve nacional dos bancários.

A partir de 1990, convivemos muito no Congresso Nacional, ele deputado e eu senador. Foram quase dez anos de convivência na Casa, onde passamos tanta coisa e tantos desafios.

Sempre atentos, seu dom de oratória e sua capacidade de agregar. Sempre admirei isso. Suas falas sempre me tocaram, fosse no plenário, fosse nas reuniões do PT ou nas manifestações sindicais.

Com sua religiosidade - porque ele gostava de estudar a história das religiões - transmitia uma paz interior e sabedoria. Com a força de suas palavras, nos conduziu em muitos mares. Os anos 2000 chegaram para Gushiken com boas e más notícias.

Se em 2001 sofreu um ataque cardíaco, em 2002 descobre um novo câncer, dessa vez no estômago e com uma complicação na cirurgia, que lhe fez sofrer septicemia, que, por pouco, não o levou de nós.

Mesmo com tudo isso, fez parte da coordenação da campanha que levou o presidente Lula até o Palácio do Planalto, onde se torna ministro-chefe da Secretaria de Comunicação e, posteriormente, ministro-chefe do Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da República.

No governo, ele descentralizou e democratizou a verba publicitária para o interior. Lançou a campanha ‘O melhor do Brasil é o brasileiro’. A partir de 2005, passou a enfrentar um desafio maior que o câncer que tanto de... Denúncias que se mostraram infundadas, colocaram Gushiken no centro do furacão da AP 470.

Se defendeu a si e ao presidente Lula. Demorou sete anos. Mas, um infarto e nova operação pelo câncer, que retirou o seu baço, vesícula, raspagem de diafragma, parte do pâncreas, e parte do intestino, para ver a sua absolvição de todas as acusações.

No dia 10 de setembro de 2013, fiz um discurso no Senado, onde o homenageei. Havia acabado de visitá-lo no hospital onde, três dias depois, ele viria a falecer. Recordo as palavras que lá ele me disse.

“Nos últimos dias, visitei um amigo querido. Quero falar da trajetória de um samurai, não apenas meu amigo, mas de tantas pessoas, gente que se vê na luta pela restauração das liberdades no Brasil. Fui ao encontro de Luis Gushiken, no Hospital Sírio-Libanês, e testemunhei o que o poder de uma coragem indomável e de uma fé inquebrantável é capaz de fazer.

Vi Luis Gushiken travando mais uma longa batalha pela vida. E, com grande espírito sereno, desarmado, ou melhor, armado, como sempre, de seus nobres predicados éticos, morais e espirituais.

Enquanto lhes dirijo essas palavras, esse querido amigo encontra-se, pela enésima vez, entre a vida e a morte, em um quarto de hospital, alternando momentos de lucidez, e outros de letargia, Luis Gushiken decidiu abraçar já o infinito. Nunca à tarde, se escutou essas suas palavras.

‘De noite, ao adormecer, sigo para os infindáveis mundos de Deus. Pela manhã, acordo com o barulho do hospital, me trazendo de volta’.”

Senti que aqueles preciosos momentos não deveriam ficar trancafiados apenas no quarto de minha memória. Senti que deveria compartilhar. E, por isso, venho outra vez agora a esta tribuna da Assembleia Legislativa.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - SEBASTIÃO SANTOS - REPUBLICANOS - Continuando a lista dos oradores do Grande Expediente, por permuta, quero chamar o deputado Simão Pedro, que teve o seu momento permutado pela Thainara Faria.

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público que nos acompanha.

Subo de novo à tribuna para comentar de um outro assunto que me preocupa bastante, que é objeto de preocupação de toda a população da Grande São Paulo, principalmente. Mereceu uma reportagem no programa “Fantástico”, nesse domingo, que é o problema da concessão para a Via Imobilidade.

Em vez de ViaMobilidade, como é o nome oficial, está virando Via Imobilidade. Que é a empresa CCR, a principal dona da Via Imobilidade, que comprou a concessão das Linhas 8 e 9 da CPTM, aqui na Grande São Paulo, há mais de um ano. Ela comprou como, deputado? Recebeu recursos do governo estadual, 1 bilhão de reais. E, no mês seguinte, fez o lance de 980 milhões.

Pegou dinheiro do Estado, foi lá e adquiriu a concessão das Linhas 8 e 9 da CPTM. Quando se faz uma concessão, a empresa que ganha o contrato assume uma série de obrigações. Ocorre que a gente está percebendo, e aí a matéria do “Fantástico” já denunciou isso.

Mas a matéria do “Fantástico” simplesmente refletiu o que o Ministério Púbico de São Paulo já constatou, solicitando, inclusive, a devolução da concessão. Olha que grave! O Ministério Público do Estado, que é uma instituição para defender a população paulista, solicita do Governo do Estado a devolução da concessão, que a CCR adquiriu, das Linhas 8 e 9.

E por que, deputado Vitão do Cachorrão? Porque a concessionária não fez os investimentos, e a população vem sofrendo há mais de um ano. Problemas de descarrilhamento, problemas de atraso, problemas de inundação das estações, problemas dos mais variados, paralisação.

O que que aconteceu? A CPTM, preparando - já lá no governo Doria - a concessão. É isso que acontece normalmente quando se quer privatizar uma empresa pública.

Você vai deixando-a sucatear, sucatear, não faz os investimentos, demite os trabalhadores, sai plano de demissão voluntária, incentivada, que é o que ocorreu na CPTM, para que trabalhadores de 30 anos, 25 anos, capacitados e treinados ao longo do tempo, fossem embora.

A empresa, para a concessionária que ganhou, para economizar, contratou trabalhadores não capacitados. Só pode ser isso, porque o volume de problemas que vêm ocorrendo ali é gravíssimo. Então, a população não pode mais conviver com uma situação dessa.

O que nos preocupa é que o governador Tarcísio de novo viajou para o exterior, com a pastinha embaixo do braço, para tentar nos Estados Unidos desta vez - ele tinha ido para a Inglaterra já no mês passado -, com a pastinha embaixo do braço, buscando investidores que queiram comprar a Linha 7 da CPTM, que é uma linha muito importante, que sai aqui da Barra Funda e vai até Jundiaí.

A Sabesp, a Emae. Então, o governo só pensa nisso. Então, é grave, porque é um modelo que esse governo herdou do governo anterior, do Doria, e, apesar das evidências de que é um fracasso essa concessão da Linha 8 e 9, já constatada não só por nós, não só pelos ferroviários, que aqui já estiveram em audiência pública, e que estão se mobilizando em toda a nossa cidade, é um fracasso, e que ele quer levar isso para o Metrô, quer levar esse fracasso para a Linha 7 e para as demais linhas.

Nem vou citar aqui o caso do Metrô que virou um Frankenstein. A empresa ainda é um bom serviço, o povo tem orgulho, mas que vem dando problemas. Problemas assim, não é do serviço em si, é do prejuízo, porque o governo tem que tirar... Privatizou, entregou a Linha 4, já privatizada, privatizou a 5, a 17, que vem dando problemas também, que é o monotrilho aqui na zona leste.

Esse monotrilho que sai aqui do Aeroporto de Congonhas, que passa ali pelo Rio Pinheiros e vai chegar até Paraisópolis, já faz mais de dez anos que está em construção. Nem sei se vão concluir.

Espero que concluam, para que o povo de São Paulo não tenha que amargar com um prejuízo gigantesco. Nós, que temos tanto problema na área de Segurança Pública, na área de Saúde.

Olha o caos que tá a situação da Saúde naquela área que é de responsabilidade do Estado, do Governo do Estado, que é a área de especialidades. As filas enormes. Pessoas que precisam de uma cirurgia ortopédica esperando em uma fila há mais de sete anos, porque não tem prestador de serviço nos hospitais gerais do Estado.

Então, assim, não dá para a gente admitir um prejuízo desse. Prejuízo que o Metrô já vem tendo, porque fizeram obras às pressas aí no passado, como a Linha 4, essa concessão também, e que hoje o governo tem que todo ano colocar dinheiro, como fez, por exemplo, em 2021, quando pagou, a título de indenizações por atraso da obra da Linha 4, por usuários que foram contabilizados, que iriam ser usuários do Metrô, e acabou não acontecendo aquele número previsto, talvez um número superfaturado.

Então, o Governo Estado tem que ficar colocando recursos na mão de empresas privadas, que passam a administrar aquilo que era público, aquilo que era considerado que precisava de investimentos, evidentemente.

Isso é papel do Estado, investir nas empresas, na própria CPTM. Eu me lembro de quando assumi aqui, em 2003, a linha que a gente chamava de linha F, essa que sai do Brás e passa por São Miguel Paulista, Itaim Paulista, Ermelino Matarazzo, que vai até Calmon Viana, era a pior linha de trem que tinha.

Nós fizemos uma luta junto com o povo daquela região para que a CPTM fizesse investimentos na compra de novos trens, na reforma daqueles trens que tinham as portas quebradas, não tinham ar condicionado, para que reformasse as estações, construísse novas estações, como foram aquelas históricas de 20 anos, que o povo lutava, do Romano, da Vila Mara, ali no Jardim Helena, da própria USP Leste.

Então, é papel do estado cobrar uma tarifa, fazer investimentos para que o povo utilize o transporte público com conforto. Assim também nas outras áreas, não deixar sucatear. Agora, depois que é feito isso, então entrega para a iniciativa privada, que não está dando conta.

É evidente: a CCR não fez investimentos, está com uma má vontade enorme de fazer. Então, que se devolva para a CPTM para que o estado faça a sua parte e a população possa parar de sofrer, ter serviço público de qualidade para poder se locomover, para poder se mobilizar, para poder ir trabalhar, para poder visitar um parente. É isso que nós queremos do estado e é nosso papel, então, fiscalizar e denunciar o que está acontecendo.

Então, queria, mais uma vez, chamar a atenção, presidente, para essa situação da CPTM, a intenção do governo Tarcísio de manter na mão da CCR, a CCR e mais outras empresas de transporte rodoviário.

Eu achei estranho também isso: as três concorrentes que concorreram na concessão das linhas 8 e 9 eram grandes empresas - a que ganhou foi a da CCR - ligadas à Itapemirim, essas empresas de ônibus; não sei o porquê, qual experiência que elas têm em operar um sistema metroferroviário.

Então, dá nisso que está dando aí: o caos nas linhas 8 e 9, prejuízo para a população, prejuízo para o Estado.

Eu estive, semana passada, junto com o senador e atual deputado Suplicy, o nosso líder Paulo Fiorilo, o deputado Donato e o deputado Marcolino, lá no Ministério Público conversando com o procurador-geral, pedindo informações sobre esse acordo que o Ministério Público, o governador Tarcísio e a CCR fizeram, no sentido, então, de tentar reverter, acatar o pedido do Ministério Público da devolução da linha para a administração da CPTM.

A gente quer informação para saber se a CCR vai cumprir, porque, nesse um ano e meio da concessão, não cumpriu, e a população sofre, como bem demonstrou essa reportagem no programa Fantástico, da Rede Globo, no último domingo, mostrando o caos, mostrando o absurdo que é a operação dessas duas linhas, 8 e 9, da CPTM concedidas para a iniciativa privada.

A gente espera que elas sejam retomadas, que o Governo do Estado faça os investimentos ali. A gente vai lutar para não permitir que esse mesmo modelo seja levado para a Linha 7, que é uma linha que o povo, hoje, usa bem e que precisa, evidentemente, de investimento, mas que não pode piorar, como aconteceu com as 8 e nove.

Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - SEBASTIÃO SANTOS - REPUBLICANOS - Continuando a lista dos oradores do Grande Expediente, quero chamar o deputado Rafael Saraiva. (Pausa.) Quero chamar o deputado Ricardo Madalena. (Pausa.) Deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.) Deputado Altair Moraes. (Pausa.)

Deputada Delegada Graciela. (Pausa.) Deputado Atila Jacomussi. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Para fazer o uso da tribuna, chamo o deputado Vitão do Cachorrão. O senhor tem dez minutos pelo tempo regimental.

 

O SR. VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde a todos. Cumprimentar aqui o nosso presidente; que Deus o abençoe, abençoe a todos aqui na Casa também, todos que acompanham a gente pela televisão, no plenário.

Mais aqui, cumprimentar os funcionários da Casa, em especial da TV Alesp, onde eu dei uma entrevista ontem. Todos que acompanham o trabalho aqui dos deputados, que mandam as sugestões, as críticas, isso aí tem grande importância pelo trabalho da TV Alesp também, Sebastião Santos.

Então a gente tem que sempre agradecer aqui, desde o nosso amigo fotógrafo aqui, como toda a equipe da TV Alesp. Eu cumprimento também, como eu sempre faço aqui, nunca esqueço, eu gosto muito do pessoal da limpeza, que eu encontro nos corredores.

Pessoal que limpa os banheiros, limpa os gabinetes. Eu vim de uma família muito simples, que tem muitos faxineiros, muitas pessoas que trabalham nessa área, e eu já falei que tenho orgulho de ser filho de pedreiro e hoje estou aqui como deputado estadual na maior cidade, no maior estado do País, porque Deus permitiu, mas nunca vou me esquecer de onde eu vim.

E, hoje, deputado Sebastião Santos, eu quero agradecer aqui ao nosso governo, eu fui falar com o Gilberto Nascimento, nosso secretário aqui do Estado, e tive grandes notícias. Notícias boas para a nossa região, então as coisas estão fluindo.

E o que eu solicitei? Eu moro ainda, e eu falava muito isso como vereador, só que era uma demanda estadual, eu tinha que ter chegado aqui, e agora, mesmo no primeiro mandato, eu fiz a solicitação quando o governador Tarcísio foi a rádio e eu, ainda como pré-candidato, pedi mais unidades do Bom Prato na cidade de Sorocaba, uma cidade com 850 mil habitantes, onde eu moro, lá na zona norte, na periferia.

Quando eu saio de manhã, infelizmente, eu vejo crianças ajudando os pais com o carrinho de papelão ali. E as crianças vão ajudar o pai e não têm o que comer, procurando comida no lixo de supermercado. E isso ninguém merece no nosso País, em um estado tão rico como o estado de São Paulo.

Eu solicitei, em Sorocaba, só tinha um Bom Prato, que é próximo do hospital regional, e hoje, depois dessa crise, deputado Suplicy, o rei dos votos, você vê que depois dessa crise aí, antes o Bom Prato era para moradores de rua, pessoas que realmente não tinham condições nenhuma, hoje, como é do lado do hospital, muitas pessoas vão visitar um parente, ou as pessoas estão fazendo um tratamento oncológico, a família vem acompanhar, mas a gente vê também enfermeiros.

Você vê até médico comendo no Bom Prato, porque tem nutricionista, tem uma comida balanceada, com uma boa mistura.

Só que Sorocaba, com 800 mil habitantes, eu cheguei a ver crianças de onde eu moro, que é no mesmo endereço, crianças comendo comida do lixo, e o meu sonho, como deputado estadual, junto com a bancada do Republicanos, Sebastião, era ter mais unidades do Bom Prato na cidade. Eles já fizeram um levantamento pelos habitantes, presidente, da cidade e viram que precisa urgente de mais Bom Prato.

Já falei lá e já solicitei, ao lado da Santa Casa, onde já tem um espaço, e a Santa Casa, depois de muito tempo na cidade, não fazia o tratamento oncológico e a gente, como vereador e como líder comunitário - por isso eu respeito todos os vereadores que vêm ao nosso gabinete -, de tanto eu falar na sessão, cobrar, fazer requerimento para que Sorocaba tivesse um diagnóstico precoce e um tratamento precoce do câncer.

Hoje a Santa Casa atende com excelência, muita gente quer se tratar na Santa Casa de Sorocaba, porém tem mais de 58 cidades ali na região, mesmo ali depois de Itapetininga tem mais 58 municípios. E o que acontece? A pessoa às vezes vai lá de chinelo de dedo, passando frio, não tem dinheiro para se hospedar e não tem dinheiro para comer, porque conseguiu lá o tratamento de câncer.

Então, conversando com o padre Flávio, para quem eu quero mandar um abraço, que é da Santa Casa, ele falou que já tem essa área disponível. E nada mais justo do que ser ao lado da Santa Casa de Misericórdia de Sorocaba. O familiar tem que ficar ali esperando, às vezes o padre não podia dar, porque a comida era do hospital. E vai ser fora da Santa Casa para os munícipes também usarem.

E no Bom Prato, quem é morador de rua, que declara, faz uma declaração de morador de rua, não paga nada. Nem no café da manhã e nem no almoço. Agora, quem vai pagar é apenas um real para almoçar e cinquenta centavos o café da manhã. Então essa vitória, só que Sorocaba é gigante. Santos é um pouco menor do que Sorocaba, mas já tem quatro unidades do Bom Prato.

Então estou agradecendo aqui ao governador, porque antes de entrar aqui eu já tinha solicitado para Sorocaba mais unidades do “Bom Prato”, e hoje, com o secretário de Desenvolvimento Social, Gilberto Nascimento, que é um baita de um secretário e que foi vereador, então ele sente o que o povo precisa.

Ele me atendeu muito bem e já estão certos mais dois “Bom Prato” para Sorocaba: esse que vai ser fixo, ao lado da Santa Casa, que vai atender as pessoas ali, os familiares, as pessoas que vêm à Santa Casa, que é o hospital municipal, que vêm visitar um parente, que passam pela Av. São Paulo. Vai ter um “Bom Prato” ali.

E também outro, móvel, que solicitei para a zona norte de Sorocaba. A zona norte tem 350 mil habitantes e, na verdade, é maior do que muitos municípios. Na zona norte da nossa cidade, muita gente também, Sebastião Santos...

Vossa Excelência esteve comigo lá na zona norte, a gente foi a um evento juntos. Muito obrigado por sempre ajudar Sorocaba, meu amigo do Republicanos. É uma honra, Sebastião Santos. Muita gente gosta de V. Exa. ali e a gente aqui soma, a gente não tem vaidade. Para mim não importa o partido. A pessoa, ajudando o município, eu quero que Deus continue abençoando. Que Deus abençoe o trabalho de V. Exa., que sempre ajudou Sorocaba.

Vossa Excelência conhece a Av. Ipanema, a Itavuvu. Tem muitos bairros, mais de 400 bairros na zona norte, com 350 mil habitantes. E o povo também, às vezes, vai procurar um emprego. São 20 quilômetros da cidade. Vai e volta a pé, porque não tem nenhum transporte de ônibus. Aí não tem o que comer. Vai poder comer por um real. Vai poder tomar café por 50 centavos.

Recebi mensagens aqui, porque já tinha postado na minha rede social, do Dr. Jonathan Mena. Quero mandar um abraço a todos os doutores. Ele, da Câmara Municipal, acompanhando essa vitória. Muita gente agradecendo também essa unidade do “Bom Prato” em Sorocaba. Inclusive, o prefeito Rodrigo Manga, que é do Republicanos, agradeceu essas duas unidades.

Então, a gente está aqui para agradecer. Eu fiquei mais de uma hora e meia despachando com o Gilberto Nascimento. Fui falar de Sorocaba, mas também despachei pedidos para mais de 30 municípios. Ele até olhou: “Mas, Vitão, o que é isso?”. Eu falei: “Então...”

Só que ele pegou carimbo por carimbo, assinatura por assinatura, aquela paciência... Não é um secretário com pressa. A gente também, que é deputado, quando alguém vem ao meu gabinete, eu falo para minha equipe que tem que atender com amor, como se fosse alguém da família. Imagine que é sua mãe que está no seu gabinete precisando de ajuda para o seu município, para a sua cidade. Então, atenda as pessoas com amor. O Gilberto Nascimento, esse secretário de Desenvolvimento Social, atendeu com amor.

Eu fiz mais duas solicitações para a cidade de Itu também. A cidade de Itu, onde tem o Pirapitingui e onde tem a Cidade Nova, que é uma região carente, onde as pessoas às vezes não têm nem o que comer.

Então, solicitei um “Bom Prato” e já estão fazendo o estudo. Há grande possibilidade. Ele mesmo falou. Já conseguimos para Sorocaba; agora, há a possibilidade de conseguirmos essa rede do “Bom Prato” para Itu, que foi a pedido do Márcio.

Por que você fala do Márcio, Vitão? Porque não vou esquecer, não, a pessoa que bateu na minha porta. Eu não quero méritos para mim, deputado, mas para a pessoa que lutou pela cidade.

Então, o Márcio veio aqui, mesmo sem ser vereador, sem ser deputado, é lógico, sem ser secretário, sem ser prefeito, e solicitou em nome da população. Essa é a importância de atender o munícipe também.

Estou aqui para fazer isso, porque sei de onde vim. Na escola onde estudei, deputado, a primeira e única, e segunda refeição dos alunos, dos meus amigos, era na escola, porque não tinham nem o que comer em casa.

Também solicitei para Itu e, a pedido do David, de Votorantim, que é um líder comunitário, e do Thiago Schiming, presidente da Câmara de Votorantim... Sou como você, deputado. O Thiago Schiming é do PSDB. Não importa partido, pode ser colega de qualquer partido, a gente tem que fazer pelo povo, solicitando um “Bom Prato” para Votorantim.

Eu já fiz a indicação também e o secretário acenou. Tem mais de 120 mil habitantes, tem muitas áreas carentes. Então, notícia boa para Votorantim, para o Thiago Schiming, presidente da Câmara, e, para encerrar, para o David. Mais unidades do “Bom Prato” para Votorantim. Se depender de mim, da bancada do Republicanos e dos colegas aqui, ninguém no nosso estado vai passar fome.

Um abraço do Vitão do Cachorrão.

 

O SR. PRESIDENTE - SEBASTIÃO SANTOS - REPUBLICANOS - Parabéns pelas suas palavras, parabéns pela conquista. Sorocaba é uma cidade mais do que merecedora. Continuando aqui a lista dos oradores inscritos no Grande Expediente, o deputado Reis. (Pausa.) Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) E por uma cessão do deputado Donato, fará uso da tribuna a deputada Márcia Lia pelos dez minutos regimentais.

 

A SRA. MÁRCIA LIA - PT - Muito boa tarde a todos os companheiros, aos amigos, as pessoas que assistem esta sessão no dia de hoje, quer seja pela televisão ou aqui presencialmente. Quero cumprimentar a todos, desejando boas-vindas.

Algumas notícias, algumas informações são fundamentais para que a gente possa entender o contexto em que o nosso País vive nos dias atuais. Eu tenho muita alegria de poder compartilhar com as pessoas que estão nos assistindo algumas informações fundamentais.

No último dia 12 de maio, Dia Nacional da Enfermagem, através do Projeto de lei nº 14.581, de 2023, o presidente Lula abriu um crédito especial de 7,3 bilhões de reais no Orçamento do Fundo Nacional de Saúde para garantir que estados e municípios possam fazer o pagamento do Piso Nacional dos Trabalhadores da Enfermagem. Era uma luta antiquíssima dos nossos profissionais da Saúde, dos nossos enfermeiros, essa solicitação de que eles tivessem um piso mínimo justo.

Porque nós tivemos no período de pandemia profissionais da Saúde que se empenharam exaustivamente, alguns inclusive, infelizmente, foram a óbito salvando vidas de pessoas. Enquanto o outro presidente dizia que não precisava tomar vacina e fazia toda uma apologia aí para as pessoas não se vacinarem, nós tivemos os enfermeiros, os técnicos de enfermagem, os auxiliares de enfermagem dedicando suas vidas para poderem salvar muita gente do nosso povo brasileiro.

E o novo piso da enfermagem para os profissionais que são contratados via CLT passou então para R$ 4.750,00 para os técnicos de enfermagem. Será 70% desse valor, portanto, R$ 3.325,00, que é a Lei nº 14.434, e também os auxiliares de enfermagem, as parteiras, R$ 2.375,00. Sendo claro que esses valores são obrigatórios tanto para os profissionais da Enfermagem do setor público quanto do setor privado.

Então é um momento de muita alegria que a gente vem comunicar às pessoas essa fundamental destinação de 7,3 bilhões de reais para que a gente faça justiça com a Enfermagem. Quero dizer que aproximadamente dois milhões e 800 mil pessoas, profissionais da Enfermagem, serão beneficiados com esse piso nacional que está sendo implementado e que foi autorizado no dia 12 de maio.

Portanto, as pessoas podem agora ter a garantia de que os seus salários serão justos. Outra informação importante também na área da Saúde é a contratação de 15 mil profissionais médicos para o Programa Mais Médicos. Esses profissionais que serão contratados pelo governo federal vão estar distribuídos pelo estado de São Paulo, pelos outros estados da Nação.

Serão 15 mil profissionais, cuja bolsa será R$ 12.800,00 para cada um desses médicos que adentrarem aí ao Programa Mais Médicos. Eu quero dizer que a minha experiência no passado, quando nós tivemos o Mais Médicos, foi extremamente vitoriosa.

Por cidades onde eu passava pelo interior, presidente, do estado de São Paulo as pessoas só elogiavam o programa Mais Médicos, porque eram muito bem-atendidos e gostavam muito do programa. Infelizmente, o governo anterior interrompeu o programa Mais Médicos.

Outra coisa fundamental, também na área da Saúde, é a volta do programa Brasil Sorridente, um programa de tratamento odontológico que é fundamental, principalmente para as pessoas em vulnerabilidade social, que não têm condições de pagar por um tratamento dentário.

Então o Brasil Sorridente também está de volta, a Farmácia Popular, o PAA, Programa de Aquisição de Alimentos, fundamental para que a gente possa ter as pessoas produzindo alimentos de qualidade, os pequenos agricultores, os acampados, os assentados, aqueles que estão lá na ponta, eles vão produzir alimentos, o alimento vai chegar ao mercado com um preço mais acessível, as prefeituras vão ter subsídios do governo federal para comprar esses alimentos, e esses alimentos vão fazer com que novamente o Brasil saia do mapa da fome. Porque o que conseguiram fazer nos últimos anos foi devolver o nosso povo pobre, periférico, para a fome.

Agora o PAA está de volta, a Conab já está se reorganizando, se reestruturando, para que a gente possa novamente comprar produtos da agricultura familiar e entregar para as prefeituras, entregar para os hospitais, para as Santas Casas, entregar para os asilos, entregar para aqueles que cuidam de crianças, que muitas vezes por alguma questão de família, não tiveram a alimentação necessária. Também estamos trazendo uma importante informação, que é o reajuste das bolsas de ensino de graduação e pós-graduação.

Durante anos, esses profissionais tiveram retrocessos nas suas pesquisas e na possibilidade de manutenção das suas famílias, porque muitos perderam as bolsas de ensino, muitos tiveram que voltar do exterior, porque o pagamento das bolsas foi interrompido.

Agora estamos vendo não só o retorno das bolsas, como também o reajuste justo que ficou por muitos anos sem o reajuste. Também no dia de hoje, informações fundamentais, que é o fim da paridade de importação do petróleo com o dólar. Nós tínhamos uma política de preços que era equiparada ao dólar. Isso caiu. Hoje o presidente da Petrobras informou que não será mais objeto de importação a utilização da moeda americana.

Portanto, teremos uma redução, a partir de hoje, de 21,3% no gás de cozinha. Muitas famílias não tinham como comprar gás de cozinha e estavam preparando seus alimentos quando os tinham em fogões de madeira, de tijolo improvisado.

Vamos ter, então, 21,3% de redução no gás de cozinha, 12,6% de redução na gasolina e 12,8% de redução no diesel, o que significa que o povo vai começar... A gente já sentiu, inclusive, a redução do preço de alguns alimentos. A carne já reduziu seu preço, alguns alimentos já reduziram o preço, e outros precisam, lógico, é a questão da oferta e da demanda, mas a gente sabe que há disposição do Governo.

Não fosse o presidente do Banco Central, que está atrapalhando a economia brasileira, nós, com certeza, já teríamos caminhado muito mais. Rita, nós teríamos conseguido melhorar ainda mais a vida do povo brasileiro.

Outra informação importante que eu tenho certeza de que dentro de alguns dias nós vamos ser presenteados com essa informação, é que nós teremos um processo de mais urgência para que a gente possa caminhar na perspectiva de que a reforma agrária, que ficou por tantos anos parada, que teve muitos dos seus depósitos judiciais sequestrados pelo governo federal, agora poderemos contar novamente com a retomada da reforma agrária.

E o presidente Lula deve anunciar em breve que aquelas famílias que estão a 15, 16, 12 anos vivendo embaixo de lona preta terão... E a gente está acompanhando esse processo, o Incra já está disponibilizando profissionais para fazer o cadastro dessas famílias.

Em breve nós teremos a retomada da aquisição de propriedades improdutivas porque as propriedades privadas que não cumprem a função social, elas têm que ser destinadas para o povo que quer produzir alimentos para melhorar a vida das suas famílias, para dar dignidade para os seus filhos e também para baratear o custo dos alimentos.

Então, eu estou muito feliz. É um dia de muitas notícias boas, um dia de muita alegria. Um dia onde a gente sabe que o nosso governo, o governo do presidente Lula, está fazendo a diferença para o povo brasileiro.

Parabéns, Lula. Estamos juntos.

 

O SR. PRESIDENTE - SEBASTIÃO SANTOS - REPUBLICANOS - Continuando a lista dos oradores do Grande Expediente, por uma cessão de tempo, quero chamar o deputado Paulo Mansur para usar a tribuna pelo tempo regimental de dez minutos.

 

O SR. PAULO MANSUR - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Cumprimentar todos vocês da plateia, todos da TV Alesp. Dá até dor no ouvido, deputada Márcia, o “parabéns, Lula.” Mas, vamos lá.

Eu queria falar a todos vocês que eu peguei uma pesquisa do Sebrae muito interessante sobre empreendedorismo, e ali eu vi que em terceiro lugar está a “vontade dos brasileiros abrirem empresa.”

A primeira vontade é o brasileiro ter uma casa própria; a segunda vontade é o brasileiro poder viajar o Brasil, olha só que interessante; e a terceira é abrir uma empresa. Ou seja, o brasileiro quer empreender e muitas vezes a gente coloca o empresário como o terrorista da situação.

Só que o empresário é como se fosse o trabalhador: ele tem as metas dele, ele tem os dias que ele está chateado, ele tem os dias que ele precisa pagar os seus funcionários e, às vezes, precisa arrumar recurso para pagar.

Quando ele prospera, ele acaba empregando pessoas e dando oportunidade para outras pessoas. Então, além dele conseguir ganhar o dinheirinho dele, ele acaba ajudando outras famílias.

Então, essa pesquisa me deixou contente em ver que o brasileiro quer ser independente do próprio negócio dele. Ele não quer ser só aquele empregado que fica ali recebendo salário, ou seja, ele quer ir para cima.

E a gente vê no governador Tarcísio, na Apas ontem, que foi o maior evento do mundo de supermercados, no nosso estado de São Paulo, eu estive lá presente. E o governador foi aplaudido de pé por esse setor que representa hoje 7% do PIB brasileiro, que são os supermercadistas.

Essa evolução do governador Tarcísio, há pouco tempo a frente do cargo, poder ter aplausos do setor empresarial, diferente do presidente Lula, que se ele fosse nesse evento, possivelmente poderia ser vaiado, a gente sabe disso.

Mas a gente tem um representante, uma pessoa eleita pelo presidente Bolsonaro, aqui no nosso estado de São Paulo, que é o governador Tarcísio, trazendo investimentos para o nosso estado, indo buscar fora investimentos.

E não só isso, o governador Tarcísio possivelmente, a gente estava conversando, porque eu fui conversar com o secretário... Todas as semanas eu converso com secretários do nosso estado de São Paulo, e a gente estava falando do TIC, que é o Trem Intercidades.

Eu estava falando sobre essa demanda com o secretário Rafael Benini, ele que é secretário de Investimentos e Parcerias do Estado e tem muitas pessoas querendo entrar para... na licitação do trem intercidades, que vai ligar São Paulo a Campinas.

Então às vezes a gente pensa: será que vai sair do papel? Vai sair do papel porque o governo do Tarcísio está sendo tão técnico e tão técnico que as pessoas estão querendo investir, porque vão ter garantia.

A maioria dos empresários acaba não querendo investir no setor público porque não tem garantia. Ele vai lá, por exemplo, investe num presídio, por exemplo, num setor privado, e aí o governo não paga o presídio a pessoa, que é empresária e está lá com o presídio na mão, você acha que ele pode, por lei, deixar todos os presos passarem fome? Não pode.

Então o empresário precisa ter garantia, porque senão sobra para ele bancar as coisas do dinheiro público. E hoje no governo Tarcísio eles estão procurando isso, porque o Rafael Benini é uma pessoa técnica. Ele tem uma carreira dentro do setor, por isso que virou secretário de Investimentos, olha só que interessante, e o currículo dele.

Ele não foi nomeado por política, ele fez um ótimo trabalho na Artesp cuidando da estruturação de mais de 10 concessões rodoviárias, entre elas a Tamoios, a Dutra/São Paulo, e foi chamado pelo Tarcísio para trabalhar em Brasília, e agora em São Paulo. Ele é economista e foi exatamente a preocupação do governador Tarcísio de colocá-lo, nomear uma pessoa técnica.

Ele poderia ter nomeado politicamente alguém do PSD, alguém do PSDB, a gente sabe como era a política antiga do PSDB no estado de São Paulo. Cada secretário era de um partido, e assim era composta uma situação.

Hoje, não; primeiro, segundo, terceiro escalão, falo até para vocês o quarto e o quinto, é o governador Tarcísio que nomeia tecnicamente. A gente pode girar em qualquer secretariado do estado de São Paulo que a gente vai ver secretários técnicos, e isso é bom para o estado de São Paulo.

Que mais temos? Temos 10 minutos para falar aqui.

 Falei sobre o Intercidades, o TIC, metrô intercidades, que é muito interessante, que vai ligar São Paulo a Campinas. A gente tem também, antes de Campinas tem a região de Sorocaba, a gente tem também a ligação do trem intercidades São Paulo/ Santos/Baixada Santista; a gente tem também o trem intercidades Santos/São José dos Campos.

Essas ligações do trem intercidades vão facilitar a vida do trabalhador. Possivelmente, claro, muitas pessoas de Campinas poderão trabalhar em São Paulo, muitas pessoas de Santos poderão trabalhar e vice-versa nas cidades.

Isso vai facilitar a vida das pessoas, porque nós hoje temos nas estradas um congestionamento muito grande, e tendo um trem rápido, como o da China, que foi o primeiro trem-bala do mundo, a gente vai aí ter no nosso estado de São Paulo como o pioneiro do Brasil. E eu tenho certeza que esse investimento vai ser muito interessante.

Fala, quer falar alguma coisa?

 

O SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - REPUBLICANOS - Boa tarde, Sr. Presidente, apenas para uma questão de ordem. Pode ser? Um aparte, deputado?

 

O SR. PRESIDENTE - SEBASTIÃO SANTOS - REPUBLICANOS - O deputado precisa concluir.

 

O SR. PAULO MANSUR - PL - Sim. Só para eu finalizar, hoje vai ter uma votação também possivelmente sobre o aumento do salário dos policiais, e que eu acho muito importante a gente debater esse assunto, que é um tema que a carreira clama. E eles merecem ter esse aumento de salário.

Então hoje possivelmente vai ser debatido aqui, a gente vai ficar até tarde aqui dentro da Assembleia Legislativa. Então, só para finalizar, é isso aí. Um grande abraço a todos vocês que estão na plateia.

Obrigado a todo mundo da TV Alesp.

 

O SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - REPUBLICANOS - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Sr. Presidente, com fundamento nos Arts. 260 e 261 do Regimento Interno consolidado, eu submeto a V. Exa. dúvidas quanto ao procedimento a ser observado no âmbito das comissões permanentes desta Casa no que diz respeito à prestação de contas dos secretários de Estado e demais autoridades de que trata o Art. 52, alínea “a” e parágrafos da Constituição do Estado de São Paulo.

Gostaria de entregar a Questão de Ordem.

 

O SR. PRESIDENTE - SEBASTIÃO SANTOS - REPUBLICANOS - Esta Presidência recebe a Questão de Ordem e, em momento oportuno, estaremos respondendo.

 

O SR. DONATO - PT - Presidente, pela ordem. Pelo Art. 82, um comunicado da liderança da Minoria.

 

O SR. PRESIDENTE - SEBASTIÃO SANTOS - REPUBLICANOS - É regimental o uso da tribuna por cinco minutos.

 

O SR. DONATO - PT - PELO ART. 82 - Obrigado, presidente. É rápido, mas é uma preocupação bastante grande. Nós temos aqui em São Paulo o Museu da Casa Brasileira, ali na Faria Lima, no solar da família Prado, Fábio Prado, que foi prefeito de São Paulo no início do século.

A família, na época, cedeu esse solar, essa mansão na Faria Lima, para que fosse um museu destinado a preservar todo o conteúdo deles, os móveis. Ele se tornou o Museu da Casa Brasileira, um museu especializado em arquitetura e design, um museu importante para o estado de São Paulo, para o País, porque é a memória da nossa evolução enquanto imóveis, enquanto arquitetura.

Infelizmente, a Fundação Padre Anchieta, que é a detentora da posse do imóvel, resolveu encerrar o convênio. Da mesma forma, a Secretaria de Cultura resolveu encerrar o contrato da OS que gerenciava o museu. Ele só está aberto hoje por força de uma liminar da Justiça.

E não são claros os motivos por que a Fundação Padre Anchieta quer tirar o museu de lá. Inclusive ela indica que o museu vai funcionar na Casa Modernista, que é um outro museu, a Prefeitura de São Paulo é quem cuida.

Mas no processo que está correndo na Justiça, a própria Casa Modernista informa que ela não tem nenhuma previsão para abrigar os cerca de mil itens que compõem o acervo do Museu da Casa Brasileira, em uma área que é um décimo da área do Museu da Casa Brasileira.

Então eu gostaria de externar essa preocupação. Eu vou procurar a Comissão de Educação e Cultura para que possa fazer o questionamento necessário à Fundação Padre Anchieta, que a gente não perca esse patrimônio importante da cultura brasileira, que é esse museu, em uma área de forte valorização imobiliária como a Faria Lima.

Espero que ele não esteja saindo de lá por pressão do mercado imobiliário. É isso que a gente vai pedir para que a Comissão de Educação e Cultura possa apurar.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Pela ordem, presidente. Gostaria de usar o Art. 82 pela bancada da Federação PSOL-Rede.

 

O SR. PRESIDENTE - SEBASTIÃO SANTOS - REPUBLICANOS - É regimental. A senhora tem cinco minutos para usar a tribuna.

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - PELO ART. 82 - Eu vim, presidente, muito rapidamente para dialogar com os trabalhadores da Segurança Pública que estão aguardando, possivelmente, mais tarde, a gente dar início à votação do projeto de aumento.

Agora, neste momento, a portas fechadas, o que eu sinalizo que vai contra o nosso Regimento, porque o congresso de comissões é uma comissão, e comissão deveria se dar de forma pública na Assembleia Legislativa, estão se debatendo alterações no texto.

O Governo se recusa a aceitar qualquer tipo de alteração no texto, e a nossa bancada está em uma batalha para alterar as alíquotas e torná-las mais lineares, adicionar mais cuidado aos trabalhadores de Segurança Pública, sobretudo as policiais gestantes e adotantes, adicionar um plano de atendimento à saúde mental dos policiais.

É o pedido da própria categoria. E adicionar os trabalhadores policiais penais, demais oficiais da SAP, e os trabalhadores da Fundação Casa. Como está difícil, lá em cima, a negociação, e o governo está se recusando a aceitar as nossas emendas, provavelmente a gente vai adicionar uma emenda de plenário, hoje, mais tarde.

Isso significa que a matéria vai voltar à comissão mais tarde. O governo diz que não pode dar aumento “x”, “y”, “z”, “etc.”, porque é da secretaria “x”, ou porque ainda vai regulamentar as carreiras. Aos policiais penais, eu quero dizer que a proposta de regulamentação, se vier...

Porque eu estou debatendo nesta Casa, desde a votação do Orçamento, no ano passado, a valorização dos trabalhadores da Segurança Pública, uma vez que o sistema penitenciário e a Polícia Civil já entraram em colapso.

Não têm condições de atender a demanda. Uma vez que a gente não tem justificativa, porque estão fechando sedes da Fundação Casa. Para aonde estão indo os internos, e para onde estão indo os servidores?

A gente está discutindo por que, desde 2017, os trabalhadores da Fundação Casa não veem um dissídio. A gente pediu para colocar, no Orçamento, reserva orçamentária para que se fizesse reajuste. Dialoguei sobre isso com o Olim, que foi o relator.

Gastei o gabinete, gastei o sofá do gabinete dele, dizendo que ia obstruir o Orçamento se não tivesse recomposição salarial para os servidores públicos, sobretudo para a Segurança Pública, porque está colapsando.

Vem sempre promessa de: “mais cedo, mais tarde, depois, amanhã, quem sabe, um dia, a gente protocole”. Aí quero dizer, muito solidariamente, aos trabalhadores da Segurança Pública, que a gente cansou de esperar: “quem sabe, um dia, amanhã, talvez, etc.”. Então a gente vai bater o pé, aqui na Assembleia Legislativa, usando todos os artigos regimentais.

É isso que o PSOL está fazendo agora. O deputado Guilherme Cortez está no congresso de comissões, batalhando junto à bancada do PT também, para a incorporação de demais servidores da Segurança Pública, e depois direitos assistidos.

Então, antes que venham com a falácia de: “ah, deixa votar agora, porque, amanhã, depois, quem sabe, um dia, talvez”; não tem mais essa. A gente está esperando muito tempo.

E “amanhã, quem sabe, um dia, talvez”, nunca chega. Então vamos fazer agora. Essa é a nossa proposta. Por isso a gente vai obstruir a matéria até que se faça. Para o pessoal da Fundação Casa, não tem nem promessa do governo.

Para a Polícia Penal, veio uma pegadinha. Sinto muito. A promessa do governo é que, na regulamentação, o salário dos senhores seja substituído por subsídios, e que o aumento venha no mote de 15 por cento. Se os senhores não sabem, subsídio não consta para fins previdenciários e outros direitos trabalhistas. Vão trocar o salário do senhor por subsídio.

Por isso que a gente batalha. Mesmo que seja trocado depois por subsídio, nada custa aplicar o aumento agora, e depois regulamentar, mudar o nome, seja lá o que for, para a categoria.

Então a gente está na batalha para que seja hoje, para que seja agora. A gente está na batalha para que não saia daqui enquanto os demais direitos e os demais servidores não sejam adicionados.

Só que, lá em cima, não está rolando negócio. A bancada do Governo, mesmo os policiais, deputados e etc., que estão aqui, dizendo que defendem a categoria, não estão dispostos a adicionar e melhorar o texto do governador, porque esta Casa é subserviente, é despachante do governo.

Está na hora da gente usar o Poder Legislativo como Poder Legislativo, para melhorar as propostas do governo, e ouvir os trabalhadores, que estão na ponta, todos os dias, dizendo:

“Precisa de recomposição, mas precisa de assistência à saúde mental.”

“Precisa de recomposição salarial, mas precisa abrir concurso, porque está faltando gente no posto de salário”.

“Precisa de recomposição salarial, mas não pode colocar uma categoria de policial contra a outra.”

Parece que o governo está trabalhando pela rivalização das polícias do estado de São Paulo. Então, por isso, eu queria dizer para os senhores que a gente está numa batalha aqui.

Talvez a gente adie a votação. Mas é porque a gente não quer esperar promessa para amanhã. Ou coloca para todo mundo ou, no que depender da gente, não sai da Assembleia Legislativa.

Obrigada. (Manifestação nas galerias.)

 

O SR. LEONARDO SIQUEIRA - NOVO - Pela ordem, Sr. Presidente. A bancada do Novo vai encaminhar pelo Art. 82.

 

O SR. PRESIDENTE - SEBASTIÃO SANTOS - REPUBLICANOS - É regimental. O senhor tem cinco minutos para o uso da tribuna.

 

O SR. LEONARDO SIQUEIRA - NOVO - PELO ART. 82 - Boa tarde, deputados, deputadas, presidente, todos que estão nos assistindo e que estão aqui presencialmente também. Pouco mais de dois meses aqui nesta Casa, tem algo que me chama bastante atenção.

É que muitas vezes eu vejo muitos grupos de interesse, e muitas vezes diversos deputados também, agindo só para grupos específicos, como se desenvolvimento econômico fosse dar benesse para grupos específicos.

Então, o setor automotivo: “Eu faço um produto aqui, ele é melhor do que os outros, me dá um subsídio, me dá um tratamento diferenciado”. “Eu sou do Tribunal de Justiça, preciso aumentar as minhas custas judiciais, porque os custos não estão sendo suficientes, me dá um pouquinho de aumento aqui”. Sempre um grupo específico pedindo uma regalia diferente.

O Brasil tem 100 milhões de trabalhadores mais ou menos, e sabe quem que eu nunca vejo aqui trabalhando por eles? Os trabalhadores informais. Há 39 milhões de trabalhadores informais neste País, muitas vezes a diarista, a empregada doméstica, o motorista de Uber, o entregador da Rappi. Não tem ninguém fazendo lobby, não tem ninguém lutando por eles.

Esta é minha dúvida: a partir do momento em que a gente fica pedindo aumento ou tratamento diferenciado para diversos grupos específicos, a gente deixa de lado esses 39 milhões de trabalhadores, e esses não têm ninguém aqui para lutar por eles. Por isso eu tenho visto uma prática corriqueira aqui dentro desta Casa, e isso é a certeza de que a gente não vai se desenvolver como nação.

A partir do momento que a gente quiser só dar privilégios e tratamentos diferenciados para grupos específicos, a gente está deixando fora da discussão todos esses 39 milhões de trabalhadores que são os que mais precisam, são os que ganham menos, são os que se aposentam mais tarde, são os que não têm nenhum direito que a CLT garante.

Então a minha fala é muito rápida, presidente. Só para dizer que, infelizmente, a gente vê diversos grupos de interesse agindo dentro desta Casa e muitas vezes a gente vê deixado de lado nesta Casa quem mais precisa, que são justamente os mais vulneráveis.

Obrigado, presidente.

 

O SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - REPUBLICANOS - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

 O SR. PRESIDENTE - SEBASTIÃO SANTOS - REPUBLICANOS - Pela ordem, o líder do Governo, deputado Xerife do Consumidor.

 

O SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - REPUBLICANOS - Havendo acordo entre os líderes, eu gostaria de pedir a suspensão dos trabalhos até as 18 horas.

 

O SR. PRESIDENTE - SEBASTIÃO SANTOS - REPUBLICANOS - É regimental o pedido de Vossa Excelência. Havendo acordo de líderes, quero pedir a suspensão dos nossos trabalhos até as 18 horas.

 

(VOZ FORA DO MICROFONE)

 

O SR. PRESIDENTE - SEBASTIÃO SANTOS - REPUBLICANOS - Já foi deliberado, Sra. Deputada.

Está suspensa a sessão.

 

* * *

 

- Suspensa às 15 horas e 57 minutos, a sessão é reaberta às 18 horas e 10 minutos, sob a Presidência do Sr. André do Prado.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Reaberta a sessão. Nos termos do disposto no Art. 18, inciso III, alínea “d”, combinado com o Art. 68, ambos do Regimento Interno, convoco reunião conjunta das comissões de Constituição, Justiça e Redação, Administração Pública e Relações do Trabalho, Finanças, Orçamento e Planejamento, a realizar-se hoje, às 19 horas e 20 minutos, no Salão Nobre da Presidência, com a finalidade de apreciar o Projeto de lei Complementar nº 75, de 2023, de autoria do Sr. Governador.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Pela ordem, Sr. Presidente. Para uma comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Está suspensa?

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Já foi determinada a suspensão do congresso de comissões.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Quero registrar a honrosa presença aqui na Assembleia Legislativa dos servidores e das servidoras da Fundação Casa, que estão aqui, Sr. Presidente, que estão em greve desde o dia 3, buscando a melhoria salarial, funcional, buscando, Sr. Presidente, o fim do assédio moral, das perseguições, o fim das transferências compulsórias, a realização de concurso público para a chamada de novos servidores.

Esses servidores e servidoras da Fundação Casa são os responsáveis pela reeducação e pela reinserção dos nossos adolescentes na sociedade. No entanto, estão tendo uma proposta de reposição abaixo da inflação, de apenas seis por cento. Estamos acompanhando o debate sobre o PLC n.º 75, no qual o reajuste chega até, dependendo da patente do servidor, a 30%, e para os servidores da Fundação Casa apenas seis por cento. É um absurdo, Sr. Presidente.

Quero aproveitar e exigir que o governo abra negociação e atenda as reivindicações dos servidores e servidoras, que atenda o sindicato, Sr. Presidente, porque é inconcebível que o governo não receba o sindicato, a categoria, para negociar.

A greve é um instrumento importante, é um instrumento constitucional, garantido pela lei. Agora, o governo tem que colaborar, atendendo a comissão, atendendo o sindicato e, sobretudo, atendendo as reivindicações.

Faço um apelo a todos os 94 deputados e deputadas, para que façam gestões junto ao governo, no sentido de que as reivindicações sejam imediatamente aceitas, Sr. Presidente.

Registro ainda que nós apresentamos emendas ao PLC n.º 75, para incluir os servidores da Fundação Casa no reajuste da Segurança Pública, já que eles não estão em nenhum lugar, nenhuma secretaria.

Sr. Presidente, a Secretaria de Justiça não encaminhou nenhum projeto de lei à Assembleia Legislativa para dar o reajuste a eles. Nós incluímos nesse projeto da Segurança Pública, juntamente com a Polícia Penal também, que ficou de fora, estranhamente, desse projeto.

Então repito aqui, governador Tarcísio: atenda os servidores e as servidoras da Fundação Casa. Secretário de Justiça, presidente da Fundação Casa: os servidores são fundamentais no processo de reeducação e reinserção dos nossos adolescentes. Ou seja, a luta dos servidores da Fundação Casa tem que ser a luta de toda a sociedade, dos 45 milhões de habitantes do estado de São Paulo.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, nobre deputado Paulo Fiorilo.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, também em nome da Federação PT-PCdoB-PV, ser solidário aos trabalhadores que atuam na Fundação Casa, e dizer que também a bancada do PT apoia o pleito do aumento salarial também para essa categoria tão importante, Sr. Presidente. O senhor deu um comando convocando um congresso de comissões para as 19 horas.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Dezenove horas e 20 minutos.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Perfeito, às 19 horas e 20 minutos.

E a gente tinha um congresso que precisou ser interrompido. Minha questão é: o congresso está encerrado ou ele está suspenso?

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Está suspenso.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Então, ele volta àquele congresso para concluir e o senhor chamou um outro congresso com o mesmo objeto?

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Mesmo objeto.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Que pode perder objeto se o congresso concluir os trabalhos ainda no horário, que não tem previsão, até as 19 horas e 20 minutos, até as 19 horas e 20 minutos.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Ele vai retomar às 19 horas e 20 minutos.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Ah, então, na realidade, o que o senhor fez foi chamar o que está paralisado às 19 horas e 20 minutos.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Isso.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Perfeito, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, vamos passar à Ordem do Dia.

 

* * *

 

- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, nobre deputado Carlos Cezar.

 

O SR. CARLOS CEZAR - PL - Sr. Presidente, para encaminhar pela bancada do PL.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Antes, porém, há sobre a mesa um requerimento do nobre deputado Guilherme Cortez, com número regimental de assinaturas, nos termos do Art. 35 do Regimento Interno, para a constituição de uma comissão de representação, com a finalidade de representar a Assembleia Legislativa do Estado na cerimônia alusiva ao Dia Nacional e Internacional de Enfrentamento à Violência contra as pessoas LGBTQIA+, a realizar-se no dia 17 de maio do corrente ano, em Brasília, sem ônus para este Poder.

Em votação.

 

O SR. CARLOS CEZAR - PL - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem nobre deputado Carlos Cezar.

 

O SR. CARLOS CEZAR - PL - Para encaminhar pela bancada do PL.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental. Tem V.Exa. o tempo regimental.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Pela ordem, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem nobre deputado Gil Diniz.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Presidente, esse requerimento é da bancada do PSOL?

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É um requerimento da bancada do PSOL, do deputado Guilherme Cortez.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - PARA COMUNICAÇÃO - Presidente, só fazer aqui uma breve comunicação, lembrando aqui que logo no início dos trabalhos nessa Legislatura houve um mesmo requerimento aqui e a própria bancada do PSOL acabou obstruindo a aprovação do deputado Gerson, que ele iria representar esta Casa Legislativa, salvo engano em Curitiba, presidente.

Então, só para deixar claro aqui, já vou pedir, meu líder está na tribuna, logicamente ele fala pela bancada, mas o meu posicionamento contrário ao requerimento, não por ser do deputado Cortez, que eu respeito muito, mas pela posição que o PSOL adotou aqui no início dos trabalhos, mesmo com todo o clamor desse plenário para a aprovação do requerimento naquela data.

Então, só para registrar aqui esse meu voto contrário, e obviamente gostaria de que todos os deputados também fizessem o mesmo, justamente devolvendo aqui ao PSOL o que fizeram com o deputado Gerson no início dos trabalhos.

Obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Está registrado.

Então, com a palavra o deputado Carlos Cezar.

 

O SR. CARLOS CEZAR - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público que aqui nos acompanha nas galerias da Assembleia Legislativa, aqueles que nos assistem pela Rede Alesp; dizer aqui, Sr. Presidente, do dia histórico de hoje, um dia em que nós estamos debatendo desde as 14 horas e 30 minutos, no congresso de comissões, um dos projetos mais importantes que foi enviado a esta Casa neste ano, Projeto nº 75, de 2023, do Sr. Governador Tarcísio de Freitas, que trata da recuperação salarial dos policiais civis, militares, da Polícia Técnico-Científica, enfim, um projeto de extrema relevância.

E que me admira, Sr. Presidente, que a totalidade dos parlamentares que falaram no congresso são favoráveis, deputado Tenente Coimbra, são favoráveis ao projeto, manifestaram-se favoravelmente ao projeto, mas desde as 14 horas e 30 minutos obstruíram lá no congresso de comissões para que não fosse votado, para que neste Parlamento se fizesse o debate, porque aqui é o ambiente para se fazer o debate correto. Esse é o ambiente para se fazer as argumentações, para buscar o voto em algumas demandas que se julguem necessárias.

Agora, Sr. Presidente, eu tive a alegria de ser relator desse projeto, um projeto muito bem feito pelo governador, que tem algumas premissas. A primeira delas, claro, é a recuperação salarial defasada há décadas, deputada Delegada Graciela, V.Exa. que é uma defensora.

Deputado Major Mecca, há décadas e décadas que a Polícia não tinha um reajuste digno, ou seja, no montante total, são mais 20,2% de aumento no geral, mas há setores que vão ter mais de 33% de aumento, setores com 30%, alguns com 16 por cento.

Não é uma política de Governo, mas é uma política de Estado, que visa tornar a carreira mais atrativa, visa reter talentos, visa cuidar da meritocracia, embora alguns tenham vindo nos criticar, dizendo que “o deputado Carlos Cezar foi extremamente legalista, jurista”.

Eu agradeço a Deus por esse sentimento de realmente procurar seguir a lei. E na Comissão de Constituição e Justiça, nós temos que olhar, sim, pela legalidade, pela juridicidade, pela técnica jurídica e, sobretudo, pela constitucionalidade. Então eu lamento.

Há um brocardo latim que diz: “dura lex sed lex”. A lei é dura, mas é a lei, ela precisa ser cumprida. E o Art. 24 da Constituição Estadual garante que é prerrogativa exclusiva do governador tratar sobre a sua formação administrativa, tratar sobre acréscimos de despesas.

Isso, a meu ver, de entendimento da imensa maioria, inclusive da jurisprudência corrente, não é competência nossa, não é competência deste Parlamento, embora possamos opinar, possamos indicar. E aqui eu quero fazer o registro, deputado Gil Diniz, Danilo Balas, do trabalho intenso que esses parlamentares fizeram, no sentido de convencimento do governador, que inclusive melhorou o projeto na mensagem aditiva, que é acatada nesse projeto.

Então eu queria fazer um apelo. O presidente desta Casa já convocou um próximo congresso para as 19 horas e 20 minutos. Eu espero que nós possamos ir, voltar ao congresso, encerrar este debate, uma vez que todos falaram que são favoráveis ao projeto. Se são favoráveis ao projeto, então não faz sentido algum ficar obstruindo.

Não cabe um aparte. Deputado Conte Lopes, cederia um aparte a V. Exa. com muita alegria, porque sei da competência e do quanto V. Exa. tem lutado por este projeto, a exemplo da imensa maioria desta Casa.

Eu quero dizer desse sentimento do governador, de valorização dos profissionais, valorização dos servidores. Foi assim em um reajuste que nós votamos semana passada, do mínimo paulista, um reajuste de mais de 20 por cento...

 

O SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Nós estamos discutindo o encaminhamento ou discutindo o requerimento?

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - O deputado Carlos Cezar está fazendo encaminhamento da comissão de representação.

 

O SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Porque nós estamos ali vendo o tempo de encaminhamento que não procede, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Está corrigindo.

 

O SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Muito obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É pertinente. Muito obrigado por V. Exa. ter feito...

 

O SR. CARLOS CEZAR - PL - Agradeço ao deputado Gilmaci, que me tirou tempo aqui. Obrigado. Sou grato a V. Exa. por ter tirado o tempo.

Sr. Presidente, apenas para dizer da sensibilidade do governador, que só no mínimo paulista foi mais de 20%, e há uma defasagem de mais de 30 anos. Hoje, se nós considerarmos que no ano passado nós votamos aqui um aumento de 20% para a polícia, com mais os 20% que estamos dando agora, quem paga a conta são 40%, em alguns casos são mais de 50 por cento. Isso mostra um governo sensível e que quer atender todas as demandas.

É claro, muitos falaram: “e a Polícia Penal?”. Eu não tenho dúvida de que é um compromisso do governador, é uma polícia que nós votamos aqui no ano passado, que não existia e que ela precisa ser regulamentada, será regulamentada e será atendida como todos os aumentos que o Governo tem mandado para esta Casa. São aumentos significativos. Eu não tenho dúvida de que essa Polícia Penal também será atendida.

Eu creio que há um sentimento da Casa e de todos os parlamentares de nós avançarmos e entregarmos resultados. As pessoas não nos pagam para virmos aqui dar desculpas, não nos pagam para virmos aqui e ficar desde as duas e meia da tarde até as 18 horas e 15 minutos apenas fazendo uma discussão que não leva a lugar nenhum e que não se pode votar.

Nós apresentamos argumentos e vamos a voto. Aquele que tiver a maioria vence. Assim é a democracia. A democracia fala disso. E eu espero que seja permitido aqui, presidente, que nós possamos votar ainda hoje.

 Ainda hoje nós possamos ir a voto e votarmos o Projeto de lei Complementar nº 75, de 2023. Mesmo porque havia uma proposta hoje pela manhã no Congresso de Líderes, que amanhã nós faríamos um congresso de comissões para um projeto, de extrema importância, da Saúde do nosso Estado.

Nós temos matérias extremamente relevantes para serem discutidas aqui, para serem debatidas. Não é possível que um projeto que todos, repito, todos, falaram “sou favorável ao projeto, mas estou obstruindo”, “sou favorável ao projeto, mas tem um pelinho aqui que tinha que mudar”, “sou favorável ao projeto, mas neste momento eu não quero votar”.

Eu gostaria de que todos nós aqui agíssemos com seriedade e pudéssemos atender àqueles que nos servem, àqueles que fazem a nossa segurança, principalmente, aqui na Casa e que esperam, ansiosamente, pela aprovação desse projeto, que esperam que nós aqui possamos dar as respostas que a população tanto precisa, tanto merece, e que nós vemos sair do mapa da vergonha de décadas.

Porque, se é verdade, deputado Altair Moraes, que nós temos aqui a melhor polícia do País, a Polícia Militar mais preparada, mais eficiente do País, infelizmente, ela não é daquelas mais bem pagas. Esse projeto vai corrigir e muito essa defasagem. Talvez nós tenhamos muito ainda a avançar, mas quando você quer percorrer uma grande distância, não adianta ficar olhando para o tamanho do caminho, mas, sim, pelo caminho que nós temos a percorrer.

Eu não tenho dúvida de que esse projeto que o governador Tarcísio envia a esta Casa é um enorme passo em direção à correção de muitas injustiças que a Polícia Militar, que a Polícia Civil, vêm sofrendo nas últimas décadas. Isso vai corrigir muito e vai avançar para que essas diferenças sejam amenizadas e aí, sim, nós possamos, quem sabe, ao final de quatro anos de mandato, termos uma das polícias mais bem pagas do País e mais reconhecidas.

Assim como ela é eficiente, ela também precisa ser reconhecida. Então, eu quero aqui fazer esse apelo a todos os parlamentares que obstruíram lá no congresso de comissões, que nós possamos avançar, que nós possamos deixar de lado todas as diferenças ideológicas, e venhamos discutir aqui no plenário.

O presidente pode ainda convocar mais uma extraordinária para amanhã. Nós temos duas extraordinárias convocadas para hoje já. Espero que a gente faça esse debate aqui e, ainda hoje, saiamos com a solução que tanto a nossa população espera e, sobretudo, as forças de segurança aqui do nosso Estado.

Apenas reconhecendo o trabalho do presidente desta Casa, deputado André do Prado, e cada um dos parlamentares da Segurança Pública aqui desta Casa, que também representam bem os policiais e que esperam esse projeto ser votado.

Apenas isso, presidente.

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Pela ordem, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputada Monica Seixas.

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Indicar o deputado Guilherme Cortez para encaminhar pela bancada do PSOL.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental.

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - E perguntar ao orador e ao senhor se eu posso fazer uma breve comunicação, enquanto ele se dirige à tribuna.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental também. Tem V. Exa. dois minutos.

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Primeiro, saudar os policiais penais e os trabalhadores da Fundação Casa que estão aqui junto com a gente hoje, lutando pela valorização de todos os servidores da Segurança Pública que foram esquecidos nesse projeto.

Já tem algumas semanas que eu venho dizendo que quero votar, vamos votar. Mas porque boto fé no Poder Legislativo que, um dia, virá a ser o Poder Legislativo de verdade. E fazer jus, aí, sim, Carlos Cezar, ao salário de deputado estadual, quando fizer valer o Poder Legislativo. Porque se o governador for governar sozinho, a gente extingue a democracia e refunda a monarquia.

E aí, para corrigir algumas coisas, se me permitem humildemente, só como líder da bancada do PSOL, porque a nossa bancada não erra assim, é permitido que a gente altere projetos que versam sobre recursos, senão a gente não poderia alterar o Orçamento, e a gente altera o Orçamento todo ano.

Também foi dito que o governador não pode remanejar depois da votação do Orçamento aprovado na Casa. O deputado Altair disse isso para a deputada Paula, e eu fiquei engasgada, Paula, desde a semana passada, para dizer que não só pode, como faz. É previsto na Lei das Diretrizes Orçamentárias que está na fase de emenda, que eu vou emendar e espero que os senhores façam jus ao trabalho dos senhores, e emendem também.

Ele pode remanejar até 20 por cento. A Lei de Responsabilidade Fiscal também permite. E, se vocês não assistiram, a gente votou aqui, no final do ano, as contas do governador. O Tribunal de Contas apontou, inclusive, que a gente rejeitasse, porque o governador Doria superou o remanejamento de 20 por cento.

Então pode, e faz, e deveria investir, por exemplo, na Secretaria da Mulher, que tem 10 reais até agora. Então eu quero dizer aos servidores que eu quero votar, mas eu quero votar colaborando. O projeto não está bom. E, junto com a força dos senhores, a gente vai lutar para melhorar. (Manifestação nas galerias.)

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Uma última comunicação, para depois ouvir a palavra do deputado Guilherme Cortez.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Com a anuência do deputado Guilherme Cortez, rapidamente. Sr. Presidente, eu quero discordar veementemente do que disse o deputado Carlos Cezar. Com todo o respeito a ele, mas ele não tem moral nenhuma para fazer esse tipo de intervenção.

Até porque, ele rejeitou todas as emendas apresentadas pelos deputados e deputadas, inclusive as emendas da própria base do Governo. Ele rejeitou, por exemplo, que nós pudéssemos dar o reajuste para os servidores da Fundação Casa, para a Polícia Penal. (Manifestação nas galerias.)

Essa emenda foi rejeitada. Rejeitou emendas que beneficiam os próprios servidores da Segurança Pública, como, por exemplo, a patente de terceiro sargento, a patente do segundo tenente.

As outras emendas que foram apresentadas também, da Polícia Civil, para fazer justiça aos servidores da Polícia Civil. Agora ele vem falar que a gente está atrapalhando a votação. Jamais, deputado Carlos Cezar. Vossa Excelência é que está sabotando, boicotando e atrasando a votação. (Manifestação nas galerias.)

Porque não acatou nenhuma emenda. Eu espero que V. Exa., pelo menos, acate aquela que acaba com o confisco, porque o governador Tarcísio quis reintroduzir novamente o confisco das aposentadorias para os policiais militares, aposentados e pensionistas.

Houve uma mobilização, inclusive, também da base do Governo. E me parece que ele apresentou uma mensagem aditiva, retirando por conta da pressão. Mas ele colocou ali aquele submarino.

Lembrando que o Supremo Tribunal Federal proíbe o confisco de aposentadoria para os militares. Quem introduziu foi o Bolsonaro. O Doria começou a confiscar em São Paulo.

O Supremo rejeitou, caiu o confisco aqui. Eu não estou falando nem da nossa luta com os servidores públicos. Estou falando só da Polícia Militar. Mas espero que, pelo menos essa, V. Exa. tenha acatado. Mas é lamentável que V. Exa. tenha rejeitado todas as emendas. O projeto então vai do jeito que veio. Então V. Exa. não pode cobrar nenhum deputado aqui na Assembleia Legislativa. (Manifestação nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Como o deputado Carlos Cezar foi citado pelos dois deputados, uma comunicação de dois minutos. Aí não abrirei mais exceção, e o Cortez terá a palavra. 

 

O SR. CARLOS CEZAR - PL - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, eu quero só entender o deputado Carlos Giannazi, qual é a posição dele, se ele é favorável ou não. Se ele é favorável, ele tem que vir e votar favoravelmente ao projeto. Agora, falar que emendas inconstitucionais deveriam ser acatadas? Eu lamento. A lei é dura, mas é a lei. Nós fizemos um relatório técnico.

O próprio governador mandou mensagem aditiva. E ela, sim, deputado Giannazi... Eu lamento que V. Exa. não estava no congresso de comissões no momento da relatoria, no momento que eu li o relatório, em que nós acatamos a mensagem aditiva do governador. Então foi acatado, e o projeto está pronto para ser votado no congresso. Vamos a voto. Nós queremos apenas que seja votado.

Agora, eu lamento o deputado Giannazi falar que eu não posso me manifestar. Eu tenho voto aqui, e sou parlamentar, tanto quanto ele. Então é justo nós defendermos um projeto digno como esse, nunca mandado no início de governo, no primeiro ano, aliás, nos primeiros 100 dias. É um aumento extremamente significativo para a Polícia Militar, para a Polícia Civil.

E repito. Todas as forças de segurança desta Casa, e alguns deputados vêm falar dos deputados da minha bancada. Eu quero reconhecer o trabalho árduo de cada um desses parlamentares, que lutaram bravamente para que ele seja aprovado. Agora, diferentemente da oposição, eles não estão impedindo que o projeto seja votado, seja discutido aqui.

E até mesmo, se alguém tem alguma vontade de aperfeiçoar, que sua emenda seja acatada. O desejo é que se vote aqui. Agora, querer impor que um relator acate, a fórceps, a sua emenda, isso é pedir demais. Nós temos que respeitar a voz de cada parlamentar aqui, cada um que tem voto para chegar aqui.

Se até no STF nós temos aí seis ministros que dão um parecer em uma posição, e outros cinco totalmente antagônicos, por que aqui nesta Casa nós vamos ser diferentes, uma vez que nós temos mais de 20 partidos representados, 94 cabeças pensantes aqui, dignamente representadas, e que foram eleitas para ser a voz do povo nesta Casa? Então, aqui, eu lamento muito a fala do deputado Carlos Giannazi, e também da deputada Monica Seixas.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Para encaminhar, o deputado Guilherme Cortez tem a palavra.

 

O SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa noite, presidente André do Prado, a todos os senhores e as senhoras deputadas, todos os servidores desta Casa e a população que nos assiste na galeria, especialmente os servidores da Polícia Penal e da Fundação Casa que estão acompanhando esta sessão, através da Rede Alesp.

Presidente, como esse é o grande tema do dia, eu queria começar falando sobre isso, porque eu sou membro titular da Comissão de Administração Pública e Relações do Trabalho, e eu passei as últimas quatro horas na sala ali atrás, discutindo o projeto apresentado pelo governo, não para prejudicar o projeto, ou, como o deputado Carlos Cezar, que é relator, falou, “procurar pelo em ovo”, “procurar pelinho”, mas porque o que o projeto deixa de abarcar é o direito dos trabalhadores que estão aqui, que também dedicam a sua carreira e a sua vida à Segurança Pública do estado de São Paulo.

Então, não me venham dizer que o intuito da oposição é atrapalhar o encaminhamento de um projeto tão importante. A gente quer sim votar, e vamos votar a favor de um projeto de recomposição salarial dos trabalhadores da Segurança Pública, mas a gente está exercendo o nosso direito de questionar por que esse projeto não contempla também outras categorias que dedicam a sua vida à segurança do povo do estado de São Paulo. Ou esse não é o caso dos policiais penais de São Paulo?

No caso dos policiais penais, não dá nem pra dizer que o nome não é o mesmo, porque também são policiais, como foi aprovado em PEC por esta Assembleia, tal qual a Polícia Militar e tal qual a Polícia Civil. Qual a razão de excluir então os policiais penais?

Ou algum deputado aqui tem coragem de subir nesta tribuna e falar que um policial penal no estado de São Paulo não é um agente de Segurança Pública? Por que excluiu os servidores da Fundação Casa, do sistema socioeducativo no estado de São Paulo?

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Questão de ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - Ou algum deputado aqui nesta Casa tem coragem, deputado Gil Diniz, de dizer aqui que os trabalhadores da Fundação Casa não prestam serviço para a Segurança Pública de São Paulo?

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Questão de ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Questão de ordem para o deputado Gil Diniz. Um minutinho, deputado Guilherme Cortez.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Presidente, só gostaria de saber de V. Exa. se, conforme as nossas deliberações da última sessão, que V. Exa. disse para se ater ao tema da discussão, se nós vamos seguir esse regramento hoje?

 

O SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - O Carlos Cezar se ateve ao tema? O líder do seu partido se ateve ao tema?

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Porque o nobre deputado Cortez... Tem um requerimento aqui de comissão de representação.

 

O SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - Eu vou falar sobre ele, coisas que o líder do seu partido não fez.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Ele não quer defender nem o próprio requerimento.

 

O SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - Pode deixar que eu vou.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Então, é só para saber se hoje nós vamos nos ater ao tema discutido, ou se nós podemos falar de qualquer assunto. É tema livre, está liberado hoje, presidente?

 

O SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - Pode deixar, deputado.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Nós vamos nos ater ao tema, sim.

 

O SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - Pode deixar, presidente André do Prado, que eu vou me ater ao tema do meu requerimento, ao contrário do que fez o líder do partido Gil Diniz, mas antes eu vou continuar falando sobre o tema do qual o líder do partido falou aqui, que é o projeto da Segurança Pública, porque a gente não pode aceitar, como deputado eleito democraticamente pelo povo do estado de São Paulo, que seja dito aqui que discussões tão importantes, como é o direito devido aos trabalhadores da Fundação Casa e aos policiais penais, não seja discutível.

Então, por isso, vocês podem contar com a bancada do PSOL, e podem contar com toda a bancada de oposição para que esse projeto seja votado, mas vocês também têm que se ater à sensibilidade de aceitar para discutir.

Porque aqui a gente tem várias vozes, tem várias representações, e o que nós fizemos durante todo o dia de hoje foi em respeito aos trabalhadores que foram excluídos desse projeto, trazer as discussões no congresso de comissões, enquanto o que o governo quer fazer é votar de maneira apressada, para esconder o fato de que está excluindo trabalhadores.

Inclusive, os servidores da Fundação Casa estão erguendo uma faixa ali, que acho todos os deputados deviam olhar, dos servidores que foram assassinados durante o seu trabalho, servidores esses de uma categoria que está sendo excluída do projeto do governo.

Então, contem com a gente pra discutir e para aprovar o projeto, mas também reflitam, e tenham a sensibilidade da necessidade de a gente incluir também os direitos dos servidores da Secretaria de Administração Penitenciária e da Fundação Casa.

Agora, como o Gil Diniz está muito interessado em discutir o meu requerimento, eu quero muito falar sobre isso, presidente. Eu sou autor do requerimento de uma comissão de representação porque, no dia de amanhã, dia 17 de maio, é o Dia Internacional de Combate à LGBTfobia.

Querendo os deputados do lado de lá ou não, o dia de amanhã é o Dia Internacional de Combate à LGBTfobia. No Brasil inteiro e no mundo inteiro, esse é um dia de reflexão, reflexão essa que eu convido todos os deputados a fazerem porque o Brasil, presidente André do Prado, lamentavelmente é o país que mais mata pessoas LGBTs, por conta da intolerância.

Eu estive aqui na tribuna esta semana para falar sobre isso e vou falar mais uma vez, porque eu tenho muito orgulho de ser um dos parlamentares assumidamente LGBTs desta Assembleia e que faz dessa representação motivo de muito orgulho. Trago para esta Assembleia, junto com outros parlamentares aqui, a luta do Movimento LGBT.

O dia 17 de maio existe porque o Brasil tem uma epidemia de LGBTfobia e, muito sabiamente, o governo federal - e que bom, deputada Andréa Werner, que a gente voltou a ter um governo federal que escuta e que se preocupa com essa realidade gritante que é a violência contra a população LGBT -, através do Ministério dos Direitos Humanos e da sua secretaria nacional de políticas para a população LGBT, vai realizar um ato solene amanhã, na Esplanada dos Ministérios, para discutir essa questão tão importante. Nos convidou, convidou vários deputados aqui, a fazer parte.

Eu quero dizer, deputado Gil Diniz, se você puder prestar atenção. Você falou que vai recusar todas as comissões de representação do PSOL, como fazem os meninos mimados. Porque no começo do ano o PSOL obstruiu uma comissão de representação, você diz que agora vocês vão votar contra todas as comissões de representação do PSOL.

Eu acho isso uma infantilidade mas, além de uma infantilidade, isso é uma mentira, presidente André do Prado, porque, na semana passada, eu apresentei um requerimento de comissão de representação aqui na Assembleia para a participação no 65º Congresso Estadual de Municípios de São Paulo, do qual o presidente André do Prado e vários deputados aqui também fizeram parte. Esse requerimento, deputada Paula, foi aprovado; foi aprovado, inclusive, com o apoio dos deputados do PL.

Então, o Gil Diniz tem que se decidir: ou ele está aqui para dizer que o PL está contra o nosso projeto e que ele está contra o nosso requerimento porque é da bancada do PSOL ou ele tem que se explicar. Por que é que quando é uma comissão de representação para um congresso de municípios ele é a favor, mas quando é uma comissão de representação para um ato para discutir a LGBTfobia neste País ele é contra? Eu tenho a resposta para isso: o nome é LGBTfobia.

Será uma vergonha se esta Casa, se estes parlamentares rejeitarem a comissão de representação, deputado André do Prado, porque essa comissão de representação não é para o deputado Guilherme ir para lá, porque eu vou do mesmo jeito, eles rejeitando a comissão ou não.

Agora, se os deputados rejeitarem uma comissão de representação oficial da Assembleia para participar de um ato promovido pelo governo federal para discutir a realidade da LGBTfobia no nosso País, na verdade, o que eles vão fazer é assinar o recibo da LGBTfobia institucional nesta Casa, de que eles não aceitam, de que eles preferem fechar os olhos, de que eles não se importam nem minimamente com a realidade da violência que a população LGBT sofre neste País.

Eu acho um nível muito baixo e eu sinto muito, deputada Ediane, porque nós somos parlamentares assumida e orgulhosamente LGBTs nesta Casa, mas essa realidade, deputada Thainara, não devia sensibilizar só quem é LGBT, só quem é gay, lésbica, bissexual, travesti ou transexual, todas essas palavras que os deputados da extrema direita têm tabu, morrem de medo de falar, morrem de medo de enfrentar, não sabem nem falar a sigla direito.

Essa responsabilidade, deveria ter cada deputado quando de depara com a realidade de que o Brasil é o país que mais mata as pessoas por conta da sua orientação sexual e da sua identidade de gênero no mundo inteiro, mais até do que países onde ser LGBT é apenado com a morte.

No Brasil, existe uma pena de morte quando você é LGBT, porque você é expulso de casa, você não completa os seus estudos, você é expulso da sua comunidade religiosa, você não tem acesso ao mercado de trabalho e você pode ser violentado e pode ser assassinado. Essa pena de morte que a gente tem no Brasil só não é legalizada.

É por isso que o dia 17 de maio é um dia tão importante de reflexão aqui no Brasil e em todo o mundo sobre essa realidade. E é por isso que eu queria saudar o governo federal que teve uma sensibilidade que o governo anterior não teve, de trazer esse tema tão importante para ser discutido na esplanada dos ministérios.

E eu vou com muito orgulho para lá, como um deputado estadual assumidamente, orgulhosamente LGBT, que tem um mandato democrático eleito pelo povo do estado de São Paulo, e eu vou estar participando deste ato amanhã.

A única coisa que os parlamentares da extrema-direita vão fazer aqui, se eles rejeitarem uma comissão de representação que, como eles muito bem sabem, não é uma comissão só para um deputado, mas para todos os deputados que quiserem participar desse evento representando a Assembleia, o único recado que eles vão passar para a sociedade é que eles não se importam com a realidade da população LGBT, que eles são insensíveis, que um segmento da nossa população é sistematicamente vítima de violência, de opressão, de discriminação, de assassinato, de estupros e eles não se importam com essa situação.

Eu acho que é um péssimo recado que essa Assembleia Legislativa daria, porque presidente André do Prado, não sei se o senhor sabe, mas não tem nenhuma casa de leis no Brasil, hoje, que tenha tantos parlamentares do movimento LGBT quanto a Assembleia Legislativa de São Paulo.

E isso, que deveria ser um motivo de orgulho, e isso que deve fazer com que a nossa pauta seja discutida do nosso ponto de vista, e não do ponto de vista de quem tem preconceito, de quem tem ódio, de quem quer descontar na população mais vulnerável todos os seus rancores, todo o seu ódio, todo o seu preconceito.

Isso vai ser uma grande vergonha, se a Assembleia Legislativa, com a maior quantidade de parlamentares LGBTs, não aprovar uma comissão de representação para se fazer presente em um evento do governo federal tão importante. Não tem outro nome isso que não LGBTfobia.

 

O SR. ALTAIR MORAES - REPUBLICANOS - Pela ordem, Sr. Presidente, gostaria de indicar o deputado Gilmaci Santos.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental. Deputado Gilmaci Santos vai encaminhar pela bancada do Republicanos.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Pela ordem, Sr. Presidente, para uma comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental. Tem dois minutos V. Exa. antes de o deputado Gilmaci começar.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - PARA COMUNICAÇÃO - Presidente, é para rir aqui neste plenário. O deputado Cortez aqui me acusa, presidente, de LGBTfobia por obstruir o requerimento dele. Pouco me importa o que ele faz da vida privada dele, não estou nem aí, ele que seja feliz.

Estou usando o que a bancada do PSOL usou neste mesmo plenário. E eu avisei, presidente. Agora ele me acusa de ter aprovado um requerimento que ele fez na semana passada. Nem gratidão ele tem, não tem a mínima gratidão por ninguém aqui. Eles nos acusam, presidente, a todo momento, de vários crimes. Não aceito ser acusado de crime nenhum, não aceito o rótulo, presidente. Não aceito o rótulo.

Vou pedir verificação com anuência do meu líder, vou obstruir sim, porque eu avisei aqui que iria obstruir. Agora, é um papelão que esse deputado faz, querendo criminalizar os deputados aqui por obstruir o requerimento dele.

Ele que vá com a verba dele, com a verba de gabinete dele, ele que faça o que quiser, agora nós vamos, sim, utilizar os instrumentos regimentais para obstruir esse requerimento.

Eu quero, sim, obstruir. Eu quero, sim, encaminhar. Não encaminho porque meu líder encaminhou. Agora, estamos seguindo para um caminho complicadíssimo deputados, quando colocamos aqui as nossas posições, as nossas opiniões, e somos acusados de LGBTfóbico, de racista, de sexista. Eles querem impedir o debate nesta Casa, que é do debate.

A gente não pode permitir, senhores, que isso aconteça. Então, faço questão de registrar não só o meu voto contrário, mas de ser o autor do pedido de verificação no momento oportuno, com a anuência do meu líder, presidente.

Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Com a palavra o nobre deputado Gilmaci Santos.

 

O SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público que nos acompanha aqui pela TV Alesp, funcionários desta Casa, pessoal da galeria, eu pedi para encaminhar esse requerimento aqui, meu líder assim permitiu, quero agradecê-lo aqui e quero concordar em princípio com o deputado Gil Diniz.

É muito grave, deputado, quando você faz algum debate aqui contrário a alguma ideologia e as pessoas vêm nos acusar de homofóbico, de racista, mas tudo isso faz parte do debate.

Então, acho que nós devemos pensar um pouco e saber, como V. Exa. diz, que aqui, nestes microfones, é um lugar do debate. Eu não sou obrigado a concordar com o que os deputados pensam, nem eles são obrigados a concordar com o que eu penso, com o que eu acho, com o que eu faço. Aqui nós debatemos e votamos. Quem tiver a maioria, que vença.

Agora, é complicado, deputado Barba, que o deputado Guilherme Cortez venha aqui e acuse toda uma bancada de homofobia. Isso não é verdade, isso não é sério. Isso talvez seja uma tentativa de intimidar os deputados e as deputadas que votarem contrários ao requerimento que ele está propondo nesta tarde. É um direito dele, como também é um direito desta Casa aprovar ou não.

Só quero lembrar aqui, deputado Gil, Srs. Deputados, deputado Paulo Mansur, que logo no início desta legislatura, sim, a líder do PSOL veio aqui e encaminhou, obstruiu uma comissão de representação de um deputado. O que foi aquilo? Não foi regimental, constitucional? Ela fez aquilo de maneira legal, não há nada de errado nisso. É um direito dela.

Agora, também é um direito das demais bancadas, dos demais deputados, discutir, aprovar ou não, debater o pedido do deputado Cortez. Isso quer dizer... Se nós aqui, deputado Gil Diniz, pedirmos verificação, ou aqueles que votarem contrários, não quer dizer que esses deputados são homofóbicos. Estão apenas exercendo o direito deles de votar “sim” ou “não”.

Então, precisamos ter muito cuidado quando subimos a esta tribuna para acusar os deputados e deputadas. Essa é minha opinião e vamos estar juntos, deputado Gil, talvez, nessa caminhada sua.

E falar um pouco aqui, fugindo um pouco do tema, fazer um comentário. Estivemos há pouco - quase três horas e meia de debate - em um congresso de comissões, tentando aprovar um relatório do deputado Carlos Cezar, o relatório em relação ao projeto dos policiais civis e militares.

Um debate longo, um debate muito importante, um debate de qualidade. Todos ali que foram apresentar suas demandas, seus debates, suas falas, apresentaram com respeito, com qualidade, uma demanda excelente. E é isso, esse é o parlamento.

 

O SR. PAULO MANSUR - PL - Com a palavra, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Não cabe. Está sendo feito o encaminhamento, Paulo Mansur.

 

O SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - É aqui o local certo para se fazer isso. Então, parabenizo a todos que subiram ali para debater, para falar, para exigir, para pedir, para defender as suas emendas.

E aí, deputado Barba, eu até mostrei para V. Exa., a gente falou já uma vez e quero repetir: que maravilha é o parlamento, seja ele municipal, seja ele estadual, ou o parlamento, a Câmara Federal.

Enquanto debatíamos ali, com a oposição tentando emplacar 45 emendas ao PLC 75, nós estávamos ali com uma manchete do jornal “O Globo”: “Presidente Lula escala o líder do PT para impedir que a bancada apresente emenda ao arcabouço fiscal”. Pois é, então você vê que maravilha é o parlamento? Isso é uma maravilha.

Então, está certo. Os senhores não estão errados, não. Estão certos. Como também o presidente Lula está certo na posição dele. Esse é o parlamento. Por isso eu disse que o debate importante, profícuo...

Deputado Dr. Jorge, V. Exa. usou o seu tempo também, falou com muita propriedade. É isso que nós queremos, mas queremos ainda, na data de hoje, aprovar o relatório do deputado Carlos Cezar e tentar votar. Por que não?

Aí alguém fala: “Não, mas a base está rachada, a base de vocês não existe”. Bom, nós vamos esperar. Quando for votar o projeto, quando o presidente pautar, quando terminar a discussão e formos votar, aí vamos ver se o governador Tarcísio tem base ou não tem base.

Agora, tudo o que falarem são meras palavras, meras provocações, que nós até entendemos que fazem parte também. Não vamos ficar aqui chateados. Faz parte também falar “Ah, o governador Tarcísio não tem uma base”, Jorge Wilson.

Nós vamos mostrar que a base é sólida, a base é forte e estamos prontos, sim, para, no momento certo, todos os deputados e deputadas que compõem essa base virem aqui e votarem favoravelmente ao projeto, independentemente de qualquer coisa.

Então, esse é o nosso desejo, que realmente se debata, se converse, deputado Paulo, V. Exa. que é um grande debatedor. É importante o que o senhor está fazendo. Essa é a função da oposição. Parabéns, o senhor é um grande líder da oposição.

Continue assim, mas queremos eliminar esse projeto hoje. Eliminar esse relatório hoje. Eliminar a discussão do relatório hoje, no congresso de comissões, e trazer aqui para o plenário e começar a discussão aqui neste plenário; e ainda no dia de hoje, se possível. Eu sei que é difícil, mas aqui é a Casa do debate, aqui é a Casa do diálogo e tudo é possível.

Por que não? De repente, num grande acordo, nós consigamos ainda hoje aprovar esse PLC, que é muito importante. Então, deputado Carlos Cezar, queria aqui parabenizar V. Exa. pelo seu relatório. Vossa Excelência seguiu ali a Constituição. Vossa Excelência não inventou nada.

Vossa Excelência apenas seguiu a Constituição. E foi como eu disse esses dias aqui, no plenário, no microfone de aparte, que alguns deputados diziam: “Não, mas por que o governador não ouviu classe A, classe B; o governador não ouviu a entidade A, entidade B? O governador não ouviu isso, aquilo outro”. Venha cá, o projeto é do Executivo.

Se o governador toda vez que tiver que vir um projeto aqui, tiver que ouvir todas as entidades, eu disse: “Então não precisamos do governador”. Quando houver a necessidade, chamamos as entidades, chamamos os sindicatos e nós aqui apresentamos o projeto. Volto a dizer, a oposição está correta em obstruir, em debater e falar, mas também nós aqui estamos prontos para isso.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Gilmaci, gostaria só de pedir um minutinho de V. Exa., porque eu gostaria de convocar o requerimento para a comissão de representação do deputado Guilherme Cortez.

Então, nos termos do Art. 100, inciso I, do Regimento Interno, convoco V. Exas. para uma sessão extraordinária, a realizar-hoje, às 21 horas e 30 minutos, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia:

 

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- NR - A Ordem do Dia para a 8a Sessão Extraordinária foi publicada no D.O. de 17/05/2023.

 

* * *

 

Isso devido ao evento ser amanhã, vamos convocar essa sessão extraordinária e os outros dois requerimentos colocarei em votação no dia de amanhã.

 

O SR. CARLOS CEZAR - PL - Questão de ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Uma questão de ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Questão de ordem do deputado Paulo Fiorilo.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Sr. Presidente, vamos de novo. O senhor está convocando uma reunião extraordinária para hoje, para apreciar os requerimentos, o requerimento.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - O requerimento.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Perfeito. Eu consulto o senhor: o PLC 75/23, o senhor vai chamar uma extra ou vai incluir nessa extra?

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Ainda não defini.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Mas o senhor precisa informar antes que o senhor conclua o processo de chamar a extra, perfeito?

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Eu não tenho como concluir enquanto não vir o andamento do congresso de comissões.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Então uma pergunta ao senhor: na hora que o congresso terminar, o senhor vai incluir na extra ou o senhor vai comunicar o plenário?

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Ainda não posso dar essa resposta a Vossa Excelência.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Perfeito, Sr. Presidente, mas o senhor precisa informar o plenário se haverá uma extra do PLC 75, porque se o senhor não fizer isso, o senhor sabe que o senhor impede o procedimento regimental.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Na primeira extra, eu não vou poder incluir porque já está convocado o da comissão de representação.

 

O SR. CARLOS CEZAR - PL - Questão de ordem.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Perfeito.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Na segunda extra, é possível.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Perfeito. Então o senhor ainda vai avaliar se chama ou não a segunda extra com o PLC 75, perfeito?

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Exatamente.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Para que todo mundo aqui tenha clareza do procedimento.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Exatamente.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Ok.

 

O SR. CARLOS CEZAR - PL - Questão de ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Questão de ordem de V. Exa., deputado Carlos Cezar.

 

O SR. CARLOS CEZAR - PL - Apenas para reafirmar. Então V. Exa. fez uma convocação para 21 horas e 20 minutos...

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - E 30 minutos.

 

O SR. CARLOS CEZAR - PL - Vinte e uma horas e 30 minutos para continuidade da votação desses requerimentos de representação?

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Do requerimento de representação.

 

O SR. CARLOS CEZAR - PL - São quantas representações, Sr. Presidente?

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Uma representação apenas no dia de hoje. As outras duas representações colocarei no dia de amanhã para votação.

 

O SR. CARLOS CEZAR - PL - Então as outras duas representações saíram de pauta?

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Saíram de pauta e entrarão no dia de amanhã.

 

O SR. CARLOS CEZAR - PL - Ok. E aí, na próxima extra, V. Exa. poderá fazer uma convocação da segunda extra? Só para nós podermos...

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Segunda extra, se possível, poderá sim ser feita com o Projeto de lei nº 75.

 

O SR. CARLOS CEZAR - PL - Então, só para que as pessoas entendam, a próxima extra será às 21 horas e 30 minutos. São duas horas e meia de extraordinária. Então ela irá até as 11 horas, meia-noite, até zero hora.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Poderá ir até as 11 horas.

 

O SR. CARLOS CEZAR - PL - Duas horas e meia. Meia-noite. A segunda extra poderá acontecer da meia-noite até as duas e meia da manhã. Apenas para ficar bem claro a todos os parlamentares aqui a importância da presença de todos. Apenas isso, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Esgotado o tempo da presente sessão, será garantido o restante do tempo de V. Exa., deputado Gilmaci. Esgotado o tempo da presente sessão, esta Presidência, antes de dar por encerrados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia de hoje; lembrando-os ainda da sessão extraordinária a realizar-se hoje, às 21 horas e 30 minutos.

Está encerrada a presente sessão.

 

* * *

 

- Encerra-se a sessão às 19 horas.

 

* * *

 

- É inserida questão de ordem não lida em plenário.

 

* * *

 

Questão de Ordem

Senhor Presidente,

Com fundamento nos artigos 260 e 261 do Regimento Interno Consolidado, submeto a Vossa Excelência dúvida quanto ao procedimento a ser observado, no âmbito das Comissões Permanentes desta Casa, no que diz respeito à prestação de contas de Secretários de Estado e demais autoridades de que trata o artigo 52-A e parágrafos, da Constituição do Estado de São Paulo.

Em verdade, Senhor Presidente, a presente provocação decorre da resposta à questão de ordem apresentada na 85ª (octogésima quinta) sessão ordinária da 1ª (primeira) sessão legislativa da 19ª (décima nona) legislatura, realizada em 20 de agosto de 2019, que foi respondida na 42ª (quadragésima segunda) Sessão Extraordinária da 1ª (primeira) sessão legislativa da 19ª (décima nona) legislatura, realizada em 10 de setembro de 2019.

Apesar de já expressado o entendimento da Presidência à época sobre o assunto, há motivos bastante razoáveis que nos levam a suscitar novamente a questão, tendo em vista as recentes mudanças ocorridas na estrutura organizacional do Poder Executivo e também deste Poder Legislativo, com a criação de novas Comissões Permanentes.

À época, a aludida questão de ordem buscou o entendimento dessa Presidência acerca do comparecimento das autoridades elencadas no artigo 52-A da Carta Paulista, na Comissão Permanente da Assembleia Legislativa a que estejam afetas as atribuições de sua Pasta, para prestação de contas do andamento da gestão, bem como demonstrar e avaliar o desenvolvimento de ações, programas e metas da respectiva Pasta.

A indagação feita, na supramencionada questão de ordem do ano de 2019, foi quanto à possibilidade de comparecimento de Secretários de Estado e demais autoridades sujeitas ao dever contido no artigo 52-A da Constituição do Estado, perante mais de uma Comissão Permanente da Assembleia Legislativa.

Assim dispõe o supramencionado dispositivo:

“Artigo 52-A - Caberá a cada Secretário de Estado, semestralmente, comparecer perante a Comissão Permanente da Assembleia Legislativa a que estejam afetas as atribuições de sua Pasta, para prestação de contas do andamento da gestão, bem como demonstrar e avaliar o desenvolvimento de ações, programas e metas da Secretaria correspondente. (NR)

§1º - Aplica-se o disposto no "caput" deste artigo aos Diretores de Agências Reguladoras. (NR)

§2º - Aplicam-se aos procedimentos previstos neste artigo, no que couber, aqueles já disciplinados em Regimento Interno do Poder Legislativo. (NR)

§3º - O comparecimento do Secretário de Estado, com a finalidade de apresentar, quadrimestralmente, perante Comissão Permanente do Poder Legislativo, a demonstração e a avaliação do cumprimento das metas fiscais por parte do Poder Executivo suprirá a obrigatoriedade constante do "caput" deste artigo. (NR)

§4º - No caso das Universidades Públicas Estaduais e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, incumbe, respectivamente, aos próprios Reitores e ao Presidente, efetivar, anualmente e no que couber, o disposto no "caput" deste artigo. (NR)”

A Presidência à época, por sua vez, respondeu à indagação levantada e foi além, proferindo entendimento claro e pragmático acerca da oitiva das autoridades supramencionadas em cada comissão permanente existente na Assembleia Legislativa, de acordo com as atribuições das diferentes Secretarias de Estado e dos demais órgãos e entidades cujos titulares se sujeitam ao comparecimento de que trata o artigo 52-A da Constituição Estadual, definindo, inclusive, a correspondência entre as Pastas, órgãos e entidades, e a comissão competente para proceder à oitiva de cada autoridade.

Transcrevemos, abaixo, a conclusão do entendimento expressado pela Presidência à época:

“(i) o cumprimento do dever imposto aos Secretários de Estado e às demais autoridades mencionadas no artigo 52-A da Constituição Paulista, nos casos em que as atribuições da Pasta (ou órgão/entidade) se correlacionem, no campo temático, com as áreas de competência de mais de uma Comissão Permanente, não implica, para aquelas autoridades, o dever de comparecer, para esse fim, em reunião de cada qual das Comissões;

(ii) em tais casos, cabe, por aplicação analógica das disposições do artigo 70 do Regimento Interno, definir a Comissão com cujo campo temático se correlacionem, de forma precípua, as atribuições da Secretaria (ou órgão/entidade), competindo à Comissão assim identificada receber e ouvir a autoridade, para os fins previstos no artigo 52-A da Constituição Estadual; e

(iii) verificando-se, porém, que as atribuições de determinada Secretaria/órgão/entidade se conectem tão nuclearmente com as áreas de competência de mais de uma Comissão Permanente, a ponto de impossibilitar que em uma única delas (Comissões) se identifique o correspondente “objeto principal”, é de se aplicar, também por analogia, a norma regimental que possibilita a realização de reuniões conjuntas (artigo 68).

Dentro dessas balizas, e consideradas as atribuições atualmente conferidas às Secretarias de Estado (e aos outros órgãos e entidades mencionados no artigo 52-A da Constituição Paulista), e as competências regimentalmente estabelecidas para as dezessete Comissões Permanentes existentes na Assembleia Legislativa, esta Presidência definiu, no corpo da presente resposta, a correspondência entre as Pastas, órgãos e entidades, e a(s) Comissão(ões) competente(s) para, nos termos daquele artigo, proceder à oitiva dos respectivos titulares.”

(ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Resposta à Questão de Ordem apresentada na 85ª sessão ordinária da 1ª sessão legislativa da 19ª legislatura. Diário Oficial do Estado de São Paulo: caderno legislativo, págs. 60 e 61, 14 set. 2019.)

Tal medida, ao nosso ver, foi de suma importância e utilidade para o bom andamento dos trabalhos das comissões desta Casa de Leis, no âmbito da aplicação do artigo 52-A da Carta Paulista.

O Regimento Interno Consolidado, embora possua normas que tratam da convocação e do comparecimento de Secretários de Estado e de outras autoridades à Assembleia Legislativa, não dispõe de regras específicas sobre o cumprimento do artigo 52-A da Constituição do Estado. Assim, conforme já assentado anteriormente, não se mostra razoável que determinada autoridade tenha que comparecer perante mais de uma comissão para cumprir com sua prestação de contas periódica, diferente dos casos de convocação para tratar de assuntos específicos, que podem ocorrer conforme a deliberação das comissões ou do plenário.

Cumpre esclarecer que o comparecimento de autoridades para a prestação de contas prevista no artigo 52-A da Carta Paulista se trata de uma obrigação semestral ou quadrimestral, perante a respectiva comissão permanente a que estejam afetas as atribuições de sua Pasta, enquanto que a convocação a que se refere o artigo 13 da Carta Paulista, bem como o artigo 31, inciso V, e o artigo 268 e seguintes, do Regimento Interno, cuida da prestação de informações sobre assunto previamente determinado, ou seja, trata-se de uma convocação eventual que só ocorre se necessária, e mediante deliberação deste parlamento.

Assim dispõe o artigo 13, § 1º, item “2” da Constituição do Estado:

“Artigo 13 - (...)

§ 1º - Às comissões, em razão da matéria de sua competência, cabe:

(...)

2 - convocar Secretário de Estado, sem prejuízo do disposto no artigo 52-A, para prestar pessoalmente, no prazo de 30 (trinta) dias, informações sobre assunto previamente determinado, importando crime de responsabilidade a ausência sem justificação adequada; (NR)”

Por sua vez, estabelece o artigo 31, inciso V do Regimento Interno:

“Artigo 31 - Caberá às Comissões Permanentes, observada a competência específica definida nos parágrafos:

(...)

V - convocar Secretários de Estado, dirigentes de autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações instituídas ou mantidas pelo Poder Público, para prestar informações sobre assuntos de área de sua competência, no prazo de 30 dias, contados da data de sua convocação;”

Ainda o artigo 268 e seguintes, do Regimento Interno, tratam da convocação de Secretário de Estado pelo plenário da Assembleia Legislativa, mediante requerimento com objeto definido, além de outras normas de cunho estritamente procedimental.

Conforme já mencionado, Senhor Presidente, há razões bastante razoáveis que nos levam a submeter-lhe novamente a indagação abaixo suscitada, visto que, desde a resposta à questão de ordem supramencionada, houveram significativas modificações na estrutura organizacional dos Poderes Executivo e Legislativo, pela criação, fusão e extinção de Pastas, bem como pela criação de novas comissões permanentes na Assembleia Legislativa.

Posto isso, tendo em vista a ausência de normas regimentais específicas para o caso, e considerando a possiblidade de as atribuições de determinadas Pastas do Poder Executivo se correlacionarem com as competências de mais de uma Comissão Permanente da Assembleia Legislativa, serve a presente questão de ordem para buscar uma atualização do entendimento dessa Presidência, no tocante à resposta à questão de ordem apresentada na 85ª sessão ordinária da 1ª sessão legislativa da 19ª legislatura, respondida na 42ª Sessão Extraordinária da 1ª sessão legislativa da 19ª legislatura.

Sala das Sessões em,

Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor

Líder do Governo

 

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