25 DE ABRIL DE 2023
5ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA
Presidência: ANDRÉ DO PRADO
RESUMO
ORDEM DO DIA
1 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Abre a sessão. Coloca em discussão o PL 92/23.
2 - DONATO
Discute o PL 92/23.
3 - PAULA DA BANCADA FEMINISTA
Discute o PL 92/23.
4 - CARLOS CEZAR
Para comunicação, faz pronunciamento.
5 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Responde ao deputado Carlos Cezar.
6 - GIL DINIZ
Para questão de ordem, faz pronunciamento.
7 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Acolhe a questão de ordem do deputado Gil Diniz, para
respondê-la oportunamente.
8 - PROFESSORA BEBEL
Para comunicação, faz pronunciamento.
9 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Responde à deputada Professora Bebel.
10 - GIL DINIZ
Para comunicação, faz pronunciamento.
11 - PAULO MANSUR
Discute o PL 92/23.
12 - CARLOS CEZAR
Solicita a suspensão dos trabalhos por dez minutos, por
acordo de lideranças.
13 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Defere o pedido. Suspende a sessão, por acordo de
lideranças, às 17h33min, reabrindo-a às 17h40min.
14 - CARLOS GIANNAZI
Para comunicação, faz pronunciamento.
15 - CAIO FRANÇA
Discute o PL 92/23.
16 - DR. JORGE DO CARMO
Discute o PL 92/23.
17 - PROFESSORA BEBEL
Discute o PL 92/23.
18 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO
Discute o PL 92/23.
19 - LUCAS BOVE
Discute o PL 92/23.
20 - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS
Discute o PL 92/23.
21 - EDIANE MARIA
Discute o PL 92/23.
22 - TOMÉ ABDUCH
Para comunicação, faz pronunciamento.
23 - GUILHERME CORTEZ
Discute o PL 92/23.
24 - DANI ALONSO
Discute o PL 92/23.
25 - FABIANA BARROSO
Discute o PL 92/23.
26 - DR. ELTON
Discute o PL 92/23.
27 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Encerra a discussão do PL 92/23.
28 - PAULO FIORILO
Para comunicação, faz pronunciamento.
29 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Coloca em votação o PL 92/23, salvo subemenda e emendas.
30 - ENIO TATTO
Encaminha a votação do PL 92/23, salvo subemenda e emendas,
em nome da Minoria.
31 - MARINA HELOU
Encaminha a votação do PL 92/23, salvo subemenda e emendas,
em nome da Minoria.
32 – PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Coloca em votação e declara aprovado o PL 92/23, salvo
subemenda e emendas. Coloca em votação e declara aprovada a subemenda, restando
prejudicada a emenda nº 3. Coloca em votação e declara rejeitadas as emendas
nºs 1 e 2.
33 - PAULO FIORILO
Para comunicação, faz pronunciamento.
34 - CARLOS CEZAR
Para comunicação, faz pronunciamento.
35 - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS
Declara voto favorável às emendas nºs 1 e 2 ao PL 92/23.
36 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Registra a manifestação.
37 - ALTAIR MORAES
Para comunicação, faz pronunciamento.
38 - DR. JORGE DO CARMO
Para comunicação, faz pronunciamento.
39 - DR. EDUARDO NÓBREGA
Para comunicação, faz pronunciamento.
40 - PROFESSORA BEBEL
Para comunicação, faz pronunciamento.
41 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Convoca a Comissão de Constituição, Justiça e Redação para
uma reunião extraordinária, às 14 horas e 30 minutos do dia 26/04.
42 - VALDOMIRO LOPES
Para comunicação, faz pronunciamento.
43 - ENIO TATTO
Para comunicação, faz pronunciamento.
44 - VITÃO DO CACHORRÃO
Para comunicação, faz pronunciamento.
45 - ENIO TATTO
Para comunicação, faz pronunciamento.
46 - JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR
Para comunicação, faz pronunciamento.
47 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Encerra a sessão.
*
* *
-
Abre a sessão o Sr. André do Prado.
*
* *
O SR. PRESIDENTE -
ANDRÉ DO PRADO - PL - Presente o número
regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus,
iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da
sessão anterior.
Ordem
do Dia.
*
* *
-
Passa-se à
ORDEM
DO DIA
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Discussão e
votação do Projeto de lei no 92, de 2023, de autoria do Sr.
Governador.
Para discutir a favor, nobre deputado
Donato.
O
SR. DONATO - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, aqueles
que nos acompanham nas galerias e pela Rede Alesp, é evidente que em primeiro
lugar nossa total solidariedade ao povo de São Sebastião, que foi tragicamente
atingido pelas chuvas que todos nós acompanhamos.
Eu tive a
oportunidade de ir até São Sebastião. Estive lá na Topolândia, estive em
Tropicanga, estive na Vila Sahy, e vi o tamanho do estrago e da tragédia que
atingiu aquela população, a população que está ali apartada da área nobre de
São Sebastião, das praias, pela Rio-Santos, e que acaba tendo que se abrigar
nas encostas, nos morros.
Infelizmente, é
evidente que a chuva foi fora do normal. Seiscentos milímetros é algo
excepcional de verdade, tem a ver com essa conjuntura de mudanças climáticas e
tudo mais.
Mas a gente
sabe, também, que existiam estudos do IPT, alertas dos órgãos federais que
monitoram a situação de chuvas e que, infelizmente, não tiveram nenhum tipo de
ação preventiva em relação àquela população.
E nisso a gente
tem que ser transparente. Isso não é responsabilidade do atual governo. Não é
uma responsabilidade do atual governo porque estava chegando também, e a gente
sabe que a Defesa Civil, esses outros mecanismos ainda certamente não estavam
completamente azeitados.
A gente vai ter
uma CPI das áreas de risco aqui - que eu, inclusive, fui indicado pela bancada
do PT para participar - porque eu acredito que esse é um problema sério, que
atinge milhares de paulistas nas metrópoles, em cidades litorâneas e outras
cidades do interior, mas que, pela minha experiência, nos governos que eu
participei, é possível você minimizar essas situações.
É possível você
ter intervenções de prevenção, com obras, com contenções, com o envolvimento da
população, para que ela mesmo faça uma autovigilância dos sinais que as áreas
de risco dão antes de desabarem. E, também, com planos de contingência,
escolas, igrejas, salões de associação, para onde você dirige aquela população
em um momento pré-tragédia, que é o que aconteceu lá. Foi de madrugada, e foi
muito trágico.
Eu tenho um
primo meu que estava lá, e foi uma casa atingida do lado. Morreram pessoas, e
ele me relatou o desespero que foi, duas noites em claro, no meio da lama, sem
nenhuma orientação, desorientado, sem ter nenhuma rota de fuga, nada
estabelecido, para áreas que o IPT já havia declarado como áreas de risco.
Então, queria
fazer essa introdução para dizer que a gente precisa ir muito mais além do que
o que propõe esse projeto. Evidente que somos a favor do projeto, mas a gente
precisa encarar a situação das áreas de risco com a gravidade que ela merece, e
nos debruçarmos, a partir desse fato, e dessa oportunidade da CPI, para que a
gente possa avançar em ter políticas públicas estruturantes que, no mínimo,
minimizem essas tragédias.
Tenho ouvido
relatos também de companheiros e companheiras lá de São Sebastião, sobre a
aflição da população. É evidente que teve um atendimento em algumas pousadas,
teve encaminhamento, mas isso não atingiu todo mundo. Tem muitas famílias que
ainda não sabem o seu destino.
Estão sendo
construídos abrigos provisórios lá na Topolândia, que é uma região mais próxima
do Centro de São Sebastião, que são abrigos que o povo questiona, porque são de
material de madeirite, abrigos provisórios, de 14 metros quadrados, um cômodo
só, com um banheiro, para famílias, que vão sair das pousadas e vão pra esses
abrigos. Então, a gente tem que ter atenção para toda a conjuntura que acontece
em São Sebastião.
A deputada
Bebel, na época, propôs uma comissão de representação da Assembleia, para
acompanhar os desdobramentos das ações em São Sebastião. Eu acho que continua
oportuna essa comissão de representação, eu não sei se formalizada, ou se
informal, mas eu queria propor que a gente, nesta oportunidade em que estamos
discutindo São Sebastião, pudéssemos fazer uma delegação dos vários partidos
para ir lá, conversar com o prefeito, conversar com a população, ver as
iniciativas do estado, as iniciativas do governo federal, agilizar
eventualmente tratativas entre os órgãos e ver o que não está funcionando,
porque não está tudo funcionando, não é? Não está tudo funcionando.
Então, queria
fazer este preâmbulo para fazer este apelo a esta Assembleia, para que a gente
pudesse ter uma união de esforços de todas as bancadas, Sr. Presidente, para
que a gente enviasse uma delegação a São Sebastião, conversasse com o prefeito,
conversasse com as autoridades locais, que tivesse representação do Governo do
Estado e representação da população, que está angustiada com a situação que ela
vive.
Eu sei que não
é fácil resolver a questão. Não quero simplificar nada, mas sei que é possível
a gente dar esse amparo. Acho que é uma responsabilidade desta Casa e é este
projeto que aproveito para poder debater isso.
Eu apresentei
uma emenda a esse projeto, porque, para mim, soou estranha a necessidade de uma
lei para desapropriar uma área municipal. Temos vários ex-prefeitos aqui, como
deputados. É muito mais simples fazer um convênio entre a prefeitura e o estado
do que ter que aprovar uma lei, ainda que eu saiba que é um dispositivo legal.
Não tem nada de
ilegal nisso, mas se a gente zela pelo dinheiro do estado, e é nossa obrigação
zelar pelo dinheiro do estado, por que despender recursos para desapropriar uma
área que já é pública e que, com convênio, pode ser transferida para o estado
realizar o conjunto da CDHU e as medidas que ele quer fazer?
Então,
apresentei uma emenda muito simples que, infelizmente, não foi acatada. Era
para que, primeiro, se tentasse o convênio. Sendo impossível o convênio, tudo
bem, que se cumpra a lei, mas não consegui entender por que não é possível
fazer um convênio.
Se os
companheiros e companheiras, se os colegas que já foram prefeitos... O que eu
tenho visto na minha vida pública é que, entre entes públicos, você faz um
convênio e transfere a área. Não precisa ter uma desapropriação para transferir
o recurso. Então, queria entender, só entender. A minha emenda não atrapalha o
processo. Caso, de fato, tenha algum problema que não foi explicitado para
nós...
Esse é um
problema do projeto, porque, em projetos desse tipo, acho que não custa vir
alguém do governo explicar. Como não explicam, a gente tem que propor coisas,
porque não estão claras.
De repente, uma
explicação pode nos esclarecer e evitar um debate, mas a gente também não vai
votar em branco, sem entender o projeto. Então, a gente apresentou essa emenda.
Infelizmente, ela não foi incorporada ao projeto. Eu acho que ela não
prejudicava o projeto. Ela dava uma possibilidade a mais, ela não excluía a
desapropriação por lei. Mas, infelizmente, o governo não acatou.
Acatou uma
emenda da deputada Bebel, que acho que vai ter a oportunidade de falar sobre
ela. Isso é importante para a gente, mas eu queria dizer que a gente tem total
disposição em apoiar esse projeto, mas entendendo que esse projeto é um pequeno
pedaço de todas as ações que têm que ser feitas em São Sebastião.
Eu sei que a
deputada Ediane esteve lá e outros deputados também estiveram. Era importante a
gente trazer aqui a aflição dessa população e a gente ter uma política global,
entender globalmente o problema. Pode ser até que o governo tenha essa
política, mas ela não está explicitada para esta Casa.
Seria
importante que ela fosse explicitada para todos os deputados e deputadas, para
que a gente pudesse dar sugestões e para que a gente pudesse inclusive fiscalizar
- que é nosso papel - as ações do governo.
Então, queria
dizer que, da nossa parte, a bancada do PT vai votar a favor, mas lamentando
que emendas... Não só essa, mas uma outra emenda da deputada Bebel também não
foi incorporada ao texto. Nós acreditamos que eram emendas que iriam
aperfeiçoar o texto; não iriam mudar o conteúdo do projeto, não iriam
desvirtuar o projeto.
Muito pelo
contrário, iriam aperfeiçoar e, principalmente, no caso da minha emenda, ter um
cuidado especial com os recursos públicos do estado de São Paulo, na medida em
que a gente talvez não precisasse despender esse dinheiro para desapropriar uma
área que está livre. É só olhar no Google, a área está livre. E é da
propriedade da Prefeitura de São Sebastião.
Então, não
consigo entender por que não é possível fazer esse convênio entre a prefeitura
e o estado de São Paulo, que seria bom para as duas partes e não geraria ônus
para o estado de São Paulo.
Mas são essas
as considerações e eu queria encaminhar a favor da votação desse projeto,
entendendo que ele não é uma política global nem pretende ser. Ele responde a
um aspecto da política habitacional para um número de unidades ainda pequeno
diante da demanda. Acho que são por volta de 200 unidades, não me lembro bem
qual o número de unidades que será construído nessa área.
A gente sabe
que tivemos 2.000 famílias desabrigadas lá que precisam de outras formas de
intervenção do Estado para que a gente possa ter de fato uma política pública
acabada.
Mas mais do que
isso a gente precisa ter uma política de preservação das áreas de risco, de
remoção de famílias que estão em áreas de risco altíssimo e obras aonde for
possível conter as encostas e preservar as famílias com a sua história, com a
sua garantia de moradia, com tudo o que construíram nessas comunidades.
Então da nossa
parte é esse o encaminhamento. A gente vota a favor do projeto lamentando que
ele poderia ter sido melhor aperfeiçoado com as outras duas emendas da bancada
do PT, mas, infelizmente, o governo não as aceitou.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Dando
sequência à lista de oradores inscritos, para discutir a favor a nobre deputada
Paula da Bancada Feminista. Dra. Paula.
A
SRA. PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigada, Sr. Presidente. Boa
tarde a todos e todas deputadas, as pessoas que nos acompanham na galeria,
trabalhadores desta Casa e também quem nos acompanha pela Rede Alesp. Quero
dizer, Sr. Presidente, que hoje é um dia bastante importante.
Finalmente
depois de, infelizmente, mais de dois meses da tragédia socioambiental no
litoral norte do estado de São Paulo, nós estamos votando nesta Casa um projeto
de lei que já chegou há algum tempo, mas que agora nós temos a oportunidade de
votar, que versa sobre a desapropriação de um terreno localizado em Maresias,
uma das regiões, mas, infelizmente, não a única região atingida pelas fortes
chuvas e pela tragédia socioambiental no litoral norte de São Paulo. Por que
isso é importante?
Isso é
importante porque, felizmente, nós estamos votando aqui a desapropriação, mas
também nós estamos votando e debatendo exclusivamente a desapropriação de um
terreno, de um terreno inclusive como muito bem explicado pelo deputado Donato,
de propriedade do município de São Sebastião, mas também estão acontecendo
neste momento imediatamente outros dois projetos, o projeto da Baleia Verde e o
projeto da Topolândia, que não passaram por discussão nesta Casa.
E eu avalio que
o governador Tarcísio tem tido uma postura que eu lamento bastante, que é de
colocar para votar nesta Casa o que é estritamente necessário, como é o caso
dessa desapropriação, que por força de decreto-lei federal não poderia
acontecer se não fosse debatido aqui nesta Casa, mas exclusivamente isso,
quando nós deveríamos também estar discutindo o conteúdo do projeto
habitacional que vai ser construído lá, as unidades habitacionais, a destinação
dessas unidades habitacionais, inclusive debatendo as prioridades de destinação
dessas unidades habitacionais, mas também o método de participação popular.
Então nós
estamos nos restringindo apenas ao debate, à votação da desapropriação de um
terreno, mas não estamos discutindo e debatendo a forma desse projeto, como ele
vai ser construído e a quem ele será destinado.
E eu digo isso
por quê? A bancada do PSOL, por meio da deputada Monica, apresentou um voto em
separado, um projeto de substitutivo hoje no congresso de comissões que debatia
justamente essas duas questões que para nós são fundamentais. E quando eu falo
nós, eu não falo apenas por nós da bancada do PSOL, eu não falo apenas por nós,
da oposição, mas eu falo também pelas pessoas atingidas naquele local.
O nosso mandato
tem acompanhado muito de perto. Na semana em que aconteceu a tragédia em São
Sebastião, eu estive em Juquehy. Depois, pouco tempo depois, nós estivemos em
uma visita também na região de São Sebastião, não só no Instituto Verde Escola,
na região da Barra do Sahy, que foi duramente atingida, mas também visitando os
abrigos da prefeitura, conversando com os atingidos.
O nosso mandato
mantém um diálogo permanente com o comitê formado, uma comissão de atingidos
que existe na região das diversas localidades de São Sebastião, mas também de
Bertioga, também de Ubatuba, assim como com o fórum de comunidades tradicionais
que lá existem.
As pessoas
pouco sabem e pouco falam, mas é verdade que a região do Litoral Norte tem uma
grande comunidade quilombola, grandes comunidades indígenas, e que saber disso
é fundamental para pensar política pública para a região. Infelizmente isso é
pouco debatido por nós, parlamentares dessa Casa.
Mas a verdade é
que o nosso mandato inclusive acionou o Ministério Público do Estado, que abriu
uma representação, está com uma representação investigando, inclusive
determinando a necessidade de participação popular, que é justamente parte do
que a nossa emenda apresentada aqui pela deputada Monica no Congresso de
Comissões trata, a necessidade de acompanhamento e participação popular na
tomada de decisões a respeito da moradia, a respeito da construção
habitacional.
E isso não é
algo que eu estou inventando da minha cabeça, isso não é algo que nós,
parlamentares, estamos inventando da nossa cabeça. Isso é inclusive parte de
determinações que existem internacionais.
Então, existem
discussões internacionais, diplomas legais da ONU, uma série de discussões,
inclusive da OIT, a Convenção 169, que fala sobre a importância de que diante
da existência de grandes empreendimentos as populações atingidas sejam consultadas
e que contenham também consentimento com relação a esses projetos, grandes
empreendimentos que estão sendo construídos nos locais.
Então Convenção
169 da OIT, convido todos e todas para procurarem, pesquisarem e verem a
importância de que exista consentimento livre, prévio e informado das
comunidades impactadas diante de grandes obras.
Mas como eu
dizia, a bancada do PSOL, por meio da deputada Monica na Comissão de Habitação,
propôs um substitutivo que falava especialmente sobre dois temas, parte desse
substitutivo inclusive felizmente foi incorporado.
O primeiro tema
dizia respeito aos beneficiários do programa habitacional. Felizmente foi
incorporado pelo governo a prioridade de mãe solo, de mães líderes de família
nesse programa habitacional.
Isso é muito
bom, eu fico muito feliz que a liderança do governo tenha feito esse esforço de
incluir isso no programa habitacional, mas é necessário que outros aspectos
sejam também debatidos.
Falo aqui, por
exemplo, sobre a necessidade de que seja respeitada a faixa habitacional de até
três salários mínimos para as pessoas atingidas. Infelizmente muitos
empreendimentos da CDHU e outros empreendimentos habitacionais são construídos
sem que se respeite a faixa, a faixa que precisa ser atendida. Então é necessário
que as pessoas impactadas, com baixas faixas de renda, sejam beneficiárias
desse projeto habitacional.
Não adianta
nada a gente construir um conjunto habitacional em Maresias se esse conjunto
habitacional servir para a classe média paulistana, para a classe média
paulista comprar apartamento, por exemplo, no Litoral Norte do estado de São
Paulo.
E ainda que
parte das pessoas achem que isso seja necessário para o custeamento do projeto,
nós não achamos isso. Nós achamos que é necessário entender a prioridade, que a
destinação seja obrigatória para as pessoas que foram atingidas.
E por
atingidas, eu não falo só das pessoas que perderam as suas casas, mas as
pessoas que estão atualmente vivendo em área de risco.
Infelizmente
existem muitos moradores de São Sebastião que vivem ainda em área de risco, que
saíram de suas casas quando fortes chuvas estavam acontecendo, mas que depois
voltaram.
Voltaram porque
não recebem o aluguel social e não recebem o aluguel social porque para
recebê-lo é necessário que exista laudo que constate que essas casas estão em
área de risco, e nem todos os laudos foram produzidos ainda, então muitas
pessoas foram obrigadas a voltar para sua casa em área de risco, com seus
pertences, com a sua família e que não recebem o aluguel social, não
conseguiram se realocar em outros lugares.
Falo também
sobre as pessoas que vivem no entorno dessas comunidades e que sabem, mesmo não
vivendo em área de risco, que serão diretamente impactadas em algum momento
pelas fortes chuvas.
Então acho que
seria fundamental que o governo tivesse acatado esse substitutivo e que tivesse
discutido nesses termos, entendendo que existe felizmente lei federal que
garante a prioridade, como é o caso, para as mulheres líderes de família,
chefes de famílias, muitas mães solo que estão sofrendo.
Semana passada
o nosso mandato esteve lá também em São Sebastião. Quando eu estava aqui
falando no plenário que tinha completado dois meses da tragédia socioambiental
em São Sebastião, nosso mandato estava lá.
Infelizmente os
atingidos deram com a cara na porta da prefeitura. A prefeitura não quis
receber os atingidos, não quis receber o comitê dos atingidos, não quer
dialogar com eles sobre o impacto.
E quando a
gente vê a foto das pessoas que estavam lá são muitas mulheres negras com
crianças pequenas. Esse é o retrato dos atingidos na tragédia sócio ambiental
de São Sebastião.
Não é à toa que
a cidade é dividida por uma rodovia. De um lado estão as pessoas que têm casas,
casas de veraneio, casas que ficam desocupadas a maior parte do tempo; no
morro, nas encostas, aí sim, estão os trabalhadores dessas casas, os
trabalhadores que vivem do turismo, que vivem do comércio informal e que foram
diretamente impactados por essa tragédia socioambiental.
Seria
fundamental que esse projeto do governo, entendendo, inclusive, que nessa fase
inicial, e eu espero que nós possamos avançar com relação a isso e atender
todas as 1.500 famílias impactadas, mas neste momento nós estamos falando sobre
apenas, e aí inclusive existe uma divergência no nosso projeto, que nós
recebemos, falam de 152 unidades habitacionais, mas o que o governo tem nos
dito é que serão 186 unidades habitacionais construídas.
Mesmo isso,
nós, infelizmente, sabemos que é um número baixíssimo, quase 10% do número das
pessoas que foram realmente impactadas por essa tragédia sócio ambiental. Eu
espero que nós possamos avançar, para atender todas e todos que foram
diretamente impactados. Para isso, para além do estabelecimento de prioridade,
é necessário que exista diálogo com a comunidade. É necessário que os atingidos
sejam ouvidos.
E o segundo
aspecto da nossa emenda, apresentada pela deputada Monica na Comissão de
Habitação, foi justamente que existisse uma espécie de conselho, uma espécie de
comitê que formasse o diálogo, que estabelecesse o diálogo entre o comitê dos
atingidos mas também entre a Defensoria Pública, entre a prefeitura, entre
vários órgãos e o próprio Governo do Estado, que estão sendo diretamente
envolvidos na construção e no direcionamento dessas unidades habitacionais.
Isso era fundamental.
Infelizmente a
população tem pouca ou nenhuma informação. Tem moradores que me disseram que
foram cadastrados já dez vezes. Dez vezes foram cadastrados e ainda não têm
laudo da sua casa, não receberam o aluguel social, não sabem se vão ser
beneficiários de projetos de moradia definitiva. Não dá.
As pessoas
estão vivendo esse cenário, um cenário muito triste. Parte delas perdeu não só
suas casas mas também suas famílias, também os seus amigos, pessoas com quem
elas conviviam há muito tempo e agora elas estão tendo que lidar também com
essa incerteza, que é a incerteza de não saber quantas unidades habitacionais
vão ser construídas, a incerteza de não ter uma transparência devida que diga a
elas, que debata com elas também quem serão e de que forma serão os
beneficiários do projeto.
Isso inclui,
inclusive, um terceiro debate que não foi apresentado por nós por emenda mas
que foi amplamente discutido hoje também no Congresso de Comissões e que eu
acho que é fundamental que esta Casa se debruce, que os parlamentares conversem
com o Governo do Estado, que é justamente o tema que diz respeito à
verticalização.
É verdade que
São Sebastião tem um plano estabelecido. É verdade que o Plano Diretor da
cidade de São Sebastião tenha estabelecido quais são as regras para a
construção de habitação, de prédios e a verticalização, mas também é verdade
que existe uma ampla discussão sócio ambiental sobre o impacto da
verticalização nessa cidade.
Então eu acho
que é fundamental que esta Casa siga acompanhando a construção. Eu gostaria
muito que esses debates fossem enviados ao Governo do Estado, que a CDHU
tivesse o conhecimento desses debates.
Inclusive, nós
formalizaremos na Comissão de Habitação - já formalizamos, na verdade - um
requerimento de audiência pública, que eu espero que todas e todos os deputados
aqui presentes, também os não presentes, apoiem, compareçam, entendam a
importância de ouvir especialmente as pessoas que vivem no Litoral Norte, que
foram impactadas.
A existência
dessa audiência pública vai ser fundamental para que a gente possa seguir a
discussão, seguir o monitoramento do projeto e possa, inclusive, garantir a
participação popular dos atingidos para além do debate de outros problemas,
como lixo acumulando na cidade, falta de acesso à água potável, entre outros.
Para finalizar,
fico muito feliz que nós estejamos hoje debatendo esse projeto, feliz que na
verdade a gente vai começar um passo importante, que é a desapropriação do
terreno para início da construção de unidades habitacionais mas entendo também
que, infelizmente, para além de ser tarde, já que são mais de dois meses de
tragédia sócio ambiental em São Sebastião, que também é bastante insuficiente.
Então eu espero
que nós possamos avançar nesse debate, insisto especialmente na participação
das pessoas atingidas em São Sebastião.
Obrigada, Sr.
Presidente.
O
SR. CARLOS CEZAR - PL - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
nobre deputado Carlos Cezar.
O
SR. CARLOS CEZAR - PL - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, nós temos, agora,
programada a eleição da Comissão de Fiscalização.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Por
enquanto, deputado Carlos Cezar, a comissão não tem quórum ainda.
O
SR. CARLOS CEZAR - PL - Não?
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Então eu
peço mais um tempo. A hora que der quórum nós vamos suspender a sessão para a
votação. Mas, enquanto isso, vamos continuar a discussão.
O
SR. CARLOS CEZAR - PL - Perfeito.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Obrigado.
Dando sequência a lista de oradores inscritos para discutirem a favor, deputado
Paulo Mansur.
O
SR. GIL DINIZ - PL - Pela ordem, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Gil.
O
SR. GIL DINIZ - PL - Uma questão de ordem.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pois não.
O
SR. GIL DINIZ - PL - PARA
QUESTÃO DE ORDEM - Presidente, minha
questão de ordem é baseada no Art. 286. Vou ler aqui toda a questão de ordem.
“De autoria do
deputado Gil Diniz, PL, a presente questão de ordem, com fundamento no Art. 260
e 261 da resolução Alesp nº 576, de 26 de junho de 1970, que estabelece o
Regimento Interno desta Casa, tem por objetivo obter de V. Exa., do uso de suas
competências regimentais, um esclarecimento de uma dúvida a respeito da
interpretação do Art. 286 do Regimento Interno da Casa.
Art. 286 - As
Deputadas e Deputados deverão comparecer às Sessões Plenárias da Assembleia
Legislativa, bem como às Sessões das Comissões Permanentes e Parlamentares de
Inquérito, decentemente trajados, vestindo os parlamentares do sexo masculino
terno e gravata.
Parágrafo único
- A Deputada ou Deputado que descumprir a exigência deste artigo não poderá
permanecer no Plenário.
Apresenta-se as
seguintes dúvidas a respeito da sua interpretação:
1 - Qual o
sentido da locução adverbial ‘decentemente trajados’?
2 - No caso
específico das deputadas mulheres, qual o sentido da expressão ‘decentemente
trajadas’? Qualquer tipo de roupa ou vestimenta é permitida às deputadas
mulheres durante a sua permanência em plenário?
Quais trajes e
vestimentas são, então, permitidos para mulheres em plenário e quais não são?
Podem elas serem retiradas do plenário tal qual os deputados homens que
insistam em permanecer no recinto sem terno ou gravata, caso adentrarem sem
estarem decentemente trajados conforme o Regimento?
Entendemos que
o tema reclama apreciação pela Presidência.”
É a nossa
questão de ordem, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Recebemos a
questão de ordem e será respondida oportunamente. Com a palavra, o deputado
Paulo Mansur.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
nobre deputada Bebel.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Eu
quero respeitar, V. Exa. vai acatar para responder à questão de ordem, mas eu
acredito que a Casa tem já os elementos para entender quem usa o traje e quem
não usa.
Estou achando muito ruim que um colega
deputado, às vezes alguns outros vinham até sem paletó e gravata, e a gente
nunca fez uma questão de ordem dessa. Acho que a Casa perde quando, de certa
forma, tenta fazer uma questão de ordem desse nível. Acho que tem questões de
ordem mais importantes para serem feitas.
Muito obrigada.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Eu recebi a
questão de ordem.
O
SR. GIL DINIZ - PL - Pela ordem, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Vou
respondê-la oportunamente e nós temos um debate muito importante. Nós estamos
falando das vítimas, hoje, aqui, do que aconteceu no litoral norte. Então, eu
peço aos senhores para manterem o debate. Sua questão de ordem, deputado Gil,
eu vou responder oportunamente.
O
SR. GIL DINIZ - PL - PARA COMUNICAÇÃO -
Presidente, a deputada não pode me censurar em uma questão regimental que eu
apresento a esta Casa.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Eu já
recebi, deputado Gil. Vai ser respondido à V. Exa., porém hoje eu peço, agora,
deputado Paulo Mansur, um tema tão importante da Habitação, que a gente possa
dar sequência na discussão.
O
SR. GIL DINIZ - PL - Obrigado, presidente.
O
SR. PAULO MANSUR - PL
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Bom, eu sou nascido e criado na cidade de Santos,
então, conheço muito o litoral norte. Diversos finais de semana fui para o
litoral norte, tenho amigos no litoral norte. Essa tragédia que ocorreu, a
gente perde amigos, perde parte de uma história do litoral norte.
E o que as
pessoas, quando precisam de uma moradia, querem imediatamente? É um desespero
você não ter onde morar. As pessoas que acabam tendo a sua casa com tanta
conquista e acabam perdendo esse patrimônio... O desespero dessas pessoas em
procurar um teto. A moradia é algo que a gente precisa para ontem, não para
hoje.
A gente fica
vendo o governador Tarcísio fazendo algo que não é normal nos governos, que é
tirar a burocracia e fazer rapidamente as moradias, como ele está querendo
entregar em seis meses, que é algo inédito, que é um sonho que eu sempre tive,
porque lá em Santos a gente tem as palafitas e eu sempre falei para os
prefeitos que passaram lá para fazer as moradias pré-moldadas, que são as
moradias rápidas, para acabar com as palafitas.
Isso é o que o
governador Tarcísio está fazendo agora no Litoral Norte, onde está acontecendo
esse caos, fazendo uma moradia pré-moldada, em seis meses, entregando não 186
moradias, mas ele vai entregar 704 moradias. São 518 moradias na Barra do Sahy,
que é ali perto de Maresias.
Só para ter uma
ideia da gravidade do que estava ocorrendo no Litoral Norte: meu sobrinho
estava em Juquehy, a gente desesperado, ele ficou lá, já não tinha mais água
para tomar e graças a Deus conseguiu voltar. Meu pai tem barco lá na cidade de
Guarujá, e aí eu fiquei sabendo por um amigo meu, que tirou uma foto dentro do
barco do meu pai, falou assim: “estou aqui voltando, seu pai está me ajudando”
eu nem sabia.
O barco do meu
pai saiu do Guarujá e foi umas dez vezes para Barra do Sahy, para buscar
pessoas, porque as pessoas estavam ilhadas e não conseguiam sair de carro, era
só de helicóptero ou de barco. Então todo mundo se mobilizou, todo mundo que
morava lá em Santos, todo mundo que mora em Santos, todo mundo que mora em São
Vicente, todo mundo que mora naquela região se mobilizou para buscar as pessoas
no Litoral Norte, inclusive empresários.
Então foi um
esforço de muitas pessoas para buscar essas pessoas ilhadas que estavam lá sem
alimentação, sem água potável. Foi realmente uma tragédia, e o que o governo
Tarcísio está fazendo agora é algo inédito na nossa política, querendo levar
moradia.
A gente está
discutindo aqui por algo que é claro, por algo que é necessário, que é entregar
moradia para essas pessoas urgentemente e o povo do Litoral Norte clama por
isso. Com certeza o Tarcísio, o governador Tarcísio de Freitas, é aclamado lá
hoje.
Quando a gente vê
naquelas imagens ele dormindo numa prefeitura, que é o estilo dele, indo lá,
sentindo na pele o que estava acontecendo para ver o que a população estava
sofrendo...
Ele também fez
questão de ficar ali, com o povo, para saber, para sentir. Ele teve essa
leitura: “preciso entregar moradia urgentemente para esse pessoal” e ele está
fazendo a parte dele. Então a gente tem mais é que aplaudir o governo Tarcísio,
a gente tem mais é que ajudá-lo a levar cada vez mais moradias para o nosso
Litoral Norte.
Muito obrigado
a todos vocês.
O
SR. CARLOS CEZAR - PL - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
nobre deputado Carlos Cezar.
O
SR. CARLOS CEZAR - PL - Sr. Presidente,
havendo acordo de lideranças, para que nós possamos fazer a eleição da
Presidência e Vice-Presidência na Comissão de Fiscalização e Controle, requeiro
à V. Exa a suspensão dos nossos trabalhos por dez minutos.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental.
Havendo acordo de lideranças, está suspensa por dez minutos para a eleição da
Presidência e Vice- Presidência da Comissão de Fiscalização e Controle desta
Casa.
* * *
- Suspensa às 17 horas e 33 minutos, a sessão
é reaberta às 17 horas e 40 minutos, sob a Presidência do Sr. André do Prado.
* * *
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Reaberta a
sessão. Dando sequência à lista de oradores inscritos para a discussão, a
favor, deputado Caio França.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Pela ordem, Sr.
Presidente. Enquanto o deputado Caio França se dirige à tribuna, eu poderia
fazer uma rápida comunicação?
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Dois minutos,
deputado Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
PARA COMUNICAÇÃO - Obrigado, deputado André do Prado. Olha, primeiro eu queria
aqui registrar e parabenizar o nosso grande compositor da música popular
brasileira, Chico Buarque de Hollanda, que recebeu um importante prêmio em
Portugal ontem, o principal prêmio da língua portuguesa, que é o Prêmio Camões,
que foi aprovado em 2019 e foi entregue ontem, em Portugal.
Chico Buarque
de Hollanda que, na minha opinião, talvez tenha sido - e foi e é - o maior
compositor da história da música popular brasileira. Logicamente que nós temos
outros grandes compositores, como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Milton
Nascimento; tivemos outros no passado, como Ary Barroso, Noel Rosa e tantos
outros. Mas não há dúvidas de que o mais refinado, o mais elaborado, sem dúvida
nenhuma é o Chico Buarque de Hollanda.
Então, é muito
importante que ele tenha recebido esse prêmio, um prêmio internacional recebido
em Portugal, que é o reconhecimento de toda a sua obra, não só musical, como
grande compositor, mas também como um grande escritor, que tem uma obra
literária traduzida em várias línguas. Então, um orgulho para todos nós.
E ontem ele fez
um discurso primoroso no recebimento desse prêmio, primeiramente fazendo uma
alusão ao seu pai, que foi um dos maiores intelectuais da história deste país
também, o grande historiador Sérgio Buarque de Holanda.
E também ele
deu graças a Deus que o prêmio não foi entregue pelo Bolsonaro, não teve a
assinatura do Bolsonaro porque senão o prêmio estaria manchado. E foi entregue
pelo presidente Lula. Então, queria, na verdade, homenagear aqui também o nosso
querido e grande compositor Chico Buarque de Hollanda.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Dando
sequência, então, nobre deputado Caio França, com a palavra.
O
SR. CAIO FRANÇA - PSB -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, presidente. É um prazer poder subir a esta
tribuna aqui, neste momento, para discutir o Projeto de lei no 92,
de 2023, de autoria do governador, que declara de utilidade pública e autoriza
a CDHU a desapropriar imóvel próprio do município de São Sebastião. Foi
protocolado aqui com regime de urgência, e nós aprovamos agora há pouco no
congresso de comissões.
Presidente, eu
também tenho base eleitoral no litoral do estado de São Paulo, sou morador de
São Vicente, mas frequento sempre São Sebastião e todo o litoral norte. Tenho
bastantes amigos por lá.
Conversei
bastante com os vereadores e com o prefeito Felipe Augusto antes de subir a
esta tribuna, para poder reforçar a importância desse projeto para este momento
que nós estamos vivendo.
Primeiro para
esclarecer: serão 186 unidades que serão construídas e a expectativa do governo
é construir essas unidades em até 180 dias a partir da obra iniciada.
Portanto, acho
que também cabe a nós aqui ter agilidade no que diz respeito à aprovação desse
projeto, porque, caso não precisasse da Assembleia, assim como já tem outro
conjunto sendo construído lá, sem ter passado por aqui, assim já teria sido
feito.
Nós estamos
falando aí de mais ou menos 1.000 famílias que, ao longo do tempo, perderam as
suas casas. Ou estão morando em casas de parentes ou estão no aluguel social, e
algumas delas estão em Bertioga, na cidade vizinha, vivendo por lá. São 290
pessoas que estão nessa condição em Bertioga.
Nesse caso, a construção vai se dar em
Maresias e vai atender especificamente as pessoas que foram atingidas e que,
junto com a Prefeitura, já estavam em um processo de cadastramento de áreas de
risco da cidade em São Sebastião.
A gente sabe muito bem que a cidade tem,
infelizmente, essa característica de ter muitas moradias irregulares ao longo
dos anos. Então não é uma grande novidade, tem dificuldade na construção de
conjuntos habitacionais por lá.
O que ficou claro: a legislação municipal
permite até quatro andares de construção. As duas unidades que serão
construídas, cada uma delas terá quatro andares, portanto atendendo à
legislação local. Além disso, a obra que já está em construção, da Baleia
Verde, são 500 unidades. A expectativa é a mesma: 180 dias a partir do início
da obra, que já tem alguns dias.
É importante esclarecer, presidente, que,
neste momento, o Estado e a União estão, de forma unida, ajudando com o aluguel
social as pessoas que estão desabrigadas, uma parte delas.
Portanto é também uma demonstração aqui,
tanto do presidente Lula quanto do governador Tarcísio, de que não tem clima
nenhum para se falar em ideologia política. Nós estamos falando aqui da construção
de unidades habitacionais para atender as pessoas que mais precisam no litoral
do estado, que foi duramente atingido pelas chuvas.
Então, colegas, o que eu entendo é que a
gente tem a tarefa de poder aprovar esse projeto o quanto antes. Acho que a
Assembleia já deu uma contribuição aqui, através da emenda da deputada Bebel,
priorizando as mulheres que são chefes de família. Acho que é importante que a
Assembleia também possa colocar algumas sugestões no texto.
Falta, acredito eu, no projeto que foi encaminhado
para cá, algumas informações que eram muito importantes a respeito de se tem
custo ou não para o estado a desapropriação. O prefeito Felipe Augusto me
garantiu que não.
Além disso, quantas unidades seriam
construídas? Está esclarecido agora: são 186 unidades. Existe ou não a
permissão para que se construa até quatro andares em São Sebastião? Sim, é
possível a construção de quatro andares, tem legislação que respalda isso na
cidade.
E uma informação que me veio,
especialmente porque alguns deputados, com razão, estavam preocupados com
relação a toda a vegetação que lá existe: o próprio conjunto que será
construído faz previsão de um espaço para preservação ambiental para o plantio
de árvores, de árvores nativas. Então, além de tudo, eu entendo que esse
projeto vem ao encontro também de uma característica do litoral norte de
preservação ambiental.
Agora, o que pode ficar claro aqui para a
gente? Primeiro: não tem espaço, nesses momentos, para debates muito
ideologizados, afinal, nós estamos falando de pessoas que aguardam uma casa
para poder morar.
Além disso, existe também uma preocupação
em relação à questão ambiental. Está assegurado aqui, através desse projeto. A
nossa missão aqui, enquanto deputados, entendo, neste momento, é fazer com que
esse projeto possa ainda hoje ser aprovado, para que na sequência a CDHU, o
mais rápido possível, possa iniciar a construção dos conjuntos habitacionais.
Quero trazer aqui também, presidente,
algumas informações que o prefeito me pediu que eu passasse. Primeiro, do
aluguel social, que eu já disse aqui: estado e União estão comprometidos em
colaborar.
E esclarecer aos moradores que eram da
Vila Sahy e que estão em Bertioga hoje - cerca de 290 moradores que perderam
tudo e estão em um conjunto em Bertioga - que eles terão a possibilidade de, se
assim quiserem, retornar a São Sebastião na sequência.
Isso parece que ficou muito claro no
convênio que foi firmado entre a CDHU e o município de São Sebastião e
Bertioga. Então quero esclarecer aos moradores que será deles a opção de
retornar ou não para São Sebastião.
Então eu peço aqui que a gente tenha
sabedoria para poder aprovar esse projeto ainda nesta noite. Além disso,
parabenizo aqui a Assembleia Legislativa, porque, de alguma forma, ainda
contribuiu melhorando, acrescentando no texto as mulheres que são chefes de
família e que, sem dúvida nenhuma, são sempre aquelas que acabam criando seus
filhos com a responsabilidade de poder cuidar da casa como um todo.
Então é importante que esse registro, essa
escritura pública, possa ficar em seu nome.
Cento e oitenta
dias de tempo para poder construir, presidente. Então, mais do que nunca, urge
que a gente possa aprovar esse projeto, e aí cumprimentando União, estado e
município, no sentido de tentar o mais rápido possível achar uma solução. Todos
sabem aqui, a gente gostaria que isso se desse há muito tempo atrás.
Mas também
viabilizar recurso para a construção de um conjunto, você ter condição de ter
uma área adequada, escriturada, para poder receber esse recurso, você conseguir
dar vazão para as pessoas que lá estavam. E cada uma delas tem uma solução
diferente, não é algo tão simples também.
Portanto, acho
que vale aqui essa ressalva, e parabenizar a tentativa de união de esforços. O
presidente Lula esteve presente em São Sebastião, alguns de seus ministros
estiveram presentes também. O governador Tarcísio esteve presente, e é assim
que a gente quer que aconteça. Divergências existem - e serão evidenciadas -
mas, em um momento de catástrofe como esse, não cabe nenhum tipo de politização
do assunto.
Portanto, está
de parabéns, e espero que esta Assembleia tenha rapidez na aprovação nesse dia
de hoje.
Muito obrigado,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Dando sequência
à lista dos oradores inscritos agora, o nobre deputado Dr. Jorge do Carmo.
O
SR. JORGE DO CARMO - PT - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Boa noite, Sras.
Deputadas e Srs. Deputados, boa noite, presidente, policiais aqui presentes,
assessores, público da TV Alesp. Sr.
Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, com muita alegria vim nesta
tribuna, nesta noite de hoje, falar sobre um problema tão social, deputada
Professora Bebel, tão triste que aconteceu, e que todos nós ficamos,
evidentemente, consternados. E a nossa solidariedade a todas as famílias das
vítimas daquela catástrofe, naquela noite fatídica lá em São Sebastião.
Primeiro, a gente
tem que dizer que esperávamos e esperamos que situações como aquela não
acontecessem. Não acontecessem de que maneira? Se houvesse, de fato, deputada
Ediane, uma política de habitação neste Estado; se houvesse o cuidado dos
governadores que já governaram este Estado por tantos anos - por exemplo, os
governadores do PSDB - e que a gente nunca viu uma política eficaz.
O que nós vimos
aqui, deputado Rômulo, foi nesta casa ser aprovada a extinção da CDHU, a
autorização para extinguir a CDHU. Graças a Deus não foi extinta. Não é,
deputado? Nós votamos contrário. A bancada do Partido dos Trabalhadores, a
bancada do PSOL, as bancadas de esquerda aqui votamos contrário à extinção da
CDHU.
Imagine vocês,
Sras. Deputadas e Srs. Deputados, se estivéssemos hoje para resolver um
problema de tal gravidade, de tal relevância social, e a CDHU houvesse sido
extinta, por deputados que aqui não tiveram o zelo, o cuidado, a
responsabilidade com tamanha irresponsabilidade - perdoe-me o termo.
Porque,
imagine, a CDHU é uma entidade, uma empresa, que, trabalhando sério,
trabalhando com toda a veemência, todo o esforço dos governadores, ela já não
produzia, e sequer regularizava os empreendimentos que ela faz.
Porque ela
mesmo fiscaliza. A CDHU faz, ela mesmo se autofiscaliza, e tem diversos
empreendimentos no estado de São Paulo, tudo irregular. Tudo irregular.
Pergunte para as pessoas que moram lá se eles têm escritura, ou se têm
expectativa de quando vai ter a tão sonhada segurança jurídica. Não têm.
E o que a
bancada, que apoiou o ex-governador aqui, fez foi aprovar a autorização para
que a CDHU fosse extinta. E, graças a Deus, não foi extinta, senão hoje aqui a
gente estaria lamentando mais uma vez.
Mas, Sr. Presidente, eu me inscrevi para
falar sobre o Projeto de lei nº 92, de 2023, que declara de utilidade pública e
autoriza a CDHU - Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado
de São Paulo a desapropriar um imóvel de propriedade do município de São
Sebastião.
Lá no congresso
de comissões, nós exatamente falamos: “Por quê? Por que desapropriar o que já é
público?”. Em que pese o ponto de vista legal, não há ilegalidade, senão
teríamos barrado na CCJR. Fizemos também o congresso de comissões e a Comissão
de Constituição, Justiça e Redação certamente não iria permitir que esse
projeto viesse à frente pela ilegalidade, mas ele é legal, porque não é. É
possível.
Mas, como disse
aqui o deputado Donato, por que não fazer um convênio, se nós estamos falando
de entes da federação, o estado e o município? Aí, o deputado Carlos Cezar
falou: “Não, é que tem um litígio lá”, explicando que não foi feito convênio
porque há um litígio que versa sobre esse empreendimento.
O que é ruim,
deputado Carlos Cezar, é que não tem transparência, que não se trazem essas
informações, que a gente quer que se aprove um projeto lá no congresso de
comissões sem a gente ter as reais informações sobre um imbróglio, sobre um
problema jurídico que existe e que, evidentemente, pela causa, pela
importância, deve ser sanado.
Vai fazer o
convênio em razão disso? Explique, não tem porquê a gente não entender. Nós
temos capacidade para entender as questões técnicas aqui, mas, se não explicar,
fica a dúvida.
Por que fazer
ainda dispêndio de recurso do estado para desapropriar algo que foi tão evidenciado
aqui nas grandes mídias? Nós tivemos o presidente da República lá, nós tivemos
o governador do Estado e o prefeito daquele município tratando desse assunto,
porque, realmente, é um assunto relevante, social, preocupante. Esta Casa tem
que se debruçar mesmo sobre essa questão.
Que bom que
nós, aqui, agora, a partir desta legislatura, deputada Professora Bebel,
constituímos aqui a Comissão de Habitação, Desenvolvimento e Reforma Urbana,
porque imagine num estado como São Paulo, com tantas áreas de risco, com tanta
demanda de habitação, com tanto problema de regularização, a gente não ter
nesta Casa uma comissão de tamanha importância e tamanha relevância.
Mas que bom que
os pares aqui e os colegas... Após conversarmos diversas vezes no Colégio de
Líderes, do qual eu fiz parte enquanto líder da Minoria na legislatura passada,
nós chegamos a um consenso. O antigo presidente, deputado Carlão Pignatari, já
havia concordado e o nosso presidente, deputado André do Prado, também
concordou ao assumir, publicando um projeto de resolução de autoria da Mesa.
Hoje, nós
tivemos o primeiro congresso da comissão após ser constituída. Eu fui eleito
vice-presidente dessa comissão, indicado pela minha bancada, e quero agradecer.
Nós tivemos a
oportunidade de discutir um assunto de tamanha relevância em uma comissão
típica, permanente, que versa, que trabalha sobre esse assunto e que vai
discutir outros tantos assuntos nesta Casa, que é essa questão da habitação, da
falta de políticas, da falta de compromisso dos governadores com situações como
essa.
Nós tivemos
também, no ano passado e neste ano, as pessoas sofrendo também com as enchentes
lá em Franco da Rocha. Tivemos mortes. Até quando nós vamos estar aqui
lamentando e discutindo depois que acontecem catástrofes como essa de São
Sebastião, discutindo, atacando a causa e não atacando... Melhor dizendo,
atacando o efeito e não atacando a causa, deputado Valdomiro?
Por isso que eu
apresentei nesta Casa um projeto de lei, e foi aprovado pelos colegas, pelos
pares aqui, de nº 82, de 2022, que versava sobre a criação de um programa de
remoção protetiva, segura e humanizada para famílias que pudessem ser atingidas
por essa questão, para atacarmos a causa, evitarmos que tragédias como essa
viessem a acontecer, ou venham a acontecer.
Infelizmente,
esse projeto foi aprovado aqui - e eu agradeço aos pares que votaram favorável
-, mas foi vetado pelo governador. Por que será que foi vetado? É possível,
deputada Ediane, que tenha sido vetado porque é de autoria de um deputado do PT.
Se fosse de V. Exa., talvez também fosse vetado. Talvez se fosse de um deputado
da situação, possivelmente seria sancionado, o que eu lamento.
Eu lamento,
porque o deputado que me antecedeu, o deputado Caio França, disse: “Não é
momento de ideologizar, de discutir a questão ideológica”. Não é mesmo. Não
estamos discutindo questão ideológica. Estamos discutindo uma questão social,
uma catástrofe que aconteceu em nosso Estado e que aconteceram outras tantas em
nosso país.
Infelizmente,
tudo por falta de política decente, de política comprometida com a produção de
moradia, com evitar que áreas de risco, como aquela de São Sebastião, fossem...
É evidente, através de um problema climático, mas se tivessem políticas para
que as pessoas não morassem em situações como aquela...
Ali, nós temos
um apartheid. Da Rodovia Rio-Santos para a praia, tem os condomínios luxuosos.
Da rodovia para trás, para as encostas, tem os trabalhadores, as pessoas que
são empurradas para aquela situação por falta de política de habitação, por
falta de compromisso dos governos do Estado.
Por isso, esta
Casa não pode simplesmente, realmente, discutir questão ideológica. Nós somos a
favor desse projeto. Nós vamos votar favoravelmente a ele, mas é preciso que
tenha transparência, é preciso que fiscalizemos, é preciso que saibamos quantos
apartamentos serão construídos, quantas unidades.
O deputado
também falou que são 186, o que é muito pouco, pela demanda e pela necessidade
que tem lá. Então, não adianta o governador descer a serra, montar o gabinete
lá e, dois meses depois, estarmos ainda discutindo - e vamos aprovar hoje - a
desapropriação de um imóvel que vai atender 186 famílias.
E as outras
tantas? Sei que uma parte delas já foi para Bertioga. É bem verdade, mas é
preciso que nós ataquemos a causa. É preciso que não deixemos que situações
como essa se repitam. São vidas. São pessoas que perdem os seus pertences, a
sua vida, lá nessa situação e em outras tantas.
Por isso,
discutimos bastante isso no congresso de comissões. Apresentamos, a nossa
bancada... A deputada Professora Bebel apresentou duas emendas. Certamente, ela
vai falar aqui. Uma delas foi acolhida.
Que bom,
deputada Bebel, que a gente teve ao menos essa possibilidade de discutir, de
melhorar um pouco esse projeto para atender as famílias, as mulheres que são,
muitas vezes, em muitos casos, chefes de família, pessoas que fazem de tudo
para manter a família.
Realmente,
precisa estar no nome delas, a documentação, para que elas tenham segurança.
Como já foi falado aqui, muitas vezes o marido abandona a família e ainda vende
o imóvel que foi conquistado com muito suor e com muito sacrifício. Que bom que
a gente conseguiu aprovar essa emenda no congresso e que bom que ela vai ser
atendida aqui, mas lamentar por não ter atendidas as outras emendas que foram
tão importantes quanto essa que a Professora Bebel apresentou.
Por fim, quero
dizer: que bom que vamos poder fazer uma audiência pública. Vamos aprovar na
Comissão de Habitação, Desenvolvimento e Reforma Urbana uma audiência pública
para discutir, além desse problema, que é, por si só, já muito grave,
relevante, importante e necessário, mas também discutir esse problema das áreas
de risco, tanto na comissão, em audiência pública, quanto na CPI, que foi
também aprovada nesta Casa, para que discutamos, apresentemos propostas e
também verifiquemos por que os governos - seja o do estado ou os governos
municipais - não se anteciparam a um problema tão grave como esse para evitar
que situações como essa voltassem a se repetir.
Então, Srs.
Deputados e Sras. Deputadas, vamos votar a favor. Sou um defensor, sou um
militante do movimento social de posse e propriedade da terra, de
regularização. Advogado que sou, gosto muito dessa área e certamente não viria
aqui para discursar ou para obstruir um projeto de tamanha relevância, porque
sou defensor da moradia digna e com cidadania.
Por que digna e
com cidadania? Porque além da Moradia, também tem que ter a Infraestrutura, a
Saúde, a Educação, as melhorias das condições de habitabilidade para que as
pessoas possam morar de forma digna, de forma decente, de forma a não correr
risco.
E a gente
espera. Esperamos que o governador, esperamos que os prefeitos, esperamos que a
gente tenha a política, que a gente tenha o Orçamento bem aplicado. Este ano
nós temos um Orçamento de um bilhão e 400 milhões de reais. É menos de 1,5% do
Orçamento de 317 bilhões. Ou seja, falta investimento, falta destinar recurso.
Mais que isso,
além da gente votar um Orçamento que já é pequeno, não porque nós votamos a
favor, porque nós votamos contrário a um Orçamento para Habitação, para a
Educação que seja insuficiente.
Além da gente
votar, de ser aprovado aqui, ainda tem o problema de não aplicar depois, ainda
tem o problema de não executar, de remanejar, de fazer a política que não é a
política adequada para defender a Moradia, para defender a Saúde, para defender
a Educação, para defender as políticas públicas.
Por isso, Sr.
Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, nós vamos votar favorável e
esperamos que essas 186, mas sobretudo e principalmente as outras tantas
famílias que perderam suas casas e aquelas que estão aí desabrigadas ou estão
em hotéis ou estão em casas de famílias possam ser atendidas, possam ser
acolhidas, possam ter de fato uma política decente para que a gente não veja
pessoas morando na rua, em situação de rua, não veja pessoas morando em
encostas, não veja pessoas morando em situação de tamanha indignidade, que é o
que nós vemos neste Estado ainda por falta de investimento, por falta de
política decente para a Habitação e para a questão social.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Dando
sequência aos oradores, com a palavra a nobre deputada Professora Bebel.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa noite, Sr. Presidente. Cumprimento a Mesa de
trabalhos, assessoria à minha esquerda, à minha direita, Srs. Deputados, Sras.
Deputadas, público presente e todos que nos ouvem e assistem através da Rede
Alesp.
Eu vou usar um
tempo mínimo de cinco a seis minutos para dividir e a gente poder resolver este
problema que, como todos os problemas na vida humana, é fundamental, é básico,
está na Constituição e nós, parlamentares, homens e mulheres aqui, temos o
dever de apontar saídas.
É verdade que
faltam instrumentos ou princípios que a gente acharia importante, deputado
Barros Munhoz, no sentido de dar mais transparência, mas talvez o princípio
maior para nós hoje é: e as famílias que estão sem casas? E as famílias que
foram atingidas por razões que nós sabemos: sempre é do homem sobre a natureza.
Tudo que a
gente passa de questão de clima, enfim, de todos esses atropelos que nós
estamos passando, não é outra coisa senão razões climáticas e a ganância do
homem agindo sobre a natureza. É isso e a gente acaba deparando com esses
desastres ambientais que enfrentamos aqui no estado de São Paulo, como também
em Piracicaba nós tivemos alagamentos.
Famílias
inteirinhas tendo que catar móveis, tivemos que fazer rede de solidariedade,
enfim... mas isso tem que parar. Este fator também se deve, deputado Valdomiro,
a não ter um projeto de cidade. As cidades não são planejadas. Esse é um outro
fator determinante também.
Você pega
Piracicaba, você tem o Rio Piracicaba. Agora na seca está seco, mas quando
chove, ele vai e toma tudo. Quem está na rua do porto, que é onde as pessoas
estão, ali vão ser todas atingidas. Isso é falta de planejamento.
Então as casas
agora e a CDHU entra, e como disse nosso querido deputado Jorge do Carmo, a
CDHU extinta, mas está aí prestando um papel. E nós dizíamos: se tem um órgão
que tem “know how” para construir casas, para fazer projeto é a CDHU.
Então, nós temos
180 dias para poder construir essas casas. A gente sabe que as famílias estão
vivendo de aluguel social. É uma saída? É uma saída, mas não é a saída
definitiva para elas. Sempre fica a dúvida: vou para aonde, de que forma a
gente trata essa questão?
Eu não posso
deixar de dizer sobre três posições que me chamaram a atenção, aliás o
presidente Lula chamou a atenção no dia em que esteve lá. Ele disse: “Eu estou
aqui, o governador Tarcísio está aqui e o prefeito”, ele disse o nome do
prefeito, “também está aqui, os três estão aqui.
Nós três temos
que ter unidade nesta ação. Nós não somos adversários aqui; aqui nós somos
aqueles responsáveis por dar respostas para a população que ficou sem casa, que
ficou sem moradia, que perdeu e tinha que ir atrás das coisas que perderam.”
Isso se chama
regime de colaboração. O estado de São Paulo - e aí eu quero concordar com a
emenda do deputado Donato - teria plena condições de fazer na forma de
convênio, por que não?
Não precisaria
ser desapropriação, porque ali estava o prefeito com interesse de resolver o
problema e o governador querendo resolver o problema. Então seria um
acolhimento muito importante da emenda do deputado Donato.
A deputada
Monica também deu contribuições, mas quero agradecer a incorporação da emenda
que eu propus, que foi a de nº 03, uma emenda que... Eu sempre tenho cuidado,
deputado Campos, deputado Barros, que é aquela coisa, como é que fica a mulher
que é arrimo de família?
Se ela é solo,
se ela não é, mas ela é arrimo de família. Eu, em certa medida, fui e sou um
certo arrimo de família. E essas mulheres? O projeto deu conta de incorporar
isso, eu me sinto honrada porque sim atende uma pauta da mulher e muitas vezes
a mulher... a casa é adquirida, não está no nome dela, e aí tem aqueles problemas
todos legais que elas acabam enfrentando.
E eu acho que
poderia ter incorporado mais, mas dentro da possibilidade eu quero dizer que eu
voto sem sombra de dúvidas nesse PL, que é de suma importância. Inclusive,
deputado Valdomiro e deputada Thainara, tem uma PR de minha autoria propondo
que esta Casa forme uma comissão de deputados e deputadas para fazer a
fiscalização, o acompanhamento do ocorrido lá no Litoral Norte.
Então seria
muito importante, passei para o nosso líder, deputado Paulo Fiorilo, para que
ele conversasse com o nosso presidente, deputado André do Prado, para que a
gente pudesse minimamente tratar também dessa forma mais sistematizada e não
pontual, muito embora para mim estando resolvendo problemas, a gente começa a
resolver um problema, depois a gente resolve todo o problema.
Eu já estou
naquela fase que é cada dia com a sua angústia. Não é morosidade, mas talvez
seja um pouco menos de ansiedade, muito embora a gente esteja vendo muita
tristeza pelas ruas, mas vamos aprovar e vamos, com certeza, dar conta.
Passo a
palavra, agora, para o meu querido, nosso deputado Marcolino, que vai dividir o
tempo comigo, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental.
Tem a palavra o nobre deputado Luiz Claudio Marcolino.
O
SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT -
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, é muito importante o debate ora
realizado aqui em relação a São Sebastião e a todo o Litoral Norte, o Projeto
de lei 92, de 2023, mas é importante lembrar também que no estado de São Paulo,
além dessa região, nós também tivemos catástrofes semelhantes na cidade de
Mauá, na cidade de Itaquaquecetuba, na cidade de Guarulhos, na cidade de Taboão
da Serra, na cidade de Embu das Artes, entre outras cidades.
Então é
importante que o mesmo tratamento que estamos dando para a cidade de São
Sebastião e a região do Litoral Norte também seja dado a outras cidades do
estado de São Paulo que tiveram as mesmas tragédias ocorridas durante o ano de
2023.
A gente passa a
pensar em um projeto habitacional a partir da CDHU no estado de São Paulo,
dialogando com as prefeituras, dialogando com o Governo do Estado de São Paulo,
inclusive tratando da parte da Comissão de Habitação que nós temos na
Assembleia hoje, pensar em um projeto habitacional para o estado de São Paulo
de curto, médio e longo prazo.
Acho que é
importante essa ação. Em São Sebastião, viu-se uma referência de uma construção
de um projeto habitacional para o estado de São Paulo. Mas eu fiz questão de
vir conversar nesta Casa porque nós estamos autorizando a utilidade pública
desse terreno em São Sebastião. Acho importante deixar frisado que nós estamos
autorizando apenas a compra pela CDHU dessa área da Prefeitura de São
Sebastião.
Quando a gente
olha o projeto inteiro apresentado pela CDHU, aqui tem o relatório completo do
projeto, paira para a gente algumas dúvidas. Foi apresentado o projeto que está
tramitando hoje na Casa, que fala de 152 unidades.
No Congresso de
Comissões foi apresentado que não são 152, são 186 unidades. Quando você olha o
valor da construção por unidade, nós estamos falando de um total de 192 mil
reais por unidade que vai sair nesse projeto apresentado pela CDHU.
Por isso, nobre
deputado Jorge do Carmo, uma coisa é a aprovação da CDHU, comprar essa área da
Prefeitura de São Sebastião, outra coisa é aprovar na Assembleia Legislativa,
como se desse uma carta branca à CDHU para construir um projeto baseado no que
foi apresentado.
Porque se for
baseado no que foi apresentado tem uma distorção em relação aos valores apresentados.
Quando você pega os terrenos pelo levantamento que foi feito nas áreas de São
Sebastião, tem quatro áreas: áreas de Topolândia, no valor de 8 mil, 928 metros
quadrados, um valor total de 11 milhões e 200 mil reais.
A área que nós
estamos tratando na Assembleia Legislativa é na área de Maresias, de 12.500
metros quadrados, no valor máximo de 2 milhões e 450 mil. Olhe a distorção
entre uma área e outra que foi apresentada para fazer o levantamento do valor
dessa área.
Ainda
apresentado, isso aqui faz parte do levantamento que a CDHU apresentou. Foi a
CDHU que fez o levantamento, fez uma apresentação para tomada de preço de
compra da área baseada em quatro áreas. Outra área levantada, 19.300 metros
quadrados, no valor máximo de 990 mil reais, menos de um milhão.
Nós estamos
falando que a proposta que ora a CDHU encaminha, para a Assembleia Legislativa,
é de 2 milhões e 280 mil reais para 152 unidades. Mas quando o governo
apresenta a parte da CDHU para a gente, que aumentou para 186 unidades, nós
estamos falando de um valor de 2 milhões e 790 mil reais. Sendo que o valor
máximo apresentado, aqui pelo CREA... Está aqui quem foi que assinou todo o
levantamento da área.
O CREA passou
pela Procuradoria Geral do Estado de São Paulo. Aqui, assinado pela doutora
Maria Cristina Menezes, procuradora do Estado. O CREA fez também a sua
assinatura. Quem assina pelo CREA é a engenheira Fátima Medalskas e a arquiteta
Claudia Braga Bonfiglioli.
Esses aqui são
os técnicos. E a Procuradoria Geral do Estado, que encaminhou para a gente uma
autorização de uma desapropriação de uma área de 2 milhões e 280 mil reais.
Quando você
multiplica 186 apartamentos por um valor de 15 mil por metros quadrado, nós
estamos falando de 2 milhões e 790 mil. São 500 mil a mais. E o valor máximo
apresentado é de 2 milhões e 450 mil. Então, o valor ora apresentado é superior
ao valor máximo apresentado pelo projeto de lei apresentado a esta Casa.
Então nós vamos
deixar consignados que nós estamos autorizando a desapropriação da área. Mas
vai ser muito importante que a Assembleia Legislativa acompanhe o processo de
execução desse projeto da CDHU na área de São Sebastião, senão a gente passa
uma carta branca à CDHU, a partir de uma autorização de uma área, a qual ele
apresenta o projeto completo para a execução dessa obra que vai ser
apresentada.
Então é
importante que a mulher arrimo de família tenha prioridade. Que a pessoa com
deficiência tenha prioridade. Que o idoso tenha prioridade na ascensão e na
garantia dessas 186 unidades. Mas é importante que a Assembleia Legislativa
faça acompanhamento, desde o início da obra, até o final da sua execução.
Nós não podemos
dar uma carta branca, em relação ao projeto, na sua totalidade. Uma coisa é a
autorização para a compra da área pela CDHU, pela Prefeitura de São Sebastião.
Outra coisa é uma carta branca ao projeto que está apresentado, na sua
integralidade, pela CDHU, aqui na Assembleia Legislativa.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Luiz
Claudio Marcolino, V. Exa. estava inscrito para falar? Abre mão? Estou dando
sequência à lista de oradores inscritos. Com a palavra, o deputado Lucas Bove.
O
SR. LUCAS BOVE - PL
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, presidente. Boa tarde a todos os colegas,
aos servidores, aos policiais militares que estão conosco nesta noite, para
votar um assunto tão importante.
É um assunto
pelo qual nós só temos que parabenizar a Presidência da Casa, as comissões, e o
Poder Executivo, o governador Tarcísio, que de fato agilizou o processo, e fez
com que as pessoas carentes de São Sebastião, que de fato necessitam dessas
moradias o mais rápido possível, sejam atendidas.
É um projeto de
suma importância. Eu acho muito triste que alguns deputados insistam em subir à
tribuna para proferir notícias falsas, para proferir informações incorretas. A
questão da desapropriação, do pagamento, já foi esclarecida. Foi esclarecida na
reunião. Foi esclarecida nesta tribuna também.
Há um litígio
em relação ao terreno em questão. Por isso que está ocorrendo da forma como
está ocorrendo, através desta Casa. Senão, seria feito por decreto, como todos
os outros trâmites normalmente são feitos. Então eu gostaria de usar o meu
tempo rapidamente, só para restabelecer a verdade, restabelecer essa situação,
que é muito clara.
Nós, como Poder
Legislativo independente, e com a função de fiscalizar, certamente
fiscalizaremos esse trabalho que, eu tenho certeza de que vai render bons
frutos, e numa velocidade ímpar para a população de São Sebastião. A previsão é
que, em 180 dias, essas habitações estejam disponíveis para mais de 180
famílias que estão desalojadas por conta do deslizamento de terra.
Deslizamento
não é só uma questão... É claro que passa por uma questão humana, mas isso é
muito culpa dos governos anteriores. Mais uma vez, eu volto a pedir que a
esquerda cobre e questione o seu hoje vice-presidente, que governou este estado
por décadas, junto com seu grupo político, e nada fez para evitar que esses
desastres voltassem a ocorrer, ano após ano.
Mas isso
acabou. Com um governo como o nosso, com um governo como o do Tarcísio, eu
tenho certeza de que nós não teremos mais, nos próximos anos, que votar esse
tipo de situação, esse tipo de despesa para acolher pessoas que são vítimas de
desastres que são fruto, no final das contas, da ineficiência do estado.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
Era isso.
Uma boa-noite a
todos.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Dando
sequência à lista de oradores inscritos, deputada Monica Seixas.
A
SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Bom, essa
semana a gente completou dois meses do desastre de São Sebastião. À época, logo
em seguida ao sofrimento infelizmente anunciado dos vitimados, a gente teve uma
comoção pública gigante. Inclusive, com a formação de um comitê de crise, de
que participam o governo do estado de São Paulo, o governo federal, a Defesa
Civil, o governo municipal. Mas não participam os atingidos e a população.
Dois meses após
esse evento, a gente visitou a cidade e a gente continua ouvindo a agonia e a
aflição geral dos atingidos. A gente tem diversas projeções. Os números são
desconhecidos: chega a se falar de 1.500 desalojados, chega-se a falar de inúmeras
famílias abrigadas em hotéis ou em casas de passagem fora da cidade de São
Sebastião.
Mas em nenhum
momento essas famílias foram convidadas pela Assistência Social, pelo governo
estadual, pelo governo municipal para orientação definitiva do que é que
aconteceria com as suas vidas.
Visitando,
nesta semana, São Sebastião, é possível verificar que parte da população voltou
a morar em casas em área de risco. A gente sabe da geografia da cidade, a gente
sabe que a situação vai para muito além da Barra do Sahy.
E aí a gente
recebeu do governo do estado de São Paulo um projeto que fala da desapropriação
de um terreno em Maresias. É só isso que a gente está discutindo. A gente tem,
ainda, muito mais dúvidas do que respostas.
A gente tem
dúvidas de quantas unidades habitacionais serão construídas, porque existe um
parecer anexo ao projeto, não um texto, no projeto, sobre a quantidade de
unidades construídas. A gente tem dúvida de quantas pessoas serão beneficiadas.
A gente tem
dúvidas, agora, de um grande problema que vai restar nas costas do Felipe,
prefeito local: se não há unidade habitacional por enquanto... E aí resta a
dúvida sobre se o governo vai continuar a desapropriar ou celebrar convênios
para construção de unidades populares.
Mas, se por
enquanto a gente está discutindo, aparentemente, 186 unidades habitacionais,
como que o governo municipal vai selecionar, entre todos os atingidos, quem
serão os beneficiados?
Qual o critério
de justiça, dentro de uma tragédia tão grande, de selecionar apenas poucas
unidades? Por isso que desde de manhã a bancada do PSOL está trabalhando junto
ao governo para melhorar esse texto.
Melhorar no
sentido de dar transparência e participação popular à destinação dessas
unidades; de os atingidos finalmente participarem desse processo. Eles são os
únicos que até agora não foram chamados por ninguém para perguntar ou para
serem orientados sobre o seu futuro. Tudo o que se discute aqui, se é bom, a
gente sequer sabe se é bom mesmo.
A gente não
sabe se essas pessoas vão ter condições de mudar de bairro, porque seus filhos
estudam em outro bairro, porque eles trabalham em outro bairro, porque a gente
não sabe se tem transporte para levar desse novo bairro para o bairro antigo.
A gente não
sabe se tem saneamento básico, a gente não sabe se tem postinho de Saúde. A
gente não sabe se têm equipamentos sociais para receber essas novas 186
famílias em Maresias.
Por isso, seria
importante construir esse processo com transparência. Hoje de manhã, a bancada
do PSOL escreveu um substitutivo, um projeto em separado, que poderia ter sido
aprovado em comissão, que pedia algumas melhorias no texto.
A gente
sugeriu, número um, que se explicitasse que a doação desse terreno fosse
destinada à construção de moradia para as vítimas de fevereiro em São
Sebastião. Isso é importante porque a Prefeitura local tem uma fila
habitacional e uma obrigação legal de cumprir a sua fila.
A gente criou
aqui uma excetuação, diante da excepcionalidade do caso. Depois disso, a gente
foi discutir a importância de se criar prioridades para facilitar a vida da
Prefeitura na destinação. Prioridades inclusive previstas num conjunto de leis
federais e estaduais, para prioridades em programas de moradia popular.
Mulheres arrimo de família, chefes de família, pessoas com deficiência, idosos
etc.
Disso, a gente
conseguiu avançar em dois importantes pontos. Primeiro, fixar no texto que a
destinação desse terreno é para entrega de moradias para os vitimados pelas
chuvas de fevereiro e, segundo, que as mulheres chefes de família terão
prioridades na entrega dessas primeiras unidades. Sem sombra de dúvida, uma
batalha que a bancada do PSOL firmou e uma vitória que a gente conquistou, mas
ainda resta a participação popular, a transparência e a fiscalização.
Por isso, nós
vamos construir, de conjunto, a bancada da Federação PSOL-Rede, a bancada da
Federação PT-PCdoB, com acordo do governo, chamando a Secretaria de Habitação,
chamando a CDHU, chamando a Prefeitura local e, finalmente, o conjunto de
atingidos para discutir a totalidade do problema.
Que fique
fixado, a gente vai votar favorável a esse projeto porque, por óbvio, a gente
tem que ser favorável a qualquer medida de mitigação de sofrimento daquelas
pessoas, mas sairíamos daqui hoje com a certeza que a entrega de 186 unidades...
E, ainda, com
dúvidas se são mesmo 186 porque, repito, não está no projeto. O projeto versa
apenas da doação de um terreno para construção de unidades habitacionais, em
aberto, mas, mesmo que se atinja esse número, é completamente insuficiente para
o tamanho da tragédia em São Sebastião.
Nós estamos
muito distantes de dar uma resposta àquelas famílias. Então, a gente sai daqui
hoje não com uma vitória, mas com um pedaço, um pequeno pedaço da trajetória
que a gente tem ainda que percorrer para socorrer todas aquelas famílias.
Obrigada,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Dando sequência
à lista de oradores inscritos, a nobre deputada Ediane.
A
SRA. EDIANE MARIA - PSOL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Boa noite, Sras.
Deputadas e Srs. Deputados, boa noite a todos os servidores e servidoras desta
Casa. É com muita honra que subo aqui hoje para falar, em um lugar que mulheres
como eu, do lugar de onde eu venho, nós não teríamos o mesmo direito ao qual
nós estamos galgando e conquistando nesta Casa.
Com muito
orgulho, faço parte do MTST, Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras sem
Teto, e o que nós estamos vendo, infelizmente, por alguns deputados, é
colocarem como se nós vivêssemos ideologias, política. Nós temos a vivência de
quem está do lado certo da história, de quem está do lado das pessoas que não
tiveram um direito digno e legítimo, que é o direito à moradia.
Hoje, estamos
debatendo uma pauta que é muito importante. Para quem está em casa e para quem
está aqui, é fundamental que entendamos que, em São Sebastião, é uma tragédia
programática, porque isso significa segregação racial, abandono do estado,
falta de políticas públicas, falta de políticas de habitação. É disso que
estamos falando.
Hoje estou
falando aqui no plenário. Só que, muitas vezes, enquanto coordenadora estadual
do MTST, eu estava na porta aqui, batendo, e muitas vezes não fomos atendidos.
Muitas vezes
desdenharam de famílias que se encontravam, muitas delas, debaixo de barracos
de lona. Muitos ainda acham que a gente está ocupando porque a gente quer, ou
por oportunismo, ou por não ter o que fazer.
Será que algum
dos deputados aqui queria fazer a experiência? Vi o deputado falando que o
governador foi lá para São Sebastião, ficou lá embaixo, sentindo o que os moradores
estavam sentindo. Só que não sentiu de verdade, porque aquelas pessoas que
estão lá, que continuam lá, os que sobreviveram, continuam sem nenhuma resposta
do Estado.
Houve, de fato,
uma grande repercussão na mídia, houve uma comoção de todos. Estou ouvindo,
estou participando da comissão de São Sebastião. Não é uma história, não é uma
falácia. É a realidade. As famílias não estão sendo ouvidas. Elas não estão
sendo ouvidas.
Ou seja, mais
uma vez, quando as pessoas ocupam esses terrenos em áreas de risco, é lógico,
em algum momento vai haver um despejo, porque não há um destino. O nosso
destino, ele é esse. Ou ser desapropriado. E aí, em um momento de total
vulnerabilidade, mais uma vez, não existe uma conversa com as famílias.
Eu tenho uma
grande experiência nisso. Muitas vezes, nos jogam para espaços longe, sem
nenhum acesso, sem nenhum direito à cidade. É natural para alguns da sociedade
olharem para pessoas como eu, que morem no pico de um morro, que morem longe de uma UPA, que morem longe de uma
escola, de uma creche, que morem longe de uma delegacia da mulher, que a gente
more longe, porque esse é um programa que foi adaptado. É assim que a sociedade
nos enxerga.
Quanto mais
longe para morar, mas para ocupar a cidade a gente pode, na semana, para vir
trabalhar, para oferecer o nosso trabalho. Mas, quando a gente olha para a
nossa real situação, nossa real condição, a gente se coloca, eu me coloco como
as pessoas que estão desabrigadas, desalentadas e esquecidas no litoral norte
de São Paulo, onde nós, inclusive...
Essa comissão é
de moradores, são denúncias dos moradores, de quem está vivendo, de quem está
passando. Inclusive, várias escolas colocaram tapumes, colocaram uma grande
fachada para dizer que estão arrumadas. O litoral norte foi liberado para
visitas, para passeios turísticos, para curtir o litoral norte, só que, no
contraponto, as pessoas estão morrendo, estão adoecendo, para além do Covid, de
dengue.
Estão sofrendo
com o desligamento de água. Muitos ficaram mais de uma semana sem água potável.
Muitos estão adoecendo. A reclamação das famílias é de que crianças não estão
tendo acesso nem sequer a uma comida de qualidade. É disso que a gente está
falando. Enquanto mãe de quatro filhos, eu não aceito essa violência, mais uma
vez, com pessoas que já perderam suas vidas, já perderam seus entes queridos.
Muitas vezes,
sabe qual é a saída? A saída é oferecer... Aí vamos entrar no ponto da
higienização social. A saída é oferecer uma passagem para quem construiu o
estado mais rico. A solução que muitos colocam como coisa muito rápida. “É
muito rápido, é muito prático, vamos fazer!” É oferecer uma passagem para quem
já perdeu tudo e sobreviveu voltar para o estado de onde veio. É essa a saída.
Ou vão ser
jogados, mais uma vez, sem nenhuma discussão. Aqui ninguém está falando... Nós
queremos, é urgente, inclusive... Eu, que luto por política de habitação de
fato, é necessário que se abra um diálogo com as famílias. É fundamental.
Não dá para nós
tirarmos da cachola o que a gente acha. Tem que abrir sim um processo de
ouvidoria com as famílias, com os que foram atingidos até para entender qual
vai ser esse direito de fato para todos que constroem no litoral norte, que
estão ali na Vila Sahy, que é a antiga Vila Baiana, porque é construída por
migrantes que vieram construir também o litoral de São Paulo, entendendo que
aqui é um Estado construído por migrantes.
Então a gente
está falando desse lugar onde as pessoas mais uma vez sofreram violência. Isso
não é a fala da deputada Ediane Maria. Essa é a fala das pessoas, dos
moradores, das vítimas do desastre programático, porque quando a gente coloca,
joga as pessoas para as encostas, é óbvio que uma tragédia uma hora vai
acontecer. É só a gente se olhar e hoje imaginar qual é a real situação.
As pessoas que
vão ser atendidas por essas moradias de fato vão ter acesso a um trabalho? Elas
vão ter acesso à escola? Elas vão ter acesso à UPA, a várias coisas? Aqui são
umas coisas que a gente vai elencar que são milhares, que acabam sim mostrando
para nós o que que é direito à cidade. É só essa violência que a gente tem que
viver?
Por isso que eu
saúdo muito a Comissão de Habitação porque a gente lutou e lutou muito enquanto
bancada do PSOL, do PT. A gente brigou muito inclusive para colocar coisas que são
prioritárias, colocar mulheres como prioridade, pessoas com deficiência. São
coisas óbvias e é necessário que a gente saiba como de fato, já que houve a
liberação, a desapropriação de dois terrenos por decreto, então por que será...
Porque para ter
uma desapropriação tem que ter de fato um projeto de habitação. Cadê esse
projeto de habitação? É isso que nós queremos saber. Quantas moradias serão
feitas? Quem vai ser atendida? Quem vai ser?
É sobre isso
que a gente está falando nesta Casa e que a gente não vai aceitar em nenhum
momento que nos coloque como quem está fazendo a ideologia, mas quem sim vive
na prática essa dor e que a dor das famílias de São Sebastião é a nossa que
está lutando para que de fato seja um processo claro, direto, amplo, de diálogo
com todos para que a gente consiga de fato traçar metas, entendendo que ninguém
vai ficar de fora desse processo tão fundamental, até porque isso vai mover a
vida dessas pessoas que já foram duramente violentadas.
Então para que
a gente consiga de fato, a gente até colocou hoje de manhã acrescentando no
documento. Eu sou totalmente favorável à aprovação do projeto e para que a
gente consiga de fato abrir um processo de fiscalização, para que a gente
consiga ver como esses terrenos...
Já existem
algumas denúncias, essas dos moradores que foram desapropriados, mas novamente
estão longe, estão largados, que são: os terrenos em que vão ser construídas
moradias para famílias que já vieram num processo de violência, de desabamento,
essas pessoas novamente vão ser colocadas em lugares que alagam, que não têm
nenhuma fiscalização e que vão ser longe do local no qual eles trabalhavam.
Então esta Casa
organize mecanismo, já que é de total urgência de nós todos do estado de São
Paulo, que a gente consiga abrir um diálogo com a sociedade civil, com todos os
moradores da Vila Sahy, com todos que sofreram essa tragédia e que a gente
consiga de fato fazer tudo com total transparência.
E é triste
quando a gente vê alguns deputados sorrindo quando a gente fala uma coisa tão
séria e quando a gente fala de tragédia e quando a gente fala de vidas.
Muito obrigada,
senhor.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Dando
sequência, com a palavra o nobre deputado Agente Federal Danilo Balas. Ausente.
O
SR. TOMÉ ABDUCH - REPUBLICANOS - Pela ordem,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado.
O
SR. TOMÉ ABDUCH - REPUBLICANOS - Eu queria só
rebater um pouco o discurso que foi feito agora e dizer...
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Tomé,
uma comunicação?
O
SR. TOMÉ ABDUCH - REPUBLICANOS - Uma comunicação
breve, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Dois minutos.
O
SR. TOMÉ ABDUCH - REPUBLICANOS - PARA
COMUNICAÇÃO - Eu queria comunicar que ninguém
aqui está rindo. Eu não sei de onde vocês estão tirando aqui que nós estamos
rindo de um assunto extremamente sério, importante como esse assunto que está
sendo discutido nesta Casa.
É importante
salientar que todos aqui têm o objetivo de fazer a defesa das pessoas que estão
passando essa tragédia na região que nós vimos aqui em São Paulo. Agora, quando
nós falamos em fazer uma construção rápida, em apoiar, em mandar mantimentos,
em abrir as estradas, em construir para que essas pessoas possam estar sendo
acolhidas de maneira breve, a gente escuta aqui falar de áreas que foram
levadas as pessoas mais pobres a encostas, áreas que foram invadidas, movimento
que a nobre deputada apoia.
Então, acho que
nós temos que entender aqui que nós temos um problema pontual que deve ter
agilidade, deve ter respeito. A gente não pode fazer política em cima disso,
porque é muito fácil a gente defender e falar dos mais pobres, e falar que tem
que fazer isso, tem que fazer aquilo, mas qual a solução imediata? A solução
imediata é moradia, moradia.
Então essa Casa
tem o objetivo de aprovar esse projeto, hoje, com responsabilidade, e é claro
que qualquer discussão que possa ser favorável, que agregar valor, deve sim ser
feita por essa Casa.
Agora, se
utilizar de maneira política de uma tragédia para fazer um discurso tentando
desmoralizar as ações que foram pontuais e assertivas do governador, eu acho
que não faz sentido.
Muito obrigado,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Dando sequência
aos oradores inscritos, com a palavra o deputado Guilherme Cortez.
O
SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Boa noite a todos e a todas, deputados e deputadas dessa
Casa, presidente André do Prado, todos os servidores que acompanham a gente,
público presente, e quem acompanha a gente através da Rede Alesp pela TV ou
pelas redes sociais; eu não vou ser longo aqui para a gente poder agilizar essa
votação dessa matéria tão importante, mas eu acho que a gente precisa refletir
sobre a seriedade do que aconteceu em São Sebastião, como aquilo não é um caso
isolado, como a gente se preparar para acolher a população que está desabrigada
hoje, mas também para que mais ninguém do estado de São Paulo seja vítima de
uma tragédia socioambiental.
Eu penso que o
que aconteceu em São Sebastião foi a maior demonstração recente que a gente
teve da gravidade da crise ambiental e climática que a gente vive. E,
lamentavelmente, eu tenho que dizer aqui que o que aconteceu em São Sebastião
não vai ser o último desses casos, porque segundo a Ciência, segundo os
especialistas, segundo os melhores cientistas que estudam o avanço das mudanças
climáticas no mundo afora, cenas de devastação, por conta de eventos climáticos
extremos, lamentavelmente vão ser cada ano mais frequentes.
A gente viu o
que aconteceu em Araraquara, estamos discutindo aqui o que aconteceu em São
Sebastião e no litoral norte, vimos o que aconteceu em Mauá e aqui na Região
Metropolitana de São Paulo, e a gente não quer que mais nenhuma pessoa, que
mais nenhuma família fique desabrigada, perca a sua casa, tenha que ocupar o
pátio de uma escola, tenha que ocupar um ginásio, perca mantimentos, perca os
bens que essas pessoas trabalharam tanto para conquistar por conta de uma crise
da qual elas não são culpadas, elas não são culpadas.
O responsável
por essa crise ambiental que a gente vive não é uma humanidade genérica onde
você coloca todo mundo dentro do mesmo balaio, mas são aqueles que têm
interesse econômico em explorar, em exaurir os nossos recursos naturais e
ambientais desenfreadamente, custe o que custar, e esse custo é a vida e a
dignidade de pessoas. As pessoas têm CEP, têm etnia, têm classe social.
As primeiras
pessoas que são atingidas por desastres socioambientais são da população negra,
da população que vive nas periferias, da população que vive nas áreas de risco,
da população de cidades do interior e da população caiçara. São o alvo
prioritário desse tipo de evento. O meio ambiente não olha quem vai atingir,
mas são essas pessoas que estão nas zonas de risco que estão em condição de
maior vulnerabilidade.
Por isso, nós,
da bancada do PSOL, vamos votar a favor desse projeto, porque é urgente, já
está até tarde para a gente tomar providências para garantir a moradia para a
população que ficou desabrigada e que, inclusive, é a população que menos está
sendo ouvida nesse processo e que a gente está em contato permanente com o
comitê de desabrigados de São Sebastião, que está criticando fortemente a
prefeitura da cidade por não abrir as portas para o diálogo, por não saber como
dar encaminhamento.
Então, claro,
vamos votar a favor desse projeto, porque ele é essencial, mas mais do que
garantir essa moradia, a gente quer garantir dignidade para essas pessoas. E
mais do que garantir dignidade para essas pessoas a gente quer que ninguém mais
seja submetido a essa situação.
A deputada
Marina Helou tem um projeto muito importante que agora assino como coautor, que
decreta estado de emergência climática aqui no estado de São Paulo. Eu acho que
esse projeto da Marina é fundamental, porque a primeira forma de a gente
combater um problema é reconhecer a sua existência.
A primeira
forma de a gente pensar as políticas públicas para impedir que as cenas de São
Sebastião voltem a se repetir é a gente reconhecer que a gente não vive um
momento normal, que o que a gente está vivendo é tudo, menos normal. A gente
vive um momento grave e a gente está presenciando, com cada vez mais
recorrência, eventos climáticos destruidores.
Por isso, nada
mais do que justo que o estado de São Paulo reconhecer que vive uma emergência
climática. Mas, mais do que reconhecer esse estado, é necessário que a gente
formule as políticas para, em primeiro lugar, zerar as nossas emissões no
estado de São Paulo.
Claro que se
trata de uma questão nacional, se trata de uma questão internacional, mas o
maior estado do País tem que ter exemplo. A gente precisa zerar a nossa
contribuição para o aquecimento global, para as mudanças climáticas, para que a
gente não tenha mais pessoas submetidas a essa situação.
Acima de tudo,
a gente precisa, com urgência, ter uma política pública estadual séria, de
prevenção, de monitoramento e de adaptação para esse tipo de desastre, para que
quando chegarem os momentos de maior gravidade, de chuva mais forte, de seca,
de estiagem, o estado de São Paulo esteja preparado para socorrer a população,
para tirar a população de áreas de risco, para ter um procedimento de onde
enquadrar essas pessoas enquanto ainda não têm acesso a uma moradia.
Então esse
projeto é muito importante. Reafirmo aqui o meu voto e o voto da bancada do
PSOL a favor dessa medida.
Felizmente a
nossa bancada, que é a bancada de oposição aqui na Assembleia, conseguiu
contribuir para que esse projeto fosse ainda mais preciso, ainda mais
qualificado, e pudesse garantir que fossem aquelas pessoas que mais foram
atingidas, sobretudo as mulheres arrimo de família, sobretudo as pessoas com
deficiência, que tenham prioridades nesse projeto de habitação popular, que vai
ter sequência a essa desapropriação. Então vamos votar a favor.
Mas que seja só
o primeiro passo para que a gente possa garantir a moradia, mas também a gente
possa garantir o transporte público, a dignidade, a renda, a Educação, a Saúde
e todas as condições para que essa população que sofreu essa tragédia devastadora
possa se recuperar com um mínimo da dignidade que lhes foi negada.
E que mais
ninguém, nenhuma região do estado de São Paulo, nem o Litoral Norte, nem
Araraquara, nem o Interior, nem a Região Metropolitana tenha que sofrer com
desastre sócio ambiental.
Obrigado,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Dando
sequência aos oradores, com a palavra a nobre deputada Dani Alonso.
A
SRA. DANI ALONSO - PL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa noite, presidente, boa noite a todos os deputados
presentes, servidores, policiais militares, primeiramente eu gostaria de
parabenizar o governo, o nosso governador Tarcísio, por trazer com tanta
urgência esse projeto de lei para que pudesse ser votado e ao presidente da
Alesp por dar prioridade a esse projeto.
Sabemos que
habitação é prioridade e não estamos falando de uma habitação de pessoas que já
têm moradia ou já estão alocadas, estamos falando de habitação de pessoas que
sofreram uma tragédia avassaladora na vida delas. Existem traumas por terem
perdido suas casas, por terem perdido muitas famílias também, entes queridos.
Então é algo
que é uma questão de humanidade, neste momento, lutar por esta pauta para que
ela seja aprovada. Sabemos que é uma região que foi muito abalada, que foi
muito devastada pelas chuvas, pelas catástrofes e a gente tem visto que o
Tarcísio em momento nenhum se omitiu da responsabilidade.
Vimos o empenho
dele, o lado humano, se dedicando e vendo ele junto com a primeira dama, que de
fato comoveu o coração de muitas pessoas que viram aquela situação.
Nós sabemos que
na política existem muitas barreiras, sabemos que a gente discorda de muitos
pontos e acho muito válido todas as discussões que são trazidas aqui, mas
quando a gente vê ações de um governo que pensa de forma humana, que trata as
pessoas de forma humana e olha com prioridade para isso, trazendo com tanta
rapidez um projeto para que seja votado, nós aqui...
Acho
superválidas as discussões, parabenizo a deputada Bebel pela emenda, que foi
acatada também pelo governo, sobre a questão de dar prioridades também para as
mulheres chefes de família que sejam contempladas.
Então, nós,
como parlamentares, nosso papel é fiscalizar, cobrar, mas, principalmente, dar
suporte a um governo que está olhando com prioridade para uma causa tão emergencial.
São famílias
que precisam se sentir novamente acolhidas, terem os seus lares, poderem
restituir algo que foi tão catastrófico na vida deles. Então fica aqui todo o
meu apoio e o meu reconhecimento.
E parabenizo,
mais uma vez, o nosso presidente. E reforçar o nosso apoio para que esse
projeto de lei possa ser votado. E, o quanto antes, a gente possa devolver a
dignidade para todas essas famílias.
Obrigada,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Dando
sequência à lista de oradores, com a palavra, a nobre deputada Fabiana Barroso.
A
SRA. FABIANA BARROSO - PL
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa noite a todos. Vou até cronometrar, com o meu
telefone, porque eu quero que seja votado hoje, o quanto antes, esse projeto.
Quero saudar a todos, o presidente, todos os funcionários da Casa, os
deputados. Hoje eu vou ler, porque eu não quero que nenhuma palavra fique para
trás:
No Litoral
Norte paulista, no mês de fevereiro deste ano, houveram fortes chuvas, que
todos nós vimos nos noticiários, que deu naquela tragédia toda, que a gente já
sabe. Inclusive, deixo os meus sentimentos às pessoas que perderam familiares e
amigos nesse infeliz evento.
Sobre a
desapropriação, eu quero traduzir, para você que está em casa, falando na
linguagem do ser humano, da pessoa brasileira, simples, que não tem nem estudo.
Com todo o respeito, os meus pais também não tiveram. Foram para a escola
depois. E meus avós também não tiveram. A desapropriação, ou seja, pegar um
terreno da prefeitura, para o governo usar, significa celeridade.
A gente fazer
isso para as pessoas que acabaram tendo as casas perdidas, e quase as vidas
perdidas, nesse desastre que aconteceu, significa elas ter um lugar logo para
morar. Elas estão precisando de um lugar para morar, gente! A gente precisa
aprovar logo isso. Estamos falando de pessoas que estão aguardando nossa votação,
para saber qual rumo a sua vida terá.
Inclusive, o
deputado disse que precisamos ir na causa. Foi por isso que, no dia 24 de
março, ontem fez um mês, eu protocolei meu pedido de comissão parlamentar de
inquérito, CPI, sobre os deslizamentos. Aqui está ela.
Nas minhas
redes sociais, você encontra esse documento - protocolo da minha CPI, referente
aos deslizamentos - onde vamos ter a oportunidade de aprofundar no assunto em
questão.
Em relação ao
governador do estado dar atenção aos outros municípios que também estão sendo
atingidos pelas chuvas e desastres naturais que estão acontecendo, eu garanto a
vocês que ele está dando atenção. Inclusive, quero lembrar a vocês que o
governador chegou lá num momento que ninguém conseguia sair nem entrar nessa
cidade de São Sebastião, colocando sua própria vida em risco.
Vamos deixar
claro: o governador colocou a vida em risco. Colocou a mão no trabalho. Não
teve preguiça. E agora está trazendo esse assunto para votação, para a gente
poder dar solução, realmente, ao problema.
A cidade de São
Sebastião, sobre Itaquaquecetuba, inclusive, eu também estive lá. Estava também
com o nosso presidente da Casa, André do Prado. Andamos com o governador num
local alagado. O governador não tem preguiça de trabalhar.
Então a gente
está dando essa explicação para você, que está assistindo aí de casa. O
governador está fazendo a parte dele. Agora, os deputados vão fazer as nossas,
de aprovar essa PL de hoje, que é o PL número 92, de 2023. Um abraço a todos.
Eu peço aos colegas que votem para a aprovação desse projeto de lei.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Dando
sequência à lista de inscritos, com a palavra, Dr. Elton.
O
SR. DR. ELTON - PSC
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigado, Sr. Presidente. Obrigado a todos que
trabalham nesta Casa, aos colegas parlamentares, e também a todos aqueles que
nos assistem pelas redes sociais ou pela TV.
Primeiramente,
eu queria agradecer a oportunidade de poder estar falando, e abrindo essa
discussão, falando sobre esse tema da desapropriação desse terreno da
Prefeitura de São Sebastião, com o fim de celeridade. Assim como falou Fabiana
Barroso, a celeridade é extremamente importante para a assistência das pessoas
que mais precisam.
Esse projeto já
está sedimentado aqui. Eu creio que todos os parlamentares já pensam na
importância de que isso aconteça. Mas é importante alertarmos que isto é um
projeto ou uma ação pontual e não diz respeito a todas as outras ações que, por
meio do governo, estão acontecendo, tendo em vista o que aconteceu ali em São
Sebastião e no litoral norte.
E também,
primeiramente, eu gostaria de deixar os meus sentimentos a todas aquelas
pessoas que perderam familiares ou amigos ali. Essa catástrofe acabou por levar
tantas pessoas, amigos. E eu pude estar ali, no olho do furacão, desde o
primeiro dia. O nosso governador Tarcísio estava no domingo, e no domingo pela
manhã também eu me dirigi até lá.
Queria lembrar
também da vida do Alef, que perdeu todos os seus parentes, uma criança que
ficou internada no hospital regional. Mas graças a Deus encontramos o seu
familiar que morava no nordeste e pôde dar assistência a ele. Ele perdeu pai,
mãe e irmãos.
Também queria
agradecer às diversas entidades, que também precisam ser relembradas. Muitas
entidades puderam participar, estender a mão e ajudar naquele momento de dor.
Em especial, eu queria agradecer à Visão Mundial, que pôde levar recursos e
também trabalho na ponta, para poder ajudar aquela população.
Eu me dirigi
para lá no domingo mesmo. E ali eu permaneci por volta de uma semana. A minha
formação é de cirurgião. Trabalhei num resgate de saúde em São José dos Campos,
juntamente com a corporação dos Bombeiros, e também na montagem do Samu ali na
região, por oito anos.
Eu tive a
oportunidade de presenciar diversas outras catástrofes. Pude ver a dificuldade
do trabalho diante de tudo isso. E a necessidade, também, do trabalho
multidisciplinar, envolvendo policiamento, bombeiros, serviço social e até
psicologia, assim como aconteceu ali no litoral norte.
Então, dessa
forma, existe todo um trabalho, com múltiplas mãos, inclusive de empresários
que doaram recursos e meios para que a estrada estivesse sendo aberta. E eu
tive o prazer de presenciar, já no primeiro dia, a montagem da equipe ali na
área de controle, ao lado também do governador Tarcísio e de tantos colegas da
corporação de bombeiros, de policiamento, com quem eu tive o prazer de
trabalhar por anos e encontrá-los ali. E eu sabia que havia pessoas capacitadas
para o início daquele trabalho.
Eu pude ver alguma
coisa que talvez nenhum dos senhores pôde ver: eu estava atrás do nosso
governador Tarcísio e, rapidamente, eu me lembro dele escrevendo 12 passos de
tudo o que precisava acontecer para assistir às pessoas. E o trabalho inicial
era abrir as estradas.
A partir dali,
ele veio pontuando, inclusive, a assistência social e o atendimento em
psicologia para aquela população. Eu sinceramente queria muito ter ficado com
aquela folha; eu acho que ela seria histórica.
Mas, diante de
todo aquele trabalho, eu fui trabalhar, inclusive na estrada. Eu estive ali no
olho do furacão, juntamente com as equipes que estavam abrindo a estrada. E a
previsão era de 10 ou mais dias para a abertura da estrada.
E rapidamente,
com toda a força-tarefa, em três dias nós já estávamos ocupando os locais mais
distantes porque não havia acesso por meio de helicóptero e não havia acesso
por barco. Então, o acesso tinha que vir pela estrada.
E prontamente
uma das minhas visões ali era de pessoas que vinham sem poder comprar... Ou,
para comprar comida e mantimento, elas se aventuravam pela estrada e a gente as
recolhia e as levava para o local de abrigo. E o governador também estava ali,
prontamente, no atendimento durante todos esses dias.
Então, eu
queria, além disso, agradecer à participação do secretário de Desenvolvimento
Social, Gilberto Nascimento. Para quem não sabe, ele ficou ali também, assim
como o governador, morando na cidade de São Sebastião, na prefeitura ou em uma
pousada, para poder dar assistência a toda aquela população, e foi incrível a
assistência que foi dada.
Eu
quero relembrar aos senhores que atendimentos como psicologia e serviço social
foram realizados, e todo o cadastro foi realizado para que dê continuidade
agora a todo esse trabalho que envolve CDHU, construção de moradias.
Então
o que estamos votando aqui é algo pontual, e eu quero também alertá-los de que
muitos dos senhores que falaram sobre como está acontecendo a assistência a
essas pessoas eu não vi lá. Eu não os vi lá em São Sebastião.
Então
eu queria dizer o seguinte: é muito fácil falar, mas onde os senhores estavam?
Falando aqui contra o que está sendo feito e não estavam ali? Porque era
férias, você estava curtindo o seu tempo com a família? Mas eu estava ali, no
olho do furacão, o governador estava e outros também estavam ali para servir.
Eu me lembro da Defesa Civil, eu me lembro de bombeiros, de policiais militares
e tantos que estavam ali para salvar e cuidar de pessoas.
Eu
quero dizer que eu permaneci ali até a saída do último corpo da Barra do Sahy,
e, se alguém quiser discutir comigo sobre se o trabalho ali estava acontecendo,
vem comigo conversar, porque eu tenho a prerrogativa, porque eu estava ali no
olho do furacão.
Além
disso, eu queria dizer e parabenizar, mais uma vez, o governador por todo o
trabalho que continuamente está acontecendo. Eu acho que muitos dos senhores
esqueceram sobre o que foi falado recentemente sobre a CDHU, da disponibilidade
de 8.711 unidades da CDHU, projeto do governo, com mais 704 apartamentos que
vão ser construídos. Mas tem que priorizar quem mais precisa, e aí a gente fala
dessas 186 unidades que vão passar agora por meio desta votação.
Então
eu pude vivenciar diversas histórias ali, histórias de duas meninas que, no
hospital tiveram, infelizmente, uma perda, uma da sua mãe, outra da sua tia,
porque foram soterradas. As mães morreram segurando as meninas no braço. Eu
estava ali. Se você quer discutir isso, eu estou aberto a discutir isso, eu
estava ali, no olho do furacão.
Eu
quero só salientar o quão é importante que essa discussão e os trabalhos sejam
um contínuo por meio desse governo, para que a gente possa não, de imediato,
falar sobre o assunto e esquecer, porque muitas vezes, nas grandes catástrofes,
isso acontece, mas eu creio que, pelo que está acontecendo, isso será um
contínuo para a assistência de quem mais precisa.
Deus
abençoe cada um de vocês.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Não havendo
mais oradores inscritos, está encerrada a discussão.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
nobre deputado Paulo Fiorilo.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Sr. Presidente, cabe
agora o encaminhamento da votação, perfeito?
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Perfeito.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Eu queria, antes de passar ao
deputado Enio, fazer aqui um registro. Na reunião do colégio de líderes, nós
discutimos a possibilidade de a Comissão de Habitação encampar a audiência
pública.
Agora, a partir
de uma proposta, inclusive apresentada pela Bebel, de criar uma comissão, a
gente tem aqui na Comissão de Habitação uma subcomissão que pudesse acompanhar
todo esse processo que está sendo discutido aqui, que vai ser encaminhado pelo
Governo do Estado.
A Assembleia
tem um papel importante pelos que foram, pelos que acompanham daqui, pelos que
vão votar a favor do projeto. Então eu queria deixar registrado e dizer que a
Comissão de Habitação pode aprovar essa subcomissão de acompanhamento.
Muito obrigado,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Está registrado
o pedido de Vossa Excelência. Em votação.
O
SR. ENIO TATTO - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado.
O
SR. ENIO TATTO - PT - Para encaminhar pela
Minoria.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental.
Tem o período regimental Vossa Excelência.
O SR. ENIO TATTO - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados e público que nos assiste. Serei bem rápido e depois passarei parte do meu tempo para a líder Marina Helou.
Sr. Presidente, é um projeto importantíssimo e temos a oportunidade para dar uma mudada, dar uma melhorada. Obviamente a gente gostaria muito de fazer audiências públicas com lideranças, com os prefeitos, com os vereadores da região que teve o acidente, que teve todo esse problema, que é a região de São Sebastião, Litoral Norte.
Queria colocar também, e a gente
ouviu muitos elogios aqui ao governador, ao prefeito e também ao presidente da
República, Lula, que esteve lá presente naquele momento de tristeza, de dor de
toda aquela população, que eu me solidarizo.
Passaram-se dois meses e quem teve acesso de visitar a população, deputado Rômulo, a reclamação está muito grande tanto ao governo do Estado quanto ao prefeito e só não estão reclamando do governo Lula porque o governo Lula falou o seguinte: “arrumem terreno que a gente ajuda a pagar, ajuda a comprar o terreno”. Foi isso que o Lula falou naquele dia.
Então, nós não podemos imaginar que está tudo às mil maravilhas. A população está sofrendo e as notícias que a gente tem, conversando com o pessoal de lá, deputado Carlos Cezar, é que muita gente está voltando para o mesmo lugar de risco, o mesmo lugar que teve os problemas.
Por quê? Porque está demorando para resolver os seus problemas. Alguns receberam um aluguel social para pagar pousadas ou hotéis, e não têm mais dinheiro. Então, estão voltando para aqueles mesmos lugares. A gente precisa chamar a atenção e resolver esse tipo de problema o mais rápido possível.
A outra coisa que me chama aqui - e o deputado Caio tentou explicar porque ele falou com o prefeito - é a questão ambiental. Lá está sendo autorizado, deputado Barros Munhoz, construir dois andares mais um mezanino, e a lei daquela região, principalmente de Ilhabela e de São Sebastião, permite apenas dois.
Então, tomar muito cuidado com a questão ambiental, com a legislação ambiental porque isso é um motivo da especulação imobiliária, daqueles que querem ganhar dinheiro, querem construir prédio a todo custo, de ter uma porteira aberta para ter um “boom” de construção lá, acima daquilo que é permitido pela legislação ambiental. A gente tem que tomar muito cuidado.
Para finalizar, para eu passar para a deputada Marina Helou, quem vai fazer, construir os prédios lá é o CDHU. Não tem problema nenhum. Tem técnicos bons - não é? - projetos bons, mas o problema são as terceirizadas. Quem acompanha as construções do CDHU - deputado Caio França, vou falar seu nome mais uma vez - porque eu estou acompanhando a construção do conjunto “G”, de Ubatuba. É um problema sério.
Constrói e em menos de um ano, deputado Jorge do Carmo, tem mil problemas de infiltração, de esfarelamento da areia, que não coloca cimento, de azulejo que cai. Então, para a gente prestar atenção e é bom que se tire essa comissão aqui para o acompanhamento da construção dessas obras.
Não só dos 186 apartamentos que precisam ser construídos imediatamente, mas dos outros terrenos que lá vão ser comprados para ser construído para atender aquela população que sofreu tanto.
No mais, obviamente que nós vamos aprovar esse projeto aqui por unanimidade porque a população está precisando. Espero que isso aqui chame a atenção para que a gente se antecipe aos problemas, às tragédias, que tenhamos mais responsabilidade com a questão climática, com a questão ambiental e que possamos sair na frente e resolver os problemas de moradia, e não depois que acontecem os grandes problemas.
Era isso, Sr. Presidente.
Passo a palavra para deputada Marina Helou.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental.
Tem a palavra pelo tempo regimental restante a deputada Marina Helou.
A
SRA. MARINA HELOU - REDE - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Obrigada,
presidente. Cumprimento a todas e todos aqui presentes. Vou ser breve, para
respeitar o tempo da nossa sessão, e começo agradecendo e parabenizando tantos
deputados estarem preocupados com a questão do Litoral Norte. Que a gente possa
ampliar essa preocupação em projetos que olhem e combatam as mudanças
climáticas.
Que a gente
possa entender que as coisas estão diretamente interligadas. O desastre no
Litoral Norte é um resultado direto da mudança climática e que, se a gente não
parar de ser negacionista, se a gente não parar de lidar com isso como um tema
de “ecochato” e colocar na centralidade da nossa atuação projetos de combate às
mudanças climáticas, de adaptação, a gente vai continuar convivendo com
tragédias iguais a essa.
Que todos nós,
que nos preocupamos, que todos nós, que subimos aqui, que todos nós, que
estamos comprometidos com o litoral norte, possamos estar comprometidos com
projetos de lei que tragam velocidade para a nossa transição de matriz
energética, que combatam as mudanças climáticas e coloquem a sustentabilidade
no centro do nosso projeto de estado. A gente pode fazer isso.
Quero
rapidamente trazer um ponto importante. Se, por um lado, a gente está
comprometido aqui hoje em aprovar esse projeto de lei que permite que esse
terreno do município se torne do estado para que a gente tenha as construções
habitacionais, a gente não pode usar essa oportunidade para perder de vista
projetos de mais longo prazo.
Nós, do meu
mandato, temos acompanhado a verticalização no litoral de forma preocupante,
desde o litoral sul até Ubatuba. Todos os planos diretores têm sido discutidos
de forma açodada, sem escuta da população, para permitir essa verticalização
sem estar acompanhada de projetos de saneamento básico, sem estar acompanhada
de projetos de mobilidade, sem estar acompanhada de estudos de impacto
ambiental.
Então, se hoje
a gente está, sim, aprovando um projeto importantíssimo para a construção de
unidades habitacionais para quem mais precisa, a gente vai continuar lutando e
garantindo que não tenham alterações no plano diretor da cidade de São
Sebastião que coloquem em risco a preservação ambiental, que coloquem em risco
a vida das pessoas da região e que permitam uma verticalização inaceitável para
o nosso litoral. Esse é meu compromisso que eu queria deixar público a todos
vocês.
Por fim, queria
dizer da importância de a gente ter conseguido hoje emplacar uma emenda
importantíssima para as mulheres. Queria parabenizar o governo, o líder do
Governo, que escutou a nossa demanda, parabenizar a deputada Bebel, que trouxe
essa emenda tão importante, e as colegas e amigas Monica e Ediane, que estavam
juntas no Colégio de Líderes para trazer a importância de uma emenda que
permitiu que mulheres arrimo de família se tornem prioridade na distribuição
dessas unidades habitacionais.
São mães, são
mulheres arrimo de família, são mulheres que precisam dessa prioridade,
trazendo mais uma vez a importância de termos mulheres na política, ocupando os
espaços de poder para colocar os nossos temas como prioridade.
Agradeço e
parabenizo todas as colegas deputadas e digo que estamos dando um passo
importante aqui hoje para atender essa população, mas que temos muito a fazer
para que a gente realmente consiga construir um modelo de desenvolvimento
sustentável para a região, socioambiental, que coloque as pessoas no centro,
assim como a preservação ambiental.
Se a gente não
olhar isso como prioridade desta Casa, caros colegas, caros amigos,
continuaremos a ter tragédias como essa, continuaremos a chorar mortes como
choramos. Tenho certeza de que ninguém aqui quer isso.
Deixo aqui o
convite para que a gente se una no meu projeto que decreta emergência
climática, de coautoria do deputado Guilherme, e de várias iniciativas de
deputados desta Casa que coloquem o saneamento básico como prioridade, que
coloquem a água, o cuidado com a água, que coloquem as mudanças climáticas no
centro do nosso projeto de estado.
Obrigada,
presidente. Cumpri o tempo.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Em votação o
projeto, salvo subemenda e emendas. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que
forem favoráveis, permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.
Em votação a subemenda à Emenda nº 3,
apresentada pelo congresso de comissões. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados
que forem favoráveis, permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovada.
Prejudicada a Emenda nº 3.
Em votação as Emendas nºs 1 e 2, com
parecer contrário do congresso de comissões. As Sras. Deputadas e os Srs.
Deputados que forem contrários, permaneçam como se encontram. (Pausa.)
Rejeitadas.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Paulo Fiorilo.
O
SR. PAULO FIORILO - PT – PARA COMUNICAÇÃO - Só
uma dúvida na votação da Emenda nº 3. O comando que o senhor deu não foi de
aprovada.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Aprovou a
subemenda e ficou prejudicada a Emenda nº 3.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Perfeito.
O
SR. CARLOS CEZAR - PL - Pela ordem, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Carlos Cezar.
O
SR. CARLOS CEZAR - PL -
PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, apenas para uma comunicação. Parabenizo o
governador Tarcísio e V. Exa., cada um dos deputados desta Casa, cada um dos
líderes.
Hoje, a
aprovação desse projeto traz uma enorme conquista para a cidade de São
Sebastião, mas, mais que isso, para 186 famílias que hoje estão sem moradia e
que poderão ter as suas moradias em um prazo célere.
Esse é o
primeiro projeto enviado pelo governador Tarcísio a esta Casa, o que mostra uma
sintonia do governador com os anseios da população e desta Casa para dar
respostas rápidas.
Vamos lembrar
que essa ação faz parte, essas 186 moradias, de um total de 704 moradias. Ou
seja, existem mais 518 moradias que serão construídas em áreas que não precisam
da desapropriação como essa em que existe um litígio. Essa não é apenas a única
ação que o governador Tarcísio faz.
Ele já destinou
para o litoral norte cerca de 800 milhões de reais, seja para área da Saúde,
seja para Rodovias, para Infraestrutura, seja para a questão da Cidadania, ou
seja, cuidando das pessoas. E é isso que esse governo mostra e que esta Casa:
dar respostas e solução e resultado.
Então quero
cumprimentar cada um dos deputados aqui e eu tenho certeza que esta Casa deu
enorme contribuição. E o dia de hoje é um dia histórico, porque é o primeiro
projeto do governador Tarcísio de Freitas aprovado nesta Casa.
É isso, Sr.
Presidente.
A
SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL -
Pela ordem, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputada Monica Seixas.
A
SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Para
declarar também voto favorável à Emenda nº 1 e nº 2 da bancada do PSOL.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Está
registrado.
O
SR. ALTAIR MORAES - REPUBLICANOS - Pela ordem,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Altair Moraes.
O
SR. ALTAIR MORAES - REPUBLICANOS - PARA
COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, eu quero aqui, em primeiro lugar, parabenizar o
governador Tarcísio de Freitas pelo pronto atendimento a todo aquele povo, a
toda aquela população daquela região que muito sofreu. O primeiro projeto vindo
aqui; tive o grande prazer de ser o relator desse projeto e de passar esse
projeto aqui.
Quero agradecer a todos os deputados da
esquerda, a todos deputados de centro, de direita, as colocações que foram
feitas, algumas com exagero eu acredito, mas outras muito bem colocadas também,
falando da posição do Sr. Governador.
Quero parabenizar o Xerife do
Consumidor, o nosso líder do Governo aqui, que trouxe essa pauta. O primeiro
projeto do governador Tarcísio de Freitas aprovado aqui, e muito me honra ter
sido relator desse projeto.
Obrigado, presidente.
O
SR. DR. JORGE DO CARMO - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
Dr. Jorge do Carmo.
O
SR. DR. JORGE DO CARMO - PT - PARA
COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, quero aproveitar esta oportunidade de fazer uma
comunicação. Dizer que nesta tarde e
noite nós discutimos um assunto de extrema relevância e muito me honra fazer
parte da Comissão de Habitação, Desenvolvimento e Reforma Urbana, criada nesta
Casa por projeto de resolução de autoria da Mesa.
Dizer como foi
importante a gente debater. E uma coisa é certa: se o assunto é relevante, se o
assunto é importante, não tem questão ideológica. Não discutimos aqui questão
ideológica. Nós discutimos um problema que, infelizmente, aconteceu no litoral
norte de São Paulo, em São Sebastião, uma catástrofe, e que o Estado, através
da CDHU, adotou as providências para desapropriar. Nós queríamos discutir -
como fizemos - para entender.
Aqui é o
Parlamento; é o local de “parlar”. É o local de dialogar; é o local da gente
saber discutir. Não adianta trazer um projeto aqui: “Olhe, é isso e pronto, não
vamos discutir”, senão não tem sentido esta Casa. Então parabéns aos pares.
Parabéns aos colegas deputadas e deputados.
Nossa bancada
votou a favor porque nós acreditamos que esse é o propósito, é fazer política
pública. E minha solidariedade ao povo lá de São Sebastião, às famílias que
perderam seus pertences e suas vidas.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. DR. EDUARDO NÓBREGA - PODE - Pela ordem,
Sr. Presidente, pelo Podemos.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Dr. Eduardo Nóbrega.
O
SR. DR. EDUARDO NÓBREGA - PODE - PARA
COMUNICAÇÃO - Queremos também, a bancada do Podemos - deputado Ricardo,
deputado Gerson, deputado Helio, deputado Elton, deputada Clarice Ganem e eu,
deputado Eduardo Nóbrega - parabenizar o governador Tarcísio, que em todos os
momentos dessa tragédia esteve à frente comandando, como deve ser um grande
líder, e com ações assertivas.
E essa é mais uma ação que o Governo do
Estado de São Paulo faz na recuperação da tragédia de São Sebastião. Mas nós,
da bancada do Podemos, queremos cumprimentar Vossa Excelência. Percebemos o seu
empenho pessoal, o esforço que foi feito para que pudesse, na tarde e noite de
hoje, chegarmos a esse resultado.
Então o povo daquela região, hoje, tem
a certeza de que o presidente da Assembleia Legislativa trabalhou e muito ao
lado de todos os deputados para que chegássemos a bom termo.
Parabéns, presidente André do Prado.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
nobre deputada Professora Bebel.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - PARA COMUNICAÇÃO -
Primeiro, quero começar cumprimentando todos os deputados e deputadas que
votaram favoráveis a esse projeto de suma importância para a população do
litoral norte. Cumprimento o líder do Governo, o Xerife do Consumidor, e V.
Exa. que pautou. Não é dos sonhos, mas é uma resposta ao longo desse processo.
Nós vamos conseguir dar outras, deputado André do Prado.
Quero também, presidente, agradecer por
ter incorporado uma emenda que atende as mulheres que são arrimo de família e
que muitas vezes ficam desoladas num momento como este e, quando passa a ter um
imóvel, é sempre aquele problema legal.
Então não, eu acho que se não tiver
veto nessa subemenda será de grande valia para o projeto. O projeto tem grande
valia, mas terá grande valia porque tem um olhar feminino também.
Muito obrigada, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Obrigado, Sra.
Bebel.
Antes de dar sequência às comunicações,
gostaria de convocar as Sras. Deputadas, os Srs. Deputados, nos termos do
disposto no Art. 18, inciso III, alínea “d" combinado com o Art. 45º, §
5º, ambos do Regimento Interno, para uma reunião extraordinária da Comissão de Constituição,
Justiça e Redação, a realizar-se amanhã, às 14 horas e 30 minutos, no salão
nobre da Presidência, com a finalidade de oferecer a redação final ao Projeto
de lei nº 92, de 2023, de autoria do Sr. Governador.
Dando sequência, então, com a palavra o
nobre deputado Valdomiro.
O
SR. VALDOMIRO LOPES - PSB - PARA
COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, uma vitória da Assembleia como um todo na
aprovação desse projeto, um projeto que veio lá do governador Tarcísio, muito
importante.
Mas quero fazer
uma lembrança aqui sobre a Comissão de Habitação, a sua criação e a sua
importância, porque não é só, na verdade, mudar a visão que esse governo tem,
que essa Assembleia tem dos futuros conjuntos habitacionais, dedicando, na
verdade, grande parte do trabalho da Assembleia de São Paulo, da Comissão de
Habitação para olhar exatamente essas populações de alto risco para não correr
atrás do prejuízo, mas para fazer a prevenção, na verdade, e a retirada dessas
pessoas das áreas de risco.
São Paulo é um
estado importante, um estado rico que investe muito na Habitação, e nós vamos
poder fazer um grande trabalho, podem ter certeza, Sr. Presidente. E parabéns
pela sua condução dos trabalhos da votação célere desse projeto.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Obrigado,
deputado Valdomiro.
Com a palavra o deputado Enio Tatto.
O
SR. ENIO TATTO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr.
Presidente, parabenizar também Vossa Excelência. Vossa Excelência agilizou a
criação das comissões, as nomeações, a posse para a gente poder fazer um
congresso de comissões para deixar esse projeto em condições de ser votado,
como foi votado essa noite, por unanimidade.
Parabenizar todos os partidos, a Casa.
Isso engrandece, porque é um projeto de suma importância para atender toda
aquela região de São Sebastião, mas também de Ilha Bela, de Bertioga,
Caraguatatuba e Ubatuba, que eu conheço muito bem.
Queria parabenizar e ressaltar aqui, em
nome da Minoria, dos partidos PSOL, Rede, PT, PCdoB e também do PDT. Enfim, parabenizar
todos os deputados dessa Casa, um projeto importantíssimo, e quando tem unidade
nessa Casa, mesmo havendo discussão, que precisa, a gente melhora o projeto,
tanto é que foi acatada a emenda da Professora Bebel, a gente consegue melhorar
aquilo que vem do Executivo ou melhorar aquilo que é iniciativa de um deputado.
Parabéns a V.Exa. e parabéns a todo o
Parlamento paulista.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Obrigado,
deputado Enio Tatto pelas considerações.
Faltam agora dois minutos, tem a
palavra o deputado Vitão do Cachorrão.
O
SR. VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - PARA
COMUNICAÇÃO - Vou ser breve.
Só quero dar parabéns ao presidente, a
todos os amigos de todos os partidos pela aprovação desse projeto tão
importante. A gente sabe de onde vem, de pessoas que moram na beira do córrego,
do esgoto, e isso tem que se estender também para o interior, que tem muita
gente ainda morando em área de risco, antes que aconteça o pior.
Parabéns por ser de São Sebastião, mas
temos que pensar no nosso interior, de Sorocaba e toda a região para que não
aconteça nunca mais isso.
Que Deus abençoe.
O
SR. ENIO TATTO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Permite, Sr. Presidente? Não posso
deixar de parabenizar o líder do Governo, que deu toda atenção, não mediu
esforços para conversar com todos os deputados, todos os líderes para a gente
chegar a essa conclusão e aprovar esse projeto.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Parabéns, líder
do Governo.
O
SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - REPUBLICANOS - Pela
ordem, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Xerife do Consumidor.
Um minuto tem Vossa Excelência.
O
SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - REPUBLICANOS - PARA COMUNICAÇÃO - Quero
parabenizar V.Exa., parabenizar toda a equipe, todos os deputados, todas as
lideranças desta Casa, todos os deputados, por esse gesto de unidade tão
importante para uma pauta tão importante, levando o Estado na presença do
cidadão que mais precisa da presença do Estado.
Parabenizar o
nosso governador Tarcísio de Freitas pela sensibilidade, Sr. Presidente, de
saber que esse governo precisa e deve ser, e será um governo municipalista
presente na vida dos cidadãos.
Parabenizar o
líder, Altair, líder do nosso Republicanos, por ter sido relator desse
importante primeiro projeto, projeto de fundamental importância para o estado
de São Paulo. Na pessoa do nosso líder, Carlos Cezar, cumprimentar todas as
bancadas, os líderes de todas as bancadas dessa Casa, que é a maior Casa da
América Latina.
E dizer, Sr.
Presidente, que a forma como V. Exa. vem conduzindo esta Casa muito nos dá
orgulho, a todos nós, parlamentares. Como disse o nosso nobre deputado Enio
Tatto, a formação das comissões, a pluralidade, a proporcionalidade, na medida
do possível, prestigiando de forma muito democrática todos os deputados desta
Casa.
Então parabéns
a todos. Hoje, a vitória é para o estado de São Paulo.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Obrigado,
líder do Governo, deputado Xerife do Consumidor.
Nada mais havendo, esgotada a presente
sessão, está levantada.
* * *
- Encerra-se a sessão às 19 horas e 30
minutos.
* * *
- É inserida questão de ordem não lida
em plenário.
* * *
Ao
Senhor Presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo,
De
autoria do Deputado Gil Diniz-PL, a presente questão de ordem, com fundamento
nos artigos 260 e 261 da Resolução - ALESP nº 576, de 26 de junho de 1970, que
estabelece o Regimento Interno desta Casa, tem por objetivo obter de Vossa
Excelência, no uso de suas competências regimentais, o esclarecimento de uma
dúvida a respeito da interpretação do artigo 286 do Regimento Interno desta
Casa.
Prescreve
este dispositivo que:
Artigo
286 - As Deputadas e Deputados deverão comparecer às Sessões Plenárias da
Assembleia Legislativa, bem como às Sessões das Comissões Permanentes e
Parlamentares de Inquérito, decentemente trajados, vestindo os parlamentares do
sexo masculino terno e gravata.
Parágrafo
único - A Deputada ou Deputado que descumprir a exigência deste artigo não
poderá permanecer no Plenário. [grifos nossos]
Apresentam-se
as seguintes dúvidas a respeito de sua interpretação:
1.
Qual o sentido da locução
adverbial “decentemente trajados”?
2.
No caso específico das
deputadas mulheres:
2.1.
qual o sentido da
expressão “decentemente trajad[a]s”?
2.2.
qualquer tipo de roupa ou
vestimenta é permitido às deputadas mulheres durante sua permanência em
plenário?
2.3.
quais trajes e vestimentas
são então permitidos para as mulheres em plenário e quais não o são?
2.4.
podem elas ser retiradas
do plenário, tal qual os deputados homens que insistam em permanecer no recinto
sem terno ou gravata, caso adentrem-no sem estarem “decentemente trajadas”?
Entendemos
que o tema reclama apreciação pela Presidência, já que o Regimento Interno não
traz disciplina específica e pormenorizada sobre a matéria, e que se faz
necessário este esclarecimento para fins de aplicação isonômica do regimento e
suas disposições, sem distinções indevidas entre os deputados homens e as
deputadas mulheres.
São
estas as razões que nos levam a dirigir a Vossa Excelência a presente questão
de ordem.
Sala
das Sessões, em 25 de abril de 2023.
a)
Deputado Gil Diniz – PL
* * *