19 DE SETEMBRO DE 2024
127ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: DANILO CAMPETTI
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - DANILO CAMPETTI
Assume a Presidência e abre a sessão às 14h07min.
2 - DANIEL SOARES
Por inscrição, faz pronunciamento.
3 - EDUARDO SUPLICY
Por inscrição, faz pronunciamento.
4 - MARINA HELOU
Por inscrição, faz pronunciamento.
5 - REIS
Por inscrição, faz pronunciamento.
6 - LEONARDO SIQUEIRA
Por inscrição, faz pronunciamento.
7 - EDUARDO SUPLICY
Por inscrição, faz pronunciamento.
8 - REIS
Por inscrição, faz pronunciamento.
9 - REIS
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
10 - PRESIDENTE DANILO CAMPETTI
Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 20/09, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão às 15h02min.
*
* *
- Assume a Presidência e abre a sessão
o Sr. Danilo Campetti.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS -
Boa tarde a todos. Senhoras deputadas, senhores deputados, cumprimento os
servidores da casa, assessorias, policiais civis e militares, aqueles que nos
acompanham nas galerias e aqueles que nos acompanham na TV Alesp.
Presente número regimental de senhoras
deputadas e senhores deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos
trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da ata da sessão anterior e
recebe o expediente.
Vamos passar agora ao pequeno
expediente.
* * *
- Passa-se ao
PEQUENO
EXPEDIENTE
* * *
O
SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS -
Na lista de oradores, convido para fazer uso da palavra o deputado Sebastião
Santos. (Pausa.) Deputado Rogério Santos. (Pausa.) Deputado Delegado Olim.
(Pausa.) Deputada Professora Bebel. (Pausa.)
Deputado Paulo Mansur. (Pausa.)
Deputado Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.) Deputado André Bueno. (Pausa.) Deputado
Rafael Silva. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Deputado Rômulo
Fernandes. (Pausa.) Deputado Enio Tatto. (Pausa.)
Deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.)
Deputada Leci Brandão. (Pausa.) Deputado Vitão do Cachorrão. (Pausa.) Deputado
Lucas Bove. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Reis. (Pausa.)
Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputada Andréa Werner. (Pausa.)
Deputada Delegada Graciela. (Pausa.) Deputado Daniel Soares.
Vossa Excelência tem a palavra pelo
tempo regimental.
O
SR. DANIEL SOARES - UNIÃO -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, presidente. Boa tarde aos nossos policiais
militares, à nossa assessoria, aos servidores da Casa e aqueles que nos
assistem pela TV Alesp.
Uma boa tarde a
todos. Bom, não vou alongar muito o meu discurso aqui na tribuna, mas hoje eu
venho trazer aqui uma informação, uma denúncia muito grave que tem acontecido
na nossa cidade lá de Guarulhos, nosso município, referente à Saúde.
A nossa saúde
lá está deteriorada, a nossa saúde está acabada. Na semana passada, tivemos uma
denúncia muito grave de algo que aconteceu. E eu acredito que isso aí é só uma
pontinha do iceberg que tem acontecido. Eu acho que tem acontecido, acredito
eu, que tem acontecido muito mais desses problemas na Saúde de Guarulhos.
Uma pessoa veio
solicitar atendimento no nosso PA da Maria Dirce e não obteve o atendimento
necessário. Na segunda-feira desta semana, à noite, veio a óbito, infelizmente.
E quantas pessoas estão sofrendo com a saúde de Guarulhos? Eu estive, em
Guarulhos, vereador por dois mandatos. Inclusive, o atual prefeito esteve
vereador comigo.
E o atual
prefeito, com aquele jeito polêmico dele, sempre criticando a gestão anterior,
que era governada pelo Partido dos Trabalhadores. O atual prefeito criticava
muito, ele metia o pau na saúde, metia o pau no transporte, metia o pau na
cidade inteira. E está há oitos anos e não fez nada.
Eu estava
conversando ontem com um vereador. Ele falou: “deputado, o PA da Maria Dirce é
um lixo, é horrível lá”. Nós temos um vídeo que mostra só a parte externa do
PA. Se puder, por favor, mostrar esse vídeo. Eu não tenho vídeo da parte
interna, mas só a parte externa já é um caos.
* * *
- É exibido o
vídeo.
* * *
Bom, eu tenho
aqui um resumo do que aconteceu. Segundo informações dos familiares, a
paciente, Sra. Maria Aldenir da Costa, de 59 anos, deu entrada, em 10 de
setembro, no Pronto Atendimento Maria Dirce, com suspeita de AVC, e permaneceu
no local por 12 horas, aguardando pelo encaminhamento ao hospital para a
realização de exames não disponíveis naquele local.
Após esse longo
período de espera sem receber os procedimentos adequados para o seu caso, foi
encaminhada ao Hospital Geral de Guarulhos em 11 de setembro, onde realizou
tomografia que confirmou AVC. Porém, o parecer da neurocirurgia se limitou a
relatar que o caso não era cirúrgico.
No hospital,
também não havia a estrutura necessária para os cuidados da paciente, a mesma
que foi mantida na sala vermelha. Foi solicitada a sua transferência para o
Hospital do Servidor Público na Capital, porém, não tinha ambulância disponível
para o transporte.
Foi então que,
no dia 12 de setembro, seus familiares se reuniram e fizeram a locação de uma
ambulância para o transporte, diante da falta de estrutura e precariedade no
serviço de atendimento de emergência no sistema público de Saúde.
O gasto da
família foi de 2.500 reais com um serviço que deveria ser disponibilizado pelo
SUS. Nesse caso, o desfecho poderia ser muito diferente, em conversas com o
médico sobre o ocorrido. Percebemos o quanto é importante que os procedimentos
corretos sejam realizados nos pacientes acometidos por suspeita de doenças
fatais.
A paciente
chegou rápido ao pronto atendimento, e o procedimento que deveria ter sido
realizado, no caso de suspeita de AVC, seria entubar, estabilizar e transferir
a paciente imediatamente para um local que tivesse tomografia. Os casos de AVC
isquêmicos são quadros reversíveis, desde que logo no início ou até mesmo
quatro horas do ocorrido.
Os pacientes
recebem os primeiros-socorros (Inaudível.) de vaga zero. A tomografia
identifica se o AVC é isquêmico ou hemorrágico, e essa informação é primordial
para uma decisão rápida dos médicos e, consequentemente, a possível reversão do
quadro clínico.
O erro
sucessivo dos fluxos de saúde - como atraso na prestação dos serviços de pronto
atendimento e falta de fluxo de prioridade para doenças graves, prioritárias e
emergenciais - compromete a vida das pessoas e ainda gera um gasto maior para o
sistema público, pois, com atendimento rápido e adequado, os pacientes teriam
grandes chances de reversão do quadro em menor tempo de internação em leito de
CTI.
Isso foi o que
aconteceu com uma pessoa conhecida. Quantas outras pessoas passam por isso e
não temos conhecimento? Isso é uma amostra das dificuldades enfrentadas. Não só
pela população de Guarulhos, mas de todos que dependem do Sistema Único de
Saúde. É isso que aconteceu. Infelizmente, o serviço precário.
Isso acontece
não só em Guarulhos, mas em todo o Estado. Nós vamos cobrar e vamos
oficializar, à Secretaria Estadual de Saúde, à Secretaria Municipal de Saúde de
Guarulhos, à empresa que é responsável pela gestão desse PA. O nome dela está
aqui, deixa eu ver. É a Beneficência Hospitalar de Cesário Lange, responsável
pelo contrato emergencial.
Então nós vamos
cobrar, porque isso aqui está até provisório, o contrato dela é provisório. E
vamos cobrar o prefeito e todas as autoridades competentes, para que esse
problema que atinge a cidade de Guarulhos não venha a ocorrer. Isso serve para
a nossa população prestar atenção em quem vota.
Porque esse
pessoal que gosta de usar marketing, falar bonito, e não faz coisa nenhuma.
Então fique atenta, população de Guarulhos, a quem você está apoiando agora
para prefeito, e a quem o nosso prefeito está apoiando também. Esse é o meu
repúdio, essa é a minha indignação.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS
- Obrigado, deputado Daniel Soares. Seguindo a lista de oradores, convido a
deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Convido o deputado Eduardo Suplicy. Vossa
Excelência tem a palavra pelo tempo regimental.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Caro presidente deputado Danilo Campetti, Srs.
Deputados, Sras. Deputadas. Primeiro, gostaria de assinalar uma notícia
importante, positiva. Conforme o G1, da Globo:
“Acordo
judicial garante posse de indígenas Guarani na Terra Jaraguá, zona norte de São
Paulo”
Um acordo judicial homologado após ação do
Ministério Público Federal garantiu ao povo Guarani a posse permanente da Terra
Indígena Jaraguá, na zona norte de São Paulo. A decisão foi publicada nesta
quarta-feira (18).
O território
indígena do Jaraguá possui 532 hectares, no entanto, menos de 1% dele é
demarcado por completo.
O MPF instaurou
em 2017 uma ação civil pública para investigar um loteamento clandestino na
área. O órgão apontava que a reserva Guarani estava sofrendo com esse
loteamento e pediu a anulação de um ato normativo de 2017.
Nele, o governo
federal que reduzia a área de demarcação da terra indígena a 1,7 hectare.
Segundo o Ministério Público, ‘a União admite a existência de irregularidades
na Portaria nº 683, de 2017.’
A União assumiu
o compromisso de adotar o que a Portaria nº 581, de 2015, do Ministério da
Justiça, que já tinha definido a permanência do povo Guarani na região do
Jaraguá. ‘Após esse restabelecimento normativo, a União deverá promover
melhorias nas moradias dos habitantes do território e providenciar a remoção de
invasores e outros ocupantes ilegais’, diz a nota do MPF.
Em 2023, a
ministra dos Povos Originários, Sônia Guajajara, visitou o território indígena
do Jaraguá, e afirmou que ‘São Paulo é terra indígena’.
‘Aqui, essa
resistência indígena se faz muito presente. É a maior cidade da América Latina
e o menor território indígena do Brasil. É reafirmar cada vez mais que São
Paulo é terra
indígena. Os povos indígenas estão aqui, fortes, com a cultura viva, e nós
temos esse dever de proteger essa cultura tão rica, tão diversa, que só
engrandece o nosso País’, disse a ministra.
Eu quero
cumprimentar a atuação do Ministério Público Federal, que assim está garantindo
que o povo Guarani possa ter a terra que ocupa há tanto tempo, e de uma maneira
a mais tranquila e digna para toda a comunidade Guarani”.
Presidente, eu
quero aqui assinalar um problema que está acontecendo no sistema penitenciário,
e em especial: “Em uma folha de caderno escrita à mão, ao menos 33 homens
encarcerados na Unidade Prisional de Reginópolis 2, no interior paulista,
escreveram uma carta pedindo socorro aos direitos humanos, à imprensa, ao
denunciar estarem sob um regime de tortura.
Os detentos
relatam estar com hematomas, sofrendo agressões físicas e psicológicas
rotineiramente e com a falta de acesso a banho do sol. Afirmam também que as
visitas estão sendo revistadas manualmente, o que é proibido desde 2014 pela
legislação paulista e considerado inconstitucional pelo Supremo Tribunal
Federal desde 2023.
Pedem com
urgência que órgãos fiscalizadores visitem os raios 5, 6, 7 e 8 da unidade de
corpo presente. Todas as linhas da folha estão ocupadas e, após a 33ª
assinatura, lê-se em letras garrafais: ‘faltou espaço’.
As denúncias
são reiteradas em uma petição online, assinada até o momento por 190 familiares
de pessoas presas em Reginópolis 2 e, também, em entrevistas colhidas sob
anonimato pelo ‘Brasil de Fato’, que publica essa matéria.
Mulheres que
têm filho ou esposo na unidade alegam que em dias de visita sofrem
constrangimentos, são tocadas por funcionários, obrigadas a fazer necessidades
na frente de agentes. Dentro do presídio, dizem encontrar detentos machucados
pelo grupo de intervenção rápida, tropa de elite e policiais penais.
De acordo com
dados da Secretaria de Administração Penitenciária do governo Tarcísio de
Freitas, a unidade prisional de Reginópolis tem capacidade para 811 pessoas,
mas encarcera atualmente mil cento e oitenta e seis. A superlotação do
presídio, cujo diretor é Alessandro Tonhão Riqueti, é de 46,24% acima do número
de vagas.
‘Bem-vindo ao
inferno’. Léia está com o filho preso no raio 5 da prisão. ‘O GIR está entrando
todos os dias e batendo muito neles’, conta. Segundo ela, todos que chegam ao
presídio são agredidos. Na petição online, familiares denunciam que os meninos
são recebidos com ‘bem-vindo ao inferno’.
Recentemente,
ao visitar o filho, Léia viu e conversou com alguns homens de um grupo de 24
que tinha acabado de ser transferido para a penitenciária 2 de Reginópolis.
Eles apanharam,
tiveram suas coisas jogadas e rasgadas, entraram sem nada. Os outros presos é
que estavam lá ajudando eles. O GIR foi criado em 2002, em Sorocaba, para
revistar celas, conter rebeliões.
Ao longo dos
anos, expandiu sua atuação e alcance. O esposo de Marilda foi liberto no mês de
setembro. Confirma que todos que chegam à unidade são agredidos, em especial
por um agente de quase dois metros de altura, conhecido como ‘seu Jão’. Os
raios 5, 6, 7 e 8 são os que mais sofrem na mão da direção dessa unidade. São
os raios que eles oprimem, humilham mesmo, relata Marilda.
Se a pessoa tem
quantidade a mais de peça de higiene, o GIR põe tudo dentro de um saco e joga
fora. É desumano: deixa os meninos na tranca sem banho de sol, sem alimentação,
descaso total”, diz. Léa acrescenta que a falta de água e luz também é regra.
“Foram os
piores dias da vida do meu companheiro. E se eles não arrumam nada com você, te
obrigam a ir ao banheiro. É isso mesmo, obrigam a gente a fazer a necessidade
na frente deles. Se não fizerem, eles te dão gancho”, diz Marilda. “Gancho é
nome dado para suspensão por um tempo determinado pela gestão do presídio do
direito de visitar seu familiar preso. Aí eles tratam as visitas como lixo de
verdade. A revista diz que eles põem a mão no nosso corpo, e isso é proibido a
partir do momento que entrou o scanner”, diz Marilda.
Eu quero
cumprimentar o “Brasil de Fato” por essa matéria e pedir, Sr. Presidente, que
possa este pronunciamento chegar às mãos do secretário de Assuntos
Penitenciários, Marcello Streifinger, e ao próprio governador, porque é
inadmissível o procedimento dos responsáveis por esta unidade prisional, a de
Reginópolis II, no interior de São Paulo.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
Obrigado pela
tolerância.
O
SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS
- Obrigado, deputado Eduardo Suplicy. Determino o encaminhamento do
pronunciamento do deputado Eduardo Suplicy ao governador do Estado e ao
secretário de Assuntos Penitenciários.
Prosseguindo na lista de oradores,
convido o deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Deputado Donato. (Pausa.) Deputado
Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputada Solange Freitas. (Pausa.)
Deputado Luiz Fernando Teixeira
Ferreira. (Pausa.) Deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Deputado Tomé Abduch.
(Pausa.) Deputado Teonilio Barba. (Pausa.) Deputado Rafael Saraiva. (Pausa.)
Deputada Paula da Bancada Feminista. (Pausa.)
Passamos agora à Lista Suplementar.
Convido o deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Enio Tatto. (Pausa.)
Deputada Marina Helou.
Vossa Excelência tem a palavra pelo
tempo regimental.
A
SRA. MARINA HELOU - REDE
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigada, presidente. Uma honra estar aqui nesta
tribuna mais uma vez. Quero agradecer a todos os que trabalham aqui na
Assembleia, que permitem que a gente possa representar a população do Estado,
cumprimentar meus caros colegas deputados e a todos aqueles que estão nos
assistindo pela TV Alesp. A gente está aqui, mais uma vez, assomando a esta
tribuna para falar da urgência das emergências climáticas.
Infelizmente, a
semana passada todo mundo vivenciou na pele o que a gente vem falando aqui há
tanto tempo. As emergências climáticas já são uma realidade, e ninguém
conseguir respirar em uma cidade não é normal.
Não é normal a
gente não conseguir ver o céu, não é normal a gente olhar pro sol e ter uma
camada de fuligem. Não é normal os milhões e milhões de reais de prejuízo que o
estado teve com as queimadas.
E as queimadas
são decorrência de dois grandes pontos: a mudança climática, que já é uma
realidade, a gente nunca teve um ano tão seco na história da medição, e a gente
provavelmente vai ter o ano mais quente da história.
As mudanças
climáticas já são uma realidade em relação à falta de águas e chuva, e vai
faltar água no nosso estado; já está faltando água, e já está tendo
racionamento em diversas cidades, e vai se agravar. Esse impacto a gente tem no
Brasil inteiro.
A gente vive
dizendo que só somos uma potência agrícola porque somos uma potência hídrica,
porque somos uma potência florestal. Desmatar sem nenhuma responsabilidade tem
consequências, e agora está todo mundo vendo isso na pele.
E o segundo
ponto é por incêndios criminais. São diversos e diversos os indícios, as
filmagens e a clareza de que esses incêndios são provocados por ações humanas,
criminais. E isso precisa, sim, ser investigado, e a pena para esse crime
precisa ser realmente aumentada e colocada em prática.
A gente teve na
semana passada a ministra Marina Silva aqui em São Paulo em conversa junto com
o governador Tarcísio, ambos republicanamente mostrando que o que importa agora
é a união para apagar o fogo, apagar o incêndio, e garantir que a gente consiga
avançar no estado em uma proteção ambiental adequada.
É nesse caminho
que eu quero contribuir, é nesse caminho que eu acho que é urgente a gente
trazer para esta Casa a responsabilidade de cuidar do nosso meio ambiente,
cuidar do ar que a gente respira, da água que a gente bebe e do futuro das
nossas crianças, que são as mais impactadas por essa qualidade do ar.
Trago aqui,
mais uma vez, o compromisso da Frente Parlamentar Ambientalista em continuar
discutindo como a gente protege as nossas nascentes, como a gente refloresta as
nossas matas e como a gente garante que criminosos sejam, de fato, presos e que
tenham que pagar e que não compense o crime ambiental no nosso País.
Na sequência, a
gente viveu uma semana extremamente difícil, mas esta Casa teve um momento
ótimo, que foi a homenagem que a gente fez à Joenia Wapichana, a primeira
mulher indígena eleita no País.
Hoje a primeira
mulher indígena presidente da Funai, que vem fazendo um trabalho de diálogo e
um trabalho excepcional em a gente trazer a transversalidade de políticas
públicas para a população indígena, para os povos originários deste País, que
sofrem tanta violência e que estão tão distantes da gente conseguir avançar em
uma política pública e um país civilizado para todos.
A gente teve
uma homenagem linda nesta Casa; foi a entrega do colar de honra ao mérito.
Compartilho com os meus colegas aqui como foi importante esta Casa poder dar
pela primeira vez, em mais de 500 homenagens dadas, a uma mulher indígena. Foi
a primeira mulher indígena a receber o Colar de Honra ao Mérito Legislativo.
Foi um dia
lindo, a gente teve nessa tribuna Ailton Krenak, uma das grandes referências
que a gente tem neste País, hoje falando sobre uma nova forma de se relacionar
enquanto sociedade.
Teve a Joenia
aqui e quero agradecer a todas e a todos da Casa que nos permitiram fazer essa
homenagem. Reafirmar aqui o nosso compromisso em trazer e valorizar pessoas que
estejam fazendo um trabalho incrível, mulheres incríveis como a Joenia.
Não quero
terminar meu tempo sem dizer que as eleições estão chegando e é fundamental
fazer um chamado para que a gente vote na Bancada do Clima, a gente vote em
pessoas, em candidatos e candidatas comprometidos com políticas públicas e
propostas consistentes com a emergência climática, que já é uma realidade.
A gente precisa
trazer para dentro das casas legislativas o tema real do nosso tempo, de como
gerar prosperidade, gerar emprego, gerar renda, ao mesmo tempo que a gente
preserve o meio ambiente e isso precisa de uma lógica, de um novo modelo de
desenvolvimento.
E a gente
precisa de vereadoras e vereadores, prefeitos comprometidos em adaptar as suas
cidades ao clima, ao mesmo tempo que pensar novas formas de gerar prosperidade
para as cidades.
Isso é
possível, a gente tem muitas candidatas e muitos candidatos bons, comprometidos
com o meio ambiente. Eu convido a todos a procurar candidatos e candidatas que
estejam comprometidos com a agenda mais importante do nosso tempo.
Obrigada,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS -
Muito obrigado, deputada Marina Helou. Convido o deputado Reis. Vossa
Excelência tem a palavra pelo tempo regimental.
O
SR. REIS - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Cumprimentar o presidente, deputado Danilo Campetti,
público presente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários desta Casa, os
integrantes da Polícia Civil, da Polícia Militar, Penal, Técnico-Científica.
Cumprimentar também todos os funcionários públicos e todos aqueles e aquelas
que estão nos acompanhando pela Rede Alesp.
Presidente
Danilo Campetti, esta semana já fiz uso da tribuna para denunciar que a
Secretaria da Fazenda suspendeu o direito de férias dos policiais civis.
Aquelas férias que não foram tiradas em 2019, 2020, 2021, 2022, por necessidade
do serviço.
O policial foi
lá, protocolou o seu pedido, a autoridade policial indeferiu porque, como
faltam 17 mil policiais na Polícia Civil - tem delegacias aí que tem um
policial para atender todo mundo - o delegado acaba indeferindo por necessidade
do serviço, porque ele não tem outra pessoa para colocar no lugar.
Aí veio a
Fazenda e resolveu, com base em alguns decretos, porém, não com base na lei, e
mesmo os decretos que ela colocou lá na sua justificativa, não suspende o prazo
prescricional. Quando as férias são indeferidas por necessidade de serviço,
elas são imprescritíveis, e a Fazenda não está respeitando isso.
Isso está
gerando um inconformismo na Polícia Civil, muitas reclamações, porque imagine
que, se eu não tirei as férias porque não tinha outro funcionário para
tirá-las, agora eu perdi esse direito por uma vontade do governo que aí está?
É uma situação
muito difícil para o funcionalismo público, principalmente para os policiais
civis. Seria o quê? Um furto qualificado de férias? O governo se apropriando
daquele direito que é do policial civil?
Furto
qualificado porque se trata de abuso de confiança, porque foram os policiais
que foram às urnas e votaram no Tarcísio de Freitas. Confiaram nele. Então,
quando ele toma essa atitude, quando ele encerra, dentro do sistema eletrônico,
que não pode mais dar entrada naquelas férias, ele está abusando da confiança
daqueles que fizeram campanha para ele.
Eu posso dizer
isso com certeza. Eu ia às delegacias pedir voto e eles falavam: “Aqui a gente
não vota no PT. Estamos fechados com o Tarcísio”. Era isso que eu ouvia. E
foram eles os mais prejudicados.
A base
“tarcisista” da polícia, principalmente da Polícia Civil, está sendo muito
prejudicada. O aumento veio de forma diferenciada, veio cinco por cento a menos
do que o aumento que foi dado para a Polícia Militar; o vale-refeição não é
atendido aos policiais civis, porque se estabeleceu um teto para a Polícia
Militar de 7.800 reais e, para a Polícia Civil, de 5.400 reais. A política
preventiva do adoecimento policial, que foi o decreto feito pelo secretário, a
resolução feita pelo secretário de Segurança, não atingiu os policiais civis.
Então, aquelas
pessoas que foram à urna e escolheram o governador agora estão recebendo essa
paga. Quando o governador tira esse direito de férias que os policiais civis
não tiraram por conta da necessidade de serviço, porque não tinha outro
funcionário para prover o serviço, pode-se dizer sim que é uma apropriação
indébita, pode-se dizer sim que é um furto qualificado.
Furto do
direito de férias dos policiais civis, qualificado por abuso de confiança. Essa
é a realidade que se dá e, no dia a dia, ao visitar as delegacias, eu tenho
identificado essa insatisfação com o governador Tarcísio de Freitas. Aqueles
que o escolheram estão sendo chicoteados.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS -
Muito obrigado, deputado Reis. Convido o deputado Leonardo Siqueira. Vossa
Excelência tem a palavra pelo tempo regimental.
O
SR. LEONARDO SIQUEIRA - NOVO -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, presidente Campetti. Boa tarde a todos que
estão aqui na Casa, a todos os colaboradores da Assembleia Legislativa.
Eu subo a esta
tribuna hoje para falar das críticas ao meu projeto, da deputada Professora
Bebel, do PT, e do deputado Giannazi, do PSOL, para falar das críticas ao meu
projeto de cobrança de mensalidades nas universidades públicas, dos mais ricos.
Que fique claro: dos mais ricos.
Eu começo aqui
com uma pergunta: vocês acreditam que os professores da universidade pública
deveriam receber mais? Vocês acreditam que a infraestrutura da universidade
poderia melhorar? Que, em muitos casos, ela é precária? Vocês acreditam que os
alunos mais pobres poderiam receber mais auxílios das universidades?
Eu também
acredito nisso. A pergunta, então, é: como? Como? Como nós vamos aumentar o
salário dos professores? Como vamos ajudar os alunos mais pobres? Como vamos
melhorar a infraestrutura da universidade? O que vocês estão me dizendo aqui é:
“Vamos pedir mais dinheiro para o Estado”. É isso que vocês estão dizendo.
Então, vamos
seguir a lógica de vocês. A lógica matemática diz que se você pedir mais
dinheiro para o Estado financiar tudo isso, só há dois caminhos. O primeiro é
você ter que reduzir os gastos do Governo e de outros programas sociais. Vocês
são a favor disso? Vocês vão dizer às pessoas quais programas sociais vocês
estão reduzindo? Acho que não.
Pelo contrário,
vocês fizeram o oposto disso. Quando teve aumento dos gastos para o aumento do
salário dos tribunais... Quando teve aumento do salário dos funcionários do
Tribunal de Contas, vocês foram a favor. Eu fui o único contra.
Quando teve o
aumento de 1.200 cargos no Judiciário, que ia dar mais de dez bilhões de gastos
em dez anos, vocês foram a favor. Eu fui o único contra. Então, vocês não
fizeram isso. Não adianta dizer que vocês vão fazer isso.
Se não tem o
primeiro caminho, o segundo caminho é você aumentar os impostos, porque se não
tem dinheiro do Estado, você precisa arrecadar mais. Vocês vão convencer as
pessoas de que, no País que já tem o imposto de valor agregado mais alto do
mundo, a gente precisa de mais impostos ainda para poder fornecer aquilo que a
gente quer para a população? Também acho que não.
Então, o que eu
proponho é uma solução diferente. Vamos cobrar mensalidade dos alunos mais
ricos. Alguém é contra que o filho de um banqueiro estude na universidade
pública sem pagar tendo condições de pagar?
Os números
dizem que isso não é caso isolado. Quinze por cento dos alunos da USP estão
entre o 1% mais rico da sociedade, com salários familiares acima de 24 mil
reais. Estes são os dados, contestem os dados.
Então, o que eu
estou propondo é uma solução diferente. Agora, não adianta me chamar de
fascista, de “neoliberalóide”, como costumam fazer. Subam nesta tribuna e
tragam uma proposta diferente.
Subam nesta
tribuna aqui, como já subiram para reclamar, e digam para os mais pobres como
vocês vão dar auxílio para eles, como que vocês vão aumentar o salário dos
professores e melhorar a infraestrutura do estado sem pedir mais dinheiro para
o Estado, porque não há mais dinheiro para fazer isso.
Não adianta,
simplesmente, ficar criticando. Então, essa é a minha proposta, que eu tenho
para a universidade pública, e com um diferencial: a cobrança de mensalidade
vai ser feita só depois da formatura - depois da formatura - e proporcional à
renda. Quem receber mais, vai pagar mais. Quem receber menos, ou não receber
nada, não paga nada.
Eu não estou
inventando esse projeto de lei. Esse projeto de lei já existe, ele já está
implementado em diversos países. De 24 países da OCDE, dos países mais
desenvolvidos, 20 países já utilizam esse sistema em que o aluno estuda, os
mais ricos ficam na universidade e só depois vão pagar pelo ensino. Ou seja, eu
não estou inventando nada.
Para quem
quiser criticar e me chamar de neoliberal, saiba que a Tabata Amaral, do PSB,
tem um projeto exatamente igual. Será que vocês vão chamar ela de neoliberal?
Acho que não, não é?
Então, vamos
nos apegar menos a ideologias e mais aos dados. O que a gente quer é a mesma
coisa. Eu quero uma universidade para todos e com acesso, principalmente, aos
mais pobres.
Só que tem uma
diferença: vocês, simplesmente, acreditam em uma ideologia ultrapassada que não
funcionou em nenhum outro lugar. O que eu estou propondo aqui é baseado em
dados, evidências e boas experiências internacionais de países ricos que fizeram
isso para poder atrair mais recurso para a universidade.
Aí, sim, a
gente vai poder ajudar os mais pobres, melhorar o salário dos professores e
melhorar a infraestrutura da universidade, não é só criticando e chamando os
outros de fascistas. Subam à tribuna e coloquem uma proposta melhor.
Obrigado,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS
- Obrigado, deputado Leonardo Siqueira. Convido o deputado Eduardo Suplicy.
Vossa Excelência tem a palavra pelo tempo regimental.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, há pouco eu mencionei um assunto
grave em uma penitenciária em uma unidade do sistema penitenciário em
Reginópolis.
Eu gostaria,
agora, de acrescentar mais uma informação para ser encaminhada ao secretário
Marcello Streifinger, porque em Sorocaba, a Justiça de São Paulo determinou que
a Prefeitura e a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária
disponibilizem, com urgência, equipes mínimas de saúde para as três unidades
prisionais da cidade.
A liminar foi
concedida nesta segunda-feira, 16, pelo juiz Alexandre Mello de Guerra, da Vara
da Fazenda Pública de Sorocaba, em ação civil proposta pelo Núcleo de Situação
Carcerária da Defensoria Pública de São Paulo. A letalidade prisional na cidade
é quase o triplo da média do estado, o que é considerado aberrante pelos
defensores públicos.
Essas unidades
não contam com profissionais de saúde de diversas áreas, como médicos,
auxiliares de saúde bucal, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, farmacêutico,
enfermeiros e assistente social.
A Prefeitura e
a Secretaria têm até o próximo dia 26 para cumprir a decisão judicial. A multa,
em caso de descumprimento, é de cinco mil reais por dia. O Ministério Público
opinou que a liminar deveria ser concedida. A Secretaria de Administração
Penitenciária afirma que a Procuradoria Geral do Estado não foi intimada da
decisão.
Superlotadas,
as três prisões de Sorocaba registram quase o triplo de mortes em relação à
média das unidades paulistas. São duas penitenciárias, Dr. Danilo Pinheiro e
Dr. Antonio de Souza Netto e um centro de detenção provisória.
Para a
Defensoria Pública, a situação fere o direito fundamental à saúde, vida dos
presos e integridade física do ser humano. Dos dados ora juntados, chama a
atenção que a média de mortes por unidade prisional em São Paulo, em 2022, foi
de 3,15 óbitos, ao passo que nas unidades prisionais de Sorocaba esse número é
de 9,7, afirmam os defensores públicos Camila Tourinho e Bruno Shimizu, do
Núcleo de Situação Carcerária. A imensa maioria das mortes se deu por
agravamento de questões de saúde, normalmente por doenças tratáveis, exemplo de
infecções respiratórias e pneumonia.
A falta de
profissionais de saúde é um problema crônico do sistema penitenciário em todo o
País. Os repasses do Ministério da Saúde para a atenção básica e a assistência
farmacêutica de cada município são para todos os habitantes locais, o que
inclui a população carcerária. Porém, as prefeituras resistem a atender esse
público, alegam que esse papel é apenas dos governos estaduais responsáveis
pelas prisões.
Com 723 mil
habitantes, Sorocaba tem a sétima maior população do estado de São Paulo. A
cidade é administrada por Rodrigo Manga, do Republicanos, candidato à
reeleição.
Os documentos
anexados aos autos indicam que as equipes de saúde estão previstas em
portarias, e são, sem dúvida, necessárias no local para a garantia do direito
fundamental à saúde e à integridade física e psíquica daqueles sob a custódia
estatal, afirma o juiz Guerra em sua decisão.
Após a
publicação desta reportagem, a Prefeitura de Sorocaba diz que o município não
foi notificado sobre a ação citada. Informa que, de acordo com a deliberação da
Comissão Intergestores Bipartite 62, de 2012, a adesão à proposta para
disponibilizar essa equipe mínima prisional é voluntária.
O município
optou por não aderir à ação para receber o incentivo financeiro destinado à
atenção à saúde no sistema penitenciário, pois o repasse é insuficiente para
cobrir sequer os custos mínimos de recursos humanos, exigindo investimento
existencial de fontes municipais.
Vale ressaltar
que o município já oferece atendimento em suas unidades de Saúde, preservando o
Sistema Único de Saúde, os princípios do SUS. Então é preciso reforçar a
responsabilidade de todas as unidades prisionais, que é de responsabilidade do
Estado. É crucial que o Estado providencie a reposição de profissionais de
Saúde dentro das unidades prisionais do município de Sorocaba.
Solicito
também, Sr. Presidente, que este pronunciamento possa chegar às mãos do
secretário Marcello Streifinger, de Assuntos Penitenciários.
Agradeço a sua
atenção, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Muito
obrigado, deputado Eduardo Suplicy. Determino que o pronunciamento do deputado
Eduardo Suplicy seja encaminhado ao secretário Marcello Streifinger, de
Assuntos Penitenciários.
Convido, para fazer o uso da palavra, o
deputado Reis. Vossa Excelência tem a palavra pelo tempo regimental.
O
SR. REIS - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Presidente, eu tenho vários assuntos para falar, mas eu
acho que não vai ser possível falar sobre todos eles na data de hoje, então vou
deixar alguma coisa para amanhã ou para a semana que vem.
Mas também
quero comentar a campanha eleitoral na cidade de São Paulo, dizer que os
debates têm sido uma vergonha, porque proposta para a cidade de São Paulo eu
praticamente não vejo nada.
É uma briga, é
um falatório, as pessoas acusando umas às outras. E acabou naquele episódio em
que o Pablo Marçal provocou tanto o Datena que o Datena acabou lhe dando uma
cadeirada ao vivo, foi uma cadeirada ao vivo.
Eu até acho que
eu não defendo a violência, nem que se use a força, mas, naquele momento, com as
provocações que o Marçal fez, dizendo que o Datena não era homem, que
“arregou”, realmente é muito difícil você estar no debate com uma pessoa
falando aquilo de você. E acabou levando a cadeirada.
Observando no
dia a dia, conversando com as pessoas, muitas declararam que elas se sentiram
contempladas com aquela cadeirada. É por isso que o Marçal acabou caindo nas
pesquisas, enquanto o Boulos subiu, graças a Deus, o Ricardo Nunes estaria
empatado tecnicamente com o Boulos, porque a disputa em São Paulo é, de um lado
o Lula ali apoiando o Boulos, o Tarcísio apoiando o Ricardo Nunes, e o
Bolsonaro com um pé em uma canoa e um pé em outra canoa, um pé na canoa do
Ricardo Nunes e um pé na canoa do Marçal, que é o seu eleitorado, a extrema
direita.
Então, na extrema
direita, ele está com o pé. Se a extrema direita crescer, ele tira o pé da
canoa do Nunes e vai fincar os dois pés na canoa do Marçal. Se o Marçal
naufragar, se a canoa afundar, ele volta para a canoa do Ricardo Nunes. Essa é
a leitura que eu estou tendo desse processo eleitoral.
Mas seria de
bom tom que as pessoas ali se respeitassem, os candidatos se respeitassem e
realmente discutissem aquilo que o povo de São Paulo quer ouvir, ou seja, quais
são as propostas para melhorar a Saúde, a Educação, o Transporte, as melhorias
no bairro, o Meio Ambiente. E isso, até agora, não aconteceu. Lamentável.
O outro assunto
de que eu ainda quero falar nesta data, presidente Danilo Campetti, eu vou
pedir para o Machado passar um vídeo que eu já deixei com ele, é sobre os
postos de gasolina.
Os postos de
gasolina continuam com a sua política de enganação ao consumidor. Inclusive, eu
aprovei um projeto de lei para pôr fim a isso, porque impunham multas
altíssimas, mas o governador, o “vetador-geral”, acabou vetando.
Aliás, quero
lembrar a todos que dia 28, agora, 28 de setembro, se comemora o dia do veto.
Nós vamos até, depois das eleições, agendar uma sala, deputado Suplicy,
deputado Campetti, para fazer um ato solene em comemoração ao dia do veto.
Porque vários
projetos dos deputados, aqui quando chega ali naquele gabinete dos
Bandeirantes, é veto, veto, veto, veto. Então por isso nós criamos,
estabelecemos o dia 28 de setembro como o dia do veto. A Globo fez a reportagem
sobre os postos de gasolina.
* * *
- É exibido o
vídeo.
* * *
A realidade é
que eu apresentei o projeto para obrigar os postos a colocar na mesma proporção
o valor promocional do valor real. Era só isso o projeto. O governador vetou.
Ah, já tem
decreto, tem decreto do presidente da República sobre isso. Mas,
lamentavelmente, começaram a fiscalizar depois que nós viemos aqui à tribuna,
cobramos, representamos junto ao PROCON, fizemos indicações, requerimentos de
informação.
E o que
acontece? Existe uma outra parte penal também, porque no Código de Defesa do
Consumidor, no Art. 66, lá diz: “Fazer afirmação falsa ou enganosa ou omitir
informação relevante sobre natureza, característica, qualidade, quantidade,
segurança, desempenho, durabilidade, preço ou garantia de produtos e serviços.
Pena...”.
A pena é muito
pequena, por isso que as pessoas deitam e rolam. “Pena: detenção de três meses
a um ano, ou multa”. Logo, uma detenção de três meses a um ano não vai existir,
porque você remete isso para a Lei nº 9.099, e, se a Polícia Civil fizer o termo
circunstanciado, vai talvez pagar uma multa, não mais que isso.
No Art. 67,
fiz: “Fazer ou promover publicidade que sabe, ou deveria saber, ser enganosa ou
abusiva”. O caso dos postos também, que diz que a pena é de três meses a um
ano, ou multa.
Então, por
conta dessa pena tão irrisória é que... Não são todos os postos, mas tem uns
donos de postos que são vagabundos, que são pilantras, e esses pilantras, né...
Porque agora eu vou dar uma de Datena. Pilantras! Esse pilantras ficam
enganando o povo. Esse bandido, conforme ele diz... É bandido. Esses bandidos
ficam submetendo o povo a esse prejuízo por conta dessa propaganda enganosa.
Mas, se o
governo tivesse sancionado o nosso projeto, a multa seria muito maior, ia pesar
muito no bolso desses bandidos. Bandidos. É bandidagem pura. Eu estou fazendo
um novo requerimento ao governador, vou fazer uma indicação a ele para que ele
encaminhe ao Sr. Delegado-Geral de Polícia, para que instaure inquérito para
apurar o crime.
Não basta só a
questão administrativa. Vamos dificultar também na questão penal, porque o
Código de Defesa do Consumidor prevê a questão penal. “Ah, é três meses a um
ano, multa”. Mas tem que fichar esses bandidos.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. REIS - PT - E aproveito o momento para
requerer de V. Exa. que a sessão seja levantada.
O
SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Muito
obrigado, deputado Reis.
Sras. Deputadas e Srs. Deputados,
havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os
trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora
regimental, sem Ordem do Dia.
Agradeço a todos que nos acompanharam
aqui nas galerias, na TV Alesp. Agradeço às Sras. Deputadas e Srs. Deputados,
agradeço aos servidores, assessorias, policiais civis e militares.
Uma boa tarde a todos.
Fiquem todos com Deus.
Está levantada a sessão.
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* *
- Levanta-se a sessão às 15 horas e 02
minutos.
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