
14 DE OUTUBRO DE 2025
143ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: FÁBIO FARIA DE SÁ e ANDRÉ DO PRADO
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - FÁBIO FARIA DE SÁ
Assume a Presidência e abre a sessão às 14h01min.
2 - DANILO CAMPETTI
Para comunicação, faz pronunciamento.
3 - PRESIDENTE FÁBIO FARIA DE SÁ
Cumprimenta o vereador Moreno, de Votuporanga/SP, presente no plenário. Convoca sessão extraordinária a realizar-se hoje às 16 horas e 30 minutos ou dez minutos após o encerramento da presente sessão.
4 - REIS
Por inscrição, faz pronunciamento.
5 - DANILO CAMPETTI
Por inscrição, faz pronunciamento.
6 - EDUARDO SUPLICY
Por inscrição, faz pronunciamento.
7 - FELIPE FRANCO
Por inscrição, faz pronunciamento.
8 - PRESIDENTE FÁBIO FARIA DE SÁ
Tece comentários sobre o pronunciamento do deputado Felipe Franco e parabeniza o atleta Ramon Dino pela conquista do título internacional de Mr. Olympia.
9 - EDUARDO SUPLICY
Por inscrição, faz pronunciamento.
GRANDE EXPEDIENTE
10 - EDUARDO SUPLICY
Por inscrição, faz pronunciamento.
11 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO
Por inscrição, faz pronunciamento.
12 - CAPITÃO TELHADA
Por inscrição, faz pronunciamento.
13 - PAULO MANSUR
Por inscrição, faz pronunciamento.
14 - CONTE LOPES
Por inscrição, faz pronunciamento.
15 - REIS
Por inscrição, faz pronunciamento.
16 - REIS
Para comunicação, faz pronunciamento.
17 - REIS
Solicita a suspensão da sessão, por acordo de lideranças, até as 16 horas e 30 minutos.
18 - PRESIDENTE FÁBIO FARIA DE SÁ
Defere o pedido e suspende a sessão às 15h42min.
ORDEM DO DIA
19 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Assume a Presidência e reabre a sessão às 16h42min. Coloca em votação e declara aprovados, separadamente, os requerimentos de criação de comissão de representação dos deputados: Luiz Fernando, com a finalidade de representar a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo em reuniões com os Ministros do Trabalho, da Agricultura e Pecuária, da Educação e do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, para tratar de investimentos para o estado, nos dias 21 a 23/10, em Brasília/DF; e Guilherme Cortez, com a finalidade de representar a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo no evento "4ª Conferência Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+", no dia 21/10, em Brasília/DF.
20 - CARLOS CEZAR
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
21 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 15/10, à hora regimental, com Ordem do Dia. Lembra sessão extraordinária a realizar-se hoje, às 16 horas e 54 minutos. Levanta a sessão às 16h44min.
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* *
ÍNTEGRA
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* *
-
Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Fábio Faria de
Sá.
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-
Passa-se ao
PEQUENO EXPEDIENTE
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O
SR. PRESIDENTE - FÁBIO FARIA DE SÁ - PODE - Presente o
número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus,
iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da
sessão anterior e recebe o expediente.
O
SR. DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Pela ordem,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - FÁBIO FARIA DE SÁ - PODE - Pela ordem
deputado Danilo Campetti.
O
SR. DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - PARA
COMUNICAÇÃO - Agradeço, para uma breve comunicação. Temos a honra hoje de
receber aqui na Assembleia Legislativa meu amigo, vereador Moreno, lá de
Votuporanga - que é a minha cidade natal, deputado Fábio -, vereador que tem um
trabalho muito bem-feito na cidade de Votuporanga.
Já foi secretário de trânsito da
cidade, tem uma vida inteira dedicada à Polícia Militar, é de direita, é um
vereador que leva nossos princípios e valores naquela cidade, que nós estimamos
muito e que nós gostamos muito. Vereador Moreno, leve um abraço também ao nosso
prefeito, Jorge Seba, e à nossa primeira-dama, Rose Seba.
Obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - FÁBIO FARIA DE SÁ - PODE - Obrigado, V.
Exa., deputado Danilo. Seja bem-vindo, vereador Moreno, aqui à Casa de Leis.
Dando início à
nossa lista de oradores do Pequeno Expediente, dia 14/10, mas antes de iniciar
a chamada, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, nos termos do Art. 100, inciso I,
do Regimento Interno, convoco V. Exas. para uma sessão extraordinária, a
realizar-se hoje, às 16 horas e 30 minutos ou dez minutos após o término da
presente sessão, em cumprimento ao interstício previsto ao § 3º do Art. 100 do
Regimento Interno, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia:
*
* *
-
NR - A Ordem do Dia para a 46a Sessão Extraordinária foi publicada
no D.O. de 15/10/2025.
*
* *
O SR. PRESIDENTE - FÁBIO FARIA DE SÁ - PODE -
Convoco o deputado Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.) Para falar o deputado Luiz
Claudio Marcolino. (Pausa.) Para falar o deputado Reis. (Pausa.) Para falar o
deputado Bruno Zambelli. (Pausa.) Perdão, deputado Reis, não vi Vossa
Excelência. Tempo regimental de até cinco minutos.
O SR. REIS - PT - Não
tem problema, que V. Exa. é o meu vizinho, então V. Exa. pode à vontade, está
bom? Quem não pode errar é o deputado Danilo Campetti, esse nós não vamos
permitir.
Cumprimentar o
público presente, o deputado Suplicy, cumprimentar o presidente, os
funcionários da Assembleia Legislativa, os integrantes da Polícia Civil, da
Polícia Militar, da Polícia Penal, da Polícia Técnico-Científica e também
cumprimentar todos aqueles e aquelas que estão nos acompanhando pelas redes
sociais, através da Rede Alesp.
Presidente,
deputado Fábio Faria de Sá, eu, na semana passada, estive aqui falando sobre a
importância - inclusive, falei com o deputado Danilo Campetti - de nós
derrubarmos alguns vetos de projetos que tenham relação com a Segurança Pública
e que tenha relação, inclusive, com os policiais, projetos bons que foram
aprovados aqui.
Aliás, todos
projetos que se aprovam nessa Casa são projetos bons, o governador vai lá e
veta. Ele vetou 264 projetos, projetos com relação à Saúde, à Educação, à
Segurança Pública, ao autismo, não é?
Então, chega lá, o governador já tem
assim uma cópia, um texto que repete para todos os projetos. É um “copia e cola”,
um “Ctrl + C e Ctrl + V”. E aí ele acaba vetando os projetos dos Srs. Deputados
e das Sras. Deputadas, e projetos esses que foram construídos através do
debate, que foram construídos na base. Então, lamentavelmente, provoca aquela
expectativa na sociedade, e o governador acaba pondo fim a essa expectativa
quando ele impõe o seu veto.
São seis projetos, dos 264 projetos que
foram vetados, são seis que têm relação com a Segurança Pública e com o
policial. O primeiro é o nº 1.712, que trata da gratuidade para os policiais
civis, militares, técnico-científicos, policiais penais, que moram em uma
cidade, trabalham em outra, muitos moram aqui em São Paulo, vão trabalhar no
interior, muitos moram no interior, vêm trabalhar em São Paulo, então, para que
se garanta a gratuidade, e o governador vetou. Então a gente pede que o veto
dele seja derrubado.
E aí, deputado Fábio Faria de Sá, nós
fizemos um ofício para todos os líderes, eu estou aqui com as cópias. Nós
oficiamos aqui o líder do PP, o líder do MDB, o líder do PSDB, o líder do PL, o
líder do União Brasil, o líder do Governo, o líder do Podemos, o líder do PT,
da Federação PT, PCdoB, PV, o líder do PSB, o líder do PSD, o líder do Novo, o
líder do PSOL, o líder do PDT, o líder do Republicanos e o presidente da
Assembleia, o deputado André do Prado.
Então, eu listei esses seis projetos,
falei da questão do transporte, da gratuidade; o segundo é sobre a funcional
eletrônica, que é muito importante para os policiais, que ele possa ter a
funcional de forma digital, ele não precisa andar com aquela carteira.
Essa semana mesmo, um policial foi
executado lá no caminho da Aparecida do Norte, porque estava com um colete
escrito Polícia Militar, aí foram lá e atiraram nele, só por isso, imagina, ele
tem uma funcional, o bandido pega, executa o policial.
Então, a funcional digital, ela é
garantia de segurança para o policial e o governador pôs veto a esse projeto,
então a gente precisa derrubar esse veto.
A questão da estruturação das
carreiras, que é o policial que é despromovido, se não tem cinco anos na classe
ou nível, então a gente precisa derrubar esse veto também.
Então, nós fizemos aqui a relação dos
projetos que precisam ser derrubados, o veto, e nós estamos encaminhando um
pedido, porque, veja bem, todo mundo aqui diz que defende a Polícia, todo mundo
aqui, os deputados, “nós estamos junto com a Polícia”, o PL, o Republicanos, o
MDB, todos eles. Então agora está na condição deles provarem que realmente
defendem os policiais, que realmente estão de acordo com as políticas para os
policiais, derrubando esses vetos, derrubando esses vetos.
Então, eu oficiei todos os líderes e
oficiei o presidente desta Casa para que eles façam um gesto, coloquem esses
vetos para serem discutidos, debatidos, e para que esta Casa faça esse gesto
derrubando todos esses vetos. É o que se espera, é o que eu tenho ouvido aí dos
policiais no dia a dia, quando encontro com eles, quando vou às companhias, às
delegacias.
Eu falei: eu vou oficiar todos os
líderes e o presidente da Casa. Vamos ver qual que é a posição deles, se
realmente eles defendem os policiais, se eles estão junto com os policiais, ou
se é um faz de conta, ou se é apenas para questão eleitoral, ou se é só para
ganhar votos.
A gente precisa saber, então está na
hora deles provarem, deputado Danilo Campetti, se realmente eles estão do lado
das Forças de Segurança Pública. Isso vai se dar com a derrubada desses vetos.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - FÁBIO FARIA DE SÁ - PODE - Obrigado,
deputado Reis. Continuamos nossa lista de oradores do Pequeno Expediente.
Deputado Bruno Zambelli. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado
Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.)
Deputado Donato. (Pausa.) Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Deputado Teonilio
Barba. (Pausa.) Deputado Danilo Campetti.
Vossa Excelência tem o tempo regimental
de até cinco minutos, deputado.
O
SR. DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigado, presidente, nobre
amigo, deputado Fábio Faria de Sá. Quero cumprimentá-lo, cumprimentar todos os
nobres deputados e nobres deputadas, cumprimentar o público que nos assiste
pela Rede Alesp, os servidores que todos os dias nos ajudam aqui com os
trabalhos na Assembleia Legislativa, as assessorias, cumprimentar os que nos
acompanham pelas galerias, os meus irmãos policiais militares, civis, penais,
cumprimentar o vereador Moreno, novamente, que é sargento da Polícia Militar, e
dizer da nossa preocupação.
Preocupação com
o caminho que toma o contexto judiciário brasileiro. Ontem completaram-se 70
dias que o nosso presidente Jair Messias Bolsonaro está em prisão domiciliar.
Uma prisão que não tem nenhum fundamento jurídico.
Eu digo que não
tem fundamento jurídico porque o inquérito que subsidia essa prisão - ao qual
foram também, de forma duvidosa, denunciados o deputado federal Eduardo
Bolsonaro, que teve que ir para o exterior para poder falar, e o jornalista
Paulo Figueiredo - não denunciou o presidente Jair Messias Bolsonaro.
Ou seja, para
que uma medida cautelar tenha escopo, tenha base jurídica, ela precisa de um
inquérito que a subsidie ou então uma denúncia que confirme a necessidade dessa
prisão. Nós temos aí algo estranho no mundo jurídico, que é uma prisão contra
alguém que não foi denunciado; e a causa dessa prisão era um inquérito de
coação no curso do processo. E o STF, lá em idos de 2019, mudou o seu
entendimento no que tange a prisão após segunda instância.
Então nós temos
o presidente Bolsonaro em uma condenação extremamente contestável, em que não
há crime que subsidie essa condenação, que não foi condenado definitivamente. E
está preso por quê? Ele não foi agora denunciado, então não faz sentido.
Isso nos
preocupa, porque, a partir do momento em que há uma ideologização do Judiciário,
isso lá na frente pode passar de um lado para o outro e deixar quem inseguro?
Deixar a sociedade, todos nós inseguros. O Judiciário não pode ter capa.
O Judiciário
não pode olhar o processo através da capa, através daqueles que figuram na capa
desse processo. É essa a preocupação, é essa violação de Direitos Humanos que
está ocorrendo, e nós não podemos deixar isso passar em branco.
Eu estive na
Segurança do presidente Bolsonaro lá em 2018. Eu estive no governo do
presidente Bolsonaro, no Ministério da Agricultura, depois no Ministério da
Infraestrutura. Foi quando eu trabalhei com o governador Tarcísio. Fui assessor
especial do então ministro Tarcísio Gomes de Freitas, que deixou um legado
fantástico para o nosso país, cujas realizações surtem efeitos até hoje, e que
agora, com as bênçãos de Deus, é o nosso governador aqui no estado de São
Paulo.
Mas me preocupa
muito, Sr. Presidente, os rumos que tomam o Judiciário, principalmente os
julgados que são proferidos na nossa Suprema Corte, porque refletem atos de
injustiça. Nós precisamos nos posicionar. Não há como ter amparo legal para uma
prisão dessa.
E eu questiono
aqueles que sempre defenderam os direitos humanos, aqueles advogados
garantistas que hoje pedem prisão. Questiono aqueles artistas que foram
censurados e que hoje defendem a censura, cujo nome seria a regulamentação
social das redes, que nada mais é do que censura.
Onde estão
essas pessoas? Onde estão aquelas pessoas que foram anistiadas e que hoje são
contra a anistia? Essa pauta é urgente, Sr. Presidente. A pauta da anistia é
urgente para se fazer justiça neste país e o presidente Bolsonaro não deveria
estar em prisão domiciliar como está. São dois casos de extrema injustiça e eu
quero deixar aqui registrado meu posicionamento.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - FÁBIO FARIA DE SÁ - PODE - Obrigado,
deputado Danilo Campetti. Deputado Eduardo Suplicy, o senhor está aí, é o
próximo inscrito. Se quiser ocupar a tribuna, o tempo regimental de V. Exa. é
de até cinco minutos.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Fábio Faria de Sá, Srs.
Deputados, Sras. Deputadas, público presente aqui na Assembleia Legislativa e
que nos acompanha pela TV Alesp, eu gostaria aqui de registrar com muita alegria
e satisfação que, na semana passada, protocolei três projetos de lei com o
objetivo de melhorar a vida das trabalhadoras e dos trabalhadores das redes de
fast food do estado de São Paulo.
As proposições
de autoria minha e do nobre colega Guilherme Cortez são frutos da articulação
do suplente de deputado Simão Pedro, que dialogou com os sindicatos do Brasil,
do Chile e dos Estados Unidos, além de contar com o apoio do Dieese, do
Ministério do Trabalho e do Ministério Público do Trabalho.
Os Projetos nº
1.069, nº 1.070 e nº 1.071, de 2025, registrados na semana passada, têm os
objetivos de criar o “Programa de Proteção à Saúde e Valorização dos
Trabalhadores”, o selo “Fast Food Amigo do Trabalhador” e o Canal Estadual de
Proteção à Saúde, Segurança e Meio Ambiente dos Trabalhadores, além do Dia
Estadual do Trabalhador de Fast Food.
E por que
conclamo aos nobres colegas que se debrucem para analisar esse tema? Pelo fato
de que a situação de precarização, pela qual passa essa categoria, vai muito
além do que possa parecer.
Algumas pessoas
podem pensar que a formalização por meio de carteira de trabalho assinada é o
bastante, mas não é. As trabalhadoras e os trabalhadores das redes de fast
food, da alimentação rápida, enfrentam jornadas exaustivas, sobreposição de
funções, riscos no exercício das atividades laborais, e isso tudo em troca de
baixos salários.
Essa realidade
foi mensurada graças a um estudo muito bem elaborado pelo Departamento
Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, o Dieese, com base em
dados obtidos por meio da Relação Anual de Informações Anuais - Rais. E aqui
cabe uma explicação.
Para quem não
conhece a Rais, trata-se de um registro administrativo mantido pelo Ministério
de Trabalho e Emprego, que é alimentado com dados fornecidos pelas próprias
empresas. Isso demonstra, nobres deputados e deputadas, a confiabilidade dos
números. De acordo com esses dados, no ano de 2023, havia 930 estabelecimentos
no Brasil, empregando 43 mil trabalhadoras e trabalhadores. E onde entra o estado
de São Paulo nisso?
A maioria dos
estabelecimentos, ou seja, 51,4% do total estão em terras paulistas, além de
511,2% da mão de obra do setor brasileiro de fast food. O perfil dos atendentes
de lanchonete identificado pelo Dieese é a base da estratificação social
brasileira. A maioria é de mulheres jovens com média de idade de 22 anos que
atuam em jornadas 6x1 em troca de um salário mínimo mensal. Sessenta e cinco
por cento das pessoas são pretas e pardas.
Essa juventude,
de acordo com os dados, infelizmente apresenta baixa escolaridade. Trinta por
cento apenas concluíram o ensino fundamental e 55%, o ensino médio. Diante
desse raio-x feito pelo Dieese, entendo que fica evidente a necessidade de
debatermos melhorias para essa categoria, pois com os baixos salários que
ganham por jornadas extenuantes, dificilmente vão conseguir focar nos estudos,
quiçá sonhar em uma vida melhor.
Portanto,
solicito o apoio dos nobres colegas para debatermos e aprovarmos estes três
projetos de lei protocolados em defesa dos trabalhadores de fast food. São eles
os três projetos: o 1.069, que institui no âmbito do estado de São Paulo o “Programa
de Proteção à Saúde e Valorização dos Trabalhadores de Fast Food”, o Projeto nº
10.070, que institui o Canal Estadual de Proteção à Saúde, Segurança e Meio
Ambiente dos Trabalhadores de Fast Food do Estado de São Paulo, em observância
ao Art. 229 da Constituição e o Projeto nº 1.071 que institui o Dia Estadual do
Trabalhador de Fast Food.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - FÁBIO FARIA DE SÁ - PODE - Obrigado, deputado Eduardo Suplicy.
Continuando nossa lista de oradores no Pequeno Expediente, com a palavra o
deputado Tomé Abduch. (Pausa.) Deputado Marcelo Aguiar. (Pausa.) Deputado Major
Mecca. (Pausa.) Deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputada Ediane Maria. (Pausa.)
Na Lista Suplementar, deputado Jorge
Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Rafa Zimbaldi. (Pausa.) Deputado
Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputado
Atila Jacomussi. (Pausa.) Deputada Thainara Faria. (Pausa.) Deputado Paulo
Mansur. (Pausa.) Deputado Caio França. (Pausa.) Deputado Felipe Franco.
Vossa Excelência tem o tempo regimental
de cinco minutos.
O
SR. FELIPE FRANCO - UNIÃO
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, senhoras e senhores. Boa tarde,
presidente. Boa tarde, deputados presentes nesta Casa, deputadas. Boa tarde ao
público que nos acompanha, telespectadores do nosso canal no Youtube, em que
estamos ao vivo agora.
Hoje, um dia
muito feliz, muito importante dentro daquilo em que eu atuo há muitos anos, que
é o esporte de alto rendimento. Eu, como um atleta profissional, não poderia
deixar de assomar à tribuna para deixar o meu sentimento de orgulho, que
transcende não apenas no esporte, mas também na história do nosso País.
O Brasil
conquistou algo extremamente grandioso no nosso cenário internacional, que foi
o primeiro título de campeão Mister Olympia, que aconteceu nesse final de
semana agora, com o nosso grande atleta Ramon Queiroz, conhecido mais como
Ramon Dino. Em 60 anos da história do Mister Olympia Internacional, nós não
tínhamos um atleta brasileiro que tivesse sido campeão em nenhuma das
categorias. Eu tive o prazer já de estar em cima daquele palco e defender a
nossa bandeira. Mas com muito orgulho chegamos ao primeiro título.
E eu venho
parabenizar o nosso atleta, Ramon Dino, por essa conquista extraordinária,
porque você é um campeão fora dos palcos e dentro do palco. Dino, você como meu
amigo, como pessoa, como um cara que treina junto comigo e incentiva
treinadores e atletas, é uma pessoa que agregou cada vez mais dentro do nosso
esporte e agrega até os dias atuais.
Então, meu
amigo, fique com os nossos parabéns, porque hoje você se tornou um símbolo de
superação, com disciplina, com fé, com mentalidade forte, com trabalho duro. E
ele saiu de uma realidade simples e comum para alcançar um feito
extraordinário.
Sua trajetória
representa a vitória do esforço sobre a dificuldade, a persistência sobre o
desânimo e o sonho sobre qualquer limite imposto pelo destino. Ramon levou a
bandeira do nosso Brasil ao topo do pódio e, diante do mundo inteiro, fez ecoar
um recado: o esporte transforma vidas.
E é lógico, eu,
como atleta profissional, que represento esta Casa hoje, que represento aqui na
Casa Legislativa, não poderia deixar de reconhecer a grandeza desse feito.
Ramon Dino inspira milhões de pessoas jovens dentro e fora do Esporte, mostra o
caminho para o sucesso. Não tem atalhos, exige renúncia, foco, sacrifício e
coragem.
Em nome deste
Parlamento, registro aqui hoje a nossa homenagem, o nosso respeito e a nossa
admiração. Que a conquista do Ramon sirva como incentivo de políticas públicas
que valorizem, de verdade, o Esporte em todas as suas modalidades no estado do
Brasil.
Quero registrar
também aqui o meu reconhecimento oficial desta Casa à conquista histórica. Já
protocolei na Casa Legislativa um pedido de outorga do Colar de Honra ao Mérito
- a maior honraria que nós temos nesta Casa aqui.
Então, Ramon,
hoje fizemos esse protocolo na Casa. E essa celebração do seu título mundial,
tendo esse reconhecimento como um exemplo de dedicação, de disciplina e de
valores que te leva hoje do Brasil ao mundo, para fora. Você sendo um cara
extremamente conhecido, não só no nosso país, mas como no internacional também.
E que pessoas possam acreditar cada vez mais em seus sonhos.
Novamente aqui:
parabéns, Ramon Dino. Você fez história. Você elevou o nome do fisiculturismo,
representou nossa nação com orgulho e abriu portas para as novas gerações de
atletas brasileiros que sonham alto ainda. Que sua trajetória continue
inspirando vidas e contribuindo em um legado de determinação e grandeza. Muito
obrigado.
Ramon, quero te
deixar aqui novamente os meus parabéns, como um atleta profissional que também
sonhei com esse título, como outros grandes atletas. E você realmente fez o
nosso mercado hoje, o nosso ecossistema crescer cada vez mais.
Então, se a
gente estava falando hoje do mercado suplementar, do mercado do bodybuilding,
das modalidades de musculação e fisiculturismo no geral, que trabalham na média
hoje na casa de seis bi, dentro do nosso trabalho, dentro do fisiculturismo,
hoje, com certeza, iremos elevar cada vez mais o nosso mercado.
E também dizer
que agora nos dias 17, 18 e 19 teremos o Mr. Olympia Brasil, que é um
campeonato também que nos representa no fisiculturismo, que será feita uma
grande homenagem e um “guest posing” desse nosso atleta. E é um mercado, hoje,
que movimenta mais de 60 players dentro desse cenário, com mais de 100 milhões
de reais em negócios em três dias.
Muito obrigado,
Ramon.
Obrigado a
todos.
E vamos para
cima.
Vai, Brasil!
O
SR. PRESIDENTE - FÁBIO FARIA DE SÁ - PODE - Obrigado,
deputado Felipe Franco. Parabenizar o Ramon Dino por esse título inédito para o
nosso país.
Continuando a nossa Lista Suplementar
de oradores inscritos, Capitão Telhada. (Pausa.) Deputado Enio Tatto. (Pausa.)
Deputado Danilo Campetti. (Pausa.) E o deputado Eduardo Suplicy.
Vossa Excelência tem o tempo regimental
de cinco minutos, deputado.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Caro presidente Fábio Faria de Sá, ontem estive no
Teatro de Contêiner Mungunzá, onde participamos de um emocionante ato por
dignidade e respeito às vidas do centro de São Paulo, juntamente com a deputada
federal Erika Hilton e com as vereadoras Luana Alves, Amanda Paschoal e Luna
Zarattini, e de coletivos e entidades do território, reafirmamos a defesa
incondicional dos Direitos Humanos e o compromisso de não silenciar diante das
violências e violações que atingem nossa população mais vulnerabilizada.
Nesse ato
ocorreu o lançamento conjunto do relatório do grupo de trabalho
interinstitucional sobre a chamada Cracolândia. Este relatório é um trabalho
das Comissões de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa e da Câmara
Municipal de São Paulo, com a vereadora Luna Zarattini e eu à frente do
processo ocorrido entre 2023 e 2025, bem como do Balcão de Direitos do
Instituto Luz e do Grupo de Estudos de Ativismo da “Craco Resiste”, iniciativas
que fortalecem a produção de conhecimento, a incidência política e a defesa dos
direitos humanos.
Este relatório
é fruto de um esforço conjunto para compreender um dos problemas mais complexos
do centro da nossa cidade, a realidade da cena aberta de uso de substâncias do
território que a sociedade passou a chamar de Cracolândia e que chega em um
momento político extremamente delicado.
Nos últimos
meses, vimos o esvaziamento forçado da cena pública de uso, as distorções
forçadas, as demolições de moradias, o desaparecimento de pessoas, as
internações compulsórias, o fechamento de espaços de convivência, cultura e de
equipamentos de acolhimento e assistência sistematizaram as ameaças e práticas
violentas do Estado e da Prefeitura.
Essas ações não
resolveram o problema, apenas fragmentam e agravam o sofrimento das pessoas e
suas mazelas pela cidade. Denúncias de moradores, usuários, trabalhadores da
Saúde e de assistência, assim como de coletivos e jornalistas, apontam para uma
ação orquestrada, capitaneada pelo projeto que busca transferir a sede do
Governo do Estado para a região da Luz.
Há relatos de
que pessoas foram levadas em vans para bairros distantes, muitas sem destino
certo, sem suporte e sem explicação. Não se trata de um desaparecimento
espontâneo, trata-se de uma política pública que desaparece com pessoas.
Recentemente, o programa Profissão Repórter exibiu uma reportagem sobre o
território onde apareceram algumas pessoas. Duas jovens que aparecem no
programa foram espancadas brutalmente pelas forças de segurança após a
reportagem.
É absolutamente
inaceitável que as pessoas vulnerabilizadas dessa cidade tenham negado até
mesmo o direito de denunciar as violências que sofrem. Assim, esse relatório
reúne diagnósticos, análises e, principalmente, recomendações concretas para a
construção de uma outra política pública para o Centro de São Paulo. Aponta
caminhos para a Saúde, Assistência, Moradia, Segurança Pública, Cultura,
Geração de Renda, Combate ao Racismo institucional e valorização da vida.
Suas propostas
devem ser consideradas e debatidas não apenas entre gestores, mas pela
sociedade, com os trabalhadores da rede, com as pessoas que vivem nas ruas e
nos fluxos desta cidade. Temos aqui uma verdadeira oportunidade de virar a
chave de um ciclo de violações para o início de uma política de cuidado e de
justiça social.
Reitero aqui
meu compromisso com a defesa dos direitos humanos, com a luta por uma política
de drogas que respeite a autonomia e a dignidade das pessoas e com o direito de
todos e todas a viver em uma cidade mais justa, acolhedora e livre da
violência.
Aqui há muitas
sugestões que foram colocadas, inclusive a proposição que é objeto de projeto
de lei de minha autoria para que, como promover o acompanhamento psicológico
para os agentes de segurança que atuam na região, vez que a insalubridade,
fática e emocional do trabalho no local também os afeta, e que é sabido que um
dos efeitos deletérios do sofrimento não acolhido é o aumento de tensão
psíquica e, por consequência, a maior tendência a atitudes agressivas, em um
círculo vicioso de violações de direitos humanos.
Portanto,
sugestões como determinar a obrigatoriedade e efetivar o uso de câmaras
corporais, com gravação ininterrupta, por todos os agentes da PM e Guarda Civil
Metropolitana.
E implementar o
pagamento por serviços ambientais e urbanos, de modo a remunerar as
cooperativas, associações e redes de catadores autônomos pelos serviços
prestados, garantindo uma remuneração digna. E tantas outras que estão nesse
relatório, que acredito que poderão colaborar com uma política de maior
respeito para com os seres humanos em nosso estado.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - FÁBIO FARIA DE SÁ - PODE - Obrigado,
deputado Eduardo Suplicy. Se Vossa Excelência quiser ficar na tribuna, não
havendo mais oradores inscritos no Pequeno Expediente, vou abrir o Grande
Expediente. O senhor tem permuta com a deputada Thainara Faria. O senhor tem o tempo regimental de até dez
minutos.
* * *
- Passa-se ao
GRANDE EXPEDIENTE
* * *
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigado, presidente Faria de Sá. Eu gostaria
de registrar, divulgar um vídeo que foi produzido pela Acadêmicos de Niterói.
Ela é uma escola estreante do Grupo Especial do Carnaval do Rio de Janeiro, que
apresentou, no mês passado, o seu samba enredo para o próximo Carnaval, de
2026.
Ele vai contar
a trajetória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com o enredo “Do Alto do
Mulungu, Surge a Esperança: Lula, o Operário do Brasil”. A escola irá narrar,
desde a infância no sertão de Pernambuco até a chegada de Lula à Presidência da
República. Os autores deste samba são Teresa Cristina, André Diniz, Paulo Cesar
Feital, Fred Camacho, Júnior Fionda, Arlindinho Cruz, Lequinho, Tiago Oliveira
e Tem-Tem Jr.
Segundo o
carnavalesco Tiago Martins, em parceria com o enredista Igor Ricardo, o enredo
parte da referência ao mulungu, árvore típica do agreste, para simbolizar a
infância de Lula, e os caminhos que o levaram à política e à liderança
sindical. A escola foi fundada em 2018, e fará o seu quarto desfile no ano que
vem, sendo a primeira a desfilar no domingo de Carnaval, 15 de fevereiro de
2026, abrindo a programação do Grupo Especial.
Considero que o
samba enredo da Acadêmicos de Niterói, para 2026, é de muita beleza, de qualidade,
bonito. E é formidável que uma escola de samba traga a trajetória de nosso
querido presidente Lula. Por isso, solicito ao prezado Machado que possa agora
passar esse vídeo no tempo que ainda é disponível. Por favor. Pode soltar o
vídeo.
* * *
- É exibido o
vídeo.
* * *
Caro presidente
Faria de Sá, agradeço a oportunidade de estar apresentando esse vídeo, que
conta de uma maneira bonita a trajetória daquele que nasceu no interior de
Pernambuco e que veio com sua mãe e seus irmãos para São Paulo.
Instalou-se ali
em São Bernardo e conviveu com pessoas que estavam muito necessitadas.
Tornou-se um operário, um trabalhador na indústria automobilística, e se tornou
presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo e Diadema, hoje
sindicatos do ABC.
Eu tive um
relacionamento com o Lula, a primeira vez foi em agosto de 1976, quando o
assessor de assuntos econômicos do sindicato disse ao presidente do sindicato,
Lula: “hoje, vai falar na minha classe aquele professor Eduardo Matarazzo
Suplicy, que escreve na ‘Folha”, você não quer ir?”.
E o Lula foi
assistir à minha palestra, e daí passamos a conversar, desde então. E esses 40
anos de convívio estão sintetizados no prefácio do meu livro, de uma conversa
com o presidente Lula, na oitava edição do livro “Renda da Cidadania: a saída é
pela porta”.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
Vamos levar
adiante esses ideais de paz e de bem-estar que avalio sejam aspirações do
presidente Lula.
Muito obrigado.
(Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE - FÁBIO FARIA DE SÁ - PODE - Obrigado,
deputado Eduardo Suplicy. Obrigado a Vossa Excelência. Dando sequência à nossa
lista de oradores do Pequeno Expediente, com a palavra o deputado Luiz Claudio
Marcolino, em permuta com a deputada Professora Bebel.
Vossa Excelência tem o tempo regimental
de até dez minutos.
O
SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, nobre deputado Fábio de Sá, Srs.
Deputados, Sras. Deputadas, funcionários da Alesp, população que nos acompanha
aqui pelo plenário e que nos acompanha pela TV Assembleia.
Sr. Presidente,
eu quis trazer aqui hoje uma reflexão: na próxima quinta-feira agora, às 18
horas, faremos a última audiência pública do Orçamento do Estado de São Paulo.
A gente percorreu 29 cidades, 29 regiões, e vamos concluir a audiência pública
do Orçamento do Estado agora na próxima quinta-feira, às 18 horas, aqui na
Assembleia.
E nós tivemos a
participação de muitos prefeitos, de muitos vereadores, da sociedade civil
organizada, das entidades sindicais, entidades sociais, trazendo as suas
demandas, para que possamos organizar o Orçamento de 2026.
Mas, em
diversas cidades, nos chamou a atenção - e a gente dialogou em cada uma delas -
o impacto da isenção tributária que o governador Tarcísio tem dado a setores
econômicos no estado de São Paulo, que tem reduzido o orçamento dos municípios.
Algumas cidades
tendo uma redução de 7% a 14% do seu orçamento municipal - é o quanto cada
cidade tem deixado de receber da quota-parte, que é o retorno que o Governo do
Estado de São Paulo tem que repassar aos municípios, em relação ao ICMS, ao
IPVA e a parte do IPI.
E quando a
gente fala em gestão pública, seja do Município, do Estado ou mesmo do Governo
Federal, esses três entes trabalham de acordo com a arrecadação que é feita com
a população do município onde a pessoa mora, onde a pessoa vive.
A base da
construção e da estruturação dos impostos estaduais, e que faz garantir a
gestão do estado de São Paulo, é, principalmente, o IPVA e o ICMS - são as duas
maiores arrecadações que o estado de São Paulo tem para garantir o mínimo de
condição de gestão dos municípios.
O IPVA, todos
os carros emplacados na cidade, 50% fica na cidade onde o carro é emplacado,
50% fica nos cofres do governo do estado, e do ICMS, 25% de tudo o que é
arrecadado fica no município e 75% desse valor arrecadado do ICMS vai para o
governo do estado.
Quando a gente
fala do IPVA, nós estamos falando do emplacamento do carro. Quando falamos do
ICMS, é tudo o que a população paga, o que os empresários pagam, o que sai ali
quando você vai no mercado, eu vou no restaurante, vou comprar uma televisão,
compro... Tem ali o valor do ICMS que nós pagamos.
E nós estamos
falando que a previsão para o ano que vem pode ultrapassar 400 bilhões de reais
do Orçamento do estado de São Paulo. O governo apresenta o valor, que a gente
fala que é o valor que está subestimado, então, em 385 bilhões, mas sabemos que
o Orçamento do estado para o ano que vem vai superar 400 bilhões de reais.
Só que quando o
governo do estado de São Paulo abre mão de 85 bilhões do Orçamento do estado -
olha o quanto que o governo do estado abre mão de isenção tributária -, 85
bilhões de reais é quanto o governo do estado de São Paulo está deixando de
arrecadar, deixando de entrar nos cofres públicos do estado de São Paulo.
E olha que,
quando esse dinheiro não entra nos cofres públicos do estado de São Paulo, é
menos recurso para a Educação, menos recurso para a Saúde, menos recurso para a
pesquisa, menos recurso para as universidades estaduais do nosso estado.
Então, na hora
em que o governo abre mão de 85 bilhões de reais dos cofres do estado, esse
dinheiro para fazer política pública no estado e nos municípios, o governo
empobrece o nosso estado e empobrece os municípios, porque está beneficiando
uma parte do setor empresarial do estado de São Paulo, deixando de arrecadar 85
bilhões do Orçamento por ano. Esse ano foi 78 bilhões e o ano que vem será 85
bilhões de reais.
A gente tem
discutido com os prefeitos e com os vereadores em todo o estado de São Paulo,
porque no Brasil aprovou uma reforma tributária.
E nessa reforma
tributária que foi aprovada agora, no ano passado em Brasília, o ano base para
fazer uma adequação de quanto o município vai receber de retorno de recursos do
governo federal, do governo do estado de São Paulo é o ano base de 2027. Com a
reforma tributária, vai acabar o ICMS, vai acabar o ISS, vai acabar o IPI, vai
acabar o PIS, o PASEP, vai acabar o Cofins.
Então vários
impostos que nós temos hoje ou contribuições vão ser eliminados a partir de
2027. Vai se criar o IVA, que é o Imposto sobre Valor Agregado, e vai criar o
IBS, que é o Imposto sobre Bens e Serviços.
Tanto esse IVA
como esse IBS vão ter depois o retorno que o Governo do Estado de São Paulo vai
fazer à arrecadação, vai ter que devolver para o município e tudo o que
arrecadar do governo federal também vai ter que ser devolvido para os
municípios.
Só que a base,
o cálculo para a arrecadação de quanto os municípios vão receber de volta é no
ano de 2027. Se o Governo do Estado de São Paulo continuar dando isenção
tributária de 85 bilhões para o setor empresarial - como deu 78 bilhões, ano de
2025, e como vai ultrapassar 90 bilhões no ano de 2027 - os municípios estarão
perdendo recurso, as universidades estarão perdendo recursos, os institutos de
pesquisa do estado de São Paulo estarão perdendo recursos, que era dinheiro que
teria que servir para investimento no estado de São Paulo, nos municípios do
estado, e nós estamos perdendo.
Não é diferente
do que aconteceu semana passada em Brasília, a qual o governador Tarcísio fez
questão de dialogar com diversos partidos do centrão - que hoje atuam lá em
Brasília, os deputados federais -, pedindo para que eles derrubassem a medida
provisória que taxaria as bets, que taxaria os bancos, que são as fintechs, e
reestruturar o setor dos bancos do nosso país.
Hoje as
fintechs, que são bancos que falam que são bancos que são estruturados a partir
de plataformas digitais, como o C6 Bank, como o Nubank. Diversas fintechs hoje
que nós temos no Brasil não são regulamentadas pelo Banco Central e não pagam
imposto de renda como deveriam. As bets hoje, que são as empresas de apostas e
estão espalhadas no Brasil a fora, também não pagam os impostos como deveriam.
Ora que as
bets, ora que as fintechs... E mesmo parte do sistema financeiro deixando de
arrecadar o imposto de renda, porque o que está em debate em Brasília é que
essas empresas deveriam pagar um valor maior de imposto de renda.
Como é a base
da construção do imposto de renda? Tudo que é arrecadado de imposto de renda no
município, 21,5% volta para o município, 21,5 fica para o estado de São Paulo e
a diferença fica para o governo federal para fazer políticas públicas, investir
no Samu, investir na UPA, investir nos institutos federais, investir no “Pé de
Meia”.
E esse recurso,
automaticamente, quando o governador do estado de São Paulo vai lá em Brasília
e fala para os deputados federais não votarem em uma medida provisória para
fazer uma cobrança de imposto de renda das “bets”, das empresas que nós
chamamos hoje, do sistema financeiro, de “fintech”, que são empresas de
plataformas que não pagam imposto de renda como deveriam...
Só para ter uma
noção, hoje o Nubank, que é um banco de plataforma, o patrimônio dele já é
maior do que o do Banco Itaú, um banco que tem mais de 50 anos no Brasil, um
dos maiores bancos que nós temos hoje no Brasil. Hoje o Nubank já é maior em
patrimônio do que o próprio Banco Itaú e não paga imposto na mesma proporção.
De novo, então
para o município, de toda a arrecadação de imposto de renda, 21,5% volta para o
município; de toda arrecadação de imposto de renda, 21,5% volta para o estado e
a outra parte fica para o governo federal fazer gestão pública.
Então olha o
que o governador Tarcísio está fazendo no estado de São Paulo. Está indo na
contramão, porque o ano de 2027 vai ser o ano-base para fazer a adequação da
reforma tributária, o quanto os municípios vão ter direito de receber de
contrapartida do governo do estado e do governo federal em relação à reforma
tributária, que é o Imposto de Valor Agregado, é o Imposto sobre Bens e
Serviços.
Então,
governador Tarcísio, V. Exa. faz um desserviço aos municípios do estado de São
Paulo na hora que libera 85 bilhões de reais de isenção tributária para setores
empresariais do estado de São Paulo que não dão contrapartida para o município
e não dão contrapartida para a população.
E dá mais um
tiro no pé e faz mais um desserviço na hora em que lá em Brasília não garante a
cobrança de imposto de renda de setores que ganham muito e dão baixa
contrapartida para a política pública do nosso estado.
Da mesma forma,
esse governador Tarcísio, que abre mão de uma arrecadação importante para o
nosso estado, uma arrecadação importante para os municípios, está taxando e
está cobrando agora as gorjetas dos garçons no estado de São Paulo.
Está cobrando
pedágios de muitos municípios no estado de São Paulo nas rodovias e encarecendo
o produto, porque muitas empresas vão deixar de se instalar no estado de São
Paulo, em virtude dos pedágios que serão cobrados.
A reforma
tributária vai ajudar a equilibrar e a equacionar o problema da guerra fiscal,
mas o governador Tarcísio criou outro problema agora que é essa proliferação de
pedágios também no estado de São Paulo.
Então é um
governador que não se preocupa com a população, que não se preocupa com os
pesquisadores e os cientistas do estado de São Paulo, que manda um projeto que
quer destruir a pesquisa no nosso estado, mas é um governador que não tem a
preocupação com a gestão pública de verdade.
Então, mais uma
vez, o governador Tarcísio está fazendo um desserviço quando organiza o centrão
para prejudicar a população do nosso estado, principalmente os pequenos
municípios do nosso estado.
Muito obrigado,
Sr. Presidente. (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE - FÁBIO FARIA DE SÁ - PODE - Obrigado,
deputado Luiz Claudio Marcolino. Dando sequência a nossa lista de oradores do
Grande Expediente, deputado Emídio de Souza. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi.
(Pausa.) Deputado Reis. (Pausa.) Deputada Delegada Graciela. (Pausa.)
Deputado Oseias de Madureira. (Pausa.)
Deputada Dani Alonso. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor.
(Pausa.) Deputado Donato. (Pausa.) Deputada Márcia Lia. (Pausa.) Deputada Maria
Lúcia Amary. (Pausa.) Deputado Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.) Deputado Mauro
Bragato. (Pausa.) Deputada Professora Bebel. (Pausa.)
Deputado Itamar Borges. (Pausa.)
Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Atila Jacomussi. (Pausa.) Deputado
Capitão Telhada.
Vossa Excelência tem o tempo regimental
de até dez minutos.
O
SR. CAPITÃO TELHADA - PP -
Excelente tarde ao Sr. Presidente, deputado Fábio Faria de Sá, que nos dirige
nesta sessão ordinária. Aliás, obrigado pela permuta, pela concessão do tempo
nesse Grande Expediente.
Uma excelente
tarde a todos que nos acompanham pela TV Alesp, pelas redes sociais, a todos os
funcionários, militares e civis, da Assembleia Legislativa, a toda a galeria
que nos acompanha, aos parlamentares nesta tarde de terça-feira, que exercem
suas atividades aqui pela Assembleia. Uma excelente tarde.
Presidente,
trago nesta ocasião um tema para dar visibilidade aqui na tribuna da Assembleia
Legislativa, tendo em vista que, nesta manhã de terça-feira, 14 de outubro,
tive a oportunidade de participar mais uma vez de um evento solene.
Confesso que
uma das solenidades mais tristes, mais difíceis de se participar na nossa
instituição, na Polícia Militar do Estado de São Paulo, que é justamente a
solenidade de entrega da Medalha Cruz de Sangue.
Aqueles que nos
acompanham e não conhecem essa condecoração, a Medalha Cruz de Sangue foi
instituída nos anos 90, na Polícia Militar do Estado de São Paulo, para
reconhecer o sacrifício do policial militar que entrega a sua saúde, que
entrega a sua vida, que entrega os seus melhores dias, que entrega o seu
convívio em família em prol da sociedade, na defesa do cidadão de bem, até na
defesa daqueles que não valorizam os nossos policiais militares.
Eu gostaria de
pedir para o Machado deixar aqui na tela, inclusive pode colocar na tela
completa, imagens dessa manhã, aonde eu tive a oportunidade de cumprimentar
diversas famílias. Por que famílias?
Porque essa
senhora, por exemplo, é a irmã de um subtenente lá do regimento de cavalaria,
que perdeu a sua vida em serviço. E quem recebe a Medalha Cruz de Sangue em
grau ouro pelo policial militar tombado em serviço é o familiar.
Está aqui essa
senhora, que inclusive era cuidada pelo nosso subtenente do regimento de
cavalaria. Faleceu em serviço. E detalhe: no seu último dia de serviço,
presidente. No 07 de setembro, quando ele foi fazer o último desfile após 30
anos de serviço prestado à população, faleceu em serviço.
Aí está uma
outra família. Dois filhos e a esposa viúva de um policial militar rodoviária,
do policiamento rodoviário, também perdeu a sua vida em serviço, recebendo a
Medalha Cruz de Sangue em grau ouro.
E são três
classificações nessa medalha. É legal explicar para as pessoas, porque na nossa
instituição, que é uma instituição quase bicentenária, de quase 200 anos, a
maior Polícia Militar da América Latina.
Presidente, a
nossa Polícia Militar de São Paulo é o terceiro maior exército da América
Latina, só ficando atrás do exército brasileiro, do exército argentino e, logo
em seguida, vem esse exército. Aqui, a nossa milícia bandeirante, do nosso solo
paulista.
E nessa medalha
nós reconhecemos os nossos heróis. Os nossos heróis não morreram de overdose.
Os nossos heróis morreram entregando a sua vida pela sociedade. E aí existem
três graus: o grau ouro, que é quando o policial militar perde a sua vida.
Pode, Machado,
pode colocar em “looping”? O grau ouro é quando o policial militar perde a sua
vida. Então ele fez o sacrifício máximo, sacrifício capital, e é a família que
recebe a medalha.
O grau prata -
e ali tinha um policial que eu cumprimentei que ficou com uma sequela no rosto
e no movimento - é quando o policial militar é ferido em serviço e fica com uma
sequela permanente ou alguma deficiência, torna-se cadeirante, perde a visão,
perde alguma questão de mobilidade. Aí, ele recebe a Cruz de Sangue grau prata.
E tem, também,
aqueles que recebem a Cruz de Sangue grau bronze, que são aqueles que foram
feridos em serviço, porém não ficaram sequelados e conseguem exercer a sua
atividade 100% aptos, ainda nas fileiras da instituição.
Inclusive, aqui
na Casa, aqui na Assembleia Legislativa, nós temos uma policial militar, uma
mulher, uma guerreira, que recebeu hoje a sua Cruz de Sangue em grau bronze,
que foi baleada, alvejada, em um tiroteio extremamente violento lá em Santos,
no litoral de São Paulo, no ano de 2024, que é a cabo Najara Gomes, e em nome
da nossa policial aqui da assessoria policial militar da Assembleia
Legislativa, eu cumprimento a todos esses heróis, homens e mulheres, heróis
anônimos, heróis de carne e osso, que entregam a sua vida e que não medem
esforços para cumprir o seu dever constitucional, para cumprir o seu juramento.
Muito obrigado
a todos, a todas as famílias, a todos os nossos policiais militares, que
continuam apesar de todas as adversidades, que continuam trabalhando, lutando,
perseverando apesar dos baixos salários, que, sim, ainda é uma realidade das
polícias militares no Brasil, a baixa valorização, o baixo reconhecimento.
Não só, muitas
vezes, institucional, porque, infelizmente, existem episódios sim, mas o
reconhecimento público, o reconhecimento da sociedade. Infelizmente, ninguém se
lembra do policial, a não ser quando precisa da presença do policial, porque aí
clama a Deus, liga 190 para que chegue esse serviço do estado, que diga-se de
passagem, é o único serviço que chega nos quatro cantos do estado a qualquer
momento que um cidadão de bem pegar o telefone e ligar 190.
Vai chegar uma
viatura, vai chegar lá a figura de um policial militar para atender qualquer
que seja a demanda - de um parto, de um engasgo, que seja a demanda de um
roubo, de um tiroteio, de um salvamento aquático, de um salvamento de animal,
de uma queimada no meio ambiente, em uma área rural. Qualquer que seja a
demanda, vai chegar uma viatura da Polícia Militar e vai entregar o seu melhor,
até a sua vida para salvar o cidadão de bem.
Então, fica
aqui o meu reconhecimento à nossa instituição Policial Militar. Diga-se de
passagem também, é bom lembrarmos, essas medalhas Cruz de Sangue que foram
entregues hoje fazem referência ao ano de 2024 e 2025, então pouco mais de um
ano... Detalhe, 70 medalhas entregues, 15 em grau ouro, 15 policiais que
perderam suas vidas em serviço, fora os que perderam suas vidas em folga.
Mais cinco em
grau prata, esse policial caiu de um telhado durante uma perseguição de um
bandido e recebeu grau prata, que passou ali, e mais 55 em grau bronze. Então,
são mais de 70 policiais que receberam hoje, tiveram o reconhecimento da Cruz
de Sangue, em um lapso de pouco mais de um ano de trabalho e já tem outros
tantos para receberem, que foram ocorrências mais recentes.
É a nossa vida,
é a vida do policial. É como a gente fala, por isso que a gente não cansa de
exaltar essa figura. Eu trabalhei 19 anos na atividade da Polícia Militar, a
gente sabe do que está falando, a gente sabe do que esses homens e mulheres são
feitos - a coragem, o desprendimento pessoal que cada um tem na entrega ao
serviço público.
A gente
reconhece que essa classe de profissionais, de funcionários públicos entregam o
próprio peito, entregam a própria cara, perseguem indivíduos em alta velocidade
pelas rodovias, pulam muro, entram em rios, enfrentam o combate ao incêndio,
entram em estruturas colapsadas para salvar, para se entregar, abrindo mão dos
próprios cuidados, abrindo mão da própria saúde.
Então, é uma
classe que a gente tem que louvar sempre e tem que enaltecer e tem que buscar a
valorização, pressionando o governo, convencendo o governo, fazendo propostas
com o olhar de futuro para melhorar a condição de trabalho.
Já basta uma
legislação fraca que a gente tem no Brasil, uma legislação criminal que não
defende nossos policiais, que defende só o criminoso, que não defende nem o
cidadão de bem, aquele que, infelizmente, fica vítima e fica verdadeiro
encarcerado pelo crime, preso dentro de casa.
Não pode sair
com o celular, não pode sair com o carro, não pode comprar uma moto, porque vai
ser roubado, é esse o sentimento do cidadão de bem hoje. Então, a nossa
legislação não faz a sua parte.
Basta a nós,
cabe a nós, hoje parlamentares aqui no estado de São Paulo, brigarmos pela
valorização das nossas polícias, os parlamentares federais brigarem pelo
endurecimento penal, para que a lei proteja o policial, proteja o cidadão de
bem, proteja as famílias e todos juntos darmos as mãos para que os verdadeiros
heróis.
Aqueles que se
entregam na sua luta diária... Não só os policiais, mas tantos funcionários
públicos que se entregam no dia a dia para cumprir suas funções direitinho,
dentro do horário, para cumprir meta, aqueles nossos empreendedores, cidadãos
comuns que estão aí empreendendo, construindo um comércio, uma pizzaria, uma
loja, mas tem lá a carga tributária em cima, também são verdadeiro heróis que
buscam melhorar no dia a dia, que buscam desenvolver sua cidade.
Nós precisamos,
através do exemplo desses policiais militares, desses valorosos soldados,
encarar uma verdadeira valorização; voltar as nossas atenções, dos nossos
legisladores, para o que interessa de verdade. Sair um pouco da ideologia, mas
valorizar a classe trabalhadora do Brasil, que faz o nosso país, o nosso
estado, a nossa cidade crescerem. A gente tem que ter uma visão de futuro para
os nossos filhos, para as nossas futuras gerações.
Então, Srs.
Policiais Militares que hoje foram condecorados com essa importante medalha,
com essa importante condecoração que é a Cruz de Sangue, muito obrigado, e aqui
fica o reconhecimento da Assembleia Legislativa, da maior Casa Legislativa
estadual da América Latina.
Aqui fica o
reconhecimento não só do deputado estadual Capitão Telhada, mas o
reconhecimento de cada parlamentar que vibra e que luta por uma sociedade
melhor. Muito obrigado. Aqui fica a nossa melhor e mais sincera continência a
todos os heróis policiais e policiais militares do estado de São Paulo e do
Brasil.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - FÁBIO FARIA DE SÁ - PODE - Obrigado,
deputado Capitão Telhada. Parabéns.
Continuando a nossa lista de oradores
do Grande Expediente, com a palavra o deputado Enio Tatto. (Pausa.) Deputado
Paulo Fiorilo. (Pausa.) Deputado Edson Giriboni. (Pausa.) Deputado Carlos
Cezar. (Pausa.) Deputado Rômulo Fernandes. (Pausa.) Deputada Andréa Werner.
(Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.)
Deputada Carla Morando. (Pausa.)
Deputado Alex Madureira. (Pausa.) Deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.) Deputado
Marcos Damasio. (Pausa.) Deputado Dr. Elton. (Pausa.) Com a palavra, o deputado
Paulo Mansur.
Vossa Excelência tem o tempo regimental
de até dez minutos.
O
SR. PAULO MANSUR - PL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, presidente. Bom, estive em uma comitiva
parlamentar Brasil-Israel, de que faço parte, e ontem, nas notícias, a gente
ficou muito feliz com o presidente Donald Trump acabar interferindo na guerra e
trazendo a paz.
Nessa comitiva
em que nós estávamos, em Israel, a gente acabou visitando o Alexandre Horn, que
era pai de dois filhos e os dois filhos dele tinham sido sequestrados pelo
Hamas. O primeiro filho, o Yair, foi liberado ainda na primeira leva dos
reféns, que foram 250 reféns, e o segundo, que é o Eitan, ele permaneceu no
cativeiro, permaneceu nos túneis do Hamas, sendo tratado daquela maneira que o
Hamas faz.
Muitas pessoas
que estão no plenário nem imaginam, mas o Hamas, ele estupra homem, estupra
mulher, eles fazem terrorismo com a pessoa. Não é um sequestro comum. É
terrorismo. Eles fazem terrorismo com a pessoa. E ele acabou sendo libertado, o
Eitan Horn, agora, depois dessa intervenção de Donald Trump, que acabou
falando: “Ou vocês devolvem os reféns de vez ou a gente vai destruir vocês”. E
eles acabaram devolvendo e a gente estabeleceu a paz, graças a Deus.
Também hoje
saiu em todos os noticiários falando sobre quem vai substituir o Barroso. E a
pergunta que fica é: por que o Barroso deixou o STF se faltavam oito anos para
ele continuar no maior poder do Brasil? No maior poder do Brasil, onde você
consegue prender, onde você consegue absolver, onde você consegue punir parlamentares,
porque é o STF, hoje, que manda no Brasil.
Será que é
porque Donald Trump tirou o visto de Barroso? Vistos de ministros do STF que
estão cometendo ilegalidades jurídicas, que Donald Trump fala? Por que a Lei
Magnitsky foi aplicada em Alexandre de Moraes e na sua esposa, que é a lei mais
severa que pode se aplicar no mundo, onde aquela pessoa que tem a Lei Magnitsky
nela, todos os bens e todas as contas que têm ligação com os Estados Unidos são
confiscadas?
Agora sai uma
notícia também que Alexandre de Moraes acabou pedindo voz de prisão para Flávia
Magalhães. Flávia Magalhães, que é brasileira, mas é cidadã americana há 20
anos e, pela Primeira Cláusula Americana, o americano pode se expressar na rede
social da maneira que ele quiser.
Inclusive, o
americano pode se expressar contra políticos, contra juristas e ele não é
punido. A Primeira Cláusula Americana protege ele, como cidadão americano, de
se expressar, diferente do que vem acontecendo no Brasil. Pela forma da Flávia
Magalhães se expressar, Alexandre de Moraes deu voz de prisão a ela.
É isso o que eu
estou falando. E o Art. 53 me protege, porque eu sou um parlamentar e eu posso
“parlar” aqui neste Parlamento e falar o que eu quiser. Mas será que tenho a
imunidade mesmo? Porque Daniel Silveira não teve essa imunidade parlamentar do
Art. 53, porque ele foi preso. Daniel Silveira, não por roubar.
Ele não pegou
10%, 15% de desvio de emenda parlamentar, de desvio de contrato de prefeitura.
Daniel Silveira foi preso porque ele falou contra o STF nas redes sociais, no
canal do YouTube dele. Ele se expressou fortemente, falou palavrões. Ele se
expressou de uma maneira agressiva? Ele se expressou.
Mas ele se
expressou. Ele não roubou, ele não bateu em ninguém, ele não agrediu ninguém
fisicamente. E Daniel Silveira foi preso. Bolsonaro foi preso por quê? Por que
ele está preso? Por que ele arquitetou um golpe?
Mas um golpe só
se dá com arma, com tanque de guerra, com a mídia, com a Marinha, com o
exército, com a Polícia Civil, com a Polícia Militar. Tem que estar todo mundo
junto, porque se o Exército quiser tomar o poder, não consegue no Brasil.
A Marinha tem
que estar junto, a Polícia Militar tem que estar junto daquele Estado, a
Polícia Civil, tem que estar todo mundo junto. Então não é assim. Manifestantes
vão lá, duas, três mil pessoas na frente do Congresso se manifestarem. E vão
conseguir dar um golpe no Brasil e o presidente não vai mais continuar no
poder, porque é isso que é golpe, não é, não?
Foram duas,
três mil pessoas sem arma e duas mil pessoas foram presas. Pessoas de idade.
Tem pessoas nesta plateia que devem ter 70 anos, que se estivessem na
manifestação no 8 de janeiro, poderiam ser pegas ali e ficado presas até hoje.
Como a Débora
do Batom, que escreveu lá “Perdeu, mané” na estátua, mas, tudo bem, ela
escreveu com um batom. Ela precisa ficar 14 anos presa? Ela não pode limpar a
estátua e prestar um serviço numa entidade durante seis meses de prestação de
serviço? Ela precisa realmente ficar 14 anos atrás numa grade onde se faz cocô
e xixi no chão, porque é assim na cadeia no Brasil?
Vocês já foram
numa cadeia no Brasil para saber como é que é desumano? A pessoa precisa passar
por isso? Ela que é uma cabeleireira, exerce profissão, paga imposto, tem três
filhos, uma pessoa de bem e está passando por tudo isso, por uma narrativa de
golpe que foi imposta no Brasil e a mídia apoiou.
A mídia apoiou
essa ideia e transformou tudo isso numa narrativa de golpe, porque, quando eles
vão falar do Bolsonaro, eles falam que são golpistas. Vão falar do golpe. Que
golpe? Esse golpe não existiu, não teve golpe.
Então é uma
narrativa montada pelo PT para eles conseguirem o que eles querem, porque é
assim que o PT faz, é assim que a esquerda faz. Quando você tem um
posicionamento, eles pegam o seu posicionamento e transformam numa narrativa.
Eles são muito bons nisso.
Aliás, o Lula,
ele teve a capacidade de entender que ele precisava do STF e ele indicou
pessoas, juízes, no STF com viés socialista, declarados, no caso Flávio Dino.
Eu não estou indagando isso. São eles mesmos que falaram em entrevista sobre
isso, que gostam de como a China é administrada.
Na China,
quando você vai pra lá, é tudo lindo porque existe a privatização na China, só
que você só tem um partido, é só um comando no poder. Você não tem três
partidos, você não tem a democracia de aquela pessoa tem uma ideia e eu tenho
outra. Não existe esse debate. Aliás, quem ameaçou o presidente da China acabou
sendo preso e morto. Então é isso que é um país comunista.
E o Lula tem
esse viés. O Lula apoiou o Hamas. O Lula apoiou tudo que é de ruim no
socialismo: Cuba, Venezuela, os ditadores nesse mundo afora. E nós tivemos a
oportunidade com o presidente Bolsonaro de mudar esse País. Infelizmente ele se
encontra preso por 71 dias. Bolsonaro está preso há 71 dias, sem rede social,
sem se comunicar e está com 48% nas pesquisas. E não pode ser candidato. É um
verdadeiro absurdo o que fazem no Brasil.
Muito obrigado,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - FÁBIO FARIA DE SÁ - PODE - Obrigado,
deputado Paulo Mansur. Com a palavra a deputada Ediane Maria. (Pausa.) Deputado
Luiz Fernando Teixeira Ferreira. (Pausa.) Deputado Dirceu Dalben. (Pausa.)
Deputada Ana Perugini. (Pausa.) Deputada Prof.ª Camila Godoi. (Pausa.)
Deputado Guilherme Cortez. (Pausa.)
Deputado Gil Diniz. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputada Marina
Helou. (Pausa.) Deputado Marcelo Aguiar. (Pausa.) Deputada Thainara Faria.
(Pausa.) Deputado Rafael Saraiva. (Pausa.) Deputado Conte Lopes.
Vossa Excelência tem o tempo regimental
de até dez minutos.
O
SR. CONTE LOPES - PL
- Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público que acompanha na
tribuna da Assembleia, hoje pela manhã eu acompanhava o noticiário na Globo,
com o Valmir Salaro, a respeito do novo crime que está estourando no Brasil: os
roubos de aliança.
É o fim do
mundo que uma senhora, um senhor, uma família não pode sair às ruas, porque são
atacados por bandidos para levar aliança. E alguns perdem a vida quando vão
levar a aliança. Infelizmente, é isso. É o celular, é a aliança. O que a gente
fazia na Rota com o bandido hoje os bandidos fazem com a população, deputado
Reis.
Os bandidos vêm
de moto, duas, três, e enquadram as pessoas de bem nas ruas. Batem em idosos,
jogam no chão, roubam tudo, deixam pelado, deixam nu nas ruas. E a gente não vê
ninguém tomar atitude alguma. O deputado Reis é um que fala: “Mas você fala”.
Eu falo? Porque
quando eu cheguei aqui, em 86, eu vim da Rota, da Polícia Militar, por combater
o crime, por trocar tiros com bandido, por responder a um montão de processos
de tiroteio com bandido. Nenhum de corrupção até hoje, só tiroteio com bandido.
Até o Caco Barcelos fez um livro, Rota 66, e me deu um capítulo, o Deputado
Matador, porque mesmo depois de deputado, eu andei salvando pessoas.
Uma menininha
em Mogi das Cruzes, a Thabata, de 75 dias, que foi esfaqueada duas vezes por
dois estudantes de Engenharia do ITA. Thabata Eroles, estudantes de engenharia
do ITA, dois japoneses, que queriam sequestrar o bebê e acabaram morrendo em
tiroteio comigo - eu já era deputado aqui nesta Casa. Deram uma facada no
intestino da criança que arrancaram... Estudantes de Engenharia do ITA.
Arrancaram o intestino da criança, e outro no peito. Não morreu porque Deus não
quis.
E os
bandidos... Aí na época, Michel Temer, secretário, achava que eu era, e outros
companheiros de Rota, muito eufóricos na luta contra o crime. E foram nos
transferindo. Eu fui parar ali no Hospital Militar. E de lá para cá - não por
minha causa, é óbvio - o crime cresceu.
E por que eu
estou falando isso? Tem uma PEC que estão fazendo aí, a tal PEC que o Lula está
lançando lá, da Segurança. Ora, enquanto não houver prisão para bandidos
sentirem o peso da lei, não adianta fazer PEC nenhuma. O cara não fica preso.
Os bandidos que
mataram aquele delegado... Já vi um... Um deles foi preso quatro vezes: duas
por assalto e duas por tráfico. Ele tem 30 anos de idade. Então, quanto tempo
ele ficou na cadeia? Em outros lugares o cara fica preso, cumpre pena. Aqui
não.
Então, dessa
forma, nós vamos de mal a pior, porque o bandido faz o que bem entender. E
agora é o assalto do momento: roubar famílias e enquadram lá... Chega com um
cara e enquadram. Outro dia, uma dentista, aqui em Suzano, chegava em sua casa
de carro, foi assaltada, recebeu um tiro no rosto. E o bandido levou o carro. E
graças ao bom Deus, a Rota cruzou com o bandido e ele morreu. Ele já tinha três
latrocínios, inclusive de um policial, que ele matou o policial para roubar.
E como é que
ele está na rua? Ah, porque tem audiência de custódia - que é justamente para
facilitar a soltura dos bandidos. Porque criaram essa imagem, não é? “Tem muito
bandido preso.” Tá, tem bandido preso porque ele comete crime. Se ele não
cometesse crime, estupro, roubo, assalto... na cadeia. Ele não estava. Então
criaram essa audiência de custódia. O cara vai preso hoje e amanhã ele sai.
Até absurdos,
não é? André do Rap, por exemplo, o maior traficante do mundo, que a polícia
ficou talvez dez anos para pôr a mão no cara. Leva o cara em cana. No primeiro
sábado, o advogado entra com recurso no Supremo Tribunal Federal. O ministro do
Supremo, que estava de plantão, concedeu o habeas corpus para o André do Rap -
o maior traficante do mundo. E o André do Rap foi embora.
Na
segunda-feira, quando... Alguém... Não sabe como é que solta um cara desse, não
é? Alguém explica para o ministro: “Olha, ele é o maior traficante do mundo”.
Ele manda para a polícia uma determinação: “Prenda-se”. Vai achar o André do
Rap de novo agora. Então, infelizmente, é isso. Enquanto se facilita as coisas
para os criminosos, nós vamos de mal a pior.
Tem uma PEC lá,
deputado Reis... Por que que não unificam as polícias? Porque desde que eu
entrei na polícia - faz tempo, em 67, como soldado. Olha quantos anos: 50 e
tantos - já é uma briga entre Polícia Civil e Militar. O cidadão vai na
delegacia, a delegacia o manda sair e ligar no 190. Ele liga no 190 e o manda
para a delegacia.
Ora, se
houvesse uma polícia só, todos seriam responsáveis pela Segurança, não é? Não é
“a”, “b” ou “c”. Ainda mais agora, que nós estamos criando Guarda Municipal em
toda cidade, nada mais justo que existisse a Polícia de São Paulo. Nada mais
justo que existisse a Polícia de São Paulo. E aí, criam-se suas Guardas e elas
fazem o serviço municipal lá, e nós temos a Polícia aqui, agindo
preventivamente e repressivamente.
Mas, na
verdade, é isso: a gente ouve muitas reclamações contra a polícia. Mas o
problema é a impunidade. Bandido no Brasil não sente o peso da lei. Enquanto
isso acontecer, quem vai sofrer é o povo.
Fica uma briga
aqui neste plenário, no Brasil, esquerda, direita, né? A esquerda seria
defensora dos bandidos, a direita quer matar todos os bandidos... não é nada
disso. Acho que o que tem que ser cuidado é a sociedade.
A polícia
existe para dar segurança para o povo, não é para o governo “a”, “b” ou “c”,
não é para isso. É para dar segurança para a população. E do jeito que está,
nós vamos de mal a pior.
O crime está
crescendo, o crime organizado está cada vez mais organizado, e a polícia mais
desorganizada, a ponto de hoje, me surpreendeu, vários casais sendo assaltados
aqui em São Paulo. Vai sair para uma caminhada, o bandido chega lá, aponta a
arma, arranca o anel da mulher, do homem, para os carros, leva o anel, a
aliança, anel.
Então, Sr.
Presidente, ficam aí as nossas colocações. Enquanto não houver realmente dureza
contra bandido, aqui não pode ter pena de morte, não pode. Nem prisão perpétua.
Nem trabalho, ele não pode trabalhar também, ele trabalha se ele quiser.
Mas que pelo
menos ele cumprisse a pena, como esse que matou a dentista. Se ele tivesse
cumprido a pena as três vezes que ele foi preso por latrocínio, obviamente ele
não teria matado a dentista, porque ele estava na cadeia.
Mas não, é uma
“vantagem de soltar”, é a saidinha temporária. “Vai embora, depois você volta”,
o cara não volta. Ninguém sabe quem autoriza sair, ninguém sabe quem determina
que volte, e fica nisso aí. E a bandidagem sai e comete cada vez mais crimes.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - FÁBIO FARIA DE SÁ - PODE - Obrigado,
deputado Conte Lopes. Dando sequência à nossa lista de oradores do Grande
Expediente, com a palavra o deputado Rogério Santos. (Pausa.) E com a palavra o
deputado Reis.
Vossa Excelência tem um tempo
remanescente de quatro minutos, deputado, ao término do Grande Expediente.
O
SR. REIS - PT - Eu tenho quatro minutos para
falar, precisava de 30 minutos, mas já vou pedir uma comunicação para Vossa
Excelência.
O
SR. PRESIDENTE - FÁBIO FARIA DE SÁ - PODE - Ele é
regimental, mais dois minutos.
O
SR. REIS - PT
- Porque aí eu fico seis minutos. Mais algum tempo que eu vou me estender,
porque eu tenho que ajudar o deputado Conte Lopes no debate da Segurança
Pública. Outro dia eu falei para o deputado Conte Lopes: mas Vossa Excelência
está falando há 40 anos a mesma coisa e a segurança não mudou nada. Ele falou:
pois é, tanto é que deu certo que eu estou aqui até hoje. Então, parabéns para
o deputado Conte Lopes no combate à violência, à criminalidade.
Mas dizer
também para o deputado Conte Lopes que a questão da PEC, a PEC 18, que está
tramitando lá em Brasília. O grande problema da PEC são os governadores. Os
governadores acham que vai reduzir o poder deles nos territórios, e a grande
grita para não aprovar a PEC vem dos estados, principalmente do estado de São Paulo.
O governador de
São Paulo é contra a PEC 18. Na realidade, a PEC também eu não acho que vai
resolver o problema da pessoa que está sendo vítima lá na periferia e está
perdendo sua aliança, perdendo seu celular, porque ela não tratou disso.
O que a PEC
traz é a possibilidade de a Polícia Federal investigar os crimes
interestaduais, os crimes internacionais, que ela já investiga, mas em se
tratando do crime organizado hoje, a competência é da Polícia Civil. E a PEC
traz a possibilidade da Polícia Federal, por exemplo, investigar as facções
criminosas que praticam o crime aqui e praticam o crime lá em Portugal,
praticam o crime lá na Espanha, praticam crimes aqui e praticam crimes em
outros estados. Então a grande alteração da PEC é essa.
E junta lá a Polícia
Marítima, a Polícia Ferroviária, a Polícia Rodoviária e cria uma Polícia
Ostensiva Federal, que também vai, eles estão chamando de Polícia Viária,
também não vai resolver o problema da Dona Maria que sai quatro horas da manhã
para ir trabalhar, está num ponto de ônibus, passa um motoqueiro lá, toma a
bolsa dela, toma o celular, joga os documentos dela em terreno baldio. Acontece
muito isso no dia a dia.
E dizer para o
deputado Conte Lopes que o Capão Redondo está em primeiro lugar em roubos e
furtos. Agora, o Capão Redondo não está em primeiro lugar em roubos e furtos.
Só agora, há um
ano, que a gente vem analisando os indicadores criminais, e a gente vem vendo a
situação do Capão Redondo, do Campo Limpo, do Parque Santo Antônio, os bairros
de Pinheiros, Vila Madalena, são os bairros que estão lá em cima no ranking de roubos
e furtos.
Você não pode
ter um celular, você não pode sair com o celular na mão que, obviamente, passa
alguém de bicicleta, de moto, e leva embora.
Agora, o que eu vejo é que o governo... Aliás, nós vamos fazer uma
grande campanha no Capão Redondo pela restituição da segurança do povo do Capão
Redondo.
O governo que
aí está, e não é só esse governo, os governos anteriores também... Não dá para
dizer “Ah, é o Tarcísio”. O Tarcísio não está nem aí com a Segurança Pública,
mas o Doria também não estava nem aí, o Alckmin também não estava nem aí.
Porque, para nós, que somos da Segurança Pública, a gente sabe da deficiência
há anos.
O governo que
deu uma olhadinha melhor para a Segurança Pública foi lá atrás, o Orestes
Quércia, quando criou o rádio patrulhamento padrão, colocou uma viatura em cada
bairro.
Hoje isso não
existe mais, destruíram. E as matérias estão aqui. “O banco da sala de espera do 47º DP, no
Capão Redondo, na estrada de Itapecerica, zona sul de São Paulo, nem esfria. E
alguém já se senta novamente, para relatar aos policiais mais um roubo ocorrido
na região.
Distante, cerca
de 30 quilômetros da Praça da Sé, marco zero da Capital, a delegacia foi a que
mais registrou roubos entre janeiro e agosto deste ano...” O ano passado
também, não é só esse ano, o ano passado também. “Dentre os mais de 90
distritos policiais espalhados pela cidade. Foram 2.589 notificações do crime
no período, segundo dados divulgados pela Secretaria de Segurança
Pública”.
E depois,
quando você vai para os bairros ao lado, Jardim Ângela, é a mesma coisa. O que
acontece? Não há funcionários para fazer investigação. O governo de plantão tem
dificuldade em contratar novos policiais. Então não há funcionários para fazer
a investigação. Não há policiais para fazer as rondas. Não há rondas nos
bairros. Aliás, tem que pegar esses
oficiais da PM e pôr tudo na rua pra trabalhar, viu?
Conte Lopes,
você me desculpa, né? Mas fica lá um monte de oficial, lá no palácio do
governo. Outro dia eu fui lá, tem uns 50 para te atender. Põe eles pra bater
bota na rua, para fazer policiamento, né? É muita mordomia. Não tem soldado.
Não tem cabo, não tem soldado, não tem sargento.
Mas tem um
monte de tenente, de capitão, de major, de coronel, de tenente coronel ganhando
uma fortuna - porque o salário deles é bom em relação aos praças -para ficar
bajulando o governador. No palácio do governo, tem 552 policiais militares. Tem
mais policiais militares no palácio do governo do que nos batalhões: 552,
pasmem!
Não é só lá.
Você vai para o Tribunal de Justiça, são 289. Vai para a prefeitura, são cerca
de 70. Vem aqui para a Assembleia Legislativa, são cerca de 100. Você vai para
a Câmara Municipal, o presidente da Câmara Municipal tem 20 PMs para ficar
pajeando ele.
Tinha que
pegar, em vez de botar os PMs lá, põe segurança privada, põe o pessoal para
fazer segurança e põe aqueles oficiais do gabinete do governador para fazer
segurança na rua. Talvez conseguiria reduzir a criminalidade. Talvez esse
pessoal na rua, trabalhando, poderia reduzir a criminalidade.
Mas, do jeito
que está... O governo sabe, mas não toma nenhuma atitude. Porque os jornais
trazem as matérias, trazem as estatísticas, mas qual é o plano do governo, qual
é o projeto do governo, qual é o programa do governo para reduzir a criminalidade?
Não tem nenhum.
Aliás, outro
dia, estava aqui um comandante da companhia do Capão Redondo, pedindo emenda
para comprar viatura, porque nem viaturas tem. Aí compra meia dúzia de viatura,
e quando eles compram meia dúzia de viatura, eles fazem desfile, para fazer
aquela papagaiada toda, para aparecer, para dizer que está melhorando a
Segurança, e é tudo faz de conta. Tanto é faz de conta que os índices estão
mostrando isso. Não é de hoje, é mais de um ano.
Então o governo
precisa criar um programa de Segurança Pública. Ele precisa trazer os seus
comandantes e falar: “Ah, você quer comandar a companhia? Qual é o seu programa
para reduzir a criminalidade? Você quer comandar o departamento, a delegacia, o
batalhão? Qual é o seu programa? O que você tem?” Não é só nomear o cara para
ele assumir o cargo, pagar de gatinho, ficar assumindo papel, mas não resolver
o problema da população. Não resolve o problema da população.
Então o governo
tem que ter um programa. Governador, qual é o seu programa para a Segurança
Pública de São Paulo? Até agora, não vimos nada, as promessas não foram
cumpridas. Até a questão da valorização dos policiais até agora não aconteceu.
O
SR. PRESIDENTE - FÁBIO FARIA DE SÁ - PODE - Para concluir,
deputado.
O
SR. REIS - PT - PARA
COMUNICAÇÃO - Vou concluir em três minutos.
Até agora não aconteceu. Até agora. Eu
até espero que o governo possa, ano que vem, antes das eleições, porque tem
período em que não se pode dar reajuste para ninguém, que ele possa entender
que tem que melhorar o salário dos policiais. Os policiais de Brasília estão
superfelizes. Lá eles tiveram 27% de reajuste, mas quem paga o reajuste lá? O
governo federal. Não é o governo distrital.
Mas o governo de São Paulo, sabedor que
São Paulo é o estado mais rico da Federação, poderia falar: “Poxa, eu vou
começar melhorando a Segurança Pública pelo salário dos policiais. Eu vou
melhorar a Segurança Pública pagando bem para os policiais”. E é o que não
acontece em São Paulo.
Um soldado ganhar quatro mil reais para
pôr a sua vida em risco não é fácil. Quatro mil reais é o que o policial
militar leva para casa. A gente apresentou um projeto para garantir a
gratuidade no transporte para eles, o governador vetou. Nem isso o governador
garantiu.
Então o que a gente precisa cobrar do
governador é que ele apresente um programa. Governador, qual é o seu programa
para a Segurança Pública do Estado de São Paulo? Qual é o seu programa para
reduzir a criminalidade no Capão Redondo, no Campo Limpo, no Parque Santo
Antônio, no Jardim São Luís, no Jardim Ângela, em Pinheiros, onde estão os
maiores índices de roubos e furtos? Até agora o governador que aí está ainda
não disse a que veio, Sr. Presidente.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - FÁBIO FARIA DE SÁ - PODE - Obrigado,
deputado Reis.
O
SR. REIS - PT - Sr. Presidente, requeiro a
suspensão dos trabalhos até as 16 horas e 30 minutos.
O
SR. PRESIDENTE - FÁBIO FARIA DE SÁ - PODE - É regimental o
pedido de Vossa Excelência. Está suspensa a sessão
até as 16 horas e 30 minutos da data de hoje.
*
* *
- Suspensa às 15 horas e 42 minutos, a
sessão é reaberta às 16 horas e 42 minutos, sob a
Presidência do Sr. André do Prado.
* * *
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Sras.
Deputadas, Srs. Deputados, vamos passar à Ordem do Dia.
* * *
- Passa-se à
ORDEM DO DIA
* * *
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Há sobre a
mesa requerimento do nobre deputado Luiz Fernando, com número regimental de
assinaturas, nos termos do Art. 35, do Regimento Interno, para a constituição
de uma comissão de representação com a finalidade de participar de reuniões com
os ministros do Trabalho, da Agricultura e Pecuária, da Educação e do
Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, para tratar de investimentos
para o estado de São Paulo, a realizar-se nos dias 21 a 23 de outubro do
corrente ano, em Brasília, a ser custeada via verba de gabinete parlamentar.
Em votação. As Sras. Deputadas e os
Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.)
Aprovado o requerimento.
Há sobre a mesa também requerimento do
nobre deputado Guilherme Cortez, com número
regimental de assinaturas, nos termos do Art. 35, do Regimento Interno, para a
constituição de uma comissão de representação com a finalidade de participar da
4ª Conferência Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+, a realizar-se no dia
21 de outubro do corrente ano, em Brasília, a ser custeada via verba de
gabinete parlamentar.
Em votação. As Sras. Deputadas e os
Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.)
Aprovado o requerimento.
O
SR. CARLOS CEZAR - PL - Pela ordem, Sr. Presidente.
Havendo acordo entre as lideranças, requeiro o levantamento da presente sessão.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental o
pedido de Vossa Excelência. Havendo, então, acordo
entre as lideranças, esta Presidência dá por levantados os trabalhos. Convoco
V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma
Ordem do Dia de hoje, lembrando-os, ainda, da sessão extraordinária a
realizar-se hoje, dez minutos após o término da presente sessão.
Está levantada a sessão.
*
* *
- Levanta-se a sessão às 16 horas e 44
minutos.
*
* *