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23 DE SETEMBRO DE 2014

129ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidentes: JOOJI HATO, OLÍMPIO GOMES e OSVALDO VERGINIO

 

Secretário: OLÍMPIO GOMES

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - PRESIDENTE JOOJI HATO

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

2 - OLÍMPIO GOMES

Assume a Presidência.

 

3 - JOOJI HATO

Informa que visitou pronto-socorro na zona norte da cidade de São Paulo, neste final de semana. Considera precárias as condições de trabalho e higiene do local. Lamenta que os hospitais e Santas Casas do Estado estejam sucateados. Atribui à violência a responsabilidade pelo consumo de recursos estatais que poderiam ser direcionados à Saúde. Defende fiscalização quanto à entrada de armas ilegais no País.

 

4 - JOOJI HATO

Assume a Presidência.

 

5 - OLÍMPIO GOMES

Comenta caso de vendedor ambulante morto durante confronto entre camelôs e policiais militares em ação anti-pirataria na Lapa, em São Paulo. Critica pronunciamento do ouvidor das polícias de São Paulo, Júlio César Fernandes Neves, que afirmou que os policiais que trabalham na Operação Delegada deveriam usar armamento não letal. Elogia o aparato jurídico da Associação dos Policiais Militares Deficientes Físicos do estado de São Paulo, que saiu em defesa do soldado Henrique Dias Bueno de Araújo.

 

6 - OSVALDO VERGINIO

Critica o serviço prestado pelas operadoras de telefonia celular no estado de São Paulo. Destaca que os convênios médicos deixam a desejar quanto ao atendimento à população. Lamenta a morte do estudante Victor Hugo Santos, de 20 anos, encontrado em raia olímpica na Universidade de São Paulo.

 

7 - ED THOMAS

Elogia a atuação profissional da secretária estadual de Justiça e Defesa da Cidadania de São Paulo, Heloisa de Souza Arruda, que recebeu homenagem em sessão solene da Câmara Municipal de Presidente Prudente por trabalhos realizados em benefício da região do Oeste Paulista.

 

8 - OSVALDO VERGINIO

Assume a Presidência.

 

9 - JOOJI HATO

Faz comentários sobre o trabalho parlamentar realizado nesta Casa. Informa que sua atuação é ilibada e que é assíduo enquanto deputado. Lembra projetos de lei, de sua autoria, apresentados neste Parlamento. Pede respeito à atuação parlamentar. Defende condições de vida dignas aos animais. Pede consciência aos eleitores no momento de escolher seus candidatos.

 

10 - JOOJI HATO

Solicita o levantamento da sessão, com anuência das lideranças.

 

11 - PRESIDENTE OSVALDO VERGINIO

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 24/09, à hora regimental, com Ordem do Dia. Levanta a sessão.

 

 

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            - Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. PRESIDENTE – JOOJI  HATO - PMDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Olímpio Gomes para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO – OLÍMPIO GOMES – PDT - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, tem a palavra o primeiro orador inscrito, nobre deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado José Zico Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra a nobre deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Edinho Silva.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Olímpio Gomes.

 

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O SR. PRESIDENTE - OLÍMPIO GOMES - PDT - Tem a palavra o nobre deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Adilson Rossi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Leandro KLB. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Jooji Hato.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, venho à tribuna no dia de hoje dizer que eu amo os animais, tenho oito gatos e cinco cachorros, mas não sou carneirinho e nem cordeirinho. Quero falar sobre algo que me incomoda muito como cidadão, médico e deputado. Estive, no domingo, num pronto-socorro que fica na Zona Norte, o que me constrangeu muito. São Paulo é a maior cidade do Hemisfério Sul, mas possui um pronto-socorro com uma UTI sobrecarregada e em más condições, com uma retaguarda, que é uma semi-UTI, também em péssimas condições. As portas estão corroídas, sem pintura e sujas, com apenas uma médica, e toda atrapalhada. O seu prontuário era muito desorganizado.

Fiquei pensando: que cidade é essa em que vivemos? Isso não ocorre só lá. Quando estive, por exemplo, em Capão Bonito, uma cidade interiorana, vi a Santa Casa deteriorada e o hospital do SUS em gravíssimas condições.

Eu queria ver um governador, um prefeito, um executivo, ou mesmo o presidente da República, ser atendido pelo SUS nessas condições. O indivíduo chega lá e caminha para a morte. Não há condições. Nossos hospitais estão falidos.

Sempre digo que esse “status quo” existe em função da violência. Essa violência que não conseguem controlar com um contingente enorme de PMs e policiais civis. Seria necessária uma retaguarda do Exército para coibir as armas nas fronteiras. Poderia ser feita uma força-tarefa, mas não fazem.

Não sou carneirinho e nem cordeirinho. Eu protesto. Vá a um hospital SUS, uma imundície. Maus-tratos, desaparelhamento, o desrespeito à vida. Eu observei isso nesse domingo. O paciente faleceu. Em breve estarei no enterro desse paciente, que trabalhou muito e se dedicou à nossa cidade, ao nosso estado, ao nosso País.

Mata-se indiretamente. Não há atendimento. Havia apenas uma médica cuidando do pronto-socorro de um grande hospital na Zona Norte. É um absurdo. Assim estão os nossos hospitais. É uma falta de respeito à vida.

Nobre deputado Olímpio Gomes, não matam apenas PMs e cidadãos de bem, mata-se nas filas dos hospitais, nos corredores dos prontos-socorros. Mata-se porque o atendimento não é prestado da maneira correta.

Até quando a situação vai continuar assim? Não vamos mudar? Vamos continuar aceitando de braços cruzados? Não sou carneirinho e nem cordeirinho. Eu protesto. Acho que a situação deve mudar. Não podemos mais aceitar o que estamos vivendo, essa herança que recebemos e estamos passando para nossos netos e bisnetos.

É uma vergonha. Eu queria ver um governador, um prefeito ou um executivo ser atendido pelo SUS nessas condições. Os bacanas vão para o “Einstein” ou para o “Sírio-Libanês” procurar o melhor atendimento. Eles que deviam cuidar das pessoas mais carentes, aqueles que não podem pagar por um plano de saúde. Elas são atendidas no SUS e são desrespeitadas.

Esse é o governo que temos. É essa a situação. Precisamos mudar. Não podemos aceitar mais. Eu não concordo. Nobre deputado Olímpio Gomes, que defende a paz, eu também defendo a vida. Sou médico. Não dá para aceitar. É gravíssima a nossa situação.

Tem jeito? Tem. Basta controlar os dois pilares que sustentam a violência. Para a bebida alcoólica e as drogas eu fiz a lei seca, a lei fecha bar e a lei do silêncio. Também precisamos controlar as armar. Devemos tirar essas armas que infelicitam, que matam, que ferem. As vítimas vão todas para os prontos-socorros dos hospitais, consumindo leitos importantes. Eles consomem recursos importantes do SUS, que não tem dinheiro para pagar médicos e nem para melhorar os hospitais.

É uma vergonha. É por isso que esses dois pilares devem ser controlados. Termino minha fala dizendo que tenho esperança, sou um sonhador. Não sou carneirinho e nem cordeirinho. Sou sonhador, e espero que nosso País mude. Não dá mais para aceitar isso de braços cruzados.

Basta olhar as filas nos prontos-socorros dos hospitais. Infelizmente, o sucateamento existe, e é horrível. Como médico, eu fico constrangido.      

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE – OLÍMPIO GOMES - PDT - Tem a palavra a nobre deputada Sarah Munhoz. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Milton Leite Filho. (Pausa.)

Srs. Deputados, Sras. Deputadas, esgotada a lista de oradores inscritos para falar no Pequeno Expediente, vamos passar à Lista Suplementar.

Tem a palavra o nobre deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Ramalho da Construção. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado André Soares. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Alexandre da Farmácia. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Carlos Neder.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato.

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O SR. PRESIDENTE – JOOJI HATO – PMDB – Tem a palavra o nobre deputado Luiz Moura. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Celso Giglio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado João Paulo Rillo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Olímpio Gomes.

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT -  Sr. Presidente, Srs. Deputados, cidadãos que nos acompanham pela TV Alesp, funcionárias e funcionários desta Casa.

Foi noticiada em todo o país, em especial no estado de São Paulo, uma ocorrência: no momento em que os policiais militares, em atividade delegada na Lapa, faziam a apreensão de produtos de origem duvidosa, houve o entrevero com camelôs e, no embate, um cidadão foi ferido e acabou falecendo. O policial militar Henrique Dias foi atuado duplamente em flagrante pelo DHPP - Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa - e pelo PPJM - Polícia Judiciária da Polícia Militar.

Eu venho a esta tribuna para, primeiro, lamentar o desfecho da morte de um cidadão, mas não dá para ser hipócrita e virar as costas para as próprias imagens dos policiais sendo atacados. Ninguém quer o resultado ferimento ou morte.

Ocorre que a Justiça Criminal de São Paulo e a Quarta Auditoria da Justiça Militar acolheram a pretensão do excepcional advogado Fernando Capano - da Associação dos Policiais Militares e Deficientes Físicos - e colocaram o soldado Henrique Dias para responder o processo em liberdade. A própria lavratura do Auto de Prisão em Flagrante, me desculpem, foi oba oba para jogar para a torcida.

Perdão, mas prender um servidor do Estado, com residência fixa, um servidor militar, simplesmente para dizer que foi preso em flagrante delito - e ficou preso desde a quinta-feira até ontem à noite - é uma imbecilidade. Eu não tenho palavra melhor. Ter que escutar o ouvidor da polícia dizendo... Ele deveria ouvir mais e falar menos besteira.

O ouvidor dizendo: “os policiais militares que trabalham na operação delegada deveriam trabalhar desarmados”. No estado de São Paulo, até a meia-noite, 77 PMs foram executados neste ano e o ouvidor, que deveria ouvir mais e falar menos besteira, está dizendo que a polícia deve terminar desarmada.

Não vou entrar no mérito da Operação Delegada, todos sabem minha contrariedade sobre esse mal necessário, criado pelo governador e votado nesta Casa. Ficamos 180 anos na polícia prendendo um ao outro por bico. Eu mesmo fui punido por bico. Mas depois dizem que, se o município pagar, pode. Aí não tem mais problema para a saúde, descanso, convivência, nada disso.

Qual município vai dizer que um policial pode trabalhar com sua capacidade diminuta de resposta, desarmado? Sugerem: “coloquem implementos não letais”. Nenhum desses “ólogos” ficaria cinco minutos em função pública, e em público, sob ameaça. A própria ação do ataque aos policiais, como foi com a soldado Arethusa na zona leste, demonstra que cada vez mais não há respeito pela figura da autoridade pública, do policial, da polícia. Estão atacando policiais, sim!

É lógico que o Henrique Dias não desejava o resultado, mas era um agente público. As imagens mostram claramente quando tentam arrancar dele o espargidor no meio da massa, no meio do tumulto. O Estado o disponibilizou com técnicas e instrumentos para defender a sociedade e se defender. Hipocrisia não é suportável.

Venho aqui cumprimentar a Associação dos Policiais Militares Deficientes Físicos, por ter advogados competentes como o Dr. Fernando Capano. Agora, no processo, vai-se mostrar exatamente o que as imagens já deixam claro. Havia antecedentes em relação ao Henrique Dias como policial, em outra circunstância, em uma ocorrência em que faleceu alguém que o atacava e atacava outro policial. A apuração, no entanto, já deixou claras as circunstâncias em que ele e o outro policial agiram. A acusação é falsa, é leviana.

A lei está inadequada ao contexto da sociedade. Vossa Excelência falava de haver governos e governantes com pulso, com firmeza para agir em relação à Saúde, à Educação, à Segurança. Mas, com essa frouxidão toda, cada vez mais se atenta à autoridade, à lei e ao respeito. O resultado acaba sendo o menos desejado, ou o mais traumático.

Eu lamento, sou solidário à dor da família do rapaz que faleceu, mas não posso deixar de vir a público dizer que o soldado Henrique Dias agiu de forma moderada como diz a lei em relação às circunstâncias e aos meios de que dispunha. Ele não atacou ninguém, foi atacado. Isso tem que ficar absolutamente claro.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, tem a palavra o nobre deputado Osvaldo Verginio.

 

O SR. OSVALDO VERGINIO - PSD - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público presente, telespectadores da TV Alesp, internautas. Mais uma vez, estou na tribuna para falar um pouco de nosso trabalho no estado de São Paulo. Sempre falo das operadoras de telefonia celular.

Percebemos que, a cada dia que passa, está ficando pior falar em celular. Nós, políticos que vamos visitar as cidades pelo interior, vemos, principalmente pelo Vale do Ribeira, a dificuldade que há. Os comerciantes das cidades daquela região estão sofrendo muito, porque não têm a oportunidade de utilizar o cartão de crédito: os postos de gasolina na estrada não podem ter a máquina de cartão de crédito, infelizmente, porque lá a telefonia celular é nota zero. Na região de Presidente Prudente, não é diferente. Se você sai 100 metros da cidade, não consegue mais falar em celular.

Isso é um abuso, a população paga alto na conta do celular. São taxas e mais taxas. As pessoas percebem que, na sua conta, todo mês, mesmo quando se trata de um telefone que não é pós-pago, também pagam taxa. Não há a oportunidade de se ter um telefone de qualidade. Percebemos que as empresas não ligam para a população, querem somente vender celular, não querem nem saber o que vai acontecer. Acho que nos presídios está mais fácil usar o telefone do que fora, mesmo com os bloqueadores. A população tem reclamado muito, o Procon recebe várias reclamações. Não se cumpre essa demanda tão grande que existe em São Paulo em relação à telefonia celular. É muito triste isso.

Há poucos dias, falei aqui sobre a questão dos convênios médicos. Alguns ainda foram moderados e abaixaram o valor: de 20%, aumentaram 9 por cento. Mas alguns aumentaram 22 por cento. É um abuso. Mesmo em hospitais particulares, as pessoas também estão morrendo nas filas. As pessoas vão passar no médico num hospital que tem nome, hospital de gente rica, e têm que enfrentar filas. Até mesmo para fazer um exame, às vezes esperam até 30 dias. A população paga muito caro, sofre demais e não tem aquilo que é de direito. É uma tristeza muito grande. Todos nós pagamos impostos e temos direito à Saúde, Educação, moradia, temos direito de ir e vir, de ter uma mobilidade urbana boa. Estamos sofrendo, porque pagamos tudo paralelamente: se você quer ter uma creche ou escola para seu filho, tem que pagar; se você quer sepultar alguém num cemitério bom, tem que pagar, infelizmente. Paga-se para nascer, viver e morrer. É por isso que os políticos estão num descrédito muito grande. Às vezes, vamos para a rua fazer política e somos maltratados. A população tem direito de falar sobre os políticos. Mas também há políticos bons, que realmente se preocupam com a população, fazem projetos. É importante que as pessoas saibam quais são os políticos que realmente trabalham para nosso povo.

E também estou um pouco entristecido hoje por causa dessa perda muito grande do Victor Hugo, um garoto de Osasco. Infelizmente não é o primeiro caso na USP. Tivemos o caso do estudante chinês, que foi encontrado no fundo de uma piscina, quase no mesmo local.

Como essas festas são permitidas, essa loucura de bebidas, dentro de uma universidade conceituada como a USP? As tragédias acontecem e os pais estão sofrendo muito. O corpo deve estar chegando à cidade de Osasco. O Victor é de uma família boa, seus pais sempre lutaram para dar o melhor para seus filhos. É uma tragédia que não desejo para nenhuma família. Com toda certeza a polícia vai desvendar esse crime, e prender o culpado.

Quero me solidarizar com a família. Estamos sempre presentes. Estaremos próximos de vocês nessa dor e nessa agonia, porque é muito triste. Temos que acabar com essas festas dentro da universidade, e assim acabar com esse tipo de crimes.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB – Tem a palavra o nobre deputado Ed Thomas.

 

O SR. ED THOMAS - PSB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, trabalhadores da Assembleia Legislativa, que realizam sempre um bom trabalho, a minha gratidão pela participação no meu mandato, fazendo-o sempre muito transparente.

Neste Pequeno Expediente, tratamos de grandes assuntos, promovemos o debate e, ao mesmo tempo, além da transparência do mandato, que nos é permitida através deste microfone, é sempre um momento que temos para reconhecer valores dentro da nossa sociedade. Que possamos fazer isso sempre, se possível, em vida.

Todo ser humano tem qualidades, com certeza. Todo ser humano é merecedor de um gesto de carinho. E aquele que é gestor público, aquele que recebeu como missão estar na coisa pública, merece todo o nosso respeito.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Osvaldo Verginio.

 

***

 

Na quinta-feira, dia 18, na câmara municipal de Presidente Prudente foi realizada uma homenagem a uma pessoa especial, uma mulher trabalhadora e digna. Não pude estar presente, e é por isso que venho a este microfone para lhe mandar um grande abraço e dizer que foi realmente merecida.

Nossa secretária de Justiça e Defesa da Cidadania do Estado de São Paulo, Dra. Eloisa de Souza Arruda, recebeu homenagem numa sessão solene por trabalhos prestados ao estado de São Paulo, mas em especial ao Oeste Paulista. A secretária nasceu e fez carreira na área jurídica em São Paulo.

Muitos dos meus projetos que por aqui reivindiquei, e por aqui escrevi, tratam de regularização de terras, a entrega de títulos no Pontal, situações jurídicas, dando segurança jurídica para essa área tão importante que é o local onde nasci, moro e dedico a maior parte do meu trabalho, ou seja, a 10ª Região Administrativa, que é composta por 53 municípios, como a grande Presidente Prudente e as grandes cidades da Alta Paulista. Temos ainda a riqueza do Pontal do Paranapanema.

Nossa secretária Eloisa trabalhou muito. Com certeza, não foi apenas uma homenagem da cidade de Presidente Prudente - que é capital regional e sede da 10ª Região Administrativa - mas dos 53 municípios da nossa região. Ela prestou seus trabalhos naquela região e em todo o estado de São Paulo. Vale destacar a assinatura feita pela prefeitura de Presidente Prudente, através do prefeito Milton Carlos de Mello, o Tupã, e pelo Legislativo de Presidente Prudente.

O chamado Cartão Recomeço faz parte da pasta da secretária Eloisa. Devemos destacar que ele é um projeto grandioso, que deve ser levado a todo o País. Sabemos que essa é uma iniciativa inovadora para a recuperação e ressocialização dos doentes por causa da droga, dos dependentes químicos.

Portanto, trabalhamos para que esse projeto realmente dê certo e para que vidas sejam salvas. Sabemos que o número é alarmante em todo o País e que são necessárias ações de combate aos traficantes. Porém, são necessárias ações de respeito, cidadania, dignidade e de amor ao próximo, aos nossos jovens e adultos que estão doentes por causa da droga.

Deixo um grande abraço para a secretária Eloisa Arruda pelo trabalho prestado não só ao Oeste Paulista, mas ao estado de São Paulo. Muito Obrigado, secretária. Foram merecidos a homenagem e o título de cidadã prudentina, que é um título de cidadã do Oeste Paulista.

Sr. Presidente, muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - OSVALDO VERGINIO - PSD - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, tem a palavra o nobre deputado Jooji Hato.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, venho à tribuna mais uma vez para dizer algo que nos deixa muito felizes.

Este estado é muito violento. Atualmente, é um dos estados mais violentos. A imprensa, às vezes, diz que não é, mas nos deparamos com ela através das notícias do rádio, dos jornais e da televisão. Fora aquelas violências que não são registradas.

É por isso que fiz a Lei Seca e a Lei da Moto sem Garupa. Esta última foi, infelizmente, vetada pelo governador. Policiais e pessoas inocentes, principalmente aquelas que saem do banco, estão morrendo. Poderíamos ter evitado, por exemplo, o assassinato do segurança da primeira-dama Lu Alckmin e daquele delegado da Vila Matilde, que foi morto ao pegar um remédio no porta-malas.

Dizem que deputado não trabalha, que é preguiçoso e vagabundo. É mentira! Nós trabalhamos e aprovamos projetos. Contudo, nossos projetos são vetados. Esse é o problema. Os deputados trabalham muito. Eu nunca faltei nesta Casa.

 O dia que eu faltei é justificado, é falta justificada, como outros deputados fazem. Eu estava lá com o ministro Padilha, pedindo leitos para os usuários de crack, de droga. Eu estava com o presidente da CNBB, Dom Damasceno, lá em Guaratinguetá, pedindo que nos ajudasse nessa luta contra essas drogas, contra as drogas ilícitas, que estão matando os nossos jovens.

Quando eu deixei de vir a esta Casa, eu estava recebendo o ministro da Agricultura. A agroindústria e a agricultura são muito importantes. Desconheço e não quero dizer que eu não sou assíduo faltoso desta Casa. Deputado trabalha muito.

Mas quero dizer que esta cidade, infelizmente ou felizmente, precisa de leis. Nós deputados temos que fazer as leis. Eu fiz uma, aprovada e sancionada pelo governador Geraldo Alckmin há 40 ou 50 dias, que é aquela da colocação de câmeras de segurança em locais perigosos, em locais suspeitos.

O governador foi à TV, deu aquela celeuma na imprensa, dizendo que o governador maquiava esses dados do projeto Detecta, que todos os senhores conhecem. Nós somos os autores desse projeto e nós o aprovamos neste plenário. Portanto, os deputados trabalham.

Eu trabalho como os meus colegas trabalham. Não merecemos essa pecha de que nós somos preguiçosos ou vagabundos. Eu não sou carneirinho nem cordeirinho. Estou fazendo projetos para mudar esta cidade e este Estado.

Não aceito essa violência. Eu sou médico e a função do médico é prolongar a vida. Vou aos hospitais, vejo aquele desleixo, a irresponsabilidade com a coisa mais nobre, com aquilo que é mais nobre, que é a vida.

Eu não sou carneirinho nem cordeirinho. Eu luto pelas crianças que ficam nos cruzamentos, ficam nos semáforos, nos faróis. Atrás, estão a mãe e o pai de rua, que compram drogas para essas crianças e adolescentes, que iam para a Febem - atualmente, a Fundação Casa. Quando nós não cuidarmos, se nós não cuidarmos, essas crianças vão para o presídio se a polícia não matar antes.

Os governantes ficam com os braços cruzados. É só ir a Salim Maluf com Padre Adelino que você vai ver: adolescentes que não chegam na altura do retrovisor de um carro pedindo um dinheirinho e a mãe e o pai de rua, que não é a mãe fisiológica nem o pai biológico, são quem está por traz dessas crianças e adolescentes.

Este é o País. Esta é a maior cidade do nosso País. Este é o estado mais forte. Então, eu quero dizer que tenho vários projetos. Um monte de projetos. O conjunto desses projetos traz, realmente, a tolerância zero. Traz a todos nós uma esperança de que nós teremos o direito de ir e vir sem sermos molestados, sem sermos assaltados, sem sermos assassinados.

O que vai fazer o indivíduo que sai do boteco bêbado? Ou ele vai atropelar, ou vai ser atropelado. Chegando em casa, vai espancar a mãe, a esposa e os filhos. Todos vão parar no pronto-socorro. Ficam no PS dando trabalho. Quando eu era cirurgião na Santa Casa, o maior pronto-socorro deste País, eu operava e às vezes nós perdíamos esses pacientes. Quando muito, eles iam direto para o IML.

Essa é a nossa cidade e o nosso estado, e eu não quero isso para os nossos futuros herdeiros. Eu quero mudar e é por isso que eu amo os animais e digo que não sou cordeirinho nem carneirinho. Eu quero mudar essa cidade e esse estado junto com meus colegas, que trabalham e têm projetos. E falam aí pelas ruas de São Paulo que deputado não trabalha.

Termino nossa fala, caro deputado Osvaldo Verginio, dizendo que eu vou protestar sim. Eu quero brigar, principalmente, pelos mais humildes. Aqueles humildes que estão enfileirados pela madrugada, recebendo chuva, névoa, neblina, frio.

Quero lutar pelos animais que têm fome, sede e frio. Esses animais, acima de tudo, nos dão carinho e proteção. Recentemente, em Pilar do Sul, uma menina que seria estuprada foi salva por um cachorro, e o mesmo aconteceu com uma senhora, em uma cidade-satélite de Brasília. Quem tem Deus no coração não maltrata um animal. Aquele que maltrata um animal ou uma criança contribui para o aumento da violência. Foi por isso que fizemos e aprovamos a Delegacia Especial contra Maus-Tratos a Animais, com o apoio de todos os deputados, que trabalham, que têm dignidade, que vêm a esta Casa e aprovam projetos.

Termino esta fala dizendo que acredito em um sonho: o sonho de instalar a “tolerância zero” na cidade de São Paulo, de onde fui vereador, neste estado e neste país. Não podemos mais aceitar isso. Precisamos mudar e temos força para isso. A força está em nossas mãos. Daqui a dez ou 11 dias, poderemos digitar e mudar o destino deste estado e deste país. É por isso que temos que acreditar na força que está em nossas mãos.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, solicito o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - OSVALDO VERGINIO - PSD - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, esta Presidência vai levantar a sessão. Antes, porém, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, informando que a Ordem do Dia será a mesma da sessão de hoje.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 15 horas e 17 minutos.

           

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