http://www.al.sp.gov.br/web/images/LogoDTT.gif

 

10 DE FEVEREIRO DE 2015

007ª SESSÃO ORDINÁRIA DO PERÍODO ADICIONAL

 

Presidentes: JOOJI HATO, LUCIANO BATISTA e CHICO SARDELLI

 

Secretário: RAMALHO DA CONSTRUÇÃO

 

RESUMO

 

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - JOOJI HATO

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

2 - RAMALHO DA CONSTRUÇÃO

Manifesta preocupação acerca da atual situação econômica do Brasil, em especial, no que tange às consequências a trabalhadores da construção civil. Afirma que tem buscado soluções, junto a representantes do setor, para o pagamento de salários atrasados. Tece críticas aos novos moldes para o seguro-desemprego, anunciados recentemente pelo governo federal. Repudia a anulação de direitos já adquiridos pelos trabalhadores.

 

3 - CARLOS GIANNAZI

Discorre sobre o que nomeou de "colapsos", a saber, da crise hídrica, da Segurança Pública, da Educação, entre outros. Fala sobre problemas enfrentados por universidades públicas, como a USP. Cita exemplos de cortes orçamentários que, a seu ver, vão prejudicar alunos e professores. Critica o governo estadual pelo não cumprimento da Lei 1.202, de 2013, que regulamenta a situação trabalhista de membros do Magistério da USP.

 

4 - UEBE REZECK

Faz reflexão sobre a crise financeira vivenciada pela Santa Casa de Barretos. Informa que, há um ano, o hospital está sob intervenção do município, por conta do endividamento. Apela pela sensibilidade do Governo do Estado no que tange ao problema ora apresentado, uma vez que a Prefeitura de Barretos também não tem condições financeiras para gerir o hospital de forma adequada. Explica que a Santa Casa é o único hospital a prestar atendimento pelo SUS. Acrescenta que, por isso, o crescente aumento no número de pacientes agrava, ainda mais, a dívida da entidade. Sugere a transformação daquela Santa Casa em hospital regional, após a substituição da intervenção municipal pela estadual.

 

5 - LECI BRANDÃO

Cumprimenta o deputado Uebe Rezeck. Faz agradecimentos pela realização de sessão solene, que aconteceu ontem, em homenagem à Escola de Samba Vai-Vai. Cita personalidades presentes ao evento. Faz breve resumo sobre a pauta da solenidade. Agradece ao governador pela sanção da Lei 15.690, de 2015, de sua autoria, que declara o samba patrimônio cultural imaterial do Estado. Demonstra preocupação sobre questões nacionais, como a problemática em torno da Petrobras. Discorda da possibilidade de privatização da estatal.

 

6 - RAFAEL SILVA

Lembra lei aprovada ano passado, neste Parlamento, que dá aos proprietários de terras o direito de reflorestar o que fora destruído. Considera que o problema de falta de chuvas está ligado, diretamente, ao desmatamento florestal. Diz que, há tempos, tem alertado para os impactos ambientais decorrentes da queima da cana-de-açúcar. Fala que havia um acordo firmado entre o setor agrícola e o Governo do Estado para que a prática fosse interrompida em 2014, o que, adita, não aconteceu.

 

7 - PRESIDENTE JOOJI HATO

Anuncia a visita de vereadores de Avaré, Júlio César Theodoro e Cleber Antonello, ambos do PSD, a convite do deputado Edmir Chedid.

 

8 - CARLOS GIANNAZI

Faz coro ao discurso do deputado Rafael Silva, acerca do desmatamento. Elenca possíveis causadores da atual crise hídrica. Cita documento produzido por especialistas, intitulado "Cenários Ambientais 2020", o qual, afirma, já previa a falta de água em São Paulo. Avalia que houve negligência por parte do Governo do Estado acerca de alertas recebidos de diversas fontes, sobre o assunto. Acusa Geraldo Alckmin de priorizar o lucro de acionistas da Sabesp.

 

9 - CARLOS GIANNAZI

Requer a suspensão da sessão até as 16 horas, com anuência das lideranças.

 

10 - PRESIDENTE JOOJI HATO

Defere o pedido e suspende a sessão às 15h19min.

 

11 - LUCIANO BATISTA

Assume a Presidência e reabre a sessão às 16h02min.

 

GRANDE EXPEDIENTE

12 - BETH SAHÃO

Considera alarmante a epidemia de dengue na cidade de Catanduva. Tece críticas ao executivo do município em relação ao assunto. Afirma que hospitais da região não conseguem atender à demanda de acometidos pela doença. Destaca a necessidade de instauração de medidas preventivas, como o combate aos focos de mosquitos transmissores e campanhas educativas permanentes. Defende a aprovação de projeto de lei que cria um fundo estadual de reserva para uso durante epidemias.

 

13 - JOSÉ BITTENCOURT

Requer a suspensão da sessão até as 16 horas e 45 minutos.

 

14 - PRESIDENTE LUCIANO BATISTA

Defere o pedido e suspende a sessão às 16h15min.

 

15 - PRESIDENTE CHICO SARDELLI

Assume a Presidência e reabre a sessão às 16h47min.

 

16 - CAMPOS MACHADO

Solicita a suspensão da sessão por dez minutos, por acordo de lideranças.

 

17 - PRESIDENTE CHICO SARDELLI

Defere o pedido e suspende a sessão às 16h47min; reabrindo-a às 17 horas.

 

18 - CAMPOS MACHADO

Solicita a suspensão da sessão por dez minutos, por acordo de lideranças.

 

19 - PRESIDENTE CHICO SARDELLI

Defere o pedido e suspende a sessão às 17 horas; reabrindo-a às 17h17min.

 

20 - JOÃO PAULO RILLO

Para comunicação, tece considerações sobre o tempo de discussão de matéria.

 

21 - PRESIDENTE CHICO SARDELLI

Suspende a sessão por conveniência da ordem, às 17h18min; reabrindo-a às 17h19min.

 

ORDEM DO DIA

22 - BARROS MUNHOZ

Requer o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

 

23 - PRESIDENTE CHICO SARDELLI

Defere o pedido. Encerra a discussão, coloca em votação e declara aprovado requerimento para a não realização de sessões nos dias 16, 17 e 18/02, em razão do Carnaval. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 11/02, à hora regimental, com Ordem do Dia. Levanta a sessão.

 

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Jooji Hato.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Ramalho da Construção para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - RAMALHO DA CONSTRUÇÃO - PSDB - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, tem a palavra o primeiro orador inscrito, nobre deputado Itamar Borges. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Dilador Borges. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Ramalho da Construção.

 

O SR. RAMALHO DA CONSTRUÇÃO - PSDB - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, funcionários, ontem visitei a cidade de Mairiporã e me encontrei com sete dos 13 vereadores, juntamente com o prefeito Márcio. Eles me falaram da preocupação em relação à crise, especialmente sobre os direitos trabalhistas. Haverá uma grande mobilização para o dia 15 de março não só dos movimentos sociais, mas também das centrais sindicais. Não estamos conseguindo ver uma luz no fundo do poço, pois o nosso setor, de construção, inicia o ano vendendo 21% a menos. Muitas construtoras, infelizmente, gastaram uma fortuna para atender o projeto, mas não conseguem vender.

Nós, do sindicato, estamos muito preocupados, pois o nosso setor de homologação teve de contratar três pessoas a mais apenas para atender as homologações. E passam pelo sindicato apenas pessoas que têm mais de um ano.

Na área de estaleiros, na área da Petrobras, há uma crise enorme, porque esses, além de perder o emprego, estão também sem receber. Estive em uma reunião com Antonio Bekeredjian, com Wilmar, que é da construção pesada, e não estamos encontrando uma saída para que os trabalhadores recebam o passivo trabalhista. Até acho que existe uma situação legal, que é saber como pagar, mas também não vemos nenhum esforço nem da Advocacia-Geral da União nem da CGU, muito menos um esforço do governo para encontrar uma saída para que os trabalhadores possam receber seus passivos trabalhistas.

Nesse sentido, também estamos vendo as hidrelétricas, as grandes obras. O que eu vejo, toda hora, é o celular ligando por toda parte do Brasil com os dirigentes sindicais desesperados sobre o que fazer com o passivo trabalhista desses trabalhadores. Se não bastassem os passivos trabalhistas, o que fazer também daqui alguns meses com esses trabalhadores, porque a medida provisória do seguro-desemprego já está valendo. Nem seguro-desemprego os nossos operários terão por conta dessa medida provisória perversa, que tira vários direitos dos trabalhadores.

Eu acho que nós estamos vivendo um momento difícil. Eu acho que pregar agora impeachment poderia ser uma coisa exagerada, eu particularmente acho que pregar impeachment não seria momento certo, porque, para mim, impeachment é golpe. Eu acho que nós precisamos de uma pressão muito forte para sensibilizar o governo a encontrar medida urgente para retirar, de uma vez por todas - eu não acredito que eles venham a retirar essa medida provisória -, mas encontrar no Congresso uma forma e uma saída para amenizar, pelo menos, essa situação da medida provisória, que tira os direitos dos trabalhadores.

A maioria, principalmente as pessoas que vão deixar pensão alimentícia para suas pessoas, tem até o dia 28 de fevereiro para morrer. Está pautado para morrer até dia 28 de fevereiro, senão não tem pensão alimentícia para as esposas. Umas coisas são feitas de forma impensada, sem ser planejada, as pessoas fazem e depois parece que têm dificuldade em voltar atrás.

Nós sabemos que, por conta de tudo o que está aí, alguns ajustes precisam ser feitos pelo governo na parte econômica, mas eu acho que poderia ser retirado de outras coisas. Tem tantas fortunas que poderiam ser pautadas, retirado delas. Poderia ser pautada de grandes fortunas de bancos, poderia de outras maneiras ser tirado. Agora, tirar de trabalhadores que já têm dificuldade não sei se foi a melhor saída. Acho que o caminho é realmente pressão nas ruas. Espero que até dia 15 de março, quem sabe, o governo tenha uma posição, até para evitar essa grande movimentação de rua.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre deputado Vitor Sapienza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra a nobre deputada Sarah Munhoz. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público presente e telespectador da TV Alesp que nos assiste na Capital, na Grande São Paulo, na Baixada Santista e no Interior Paulista, nós estamos em São Paulo vivendo vários colapsos: colapso do abastecimento de água, colapso da Educação, colapso da Segurança Pública, colapso da Saúde Pública. São colapsos, crises produzidas pelo PSDB, pelo governo Alckmin.

Estamos também vivendo o colapso das nossas universidades estaduais, que estão na maior crise de toda a história de São Paulo, porque o governo estadual não aumentou os recursos, não financia adequadamente as nossas universidades e mais ainda o Centro Paula Souza, com suas Etecs e Fatecs, tanto é que estamos vivendo hoje um verdadeiro apagão na Universidade de São Paulo.

Já fizemos vários debates e audiências públicas. O reitor, para economizar custos e fazer economia, está demitindo funcionários e está querendo fechar o Hospital Universitário. Ele aprovou no Conselho Universitário a transferência dos dois hospitais universitários da Universidade de São Paulo - o HU e o Centrinho de Bauru, um hospital de prestígio internacional, um centro de excelência. Ele quer transferir para a Secretaria da Saúde.

O fato é que essa crise está sendo jogada nas costas dos trabalhadores das universidades, sobretudo da Universidade de São Paulo, dos seus funcionários, professores e dos alunos, que foram vítimas de vários cortes orçamentários para bolsas de estudos, pesquisas e iniciação científica. Vários cortes ocorreram e prejudicaram os alunos.

Para os servidores, o reitor lançou a demissão voluntária e disse que não vai reajustar os salários. Houve uma espécie de congelamento do reajuste salarial.

Quero citar dois ataques que a reitoria da USP vem fazendo com o apoio do governo estadual. O primeiro deles é em relação ao não cumprimento de uma lei que aprovamos na Assembleia Legislativa. Trata-se de um projeto de lei complementar que foi sancionado e se transformou na Lei Complementar nº 1.202, de 2013. A lei foi sancionada, publicada no Diário Oficial de 24 de junho de 2013 e até hoje não foi cumprida. É uma lei importante na área da Educação.

Temos escolas de educação infantil, de ensino fundamental e de ensino médio dentro da Universidade de São Paulo. Temos a Escola de Aplicação da USP e temos várias outras escolas de educação infantil que atendem, sobretudo, os filhos dos funcionários, professores e uma parte da comunidade em volta da Universidade de São Paulo. Aprovamos uma lei que foi fruto de uma mobilização das próprias professoras da Universidade de São Paulo. Elas pressionaram a Reitoria, que encaminhou o projeto de lei. Nós o aprovamos, só que a Lei Complementar nº 1.202, de 2013, não é cumprida.

Já fizemos um requerimento de informação a esse respeito. Estamos pressionando a Universidade para cumprir a lei que transforma o cargo dessas professoras. Elas são professoras de fato, mas não são reconhecidas do ponto de vista legal como professoras.

Na verdade, a lei faz uma adequação e cumpre a LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lá as professoras de educação infantil são consideradas técnicas. Essa legislação, sobretudo, regulamenta a situação dessas professoras, mas a lei não foi cumprida até agora.

Outra situação, sobre a qual já fizemos uma indicação para a Reitoria, refere-se ao enquadramento no nível técnico dos motoristas da Universidade de São Paulo. Eles ainda estão no nível básico. Isso é um verdadeiro absurdo. Estamos na luta com os servidores, com os motoristas, lembrando que só a Universidade de São Paulo ainda não enquadrou seus motoristas no nível técnico. A Unesp já fez isso. A Unicamp também. A Unicamp enquadrou seus motoristas no nível técnico em 2003. A Unesp o fez em 2002. Só a Universidade de São Paulo, que é bem maior que a Unesp e a Unicamp, ainda não o fez, deixando esses servidores em um processo de exclusão. Eles poderiam já estar enquadrados nessa categoria, nesse nível técnico. Servidores com nível médio são enquadrados no nível técnico do quadro de funcionários da Universidade de São Paulo, mas a universidade ainda não efetivou de fato o enquadramento desses servidores.

Como disse, nós mandamos no ano passado uma indicação pedindo, solicitando, apelando à Universidade de São Paulo, à Reitoria, para que fizesse o enquadramento, até porque o impacto orçamentário é quase inexistente. Mesmo assim a universidade teima em não atender às reivindicações dos motoristas.

Gostaria de enfatizar aqui esse ponto dos motoristas e das professoras. Que a universidade cumpra a Legislação e valorize os seus servidores, porque eles são os responsáveis por dar todo o suporte para que a universidade possa funcionar. Todos esses servidores que eu citei, inclusive os próprios motoristas, têm uma importância fundamental dentro da Universidade de São Paulo.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, tem a palavra o nobre deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Tem a palavra a nobre deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado José Zico Prado. (Pausa.) Tem a palavra a nobre deputada Constância Félix. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Jooji Hato. (Na Presidência.) Tem a palavra o nobre deputado Luiz Carlos Gondim. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Carlos Bezerra Jr.

Srs. Deputados, Sras. Deputadas, esgotada a lista de oradores inscritos para falar no Pequeno Expediente, vamos passar à lista suplementar.

Tem a palavra o nobre deputado Itamar Borges. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Pedro Tobias. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Uebe Rezeck.

 

O SR. UEBE REZECK - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, assessores, imprensa e telespectadores; o que me traz hoje à tribuna é um problema sério que ocorre em minha cidade, Barretos.

Barretos é uma cidade-sede da região. Lá fica o Hospital do Câncer, que atende a todo o Estado. Hoje Barretos tem 120 mil habitantes, mas atende a uma região com cerca de 300 mil habitantes. Entretanto, a nossa Santa Casa, nosso maior hospital, vive uma das piores crises dos hospitais públicos ou das Santas Casas de todo o estado de São Paulo.

Há mais de um ano há a intervenção do poder público municipal na Santa Casa, mas os problemas não se resolveram. Pelo contrário, agravaram-se. Hoje vivemos uma crise extremamente perigosa, porque está faltando de tudo na Santa Casa. E é o único hospital que atende pelo SUS, não só em Barretos, como em toda a região. Hoje vivemos uma situação pré-calamitosa. Quase 300 mil habitantes na região estão sendo atendidos por uma Santa Casa que tem a intervenção do município, mas está atravessando uma crise financeira extremamente grave, e nós estamos à mercê das possibilidades que temos.

Então, venho hoje à tribuna para fazer um apelo ao Sr. Governador e ao Sr. Secretário da Saúde, para que substitua a intervenção do poder público municipal pela intervenção do Governo do Estado para ajudar a sanear e depois, por que não, transformar aquela Santa Casa em um hospital regional. Mesmo porque, além de atender aos 300 mil habitantes da região, hoje temos um problema que se agrava.

Os parentes dos pacientes do Brasil inteiro que vão a Barretos em busca de tratamento do câncer, ficam acomodados nas pousadas. Mas quando precisam de assistência médica, socorrem-se na Santa Casa. Isso aumenta muito o número de atendimentos. E nós sabemos que cada atendimento praticado em qualquer hospital pelo SUS deixa um déficit. Em vez de significar um ganho a mais para a instituição, significa um ônus. Com isso, o que temos hoje? Quanto mais a Santa Casa atende, maior fica a dívida. Quanto mais ela atende, mais se afunda.

É necessário que o governo tenha sensibilidade. Quero apelar ao governador Geraldo Alckmin e ao secretário da Saúde, para que possam olhar com carinho o problema que aflige as regiões norte e noroeste do estado de São Paulo.

Barretos hoje, com um único hospital atendendo pelo SUS, está à mercê da falta de recursos. Está à mercê de atender de uma maneira precária, por falta de recursos. Cabe ao governo, que tem recursos para aplicar na Saúde, que tem a obrigação constitucional de aplicar na Saúde.

É necessário socorrer neste momento toda aquela população. Ou não é essa a função do estado? Ou não é essa a função de quem realmente tem preocupação com a Saúde do paulista?

É por isso que estamos aqui hoje fazendo este apelo. É um apelo que eu faço para que o governador possa substituir a intervenção municipal pela intervenção estadual, sanear as condições daquela Santa Casa.

Nós temos dois caminhos. Um é devolver à Mesa Diretora, mas não é o melhor. O melhor caminho, realmente, é poder fazer ali a intervenção e encampar a Santa Casa, transformando-a em hospital regional.

Vai aumentar muito a despesa do estado? Não, Sr. Presidente, não vai aumentar. Hoje nós sabemos que um recurso vem do governo federal via SUS. Outros recursos vêm do Governo do Estado. Então, com mais um pouquinho, nós podemos resolver um problema sério e dar a Barretos e região um atendimento adequado à população.

Fica o nosso apelo aqui, tenho certeza, encampado pelos nobres colegas desta Casa. Encampado pela classe médica, que sabe o que é um paciente chegar e nós não termos condição de oferecer o atendimento adequado.

Sou médico em Barretos há 52 anos, conheço profundamente o problema médico da cidade. É por isso que faço o apelo, Sr. Governador. Vamos ajudar toda aquela população, intervir neste momento na Santa Casa, sanando seus problemas e transformando-a no grande hospital regional de toda aquela região.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Parabéns, nobre deputado Uebe Rezeck, pelo seu pronunciamento, por sua preocupação como médico, como deputado, como homem público. A Saúde, infelizmente, está muito doente. As Santas Casas estão com dificuldades. Nós precisamos muito ajudar as Santas Casas, os hospitais filantrópicos e outros hospitais.

Srs. Deputados, Sras. Deputadas, tem a palavra o nobre deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Edson Giriboni. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado João Paulo Rillo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Marcos Neves. (Pausa.) Tem a palavra a nobre deputada Sarah Munhoz. (Pausa.) Tem a palavra a nobre deputada Leci Brandão.

 

A SRA. LECI BRANDÃO - PCdoB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários desta Casa, telespectadores da TV Assembleia, antes de minha fala, gostaria de cumprimentar o nobre deputado Uebe Rezeck, e dizer que seu partido sempre teve uma relação muito cordial com o PCdoB, partido que possui apenas dois deputados nesta Casa e do qual eu sou a líder. Muito prazer e desejo-lhe muito boa sorte.

 Hoje vim aqui para fazer um agradecimento pela belíssima sessão solene que aconteceu ontem nesta Casa. Foi a comemoração dos 85 anos da escola de samba Vai-Vai. É uma escola de samba tradicional de São Paulo, do Bixiga.

Quero agradecer profundamente a todos os pares desta Casa, por terem aprovado esse requerimento. Tive a honra de contar com a presença do atual presidente da Assembleia Legislativa, nobre deputado Chico Sardelli. Esteve presente o subprefeito da Sé, nosso companheiro Alcides Amazonas, o reitor da Universidade Zumbi dos Palmares, José Vicente, e nosso querido amigo, o sempre deputado Jamil Murad, presidente municipal do PCdoB. Tivemos a oportunidade de ouvir aqui uma pessoa ligada à velha-guarda da escola, Fernando Penteado, que deu uma verdadeira aula de história, uma aula cultural. Nós consideramos o Fernando Penteado como um “griot”, isto é, um sábio que conta as histórias culturais da sua comunidade. Ele deu uma aula sobre a história e a importância da escola de samba Vai-Vai.

Quero também aproveitar a oportunidade para agradecer ao governador por ter sancionado nosso projeto de lei, que agora é a Lei no 15.690, assinada no dia quatro de fevereiro de 2015. Segundo tal lei, fica declarado o samba patrimônio cultural e imaterial do estado. Embora Vinícius de Morais tenha feito aquela brincadeira de que São Paulo é o túmulo do samba, entendemos que São Paulo tem uma história de samba sim, que começou no interior, com o pessoal de Bom Jesus do Pirapora. A partir daí, tivemos a construção de um samba legítimo, que tem não só importância para a comunidade e para as pessoas que gostam desse gênero, mas principalmente para as pessoas ligadas à Cultura e à Educação. A música aproxima as pessoas, e o samba tem uma peculiaridade: ele agrega, consegue fazer com que pessoas de várias etnias, regiões, classes sociais e idades fiquem juntas, alegres, cantando e sambando. Nessa hora, não há violência nem desentendimento. O samba tem essa função de aproximar as pessoas. Por isso, quero agradecer e dizer que fico profundamente honrada em ter mais um projeto de lei aprovado; projeto que tem apenas a missão de valorizar nossa cultura.

Porém, não podemos nos furtar aos acontecimentos que estão aí no País. O que o PCdoB tem a dizer neste momento é que se deve aguardar o que vai acontecer de fato, porque muita gente está tentando desviar a atenção de coisas importantes e legítimas para a população brasileira, a fim de criar uma crise. Acho que tudo tem que ser feito através de provas. Temos que ter provas cabais da atuação da pessoa que comanda este País, presidenta Dilma Rousseff, para podermos colocar sua cabeça na guilhotina. Acho que muita coisa está sendo antecipada. Quero deixar minha opinião pessoal: privatização na Petrobras, não queremos que aconteça não. Trata-se de uma empresa nacional que ainda pode dar muita coisa positiva para este País. Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, tem a palavra o nobre deputado Orlando Bolçone. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Milton Vieira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Alexandre da Farmácia. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Dilmo dos Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra a nobre deputada Telma de Souza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Rafael Silva.

 

O SR. RAFAEL SILVA - PDT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, a Assembleia, no final do ano passado, cometeu um equívoco. Aprovou uma lei dando ao dono de terra o direito de reflorestar, em outros estados, aquilo que destruiu. O problema das chuvas está ligado diretamente ao desmatamento da Amazônia Legal. A floresta amazônica fornece uma umidade para a atmosfera, que é carregada para a região sudeste e centro-oeste. Essa umidade é responsável pelo regime das chuvas.

Foram desmatando de forma irresponsável, criminosa, lá no norte. E aqui estamos sendo penalizados. Algumas autoridades do Banco Mundial estiveram no Brasil e afirmaram, prestem atenção, que a região sudeste poderá ser transformada num deserto.

É isso que queremos? Eu me pergunto e pergunto aos demais deputados: É essa a realidade de futuro que desejamos? É muito importante, sim, o político defender determinadas categorias. Elas têm direito a essa defesa. Mas será que podemos defender os latifundiários, plantadores de cana, ou de outra atividade qualquer no setor agropecuário? Repito: será que podemos favorecer esses poderosos donos de terra, comprometendo o futuro do estado de São Paulo e da região?

Tenho alertado, há muito tempo, sobre a queima da cana-de-açúcar. A cana-de-açúcar é nociva, extremamente nociva. Nós sabemos que ela foi cultivada no nordeste brasileiro, logo depois do descobrimento do Brasil. E o nordeste era mais rico que o Canadá e os Estados Unidos. Mas não era o nordeste mais rico, eram os senhores de engenho, que foram acabando com a qualidade da terra.

E hoje, o que é o nordeste? Qual o problema social que foi imposto àquele povo? Será que não temos o conhecimento necessário para entendermos como foi nociva essa cultura, o latifúndio? Temos conhecimento, sim.

Aprovei uma CPI, anos atrás, para estudar o efeito das queimadas da cana-de-açúcar. Os produtores correram e fizeram um acordo com o governador, que na época era José Serra, e garantiram que essa prática terminaria em 2014. Não disseram o dia e o mês. Até o dia 31 de dezembro nós estávamos no ano de 2014. Não pararam de queimar. Acabou 2014, agora estamos em 2015.

Eu quis reforçar esse acordo firmado com o governador, aprovando uma lei que copiou, na íntegra, aquilo que foi dito. Só que nesta Casa não consegui aprovar essa lei.

O fogo da queimada esquenta a atmosfera, tira a umidade do ar. Aquela umidade que vem da Amazônia para cá encontra dificuldade e não consegue, muitas vezes, ultrapassar essa barreira de seca e de calor.

O governador fala da falta de chuvas. É São Pedro o culpado? Ou será que os culpados estão aqui no estado de São Paulo e em outros estados?

Temos, na região de Ribeirão Preto, alguns políticos que defendem, de forma ardorosa, os latifundiários, plantadores de cana. Só que eles se esquecem de que estão comprometendo a vida no estado de São Paulo. Alguns técnicos, até mesmo da Sabesp, já afirmaram: “Eu vou embora de São Paulo. Aqui vai ficar insuportável, impossível sobreviver.” E algumas autoridades teimam em favorecer esses latifundiários.

Devemos defender o verde, mas não o verde do dólar. É o verde da natureza. Precisamos defender a chuva. “Ah, eu sou a favor da chuva e das queimadas.” É uma incoerência gritante.

Eu sou a favor das chuvas. Não estou punindo o latifundiário que desmatou. Não estou obrigando esse latifundiário a recompor as florestas. Quem age dessa forma está praticando um grande crime contra o estado de São Paulo, contra a região sudeste e contra as pessoas.

Se continuar assim, mais dois anos de seca, os rios vão secar. O rio Pardo, da região de Ribeirão Preto, você atravessava andando.

Então, Srs. Deputados, é hora de assumirmos uma responsabilidade muito grande. Ou nós defendemos o verde do dólar, ou defendemos o verde da natureza. Defendendo a natureza, estaremos defendendo a vida.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Esta Presidência tem a grata satisfação de anunciar a presença de dois vereadores de Avaré, do PSD: o vereador Tucão, que é o vereador Júlio César Theodoro, e também o Cleber Antonello. Sejam bem-vindos, a convite do deputado Edmir Chedid, segundo secretário desta Casa.

Esta Presidência, em nome de todos os deputados, deseja uma feliz estada e solicita uma salva de palmas aos ilustres vereadores. (Palmas.)

Tem a palavra o nobre deputado Luiz Moura. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Adilson Rossi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Luiz Carlos Gondim. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Jooji Hato. (Na Presidência.) Tem a palavra o nobre deputado Ramalho da Construção. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, eu gostaria, primeiramente, de me associar ao que aqui disse o deputado Rafael Silva com muita propriedade quando ele denuncia aqui a aprovação, pela Assembleia Legislativa, do Projeto de lei nº 219, de 2014.

Em plena crise de falta de água, a Assembleia Legislativa comete um verdadeiro crime, deputado Rafael Silva. V. Exa. colocou muito bem: aprovando o projeto do desmatamento.

Se estamos vivendo hoje a falta de água em São Paulo, um dos grandes motivos é o desmatamento do próprio estado, como V. Exa. disse, e da floresta amazônica.

A Assembleia Legislativa aprova o projeto, intensificando o desmatamento em nosso estado. É um contrassenso fora do normal o que vem acontecendo aqui, Sr. Presidente.

A Assembleia Legislativa, ao invés de aprovar projetos em defesa do Meio Ambiente, em defesa da água e em defesa do reflorestamento, aprova um projeto na contramão.

Agora, nós estamos vivendo essa grande crise ambiental, sobretudo, essa crise hídrica, que é produzida, Sr. Presidente. Ela é produzida e tem nome. A crise do abastecimento de água é resultado da omissão, da inércia e da incúria dos governos do PSDB no estado de São Paulo.

Essa é a verdade. Houve crime de responsabilidade e improbidade administrativa por conta dos governos Alckmin e Serra.

Primeiramente, desde 2004, na renovação da outorga do sistema Cantareira, existia um contrato. No contrato, um dos artigos, uma das exigências, era a construção de novos reservatórios e a captação de água de outros mananciais, de outras regiões.

A Sabesp, na época, tinha 30 meses para oferecer essas alternativas. Apresentaram um plano, tanto para construir novos reservatórios como também para captar água de outros lugares.

Isso nunca aconteceu. Não houve cobrança por parte das agências reguladoras e muito menos por parte do governo estadual, porque a Sabesp já estava semiprivatizada. A grande preocupação da Sabesp era vender água, ganhar dinheiro, ter lucro e canalizar uma boa parte desses lucros para os acionistas que investem na Bolsa de Valores de Nova Iorque. Esse é um ponto.

O outro foi que, em 2009, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente formulou um documento, um relatório, um estudo, que foi elaborado por 200 cientistas, 200 especialistas, já prevendo a crise hídrica do estado de São Paulo - uma crise para 2015 e outra para 2018. Está no documento, que se chama “Cenários Ambientais - 2020”.

O Governo não tomou nenhuma providência. Nenhuma providência foi tomada. Ou seja, nós estamos diante de um governo criminoso, omisso, irresponsável e leviano, que coloca na frente do bem-estar da sociedade o interesse eleitoral, em primeiro lugar.

Já em 2013, o Governo sabia da crise do sistema Cantareira, que já estava em total processo de esvaziamento. Em 2014, nem se fala, mas o governador foi negando, negando, fraudando as declarações e escondendo da população o que vinha realmente acontecendo, para não comprometer a sua eleição e a sua imagem.

Estas eram as únicas preocupações do governador Geraldo Alckmin: não prejudicar a sua imagem, não prejudicar a sua reeleição e continuar canalizando os lucros da Sabesp - não para investimento na própria rede de abastecimento, mas para os acionistas. Foi isso o que ele fez. O governador Alckmin penhorou a água para ganhar a eleição. Foi isso o que aconteceu. Foi um crime, Sr. Presidente.

Então, a crise do abastecimento de água tem nome: Geraldo Alckmin. O nome é PSDB e o Alckmin tem que ser penalizado criminalmente pelo que fez e pelo que está fazendo, porque continua fraudando a opinião. Continua enganando a população. São declarações fraudulentas, emitidas quase diariamente pelo governo estadual.

Estamos no centro da crise. Há várias regiões já sem água. Os transtornos já estão sendo sentidos por toda a população. Há um impacto terrível na indústria, no comércio, na prestação de serviços, em todas as áreas - principalmente, em várias regiões da cidade de São Paulo e da Grande São Paulo. Mesmo assim, o governador não toma uma atitude. Não faz o rodízio. Não faz o racionamento.

Todos nós sabemos que não haverá chuva em quantidade suficiente para encher o sistema Cantareira. Então, o governador teria que economizar água para que nós pudéssemos atravessar o ano de 2015, pelo menos. Em vez disso, continua apostando na sorte e empurrando toda a população do estado de São Paulo para um grande precipício, para um grande processo de calamidade pública - talvez, sem precedentes na história do nosso Estado.

Foi por isso que entrei, na semana retrasada, com uma representação. Fui ao Ministério Público Estadual e protocolei uma representação, pedindo que o MP impute o governador Geraldo Alckmin por crime de responsabilidade e por improbidade administrativa. Ele tem que ser punido, por ser um governante que faz isso com a água, que é um bem essencial.

Água não é mercadoria. Água é um direito fundamental do ser humano. É o direito à vida que está em jogo. Água é vida. E o governador penhorou a água para se reeleger. Não investiu os recursos da Sabesp na própria rede de abastecimento. Não tomou as medidas necessárias.

Faço a seguinte indagação: se o governador fez isso com a água, que é um direito fundamental, essencial à vida dos 42 milhões de habitantes do estado de São Paulo, o que será que não fez ou está fazendo, aprontando, com a Educação pública, com a Saúde pública e com a Segurança pública? Se fez isso com a água, que agora estourou, imaginem o que ele não está fazendo com as outras áreas - Educação, Saúde e Segurança pública.

Fica a pergunta no ar, para os telespectadores pensarem, refletirem, e para que a Assembleia Legislativa cumpra sua função de fiscalizar e denunciar o que vem acontecendo.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças partidárias com assento nesta Casa, solicito a suspensão dos trabalhos até as 16 horas.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, tendo havido acordo entre as lideranças, a Presidência acolhe o solicitado pelo nobre deputado Carlos Giannazi e suspende a sessão até as 16 horas.

Está suspensa a sessão.

 

* * *

 

- Suspensa às 15 horas e 19 minutos, a sessão é reaberta às 16 horas e 02 minutos, sob a Presidência do Sr. Luciano Batista.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - LUCIANO BATISTA – PTB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, esgotado o tempo destinado ao Pequeno Expediente, vamos passar ao Grande Expediente.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - LUCIANO BATISTA - PTB - Tem a palavra a nobre deputada Beth Sahão, por permuta com o nobre deputado Milton Leite Filho.

 

A SRA. BETH SAHÃO - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários, telespectadores da TV Assembleia, hoje venho a esta tribuna para comentar sobre a epidemia muito grande que assola minha cidade, Catanduva, a epidemia de dengue.

Catanduva, hoje, é uma das cidades do país que tem o maior número de incidência de dengue, que tem trazido desconforto, sofrimento, dor, preocupação e, infelizmente, mortes para a população da minha cidade. Estamos já com mais de, segundo dados oficiais, 2.500 casos. Só que os dados oficiais não correspondem à verdade. Isso é fruto da incompetência, da falta de cuidados, mas principalmente da falta de prevenção que o prefeito Geraldo Vinholi, do PSDB, durante dois anos não conseguiu colocar na cidade. De abril de 97 até abril de 98, quando o Brasil vivia uma epidemia de dengue, Catanduva tornou-se o exemplo nacional de combate à dengue, sem nenhum caso sequer. O ministro da época, José Serra, tinha acabado de assumir o ministério e foi a Catanduva para saber quais eram as ações que a prefeitura estava tomando para chegar àqueles resultados magníficos.

De fato, a cidade conseguiu, naquela ocasião, controlar a epidemia de dengue. Enquanto Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo tinham epidemias de dengue, Catanduva era um oásis no meio de uma contaminação generalizada, espalhada pelo país naqueles anos.

Hoje, nós vivemos a situação inversa, ou seja, Catanduva padece de uma epidemia sem precedentes na nossa história recente, com o maior número de pessoas atingidas. Tenho visitado os hospitais na cidade e conversado com os profissionais. Tenho visto o desespero dos profissionais que atendem as pessoas: não só dos médicos, mas também dos enfermeiros, auxiliares e das famílias que têm entes queridos sendo acometidos pela doença. São pessoas de idade e crianças que estão sofrendo.

Nossa cidade tem três hospitais e uma faculdade de medicina - não são poucos. Contudo, Catanduva não tem conseguido atender toda a demanda que está surgindo em função da epidemia que acomete a cidade. E não é por falta de dedicação dos nossos profissionais; os hospitais estão atendendo no seu limite, com a sua capacidade máxima. Contudo, eles não têm conseguido dar vazão às necessidades da população. Na UPA, recentemente instalada na cidade há pouco mais de um ano, o atendimento demora horas e horas, dado o número de pessoas infectadas.

Essas pessoas foram, estão sendo e serão infectadas, infelizmente, em função da falta de uma política pública na área de Saúde e da falta de prevenção. Na qualidade de deputada, não poderia ficar de braços cruzados.

Na semana passada, fomos ao Ministério da Saúde e conversamos com os técnicos mais especializados nessa área. Pedimos socorro e ajuda para a cidade de Catanduva e outras cidades do nosso Estado, como Tanabi, Guararapes e Neves Paulista.

Há outras cidades, mas eu não posso deixar de me referir à falta de responsabilidade e compromisso do prefeito que atualmente dirige Catanduva. No final do ano passado, ele gastou mais de dois milhões de reais na construção de inúteis fontes luminosas e agora diz que não tem dinheiro para combater o foco do mosquito “Aedes aegypti”. Isso porque o dinheiro foi gasto em obras absolutamente desnecessárias, em locais em que não deveriam ter sido gastos. O recurso público tem que ser gasto e bem utilizado com planejamento, competência, honestidade, responsabilidade e, sobretudo, em benefício da população.

Essa questão da dengue é uma tragédia anunciada. É possível prever que ela crescerá se não houver o combate e o enfrentamento efetivos, com a adoção de medidas como as visitas domiciliares.

Estamos todos cansados de saber como se combate o mosquito “Aedes aegypti”. No entanto, há um crescimento disso exatamente pela adoção de ações irresponsáveis que não socorrem a população a tempo. No ano que se passou, a cidade deveria ter recebido um trabalho de prevenção. Isso não ocorreu, porque o prefeito de Catanduva, Geraldo Vinholi, preferiu atuar buscando a eleição de seu filho como deputado estadual - o que não ocorreu - a cuidar da Saúde, da Educação e de outras áreas importantes para os 118 mil habitantes que hoje fazem parte da cidade de Catanduva.

Além do Ministério da Saúde, que visitei na semana passada, também estou fazendo uma solicitação ao Ministério da Defesa. Estou enviando um ofício ao ministro Jaques Wagner e pedindo a ele a instalação de hospitais de campanha para poder socorrer a cidade. A cidade está ficando doente e nós não temos mais espaços para atender com um mínimo de dignidade as pessoas que precisam ser hidratadas, que precisam fazer exames de sangue, que precisam de acompanhamento; algumas precisam ser internadas. Esses hospitais de campanha podem, sim, ajudar e socorrer uma população que está precisando de ajuda.

Também estamos protocolando hoje, nesta Casa, um projeto que busca criar um fundo estadual de reserva para atuar exatamente nesses momentos de epidemias. São Paulo, apesar de ser o estado mais desenvolvido deste País, ainda enfrenta epidemias gravíssimas, e a dengue é uma delas. A dengue mata e vem matando pessoas na cidade de Catanduva. Essas vidas poderiam ter sido salvas se atitudes tivessem sido tomadas anteriormente, de forma preventiva, cuidadosa, responsável e planejada. Isso, infelizmente, não ocorreu.

Então, temos agora que correr atrás do prejuízo. Eu, na qualidade de deputada estadual, também tenho que fazer a minha parte e o que estou fazendo é usar esta Casa e pedir aos nossos companheiros deputados e deputadas que possam avaliar esse projeto, para que tenhamos um instrumento eficaz e importante no momento de uma epidemia como esta, não só em Catanduva, mas também em outras cidades, e que assim o Governo do Estado possa socorrer os municípios, transferindo a eles recursos capazes de fazer esse enfrentamento.

Não adianta buscar soluções mágicas nesta hora. Não adianta, como faz o prefeito, de uma forma incompetente e inepta, buscar pessoas da administração municipal que não têm capacitação e treinamento para essa finalidade e, de forma coercitiva e com muito assédio, levar essas pessoas para as ruas, para que elas façam as visitas e tentem instruir e orientar a população. Isso não é possível, isso deve ser feito por técnicos, por agentes especializados, treinados, capacitados, que estejam de forma permanente trabalhando nesta área.

Quando queremos erradicar algum comportamento, quando queremos erradicar alguma doença, quando queremos erradicar algo de nossas vidas, temos que fazer campanhas educativas e de orientação de forma permanente. Não é atuando de maneira eventual que conseguiremos impedir e diminuir este tipo de incidências e de doenças sobre a população.

Fica aqui uma lição para aqueles que não sabem conduzir esse processo como ele deveria ser conduzido: com muita capacidade, com muita responsabilidade. É preciso aprender, Sr. Presidente, que governar é estabelecer prioridades, e “prioridade” significa cuidar da saúde da população. Nada é mais prioritário do que isso; nada é mais prioritário do que salvar vidas; nada é mais prioritário do que criar condições, nos municípios, para poder fazer com que a população tenha um atendimento adequado e digno no momento em que ela mais precisa. Hoje, a população de Catanduva pede socorro.

Por meio do nosso mandato aqui na Assembleia Legislativa, estamos desenvolvendo várias ações para poder ajudar a população da minha querida cidade de Catanduva, mas não só de Catanduva. Esperamos que este projeto que estamos apresentando e protocolando hoje nesta Casa possa servir também de proteção às dezenas de cidades que hoje sofrem com o avanço do mosquito aedes aegypti.

Espero que falas como estas possam ser reproduzidas por outros colegas desta Casa, mas mais do que reproduzidas, possam ser incorporadas por dirigentes para que eles, quem sabe, aprendam e tenham o mínimo de responsabilidade para cuidar da Saúde da população do nosso estado.

 

O SR. JOSÉ BITTENCOURT - PSD - Sr. Presidente, solicito a suspensão dos trabalhos até as 16 horas e 45 minutos.

 

O SR. PRESIDENTE - LUCIANO BATISTA - PTB - O pedido de V. Exa. é regimental, pelo que a Presidência suspende os trabalhos até as 16 horas e 45 minutos.

Está suspensa a sessão.

 

* * *

 

- Suspensa às 16 horas e 15 minutos, a sessão é reaberta às 16 horas e 47 minutos, sob a Presidência do Sr. Chico Sardelli.

 

* * *

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças partidárias com assento nesta Casa, solicito a suspensão dos trabalhos por 10 minutos.

 

O SR. PRESIDENTE - CHICO SARDELLI - PV - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, tendo havido acordo entre as lideranças, a Presidência acolhe o solicitado pelo nobre deputado Campos Machado e suspende a sessão por 10 minutos.

Está suspensa a sessão.

 

* * *

 

- Suspensa às 16 horas e 47 minutos, a sessão é reaberta às 17 horas, sob a Presidência do Sr. Chico Sardelli.

 

* * *

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças partidárias com assento nesta Casa, solicito a suspensão dos trabalhos por dez minutos.

 

O SR. PRESIDENTE - CHICO SARDELLI - PV - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, tendo havido acordo entre as lideranças, a Presidência acolhe o solicitado pelo nobre deputado Campos Machado e suspende a sessão por dez minutos.

Está suspensa a sessão.

 

* * *

 

- Suspensa às 17 horas, a sessão é reaberta às 17 horas e 17 minutos, sob a Presidência do Sr. Chico Sardelli.

 

* * *

 

O SR. BARROS MUNHOZ - PSDB - Sr. Presidente, houve acordo entre as lideranças, no sentido de dar por discutido o Projeto de lei nº 1 da Pauta por mais meia hora, completando portanto duas horas e 30 minutos de discussão.

 

O SR. JOÃO PAULO RILLO - PT - Sr. Presidente, de fato há acordo em mais 30 minutos, mas acho que tem apenas uma hora e meia de discussão e agora mais 30 minutos, completando duas horas de discussão hoje.

 

O SR. PRESIDENTE - CHICO SARDELLI - PV - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, vou suspender a sessão por um minuto por conveniência da ordem.

Está suspensa a sessão.

 

* * *

 

- Suspensa às 17 horas e 18 minutos, a sessão é reaberta às 17 horas e 19 minutos, sob a Presidência do Sr. Chico Sardelli.

 

* * *

 

O SR. BARROS MUNHOZ - PSDB - Sr. Presidente, se o número correto é uma hora e meia de discussão, retifico minha colocação. E com a meia hora de hoje, vamos para duas horas. Tudo bem.

 

O SR. PRESIDENTE - CHICO SARDELLI - PV - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, vamos passar à Ordem do Dia.

 

* * *

 

- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CHICO SARDELLI - PV - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, há sobre a Mesa um requerimento, nos termos do Art. 170, III, e parágrafo único, da XIV Consolidação do Regimento Interno, para a não realização de sessões ordinárias nos dias 16, 17 e 18 de fevereiro:

“Considerando o peculiar momento vivido pela Nação brasileira, em comemorações e festejos do carnaval, solicitamos a não realização de sessões nos dias suprarreferidos para que os Srs. Deputados, Sras. Deputadas e funcionários tenham a possibilidade de participar dos eventos em suas respectivas cidades.”

Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

 

O SR. BARROS MUNHOZ - PSDB - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, solicito o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - CHICO SARDELLI - PV - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, esta Presidência vai levantar a sessão. Antes, porém, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, informando que a Ordem do Dia será a mesma da sessão de hoje.

Está levantada a sessão.

 

* * *

 

- Levanta-se a sessão às 17 horas e 20 minutos.

 

* * *