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18 DE MAIO DE 2015

009ª SESSÃO SOLENE PARA ENTREGA DO PRÊMIO ÁFRICA BRASIL

 

Presidentes: FERNANDO CAPEZ e LECI BRANDÃO

 

RESUMO

 

1 - PRESIDENTE FERNANDO CAPEZ

Abre a sessão.

 

2 - NATAL CALABRO NETO

Mestre de Cerimônias, anuncia a composição da Mesa.

 

3 - PRESIDENTE FERNANDO CAPEZ

Tece considerações regimentais sobre a solenidade. Informa que convocara a presente sessão solene, a requerimento da deputada Leci Brandão, para a "Entrega do Décimo Prêmio África-Brasil". Convida o público a ouvir, de pé, o "Hino da União Africana" e o "Hino Nacional Brasileiro". Cumprimenta autoridades presentes. Faz agradecimentos gerais.

 

4 - LECI BRANDÃO

Para comunicação, lembra premiação que recebera, nesta Casa, ano passado. Elogia o presidente Fernando Capez por sua conduta na direção deste Parlamento, sobremaneira relacionada ao SOS Racismo.

 

5 - OTUNBA ADEKUNLE DERONMU

Presidente do Centro Cultural Africano, cumprimenta e entrega homenagem ao deputado Fernando Capez.

 

6 - LECI BRANDÃO

Assume a Presidência. Tece considerações históricas sobre a finalidade do troféu Mama África, a simbolizar o Dia da África, comemorado em 25/03. Lamenta a violência institucionalizada, a excluir e retirar oportunidades da juventude negra. Comenta documento da ONU em defesa dos povos negros. Exalta a necessidade do desenvolvimento de políticas que aproximem o Brasil de países africanos.

 

7 - KELLI

Mestre de Cerimônias, anuncia a exibição de vídeo produzido pelo Centro Cultural Africano.

 

8 - OTUNBA ADEKUNLE DERONMU

Presidente do Centro Cultural Africano, defende a relação entre povos africanos e o Brasil. Ressalta a relevância de se divulgar a cultura africana. Clama pela redução da pobreza na África. Afirma que projetos de saúde, educação e profissionalizantes devem ser implementados, inicialmente, na Nigéria. Acrescenta que espera a expansão dos programas para outras nações africanas. Assevera que a família é o pilar da sociedade. Agradece a consulados africanos sediados no Brasil.

 

9 - PRESIDENTE LECI BRANDÃO

Tece comentários a respeito das homenagens a negros. Combate o racismo. Clama pela aceitação das diversidades raciais.

 

10 - SEBASTIAN

Mestre de Cerimônias, faz breve histórico sobre os agraciados. Anuncia as premiações.

 

11 - ELIANA PASSARELI

Agradece a homenagem que recebera. Propõe à Procuradoria de Justiça a criação da Promotoria Contra o Racismo.

 

12 - KELLI

Mestre de Cerimônias, faz agradecimentos gerais.

 

13 - PRESIDENTE LECI BRANDÃO

Endossa o pronunciamento da Dra. Eliana Passareli. Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.

 

* * *

 

- Abre a sessão o Sr. Fernando Capez.

 

* * *

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - NATAL CALABRO NETO - Esta sessão solene tem por finalidade a entrega do X Prêmio África-Brasil 2015.

Convido para compor a Mesa o Excelentíssimo Senhor Deputado Fernando Capez, presidente da Assembleia Legislativa. (Palmas.)

A deputada Leci Brandão, proponente desta sessão solene. (Palmas.)

O Sr. Otunba Adekunle Aderonmu, presidente do Centro Cultural Africano. (Palmas.)

Senhoras e senhores, convido a todos para, de pé, ouvirmos o Toque de Continência reservado ao chefe do Poder Legislativo, deputado Fernando Capez.

 

* * *

 

- É executado o Toque de Continência.

 

* * *

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - NATAL CALABRO NETO - Podemos nos acomodar.

Com a palavra, o deputado Fernando Capez, presidente da Assembleia Legislativa.

 

O SR. PRESIDENTE - FERNANDO CAPEZ - PSDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Senhoras deputadas, senhores deputados, minhas senhoras e meus senhores, esta não é uma sessão comum. Esta não é uma sessão qualquer. Esta é uma sessão solene. Por ser uma sessão solene, ela se reveste de rígida forma sacramental, nos termos do Regimento Interno desta Casa. Não se pode convocar uma sessão solene para qualquer fim. A sessão solene só pode ser convocada pelo presidente da Casa mediante solicitação de algum deputado em exercício do seu mandato na Assembleia Legislativa de São Paulo.

Feita a solicitação, o pedido percorre todos os órgãos e departamentos internos da Casa, até ser submetido à análise pelo Colégio que congrega os 21 líderes dos partidos. Há casos em que sessões solenes são solicitadas, mas não são acolhidas, porque ela só pode ser solicitada por um motivo de notório e relevante interesse público e social.

Esta sessão foi acolhida pelo voto da unanimidade dos partidos desta Casa. Por isso ela se realiza no plenário principal, nas cadeiras onde os deputados tomam assento para votar os projetos de lei. E não é para menos. Essa sessão solene, solicitada pela eminente deputada Leci Brandão, se destina à entrega do X Prêmio África-Brasil de 2015.

Por esta razão, convido a todos os presentes para, em pé, ouvirmos o Hino da União Africana, executado a capela pelo maestro Roberto Casemiro, e, em seguida, o Hino Nacional Brasileiro, executado pela Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo, sob a regência do 1º sargento PM Jéferson Bernardo, observando que não há necessidade de durante a execução do Hino, olharmos para a Bandeira, uma vez que não há precedência entre os símbolos nacionais, Hino e Bandeira.

 

* * *

 

- É feita a execução do Hino da União Africana e do Hino Nacional Brasileiro.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - FERNANDO CAPEZ - PSDB - Agradeço à Banda da Polícia Militar, nosso querido “130 de 31”, e o 1º sargento PM Jéferson Bernardo, pela colaboração sempre com esta Casa.

Bem, integram a Mesa principal dos trabalhos, esta eminente deputada estadual Leci Brandão, a quem passarei logo em seguida o merecido galardão de presidir a sessão que ela mesma solicitou. Uma deputada querida por todos, muito articulada, que vem já neste segundo mandato em que estamos convivendo, desempenhando um notável trabalho e que, a meu ver, é coroado por este evento multicultural. Que tem a cara do nosso País e que não seria possível não fosse tudo aquilo que você representa e tudo aquilo que o seu mandato vem representando.

Como presidente da Casa, chefe do Poder Legislativo e, no próximo biênio, responsável pela condução dos trabalhos, minha eterna gratidão por ter trazido um evento tão tocante, tão sensível, tão importante e tão marcante para a história de nosso País e da humanidade.

Muito obrigado, deputada Leci Brandão.

Quero também cumprimentar o Sr. Otunba Adekunle Aderonmu, presidente do Centro Cultural Africano, também trazendo para nós muita gala, muita honra de estar neste evento. A Assembleia reconhece a importância do vosso trabalho e se coloca à disposição para juntamente com nossa deputada Leci Brandão apoiar naquilo que for necessário na união das raízes Brasil-África.

Senhor Bello Mangueira, cônsul-geral de Angola em São Paulo. Senhor Sergio Ricardo Rosset, cônsul honorário da Namíbia em São Paulo, marido desta grande jurista, professora, chefe do Instituto Legislativo Paulista, Patrícia Rosset. Senhor Emmanuel Rocha, cônsul-geral da República de Cabo Verde. Senhora Mmaiky Dube, cônsul-geral da África do Sul.

Where is she? It’s a great pleasure to have you here.

Alexandra Baldeh Loras, consulesa da República da França.

(Cumprimento em francês.)

E o Sr. Muntari Abdu Kaita, cônsul da República Federal da Nigéria.

Eu, nesse momento, passo a Presidência... Mas recebi um sinal de que devo aguardar alguns instantes para passar a Presidência à deputada Leci Brandão, e eu aguardarei pelo tempo que for necessário.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - NATAL CALABRO NETO - Senhor Presidente, nesse momento, a deputada Leci Brandão acompanhada do Sr. Otunba Adekunle Aderonmu, presidente do Centro Cultural Africano, lhe prestará uma justa homenagem.

 

A SRA. LECI BRANDÃO - PCdoB - Excelentíssimo senhor presidente, Sr. Otunba Adekunle Aderonmu, Excelentíssimo senhor presidente da Assembleia Legislativa do Estado, deputado Fernando Capez, no ano passado, nós estávamos aqui, neste mesmo espaço, para receber esse prêmio que muito me orgulha e muito me honra e Deus determina algumas coisas na minha vida que nem eu mesma consigo acreditar.

Eu estou aqui um ano depois como a pessoa que deu todos os encaminhamentos para que essa solenidade acontecesse, com muita tranquilidade, com muita simplicidade, mas sobretudo com muito respeito ao povo africano, mas eu não posso deixar, meu presidente, de citar que esse jovem presidente, Fernando Capez, eu posso considerá-lo um jovem, ele tem feito nessa Casa algumas transformações, ele tem dado dinamismo a essa Assembleia e recentemente ele teve uma atitude que muito nos surpreendeu, de forma positiva, porque houve um pequeno problema aqui com um pessoal ligado ao SOS Racismo, que foram mudados de ambiente de uma forma que não foi muito sábia, não é?

Então, o presidente sabedor desta questão, recebeu todos os funcionários negros desta Casa no seu gabinete e se colocou de forma muito firme e de forma extremamente respeitosa em relação ao SOS Racismo. E eu tive o prazer de ouvir dele o seguinte: “Enquanto eu for presidente dessa Casa, o SOS Racismo vai ter o seu espaço legítimo e de direito e tudo o que acontecer em relação ao SOS Racismo que vocês não concordarem, procurem-me porque nós vamos resolver”.

Para nós, presidente, isso muda a história da Casa, muda a forma que sempre as coisas foram tratadas aqui, e o senhor, que é um grande promotor, tem toda uma noção de igualdade, de respeito e principalmente de entender que esse País é um país da diversidade, que esse País tem mais da metade da população que é a população negra e Vossa Excelência recebe aqui, não é, de categoria de políticas públicas, através do presidente africano e dessa pessoinha aqui que também está deputada desta Casa. Muito obrigada. (Palmas.)

 

o SR. OTUNBA ADEKUNLE ADERONMU - Deputado, em nome de todos os povos africanos, em nome de todos afrodescendentes nesse País, que nós escolhemos você nesse prêmio, escolhemos você na categoria políticas públicas, pelo seu trabalho que você está desenvolvendo no País. Muito obrigado. (Palmas.)

 

* * *

 

- É feita a entrega da homenagem.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - FERNANDO CAPEZ - PSDB - E agora, com a palavra, a nossa presidente, deputada Leci Brandão. (Palmas.)

 

* * *

 

- Assume a Presidência a Sra. Leci Brandão.

 

* * *

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - NATAL CALABRO NETO - Senhoras e senhores, antes de passar a palavra à deputada Leci Brandão, presidente dessa sessão solene, gostaria de chamar que viesse para a extensão da Mesa a consulesa Alexandra Baldeh Loras. (Palmas.)

Também o doutor Antônio Pinto, secretário municipal da Promoção da Igualdade Racial, neste ato representando o prefeito Fernando Haddad, por favor, para fazer parte da nossa extensão da Mesa. (Palmas.)

 

A SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Bom, vamos recompor a Mesa, com o cônsul da República Federal da Nigéria, Muntari Abdu Kaita; o cônsul-geral de Angola em São Paulo, cônsul Bello Mangueira e o cônsul honorário da Namíbia, Sergio Ricardo Rosset.

Vamos aplaudir as autoridades. (Palmas.)

Bom, meu querido presidente do Centro Cultural Africano, boa noite, e em nome de quem eu quero cumprimentar todos os presentes e em especial os homenageados desta noite.

Em 2014, tivemos a honra de receber esta homenagem, como eu já disse.

Nesse ano, temos a grata oportunidade de contribuir para que esta 10ª edição do Prêmio África-Brasil seja realizada. Mama África, este é o nome do troféu que cada um dos 14 homenageados desta noite irá receber. Este prêmio está sendo entregue por ocasião do Dia da África, ou melhor, Dia da Libertação Africana.

E como quase todas as celebrações que se referem à África, aos africanos, e aos seus descendentes em outros continentes, esta data também é um dia de luta.

O Dia da África, 25 de maio, foi instituído em 1972, pela ONU, e marca a fundação da Organização da Unidade Africana, em 1963, quando cerca de 30 estados africanos se reuniram com a intenção de fazer o enfrentamento institucional contra a subordinação que o continente africano sofria há séculos.

Essa luta é muito mais antiga. Todos nós sabemos. Mas há 52 anos essa data foi instituída e continua atual, pois a expropriação das riquezas naturais e culturais da África infelizmente continua. Mama África, este é o nome do troféu que cada homenageado ou homenageada receberá nesta noite, pois a África é a mãe de todos nós, africanos, na diáspora. A África é a mãe do povo negro brasileiro, maioria da população em nosso País.

E como falar da mãe se não falarmos de seus filhos, tão numerosos, que têm lutado com bravura para vencer injustiças e desigualdades? Filhos valorosos, que têm vencido muitas batalhas e realizado grande feitos. Prova disso é que estamos aqui hoje para destacar grandes personalidades e muitos aliados nessa luta. A vocês, toda a minha reverência. Mas toda mãe olha com o mesmo carinho, amor, para todos os seus filhos. Por isso, não poderia deixar de falar daqueles que não podem estar aqui, ou que sequer sonham com essa possibilidade, porque têm sido vítimas da violência institucional, que exclui e tira as oportunidades. Estou falando da juventude negra, maior vítima da violência em nossa sociedade.

A ONU, que instituiu o 25 de maio como o Dia da África, criou a década internacional dos afrodescendentes, intitulada “Pessoas Afrodescendentes: Respeito, Justiça e Reconhecimento”, celebrada de 1º de janeiro de 2015 a 31 de dezembro de 2024. O documento que criou a celebração enfatiza que apesar de muitos esforços pelo mundo, milhões de seres humanos continuam a ser vítimas do racismo e da xenofobia. Isso é muito sério, e não podemos fechar os olhos, mesmo em um dia de festa como é o dia de hoje.

Essa década deve ser marcada por grandes realizações para o nosso povo. A realização e os feitos que as pessoas que estão sendo homenageadas hoje devem servir para inspirar e orientar positivamente outras ações. Devem ajudar o poder público, as empresas e as instituições de um modo geral a inspirar a criação de políticas e iniciativas que contribuam cada vez mais para a aproximação do Brasil com países africanos, mas principalmente que ajudem africanos e seus descendentes viver num país melhor.

Quero registrar aqui a presença da diretora presidente do Instituto do Legislativo Paulista, professora doutora Patrícia Rosset. Representando o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Ricardo Gambaroni, coronel PM Helena dos Santos Reis. Professor João Vicente de Assunção, da Universidade de São Paulo, Faculdade de Saúde Pública. Udine Verardi, representando o deputado Antonio Salim Curiati.

Bom, agora vamos dar início à solenidade, não é, vamos começar a nossa festa.

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - KELLI - Convido a todos agora a prestigiar o vídeo elaborado pelo Centro Cultural Africano.

 

* * *

 

- É feita apresentação de vídeo.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SEBASTIAN - Agora, passo a palavra ao presidente do Centro Cultural Africano, o Sr. Otunba Adekunle Aderonmu.

 

o SR. OTUNBA ADEKUNLE ADERONMU - Boa noite a todos. Excelentíssima deputada Leci Brandão, excelentíssimo Sr. Mutari, cônsul da República da Nigéria, os demais cônsules, senhoras e senhores, boa noite.

É com grande prazer que eu dou as boas-vindas a todos para mais um Prêmio África-Brasil. O décimo que fizemos em comemoração ao Dia da África. Nosso principal objetivo é promover a relação entre os povos das diversas nações, com seus irmãos, irmãs africanas, principalmente com o povo brasileiro.

Desde que fundou o Centro Cultural Africano, em 1999, o principal objetivo é promover e divulgar a África, seus diversos povos, com diferentes culturas, a força dos seres humanos que lá habitam. O tema desse ano do Prêmio África-Brasil é “África em foco”. Nosso objeto é instituir projetos que possam criar oportunidades e ajudar os povos que enfrentam muitas dificuldades na África.

A Nigéria, assim como outros países do continente, é dotada de inúmeros recursos humanos e nacionais, tem qualidade de vida e um direito universal. Bastaria que o resultado da exploração desses recursos fosse devidamente gerido pela autoridade e também que fosse devidamente canalizado para os lugares adequados e as pobrezas que temos em várias partes do continente serão evitadas.

O primeiro desafio que o Centro Cultural Africano vai enfrentar é estabelecer um projeto de Saúde, Educação e profissionalizante totalmente gratuito, o estado da Nigéria de acordo com as metas do milênio. Mas não paramos aí. Queremos que depois se expanda para outras nações africanas.

Nesse sentido, fico muito feliz ao informar que uma grande quantidade de medicamentos já está sendo doada com alguns órgãos aqui do Brasil. Isso nos aproxima do sucesso desse projeto que já está em curso. Estamos ansiosos esperando mais adesões e bons gestos para que os projetos possam ser expandidos e se espalhem para outras áreas com necessidade urgente em todo o continente africano.

Àqueles que já estão ajudando, eu digo muito obrigado. Para auxiliar no sucesso desse projeto, estarei lançado na próxima segunda-feira, dia 25, o livro “Filosofia e ciência da vida”. O livro apresenta a cultura iorubá, onde bom caráter individual, respeito à mulher e ao meio ambiente são fundamentais.

A pobreza é a raiz da maioria dos conflitos sociais no continente africano e é ela quem destrói a força de seu povo e impede seu avanço. Todos os esforços devem ser voltados para a erradicação dessa chaga social. No entanto, o sucesso desse projeto só pode ser garantido se mais pessoas e instituições se engajarem ao projeto. É necessário também fiscalizarmos aonde o fruto desse nosso investimento social vai ser aplicado, para que possa ser aproveitado pelas pessoas que realmente necessitam e que não sirvam para enriquecer mais a renda dos que já têm de sobra.

Os recursos angariados com as vendas dos livros serão utilizados nesses projetos para os povos. Esses projetos pilotos na Nigéria são o primeiro passo para a erradicação da pobreza, garantindo o cuidado primário da área de Saúde, Educação básica e profissionalizante, com a experiência que adquirimos, poderíamos implantar o mesmo projeto em outras partes do continente. Venham e também seja dessa nossa parte de projetos.

Minhas boas vindas para a abertura do X Prêmio África-Brasil não seriam justas sem meu agradecimento pela colaboração e cooperação de todos os consulados das nações africanas, em especial o consulado da República Federal da Nigéria em São Paulo, na pessoa do seu cônsul-geral. Também ao cônsul-geral da África do Sul, ao cônsul geral da Namíbia, ao cônsul-geral de Angola, ao cônsul-geral de Cabo Verde. Ao Ministério da Cultura e Fundação de Cultura Dopamares, Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, “Revista Raça”, Assembleia Legislativa e deputada Leci Brandão, nessa parceria compartilhada.

Agradecer também pela doação da matéria e pelo auxílio financeiro. A vocês, aos premiados desse ano, agradecer pelo muito que fizeram e lhes digo parabéns pela conquista.

Excelências, senhoras e senhores, e membros da imprensa, bem vindos ao X Prêmio África-Brasil. Obrigado e que Deus abençoe vocês. Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SEBASTIAN - Passo a palavra à deputada Leci Brandão.

 

A SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Eu acredito que nesse momento ou vai haver uma ação cultural ou vamos dar início à premiação.

Os nossos premiados aqui estão ansiosos para que comece, não é, o evento para valer, porque a gente sabe a felicidade internamente, está todo mundo extremamente emocionado para poder chegar aqui e mostrar o seu prêmio, o seu troféu.

A gente, na verdade, fora do protocolo o que eu gostaria mesmo que acontecesse um dia é que um número infinitamente maior de homenageados pudesse estar aqui. Eu tenho certeza que um dia vai acontecer, porque o movimento negro e todas as pessoas que são ligadas a essa luta para acabar definitivamente com o preconceito, com o racismo, com toda essa perseguição que sofremos inclusive por causa de religião, enfim, são muitas as questões.

Mas eu tenho certeza que um dia nós vamos ter muito mais pessoas, homens e mulheres, que vendo essas referências que estão sendo homenageadas hoje, vão lutar cada vez mais para que a gente tenha um Brasil com a cara da diversidade, um Brasil que entenda que nós somos todos filhos de Deus, somos todos cidadãos brasileiros, somos afrodescendentes com muito orgulho, apenas queremos ser respeitados. Eu precisava falar isso.

Obrigada. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SEBASTIAN - Boa noite. Eu acho que vocês devem estar curiosos para saber que moça elegante e charmosa está ao meu lado. Eu, se estivesse no lugar de vocês, também ficaria. Então, o nome dela, que está deixando o negrão aqui bonito, é Kelli. Kelli, por gentileza, mostre um quinhão de sua voz para esse povo maravilhoso que está aqui.

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - KELLI - Boa noite. Primeiramente eu gostaria de particularmente agradecer por este momento, dizer que eu estou muito emocionada, pois por muito anos, independente da minha idade, eu tenho 27 anos, eu me propus a estar sentada e partilhar desse momento, e hoje estando aqui para mim é uma grande emoção, principalmente por estar ao lado de um ícone da cultura negra, de qual eu sou muito fã, então muito obrigada e vamos lá iniciar as nossas premiações.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SEBASTIAN - É isso aí.

Categoria Conjunto da Obra, Fernando Pires. Fernando Pires, é isso aí. Fernando Pires nasceu em São Vicente, São Paulo. Formado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de Santos, em 1976, com a expectativa de se tornar um dos melhores arquitetos do País, viu seu destino mudar um pouco em 1982, quando acompanhava uma amiga em um projeto numa fazenda, e ela por sua vez o viu bem criativo e sugeriu que ele fizesse uma sandália para ela vender na praia.

Aí surgiu a parceria ponto a ponto. Ponto de apoio. Ela está me dando um apoio aqui.

No final de 1989, de volta da primeira viagem a Nova York, essa parceria se dissolveu e ele já estava querendo voltar para o mundo da arquitetura, mexer com cimento, reboco, essas coisas, aí os funcionários o convenceram que não, que ele deveria usar o talento, a criatividade e o bom gosto com os pés das mulheres e dos homens, e se tornou assim o arquiteto dos pés.

Portanto, esse artista, esse homem sensível é hoje laureado com esse Prêmio pois ele é merecedor e cá está Fernando Pires. Por gentileza. (Palmas.)

 

A SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - O cônsul-geral da Nigéria entrega o prêmio a Fernando Pires. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega do prêmio.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - KELLI - Dando continuidade, agora Categoria Arte e Cultura, Bloco Afro Ilú Oba de Min.

Ilú Oba de Min é um bloco composto por mulheres e desde 2005 sai às ruas de São Paulo, celebrando a cultura afro-brasileira e destacando a participação das mulheres no mundo. Rainha Nzinga, Leci Brandão, que é madrinha do bloco e Raquel Trindade foram algumas das homenageadas nos anos anteriores.

No Carnaval de 2003, o bloco enfeitou as ruas da capital paulista com o enredo “As Iabás, as deusas do Axé”. No ano de 2014, o bloco realiza seu 10º cortejo pelas ruas do centro da cidade de São Paulo com o tema “Nega Duda e o samba de roda do recôncavo baiano, patrimônio imaterial da humanidade”.

É uma grande intervenção cultural que promove a cultura popular e promove a participação ativa da mulher na sociedade através da arte. Traz também para a região urbana a dança e os cantos dos terreiros do candomblé e de diversas manifestações da cultura negra, como o maracatu, o batuque, coco, jongo, entre outras.

Chamamos para receber, Beth Belli. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SEBASTIAN - A Leci entregará o prêmio.

 

* * *

 

- É feita a entrega do prêmio.

 

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A SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Beth Belli, é com muito prazer que eu passo às suas mãos esse prêmio merecidíssimo, porque você tem uma coisa diferente, você é uma mulher que é mestre de bateria, bateria de mulheres, isso é uma coisa que é inédita.

Então, a gente quer te cumprimentar, pedir a Oxóssi para que cada vez mais ilumine seus caminhos, que a gente sabe que você é uma mulher, a gente pode dizer aqui, uns entendem, outros não, (fala em dialeto) que é maior, que a gente tem que falar para você, e parabenizá-la não só pela questão dos instrumentos que você traz, não é, para o Ilú, da forma que você ensina aquelas mulheres, da diversidade, não tem só mulheres negras, tem mulheres de todas as etnias, de todas as idades não é?

E tem sido ultimamente, aqui em São Paulo, um dos blocos mais elogiados e mais respeitados e a gente sabe da história de vocês. A história do sacrifício, a história da luta que vocês tiveram que enfrentar para chegar aonde vocês chegaram. Parabéns a você, que é uma mestre de bateria. Eu quero muitos aplausos para essa mulher aqui que ela... (Palmas.)

É que a gente tem que atender à imprensa, às fotos. Não reparem na confusão que acontece aqui em cima. Ela está emocionada, também.

 

A SRA. BETH BELLI - Obrigada madrinha, obrigada rei.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SEBASTIAN - Categoria Empresa, Grupo Facility. É uma empresa especializada no segmento de prestação de serviços terceirizados e intermediação temporária, sempre preocupada com a inclusão social.

Convidamos o presidente do Grupo Facility, Sr. Clodoaldo Amâncio de Carvalho, para receber o Prêmio das mãos do Otunba. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega do prêmio ao Grupo Facility.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SEBASTIAN - Categoria Justiça, Eliana Passarelli. É do Ministério Público do Estado de São Paulo desde 1986. Professora e Mestre de Direito Penal, onde é Procuradora de Justiça, sempre disponível a esclarecer sobre as leis e a população. Chamamos para receber a Procuradora de Justiça, Dra. Eliana Passarelli, das mãos da Consulesa da França. (Palmas.)

 

* * *

 

- É feita a entrega do prêmio.

 

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A SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Eu vou ter que quebrar o protocolo. Desculpem-me, mas é que a gente tem que dar uma explicação. Eu estou com meu pé lesionado, eu fiz uma cirurgia no pé, não estou podendo estar levantando e sentando a todo instante porque dói demais.

Isso foi explicado anteriormente, mas nem todo mundo sabe, então eu tenho que explicar aqui, para as pessoas do Plenário, para que não pensem que eu sou uma pessoa mal educada. Não é isso. É que eu não posso estar levantando que o pé dói, apenas isso que eu queria explicar. (Palmas.)

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - KELLI - Categoria Empresa, Benatur. A Benatur é uma operadora de turismo que lhe oferece as mais inovadoras opções de pacotes turísticos e de negócios existentes hoje no mercado nacional e internacional.

Com foco na promoção do intercâmbio entre países africanos e com todo o planeta, entendemos o quanto é importante o processo de globalização para o desenvolvimento intelectual de um indivíduo e, por consequência, de um país. Por meio de parcerias com instituições de ensino de qualidade, a Benatur oferece cursos sob medida para você e sua empresa em diversas áreas, com destaque nos cursos de capacitação e formação continuada, MBA e especializações, atendendo, assim, às necessidades pessoais em um mercado mundial cada vez mais competitivo.

Convidamos para receber o Prêmio o Sr. Joel Carlos Luiz, pelas mãos da Consulesa da África do Sul. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega do prêmio.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SEBASTIAN - Se hoje o poder feminino é destaque no mundo, a paulistana Cozete Gomes é um dos seus exemplos mais completos.

Afinal, Cozete é dona de uma vitoriosa trajetória, tanto pelo sucesso nos negócios como por sua beleza e estilo e desenvoltura. Foi na segunda temporada de “Mulheres Ricas” que se tornou conhecida nacionalmente, despertando o interesse e a admiração do público.

Convidamos a empresária, Sra. Cozete Gomes, para receber das mãos do deputado Orlando Silva, do PCdoB, esse tão importante Prêmio. Cozete? (Palmas.)

Deputado? Ah, está subindo.

 

A SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Anuncio a presença do deputado federal Orlando Silva, que não foi comunicado aqui. Um aplauso para o deputado federal do PCdoB, Orlando Silva. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega do prêmio.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - KELLI – Agora, na Categoria Jornalista, nossa querida Lu Barbosa, que receberá o Prêmio das mãos do nosso representante da Namíbia.

Lu Barbosa? (Palmas.)

 

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- É feita a entrega do prêmio.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - KELLI - Seguindo em frente com a nossa premiação, na Categoria Responsabilidade Social, premiamos o Grande Oriente do Estado de São Paulo.

O Grande Oriente do Estado de São Paulo, sob esse título, foi criado em 29 de julho de 1921, mas sua origem remonta a outubro de 1889, quando o Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil, Visconde Vieira da Silva, estabeleceu a Grande Loja Provincial de São Paulo, primeira célula regional do sistema de obediência da Maçonaria brasileira.

A Maçonaria, forma reduzida e usual de franco-maçonaria, é uma sociedade secreta de caráter universal, cujos membros cultivam o aclassismo, humanidade, os princípios da liberdade, democracia e igualdade, fraternidade e aperfeiçoamento intelectual, sendo, assim, uma associação iniciativa e filosófica.

Os maçons estruturam-se e reúnem-se em células autônomas, designadas por oficinas, ateliês, ou, como são mais conhecidas e corretamente designadas, lojas, todas iguais em direitos e honras, e independentes entre si.

O Grande Oriente do Brasil é a mais antiga potência.

Convidamos o representante Benedito Marques Ballouk Filho para receber esse Prêmio pelas mãos do secretário da Igualdade Racial de São Paulo. (Palmas.)

Antônio Pinto, por favor.

 

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- É feita a entrega do prêmio.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SEBASTIAN - Nos orgulhamos a nós mesmos apresentar o aspecto cultural, econômico e social do Brasil ao cenário africano, e tendo também o melhor da África para oferecer ao público brasileiro. Nós exploramos, com foco no intercâmbio, as empresas brasileiras e africanas, entretenimento, notícias, assuntos atuais, a informação social e serviços como uma área para grandes eventos, como terceiro setor, festas, através de ambas as regiões.

Ao fazer as atividades brasileiras sociais, econômicas e de negócios disponíveis para a África e para o Brasil, oferecemos para ajudar na melhoria do turismo e das relações comerciais entre as regiões.

Convidamos o representante, o Sr. Innocent Aroh para receber o Prêmio da Afribraz. Comunicação Afribraz. (Palmas.)

Bello Mangueira, Cônsul de Angola, vai entregar.

 

* * *

 

- É feita a entrega do prêmio.

 

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A SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Eu peço licença para anunciar a presença do sempre senador, Eduardo Suplicy. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SEBASTIAN - E o Jamil Murad. Jamil Murad. Deputado Jamil Murad. (Palmas.)

 

A SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Sempre deputado Jamil Murad, PCdoB, obrigada pela presença também, deputado.

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - KELLI - Dando continuidade, agora com muito prazer, Categoria Artista, Paula Lima.

Segundo a mãe de Paula Lima, ela acordava cantando no berço quando tinha apenas 3 anos de idade. Ela teve aulas de piano dos 7 aos 17 anos e participava de festivais de canto na escola. Paula formou-se em Direito, no Mackenzie, com a intenção de se tornar promotora. Após esse período, cursou também um ano de Publicidade na FAAP.

Em 1992, no terceiro ano de faculdade, Paula participou da primeira banda, a “Unidade Móvel”, liderada por Eugênio Lima e Wilson Robson, que mais tarde gerou a “Unidade Bop”, com Paulo Checoli.

Com a banda, lançou o CD “Quebrando o Gelo do Clube”, pela gravadora Eldorado.

Desde 2013, integra o corpo de comentaristas do Carnaval de São Paulo Globeleza, transmitido pela Rede Globo.

Convidamos a cantora e compositora Paula Lima para receber o Prêmio, pelas mãos do Cônsul da Nigéria, Muntari Abdu Kaita. (Palmas.)

 

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- É feita entrega do prêmio.

 

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A SRA. PAULA LIMA - Boa noite. É difícil cantor não querer pegar um pouquinho o microfone. Desculpa, mas eu só quero realmente dizer que é uma honra. Muito obrigada pelo carinho, muito obrigada pelo carinho, muito obrigada pelos caminhos abertos. Que a gente possa cada vez mais, essencialmente, respirar e ser realmente quem a gente é: negros, sabendo da diversidade, e seguindo com dignidade e respeito. Muito obrigada e boa noite. (Palmas.)

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - KELLI - Dando seguimento, categoria Políticas Públicas, deputado Fernando Capez. Convidamos a assessora...

 

A SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Por favor, por gentileza. O deputado Fernando Capez, presidente desta Casa, abriu a sessão, passou a Presidência para nós, já recebeu o prêmio dele. Eu gostaria de pedir ao Cerimonial, e às pessoas da nossa assessoria que, por favor, ajudassem aqui os nossos Mestres de Cerimônias. Peço encarecidamente para que não haja mais nenhum problema.

Desculpem, mas eu tenho que interferir, mas a gente não pode permitir que as pessoas, ninguém está errando, é que foram naturalmente pegos de surpresa, mas eu não posso deixar que um caso como esse... Peço à minha assessoria e à assessoria da Casa, o Cerimonial, por favor, para nos ajudar, que eu estou presidindo e fazendo uma série de coisas que não são nem da minha alçada.

Muito obrigada. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SEBASTIAN - Dando sequência, a história da jornalista Cláudia Alexandre.

É radialista, repórter e apresentadora de TV, especialista em gestão de eventos, docente da Faculdade Otec, São Paulo, graduada em Comunicação Social, FIAM, São Paulo, especialista em Ciências da Religião, pesquisadora da cultura afro-brasileira, nas áreas de símbolo, ritualidade e memória.

Membro da Cojira, Sindijornalista - SP e da Rede da Cultura Popular e Tradicionais. Aqui, você confere a coluna Diversos, com notícias e artigos sobre cultura, eventos e diversidade.

Convidamos a jornalista Cláudia Alexandre. (Palmas.)

Otunba, por gentileza, vai entregar o Prêmio.

 

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- É feita a entrega do prêmio.

 

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A SRA. CLÁUDIA ALEXANDRE - É rapidinho, a deputada permitiu, Otunba também, que eu agradecesse ao público. São dez anos acompanhando o trabalho do Sr. Otunba Adekunle Aderonmu presidindo o Centro Cultural Africano, lutando pelos irmãos, por nós, para nos reconhecer, eu acho, que uma noite em que a gente está sendo reconhecido, eu acho que a gente deveria era estar dando um presente para você, Otunba, porque eu sei o quanto você luta pelos seus irmãos africanos, e não é fácil para o africano, aqui no Brasil, também, assim como não é fácil para nós, afrodescendentes, em nenhum lugar onde nós queremos conquistar um espaço, onde nós queremos ser reconhecidos, e nós temos um presente que é do Otunba, que é de estar reconhecendo seus irmãos.

Hoje, muito mais do que estarmos comemorando com esse Prêmio, nós não podemos esquecer que nós também estamos celebrando o Dia da África, um dia de luta, um dia de libertação. Então viva a nossa liberdade de estarmos aqui nesse espaço, de termos a deputada Leci Brandão presidindo esse Prêmio e essa vitória que é só do Otunba e logicamente ele está dividindo com a gente.

Obrigada, obrigada Otunba, obrigada a todos e saúdo também os representantes dos consulados. Obrigada ao Sebastian, parabéns a você, Kelli. (Palmas.)

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - KELLI – Agora, na nossa última categoria, vamos premiar a Gremiação Beija-Flor de Nilópolis. Neste ano, a Beija-Flor levou para a Sapucaí o enredo “Um griô conta a história: um olhar sobre a África e o despontar da Guiné Equatorial. Caminhemos sobre a trilha de nossa felicidade”, que abordou a cultura e a história da Guiné Equatorial. O samba escolhido foi o de número 13, parceria de J. Velloso, Samir Trindade, Jr. Beija-Flor, Marquinhos Beija-Flor, Gilberto Oliveira, Elson Ramires, Dílson Marimba e Sílvio Romai.

A escola foi a terceira a desfilar na segunda-feira de Carnaval. Venceu o campeonato com um total de 269,9 pontos, de 270 possíveis, contando descartes.

Convidamos o representante da Gremiação Beija-Flor, Sr. Jorge da Cunha, que receberá das mãos do nosso querido Eduardo Suplicy. (Palmas.)

 

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- É feita entrega do prêmio.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SEBASTIAN - Gostaríamos de agradecer às autoridades presentes, aos laureados desta 10ª edição, imprensa, fotógrafos, aos nossos parceiros e a todo público.

 

A SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - A Dra. Eliana Passarelli gostaria de fazer uso da palavra. Por favor.

 

A SRA. ELIANA PASSARELLI - Boa noite a todos. Eu me sinto muito honrada pelo prestígio que me foi dado por esse evento maravilhoso e eu gostaria de fazer uma proposta à senhora, deputada.

Eu acho muito importante, uma vez que o Ministério Público do Estado de São Paulo está aqui, representado por mim, na qualidade de Procuradora de Justiça, que seja criada, e que a senhora faça um esforço, juntamente comigo, para que nós possamos criar a Promotoria Contra o Racismo. Porque nós temos várias Promotorias, de Inclusão Social, Direitos Humanos, e eu acho que está na hora do Ministério Público do Estado de São Paulo dar uma atenção muito especial ao problema do racismo.

Não é mais tolerado a nossa leniência quando nós tratamos dos crimes de racismo numa Promotoria qualquer, numa Promotoria criminal. Então, eu acho que nós poderíamos fazer este apelo ao Procurador Geral de Justiça, Dr. Márcio Elias Rosa, para que ele crie, finalmente, uma Promotoria Contra o Preconceito Racial. É essa a minha proposta. (Palmas.)

 

A SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Quero responder publicamente que evidentemente que a gente tem que fazer parte dessa parceria. Nós, que já conseguimos, em pouco tempo, fazer tanta coisa em relação à questão racial, inclusive até recebo algumas, alguns recados de pessoas que não gostam muito do nosso posicionamento dentro da Assembleia, porque acham que a gente fala demais da questão racial, da questão das minorias. Essas pessoas têm que entender que se eu estou nessa Casa aqui como a segunda mulher negra que entrou nessa Casa, uma Casa que tem 180 anos de existência, eu só estou aqui hoje como deputada porque eu sou uma artista, eu estou deputada, pelo meu posicionamento. O dia que eu não me assumir como negra, eu vou ter que abandonar a vida. Só isso. Obrigada. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SEBASTIAN - Nunca é demais agradecer, nunca é demais comemorar, nunca é demais nos irmanarmos nessa ação de fortalecimento das nossas convicções, das nossas visões, da nossa fé, porque o Brasil nasceu para ser o melhor país do mundo e quando nós reconhecemos a nossa multiracialidade, nossa cor, nossa energia, nosso astral, nós nos tornamos, de fato, o que devemos ser: um povo maravilhoso que somos.

Nós temos que olhar para dentro e agradecer a sensibilidade das autoridades, debruçando sobre esse tema tão importante, tão necessário, que nos faz presente há tantos anos, e fico feliz e honrado em poder estar aqui, diante desse microfone, ostentando essa palavra de gratidão e convidando a todos a agradecer sempre a uma líder como a Leci, sempre nos convidando a prestar atenção nos valores que existem dentro de nós, que somos brasileiros, negros, e que temos muito a oferecer. Com esse sorriso negro, traz felicidade. Um abraço negro, traz felicidade. A postura do negro sempre é sinônimo de felicidade. Eu agradeço. (Palmas.)

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - KELLI - Em agradecimento à Embaixada e Consulado da República Federal da Nigéria em São Paulo, à participação ativa dos Cônsules-Gerais da Nigéria, África do Sul, Namíbia, Angola, Cabo Verde; Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo; Revista Raça; Afribraz; Onix Contabilidade; Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo; Ministério da Cultura e Fundação Cultural Palmares; em especial, à deputada Leci Brandão.

Agradecemos a todos os presentes e fechamos a nossa linda noite convidando a todos para um brinde no Hall Monumental. Boa noite a todos. (Palmas.)

Por favor, Leci Brandão, encerrar a sessão.

 

A SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Eu quero dizer da minha emoção, da minha felicidade plena, por mais uma vez ver nesse espaço legislativo, dentro da maior Assembleia Legislativa desse país, que é a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, nós termos uma sessão solene como essa, em que puderam estar presentes aqui não só as autoridades, os homenageados, o povo de São Paulo de um modo geral, pessoas de todas as etnias, de todas as idades, de todas as crenças, de todas as orientações, e isso nos deixa assim... É porque eu não sou uma pessoa orgulhosa, não sou uma pessoa vaidosa. Mas eu sou principalmente muito grata a Deus, sou muito grata aos guias de luz, sou muito grata aos Orixás por terem me dado a oportunidade de poder, de uma forma humilde, de uma forma simples, fazer algumas ações dentro dessa Casa que, no início, em 2011, quando nós chegamos aqui, tudo parecia muito atípico, muito diferente. As pessoas se surpreendiam até com as pessoas que chegavam aqui a esta Casa. Muitas pessoas aqui em São Paulo achavam que não podiam entrar na Assembleia Legislativa. As pessoas tinham um certo receio, um certo temor de chegar aqui e isso aqui parece um grande palácio de mármore, enfim, mas aqui é a Casa do Povo.

Jamais esqueçam disso: aqui é a Casa do Povo. Aqui, o povo vem para fazer as suas audiências, para fazer as suas reivindicações, tem que ser tratado com respeito, com carinho, não podem ser tratados de forma desrespeitosa, e a gente se sente muito feliz de poder ter mudado um pouquinho o comportamento da Assembleia no sentido de que toda e qualquer pessoa pode estar aqui dentro desse Plenário, toda e qualquer pessoa pode vir aqui, assistir, conhecer a Casa, conhecer a Assembleia, visitar os gabinetes, e não esqueçam de uma coisa muito importante: nenhum deputado, nenhum parlamentar, está fazendo um favor a nenhum dos senhores e senhoras. É obrigação, porque são representantes legítimos do povo.

A gente sabe que a política está sendo tratada de uma forma muito ruim, a gente até tem certo receio, não é, de dizer que está na política, mas eu acho que quem faz uma política e pode continuar olhando de frente para as pessoas, não tem que temer absolutamente nada. É só você cumprir a sua obrigação e respeitar as pessoas que colocaram vocês aqui dentro.

Muito obrigada, que Deus abençoe a todos. Viva a África, viva o Brasil, viva o povo brasileiro, viva o povo africano!

Deus abençoe, proteja e ilumine todos que estão aqui. Muito obrigada. (Palmas.)

Está encerrada a sessão.

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - KELLI - Estão todos convidados a ir ao Hall Monumental brindar conosco.

 

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- Encerra-se a sessão às 21 horas e 48 minutos.

 

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