19 DE JUNHO DE 2015

017ª SESSÃO SOLENE EM HOMENAGEM À ENTREGA DA MEDALHA THEODOSINA ROSÁRIO RIBEIRO

Presidente: LECI BRANDÃO

RESUMO

1 - LECI BRANDÃO

Assume a Presidência e abre a sessão.

2 - CLAUDIA LUNA

Mestre de Cerimônias, anuncia a composição da Mesa.

3 - PRESIDENTE LECI BRANDÃO

Informa que a Presidência Efetiva convocara a presente sessão, a requerimento da deputada Leci Brandão, com a finalidade de "Entregar a Medalha Theodosina Rosário Ribeiro". Convida o público a ouvir, de pé, o "Hino Nacional Brasileiro". Atribui especial significado ao valor social da ex-deputada estadual Theodosina Rosário Ribeiro. Tece considerações sobre o desenvolvimento da sociedade, em parte fruto da atuação feminina. Justifica o nome dado ao seu gabinete, "Quilombo da Diversidade". Acrescenta que as homenageadas são merecedoras da premiação.

4 - JOSÉ MENTOR

Deputado federal, registra sua satisfação em participar da solenidade. Tece elogios à ex-deputada Theodosina Rosário Ribeiro.

5 - ORLANDO SILVA

Deputado federal, informa sua admiração pela deputada Leci Brandão. Faz cumprimentos gerais. Acrescenta que as homenageadas devem ser tidas como exemplos para a sociedade.

6 - LUCIANA SANTOS

Deputada federal, agradece à deputada Leci Brandão pela iniciativa de propor a referida homenagem. Argumenta que a ex-deputada Theodosina Rosário Ribeiro resume a expressão do povo brasileiro. Valoriza a simbologia da raça negra no cenário social. Enaltece a luta contra a discriminação racial no País. Faz reflexão histórica sobre o tema. Salienta que a desigualdade deve ser superada, em prol de uma sociedade mais justa e igualitária.

7 - THEODOSINA ROSÁRIO RIBEIRO

Ex-deputada estadual, cumprimenta deputadas da atual Legislatura. Reverencia a parlamentar Leci Brandão por sua sensibilidade, quando da elaboração de projeto de lei em defesa da mulher. Dá enfoque á inserção da mulher na seara política. Lembra seu êxito quando candidata à vereadora e à deputada estadual. Valoriza a constituição da família. Informa como ocorreu, nesta Casa, sua atividade parlamentar. Clama por mais participação da mulher no exercício de cargos eletivos.

8 - CLAUDIA LUNA

Mestre de Cerimônias, anuncia a entrega da Medalha Theodosina Rosário Ribeiro a mulheres que se destacaram na sociedade, em razão de contribuições ao enfrentamento da discriminação racial e defesa dos direitos das mulheres no estado de São Paulo, com breve histórico de cada homenageada.

9 - LUCIANA SANTOS

Deputada federal, presidente do PCdoB, declara-se lisonjeada por receber a premiação. Acrescenta que a homenagem alimenta sua disposição em lutar por um País mais justo.

10 - SUELI CARNEIRO

Diretora do Geledés, Instituto da Mulher Negra, mostra-se grata por ter sido premiada. Afirma ser difícil a inclusão da raça negra nas esferas de Poder.

11 - PRESIDENTE LECI BRANDÃO

Endossa o pronunciamento de Sueli Carneiro.

12 - HÉLIA ROGÉRIO DE SOUZA PINTO, "FOFÃO"

Ex-jogadora de voleibol, manifesta seu contentamento em receber a medalha.

13 - MARIA APARECIDA DA SILVA BENTO

Diretora do Centro de Estudo das Relações de Trabalho e Desigualdades - CEERT, agradece o recebimento da homenagem. Comenta relação de amizade com e ex-deputada Theodosina Rosário Ribeiro. Enaltece a capacidade da deputada Leci Brandão de dialogar com a sociedade negra.

14 - ROSMARY CORREA

Delegada de polícia e presidente do Conselho Estadual da Condição Feminina, sinaliza sua gratidão por fazer parte desse grupo de mulheres homenageadas. Tece elogios à deputada Leci Brandão. Defende maior participação de mulheres na política.

15 - PRESIDENTE LECI BRANDÃO

Endossa o pronunciamento de Rosmary Correa.

16 - ANGÉLICA DE MARIA MELLO DE ALMEIDA

Desembargadora do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, mostra-se honrada por receber a premiação. Aduz que é desafio da magistratura trabalhar em benefício dos direitos fundamentais das mulheres. Afirma que a ex-deputada Theodosina Rosário Ribeiro é exemplo e ser seguido.

17 - MARIA EULINA HILSENBECK

Professora e fundadora do Clube de Mães do Brasil, agradece à deputada Leci Brandão pela solenidade. Faz reflexão filosófica sobre a vida. Acrescenta que sua preocupação é se dedicar aos abandonados e miseráveis. Expressa gratidão à ex-deputada Theodosina Rosário Ribeiro.

18 - MARIA SILVIA OLIVEIRA

Representante da homenageada Ornela Maria Aleixo, membro da Pastoral da Mulher de Brasilândia, comenta violência em Brasilândia, bairro da Capital. Afirma sua dedicação em cultivar a autoestima das mulheres da região. Defende o combate à violência doméstica.

19 - JULIANA HELENA DELFINO

Presidente da Casa de Cultura Raízes, da Escola de Samba Raízes, parabeniza a deputada Leci Brandão pela iniciativa. Afirma que representa mulheres de Ferraz de Vasconcelos. Sente-se honrada por receber a premiação.

20 - ANA LÚCIA VILAR MAMEDE KEDDI

Presidente da Associação das Voluntárias do Hospital Infantil Darcy Vargas, agradece a homenagem recebida. Informa atividades desempenhadas pelo Hospital Infantil Darcy Vargas.

21 - MARIA ÂNGELA TEODORO

Auxiliar de enfermagem da Casa de David, mostra seu contentamento por ter sido homenageada. Faz agradecimentos gerais. Convida os presentes a visitarem a Casa de Davi.

22 - MARIA LAILA TANIOS MAALOULI

Advogada e vereadora à Câmara Municipal de Peruíbe, faz agradecimentos gerais, em especial aos amigos e à família. Afirma ser a única vereadora em Peruíbe. Valoriza o prêmio recebido. Defende a inclusão da mulher na política.

23 - JOYCE DA SILVA FERNANDES

Cantora e professora, celebra sua alegria por ter sido agraciada. Faz agradecimentos gerais. Interpreta música, de sua autoria, a valorizar a raça negra.

24 - WILSON RIBEIRO JUNIOR

Representante da homenageada Stephanie Ribeiro, estudante de Arquitetura e Urbanismo, justifica a ausência da agraciada.

25 - GABRIEL RAPASSI

Secretário da Cultura, da cidade de Campinas, tece elogios à Alessandra Ribeiro Martins, pela luta contra a discriminação racial e a discriminação religiosa.

26 - ALESSANDRA RIBEIRO MARTINS

Presidente da Associação Jongo Dito Ribeiro, revela sua gratidão por ter recebido a medalha. Agradece à deputada Leci Brandão. Faz apresentação musical.

27 - CLAUDIA LUNA

Mestre de Cerimônias, justifica ausências de autoridades.

28 - PRESIDENTE LECI BRANDÃO

Agradece a presença de todos. Demonstra alegria por compartilhar a parte da história da ex-deputada Theodosina Rosário Ribeiro.

29 - THEODOSINA ROSÁRIO RIBEIRO

Manifesta admiração pela deputada Leci Brandão.

30 - PRESIDENTE LECI BRANDÃO

Pede aplausos para todas as religiões. Interpreta a música "Sorriso Negro". Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.

* * *

- Assume a Presidência e abre a sessão a Sra. Leci Brandão.

* * *

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - CLAUDIA LUNA - Bom dia a todas e a todos! Gostaríamos de solicitar que as homenageadas, por gentileza, tomem assento aqui à frente do plenário. Dentro de instantes iniciaremos a nossa sessão solene de entrega da Medalha Theodosina Rosário Ribeiro.

Senhoras e senhores, bom dia! Sejam bem vindos à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo para a sessão solene com a finalidade de entregar a Medalha Theodosina Rosário Ribeiro. Anunciamos para compor a Mesa principal a excelentíssima Sra. Deputada Leci Brandão, proponente desta sessão solene. (Palmas)

A Dra. Theodosina Rosário Ribeiro, que foi deputada estadual nesta Casa de Leis e nomina esta medalha. (Palmas.)

A excelentíssima deputada federal Luciana Santos. (Palmas.)

O excelentíssimo deputado federal Orlando Silva. (Palmas.)

O excelentíssimo deputado federal José Mentor. (Palmas.)

Com a palavra, a deputada Leci Brandão.

A SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Que Deus abençoe e proteja a todas e todos que estão aqui.

Sras. Deputadas e Srs. Deputados, minhas senhoras e meus senhores, esta sessão solene foi convocada pelo presidente desta Casa, deputado Fernando Capez, e atendendo a solicitação nossa, com a finalidade de entregar a Medalha Theodosina Rosário Ribeiro.

Convido a todos os presentes para, de pé, ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro.

* * *

- É feita a execução do Hino Nacional Brasileiro.

* * *

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - CLAUDIA LUNA - Passo a palavra à nobre deputada Leci Brandão, proponente desta sessão solene.

A SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Eu gostaria de inicialmente - já quebrando o protocolo - dizer que a sessão atrasou porque eu estava fazendo o meu discurso, eu resolvi escrevê-lo agora. Eu gosto de sempre seguir as intuições que vêm na minha cabeça, porque aí fica uma coisa mais legítima, mais verdadeira, e é tudo aquilo que eu quero realmente dizer para as senhoras e para os senhores. Tá com a minha letra aqui, viu.

Desde que chegamos a esta Casa realizamos vários eventos importantes, mas confesso que a Medalha Theodosina Ribeiro nos deixa extremamente felizes, especialmente felizes. O significado deste ato, o valor histórico desta mulher negra - a primeira mulher negra a ocupar um assento nesta Assembleia.

Nós queremos agradecer aos parlamentares que fizeram não só a resolução em 2014 e a regulamentação em 2015 - em 2014 foi sob a Presidência do deputado Samuel Moreira, que hoje está no Congresso Nacional como deputado federal, e esta Assembleia agora é presidida pelo nobre deputado Fernando Capez. Coincidentemente, no segundo mandato da segunda mulher negra que entra nesta Casa é que acontece a terceira edição desta medalha.

Esse “coincidentemente” é entre aspas, tá?

Nós respeitamos todas as mulheres, haja vista a diversidade deste ambiente. Essas 15 mulheres representam legitimamente a diversidade. Todas as mulheres que já foram homenageadas e aquelas que estão hoje aqui de alguma forma contribuíram para a sociedade brasileira, para o desenvolvimento desta sociedade, para a grandeza desta sociedade. Elas ensinaram, cuidaram, defenderam, protegeram, legislaram, participaram, trouxeram alegrias, salvaram vidas - são referências para o nosso País, todas elas.

O nosso gabinete tem um nome, eu coloquei um nome no nosso gabinete: é o “Quilombo da Diversidade”, porque em todo lugar a que eu vou as pessoas ficam me chamando de “guerreira”; “chegou a Leci, a guerreira”, e eu fico perguntando, mas por quê? Eu acho que pedir igualdade de direitos, combater violência doméstica e de gênero, enfrentar intolerância religiosa, aplaudir ações afirmativas e alertar sobre o genocídio da juventude negra - isso é guerra? Eu não sei. Eu não agrido ninguém, eu apenas defendo os que são injustiçados.

Eu termino dizendo o seguinte: a lista de passageiros dos navios negreiros não foi encontrada, ninguém me mostrou; pode ser que eu seja parente de Zumbi - quem pode afirmar que não? Provavelmente, Dra. Theodosina Ribeiro, eu acho que a senhora tem descendência de alguma rainha africana, tamanha sua altivez, tamanha a sua nobreza.

As 15 mulheres que estão aqui são merecedoras, têm comprometimento e grandeza porque respeitaram e ajudaram milhares de pessoas de forma democrática, de forma respeitosa e de forma cidadã.

Muito obrigada! (Palmas.)

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - CLAUDIA LUNA - Comunicamos aos presentes que esta sessão está sendo transmitida ao vivo pela TV WEB e será transmitida pela TV Assembleia no dia 21, domingo, às 21h, pela NET - canal 7, pela TV Aberta - canal 61.2, e pela TV VIVO - canal digital 185 e canal analógico 166.

Teremos agora as palavras dos ilustres deputados federais.

Tem a palavra, neste momento, o ilustre deputado federal José Mentor. (Palmas.)

O SR. JOSÉ MENTOR - Bom dia a todos e a todas!

Quero registrar aqui, inicialmente, a minha satisfação grande de voltar a esta Casa e usar este microfone - que eu tive a oportunidade de usa nos idos de 1989, Orlando.

Quero cumprimentar a Leci, primeiro pela atividade exitosa numa sexta-feira de manhã com Casa cheia - não é qualquer deputado que faz isso, Leci; e agradecer publicamente porque a Leci fez parte da festa de lançamento da minha primeira campanha a deputado federal exitosa, em grande parte por sua conta.

Quero saudar o Orlando, a Luciana e a dona Theodosina.

Quando eu fui deputado aqui, eu ouvi muito falar o nome desta ex-deputada, já na época. Pela simplicidade, pelo aguerrimento, pela combatividade, pelas teses difíceis, na época, de enfrentar, como mulher e como negra. E, com certeza, a Leci, ao homenagear todas as senhoras aqui, escolheu características parecidas em cada uma das homenageadas. Um pouco mais pra cá, Leci, um pouco mais pra acolá, todas, com certeza, têm essas características.

Eu quero registrar numa homenageada, peço licença para fazer, que é uma que me conhece há mais tempo. Há duas aqui: a Encarnação, que é minha mãe, essa me conhece há mais tempo mesmo, e a Angélica, que é minha irmã mais velha, que é homenageada e a segunda que me conhece há mais tempo.

Dentre essas características, tem uma que eu acho que é um grande detalhe, e que demonstra muito a característica, a firmeza de caráter: a obstinação que é a altivez da simplicidade.

Um abraço para todos. (Palmas.)

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - CLAUDIA LUNA - Tem a palavra, neste instante, o ilustre deputado federal Orlando Silva. (Palmas.)

O SR. ORLANDO SILVA - Bom dia a todos e a todas!

Cumprimento a nossa querida deputada Leci Brandão, líder do PCdoB na Assembleia Legislativa de São Paulo, que promove esta cerimônia tão importante.

Cada cerimônia do Prêmio Theodosina Ribeiro que ela realiza, que a Assembleia realiza, cresce a cada ano em importância, participação e em presença social, cultural e política.

Eu considero, Leci, que é um grande acontecimento da Assembleia Legislativa - e felizmente vai ficar para a história desta Casa - esta sua iniciativa que vai, ano após ano, render homenagens às personalidades que são tão relevantes para a vida de São Paulo e do Brasil.

Eu cumprimento a deputada Luciana Santos, o deputado José Mentor, e um cumprimento muito carinhoso à nossa deputada, sempre deputada Theodosina Ribeiro. É um orgulho para mim poder compartilhar a vivência e a convivência com a senhora, pelo ineditismo da sua personalidade na Assembleia Legislativa; por ser uma mulher negra que fez história em São Paulo e no Brasil.

Quero, por fim, cumprimentar a cada um dos homenageados e das homenageadas. Vou pedir licença também para cumprimentar a Fofão, que é uma atleta extraordinária, que honrou muito o nosso País durante toda a sua trajetória. (Palmas.)

Em nome da Fofão, eu cumprimento todos os demais; a Laila não vai ficar triste comigo, que é a minha companheira aqui de Peruíbe, mas quero dizer que o Brasil é um país incrível, que tem um potencial maravilhoso e que tem grandes realizações não só pela nossa história, pela nossa trajetória, mas, sobretudo, pelo nosso povo. O nosso povo se inspira na conduta, na atitude de cada uma das senhoras, cada uma das homenageadas aqui nesta manhã.

Parabéns pela homenagem, parabéns, Leci, pela realização, e espero que o exemplo de cada uma das homenageadas possa abrir caminhos para tantas outras mulheres brasileiras que farão de nosso País um lugar cada vez melhor para se viver. Bom dia a todos! (Palmas.)

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - CLAUDIA LUNA - Tem a palavra a ilustre deputada federal Luciana Santos, presidenta nacional do PCdoB.

A SRA. LUCIANA SANTOS - Gente, bom dia a cada um e cada uma de vocês!

Quero aqui, em primeiro lugar, agradecer a iniciativa da deputada Leci Brandão de, junto com todos os pares desta Casa, realizar mais uma edição do prêmio desta grande figura do povo - não só de São Paulo, mas brasileiro - que é a ex-deputada Theodosina Ribeiro, e dizer a minha alegria que é fazer parte das homenageadas desta premiação, exatamente porque acho que Theodosina é a expressão do nosso povo, do povo brasileiro.

Além da reverência e do simbolismo e do que ela expressa por ser uma mulher negra e ter sido a primeira vereadora na Câmara de São Paulo e vice-presidente desta Casa, demonstra o quanto a sua trajetória de vida é dedicada às causas mais caras ao nosso povo, à nossa gente, que são a luta contra a discriminação racial, a luta para inclusão social, a luta para que a gente tenha a expressão da nossa cultura cada vez mais disseminada. E penso que, sem dúvidas, para chegar a essas conquistas necessariamente teve que quebrar muitas amarras, teve que dar muitos saltos para poder vingar e fazer valer a expressão com mandato popular que, tenho certeza, foi um mandato voltado para transformar essa realidade tão adversa do nosso povo simples, do País.

É impossível ter Leci e Theodosina juntas sem falar da luta contra a discriminação em nosso País. Nós somos o país com a segunda maior população negra do mundo. Nós só perdemos para a Nigéria.

Somos também a maioria das mulheres. A maioria da população brasileira é composta por mulheres, e essas lutas foram marcadas por mais de 300 anos de escravatura no nosso País. Até hoje, persistem os cortes de desigualdade, de discriminação e de preconceito, do genocídio a que aqui Leci se referiu. Portanto, é necessário, em momentos como este, a gente reafirmar a possibilidade, a persistência, a disposição e a vontade política de fazer valer um país mais justo, mais igual, que compreenda e que entenda que a luta contra a discriminação tem um fator estruturante no nosso País, que é o fator da democracia.

São aspectos muito caros que o povo brasileiro carregou como um grande legado da construção da nossa nacionalidade e que nós, com mandatos parlamentares, com a responsabilidade que nós temos - aqui está o vice-presidente nacional do partido Walter Sorrentino; Liége, que é secretária nacional das mulheres; Jamil Murad, que já foi deputado federal, estas figuras que contribuem muito para que a gente supere esse mundo de desigualdade e de discriminação.

Por isso, Leci e Theodosina, a minha alegria de partilhar com vocês esta homenagem, junto com todas estas homenageadas que, tenho certeza, têm uma história importante e decisiva nessa mesma direção: de contribuir para que este País seja um país mais justo.

Por fim, Leci, estava aqui, lendo uma carta de um governador do Rio de Janeiro, ainda no tempo da Colônia, que me lembrou muito você. É de 1814, uma recomendação dele ao governador da Bahia. Ele diz assim: “determino a Sua Alteza Real que Vossa Excelência proíba os ajuntamentos de negros, vulgarmente chamados de ‘batuques’, não só de dia, mas muito particularmente de noite, pois ainda que lhes seja para o seu contentamento, é uma demonstração de rebeldia que precisa ser coibida”.

Por isso, Leci, até hoje você faz batuque por aí afora, revelando sua rebeldia e sua disposição de fazer valer a vontade popular, a democracia e a cultura. São esses os batuques que, até hoje, nos animam a continuar a luta por justiça social.

Um grande beijo e continue firme na luta. (Palmas.)

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - CLAUDIA LUNA - E agora, com a palavra a Sra. Dra. Theodosina Rosário Ribeiro, que nomina a medalha que outorga a homenagem de hoje. (Palmas.)

A SRA. THEODOSINA ROSÁRIO RIBEIRO - Excelentíssima Sra. Deputada Leci Brandão; excelentíssima Sra. Deputada Analice Fernandes; excelentíssima Sra. Deputada Ana do Carmo; excelentíssima Sra. Deputada Beth Sahão; excelentíssima Sra. Deputada Célia Leão; excelentíssima Sra. Deputada Clélia Gomes; excelentíssima Sra. Deputada Marcia Lia; excelentíssima Sra. Deputada Maria Lúcia Amary; excelentíssima Sra. Deputada Marta Costa; excelentíssima Sra. Deputada Rita Passos; excelentíssima Sra. Deputada Vanessa Damo, neste momento, em nome da ilustre deputada Leci Brandão, eu quero cumprimentar todas as autoridades presentes nesta Mesa, e os convidados também.

Não vou me surpreender, nunca me surpreendi em relação à eleição da deputada Leci Brandão, porque ela teve uma visibilidade ao indicar a esta Casa de Leis, que é uma das Casas mais importantes do Brasil, indicar e formular um projeto de suma importância para mulher. Porque a mulher brasileira está numa ascensão não tanto progressiva, mas seguindo segmentos da sociedade, que é cultural, social, econômica e política. Essa sua visibilidade, Leci Brandão, foi uma inspiração de Deus para que a senhora viesse a esta Casa e se preocupasse em ponderar a mulher no ramo político, no campo político - um dos campos mais difíceis da nossa participação.

Lembro-me muito bem quando eu fui candidata a vereadora, também tive êxito: fui a primeira mulher negra vereadora na Câmara de São Paulo desde 1970. (Palmas.)

Logo em seguida fomos também eleitas a esta Casa Legislativa, com paredes. Na Câmara Municipal, eu fui a segunda mais votada, na época, e aqui, na primeira vez, a quinta mais votada. Vim para esta Casa de Leis e recebi um acolhimento muito grande por parte dos nossos pares. Vim para cá, mas, como citou a deputada Luciana, éramos apenas duas deputadas: a Dulce Sales e a Theodosina - negra - pela primeira vez. Foi uma surpresa!

Entretanto, eu tenho que esclarecer o que é a formação de uma família. Hoje nós temos famílias desestruturadas, mas aquelas que conseguem se estruturar dão bons frutos. Meu pai, autodidata, na época em que eu era bem jovenzinha, menina, observando aquele trabalho político que ele tinha, defendendo Ademar de Barros, defendendo Getúlio Vargas, então, no meu subconsciente, realmente ele teve essa tendência política, porque quando nós recebemos o convite para participar da política, para mim não foi surpresa.

Viemos para cá, para esta Casa. O acolhimento foi tanto que nós tivemos três legislaturas. Na segunda legislatura eu fui eleita pelos pares, pelos deputados, a 4ª secretária da Assembleia Legislativa; na seguinte legislatura, eu fui também eleita vice-presidente desta Casa de Leis. Isso não me envaideceu, mas me deu uma satisfação muito grande, íntima, de poder mostrar que eu estava, nesse momento, representando a mulher brasileira, representando a mulher negra e representando também uma professora, uma educadora que veio aqui também para tentar, com a sua orientação educacional, mostrar que nós poderíamos participar deste contexto.

Tudo isso, hoje, e eu tenho que analisar que a deputada, ao conseguir desta Casa de Leis a aprovação desta resolução oficial, foi um trabalho insano, um trabalho para que, de qualquer maneira, nós pudéssemos chegar no dia de hoje.

Deputada, para finalizar, nós - a senhora, eu - que participamos da política com muita seriedade, haja vista que a senhora foi reeleita, queremos fazer aqui um chamamento à necessidade de que a mulher brasileira se interesse também pela política e passe a trabalhar elementos para que aqui também possa aumentar esse número de deputadas. (Palmas.)

Hoje, a deputada Leci Brandão nos informou que são dez deputadas. Vejam os senhores: em 1983 éramos duas deputadas, e hoje somos dez. Entretanto, essa quantidade de deputadas nessa Casa de Leis, mulheres que também lutaram para chegar a esse ponto, ainda é muito ínfimo em relação ao sexo masculino. Nisso não vai nenhuma ofensa, pois nós temos um trabalho conjunto, tanto de deputados como de deputadas, e há a necessidade desse entrosamento maior, porque, com ele, nós vamos dando exemplos para que o nosso País, através da mulher política também, passe a ter outra visibilidade: aquela visão de respeito que a mulher também deve ter neste campo político.

Muito obrigada! (Palmas.)

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - CLAUDIA LUNA - Neste instante, queremos homenagear mulheres que se destacaram e se destacam na sociedade em razão da sua efetiva contribuição ao enfrentamento da discriminação racial e na defesa dos direitos das mulheres.

A SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Neste momento, informo que conduzirei os trabalhos da solenidade a partir da tribuna para a entrega da Medalha.

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - CLAUDIA LUNA - Vamos agora anunciar a nossa primeira homenageada. A nossa primeira homenageada nasceu em Pernambuco, é engenheira eletricista, foi vereadora pelo município de Olinda, em 1992 e, no ano de 2000, foi eleita prefeita daquele município, com mais de 107 mil votos.

Foi a primeira prefeita comunista do Brasil, reeleita em 2004, no 1º turno, com cerca de 122 mil votos. Encerrando o mandato como prefeita, assumiu a Secretaria de Ciência e Tecnologia e Meio Ambiente de Pernambuco, de onde saiu para assumir o mandato de deputada federal para, o qual foi eleita com 105.253 votos.

Nós estamos falando de Luciana Santos, deputada federal, e a primeira presidenta nacional do PCdoB! (Palmas.)

Dobrem os joelhos para a mulher, a mulher nos pôs no mundo: por isso somos seres humanos. A mulher é a inteligência da terra. Dobrem os joelhos para a mulher! É assim que eu vou anunciar a segunda homenageada: ela é a mais velha de sete filhas de uma família. O Cerimonial pede desculpas, e passa a palavra para a primeira homenageada.

A SRA. LUCIANA SANTOS - Como eu já tinha falado, eu só quero mais uma vez agradecer a homenagem. Dizer que, de fato, eu me sinto muito lisonjeada por estar aqui recebendo esta premiação, de uma figura que é um expoente da nossa luta, que tem o nome, a honraria que tem a Theodosina, só me move, só alimenta a minha disposição de continuar lutando por um Brasil mais justo.

Um grande beijo, obrigada! (Palmas.)

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- É feita a entrega da homenagem.

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - CLAUDIA LUNA - Então, vou chamar a segunda homenageada. Eu já dei uma pista: ela é a filha mais velha de uma família de sete filhos; é divorciada e tem uma linda filha de 35 anos, chamada Luanda. Não descobriram ainda?

Ela é doutora em filosofia pela USP e em educação pela USP, diretora do Geledés - Instituto da Mulher Negra e, há 27 anos, fundou uma das mais respeitáveis, uma das mais poderosas e renomadas entidades de mulheres negras referenciada no Brasil e no mundo.

Eu estou falando da Dra. Sueli Carneiro. (Palmas.)

Passo a palavra à agraciada Sueli Carneiro.

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- É feita a entrega da homenagem.

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A SRA. SUELI CARNEIRO - Bom dia a todas e a todos!

Leci, obrigada! Dra. Theodosina, obrigada! Duas mulheres que são inspiração da luta de todas as mulheres negras deste País e, particularmente, deste Estado.

Não mereço, mas agradeço e espero que a nossa experiência seja inspiradora para que outras mulheres possam desafiar, como vocês fizeram, no passado e no presente, esta difícil missão que é mulheres negras adentrarem as esferas de poder. Obrigada pelo exemplo, obrigada pela homenagem.

A SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - É importante que a gente registre aqui, neste momento, eu já a admirava. Na verdade foi uma grande professora que me passou muitos ensinamentos, mas o que mais marcou foi quando você, lá no Supremo, fez a defesa da questão das cotas nas universidades. Foi uma defesa brilhante que esta mulher fez pelas cotas na inclusão.

Deus te abençoe!

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - CLAUDIA LUNA - Bem, a nossa terceira homenageada, será que alguém a conhece? Hélia Rogério de Souza Pinto: ela é uma ex-jogadora brasileira de voleibol - eu diria que é uma das maiores, a maior para nós. Atuou como levantadora da Seleção Brasileira, de 1991 a 2008; disputou nada mais nada menos do que 340 partidas, e esteve presente em cinco edições consecutivas dos Jogos Olímpicos, iniciando em 1992.

É a atleta mais vitoriosa do vôlei brasileiro, pois, além de ter sido campeã olímpica, em 2008, foi medalhista de bronze, em 1996 e em 2000, sendo a única a conseguir tal feito. Em 7 de setembro, a nossa homenageada despediu-se da Seleção Brasileira Feminina de Vôlei, conquistando a medalha de ouro no torneio de voleibol Final Four em Fortaleza (CE), vencendo a equipe da República Dominicana, por três sets a zero - esse foi seu jogo de número 340 defendendo a camisa verde-amarela.

Vem, Fofão! Levanta e corta essa pra nós! (Palmas.)

Com a palavra agora, a nossa agraciada.

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- É feita a entrega da homenagem.

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A SRA. HÉLIA ROGÉRIO DE SOUZA PINTO - Bom dia!

Leci; dona Theodosina; é uma honra muito grande! Acho que, hoje em dia, fazer esporte e ser mulher é uma luta constante, é uma luta diária mas, ao mesmo tempo, estar aqui e receber uma homenagem como esta é olhar para trás e ver como tudo valeu a pena. Eu faria tudo de novo, porque esta recordação, com certeza, vai ser a medalha mais especial que eu vou ter guardado na minha vida!

Muito obrigada a todos vocês. (Palmas.)

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - CLAUDIA LUNA - Bem, e agora, prosseguindo, vamos falar da quarta homenageada.

Ela é psicóloga, coordenadora executiva do CEERT - Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdade. É doutora pelo Instituto de Psicologia da USP; é paulistana de uma família de oito filhos da Zona Norte de São Paulo e, desde 1995 desenvolve trabalhos visando a defesa de direitos da população negra - em particular das mulheres negras. Ela é conselheira do Consea - Conselho Nacional de Segurança Alimentar da Presidência da República, membro da Comissão Nacional dos Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia e professora da Universidade de Austin, no Texas (EUA), em 2010.

Consultora de organizações como a Febraban, Eletrobrás, Fundação Vale, Itaú Binacional e Banco JP Morgan.

Nós estamos falando de Maria Aparecida Silva Bento.

Cida Bento! (Palmas.)

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- É feita a entrega da homenagem.

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A SRA. MARIA APARECIDA SILVA BENTO - É muita emoção neste momento, ao lado destas mulheres negras tão importantes em espaços de poder, como a Sueli destacou; a Theodosina, que eu conheço da minha adolescência, amiga do filho dela, Marcos, e da nora dela, Theodosina, e a acompanhei na Irmandade Danildes e na Irmandade dos Homens Pretos da Igreja do Rosário, junto com a minha mãe e meu pai que não estão mais comigo, mas faz muitos anos. Theodosina, é uma honra eu estar aqui hoje ao seu lado.

Leci Brandão, que destacou como ela valoriza a todas as mulheres, eu sinto isso na sua trajetória Leci, não só olhando as homenageadas, mas a sua capacidade de dialogar com mulheres, negras e brancas de diferentes segmentos, que estão fazendo uma luta ímpar. É uma honra estar aqui, espero a ampliação da valorização das mulheres, especialmente, de mulheres negras neste espaço.

Obrigada! (Palmas.)

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - CLAUDIA LUNA - A deputada Leci Brandão, neste instante, retoma os trabalhos, e volta a tomar assento à cadeira da Presidência.

E agora, eu anuncio a nossa quinta homenageada. Ela é de São Paulo, é bacharel em Direito pela Faculdades Metropolitanas Unidas - FMU, iniciou sua carreira profissional - acreditem senhoras e senhores, como professora primária, foi escrivã e se tornou a primeira delegada da Delegacia da Mulher de São Paulo, que foi um serviço pioneiro no mundo, sendo sua primeira delegada e coordenando sua implantação no País e fora dele. Foi deputada estadual por quatro legislaturas e, também, foi secretária de Estado da Criança, Família e Bem-Estar Social. Professora da Academia de Polícia Civil do Estado de São Paulo, sua bandeira é a luta contra a violência e a discriminação da mulher, sendo palestrante em ciclos e seminários no Brasil e no Exterior.

Atualmente, é presidente do Conselho Estadual da Condição Feminina, onde atuou na gestão de 2008 a 2012, sendo reconduzida ao cargo, por aclamação, para a gestão 2012-2016. É óbvio que nós estamos falando da delegada Rosmary Corrêa, que neste momento, receberá a Medalha da chefe de gabinete Carolina Wahbe, representando a deputada estadual Maria Lúcia Amary.

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- É feita a entrega da homenagem.

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A SRA. ROSMARY CORRÊA - Bom dia a todas e a todos!

Eu queria, neste momento, dizer da minha satisfação, da minha alegria por estar fazendo parte deste grupo maravilhoso de mulheres que estão sendo homenageadas hoje. Eu tenho muito orgulho de fazer parte deste grupo, de estar aqui, ao lado da Dra. Theodosina que, sem dúvidas, para nós é um exemplo.

Costuma-se dizer que, nós brasileiros, praticamente, não cultivamos a nossa história, não nos lembramos das coisas que já foram feitas no passado, e a Theodosina é um exemplo vivo dos caminhos que foram abertos para pessoas como eu, como a Leci e como tantas outras, para que a gente pudesse estar aqui hoje, para que nós pudéssemos ter mulheres neste Parlamento, e para que nós pudéssemos alcançar o nosso espaço na sociedade.

Quero muito agradecer a minha querida amiga e irmã Leci Brandão, que é uma pessoa por quem eu tenho uma grande admiração; é uma excelente deputada, é uma mulher maravilhosa, é uma mulher sensível, uma mulher que eu tenho orgulho de dizer que eu sou amiga.

Quero agradecer a todas e a todos vocês que estão aqui. Tenham a certeza que eu vou guardar esta medalha num lugar muito privilegiado na minha casa, que eu vou lembrar, sempre, de todos vocês, e deixo, também, o meu beijo para a minha irmã, deputada Maria Lúcia Amary que, infelizmente, não pôde estar presente por motivos alheios à vontade dela mas, também, quero agradecer muito a ela.

Pessoal, vamos em frente, mulheres como essas merecem toda a nossa admiração, toda nossa estima e a deputada Theodosina, sempre deputada, sempre disse uma coisa muito importante: juntem-se, vamos trazer mais mulheres para a política, vamos trazer mais mulheres para este Parlamento, para que a gente possa ver as nossas leis sendo olhadas de uma maneira mais bonita, mais emocional e mais justa e equilibrada. Obrigada a todos! (Palmas.)

A SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Dra. Rose, sempre delegada Rose, eu peço licença para, mais uma vez, faço questão de dizer, que a senhora sempre teve uma atitude, uma ação e um comportamento de entender que, na política, quando a gente faz coisas afins, que são coisas destinadas a melhorar a vida das pessoas, as siglas partidárias são secundárias.

Muita coisa na política não vai pra frente porque as pessoas querem olhar as siglas partidárias, e não querem olhar os projetos legítimos, que são feitos em prol da população.

Muito obrigada por tudo o que a senhora encaminhou, para que nós pudéssemos ter um mandato bem avaliado, e muito obrigada, principalmente, por eu ter tido a honra de receber a Medalha Ruth Cardoso.

Muito obrigada! (Palmas.)

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - CLAUDIA LUNA - Passo a anunciar as seguintes presenças: Tereza Kodama, coordenadora estadual de Políticas para as Mulheres; Denise Motta Dau, secretaria municipal de Políticas para as Mulheres; Jamil Murad, ex-deputado estadual e presidente municipal do PCdoB. (Palmas.); Eduardo Barreto, vereador de Guarulhos. (Palmas.); Sr. Gabriel Rapassi, diretor municipal de Cultura em Campinas; Marcos Antonio Zito Alvarenga, presidente do Conselho Estadual do Desenvolvimento e Participação da Comunidade Negra. (Palmas.); Doutora Gislaine Caresia, secretaria da Comissão Nacional da Mulher Advogada da OAB; Sra. Liége Rocha, da União Brasileira de Mulheres; Sra. Maria Augusta Vieira, diretora vice-presidente do SindiBeleza Contratuh; Sra. Fabiana Fernandes Costa, secretária municipal de Políticas para Mulheres de Itaquaquecetuba; Sra. Orchidea Corciolli, presidente do São Paulo Woman’s Club; Desirée De Marco, presidente do Sindalesp; Maria José da Silva - Lia, presidente da Facesp; Flávia Marques, diretora executiva do Sindicato dos Jornalistas; Sr. Tércio Marinho, secretário de Cultura de Jundiaí representando, neste ato, o prefeito de Jundiaí, Pedro Bigardi; Sra. Alcinea Pereira da Silva, representando a vice-prefeita de São Paulo Nádia Campeão; e o Sr. Walter Sorrentino, vice-presidente nacional do PCdoB. (Palmas.)

Dando continuidade aos nossos trabalhos, passo a anunciar a nossa sexta homenageada.

A nossa sexta homenageada foi advogada militante na área criminal durante 25 anos, atividade que iniciou como solicitadora acadêmica no escritório do advogado Raimundo Pascoal Barbosa. Foi conselheira substituta da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seccional de São Paulo, de 1989 a 1990.

E a nossa homenageada, através do Quinto Constitucional, é desembargadora do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo desde 2005; integra a 2ª Câmara de Direito Criminal; é coordenadora da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Comespes), que tem, como atribuição primordial, coordenar as atividades do Tribunal de Justiça deste Estado, na área da violência doméstica e familiar contra a mulher.

Em seu relacionamento com a Sociedade Civil, Ministério Público, Defensoria Pública e Ordem dos Advogados do Brasil.

A nossa agraciada, nossa grande agraciada, esta mulher que, brilhantemente, representa o Poder Judiciário é a desembargadora Angélica de Maria Mello de Almeida. (Palmas).

Fará a entrega da Medalha à desembargadora Angélica, a Dra. Gislaine Caresia.

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- É feita a entrega da homenagem.

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A SRA. ANGÉLICA DE MARIA MELLO DE ALMEIDA - Bom dia a todas e a todos!

Eu quero dizer, deputada, que eu sinto-me extremamente feliz, alegre e honrada com este prêmio.

Na realidade, o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, pela Coordenadoria da Mulher, pela Comesp, tem o privilégio de trabalhar e de atuar, conjuntamente, com a sociedade civil. É um aprendizado muito importante, principalmente, em se tratando de violação de direitos fundamentais, principalmente, da discriminação da mulher, da discriminação racial de cor e de etnia.

Eu digo que é um privilégio e um desafio para todos nós, magistradas e magistrados, principalmente de São Paulo, trabalhar em parceria.

Neste momento, eu também cumprimento a Mesa, cumprimento a deputada Leci Brandão, na medida em que resgata a história da Assembleia Legislativa de São Paulo, ao instituir, com a iniciativa da Medalha Theodosina Ribeiro que, na verdade, é uma desbravadora e um exemplo para todas nós.

Muito obrigada a todos! (Palmas.)

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - CLAUDIA LUNA - A nossa sétima agraciada conhece bem cada uma das ruas do centro de São Paulo, de onde tirou a lição do que é ser uma voluntária, aprendizado de dor e surpresas. Aos 20 anos, abandonou a sua cidade natal, São José dos Basílios, interior do Maranhão, e virou normalista. Deixou para trás a família de classe média; queria conquistar a cidade grande e se livrar da tutela do pai. Na bagagem, um pouco de dinheiro, algumas joias e uma promessa: seria hóspede de uma prima e se desenvolveria profissionalmente.

Depois de alguns dias, Maria Eulina estava nas ruas, por mais de dois anos o endereço foi o mesmo: Parque Dom Pedro, no coração do tradicional centro de comércio de São Paulo. Como todos os jovens do Norte e Nordeste, na expectativa de uma vida diferente, ela veio a São Paulo e por não estar preparada para uma vida na cidade grande e não ter tido nenhum tipo de apoio acabou morando nas ruas por um ano e sete meses.

Quando saiu das ruas, a primeira coisa que queria fazer era ajudar seus iguais: fundou a Oficina Profissionalizante Clube de Mães do Brasil e passou a cuidar de pessoas que se encontravam nas ruas e queriam uma oportunidade para se erguer novamente. Isso fez com que ela ampliasse ainda mais o seu olhar, principalmente na reconstrução dessas vidas, dando condições para que os mesmos pudessem se reerguer, não somente pela comida e moradia, mas, sobretudo, com cursos profissionalizantes, resgatassem a sua dignidade.

A nossa homenageada, a nossa 7ª homenageada é a Sra. Maria Eulina Hilsenbeck, presidente fundadora do Clube de Mães do Brasil. (Palmas.)

Para a entrega da Medalha a nossa homenageada, chamamos Maria Aparecida de Laia. (Palmas.)

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- É feita a entrega da homenagem.

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A SRA. MARIA EULINA HILSENBECK - Bom dia a todos!

Em primeiro lugar quero agradecer a Deus por este momento em todas as nossas vidas. Quero agradecer à deputada Leci Brandão e toda a sua equipe que organizou este evento para nos homenagear.

Mas, a vida, ela é um círculo, ela vai e volta, vai e volta e se reencontra; quando me convidaram, eu fui um pouco irredutível porque eu não gosto muito de sair do trabalho e vir receber prêmios nem nada.

Eu acho que eu estou fazendo o meu trabalho, cumprindo a minha missão que é a que eu escolhi e que Deus vem me preparando dia após dia. Não me preocupo com as críticas que me fazem, não me preocupo com o que dizem do meu trabalho, mas me preocupo sim de tirar aqueles que estão abandonados na linha da miséria e precisam de uma mão amiga, uma mão que lhe respeitem para uma nova vida.

Eu aceitei quando eu soube que esta medalha trazia o nome de uma grande mulher: Theodosina Ribeiro. A Theodosina era vereadora e quando eu comecei o meu trabalho eu fui até a Câmara dos Vereadores e procurei por quem poderia nos ajudar.

Tinha uma escola na Vitorino Camilo totalmente abandonada, uma escola estadual, mas a Theodosina, como vereadora, prontamente foi até aquela escola e começamos a dar uma nova vida para aquelas crianças que saíam de dentro dos cortiços e iam para aquela escola e voltavam para dentro dos cortiços.

Deputada Theodosina, a senhora é uma mulher que eu respeito muito e para mim é uma grande honra, após quase 30 anos, estar aqui ao seu lado. Muito obrigada! (Palmas.)

A SRA. THEODOSINA ROSÁRIO RIBEIRO - Eu quero agradecer a Eulina porque durante a minha gestão na Câmara dos Vereadores passaram centenas e centenas de pessoas e muitas delas talvez eu não pudesse atender, mas, a Eulina me sensibilizou. Sensibilizou tanto quanto eu tirava umas horas para poder ir com ela fazer um trabalho social.

Eu nunca poderia imaginar, Eulina, que nós viéssemos nos encontrar depois de quase 30 anos. mas Deus provê porque nós não estamos juntas constantemente, mas eu nunca me esqueci de você. (Palmas.)

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - CLAUDIA LUNA - A nossa 8ª homenageada formou-se em teologia na Universidade Nossa Senhora da Assunção em 1995, em filosofia na Universidade Sagrado Coração em 1997 e desde 1996 tem desenvolvido um trabalho com as mulheres na periferia da região noroeste de São Paulo.

Este trabalho somente tem sido possível devido às mulheres dedicadas que tem se doado e doam horas e horas de suas vidas nesse serviço como multiplicadoras de outras mulheres.

Nesse percurso ela pode presenciar o crescimento e a descoberta de um novo caminho por muitas mulheres em suas vidas; o encontro de saídas para diversas situações que não lhes permitiam ser elas mesmas, donas de seu caminhar.

A nossa homenageada de hoje, Ornela Maria Aleixo, se fará representar pela Dra. Sonia Maria Pereira Nascimento, e entregará a medalha, a Dra. Maria Silvia Oliveira.

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- É feita a entrega da homenagem.

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A SRA. SONIA MARIA PEREIRA NASCIMENTO - Bem, em nome da professora Ornela que, lamentavelmente, não pôde estar aqui conosco, ela pediu que agradecesse muito este prêmio. Ela é da região da Brasilândia e acha que muitos aqui sabem que a Brasilândia é um dos lugares em que a violência doméstica e a violência contra as mulheres campeia; ela faz esse trabalho na Pastoral, trabalhando com a autoestima dessas mulheres; trabalhando para que os homens também entendam, compreendam o trabalho da Pastoral para que também eles ajudem a combater a violência doméstica.

Então, dona Theodosina, deputada Leci, em nome da Ornela, eu agradeço muito este prêmio, esta medalha. Tão logo possível, eu entregarei a ela. Obrigada!

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - CLAUDIA LUNA - A nossa 9ª agraciada tem 37 anos, é formada em jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes e licenciada em História, em 2010, pela Universidade Cruzeiro do Sul e líder comunitária.

Sempre utilizou o dom da escrita para mobilizar e conscientizar as pessoas em prol do bem social.

A nossa homenageada é presidente da Casa de Cultura Raízes e também da Escola de Samba Raízes, coordenadora geral do projeto de contra turno escolar Saberes Educativos em Rede, e liderança do movimento negro e de gênero.

Todos esses trabalhos são realizados por ela na cidade de Ferraz de Vasconcelos onde a nossa homenageada, Juliana Delfino reside desde que nasceu.

Venha receber o prêmio, Juliana Helena Delfino, pelas mãos de Mari Medeiros. (Palmas.)

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- É feita a entrega da homenagem.

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A SRA. JULIANA HELENA DELFINO - Eu queria, primeiramente, parabenizar o mandato da Leci Brandão por essa brilhante iniciativa desta premiação, porque oportuniza que mulheres como eu, que atuam na periferia da grande São Paulo, tenham um momento de reconhecimento de seu trabalho.

Então estou aqui representando as mulheres de Ferraz de Vasconcelos, as minhas companheiras de luta, na figura da Jussara Martins, eu destaco todas elas que me acompanham porque esta premiação não é só da Juliana Delfino, mas de todas as mulheres que lutam conosco para mudar a nossa cidade.

Também represento aqui o Instituto de Cidadania Raízes, minha primeira escola social, através do Rubens de Souza, meu grande professor que foi a primeira pessoa que me ensinou que a fala e a argumentação é o primeiro passo para o empoderamento e para articulação da luta social.

Também parabenizo ao mandato, pois é através desta premiação que podemos conhecer e preservar a memória de pessoas como Theodosina Ribeiro, que foi por meio desta homenagem que eu fui, em busca da história dela, da biografia dela, e hoje estou muito honrada em receber esta premiação deste grande ícone, de ter a oportunidade de estar ao lado desta grande mulher.

Muito obrigada, gente! Muito obrigada, Leci! Muito obrigada, Theodosina, por este grande exemplo de luta que tem dado a todos nós. (Palmas.)

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - CLAUDIA LUNA - A nossa 10ª homenageada teve e tem como missão de vida o voluntariado e tem se dedicado a esse trabalho se espelhando e tendo como referência seus familiares. Nós estamos falando de Ana Lucia Vilar Mamede Keddi, que é presidente da Associação das Voluntárias do Hospital Infantil Darcy Vargas.

Fará a entrega da medalha a Sra. Tininha Ramos. (Palmas.)

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- É feita a entrega da homenagem.

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A SRA. ANA LUCIA VILAR MAMEDE KEDDI - Bom dia a todos!

Gostaria de cumprimentar toda Mesa aqui presente, e um carinho especial pela Dra. Theodosina e pela deputada Leci Brandão. Eu agradeço imensamente, estou muito honrada com a indicação do meu nome pela Tininha e pela Maria do Carmo.

Eu sou presidente de uma associação que existe há 35 anos, do Hospital Infantil Darcy Vargas, onde a gente dá apoio a todos os familiares, principalmente às mães dessas crianças com diversas patologias.

Eu queria dividir este prêmio com as minhas amarelinhas que estão aqui.

Que Deus abençoe a todos! (Palmas.)

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - CLAUDIA LUNA - Anunciamos as seguintes presenças: Sra. Nilda Neves, coordenadora geral do Movimento pelo Direito a Moradia; Sr. Tonico Ramos, ex-presidente da Assembleia Estadual Constituinte e presidente da Associação dos Parlamentares; Dra. Maria Aparecida Pinto, conselheira do Conselho de Participação e Movimento da Comunidade Negra do Estado de São Paulo; Sr. Fábio Nunes, secretário de Cultura de Santos; Sr. Edson, presidente da Unegro; Sra. Sonia Maria Pereira Nascimento, Geledés - Instituto da Mulher Negra e coordenadora do projeto Promotoras Legais Populares. (Palmas.)

Sra. Francy R. Patricio, vice-presidente da Associação Brasileira de Mulheres Médicas; Sr. Paulo Henrique Siqueira, secretário de Governo representando a prefeita de Peruíbe Ana Maria Preto; o vereador de Peruíbe Lourival Sampaio; Sr. Rubens de Souza, secretário de Transportes de Poá; Sra. Ivana Silva Dias, presidente da União da Juventude Socialista da Baixada Santista; Sra. Rubia Costa Prado, conselheira do Conselho Estadual da Condição Feminina; Sra. Maria Cândida Gaspar, vice-presidente do Conseg Vila Gustavo; o Sr. Jorge Fernandes, coordenador da Coordenadoria de Promoção da Igualdade Racial de Santos; Sr. José Eduardo Malheiros, da secretaria de Desenvolvimento Social - secretário executivo.

Dando sequência as homenagens, vamos falar agora da nossa 11ª homenageada.

Ela começou a trabalhar na Instituição Casa de David em 1983, como pajem, cuidando, fazendo os atendimentos e procedimentos como auxiliar de enfermagem, mas com espírito de mãe. Tia Ângela, como é carinhosamente chamada pelos nossos assistidos, é um exemplo de resignação e humildade, respeita as pessoas como elas são, dando amor, carinho e proteção. Uma mulher de luta, que construiu a sua história de mais de 30 anos de trabalho num único lugar de forma humilde, e, por este motivo, merece ser homenageada como representante da Casa de David com a Medalha Theodosina Ribeiro.

Senhora Maria Ângelo Teodoro neste ato terá medalha entregue pela Dra. Cleize Dellotto. (Palmas.)

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- É feita a entrega da homenagem.

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A SRA. MARIA ÂNGELO TEODORO - Meu bom dia a todos!

Agradeço a todos, primeiramente a Deus, a Leci Brandão, que fui convidada pela Casa de David, agradeço a Dra. Theodosina, agradeço a Luciana também, e a todas as meninas das relações, a Milena, a Lili, a Bruna e a Camila por estar aqui - eu fui convidada especial delas também.

Agradeço à Dra. Cleize que é uma pessoa muito especial também, é uma pessoa maravilhosa, eu amo ela mesmo, conheço ela há muito tempo, ela trabalha em prol das crianças.

Convido a todos para visitar a Casa de David, que tem espaço para todo mundo visitar, porque eles são carentes e precisam do carinho de todos nós. Eu mesma falo, todos os dias: a gente precisa de dinheiro, mas a gente precisa mais é do amor que a gente precisa ter por eles. (Palmas.)

A gente precisa abrandar o coração, ajudar mais as crianças que necessitam. Elas são carentes e agradecem muito o amor recebido.

A Casa de David está aberta a cada um para que vocês visitem. O amor que eles têm pela gente não tem nem como explicar. Eles me chamam de mãe e eu os tenho como filhos, inclusive meus filhos hoje não puderam estar aqui, não saíram de dentro de mim, mas eu os amo como filhos de coração.

Meu agradecimento também à Dra. Leci Brandão que deu espaço para que a gente estivesse aqui hoje. Muito obrigada por esta medalha maravilhosa, eu vou guardar ela no fundo do meu coração. Enquanto eu viver ela estará comigo.

Meu muito obrigado a todos e me desculpem por alguma coisa, eu estou um pouquinho emocionada. (Palmas.)

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - CLAUDIA LUNA - A nossa 12ª homenageada nasceu em São Paulo, tem 32 anos e teve uma infância muito difícil. Ajudava sua família vendendo verduras e ainda na adolescência ficou órfã de mãe, o que afetou e desconstituiu sua família, tendo seu pai abandonado os filhos sozinhos, levando-a a assumir a ordem familiar.

Trabalhava incansavelmente para prover alimento para si e para seu irmão, no entanto, sempre se lembrando das palavras de sua mãe, criou em si uma grande força e perseverança na busca por uma vida melhor.

Viu no curso de direito uma forma de ter proximidade com a justiça e, quem sabe, investigar o que aconteceu com a morte suspeita de sua mãe.

Poderia ter escolhido muitos caminhos errados que batiam à sua porta, mas se manteve firme em seu propósito. Estudou direito e se tornou advogada com uma história bem conhecida no município de Peruíbe onde, no ano de 2008, a pedido de vários municípios, candidatou-se, pela primeira vez, ao cargo de vereadora pelo PSOL não obtendo muito êxito, pois não tinha recursos compatíveis com os dos demais candidatos.

Mas, a nossa homenageada, Maria Laila Tanios Maalouli, ou a Laila, é vereadora de Peruíbe e advogada e fará a entrega da medalha, a Sra. Maria Liége Rocha. (Palmas.)

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- É feita a entrega da homenagem.

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A SRA. MARI LAILA TANIOS MAALOULI - Meu bom dia a todos e a todas!

Quero agradecer primeiramente a Deus pela graça da vida, quero agradecer a presença de todos os meus amigos de campanha que vieram nesta homenagem e dizer à Leci que foi uma aventura chegar nesta Assembleia; a gente veio em duas vans, uma van quebrou, estava chovendo muito, mas, graças a Deus, a gente conseguiu chegar aqui, todo mundo bem, contentes por esta homenagem.

Quero agradecer à minha família - o que seria de mim sem a minha família? Quando eu perdi minha mãe eu só tinha meus tios, minhas primas e meu pai, e eles estão aqui presentes, então, é a minha primeira homenagem, Leci Brandão, muito obrigada por essa oportunidade por, em vida, como vereadora, estar recebendo esta homenagem.

Vou ser grata eternamente a Vossa Excelência, respeito Vossa Excelência, Vossa Excelência está no coração de Peruíbe e no coração desta nobre vereadora.

Quero agradecer também a TV Litoral que veio prestigiar essa linda homenagem na pessoa da Socorro Mendonça. Quero agradecer ao meu presidente de partido, o Paulo Henrique Siqueira, o Paulão que fez de tudo para chegar no horário; ao vereador Loro, de Peruíbe.

Muito obrigada por vocês sempre acreditarem no meu trabalho e estarem comigo no dia-a-dia e me dar conselhos. Quero agradecer aqui também ao Orlando Silva que sempre me aconselha, me protege e me dá as dicas de como fazer um mandato com muita honra e honestidade.

Também quero agradecer ao meu irmão, ao meu pai, minha assessora e aos meus amigos e minhas amigas, estamos aqui com mais de 30 pessoas. Peruíbe é uma cidade pequenininha, mas está de braços abertos a todos vocês.

Eu sou a única vereadora eleita mulher na cidade de Peruíbe; são 15 vereadores e eu sou a única representante mulher. É necessário que a mulher busque o seu espaço no mercado de trabalho; que a mulher busque os seus direitos e que a mulher busque estar na política, pois, o que seria do Brasil, deste País, se nós mulheres não defendêssemos a nossa bandeira, não defendêssemos a igualdade dos direitos dos negros, não defendêssemos a igualdade, a luta contra o preconceito?

A mulher tem esse dom de ser amiga. Eu estou feliz em saber que a defesa que venho fazendo em prol das mulheres contra a violência e contra preconceitos, sejam elas nas religiões de matrizes africanas, sejam elas em qualquer tipo de preconceito, Peruíbe está lá, PCdoB está esperto. Tenho muito apoio desse partido, então eu só tenho que agradecer. Agradecer a todos desta Mesa.

Esta primeira homenagem eu vou colocar na minha sala. Enquanto eu for vereadora, enquanto eu passar pelas Tribunas das Casas de Leis vou citar o seu nome, Leci Brandão, vou citar o nome do Orlando Silva e dizer muito, mas muito obrigada por esta homenagem, estou muito emocionada.

Um beijo a todos e a todas. (Palmas.)

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - CLAUDIA LUNA - Bem, gente, vamos continuar aí com as homenagens. Chegamos à nossa 13ª homenageada.

A nossa 13ª homenageada, além de rapper, é turbanista, professora de história e modelo plus-size. Ela é poetisa e dona da marca “Audácia Afro Moda” - audaciosa, não é, gente? Então, a sua trajetória está marcada por atuação e militância na cultura negra e especialmente no empoderamento das mulheres negras. A sua poesia versa, principalmente, sobre o feminismo e a desigualdade racial, porém, o seu primeiro single, disponível na internet, “Conto de Fadas”, foi inspirado em relacionamentos amorosos do passado. As rimas certeiras apontam traços machistas ainda presentes nas relações amorosas contemporâneas. Eu estou falando de Joyce da Silva Fernandes, na verdade, Preta Rara!

Vem, Preta Rara, receber a sua medalha! Quem faz a entrega da medalha à Preta Rara é o deputado federal Orlando Silva. (Palmas.)

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- É feita a entrega da homenagem.

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A SRA. JOYCE DA SILVA FERNANDES - Bom, bom dia a todas e a todos!

Estou muito feliz por esta homenagem. Desde já, quero agradecer a todos da Mesa, em especial à deputada Leci Brandão e à Theodosina - eu estudei muito sobre a história da senhora e não a conhecia, então estou muito feliz. Quero agradecer a todos os que vieram, minha família; as minhas amigas, que vieram de Santos; secretário de Cultura de Santos, Fernando; Renato.

Vou fazer meu agradecimento em rima, que é o que eu mais domino e fico mais à vontade.

Através de minhas tranças, entrelaço meus desejos e minhas alegrias, embaraçado meu cabelo, não; crespos, sim.

Duro também não, o meu cabelo não matou ninguém para ser ruim.

Em minha cabeça trago as cores da mãe África, enraizadas como preconceito, algumas pessoas me olham com desejo, outras me olham com desprezo.

O que dizem exótico, explode, age, encanta, minhas agonias estão expressas em minhas tranças.

O duro rapaziada, mulherada, não é o cabelo, são as mazelas da sociedade que me apontam na rua como se eu tivesse cometido um erro.

Perguntam, com ar de nojo e desprezo, se eu lavo meus cabelos.

Se me dizem maconheira, macumbeira, eu não ligo, eu trago no sorriso a existência de um povo sofrido.

Em cada punhado crespo um pouco de esperança, quando eu era criança, bem pequenininha assim, oh, todos me diziam: alisa, estica, prende esse cabelo, menina, mas não é isso que eu quero para as minhas pretinhas.

Saudações africanas para todas.

Muito obrigada! (Palmas.)

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - CLAUDIA LUNA - Essa é a Preta Rara!

Anuncio, neste ato, as presenças de Maurício Pestana, secretário da Secretaria Municipal da Promoção de Igualdade Racial de São Paulo; Francisco Lui, diretor do Sindicato dos Marceneiros; a Sra. Emantina Ramos, fundadora da Unacon - União de Apoio ao Combate ao Câncer; o Sr. Hamilton Prado Alves, representando o deputado estadual Antonio Salim Curiati; a Sra. Aurea Maria Neves, do Aristocrata Club; a Sra. Fátima Franco, presidente do Conselho de Ética - PSL; o Sr. Cláudio Silva, coordenador de juventude da Prefeitura Municipal de São Paulo; a comendadora Edna Lourenço, presidente da Força da Raça Preta; a Sra. Vânia Soares, coordenadora de Políticas para a População Negra e Indígena da Secretaria de Justiça e Defesa da Cidadania; a Sra. Yolanda Sperli, diretora da The Bridge; Sr. Renato Azevedo, assessor da Secretaria de Educação de São Vicente; Sr. Edson Santana do Carmo, conselheiro do Conselho da Comunidade Negra e secretário do Instituto Histórico-Geográfico de São Vicente.

Bom, o Cerimonial neste ato, pedindo autorização à ilustre deputada Leci Brandão, pode quebrar o protocolo, deputada?

Vamos então, invertendo a ordem dos trabalhos, eu vou chamar a 14ª homenageada, que é estudante de Arquitetura e Urbanismo da Pontifícia Universidade Católica de Campinas e sempre teve como dom a escrita.

Ela diz que escrever sempre lhe deu medo, mas, diante das indagações que passou a ter quando começou a entender e conviver com as mais diversas pessoas possíveis, foi a saída que encontrou e hoje é uma grande paixão. Ela é Stephanie Ribeiro, natural de Araraquara, SP, tem 21 anos e atualmente cursa Arquitetura e Urbanismo na PUC de Campinas e é autora do Blog Blogueiras Negras.

Recebe, em lugar da Stephanie, o Sr. Wilson Ribeiro Junior, seu orientador e professor da PUC de Campinas. (Palmas.)

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- É feita a entrega da homenagem.

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O SR. WILSON RIBEIRO JUNIOR - É uma honra participar deste ato! Eu, na verdade, estou aqui aguardando porque a Stephanie avisou que está chegando, ela está vindo de Campinas e, na verdade, ficou presa no trânsito, mas a cerimônia tem que continuar.

Eu quero compartilhar que, na verdade, a Stephanie tem se dedicado neste tempo, ao longo da faculdade de Arquitetura e Urbanismo, tanto no coletivo Blogueiras Negras e nas várias atividades que ela faz, a uma defesa intransigente na luta contra a discriminação racial e também pela defesa das mulheres.

É um prazer saber que com a idade que ela tem, com a atividade que ela abraçou, que ela já tem um reconhecimento desse porte.

Gostaria, então, de desejar a todas que foram homenageadas, que continuem nesta luta porque são um exemplo para vocês, mulheres e, muito mais do que para vocês mulheres, para nós homens, que temos que construir em conjunto este país. (Palmas.)

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - CLAUDIA LUNA - E a nossa 15ª homenageada tem uma história de vida que se confunde com a história da sua comunidade, a comunidade Jongo Dito Ribeiro.

Esta história tem por finalidade a busca por suas raízes culturais e familiares e esta procura por sua identidade levou a descoberta de que Dito Ribeiro, seu avô, tinha sido jongueiro e que organizava festas nas quais o samba de bumbo, o jongo e o louvor a São Benedito estavam sempre presentes.

Além do jongo, a nossa homenageada tem 27 anos de experiência e vivência em terreiro de umbanda, na tenda Mãe Joana, três estrelas, e candomblé no Ilê Mãe Edna de Oxum, sendo filha de Ogum, orixá do Ferro e dos caminhos e Oxum, a rainha das águas doces.

Uma longa trajetória para os seus 39 anos de idade. A sua formação acadêmica tem ênfase na área de Estudos da África, pela PUC de Campinas, desde 2005, onde é formada em história e desenvolveu seu trabalho de conclusão de curso sobre a manifestação do Jongo e suas representações audiovisuais acerca desta temática.

É mestra pela PUC Campinas, com a dissertação “Requalificação Urbana: a fazenda roseira e sua comunidade Jongo Dito Ribeiro”. A banca de defesa de seu trabalho, em 2011, reuniu jongueiros de toda região sudeste por representar um marco; foi a primeira liderança jongueira a conquistar o título de mestre da qual, atualmente, está em fase de doutoramento, com pesquisa sobre matrizes africanas em Campinas.

A nossa 15ª homenageada de hoje é Alessandra Ribeiro Martins, presidente da Associação Jongo Dito Ribeiro e receberá, das mãos do secretário de Cultura, Gabriel Rapassi, a Medalha Theodosina Ribeiro. (Palmas.)

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- É feita a entrega da homenagem.

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O SR. GABRIEL RAPASSI - Bom dia a todos! Bom dia a todas as guerreiras e guerreiros presentes. Bom dia, Leci! Muito obrigado pela oportunidade de estar aqui, hoje. Eu queria falar rapidamente como gestor público e como parceiro que conhece a Alessandra e que tá junto da nossa alegria profunda de estar aqui.

A Alessandra é uma lutadora e só para a gente ter uma ideia do tanto de gente que ela trouxe, ela trouxe o pessoal da Associação de Religiosas de Matrizes Africanas, o pai Joãozinho está aqui, ela trouxe o pessoal de diversos terreiros lá de Campinas; ela trouxe a Edna, que é uma lutadora e nos dá exemplo sempre; ela trouxe o pessoal dos Albrados, que é uma associação que trata das questões da juventude negra e da juventude LGBT de Campinas; ela trouxe, aqui, tantas associações que eu não vou conseguir lembrar o nome de todo mundo, citar o nome de todo mundo, mas ela traz junto consigo toda esta comunidade.

O trabalho dela no dia a dia é de luta, é de colocar o dedo na ferida da discriminação religiosa, é colocar o dedo na ferida da discriminação racial lá em Campinas, mas ela sempre faz isso com uma doçura, e com esta cor dourada que emana dela, que é uma marca muito positiva e que consegue conquistar espaço, consegue construir mudança social na nossa cidade e irradiar isso para toda a população, para todas as comunidades jongueiras do Brasil por essa marca que ela consegue trazer, por essa força que ela tem, de toda a comunidade junta e de conseguir enxergar, na tradição de seu avô, e de conseguir dançar na tradição e juntar toda a juventude para continuar esse trabalho que fazem no dia a dia.

A Alessandra honra seus orixás e nos dá muitos exemplos e é merecedora deste prêmio, que também traz uma história enorme aqui da Theodosina.

Muito obrigado a todos pela oportunidade da gente estar aqui, hoje, juntos. (Palmas.)

A SRA. ALESSANDRA RIBEIRO MARTINS - Eu queria pedir a benção aos mais velhos e mais novos aqui presentes, agradecer a todos os presentes aqui, a partir da excelentíssima deputada Leci Brandão, que é uma querida e me inspira. Muito obrigada. A Theodosina, que é uma mulher maravilhosa, e eu estou aqui, toda trêmula de estar ao lado dela; a toda comunidade Jongo Dito Ribeiro, isso é de vocês, porque eu seguro a sua mão na minha para que, juntos, possamos fazer aquilo que eu não posso fazer sozinha. (Palmas.)

Como eu cheguei aqui, nem sei, eu caí nessa roda de jongo. Vovô Dito sabia de tudo, vovô Dito mandou me buscar. Cachoeira.

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- É feita a entrega da homenagem.

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A SRA. ALESSANDRA RIBEIRO MARTINS - Muito obrigada, Leci. Eu amo vocês. (Palmas.)

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - CLAUDIA LUNA - Parabenizamos a todas as agraciadas nesta edição do premio Theodosina Rosário Ribeiro e aproveitamos a oportunidade para registrar algumas ausências justificadas e votos de pleno êxito a este evento.

Justificaram ausências: o assessor de gabinete do deputado Fernando Capez, presidente desta Casa; o coronel PM, secretário da Casa Militar, José Roberto Rodrigues de Oliveira; deputado Delegado Olim; Antonio Carlos Souza Santos, coordenador geral de Promoção de Igualdade Racial de Taboão; Flavia Rolim de Andrade, assessora de gabinete da coordenação de agenda do secretário Eduardo Suplicy; Sr. Carlos Araújo do Carmo, representando o professor Marco Antonio Zago, reitor da Universidade de São Paulo; deputada Marta Costa e o senhor Nabil Bonduki, secretário municipal de Cultura.

Registramos as presenças do deputado Hamilton Pereira, do Sr. Edson Santana do Carmo e da delegada Dra. Maria Clementina de Souza, titular da 6ª Delegacia do Idoso de Santo Amaro.

Passo a palavra para a deputada Leci Brandão, que deverá retornar à tribuna e fará o encerramento dos trabalhos de hoje.

A SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Senhoras e senhores, meus irmãos, companheiros, camaradas, muito obrigada pela presença, muito obrigada pelo carinho. Muito obrigada a todos aqueles que vieram aqui convidados pelas nossas homenageadas.

Eu já disse a vocês e vou repetir: são 94 deputados, talvez eu seja a única deputada que bate recorde em quebrar protocolo, eu não vou encerrar lá de cima, eu tenho que encerrar daqui debaixo, da tribuna. A gente vem para falar coisas todas as semanas, defender as demandas que vocês trazem para cá e não poderia ser diferente essa Sessão Solene.

Preta Rara chegou aqui e arrasou no rap, arrasou na trança. Queria te contar uma coisa: o que mais feliz essa manhã, não só você, como outras mulheres homenageadas, confessaram que não tinham prestado atenção na história da Dra. Theodosina. Você vê como é bom homenagear o nosso povo? Quem não sabia, agora fica sabendo da história da dona Theodosina Ribeiro.

Que bom que a gente pode homenageá-la viva, com saúde, graças a Deus. Isso é muito bom. (Palmas.)

E, tem outro detalhe: nós somos artistas há 40 anos. Como é que uma sessão solene desta não ia ter o registro nosso? Teve rap, teve jongo, e tem que ter samba! Tem que ter Samba!... Pode! (Palmas.)

A senhora pode quebrar o que a senhora quiser, Dra. Theodosina, esta rainha. Aplausos para ela! (Palmas.)

A SRA. THEODOSINA ROSÁRIO RIBEIRO - Olha, eu também estou quebrando o protocolo. Eu quero, publicamente, manifestar a sensibilidade que eu tenho por esta mulher.

Vejam vocês, eu já a conhecia através da televisão, nos carnavais, onde ela era juíza... Tem outro nome, não é?... Comentarista! - e eu ficava encantada quando a via falar, mas nunca soube que um dia eu ia ter o privilégio de estar ao lado dela e muito mais; ter a indicação do meu nome. Porque, por toda esta festividade, ela é a responsável. Ela é a responsável pela sua idoneidade, pelo seu trabalho sério. Esta Casa de Leis aprovou a resolução, por isso, mais uma vez, quebrei o protocolo e tenho muitas coisas mais para falar, mas, neste momento, eu lhe agradeço publicamente, muito obrigada! (Palmas.)

A SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Muito obrigada! Vocês tem mais algum recado para dar para mim ou eu posso ficar aqui? Cada hora chega um recado...

Deus abençoe, proteja e ilumine todos e todas. Obrigada pela diversidade deste evento. Quero agradecer as pessoas de todas as etnias. Eu quero um aplauso para todas as religiões, todas as religiões que estão aqui. (Palmas.)

Essa tribuna tem sido ocupada, inclusive, para debate de religiões; isso aqui, agora, virou uma Casa de debate religioso. O dia que eu chegar aqui com um atabaque e quiser cantar uma cantiga de Orixá vai ser um escândalo, porque o negócio tá bastante complicado.

Eu quero dizer para os deputados que estão nesta Casa agora, para a bancada evangélica, para a bancada católica, para a messiânica, para a kardecista, que nós, das religiões de matrizes africanas, respeitamos a vocês todos, nós respeitamos e desejamos axé, que significa saúde.

Eu quero terminar dizendo o seguinte: um sorriso negro, um abraço negro traz felicidade. Negro sem emprego - olha a inclusão, hein? - fica sem sossego. Negro é raiz da liberdade.

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- É feita a entrega da homenagem.

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A SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Viva a paz, viva a cidadania, viva a democracia! Eu tenho que falar as últimas palavras do protocolo, senão vai ficar complicado. Isso é sério, muito sério.

Esgotado o objeto da presente sessão, a Presidência agradece as autoridades, aos funcionários desta Casa. Quero agradecer, particularmente, a toda a minha assessoria - quero um aplauso para a equipe do meu gabinete. Não vou citar nomes que eu posso esquecer alguém - e a todos que, com suas presenças, colaboraram para o êxito desta solenidade.

Convido a todos para um grande brinde comemorativo no Hall Monumental.

Está encerrada a presente sessão.

Viva a Deus! (Palmas.)

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - CLAUDIA LUNA - Solicitamos a todas as homenageadas deste dia que se reúnam para que possam fazer a entrega de flores à deputada Leci Brandão e a Dra. Theodosina Rosário Ribeiro. Muito obrigada!

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- Encerra-se a sessão às 12 horas e 40 minutos.

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