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18 DE SETEMBRO DE 2015

027ª SESSÃO SOLENE EM HOMENAGEM AOS 142 ANOS DO NASCIMENTO DE ALBERTO SANTOS DUMONT E POSSE DA NOVA DIRETORA DO INSTITUTO SANTOS DUMONT

 

Presidentes: FERNANDO CAPEZ e CORONEL CAMILO

 

RESUMO

 

1 - PRESIDENTE FERNANDO CAPEZ

Abre a sessão. Nomeia as autoridades presentes. Informa que convocara a presente sessão solene, a requerimento do deputado Coronel Camilo, com a finalidade de "Prestar Homenagem pelos 142 Anos de Nascimento de Alberto Santos Dumont e Dar Posse à Nova Diretoria do Instituto Alberto Santos Dumont". Convida o público a ouvir, de pé, o "Hino Nacional Brasileiro".

 

2 - CORONEL CAMILO

Assume a Presidência. Tece elogios ao presidente Fernando Capez.

 

3 - CORONEL TELHADA

Deputado estadual, saúda os presentes. Deseja sucesso ao coronel Edson Luiz Gaspar em sua nova missão frente ao Instituto Alberto Santos Dumont. Discorre sobre o papel da aviação a favor da população em diversos setores da Polícia Militar. Ressalta o trabalho desta Casa em prol da Segurança Pública.

 

4 - PRESIDENTE CORONEL CAMILO

Lê histórico profissional do tenente-brigadeiro Aprígio Eduardo de Moura Azevedo.

 

5 - APRÍGIO EDUARDO DE MOURA AZEVEDO

Tenente-brigadeiro, manifesta-se privilegiado por estar presente na solenidade. Saúda autoridades presentes. Enaltece a figura de Alberto Santos Dumont. Lê citação de Olavo Bilac sobre o desejo de voar do ser humano. Discorre sobre o histórico da vida e as criações de Santos Dumont. Profere palavras do "pai" da aviação sobre seu primeiro voo com o 14-bis. Destaca o amor de Santos Dumont pelo Brasil. Ressalta a importância de seu legado e de seu exemplo para o País. Dá destaque ao caráter altruísta de Santos Dumont.

 

6 - PRESIDENTE CORONEL CAMILO

Anuncia apresentação de vídeo sobre a vida de Santos Dumont. Exalta a frota de aeronaves do Grupamento de Radiopatrulha Aérea da Polícia Militar do Estado de São Paulo.

 

7 - CARLOS EDUARDO FALCONI

Coronel PM e comandante do Grupamento de Radiopatrulha Aérea da Polícia Militar do Estado de São Paulo, representando o comandante-geral da Polícia Militar Ricardo Gambaroni, tece elogios a Edson Luiz Gaspar. Faz histórico da aviação no estado de São Paulo. Discorre sobre a situação atual do setor.

 

8 - PRESIDENTE CORONEL CAMILO

Tece considerações acerca do Grupamento Aéreo da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Faz leitura regimental para posse da nova diretoria do Instituto Alberto Santos Dumont. Lê histórico profissional do presidente empossado do Instituto Alberto Santos Dumont, coronel Edson Luiz Gaspar.

 

9 - EDSON LUIZ GASPAR

Coronel e presidente empossado do Instituto Alberto Santos Dumont, enaltece o trabalho realizado pelo deputado Coronel Camilo. Saúda diversas autoridades presentes. Agradece o apoio recebido de sua família. Elenca os objetivos do Instituto Alberto Santos Dumont. Faz histórico de sua vida profissional. Convida o Sr. Ricardo Jacob de Magalhães Correa e o coronel da FAB Paulo Marins Filho para entrega do quadro "A epopeia triunfante do elegante gênio da Aeronáutica", representando as conquistas gloriosas e quebras de paradigmas aeronáuticos, aos homenageados da Mesa.

 

10 - PRESIDENTE CORONEL CAMILO

Transmite mensagem motivadora ao presidente do Instituto Alberto Santos Dumont, Edson Luiz Gaspar. Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.

 

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- Abre a sessão o Sr. Fernando Capez.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Senhoras e senhores bom dia, sejam todos bem vindos à Assembleia Legislativa de São Paulo. Dentro de instantes daremos início à sessão solene com a finalidade de prestar homenagem pelos 142 anos de nascimento de Alberto Santos Dumont, e dar posse à nova diretoria do Instituto Alberto Santos Dumont.

Comunicamos aos presentes que esta sessão solene está sendo transmitida ao vivo pela TV Web e será transmitida pela TV Assembleia sábado, amanhã, dia 19 de setembro às nove da noite pela NET canal sete, pela TV Aberta canal 61.2 e pela TV Vivo Digital canal 185.

Convido para compor a Mesa principal o deputado estadual Fernando Capez, presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo. O deputado Coronel Camilo, proponente desta sessão solene. (Palmas.)

Tenente-brigadeiro do ar, Bräuer, ministro da Aeronáutica em 1999. (Palmas.) O tenente-brigadeiro Aprígio Eduardo de Moura Azevedo. (Palmas.) Major-brigadeiro do ar, Marcelo Kanitz Damasceno, comandante do IV Comar. (Palmas.) E o deputado estadual Coronel Telhada. (Palmas.)

Senhoras e senhores, eu solicito a todos para que em pé ouçamos o Toque de Continência reservado ao Chefe do Poder Legislativo, deputado Fernando Capez.

 

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- É executado o Toque de Continência.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Podem se sentar, por favor. Com a palavra o deputado Fernando Capez.

 

O SR. PRESIDENTE - FERNANDO CAPEZ - PSDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Senhoras deputadas, senhores deputados, minhas senhoras, meus senhores, esta não é uma sessão comum da Assembleia, esta é uma sessão solene. Sendo uma sessão solene ela obedece à rígida forma sacramental nos termos do Regimento Interno, lei que orienta os trabalhos desta Casa.

Uma sessão solene só pode ser convocada mediante solicitação de deputado em exercício no mandato nesta Casa. E só pode ser convocada pelo presidente mediante prévia aprovação dos órgãos internos e do Colégio de Líderes.

Inúmeras solicitações de sessões solenes são feitas diariamente pelos nossos queridos e estimados deputados, nem todas conseguem aprovação porque a sessão solene só é aprovada por motivo de notório e relevante interesse público e social. Há casos também de sessões solenes autorizadas por maioria.

A sessão solene solicitada pelo nosso estimado deputado coronel Álvaro Batista Camilo, ex-comandante geral da Polícia Militar do Estado de São Paulo foi aprovada por unanimidade e não é para menos. É uma sessão solene histórica, ela tem a finalidade de prestar homenagem pelos 142 anos de nascimento de Alberto Santos Dumont, e dar posse à nova diretoria do Instituto Alberto Santos Dumont, grande orgulho de nossa pátria, pioneiro da indústria aeronáutica brasileira, orgulho nacional e internacional.

Neste momento convido todos os presentes para em pé ouvirmos e cantarmos as duas partes do Hino Nacional Brasileiro a ser executado pela Banda da Polícia Militar sob a regência do maestro subtenente Rogério.

Solicitando que por determinação das regras de cerimonial, que não nos voltemos para a bandeira, uma vez que não há hierarquia entre os símbolos nacionais, de maneira que enquanto cantamos os hinos, o Hino Nacional, nos voltamos para frente.

 

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- É executado o Hino Nacional Brasileiro.

 

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O SR. PRESIDENTE - FERNANDO CAPEZ - PSDB - Neste momento afim de que o deputado proponente desta solene por mérito e legitimidade possa assumir a condução dos trabalhos e a Presidência desta sessão solene, por imposição regimental uma vez que enquanto aqui estiver ele é obrigado a presidir a sessão, o presidente se despede desejando a todos um excelente trabalho e parabenizando mais uma vez o coronel Álvaro Batista Camilo, ilustre deputado estadual que já terá um projeto apreciado, e se Deus quiser na semana que vem aprovado aqui, regulamentando e proibindo estes pancadões. Nós nos retiramos, uma grande sessão a todos, e parabéns pelo trabalho de V. Exa. e do nosso querido também colega deputado coronel Paulo Adriano Telhada. (Palmas.)

 

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- Assume a Presidência o Sr. Coronel Camilo.

 

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O SR. PRESIDENTE - CORONEL CAMILO - PSD - Senhores e senhoras, bom dia a todos. Gostaria de primeiro agradecer ao nosso presidente deputado Fernando Capez pelas palavras gentis, mas eu queria destacar para todos aqui que quem está fazendo a diferença nesta Casa de Leis é o nosso presidente Fernando Capez.

Ele está valorizando a figura do deputado estadual, está trazendo esta Casa novamente ao protagonismo do Parlamento estadual, está limpando a pauta dos projetos que estão atrasados e está com muita coragem votando projetos importantes para o povo de São Paulo. Parabéns ao nosso deputado Fernando Capez, presidente desta Casa.

Gostaria de convidar agora o nosso coronel Gaspar, Edson Luiz Gaspar para que integrasse a Mesa dos trabalhos. (Palmas.)

Obrigado. Gostaria então de agradecer a presença de todos, que os nossos trabalhos se desenvolvam sob a proteção de Deus, da melhor forma. Esta homenagem que vamos fazer ao aniversário de Santos Dumont, um grande ícone nacional como falou o nosso presidente e também a posse do Instituto Santos Dumont que nós vamos fazer na sequência.

Queria também agradecer a presença do tenente-brigadeiro do ar Clóvis Pavan, decano da Aeronáutica de São Paulo. Agradeço a presença do major brigadeiro do ar Paulo Roberto Bertuzzi, presidente do Conselho de Curadores da Fundação Santos Dumont.

Ele foi nosso comandante aqui do IV Comar, e a integração entre a Polícia Militar que naquele momento eu comandava e ele o IV Comar foi perfeita como está sendo com o nosso comandante Damasceno. E muitas vezes a Aeronáutica nos emprestou aviões para levar tropas para o interior do estado em momentos delicados, contra o crime organizado. Então, eu já deixo aqui o meu agradecimento ao nosso comandante Damasceno atualmente e ao nosso brigadeiro Paulo Bertuzzi.

Quero agradecer também a presença do brigadeiro Celestino, do brigadeiro Zoti, do coronel Carlos Eduardo Falconi neste ato representando nosso comandante da Polícia Militar de São Paulo, coronel Ricardo Gambaroni, piloto, comandou também o nosso grupamento aéreo e hoje é nosso coronel Falconi ele comanda o Grupamento Aéreo e vai transformá-lo aí na Aviação do Estado de São Paulo muito em breve.

Coronel aviador Jayme Ferreira Jr., chefe do Estado Maior do IV Comar; coronel aviador Da Silva, chefe do Serviço Regional de Investigação e Prevenção a Acidentes Aeronáuticos; Coronel Ventura representando o brigadeiro Medeiros, diretor da subdiretoria de abastecimento da Aeronáutica. Coronel intendente Roberto Nunes, prefeito de Aeronáutica de São Paulo, coronel PM Edson de Jesus Sardano, vereador de Santo André, grande amigo, colega de turma. Muito obrigado por sua presença aqui Sardano.

Tenente coronel Sandro Rogério Delmonico, comandante do IV Esquadrão de Transporte Aéreo. Capitão Claudio representando o secretário chefe da Casa Militar, nosso amigo coronel José Roberto Rodrigues de Oliveira. Fabiano do Prado Marques, diretor da Escola de Engenharia da Universidade Anhembi Morumbi. Sr. Eduardo Marson Ferreira, presidente da Helibras e da Associação Brasileira da Aviação Geral, grande parceiro da Polícia Militar.

Meu grande amigo Ozias Vaz, diretor presidente da Viação Padroeira, muito obrigado pela presença. E saudar aqui a nova diretoria do Instituto Alberto Santos Dumont. Ricardo Jacob de Magalhães Corrêa. Coronel Saulo Mariz Filho, Renato Kublikowski, Marcos Siciliano Vilares Filho. Sejam todos bem vindos.

Esta solenidade é para comemorar então o aniversário do nosso Patrono da Aeronáutica, Santos Dumont e a posse do Instituto Santos Dumont.

Agora, antes de passar para a continuidade, eu gostaria de ouvir agora uma saudação do nosso nobre colega, deputado Telhada, Coronel Telhada.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PSDB - Quantas horas? (Risos.)

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL CAMILO - PSD - Quantas o senhor quiser.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PSDB - Duas horinhas.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL CAMILO - PSD - O Telhada é um grande amigo aqui, nós fazemos uma luta constante aqui pela Segurança Pública. A Segurança Pública de São Paulo era muito deixada de lado nesta Casa de Leis, muito criticada e o Telhada é um grande amigo aqui na defesa institucional das Polícias de São Paulo, falando em prol da Segurança Pública.

Comandante da Rota e conhecedor da nossa Segurança Pública de São Paulo. A palavra é sua, Coronel Telhada.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PSDB - Obrigado senhor presidente. Bom dia a todos. Quero saudar o presidente da sessão, Coronel Camilo, nosso deputado estadual. Saúdo o brigadeiro Bräuer, brigadeiro Damasceno, enfim todos os oficiais presentes aqui, todos os cidadãos.

Quero fazer uma saudação especial ao coronel Gaspar que está assumindo hoje a presidência da Instituição e em nome dos familiares eu queria saudar o Sr. Jesuíno e a Dona Eunice, os pais do nosso querido amigo Gaspar, que estão presentes prestigiando o filho.

Eu perguntei para o Coronel Camilo quantas horas eu tenho para falar porque político quando pega no microfone ninguém larga, ? Mas eu não vou falar horas não, fiquem tranquilos. É só uma saudação.

A alegria de estarmos aqui prestigiando não só o Coronel Camilo que preside a sessão, que muito bem fez esse pedido ao nosso presidente Fernando Capez, mas também para saudar a história do Santos Dumont, do Instituto Santos Dumont e prestigiar também o meu amigo coronel Gaspar, meu amigo já há 32 anos, nos encontramos na Academia do Barro Branco.

Quando eu estava no último ano ele entrou no primeiro ano em 1983. Então é uma carreira, uma amizade que já vem há mais de 30 anos e é interessante que nós que somos oficiais, acho que nas Forças Armadas são assim também. De repente nós nos tornamos mais irmãos de quem está na Academia conosco, de quem serve conosco do que os próprios irmãos de sangue.

Então eu posso dizer que o Gaspar e o Camilo são dois irmãos que nós conseguimos ao longo, o Antão e todos os amigos aqui, irmãos que nos tornamos ao longo dos anos pela nossa afinidade profissional e afinidade ideológica.

Eu não poderia deixar de estar aqui parabenizando a todos pelo que têm feito desejando sucesso, sucesso Gaspar na sua nova missão. Conte conosco aqui na Assembleia Legislativa.

A história da Aviação é muito forte com a história da Polícia Militar desde os idos da Força Pública de Antonio Pereira Lima praticamente um dos primeiros paraquedistas brasileiros da Aviação dos Gaviões de Penacho na Revolução de 32.

Enfim, hoje com os nossos helicópteros, 24 helicópteros Camilo? Eu não sei exatamente quantos.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL CAMILO - PSD -Vinte e quatro.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PSDB - Vinte e quatro? Vinte e quatro helicópteros hoje, em todo o estado de São Paulo trabalhando diuturnamente em prol da população prestando um serviço inestimável em todos os setores da Polícia Militar, no patrulhamento, no bombeiro, no florestal, no ambiental, na parte marítima. Enfim, em todo nosso estado de São Paulo hoje o serviço de aviação, o serviço dos Águias é um serviço que contribui 100% no êxito da missão.

Então, a história da nossa Polícia Militar na nossa Força Pública de São Paulo é uma história muito junto, muito forte com a Aviação. E nós que somos militares, que curtimos história militar, que preservamos a história militar, não poderíamos deixar de estar aqui hoje participando deste momento histórico da Assembleia em homenagem não só a Santos Dumont, tem um sobrinho dele hoje aqui, um parente dele em nome da família. Então é muita honra estarmos participando aqui neste evento.

E principalmente digo a todos aqui, que nós fomos eleitos para trabalhar pelo povo, por isso contem conosco. Nós estamos à disposição do cidadão de bem. Nós que somos da Segurança Pública somos muito criticados aqui nesta Casa porque nunca tivemos representantes fortes da Secretaria, com todo respeito a quem passou, mas o trabalho que nós temos feito aqui, um trabalho diário, um trabalho constante, um trabalho em defesa do cidadão de bem.

Um trabalho em defesa das Forças de Segurança, brigadeiro Damasceno, não só da Polícia Militar, das Forças Armadas, enfim de todas as Forças de Segurança do nosso Brasil.

Então, contem conosco, a nossa luta é árdua como é dos senhores também, mas tenham certeza de que nós estamos vibrando de emoção, trabalhando com força, com honestidade, com disposição para nós fazer do nosso Brasil que está tão sofrido atualmente, passando tantos problemas, mas nós acreditamos em um Brasil melhor e nós vamos trabalhar por um Brasil melhor.

Contem conosco. Parabéns coronel Camilo, parabéns coronel Gaspar, parabéns à Força Aérea Brasileira, parabéns a todos que estão aqui prestigiando. Muito obrigado aos familiares, parabéns ao Sr. Jesuíno e à Dona Eunice pelo filho Gaspar que é um excelente oficial, um grande amigo, um grande exemplo de pai, um exemplo de honestidade dentro da Polícia Militar. Vocês o criaram muito bem e esse mérito é de vocês, parabéns a todos. Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL CAMILO - PSD - Parabéns ao nosso colega coronel Telhada pelas palavras que, sempre é um defensor da Segurança Pública. E ele tem razão, nós precisamos manter aí e cultivar os valores e a internalização de valores é importantíssima na nossa sociedade.

Para isso agora, antes de chamar para fazer uso da palavra nosso tenente-brigadeiro Aprígio Eduardo de Moura Azevedo, eu vou ler o seu currículo e peço que o senhor já se dirija à tribuna, por favor.

O nosso orador tenente-brigadeiro Aprígio Eduardo de Azevedo é amante da literatura, escritor e apaixonado pela história da Aeronáutica. O tenente-brigadeiro do ar Azevedo nasceu na cidade de Florânia, Rio Grande do Norte. Ingressou na Força Aérea, FAB, no dia primeiro de março de 1967 na Escola Preparatória de Cadetes do Ar em Barbacena, Minas Gerais.

Entre os principais cargos ocupados estão o de chefe da Comissão Aeronáutica Brasileira em Washington, chefe da Sessão de Planejamento Logístico do Estado Maior da Aeronáutica, chefe do Subdepartamento de Desenvolvimento de Programas e presidente da Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate. Chefe da assessoria parlamentar do comandante da Aeronáutica, comandante do IV Comando Aéreo Regional, chefe de gabinete do comandante da Aeronáutica, secretário da Sefa e chefe do Estado Maior da Aeronáutica.

Possui seis mil horas de voo das quais 1800 horas na aviação de caça. Foram mais de 46 anos dedicados à Força Aérea Brasileira e ao povo brasileiro. De todas as funções exercidas a que mais marcou a carreira do tenente brigadeiro Azevedo foi a de instrutor e em suas palavras "ensinar é aprender, aprendi muito com a sensibilidade, as experiências e as peculiaridades dos alunos".

Com a palavra o nosso tenente-brigadeiro do ar Azevedo.

 

O SR. APRÍGIO EDUARDO DE MOURA AZEVEDO - Muito obrigado. Bom dia a todos, muito obrigado deputado coronel Álvaro Batista Camilo. Tenho muita honra e considero um privilégio ter recebido esta distinção de estar presente hoje nesta Casa do Povo presidida com tanto competência pelo deputado Fernando Capez.

Gostaria de manifestar um apreço também muito especial ao Sr. Marcos Vilares que está presente, sobrinho, bisneto do nosso homenageado Alberto Santos Dumont. Assim também o ex-ministro Walter Werner Bräuer, o tenente-brigadeiro ministro da Aeronáutica, tenente brigadeiro Clóvis Pavan. O meu querido comandante na Academia da Força Aérea lá nos idos dos 1970 por aí, Marcelo Kanitz Damasceno, major-brigadeiro, meu querido amigo, comandante do IV Comando Aéreo Regional Eduardo Marson, presidente da Helibras.

O deputado coronel Paulo Adriano Telhada e o professor doutor Edson Luiz Gaspar da Universidade Anhembi Morumbi, em nome de quem ao cumprimentá-los estendo o meu abraço muito fraterno e muito especial a todos que compõem a Mesa e a todos que estão presentes.

Senhores oficiais generais, oficiais graduados, senhoras e senhores, convidados e todos os integrantes desta Casa de Leis que zela por um bem muito valioso, o exercício da cidadania. Exemplo dignificante de instituição que ao legislar forja os caminhos e alimenta a própria história desta terra de bandeirantes empreendedores, poetas e escritores.

Meus diletos amigos, aqui me encontro para cumprir uma bela missão. Seguramente a mais bela dentre todas as tarefas que tive o privilégio de desempenhar durante os meus 46 anos de ininterruptos serviços à Força Aérea Brasileira e ao Brasil. Refiro-me ao ato de assumir uma cátedra, esta plataforma, para compartilhar conhecimentos, neste caso, sobre uma magnífica figura da nossa história, e esta cátedra é muito especial porque é a cátedra do povo.

A homenagem que aqui será prestada certamente não será prestada por mim, será prestada por todo povo paulista, paulistano e brasileiro a esta figura ilustre.

Graças a este mágico momento, eu encontro a rara oportunidade de relembrar uma personalidade que representa verdadeiro paradigma em nosso meio sendo referência de irrepreensíveis qualidades destacando-se a criatividade, a obstinação, a paciência, a devoção, o caráter, a coragem, o amor pelas causas justas. Falo de Alberto Santos Dumont, este a quem Olavo Bilac, o Príncipe dos Poetas, dedicou as seguintes palavras.

“Santos Dumont deu os primeiros passos, virão depois outros, não há horizonte fechado à boa ambição humana, daqui a pouco o homem não se contentará.” E este texto foi escrito no início do século passado. “O homem não se contentará em pairar perto da terra, quererá desaparecer na vastidão gloriosa, quererá chegar ao limite da atmosfera. Depois dispensará o ar e atravessará o vácuo, visitará o satélite e os planetas, roçará o sol com as suas asas e irá conhecer, além disto tudo, sair à conhecer, sair deste nosso mísero sistema solar indo estudar outros sistemas até chegar ao centro deles, a este centro que Flammarion dá o nome de Deus”.

 Este ou esta é a homenagem prestada no início do século passado pelo Príncipe dos Poetas Olavo Bilac, a Santos Dumont que já denota o significado do seu trabalho, da sua obra nesta terra.

Por que sempre que possível cabe homenagear o Pai da Aviação, o Marechal do Ar, o Patrono da Aeronáutica Brasileira? Por quê? Porque sua contribuição para o evoluir da humanidade a despeito do tempo transcorrido e agregando-se o vertiginoso desenvolvimento da tecnologia, continua o resultado do seu trabalho, continua cada vez mais presente no nosso cotidiano.

Percebemos que o mundo atual experimenta profundas transformações geradoras de importantes, contenciosos, bastando ter em conta a realidade dos conflitos assimétricos, dos terrorismos, as guerras civis que incrivelmente permanecem à nossa volta, não obstante deputado Camilo, discursos apaziguadores e negociações quase sempre inócuas por apresentarem ambíguas proposições.

Quando nos deparamos com o cenário do cotidiano no qual valores que deveriam ser eternos são esquecidos, e quando apesar do evoluir das nações ainda persiste o flagelo da guerra, da pobreza, da fome, resta-nos buscar como alento e esperança o exemplo do Pai da Aviação que doou o seu talento à tarefa de construir diligente e obstinadamente um instrumento que servisse prioritariamente ao bem estar da espécie humana e à aproximação dos povos, assim pensava Alberto Santos Dumont. Prova incontestável é que jamais cogitou obter fortuna com o fruto de sua criatividade, ao contrário, ofertou ao mundo a patente do seu gênio inovador.

Alberto Santos Dumont, neto de François, filho de Henry, franceses que vieram para o Brasil ao seu tempo doar parte da sua vida, do seu gênio, do seu talento a esta terra. Ambos engenheiros trabalharam nas construções de estrada de ferro.

François, o avô volta para a França, Henry o filho depois de formado vem para o Brasil seguindo os passos do pai, e contrata um trecho da estrada de ferro que subia a Mantiqueira passando pelas cidades históricas São João Del Rei, Barbacena e Quintais. E ali, ao contratar este trabalho adquiriu uma pequena casa lá na Fazenda Cabangu e passou a trabalhar e construiu uma família. Oito irmãos entre mulheres e homens e ali nasceu o sexto filho, na Fazenda Cabangu, casa simples que está lá até hoje, nasceu Alberto.

Este Alberto, filho de Dona Francisca Santos e Henrique Dumont; ela, filha do comendador Francisco de Paula Santos, portanto, um ramo francês e um ramo brasileiro na origem desta figura maravilhosa que é Santos Dumont.

Ao terminar o trabalho na estrada de ferro, Henrique terminou o seu trabalho e ele tinha recebido um convite do sogro para, se fosse do interesse, ajudá-lo numa fazenda de café em Valença e ele aceitou. Foi para Valença trabalhou, mas como nós pudemos imaginar, é natural na evolução do relacionamento, Henrique queria ter a sua vida própria e descobriu, já conhecedor de café, e descobriu que as terras daqui de São Paulo, especialmente de Ribeirão Preto eram muito propícias à exploração deste insumo que produz um líquido apreciado no mundo inteiro que é o nosso querido café.

E lá foi Henrique e família para a Fazenda Arindeúva, ali nos arredores de Ribeirão Preto onde hoje tem uma cidade que tem o nome de Santos Dumont naquela região. Arregaçou as mangas, homem inteligente, já secundado pelo filho Alberto com 12 anos curiosíssimo pela mecânica, e virou o maior produtor de café do Brasil naquele momento.

Em determinado instante, deputado Telhada, professor Gaspar, na fazenda da família Dumont havia cinco milhões de pés de café plantados, 96 km de estrada de ferro dentro da fazenda. A tecnologia ali já imperava lá pelos idos de 1800 e que tal, o café todo era trabalhado utilizando tecnologia, a existente no momento. E por isso ele virou não só o maior produtor, como o maior exportador de café.

Bom, ocorre que a vida é como ela é, são os desígnios de Deus, é assim que funciona. Um belo dia o pai de Alberto sofre um acidente de charrete na fazenda, cai da charrete e fica hemiplégico, sem condições de tocar aquela obra fantástica que era a fazenda, resolve vender a fazenda, vende e logicamente podemos imaginar um valor bastante considerável e vai para a França, Suíça, se tratar. Consegue certa recuperação, mas nem tanto e lá também decide emancipar numa vinda ao Brasil Santos Dumont então, com algo em torno de 18 e 19 anos, um menino.

Emancipa Santos Dumont, entrega para ele Alberto, a parte dele que cabia na herança e diz para o Alberto “meu filho, vá para Paris, contrate professores de física, matemática e mecânica, as Humanas você já aprendeu em casa. Vá para Paris e se transforme em um homem”. E assim fez Santos Dumont.

Alberto foi para Paris e vamos imaginar 18, 19 anos com um belo capital na mão, na Cidade Luz. Um homem muito bem posto, era um homem simpático, elegante, ditador de moda. Poderia ter simplesmente gastado a vida.

Não! Fez o que o pai o orientou, contratou professores e estudou e se transformou no que hoje nós conhecemos cujo ponto de partida maior é a produção do seu primeiro balão, o único que teve nome, Brasil, a volta à Torre Eiffel em 1901 que vou falar dela um pouco, e o voo mais importante da humanidade, o voo do 14 Bis, o primeiro voo do mais pesado que o ar pelo seus próprios meios.

Penso ser este o momento propício para transportamo-nos em uma instigante viagem no tempo, até aquele 23 de outubro de 1906, Campo de Bagatelle, Paris. Trazendo-nos a imagem de Santos Dumont e o seu 14 Bis e o voo pelos próprios meios, proeza que elevou aos píncaros da glória o nome da sua terra natal e inscreveu o seu próprio nome no Livro dos Heróis da Pátria depositado no Panteão da Liberdade da Democracia em Brasília conforme atesta a Lei nº. 11.298, sancionada pelo presidente da República em nove de maio de 2006.

A esta altura, cabe imaginar o que o mineiro de Cabangu, o paulista de Ribeirão Preto, o brasileiro de todos os lugares sentiu naquele dia lá de 1906, no instante mágico do esfuziante crepúsculo de Paris, a Cidade Luz. Eis as suas próprias palavras.

''Chegou o grande dia, pela segunda vez, pois já tinha tentado uma vez no dia 13 de setembro de 1906. Às 8 da manhã, já estavam em Bagatelle, Archedeacon e Surcouf, que este Secretário da Comissão do Aeroclube de Paris, também fotógrafos e os amigos de sempre. Tínhamos levado cedo a máquina." A máquina era o 14 Bis. "E realizado os últimos ajustes. Às 8h45min, pus o motor em marcha, com o arranque que eu próprio desenhei. Sobre um pé móvel, uma peça em forma de U toma a hélice, movida por meio de uma manivela, dando voltas ao motor até que arranca". Um motor com uma enorme potência de três cavalos.

"Subi à cesta, provei os comandos, sobretudo os de subida e descida. Atrás ficavam centenas de horas de desenho e construção, de dúvidas e certezas. Tudo ia se corroborar agora ou nunca. Tinha a meu favor o pequeno salto anterior que não fora suficiente.

Comecei uma corrida de rolagem, sem pretender me elevar. Repeti-a quatro vezes mais, na última se danificou uma das rodas do trem de aterrissagem, sem outras consequências na estrutura. Suspendi as provas, certa decepção.

Às 16 horas do mesmo dia decidi reiniciá-las. Estava lá o povo meio à expectativa já descrente. Já havia mais de uma centena de observadores e curiosos. Tive que insistir para que se afastassem do aparelho e se separassem da rota que pensava seguir.

Dei impulso ao motor, comecei a rodar, suavemente o conduzi para cima. O comando respondeu lentamente, mas era como eu queria, e nos desprendemos do chão. Voamos uns instantes, até que observei uma perigosa inclinação lateral, apaguei o motor e descemos com certa brusquidão, o que produziu nova ruptura no trem de aterrissagem. Praticamente me tiraram do aparelho, enquanto se ouviam gritos de triunfo. Olhei em direção ao Archdeacon".

Archdeacon era o cara que tinha, além de ser do aeroclube de Paris, tinha proposto um desafio com um prêmio para quem voasse, conseguisse sair do chão e conseguisse transpor mais, até e mais do que 60 metros. Era esse o combinado no desafio.

"Olhei em direção à Archdeacon e, como há anos passados". Ele lembrou da volta à Torre Eiffel e essa figura já existia. "E interroguei 'Ganhei, ganhei o prêmio?

Respondeu com a voz entrecortada pela corrida até o aparelho: ‘Em minha opinião sem nenhum lugar a dúvidas, mas por que se deteve tão rápido?’ ‘Porque perdi sustentação’, lhe respondi e não houve possibilidade de continuar o diálogo.

Abraços com meus ajudantes e amigos e também desconhecidos. Novamente a feliz loucura do triunfo. Foi tal o assombro de todos, que ninguém teve o cuidado de medir a distância percorrida. Unanimemente, considerou-se que tinham sido 60 metros de distância, a uma altura entre dois a três metros. A altura é fácil de calcular, pelas fotografias que se tomaram. Novamente o Maxim's foi o centro do festejo." Este é um texto extraído do escrito “Eu, Santos Dumont, Palavras Soltas de Um Diário Apócrifo”.

O Maxim's é um restaurante que existe até hoje em Paris e que naquela época era o grande restaurante de Paris. Santos Dumont, ele e uns amigos tinham uma mesa cativa, praticamente todos os dias faziam refeição no Maxim's, entre os quais, Louis Cartier. E foi o Cartier que a pedido de Santos Dumont depois do evento da volta à Torre Eiffel no balão, e Santos Dumont queria naquela volta acompanhar muito o tempo porque ele tinha exatos 30 minutos para sair de Saint Claude, dar a volta à Torre Eiffel e voltar ao mesmo lugar em até 30 minutos. E naquela época só se usava relógio de bolso, e ele até tentou, mas não conseguiu abrir o relógio para ver e, seja o que Deus quiser.

Daí ele encontra o Cartier depois do evento da Torre Eiffel, e pergunta para o Cartier o seguinte, a princesa Isabel tinha dado para Santos Dumont numa visita que ele fizera à princesa que morava em Paris, uma correntezinha, uma medalha de São Bento que ela disse para ele “use sempre perto de você”. E ele então tinha uma pulseira com uma medalhinha no pulso e diz para o Louis Cartier "eu queria um relógio com esta característica, que pudesse eu ter acesso ás horas sem precisar soltar a mão dos comandos do avião". Daí nasce o nosso querido relógio de pulso, Alberto Santos Dumont.

Assim foi feito. A homenagem que ora está sendo prestada neste plenário é nobre e merecida. O exemplo legado exige que cultuemos a história e honremos a memória e as realizações dos destemidos e abnegados compatriotas que nos antecederam. Desse modo, se procedermos assim, estaremos transmitindo corretos valores á nossa sociedade para podermos construir o Brasil dos nossos sonhos, que certamente era o Brasil dos sonhos de Alberto Santos Dumont.

Assim, no estimulante ambiente deste encontro compete registrar aspectos que enfatizam os traços de civismo, deputado Camilo, peculiares a Santos Dumont, tornando-se muito apropriado lembrar que este mineiro de berço, paulista por adoção, brasileiro por excelência, numa entrevista coletiva concedida a jornalistas em Paris nos idos de 1901, quando ele virou uma celebridade no evento da volta da Torre Eiffel, o mundo inteiro voltou os olhos para Paris e para aquele brasileiro de pouco mais de 1,50m de altura, mas um gigante na sua obra.

Portanto, neste evento da entrevista coletiva depois de responder a uma dezena de perguntas dos jornalistas presentes, muito mais do que uma dezena, um jornalista francês faz uma pergunta muito natural para aquele momento, a pergunta é "Monsieur Santos", era assim que ele era chamado em Paris. "Monsieur Santos, como está caminhando o seu processo para a definitiva naturalização na cidadania francesa?"

Tornar-se cidadão francês, afinal de contas Santos Dumont era filho de francês, vivia em Paris naquele instante, já há 15 anos mais ou menos, pouco menos, 10 anos, estamos falando de 1901. E era natural, era um homem amado pela cidade, a cidade já se acostumara a ver Santos Dumont sobrevoando a cidade nos seus balões, estamos em 1901.

Paris ainda não sabia o que ia acontecer cinco anos depois com o voo do 14 Bis, e a partir de 1909 com o voo do famoso Demoiselle, este sim, o avião que ditou a regra da engenharia aeronáutica sobre o ponto de vista de sustentação vida afora. Era natural a pergunta. Santos Dumont para, faz-se silêncio e ele diz o seguinte: "Deixe-me falar do meu querido Brasil, é uma nação riquíssima, uma república nova enriquecida por homens de grandes ideias comprometidos com o desenvolvimento do país. Uma terra linda de poetas, de flores, de pássaros encantados com os seus gorjeios raros e maviosos que aqui não têm. Na França encontrei mestres que me passaram conhecimentos absolutamente necessários ao meu empreendimento, a França. Ah! A França, ela continuará a ser a minha segunda pátria. Sinto-me livre para amar cada um desses países, mas o Brasil precisa de mim para difundi-lo entre os povos do mundo. Nasci brasileiro, lá quero morrer".

Eis o exuberante modelo de cidadania e amor às origens, motivos pelos quais cabem todas as honras que lhe são dedicadas, mormente pelo significado de sua obra cuja herança maior para gerações que o sucederam foi o exemplo de espírito humano perspicaz, inovador, sobretudo persistente.

Persistência que se materializa a quatro de julho de 1898 com o seu primeiro balão, o mais leve até então construído conhecido no mundo, e este dos seus, o único que teve um nome, Brasil. Sobrevoou Paris com o Brasil, subvertendo com criatividade todas as regras até então aceitas no balonismo. Mas a sua fixação não era o balão que voa ao sabor do vento, era conduzir os destinos do seu balão, era a dirigibilidade do voo por seus próprios meios. Ultrapassou barreiras, enfrentou desafios, superou-se, deu o máximo e o melhor de si mesmo e conseguiu o grande feito do qual já falamos em 23 de outubro de 1906.

Para Santos Dumont, o que importava não era apenas chegar ao objetivo, mas também a caminhada que o levaria a este objetivo, sentindo-se revigorado ao final de cada etapa, novamente pronto para o combate.

Esta não teria sido uma bela lição de vida? Vale destacar que Santos Dumont criou instrumentos para livre uso de todos, antevendo em seus sonhos que o avião teria o poder de aproximar povos, servindo de lenitivo para os necessitados quando ele o avião lhes leva alimentos, remédios, esperanças, e incansavelmente carrega em suas bagagens sempre boas mensagens de prosperidade e paz.

Gilberto Freire, o gigante pensador de “Casa Grande & Senzala” assim define o papel de Santos Dumont: "Nunca ninguém foi mais herói para o nosso povo do que Alberto Santos Dumont, o mito de Santos Dumont tornou-se como nenhum outro no Brasil do começo do século 20, parte de uma certeza maior, o progresso brasileiro através da educação e da ciência".

Certamente em sua caminhada como afirma Gilberto Freire, Santos Dumont assimilou os traços de um povo valente, somos nós. Heroico, astuto, engenhoso, até genial. Um povo capaz de vencer. Eis o seu exemplo.

Ao examinarmos aquele momento histórico mais de um século atrás, o Brasil precisava sim de um Santos Dumont que levasse a fé em seu futuro e este herói correspondeu esplendidamente ao anseio do seu povo, passando de indivíduo a símbolo. Símbolo de toda uma nação que sem temer da luta o perigo vai sempre em frente, em busca da realização dos seus sonhos e ideais. Assim devemos ser todos nós.

Meus amigos, aqui lembro de um dístico que orna o estandarte da escola Preparatória de Cadetes do Ar lá em Barbacena, muito perto de Cabangu. Lá na nossa bandeira, estandarte da escola está escrito uma expressão em latim "non multa sed multum", isto é, que a qualidade prevaleça sobre a quantidade. O que importa é a qualidade, é a vontade de fazer e fazer bem como nos ensinou Santos Dumont.

Pensando assim, desejo que os céus sejam o limite para o nossos sonhos, para fazer honra ao nosso homenageado, aquele que na volta da Torre Eiffel quando conseguiu este intento havia um prêmio de 100 mil francos que era ofertado por um rico explorador de petróleo Henry Deutsch de la Meurthe, 100 mil francos era um bocado de dinheiro na época, e Santos Dumont disse para a princesa Isabel, para a sua roda de amigos, para a princesa Isabel porque ela perguntou a ele: "Mas você está nisso por causa de um prêmio?" Ele disse "Não, eu estou nisso pelo bem da humanidade. Sua alteza, eu vou conseguir este prêmio e desde já fica lavrado que metade do prêmio eu vou distribuir com os meus mecânicos, a outra metade eu queria que não se tornasse público", diz ele para ela. "Mas eu pretendo liberar todas as ferramentas que estão penhoradas na Caixa de Penhores". Em Paris chamava de Mont-de-Piété, Monte da Piedade, "na Caixa de Penhores dos artesãos de Paris" os artífices que na hora do aperto precisavam do dinheiro para comprar o pão ou o remédio para o filho e iam lá e penhoravam como de resto se faz até hoje.

Santos Dumont ganhou o prêmio, metade para os seus mecânicos, foi à Caixa de Penhores depositou um dinheiro que liberou todas as ferramentas que estavam penhoradas para voltar aos seus donos com um requisito, que eles não soubessem quem tinha sido o benfeitor.

Como sobrou ainda uma certa quantia, ele distribuiu essa quantia por meio de uma casa de caridade que atendeu a quatro mil pobres de Paris. Este é o homem que além do gênio, além da ciência na sua cabeça e no seu pensar era um altruísta, um filantropo, um amante da humanidade.

Agradeço-lhes eu, sensibilizado, o privilégio desta oportunidade que me concederam enaltecer a figura humana, singular que com sua genialidade mudou o mundo, moldou definitivamente a nobre arte de voar deixando para todos nós brasileiros e para o mundo, um legado de conquistas.

Eis razão de júbilo e contentamento para homens e mulheres como os senhores, as senhoras que envergando, vestindo as cores do Brasil nos corações e mentes, escolheram por livre e espontânea vontade, com seus projetos de vida, trabalhar incansavelmente pela construção de uma terra melhor, de um Brasil melhor que faculte igualdade de oportunidades a todos e reconheça o mérito e seja justo.

Aos ilustres parlamentares, em especial o deputado coronel Álvaro Camilo, professor Gaspar, todos os convidados que aqui estão, todos que se dedicam aos interesses da coletividade como é esta Casa, modelos que servem de referência para aqueles que se doam às causas nobres, sobretudo, pelo comportamento que seja íntegro, retilíneo, desprendido, corajoso, aguerrido, todos que aqui estão quero expressar do mais profundo do meu coração, que Deus os proteja iluminando os seus caminhos. Caminhos e sonhos, estes que certamente estão a projetar um porvir alvissareiro, de boas notícias, mas junto delas sempre teremos que estar prontos para as nossas lutas diárias e as nossas conquistas.

Desejo-lhes um futuro vitorioso que se transmudará em um bem de cada um e por extensão, pelo esforço de todos nós, um bem inalienável do nosso amado Brasil. Vida longa queridos amigos, aplausos Alberto Santos Dumont. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL CAMILO - PSD - Parabéns ao nosso comandante Azevedo não só pelo seu pronunciamento, mas pela verdadeira aula que nos deu hoje de civismo, de patriotismo e de história e do nosso querido Alberto Santos Dumont. Muito obrigado, comandante.

Gostaria de agradecer a presença dos alunos da Universidade Anhembi Morumbi, muito obrigado por estarem presentes, vão para casa com mais uma aula hoje, hein? Agradeço ao Marcos Palhares primeiro civil a atingir a estratosfera em um MIG-29, “acredit space agent” e futuro pioneiro civil do espaço pela Virgin...

Gostaria que se levantasse, uma salva de palmas para ele, hoje membro do Conselho do Instituto Santos Dumont. (Palmas.) Parabéns.

Gostaria de saudar Michel Willians representando o deputado estadual Gil Lancaster, também um batalhador pela segurança, foi soldado da Polícia Militar, hoje está aqui ao meu lado e do Coronel Telhada defendendo a Segurança.

Sr. Adelmo Meira representando o deputado estadual Orlando Morando, muito obrigado. Sr. Mario da Gakiya, presidente da Turma da Sucata que também conserva as tradições aí da aviação. O meu mestre, professor de oratória, professor de todos os meus cursos da PM, JB Oliveira, muito obrigado pela presença professor, vice-presidente do Conselho Curador da Fundação Santos Dumont.

Sr. Randolpho Marques Lobato presidente das Associações Brasileiras de Ecologia, Controles de Poluição e Defesa Civil, e veterano da Fundação Santos Dumont. Santiago Oliver, editor chefe da "Revista Avião e Piloto", Hélio Aisen sócio da Casa Caucaia e a todos os presentes.

Agora, até para continuar um pouquinho dentro da nossa história, vamos assistir a um vídeo de cinco minutinhos sobre a vida de Santos Dumont.

 

* * *

 

- É feita a exibição de vídeo.

 

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O SR. PRESIDENTE - CORONEL CAMILO - PSD - Parabéns ao nosso Santos Dumont. (Palmas.) É muito fácil a gente observar agora, ? Imagina naquela época sem nenhuma tecnologia, sem nada, ?

Bom, pessoal, dando continuidade aqui à nossa solenidade, vamos trazer um pouquinho para o momento atual. Nós temos na Polícia Militar um grande serviço feito pelo Grupamento Aéreo hoje sobre o comando do coronel Falconi que também representa aqui o nosso comandante-geral.

Eu gostaria que ele falasse um pouquinho, palavras aí sobre como está o nosso Grupamento Aéreo para todos os presentes. Falconi, por favor.

Enquanto ele vai para a tribuna, quero deixar bem claro para vocês que a aeronave é um grande auxílio da Polícia. No comando da instituição ajudado por uma grande equipe a quem eu saúdo a todos que estejam nos assistindo na pessoa do coronel Antão que era o meu subcomandante na época, nós dobramos o número de bases aéreas de São Paulo, tínhamos cinco no interior e passamos a ter 10 bases no interior, todas as grandes áreas do estado tem.

Isso faz com que a nossa aeronave, 85% da população esteja a 15 minutos de um Helicóptero Águia, tudo isso graças a esses homens e a essas mulheres que servem hoje no Grupamento Aéreo. Então, parabéns ao nosso Grupamento Aéreo, coronel Falconi a palavra é sua.

 

O SR. CARLOS EDUARDO FALCONI - Excelência, obrigado pelo convite. Realmente é um desafio enorme aqui suceder o brigadeiro Aprígio depois de uma aula de história dessas e uma oratória exemplar. Parabéns brigadeiro.

Pedindo licença aos senhores para quebrar o protocolo e não nominar as autoridades já nominadas, é uma honra estar pela primeira vez nesta tribuna. Confesso, fui pego de surpresa, não tenho um material preparado, mas isso é bacana porque a gente pode falar com o coração.

Ver amigos aqui, principalmente o nosso eterno comandante-geral, o coronel Camilo hoje presidindo esta sessão solene e tantos outros como o meu amigo professor, doutor coronel Gaspar com quem tive a honra de ladear várias ocorrências a bordo dos Águias e tive o prazer de em certo momento da carreira dele ensiná-lo a voar, Gaspar?

E hoje eu tenho o orgulho de ver aqui, superou o mestre e muito, e isso é muito orgulho viu Gaspar? Também fomos colegas na Universidade Anhembi Morumbi como professores, um tempo que eu tenho muita saudade e pretendo quem sabe um dia, voltar às cadeiras acadêmicas, porque a gente tem a obrigação de passar o nosso conhecimento para frente.

Mas voltando à atualidade como o Coronel Camilo já anunciou, a aviação da Polícia Militar está passando hoje por uma transformação. Cresceu bastante desde a sua criação lá nos idos de 17 de dezembro de 1913. Para muita gente, muito paulista não, as pessoas não conhecem a nossa história e não sabe que a nossa aviação, a aviação da Polícia Militar na época Força Pública de São Paulo, é uma aviação centenária. Neste ano, no dia 17 de dezembro próximo, vamos completar 102 anos.

É uma aviação que participou aí com os Gaviões de Penacho na Revolução de 30, 32, ? Faz parte da história paulista, na Revolução Constitucionalista e vejam bem, que o avião que estamos vendo aí na história aí foi inventada pelo nosso marechal do Ar Alberto Santos Dumont em 1906. Em 1913, a Força Pública de São Paulo já tinha uma esquadrilha de aviação e uma escola de aviação no Campo de Marte, em São Paulo onde permanece até hoje.

Entre extinções e recriações da aviação, ela ressurgiu definitivamente em 15 de agosto de 1984, numa época em que o nosso então governador Franco Montoro resolveu comprar uma aeronave Esquilo, um helicóptero, uma asa rotativa para a Polícia Militar de São Paulo e a outra para a Polícia Civil numa época que havia várias manifestações em São Paulo e aquele foi o momento que se achou adequado para se fazer a recriação dessa aviação. Algo que a Polícia de São Paulo já tinha na veia desde 1913.

Durante todo este tempo vários obstáculos, a aviação de São Paulo teve que superar e aqui brigadeiro Aprígio, brigadeiro Bräuer, nossos amigos da Força Aérea, agora o brigadeiro Damasceno, a Polícia de São Paulo tem que agradecer muito a Força Aérea e também à Marinha Brasileira e ao Exército Brasileiro. Sem a parceria que tivemos durante este tempo todo, a aviação nossa não seria do tamanho que temos hoje.

Hoje, como o deputado Coronel Camilo falou, nós estamos em todo o estado de São Paulo, a população de São Paulo está a menos de 15 minutos de qualquer helicóptero da Polícia. Temos 10 hangares no interior de São Paulo, cada hangar deste com um helicóptero e uma estrutura operacional e administrativa com efetivo próprio, autônoma, para atender a qualquer tipo de ocorrência que tenhamos nessas regiões.

Duas destas bases que é São José e Campinas já têm implantadas uma segunda aeronave com o foco específico de atendimento de ocorrências de resgate, atendimento médico de urgência, preparadas para atender qualquer tipo de catástrofe. É um conjunto, um complexo que funciona harmonicamente para atender qualquer situação grave dentro do estado de São Paulo.

Esta aviação hoje está em crescimento, recebemos recentemente autorização para fazer, receber como cessão de uso um terceiro hangar no Campo de Marte, porque a nossa aviação está em franco crescimento.

Temos manutenção própria com uma oficina homologada de acordo com as leis e regras da Aviação Civil, uma escola de aviação onde treinamos os nossos pilotos que são selecionados dentro dos quadros da nossa corporação com critérios extremamente rígidos, bastante técnicos os quais foram desenvolvidos, principalmente os perfis profissiográficos dos nossos pilotos, mecânicos e tripulantes, desenvolvidos com a ajuda da Força Aérea, da psicologia da aviação de tal modo que este ano talvez seja um marco na nossa aviação comandante, com a criação do Comando de Aviação da Polícia Militar.

Deixando o Grupamento de Rádio e Patrulha Aérea de ter este nome e passando por uma estrutura mais moderna de acordo com as novas regras, novas doutrinas de segurança e de gestão de segurança operacional com psicologia de aviação, com estrutura de manutenção, treinamento, de acompanhamento dos pilotos, mecânicos, pilotos, tripulantes, da parte de saúde de uma forma mais técnica e mais adequada.

Ouso dizer comandante, que é uma das maiores aviações de segurança pública das Américas e estamos aí sempre de portas abertas para a população paulista, para qualquer coisa que se precisa. É uma unidade da Corporação que atende a todos os seguimentos da Corporação.

Corpo de Bombeiros com salvamento, resgate, incêndio, salvamento de praias, etc, ao policiamento de choque, ao policiamento territorial, policiamento ambiental. Receberemos na segunda-feira uma nova aeronave que foi comprada especificamente para proteção das Apas Marinhas. Uma aeronave que está capacitada para adentrar ao mar com mais segurança. Uma aeronave de turbina.

Temos também asa fixa e também com uma possibilidade de crescimento ainda este ano, talvez no ano que vem com a incorporação de mais aeronaves de asa fixa. Então, em franco crescimento.

Agora, falar um pouco do meu amigo, o coronel Gaspar que vai assumir hoje o Instituto Santos Dumont. Depois de ver o brigadeiro Aprígio falando bastante da vida de Santos Dumont, eu não poderia ver pessoa melhor hoje, com todas aquelas características que o senhor falou, aquelas qualidades de um ser humano, de um profissional que nem o meu amigo Gaspar, que está aqui com a sua família, seus pais, Denise a sua esposa, que conhecemos aí há 32 anos, 25 anos praticamente juntos na aviação.

Tenho certeza, Gaspar, que Deus vai te iluminar, te dar sabedoria para tocar este projeto daqui para frente. Assim como Santos Dumont você é uma pessoa que não tem medo do novo, não tem medo de enfrentar situações novas e encarar desafios. Eu não tenho a mínima dúvida de que quem fez a escolha, fez a escolha correta.

E Gaspar, conte sempre com a aviação da Polícia Militar. Além de ser um filho nosso, é também um eterno comandante do Grupamento Aéreo da nossa aviação.

Coronel Telhada, obrigado pela oportunidade e, o Grupamento Aéreo está sempre à disposição de vocês, obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL CAMILO - PSD - Obrigado.Agradeço ao coronel Falconi, ele só deixou de falar também que ele é um astro da TV, dos Águias da Cidade, ? Passa na Discovery. E também, queria só complementar que o Grupamento Aéreo de São Paulo quando eu presidi o Conselho Nacional de Comandantes Gerais, ele deu assistência a vários outros estados brasileiros. Esteve em algumas catástrofes como em Santa Catarina, no Rio de Janeiro, em Teresópolis, no Maranhão, sempre ajudando aí, o nosso Brasil.

Convido também o nosso comandante a fazer parte da Mesa. O nosso deputado Telhada e o nosso comandante Damasceno precisam se retirar, assim como vai sair o nosso coronel, nosso comandante brigadeiro Azevedo daqui a pouco.

Senhores, então, eu gostaria agora de proceder a leitura da Ata de posse da diretoria e vamos partir para a segunda parte aqui que é a posse do nosso Instituto Santos Dumont. Brigadeiro, muito obrigado pela sua presença.

 

O SR. APRÍGIO EDUARDO DE MOURA AZEVEDO - Muito obrigado também, felicidades viu? Estou à sua disposição.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PSDB - Comandante, prazer em revê-lo. Dá um abraço lá nos caças.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL CAMILO - PSD - O Coronel Telhada então, vai ficar um pouquinho mais com a gente. Vamos para a Ata que dá posse aí ao nosso comandante Gaspar.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PSDB - Eu vou esperar a posse do Gaspar.

 

O SR. PRESIDENTE CORONEL CAMILO - PSD - O Telhada vai acompanhar a posse também. Então, a Ata que foi feita em junho de 2015 na sede do Instituto Cultural Santos Dumont, localizado na Rua Aruba, número três, Guarapiranga:

"A reunião começou no horário previsto, foi iniciada e presidida pelo Sr. Alberto Siciliano Vilares, presidente do Conselho de Administração conforme o edital. Inicialmente se fez uma explanação a respeito do Estatuto e que eram necessárias modificações e de uma maior abrangência nas ações do Instituto. O Instituto mudou para melhor visando inclusive a qualificação para celebrar contratos, convênios e parcerias com órgãos públicos e organizações internacionais visando a sustentabilidade de suas ações.

Ressaltou naquela época a reunião que em consonância com essa nova proposta, o nome do Instituto deveria ser modificado apresentando como sugestão que o mesmo passasse a ter a denominação de Instituto Alberto Santos Dumont. Foi apresentada aos presentes a minuta do novo estatuto já com a nova denominação, colocada em votação e aprovada por unanimidade.

Aberta a discussão e os nomes sugeridos e que passaram a fazer, compor a nova gestão em consenso de todos os presentes ficou assim definido: Presidente, o coronel Edson Luiz Gaspar, brasileiro, casado, piloto comercial; vice-presidente Ricardo Jacob de Magalhães Corrêa, brasileiro, físico; primeiro secretário Paulo Marins Filho, brasileiro, administrador de empresas; secretário Renato Kublikowski, brasileiro, arquiteto, sócio fundador e diretor de arte da Casa Caucaia, cenografia inteligente, e como diretor técnico Marcos Siciliano Vilares Filho, brasileiro, sociólogo, os quais foram empossados na mesma reunião, data esta considerada como início da gestão do novo Conselho de Administração. Nada mais havendo, se encerrou aquela reunião e a Ata foi assinada por todos os presentes que dou conhecimento público agora.”

Então, gostaria agora de chamar aí a todos, para colher assinatura nesta Ata. Nosso comandante Gaspar já está fazendo, e eu vou falar já um pouquinho sobre o currículo do Gaspar que ele vai falar daqui a pouco para a gente, enquanto os demais assinam a Ata.

O Gaspar é coronel da Polícia Militar, tive a felicidade de trabalhar com ele ainda na área de tecnologia, ele pertenceu à área de tecnologia da PM, depois ele derivou para a área dos helicópteros, uma boa parte dos que estavam naquele momento na tecnologia acabaram indo para a aviação e o coronel Gaspar foi um deles.

Também o coronel Gaspar foi acadêmico, também demos aula juntos no Centro Universitário Unibero no final da década de 90, começo dos anos 2000. Ele é casado com a Denise que está aqui. Parabéns à Denise Isac Corrêa, aos seus filhos, aos seus pais presentes, às filhas Tamires, Drielly e Alexya. No meio acadêmico ele iniciou em 1990, e desde 2002 é coordenador do Curso Superior de Aviação Civil da Universidade Anhembi Morumbi, maior curso universitário presencial do Brasil, e das pós-graduações lato sensu de Segurança de Voo e Planejamento de Gestão de aeroportos.

Em 2012, o coronel Gaspar concluiu o doutorado em Ciências Policiais de Segurança Pública do Centro de Autos Estudos da Polícia Militar de São Paulo. Ele tem ainda como formações bacharel em Ciências Policiais pela Academia de Polícia Militar, Análise e Programação de Computadores na Fatec, graduação em Análise de Sistemas pelo Mackenzie e mestre em Administração de Empresas pela Unibero.

Na aviação comercial ele é piloto comercial, instrutor de voo de avião e helicóptero com quatro mil horas de voo, sendo três mil em helicópteros e mil horas em aviões. Foi conselheiro da Fundação Santos Dumont e presidente da Abraer, Academia Brasileira de Aeronáutica.

Condecorações do nosso comandante Gaspar: Comendador da Ordem Renascença do Piauí, do Governo do Estado do Piauí; colar da Ordem do MMDC da Associação MMDC; medalha da Organização das Nações Unidas, ONU; medalha do mérito Santos Dumont, Força Aérea Brasileira; medalha Valor Militar Grau Bronze pela Polícia Militar de São Paulo, e medalha do Mérito Pessoal em Primeiro Grau da Polícia Militar.

Agora então, vamos ouvir aí, o empossado, nosso comandante Gaspar, a palavra é sua.

 

O SR. EDSON LUIZ GASPAR - Muito boa tarde a todos, muito bom dia, ? Será boa tarde daqui a 10 minutos.

Coronel Camilo, antes de mais nada obrigado pela sua atenção com o nosso Instituto, é uma árdua missão começar um instituto, mas eu saúdo em sua pessoa, agradeço as palavras. Eu ia lembrar que nós trabalhamos juntos no CPD, mas ele já fez isso antes. O coronel Camilo antes era o tenente mais antigo dos tenentes e ele era o porta-voz de todos os tenentes e todo mundo seguia realmente o que o coronel Camilo determinava. Na época o tenente Camilo, ? Desde aquela época já era um grande exemplo para a gente. Depois ao longo da carreira nos encontramos e tive o prazer de ser seu comandado nos tempos em que foi comandante-geral da PM. Muito obrigado coronel.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL CAMILO - PSD - Só um aparte aí. Nós nos encontramos tantas vezes que ele pousou em um lugar que eu nunca imaginei que podia pousar, no meio da Serra da Cantareira, na porta do meu condomínio para fazer um, eu achei que você ia cair com o helicóptero aquele dia lá, viu. No meio de umas árvores lá na Serra da Cantareira, demonstra a capacidade do piloto da nossa Polícia Militar, parabéns. Continue.

 

O SR. EDSON LUIZ GASPAR - Obrigado. Gente, o pouso foi para fazer um resgate, viu. Foi uma situação bem crítica e era o melhor local, o local mais seguro para fazer o pouso e eu tive a grata satisfação de encontrar o coronel Camilo nesse momento tão inusitado.

Tenente-brigadeiro Azevedo, que acabou de sair, eu agradeço muito as palavras e também a gente sabe da situação. Como é difícil falar de Santos Dumont e falar com tanta propriedade como o brigadeiro Azevedo. Ele esteve numa ocasião falando na Universidade Anhembi Morumbi, quando completou “100 anos do Voo do 14 Bis”, e eu o convidei. Ele encheu o nosso auditório e eu falei "Brigadeiro, o senhor tem um CD, um pen drive, tal?" Ele falou, "Não Gaspar, eu preciso só de um microfone, se não tiver eu falo no gogó mesmo, não tem problema".

Gente, o auditório lotado, ele contou toda a história de Santos Dumont com detalhes que ficou todo mundo atônito e a gente não ouvia uma mosquinha passando no auditório. Mas, muito interessante, muito bacana, eu fiquei muito contente dele também ter aceito o nosso convite.

Aproveitando, brigadeiro Bräuer muito obrigado pela presença, foi muito honroso contar com a sua presença compondo a Mesa numa sessão tão importante quanto a nossa de hoje. Gente, tive o prazer de descer a Serra do Mar a pé com o deputado Coronel Telhada. Desci com o coronel Telhada, ele era terceiranista, eu era primeiro, era da patrulha dele e descendo a Serra do Mar numa manobra que a Academia estabelecia, choveu, passamos a noite no...

Então, a amizade vem de longa data, ? Coronel Falconi, da minha turma, fomos juntos desde o primeiro ano da Academia Barro do Branco, depois viemos nos encontrar no Grupamento Aéreo; tive instrução com o coronel Falconi, foi uma alegria muito grande quando eu passei efetivamente para a aviação dentro da Polícia Militar. O Falconi foi um dos grandes ícones, amigo, enfim. Falconi, muito obrigado pela presença, muito obrigado enfim, por estar aqui com a gente hoje.

Esses dois que estão correndo, este menorzinho é meu afilhado, é o Vinícius, tá? E o outro é o Guilherme, que é meu sobrinho também, os dois são filhos da minha irmã Eunice que está aqui na frente, e eu prezo muito a família, gente. Eu acho que a família é a primeira coisa que a gente precisa, precisa valorizar demais a família.

E o primeiro agradecimento meu vai para a família, meus pais, meu pai, minha mãe que estão aqui na frente. Meu irmão Edgar que hoje comanda a Base de Helicóptero de Piracicaba e é capitão da polícia Militar. Minha irmã Eunice, tem os outros dois que infelizmente não puderam estar presentes, e minha esposa. Minha esposa Denise, minha eterna companheira, minha amiga de todas as horas que está aqui bem na frente.

Eu tenho que saudar a família, porque o pessoal veio de vários lugares, tá? Veio de Piracicaba, vieram os meus pais de Piracicaba, meu cunhado João Cris Neto aqui, veio de Bauru para prestigiar junto com a Simone. Minha sogra Eunice, que também chama Eunice, a minha segunda mãe, muito obrigado.

Meu sobrinho afilhado também, o Cauê que está aqui na frente, e representando o lado da família de Porto Ferreira está aqui a minha prima Tatiane e o Tiago. Gente, eu acho que família é tudo na nossa vida, ? E eu aproveito para saudar outro irmão que eu tenho, que não é irmão de sangue, é irmão de coração que está aqui em cima, Ozias Vaz, que me recebeu tão bem quando eu cheguei em Santo André, virou meu irmão e é um cara que está sempre junto com a gente aqui, em todas as situações.

E eu tenho uma situação muito importante, queria agradecer também coronel Sardano, deputado por Santo André, desculpa, vereador por Santo André, que está aqui atrás. Também foi coronel da Polícia Militar e ele me recebeu em Santo André, ele me abriu as portas da cidade.

Me lembro do dia que eu cheguei na cidade e ele falou: "Gaspar, eu não preciso de você fisicamente, mas eu quero a sua inteligência para me ajudar a resolver os problemas da criminalidade em Santo André". Foram momentos muito positivos, momentos muito interessantes.

E quando a gente fala de família, uma das coisas que me comove muito é a nossa descendência, aquilo que vem depois de nós e hoje representando as minhas filhas está aqui a Tamires que está concluindo os seus estudos na área de medicina, está no quinto ano de medicina, está com o Rafael que está querendo entrar na família, ele é um dos três genros que eu tenho lá em casa. Faltou hoje infelizmente, não puderam estar aqui a Drielly e a Alexya, mas muito bem vindos.

Bom, preciso também fazer um agradecimento muito especial à Universidade Anhembi Morumbi, que foi durante muitos anos a porta, o meu link com a aviação e eu tenho aqui hoje presente, que também está aqui em cima, começou sendo o meu chefe, que é o meu diretor Fabiano Marques, está aqui no cantinho, está aqui em cima.

O Fabiano no começo era chefe, hoje é amigo e muito nos ajuda em relação à aviação e colabora demais nas questões ligadas à aviação, ao curso e eu me sinto muito responsável em relação ao curso porque a gente sabe, no meio do curso a gente está evoluindo, ou está crescendo ou provocando o crescimento da aviação brasileira.

Estou ladeado com muito orgulho por meus professores, temos hoje um corpo docente muito diferenciado, muito seleto. Os professores se puderem levantar a mão, estão todos espalhados aqui na plateia. Muito obrigado pela presença. E é lógico, um grupo de alunos, se os alunos puderem levantar a mão também, nossa! Bastante gente, bastante alunos. Então, obrigado pela presença de todos vocês.

Não poderia deixar de agradecer a Polícia Militar pela presença na pessoa do Falconi, dos oficiais que se encontram presentes, a Força Aérea Brasileira, coronel Da Silva. Eu não vou nominar para não ser injusto com ninguém, mas fico muito honrado com a presença de todos, muito obrigado pela presença.

Bom, eu acredito que é um momento muito especial, é um momento muito importante o que está acontecendo hoje. O Ricardo providenciou o busto de Santos Dumont que está aqui ao meu lado, que é para simbolizar esta nossa situação, para simbolizar esse momento que para nós é de suma importância.

E é tão importante que a gente quer neste momento importante que estejamos ladeados, que estejamos juntos com amigos, com pessoas que têm o nosso mesmo ideal e é o que a gente está agradecendo, a presença de todos vocês que para nós é extremamente importante, que tudo esteja acontecendo da maneira que está acontecendo.

Antes de eu começar, eu vou ler alguns tópicos da finalidade do nosso Instituto. Obrigado coronel Telhada, obrigado.

Nós fizemos algumas alterações no estatuto para que possamos desenvolver e ajudar a aviação que acho que é uma questão extremamente importante para nós.

"A finalidade do Instituto Alberto Santos Dumont é promover a preservação e a divulgação da memória de Alberto Santos Dumont, bem como da história da aviação, de seus pioneiros, conquistas e feitos. Promover a utilização pacífica das conquistas científicas e tecnológicas, a ciência e a tecnologia devem servir à humanidade. Estimular a democratização do acesso ao conhecimento e à educação, o conhecimento deve ser uma conquista de todos.

Promover o ensino de ciências para crianças e jovens, constituir-se em Centro de Documentação e Informação para preservar, sistematizar e divulgar acervos históricos relativos à história da aviação e da ciência. Realizar levantamentos dos trabalhos de Santos Dumont e dos brasileiros que contribuíram para o desenvolvimento da navegação aérea. Realizar o inventário da obra de Santos Dumont e dos pioneiros brasileiros da navegação aérea.

Desenvolver e manter atualizado um site de acesso internacional sobre a obra de Santos Dumont e dos pioneiros da navegação aérea. Estimular a realização de pesquisa acadêmica sobre os trabalhos de Santos Dumont e suas implicações na sociedade. Desenvolver e executar projetos culturais artísticos de forma a contribuir para a divulgação e preservação dos inventos e da memória de Alberto Santos Dumont e dos pioneiros da navegação aérea.

Parágrafo único: Para atender a esta finalidade o Instituto poderá desenvolver atividades variadas e promover quaisquer ações que visem viabilizar esses projetos, como por exemplo, realizar eventos, espetáculos cênicos, seminários, palestras, workshops culturais, promover a edição de obras e livros, filmes e vídeos de fins culturais. Promover edição ou promover produção de outros materiais de cunho informativo, cultural ou de divulgação artística inclusive no exterior, e captar recursos para a execução de projetos culturais propostos pelo Instituto".

Esse é um trecho do nosso estatuto que nós atualizamos de modo a atender àquilo que nós tínhamos como anseio para poder melhor desenvolver e auxiliar o desenvolvimento da cultura não só de Santos Dumont, mas também da aviação brasileira. Eu preparei umas palavras para vocês.

"Em 2004 com a minha transferência do Grupamento Aéreo para Santo André, vivi um dos momentos mais difíceis de minha vida e carreira, na ocasião. Fui afastado do voo que era simplesmente a paixão da minha vida. Momentos difíceis onde só consegui sobreviver pelo apoio de minha esposa Denise e de minhas filhas e familiares. Mas em 2005 depois de ter participado de várias ações envolvendo curso de aviação civil e a Força Aérea Brasileira por meio então do Serac 4, antes da Aanac era Departamento de Aviação Civil e tinha o Serviço Regional de Aviação Civil número quatro aqui em São Paulo, que era comandado pelo coronel aviador Nelson.

Nessa ocasião, depois de todos estes eventos eu fui indicado para receber a Medalha do Mérito Santos Dumont. Foi um momento ímpar em minha vida. Na ocasião, antes de receber a medalha eu fui conversar com o coronel que havia me indicado para saber o motivo. Ele me disse "Gaspar, você é tão azul quanto os que estão na FAB". Ele falou "o seu coração está ligado à aviação e é da Força Aérea Brasileira, mas essa indicação não é só pelo que você fez, mas você está recebendo esta medalha não é só por isso, mas pelo que um dia irá fazer pela aviação e isso eu tenho certeza". Essas foram as palavras do coronel Nelson no seu gabinete Serac 4.

Essas palavras ecoaram em minha mente, isso só fez aumentar o meu carinho e entusiasmo para tratar com questões ligadas à aviação, e pelo profundo carinho e respeito que tenho pela Força Aérea Brasileira.

Durante alguns anos como fui afastado do voo, meu link com a aviação foi o curso de aviação civil, mas depois em 2010 retornei para o Grupamento Aéreo onde em 2014 encerrei minha carreira na Polícia Militar, e hoje a minha dedicação é integral à universidade e ao meu querido curso de aviação civil. Ao receber o convite para assumir a presidência do Instituto, de imediato lembrei das palavras do coronel Nelson, acho que agora será possível cumprir o que ele havia previsto.

Obrigado meus irmãos, meus amigos, meus membros da diretoria do Instituto Alberto Santos Dumont, pela indicação. Obrigado Ricardo, coronel Marins, Renato e Marcos Vilares. Obrigado pela alegria que estão me conferindo e saibam que honrarei este compromisso com todas as minhas forças.

Sobre o Instituto estamos iniciando do zero, sem sede, sem recurso, sem nada, mas com uma incrível garra e vontade de elevar o nome de Santos Dumont e da aviação brasileira, e mantê-los no ponto mais alto, onde merecem e sempre merecerão estar. Obrigado a todos pela presença que Deus sempre nos abençoe. (Palmas.)

 

É um momento bastante importante para a gente para poder materializar este momento, eu queria pedir ao Ricardo e ao coronel Marins que fizessem a entrega de um quadro ao Coronel Camilo e ao coronel Falconi, por favor.

 

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- É feita a entrega dos quadros.

 

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O SR. PRESIDENTE - CORONEL CAMILO - PSD - Muito obrigado.

 

O SR. EDSON LUIZ GASPAR - Vocês vão ver no telão a imagem do quadro, não sei se está disponível. Isso, exatamente. Este é uma reprodução original numerado do quadro "A Epopeia Triunfante do Elegante Gênio da Aeronáutica", do artista plástico Igor de Loyola, onde representa as conquistas gloriosas e quebras de paradigmas aeronáuticos de Alberto Santos Dumont.

O quadro original está no Hall Monumental do Terminal de Autoridades da Base Aérea de São Paulo, e foi idealizado para o receptivo das delegações presidenciais estrangeiras que vieram para a abertura da Copa do Mundo de 2014.

Então, muito obrigado coronel Camilo, muito obrigado coronel Falconi pela presença de vocês e guardem com carinho este quadro para a gente lembrar da data de hoje que para nós e para a aviação brasileira é uma data tão importante.

Gente, mais uma vez, muito obrigado, desculpem a emoção, mas é uma vontade muito grande que a gente tem de ajudar a nossa querida aviação brasileira. Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL CAMILO - PSD - Parabéns Gaspar. (Palmas.) E muito obrigado pela homenagem, vou guardar com carinho.

Gostaria também para finalizar, quero saudar as presenças do Sr. Carlos Grana, prefeito de Santo André, e do Sr. Saulo Mariz Benevides, prefeito de Ribeirão Pires, muito obrigado pela presença dos senhores aqui.

E Gaspar, eu só digo três palavras para você, além de parabenizá-lo. Eu deixo três palavras ao nosso coronel Gaspar que a gente pode ver aí no nosso Santos Dumont: Sonhar, acreditar e agir. Sonhar, acreditar e agir. Parabéns coronel Gaspar.

Esgotado o objeto da presente sessão, eu agradeço às autoridades, aos funcionários da Casa, a toda minha equipe na pessoa do coronel Bucheroni que fez este evento ser possível.

Muito obrigado a todos. Que Deus os acompanhe. (Palmas.)

Está encerrada a sessão.

 

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- Encerra-se a sessão às 12 horas e 26 minutos.

 

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