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19 DE OUTUBRO DE 2015

036ª SESSÃO SOLENE EM HOMENAGEM À AERONÁUTICA BRASILEIRA E SEU PATRONO, MARECHAL-DO-AR ALBERTO SANTOS DUMONT E COMEMORAR O DIA DO AVIADOR

 

Presidente: CORONEL CAMILO

 

RESUMO

 

1 - CORONEL CAMILO

Assume a Presidência e abre a sessão. Nomeia as autoridades presentes. Informa que o presidente Fernando Capez convocara a presente sessão solene para "Prestar Homenagem à Força Aérea Brasileira e ao seu Patrono, Marechal-do-Ar Alberto Santos Dumont, e Comemorar o Dia do Aviador". Convida o público para, de pé, ouvir o "Hino Nacional Brasileiro".

 

2 - RICARDO GAMBARONI

Comandante-geral da Polícia Militar do Estado de São Paulo, agradece a Força Aérea Brasileira pela figura de Alberto Santos Dumont. Cumprimenta autoridades presentes. Destaca o Dia do Aviador, o que representa, a seu ver, a inventabilidade do povo brasileiro e sua capacidade de vencer desafios. Lembra o início da aviação. Enfatiza a presença da aviação na Polícia Militar, que começou em 1913. Faz reflexão sobre o momento histórico de 1932, que culminou com a criação da Força Aérea Brasileira. Ressalta a parceria da FAB para a formação de aviadores da Polícia Militar. Acrescenta que 85% da população paulista é atendida por meio dos serviços de aeronaves, através de suas onze bases espalhadas pela cidade

 

3 - PRESIDENTE CORONEL CAMILO

Faz coro ao discurso do coronel PM Ricardo Gambaroni no que tange à parceria entre as corporações Polícia Militar e Força Aérea Brasileira. Destaca o apoio da aviação em momentos de rebeliões de criminosos. Lembra ocasião em que aviões da FAB ajudaram a conduzir tropas para o Interior do estado. Entrega troféu em homenagem à Força Aérea Brasileira.

 

4 - MARCELO KANITZ DAMASCENO

Comandante do IV Comar, saúda as autoridades presentes, em especial, o deputado Coronel Camilo, que preside esta sessão. Fala sobre o cenário de atuação da FAB. Destaca o objetivo da corporação, que é defender e controlar os 12 milhões de quilômetros quadrados de áreas soberanas. Explica sobre as novas rotas de gestão, adotadas recentemente. Elenca futuras operações da FAB, bem como as estratégias de atuação da instituição. Informa que o quartel-general do coronel Falconi se dá em 2 milhões e meio de quilômetros quadrados, referindo-se ao Campo de Marte, localizado na capital paulista. Cita endereço que abrigará, em breve, o Museu da Aviação. Menciona o papel da Sociedade dos Melhores Amigos da Força Aérea Brasileira, criada para estreitar a relação entre militares e civis. Discorre sobre a frota de helicópteros da FAB, composta por 400 aeronaves, fiscalizadas por torre de controle própria. Faz menção à expansão da capacidade de formação de pessoal. Mostra vídeo sobre a indústria da aviação. Comenta a construção do avião KC-390, considerado o mais avançado entre os de sua categoria. Enfatiza o número de empregos, de alta qualificação, no desenvolvimento da aeronave e na produção da mesma. Faz explanação referente ao projeto do caça Gripen NG, que emprega cerca de 2500 pessoas. Comenta as várias formas de transações comerciais que envolvem aeronaves, conhecidas como "off set". Explica o Pacote Gripen, entre Suécia e Brasil, composto por aeronaves, armamento e suprimento, contrato na ordem de 5,7 bilhões de dólares. Apresenta vídeos institucionais. Cita frase de Antônio Ermírio de Moraes.

 

5 - PRESIDENTE CORONEL CAMILO

Exibe vídeo sobre a Aeronáutica Brasileira enquanto foi entoado o "Hino dos Aviadores". Destaca o trabalho da FAB. Parabeniza a corporação. Fala sobre a importância de se cultivar valores e tradições. Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Coronel Camilo.

 

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O SR. PRESIDENTE - CORONEL CAMILO - PSD - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Senhores e senhoras, bom dia a todos, sejam todos bem-vindos a esta Casa de Leis. É com muito prazer que recebo a nossa Aeronáutica, os nossos amigos nesta sessão solene. Gostaria de cumprimentar nosso comandante, major-brigadeiro-do-ar, Marcelo Kanitz Damasceno, comandante do IV Comando Aéreo Regional; Dr. Kleber Leyser de Aquino, assessor da Presidência, representando aqui o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador José Renato Nalini; nosso ministro Flávio Bierrenbach, ex-ministro do Tribunal Superior Militar; nosso comandante, Cel. Gambaroni, comandante-geral da Polícia Militar de São Paulo; nosso deputado estadual Delegado Olim, presidente da Comissão de Segurança Pública e Assuntos Penitenciários desta Casa; nosso deputado estadual Itamar Borges, que também passa por aqui.

Esta sessão solene tem a função de prestar homenagem à Força Aérea Brasileira, ao seu patrono, marechal-do-ar Alberto Santos Dumont e de comemorar o Dia do Aviador. Deixo aqui os cumprimentos do nosso presidente, deputado Fernando Capez, que teve um compromisso e não pôde estar aqui neste momento. Coube então a mim uma honra muito grande: presidir esta solenidade, já que temos uma afinidade muito grande com as forças brasileiras: a Força Aérea, o Exército e a Marinha. Tivemos a felicidade de servir por 33 anos na Polícia Militar de São Paulo, e nos últimos três anos como seu comandante, em que a parceria da Força Aérea foi muito grande.

Senhores e senhoras, vamos então homenagear a nossa Aeronáutica, e para começar a nossa sessão solene convido a todos para que em pé cantemos o Hino Nacional Brasileiro executado pela Banda da Base Aérea de São Paulo, sob a regência do maestro capitão Moisés.

 

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- É entoado o Hino Nacional Brasileiro.

 

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O SR. PRESIDENTE - CORONEL CAMILO - PSD - Nossos agradecimentos, mais uma vez, ao capitão Moisés e à nossa Banda da Aeronáutica.

Gostaria de saudar, como extensão da nossa Mesa de trabalhos, a Sra. Thais, esposa do nosso brigadeiro Damasceno. Seja bem-vinda. Saúdo também o coronel Falconi, comandante da Aviação da Polícia Militar de São Paulo; o juiz coronel Antônio Augusto Neves, diretor adjunto do Departamento de Segurança; o juiz Jayme Martins de Oliveira Neto, representando o presidente da Associação Paulista dos Magistrados.

Gostaria de cumprimentar o Sr. Osmar Pereira Machado Jr., representando o presidente da Associação Comercial de São Paulo, nosso amigo Alencar Burti. Cumprimento o major José Aquiles Brunelli, representando o secretário-chefe da Casa Militar, coronel José Roberto Rodrigues de Oliveira; o brigadeiro-do-ar André Luiz Fonseca e Silva, diretor do Centro Logístico da Aeronáutica – Celog; o brigadeiro intendente José Jorge de Medeiros Garcia, subdiretor de abastecimento; o coronel aviador Ricardo Augusto Fonseca Neubert, diretor do Parque de Material Aeronáutico de São Paulo; o coronel aviador Jayme Ferreira Jr., chefe do estado-maior do IV Comando Aéreo Regional; o coronel médico Ricardo Gakiya Kanashiro, diretor do núcleo do Hospital de Força Aérea de São Paulo; o coronel intendente Alcides Roberto Nunes, prefeito de Aeronáutica de São Paulo; o coronel intendente José Carlos Sabô, chefe do Centro de Catalogação da Aeronáutica; o coronel aviador Marcos Dias Marschall, diretor do Instituto de Logística da Aeronáutica; o coronel aviador Reginaldo Pontirolli, comandante da Base Aérea de São Paulo; o coronel aviador Sidnei Velloso da Silva Jr., chefe do Quarto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos e o tenente-coronel aviador Sandro Rogério Delmonico, comandante do Quarto Esquadrão de Transporte Aéreo. Durante a solenidade vamos citando mais algumas autoridades que prestigiam este evento.

Comunicamos a todos os presentes que esta solenidade está sendo transmitida ao vivo pela TV Web e será transmitida pela TV Assembleia no próximo domingo, dia 25 de outubro, às 21 horas, pela NET, canal 7, pela TV aberta, canal 61.2 e pela TV Vivo Digital, canal 185.

Senhoras e senhores, vamos agora ouvir as palavras do comandante-geral, coronel Ricardo Gambaroni. O coronel Gambaroni tem uma afinidade muito grande com a nossa Aeronáutica. Ele é o nosso comandante-geral hoje, mas serviu quase toda a sua vida militar no Comando de Aviação da Polícia Militar, fundado em 1984, e que tem um apoio muito grande da nossa Força Aérea. Com a palavra, o nosso comandante, coronel Ricardo Gambaroni.

 

O SR. RICARDO GAMBARONI - Obrigado, deputado Coronel Camilo, que já adiantou a principal finalidade das minhas palavras, que vão ser muito breves. Quero agradecer a toda a Força Aérea Brasileira por este momento de comemoração do voo do mais pesado que o ar, de lembrança da presença histórica de Alberto Santos Dumont e da inventividade do povo brasileiro.

Quero cumprimentar o meu amigo, major-brigadeiro-do-ar Marcelo Kanitz Damasceno, comandante do IV Comando Aéreo Regional - São Paulo, a quem a Polícia Militar do Estado de São Paulo deve todas as homenagens pela grande parceria e apoio incondicional às nossas missões. Afinal de contas, são missões também de interesse da Força Aérea. Somos forças aliadas e o senhor pode contar com este soldado na defesa dos interesses que sejam da nossa querida Força Aérea Brasileira.

Cumprimento o meu mentor, ministro Flavio Bierrenbach, colega das Arcadas. Sou um grande admirador da sua história como jurista, como advogado, como ministro do Superior Tribunal Militar e como aviador. Sua presença aqui muito nos honra e traz um brilho incomensurável a este evento. Neste ato, Dr. Kleber Leyser está representando Dr. Nalini, grande parceiro do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Gostaria de cumprimentar o Delegado Olim, também presente aqui, e todos os parlamentares que apoiam este evento, que é sobremaneira significativo para nossa história. Gostaria de saudar todas as autoridades já nominadas pelo Coronel Camilo. Vou falar muito brevemente; é mais um agradecimento.

O “Dia do Aviador”, 23 de outubro, representa a inventividade do povo brasileiro, a capacidade de superarmos os desafios e melhorarmos. Mais do que a discussão sobre a primazia do primeiro voo de objeto mais pesado do que o ar, a data nos lembra dessa capacidade do brasileiro de estar sempre pensando na melhoria das instituições e em tudo que se pode fazer para que o povo tenha melhores condições. Santos Dumont foi um exemplo desse trabalho, e seguramente a Força Aérea Brasileira continua prestando inestimáveis serviços à nossa população e ao nosso país, que tem dimensões continentais e necessita de uma Força Aérea forte e ágil, com grande capacidade de inventividade. Sabemos que, a despeito de qualquer crise que venhamos a enfrentar, a inventividade do povo brasileiro ainda se manifesta. O Brasil tem larga tradição na aviação, desde Santos Dumont. Mas também faço aqui uma menção ao primeiro voo em território brasileiro, em 1910, aí sim por um francês, Dimitri Sensaud de Lavaud, que contou com mecânicos brasileiros para construir aquele avião mais pesado do que o ar, que voou aqui pertinho, na cidade de Osasco.

Isso mostra que nossa história tem muito da aviação. A Polícia Militar do Estado de São Paulo teve sua incipiente aviação começando em 1913, sendo interrompida por ocasião da Primeira Guerra Mundial, pela perda dos instrutores que aqui estavam e pela questão de material. Isso começou em 1913 com Edu Chaves. Houve um retorno na década de 20, que também marcou essa presença da aviação, que se encerrou em 1930. Em 1932, tivemos um sopro da aviação na Revolução Constitucionalista, naquele momento que marca a presença de São Paulo na defesa de valores da busca por um Brasil constitucionalista, da busca por um modelo mais democrático. Isso está presente na nossa história da Polícia Militar; por isso fiz questão de vir aqui dar nosso agradecimento à FAB. Como o Coronel Camilo já colocou, em 1984, no reerguimento da aviação da Polícia Militar, já no modelo de aviação policial, a FAB foi o grande parceiro que nos deu a mão para que conseguíssemos novamente alçar voo. Não temos palavras para agradecer por esse momento histórico. De 1932 a 1984, todo o conhecimento de aviação havia sido perdido na Polícia Militar; mas, em 1984, a FAB foi a grande parceira - e continua sendo - em nossa formação. Graças a isso, hoje, podemos contar com a maior e mais organizada aviação de Segurança Pública do Brasil, com 31 aeronaves em operação 24 horas por dia e sete dias por semana, assim como a própria Polícia Militar de São Paulo, espalhada por todo o território do nosso estado, cujas dimensões não são continentais como as do Brasil, mas são significativas.

Hoje, podemos dizer com muito orgulho que conseguimos colocar uma aeronave policial, em menos de 15 minutos, para atender 85% da população paulista.

Isso se deve às 11 bases espalhadas pelo estado de São Paulo, a uma logística que foi aprendida com os senhores, a uma doutrina de segurança de voo que veio da Força Aérea Brasileira, e a todos os demais recursos.

Venho dizer o quão importante é a Força Aérea Brasileira para a Polícia Militar. Não apenas por isso, mas por todos os outros atos de cooperação. Como comandante-geral da Polícia Militar, não poderia deixar de vir aqui para agradecer pessoalmente ao brigadeiro Damasceno e à Força Aérea Brasileira. Parabéns pelo Dia do Aviador.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL CAMILO - PSD - Coronel Gambaroni, parabéns pelas palavras. Gostaria de lembrar que a Aeronáutica foi uma grande parceira quando eu estava no comando da Polícia Militar. Por várias vezes, a Aeronáutica foi uma grande parceira. Em momentos difíceis de rebelião no interior do estado, chegamos a levar tropas para a região de Presidente Prudente e quem nos auxiliou na condução das tropas foi a FAB e seus aviões. Muito obrigado.

Gostaria de saudar o Dr. Fausto Roberto Sartori Antonio, representando o Dr. Ismael Rodrigues, delegado da 4ª Delegacia Seccional Norte; o delegado Marco Antonio Ribeiro de Campos, grande parceiro da Segurança Pública; o Sr. Reinaldo Papaiordanou, diretor-presidente da Sociedade dos Melhores Amigos da Aeronáutica; a Sra. Ivone Nasser Cruchaki, representando o Sr. Antônio Cruchaki, presidente da Associação Nacional dos Veteranos da Força Expedicionária Brasileira; e a Dra. Priscila Dower, presidente da Comissão de Direito Aeroviário da OAB/SP, representando o Dr. Marcos da Costa, presidente da OAB.

Gostaria ainda de saudar o Sr. Marcos Landgraf Malta, assessor do Departamento Econômico da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo, representando o Sr. Fábio Meirelles, presidente da Faesp; o Sr. Anibal Martinez, presidente da Associação dos Amigos da Base Aérea de Santos; o coronel Edson Luiz Gaspar, meu amigo e presidente do Instituto Alberto Santos Dumont; o comandante Alfredo Pires Filho, da Sociedade Veteranos de 32; a Sra. Cleusa Badanai, presidente da Associação para a Valorização Policial do Estado de São Paulo; o Sr. João Francisco Gianezella, representando a Sociedade Amigos da Marinha; e o Sr. Chen Xi, cônsul-geral da China.

Registramos ainda a presença dos 40 alunos da Escola Estadual Santos Dumont, que leva o nome de um dos homenageados de hoje. Obrigado pela presença. Levem daqui grandes ensinamentos e os repassem para os colegas de escola. Parabenizo vocês por estarem nesta Casa de Lei. Solicito uma salva de palmas para esses alunos. (Palmas).

Com o presidente Fernando Capez, brigamos muito pela internalização de valores. Acreditamos que a nossa sociedade carece muito de valores. Este é mais um motivo para eu estar aqui, presidindo, com muito orgulho, uma homenagem à FAB, em que há um forte cultivo dos valores.

Neste momento, iremos homenagear a nossa Força Aérea Brasileira, na pessoa do major-brigadeiro-do-ar Marcelo Kanitz Damasceno, através da entrega de um troféu.

 

* * *

 

- É feita entrega de homenagem.

 

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O SR. PRESIDENTE - CORONEL CAMILO - PSD - Senhoras e senhores, sabemos que são momentos singelos. Uma vez perguntaram ao Capitão Augusto, que hoje é nosso deputado federal, por que um militar gosta tanto de receber um pedacinho de lata, que é uma medalha. Ele respondeu a esse deputado, que vou me poupar de dizer o nome, que isso representa, para nós, a honestidade, a seriedade, o civismo, o patriotismo e os valores que, em nossa visão, são muito mais importantes do que qualquer recompensa financeira. E ainda deu uma cutucada dizendo que são coisas que faltam muito no Congresso Nacional.

Ele ia fardado e foi questionado por que ele iria fardado e por que gostava de apresentar suas medalhas. Esse singelo reconhecimento, comandante, é uma forma de reconhecermos o grande trabalho feito pela FAB no território brasileiro e no mundo.

Gostaria de convidar nosso comandante, major-brigadeiro-do-ar Marcelo Damasceno, para que faça uso da palavra.

Mais uma vez falo em nome do presidente Fernando Capez, que gostaria de estar presente, mas, infelizmente, não pôde. Ele pediu para que eu presidisse, o que faço com muito orgulho.

Estamos homenageando hoje o marechal-do-ar Santos Dummont, o Dia do Aviador e a nossa Força Aérea Brasileira. Com a palavra o comandante Damasceno.

 

O SR. MARCELO KANITZ DAMASCENO - Muito obrigado, presidente. Começo falando de V. Exa., um grande amigo da Força Aérea que tem em sua alma a vida militar e em seu reflexo a carreira política, com quem temos travado, neste um ano e meio de comando, uma relação intensa, buscando sempre o engrandecimento da nossa força e do seu estado.

Ministro Flávio Bierrenbach, aviador de grande costado e também ex-ministro do Superior Tribunal Militar, que tem nos ajudado muito na consecução de algumas tarefas a que nos propusemos aqui no estado; Dr. Kleber de Aquino, assessor da Presidência, grande amigo, representando o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador José Renato Nalini; coronel Ricardo Gambaroni, comandante-geral da Polícia Militar, a quem agradeço as palavras, que sei que são vindas do coração; deputado Delegado Olim, presidente da Comissão de Segurança Pública e Assuntos Penitenciários; deputado Itamar Borges, que já cumprimentei hoje; brigadeiro André Luiz Fonseca e Silva, diretor do Centro Logístico de Aeronáutica de São Paulo, uma das principais organizações nas aquisições da nossa Força; brigadeiro intendente José Jorge de Medeiros Garcia, subdiretor de abastecimento da Força Aérea; coronel aviador Ricardo Augusto Fonseca Neubert, já escolhido para oficial general da nossa Força com promoção a brigadeiro vindoura, diretor do Parque de Material Aeronáutico de São Paulo; coronel aviador Jayme Ferreira Jr, meu dileto amigo e chefe do estado-maior do IV Comando Aéreo Regional; coronel médico Ricardo Gakiya Kanashiro, que tem a nobre missão de elevar o Hospital de Aeronáutica de São Paulo à condição de quarto escalão, dentro dos principais hospitais de Força Aérea Brasileira.

Quero saudar o coronel intendente Alcides Roberto Nunes, prefeito de Aeronáutica de São Paulo; coronel intendente José Carlos Sabô, chefe do nosso Centro de Catalogação da Aeronáutica; coronel aviador Marcos Dias Marschall, diretor do Instituto de Logística da Aeronáutica; coronel aviador Reginaldo Pontirolli, comandante da tradicionalíssima base aérea de São Paulo; coronel aviador Sidnei Velloso da Silva Jr., chefe do Quarto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes aeronáuticos; coronel PM Falconi, Comandante da Aviação da PM, que tem uma relação mais direta hoje com nossa Força Aérea aqui no estado de São Paulo; querido juiz-coronel Antonio Augusto Neves, diretor-adjunto do Departamento de Segurança da Associação Paulista de Magistrados, representando seu presidente, nosso amigo juiz Jaime Martins Oliveira Neto; tenente-coronel aviador Sandro Rogério Delmonico, comandante da unidade aérea sediada na base aérea de São Paulo, Quarto Esquadrão de Transporte Aéreo; Osmar Pereira Machado Jr., representando o presidente da Associação Comercial de São Paulo, nosso dileto amigo Alencar Burti; major José Aquiles Brunelli, representando o secretário-chefe da Casa Militar, o competentíssimo coronel PM José Roberto Rodrigues de Oliveira; senhora Thais Budo, minha esposa, que tem um posto acima do seu marido; o dileto amigo Sérgio Acuesta, um dos diretores da recém-criada Sociedade dos Melhores Amigos da Aeronáutica de São Paulo; Dr. Fausto Roberto Sartori Antonio, representando o Dr. Ismael Rodrigues, delegado da 4ª Delegacia Seccional Norte; Reinaldo Papaiordanou, diretor-presidente da recém-criada Sociedade dos Melhores Amigos da Aeronáutica; Ivone Nasser Cruchaki, representando Antonio Cruchaki, presidente da Associação Nacional dos Veteranos da FEB; doutora Priscila Dower, presidente da Comissão de Direito Aeroviário da OAB/SP, representando o Dr. Marcos da Costa; Marcos Landgraf Malta, assessor da Faesp, representando seu presidente, Dr. Fábio Meirelles, que é presidente de honra da Somaero: Sociedade dos Melhores Amigos da Aeronáutica de São Paulo; dileto amigo Anibal Martinez, presidente da Associação dos Amigos da Base Aérea de Santos, recém-reativada à condição de base aérea; coronel PM Edson Luiz Gaspar, presidente do também recém-criado e já produtivo Instituto Alberto Santos Dumont, acompanhado do nosso amigo Ricardo; o comandante Alfredo Pires Filho, da Sociedade Veteranos de 32; a Sra. Cleusa Badanai, presidente da Associação para a Valorização Policial do Estado de São Paulo; o Sr. João Francisco Gianezella, representando a Sociedade Amigos da Marinha; e o Sr. Chen Xi, cônsul-geral da China; os queridos alunos da Escola Estadual Santos Dumont e nossa banda também. Queria deixar aqui um forte abraço.

Tivemos no último sábado uma apresentação da Orquestra da Força Aérea Brasileira, que lotou a Sala São Paulo, a maior fortaleza dos eventos acústicos de nosso país. (Palmas). Posso estar errado, mas vejo o sargento Alan, que fez um belíssimo solo que encantou todos nós, assim como a maestria do capitão Moisés e de todos. O evento foi realmente brilhante para quem esteve lá, e marca, de alguma forma, as comemorações relacionadas à memória de Santos Dumont e à Força Aérea Brasileira. Inicio essa rápida apresentação mostrando o cenário de atuação da Força Aérea Brasileira no nosso Brasil e fora dele. A Força Aérea adotou esse belo símbolo. O cenário é de, nada mais, nada menos, do que 22 milhões de quilômetros quadrados, que englobam toda a nossa atividade. Nossa atividade se traduz em dois verbos: defender a soberania do espaço aéreo brasileiro e controlar todo o espaço aéreo. Esses 12 milhões que temos de área soberana e mais dez milhões de quilômetros quadrados sobrepostos do Oceano Atlântico, em função de acordos internacionais.

Então, senhores e senhoras, são 22 milhões de quilômetro quadrados. Isso em dimensão, porque é volume, e vai até o limite de onde as naves podem voar, essa é nossa arena de trabalho.

No ano passado, em outubro de 2014, estive aqui, neste espaço graciosamente oferecido, e tratei dos grandes projetos que a Força Aérea tinha, construindo seu futuro.

Falei de todos eles, e entendo que este é um espaço para prestação de contas. Casa das leis, Casa do povo. Nós devemos, com o dinheiro que recebemos da população, que não é pouco, fazer neste momento uma prestação de contas.

 O que evoluiu neste último ano nessa prestação de contas? Inicio falando de nossa fase regional. Adotamos novas rotas de gestão, e essa, Anibal e major Olímpio, que comandou a base aérea de Santos, é nossa nova base aérea de Santos.

Tínhamos lá, até ano passado, a bagatela, a pouca coisa de dois milhões e 800 mil metros quadrados. Fizemos a outorga neste último ano de metade disso, praticamente, para a prefeitura do Guarujá, um milhão e meio de quilômetros quadrados.

Muito em breve, teremos o aeroporto metropolitano da Baixada Santista, utilizando a pista militar. Já foi passada dentro do novo zoneamento uma operação civil e militar. Muito em breve teremos a operação já de uma empresa aérea comercial, ligando aquela importante e estratégica região de nosso estado a outros centros maiores.

Dividimos a base aérea que sobra do lado da antiga base aérea, retraímos a base para algo em torno de 200 mil metros quadrados e nos sobraram 700 mil. Estamos licitando ainda este ano essa grande área de 700 mil metros quadrados, que serão feitos em permuta com a iniciativa privada.

A Força Aérea entrega grande parte dessa terra estratégica, principalmente em virtude de sua proximidade com o maior porto da América Latina, e cria ali condições para que a iniciativa privada possa crescer e evoluir, principalmente nas questões de remotos logísticos naquela região. É a forma que a Força Aérea encontrou em São Paulo para coparticipar no fortalecimento e desenvolvimento daquela região.

Chegamos a São Paulo. Temos o Campo de Marte. Se em Santos falávamos em algo em torno de três milhões de quilômetros quadrados, o Campo de Marte não fica muito longe. Temos ali quase dois milhões e meio de quilômetros quadrados, sitiados por organizações da Força Aérea e também pelos hangares da aviação civil e militar. É lá que reside o QG do coronel Falconi.

Nesse espaço encontramos uma fatia de terra para criar ali algo de que São Paulo carece há muito. Dentre as metrópoles do mundo, São Paulo é a única que não possui um museu de aviação, um museu aeronáutico. Em uma parceria com a SPTuris, com a fração da Prefeitura, e com alguns doadores de museus já existentes, devemos lançar a pedra fundamental, na avenida Olavo Fontoura, de um futuro museu de aviação do estado de São Paulo.

Estamos em via de assinar uma organização social que fará a gerência disso e teremos, quiçá, nos próximos três ou quatro anos, nosso museu de aviação, que não será coisa pequena. São em torno de 40 mil metros quadrados de construção com um pátio de aviação que se une à pista do Campo de Marte, algo quase sui generis dentro dos museus aeronáuticos do mundo.

São Paulo não poderia viver mais sem um espaço desses. Logicamente, coronel Gambaroni, que “puxo a sardinha” para o nosso lado de aviador.

Dentre os grandes feitos também, imagino, está esta consolidação das relações da sociedade militar com a sociedade civil. É para isso que estamos aqui, é para isso que temos alguns oficiais generais da Força Aérea de São Paulo para estreitar, cada vez mais, essa relação entre os militares e os civis, principalmente na maior metrópole do Brasil. Criamos, então, a Sociedade dos Melhores Amigos da Aeronáutica de São Paulo.

Deus nos ajudou a colocarmos o dedo no nome do presidente, Sr. Reinaldo Papaiordanou, que está aqui e tem feito um trabalho primoroso nessa construção da Somaero, buscando nomes fortes da sociedade para consolidar a estruturação, que eu considero o maior ganho que a Força Aérea teve nos últimos anos na relação com a sociedade. Vejo aqui o Malta, que trabalha com o nosso presidente de honra, Dr. Fábio Meirelles, que entrou também de cabeça nesse projeto: a consolidação da diretoria. O Sérgio está aqui. Tenho certeza de que muito em breve essas relações se fortalecerão ainda mais. Se parecia impossível que nós tivéssemos a consolidação disso, tenho certeza de que esse caminho está aberto e nós seguiremos nele.

Este ano São Paulo também se consolida, dentro das disputas mundiais, como a capital mundial do helicóptero. Estávamos atrás de Tóquio e Nova Iorque em número de helicópteros e em número de voos diários feitos por eles. Temos hoje mais de 400 registrados, mais de dois mil movimentos que são controlados pelos nossos militares no aeroporto de Congonhas.

Para isso, e o coronel Falconi muito bem conhece, consolida-se também o sistema de controle de helicópteros único no mundo. Nós somos visitados em Congonhas por países de primeira linha para aprender como uma torre de controle pode, ao mesmo tempo, controlar a viação aérea geral, os aviões, e também os helicópteros. Temos então o Helicontrol, que divide a torre de controle dos aviões e dos helicópteros, algo formidável, que reduziu e muito as possibilidades de quase incidentes e acidentes dentro de São Paulo.

Entrando no mundo do capital intelectual, esse é um gráfico que nos assusta muito, a relação de engenheiros por habitantes. Temos a Coreia do Sul na faixa de mais de 16 engenheiros de primeira linha para cada dez mil habitantes. O Brasil chega a dois engenheiros de primeira linha para cada dez mil habitantes. Por conta disso, o trabalho feito no último ano foi de expandir, duplicar a nossa capacidade de formação dos engenheiros do ITA, uma escola referência de engenharia de primeira linha no mundo. Começamos a construção, o trabalho de contratação de pessoal, de professores de altíssimo nível para que possamos chegar, até 2018, a 240 engenheiros do ITA formados no estado de São Paulo, em São José dos Campos.

Vou passar um filme sobre a indústria, o que está acontecendo hoje em São Paulo, para fazer um pequeno compêndio disso.

 

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- É feita a exibição de vídeo.

 

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No final de 2014, depois da nossa última vinda aqui, a indústria aeronáutica e aeroespacial do Brasil em São Paulo contribuiu com 96% de toda essa participação no país. Mais do que isso: de todas as exportações brasileiras ocorridas neste último ano, 8% dizem respeito à aviação e todos esses 8% estão sendo exportados a partir do Estado de São Paulo. Vejam aí a potência que passa a ser a aviação civil e militar e sua produção em nosso estado.

Aí, nós chegamos a algumas vedetes. No ano passado, quando estive aqui, falávamos que o KC-390 - um produto que nasceu das pranchetas da Força Aérea Brasileira - foi uma necessidade operacional nossa. Criado dentro da Força Aérea foi passado para a Embraer.

Eu faço uma relação, sempre. Estudando um pouco a vida do presidente Fernando Capez, eu soube que, para passar no concurso para promotor do estado de São Paulo, ele se propôs a ler 80 páginas por dia durante 400 dias. Leu, ao cabo de 400 dias, 32 mil páginas. Por isso, angariou o primeiro lugar no seu concurso de promotor.

Esse avião é parecido. Foram mais de 30 mil planilhas de prancheta elaboradas em um ano, para que nós pudéssemos ter esse avião, que é um sucesso. Temos aí uma gama de países que acreditaram nesse projeto e estão conosco na construção deste, que será o “top” dentre os aviões do padrão - que se assemelha ao C-130, um avião americano. A Força Aérea contratou, também, prestando contas, de lá para cá, 28 aeronaves, junto à Embraer.

Os dois protótipos estão voando. De outubro para cá, estão fazendo vários voos e temos a expectativa da entrada em serviço, já em 2018 dentro da Força Aérea, nos países que já fizeram as suas aquisições. Há uma projeção - conservadora, eu diria - de que teremos vendido no mercado 300 aeronaves nos próximos 15 anos. Um pouquinho mais à frente, falaremos de quanto isso traz em divisas para o nosso País.

Imaginemos empregos de alta qualificação no momento complicado que o País passa quando a tônica é emprego. Estamos encerrando a fase de desenvolvimento e vamos, agora, para a fase da produção. A construção de um avião sempre se divide em duas fases: desenvolver o avião e produzir o avião.

Nós tivemos quase nove mil empregos na cadeia produtiva, só no desenvolvimento desse avião. Via de regra, trata-se de quase nove mil empregos no estado de São Paulo. A partir de agora, de 2016 para frente, quando começarmos a escala produtiva do avião, colocaremos na cadeia produtiva mais de seis mil empregos no estado de São Paulo - só na criação deste avião. São números - mesmo para um estado como São Paulo - que nos deixam muito orgulhosos e satisfeitos.

Dentre os vários benefícios, vejam que nós teremos - naquela projeção de vendas de, minimamente, 300 aviões para o mundo - algo em torno de 21 bilhões nos próximos 20 anos de exportação. O Brasil abarca uma geração e manutenção de empregos diretos e indiretos. São números que beiram dez mil nas duas fases, como nós vimos. Há geração de tecnologia de ponta, novas competências que estamos assumindo, transferência de tecnologia do Brasil para o próprio Brasil, maior integração regional, capacidade de mobilização que o avião vai nos fornecer, além de uma projeção global da venda de 300 aviões para 70 países diferentes.

E então chegamos à vedete das vedetes, nossa aeronave Gripen. Neste último ano tivemos potencializações desse projeto. A assinatura do contrato foi feita em Londres, no último mês de agosto, com base no binômio offset e transferência de tecnologia. Vários países emprestaram um pouco do seu conhecimento e da sua tecnologia à selagem final desse avião- mas logicamente Brasil e Suécia carrearam essas potencialidades.

Este é um gráfico que nos mostra o beneficiamento de empresas. Temos o nosso DCTA, no qual nascem os grandes projetos tecnológicos do Brasil ligados à área da Defesa, e outras seis empresas estão envolvidas nisso. Destas, cinco são do estado de São Paulo e a outra é gaúcha, do meu estado. Essas empresas, somadas aos membros da Força Aérea, colocam hoje na Suécia 357 profissionais que estão aprendendo a construir, assumindo a transferência de tecnologia desse produto.

Logicamente a Embraer é o carro-chefe disso, com 68% desse material humano, desse capital intelectual que lá está. Essa é uma divisão que muito nos agrada, gerando 2.300 empregos diretos já no setor aeroespacial, número que chegará a 15 mil empregos nos outros setores da economia envolvidos na construção dessa aeronave.

E como será feita essa transferência de tecnologia? Já começamos a fase de produção na Suécia. São 13 aeronaves produzidas por suecos na Suécia, sendo acompanhadas pelos nossos 357 profissionais que lá estão. Na segunda fase, teremos oito aeronaves produzidas na linha de montagem sueca, mas desta vez construídas pelos profissionais brasileiros, que serão supervisionados pelos suecos.

A última fase é a que mais nos agrada, por consolidar a transferência de tecnologia. A produção de 15 aeronaves na Embraer, em São José dos Campos (no Parque Aeronáutico), será feita por brasileiros, supervisionados por brasileiros.

Esse primeiro lote, portanto, contará com 36 aeronaves, sendo que as últimas também serão feitas por brasileiros supervisionados por brasileiros. Isso já indica que a 37ª aeronave, que será do segundo lote, terá totais condições de ser totalmente produzida no Brasil, e esse é o grande ganho da transferência de tecnologia. Isso só é possível porque o Parque Aeronáutico de São Paulo foi sendo construído nessa combinação da atividade civil com a atividade militar da Força Aérea. A Embraer é o que é, hoje, graças à capacidade de absorção que teve ao construir aeronaves militares e poder fazer essa gama de aeronaves de sucesso espalhadas pelo mundo.

E então chegamos ao outro ramo dessa relação de transferência de tecnologia, que é o offset. O offset é a compensação comercial: eu compro de você e você adquire algo de mim. Há três tipos de offset. Uns são mais palatáveis às condições econômicas, outros nem tanto. O primeiro deles é o direto, ou seja, eu compro o avião da Suécia e a Suécia compra um avião, ou componentes muito próximos a um avião. Esse tipo é interessante, mas há outros melhores.

O segundo tipo é o offset indireto: eu compro o avião da Suécia e ela compra tecnologia do Brasil, não relacionada diretamente ao avião, mas relacionada a algo do mundo da tecnologia, da indústria. O terceiro tipo, que nos parece mais interessante, é o offset não relacionado. Eu compro o avião da Suécia, e a Suécia coloca uma parcela desse investimento no Brasil em qualquer área: na área tangível, na área intangível, na aquisição de material agrícola, na formação de pessoal, na exportação de núcleos de educação do Primeiro Mundo para cá, enfim. Este foi o escolhido, sem informações que, felizmente, não trafegam na nossa imprensa, mas é importante.

A aquisição do Gripen foi feita numa trilogia: compra do avião, compra do armamento e compra do suprimento, cada um com seu preço. O total desse valor assinado por um brigadeiro nosso em Londres com a Suécia foi 5,7 bilhões de dólares. Pode parecer um valor absurdo diante do momento que vivemos no País - e é um valor absurdo em qualquer condição. Mas o offset prevê uma análise do país vendedor. E quando a Suécia analisou o Brasil, ela entendeu que aqui era o lugar de fazer o offset não relacionado, a ampliar sua gama de atividades, e nós aguardávamos um percentual parecido com 100%, quer dizer, coloco lá 5,7 bilhões, ela coloca aqui 5,7 bilhões- quatro, três bilhões já estaria muito bom. E esse foi o valor que a Suécia entendeu colocar no Brasil: 9,1 bilhões de dólares. Este valor equivale a 200% daquele primeiro pacotinho de aquisição de aeronaves. Este é um número que pouca gente conhece.

Comprar avião da Suécia, ter um avião de primeira linha para soberania do espaço aéreo, virou um negócio rentável para o Brasil. Já temos, a partir de agora, quase 10 bilhões de dólares sendo investidos no Brasil num offset que mais nos agrada, que é offset não relacionado. Compramos avião da Suécia para a defesa do espaço aéreo que vai carrear para o País, quem sabe, melhor educação, investimentos na área agrícola, de um país que já tem no Brasil duzentas e duas empresas e pouca gente sabe disso.

Vou mostrar um filme que conta um pouco o que é essa aeronave, a sua potencialidade, o que o Brasil recebe de uma tecnologia de ponta ainda desconhecida para nós, que está sendo apreendida durante a transferência de tecnologia.

 

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- É feita a exibição de vídeo.

 

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Próximo a encerrar, eu queria dizer o seguinte: com 5,7 bilhões o Brasil descobriu o Gripen na Suécia, com 9,1 bilhões a Suécia descobriu o Brasil no Brasil. É importante que nós saibamos disso na hora de julgarmos os valores que nós determinamos para o nosso material de defesa, para os materiais de segurança.

O comércio de defesa no mundo hoje é um dos mais rentáveis por conta dessas relações comerciais que se mostraram. Como disse, estamos comprando um material de guerra. E a Suécia vem ao Brasil com quase 10 bilhões de dólares - com o dólar a quatro reais, são 40 bilhões de reais - trazer coisas para a sociedade, para a paz, para as melhorias, principalmente para a educação do país.

Há uma frase de Antônio Ermínio de Moraes que eu reputo extremamente importante nessa relação que nós temos com a sociedade paulista, quando ele diz que São Paulo tem o espírito de luta e de conquista dos antigos bandeirantes. São Paulo é uma cidade desbravadora. É uma cidade que valoriza o trabalho e não quer nada de graça.

Tive nesse meu um ano e meio, quase fechando o meu comando aqui, e tenho certeza de que os meus dois outros amigos brigadeiros já têm isso no começo de suas missões, dessas relações de que somos procurados pelos paulistas para oferecer, nunca para pedir. E por isso que São Paulo é pujante como é, vibrante como tem que ser.

Eu gostaria, nesse nosso reconhecimento, de deixar aqui o meu muito obrigado. Esse foi um dos últimos voos que fiz. Quem sabe eu tenha feito esse expositivo justamente para deixar aqui nesta minha última palavra, que deixo aqui nesta Casa: a Força Aérea completa agora, no dia 20 de janeiro próximo, 75 anos de existência; somos a força mais nova. A Marinha vem do navio, o Exército vem das suas andanças de bandeirantes, das suas guerras travadas no solo, e nós dependíamos da criação do avião, que só foi nascer em 1906.

Agora, dia 20 de janeiro completamos 75 anos. E deixarei um vídeo que conta um pouco a história dessa vida pequena, mas com muitos atrativos e com muita coisa feita pelo nosso País.

Sr. Presidente, é uma honra muito grande poder falar - infelizmente me delongando um pouco aqui por ser a minha última atividade - da minha alegria, da alegria de todos os nossos militares da Força Aérea Brasileira, que aqui servem, que ganham o seu pão. E deixo também um pouco da sua experiência, da sua vida em prol daquilo tudo que recebemos de vocês, paulistas e paulistanos.

É uma grande honra a Força Aérea estar em São Paulo.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL CAMILO - PSD - Senhoras e senhores, comandante Damasceno, queria dizer que é um orgulho muito grande para nós, povo de São Paulo, e falo isso em nome de nosso presidente Fernando Capez, ter o senhor na Aeronáutica aqui, principalmente vendo o que a Aeronáutica está fazendo. Lembro que foi muito criticada, no passado, a compra externa. E hoje vemos o grande trabalho feito pela Aeronáutica, e o grande ganho que o Brasil vai ter com esse investimento, principalmente por serem todas as outras áreas.

Então, parabéns mais uma vez a nossa Aeronáutica, e parabéns ao senhor pelo comando que fez e que está fazendo. Está próximo de deixar o comando, mas sempre foi um grande parceiro, e principalmente por reconhecer o valor de São Paulo nessa história toda. São Paulo é um estado pujante mesmo, e é um prazer ter a Aeronáutica, tendo aqui a maior parte da sua indústria no estado de São Paulo. Então, muito obrigado.

Queria também cumprimentar o nosso capitão-de-corveta, João Batista da Conceição Reis, representando o comandante do 8º Distrito Naval, nosso amigo vice-almirante Castilho. Muito obrigado. E o Sr. Rinaldo Minotelli, representante da Sillis, Soluções Integradas. Muito obrigado pela presença.

Senhoras e senhores, agora, como não poderia deixar de ser, vamos cantar um dos hinos que reputo como um dos mais bonitos, principalmente quando fala da “hélice a girar”.

Vamos cantar então o “Hino dos Aviadores”, com execução da Banda da Aeronáutica, com nosso capitão Moisés, enquanto serão exibidas imagens da FAB no telão.

 

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- É entoado o “Hino dos Aviadores”.

 

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O SR. PRESIDENTE - CORONEL CAMILO - PSD - Uma salva de palmas à Banda da Força Aérea Brasileira. (Palmas). Muito obrigado.

Gostaria de agradecer e cumprimentar o nosso comandante Damasceno, a nossa Força Aérea Brasileira pelo Dia do Aviador, e a todos os presentes por manter a tradição e cultivar a nossa história. Não existe nenhuma incongruência e, muitas vezes, ouço críticas dizendo que a tradição poderia atrapalhar a própria Polícia Militar, as Forças Armadas. Sempre digo que não tem nenhuma incompatibilidade, pelo contrário. Devemos cultivar os valores e as tradições para aprendermos com o passado, e fazermos melhor no presente para ter um futuro melhor ainda.

Agradecendo mais uma vez, gostaria de expressar a minha alegria em poder presidir esta sessão em nome do nosso deputado Fernando Capez, que gostaria de estar presente. Deixo então o abraço do nosso presidente a todos os presentes, colocando esta Casa de Leis sempre à disposição, como Estado, do povo de São Paulo e também da nossa Força Aérea Brasileira.

Parabéns à nossa Força Aérea Brasileira!

Está encerrada a presente sessão.

 

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- Encerra-se a sessão às 11 horas e 22 minutos.

 

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